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Aula 5: Da Ordem Econômica e Financeira: Princípios Gerais da Atividade Econômica. Sistema Financeiro Nacional Bom dia!

Como está o seu ânimo nessa reta final? A prova se aproxima e agora é hora de “aparar as pontas” para o grande dia. Fique tranquilo, reserve alguns dias para a revisão dos principais pontos e separe os últimos momentos para descansar.

É isso mesmo! A prova vai exigir de você não apenas conhecimento técnico (esse você já tem), mas rapidez de raciocínio, autocontrole e muita garra. Assim, é importante que você esteja bem descansado.

Outra coisa: confie em si mesmo! Não desanime se está chegando a prova e você já está com aquela sensação de que não vai conseguir estudar tudo o que queria. Para passar em concurso não é necessário saber tudo. Ainda mais com tantas matérias novas!

Portanto, motive-se nessa reta final e tente elevar a sua autoconfiança, pois ela será determinante agora.

Com esta aula, terminamos o nosso curso de Direito Constitucional. Se você conseguiu fazer um bom curso, não se preocupe mais com Direito Constitucional, que, afinal de contas, você conhece bastante... Faça apenas uma revisão e tente dar uma lida na Constituição nos últimos dias, pois a Esaf tem cobrado muita literalidade.

Hoje a aula é um pouco menor. Como a Ordem Econômica e Financeira não é tão cobrada em concursos, há menos questões sobre esse tema. E o melhor é que aqui a Esaf não costuma inventar: cobra a literalidade da Constituição (de acordo com o edital, arts. 170 a 181 e art. 192). Portanto, pegue sua Constituição, antes de começar.

Antes de começar os comentários das questões, gostaríamos de agradecer a confiança e desejar toda sorte na hora “H”. Que Deus o ilumine.

Boa aula, boa prova!

1) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Apenas com o processo de redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido a primeira vez que houve inserção de um título expressamente destinado à ordem econômica e social.

Item errado.

No Brasil, a Constituição de 1934 (e não a de 1946) foi a que consignou princípios e normas sobre a ordem econômica, sob influência da

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Constituição Alemã de Weimar. Podemos dizer que essa constitucionalização da ordem econômica e social (ao se inserir um título expressamente destinado à ordem econômica e social) é reflexo do crescimento da ideologia do Estado de Bem-Estar Social, que preconizava reformas progressivas em busca da convergência entre liberdade e igualdade, e da conciliação da democracia liberal com um ideário de vertente mais social.

Mas isso não quer dizer que essa Constituição (ou qualquer outra) flertava com o socialismo. Era apenas um modo de, por um lado, humanizar o capitalismo liberal como forma de se prevenir o crescimento do socialismo no mundo ocidental. Por outro lado, regular a atuação do Estado como forma de colocar ordem na vida econômica e social, mas ainda dentro do chamado “modo de produção capitalista”.

De lá pra cá muita coisa mudou, mas ainda na nossa Carta Cidadã, continua existindo o título da Ordem Econômica e Financeira (que, por sinal é tema da aula de hoje), em que se estabelecem princípios, diretrizes e normas para a intervenção do Estado na ordem econômica.

Portanto, a Constituição autoriza a intervenção do Estado no domínio econômico, de variadas formas, a fim de assegurar que a riqueza produzida pelo regime capitalista seja efetivamente um meio de propiciar melhor qualidade de vida a todos, de acordo com o fundamento da dignidade da pessoa humana.

Assim, a atividade econômica só atinge sua finalidade quando puder prover, de forma efetiva, existência digna e justiça social para os brasileiros.

Com efeito, o próprio caput do art. 170 da CF/88 consigna que a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social.

Portanto, guarde isso: de acordo com o art. 170, nossa ordem econômica é fundada na união entre capital (livre iniciativa) e trabalho (valorização do trabalho humano) e objetiva a justiça social e a dignidade da pessoa humana.

2) (ESAF/AFRF/2005) A adoção da dignidade humana como fundamento da República Federativa do Brasil tem reflexos, no texto constitucional brasileiro, tanto na ordem econômica como na ordem social.

Item certo.

Vimos na aula que trata de princípios fundamentais que a dignidade da pessoa humana é um dos fundamentos da República Federativa do Brasil, nos termos do art. 1°.

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Falar em dignidade da pessoa humana remete-nos imediatamente à ordem social e à noção de Estado Social, comentado na questão anterior. O que, às vezes, não é tão imediato é relacionar o fundamento da dignidade da pessoa humana à ordem econômica.

Mas, como comentamos, a ordem econômica tem por finalidade assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social. Observe o teor do art. 170 da CF/88:

3) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Nos termos da

Constituição, a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

a) obediência aos tratados internacionais de que o Brasil seja signatário, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

ORDEM ECONÔMICA

Fundada Finalidade Valorização do Trabalho

Humano

Livre Iniciativa

Assegurar a todos existência digna, conforme os ditames

da Justiça Social

PRINCÍPIOS I - soberania nacional; II - propriedade privada; III - função social da propriedade; IV - livre concorrência; V - defesa do consumidor; VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação; VII - redução das desigualdades regionais e sociais; VIII - busca do pleno emprego; IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País. Parágrafo único. É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

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b) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

c) defesa intransigente do patrimônio nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

d) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, direitos humanos, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

e) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno e médio porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Gabarito: “b”

Veja como essa questão limitou-se a exigir do candidato o conhecimento dos princípios que regem a ordem econômica constitucional de forma literal. Sobre esses princípios vale a pena chamar a sua atenção para os aspectos seguintes.

Primeiramente, observe que vários princípios fazem referência ao caráter social do nosso regime econômico, em vez do capitalismo selvagem de vertente estritamente liberal. Nesse sentido, destacam-se os seguintes princípios, que apesar de terem um caráter social, regem

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também a ordem econômica: (i) função social da propriedade; (ii) redução das desigualdades regionais e sociais; e (iii) busca do pleno emprego.

É importante ficar atento ao princípio da função social da propriedade, que é cobrado com frequência, não só nesse assunto, como em direitos e garantias fundamentais. Com efeito, caracteriza uma vertente democrática e pluralista da nossa Constituição assegurar, por um lado, o direito à propriedade (art. 5º, XXII); e, por outro, exigir que essa propriedade cumpra a sua função social (art. 5º, XXIII).

Não deixe de memorizar também o inciso VI do art. 170 da CF/88. Nossa Constituição preza pelo desenvolvimento econômico, mas preconiza a defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação. Guarde isso!

Fique atento ainda ao inciso IX do art. 170 da CF/88, que garante tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Esse princípio foi alterado pela EC n° 6/95. Antes dessa emenda era previsto tratamento favorecido para as empresas brasileiras de capital nacional. Além dessa alteração, a referida emenda revogou todo o art. 171, que diferenciava e possibilitava o favorecimento de empresas brasileiras de capital nacional sobre as empresas brasileiras em geral (constituídas sob as leis brasileiras e com sede e administração no país).

Em suma, antes poderiam ser criadas preferências para as empresas brasileiras de capital nacional ou controladas por brasileiro sobre as demais empresas brasileiras (por exemplo, uma empresa constituída sob as leis brasileiras, com sede e administração no Brasil, mas constituída com capital majoritariamente estrangeiro).

4) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Na perspectiva da livre concorrência, consagrada no Texto Constitucional, deve ser considerado inconstitucional o tratamento diferenciado que a lei conferir a empresas constituídas sob as leis brasileiras.

Item errado.

Vimos que o regime de livre concorrência e o desenvolvimento econômico estão assegurados na nossa ordem econômica. Entretanto, esse desenvolvimento deve respeitar o princípio da soberania nacional, expresso no art. 170, I.

Ou seja, as empresas constituídas sob as leis brasileiras poderão sim receber tratamento diferenciado sobre empresas estrangeiras. Afinal, a política econômica é assunto brasileiro e deve ser voltada para os interesses nacionais e o desenvolvimento da indústria nacional.

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Vale a pena observar que não se trata de vedar a entrada de empresas/capital estrangeiros, como está assegurado no art. 172 da CF/88:

“A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.”

Ademais, vimos que a fim de incentivar investimentos estrangeiros, a nossa Constituição deixou de prever tratamento favorecido para empresas brasileiras de capital nacional sobre as empresas brasileiras de capital estrangeiro.

Por fim, veja que interessante: é possível que seja estabelecido tratamento diferenciado mesmo entre empresas brasileiras. Com efeito, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão ser favorecidas em detrimento das grandes empresas.

Isso está previsto em um dos princípios da ordem econômica: tratamento favorecido às empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

Portanto, nos termos do art. 170, IX, será possível estabelecer distinções em benefício da empresa brasileira de pequeno porte, a fim de possibilitar o desenvolvimento dessas iniciativas empresariais.

Observe o teor do art. 179 da CF/88:

“A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação ou redução destas por meio de lei.”

Esse dispositivo constitucional foi regulamentado pela Lei Complementar 123/2006, que instituiu o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte.

5) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A redução das desigualdades sociais e regionais e a busca do pleno emprego são princípios constitucionais que expressamente vinculam a ordem econômica brasileira.

Item certo.

Como comentado, a redução das desigualdades sociais e regionais (art. 170, VII) e a busca do pleno emprego (art. 170, VIII) são princípios constitucionais que se relacionam à busca de um Estado Social e estão expressamente previstos como vinculantes da ordem econômica brasileira.

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6) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

Item certo.

A assertiva reproduz corretamente o parágrafo único do art. 170 da CF/88. A Constituição dispõe que é livre o exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos. Entretanto, a lei poderá prever ressalvas a esse dispositivo constitucional, em que, excepcionalmente, será necessária autorização.

Observe que esse dispositivo tem por finalidade garantir a livre iniciativa, premissa básica do regime capitalista. Com efeito, não obstante a intervenção do Estado nas relações econômicas (a fim de regular as imperfeições do mercado), não será admitida a planificação da economia (atuação Estatal típica dos regimes socialistas, em que o Estado definia o que deveria e o que não deveria ser produzido).

7) (ESAF/APO/MPOG/2008) Ressalvados os casos já existentes quando da promulgação da Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo conforme definidos em lei.

Item errado.

A questão trata do art. 173 da CF/88 que regula a forma de atuação do Estado como agente econômico:

“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”

De se perceber que a exploração de atividade econômica será realizada, em regra, pela iniciativa privada. A atuação do Estado como agente produtivo só ocorrerá nessas hipóteses exclusivas: (i) nos casos previstos na Constituição; (ii) quando exigir a segurança nacional; e (iii) nos casos de relevante interesse coletivo.

Ou seja, a própria Constituição poderá prever diversas atividades que devam ser desempenhadas pelo Estado. E isso poderá ser alterado por meio de emenda constitucional. Daí o erro da questão, que restringiu essas atividades aos casos já previstos quando da promulgação da Carta Maior.

Esse exercício de atividade econômica pelo Estado geralmente é realizado por meio da criação de pessoas jurídicas de direito privado, exclusivamente para a consecução dessas atividades: as chamadas

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empresas públicas e sociedades de economia mista. Essas entidades se sujeitam ao regime do art. 173, se explorarem atividade econômica, e ao regime do art. 175, se prestarem serviços públicos.

Pois bem, as pessoas jurídicas de direito privado que exploram atividade econômica estão sujeitas de forma predominante ao direito privado. Nesse sentido, o § 1° do art. 173 dispõe que uma lei estabelecerá o estatuto jurídico dessas entidades exploradoras de atividade econômica.

Esse estatuto ainda não existe, mas, quando essa lei for editada deverá tratar de diversos temas já determinados pelo art. 173, § 1°. O esquema abaixo sintetiza os aspectos mais relevantes do art. 173.

8) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) As empresas

públicas se sujeitam ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas, motivo pelo qual não necessitam observar a regra rígida de contratação de servidores mediante concurso público.

Item errado.

Comentamos anteriormente que as empresas públicas e sociedades de economia mista são regidas precipuamente pelo direito privado. Todavia, não se pode esquecer de que elas fazem parte da Administração Pública. Assim, o mais correto é dizermos que essas entidades exercem suas atividades em regime jurídico privado, derrogado parcialmente por normas de direito público.

Ou seja, apesar de serem pessoas jurídicas de direito privado, devem respeitar diversas normas relativas aos entes públicos. Esse assunto é mais propriamente abordado no estudo do direito administrativo, mas vale a pena você observar que essas entidades:

I – a sua criação depende de autorização por lei específica (art. 37, XIX);

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II – dependem de autorização legislativa para a criação de subsidiárias ou participação em empresas privadas (art. 37, XX);

III – contratam empregados públicos por meio de concurso público (art. 37, II); IV – devem realizar licitações, observados os princípios da administração pública;

IV – sujeitam-se aos controles interno e externo;

Portanto, como visto, a questão está ERRADA, pois, para contratar pessoal, essas entidades devem realizar concurso. Ademais, esses empregados públicos estão sujeitos às regras de acumulação de cargos; e as suas remunerações devem respeitar o limite constitucional (art. 37, XI e § 9°), caso recebam recursos do ente público para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio em geral.

9) (ESAF/ACE/TCU/2006) De acordo com a Constituição Federal, a prestação de serviços públicos dar-se-á diretamente pelo Poder Público ou mediante concessão ou permissão. O texto constitucional prevê, ainda, lei que regrará esta prestação. Assinale, no rol abaixo, o instituto que não está mencionado na norma constitucional como diretriz para esta mencionada lei.

a) Direitos dos usuários.

b) Política tarifária.

c) Obrigação de manter serviço adequado.

d) Condições de caducidade e rescisão da concessão ou permissão.

e) Critérios de licitação para a escolha dos concessionários ou permissionários.

Gabarito: “e”

O assunto “serviços públicos” é tema do edital de direito administrativo. Por isso, vamos chamar apenas a sua atenção para o conhecimento do art. 175 da CF/88.

Enquanto a exploração de atividade econômica pelo Estado é regulada pelo art. 173, o art. 175 trata da prestação de serviços públicos (mais especificamente aqueles que possuem conteúdo econômico e por isso têm a possibilidade de serem explorados por particulares).

Assim, esses serviços não são livres à iniciativa privada. Podem ser explorados pelo Estado diretamente ou ser delegados para particulares por meio de concessão e permissão, sempre por licitação pública (em hipóteses especiais poderá ser admitido um ato administrativo de autorização de serviço público).

Dê uma olhada no teor do art. 175:

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“Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.

Parágrafo único. A lei disporá sobre:

I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão;

II - os direitos dos usuários;

III - política tarifária;

IV - a obrigação de manter serviço adequado.”

A questão cobrou a mera literalidade do art. 175. A letra “e” responde à questão, já que critério de licitação não está mencionado na norma constitucional como diretriz para a lei que disporá sobre serviços públicos, nos termos do art. 175, § único.

Pra terminar esse assunto, acho que vale a pena comentarmos um pouco sobre a recente decisão do Supremo que firmou entendimentos importantes sobre os Correios: as correspondências pessoais continuam sendo exploradas pelos Correios de forma exclusiva (ADPF 46, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 5-8-09).

Na ADPF 46, o Supremo decidiu que o serviço postal constitui serviço público, portanto, não atividade econômica em sentido estrito. Assim, o serviço postal deve ser prestado pela empresa pública ECT (Correios), a qual deve atuar em regime de exclusividade. Nesse caso, não há que se alegar ofensa aos princípios da livre iniciativa e da livre concorrência.

Em suma, de acordo com essa decisão, a Lei 6.538/78, que trata do monopólio dos Correios, foi recepcionada e está de acordo com a Constituição Federal. Com isso, cartas pessoais e comerciais, cartões-postais, correspondências agrupadas (malotes) só poderão ser transportados e entregues pela empresa pública. Por outro lado, o Plenário entendeu que as transportadoras privadas podem entregar outros tipos de correspondências e encomendas.

10) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

Item certo.

A assertiva limita-se a reproduzir o teor do art. 172 da CF/88:

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“A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.”

Assim, a ordem constitucional admite investimentos estrangeiros com a finalidade de auxiliar o desenvolvimento nacional, tendo em vista o princípio da soberania nacional, previsto no art. 170, I. Por isso, concebe um controle desses investimentos e da remessa de lucros ao exterior, que será disciplinado por lei.

11) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado será permitida sem restrições.

Item errado.

Como já comentado, a intervenção do Estado na atividade econômica não ocorrerá de forma irrestrita. De acordo com o art. 173 da CF/88:

“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”

Assim, a exploração de atividade econômica será realizada, em regra, pela iniciativa privada. A atuação do Estado como agente produtivo só ocorrerá nessas hipóteses exclusivas: (i) nos casos previstos na Constituição; (ii) quando exigir a segurança nacional; e (iii) nos casos de relevante interesse coletivo.

12) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) O Estado deve atuar como agente regulador da atividade econômica. Nessa tarefa, exercerá as funções de fiscalização e incentivo. O planejamento, por sua vez, por atribuição constitucional, deverá ser exercido pelo setor privado.

Item errado.

O art. 174 da CF/88 dispõe sobre a atuação do Estado como agente regulador das relações econômicas:

“Art. 174. Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”

Ou seja, caberá ao Estado as funções de: (i) fiscalização; (ii) incentivo; e (iii) planejamento. Como se observa a questão está ERRADA, pois afirma que o planejamento seria atribuição do setor privado.

Ainda sobre o planejamento, é importante você guardar a seguinte informação, pois já caiu em concurso. O planejamento será:

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I – determinante → para o setor público; e

II – indicativo → para o setor privado.

Além disso, segundo o art. 174, §1°, a lei estabelecerá as diretrizes e bases do planejamento do desenvolvimento nacional equilibrado, o qual incorporará e compatibilizará os planos nacionais e regionais de desenvolvimento.

13) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, havendo reciprocidade de tratamento, o atendimento de requisições de documento ou informação de natureza comercial, feitas por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, não dependerá de autorização do Poder competente.

Item errado.

A questão está ERRADA, por estar em desacordo com o art. 181 da CF/88. Reforçamos o que já foi comentado. No nosso assunto de hoje, há pouca jurisprudência e quase nenhum aspecto doutrinário a ser estudado. O que importa mesmo é o aluno memorizar esses artigos da Constituição, preparando-se para uma questão literal.

Segundo o art. 181, o atendimento de requisição de documento ou informação de natureza comercial, feita por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira, a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País dependerá de autorização do Poder competente.

14) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) Na exploração direta de atividade econômica por sociedade de economia mista, poderá ser editada lei ordinária que, dispondo de forma diferenciada quanto à contratação de obras e serviços, a desobrigue de observar os princípios gerais de licitação e restrinja a aplicação do princípio da publicidade.

Item errado.

Esse assunto está na mídia com muita frequência, principalmente devido aos últimos embates entre a Petrobrás e o TCU. A questão refere-se ao art. 173, § 1°, que se aplica apenas às empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica (não se aplica às empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos).

Assim, será editada uma lei, que estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

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II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública; IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.

Ou seja, deverá ser publicada lei que trate do estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. É certo que esse estatuto deverá dispor, entre outras coisas, sobre licitações e contratos.

Mas o estatuto não é livre para dispensar essas entidades de realizar licitação. Com efeito, nos termos do art. 173, III, o estatuto poderá estabelecer um regime simplificado, desde que se observem os princípios da licitação pública.

É dizer, o procedimento pode ser simplificado, mas deve ser garantido o respeito aos princípios basilares da Administração Pública. Por isso o erro da questão, que afirma que seria afastada a necessidade de observância dos princípios da Administração Pública, em especial, restringindo a aplicação do princípio da publicidade.

Por fim, vale frisar, as empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica estão dispensadas da realização de licitação para a celebração de contratos diretamente relacionados à atividade-fim da entidade. Digamos que é um tanto quanto óbvio que não seria razoável exigir que a Caixa Econômica Federal ou o Banco do Brasil realizassem licitação a cada contrato de abertura de conta corrente, concorda? Por outro lado, deverá haver licitação para a contratação de empresa de engenharia para a realização da obra de construção de uma nova agência, pois nesse caso a atividade contratada não se relaciona diretamente com a atividade-fim e sim com questões administrativas (construção de sede).

15) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Certas atividades que constituem monopólio da União somente podem ser realizadas por empresas estatais.

Item certo.

O art. 177 da CF/88 estabelece um rol das atividades que serão exploradas em regime de monopólio público, com caráter de exclusividade. Trata-se de atividades relacionadas a petróleo, gás natural e minérios ou minerais nucleares.

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Observe que o monopólio dessas atividades é da União, sendo a lista exaustiva. Não há que se criar outros tipos de monopólio por lei. Ademais, não há monopólio privado, nem reservado aos estados-membros, Distrito Federal ou municípios.

Seguem abaixo as atividades que constituem monopólio da União, nos termos do art. 177:

O art. 177, § 1°, apresenta uma hipótese de flexibilização do monopólio ao possibilitar a contratação de empresas privadas para a exploração das atividades relacionadas nos incisos I a IV.

Aliás, quem não for tão jovem se lembrará da emenda constitucional que instituiu esse regramento (EC n° 9/95), e, por isso, era conhecida por ser a responsável pela quebra do monopólio do Petróleo.

Ao contrário, no âmbito das atividades de pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados não há possibilidade de flexibilização desse monopólio da União. Observe que não se trata de exploração de recursos minerais em geral, mas apenas aos nucleares.

Nesse sentido, não poderá ser concedida a empresas privadas a exploração dessas atividades concernentes a minérios e minerais nucleares e seus derivados. Todavia, essa regra admite uma exceção relativa aos radioisótopos, cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do art. 21 da Constituição Federal. Portanto, correta a questão.

Quanto às atividades previstas nos incisos I a IV do art. 177 poderão ser contratadas com empresas estatais ou privadas, observadas as condições estabelecidas em lei, que deverá dispor sobre (art. 177, § 2°):

I - a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território nacional;

Monopólio da União (art. 177)

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos; II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro; III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores; IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem; V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a realização dessas atividades (§ 1º)

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II - as condições de contratação;

III - a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União.

Cabe destacar que, nos termos do art. 177, § 3°, a lei disporá sobre o transporte e a utilização de materiais radioativos no território nacional.

Por fim, um último comentário: responsabilidade civil é assunto de direito civil e direito administrativo, mas vale lembrar que a responsabilidade civil por danos nucleares independe da existência de culpa (art. 21, XXIII, “d”).

16) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem constituem monopólio da União.

Item certo.

Fique atento, pois é bem importante conhecer o teor esse art. 177 da Constituição Federal. Veja que a questão limitou-se a reproduzir o inciso III.

Nesse sentido, constituem monopólio da União:

a) transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País; e

b) transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem.

17) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A pesquisa e a lavra de recursos minerais poderão ser efetivadas mediante autorização ou concessão da União a empresas brasileiras ou estrangeiras.

Item errado.

O art. 176 trata da exploração de recursos minerais e potenciais de energia hidráulica, dispondo que tanto uns quanto outros pertencem à União e constituem propriedade distinta da do solo para efeito de exploração ou aproveitamento.

Ou seja, independente de quem seja o dono do solo, permanece a propriedade da União sobre a energia hidráulica e os recursos minerais (art. 21, VIII e IX). De qualquer forma, nos termo do § 1°, é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei.

A União não precisa explorar diretamente esses potenciais (hidráulicos e minerais). Assim, a pesquisa e a lavra de recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais hidráulicos poderão ser efetuados mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional.

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Todavia, nos termos do art. 176, § 1°, a pesquisa e a lavra dos recursos minerais e o aproveitamento dos potenciais hidráulicos somente poderão ser realizados por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País. A lei que regulamentar essa autorização/concessão deverá ainda estabelecer as condições específicas para o caso especial em que essas atividades se desenvolverem em faixa de fronteira ou terras indígenas.

A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado. Ressalte-se ainda que as autorizações e as concessões previstas no art. 176 não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

Por fim, vale comentar que essas regras não se aplicam ao aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida, que, nos termos do § 4°, não dependerá de autorização ou concessão.

A questão está errada já que, de acordo com o comentado, a pesquisa e a lavra de recursos minerais não poderão ser efetivadas mediante autorização ou concessão da União a empresas estrangeiras.

18) (ESAF/APO/MPOG/2008) As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, garantida à União a propriedade do produto da lavra.

Item errado.

A questão limitou-se a cobrar o caput do art. 176. Vale a pena você memorizar seu teor.

“Art. 176 - As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, e pertencem à União, garantida ao concessionário a propriedade do produto da lavra.”

Ou seja, a propriedade das jazidas e potenciais hidráulicos é da União, é assegurado ao concessionário o produto da lavra.

Além disso, frise-se, é assegurada participação ao proprietário do solo nos resultados da lavra, na forma e no valor que dispuser a lei (CF, art. 176, §2°).

19) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) As cooperativas de garimpeiros sempre terão prioridade na concessão de lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis.

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Item errado.

Nos comentários anteriores, tratamos da intervenção do Estado como agente regulador (art. 174) e da exploração de recursos minerais (art. 176).

Pois bem, o art. 174, § 2° determina que a lei apoiará e estimulará o cooperativismo e outras formas de associativismo.

No caso da atividade garimpeira, o art. 174, § 3º, determina que o Estado favoreça a organização dessa atividade garimpeira em cooperativas, levando em conta a proteção do meio ambiente e a promoção econômico-social dos garimpeiros.

Nos termos do art. 174, § 4º, essas cooperativas organizadas terão prioridade na autorização ou concessão para pesquisa e lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis, nas áreas onde estejam atuando, e naquelas áreas estabelecidas pela União para o exercício da atividade de garimpagem, em forma associativa (art. 21, XXV).

Portanto, as cooperativas de garimpeiros não terão prioridade sempre, em qualquer área. Mas apenas naquelas: (i) em que já estejam atuando; ou (ii) destinadas especificamente para isso (estabelecidas pela União para o exercício da atividade de garimpagem de forma associativa).

20) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

Item certo.

De acordo com o art. 176, § 4°, não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

21) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, pode a União contratar com particulares a realização de lavra e enriquecimento de minérios e minerais nucleares.

Item errado.

Como vimos, no caso de exploração de minérios e minerais nucleares, a União não poderá conceder pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e nem comércio a particulares.

É o que se depreende da leitura do art. 177, I a V, e §1°.

22) (ESAF/AFRF/2005) A Constituição Federal veda o transporte de mercadorias na cabotagem por embarcações estrangeiras.

Item errado.

Nos termos do art. 178 da CF/88, a lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação

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do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Ou seja, a ordenação do transporte será realizada por lei, considerando ainda a reciprocidade dos demais países ao estabelecer o regramento do transporte internacional em especial.

Ademais, na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras (art. 178, §único).

Ou seja, a Constituição Federal não veda o transporte de mercadorias na cabotagem por embarcações estrangeiras. Pelo contrário, o art. 178, parágrafo único, autoriza esse transporte por embarcações estrangeiras, desde que atendidas as condições estabelecidas pela legislação interna.

23) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) A defesa do meio ambiente constitui um dos princípios informadores da atividade econômica, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

Item certo.

Não deixe de memorizar os princípios informadores da atividade econômica, já apresentados no início da aula. Nos termos do art. 170, VI, um dos princípios que regerão a ordem econômica é o da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

Se já não lembrava, dê uma olhada no esquema da segunda questão da aula.

24) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) A função social da propriedade constitui um dos princípios informadores da atividade econômica, imprimindo a idéia de que a propriedade privada deve servir aos interesses da coletividade. Todavia, a inobservância a esse princípio não é capaz de promover limitação de caráter perpétuo à propriedade urbana ou rural.

Item errado.

Outro princípio que está relacionado à nossa ordem econômica é o da função social da propriedade (art. 170, III). Você deve se lembrar do que foi comentado na aula de direitos fundamentais: a Constituição protege os mais diferentes bens: em uma mão, assegura-se o direito à propriedade (art. 5º, XXII); na outra, exige-se que a propriedade cumpra a sua função social (art. 5º, XXIII).

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O mesmo ocorre na ordem econômica, em que um dos princípios é exatamente o da propriedade privada (art. 170, II) e o outro é o da função social da propriedade (art. 170, III).

Assim, há vários dispositivos constitucionais que possibilitam limitação à propriedade privada, inclusive a desapropriação. Dentre eles há aqueles que tratam especificamente de propriedade urbana e rural, como sobre os quais se passa a discorrer.

Quanto à propriedade urbana, a Constituição dispõe que ela cumpre sua função social quando atende às exigências fundamentais de ordenação da cidade, expressas no plano diretor.

Caso sejam necessárias, as desapropriações de imóveis urbanos serão feitas com prévia e justa indenização em dinheiro (desapropriação comum).

Ademais, será permitido ao Município que exija do proprietário o aproveitamento do solo, sob pena, em último caso, de desapropriação.

Nesse caso, a desapropriação funciona como sanção, portanto, nos termos do art. 182, § 4º, III, essa desapropriação será paga mediante títulos da dívida pública de emissão previamente aprovada pelo Senado Federal, com prazo de resgate de até dez anos, em parcelas anuais, iguais e sucessivas, assegurados o valor real da indenização e os juros legais.

No caso de a propriedade rural não estar cumprindo sua função social, a União poderá desapropriá-la por interesse social, para fins de reforma agrária, mediante prévia e justa indenização em títulos da dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei (CF, art. 184).

Por fim, nos termos do art. 243 da CF/88, as glebas de qualquer região do País onde forem localizadas culturas ilegais de plantas psicotrópicas serão imediatamente expropriadas e especificamente destinadas ao assentamento de colonos, para o cultivo de produtos alimentícios e medicamentosos, sem qualquer indenização ao proprietário e sem prejuízo de outras sanções previstas em lei.

25) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, não abrange as cooperativas de crédito.

Item errado.

Em direito constitucional, o sistema financeiro nacional é a parte mais concisa de se estudar, pois se resume a um artigo da Constituição.

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“Art. 192. O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, em todas as partes que o compõem, abrangendo as cooperativas de crédito, será regulado por leis complementares que disporão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o integram.”

Primeira observação é a de que o sistema financeiro nacional abrange as cooperativas de crédito, estando, por isso, ERRADA a questão.

Observe ainda que a regulamentação do SFN poderá ser feita em diversas etapas, por diferentes leis complementares, não sendo necessário que um só ato normativo trate de todos os aspectos relacionados a esse assunto.

Isso tem relevo porque havia um parágrafo nesse artigo (revogado pela EC n° 40/03) que impossibilitava a cobrança de mais de 12% de juros ao ano. Mas o Supremo chegou a condicionar a aplicação desse parágrafo à edição de uma lei complementar (norma de eficácia limitada). Daí instaurou-se uma controvérsia doutrinária se várias leis poderiam tratar do assunto ou uma lei aprovada já possibilitaria a aplicabilidade de todos os dispositivos constitucionais.

Bom, essa discussão perdeu o sentido, tendo em vista que não há mais esse limite de 12% e a emenda mudou o teor do artigo de “lei complementar” para “leis complementares”. Mas vale a pena memorizar a Súmula Vinculante n° 7:

“A norma do §3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional nº 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar.”

Além do conhecimento da literalidade do art. 192 e da Súmula Vinculante n° 7, pode-se cobrar importante jurisprudência relacionada a esse assunto.

É que o Supremo Tribunal Federal decidiu que se aplica o Código de Defesa do Consumidor (CDC) às relações entre instituições financeiras e seus usuários. Ou seja, o regramento do relacionamento entre esses agentes não precisariam estar regulamentados nas leis complementares, pois o próprio CDC (lei ordinária) teria aplicabilidade a essa relação.

26) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este, em razão da isonomia concorrencial, indicativo tanto para o setor público como para o setor privado.

Item errado.

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O Estado, em sua função normativa e reguladora, exercerá as funções de fiscalização, incentivo e planejamento. Todavia, como frisado no comentário feito para questão anterior, o planejamento estatal será determinante para o setor público e indicativo para o setor privado, nos termos do art. 174 da CF/88.

27) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro, observadas as condições estabelecidas em lei.

Item certo.

A atividade de refinação do petróleo nacional ou estrangeiro está inserida no núcleo dentro do qual a União exerce monopólio público (CF, art. 174).

Entretanto, como vimos, há uma atenuação no caráter exclusivo dessa exploração sob monopólio, na medida em que a União poderá contratar com empresas estatais ou privadas o exercício dessas atividades (com exceção das atividades relacionadas a minérios e minerais nucleares e seus derivados), nos termos do art. 174, § 1°.

28) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A navegação de cabotagem é privativa de embarcações nacionais, salvo caso de necessidade pública, hipótese em que é autorizada a contratação de embarcação estrangeira, atendido o princípio da reciprocidade.

Item errado.

A navegação de cabotagem está disciplinada no art. 178, parágrafo único, da CF/88. Assim, não se observa na ordem econômica constitucional reserva dessa atividade a embarcações nacionais.

Em realidade, caberá à legislação infraconstitucional o estabelecimento de condições para esse transporte ser realizado por embarcações estrangeiras.

“Art. 178. A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Parágrafo único. Na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras.”

Na verdade, esse teor do art. 178 foi estabelecido pela EC n° 7/95. O que a Esaf quis cobrar do candidato foi o conhecimento dessa alteração na Constituição, tendo em vista que, antes da referida

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emenda, o art. 178, § 3°, tinha a mesma redação copiada pela assertiva.

29) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) As empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, possuem regime jurídico próprio, que prevalece sobre o regime jurídico aplicável às empresas privadas.

Item errado.

De início, devemos observar que a questão não detalhou se está se referindo às prestadoras de serviço público ou às exploradoras de atividade econômica.

Afinal de contas, enquanto as empresas públicas e sociedades de economia mista prestadoras de serviços públicos têm sua atividade predominantemente regida pelo direito público; essas entidades, quando exploradoras de atividade econômica, são predominantemente regidas pelo direito privado.

Todavia, pelo teor da assertiva, observa-se que a questão está tratando das exploradoras de atividade econômica, pois está a cobrar dispositivo constitucional inserido no art. 173 da CF/88.

Pois bem, o regime jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como o de suas subsidiárias, aproxima-se do regime próprio de empresas privadas. Observe a seguir o teor da Constituição ao tratar dessas entidades.

“Art. 173 - § 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

(...)

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

(...)

§ 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.”

Primeiro aspecto a se levantar é o de que o artigo supracitado refere-se às empresas públicas e às sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. Como se observa, o regime jurídico dessas empresas aproxima-se daquele que rege empresas privadas em geral.

Todavia, o mais correto é classificarmos o regime jurídico dessas entidades como sendo um tipo de regime jurídico privado, derrogado parcialmente por normas de direito público.

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Como vimos, essas entidades estão sujeitas ao controle administrativo, às regras de licitação e concurso público etc.

30) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Nos conselhos de administração e fiscais das sociedades de economia mista, não se admite a participação de acionistas minoritários.

Item errado.

Vimos que uma lei deverá ser editada para estabelecer o estatuto jurídico das empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. Até hoje, essa lei não foi editada; mas se em seu concurso fossem cobradas atualidades, seria importante saber que o Congresso deve, em breve, editar tal lei, pressionado pelos diversos problemas que essas entidades (a Petrobrás, em especial) têm tido com as regras da Administração Pública.

Pois bem, o art. 173, § 1°, estabelece os temas que deverão ser tratados por esse novo estatuto jurídico.

“§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:

I - sua função social e formas de fiscalização pelo Estado e pela sociedade;

II - a sujeição ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações civis, comerciais, trabalhistas e tributários;

III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os princípios da administração pública;

IV - a constituição e o funcionamento dos conselhos de administração e fiscal, com a participação de acionistas minoritários;

V - os mandatos, a avaliação de desempenho e a responsabilidade dos administradores.”

Daí o erro da questão (em negrito), tendo em vista que deverá ser prevista a participação de acionistas minoritários.

Além disso, vale a pena frisar outros aspectos tratados nos parágrafos do art. 173 da CF/88.

O art. 173 atribui à lei a competência de:

I - regulamentar as relações da empresa pública com o Estado e a sociedade (art. 173, §3º);

II - reprimir o abuso do poder econômico que vise à dominação dos mercados, à eliminação da concorrência e ao aumento arbitrário dos lucros (art. 173, §4º);

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III - sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes da pessoa jurídica, estabelecer a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e financeira e contra a economia popular (art. 173, §5º)

Por fim, ressalte-se que as empresas públicas e as sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas privadas (art. 173, §2°).

31) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Todas as atividades que constituem monopólio da União podem ser realizadas tanto por empresas estatais como por empresas privadas.

Item errado.

O art. 177 da CF/88 estabelece o rol das atividades que serão exploradas em regime de monopólio pela União. Trata-se de atividades relacionadas a petróleo, gás natural e minérios ou minerais nucleares.

Como vimos, exclusivamente com relação às atividades de pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados não há possibilidade de flexibilização desse monopólio da União. Ou seja, essas atividades não poderão ser exploradas por empresas privadas, como se depreende pela leitura do art. 177, §1°. Daí o erro da questão.

32) (ESAF/APO/MPOG/2005) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária ao relevante interesse coletivo, conforme definido em lei.

Item errado.

A questão trata do art. 173 da CF/88 que regula a forma de atuação do Estado como agente econômico:

“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”

De se perceber que a exploração de atividade econômica será realizada, em regra, pela iniciativa privada. A atuação do Estado como agente produtivo só ocorrerá nas seguintes hipóteses:

I - nos casos previstos na Constituição;

II - quando exigir a segurança nacional; e

III - nos casos de relevante interesse coletivo.

De se observar que esse exercício de atividade econômica pelo Estado geralmente é realizado por meio da criação de pessoas jurídicas de

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direito privado, exclusivamente para a consecução dessas atividades: as chamadas empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica.

33) (ESAF/APO/MPOG/2005) Como agente normativo da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização e planejamento, sendo este determinante, tanto para o setor público, como para o setor privado.

Item errado.

Essa atuação do Estado, em sua função normativa e reguladora, é bastante cobrada em concursos e está disciplinada no art. 174:

“Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este determinante para o setor público e indicativo para o setor privado.”

Ou seja, caberá ao Estado as funções de: (i) fiscalização; (ii) incentivo; e (iii) planejamento.

Como se observa, a questão está ERRADA, pois afirma que o planejamento seria determinante tanto para o setor público quanto para o setor privado. Assim, guarde a seguinte informação: o planejamento será:

I – determinante → para o setor público; e

II – indicativo → para o setor privado.

34) (ESAF/APO/MPOG/2005) As concessões de lavra de jazidas e demais recursos minerais poderão ser cedidas total ou parcialmente sem prévia anuência do poder concedente, sendo necessária tão-somente a comunicação da cessão.

Item errado.

Como vimos, a pesquisa e a lavra de recursos minerais somente poderão ser efetuadas mediante autorização ou concessão da União, no interesse nacional, por brasileiros ou empresa constituída sob as leis brasileiras e que tenha sua sede e administração no País (art. 176, § 1°).

Pois bem, a autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e essas autorizações e concessões (previstas no art. 176) não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

35) (ESAF/APO/MPOG/2005) Constituem monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional, sendo que a União poderá contratar empresa estatal ou privada para a realização dessas atividades.

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Item certo.

Em diversas questões, já tratamos sobre as atividades de monopólio da União.

O rol de atividades que serão exploradas em regime de monopólio público está expresso no art. 177 da CF/88. Trata-se de atividades relacionadas a petróleo, gás natural e minérios ou minerais nucleares.

Seguem abaixo as atividades que constituem monopólio da União, nos termos do art. 177:

I - a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos;

II - a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro;

III - a importação e exportação dos produtos e derivados básicos resultantes das atividades previstas nos incisos anteriores;

IV - o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem;

V - a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados, com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 desta Constituição Federal.

O art. 177, § 1°, possibilita a contratação de empresas estatais ou privadas para a exploração das atividades relacionadas nos incisos I a IV.

Portanto, correta a questão, tendo em vista que aponta atividades exploradas em regime de monopólio e possíveis de serem realizadas por empresas estatais e privadas, nos termos do art. 177, § 1°.

Vale lembrar que não há possibilidade de contratar com empresas privadas a realização das atividades de pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados (previstas no inciso V), com exceção dos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 da Constituição Federal.

36) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A Constituição Federal preconiza o incentivo à empresa brasileira de capital nacional.

Item errado.

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A redação original da Constituição Federal diferenciava claramente as empresas brasileiras de capital nacional das demais empresas brasileiras em geral.

A EC n° 6/95 revogou o artigo que estabelecia essa distinção. Assim, hoje não é cabível o tratamento diferenciado entre empresas brasileiras e empresas brasileiras de capital nacional.

Nesse sentido, entende a doutrina que essas distinções não poderão ser criadas nem mesmo por lei, tendo em vista não estarem previstas na Constituição Federal.

37) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) O transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior são privativos de empresas brasileiras.

Item errado.

A lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Nos termos do art. 178, parágrafo único, da CF/88, na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras (art. 178, parágrafo único).

Assim, não há reserva desse tipo de transporte para empresas brasileiras. A Constituição Federal não veda o transporte de mercadorias na cabotagem por embarcações estrangeiras. Pelo contrário, o art. 178, parágrafo único, autoriza esse transporte por embarcações estrangeiras, desde que atendidas as condições estabelecidas pela legislação interna.

38) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A pesquisa e a lavra das jazidas de Petróleo, bem como a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio dos minerais nucleares poderão ser objeto de contrato com empresas estatais ou privadas.

Item errado.

O rol de atividades que deverão ser explorados pela União em regime de monopólio está expresso no art. 177 da CF/88. Já vimos diversas vezes dentre aquelas atividades não há possibilidade contratar com empresas estatais ou privadas a realização das atividades de pesquisa, lavra, enriquecimento, reprocessamento, industrialização e comércio de minérios e minerais nucleares e seus derivados (previstas no inciso V do art. 177).

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Destaque-se a ressalva, estabelecida no dispositivo constitucional, com relação aos radioisótopos cuja produção, comercialização e utilização poderão ser autorizadas sob regime de permissão, conforme as alíneas b e c do inciso XXIII do caput do art. 21 da Constituição Federal.

39) (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) A Constituição situa a exploração direta da atividade econômica do Estado como tarefa típica e ordinária do Estado.

Item errado.

Pelo contrário. Como vimos, essa atuação do Estado como agente econômico na exploração direta da atividade econômica ocorrerá em caráter excepcional, nos termos do art. 173 da CF/88:

“Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”

Assim, a atuação do Estado como agente produtivo só ocorrerá nessas hipóteses exclusivas: (i) nos casos previstos na Constituição; (ii) quando exigir a segurança nacional; e (iii) nos casos de relevante interesse coletivo.

Perceba que as questões se repetem, pois a Esaf não têm como inventar nesse assunto de Ordem Econômica!

40) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Em razão de alteração do texto original da Constituição Federal de 1988, o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida, por particular, dependerá de autorização expressa da União.

Item errado.

As regras constitucionais relativas ao aproveitamento de recursos hidráulicos para fins de geração de energia estão previstas no art. 176 da CF/88. Segundo o art. 176, § 4°:

“Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.”

41) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) A concessão ou permissão, feita pelo Poder Público a pessoa física ou jurídica, para prestação de serviços públicos, regra geral será precedida de licitação, podendo esta ser dispensada nas hipóteses previstas de forma expressa no texto constitucional.

Item errado.

A disciplina constitucional para a prestação de serviços públicos está expressa do art. 175 da CF/88:

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“Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviços públicos.”

Ou seja, está ERRADA a questão, já que a Constituição não apresenta exceção à regra da necessidade de licitação para a concessão/permissão de serviços públicos.

42) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) A Constituição Federal veda, por razões de segurança nacional, que o transporte de produtos sensíveis na cabotagem seja feito por embarcações estrangeiras.

Item errado.

Nos termos do art. 178 da CF/88, a lei disporá sobre a ordenação dos transportes aéreo, aquático e terrestre, devendo, quanto à ordenação do transporte internacional, observar os acordos firmados pela União, atendido o princípio da reciprocidade.

Ademais, na ordenação do transporte aquático, a lei estabelecerá as condições em que o transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior poderão ser feitos por embarcações estrangeiras (art. 178, §único).

Ou seja, a Constituição Federal não veda o transporte de produtos sensíveis na cabotagem por embarcações estrangeiras. Pelo contrário, o art. 178, parágrafo único, autoriza o transporte por embarcações estrangeiras, desde que atendidas as condições estabelecidas pela legislação interna. E não é feita nenhuma ressalva com relação a produtos sensíveis.

43) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) Um dos princípios constitucionais da ordem econômica é o tratamento favorecido das empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.

Item errado.

Após a EC n° 6/95, não há mais tratamento favorecido para empresas brasileiras de capital nacional. A referida emenda substituiu esse princípio por aquele expresso no art. 170, IX:

“tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.”

44) (ESAF/AFRF/2005) As autorizações para pesquisa de recursos minerais serão concedidas sem prazo determinado, porém não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

Item errado.

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A questão está em desacordo com o art. 176, § 3°:

“A autorização de pesquisa será sempre por prazo determinado, e as autorizações e concessões previstas neste artigo não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.”

Assim, o erro da questão é afirmar que a autorização da pesquisa não teria prazo determinado. De acordo com o art. 176, §3° da CF/88, essa autorização será sempre por prazo determinado.

45) (ESAF/APO/MPOG/2005) A empresa pública que explore prestação de serviço poderá, desde que com autorização legal, gozar de privilégio não extensivo às empresas do setor privado.

Item errado.

Ótima questão para apresentarmos o entendimento do Supremo de que o art. 173, § 2°, aplica-se apenas às empresas públicas e sociedades de economia mista exploradoras de atividade econômica. Veja o seu teor:

“Art. 173, § 2º - As empresas públicas e as sociedades de economia mista não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às do setor privado.”

Analisando o caso da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT, o Supremo entendeu que essa empresa pública, entidade da Administração Indireta da União, goza dos mesmos privilégios concedidos à Fazenda Pública, em relação a: (i) imunidade tributária; (ii) impenhorabilidade de seus bens, rendas e serviços; e (iii) foro, prazos e custas processuais.

Nesse sentido, “no que concerne às obrigações tributárias, a ela não se aplica o § 2º do art. 173 da Constituição do Brasil, (...). O que resta definidamente evidente, neste passo, como anotei em outra ocasião, é que tanto o preceito inscrito no § 1º quanto o veiculado pelo § 2º do art. 173 da Constituição de 1988 apenas alcançam empresas públicas e sociedades de economia mista que explorem atividade econômica em sentido estrito. (...) As empresas públicas, sociedades de economia mista e outras entidades estatais que prestem serviço público podem gozar de privilégios fiscais, ainda que não extensivos a empresas privadas prestadoras de serviço público em regime de concessão ou permissão (art. 175 da CF 88)” (ACO 765-QO, voto do Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 1º-6-05, DJE de 7-11-08).

Assim, diante da decisão do Supremo, a questão está ERRADA, já que não há necessidade de autorização legal para que as empresas públicas e sociedades de economia mista gozem de privilégios fiscais. Se elas explorarem atividade econômica não poderão gozar de privilégios fiscais não extensivos às empresas do setor privado. Se elas

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forem prestadoras de serviço público poderão gozar desses privilégios independentemente de previsão legal.

46) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível não poderá fixar a alíquota da contribuição diferenciada por produto ou uso.

Item errado.

Tratemos agora do último assunto a se destacar, com relação à ordem econômica constitucional: Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico sobre combustíveis – CIDE-combustíveis.

A CIDE-combustíveis está disciplinada no art. 177, § 4°, da CF/88 e foi criada pela Emenda Constitucional nº 33, de 2001:

“§ 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso;

b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150,III, b;

II - os recursos arrecadados serão destinados:

a) ao pagamento de subsídios a preços ou transporte de álcool combustível, gás natural e seus derivados e derivados de petróleo;

b) ao financiamento de projetos ambientais relacionados com a indústria do petróleo e do gás;

c) ao financiamento de programas de infra-estrutura de transportes.”

Observa-se que está ERRADA a questão, tendo em vista que, nos termos do art. 177, § 4°, I, “a”, a alíquota da CIDE-combustíveis poderá ser diferenciada por produto ou uso.

Por fim, vale destacar que as Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico – CIDEs são instrumentos para a atuação da União na área econômica, sendo a CIDE-combustíveis uma contribuição desse tipo. Daí decorre a possibilidade de diferenciar a alíquota por uso, a não-observância do princípio da anterioridade na redução e restabelecimento de alíquota (devido à necessidade de rapidez na medida) e as destinações dos recursos expressamente estabelecidas no art. 177, § 4°, II da CF/88.

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47) (ESAF/AFRF/2005) À redução e ao restabelecimento da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de comercialização de petróleo e seus derivados, aplica-se o princípio da anterioridade.

Item errado.

A questão se refere ao artigo 177, § 4°, I, “b”:

“§ 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:

I - a alíquota da contribuição poderá ser: a) diferenciada por produto ou uso;

b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, b.”

Observa-se que esse dispositivo constitucional faz remissão ao princípio da anterioridade tributária do exercício financeiro (art. 150, III, “b”), que não se aplica à CIDE-combustíveis, no tocante à redução e restabelecimento de alíquota. Ou seja, a alíquota da contribuição poderá ser reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o princípio da anterioridade do exercício financeiro.

Caro amigo, só podemos agradecer pela confiança e desejar-lhe boa sorte na sua prova!

Um grande abraço.

Vicente e Fred

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RELAÇÃO DAS QUESTÕES COMENTADAS NESTA AULA

1) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Apenas com o processo de redemocratização do país, implementado por meio da Constituição de 1946, é que tomou assento a ideologia do Estado do Bem-Estar Social, sob a influência da Constituição Alemã de Weimar, tendo sido a primeira vez que houve inserção de um título expressamente destinado à ordem econômica e social.

2) (ESAF/AFRF/2005) A adoção da dignidade humana como fundamento da República Federativa do Brasil tem reflexos, no texto constitucional brasileiro, tanto na ordem econômica como na ordem social.

3) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Nos termos da Constituição, a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

a) obediência aos tratados internacionais de que o Brasil seja signatário, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

b) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

c) defesa intransigente do patrimônio nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno

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porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

d) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, direitos humanos, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

e) soberania nacional, propriedade privada, função social da propriedade, livre concorrência, defesa do consumidor, defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação, redução das desigualdades regionais e sociais, busca do pleno emprego, tratamento favorecido para as empresas de pequeno e médio porte constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e administração no País.

4) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) Na perspectiva da livre concorrência, consagrada no Texto Constitucional, deve ser considerado inconstitucional o tratamento diferenciado que a lei conferir a empresas constituídas sob as leis brasileiras.

5) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) A redução das desigualdades sociais e regionais e a busca do pleno emprego são princípios constitucionais que expressamente vinculam a ordem econômica brasileira.

6) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) É assegurado a todos o livre exercício de qualquer atividade econômica, independentemente de autorização de órgãos públicos, salvo nos casos previstos em lei.

7) (ESAF/APO/MPOG/2008) Ressalvados os casos já existentes quando da promulgação da Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo conforme definidos em lei.

8) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2007) As empresas públicas se sujeitam ao regime jurídico próprio das empresas privadas, inclusive quanto aos direitos e obrigações trabalhistas, motivo pelo qual não necessitam observar a regra rígida de contratação de servidores mediante concurso público.

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9) (ESAF/ACE/TCU/2006) De acordo com a Constituição Federal, a prestação de serviços públicos dar-se-á diretamente pelo Poder Público ou mediante concessão ou permissão. O texto constitucional prevê, ainda, lei que regrará esta prestação. Assinale, no rol abaixo, o instituto que não está mencionado na norma constitucional como diretriz para esta mencionada lei.

a) Direitos dos usuários.

b) Política tarifária.

c) Obrigação de manter serviço adequado.

d) Condições de caducidade e rescisão da concessão ou permissão.

e) Critérios de licitação para a escolha dos concessionários ou permissionários.

10) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) A lei disciplinará, com base no interesse nacional, os investimentos de capital estrangeiro, incentivará os reinvestimentos e regulará a remessa de lucros.

11) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado será permitida sem restrições.

12) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) O Estado deve atuar como agente regulador da atividade econômica. Nessa tarefa, exercerá as funções de fiscalização e incentivo. O planejamento, por sua vez, por atribuição constitucional, deverá ser exercido pelo setor privado.

13) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, havendo reciprocidade de tratamento, o atendimento de requisições de documento ou informação de natureza comercial, feitas por autoridade administrativa ou judiciária estrangeira a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no País, não dependerá de autorização do Poder competente.

14) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) Na exploração direta de atividade econômica por sociedade de economia mista, poderá ser editada lei ordinária que, dispondo de forma diferenciada quanto à contratação de obras e serviços, a desobrigue de observar os princípios gerais de licitação e restrinja a aplicação do princípio da publicidade.

15) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Certas atividades que constituem monopólio da União somente podem ser realizadas por empresas estatais.

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16) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) O transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional ou de derivados básicos de petróleo produzidos no País, bem assim o transporte, por meio de conduto, de petróleo bruto, seus derivados e gás natural de qualquer origem constituem monopólio da União.

17) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A pesquisa e a lavra de recursos minerais poderão ser efetivadas mediante autorização ou concessão da União a empresas brasileiras ou estrangeiras.

18) (ESAF/APO/MPOG/2008) As jazidas, em lavra ou não, e demais recursos minerais e os potenciais de energia hidráulica constituem propriedade distinta da do solo, para efeito de exploração ou aproveitamento, garantida à União a propriedade do produto da lavra.

19) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) As cooperativas de garimpeiros sempre terão prioridade na concessão de lavra dos recursos e jazidas de minerais garimpáveis.

20) (ESAF/PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO/2008) Não dependerá de autorização ou concessão o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida.

21) (ESAF/AFRF/2005) Nos termos da Constituição Federal, pode a União contratar com particulares a realização de lavra e enriquecimento de minérios e minerais nucleares.

22) (ESAF/AFRF/2005) A Constituição Federal veda o transporte de mercadorias na cabotagem por embarcações estrangeiras.

23) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) A defesa do meio ambiente constitui um dos princípios informadores da atividade econômica, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação.

24) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) A função social da propriedade constitui um dos princípios informadores da atividade econômica, imprimindo a idéia de que a propriedade privada deve servir aos interesses da coletividade. Todavia, a inobservância a esse princípio não é capaz de promover limitação de caráter perpétuo à propriedade urbana ou rural.

25) (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ-CE/2007) O sistema financeiro nacional, estruturado de forma a promover o desenvolvimento equilibrado do País e a servir aos interesses da coletividade, não abrange as cooperativas de crédito.

26) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) Como agente normativo e regulador da atividade econômica, o Estado

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exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização, incentivo e planejamento, sendo este, em razão da isonomia concorrencial, indicativo tanto para o setor público como para o setor privado.

27) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A União poderá contratar com empresas estatais ou privadas a refinação do petróleo nacional ou estrangeiro, observadas as condições estabelecidas em lei.

28) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A navegação de cabotagem é privativa de embarcações nacionais, salvo caso de necessidade pública, hipótese em que é autorizada a contratação de embarcação estrangeira, atendido o princípio da reciprocidade.

29) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) As empresas públicas e sociedades de economia mista, bem como suas subsidiárias, possuem regime jurídico próprio, que prevalece sobre o regime jurídico aplicável às empresas privadas.

30) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Nos conselhos de administração e fiscais das sociedades de economia mista, não se admite a participação de acionistas minoritários.

31) (ESAF/PROCURADOR DA FAZENDA/PGFN/2006) Todas as atividades que constituem monopólio da União podem ser realizadas tanto por empresas estatais como por empresas privadas.

32) (ESAF/APO/MPOG/2005) A exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária ao relevante interesse coletivo, conforme definido em lei.

33) (ESAF/APO/MPOG/2005) Como agente normativo da atividade econômica, o Estado exercerá, na forma da lei, as funções de fiscalização e planejamento, sendo este determinante, tanto para o setor público, como para o setor privado.

34) (ESAF/APO/MPOG/2005) As concessões de lavra de jazidas e demais recursos minerais poderão ser cedidas total ou parcialmente sem prévia anuência do poder concedente, sendo necessária tão-somente a comunicação da cessão.

35) (ESAF/APO/MPOG/2005) Constituem monopólio da União a pesquisa e a lavra das jazidas de petróleo e gás natural e o transporte marítimo do petróleo bruto de origem nacional, sendo que a União poderá contratar empresa estatal ou privada para a realização dessas atividades.

36) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A Constituição Federal preconiza o incentivo à empresa brasileira de capital nacional.

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37) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) O transporte de mercadorias na cabotagem e a navegação interior são privativos de empresas brasileiras.

38) (ESAF/AUDITOR FISCAL/ SEFAZ-CE/1998) A pesquisa e a lavra das jazidas de Petróleo, bem como a pesquisa, a lavra, o enriquecimento, o reprocessamento, a industrialização e o comércio dos minerais nucleares poderão ser objeto de contrato com empresas estatais ou privadas.

39) (ESAF/PROCURADOR/BACEN/2001) A Constituição situa a exploração direta da atividade econômica do Estado como tarefa típica e ordinária do Estado.

40) (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Em razão de alteração do texto original da Constituição Federal de 1988, o aproveitamento do potencial de energia renovável de capacidade reduzida, por particular, dependerá de autorização expressa da União.

41) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) A concessão ou permissão, feita pelo Poder Público a pessoa física ou jurídica, para prestação de serviços públicos, regra geral será precedida de licitação, podendo esta ser dispensada nas hipóteses previstas de forma expressa no texto constitucional.

42) (ESAF/ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO/TCU/2006) A Constituição Federal veda, por razões de segurança nacional, que o transporte de produtos sensíveis na cabotagem seja feito por embarcações estrangeiras.

43) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) Um dos princípios constitucionais da ordem econômica é o tratamento favorecido das empresas brasileiras de capital nacional de pequeno porte.

44) (ESAF/AFRF/2005) As autorizações para pesquisa de recursos minerais serão concedidas sem prazo determinado, porém não poderão ser cedidas ou transferidas, total ou parcialmente, sem prévia anuência do poder concedente.

45) (ESAF/APO/MPOG/2005) A empresa pública que explore prestação de serviço poderá, desde que com autorização legal, gozar de privilégio não extensivo às empresas do setor privado.

46) (ESAF/ANALISTA DE FINANÇAS E CONTROLE/CGU/2006) A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível não poderá fixar a alíquota da contribuição diferenciada por produto ou uso.

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47) (ESAF/AFRF/2005) À redução e ao restabelecimento da contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de comercialização de petróleo e seus derivados, aplica-se o princípio da anterioridade.

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GABARITOS OFICIAIS

1) E 2) C 3) B 4) E 5) C 6) C 7) E 8) E 9) E

10) C 11) E 12) E

13) E 14) E 15) C 16) C 17) E 18) E 19) E 20) C 21) E 22) E 23) C 24) E

25) E 26) E 27) C 28) E 29) E 30) E 31) E 32) E 33) E 34) E 35) C 36) E

37) E 38) E 39) E 40) E 41) E 42) E 43) E 44) E 45) E 46) E 47) E