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Direito Penal II
Professora: Cristiana Russo
TEORIAS DA PENA• a) Teoria absoluta ou da retribuição: a pena possui
função una, de penalizar o agente do delito, estando assim, consolidada apenas como ato do Estado-Juiz concernente a punir o delinqüente, de forma superveniente ao delito.
• b) Teoria relativa ou da prevenção: a aplicação da pena, tem caráter preventivo, visando compelir o indivíduo a não praticar o ato originariamente (prevenção geral), em vista do receio da punição do Estado, e ainda, associadamente, a partir do tolhimento da convivência social do delinqüente buscando ressocializá-lo por mecanismos verificados em meio a execução da pena (prevenção especial). Visando em vez de puni-los, não possibilitar sua existência, de acordo com a expressão popular “cortar o mal pela raiz.”
TEORIAS DA PENA
• c) Teoria mista ou conciliatória: Consubstancia-se na fusão da teoria da retribuição com a teoria da prevenção, exprimindo a idéia da função da aplicação duplamente funcional da pena, punindo o indivíduo que já praticou a infração penal, bem como prevenindo por meio de uma atemorização social baseada na segregação individual imposta a partir da condenação e execução da pena.
PRINCÍPIOS•
1. O PRINCÍPIO VETOR DO DP é o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana (PDPH). Trata-se de um valor espiritual e moral inerente ao indivíduo que lhe confere a capacidade de se autodeterminar em sociedade e de forma consciente e ostentanto um rol de direitos diante do estado. Visa garantir a liberdade do indivíduo frente ao Estado legislador, O legislador de tipos penais sempre deve ter em emnte o PDPH. Este é o princípio fundante da Constituição Federal. O Nucci não aceita este PDPH como Princípio de DP, mas apenas como fundamento constitucional.
•2. PRINCÍPIO DA INTRANSMISSIBILIDADE DA PENA ou da pessoalidade da pena. A pena não se transmite aos herdeiros. No caso da multa, sanção penal, ela também não é transferia aos herdeiros. É diferente da sentença penal condenatória que executada no cível pode alcançar os herdeiros no limite da força da herança. A pena não ultrapassar a pessoa do condenado.
3. PRINCÍPIO DA INDIVIDUALIZAÇÃO DA PENA – A pena não pode ser padronizada. A cada delinquente cabe a exata medida punitiva pelo que fez. Não se pode igualar os desiguais. determina a estrita correspondência entre a ação do agente e a repressão do Estado que se dá em três etapas : 1. a edição do tipo penal, com patamares mínimo/máximo fixados previamente;
• 4. PRINCÍPIO DA HUMANIDADE DAS PENAS – O Brasil vedou aplicação de penas insensíveis e dolorosas, respeitando-se a integridade física e moral do condenado.
• XLVII - não haverá penas:
a) de morte, salvo em caso de guerra declarada, nos termos do art. 84, XIX;b) de caráter perpétuo;c) de trabalhos forçados;d) de banimento;e) cruéis
• XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito, a idade e o sexo do apenado;
XLIX - é assegurado aos presos o respeito à integridade física e moral;L - às presidiárias serão asseguradas condições para que possam permanecer com seus filhos durante o período de amamentação
• 5- Princípio da Legalidade: a pena a ser aplicada e posteriormente executada, deve estar contida previamente em lei vigente, sendo inadmissível que seja tal punição, cominada em regulamento infralegal. De forma expressa, tal característica está na CF em seu art. 5°, XXXIX e no CP no art. 1°.
• 6- Princípio da Anterioridade: a lei deve estar em vigor na época em que for praticada a infração penal.
• 7- Princípio da Inderrogabilidade: A pena deverá ser aplicada, sempre que se configurar simetria perfeita entre o tipo penal, e a atitude empregada pelo indivíduo. Contudo, há situações excepcionais que excluem a ilicitude, por exemplo. Entretanto, via de regra não pode haver extinção da pena, por mera liberalidade do juiz, ou qualquer autoridade que intente a efetivação de tal proposta.
• 8- Princípio da Proporcionalidade: a pena deverá exercer função especificamente ao crime cometido, de acordo com a situação do delito.
QUADRO GERAL DAS PENAS
(Regime iniciais e substituições possíveis)
NÃO REINCIDENTES
RECLUSÃO(crime doloso) DETENÇÃO(crime doloso)
DETENÇÃO ( crime culposo)
mais de 8 anos-regime fechado
mais de 4 até 8 anos- regime
semi-aberto
Mais de 4 anos – regime semi-aberto
Mais de 4 anos- regime semi-aberto ou PRD (pena
restritiva de direito) e multa ou 2 PRD
de 1 a 4 anos – regime abertoDe 1 a 4 anos – regime
abertoDe 1 a 4 anos – regime aberto ou
1 PRD e multa ou 2 PRD
mais de 6 meses e menos de 1
ano regime aberto ou uma
PRD
Mais de 6 meses e menos de 1 ano
regime aberto ou uma PRD
Mais de 6 meses e menos de 1 ano regime aberto ou uma
PRD
Até 6 meses – regime aberto ou
multa
Até 6 meses regime aberto ou multa
Até 6 meses regime aberto ou multa
• DIFERENÇA ENTRE RECLUSÃO E DETENÇÃO:
• reclusão: F – S.A – A• detenção: S.A – A
• reclusão: art. 92, II CP: ’ Art. 92 - São também efeitos da condenação”:
• II - a incapacidade para o exercício do pátrio poder, tutela ou curatela, nos crimes dolosos, sujeitos à pena de reclusão, cometidos contra filho, tutelado ou curatelado; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
• reclusão: internação para medida de segurança.
• Detenção: tratamento ambulatorial.• reclusão: cumpre primeiro• reclusão: crimes mai graves• detenção: máximo 3 anos, para crimes
menores ( deveria ser cumprida a pena separada dos demais detentos).
• Regime inicial – HC 82.959 DO STF.• Prisão Simples: S.A – A, estabelecimento especial,
sem rigor penitenciário.• não permite regressão para o fechado, só pode
ocorrer do Aberto p/ semiaberto.
• CTC – Comissão Técnica de Classificação – Submete o condenado ao iniciar a pena exame criminológico, estabelecendo o seu perfil psicológico e classificá-lo de acordo com a sua personalidade, e seus antecedentes.
• ver art. 6º da LEP, alterado pela Lei 10.792/03, incluindo o preso provisório no rol dos que farão programa individualizador. Recebe Crítica da doutrina.
• REGRAS DO REGIME FECHADO: (art.34, CP).
• Exame crimológico: individualização da execução (art.34, caput, CP e art. 8º, caput, LEP).
• Trabalho interno – durante o dia, de acordo com suas aptidões ou ocupações anteriores à pena.
• Tem finalidade educativa e produtiva (art. 28, LEP), é remunerado, não podendo tal remuneração ser inferior a ¾ do salário mínimo (art. 39 CP e art 29 da LEP), o preso tem direito aos benefícios da Previdência Social, art.41, III LEP.
• O trabalho interno é dever do preso (art.31 e 39, V, LEP) a recusa deste trabalho constitui falta grave.
• O preso provisório não está obrigado ao trabalho.• Jornada: não inferior a 6h, nem superior à 8h (descanso
domingos e feriados)• A cada 3 dias trabalhados, desconta-se 1. (REMIÇÃO)
• Art. 106. A guia de recolhimento, extraída pelo escrivão, que a rubricará em todas as folhas e a assinará com o Juiz, será remetida à autoridade administrativa incumbida da execução e conterá:
• I - o nome do condenado;• II - a sua qualificação civil e o número do registro
geral no órgão oficial de identificação;• III - o inteiro teor da denúncia e da sentença
condenatória, bem como certidão do trânsito em julgado;
• IV - a informação sobre os antecedentes e o grau de instrução;
• V - a data da terminação da pena; • VI - outras peças do processo reputadas
indispensáveis ao adequado tratamento penitenciário.
• Art. 107 LEP. Ninguém será recolhido, para cumprimento de pena privativa de liberdade, sem a guia expedida pela autoridade judiciária.
• § 1° A autoridade administrativa incumbida da execução passará recibo da guia de recolhimento para juntá-la aos autos do processo, e dará ciência dos seus termos ao condenado.
• § 2º As guias de recolhimento serão registradas em livro especial, segundo a ordem cronológica do recebimento, e anexadas ao prontuário do condenado, aditando-se, no curso da execução, o cálculo das remições e de outras retificações posteriores.
• Art. 108. O condenado a quem sobrevier doença mental será internado em Hospital de Custódia e Tratamento Psiquiátrico.
• Art. 109. Cumprida ou extinta a pena, o condenado será posto em liberdade, mediante alvará do Juiz, se por outro motivo não estiver preso.
• Aplicada falta grave, perde-se os dias remidos.
• Trabalho externo – É admissível o trabalho fora do estabelecimento carcerário, em serviços ou obras públicas, com cautelas contra fuga.
• REQUISITOS: Aptidão, disciplina, responsabilidade e cumprimento de 1/6 da pena, o trabalho depende de autorização administrativa do diretor do estabelecimento.
• REGIME DISCIPLINAS DIFERENCIADO (RDD) – ART. 52, LEP.
• Para o condenado definitivo e o preso provisório que cometeram crimes doloso capaz de ocasionar subversão da ordem ou disciplina interna.
• CARACTERÍSTICA:• 1º) duração máxima de 360 dias sem prejuízo de
repetição da sanção por nova falta grave de mesma espécie, até o limite de 1/6 da pena aplicada;
• 2º) recolhimento em cela individual;• 3º) visitas semanais de 2 pessoas, sem contar as
crianças, com duração de 2 horas;• 4º) o preso terá direito a saída da cela por duas horas
diárias para banho de sol;•
• Segundo o disposto no § 1º do art. 52, o regime disciplinar diferenciado também poderá abrigar presos provisórios ou condenado, nacionais ou estrangeiros que apresentam alto risco para o ordem e a segurança do estabelecimento penal ou da sociedade. Por fim, dispõe o § 2º do mesmo dispositivo que estará igualmente sujeito ao regime disciplinar diferenciado o preso provisório ou o condenado sob o qual recaiu fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, em organizações criminosas, quadrilha ou bando.
• Ver art. 52 LEP
CONSTITUCIONALIDADE E INCONSTITUCIONALIDADE DO RDD.
• Capez- favorável• Bitencurt – contra.• STJ – Favorável para resguardar a ordem
pública.