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DIREITO INTERNACIONAL II Eduardo Gomes [email protected] Bibiliografia Básica: Nadia de Araujo- Teoria e Prática Jacob Dolinger Lei de introdução do Código Civil Fichamento – Condição jurídica do Estrangeiro – Jacob Relatório de 3 pgs, com os objetivos, considerações críticas. Contratos Internacionais – Nadia de Araújo 1. Objetivo Noção Geral Antes de dar introdução ao Direito Internacional Privado, vamos relembrar o Direito Internacional Público, onde os sujeitos são : os Estados, os indivíduos… Também existem os tratados entre Estados. O Estado é que tem a competência de um tratado. Mas internamente a Constituição é que irá regrar, é na Constituição que se busca a fonte, interna, para se saber os requisitos de confecção, homologação dos tratados. Ex: segurança coletiva estabelecido pelo art. 7o. da carta das Nações Unidas. Esta matéria é de Dto internacional pois a fonte está nos tratados. O Direito Internacional privado não é Direito internacional e sim direito interno. A sua fonte para a solução de aplicações de Leis está no Direito interno. A finalidade do Direito Internacional Privado resolver conflito de leis no espaço. Isso significa que numa relação jurídica entre dois Estados ou ordenamentos jurídicos distintos, o problema a ser resolvido é que lei deve ser aplicada, a Lei do Estado 1 ou a Lei do Estado 2? Qual o caminho a ser seguido para descobrir a Lei a ser aplicada.? O D I PR irá indicar as regras através das convenções, costumes, tratados, Leis, ou seja através das fontes do direito. A principal fonte á a Lei (1º. Bimestre será trabalhado a Lei de introdução do CC Lei 4 407/92; a CC/88 art. 12 e o Estatuto do Estrangeiro Lei 6815/80). Desde que respeitados as Leis do pais ele porá realizar atos naquele pais. Ex: estrangeiro realizar testamento no Brasil a Lei de capacidade é de 16 anos, se realizado no Brasil por um Francês, por exemplo, ele poderá celebrar no Brasil, será válido no Brasil. 2. Conceito Direito Internacional Privado - é o ramo do direito que tem por finalidade resolver as questões decorrentes de aplicação da lei no espaço que envolvem dois ou mais sistemas jurídicos. Ele também poderá examinar outras questões, como exemplo: a nacionalidade, art. 12 CC/ 88, os meios de aquisição e perdas da nacionalidade. 3. Natureza jurídica do Direito Internacional Privado (a) A denotação “internacional” é equivocada, uma vez que a autoria de suas regras é interna e não internacional (fontes internas). Além disso, essa denominação dá idéia de uma relação entre os Estados, quando na verdade trata de interesses de pessoas privadas e quando cuida de interesses do Estado, este figura tão-somente como membro da sociedade comercial internacional. (b) Ademias, a denominação “privado” também recebe críticas, posto que estão incluídas na disciplina questões de outras matérias. - Sugestão: “Direito Intersistemático” 1 1

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DIREITO INTERNACIONAL II

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DIREITO INTERNACIONAL II

Eduardo Gomes

[email protected] Bsica:Nadia de Araujo- Teoria e Prtica

Jacob Dolinger

Lei de introduo do Cdigo CivilFichamento

Condio jurdica do Estrangeiro Jacob Relatrio de 3 pgs, com os objetivos, consideraes crticas.

Contratos Internacionais Nadia de Arajo

1. ObjetivoNoo Geral

Antes de dar introduo ao Direito Internacional Privado, vamos relembrar o Direito Internacional Pblico, onde os sujeitos so : os Estados, os indivduos

Tambm existem os tratados entre Estados.

O Estado que tem a competncia de um tratado. Mas internamente a Constituio que ir regrar, na Constituio que se busca a fonte, interna, para se saber os requisitos de confeco, homologao dos tratados. Ex: segurana coletiva estabelecido pelo art. 7o. da carta das Naes Unidas. Esta matria de Dto internacional pois a fonte est nos tratados.O Direito Internacional privado no Direito internacional e sim direito interno. A sua fonte para a soluo de aplicaes de Leis est no Direito interno.A finalidade do Direito Internacional Privado resolver conflito de leis no espao. Isso significa que numa relao jurdica entre dois Estados ou ordenamentos jurdicos distintos, o problema a ser resolvido que lei deve ser aplicada, a Lei do Estado 1 ou a Lei do Estado 2? Qual o caminho a ser seguido para descobrir a Lei a ser aplicada.? O D I PR ir indicar as regras atravs das convenes, costumes, tratados, Leis, ou seja atravs das fontes do direito. A principal fonte a Lei (1. Bimestre ser trabalhado a Lei de introduo do CC Lei 4 407/92; a CC/88 art. 12 e o Estatuto do Estrangeiro Lei 6815/80). Desde que respeitados as Leis do pais ele por realizar atos naquele pais. Ex: estrangeiro realizar testamento no Brasil a Lei de capacidade de 16 anos, se realizado no Brasil por um Francs, por exemplo, ele poder celebrar no Brasil, ser vlido no Brasil.

2. Conceito

Direito Internacional Privado - o ramo do direito que tem por finalidade resolver as questes decorrentes de aplicao da lei no espao que envolvem dois ou mais sistemas jurdicos.

Ele tambm poder examinar outras questes, como exemplo: a nacionalidade, art. 12 CC/ 88, os meios de aquisio e perdas da nacionalidade.3. Natureza jurdica do Direito Internacional Privado

(a) A denotao internacional equivocada, uma vez que a autoria de suas regras interna e no internacional (fontes internas). Alm disso, essa denominao d idia de uma relao entre os Estados, quando na verdade trata de interesses de pessoas privadas e quando cuida de interesses do Estado, este figura to-somente como membro da sociedade comercial internacional.

(b) Ademias, a denominao privado tambm recebe crticas, posto que esto includas na disciplina questes de outras matrias.

- Sugesto: Direito Intersistemtico

- Denominao Direito Internacional Privado mantida por razes didticas.

- A idia central do DIPRI trabalhar com os conflitos de Lei no Espao.O que prevalece no Estado a idia da soberania. Por isso algumas leis internacionais podero ou no serem aplicadas isso vai depender se elas respeitam ou no a soberania daquele Estado.Escola Francesa - O Brasil segue a escola Francesa que tem como objetos do DIPRI: a nacionalidade, a Condio jurdica do estrangeiro, o Conflito de leis e os Conflito de jurisdies.(a) Nacionalidade -Trata da caracterizao do nacional de cada Estado, das formas originrias e derivadas de aquisio da nacionalidade, da perda e reaquisio da nacionalidade, dos conflitos positivos e negativos da nacionalidade, que podem ocasionar a dupla nacionalidade e a apatrdia, dos efeitos do casamento sobre a nacionalidade e das eventuais restries aos nacionais por naturalizao.

(b) Condio jurdica do estrangeiro

Trata dos direitos dos estrangeiros de entrar e permanecer no pas. Uma vez domiciliado ou residente no territrio nacional, trata de seus direitos no plano econmico (civil e comercial); social (trabalhista e previdencirio); pblico (funcionalismo); poltico (eleitoral), incluindo restries que sofre em determinadas reas da atividade humana.

(c) Conflito de leis vem da escola Inglesa.

Trata das relaes humanas ligadas a dois ou mais sistemas jurdicos, cujas normas materiais no coincidem, cabendo determinar qual dos sistemas deve ser aplicado. So normas diferentes sobre mesmo instituto, cada uma idealizada para uma sociedade.

(d) Conflito de jurisdies

Trata da competncia do Poder Judicirio na soluo de conflitos que envolvem pessoas, coisas ou interesses que extravasam os limites de soberania. A competncia da jurisdio internacional refere-se ao reconhecimento e execuo de sentenas proferidas no estrangeiro.

Exemplo 1) Um francs que vem para o Brasil e faz o seu testamento. Este ser vlido?

Primeiro dever ser qualificado este indivduo, a sua capacidade jurdica, no Brasil adotado o critrio do domiclio. A inteno do legislador foi de resolver de melhor forma o conflito de leis no espao. Pois na Europa aplicada a regra da nacionalidade.

Ser Estudado do ponto 1 ao ponto 3 do livro do Jacob Dolinger

(e) Direitos adquiridos na sua dimenso internacional

Trata da mobilidade das relaes jurdicas, quando nascem numa jurisdio, repercutindo seus efeitos em outra, sujeita legislao diversa.

Troca de Direitos Adquiridos - Alan defende a insero no mbito do DIPRI os direitos adquiridos em outro sistema jurdico devem ser garantidos em outros ordenamentos jurdicos, ex: casamento, pois uma condio do indivduo. Ex: o islmico que tem 7 esposas s ser reconhecida a 1 esposa para fins de ordenamento jurdico no Brasil.Exemplo 2): Um Francs que adquire a nacionalidade brasileira e vai depois de algum tempo para a Frana e faz um testamento. O testamento ser reconhecido na Frana pois a regra aplicada na Frana a da nacionalidade. Esse sujeito com nacionalidade brasileira ter o seu direito adquirido de sua nacionalidade como brasileiro.Objetivos do DIPRI

1- Resolver conflitos de leis no espao usando a escola inglesa.

2 -

- Concepo da Escola Inglesa: Conflict of Laws

Estudam o conflito das leis e o conflito das jurisdies, incluindo o reconhecimento de sentenas estrangeiras.

Dia 6/08/07

Diferena entre o DIP e o DIPRI

Distino entre Direito Internacional Pblico e Direito Internacional Privado

- Enquanto um regido por tratados e convenes (ART. 38), sendo controlada a observncia de suas normas por rgos internacionais e regionais; o outro preponderantemente composto de normas produzidas pelo legislador interno (resoluo de conflitos entre normas internas).

- O Direito Internacional Pblico versa sobre interesses estatais e conflitos entre soberanias, o que caracteriza a sua internacionalidade. J o Direito Internacional Privado trata de interesses de pessoas privadas e quando cuida de interesses do Estado, este figura to-somente como membro da sociedade comercial internacional (Exemplo: Petrobrs). Esta cincia estuda os conflitos interespaciais bem como os interpessoais. a projeo do direito interno sobre o plano internacional (BARTIN). O direito internacional Privado a dimenso internacional ou universalista do direito interno (FERRER CORREIA).

A resposta para essa distino est no direito interno, est na Constituio. As regras internacionais sero internacionalizadas e sero incorporadas no direito interno.Os tratados sero recepcionados pelo Estado, mas esta analise de aceitao ser feita pelo direito constitucional. Para saber em um caso concreto, a matria de direito internacional devem ser analisados: as fontes e a repercusso do caso concreto.

O direito internacional privado interdisciplinar.Relao do Direito Internacional Privado com demais ramos do direito

Fala-se em afinidades com os demais ramos do direito. Alm disso, o alcance da disciplina materializa-se na aplicao de seus princpios e regras s demais disciplinas jurdicas, na influncia de suas regras sobre a aplicao das normas de todos os campos do direito.

- Direito civil

Exemplo: casamento com estrangeiro; maioridade civil.

- Direito comercial

Exemplo: efeitos da falncia de uma sociedade.

- Direito do Trabalho

Exemplo: Contratao de um pintor pela Embaixada

matria de interesse do Direito Internacional Privado? Deve-se analisar: 1) se um ato de gesto ou um ato de imprio; 2) se h interesse coletivo ou interesse privado.

Vigora no direito internacional o principio da soberania dos Estados o princpio da imunidade de jurisdio. Mas a imunidade absoluta relativizado.- Direito Tributrio

Exemplo: Imposto de renda (lucros de uma empresa no exterior); previdncia.

- Direito Penal

Exemplo: ART. 7, inciso II, letra c do CP

Competncia- aplicado a regra do direito territorial.

Exemplo: brasileiros que foram presos por porte de drogas, aplica-se a regra da territorialidade.

- Direito Constitucional

Exemplo: Nacionalidade art. 12 CF/88.(ius soli, ius sanguineo). - Direito Processual Civil

Exemplo: Questo de competncia; aplicao de leis estrangeiras.

ART. 88 CPC; ART. 89 CPC; estes artigos tratam da competncia internacional da autoridade brasileira. ART. 90 CPC trata da litispendncia, o Brasil no reconhece a litispendncia internacional. A principio no h conflito, s haver conflito quando essa sentena estrangeira venha ser executada no Brasil.Fichamento dos Acrdos 1 a 3 LaudasEx: objeto do acrdo a Ementa

Analise do Caso

Introduo colocar Objeto de anlise com a justificativa porque escolheu aquela parte do acrdo para analisar.

Desenvolvimento

Concluso crtica fundamentada.

Dia 14/08/07

Mtodo de anlise

MTODO UNILATERAL (Brainerd Currie)

a preocupao da Lei e sua eficcia extraterritorial. Estabelecer critrios na Lei para que ela possa criar efeitos no mundo jurdico. Ex: ART 7(1 e o ART.10 (1 LICC. O critrio est estabelecido. o enfoque que compara leis de diversos sistemas, divergentes entre si. Procura-se decidir sobre a extenso da aplicao da norma legal de acordo com os interesses governamentais que a mesma seja aplicada em hipteses de conflito. Por este mtodo procura-se o alcance extraterritorial de determinadas normas internas de um sistema jurdico.

O mtodo unilateral foca diretamente sobre o contedo das leis substantivas concorrentes e tenta resolver o problema conflitual delineando o raio de ao pretendido para as leis em questo, com base nos seus objetivos.

MTODO BILATERAL OU MULTILATERAL (Savigny)

Poder ser aplicada tanto a Lei do Estado Acomo a Lei do Estado B. a visao multilateralista procura identificar qual a melhor regra de direito material a ser aplicada. Art. 7. E 8.da LICC.Qual a lei aplicvel para as diferentes relaes jurdicas? Exemplo: ART. 8 LICC.Qual a viso do legislador?

um mtodo baseado nas teorias que procuram detectar o centro de gravidade de uma relao jurdica (princpio da proximidade).

O mtodo multilateral classifica as relaes jurdicas em categorias preestabelecidas, emprestadas do direito interno, e em seguida atribui cada uma destas relaes a uma ordem jurdica qual ela pertence. O enfoque na relao jurdica e sua conexo territorial ou de outra natureza com determinado Estado, ao invs de um desejo unilateral dos Estados envolvidos de que sua lei seja a aplicada.

O DIPRI um direito conflitual porque envolve dois ou mais sistemas jurdicos e atravs dos elementos de conexo do DIPRI que sero resolvidos os conflitos de Direito material da Lei no Espao. Nesse caso o auxilio vem do Direito Uniforme.

Direito Uniforme

- O Direito Internacional Privado trata basicamente das relaes humanas vinculadas a sistemas jurdicos autnomos e divergentes. Direito conflitual conflito de leis no espao. Porm, deve-se considerar tambm as hipteses em que os direitos autnomos no divergem, mas coincidem em suas regras tratados e convenes (Direito Uniforme).

- O Direito Uniforme aquele que estabelece regras materiais, substanciais, diretas que se aplicam uniformemente aos litgios e determinadas situaes jurdicas entre duas jurisdies. Tentativa de codificao do Direito Internacional Privado. Exemplo: Conveno de Genebra; Conveno de Varsvia.

O direito uniforme tem por finalidade eliminar os conflitos decorrentes da aplicao da Lei no espao. O direito uniforme poder ser espontneo ou dirigido.

Direito Uniforme Espontneo: ocorre quando coincidem os direitos primrios de dois ou mais ordenamentos, seja naturalmente e casualmente, seja porque tm a mesma origem, ou porque sofreram influncias idnticas, ou ainda, quando pases adotam sistemas jurdicos clssicos. resultante da natural coincidncia de legislaes influenciadas pelos mesmos fatores ou da iniciativa unilateral de um Estado de seguir as normas do direito positivo de outro. uma aproximao legislativa. Ex: o Cdigo Civil de 1916, a LICC de 1916, quando o direito civil brasileiro seguiu o direito civil continental europeu. Ou seja, foi incorporando no ordenamento brasileiro. Ou quando o Direito brasileiro influencia os outros ordenamentos jurdicos.Direito Uniforme Dirigido: resulta de esforo comum de dois ou mais Estados no sentido de uniformizar certas instituies jurdicas (direito uniformizado). Isso se d atravs de Tratados ou Convenes Internacionais. uma negociao entre Estados para uniformizar algumas normas que devero ser internizadas em cada Estado.No possvel codificar o Direito Internacional.Para saber qual ser o direito uniforme espontneo ou dirigido deve-se saber da onde decorreu aquela norma, se de forma natural (espontnea) ou atravs de um tratado (dirigido).Obs: Em termos universais prevalece a diversidade dos sistemas jurdicos, em decorrncia da disparidade de condies climticas, tnicas, geogrficas, econmicas, sociais, religiosas e polticas. Essa diversidade considerada natural e necessria. Natural, porque a legislao de cada Estado deve constituir o reflexo das necessidades especiais de seu povo, de acordo com o estado atual de sua cultua e o nvel de sua civilizao. E necessria, porque a vida do direito positivo depende de seu progresso e transformao. Sistemas jurdicos com a mesma origem e criados pela mesma fonte, vo se diversificando medida que evoluem de acordo com as necessidades e influncias de seu meio ambiente.

Polmica entre Asser e Jitta (depende do objeto de anlise do Direito Uniforme)

Qual o papel do Direito Uniforme no Direito Internacional Privado? TOBIAS ASSER: quando se fala em direito uniforme no possvel ser mencionado o Direito Internacional Privado. Um exclui o outro (Direito Uniforme Direito Interno)

O Direito Uniforme a anttese do Direito Internacional Privado, ou seja, onde h Direito Uniforme inexistem conflitos e no h que se recorrer ao Direito Internacional Privado. Este s acionado quando no havendo uniformidade, nem uniformizao, ocorrem conflitos de leis.

JOSEPHUS JITTA: O Direito Uniforme mais uma das formas de soluo para os problemas de conflitos decorrentes da aplicao da Lei no espao. Ambos se complementam (Direito Uniforme Direito Convencional)

A uniformidade e a harmonizao completam-se. Quando a primeira for exeqvel, deve-se dispensar a segunda. E quando no for possvel uniformizar, deve-se harmonizar o conflito por intermdio da regras de Direito Internacional Privado. Jitta analisa o direito internacional a partir das Convenes e dos Tratados.Para Doliguer ambos os tericos tem razo.

Obs: Mtodos do Direito Internacional Privado

Modernamente, segue-se a orientao de JITTA, utilizando-se de dois mtodos para resolver as relaes jurdicas internacionais: 1) o mtodo uniformizador (que uniformiza as normas disciplinadoras do comrcio internacional e soluciona tratados e convenes); 2) o mtodo conflitual (que coordena e harmoniza elabora frmulas para solues de conflitos).

- Mtodo uniformizador: aquele que resolve diretamente a questo, posto que inexiste um conflito.

- Mtodo conflitual: por excelncia o mtodo aplicado no DIPRI, atravs do qual o interprete do direito define dentre as legislaes que se relacionam com o caso em tela e deve ser aplicada. Este mtodo no fornece a resposta para a questo, mas indica qual lei mais adequada para a o caso concreto.

Mtodos Atuais do DIPRI

Uniformizador anlise atravs de Convenes.

Mtodo Conflitual o mtodo clssico. soluciona conflitos atravs de elementos de conexo.

Direito Comparado - difere do DIPRI e do Direito Uniforme- atravs do Direito comparado que o operador jurdico poder resolver determinadas questes, pois ele aplicar a regra de direito material.RESUMO:

- Direito Uniforme: instituies ou normas de carter interno, que espontaneamente recebem o mesmo tratamento pelas leis de dois ou mais sistemas jurdicos. Em certos casos, esta uniformidade resulta de coordenao internacional, que deve ser compreendida como Direito Uniformizado.

- Direito Internacional Uniformizado: atividades de carter internacional, objeto de convenes internacionais que uniformizam as regras jurdicas disciplinadoras da matria por meio de leis uniformes.

- Direito Internacional Privado: verificando-se conflitos de determinadas situaes e relaes humanas conectadas com sistemas jurdicos autnomos e divergentes, o DPRI de cada pas determina a aplicao de uma dentre as leis em conflito, escolhida por um sistema de opes (regras de conexo mtodo conflitual).

- Direito Internacional Privado Uniformizado: para evitar conflitos entre regras de DPRI de dois ou mais sistemas, criam-se convenes internacionais que estabelecem regras de conexo aceitas pelos pases signatrios, uniformizando as suas regras.

- Direito Comparado: a cincia que estuda por meio de contrastes, dois ou mais sistemas jurdicos, analisando suas normas positivas, fontes, histria e fatores sociais e polticos que a influenciam.

Dia 21/08/07Classificao das normas do Direito Internacional Privado

O DIPRI se utiliza dos conflitos entre ordenamentos para fazer a anlise de qual regra ser melhor utilizada para aquele caso concreto.- Quanto natureza

Normas conflituais ou indiretas (sobredireito): tem por objetivo indicar, em situaes conectadas com dois ou mais sistemas jurdicos, qual dentre eles deve ser aplicado. Determina que ordenamento jurdico deve ser aplicado para questes de capacidade, para os institutos do direito de famlia e do direito das sucesses, para os contratos e demais obrigaes e para as questes de direito real, fazendo esta escolha por meio de pontos de contato, nacionalidade, domiclio, local da assinatura do contrato ou local do cumprimento da obrigao, local da situao do bem (regras de conexo).

- Quando seguem o mtodo conflitual ou harmonizador dos conflitos de lei.

- No solucionam a questo jurdica propriamente dita (no solucionadoras).

- Seta indicativa do direito a ser aplicado, procurando as normas jurdicas que regulam o caso.

- Essas normas apenas indicam qual dentre os sistemas jurdicos de alguma forma ligados hiptese deve ser aplicado (normas instrumentais).

Exemplos: ART. 7 LICC; ART. 8 LICC; em matria de responsabilidade civil por ato ilcito, deve-se aplicar a lei do pas onde o ato foi cometido pelo responsvel ou a lei do pas onde a vtima sofreu o dano.

Normas substanciais ou diretas: so regras que aplicadas resolvem de uma vez a questo. So normas sem qualquer contedo conflitual que proporcionam uma soluo (dirimir/resolver) as questes jurdicas, mediante sua aplicao. Destacam-se as regras sobre nacionalidade e sobre a condio jurdica do estrangeiro.

- Quando adotam regras materiais uniformes (mtodo uniformizador).

- Solucionam a questo jurdica.

Exemplos: ART. 7,5 LICC; ART. 11, 2 3 LICC; ART. 12 CF(aquisio e perda da nacionalidade); Estatuto do Estrangeiro.

Normas conceituais ou qualificadoras: so aquelas que definem institutos jurdicos, necessrios para a aplicao das normas conflituais. No uma regra de conflito e nem uma norma substancial. Trata-se de uma regra definidora e qualificadora, que colabora com a norma conflitual que indica determinado sistema jurdico para reger determinadas matrias. - Restringem-se as definies de determinados institutos.

Exemplo: ART. 7, 7 LICC.

- Quanto estrutura

Normas unilaterais ou incompletas: regras que objetivam a aplicao de sua prpria lei. Visa determinar o campo da aplicao no espao de sua prpria lei e por conseqncia limita seu objeto apenas designao da lei do foro. Preocupa-se em definir critrios de aplicao da lei no mbito espacial. So as regras sobre nacionalidade, condio jurdica do estrangeiro e as normas processuais.

Exemplos: ART. 8 LICC; ART. 7 1 LICC; ART. 9 1; LICC ART. 14 LICC.

Normas bilaterais ou completas: regras que no objetivam a aplicao da sua prpria lei. So regras multilaterais. Visam universalizao da norma.

Exemplo: ART. 7LICC; ART, 8 LICC.

Bilaterais perfeita a mais usada. Para Jacob todas as regras bilaterais so perfeitas ele qualifica como unilateral toda a regra que for bilateral imperfeita.

Bilaterais imperfeitas so as regras que se aplicam em casos especiais.

possvel atravs da jurisprudncia a bilateralizao das normas unilaterais.

Normas justapostas: a soma de duas normas unilaterais que resulta no mesmo efeito do que as normas bilaterais. Porm, h normas unilaterais que no se prestam a bilateralizao, quando de natureza eminentemente protetora (ART. 10 (1 LICC).

- Quanto fonte

A principal fonte do Direito Internacional Privado a legislao interna de cada sistema (preponderncia). Salienta-se que no h hierarquia entre fontes.

- Classificao das fontes:

Norma interna: criadas por um rgo interno do Estado (plano interno de cada pas).Leis-Legislativa: os principais sistemas europeus de DIP no regime codificado so o francs, italiano e alemo. No Brasil, a Lei de Introduo ao Cdigo Civil (1916) contm normas de direito intertemporal e de Direito Internacional Privado lei reguladora das demais leis. Doutrinria: desempenha o duplo papel de intrprete da jurisprudncia e serve como guia e orientao para os tribunais. Tambm se manifesta por meio de trabalhos coletivos (tentativas de codificao) realizados por entidades cientficas: Instituto de Direito Internacional; a Conferncia da Haia de Direito Internacional Privado; UNDROIT (Roma); CIDIPs (OEA); Cdigo de Bustamante; Cmara de Comrcio Internacional (Paris). Jurisprudencial: escassez de produo jurisprudencial. A jurisprudncia brasileira limita-se praticamente a homologao de sentenas estrangeiras e exequatur em cartas rogatrias, matrias atinentes ao direito processual internacional, a processos de expulso e de extradio, arbitragem e contratos internacionais, direito internacional penal e decises no campo fiscal de carter internacional.Ex: divida de jogo feita nos EUA, mesmo no Brasil no sendo a divida de jogo um objeto de ao por no ser lcito, pode o brasileiro ser citado ou executado aqui no Brasil em virtude de uma evoluo jurisprudencial.

Norma internacional: criadas em coordenao com outros Estados por meio de tratados e convenes (plano internacional e regional).

Tratados e convenes: os tratados mesmo que no ratificados so considerados como fontes de direito internacional privado (DIPRI). Os principais tratados: Cdigo De Bustamante, 1928 / CIPIPS / Convenes da Haia (Holand) / ONU- UNICENTRAL, 1960 / UNDROIT (Roma). Princpios gerais de direito reconhecidos

Costume Internacional (tratados no ratificados como fonte)

- Conflito entre fontes

Dia 28/08/09

PONTO 02: NACIONALIDADE

1) Conceito de nacionalidade

A nacionalidade um direito substancial integrado no direito pblico. o vnculo jurdico-poltico que liga o indivduo ao Estado, ou seja, o elo entre a pessoa fsica e um determinado Estado. A aferio da nacionalidade de cada pessoa importante, pois distingue entre nacionais e estrangeiros, cujos direitos no so os mesmos.

- O vinculo que fundamenta a proteo diplomtica a nacionalidade.- Com a aplicao da lei nacional supe que se saiba qual a nacionalidade da pessoa.

Convm resolver a questo preliminar. Para se decidir em um Estado sobre a nacionalidade de pessoa que tem ligaes com dois outros Estados, ambos considerando-o nacional, devem ser aplicados os critrios do prprio pas do foro para saber qual das duas nacionalidades deva ser aceita. Esta deciso representa uma opo entre dois regimes jurdicos e a norma que fundamenta esta deciso constitui um direito sobre direito: uma regra indicando qual sistema jurdico sobre nacionalidade deve ser aplicado.

- Efeitos prticos da nacionalidade: quando o nacional estiver em um Estado que no seja o seu e l sofrer algum abuso de direito, caso a tutela jurisdicional no for prestada de forma satisfatria, pode o indivduo requerer a proteo diplomtica de seu Estado.

- A nacionalidade norma direta, sem qualquer contedo conflitual que proporciona uma soluo (dirimir/resolver) as questes jurdicas, mediante sua aplicao.

- A partir do momento que a pessoa adquire a cidadania ela adquire alguns direitos e deveres, como: dever de servio militar quando chamado; direito de votar...

2) Dimenso da nacionalidade (Paul Lagarde)

- Dimenso vertical: a ligao do indivduo com o Estado a que pertence e que contm uma srie de obrigaes do indivduo para com o Estado, com a contrapartida da proteo diplomtica que o Estado estende ao indivduo onde quer que se encontre no estrangeiro (jurdico-poltica).

- Dimenso horizontal: faz do nacional membro de uma comunidade da populao que constitui o Estado (sociolgica).

Nacionalidade Cidadania

A nacionalidade o vnculo jurdico que liga o indivduo ao Estado (acentua o aspecto internacional). J a cidadania representa um contedo adicional, de carter poltico, que faculta pessoa certos direitos polticos (valoriza o aspecto nacional). A cidadania pressupe a nacionalidade, ou seja, para ser titular dos direitos polticos, h de ser nacional, enquanto que o nacional pode perder ou ter seus direitos polticos suspensos, deixando de ser cidado.

3) Constituio Brasileira 1988

- Captulo Da Nacionalidade ART. 12 E ART. 13

- Captulo Dos Direitos Polticos ART. 14 A ART. 16

- ART. 22 XIII CF estabelece a competncia da a Unio para legislar sobre nacionalidade, cidadania e naturalizao.

A nacionalidade est descrita no artigo 12 da Constituio Federal/88.

Art. 12 So brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes no estejam a servio de seu pas;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases de lngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.

1 - Aos portugueses com residncia permanente no Pas, se houver reciprocidade em favor de brasileiros, sero atribudos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituio.

2 - A lei no poder estabelecer distino entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituio.

3 - So privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da Repblica;

II - de Presidente da Cmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomtica;

VI - de oficial das Foras Armadas.

VII - de Ministro de Estado da Defesa.

4 - Ser declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I - tiver cancelada sua naturalizao por sentena judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originria pela lei estrangeira;

b) de imposio de naturalizao pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em Estado estrangeiro, como condio para permanncia em seu territrio ou para exerccio de direitos civis.

Art. 13 A lngua portuguesa o idioma oficial da Repblica Federativa do Brasil.

1 - So smbolos da Repblica Federativa do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.

2 - Os Estados, o Distrito Federal e os Municpios podero ter smbolos prprios.

4) Aquisio da nacionalidade brasileira

No Brasil, a nacionalidade tem sido matria legislada constitucionalmente e regulamentada por leis ordinrias.

O critrio de nacionalidade adotado pelo Brasil o critrio do territrio. O critrio ius soli (ART. 12 I a CF/88). Ex: uma criana brasileira se nascer em terra brasileira. Se a criana nascer em territrio estrangeiro mas filho de brasileiros em servio da Republica Brasileira ele ser tambm brasileiro. Mas se a criana nascer em solo estrangeiro, pais brasileiros sem estar a servio da Republica brasileira, ela ser aptrida, para resolver isso, dever ser solicitado o passaporte para que a criana possa viajar com os pais. Neste caso o aptrida dever se sujeitar as leis do domiclio. Existe um estatuto do aptrida.O critrio de nacionalidade adotado na Europa o critrio ius sanguinis.

O critrio de nacionalidade adotado nos EUA o critrio ius soli.

- Nacionalidade originria: adquirida no momento do nascimento.

(a) critrio ius soli: aquisio de nacionalidade do pas onde se nasce (ART. 12 I a CF).

(b) critrio ius sanguinis: aquisio da nacionalidade dos pais poca do nascimento (ART. 12 I b CF).

(c) critrio da nacionalidade por opo (ART. 12 I c CF)

Art. 12. So brasileiros: I natos:

a) os nascidos na Repblica Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes no estejam a servio de seu pas;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que qualquer deles esteja a servio da Repblica Federativa do Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou me brasileira, desde que venham a residir na Repblica Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n. 3, de 1994).- Nacionalidade derivada: a pessoa originariamente no possui nenhum vnculo com o ordenamento jurdico capaz de encejar a nacionalidade. a nacionalidade adquirida mais tarde, ocorre por via da naturalizao. O Brasil estabelece dois critrios: art. 12, II,ae b CF/88.1) estrangeiros oriundos de pases de lngua portuguesa para a naturalizao exige-se um ano de residncia e idoneidade moral. a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases de lngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

2) estrangeiros de qualquer nacionalidade residentes no Brasil a mais de 15 anos e sem condenao penal poder requere a nacionalidade brasileira. b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira.(a) ius domicilii: entendimento no sentido de que o domiclio deve servir como critrio autnomo para a aquisio de nacionalidade, como um usucapio aquisitivo a favor de quem se encontre domiciliado no pas por determinado tempo.

(b) iu laboris: h legislaes que admitem o servio em prol do Estado como elemento favorecedor ou facilitador para a consecuo da naturalizao.

Exemplo: ART. 113 III ( da Lei n. 6.815/80; ART. 114 II da Lei n. 6815/80.

- Naturalizao comum Ato de natureza unilateral e discricionrio

um ato unilateral e discricionrio do Estado no exerccio de sua soberania, podendo conceder ou negar a nacionalidade a quem (estrangeiro) a requeira. No est o Estado obrigado a conceder a nacionalidade mesmo quando o requerente preencher todos os requisitos estabelecidos pelo legislador (ART. 121 Lei n. 6.815/80 Estatuto do Estrangeiro).

-Excees ART. 12 II a e b ato vinculado

A nacionalidade adquirida por fora de mandamento constitucional, independendo de concesso discricionria do governo.

Art. 12. So brasileiros: II naturalizados:

Vide Lei 818/49 (Aquisio, perda e reaquisio da nacionalidade e perda dos direitos polticos).

Vide artigo 111 e seguintes, Lei 6.815/80 (Estatuto do Estrangeiro).

Vide artigo 119 e seguintes, Decreto 86.715/81 (Conselho Nacional de Imigrao).

Vide Decreto 3.453/00 (Delega competncia ao ministro da Justia para declarar a perda e a requisio da nacionalidade brasileira).

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, exigidas aos originrios de pases de lngua portuguesa apenas residncia por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na Repblica Federativa do Brasil h mais de quinze anos ininterruptos e sem condenao penal, desde que requeiram a nacionalidade brasileira. (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n. 3, de 1994)

O brasileiro naturalizado equiparado ao nato (ART. 122 Lei n. 6.815/80)

A lei estabelece que h equiparao entre natos e naturalizados.

Direitos dos naturalizados (ART. 12 (2 CF)

2 A lei no poder estabelecer distino entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituio.

Restries aos brasileiros naturalizados (ART. 12 (3 CF)

3 So privativos de brasileiro nato os cargos: I de presidente e vice-presidente da Repblica; II de presidente da Cmara dos Deputados; III de presidente do Senado Federal; IV de ministro do Supremo Tribunal Federal; V da carreira diplomtica; VI de oficial das Foras Armadas; VII de ministro de Estado da Defesa (Includo pela Emenda Constitucional n. 23, de 1999).

5) Perda de nacionalidade (ART. 12 (4 CF)

- Hipteses de perda de nacionalidade

(a) perda-punio (ART. 12 (4 I CF)

(b) perda-mudana (ART. 12 (4 II CF)

4 Ser declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:

I tiver cancelada sua naturalizao, por sentena judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

II adquirir outra nacionalidade, salvo no casos: (Redao dada pela Emenda Constitucional de Reviso n. 3, de 1994) a regra no Brasil que o brasileiro que adote outra nacionalidade perder a nacionalidade brasileira. Salvo se tiver duas nacionalidade originrias. Ex: filho de me brasileira, pai espanhol e nasce nos EUA. Ela ter nacionalidade originria americana, espanhola e nacionalidade brasileira.

Vide Decreto 3.453/00 (Delega competncia ao ministro da Justia para declarar a perda e a requisio da nacionalidade brasileira).

a) de reconhecimento de nacionalidade originria pela lei estrangeira; (Includo pela Emenda Constitucional de Reviso n. 3, de 1994)

b) de imposio de naturalizao, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condio para permanncia em seu territrio ou para o exerccio de direitos civis; (Includo pela Emenda Constitucional de Reviso n. 3, de 1994) ex: brasileiro que reside no Iraque e possa exercer os seus direitos civis l ele dever requerer a nacionalizao. uma imposio daquele estado. Ex2: caso de brasileiro que pretende fixar o seu domicilio em Israel, este estabelece como condio de permanncia que ele se naturalize.- Excees: EC n. 03/94 (dupla-nacionalidade)

A dupla nacionalidade um fenmeno decorrente da diversidade de critrios existentes sobre a aquisio da nacionalidade. Para o exerccio de determinadas prerrogativas, h que se verificar o efetivo vnculo que o cidado possui com o Estado.

- Competncia: Ministrio da Justia (ART. 112 (2 (3 da Lei n. 6815/1980)

- Reaquisio da nacionalidade brasileira (Lei n. 818/1949 ART. 36)

6) Conflitos de nacionalidadeResulta do conflito de leis em matria de nacionalidade. A aplicao das regras sobre a aquisio da nacionalidade leva muitas vezes perda de nacionalidade ou aquisio de poliptria, resultando que as normas internas sobre nacionalidade estabelecidas por um Estado podem repercutir sobre situaes criadas ou garantidas pela legislao relativa nacionalidade de outro Estado.

Os conflitos podem ser:

- Conflito positivo (mais de uma nacionalidade): poliptrida ou biptrida. Na questo relativa ao servio militar preciso verificar de forma efetiva qual o Estado que a pessoa possui um vnculo maior.- Conflito negativo (sem nacionalidade): aptrida. Aplica-se a lei do seu domicilio. Ex1: Caso do brasileiro que nasce no estrangeiro que adota o ius sanguini. Ex:2: Caso que ocorre nas guerras em conflitos humanitrios. As pessoas que tinham uma nacionalidade e ficam sem ela em campos de refugiados. Ex3: os ciganos no se submetem nenhuma lei e nenhum ordenamento jurdico, eles so aptridas.Dia 2/09/2007

PONTO 03: CONDIO JURDICA DO ESTRANGEIRO

1) Entrada dos estrangeiros

O Estado pode decidir no admitir estrangeiros ou pode impor condies a sua entrada.

Quais so os requisitos para que o estrangeiro entre no nosso territrio.- Livre circulao dos estrangeiros no territrio nacional regulamentada:

ART. 5 XV CF/88ART. 1 da Lei n. 6.815/80 Estatuto do Estrangeiro tem por finalidade atender a soberania do nosso Pas, protegendo a ordem pblica.- Competncia para legislar privativa da UnioART. 22 XV CF

- Lei n. 6.815/80:O Estatuto do Estrangeiro rege atualmente os institutos da admisso e entrada do estrangeiro em territrio nacional; os vrios tipos de visto e a transformao de um em outro; a prorrogao de prazo de estada; a condio do asilado; o registro de estrangeiro; a sada e retorno do estrangeiro ao territrio nacional; a documentao de viagem; a deportao, expulso e extradio; os direitos e deveres do estrangeiro; a naturalizao.

- Princpios Estabelece os princpios aos quais devera ser respeitado.A legislao brasileira sobre entrada e permanncia de estrangeiro no Brasil inspira-se no atendimento segurana nacional, organizao institucional e nos interesses polticos, sociais e econmicos do pas.

Direito soberano do Estado

A Lei n. 6.815/80 foi elaborada visando atender os interesses nacionais do Estado. Para defender a soberania do Estado contra os estrangeiros nocivos aos interesses nacionais.

ART. 2 da Lei n. 6.815/80

ART. 3 da Lei n. 6.815/80

- Concesso do vistoEm matria de visto de entrada para estrangeiro, o governo brasileiro segue a poltica da reciprocidade, conforme disposto no Decreto n. 82.307/1978.

ART. 10 ( da Lei n. 6.815/80

ART. 130 da Lei n. 6.815/80

ART. 3 do ESTATUTO DO ESTRANGEIRO dispe que o visto um ato discricionrio. Pois tem a finalidade de defender os interesses nacionais. Obs: A concesso do visto um ato de soberania do Estado.

No precisa motivar a negao do visto.

No cabe indenizao contra a no concesso do visto.

Regra geral: reciprocidade.

Gera mera expectativa de direito e no a sua garantia.

A concesso de visto a estrangeiro a regra geral a reciprocidade. Natureza jurdica da concesso do visto

um ato soberano e discricionrio do Estado. O visto concedido pela autoridade consular uma mera expectativa de direito do estrangeiro, podendo a entrada, estada ou registro do estrangeiro ser obstado.

ART. 26 da Lei n. 6.815/80

Proibio da concesso do visto

ART. 7 da Lei n. 6.815/80 Requisitos para a concesso do visto

ART. 5 da Lei n. 6.815/80Espcies de vistos (ART. 4 da Lei n. 6.815/80)

So vrios os tipos de vistos que podem ser concedidos ao estrangeiro:

(a) Trnsito (ART. 8 da Lei n. 6.815/80) - concedido por perodo no superior a 10 dias. Concedido ao viajante que tem destino final outro pas, mas ter que permanecer naquele Pas de trnsito por mais de um dia e menos que 10 dias.(b) Turista (ART. 9 A ART. 12 da Lei n. 6.815/80) pessoa que vai a passeio. O prazo de estada d e90 dias prorrogveis por mais 90 dias.(c) Temporrio (ART. 13 A 15 da Lei n. 6.815/80) so os vistos de trabalho e de estudante. O prazo de at dois anos.(d) Permanente (ART. 16 A ART. 18 da Lei n. 6.815/80) - (e) Cortesia (ART. 19 da Lei n. 6.815/80) concedido as pessoas como Chefes de Estado, Secretrio Geral da ONU, ou seja, pessoas na condio especial.(f) Oficial (ART. 19 da Lei n. 6.815/80)

(g) Diplomtico (ART. 19 da Lei n. 6.815/80) concedido aos embaixadores, cnsules...Estes podero solicitar a transformao dos vistos em temporrio ou permanente, desde que ouvidos previamente o Ministrio das Relaes Exteriores. Caso haja a transformao o sujeito perder a imunidade pertinente a sua atribuio diplomtica.

Transformao de vistos

Regra geral: ART. 38 da Lei n. 6.815/80

Excees: ART. 37 e ART. 39 da Lei n. 6.815/80

2) Exerccio dos direitos dos estrangeiros no Brasil

O Estado no tem a obrigao de admitir estrangeiros em seu territrio, mas uma vez admitidos devem-lhes ser concedidos uma posio de certa igualdade com os cidados. O status jurdico concedido aos estrangeiros no pode ficar abaixo de um certo standard mnimo de civilizao.

- Princpio da igualdade (ART. 5 caput CF).3) Restries aos estrangeiros no Brasil

- Vedao legal ( luz da Constituio analisar o caso concreto analisar o Est. do Estrangeiro a Constituio em conjunto)

ART. 107 da Lei n. 6.815/80

Veda-se ao estrangeiro o exerccio de atividades de natureza poltica. As disposies da lei devem ser examinadas e analisadas luz das normas constitucionais. Os direitos do artigo 5 da CF aplicam-se igualmente aos nacionais e estrangeiros residentes no pas. O estrangeiro tem liberdade para se comunicar, reunir, associar para fins lcitos e para manifestar seu pensamento. Mas diversa a atividade de natureza poltica e a ingerncia nos negcios pblicos, esse tipo de atividade lhe vedada por lei. As leis internas raramente concedem direitos eleitorais ou o direito de acesso aos cargos pblicos, usufruindo um status poltico diferente dos nacionais.

ART. 110 da Lei n. 6.815/80 (inconstitucionalidade)

ART. 153 CF e ART. 5 CF

- Outras vedaes constitucionais:

ART. 12 (3 CF

ART. 20 (2 CF

ART. 37 I CF (carncia de regulamentao)

ART. 190 CF

ART. 207 CF

ART. 222 CF

4) Sada compulsria do estrangeiro

Extradio

A natureza jurdica administrativa - esta prescinde de tratado ou reciprocidade e a fase judicial se d perante ao Tribunal que analisar a legalidade dessa extradio.

o processo pelo qual um Estado atende ao pedido de outro Estado, remetendo-lhe pessoa processada no pas solicitante por crime punido na legislao de ambos os pases, no se extraditando,via de regra, nacional do pas solicitado.

Quando um Estado solicita que outro Estado coloque a sua disposio o sujeito que est sendo processado ou que tenha uma sentena condenatria.

Requisitos essncias:

Existncia de tratado e reciprocidade.

***A existncia de famlia/ filhos no pas no impede da extradio. Smula 421 STF.

- ART. 77 e ART. 78 da Lei n. 6.815/80

Exemplo: Glria Trvis

Expulso

Competncia para expulsar Chefe de Estado.

o processo pelo qual um pas expele de sue territrio estrangeiro residente, em razo de crime ali praticado ou de comportamento nocivo aos interesses nacionais, ficando-lhe vedado o retorno ao pas donde foi expulso. Na expulso, a remoo d-se por prtica ocorrida aps a chegada e a fixao do estrangeiro no territrio do pas.

- Enquanto o nacional tem o direito inalienvel de permanecer em seu solo ptrio, o estrangeiro no tem essa garantia, pois o Estado, mesmo depois de admiti-lo em seu territrio em carter permanente, guarda o direito de expuls-lo se for considerado perigoso para a boa ordem e a tranqilidade pblica.

- um ato discricionrio do Estado, representando uma manifestao da sua soberania, decorrncia lgica de seu poder de admitir ou recusar a entrada de estrangeiro.

- A expulso no uma pena, mas constitui uma medida administrativa, exercida em proteo do Estado, como manifestao de sua soberania.

- Competncia: Chefe do Executivo (ART. 66 da Lei n. 6.815/80)

- Habeas Corpus por expulso julgado pelo STF (ART. 102 I d CF)

- Defesa do expulsando (ART. 75 da Lei n. 6.815/80)

Exemplo: Jornalista americano. Deportao

Competncia do Ministrio da Justia.

o processo de devoluo de estrangeiro que aqui chega ou permanece irregularmente para o pas de sua nacionalidade ou de sua procedncia. Origina-se exclusivamente da entrada ou estada irregular no pas.

- Entrada irregular. tratado nas questes de irregularidade.- Competncia: Ministrio da Justia

- Habeas Corpus por deportao julgado pelo STJ (ART. 105 I c Cf)

Exemplo: americanos das fotos2 BIMESTRETrabalho- vale 1/ 1) Tema/ 2) Introduo/ 3) Desenvolvimento 4) Consideraes Crticas

APLICAO DO DIREITO ESTRANGEIRO1. OBJETIVO

Resolver as questes relativas as resolver conflitos de lei no espao. Em dois sistemas de ordenamento jurdico de dois Estados, saber qual ordenamento ser aplicado para resolver o conflito desses ordenamentos.O juiz parte de critrios jurdicos. Estes estaro expressos na LICC no art. 7, so os elementos de conexo que so regras conflituais.

Algumas vezes o nosso ordenamento jurdico admite a aplicao do direito estrangeiro. Isso por que atualmente vivemos numa sociedade globalizada e diversas relaes so feitas, como contratos, casamentos, a livre circulao de pessoas, transaes comerciais pela internet.

A finalidade de buscar a melhor soluo para um caso concreto, isso porque muitas vezes a aplicao da lei nacional no a melhor opo para solucionar aquele problema.O DIPRI busca atravs do conflito leis no Espao aplicar a melhor regra do direito material aplicar ao caso concreto atravs dos elementos de conexo. No apenas isso tambm a aplicao da autonomia da vontade.Exemplo1: Dois Estados: Uma pessoa com domicilio no Estado 1 com bens no Estado 4, com nacionalidade no Estado 3 e que pratica atos no Estado 2, este questiona a capacidade jurdica desse cidado a pratica desses atos. Nesse caso a regra do direito estrangeiro o que melhor se adapta para a soluo do caso concreto.2. LEI ESTRANGEIRA

Fato- A Lei estrangeira como Fato - O Juiz dever aplicar a Lei que melhor se condiciona no caso concreto.

Se a lei estrangeira for entendida como fato o juiz brasileiro no obrigado a aplicar o direito estrangeiro. A lei estrangeira entendida como fato no que diz respeito a aplicao das provas se aplica o livre convencimento do juiz.

Direito- A Lei estrangeira como Direito - A Lei estrangeira ser aplicada de oficio pelo juiz se a lei estrangeira no for entendida como fato.

Normalmente a lei estrangeira entendida como direito, fazendo com que o juiz tenha que aplicar de oficio a lei estrangeira.Art. 17 LICC

Se caso o Juiz no conhea o dto estrangeiro. Nesse caso ele poder usar o art. 337 CC combinado com o art. 14 LICC.

Acordos de Cooperao Judiciria: Mercosul, Protocolo de Las Lens. A parte que deve comprovar o dto estrangeiro deve consularisar que autentica essa lei estrangeira, nele que ser comprovada a autenticidade do texto e da vigncia e depois fazer a traduo oficial.

3. NO COMPROVAO DO DIREITO ESTRANGEIRO

Exemplo: Joo que contratado por empresa estrangeira para trabalhar no Paraguai. A aplicao da lei ser aquela de onde o funcionrio esta trabalhando, nesse caso do Paraguai. Nesse caso o juiz teria como opes se a lei estrangeira no tivesse comprovao: a jurisdio no ser prestada de forma definitiva. As opes seriam: a) Julgar extinto o processo sem julgamento de mrito Art. 4 LICC o juiz decidir o caso de acordo com os costumes... b) analisa o processo atravs da analogia o juiz considerar por analogia que as duas leis so prximas, parecidas ou ainda que uma terceira Lei a mais prxima.

4. INTERPRETAO DO DIREITO ESTRANGEIRO

Deve-se indagar a partir de que tica o juiz analisar a lei estrangeira. Ou no contesto da sociedade onde a lei preserva o seu contedo original, ou essa norma ser interpretada a partir dos valores a qual ela ser aplicada. Neste ultimo caso a norma ficaria desvirtuada, pois estaria aplicando os valores de uma sociedade que gerou a lei em outra sociedade que ir receber a lei, cujos valores so diferentes.

Nesse tipo de aplicao so perdidos muito as interpretaes.

Nesta seara

a) Dionsio Angilotti para ele a norma estrangeira seria recepcionada materialmente. Seria transformada em legislao nacional. Essa norma seria aplicada como direito local fosse, ela seria interpretada como direito local- Lex Fori. Haveria um desvirtuamento da norma jurdica. b) Roberto Ago haveria a recepo formal da norma estrangeira. Seria transformada em legislao nacional, mas a norma seria conservada a essncia e aplicada de acordo com os valores da sociedade que elaborou a norma.5) APLICAODO DIREITO ESTRANGEIRO

Aqui as teorias tero trs conseqncias:

a) haveria a Recepo material + a sua incorporao = a sua transformao em dto nacional e aplicada como lei do foro/ nacional- Lex Fori. Nesse caso haveria o desvirtuamento. (Dionsio Angilotti)b) haveria recepo formal + a sua incorporao = e preservado o sentido original - (Roberto Ago)c) no incorpora a norma = conserva a norma no sentido original. A norma no incorporada, mas a sua aplicao conservada no sentido original. O juiz aplica a norma como norma estrangeira, observando os valores da sociedade em que ela foi elaborada. No poder nunca violar os bons costumes, a Constituio Nacional. Deve ser observado as exigncias do bem comum e a sua finalidade e a soberania e a segurana nacional.Matria do JOO DIA 2/10/07

Dia 02.10.2007 - Aula de Direito InterncionalPrivado - 2. bimestre ponto n. 3. Cap. 9.

Aplicao do direito estrangeiro

1. Objetivo

Exemplo.

2. Lei estrangeira

Fato -:

Direito

- Sistema brasileiro

LICC, art, 14, CPC, 337.

Contedo do direito estrangeiro

3. No comprovao do direito estrangeiro

4. Interpretao do direito estrangeiro

- Dionsio Anzilotti

Incorporao Lex fori

- Roberto Ago incorporao Lex causal

5. Aplicao do direito estrangeiro

1. Recepo material + incorporao+ Lex fori

Recepo formal 1 conservao do sentido original Lex causal.

3. No recepo = Lex cause

Elementos de conexo

Acrdo no Xerox.

Ver forma: Objeto Laudo arbitral n. tal.

Tema da anlise.

Introduo, desenvolvimento e consideraes finais.

Numerado.

Jacob Dolinger e Ndia de Araujo posteriormente.

Uma das principais funes do direito internacional privado o de em uma relao jurdica que envolve dois ou mais pases resolver o conflito de leis no espao.

Aplica-se a lei do domiclio art. 7. do estatuto do estrangeiro.

Um ordenamento jurdico pode aceitar a aplicao de leis de atos jurdicos ou sentenas emanadas de outros sistemas jurdicos. Somente no sero aplicados se houver ofensa soberania, bons costumes, art. 17 da LICC. Os atos jurdicos latu sensu emanados de outros estados possuem eficcia no Brasil, somente no possuiro quando ofender a ordem publica, a soberania e os costumes.

O nosso ordenamento jurdico admite esta aplicao do direito estrangeiro, tendo em vista que o Estado tem o monoplio jurisdicional para ditar as suas prprias leis. Dependendo das circunstncias jurdicas do caso concreto a melhor regra para resolver a questo no e a regra de direito material do direito local lei do foro mas a Lex causam do estrangeiro. A lei do domiclio estabelecida na LICC,. A llei no aleatria, segue os elementos de conexo.

O direito estrangeiro o que mais se adaptar para a soluo de uma questo que envolva dois ou mais ordenamentos jurdicos

De outro lado, a aplicao do direito estrangeiro ocorre na existncia de uma cortesia, representada pela reciprocidade existente entre os estados no contexto da sociedade internacional.

a fundamentao do direito estrangeiro.

Aplicao do direito estrangeiro. O juiz brasileiro no obrigado a aplicar o direito estrangeiro, mesmo envolvendo outro ,pas. Se a lei estrangeira for classificada como fato a concluso de que o juiz brasileiro no ser obrigado a aplicar o direito estrangeiro. Ao ser mais um elemento probatrio na relao jurdica a lei estrangeira, o juiz possui a prerrogativa de valorar a prova de acordo com o Cdigo de Processo Civil da forma que melhor lhe aprouver.

Se a lei estrangeira for entendida como direito o juiz ser obrigado a aplic-lo, de ofcio, mesmo que no tenha sido invocado pelas partes. Ex. Aplicao do art. 7. da LICC, diz respeito s questes de capacidade jurdica da pessoa. (lei do domiclio) Regra de ordem pblica. No Brasil a lei estrangeira classificada como direito, ou seja, em uma relao jurdica em que se torna necessria a aplicao do direito estrangeiro o juiz dever aplicar este direito estrangeiro de ofcio. Se no aplic-la caber interposio do respectivo recurso. O juiz no obrigado a conhecer o direito estrangeiro. Neste caso, aplica-se o art. 337 do Cdigo de Processo Civil mais o art. 14 da LICC. O juiz poder exigir da parte a comprovao da vigncia deste direito estrangeiro e do seu contedo. (Acordos de cooperao judiciria) . Ex. Protocolo de Las Leas que cria procedimentos harmnicos no que diz respeito comprovao do teor e da vigncia deste direito estrangeiro.. No necessria a autenticao do consulado.

A prova deste direito estrangeiro. A parte que alega o direito estrangeiro dever consularizar (autenticar) esse documento e se utilizar de uma traduo juramentada. Ou seja, a traduo tem f pblica e comprova a existncia do direito estrangeiro.

O recurso a ser interposto se o juiz no aplicar a lei estrangeira o Recurso Especial ao Superior Tribunal de Justia (equipara-se lei ordinria).. Caso no haja a comprovao do direito estrangeiro, haveria uma negativa da prestao jurisdicional. Ex. direito do trabalho verbas de natureza alimentar. Funcionrio contratado no Brasil para prestar servios no Paraguai aplica-se a lei do Paraguai (lei mais favorvel). Neste caso o juiz no conhece o direito paraguaio. De acordo com o art. 337 do CPC, a outra parte tem que fazer prova. Em tese poderia extinguir o processo. O Juiz aplicaria a norma mais favorvel, mas em termos processuais voltadas ao DIPRI, o juiz pode afastar a aplicao do direito estrangeiro e aplicar a lei nacional, ou mediante analogia poder buscar dentre os ordenamentos jurdicos vigentes o direito adequado, e por analogia aplica-se o direito brasileiro. Interpretao analgica do art. 4. da LICC, no caso de omisso da lei. Deciso com base na analogia.

4. Interpretao do direito estrangeiro e aplicao deste direito

Existem duas teorias:

Dionsio Anzilotti Haveria atravs de uma fico jurdica uma incorporao material da lei estrangeira que seria a transformada para naquele caso em concreto em direito nacional em uma lei nacional e seria interpretada de aodo com os valores da sociedade que iria aplic-la. Logo, ela seria aplicada como Lex fori (lei do foro)

Para Roberto Ago - haveria uma incorporao formal . Ele seria transformada em lei nacional mas preservaria o seu contedo original. Seria aplicada como Lex causae.De acordo com estas teorias indaga-se como a lei estrangeira ser interpretada ou aplicada.

Se aplicada como se lei nacional fosse, perderia muito do seu sentido ou contedo original porque se adequaria aos valores da sociedade local.

Se alm dessas circunstncias esse direito estrangeiro vier a ser aplicado como lei do foro a norma estrangeira perdera ainda mais a sua essncia.

5. Aplicao do direito estrangeiro se desdobra em trs vertentes:

a) haveria uma recepo material incorporao ao ordenamento jurdico do estado e a aplicao como se direito local fosse.

b) Recepo formal da norma porque ela no incorporada seria preservado o seu contedo ou seu sentido original e seria aplicada como direito estrangeiro, preservando-se o seu sentido originrio valores da sociedade da qual aquele direito foi emanado.

c) Maior adequao nossa realidade entende pela no recepo da norma estrangeira excepcionalmente ela e aplicada para atender a uma determinada situao. Preserva-se o seu sentido original e aplicada como Lex causae. No caso brasileiro, aplica-se esta terceira hiptese. Lgico que o juiz buscar a melhor soluo. Aplica-se tambm o art. 5. da LICC, em qualquer caso (deve atender as finalidades sociais e os princpios do bem comum).

Elementos de conexo

A aplicao do direito estrangeiro dever seguir determinados critrios objetivos:. No fica ao livre arbtrio do julgador.O DIPRI conflito formal no material.

Atravs dos elementos de conexo resolve os conflitos no espao. Art. 7. LICC.

Classificao das regras de DIPRI.

Normas diretas e indiretas conflituais ou no solucionadoras ou indiretas diferentemente das regras diretas (nacionalidade). Indicam ao operador do direito qual ser a regra a ser aplicada.

As regras do art.7 so os elementos de conexo. Antes do juiz decidir a questo para saber se fulano possui capacidade jurdica, utiliza-se de regra conflitual (no caso brasileiro a lei do domiclio). O elemento de conexo identifica a lei a ser aplicada. uma regra de carter conflitual que uma vez aplicada ela no ter por finalidade resolver diretamente a questo, mas sim indicar a regra de direito material a ser aplicada.

Dia 09/10/2007

Elementos de Conexo

1. Conceito

As regras conflituais e no indiretas so aquelas que uma vez aplicada no dirimem a questo.

As regras conflituais, uma vez aplicadas indicaro qual a regra de direito a ser aplicada.

Ex. domiclio. Art. 7. LICC.

Criterius Lex domicili uma expresso de contedo varivel e que uma vez aplicada indentficar o

Irineu Strangher

So expresses de contedo varivel direito material a ser aplicado.

Elemento de conexo

uma regra conflitual que possui contedo varivel indicativa a qual um indicar ao operador jurdico qual a regra de direito material a ser aplicada.

Critrio Lex domicili

Deve-se saber o local de domiclio da pessoa.

Se a pessoa mora na Frana aplica-se o direito francs.

Sistematizao

Diz respeito sistematizao da operao jurdica. Isto se existe um fato tem-se que o fato envolve dois ou mais sistemas jurdicos o operador do direito dever trazer este fato ao mundo jurdico e ao trazer o fato ao mundo jurdico ele buscar identificar a regra de direito material a ser aplicada. Num segundo momento ele dever qualificar esta relao, atribuir um valor jurdico ao fato, identificando o elemento de conexo, assim saber qual a lei de direito material a ser aplicada.

Ex. compra e venda de bem imvel localizado na Frana. O proponente tem sua residncia no Chile o efetivo domiclio no Brasil. (fato)

Para identificar a regra de direito material a ser aplicada tem que qualificar o fato trazendo-o ao mundo jurdico. Perante a autoridade brasileira questione-se de acordo com os dados do problema e da relao jurdica, a validade do contrato em virtude da falta de capacidade do proponente. No que diz respeito qualificao esta questo dir respeito capacidade jurdica da pessoa (estatuto pessoal) art. 7. LICC.

Elementos volitivos diz respeito capacidade da pessoa em vender ou adquirir o imvel.

Elemento de conexo Criterio lex domicilii art. 7. da LICC. Localiza-se a sede jurdica (identificao da regra ou do direito material).

Ex. Domiclio no Brasil, aplica-se a lei brasileira. Se a questo for qualificada como uma questo que diga respeito a direitos reais (reintegrao de posse ou qualquer questo que envolva direito real no se aplicar mais a lei do domiclio das partes, mas se aplicar a lei do local da situao do bem) Art. 8. LICC. (direito real), 1. Lex rei cite.

Penhor - 3. - lei do domiclio em que tiver a pessoa.

Aeronaves e navios bens imveis aplica-se a lei do local em que eles esto registrados (aeroporto ou porto).Lei da bandeira.

Elemento decorrente dos atos e fatos jurdicos (art. 9. LICC).

Suponha-se que neste exemplo acima a questo diga respeito a um ato jurdico, validade do ato jurdico, ou a execuo deste ato jurdico. A lei a ser aplicada ser a regra do art. 9. a LICC. Ex. Obrigao constituda no Chile, aplica-se a lei chilena.

2. critrio loci contratus local em que residir o proponente. Se houve duvidas quanto a identificao da sede da relao jurdica, para se saber a regra de direito material a ser aplicada nas questes de natureza contratual esta obrigao repta-se constituda na residncia do proponente.

Se a obrigao foi contrada no Brasil, segue-se a lei brasileira.

Art. 10. da LICC. - 2.

Quando se fala dos elementos de conexo temos um fato, temos que qualificar o fato, uma questo de direito pessoal, direito real, ou relativa ao ato ou ao fato jurdico. Art. 7., 8. e 9. da LICC.

Identificao da sede jurdica a regra de direito material a ser aplicada.

Quadro disposto no livro da Ndia de Arajo.

Maria Helena Diniz

Requisitos intrnsecos dizem respeito validade do ato.

Requisitos extrnsecos dizem respeito forma do ato. No so passveis de nulidade

Compra e venda de um bem imvel localizado no Brasil deve ser feita mediante escritura pblica. Se esta compra e venda for efetuada em outro pas. A elaborao de escritura pblica diz respeito prpria validade do ato. O contrato dever ser executado no Brasil. Escritura feita no Brasil, respeitada a lei estrangeira no aspecto formal.

Atos volitivos neste contexto h que se perquirir se o nosso ordenamento jurdico admite s partes a livre disposio dos elementos de conexo, principalmente os do art. 9. da LICC. Aplica-se a lei do local em que a obrigao foi constituda (regra geral).

No que diz respeito aos elementos volitivos a LICC de 1916 admitia expressamente a adoo do princpio da autonomia da vontade. Poderiam as partes livremente escolher a lei a ser aplicada em uma relao jurdica que envolvesse a validade de um ato ou fato jurdico. Na redao anterior do art. 9. Foi extrada a expresso salvo disposio em contrrio.

A doutrina, de forma unnime, afirma que a partir da LICC de 1942 no mais possvel a aplicao do princpio da autonomia da vontade. Nosso sistema no admite o princpio da autonomia da vontade, mas admite-se a eleio do foro naquelas matrias em que as nossas autoridades no tm competncia.

Autonomia da vontade Lei 9.30/96 Lei da arbitragem art. 2., que admite para os casos de arbitragem a aplicao do princpio da autonomia da vontade.

Competncia internacionalDoutrina coloca que inicialmente deve-se observar a competncia interna.

Art. 88 e 89 e 90 do Cdigo de Processo Civil

Art. 88 do CPC competncia relativa.

Art. 89 competncia

Litispendncia internacional - ao intentada no estrangeiro obsta que o nosso Poder Judicirio conhea. No existe litispendncia internacional. As jurisdies so independentes. O problema se dar quando da homologao da sentena estrangeira em questo que diga respeito a bem imvel. A lei estrangeira no poder ser homologada aqui porque fere a lei brasileira. A autoridade judiciria brasileira possui competncia concorrente. A sentena transitada em julgado em outro pas poder ser homologada em nossa jurisdio ou homologada parcialmente. E, a partir do momento em que haja um ttulo executivo judicial no poder haver duas sentenas do mesmo objeto. Ou a sentena ser prolatada ou poder ser objeto da sentena que no foi homologada.

Identificar competncia e elementos de conexo.

E o PorquDia 23/10/07

TEORIA DAS QUALIFICAES

1) CONCEITO

A teoria das qualificaes de grande importante para o direito internacional privado, posto que atribui uma valorao jurdica a um fato ocorrido na sociedade. A partir do momento em que o operador atribui o valor jurdico, de acordo com a classificao tripartite dos elementos de conexo, ele consegue saber qual a lei deve ser aplicada para resolver a questo.

atravs da identificao do elemento de conexo que o aplicador do direito sabe qual a regra de direito a ser aplicada para solucionar uma determinada questo. Dependendo dos valores que o juiz atribuir ao fato, diferente pode ser o resultado.

O Juiz tem o fato, atribui um valor jurdico ao fato, encontra a norma de conexo e define qual a lei a ser aplicada. Qualifica o caso para saber qual deve ser a legislao aplicada. A questo da qualificao de extrema relevncia para o DIPRI, uma vez que para se resolver uma determinada relao jurdica h que se saber como qualificar de forma correta.

A qualificao um processo tcnico-jurdico sempre presente no direito, pelo qual se classificam ordenadamente os fatos da vida relativamente s instituies criadas pela lei ou pelos costumes, com a finalidade de enquadramento para solucionar de forma mais adequada os diversos conflitos.

Os direitos reais distinguem-se dos direitos pessoais, sendo necessrio qualificar os diversos atos e contratos para saber em qual das duas categorias enquadrar.

Exemplo: Procura saber se o caso diz respeito a direitos reais ou direitos pessoais.

- No que diz respeito aos direitos pessoais, aplica-se o critrio do domiclio (ART. 7 LICC)

- No que diz respeito aos direitos reais, aplica-se o local da sede jurdica, ou seja, do local em que o bem imvel se encontra.

Exemplo: diferenciao entre direitos reais e direitos pessoais

- Deve-se saber se essa relao jurdica advm de direito sucessrio ou de meao.

A qualificao muito importante no DIPRI, pois ela precede a identificao do elemento de conexo.

COMO QUALIFICAR?

CONCEITUAR + CLASSIFICAR = QUALIFICAR

Temo o fato e dispomos da norma jurdica. Para enquadrar o fato na norma, h que se ter claramente delineado aquele e bem entendida esta. Procura-se ligar o fato ou ato a um determinado sistema jurdico e para esta operao preciso qualificar a hiptese submetida apreciao, dependendo da sua classificao, sabe-se se a mesma constitui uma situao inerente ao estatuto pessoal ou de natureza contratual. Uma vez efetuada a qualificao numa ou noutra categoria, recorre a regra de conexo correspondente e aplica-se o direito de um ou de outro sistema jurdico.

2) CONFLITO DAS QUALIFICAES

Surgiu na Frana quando os doutrinadores estudavam os elementos conflituais, resultaram em dizer que dependendo de como o fato for qualificado ser a aplicao do elemento de conexo e consequentemente a aplicao da Lei mais pertinente, a regra de direito material mais ateniente ao caso.A qualificao pode dizer respeito a um acontecimento jurdico (ato ou fato), a uma regra de direito interno e at a prpria regra de conexo. Ocorre que nem sempre a qualificao dada a um destes elementos coincide nos sistemas jurdicos eventualmente aplicveis a questo jurdica. Tem-se ento um conflito de qualificaes, o que representa mais uma dificuldade que pode surgir no encaminhamento de uma soluo jurdica a um problema de conflito de leis. Exemplo: uma mesma questo pode ser qualificada numa jurisdio como relativa capacidade da pessoa e em outra como atinente validade de um contrato.

3) CRITRIOS

Critrio para definio da qualificao:

1 Critrio lex fori (lei do foro nacional, lei que a causa est sendo discutida)

2 Critrio lex causae (lei do local que ato foi celebrado)

Ou seja 1 lugar o juiz qualifica o fato de acordo com a lei do foro ou a lei estrangeira.

Qualificado o fato em 2 lugar ele identifica os elementos de conexo: se ser a lex domicili ou a lex patri.- CASOS CLSSICOS DA DOUTRINA FRANCESA (JACONB DOLINGER):

(A) CASO BARTHOLO - DA VIVA MALTESA O casal Bartholo, originrio da ilha mediterrnea de Malta, sob domnio britnico, matrimoniou-se sem pacto antenupcial, estabelecendo seu primeiro domiclio conjugal na ilha. Posteriormente, emigraram para a Arglia, onde o marido veio a falecer, sem filhos, deixando bens imveis e outros herdeiros. Na Arglia, onde vigia o direito francs, a viva nada herdava. Em Malta, onde vigia o Cdigo Rohan, o cnjuge sobrevivente, pobre, tinha direito a um quarto do patrimnio deixado pelo falecido. A questo foi submetida ao tribunal de Argel.

- A viva s teria direito a um quarto se isto decorresse do regime matrimonial, pois que os bens de cnjuges se regem pela lei do primeiro domicilio conjugal, no caso a lei maltesa. Mas se a pretenso da viva ao quarto fosse de natureza sucessria, no se aplicaria a lei maltesa, eis que pelo DIPRI vigente na Arglia, a sucesso de bens imveis regulada pela lei da situao dos bens, lei argelina que nada atribui viva.

- Conflito de qualificaes: A lei argelina considera questo sucessria. A lei maltesa considera a questo de regime de bens. A Corte Argelina teria de decidir como qualificar a questo. Se qualificasse a matria como sucessria, nada receberia a viva, na conformidade da lei argelina. Mas se qualificasse como regime de bens, ela receberia o quarto da lei maltesa.

(B) CASO DO CASAMENTO DO GREGO ORTODOXO

Um grego ortodoxo contrai npcias civis com uma francesa na Frana, sem considerar a lei de seu pas que exige uma celebrao religiosa (at 1982 no se admita casamento civil na Grcia). Perante os Tribunais Franceses este casamento ser vlido ou no?

Se o juiz considerar a exigncia da celebrao religiosa condio de fundo, e como na Frana submete-se a validade das npcias lei nacional, a lei grega seria aplicvel e o casamento sem validade. Mas se a norma grega for considerada uma condio de forma, a soluo depende da lex loci celebrationis, e a lei francesa deve ser a competente, sendo considerado vlido o casamento.

- Conflito de qualificaes: A lei grega considerava a regra casamento religioso como condio de fundo do casamento, enquanto a lei francesa classificava como simples condio de forma.

(C) CASO DO TESTAMENTO OLGRAFO DO HOLANDS

Tem por objeto a aplicao do artigo 992 do Cdigo Holands por tribunais estrangeiros. Este dispositivo probe aos holandeses fazer testamento olgrafo (testamento particular). A duvida se coloca no caso de um holands que assina testamento particular na Frana: pode a Corte Francesa reconhecer a validade deste testamento?

Depender da qualificao do fato, se este for qualificado como questo voltada ao ato ou fato jurdico aplica-se a Lei do local da celebrao do ato/fato.

Mas se a questo for qualificada como estatuto pessoal, porque o sujeito est de passagem pela Frana, neste caso aplicada a Lei da nacionalidade do testador.

Ou seja, uma questo de qualificao.

Se fosse no Brasil a Lei brasileira aplica-se o local do fato, ou seja seria a Lei da Frana.

Se fosse questionado no Brasil a validade do testamento do holands que fez um testamento olgrafo na Frana- com base no artigo 992 do Cdigo Holands aplica-se o critrio lex causae (lei do local que ato foi celebrado), no caso a Lei na Frana.Critrio Lex Loci Actus-

- Se os tribunais franceses atriburem regra ao estatuto pessoal, reconhecendo se tratar de uma disposio relativa capacidade, o testamento deve ser considerado nulo, posto que a norma holandesa sobre a incapacidade de celebrar testamento particular acompanha o holands na Frana, onde se testou. Contudo, se considerarem esta proibio como uma regra atinente forma dos atos jurdicos, o testamento deve ser vlido, j que em matria de forma tudo depende da lei do local da realizao do ato jurdico, e a lei francesa admite o testamento particular.

- Conflito de qualificaes: A lei francesa considera a questo como matria de forma, aplicando a lei do local e reconhecendo a validade ao ato de ltima vontade. J a lei holandesa considera a matria de capacidade, aplicando a lei nacional e anulando o testamento.

3) DETERMINAO DA LEI QUALIFICADORA

H de se decidir que sistema jurdico deve qualificar. No se confunda a lei qualificadora com a lei aplicvel. perfeitamente possvel que a lei qualificadora seja a do foro, e partindo desta qualificao, venha a ser aplicada a lei material de outro sistema jurdico. Assim como tambm pode acontecer que a lei estrangeira qualifique uma situao jurdica e Ito decorra a aplicao da lei do foro.

Teorias principais sobre a escolha da lei qualificadora:

- Qualificao pela lex fori (regra geral): o ordenamento jurdico brasileiro veda o reenvio e aplica a qualificao da lex fori.

- Qualificao pela lex causae (exceo)

ART. 8 LICC; ART. 9 LICC

- Qualificao por referncia a conceitos autnomos e universais

REENVIO1. Conceito

- Conflito de leis no espao.

O DIPRI ocupa-se dos conflitos entre leis substantivas relativas aos mais variados institutos jurdicos. Verificando-se uma relao jurdica conectada com dois ou mais sistemas, que conflitem sobre determinada matria, cabe ao DIPRI encontrar a regra indicadora do direito aplicvel.

a remisso que um ordenamento jurdico de um Estado faz a aplicao da regra de direito material a outro Estado.

Ele ocorre, uma vez identificado o elemento de conexo do ordenamento jurdico que manda aplicar a regra de direito material de outro estado. Ex: questes pessoais critrio do domiclio.2. Conflito

- Primeiro grau

O conflito de 1 GRAU a divergncia das normas substantivas de duas legislaes nacionais sobre a mesma matria. Exemplo: maioridade civil diversa.

- Segundo grau

Se determinada hiptese de conflito de leis for tratada diversamente por dois sistemas de DIPRI, est diante de um conflito entre sistemas de soluo de conflitos de leis. Este conflito de regras de DIPRI denominado conflito de 2 GRAU.

CONFLITO 2 GRAU

Positivo: aquela em que dois sistemas jurdicos solucionam o conflito determinando a aplicao de seu prprio direito. Exemplo: quando se trata de determinar o direito aplicvel capacidade de uma pessoa: o sistema do DIPRI do pas onde o mesmo se encontra domiciliado, determina a competncia da lei do domiclio, enquanto o sistema DIPRI do pas da nacionalidade indica como aplicvel a lex patrie.

- Materializada a divergncia entro os dois sistemas de DIPRI, em que cada um indica sua prpria lei interna para ser aplicada questo jurdica, atenda-se para a soluo ordenada pelo sistema do foro, sem considerar o critrio do DIPRI da outra jurisdio.

- No ocorre o reenvio.

Negativo: ocorre quando as regras de conflito de cada um dos sistemas atribui competncia para reger a matria no a sua prpria lei, mas lei interna do outro sistema. Exemplo: o pas A considera aplicvel a lei do pas B, enquanto este indica como aplicvel a lei do pas B, e esta reenviando (devolvendo) para a lei do pas A.

- Cada uma das legislaes, por suas regras de DIPRI, considera inaplicvel sua prpria legislao, por negar competncia a seu prprio sistema jurdico para a soluo de determinada questo.

- Ocorre um reenvio de conflito de 1 GRAU ou 2 GRAU (3 jurisdies)

Exemplo clssico (reenvio de 1 GRAU):

O nacional do pas A, domiciliado no pas B, cuja capacidade regida de forma diversa pelo direito civil dos dois pases (conflito de 1 GRAU). Para solucionar este conflito das leis civis, o pas A, de sua nacionalidade determina por suas regras de DIPRI que se aplique capacidade da pessoa lei do pas onde se encontra domiciliado, enquanto as regras do DIPRI do pas B, onde se est domiciliado, determinam que se aplique o direito do pas A, de sua nacionalidade.

Exemplo complexo (reenvio de 2 GRAU):

Quando o DIPRI do pas A manda aplicar o direito do pas B, enquanto o DIPRI do pas B determina a aplicao do direito do pas C. Na hiptese do nacional de pas A, domiciliado no pas B, que de passagem pelo pas C, tem uma questo judicial. Segunda as regras do pas C, deve a questo ser submetida lei de sua nacionalidade, pas A, mas o DIPRI deste pas determina a aplicao do direito do pas do domiclio da pessoa, pas B.

- No se deve confundir o conflito negativo em torno da lei competente com o relativo competncia jurisdicional.

Quando o pas A, por suas regras de conflito manda aplicar a lei do pas B, isto no representa qualquer renncia a sua competncia jurisdicional em favor dos tribunais do pas B, mas somente o reconhecimento de maior adequao da lei estrangeira espcie. Portanto, o movimento de remisso e reenvio no se materializa efetivamente, mas se limita determinao do sistema jurdico. Prefere-se no aplicar a terminologia do reenvio para os conflitos de jurisdio.

ADMISSO OU NO DO REENVIO PELO ESTADO

- No admite o reenvio:

ART. 16 LICC

- Admisso do reenvio:

Quando o elemento de conexo do ordenamento jurdico do Estado B remeter a aplicao do elemento de conexo de outro pas para soluo do caso concreto.

- Processualmente:

Material de competncia absoluta pronunciamento ex officio.

Material de competncia relativa pronunciamento deve ser provocado.

- Exceo Aceitao do reenvio

Autonomia da vontade (regimes matrimoniais; regimes contratuais)

ARGUMENTOS CONTRA O REENVIOARGUMENTOS FAVORVEIS AO REENVIO

1) Quando o DIPRI do foro determina a aplicao de um direito estrangeiro, o problema conflitual est resolvido pelas regras do sobredireito de foro, devendo aplicar-se a lei interna por ele designada. Atentar para a regra do DIPR designado significaria querer resolver novamente o problema conflitual, que j encontrou soluo no sistema de foro.

2) O DIPRI do foro soberanamente competente para determinar o direito aplicvel, no se concebendo submeter o problema ao DIPRI estrangeiro, o que significaria renunciar soberania do foro, inadmissvel e incompatvel com o carter nacional da regra de conflito.

3) A aceitao do reenvio s se justificaria em virtude da cortesia internacional.1) No possvel isolar a norma interna do direito estrangeiro do seu sistema como um todo.

2) No significa renunciar a soberania, eis que a aceitao da regra do DIPRI estrangeiro tambm se d em obedincia regra conflitual de foro.

3) Atender a regra do DIPRI estrangeiro seguir uma norma juridicamente fundamentada, no sendo diferente do que aplicar a norma interna do direito estrangeiro.

(A) CASO FORGO

Forgo, filho natural, nasceu na Baviera, Alemanha, viveu na Frana a partir dos cinco anos de idade e morreu aos 68 anos, na cidade francesa de Pau, sem deixar testamento, dono de considervel fortuna em bens mveis. Sua sucesso foi reivindicada pelos colaterais de sua me, com fundamento na lei bvara, que inclua este grau de colaterais (mesmo decorrente de uma relao paternal natural, como no caso) entre os herdeiros. Mas, como pela lei sucessria francesa, s irmos e irms herdam em caso de filiao natural, tratava-se de herana vacante e o Estado francs reivindicava a sucesso para seu Tesouro. Estava bem claro o conflito entre as leis sucessrias dos sois Estados (os pretendentes herdariam pela lei bvara e no herdariam pela lei francesa), tornando-se necessrio verificar qual das duas leis se aplicaria. Tanto de acordo com o sistema de DIPRI da Baviera como pelo DIPRI francs, a sucesso se regia pela lei do ltimo domiclio do de cujus.

Ocorre que, de acordo com o artigo 13 do Cdigo Civil francs, conforme a redao vigente poca, a aquisio do domiclio francs dependia da obteno pelo interessado de um decreto de admisso, o que Forgo no havia solicitado nem obtido, pelo que foi considerado como tendo na Frana to-somente um domiclio de fato e conservado seu domiclio de direito no local de sua origem, a Baviera. Em conseqncia, segunda a regra do DIPRI francs, sua sucesso deveria ser submetida lei bvara. Acontece que o direito da Baviera no fazia distino alguma entre domiclio de fato e domiclio de direito, pelo que Forgo era efetivamente domiciliado na Frana e sua sucesso deveria se reger pelo direito francs. A Corte francesa decidiu aceitar a orientao do direito bvaro, aplicando o direito interno francs, pelo qual a sucesso de Forgo foi atribuda ao Estado francs (1878 contrao da teoria da aceitao do reenvio).

(B) CASO DO BANCO OTOMANO

Em 1965, a Corte de Apelao de Paris julgou uma questo referente ao Banco Ottomano em que o direito aplicvel, segundo o sistema francs (lei da nacionalidade da pessoa jurdica), seria a lei do pas da sede da sociedade, onde esta mantm seu centro administrativo, que na hiptese conduzia ao direito ingls. Ocorre que de acordo com o DIPRI ingls, a nacionalidade das pessoas jurdicas (e o direito que se lhe aplica) a do pas onde foram constitudas, que no caso era a lei turca, eis que o banco fora criado na Turquia. A Corte parisiense, verificando que a Turquia considera que sua lei tem competncia sobre a questo, aceitou a remisso efetuada pelo direito ingls ao direito turco, aplicando as normas internas do direito deste pas. Perfeita a aceitao do reenvio de 2 GRAU.

(C) CASO DUPREVE

Um canadense que residia na Tunsia morreu, deixando um sobrinho uterino. Segundo a lei de Quebec, provncia da qual o de cujus era originrio, a herana lhe cabia, mas segundo a lei tunisina s herdam sobrinhos consangneos. As regras de DIPRI tunisino e canadense tambm conflitam: enquanto o DIPRI tunisino determina a aplicao da lei sucessria da nacionalidade do de cujus, o DIPRI canadense ordena a aplicao da lei do domiclio do falecido, constituindo-se assim um conflito de 2 GRAU (conflito negativo), em que o DIPRI tunisino manda aplicar a lei canadense e o DIPRI canadense aplicar a lei tunisiana. Aplicao da teoria do reenvio lei tunisiana.

Dia 30/10/2007

ORDEM PBLICA

1. Conceito- o conceito est contido na LICC no art.17. um conceito que varia de tempos em tempos e de sociedade para a sociedade.

Ordem Pblica o conjunto de valores de natureza tica, social, filosfica e jurdica.

Em cada sociedade existe um rol mnimo de valores que devem ser observados e respeitados.

Se houver ofensa a ordem publica o estado no aceitar a lei, mas para efeitos de patrimoniais ser reconhecido.A ofensa ordem pblica: exemplo casamento com vrias mulheres aqui no Brasil reconhecido apenas o 1 casamento.

2. Caractersticasa) relatividade e instabilidade o conceito de ordem pblica relativo e instvel, por se tratar de valores caractersticos a cada Estado. Ele tambm muda de tempos em tempos conforme a evoluo daquela sociedade. Ento quando analisado, pelo operador do direito, um caso, ele dever ser analisado dentro dos valores da poca que o caso est sendo analisado e no na poca do fato.

b) contemporaneidade os valores se renovam, portanto um caso ao ser analisado dever s-lo na poca que est sendo analisado.3. Ordem pblica em trs nveis:1 Nvel Direito interno - aqui impedido que um ato seja praticado no direito interno. Ex: a celebrao de contrato por um incapaz sem estar representado ou assistido, existe aqui a violao a ordem publica.

2 Nvel a vedao do Direito estrangeiro no nosso ordenamento se violar a ordem publica os bons costumes e a soberania. Salvo aquelas que esto dentro da Lei imperativa.

3 Nvel diz respeito a teoria dos direitos adquiridos, a homologao da sentena estrangeira, ao reconhecimento de atos emanados de outros Estados, outras Autoridades Judiciais.Ex1: direito adquirido pelo fato de ser proprietrio de imvel no Haiti meu direito adquirido, faz parte do patrimnio. Ex2: fato de ser casado no Brasil direito adquirido meu que deve ser apenas provado, fazer prova atravs de certido.

Ex3: a poligamia viola a ordem pblica do Brasil, o sujeito no tem o direito adquirido no Brasil, pois a lei do pas dele ofende a ordem publica do Brasil.

Ex4: divida de jogo no pode ser cobrada pois ofende a ordem local, mas o STF e agora STJ passou em alguns casos a homologar a sentena estrangeira decorrente a dvida de jogo em cassinos. A fundamentao com base nos valores da sociedade daquele Estado ao qual a dvida de jogo permitida. Aqui entra a contemporaneidade, a relatividade e a instabilidade. Pois o sujeito no poder se valer de seu ordenamento jurdico para fraudar outros ordenamentos.4. Ordem pblica

dividida de jogo -foro de eleio - direitos adquiridos o fato de ser casado no Brasil, ser reconhecido em outro pas, mas necessrio que se faa a prova atravs da certido de casamento.ACORDOS DE COOPERAO JURDICAResoluo n.9 de 4/09/2005 dispe ser competncia do STJ a competncia do Exequatur das cartas rogatrias e a homologao das sentenas estrangeiras. Cabe ao Presidente do STJ analisar o pedido, e caso de no homologao interposto Agravo regimental.A carta rogatria o juiz rogante que solicita o pedido que solicita o cumprimento da sua rogao.

A resoluo deu a homologao de cartas rogatrias que tenham deciso decisria ou no decisria.

Fundamento - Competncia - natureza dos atos podem ser atos decisrios e no decisrios, executrios, instrutrios, um arresto, um seqestro. Esses atos podem ser objeto das cartas rogatrias, isso porque o artigo 7 da resoluo n.9/2005, a doutrina coloca que houve uma mudana do posicionamento da jurisprudncia.

HOMOLOGAO DE SENTENA ESTRANGEIRACompetncia artigo 89 do CPC.Competncia exclusiva - O que ocorrer se uma sentena de ordem estrangeira que diga a respeito a competncia exclusiva de competncia brasileira? A sentena estrangeira ser rejeitada.

Competncia relativa art. 88 CPC possvel o foro de eleio escolhido pelas parte, salvo aqueles foros que forem de competncia exclusiva.

Competncia

Diferena do juzo prolator do juzo executor.

A sentena dever surtir efeitos no foro do ru.

O artigo 3 resoluo prev que a sentena estrangeira dever estar com documentos traduzidos e autenticados.

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