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DIREITOS HUMANOS E O SISTEMA PRISIONAL I – INTRODUÇÃO. DEFINIÇÃO E FUNDAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS. É possível definir direitos humanos como conjunto de direitos básicos, imprescindíveis para a concretização da dignidade humana. São direitos essenciais para que o ser humano tenha o tratamento digno que lhe é inerente e aos quais todos fazem jus, sem quaisquer distinções. Paulo Henrique Gonçalves Portela define os direitos humanos como “aqueles direitos essenciais para que o ser humano seja tratado com a dignidade que lhe é inerente e aos quais fazem jus todos os membros da espécie humana, sem distinção de qualquer espécie”. É comum utilizar também a expressão “direitos fundamentais” para se referir aos direitos que materializam a dignidade humana. E, em regra, não há basicamente diferença. Normalmente direitos humanos e direitos fundamentais representam os mesmo direitos. Entretanto, passou-se a diferenciar os termos quanto ao plano de positivação dos direitos. Dessa maneira, a expressão “direitos fundamentais” ficou reservada aos direitos que se encontram positivados na ordem jurídica interna, ao passo que a expressão “direitos humanos” passou a ser utilizada para se referir aos direitos que encontram respaldo na ordem jurídica internacional, especialmente no plano das convenções e tratados. Diante disso, é possível que haja direito humana não consagrado como direito fundamental, sendo a recíproca verdadeira. Para isso, basta que, por exemplo, tratado internacional preveja direito não previsto na ordem jurídica interna do Estado.

Direitos Humanos e o Sistema Prisional2

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DIREITOS HUMANOS E O SISTEMA PRISIONAL

I – INTRODUÇÃO. DEFINIÇÃO E FUNDAMENTO DOS DIREITOS HUMANOS.

É possível definir direitos humanos como conjunto de direitos básicos,

imprescindíveis para a concretização da dignidade humana. São direitos essenciais para

que o ser humano tenha o tratamento digno que lhe é inerente e aos quais todos fazem

jus, sem quaisquer distinções.

Paulo Henrique Gonçalves Portela define os direitos humanos como “aqueles

direitos essenciais para que o ser humano seja tratado com a dignidade que lhe é

inerente e aos quais fazem jus todos os membros da espécie humana, sem distinção de

qualquer espécie”.

É comum utilizar também a expressão “direitos fundamentais” para se referir aos

direitos que materializam a dignidade humana. E, em regra, não há basicamente

diferença. Normalmente direitos humanos e direitos fundamentais representam os mesmo

direitos.

Entretanto, passou-se a diferenciar os termos quanto ao plano de positivação dos

direitos. Dessa maneira, a expressão “direitos fundamentais” ficou reservada aos direitos

que se encontram positivados na ordem jurídica interna, ao passo que a expressão

“direitos humanos” passou a ser utilizada para se referir aos direitos que encontram

respaldo na ordem jurídica internacional, especialmente no plano das convenções e

tratados.

Diante disso, é possível que haja direito humana não consagrado como direito

fundamental, sendo a recíproca verdadeira. Para isso, basta que, por exemplo, tratado

internacional preveja direito não previsto na ordem jurídica interna do Estado.

No entanto, essa não é a regra, pois a maioria dos direitos previstos nas

constituições são previstos, também, no ordenamento jurídico internacional. Sobretudo no

caso do Brasil, que costuma reproduzir na legislação pátria o conteúdo muitas vezes

transcrito de tratados e convenções internacionais.

Nesse sentido, os direitos humanos configuram defesa contra os excessos de

poder, seja ele privado ou estatal. Consistem, também, em pauta voltada a orientar as

políticas públicas. Ou seja, incidem numa perspectiva de direito de não intervenção, bem

como numa perspectiva de obrigação de intervenção estatal de modo a garantir direitos.

Como bem demonstra a história, a arbitrariedade estatal impede da vida harmônica

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em sociedade, o desenvolvimento da dignidade humana. Cria-se, assim, um cenário no

qual as pessoas não possuem direitos e garantias básicos. Um cenário de desrespeito à

condição de ser humano.

Cumpre ressaltar que os direitos humanos não encontram seu fundamento na

ordem positiva. Seu fundamento está na experiência e consciência moral de determinado

povo. Na convicção social acerca da necessidade da proteção de certos valores. Fundam-

se, portanto, os direitos humanos, no reconhecimento da dignidade mínima inerente a

todos os membros da espécie humana.

Cumpre destacar que os Direitos Humanos se desenvolveram através de gerações.

Comumente são divididos em três gerações de direitos.

A primeira geração de direitos humanos compreende os direitos da liberdade, civis

e políticos. Surgiram com as revoluções liberais durante a transição do Estado Absolutista

par ao Estado Liberal de Direito. São marcos dessa geração de direitos a Constituição

Americana, de 1787 e a Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 1789, da

França. São direitos que, em regra, dizem respeito à não intervenção do Estado na vida

do particular.

A segunda geração de direitos humanos compreende os direitos da igualdade, que

são direitos sociais, econômicos e culturais, fruto da transição do Estado Liberal para o

Estado Social. A característica dos direitos de segunda geração é o fato de serem direitos

positivos, prestacionais, no sentido de obrigação do Estado em atuar intervindo no

domínio econômico, prestando políticas públicas de caráter social. São marcos dessa

geração de direitos a Revolução Mexicana de 1910 e a Revolução Russa de 1917.

A terceira geração de direitos humanos é fruto do período pós 2ª Guerra Mundial.

Compreende os direitos de fraternidade/solidariedade, que são os direitos difusos, dos

povos, da humanidade, como os direitos ao desenvolvimento, ao ambiente e direito de

proteção ao consumidor. A característica central dos direitos humanos de terceira geração

está não na participação ou abstenção estatal, mas sim no fato de serem direitos

reconhecidos ao homem pela mera condição humana. O marco jurídico é a Declaração

Universal dos Direitos Humanos, editada pela Assembleia da ONU em 1948.

Parte da doutrina afirma, ainda, a existência de mais duas gerações de direitos

humanos. A quarta, que diz respeito aos direitos decorrentes da manipulação genética e o

direito à democracia; e a quinta, que diz respeito ao direito à paz. Dessa forma, a

democracia deixaria de ser um mero regime político, passando a se afirmar como um

verdadeiro direito humano. O mesmo acontecendo quanto à paz, que deixa de ser mera

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a condição ausência de guerra para ser erigida à categoria de direito humano.

No plano nacional, a Constituição da República de 1988 é o grande marco jurídico

dos direitos humanos. Trouxe mudanças substantivas do ponto de vista dos direitos

humanos em relação à história constitucional do país, o que parece ter sido uma

consequencia do momento, do contexto histórico, vivido pela Constituinte, um regime de

exceção que durou mais de duas décadas. Logo em seu primeiro artigo, a Constituição

positiva como um dos fundamentos da República Federativa do Brasil a dignidade da

pessoa humana, núcleo essencial de irradiação dos direitos humanos.

Pouco adiante, no art. 3º da Constituição, estão elencados os objetivos

fundamentais da República, todos eles se relacionando diretamente com a temática de

proteção à pessoa: I – construir uma sociedade livre, justa e solidária; II – garantir o

desenvolvimento nacional; III – erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as

desigualdades sociais e regionais; IV – promover o bem de todos, sem preconceitos de

origem, raça, sexo, cor, idade, e quaisquer outras formas de discriminação.

Ainda de acordo com a Constituição, a República Federativa do Brasil rege-se nas

suas relações internacionais pelo princípio (dentre outros) da prevalência dos direitos

humanos (CR, art. 4º, II).

O Título II da CR (arts. 5º ao 17 – em especial os capítulos I e II, que tratam dos

direitos e deveres individuais e coletivos e dos direitos sociais, respectivamente), por sua

vez, traz um amplo conjuntos de direitos e garantias fundamentais, em caráter não

taxativo, frise-se. E, mais, o art. 60, § 4º, IV, veda proposta de emenda constitucional

tendente a abolir os direitos e garantias individuais, sendo, portanto, cláusula pétrea.

A elevação dos direitos fundamentais à condição de clausula pétrea foi muito

inovadora se considerando os diplomas constituintes anteriores, que adotavam como

cláusulas pétreas apenas temas relacionados ao Estado e ao Governo, sem despender

qualquer preocupação com os direitos das pessoas.

Fica claro, portanto, que a partir da Constituição de 1988 toda a realidade estatal

passou a se desenvolver, ao menos em tese, a partir da dignidade humana. A partir de um

rol básicos de direitos aos quais fazem jus todas as pessoas, pela simples condição de

humano.

Os direitos humanos possuem algumas características. São elas: historicidade,

universalidade, relatividade, irrenunciabilidade, inalienabilidade, imprescritibilidade;

unidade, indivisibilidade e interdependência.

Os direitos humanos são dotados de historicidade pois são frutos de processo

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histórico, resultando de uma construção através do tempo; são dotados de universalidade

pois se destinam a todas as pessoas, sem qualquer tipo de discriminação, bem como

abrangem todo o território; são dotados de relatividade, eis que não são absolutos,

podendo sofrer limitações face a outros direitos; são irrenunciáveis, pois as pessoas não

têm poder de dispor sobre a proteção de sua dignidade; são inalienáveis, vez que não

podem ser objeto de comércio, não tem valor econômico; são dotados de

imprescritibilidade pois a pretensão de respeito e concretização de tais direitos não se

esgota pelo passar dos anos; são dotados de unidade, pois devem ser encarados como

um conjunto único, sem hierarquia entre os direitos.

II – DA DELICADEZA DE TRATAR DOS DIREITOS HUMANOS NO SISTEMA PRISIONAL

Certamente, um dos mais polêmicos pontos a se tratar, do ponto de vista da defesa

dos direitos humanos, é a defesa dos direitos humanos no sistema prisional. Isso porque

todos os grupos de vulneráveis, à exceção da população carcerária, que veem seus

direitos humanos violados, gozam ao menos da simpatia da maior parte das pessoas.

Dessa forma, tem-se que a defesa dos direitos humanos dos apenados com a

perda da liberdade goza de desprezo de grande parte da população, que trata o tema de

maneira jocosa.

III – DO SURGIMENTO E HISTÓRIA DAS PRISÕES

Segundo Cezar Roberto Bittencourt, “A prisão é uma exigência amarga, mas

imprescindível. A história da prisão não é a de sua progressiva abolição, mas a de sua

reforma. A prisão é concebida modernamente como um mal necessário, sem esquecer

que a mesma guarda em sua essência contradições insolúveis”.

Durante a Idade Média o Direito Penal foi marcado por penas crueis e desumanas.

Não havia a privação da liberdade como conceito de pena, que eram, sobretudo, penas

de morte ou castigo físico.

A Antiguidade desconheceu totalmente a privação de liberdade, estritamente

considerada como sanção penal. Embora seja inegável que o encarceramento de

delinquentes sempre existiu, não tinha caráter de pena.

Em verdade, a prisão servia como “medida cautelar”, de modo a garantir que o

acusado não iria fugir até que cumprisse a pena. A prisão, pois, era um meio para a

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punição e não um fim em si mesma, era uma espécie de “antessala” dos suplícios, como

define Cezar Roberto Bittencourt, pois se usava a tortura, frenquentemente, para tentar

descobrir a verdade. Ademais, para aprisionar, não havia necessidade de um local

específico.

Com a evolução do Direito Penal, houve a humanização das penas e a privação de

liberdade passou a exercer um papel de verdadeira punição. Assim, no Século XVIII,

começaram a surgir os primeiros projetos do que viriam a ser as penitenciárias modernas.

No Brasil, com a Constituição de 1824 foram banidas as penas de açoite, tortura,

ferro quente e outras penas crueis. Tal avanço, contudo, não abrangia os escravos. Em

1830 com o advento do Código Criminal, foi introduzida a pena de prisão no ordenamento

brasileiro. Mantinham-se, ainda, as penas de morte e as penas de trabalhos forçados.

Relatórios datados de 1829, da cidade de São Paulo, já se referiam a problemas

que perduram no sistema prisional até a atualidade: falta de espaço para os presos, não

separação entre condenados e aqueles que estão sob prisão preventiva/temporária, falta

de água, acúmulo de lixo. Relatório de 1841 já tratava a Cadeia como “escola de

imoralidade erecta pelas autoridades, paga pelos cofres públicos”.

No ano de 1906 houve 976 condenações à prisão celular. Haviam, contudo, 160

vagas. Fica demonstrado, portanto, que o déficit carcerário brasileiro perdura desde o

Século XIX.

Atualmente domina entre os estudiosos do direito penal a convicção de que o

encarceramento, a não ser para os denominados presos residuais, é uma injustiça

flagrante, sobretudo porque, entre os presos, não se incluem os agentes da criminalidade

não convencional (os “criminosos de colarinho branco”.

IV – DA FUNÇÃO SOCIAL DO SISTEMA PENAL

A Criminologia e a Sociologia do direito penal contemporâneo assinalam diferentes

funções sociais cumpridas pelo sistema penal. Afirma-se que o sistema penal cumpre a

função de sustentar uma estrutura de poder e segmentos sociais, por meio da

criminalização seletiva dos marginalizados e dos setores contestadores da ordem

instituída.

Diante da constatação de que o sistema penal tende a tornar o fenômeno

“hegemonia x marginalização” mais agudo, surge a hipótese de limitação da intervenção

punitiva e redução da irracionalidade (violência) na intervenção punitiva. É o chamado

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princípio da intervenção mínima.

De acordo com E. R. Zaffaroni, “Se a intervenção do sistema penal é, efetivamente,

violenta, e sua intervenção pouco apresenta de racional e resulta ainda mais violenta, o

sistema penal nada mais faria que acrescentar violência àquela que, perigosamente, já

produz o injusto jushumanista a que continuamente somos submetidos. Por conseguinte,

o sistema penal estaria mais acentuado os efeitos gravíssimos que a agressão produz

mediante o injusto jushumanista, o que resulta um suicídio.

Ademais, o sistema penal tem os chamados efeitos “punitivo” e “pedagógico”.

Punitivo no sentido de punir o infrator pelo eventual delito cometido; e pedagógico no

sentido de “alertar” a sociedade para os efeitos do cometimento de um delito. É o que se

apreende da teoria mista da pena, segundo a qual a se busca “a prevenção geral

mediante retribuição justa”. Isto é, não se funda a punição apenas na teoria da prevenção

geral (buscando efeitos sobre a comunidade), nem na teoria da prevenção especial (que

age sobre apenado). Assim, a pena tanto pode ser vista como mecanismo de intimidação

de outras pessoas para que não cometam fatos puníveis (prevenção geral negativa),

quanto como instrumento de reforço da confiança da comunidade na vigência das normas

penais (prevenção geral positiva ou de integração).

Contudo, o chamado efeito “pedagógico” do sistema penal não parece eficaz, vez

que os níveis de criminalidade não parecem diminuir com a evolução da legislação penal.

Em verdade, a crueldade, ou maior gravosidade, das penas não parece ter real efeito

sobre o número de delitos cometidos, em que pese determinados setores da sociedade

clamarem por penas crueis, de trabalhos forçados e, principalmente, de morte.

V – DA PENA DE MORTE

A Constituição Federal veda a pena de morte em tempo de paz, fazendo ressalva

em caso de guerra declarada (art. 5º, XLVII).

A pena de morte, que passou das Ordenações Filipinas para o Código Criminal do

Império de 1830 não mais foi aplicada no Brasil a partir de 1865. Com o primeiro Código

Criminal Republicano (1890), a mesma foi abolida. A Constituição do Estado Novo (1937)

permitia que o legislador ordinário prescrevesse pena de morte para crimes políticos e

delitos político-sociais. A Lei Constitucional n.º 1 de 1938 estabelecia quando a pena de

morte deveria ser aplicada. Com o Ato Institucional n.º 14, a pena de morte tornou a ser

introduzida na legislação brasileira se, contudo, ser aplicada. Desde 1978, com a Emenda

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Constitucional n.º 11, a pena de morte em tempos de paz não mais encontra respaldo na

legislação brasileira.

Segundo Zaffaroni, o atual estágio do direito penal afasta a pena de morte do

conceito de pena, vez que a “pena de morte” não cumpre qualquer função preventiva,

mas simplesmente tem como função suprimir um homem de forma irreversível. Não se

trata, pois de uma pena, mas de um mero impedimento físico ao agente delitivo.

VI – DA VEDAÇÃO AO TRATAMENTO DESUMANO OU DEGRADANTE

O art. 5º, inciso III, da Constituição da República prevê expressamente que

“ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.

No âmbito internacional, foi celebrada em 1984 a Convenção contra a Tortura ou

Penas Crueis, Desumanas ou Degradantes, que ingressou no ordenamento jurídico

brasileiro, por meio de Decreto, no dia 15/02/1991.

Para os fins da referida convenção, tortura é um “ato pelo qual dores ou

sofrimentos agudos, físicos ou mentais, são infligidos intencionalmente a uma pessoa a

fim de obter, dela ou de terceira pessoa, informações ou confissões; de castigá-la por ato

que ela ou terceira pessoa tenha cometido ou seja suspeita de ter cometido; de intimidar

ou coagir esta pessoa ou outras pessoas; ou por qualquer motivo baseado em

discriminação de qualquer natureza; quando tais dores ou sofrimentos são infligidos por

um funcionário público ou contra pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua

instigação, ou com o seu consentimento ou aquiescência” (art. 1º).

Na esteira da Convenção internacional, o Brasil editou a Lei n.º 9.455 de 07 de abril

de 1997, que define o crime de tortura no ordenamento jurídico nacional. Na legislação

pátria, “Constitui crime de tortura: I – constranger alguém com emprego de violência ou

grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental: a) com o fim de obter

informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa; b) para provocar

ação ou omissão de natureza criminosa; c) em razão de discriminação racial ou religiosa;

II – submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade, com emprego de violência ou

grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma de castigo pessoal ou

medida de caráter preventivo.

Ainda na ordem jurídica brasileira, a Lei n.º 12.847 de agosto de 2013 institui o

Sistema Nacional de Prevenção e Combate à Tortura; cria o Comitê Nacional de

Prevenção e Combate à Tortura e o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à

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Tortura, com o objetivo de “fortalecer a prevenção e o combate à tortura, por meio de

articulação e atuação cooperativa de seus integrantes, dentre outras formas, permitindo

as trocas de informações e intercâmbio de boas práticas” (art. 1º).

VII – DAS PENAS APLICADAS NO BRASIL

A Constituição da República, em seu art. 5º, XLVII prevê que: “não haverá penas

de: a) morte, salvo em caso de guerra declarada […]; b) de caráter perpétuo; c) de

trabalhos forçados; d) de banimento; e) crueis”. O referido artigo dispõe, ainda, que a lei

estabelecerá a individualização da pena, de modo que esta não passe da pessoa do

condenado.

Prevê, ainda, o inciso XLIX do já referido artigo que “é assegurado aos presos o

respeito à integridade física e moral”.

Por sua vez, o art. 32 do Código Penal Brasileiro dispõe: “As penas são: I –

privativas de liberdade; II – restritivas de direitos; III – de multa.

Ademais, a Lei de Execução Penal (Lei n.º 7.210 de 1984) prevê que “A

assistência ao preso e ao internado é dever do Estado, objetivando prevenir o crime e

orientar o retorno à convivência em sociedade” (art. 10). Assistência essa que será

material, à saúde, jurídica, educacional, social e religiosa, nos termos do art. 11 da já

referida lei.

Evidente, portanto, que o apenado sofrerá, no máximo, a perda de sua liberdade.

Não devendo, jamais, ter sua dignidade, sua condição de ser humano, afrontada pelo fato

de ter cometido delito punível com pena de detenção ou reclusão. Não prevê a legislação

brasileira, nem poderia, à luz da ordem constitucional, tratamento desumano para

quaisquer pessoas, sem exceção.

Contudo, previsões constitucionais e infraconstitucionais, bem como previsões no

ordenamento internacional, não conseguem impedir violações diárias aos direitos básicos

daqueles que se encontram nos estabelecimentos prisionais. Muitos desses que, sequer,

foram considerados culpados, vez que se encontram encarcerados preventiva ou

temporariamente.

VIII – DAS PENAS ALTERNATIVAS

As penas alternativas à privativa de liberdade são tidas como sanções modernas.

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Surgiram como necessidade inadiável d reforma do sistema penal, ante o fracasso dos

objetivos declarados da pena privativa de liberdade.

Dessa forma, uma das primeiras penas alternativas surgiu na Rússia, em 1926, a

“prestação de serviços à comunidade”. Na Inglaterra e na Alemanha, surgiu, em 1948 e

1953, respectivamente, a “prisão de fim de semana”.

O Brasil adota as seguintes penas restritivas de direitos: prestação pecuniária;

perda de bens e valores; prestações inominadas;limitação de fim de semana; prestação

de serviços à comunidade ou a entidades públicas; interdição temporária de direitos.

Prevê, ainda, a possibilidade de suspensão condicional da pena.

Tais penas têm como objetivo evitar a restrição da liberdade do apenado, ao

mesmo tempo em que pune o mesmo na medida da reprovabilidade social de seus atos.

O sistema penal sueco, por exemplo, tem como princípio fundamental evitar sanções

privativas de liberdade, visto que, em geral, essas sanções não contribuem com a

adaptação do indivíduo a uma futura vida em liberdade.

A ampliação do uso das penas alternativas à pena privativa de liberdade teria

grande efeito sobre um dos maiores problemas do sistema carcerário, que é a

superlotação. Contudo, tal possibilidade encontra barreiras na própria sociedade, que, em

regra, não enxerga nas penas alternativas o caráter punitivo-reeducativo.

IX – DA POPULAÇÃO CARCERÁRIA E DA SITUAÇÃO DOS PRESÍDIOS

BRASILEIROS

Embora haja certa divergência quanto aos números, o Brasil possui a terceira, ou

quarta, maior população carcerária do mundo. População essa que continua crescendo

em proporções muito superiores à criação de vagas. Entre 1992 e 2013 a população

brasileira cresceu 36%. Nesse mesmo período, a quantidade de presos cresceu mais de

400%.

As condições precárias dos presídios brasileiros violam diuturnamente os direitos

fundamentais de milhares de apenados. Tortura, superlotação, falta de assistência

médica, falta de alimentação adequada e obstáculos ao acesso à Justiça são apenas

exemplos que podem ser extraídos do quadro geral de violação dos direitos humanos a

que os presos são submetidos no Brasil.

Nesse panorama, ao serem presas, as pessoas não veem cerceadas apenas a sua

liberdade, como previsto na legislação constitucional e infraconstitucional. Perdem, sim,

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seu direito à personalidade e à dignidade, o que termina por gerar rebeliões, fugas, e um

aumento da criminalidade e da violência entre os próprios presos.

No âmbito das prisões brasileiras, os presos adquirem as mais diversas doenças,

sendo mais comuns as doenças do trato respiratório, como tuberculose e pneumonia, e

doenças sexualmente transmissíveis, como a AIDS. A assistência odontológica resume-

se, em muitos casos, à extração de dentes.

Recentemente o Governo do Estado do Espírito Santo passou a utilizar contêineres

(caixas metálicas) para abrigar a população carcerária crescente sob o argumento de que

tal recurso resolveria o problema da superlotação dos presídios. Expôs, assim, os presos

a temperaturas superiores a 50 ºC, sem quaisquer condições básicas de higiene.

Episódios de agressão física fazem parte do cotidiano dos presos, tendo como

atores os próprios presos ou mesmo agentes da administração prisional. Em muitas

situações pós-motins, os presos são costumeiramente espancados, muitas vezes

chegando a ocorrerem óbitos.

Além do já relatado, os presos se veem entregues ao ócio, sem possibilidade de

estudar ou trabalhar, de modo que as prisões brasileiras não tem a menor condição de

promover a pretendida ressocialização/reeducação.

Segundo Michel Foucault, em sua clássica obra “Vigiar e Punir”, a) as

prisões não diminuem a taxa de criminalidade; b) provocam a reincidência; c) não podem

deixar de fabricar delinquentes, mesmo porque lhe são inerentes o arbítrio, a corrupção, o

medo, a incapacidade dos vigilantes e a exploração (dentro dela nascem e se

desenvolvem as carreiras criminais); d) favorecem a organização de um meio de

delinquentes, solidários entre si, hierarquizados, prontos para todas as cumplicidades

futuras; e) as condições dadas aos detentos libertados condenam-os fatalmente à

reincidência; f) a prisão fabrica indiretamente delinquentes, fazer cair na miséria à família

do detento.

Os altos índices de reincidência tem sido, historicamente, invocados como um dos

fatores principais da comprovação do efetivo fracasso da pena privativa de liberdade,

pois, a despeito da presunção de que os presos são submetidos a um tratamento

ressocializador, as estatísticas de diferentes países, dos mais variados parâmetros

políticos, econômicos e sociais, apresentam pouco com o que se animar.

A prisão, em vez de conter a delinquência, tem-lhe servido de estímulo,

convertendo-se em um instrumento que oportuniza toda espécie de afronta aos direitos

humanos. A prisão exerce forte influência no fracasso do tratamento do recluso.

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É possível constatar que, na prática, o cidadão-preso perde mais que sua

liberdade. Perde, em verdade, sua dignidade. É submetido à humilhação e acaba se

sentindo menos que nada. Nesse contexto, após o cumprimento de sua pena, voltará ao

convívio social estigmatizado, rotulado, sem possibilidade de adaptação. Estará, pois,

fadado ao retorno para o mundo da criminalidade.

X – DA CPI (COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO) DO SISTEMA CARCERÁRIO

Diante do histórico de rebeliões, tratamento degradante e corrupção, foi instaurada

uma Comissão Parlamentar de Inquérito com o fim de “investigar a realidade do Sistema

Carcerário Brasileiro, com destaque para a superlotação dos presídios, custos sociais e

econômicos desses estabelecimentos, a permanência de encarcerados que já cumpriram

a pena, a violência dentro das instituições dos sistema carcerário, corrupção, crime

organizado e suas ramificações nos presídios e buscar soluções para o efetivo

cumprimento da Lei de Execução Penal – LEP” (contracapa do relatório da CPI).

Para tanto, foram efetuadas diligências em diversos presídios em todas as

unidades da federação. Como regra, encontrou-se um cenário de completa violação dos

direitos dos presos. Superlotação; absoluta falta de assistência material; higiene precária;

falta de assistência médica, odontológica e psicológica. Enfim, um quadro de sistemática

afronta aos direitos humanos.

No tocante ao Estado da Bahia, a CPI efetuou diligências nos presídios no dia

06/04/2008. À época, para cuidar de 14.790 presos, havia 4.905 agentes penitenciários.

No mesmo período, aferiu-se que o Estado contava com 1.584 juízes e 573 promotores.

Havia apenas 1 Vara de Execuções Penais na Capital, Salvador.

Na Penitenciária Lemos de Brito, maior presídio do Estado, foram encontrados

1.776 detentos onde deveriam haver, no máximo, 1.200. As celas de 6 metros quadrados

são subdivididas em seis pequenas celas. Há pequenas mercearias que praticam preços

exorbitantes, aproveitando-se da vulnerabilidade dos presidiários. Constatou-se, ainda,

que havia 48 casos confirmados de HIV/AIDS, além de muitos casos de tuberculose e

doenças de pele.

A alimentação, oferecida 3 vezes por dia é feita por empresa terceirizada. Contudo,

dada sua baixa qualidade, muitos presos improvisam refeições em suas celas.

Na diligência realizada, vários presos reclamaram do desaparecimento de

processos, bem como de estarem presos apesar de terem cumprido as penas devidas.

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Queixaram-se, ainda, da demora na concessão dos benefícios aos quais faziam jus.

Alguns presos gozam de situação privilegiada, a depender de sua condição

financeira. Foram encontrados na cela do “chefão” da cadeia, Genilson Lino da Silva, o

“Perna”, R$ 280.000,00 (duzentos e oitenta mil reais), além de celulares, armas e drogas.

Havia, ainda, fartura de produtos alimentícios e, inclusive, uma geladeira.

Em diligência realizada no Presídio Feminino de Salvador havia 151 presas em 64

celas que deveriam abrigar até 128. Todas as presas usam uniforme. A alimentação

também é servida 3 vezes ao dia, por empresa terceirizada.

Também foram realizadas diligências no Complexo Policial de Barreiras e na

Cadeia Pública do mesmo município. O Complexo Policial havia sido descaracterizado,

diante da transferência dos presos para outras unidades. A Cadeia Pública foi instalada

em um antigo prédio que ora funcionou como Delegacia.

A Cadeia Pública, unidade improvisada, tinha, à época da CPI, capacidade para 28

presos. Entretanto, 130 ocupavam o prédio. Havia 2 detentos com tuberculose e um

menor de idade preso entre maiores.

No Estado de Minas Gerais, havia 186 presos, inclusive menores, mulheres e

provisórios, na Cadeia Pública da Ponte Nova, que tem capacidade para 70 detentos. No

Distrito Policial de Contagem, a CPI encontrou 125 presos em 3 celas que deveriam

comportar, ao todo, 25. Constatou-se que os presos realizavam suas necessidades

fisiológicas na frente dos outros detentos e de pessoas que circulavam pelo corredor. Os

presos denunciaram, ainda, maus-tratos, torturas, comida estragada, e ausência de juiz,

promotor e defensor público.

Ainda no Distrito Policial de Contagem, os presos afirmaram que, para tratar

problemas de pele, utilizavam creolina, substância utilizada para tratar animais.

Constatou-se o uso da mesma substância, para os mesmos fins, na Cadeia da Ponte

Nova.

Em Pernambuco, à época da CPI, havia um déficit de 9.322 vagas. Superlotação

de mais de 100%. Haviam 17.578 presos e apenas 8.256 vagas. No Presídio Masculino

Aníbal Bruno verificou-se que os presos faziam revezamento para sentar, comer ou

dormir. Também houve diversas denúncias de espancamentos, tráfico de drogas,

ausência de juiz, promotor e defensor público. Os presos queixaram-se, ainda, de penas

vencidas e excesso de prazos.

Ante tantas diligências realizadas pela CPI, houve poucas diligências positivas. Em

alguns Estados foram encontrados estabelecimentos penitenciários com boas creches e

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com ocupação para mulheres encarceradas, destacando-se o presídio de Cuiabá, Mato

Grosso do Sul, onde há muitos brinquedos para as crianças, que permanecem com suas

mães até os três anos de idade. Os quartos são, ainda, dotados de berços individuais.

A creche do Rio de Janeiro também é um bom exemplo. Há berços, brinquedos, o

local é limpo e mães e filhos são bem acomodados. Há, também, boa área gramada onde

as crianças são levadas a fim de tomar sol.

No meio de tantos estabelecimentos com arquitetura antiga, inadequada,

apodrecida e insegura, a CPI encontrou algumas exceções, modernas, novas e seguras,

tanto para os detentos quanto para os visitantes.

Destacam-se, positivamente, o Presídio da Papuda, em Brasília; o Presídio de

Segurança Máxima de Presidente Bernardes, em São Paulo; o Presídio de Segurança

Máxima do Espírito Santo; o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná; e o Presídio de

Ipaba, em Minas Gerais.

O Relatório da CPI do Sistema Carcerário aponta, também, algumas conquistas:

Na Bahia, o Governador Jacques Wagner determinou a exoneração do então diretor do

Presídio Lemos de Brito. Em Porto Alegre, a então Governadora do Estado decidiu

desativar o Presídio Central, ante o deplorável estado do estabelecimento. Em Campo

Grande, Mato Grosso do Sul, o Secretário de Segurança determinou a interdição da

Colônia Penal Agrícola, onde os presos conviviam com porcos. O diretor do

estabelecimento penal e três agentes penitenciários foram presos, acusados de

compactuar com criminosos.

Apesar do transcurso de cerca de 6 anos da CPI do Sistema Carcerário, e das

propostas feitas pela Comissão – como a aplicação de mais penas alternativas; justiça

restaurativa, sem estigmatização e com reintegração; responsabilização dos Estados e

responsabilização pessoal; além do projeto de lei que institui o Estatuto Penitenciário

Nacional (ainda não aprovado) – é difícil perceber mudança na realidade dos presídios

brasileiros.

Em junho de 2013 foi noticiado o assassinato de um jovem de 19 anos, com golpes

de arma branca, no Presídio Lemos de Brito. Em março de 2013 houve rebelião no

mesmo presídio. Os detentos reivindicavam a saída do então Diretor do estabelecimento,

além de melhorias para os presos.

Em janeiro do ano corrente foi amplamente noticiado o caos no Complexo

Penitenciário de Pedrinhas/MA. Apenas no ano de 2014 já ocorreram 11 mortes no

Complexo que abriga 2.200 presos onde deveriam haver 1.700. São relatados, ainda,

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estupros contra esposas, irmãs, filhas e mães que fazem visitas ao local. Rotineiramente

ocorrem fugas e são encontrados túneis.

Em abril de 2014 ocorreu uma rebelião no Presídio Regional Juiz Manoel Barbosa

de Souza, no município de Tobias Barreto, Sergipe, a 127 Km da capital Aracaju. A

rebelião, que terminou com um detento carbonizado, teve como causa a suspensão de

visitas. Além disso, o presídio que tem capacidade para 346 presos, comporta 546

detentos.

XI – DO SISTEMA IDEAL

A busca pelo idealismo no sistema prisional, por um sistema prisional que consiga

colocar em prática seus objetivos, visa garantir àqueles que em determinado momento se

viram sem quaisquer esperança de ter um papel social digno saiam do meio carcerário

minimamente reabilitados para a vida em sociedade.

Para tanto, se faz necessário o efetivo cumprimento de suas obrigações pelos

órgãos competentes, tendo como base o já citado princípio da dignidade humana,

inerente a qualquer indivíduo, tendo como base a própria Constituição Federal, a Lei de

Execução Penal, as Regras de Trato Mínimo. Respeitar-se-ia, assim, os direitos básicos

dos presos.

Uma política criminal integrada com a política social, transformando a instituição

carcerária também em escola de alfabetização e de profissionalização tenderia a inserir o

preso no processo de desenvolvimento nacional.

A educação, ou reeducação, do presidiário seria uma forma de incluir o mesmo no

âmbito social, contribuindo para a formação de sua nova personalidade. A

profissionalização dos presos, por sua vez, os ofereceria uma ocupação e,

posteriormente, a possibilidade de estabilidade econômica.

Assim, haveria enorme contribuição para que os apenados voltem a ter uma vida

normal e digna, o que diminuiria vertiginosamente as taxas de reincidência.

XII – CONCLUSÕES

Ante o exposto, é possível concluir que, embora o Brasil possua uma pertinente

legislação sobre o tema, o ordenamento jurídico prevê uma realidade quase que utópica

acerca dos estabelecimentos penais e das garantias aos apenados.

Page 15: Direitos Humanos e o Sistema Prisional2

Para a efetivação dos direitos previstos no ordenamento jurídico nacional e

internacional, é preciso que os órgãos competentes efetivem suas obrigações.

Por evidente, o Sistema Carcerário é, e deve ser, punitivo. Mas não apenas isso. O

Estado não deve somente punir, mas também fornecer meios para que aqueles que

cometeram delitos não voltem a cometê-los, e que saiam da prisão sendo respeitados

pela sociedade, vez que já pagaram suas dívidas.

Ainda como proposta, a aplicação da pena alternativa deve ser a regra. É

indispensável que se encontrem, também, novas penas compatíveis com os novos

tempos. Cezar Roberto Bittencourt propõe “aperfeiçoar a pena privativa de liberdade,

quando necessário, e substituí-la, quando possível e recomendável”.

Recomenda-se, sobretudo, que as penas privativas de liberdade limitem-se às

condenações de longa duração e àqueles condenados que representem, efetivamente,

perigo para a sociedade, além daqueles de difícil recuperação.

Page 16: Direitos Humanos e o Sistema Prisional2

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