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Universidade Federal do Pará Campus Universitário de Bragança Instituto de Estudos Costeiros Faculdade de Ciências Biológicas JUÇARA DA SILVA CORDEIRO DIVERSIDADE DE ARANHAS (ARACHNIDA, ARANEAE) EM DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL DA PENÍNSULA DE AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ. BRAGANÇA 2008

DIVERSIDADE DE ARANHAS (ARACHNIDA, ARANEAE) EM DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL ... · seus estudos para a investigação da diversidade da classe Arachnida. No Brasil, esses trabalhos ainda

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Universidade Federal do Pará Campus Universitário de Bragança

Instituto de Estudos Costeiros Faculdade de Ciências Biológicas

JUÇARA DA SILVA CORDEIRO

DIVERSIDADE DE ARANHAS (ARACHNIDA, ARANEAE) EM

DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL DA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ.

BRAGANÇA

2008

JUÇARA DA SILVA CORDEIRO

DIVERSIDADE DE ARANHAS (ARACHNIDA, ARANEAE) EM

DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL DA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao

Colegiado da Faculdade de Ciências Biológicas, do

Instituto de Estudos Costeiros da Universidade

Federal do Pará, Campus de Bragança, como

requisito parcial para obtenção de Grau de

Licenciado em Ciências Biológicas.

Orientador: Prof Dr. Marcus Emanuel Barroncas

Fernandes. UFPA, Campus de Bragança.

BRAGANÇA

2008

JUÇARA DA SILVA CORDEIRO

DIVERSIDADE DE ARANHAS (ARACHNIDA, ARANEAE) EM

DUAS ÁREAS DE MANGUEZAL DA PENÍNSULA DE

AJURUTEUA, BRAGANÇA, PARÁ.

Este trabalho foi julgado para obtenção do Grau de

Licenciado em Ciências Biológicas da Faculdade de

Ciências Biológicas do Instituto de estudos Costeiros da

Universidade Federal do Pará no Campus de Bragança.

BANCA EXAMINADORA

_____________________________________ Prof. Dr. Marcus E. B. Fernandes (Orientador) Campus de Bragança, UFPA ______________________________________ Profª M.Sc. Rita de Cássia Oliveira Santos (Titular) Campus de Bragança, UFPA ______________________________________ M.Sc. Sidclay Calaça Dias (Titular) UFPA/Museu Paraense Emílio Goeldi ______________________________________ M.Sc. Darlan Simith (Suplente) Campus de Bragança, UFPA

BRAGANÇA

2008

i

“O sucesso nasce do querer, da determinação e persistência em se chegar a um objetivo. Mesmo não atingindo o alvo,

quem busca e vence obstáculos, no mínimo fará coisas admiráveis."

José de Alencar

ii

Dedico este trabalho:

Ao meu pai Olavo e minha mãe Jurema, vocês são as pessoas mais importante da minha vida!

iii

AGRADECIMENTOS

A Universidade Federal do Pará, pela vaga no curso e oportunidade de ensino

gratuita.

Ao Laboratório de Ecologia de Manguezal e ao Prof. Dr. Marcus E. B. Fernandes

pela amizade, dedicação, compreensão, paciência e pelo apoio durante todo o

desenvolvimento e orientação deste trabalho, dentro e fora do laboratório.

Ao Laboratório de Aracnologia do Museu Paraense Emílio Goeldi por ter me

concedido oportunidade de estágio e ajuda na identificação das aranhas, em

especial ao Sidclay Dias, Nancy França, Laura Miglio, David Candiani e Danni

Roberto que me auxiliaram muito durante o estágio e sempre que precisei de ajuda.

A José Augusto Barreiros (in memoriam) pelo incentivo e orientação neste trabalho

em quanto esteve entre nós. Foi ele quem me apresentou o mundo das aranhas,

obrigado!

A minha mãe, que apesar de nossas diferenças, sei que me ama e nunca deixa de

orar e cuidar de mim mesmo que estejamos distantes.

Ao meu pai, com muito carinho, pois sei que apesar de todas as dificuldades e com

todas as limitações financeiras, apostou e confiou em mim.

A minha tia Júlia, ao meu avô Acácio Joaquim (in memoriam) pelo carinho, meus

irmãos, simplesmente por existirem! E a toda a minha família que é maravilhosa.

Ao meu namorado Christóvam Pamplona Neto, por todo auxílio e companheirismo.

Você depois de mim foi o maior responsável por este trabalho, venci muita coisa e

muita dificuldade ao seu lado, você com seu jeito estranho que muitas vezes não

compreendi me mostrou a principal motivação de chegar ao fim, te amo e admiro

muito.

Aos meus amigos da turma de Biologia 2003 (Galera da Irmandade) que foram

muito importantes durante ao longo do curso pela união e companheirismo.

As minhas amigas, Aline Carvalho, Elia Lindoso e Kely Melo pelo apoio e auxílio

sempre em todas as horas.

Aos professores(as) em especial, Fernando Abrunhosa, Colin Beasley, Claudia

Tagliaro, Nils Asp, Rita Santos, Moirah Menezes e Marivana Borges, pela amizade,

atenção, compreensão e prestatividade em todos os momentos que precisei, dentro

e fora da sala de aula.

Por fim, agradeço a Deus o mestre supremo, que me deu o dom da vida e me

ampara com seu amor e sabedoria fazendo com que eu me sinta cada vez mais feliz

a cada dia que se renova! Sem ele nada disso seria possível.

iv

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1

1.1. Objetivo Geral ........................................................................................... 3

1.1.1. Objetivos específicos .....................................................................

3

2. MATERIAIS E MÉTODOS ................................................................................ 4

2.1. Área de estudo .......................................................................................... 4

2.2. Sítios de trabalho ..................................................................................... 5

2.3. Procedimento ............................................................................................ 6

2.4. Guildas de aranhas .................................................................................. 6

2.5. Análise de dados ......................................................................................

8

3. RESULTADOS .................................................................................................. 9

3.1. Composição e abundância ...................................................................... 9

3.2. Diversidade e densidade ......................................................................... 13

3.3. Guildas Comportamentais .......................................................................

13

4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO .........................................................................

15

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 17

v

LISTA DE TABELAS E FIGURAS

Figura 1. Localização da área de estudo e dos sítios de trabalho (Furo do Taici e

Furo Grande) na península de Ajuruteua, Bragança - PA. Modificado de Krause

et al. (2001). ........................................................................................................... 4

Figura 2. Sítios de trabalho na península de Ajuruteua, Bragança - PA. A = Furo

do Taici e B = Furo Grande..................................................................................... 5

Figura 3. Representação esquemática: arranjo das parcelas perpendiculares à

rodovia PA–458, que liga a cidade de Bragança à praia de Ajuruteua, Bragança -

PA............................................................................................................................. 7

Figura 4. Curva de acumulação representada pelo número de espécies e pelo

número de parcelas (representando o número de indivíduos coletados) nos dois

sítios de trabalho, Furo do Taici e Furo Grande, Bragança - PA. ........................... 10

Figura 5. Número total de indivíduos por família nas duas áreas de estudo, Furo

do Taici e Furo Grande, península de Ajuruteua, Bragança - Pará. ....................... 12

Figura 6. Densidade (ind.m2) das famílias de Araneae no Furo do Taici e Furo

Grande, península de Ajuruteua, Bragança-PA. ..................................................... 13

Tabela 1. Lista de táxons, número de indivíduos e abundância relativa nos dois

sítios de trabalho, Furo do Taici e Furo Grande, Bragança - PA. ........................... 11

Tabela 2. Guildas e o número de indivíduos por famílias nas duas áreas de

estudo. ..................................................................................................................... 14

vi

RESUMO

As aranhas são predadoras generalistas que habitam a maioria dos

ambientes terrestres. No entanto, nenhum trabalho sistematizado sobre a

araneofauna de manguezal foi publicado até o momento. Assim, o presente trabalho

objetivou caracterizar a assembléia de aranhas quanto a sua composição e

diversidade em dois sítios de manguezal na península de Ajuruteua, Bragança-PA.

O trabalho foi realizado no Furo do Taici e no Furo Grande, onde espécimes de

aranhas foram coletados entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008, com guarda-

chuva entomológico em parcelas de 10x10 m, totalizando 20 parcelas para cada

sítio de trabalho. Foram coletadas 247 aranhas pertencentes a 12 famílias.

Salticidae foi a família mais abundante para o Furo do Taici, enquanto

Tetragnathidae foi a mais abundante para o Furo Grande. Não houve diferença

significativa entre os valores de abundância por família dos dois sítios de trabalho (t

=0,13; gl=1; p>0,05). A análise de similaridade ANOSIM, mostrou que houve

diferença significativa entre o número de indivíduos das duas áreas de estudo

(R=0,045; p<0,01). Os valores estimados do índice de Shannon e sua respectiva

equitabilidade para os dois sítios de trabalhos foram os seguintes: Furo do Taici (

H’=2,27; E=0,84) e o Furo Grande (H’=2,65; E=0,98), havendo diferença significativa

entre os sítios (M=0,4; 2=6,53; gl=1; p<0,05). O valor de densidade variou de

0,0005 a 0,008 ind.m2 para o Furo do Taici e 0,0005 a 0,0035 para o Furo Grande.

Os coeficientes de Jaccard (CJaccard= 0,04) e Sorenson (CSorensen= 0,13) mostraram

uma baixa similaridade entre os sítios de trabalho. Sendo assim, foi registrada uma

diferença na composição de espécies dos dois sítios de trabalho, o que pode estar

relacionada com a localização de cada sítio e a estrutura dos bosques de mangue. A

inundação também pode ser um fator importante e decisivo para a composição da

araneofauna no manguezal, influenciando diretamente na diversidade e na

abundância desse grupo nas florestas alagáveis e de terra firme.

1

1. INTRODUÇÃO

De acordo com Rupert & Barnes (2005), Araneae é a maior ordem de

aracnídeos perdendo somente para a ordem Acari. Essa ordem, segundo Brescovit

(1999), diferencia-se das outras ordens por apresentar fiandeiras na região posterior

do abdômen, glândulas de veneno conectadas às quelíceras e os pedipalpos dos

machos modificados em órgãos copuladores. A ordem Araneae está dividida nas

subordens Mesothelae e Opistothele, a qual inclui as infraordens Mygalomorphae e

Araneomorphae (Barreiros et al., 2001). Foram descritas 40.462 espécies de

aranhas, distribuídas em 109 famílias e 3.694 gêneros, sendo estimadas, pelo

menos, 170.000 espécies no mundo inteiro (Platinick, 2008).

As aranhas são caracterizadas por possuírem um hábito exclusivamente

predador, além de serem importantes reguladoras de populações de insetos e outros

invertebrados (Flórez, 2000). São encontradas na maioria dos ambientes terrestres,

mas estão ausentes no mar (Rupert & Barnes, 2005). Possuem grande plasticidade

adaptativa, colonizando inclusive os ambientes urbanos e áreas de cultivo

(Brescovit, 1999), tornando-se importantes objetos de estudo para o monitoramento

da diversidade de espécies em ecossistemas terrestres (Marusik & Koponen, 2000).

Apesar da alta diversidade nas regiões tropicais e subtropicais, estas áreas

são pouco estudadas no que se refere à fauna araneológica. Estima-se que apenas

um terço das espécies dessa fauna seja conhecido, atualmente (Coddington & Levi,

1991), sendo que para a região Neotropical essa estimativa é de apenas 50%

(Platinick, 1999). Apenas recentemente os países da região Neotropical dirigiram

seus estudos para a investigação da diversidade da classe Arachnida. No Brasil,

esses trabalhos ainda não são representativos e estima-se que as áreas com maior

diversidade seriam as da Mata Atlântica e da Amazônia. O território brasileiro

também é uma das áreas com maior diversidade de espécies do mundo, mas

acredita-se que sejam conhecidos apenas 30% da sua fauna de aranhas (Brescovit,

1999).

Durante os últimos 20 anos foram realizados alguns inventários

sistematizados de aranhas brasileiras, incluindo aqueles relacionados à região

amazônica (Brescovit & Francesconi, 2002). Estes inventários incluem o estado do

Amazonas (Höfer 1990, Höfer & Beck 1996, Borges & Brescovit 1996) e do Pará

(Martins & Lise 1997). No Pará, a lista mais recente da fauna aranealógica é aquela

2

produzida por Ricetti & Bonaldo (2008), produto do inventário realizado na Serra do

Caximbo. Contudo, nenhum dos trabalhos realizados sobre a araneofauna na

Amazônia e no restante do Brasil refere-se àquela presente no ecossistema

manguezal.

Na costa norte brasileira são encontradas as florestas de mangue mais

exuberantes do país (Mendes, 2005), as quais representam cerca de 90% desse

ecossistema ao longo da costa brasileira (Herz, 1991), sendo considerado por

Fernandes (2003) um dos principais ecossistemas costeiros da Amazônia brasileira.

Só o Estado do Pará possui cerca de 600 km de costa (Mendes, 2005), onde os

manguezais ocupam uma área que corresponde aproximadamente 2.177 Km2

(Souza Filho, 2005). De acordo com Schaeffer-Novelli (1995), os manguezais são

ecossistemas costeiros de transição entre os ambientes terrestre e marinho. São

caracterizados pela ocorrência de espécies vegetais lenhosas, adaptadas ao

ambiente salino, periodicamente inundado pelas marés.

A fauna desse ecossistema é caracterizada por animais que habitam zonas

permanentemente inundadas pelas marés, com maior ou menor grau de

dependência da água e por espécies arborícolas locais ou provenientes de sistemas

adjacentes (Hogarth, 1999). A maioria dos grupos animais associado aos

manguezais apresentam diferentes status de residência no sistema (Fernandes,

2000). Os grupos animais são representados por espécies de mamíferos, aves,

répteis, anfíbios, peixes, crustáceos, anelídeos, insetos e outros invertebrados

incluindo os aracnídeos, cuja interação com o manguezal é resultado da busca,

principalmente, por abrigo e alimento (Fernandes, 2000).

Segundo Hogarth (1999), entre os invertebrados de origem terrestre no

manguezal, as aranhas são as mais conhecidas, ou talvez, as mais evidentes entre

os artrópodes. Esse autor cita a presença de aranhas construtoras de teias, como as

mais abundantes no manguezal, bem como a presença de aranhas caçadoras, as

quais descem das árvores para forragear no chão da floresta de mangue por

ocasião da baixa-mar. Essas aranhas caçadoras, geralmente, alimentam-se de

insetos como formigas, no entanto uma espécie do gênero Pardosa, da Família

Lycosidae, foi observada alimentando-se de caranguejos juvenis. As aranhas

encontradas no ecossistema de manguezal estão também presentes nas florestas

adjacentes, não sendo, portanto, próprias deste ambiente, ou mesmo adaptadas a

este sistema.

3

Até o presente, nenhum trabalho sistematizado a respeito da fauna

araneológica presente em ecossistema de manguezal foi registrado na literatura

nacional, dessa forma é importante que estudos pioneiros sobre a caracterização

dessas assembléias nas florestas de mangue sejam realizados, para que possam

servir de base a futuros estudos.

1.1. Objetivo geral

Descrever a composição e conhecer a diversidade da assembléia de aranhas

em duas florestas de mangue na península de Ajuruteua, Bragança, Pará.

1.1.1. Objetivos específicos

i. Produzir uma lista de espécies de aranhas associadas às florestas de

mangue;

ii. Citar a composição das guildas da assembléia de aranhas presentes no

manguezal;

iii. Calcular e comparar os valores de diversidade, abundância e densidade da

araneofauna entre dois sítios de manguezal, na península de Ajuruteua.

4

2. MATERIAIS E MÉTODOS

2.1. Área de estudo

Este trabalho foi desenvolvido na península de Ajuruteua, Bragança-PA, entre

as coordenadas geográficas 46º50’– 46º38’W e 00º05’–01º00’S (Figura 1). A região

é entrecortada por canais de maré que ligam o manguezal ao estuário (Fernandes,

2003).

Figura 1 – Localização da área de estudo e dos sítios de trabalho (Furo do Taici e

Furo Grande) na península de Ajuruteua, Bragança - PA. Modificado de Krause et al.

(2001).

Km

5

Dois sítios de trabalho foram escolhidos para a realização das coletas.

Segundo Matni et al. (2006), essas duas localidades apresentam manguezais sob

diferentes condições, desde alta salinidade e baixa inundação até manguezais de

estuário sob a influência da água doce do rio Caeté.

As espécies arbóreas encontradas nos dois sítios estudados são compostas

por três espécies típicas de manguezal: Rhizophora mangle L. (Rhizophoraceae),

Avicennia germinans (L.) Stearn (Aviceniaceae) e Laguncularia racemosa L. Gaertn

f. (Combretaceae) (Matni, 2007).

2.2. Sítios de trabalho

i. Furo do Taici - localizado no início da península (Km 10), próximo às áreas de

terra firme e com maior influência de água doce. Apresenta salinidade média

da água em torno de16 (Figura 2A);

ii. Furo Grande - localizado na porção norte da península. Apresenta salinidade

média da água de aproximadamente 33 (Figura 2B).

Figura 2. Sítios de trabalho na península de Ajuruteua, Bragança - PA. A =

Furo do Taici e B = Furo Grande.

Foto: J. Cordeiro Foto: C. Pamplona

A B

6

2.3. Procedimento

As coletas foram feitas entre dezembro de 2007 e janeiro de 2008. Cada sítio

foi amostrado através da abertura de 20 parcelas medindo 10x10 m (Figura 3), e em

cada parcela coletou-se no tempo de uma hora, totalizando 40 horas para os dois

sítios de estudo. As aranhas foram coletadas, dentro de cada parcela, com auxílio

de um guarda-chuva entomológico, sendo os indivíduos coletados acondicionados

em álcool 70% e, posteriormente, levados para triagem no laboratório. O método de

coleta utilizado no presente trabalho é uma adaptação daqueles utilizados

comumente em trabalhos com aranhas, onde se aplica, normalmente, um protocolo

adaptado de Coddington & Levi. (1991), com o uso de transecções de 30 m como

unidades amostrais, para a utilização do guarda-chuva entomológico.

A identificação do material foi feita, primeiramente, em nível de família,

através da chave dicotômica proposta por Brescovit et al. (2002). Uma análise

posterior tentou alcançar o nível taxonômico específico, na impossibilidade os

exemplares foram registrados como morfoespécies.

Os espécimes jovens foram identificados em nível de família, não sendo

incluídos nas análises estatísticas. O material testemunho ficou depositado na

Coleção de Aracnídeos do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG), Belém-PA e

uma coleção de referência foi depositada na Coleção de Zoologia de Bragança

(CZB), do Instituto de Estudos Costeiros (IECOS), da Universidade Federal do Pará

(UFPA), Campus de Bragança, Bragança-PA.

2.4. Guildas

Conforme Simberloff & Dayan (1991), guilda é definido como um grupo que

explora as mesmas classes de recursos ambientais de um modo semelhante. No

caso das aranhas, elas são classificadas a partir de suas estratégias de caças. Os

grupos funcionais (guildas) das aranhas foram separados com base no trabalho de

Uetz et al. (1999), onde todas as aranhas capturadas, separadas por famílias, foram

agrupadas em uma das seguintes guildas: a) entre as construtoras de teias: 1.

construtoras de teias orbiculares (constroem teias bidimensionais) e 2. construtoras

de teias irregulares (constroem teias tridimensionais) e b) entre as caçadoras: 1.

7

caçadoras corredoras (buscam suas presas ativamente) e 2. caçadoras de

emboscada (não constroem teias e aguardam suas presas por espreita).

Figura 3 – Representação esquemática: arranjo das

parcelas perpendiculares à rodovia PA–458, que liga a

cidade de Bragança à praia de Ajuruteua, Bragança - PA.

Bragança Ajuruteua

8

2.5. Análise de dados

A abundância relativa (%) e a densidade (ind./m2) foram calculadas de acordo

com as fórmulas abaixo:

(Equação 1)

(Equação 2)

Para calcular o índice de diversidade foi usado o Índice de Shannon (H’), que

é baseado na abundância proporcional das espécies, sendo estimado através da

seguinte fórmula:

(Equação 3)

onde: ni = no total de indivíduos da espécie;

N = no total de indivíduos na amostra;

ni /N = pi abundância proporcional de cada espécie na amostra total.

A equitabilidade, utilizada para verificar o grau de uniformidade, distribuição

dos indivíduos entre as espécies das assembléias de aranhas em cada sítio de

trabalho, foi estimada pela fórmula:

(Equação 4)

onde: S = é o número total de espécies na amostra

H’ = valor obtido do índice de Shannon

Para averiguar se houve diferença significativa na composição das espécies

entre os pontos amostrados aplicou-se a Análise de Similaridade (ANOSIM). Esta

análise multivariada foi baseada nos dados de abundância dos espécimes de cada

sítio, operando sobre uma matriz de similaridade, gerada com os dados

9

transformados para raiz-quarta e o uso do índice de similaridade de Bray-Curtis,

sendo realizada no programa estatístico PRIMER 6.0 (Clarke & Gorley, 2006).

Para comparar o número de indivíduos por famílias entre as duas áreas de

trabalho usou-se o teste t. Os valores do índice de diversidade (H’) foram

comparados com o Teste da Mediana, este teste é um procedimento destinado a

comprovar se duas amostras independentes, do mesmo tamanho ou desiguais, são

provenientes da mesma população com o mesmo valor médio. Para ambos os

testes, o valor de significância (p) foi de 0,05. Para a execução dessas análises

utilizou-se o software Bioestat 5.0 (Ayres et al., 2007).

Os coeficientes de similaridade de Jacard e Sorenson foram utilizados para

avaliar o grau de semelhança da composição de espécies entre os dois sítios de

trabalho. Esses índices foram estimados a partir das seguintes fórmulas:

(Equação 5)

(Equação 6)

3. RESULTADOS

3.1. Composição e Abundância

Foi coletado um total de 247 aranhas pertencentes a 12 famílias, sendo que

135 indivíduos de 10 famílias foram capturados no Furo do Taici e 112 indivíduos,

distribuídos também em 10 famílias, no Furo Grande. Analisando a curva de

acumulação das espécies, observou-se que os valores encontrados estão distantes

de alcançar a assíntota da curva (Figura 4).

10

Figura 4 - Curva de acumulação representada pelo número de

espécies e pelo número de parcelas (representando o número

de indivíduos coletados) nos dois sítios de trabalho, Furo do

Taici e Furo Grande, Bragança - PA.

Do total de indivíduos coletados, cinqüenta e dois são adultos (22 fêmeas e

30 machos) e estão distribuídos em 10 famílias, 4 espécies, 10 gêneros e 24

morfoespécies, sendo que apenas quatro dessas morfoespécies foram identificadas

até o nível específico e 10 até gênero. Com relação às aranhas morfotipadas, a

família com maior número de morfoespécies foi Salticidae (n=11), contrastando com

seis famílias que foram representadas por apenas uma morfoespécie Anyphaenidae,

Oxyopidae, Pholcidae, Pisauridae, Thomisidae e Titanoecidae. As únicas famílias

que tiveram seus indivíduos identificados em nível específico foram: Araneidae e

Pholcidae (Tabela 1).

A maior abundância foi registrada para o Furo do Taici com aproximadamente

60% do total dos indivíduos coletados, o que representa 31 indivíduos pertecentes a

7 famílias. O Furo Grande, consequentemente, foi representado por 40% do total, ou

seja, vinte e um indivíduos distribuídos em sete famílias.

11

Tabela 1- Lista de táxons (morfoespécies), número de indivíduos e abundância relativa nos dois sítios de trabalho, Furo

do Taici e Furo Grande, Bragança - PA.

Furo do Taici Furo Grande

Família Morfoespécies Nº de indivíduos Abundância Relativa (%) Nº de indivíduos Abundância Relativa (%)

Anyphaenidae Anyphaenidae sp1 1 3,22 - -

Araneidae Gasterachanta cancriformes - - 1 4,76

Manogea porracea - - 1 4,76

Eustala sp1 - - 1 4,76

Araneus guttatus - - 1 4,76

Oxyopidae Oxyopes sp1 2 6,45 2 9, 52

Pholcidae Mesobolivar aurantiaus 8 25,81 - -

Pisauridae Pisauridae sp1 1 3,22 1 4,76

Salticidae Lyssomanes sp1 8 25,81 - -

Lyssomanes sp2 1 3,22 - -

Lyssomanes sp3 1 3,22 - -

Salticidae sp1 - - 1 4,76

Salticidae sp2 1 3,22 - -

Salticidae sp3 1 3,22 - -

Salticidae sp4 1 3,22 - -

Salticidae sp5 - - 1 4,76

Salticidae sp6 1 3,22 - -

Salticidae sp7 1 3,22 - -

Salticidae sp8 1 3,22 - -

Tetragnathidae Azilia sp1 - - 2 9, 52

Tetragnathidae sp1 - - 2 9, 52

Tetragnathidae sp2 - - 2 9, 52

Tetragnathidae sp3 - - 2 9, 52

Theridiidae Coleossoma sp1 - - 1 4,76

Chrisso sp1 2 6,45 - -

Faiditus sp1 - - 2 9, 52

Thomisidae Thomisidae sp1 1 3,22 - -

Titanoecidae Goeldia sp1 - - 1 4,76

Total 31 100 21 100

11

12

Considerando-se o número total de indivíduos coletados por família no Furo

do Taici, constatou-se que Salticidae foi a família mais abundante (n=55), ao passo

que Theridiidae (n=3) e Corinidae (n=1) apresentaram o menor número de

indivíduos. No Furo Grande, a família mais abundante foi Tetragnathidae com 56

indivíduos, enquanto que Thomisidae, Titanoecidae e Nephilidae apresentaram

apenas um indivíduo (Figura 5).

O teste t mostrou que não houve diferença significativa entre os valores de

abundância por família das duas áreas (t =0,13; gl=1; p>0,05). Contudo, a análise de

similaridade ANOSIM, com base nos dados de abundância por unidade amostral,

mostrou que houve diferença significativa entre o número de indivíduos das duas

áreas de estudo (R=0,045; p<0,01). Para tanto, se aceita o resultado de diferença na

composição da assembléia de aranhas entre os dois sítios de trabalho, baseado na

hipótese de que a proximidade com a terra firme possa ter influenciado na

abundancia e distribuição das famílias.

Os coeficientes de similaridade de Jaccard (CJaccard= 0,04) e Sorenson

(CSorensen= 0,13) mostraram uma baixa similaridade entre os sítios de trabalho.

Figura 5. Número total de indivíduos por família nas duas

áreas de estudo, Furo do Taici e Furo Grande, península de

Ajuruteua, Bragança - Pará.

0

10

20

30

40

50

60

Tetra

gnath

idae

Saltic

idae

Pho

lcidae

Ara

neida

e

Pisau

ridae

Thom

isidae

Therid

iidae

Oxy

opidae

Any

phaen

idae

Corin

idae

Neph

ilida

e

Titano

ecidae

Famílias

de i

nd

ivíd

uo

s

Furo do Taici

Furo Grande

13

3.2. Diversidade e densidade

O valor estimado através do índice de Shannon para o Furo do Taici foi H’=

2,27 e para o Furo Grande H’= 2,65, ao passo que os valores da equitabilidade

foram E=0,84 e E=0,98, respectivamente. O teste da Mediana mostrou que houve

diferença significativa entre os valores de diversidade de Shannon (M=0,4; 2=6,53;

gl=1; p<0,05).

Os valores de densidade apresentaram-se muito baixos, variando de 0,0005 a

0,008 ind.m2 para o Furo do Taici e 0,0005 a 0,0035 para o Furo Grande (Figura 6).

Figura 6 - Densidade (ind.m2) das famílias de Araneae no Furo

do Taici e Furo Grande, península de Ajuruteua, Bragança-PA.

3.3. Guildas

A assembléia de aranhas registrada para os dois sítios de trabalho foi

representada por quatro guildas entre caçadoras e tecelãs (Tabela 2).

0

0,001

0,002

0,003

0,004

0,005

0,006

0,007

0,008

0,009

Saltic

idae

Pho

lcidae

Tetra

gnath

idae

Ara

neida

e

Oxy

opidae

Therid

iidae

Any

phaen

idae

Pisau

ridae

Thom

isidae

Titano

ecidae

Famílias

Den

sid

ad

e (

ind

./m

2)

Furo do Taici

Furo Grande

14

15

Tabela 2 – Guildas comportamentais e número de indivíduos por famílias nas duas áreas de estudo.

Furo Taici Furo Grande

Guildas Famílias Indivíduos

(N)

Abundância Relativa

(%)

Indivíduos (N)

Abundância Relativa

(%) Total

Construtoras de teias Σ (%)

Construtoras de teias orbiculares

Araneidae 0 0 4 19,0 4 7,7

Tetragnathidae 0 0 8 38,0 8 15,4

Construtoras de teias irregulares

Theridiidae 2 6,5 3 14,0 5 9,7

Pholcidae 8 25,8 0 0 8 15,4

Titanoecidae 0 0 1 4,8 1 1,9

Caçadoras

Corredoras Anyphaenidae 1 3,2 0 0 1 1,9

Emboscada

Oxyopidae 2 6,5 2 9,5 4 7,7

Pisauridae 1 3,2 1 4,8 2 3,8

Salticidae 16 51,6 2 9,5 18 34,6

Thomisidae 1 3,2 0 0 1 1,9

Total 31 100 21 100 52 100

14

16

4. DISCUSSÃO E CONCLUSÃO

Devido à falta de trabalhos sobre a araneofauna de manguezais, os

resultados aqui obtidos foram comparados com alguns trabalhos realizados em

outros ecossistemas.

Oliveira-Alves (2005), em um estudo das assembléias de aranhas na Mata

Atlântica, no Parque do Pituaçu, Salvador, BA, também registrou a família Salticidae

como a mais abundante, seguida de Thomisidae e Araneidae. Outro estudo

realizado no Parque Estadual do Turvo, localizado às margens do rio Uruguai no Rio

Grande do Sul também registrou Salticidae, Araneidae e Thomisidae como as mais

abundantes (Podgaiski et al., 2007). Borges e Brescovit (1996) fizeram um inventário

da araneofauna de duas áreas localizadas na Amazônia Ocidental. Uma delas foi a

Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, com florestas inundáveis de

várzea. Em ambiente de chavascal, caracterizado por apresentar um sub-bosque

bastante emaranhado e sujeito às inundações de água doce sazonais, os autores

registraram com maior abundância as famílias Araneidae e Theridiidae. Raizer et al.

(2005), em um trabalho realizado em vários hábitats no Pantanal, coletaram próximo

aos córregos, rios, cachoeiras e nascentes, obtendo na seguinte ordem de

abundância as famílias Araneidae, Theridiidae e Salticidae. Essa mesma ordem de

abundância das famílias foi registrada no estudo sobre a riqueza e diversidade de

formigas e aranhas numa floresta de terra firme na Amazônia Central, com o uso do

método de parcelas (1m2) em ambientes de platô e baixio (Almeida, 2005).

No presente estudo, a família Salticidae foi registrada como a mais abundante

e bem representada dos dois sítios de coleta. Considerando os trabalhos

supracitados pode-se observar que nenhum deles apresenta a mesma ordem de

abundância das famílias aqui registradas, isto é, Salticidae, Pholcidae e

Tetragnathidae. É importante também ressaltar que as famílias Pholcidae e

Tetragnathidae, ao contrário do presente trabalho, aparecem com valores baixos de

abundância. Raizer et al. (2005) registrou Goeldia sp. (Titanoecidae) e Mesobolivar

aurantiacus (Pholcidae) com poucos indivíduos em 52 unidades amostrais,

realizadas com guarda-chuva entomológico. Resultado similar foi obtido no presente

estudo, onde as duas espécies foram pouco registradas, sugerindo que elas talvez

não sejam comuns em assembléias arbóreas.

17

Brescovit et al. (2002) cita que a família Salticidae é encontrada em todas as

áreas amostradas, habitando da serapilheira à copa das árvores, sendo considerada

a mais abundante da Amazônia Central. Estes resultados corroboram com aqueles

encontrados nos trabalhos supracitados e no presente trabalho, sugerindo que esta

família ocorre nos habitas mais distintos, independente das condições locais.

Assim como Goeldia sp. outras espécies coletadas no manguezal também

aparecem com um único registro. Isto pode ter origem no fato de serem espécies

raras no manguezal ou, simplesmente ser resultado do pequeno esforço amostral.

Entretanto, Borges e Brescovit (1996) sugerem que esta alta representatividade de

indivíduos com baixa freqüência parece ser característica das assembléias de

aranhas tropicais.

Os resultados do presente estudo registraram uma diferença na composição

de espécies dos dois sítios de trabalho (Furo do Taici e Furo Grande). Tal diferença

pode estar relacionada com a localização de cada sítio, ou seja, maior ou menor

proximidade da terra firme. A menor proximidade da terra firme, por exemplo, parece

influenciar a presença de espécies de aranhas de hábito arborícola, como é o caso

da assembléia de espécies registrada para o Furo Grande, certamente em função da

inundação diária ocasionada pelo regime de marés.

No geral, os bosques de mangue aqui inventariados apresentaram uma

composição faunística diferenciada. Tal diferença também pode ser registrada

quando a araneofauna do manguezal é comparada com a de outros sistemas. Isto

pode ocorrer devido à estrutura dos bosques de mangue, cujas características

diferem bastante dos outros sistemas florestais. As florestas de mangue não

apresentam, em geral, estratos inferiores característicos (ex. estrato arbustivo e sub-

bosque), o que pode ter interferido na baixa diversidade e abundância de aranhas.

Segundo Almeida (2005), a alta densidade de plantas nos estratos inferiores parece

aumentar a riqueza e abundância das aranhas, pois as plantas servem de suporte

para teias e ao mesmo tempo de área para o forrageamento. Além do mais, a

inundação também pode ser um fator importante e decisivo para a composição da

araneofauna no manguezal. Borges & Brescovit (1996), por exemplo, comparando a

composição das assembléias de aranhas da várzea e da terra firme, mostraram que

a várzea apresentou menor riqueza de espécies. Dessa forma, espera-se que a

inundação, tanto por água doce quanto por água salobra, possa exercer uma

18

seleção das espécies de aranhas, influenciando diretamente na diversidade e na

abundância desse grupo nas florestas alagáveis e de terra firme.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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