Documento e História

Embed Size (px)

Citation preview

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    1/13

    il 1 1 - 11 11 I I~ 1 11 1

    1 1 1 1 11 /1 . 1 1

    [ul

    1 11 > 1

    1

    I

    I

    I'.

    l il , 11 1 1 1

    j.M

    1

    DOCUMENTO E HISTRIA

    Andr PortoAncona Lope;

    o arquivo substitui nosso produto por um passado

    recebido. Faz esquecer, progressivamente, o quesu-

    postamente representa.

    Apaga

    a interrogao ge-

    nealgica de que nasceu, para constituir-se instru-

    mento de uma produo. Nos istema que generaliza

    tal metamorfose, o arquivo

    um operador que per-

    verte o tempo-e o transforma em espao a construir.

    Esta mquina desempenha urn papel fundamental

    no nosso teatro de operaes.

    Michel de Certeau

    MI/o//l.co documental e arquiuistica

    A nmpliao

    cios conceitos de fonte histrica e de documento traz

    11 1 1 1 : 1 :ll1llgos problemas relativos

    organizao de fontes documentais

    ~II'NI' dOI'IOI.II1(iO ( 111

    hlsrrta

    soclnl

    pela

    USP, especialista em arquivologla pela

    II~' , /t-,-I M O ' dI' hllll~,I(1 ~()Cl:ddo unbnlho nn Unlvcrsldndc Estadual de Maring

    IIII'~I) 1 1

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    2/13

    e aponta, ainda, para novas questes, como a relao entre a cidadania

    e o direito memria. No basta o livre acesso do cidado aos diversos

    registros que informam sobre o passado para garantir que a construo

    ?a memri~ sobretudo como seleo e

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    3/13

    produtos de escavaes arqueolgicas, documentos orais, etc.

    Uma estatstica, uma curva de preos, uma fotografia, um filme, ou,

    para um passado mais distante, um plen fssil, uma ferramenta, um

    ex-voto so, para a histria nova, documentos de primeira ordem.

    A arquivstica no pode ficar margem dessas profundas modifi-

    caes do campo conceitual das fontes histricas.

    fundamental

    o

    intercmbio terico (e prtico) entre histria e docu~entao, pois a

    histria s se torna possvel com o desenvolvimento da cincia da

    documentao e ega, na sua essncia (ou ao menos no qu~_concer~

    preservao de documentos de guarda permanente cujo valor primrio

    foi esvaziado), no te1ll sentido sem a pri~. Apesar de essa afirmao

    ser aparentemente bastante bvia, so raros os trabalhos que buscam

    discutir a questo. Falta aos arquivistas, em geral, um conceito de histria

    que v alm de um positivismo vulgarizado, o que coloca em dvida a

    capacidade tcnica desses profissionais ante as novas demandas da

    revoluo documental. Por outro lado, so poucos os historiadores que

    tm uma noo aproximada do que seja um arquivo e das diferenas que

    o separam de uma biblioteca.

    Para

    Le

    Goff, a revoluo documental transcende a questo do

    supor te material. A ampliao do significado do documento para outros

    suportes alm do papel escrito

    foi' apenas uma etapa para a exploso do documento que se

    produz a partir dos anos 60 e que levou a uma verdadeira

    revoluo documental. (. ..) Esta revoluo , ao mesmo tempo,

    quantitativa e qualitativa.

    O

    interesse da memria coletiva e da

    histria j no se cristaliza exclusivamente sobre os grandes

    homens, os acontecimentos, a histria que avana depressa, a

    histria poltica, diplomtica, militar. Interessa-se por todos os

    homens, suscita uma nova hierarquia mais ou menos implcita dos

    documentos; por exemplo, coloca em primeiro plano, para a

    histria moderna, o registro paroquial (...) [que] marca a entrada

    na Histria das massas dormentes e inaugura a era da documen-

    tao de massa.CLe Goff 1992, p. 541)

    o

    autor defende, ainda, a idia de uma revoluo tecnolgica

    paralela revoluo documen_tal, responsvel pela efetivao da inten

    desta ltima por meio do computador:

    18

    111I Ililili'leln das duas revolues nasce a histria quantitatiYb

    111

    11

    '1111'IOVilmenteem causa a noo de documento e o. seu

    11llilllll'/II(),{,..) a histria quantitativa altera o estatuto do doeu-

    11/111111

    1.(' co rr

    1992, p. 542)

    li ,1i1\'I':I~'il() referida por Franois Furet em um clssico ensaio

    1.11111

    I

    Cilloilllll:lllvo

    em

    histria (1979, p. 53), no qual considera que

    II 111Il11\\('1110,dado no existem mais por si prprios, mas em

    11.1i1~'Il()

    \

    srie que os precede e os segue: seu valor relativo que

    111'11111:1bjCiTvoe no sua relao com uma incompreensvel

    Iltlltllnll~'I:1real. (Grifo nosso)

    1'111111):ltaFuret como para Le Goff, tais transformaes no documen-

    I.I li I 11I'llq\lI~:1

    hs t rt ca

    exigem, em contrapartida, uma transformao

    111

    11

    111'1111'os arquivos. Segundo Furet (1979, p. 54):

    1 1

    I

    tllltOIografia

    seriada

    c;ontempornea

    deve

    reconstituir seu? arqui-

    I'III\'111funo da dupla revoluo metodolgca e tcnica que

    I1I1Il1)1

    ou

    os procedimentos e as regras da disciplina.

    1

    1

    ;1111

    .c

    Goff 0992, p. 542):

    1 1 I -vo luao documental tende tambm a promover uma nova

    unk

    lnde de infonn~o: em lugar do fato que conduz ao ac~i-

    1111'111.0a uma Histria linear, a uma memria progressiva, da

    I Ivlll'gin - dado, que leva srie e a uma 11istriadescontnua.

    1'1llliI

    m -se

    necessrios novos arquivos, onde o primeiro lugar

    111lpado pelo

    COIpUS,

    a fita magntica.

    I,()(\('111 os afirmar que Le Goff est sugerindo que os arquivos devam

    I l i 0 1 c lL 'iI

    )()Hi\'~IOos pesquisadores os dados coletados em tabelas, pois O

    1/11'I tfw 1/

    uienio

    armazenado e manejado nos bancos de dados

    [do

    1111I11I1li(Idem), Desse modo, o filtro sofrido pelo historiador nesse novo

    1111111

    I H I

    ia maior elo que ' q.tualmente,quando o acesso aos documentos

    1111111,1'1

    I'~VS

    determinado pelo arquivista. Assim, teramos o arquivista

    1II'IIIltl 1111\:1upla seleo: a dos documentos a serem utilizados e a dos

    1111111'1

    I

    I I C -rem coletados.

    19

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    4/13

    Os arquivistas vem-se, agora, forados a rediscutir os conceitos d

    histria e historiografia que utilizam para poderem se adequar revolu

    documental, s novas abordagens e metodologias propostas. Entretanto,

    deve-se ressalvar que novos arquivos so necessrios para acolher a

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    5/13

    A concepo de documento apregoada pela arquivstica est muito

    distante do conceito de qualquer-coisa-qu-fica-por-conta-do-passado

    sic. Ao contrrio, a contextualizao de sua produo, 120rmeio

    do

    princl2io da provenincia,_c_oloca-o em uma srie que retrata as atividades

    desenvolvidas pelo_ rgo de origem, Rermitindo _aind3 uma anlise

    conjuntural do momento e dos motivos de sua gerao. Tratar-se-ia,

    ento,

    de analisar os monwnem:S qualidade de do~umentos. Pois a diferena

    bsica diz respeito gerao: gerao espontnea, resultante natural do

    exerccio das atividades, os documentos; e gerao poltico-ideolgca,

    resultante das relaes de fora que detm o poder, os monumentos.

    que no implica que as atividades que geram os documentos de modo

    espontneo e natural no deixem traos nestes documentos, pois como

    coloca Luciana 'Duranti 0994, p. 51):

    primeira caracterstica dos registros documentais a imparciali-

    da e. s registros so Inerentemente verQaJe1r .O S_O U, como diz o

    ~vista britnico Hilary]enkinson

    [(1922,

    pp.

    11-12)],

    livresda

    suspeita de preconceito no. que diz respeito aos interesses em

    nome

    ds quais .os usamos hoje , Istoyno quer dizer que. as

    pessoa~ que intervm em sua criao so livres de preconceitos,

    mas que as razes por que eles so produzidos (...) e as circuns-

    tncias de sua criao (...) asseguram que @ so escritos ':Ea

    ~~o OlLp.aLunformaoda posteridade . (...) Deve-se ressal-

    tar que imparcialidade no significaque os leitores dos documen-

    tos devam crer que eles reproduzem os fatos e atos dos quais so

    paIte e parcela: o contexto mais amplo da atividade geradora dos

    documentos e o ambiente cultural no qual seus intrpretes vivem

    so fatores essenciais para a compreenso da verdade que pode

    ser extrada dos documentos.

    Compete ao historiador analisar essas caractersticas intrnsecas de

    todo e qualquer documento e no apenas dos documentos rnonurnen

    talizados.

    Le Goff 0992, p. 547) justifica a necessidade da monumentalizao

    dos documentos no s pelos aspectos ideolgicos, como por urna

    questo de objetividade, ou menor subjetividade:

    A interveno do historiador que escolhe o documento, extraindo-

    o do conjunto de dados do passado, preferindo-o a outros,

    22

    11I11'lIllItlnlhcm valor de testemunho que, pelo menos em parte,

    , i >

    111thdi Sllaprpria posio na sociedade da sua poca e da

    111IIIKIIlllzaomental, insere-se numa situao inicial que

    111I li,IIll'llOSneutra do que a sua interveno.

    111c11i Id a, pois os documentos postos

    disposio do historia-

    I111111, Ic'glldo de uma determinada cultura poltica, de um determi-

    hli I IIIIII\Utk arquivar, selecionar e de dispor informaes Rara o

    ijllll1lldc,l',.lPorm no f~e o ponto inicial referido _por L;G'clf

    IIIJ.,

    p,

    'll'j'/ -----

    I I Ih li'\imcnto no incuo.

    antes de mais nada o resultado de

    1111111ontagern, consciente ou inconsciente, da histria, da poca,

    ,l.I liwll'clacleque o produziram, ma~ tambm durante as .quais

    1IIIIIIIIII0lI viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a

    I IIlIlnlpulado,ainda que pelo silncio.

    III'VCS(;ressalvar que os documentos no si;.1esum

    errt

    a eSisa

    1I1'1I111fJ.I'IIIjo, antes de tudo, os frutos, os meios, os testemunhos de

    1'1' 1111111,1(\:11'1unes e atividades desenvolvidas pr selis])f

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    6/13

    realizada, uma garantia de que eis documentos foram avaliados

    e descritos; proporciona ao pesquisador uma arquivalia com

    informao e coerncia. (Traduo nossa)

    Os critrios que norteiam a seleo. documental so. definidas

    historicamente. Constituem-se de elementas qualificadares da cultura

    poltica, informam sobre a entidade, a poca na qual est inserida e a

    necessidade de legar testemunhas vitais. Os

    documentos

    no. eliminadas

    so. aqueles que se configuram cama essenciais para a compreenso da

    prpria sociedade.f .

    ~servaa

    das

    dacumentas pade, em parte, ser cansiderada uma

    mantagem de carte.: monum?.I1JJ.1,2.armnem sempre a . Muitas v::zes,

    ssa preservao tambm se calo.c

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    7/13

    arqueologia de poca, feita atravs da redes coberta de elementos indivi-

    duais e rotineiros, abriu uma brecha nos estudos sobre a famlia, e

    de relato em relato, descobrem-se excees s supostas normas

    familiares. Aquela famlia to presente em outras abordagens (...)

    torna-se neles uma opo descabida. Ibid.)

    A principal contribuio llilra a arQuivstica }ueRode ser extrada

    gesses estudos , sem dvida, - valorizao dos elemenrcs.nformaa.na

    busca da compreenso de processos globai~. Assistimos insero de

    categorias que outrora eram postas margem da pesquisa histrica, ou

    pelo menos no tinham qualquer especificidade salientada. Temos uma

    revalorizao do papel histrico do poltico, ,do privado, dos outsiders

    do poder. Tal transformao trata esses elementos no como particulares,

    mas como especficos, responsveis por novas leituras histricas da

    mesma sociedade. A descoberta de novos atores histricos implica

    tambm o reconhecimento da importncia do

    contexto

    de sua produo

    documental, agora, no mais sob a tica de uma histria tradicional, mas

    de um conhecimento holstico, embora subjetivo, que ressurge com a

    hermenutica. Como objeto principal desses estudos temos a valorizao

    do privado, sobretudo a rediscusso dos papis masculinos e femininos

    sob a tica do perspectivismo histrico, o que implica uma postura crtica

    do historiador em relao ao objeto e em relao sua conternporane-

    dade. Segundo Maria Odila Leite da Silva Dias 0992, p. xvii):

    o

    perspectivismo uma forma de interpretao inerente histori-

    cidade do prprio conhecimento do historiador. Consiste em

    documentar o ponto de vista dos testemunhos da poca de modo

    a entabular com eles um dilogo, no qual a posio do historiador

    enquanto

    intrprete

    se v sempre ressaltada.

    Recentemente foi publicada na Frana, e logo traduzidapara

    outros pases, uma coleo organizada por Georges Duby e Philippe

    Aris que tenta traar, ao longo do tempo, um esboo da experincia

    histrica da vida privada (Duby e Aries 1990-1992). No que tange

    utilizao de documentos, a coleo segue os passos iniciados pela

    revoluo documental, mas tambm se insere no movimento da revita-

    . .

    lizao do privado como espao poltico para a histria. Nesta obra,

    6

    l i l/ 1 1 1 1

    1'11111111escudo feito por Michelle Perrot eAnne Marie Martinfugier

    ,111' ,I 1.1I\1111aurguesa do sculo XIX, por abordar, dentro da constru-

    1 1 I 1 I 11 1 '(

    mccito vida privada como entendemos hoje, a revalorizao do

    li 11111111)),onseqncia da identificao das autoras com os problemas

    111I'~I'llt(.Sem sua contemporaneidade (perrot e Martinfugier

    1991).

    No prefcio do primeiro volume, Duby adverte que a coleo est

    ,li 1111lda

    a um vasto pblico

    desde o incio do projeto, alm de apontar

    ilp,IIIIMroblemas gerais enfrentados em funo do ineditismo da propos-

    I I (I )uby 1990, p. 9). Duby aponta para a preocupao conceitual com a

    Ijllll':lo da expresso

    vida privada

    no amplo espectro cronolgico

    1' )1)()SlO

    pela coleo, uma vez que tal conceito s adquiriu consistncia,

    I) modo como conhecido hoje, no sculo XIX, em algumas regies da

    lilll'opa. A problemtica da histria da vida privada colocada como

    \'I'(llca da cultura ocidental como um todo, da contemporaneidade, da

    ndlura de massas. Duby espera que o lei tor, dada a rpida transformao

    que vivencia, reflita melhor sobre a transformao desses dois espaos-

    n esfera pblica e a esfera privada - e perceba

    que hoje em dia urgente procurar salvaguardar a prpria essncia

    da pessoa, pois, demolindo as ltimas muralhas da vida privada,

    o fulgurante progresso tcnico desenvolve essas formas de contro-

    le estatal que, se no tomarmos cuidado, logo reduziro o indiv-

    duo a um nmero de um imenso e aterrador banco de dados (. ..).

    (Duby

    1990,

    p.

    11)

    o quarto volume da coleo -

    da Revoluo Francesa Primeira

    Guerra -,

    organizado por Michelle Perrot, revela-se bastante sensvel

    ampliao do campo conceitual do documento histrico, colocada pela

    revoluo documental, porm incorpora tambm as propostas daquilo

    que poderamos chamar de hermenutica do cotidiano. A Introduo

    do volume comea, de maneira bastante curiosa, com uma fotografia de

    pgina dupla. A legenda explicativa da imagem (Trouville: o terrao do

    cassino atrai muita gente. No final do sculo XIX, a praia uma extenso

    do salo domstico, onde se encontram parentes e amigos, esquecidos

    do mar e do sol. (Coleo Sirot-Angel) ) no a descreve, nem a contex-

    tualiza, porm conduz o leitor a uma abordagem da histria diferenciada

    daquela de tipo tradicional (Perrot 1991).

    27

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    8/13

    Convm lembrar que tal introduo inicia um livro intitulado

    Histria da vidaprivada, que est inserido em uma coleo cuja diviso

    em volumes cronplgica - Do Imprio Romano ao Ano 1000;

    ho

    Europa Feudal Renascena; Da Renascena ao Sculo das Luzes; D

    Revoluo Francesa Primeira Guerra; Da Primeira Guerra 'aos nossos

    dias- e supostamente abrangeria a totalidade da experincia privada cio

    Homem, ao menos do Homem ocidental, desde os incios da civilizao

    at os nossos dias. Esta perspectiva evolutiva favorecida pelo alcance

    desejado por toda a coleo: o grande pblico e no mais o estudante-

    interessado ou o pesquisador acadmico. No entanto, a burocrtica

    funo decorativa da utilizao

    jradcional

    de imagens, tpica de determl

    nadas obras de tendncia evolutvo-positivistas, quebrada logo de

    incio: o que era complemento e decorao passa a ser um importanrc

    documento para a anlise histrica. Um documento que no identifica

    grandes fatos ou personagens, um documento que to somente o fruto

    de uma poca, de uma determinada conjuntura, de uma determinada

    representao social; ou seja, um documento no sentido ampliado pro-

    posto pela revoluo documental.

    Michelle Perrot 0991, p. 11) define o volume como uma aborda-

    gem da histria da construo e solidificao de um modelo de sociedade'

    pela cultura ocidental, iniciada pela Revoluo Francesa e encerrada na

    aurora de uma nova modernidade tragicamente interrompida pela guer-

    ra. A partir de referncias a trabalhos de Norbert Elias, Louis Dumoni,

    Jrgen Habermas, Richard Senet e Philippe

    Aris,

    a autora

    0991,

    p.

    10)

    define o sculo

    XIX

    como esboo de

    uma idade de ouro do privado, onde as palavras e as coisas se

    precisam e as noes se refinam. Entre a sociedade civil, o privado,

    o ntimo e o individual traam-se crculos idealmente concntricos

    e efetivamente entrecruzados.

    justamente na identificao e na ponderao deste espao entre

    o ideal e o efetivo - que significa tambm o espao entre formal e o

    real . - que se encontraria o campo de atuao do historiador do

    cotidiano, de um cotidiano que tenta identificar a mudana e, portanto, a

    histria de determinada sociedade. A autora, abordando a Frana elo

    sculo

    XIX ,

    mostra um modelo burgus de sociedade familiar que sempre

    esteve em construo, em transformao, sujeitando-se s relaes con

    8

    IIII Ii 111111egmentos sociais. A identificao desse espao

    I'

    rl

    I 11

    k k-n

    passa necessariamente pela desqualificao dos

    1111111.1111normartvos de uma sociedade como fontes exclusi-

    1I 1

    1IIIlIpr('cns~lo e interpretao. necessrio considerar

    11IptlI l\'Ip:drncnte - os elementos informais para tal anlise.

    \I,

    IIIplll

    d

    Michelle Perrot remete-nos ao referencial terico-

    ti.

    1 \ 1 1 1 \ 1

    11d.1 IWI'Inonutica. Para Dilthey

    Capud

    Ricoeur

    1988,

    pp.

    L

    111IIIIIIIpltl pnpcl da hennenutica seria o de

    I ,I

    t i

    1111'1'1'1\'orlcamente, contra a intromisso constante daarbi-

    11 It 'illltll' ,oll1ftnLicae do objetvsmo ctico (...), a validade

    11111\,utl

    1 1 1 1

    lmcrpretao, base de toda certeza em histria.

    I' ti Hk'O('\lr 0988, p. 28) desenvolve a validade universal da

    IfiililII ,.III dI' Dllthey da seguinte forma:

    I 1IMIIOOlT\preender os mundos desapare-cidos porque cada

    I1I11'1

    il(\\,

    criou seus prprios rgos de compreenso, criando

    1111111.11111oclais e culturais nos quais ela se compreende. A histria

    1IIIIvI'I'MliIerna-se, assim, o prprio campo hermenutico. Com-

    I

    1

    1'1'111',. IT\C, fazer o maior desvio, o da grande memria que

    1I.\t\jilo que se tornou significante para o conjunto dos homem .. A

    / 1 1 '////t'//(lI/.Uca o acesso do indivduo ao saber da histria uniuer-

    li ,

    t i fi nutoersauzao

    do indivduo. (Grifo nosso)

    I I Ir:tb:d ho do historiador, ento,' consistiria em buscar a identifica-

    li,

    I .1 I'Cllllprccnso desses signos de autocompreenso da sociedade,

    p,li I 1

    11

    /III'dormente executar a interpretao. Nesse sentido, inserimos a

    I IIld I pI11) Informal como forma de conhecimento histrico, pois os

    IHlilli dI' nurocompreenso da sociedade no passam somente pelo

    11'1111111\0,que nada mais do que a forma de legitimao da ideologia

    01'11111.111\1'.odemos afirmar que os elementos normativos de uma

    I

    II1l.111'constituem um conjunto de fatores instrumentalizados pelo

    , 111'11:i(orlsmo para a manuteno do poder e legitimao cultural do

    I ,IIII'III)dominante da classe dominante (Bourdieu

    1982).

    A busca do

    11i, 111I1.d,os crculos entrecruzados de Michelle Perrot, reveste-se, ento,

    01111111.1nndcira de crtica da cultura, de crtica da ideologia dominante.

    I

    111I1j111'VliS:10los signos de uma sociedade tambm implica

    necessa-

    29

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    9/13

    riamente a autocompreenso da sociedade presente; por conseguirue-,

    implica uma postura crtica em relao ideologia dominante da prpria

    contemporaneidade, efetivada atravs da interpretao.

    Tipologiadocumental

    A tipologia documental hoje um dos mais instigantes e rnporran

    tes temas para uma renovao terica da arquivstica. Como indicativo

    dessa transformao tem-se a prpria evoluo do conceito de

    tip

    documental, anteriormente encontrado na literatura com inmeras ya rla

    es conceituas entre diversos autores. As definies aproximavam-se

    daquilo que hoje denominamos gnero, espcie, formato etc., ou uma

    mescla desses concetos.P No entanto, os estudiosos que se preocuparam

    com esse tema sempre estiveram buscando uma conceituao capaz de

    definir o documento em sua essncia arquivstica, isto como parte

    i~tegrante de um~onj1nto~ outros s:locu~ntos gerados ~turalment

    no exerccio das mesmas atividades. A particularidade do document

    ~rquivstico, que ao me,illlO temp nico e mltiplo (quando inserid

    na srie documentalj, representou' um desafio a .ser superado na tentativa

    de conceituao do tipo documental,

    O texto da professora Helosa Bellotto (1990) pode ser considerad

    um marco da literatura arquivstica nacional sobre tipologia documental.

    Os conceitos ali desenvolvidos so a reformulao de um texto seu anterior

    (Bellotto 1982) e acabaram por ser incorporados ao Dicionrio de termi

    nologia arquivstica (AAB 1990). A definio proposta de tipo documental

    passa a ser, ento, ,aespcie documental sOlll--da funo

    que.a.produziu,

    criando sIies tipolgicas, isto , cada tipo documental equjyale a um~1

    s~e documental. Essa nova conceituao, apesar de aparentemente

    modesta, fundamental para uma renovao dos procedimentos arquivls

    ticos adorados no Brasil e para a soluo de muitos problemas, diante dos

    quais os mtodos tradicionais j comeavam a apresentar sinais de

    esgotamento. O avano dessa problemtica - e a importncia dos.estudos

    de tipologia

    documental -,

    pode ser

    notado inos

    arquivos municipais

    espanhis, que, desde meados da dcada de 1980, fazem um trabalho

    conjunto buscando padronizar- um arranjo documental tipolgico.f

    30

    Ijil II'1011'1

    C)

    1111':10)0uncional no seja pautado somente

    1I1\Ii 'j t,I'11111Illll IIloll, IrH1Sambm pelas espcies documentais,

    11111111,1111Iplllnglo - entendendo por tipo documental a

    111lH 111111_'11111lllldn 'lsua espcie -, requer o

    estabelecimento

    h . li, 111111111111i )(III))

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    10/13

    no tempo, a ponto de se identificarem com as que a Prefeitura hol

    desenvolve. Isto significa que o arranjo tipolgico permitiria ao

    pesqul

    dor analisar uma cidade como So Paulo sob a tica de uma continuidad

    de quase 500 anos, percebendo as alteraes administrativas por meio d

    supresso de antigas funes, ou do surgimento de novas.

    As deficincias do mtodo estrutural para a organizao do SiSI('1II

    municipal de arquivos da cidade de So Paulo esto indicadas n

    trabalho, ainda inacabado, da Secretaria Municipal de Cultura (Barro:

    Moizo 1991, p. 28):

    Durante mais de sessenta anos, a administrao municipal esteve

    estruturada, formalmente, em um organograma extremamente simpli-

    ficado e prat icamente sem especificao de funes, resultante da

    velha Lei Imperial de 1

    Q

    de outubro de 1828. Esse organograma,

    entretanto, absolutamente no refletiatoda a multiplicidadede funes

    exercidas pelos membros da Cmara que administravam a cidade. Na

    prtica, um pequeno conjunto de vereadores, juizes, procuradores e

    funcionrios tinham atribuies que mais tarde seriam objeto de

    intendncias, diretorias, divises, departamentos e secretarias.

    o

    surgimento de uma nova arquivstca - aquela que capaz I

    realizar arranjos funcionais para que se possam enxergar os crculos enrn-

    cruzados. de Michelle Perrot - fundamental para atender s recente

    demandas da histria, pois, segundo Jacques Le Goff 0986, p. 64),

    h sempre uma relao entre o tipo de histria que se pratica e o

    tipo de documentao que o historiador tem

    sua disposio.

    Cabe observar que tambm a forma como esses documentos

    / l

    apresentam ao historiador tem uma influncia decisiva. Para

    Certcau

    (1979, p. 29)

    trabalho do historiador assemelha-se transformao d

    matrias-primas, feitas com o minrio j refinado, em produtos standard,

    entretanto, devemos observar que a qualidade de refinamento desll'

    minr io influencia todas as operaes subseqentes.

    A adequao dos arquivos revoluo documental, juntamente COIll

    a adoo de metodologias funcionais, permite a aproximao mais cferlvn

    com a histria das mentalidades, ao refleti o cotidiano das entidades

    produtoras dos documentos. Pra Le Goff 0988, p. 71):

    1111,1'111111M1III'III:i1Itades aquele do cotidiano e do

    '1111 ~ I 'IH I aos sujeitos particulares da histria,

    f 1,101,1

    dll

    1IIIIIl'\ldo Impessoal de seu pensamento.

    H l i111111, 1,1111rqulvos devem ser reveladores das atividades

    li'lj(II\,.I1 ItI,l/lpvl:ts Instituies (ou pessoas) ao longo da sua

    ,h'll: 111.111,:tl:t ISIO,os elementos informais (ao lado dos

    111',111111I 1111'10

    e

    inserir corretamente os documentos no

    I

    11li 1\,,11l,pe-rmitindo assim uma interpretao histrica

    'I ,~I,1'1PI'n hcrmenutica do cotidiano.

    I'lViI Ill, ,10 mesmo tempo, o elemento mais importante e

    111t

    j,

    I ,l.I 1'01SIruo histrica. A ausncia de um dilogo

    111I,1111111111'/1' nrquivistas, bem como a falta de conhecimen-

    li , ,111

    I

    I /11iII'V:1 cincia do outro so responsveis pela

    11111, im '111('se encontram duas pontas da mesma realida-

    1111)1111'111 mc distncia que as separa. Esse estado de coisas

    I

    II/IIIIIII(IIna baixa especializao que os arquivistas tm,

    tiI1111111,'111- la o histria, agravada pela ausncia de uma

    I',iI .I, 1111I'111110equisito profissional a formao universitria

    hllt. Illtlll, I: situao inadmissvel se voltarmos o foco da

    liI

    ['I

    III/flllll' (orcs: na maioria das vezes alimentam um grande

    I

    t

    ,11 ulvk lnc lc tcnica que, aparentemente, no demanda

    ltili,' I 11I11.11('lu:;nfelizmente no se movimentam para tentar

    Ilji)i~~'III I' .I\'dl:lln passivamente o que os arquivos pem sua

    ,1)',111~1.11111nos historiadores ocasionalmente levantam essa ques-

    11111111111.1'IIII:tnece adormecida, sem dar-se conta de quanto seu

    jlI

    ,

    I '1111I'1111'1I'ometido. Os arquivos encontram-se no centro desse

    1,01, 1111111111'1' sujeito de uma operao que, em realidade, no

    111,1111111111'11mlaboratrio. Substituem o sujeito de uma operao

    li 'I I I 11. IIIIHIoperao historiogrfica. So um mundo onde se

    lil 1 I '1I11'1xld:tdc,porm triada e mnaturzada e, portanto, forma-

    I' itnl/III I')lil,p, 20).

    l /

    il

    l'II'111111/1irqulvos hoje um problema fundamental, no s

    1111111~1'111l1I)lIlz:tom a revoluo documental e com as questes

    1'1'1I','lil 111V,I hlsrria , mas tambm para aqueles que pretendem

    11111I I

    'li

    11'11.1l~iI()rlcidade do presente atravs da cr tica da cultura e

    lIIM'11101I111111:1o.

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    11/13

    Notas

    Ii ,iII 1lld. M . Menezes. Rio de janeiro, Forense-Uni-

    1. Ver a respeito Duchein 1986 e AAB 1990.

    2. A expresso

    cul tura poltica

    est de acordo com o

    Dic ionrio de poltica

    org3111'

    por N. Bobbio. Ver Sani 1991.

    3 .

    Ver a respeito Carucci 1986.

    4. Legitimao cul tu ra l

    aqui utilizada conforme a conceituao feita por Pierre B

    0982, p. 271).

    5. Para uma definio desses conceitos ver AAB 1990.

    6. Como exemplo do esforo conjunto de diferentes arquivos municipais espanh

    GAMM 1990, 1992a, 1992b; e GTAMIVI1988.

    7. Ver como exemplo de organizao funcional de acervo pessoal: Camargo 1988.

    '1'111I1111 Ilt'l'tDcnutica e narrativa .

    In.

    SEVCENKO,N.

    I/i llilt /I luilo , .\ tIO

    Paulo, sociedade e cultura nosfrementes

    ,li Ili, 'lil 111111etras, 1992, pp. xi-xxiii.

    1:1'

    f t

    1111/11'11111

    : l

    vida privada.

    Iri:

    VEYNE,P.

    (org.), Histria

    f il ,

    ill///I/I/lllu

    Romano

    ao Ano Mil.

    Trad. H. Feist. So Paulo,

    I

    Hld~,

    IfJ',III, Ilil li 11.

    1'1111i , , 1 IIIIII'U t

    tturta da vida privada: Do Imprio Romano

    ,/1 l l i l t l , I), notlmann

    et ai.

    So Paulo, Cia. das Letras,

    , 111

    t

    1 \

    11'11'1IOHfundos em arquivstica: Princpios tericos e

    I,h I i I II/ll '1'111\1,

    M.

    Leite.

    Arquivo e administrao,

    vols. 10/14,

    I, 1111111', 1I)l (l,pp, 14-33.

    1.,1111'1

    I t

    n-umcntais contemporneos como provas de ao.

    /1{'I, VI 7, nP '13, jan./jun. Trad A. Cruz. Rio de janeiro, 1994,

    Bibliografia

    AAI3- ASSOCIAOOSARQUIVISTASRASILEIROSNcleo Regional de So Paulo)

    Dicionrio brasileiro de terminologia arquioistica: Contribuio

    pa r

    estabe lec imento de uma terminologia arquivstica em lngua portu.gll/J,~,

    So Paulo, CENADEM, 1990.

    BARROS,Lil iane e MOIZO, Rosana. Formao administra tiva da cidade de li

    Paulo, 1554-1954. In. Revista do Arquivo Municipal, n 199. So Pnu ln,

    1991, pp. 9-112.

    BELLOTTO,Helosa Liberalli. Tipologia documental em arquivstica .

    In:

    etns ta

    di

    Arquivo Municipal,

    vol, 45, n 195, jan./dez. So Paulo, 1982, pp. 91

    _____ . Tipologia documental em arquivos: Novas abordagens .

    In: Arquim

    Rio Claro,

    vol. 9, n 1, jan. Rio Claro, 1990, pp. 4-15.

    BOURDIEU,Pierre.

    A economia das trocas simblicas.

    2 ed. Trad. S. Miceli. SIIIl

    Paulo, Perspectiva, 1982.

    CAMARGO,Ana Maria. Arquivos pessoais: Uma proposta de descrio .

    Arquivo: Bole tim histrico e informativo,

    vol, 9, n 1, jan./jun. So Paulo,

    1980, pp.21-24.

    CARUCCI,aola. Tipologia, carattere della documentazione, problemi organzz

    tivi. In: Gli arcbioi per Ia storia contemporanea: Orgarzzazzioru

    previsione. Atti de l seminario di studi, Mondoni,

    23-25

    febbraio JfJH

    Roma, Ministero per i Beni Culturali e Ambientali, 1986, pp. 71.

    1

    }()

    (Publicazioni degli Archivi di Stato, 7).

    CERTEAU,Michel de. A operao his t ri ca . In. LEGOFF,J.e NORA,P. (orgs.),

    Histrlrl

    Novos problemas.

    2 e1 Trad. T. Santiago. Rio de janeiro, Francisco Alvos,

    1979, pp.17-48.

    111'11'il IICJ(,'hlno estudo da famlia: Uma excurso

    interdis-

    1 //1 /,

    11J .7 J n . Rio de janeiro,1989, pp. 51-73.

    1I 'IlIllllllilillvo em histria .

    In:

    LEGOFF,J. e NORA,P. (orgs.).

    '111',,, 11 / IIliIMYlClS. 2

    a

    ed. Trad. T. Santiago. Rio de janeiro,

    111\1\,,, 11)7),pp. 49-63.

    i I '11Ali' IIIWWIHMUNICIPALESE MADRID.EI

    expurgo en los archivos

    If ~ ,I , / 'I, I/ IIII S / t/ d e

    un manual.

    Legans, Delegacin de Cultura, 1990.

    IIi Jj l, /I/I iI1 1 t1

    r / l 1 arcbiuo municipal (Una propu esta de reglamen-

    li' 1,,11 1I,lilVWJmunicpales. IX jornadas de Archivos Municipales).

    ,1111.1111111di' tllfV,da del Rey, 1992a.

    , I/ 111t1fllll nmerual

    municipal

    2. Ayuntamiento de Arganda del

    Itql

    1,,'j.'11

    1I ~1I1j id'l 111l11'lIl1lVlllstate of comparative studies .

    In:BURGlliERE,A.

    e ATSMA,

    I

    1 / ,

    1/, li/liIJ

    (/''l/jOl,/'rdbui:

    Histoire compare

    et sciences

    soc iales Paris,

    Ir'\. 1 1111I11'i1111c1csn Sciences Sociales, 1990, pp. 323-334.

    11111' 11 IUAIIII) I)E ARCHIVEROSMUNlCIPALESE MADRID.

    Manual de

    / 1 /1

    ,li

    11111111r

    de los

    municipios. Madri, Consejeria de Cultura de

    ,,, 111 ,11I

    t il'

    Madrid, 1988. (Archivos, Estudios, 2)

    111111,

    I

    /11I I/1 /6 ria

    coletiva.

    Trad. L. Schaffter. So Paulo, Vrtice, 1990.

    1111,11' I //I I I/l I/ tl , / 0 1

    arcbiue administration.

    Oxford, Clarendon. 1922,

    1'11 I I [

    1 1 1 1 1

    IJIIIV\NTI,L Registros documentais contemporneos

    35

    34

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    12/13

    36

    il/lli'll'.',\'

    como provas de ao . In. Estudos histricos, vol. 7, n

    Q

    13, ja n .z'[uu 1'1

    A. CI1:lz.Rio de Janeiro, 1994, pp. 49-64.

    LEGOFF,

    ]acques. A nova histria . In: Reflexes sobre a histria: Bntreoist

    Francesco Maiel lo. Trad. A. Ribeiro. Lisboa, Edies 70, 1986.

    _____ . As mentalidades: Uma histria ambgua . In. LE GOFF, J . e NIIUA

    (orgs.). Histria: Novos objetos. 3 ed. Trad. T. Marinho. Rio de )11111'11

    Francisco Alves, 1988, pp.68-83.

    _____ . A histria nova.

    In: A histria nova.

    Trad. E. Brando. So

    I'alll

    Martins Fontes, 1990, pp.25-64.

    _____ . Histria e memria. 2 ed. Trad. S. Borges. Campinas, Edito: il

    Unicamp, 1992.

    LE GOFF,

    J . e

    NORA,

    Pierre. Apresentao. In. Histria: Novos problemas. J

    Trad. T. Santiago. Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1979, pp. 11-15.

    PERROT, Michelle. Introduo .

    In.

    PERROT, M. (org.).

    Histria da vida pr iua r tn

    Revoluo Francesa Primeira Guerra. Trad. D. Bottmann. So Paulo, (,I

    das Letras, 1991, pp. 6-9.

    PERROT, M. e MARTINFUGIER, Anne Marie. Os atores.

    In:

    PERROT, M.

    (org.).

    H/,I/tH

    da vida privada: Da Revoluo Francesa

    Primeira Guerra. Trai

    I I

    Bottrnann. So Paulo, Cia. das Letras, 1991, pp.88-303.

    R1COEUR, Paul. Interpretao e ideologias. 3 ed. Trad. H. ]apiassu. Rio de ]al(('111

    Francisco Alves, 1988.

    SANI, Giacomo. Cultura poltica . In. BOBBlO, Norberto et al. Dicionrio de polit

    Trad. C. Varriale etal. 2 vols. Braslia, UnB, 1991, vol. 1, pp. 306-308.

    SCHELLENBERG, Theodore. Arquivos modernos.' Princpios e tcnicas. Tracl

    N

    Soares. Rio de Janeiro, FGV, 1974.

    VAZQUEZ,

    Manuel. Manual de seleccin documental. Crdoba, s.ed., 1983-

    VOVELLE, Michel. A histria e a longa durao. In. LE GOFF, J. (org.). A btston

    nova. Trad. E. Brando. So Paulo, Martins Fontes, 1990, pp. 65-69.

    liill

    ll

    lil \111L I

    do oeste

    na vida americana tendeu a vincular

    1I 11111I

    I

    ()1I1('\ra . O alcance desse termo, por sua vez,

    jill'.'l )\I'II/{I,ilh'o onde a civilizao ocidental defrontava-

    li

    1111'1\111

    '

    III Nn

    perspectiva da geografia, o termofronteira

    ':'IIIt I I i 111I1I\cou borda, que divide naes em relao

    I 111111111\1 :; Iimites do espao conhecido em relao

    I' 1I I IIllh ,'1 Rlcgel

    0956,

    p.

    357),

    til

    ilJI

    IIIHA

    H

    IllENTIDADE NACIONAL

    iA i 11'11\)I(I( lCHi\FlA AMERICANA

    Henrique M. Silva'

    ijil[1l1i 1I111~I'lId('mm a pensar a palavra fronteira muito

    111i 1111111I 1111111-\('111u borda da civilizao, na medida em

    11.1',111\'111ll'lvllKcria, do que como uma linha geogrfica

    1'11111111'11'dividia nao de nao. (. ..) as fronteiras

    11'11' I11 \ 1111,11,

    I

    do NOIte, alteraram-se facilmente durante o

    11,1I1I

    l ,

    IlIlil IIIlexigncias das lutas coloniais mundiais

    e

    l,tI; 11111111('HHlonarmuito a maioria dos americanos (...)

    I 111111111'111(' Fundamentos da Educao da Universidade Estadual

    1II ~II I IlIo'hltt'('111istria social pela USP.

    37

  • 7/23/2019 Documento e Histria

    13/13

    JURANDIR MALERBA CORG.)

    '\

    A VELHA HISTRIA

    TEORIA, MTODO E HISTORIOGRAFIA

    A P I R U S E D I T O R A