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7/23/2019 Documento e Histria
1/13
il 1 1 - 11 11 I I~ 1 11 1
1 1 1 1 11 /1 . 1 1
[ul
1 11 > 1
1
I
I
I'.
l il , 11 1 1 1
j.M
1
DOCUMENTO E HISTRIA
Andr PortoAncona Lope;
o arquivo substitui nosso produto por um passado
recebido. Faz esquecer, progressivamente, o quesu-
postamente representa.
Apaga
a interrogao ge-
nealgica de que nasceu, para constituir-se instru-
mento de uma produo. Nos istema que generaliza
tal metamorfose, o arquivo
um operador que per-
verte o tempo-e o transforma em espao a construir.
Esta mquina desempenha urn papel fundamental
no nosso teatro de operaes.
Michel de Certeau
MI/o//l.co documental e arquiuistica
A nmpliao
cios conceitos de fonte histrica e de documento traz
11 1 1 1 : 1 :ll1llgos problemas relativos
organizao de fontes documentais
~II'NI' dOI'IOI.II1(iO ( 111
hlsrrta
soclnl
pela
USP, especialista em arquivologla pela
II~' , /t-,-I M O ' dI' hllll~,I(1 ~()Cl:ddo unbnlho nn Unlvcrsldndc Estadual de Maring
IIII'~I) 1 1
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2/13
e aponta, ainda, para novas questes, como a relao entre a cidadania
e o direito memria. No basta o livre acesso do cidado aos diversos
registros que informam sobre o passado para garantir que a construo
?a memri~ sobretudo como seleo e
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produtos de escavaes arqueolgicas, documentos orais, etc.
Uma estatstica, uma curva de preos, uma fotografia, um filme, ou,
para um passado mais distante, um plen fssil, uma ferramenta, um
ex-voto so, para a histria nova, documentos de primeira ordem.
A arquivstica no pode ficar margem dessas profundas modifi-
caes do campo conceitual das fontes histricas.
fundamental
o
intercmbio terico (e prtico) entre histria e docu~entao, pois a
histria s se torna possvel com o desenvolvimento da cincia da
documentao e ega, na sua essncia (ou ao menos no qu~_concer~
preservao de documentos de guarda permanente cujo valor primrio
foi esvaziado), no te1ll sentido sem a pri~. Apesar de essa afirmao
ser aparentemente bastante bvia, so raros os trabalhos que buscam
discutir a questo. Falta aos arquivistas, em geral, um conceito de histria
que v alm de um positivismo vulgarizado, o que coloca em dvida a
capacidade tcnica desses profissionais ante as novas demandas da
revoluo documental. Por outro lado, so poucos os historiadores que
tm uma noo aproximada do que seja um arquivo e das diferenas que
o separam de uma biblioteca.
Para
Le
Goff, a revoluo documental transcende a questo do
supor te material. A ampliao do significado do documento para outros
suportes alm do papel escrito
foi' apenas uma etapa para a exploso do documento que se
produz a partir dos anos 60 e que levou a uma verdadeira
revoluo documental. (. ..) Esta revoluo , ao mesmo tempo,
quantitativa e qualitativa.
O
interesse da memria coletiva e da
histria j no se cristaliza exclusivamente sobre os grandes
homens, os acontecimentos, a histria que avana depressa, a
histria poltica, diplomtica, militar. Interessa-se por todos os
homens, suscita uma nova hierarquia mais ou menos implcita dos
documentos; por exemplo, coloca em primeiro plano, para a
histria moderna, o registro paroquial (...) [que] marca a entrada
na Histria das massas dormentes e inaugura a era da documen-
tao de massa.CLe Goff 1992, p. 541)
o
autor defende, ainda, a idia de uma revoluo tecnolgica
paralela revoluo documen_tal, responsvel pela efetivao da inten
desta ltima por meio do computador:
18
111I Ililili'leln das duas revolues nasce a histria quantitatiYb
111
11
'1111'IOVilmenteem causa a noo de documento e o. seu
11llilllll'/II(),{,..) a histria quantitativa altera o estatuto do doeu-
11/111111
1.(' co rr
1992, p. 542)
li ,1i1\'I':I~'il() referida por Franois Furet em um clssico ensaio
1.11111
I
Cilloilllll:lllvo
em
histria (1979, p. 53), no qual considera que
II 111Il11\\('1110,dado no existem mais por si prprios, mas em
11.1i1~'Il()
\
srie que os precede e os segue: seu valor relativo que
111'11111:1bjCiTvoe no sua relao com uma incompreensvel
Iltlltllnll~'I:1real. (Grifo nosso)
1'111111):ltaFuret como para Le Goff, tais transformaes no documen-
I.I li I 11I'llq\lI~:1
hs t rt ca
exigem, em contrapartida, uma transformao
111
11
111'1111'os arquivos. Segundo Furet (1979, p. 54):
1 1
I
tllltOIografia
seriada
c;ontempornea
deve
reconstituir seu? arqui-
I'III\'111funo da dupla revoluo metodolgca e tcnica que
I1I1Il1)1
ou
os procedimentos e as regras da disciplina.
1
1
;1111
.c
Goff 0992, p. 542):
1 1 I -vo luao documental tende tambm a promover uma nova
unk
lnde de infonn~o: em lugar do fato que conduz ao ac~i-
1111'111.0a uma Histria linear, a uma memria progressiva, da
I Ivlll'gin - dado, que leva srie e a uma 11istriadescontnua.
1'1llliI
m -se
necessrios novos arquivos, onde o primeiro lugar
111lpado pelo
COIpUS,
a fita magntica.
I,()(\('111 os afirmar que Le Goff est sugerindo que os arquivos devam
I l i 0 1 c lL 'iI
)()Hi\'~IOos pesquisadores os dados coletados em tabelas, pois O
1/11'I tfw 1/
uienio
armazenado e manejado nos bancos de dados
[do
1111I11I1li(Idem), Desse modo, o filtro sofrido pelo historiador nesse novo
1111111
I H I
ia maior elo que ' q.tualmente,quando o acesso aos documentos
1111111,1'1
I'~VS
determinado pelo arquivista. Assim, teramos o arquivista
1II'IIIltl 1111\:1upla seleo: a dos documentos a serem utilizados e a dos
1111111'1
I
I I C -rem coletados.
19
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4/13
Os arquivistas vem-se, agora, forados a rediscutir os conceitos d
histria e historiografia que utilizam para poderem se adequar revolu
documental, s novas abordagens e metodologias propostas. Entretanto,
deve-se ressalvar que novos arquivos so necessrios para acolher a
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A concepo de documento apregoada pela arquivstica est muito
distante do conceito de qualquer-coisa-qu-fica-por-conta-do-passado
sic. Ao contrrio, a contextualizao de sua produo, 120rmeio
do
princl2io da provenincia,_c_oloca-o em uma srie que retrata as atividades
desenvolvidas pelo_ rgo de origem, Rermitindo _aind3 uma anlise
conjuntural do momento e dos motivos de sua gerao. Tratar-se-ia,
ento,
de analisar os monwnem:S qualidade de do~umentos. Pois a diferena
bsica diz respeito gerao: gerao espontnea, resultante natural do
exerccio das atividades, os documentos; e gerao poltico-ideolgca,
resultante das relaes de fora que detm o poder, os monumentos.
que no implica que as atividades que geram os documentos de modo
espontneo e natural no deixem traos nestes documentos, pois como
coloca Luciana 'Duranti 0994, p. 51):
primeira caracterstica dos registros documentais a imparciali-
da e. s registros so Inerentemente verQaJe1r .O S_O U, como diz o
~vista britnico Hilary]enkinson
[(1922,
pp.
11-12)],
livresda
suspeita de preconceito no. que diz respeito aos interesses em
nome
ds quais .os usamos hoje , Istoyno quer dizer que. as
pessoa~ que intervm em sua criao so livres de preconceitos,
mas que as razes por que eles so produzidos (...) e as circuns-
tncias de sua criao (...) asseguram que @ so escritos ':Ea
~~o OlLp.aLunformaoda posteridade . (...) Deve-se ressal-
tar que imparcialidade no significaque os leitores dos documen-
tos devam crer que eles reproduzem os fatos e atos dos quais so
paIte e parcela: o contexto mais amplo da atividade geradora dos
documentos e o ambiente cultural no qual seus intrpretes vivem
so fatores essenciais para a compreenso da verdade que pode
ser extrada dos documentos.
Compete ao historiador analisar essas caractersticas intrnsecas de
todo e qualquer documento e no apenas dos documentos rnonurnen
talizados.
Le Goff 0992, p. 547) justifica a necessidade da monumentalizao
dos documentos no s pelos aspectos ideolgicos, como por urna
questo de objetividade, ou menor subjetividade:
A interveno do historiador que escolhe o documento, extraindo-
o do conjunto de dados do passado, preferindo-o a outros,
22
11I11'lIllItlnlhcm valor de testemunho que, pelo menos em parte,
, i >
111thdi Sllaprpria posio na sociedade da sua poca e da
111IIIKIIlllzaomental, insere-se numa situao inicial que
111I li,IIll'llOSneutra do que a sua interveno.
111c11i Id a, pois os documentos postos
disposio do historia-
I111111, Ic'glldo de uma determinada cultura poltica, de um determi-
hli I IIIIII\Utk arquivar, selecionar e de dispor informaes Rara o
ijllll1lldc,l',.lPorm no f~e o ponto inicial referido _por L;G'clf
IIIJ.,
p,
'll'j'/ -----
I I Ih li'\imcnto no incuo.
antes de mais nada o resultado de
1111111ontagern, consciente ou inconsciente, da histria, da poca,
,l.I liwll'clacleque o produziram, ma~ tambm durante as .quais
1IIIIIIIIII0lI viver, talvez esquecido, durante as quais continuou a
I IIlIlnlpulado,ainda que pelo silncio.
III'VCS(;ressalvar que os documentos no si;.1esum
errt
a eSisa
1I1'1I111fJ.I'IIIjo, antes de tudo, os frutos, os meios, os testemunhos de
1'1' 1111111,1(\:11'1unes e atividades desenvolvidas pr selis])f
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realizada, uma garantia de que eis documentos foram avaliados
e descritos; proporciona ao pesquisador uma arquivalia com
informao e coerncia. (Traduo nossa)
Os critrios que norteiam a seleo. documental so. definidas
historicamente. Constituem-se de elementas qualificadares da cultura
poltica, informam sobre a entidade, a poca na qual est inserida e a
necessidade de legar testemunhas vitais. Os
documentos
no. eliminadas
so. aqueles que se configuram cama essenciais para a compreenso da
prpria sociedade.f .
~servaa
das
dacumentas pade, em parte, ser cansiderada uma
mantagem de carte.: monum?.I1JJ.1,2.armnem sempre a . Muitas v::zes,
ssa preservao tambm se calo.c
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arqueologia de poca, feita atravs da redes coberta de elementos indivi-
duais e rotineiros, abriu uma brecha nos estudos sobre a famlia, e
de relato em relato, descobrem-se excees s supostas normas
familiares. Aquela famlia to presente em outras abordagens (...)
torna-se neles uma opo descabida. Ibid.)
A principal contribuio llilra a arQuivstica }ueRode ser extrada
gesses estudos , sem dvida, - valorizao dos elemenrcs.nformaa.na
busca da compreenso de processos globai~. Assistimos insero de
categorias que outrora eram postas margem da pesquisa histrica, ou
pelo menos no tinham qualquer especificidade salientada. Temos uma
revalorizao do papel histrico do poltico, ,do privado, dos outsiders
do poder. Tal transformao trata esses elementos no como particulares,
mas como especficos, responsveis por novas leituras histricas da
mesma sociedade. A descoberta de novos atores histricos implica
tambm o reconhecimento da importncia do
contexto
de sua produo
documental, agora, no mais sob a tica de uma histria tradicional, mas
de um conhecimento holstico, embora subjetivo, que ressurge com a
hermenutica. Como objeto principal desses estudos temos a valorizao
do privado, sobretudo a rediscusso dos papis masculinos e femininos
sob a tica do perspectivismo histrico, o que implica uma postura crtica
do historiador em relao ao objeto e em relao sua conternporane-
dade. Segundo Maria Odila Leite da Silva Dias 0992, p. xvii):
o
perspectivismo uma forma de interpretao inerente histori-
cidade do prprio conhecimento do historiador. Consiste em
documentar o ponto de vista dos testemunhos da poca de modo
a entabular com eles um dilogo, no qual a posio do historiador
enquanto
intrprete
se v sempre ressaltada.
Recentemente foi publicada na Frana, e logo traduzidapara
outros pases, uma coleo organizada por Georges Duby e Philippe
Aris que tenta traar, ao longo do tempo, um esboo da experincia
histrica da vida privada (Duby e Aries 1990-1992). No que tange
utilizao de documentos, a coleo segue os passos iniciados pela
revoluo documental, mas tambm se insere no movimento da revita-
. .
lizao do privado como espao poltico para a histria. Nesta obra,
6
l i l/ 1 1 1 1
1'11111111escudo feito por Michelle Perrot eAnne Marie Martinfugier
,111' ,I 1.1I\1111aurguesa do sculo XIX, por abordar, dentro da constru-
1 1 I 1 I 11 1 '(
mccito vida privada como entendemos hoje, a revalorizao do
li 11111111)),onseqncia da identificao das autoras com os problemas
111I'~I'llt(.Sem sua contemporaneidade (perrot e Martinfugier
1991).
No prefcio do primeiro volume, Duby adverte que a coleo est
,li 1111lda
a um vasto pblico
desde o incio do projeto, alm de apontar
ilp,IIIIMroblemas gerais enfrentados em funo do ineditismo da propos-
I I (I )uby 1990, p. 9). Duby aponta para a preocupao conceitual com a
Ijllll':lo da expresso
vida privada
no amplo espectro cronolgico
1' )1)()SlO
pela coleo, uma vez que tal conceito s adquiriu consistncia,
I) modo como conhecido hoje, no sculo XIX, em algumas regies da
lilll'opa. A problemtica da histria da vida privada colocada como
\'I'(llca da cultura ocidental como um todo, da contemporaneidade, da
ndlura de massas. Duby espera que o lei tor, dada a rpida transformao
que vivencia, reflita melhor sobre a transformao desses dois espaos-
n esfera pblica e a esfera privada - e perceba
que hoje em dia urgente procurar salvaguardar a prpria essncia
da pessoa, pois, demolindo as ltimas muralhas da vida privada,
o fulgurante progresso tcnico desenvolve essas formas de contro-
le estatal que, se no tomarmos cuidado, logo reduziro o indiv-
duo a um nmero de um imenso e aterrador banco de dados (. ..).
(Duby
1990,
p.
11)
o quarto volume da coleo -
da Revoluo Francesa Primeira
Guerra -,
organizado por Michelle Perrot, revela-se bastante sensvel
ampliao do campo conceitual do documento histrico, colocada pela
revoluo documental, porm incorpora tambm as propostas daquilo
que poderamos chamar de hermenutica do cotidiano. A Introduo
do volume comea, de maneira bastante curiosa, com uma fotografia de
pgina dupla. A legenda explicativa da imagem (Trouville: o terrao do
cassino atrai muita gente. No final do sculo XIX, a praia uma extenso
do salo domstico, onde se encontram parentes e amigos, esquecidos
do mar e do sol. (Coleo Sirot-Angel) ) no a descreve, nem a contex-
tualiza, porm conduz o leitor a uma abordagem da histria diferenciada
daquela de tipo tradicional (Perrot 1991).
27
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8/13
Convm lembrar que tal introduo inicia um livro intitulado
Histria da vidaprivada, que est inserido em uma coleo cuja diviso
em volumes cronplgica - Do Imprio Romano ao Ano 1000;
ho
Europa Feudal Renascena; Da Renascena ao Sculo das Luzes; D
Revoluo Francesa Primeira Guerra; Da Primeira Guerra 'aos nossos
dias- e supostamente abrangeria a totalidade da experincia privada cio
Homem, ao menos do Homem ocidental, desde os incios da civilizao
at os nossos dias. Esta perspectiva evolutiva favorecida pelo alcance
desejado por toda a coleo: o grande pblico e no mais o estudante-
interessado ou o pesquisador acadmico. No entanto, a burocrtica
funo decorativa da utilizao
jradcional
de imagens, tpica de determl
nadas obras de tendncia evolutvo-positivistas, quebrada logo de
incio: o que era complemento e decorao passa a ser um importanrc
documento para a anlise histrica. Um documento que no identifica
grandes fatos ou personagens, um documento que to somente o fruto
de uma poca, de uma determinada conjuntura, de uma determinada
representao social; ou seja, um documento no sentido ampliado pro-
posto pela revoluo documental.
Michelle Perrot 0991, p. 11) define o volume como uma aborda-
gem da histria da construo e solidificao de um modelo de sociedade'
pela cultura ocidental, iniciada pela Revoluo Francesa e encerrada na
aurora de uma nova modernidade tragicamente interrompida pela guer-
ra. A partir de referncias a trabalhos de Norbert Elias, Louis Dumoni,
Jrgen Habermas, Richard Senet e Philippe
Aris,
a autora
0991,
p.
10)
define o sculo
XIX
como esboo de
uma idade de ouro do privado, onde as palavras e as coisas se
precisam e as noes se refinam. Entre a sociedade civil, o privado,
o ntimo e o individual traam-se crculos idealmente concntricos
e efetivamente entrecruzados.
justamente na identificao e na ponderao deste espao entre
o ideal e o efetivo - que significa tambm o espao entre formal e o
real . - que se encontraria o campo de atuao do historiador do
cotidiano, de um cotidiano que tenta identificar a mudana e, portanto, a
histria de determinada sociedade. A autora, abordando a Frana elo
sculo
XIX ,
mostra um modelo burgus de sociedade familiar que sempre
esteve em construo, em transformao, sujeitando-se s relaes con
8
IIII Ii 111111egmentos sociais. A identificao desse espao
I'
rl
I 11
k k-n
passa necessariamente pela desqualificao dos
1111111.1111normartvos de uma sociedade como fontes exclusi-
1I 1
1IIIlIpr('cns~lo e interpretao. necessrio considerar
11IptlI l\'Ip:drncnte - os elementos informais para tal anlise.
\I,
IIIplll
d
Michelle Perrot remete-nos ao referencial terico-
ti.
1 \ 1 1 1 \ 1
11d.1 IWI'Inonutica. Para Dilthey
Capud
Ricoeur
1988,
pp.
L
111IIIIIIIpltl pnpcl da hennenutica seria o de
I ,I
t i
1111'1'1'1\'orlcamente, contra a intromisso constante daarbi-
11 It 'illltll' ,oll1ftnLicae do objetvsmo ctico (...), a validade
11111\,utl
1 1 1 1
lmcrpretao, base de toda certeza em histria.
I' ti Hk'O('\lr 0988, p. 28) desenvolve a validade universal da
IfiililII ,.III dI' Dllthey da seguinte forma:
I 1IMIIOOlT\preender os mundos desapare-cidos porque cada
I1I11'1
il(\\,
criou seus prprios rgos de compreenso, criando
1111111.11111oclais e culturais nos quais ela se compreende. A histria
1IIIIvI'I'MliIerna-se, assim, o prprio campo hermenutico. Com-
I
1
1'1'111',. IT\C, fazer o maior desvio, o da grande memria que
1I.\t\jilo que se tornou significante para o conjunto dos homem .. A
/ 1 1 '////t'//(lI/.Uca o acesso do indivduo ao saber da histria uniuer-
li ,
t i fi nutoersauzao
do indivduo. (Grifo nosso)
I I Ir:tb:d ho do historiador, ento,' consistiria em buscar a identifica-
li,
I .1 I'Cllllprccnso desses signos de autocompreenso da sociedade,
p,li I 1
11
/III'dormente executar a interpretao. Nesse sentido, inserimos a
I IIld I pI11) Informal como forma de conhecimento histrico, pois os
IHlilli dI' nurocompreenso da sociedade no passam somente pelo
11'1111111\0,que nada mais do que a forma de legitimao da ideologia
01'11111.111\1'.odemos afirmar que os elementos normativos de uma
I
II1l.111'constituem um conjunto de fatores instrumentalizados pelo
, 111'11:i(orlsmo para a manuteno do poder e legitimao cultural do
I ,IIII'III)dominante da classe dominante (Bourdieu
1982).
A busca do
11i, 111I1.d,os crculos entrecruzados de Michelle Perrot, reveste-se, ento,
01111111.1nndcira de crtica da cultura, de crtica da ideologia dominante.
I
111I1j111'VliS:10los signos de uma sociedade tambm implica
necessa-
29
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9/13
riamente a autocompreenso da sociedade presente; por conseguirue-,
implica uma postura crtica em relao ideologia dominante da prpria
contemporaneidade, efetivada atravs da interpretao.
Tipologiadocumental
A tipologia documental hoje um dos mais instigantes e rnporran
tes temas para uma renovao terica da arquivstica. Como indicativo
dessa transformao tem-se a prpria evoluo do conceito de
tip
documental, anteriormente encontrado na literatura com inmeras ya rla
es conceituas entre diversos autores. As definies aproximavam-se
daquilo que hoje denominamos gnero, espcie, formato etc., ou uma
mescla desses concetos.P No entanto, os estudiosos que se preocuparam
com esse tema sempre estiveram buscando uma conceituao capaz de
definir o documento em sua essncia arquivstica, isto como parte
i~tegrante de um~onj1nto~ outros s:locu~ntos gerados ~turalment
no exerccio das mesmas atividades. A particularidade do document
~rquivstico, que ao me,illlO temp nico e mltiplo (quando inserid
na srie documentalj, representou' um desafio a .ser superado na tentativa
de conceituao do tipo documental,
O texto da professora Helosa Bellotto (1990) pode ser considerad
um marco da literatura arquivstica nacional sobre tipologia documental.
Os conceitos ali desenvolvidos so a reformulao de um texto seu anterior
(Bellotto 1982) e acabaram por ser incorporados ao Dicionrio de termi
nologia arquivstica (AAB 1990). A definio proposta de tipo documental
passa a ser, ento, ,aespcie documental sOlll--da funo
que.a.produziu,
criando sIies tipolgicas, isto , cada tipo documental equjyale a um~1
s~e documental. Essa nova conceituao, apesar de aparentemente
modesta, fundamental para uma renovao dos procedimentos arquivls
ticos adorados no Brasil e para a soluo de muitos problemas, diante dos
quais os mtodos tradicionais j comeavam a apresentar sinais de
esgotamento. O avano dessa problemtica - e a importncia dos.estudos
de tipologia
documental -,
pode ser
notado inos
arquivos municipais
espanhis, que, desde meados da dcada de 1980, fazem um trabalho
conjunto buscando padronizar- um arranjo documental tipolgico.f
30
Ijil II'1011'1
C)
1111':10)0uncional no seja pautado somente
1I1\Ii 'j t,I'11111Illll IIloll, IrH1Sambm pelas espcies documentais,
11111111,1111Iplllnglo - entendendo por tipo documental a
111lH 111111_'11111lllldn 'lsua espcie -, requer o
estabelecimento
h . li, 111111111111i )(III))
7/23/2019 Documento e Histria
10/13
no tempo, a ponto de se identificarem com as que a Prefeitura hol
desenvolve. Isto significa que o arranjo tipolgico permitiria ao
pesqul
dor analisar uma cidade como So Paulo sob a tica de uma continuidad
de quase 500 anos, percebendo as alteraes administrativas por meio d
supresso de antigas funes, ou do surgimento de novas.
As deficincias do mtodo estrutural para a organizao do SiSI('1II
municipal de arquivos da cidade de So Paulo esto indicadas n
trabalho, ainda inacabado, da Secretaria Municipal de Cultura (Barro:
Moizo 1991, p. 28):
Durante mais de sessenta anos, a administrao municipal esteve
estruturada, formalmente, em um organograma extremamente simpli-
ficado e prat icamente sem especificao de funes, resultante da
velha Lei Imperial de 1
Q
de outubro de 1828. Esse organograma,
entretanto, absolutamente no refletiatoda a multiplicidadede funes
exercidas pelos membros da Cmara que administravam a cidade. Na
prtica, um pequeno conjunto de vereadores, juizes, procuradores e
funcionrios tinham atribuies que mais tarde seriam objeto de
intendncias, diretorias, divises, departamentos e secretarias.
o
surgimento de uma nova arquivstca - aquela que capaz I
realizar arranjos funcionais para que se possam enxergar os crculos enrn-
cruzados. de Michelle Perrot - fundamental para atender s recente
demandas da histria, pois, segundo Jacques Le Goff 0986, p. 64),
h sempre uma relao entre o tipo de histria que se pratica e o
tipo de documentao que o historiador tem
sua disposio.
Cabe observar que tambm a forma como esses documentos
/ l
apresentam ao historiador tem uma influncia decisiva. Para
Certcau
(1979, p. 29)
trabalho do historiador assemelha-se transformao d
matrias-primas, feitas com o minrio j refinado, em produtos standard,
entretanto, devemos observar que a qualidade de refinamento desll'
minr io influencia todas as operaes subseqentes.
A adequao dos arquivos revoluo documental, juntamente COIll
a adoo de metodologias funcionais, permite a aproximao mais cferlvn
com a histria das mentalidades, ao refleti o cotidiano das entidades
produtoras dos documentos. Pra Le Goff 0988, p. 71):
1111,1'111111M1III'III:i1Itades aquele do cotidiano e do
'1111 ~ I 'IH I aos sujeitos particulares da histria,
f 1,101,1
dll
1IIIIIl'\ldo Impessoal de seu pensamento.
H l i111111, 1,1111rqulvos devem ser reveladores das atividades
li'lj(II\,.I1 ItI,l/lpvl:ts Instituies (ou pessoas) ao longo da sua
,h'll: 111.111,:tl:t ISIO,os elementos informais (ao lado dos
111',111111I 1111'10
e
inserir corretamente os documentos no
I
11li 1\,,11l,pe-rmitindo assim uma interpretao histrica
'I ,~I,1'1PI'n hcrmenutica do cotidiano.
I'lViI Ill, ,10 mesmo tempo, o elemento mais importante e
111t
j,
I ,l.I 1'01SIruo histrica. A ausncia de um dilogo
111I,1111111111'/1' nrquivistas, bem como a falta de conhecimen-
li , ,111
I
I /11iII'V:1 cincia do outro so responsveis pela
11111, im '111('se encontram duas pontas da mesma realida-
1111)1111'111 mc distncia que as separa. Esse estado de coisas
I
II/IIIIIII(IIna baixa especializao que os arquivistas tm,
tiI1111111,'111- la o histria, agravada pela ausncia de uma
I',iI .I, 1111I'111110equisito profissional a formao universitria
hllt. Illtlll, I: situao inadmissvel se voltarmos o foco da
liI
['I
III/flllll' (orcs: na maioria das vezes alimentam um grande
I
t
,11 ulvk lnc lc tcnica que, aparentemente, no demanda
ltili,' I 11I11.11('lu:;nfelizmente no se movimentam para tentar
Ilji)i~~'III I' .I\'dl:lln passivamente o que os arquivos pem sua
,1)',111~1.11111nos historiadores ocasionalmente levantam essa ques-
11111111111.1'IIII:tnece adormecida, sem dar-se conta de quanto seu
jlI
,
I '1111I'1111'1I'ometido. Os arquivos encontram-se no centro desse
1,01, 1111111111'1' sujeito de uma operao que, em realidade, no
111,1111111111'11mlaboratrio. Substituem o sujeito de uma operao
li 'I I I 11. IIIIHIoperao historiogrfica. So um mundo onde se
lil 1 I '1I11'1xld:tdc,porm triada e mnaturzada e, portanto, forma-
I' itnl/III I')lil,p, 20).
l /
il
l'II'111111/1irqulvos hoje um problema fundamental, no s
1111111~1'111l1I)lIlz:tom a revoluo documental e com as questes
1'1'1I','lil 111V,I hlsrria , mas tambm para aqueles que pretendem
11111I I
'li
11'11.1l~iI()rlcidade do presente atravs da cr tica da cultura e
lIIM'11101I111111:1o.
7/23/2019 Documento e Histria
11/13
Notas
Ii ,iII 1lld. M . Menezes. Rio de janeiro, Forense-Uni-
1. Ver a respeito Duchein 1986 e AAB 1990.
2. A expresso
cul tura poltica
est de acordo com o
Dic ionrio de poltica
org3111'
por N. Bobbio. Ver Sani 1991.
3 .
Ver a respeito Carucci 1986.
4. Legitimao cul tu ra l
aqui utilizada conforme a conceituao feita por Pierre B
0982, p. 271).
5. Para uma definio desses conceitos ver AAB 1990.
6. Como exemplo do esforo conjunto de diferentes arquivos municipais espanh
GAMM 1990, 1992a, 1992b; e GTAMIVI1988.
7. Ver como exemplo de organizao funcional de acervo pessoal: Camargo 1988.
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liill
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lil \111L I
do oeste
na vida americana tendeu a vincular
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()1I1('\ra . O alcance desse termo, por sua vez,
jill'.'l )\I'II/{I,ilh'o onde a civilizao ocidental defrontava-
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perspectiva da geografia, o termofronteira
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I 111111111'111(' Fundamentos da Educao da Universidade Estadual
1II ~II I IlIo'hltt'('111istria social pela USP.
37
7/23/2019 Documento e Histria
13/13
JURANDIR MALERBA CORG.)
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A VELHA HISTRIA
TEORIA, MTODO E HISTORIOGRAFIA
A P I R U S E D I T O R A