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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS APLICADAS À GESTÃO DE PESSOAS
Por:SAMARAGLÓRIASACRAMENTO SANTOS
Orientador
Prof. MARCELO SALDANHA
Rio de Janeiro
2014
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
AVM FACULDADE INTEGRADA
PEDAGOGIA EMPRESARIAL: UMA ANÁLISE DAS PRÁTICAS
PEDAGÓGICAS APLICADAS À GESTÃO DE PESSOAS
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada
como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Pedagogia Empresarial
Por:Samara Glória Sacramento Santos.
AGRADECIMENTOS
Destaco a atenção e o companheirismo de familiares, amigos de
curso, professores e especialmente ao meu orientador pela sabedoria e
dedicação.
"Use a capacidade que tens. A floresta ficaria silenciosa se só o melhor
pássaro cantasse." Oscar Wilde
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo principal, identif icar as contribuições que os prof issionais da pedagogia podem oferecer as empresas modernas na área de GRH, demonstrando a presença do pedagogo empresarial nas organizações, como um importante diferencial de competit ividade. Assim, para que se desenvolvesse essa temática, foi fundamental discut ir questões relacionadas às modernas práticas de gestão de pessoas que compreendem modelos arrojados e participat ivos de gerenciamento que passam a reconhecer e valorizar seus clientes internos como um dos elementos mais relevantes para a promoção de diferenciais competit ivos. Mostra o presente estudo o Pedagogo empresarial como o prof issional que oferece em seu perf i l competências e conhecimentos teórico-metodológicos que o capacita a atuar em todos os processos na área da gestão de pessoas, desde os que visam à seleção do funcionário mais adequado a determinada função ou cargo, àqueles que visam a qualif icação do trabalhador e da organização, como um todo.
METODOLOGIA
Inicialmente, o método se define quanto aos f ins e quanto aos
meios, assim expressando os aspectos essenciais na elaboração de
pesquisas da monograf ias. Quanto aos f ins, toda pesquisa procura
descrever de que forma o pesquisador seleciona e organiza
informações que expliquem os objet ivos e a natureza de determinado
conteúdo. Quanto aos meios, a metodologia da pesquisa procura
enumerar as técnicas e procedimentos que mostrem o desenvolvimento
das idéias que comprovem as hipóteses.
Em relação aos meios de investigação, o estudo pode ser
classif icado como pesquisa bibl iográf ica, pois se t rata de estudo
sistematizado com base em material publicado e acessível ao público
(VERGARA, 2004).
Todas as informações indispensáveis ao trabalho estão em fontes
escritas tais como l ivros, artigos, revistas, teses e sites eletrônicos.
As etapas de desenvolvimento da monograf ia serão as seguintes:
seleção de textos da bibl iograf ia a ser consultada; montagem de roteiro
do trabalho; primeira redação do texto; correção e revisão da primeira
parte da monograf ia; elaboração f inal do texto e estruturação da
monograf ia completa.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 09
CAPÍTULO I AMBIENTE ORGANIZACIONAL: NOVOS MODELOS
DE GESTÃO
10
1.1 Os novos paradigmas organizacionais 10
1.2 A Busca da Excelência na Qualidade Administrativa 11
1.3 A inserção pedagogo na empresa 13
CAPÍTULO II A MODERNA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS 16
2.1 GRH: Conceito & Evolução Histórica 16
2.2 As funções da administração de RH 18
2.3 Tendências da Moderna Gestão de Pessoas 21
2.4 O diferencial da educação corporativa na moderna
organização
22
CAPÍTULO III O PEDAGOGO COMO GESTOR DE RECURSOS
HUMANOS
26
3.1 O pedagogo empresarial e sua funcionalidade 26
3.2 A prát ica pedagógica aplicada a GRH 27
3.3 O papel do pedagogo no treinamento e desenvolvimento de
pessoal
29
3.4 Qualif icações exigidas do pedagogo empresarial 32
CONSIDERAÇÕES FINAIS 34
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS 36
9
INTRODUÇÃO
Num universo de mudanças, as organizações passaram a levar
em conta a importância das pessoas no seio das organizações.
Implantados como fator de diferenciação pela gestão empresarial
moderna, os programas de qualidade de atendimento ao cl iente interno
passam a assumir papel relevante não na competit ividade entre as
organizações. Nesse sentido, outros padrões de estrutura
administrativa se têm erigido em termos de Recursos Humanos. Uma
nova visão de polít ica e gestão dos Recursos Humanos está em
delineamento.
O segmento responsável pela Gestão de pessoas integra o
universo da administração e atualmente, ultrapassa a barreira da
Legislação, da f iscalização e das obrigações trabalhistas.
Assim, os programas modernos aplicados em empresas têm,
primordialmente, a função de melhorar signif icat ivamente a relação da
organização com os colaboradores, além de promover uma interação
mais agradável no ambiente empresarial.
10
CAPÍTULO I
AMBIENTE ORGANIZACIONAL:
NOVOS MODELOS DE GESTÃO
1.1 Os novos paradigmas organizacionais
Segundo Arantes (1998, p.44), o contexto de evolução que
aprovou a alteração dos conceitos da administração e suas implicações
considera desde o movimento científ ico até os modelos de qualidade
total. Isto provocou o surgimento de novos paradigmas, que vêm
alterando alguns princípios tradicionais dessa administração, como a
inclusão de estratégias e técnicas mais part icipativas.
As novas propostas de gestão vinculam conceitos e práticas, até
então empregados de forma distinta. Uma série de conceitos e técnicas
de gestão que dão suporte à ação da administração, auxil ia a razão de
ser da empresa, planejando, organizando, gerenciando, executando e
controlando as diversas at ividades. No entanto, é imperioso, que esses
conceitos e suas técnicas sejam aplicados de forma unif icada,
compondo o que de fato deve ser um modelo ef icaz (BOFF; ANTUNES
JÚNIOR, 1994).
Se antes est iveram ocupados com a implementação de uma
administração estratégica, hoje, as organizações reconhecem que a
retenção de colaboradores qualif icados é imprescindível para que sua
empresa se mantenha competit iva.
Sabe-se que empresas modernas não se caracterizam somente
pelo o que produzem, mas, ainda, pelo ref lexo da competência de seus
dir igentes, gerentes, operários, isto é, de todo o seu corpo funcional.
Por essa razão Chiavenato (2008) reconhece o esforço de
organizações a favor cada vez mais de invest imentos em funcionários,
11
por meio de programas que priorizam a promoção da qualidade no
atendimento ao cl iente interno.
Tais programas são consequência direta dos avanços
tecnológicos e da ampla divulgação de informações. Segundo aponta
Lacaz (2007), ao passo em que a classe trabalhadora se tornou sujeito
polít ico e social, a própria concepção de trabalhador destitui-se da
ideia de passividade frente aos meios de produção. Hoje, trabalhador,
ou melhor, colaborador é visto como agente de mudança, com saberes
e vivências diversif icadas que podem transformar posit ivamente os
ambientes corporat ivos.
No entanto, para que tal programa se efetive, faz-se necessário
que sejam essas pessoas motivadas a promover mudanças favoráveis
não somente a própria vida, mas também aos negócios da empresa.
Dutra (2001) entende que
Gerir pessoas não é mais s inônimo de controle, padronização ou rot inização. Ger ir pessoas signif ica hoje - em um tempo em que emergem formas de administração mais f lexíveis - est imular o envolvimento e o desenvolvimento das pessoas. (p.118)
E, isso se constitui como um avanço da própria gestão de
pessoas na permanente busca por melhores resultados, conforme
prescreve Dutra (2001).
1.2 A Busca da Excelência na Qualidade Administrativa
Em resposta ao impacto da globalização, a gestão de pessoas
passou a exigir uma revolução na qualidade dos serviços. Cada vez
mais, as empresas estão descobrindo que uns dos seus maiores
recursos são os próprios humanos que a estruturam.
Assim, a nova vantagem competit iva, objet ivo de muitas
empresas, signif ica, justamente, investimentos no capital intelectual e,
ao mesmo tempo, na soma de conhecimento, informação, experiência e
propriedade intelectual de que uma empresa pode dispor. Isto é,
12
através de seus colaboradores, a empresa consegue definir-se como tal
e perante suas concorrentes.
Segundo Motta (1997, p.25), o advento da industrial ização, com o
aumento das escalas de produção e do número de trabalhadores teve
como conseqüência a padronização dos produtos e serviços.
Com a 2a Guerra Mundial, houve uma grande evolução
tecnológica, acompanhada por uma complexidade técnica de materiais,
processos de fabricação e produtos. Surgiu então uma evolução do
controle da qualidade: o controle estatístico, baseado em inspeção por
amostragem e gráf icos de controle. Timidamente começava a despontar
o conceito de prevenção de falhas (MOTTA, 1997).
Costuma-se af irmar que o talento das pessoas que trabalham
numa organização é a vantagem competit iva def init iva. O conhecimento
coletivo sobre o negócio, a concorrência, os cl ientes, a tecnologia e
assim por diante está se tornando a últ ima fronteira da excelência
empresarial, ou, em outros termos, de sua Qualidade Total.
No entender de Xavier (2006, p. 9) “o ser humano, com toda a
sua riqueza e diversidade, é o “problema” fundamental da gestão,
sendo a palavra problema entendida aqui como questão a ser
compreendida e orientação a ser adotada”.
Percebe-se que a qualidade ideal não está mais exclusivamente
calçada em técnicas e tecnologias. Pessoas passam a constituir o valor
mais importante e determinante. Para a empresa, o desafio vem de
alguns novos conceitos a respeito da imprescindível participação das
pessoas na gestão empresarial.
O elemento humano é parte vital para a empresa, onde não
apenas escutando o chefe, mas também o chefe-líder deve escutar
cada funcionário, buscando nele respostas quanto ao funcionamento
adequado das exigências de qualidade. O que se procura não é a
simples implantação de uma polít ica estratégica, busca-se sedimentar
uma cultura organizacional cuja célula mater é o comportamento-
postura de cada um.
13
O entendimento do homem como capital intelectual, agregando-se
valor às suas qualidades, habil idades, competências e potenciais
passou a representar grande força de renovação nos conceitos de
administração de pessoas. A valorização do ser humano como um todo,
sem segmentações ilusórias em relação aos aspectos pessoais e
prof issionais, faz com que a empresa, enquanto inst i tuição reconheça-o
como talento e capital imprescindível aos seus negócios.
O capital humano é constituído das pessoas que fazem parte de uma organização. Capital humano signif ica talentos que precisam ser mantidos e desenvolvidos. Mais do que isso, capital humano signif ica capital intelectual. Um capital invisível composto de ativos intangíveis (CHIAVENATO 2002, p.27).
Os conceitos e técnicas clássicos da administração visam o
alcance do desempenho ef icaz de uma empresa, portanto, o ato de
administrar está diretamente ligado aos resultados e performances, ou
seja, administra-se para obter algo. Então, as funções da administração
estão diretamente ligadas ao planejamento, gerenciamento,
organização e controle, necessitando de dinâmicas adequadas a cada
contexto empresarial.
1.3 A inserção pedagogo na empresa
A inserção pedagogo na empresa surgiu a partir da necessidade
de mudança do perf i l do trabalhador com a transição do
fordismo/taylorismo para a gestão f lexível. Diante da tendência de
eliminação da rígida divisão entre trabalho mental e manual, no modelo
industrial de gerência, que neutral izou a potencial idade humana e
separou a mente que cria da mão que executa, as atividades
anteriormente exercidas de forma fragmentadas e padronizadas
tornaram-se integrais e complexas (MOTTA, 1997; EBOLI, 2004).
De acordo com Xavier (2006) a velocidade com que as
transformações vêm ocorrendo no mundo globalizado, def iniu um novo
14
cenário, afetando tanto as pessoas quanto as organizações. Novas e
velhas questões aparecem neste novo cenário: Como manter os lucros
num mundo dos mais competit ivos, onde as margens caem o tempo
todo e é necessário aumentar constantemente a produtividade? Como
fazer isso sem destruir a motivação e o moral do quadro de
colaboradores? Como equacionar as dif iculdades operacionais em meio
às mudanças rápidas? Como ajudar os colaboradores a darem conta de
suas tarefas em meio às montanhas de e-mails, às demandas de
reuniões, às dif iculdades de relacionamento com clientes e
fornecedores? Logo os desafios são grandes (p. 13).
Dentro desse novo contexto empresarial, num momento de
profundas mudanças a sobrevivência das organizações dependia, e
ainda dependem de respostas e soluções cada vez mais rápidas,
passando a demandar em todos os níveis organizacionais, pessoas
capazes de simultaneamente pensar, decidir e executar demandando
assim, um novo perf i l de gestores e colaboradores.
Mart ins (apud GRECO, 2005) menciona que todo processo de
mudança exige uma ação educacional, e como gerir o conhecimento
antes de tudo é uma tarefa de modificação de valores organizacionais.
A presença de prof issionais com esse novo perf i l nas empresas
originou a necessidade da implantação de sistemas educacionais no
interior das organizações que privi legiassem o desenvolvimento de
atitudes, posturas e habilidades, e não apenas aquisição de
conhecimento técnico e instrumental por seus colaboradores (EBOLI,
2004).
Na busca pela maximização de resultados, as empresas estão repensando seus modelos de gestão e consequentemente investindo em seu patrimônio e capital intelectual. (... ) adquirir, usar, mobilizar, integrar, desenvolver e transferir conhecimentos, recursos, habil idades e experiências que agreguem valor à organização e valor social ao indivíduo (CHIAVENATO, 2003, p.47).
15
É nesse cenário que o trabalho do pedagogo na empresa se
inst itui: como um elemento de articulação entre o desenvolvimento das
pessoas e as estratégias organizacionais. Pois esses espaços
requerem da pedagogia uma abordagem ampliada e relacionada com
questões administrativas, que vão além da abordagem ensino e
aprendizagem, tendo em vista a inserção do pedagogo nas empresas
em diferentes ramos (FONSECA, 2007).
A pedagogia representa o campo científ ico voltado para a
construção e explicação dos princípios que norteiam as ações prát icas
referentes a formação e o convívio social do indivíduo. E como toda
ciência, possui princípios gerais, que são estabelecidos com o máximo
de rigor, conhecimentos certos e evidentes devidamente coordenados e
sistematizados., constituindo, assim, um conjunto de doutrina
Desta forma, o pedagogo é o prof issional que dá suporte tanto em
relação a estruturação das mudanças quanto em relação a ampliação e
aquisição do conhecimento. Ele tem o poder de contribuir para o
estabelecimento de nova mental idade, sentir e conhecer dentro de uma
inst ituição (KUENZER, 2001).
Ele pode exercer um papel essencial e estratégico de acordo com
a necessidade de aplicação dos seus conhecimentos, diante das novas
exigências da tecnologia e de comportamento imposta pela
globalização Através do planejamento e do estabelecimento de
polít icas e diretr izes básicas capazes de tornar as organizações mais
sólidas e mais competit ivas, a f im de minimizar ao máximo os efeitos
advindos desse processo, de forma que esse ocorra sem prejuízo para
os trabalhadores e para a empresa (CARDOSO, 2001; RIBEIRO, 2010).
16
CAPÍTULO II
A MODERNA GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS
2.1 GRH: Conceito & Evolução Histórica
Atualmente a área de Recursos Humanos assumiu um papel de
grande abrangência, muito similar ao praticado por outras gestões.
Segundo Arantes (1998, p.35), o contexto de evolução que aprovou a
alteração dos conceitos da administração e suas implicações considera
desde o movimento científ ico até os modelos de qualidade total,
provocando o surgimento de novos paradigmas, que vêm alterando
alguns princípios tradicionais dessa administração, como a inclusão de
estratégias e técnicas mais part icipat ivas.
Há alguns anos, quando se falava em recursos humanos, a
primeira ideia que se formava era a de um departamento que
organizava a folha de pagamento dos funcionários, o DP (Departamento
de Pessoal). A maioria dos chefes do DP eram advogados e executivos
que exerciam suas funções fazendo coisas de pessoal de acordo com
as leis. Administrava-se o papelório - os procedimentos legais -, o que
já era um progresso; entretanto, a mediação pessoas/empresa estava
relegada aos termos da lei.
A partir da década de 1980, os cenários de mudanças
decorrentes de uma realidade cada vez mais globalizada, passando da
era industrial à digital, com avanços tecnológicos prat icamente diários,
vencendo modelos exclusivos de relações sindicais e acompanhando a
evolução da própria economia, a área de RH até então apenas voltada
para obtenção de resultados, passa de mero suporte administrativo a
um lugar de destaque, com um perf i l mais consult ivo na composição
estrutural das organizações (ABREU, 2011).
Pode-se dizer que a evolução do setor passou pela interpretação
de centro de custos para compor uma verdadeira unidade de negócios.
Esse perf i l empreendedor do segmento de RH foi delineado ao longo
17
das últ imas décadas, sendo encontrado hoje em contextos empresarial
modernos, totalmente adequado à realidade da empresa no qual está
inserido (Figura 2).
Figura 1 – Evolução Histórica da Gestão de Pessoas
Fonte: www.gestaoindustrial.com
Nesse contexto, a GRH apresenta-se necessariamente al inhada a
resultados efetivos. Os modelos empregados na gestão de pessoas
baseiam-se no reconhecimento e valorização do ser humano como
capital intelectual, expressão, al iás, hoje em dia, bastante comum em
administração de recursos humanos.
Esse segmento procura, hoje em dia, resultados e tem seu foco
voltado para as metas da empresa, sendo importante no planejamento
estratégico da mesma. Como unidade de negócio deixou as funções
exclusivamente l igadas a tarefas, processos e criação de modelos,
passando a atentar para números, metas e objet ivos.
Snell, Bohlander e Sherman (2003) apontam que:
18
As mudanças que estão ocorrendo em todos os níveis gerenciais têm como orientação o papel de Recursos Humanos dos gerentes, sem excluir o impacto e a importância do papel do própr io departamento de RH no desenvolvimento, na coordenação e no cumprimento de polít icas e procedimentos relacionados às suas funções (p.263).
Novas propostas de gestão têm surgido nos últ imos anos, unindo
conceitos e prát icas, até então aplicadas distintamente ou agregando
novos elementos, até então pouco uti l izados nos ambientes
organizacionais. Um conjunto grande de conceitos e técnicas de gestão
que dão suporte à ação da administração, auxi l ia a razão de ser da
empresa, planejando, organizando, gerenciando, executando e
controlando as diversas at ividades (FLEURY & FLEURY, 2004).
2.2 As funções da administração de RH
Recursos Humanos é um subsistema autônomo dentro de um
sistema maior. Esse subsistema também funciona como sistema
administrativo aberto, pois interage com os ambientes que compõem as
relações da empresa. Tanto o ambiente externo como o interno deve
contribuir de maneira decisiva, atendendo, sobretudo, aos objetivos da
empresa e as estratégias por ela def inidas (CHIAVENATO, 1992).
Dessa forma, o enfoque multidiscipl inar da atividade de RH se
just if ica em função da variedade de problemas e desafios com que a
moderna gestão de pessoal se defronta, tendo em vista questões como
capital humano, tecnologia da informação, responsabil idade social e
muitos outros projetos que hoje, devem ser desenvolvidos pela
empresa.
Para que a gerência de RH desenvolva seu trabalho é preciso
internalizar as metas que a empresa deseja alcançar, bem como as
expectativas que projetam sociedade e mercado sobre a mesma. Trata-
se, enf im, da missão da empresa. Nota-se que é a partir da f i losof ia
organizacional que definem os rumos que devem ser adotados na
19
produção de bens e serviços, tendo em vista, principalmente, qualidade
e relacionamento com os públicos interno e externo.
As polít icas de RH estão sempre subordinadas à f i losof ia
empresarial e devem ser dotadas da necessária f lexibi l idade,
adaptando-se ao negócio e a missão objetivos organizacionais.
Enquanto a f i losof ia geral da empresa é mais duradoura e estável, as polít icas de RH são mais mutáveis e dependem, entre outros fatores, das reações do mercado, da inf luência do mercado, da estabi l idade polít ica, econômica e social do país, da cultura do meio ambiente, entre outro (MOTTA, 1991, p.73).
Então, uma polít ica de RH visa aos seguintes propósitos:
estabelecer programas e incentivos que tenham por objetivo a
manutenção do funcionário na empresa por mais tempo; diminuir
consideravelmente os custos com a administração de empregados;
proporcionar maior e melhor f lexibil ização em matéria de recrutamento,
seleção e treinamento de pessoas; avaliar o desempenho dos
funcionários da empresa; e, acomodar gestão de cargos e salários à
dinâmica do mercado de trabalho.
Assim, vale destacar um dos propósitos centrais do RH, que é
justamente o de dar assistência aos funcionários na consecução de
suas metas individuais. Na medida em que a administração
participat iva tende a se expandir na organização, acaba por valorizar a
pessoa e os pequenos grupos, de acordo com Argyris (2004). Assim, o
recrutamento envolve um processo que depende muito da l inha de
decisão da organização.
Na verdade, pessoas e empresas representam um processo
contínuo de interação. Esse processo pode ser considerado de
competência da área de Administração de Recursos Humanos,
compreendendo desde a relação legal até a motivação e crescimento
pessoal e prof issional de cada uma das pessoas que compõem a
Organização.
20
São segmentos da área de Recursos Humanos: Equipes de
trabalho: remuneração individual e coletiva; Treinamento e
desenvolvimento; Avaliação e recuperação de pessoas e grupos;
Recrutamento e Seleção (responsável pela captação de talentos e
potenciais) e Treinamento e Desenvolvimento (f igura 2.1).
Figura 2 Segmentos da área de Recursos Humanos
Fonte: www.gestaoindustrial.com
Apesar das funções concernentes ao Recrutamento e Seleção
parecerem simples, estas são caracterizadas por certa complexidade
técnica. Ao contrário do que se imagina, adequar pessoas a posições,
obedecendo a exigências técnicas e comportamentais, exige trabalho
específ ico, uma vez que é preciso adequar exigências e expectat ivas
da empresa às características e expectativas dos candidatos.
De acordo com Zanell i (2009) o recrutamento mal estruturado e
inadequado traz prejuízos à empresa, tais como alto índice de giro de
pessoal, aumento substancial dos custos de recrutamento e ambiente
de trabalho comprometido, com funcionários pouco qualif icados para o
pleno exercício de suas funções. Já uma força de trabalho bem
recrutada contribui de maneira decisiva para que a empresa produza
21
bens e serviços com produtividade mais elevada.
A atividade de avaliação de desempenho, de forma congruente
com as transformações em todo sistema de gestão de pessoas,
experimenta transformações que a levam a ter um papel mais central
nesse sistema, incorporando avaliações de diferentes autores (não
apenas do supervisor ou chefe), se vinculando mais estreitamente ao
desempenho de equipes e grupos, além de incorporar uma dimensão
que também considera o potencial de cada trabalhador e não apenas o
seu desempenho real.
No setor de avaliação de pessoas , auxi l ia no direcionamento
empresarial, possibi l itando a visualização e avaliação de forma
contínua do desenvolvimento e desempenho da força de trabalho.
2.3 Tendências da Moderna Gestão de Pessoas
Num mundo em constante transformação, é notável que a GRH,
atravessa um novo tempo, no qual se reconhece a importância de
desenvolver e aproveitar o potencial de todas as pessoas que compõem
a organização. Tornou-se necessário desenvolver uma mentalidade
empresarial apta a lidar com as rápidas mudanças do mundo
globalizado. Onde o enfoque do papel das pessoas na organização,
assim como o valor do seu conhecimento se modif icaram, demandando
novas tecnologias de gestão e a qualidade das organizações passa a
ser medida, sobretudo, pela qualidade do seu capital intelectual.
(TEIXEIRA FILHO, 1998; RINK, 2004).
De acordo com Abreu & Magro (2011, p. 2) as atividades da área
também veêm recebendo novos contornos, além dos tradicionais
processos de recrutamento e seleção, treinamento e desenvolvimento,
gestão do cl ima organizacional, estruturação de pol ít icas de
remuneração e benefícios e elaboração de programas para a retenção
de talentos. Algumas funções tais como folha de pagamento e gestão
22
do departamento de pessoal, já se encontram sob a jurisdição dos
departamentos f inanceiros em grande parte das empresas.
Os prof issionais de RH passaram a se concentrar em promover o
autodesenvolvimento e pensamento crít ico dos funcionários, ao invés
de direcionar seus esforços para atividades específ icas, voltadas
exclusivamente para determinadas tarefas.
Dentro desse contexto, a expectat iva em torno desse prof issional
é a de que, ele esteja equipado com sólidos conhecimentos sobre os
processos de aprendizagem, e portador de visão global de negócio,
seja um articulador, na empresa, dos processos básicos de Gestão do
Conhecimento. Seu papel passa a ser o de um catalisador e faci l itador
do novo aprendizado (CARDOSO, 1996).
A def inição de uma perspectiva por parte do funcionário de RH é
de extrema importância, esta deve estar engajada em um esforço, pela
consolidação da Gestão do Conhecimento. Ou seja, de que forma a
área de RH vai se posicionar numa organização que pretende atrair,
selecionar e reter talentos (HAMPTON, 2000).
A gestão de pessoas baseia-se na condição de que uma empresa
depende, claramente, da contribuição das pessoas que a compõem.
Assim, a forma como as pessoas estão organizadas, são estimuladas e
capacitadas, são atribuições da área de RH.
2.4 O diferencial da educação corporativa na moderna
organização
As organizações estão buscando prof issionais que sejam capazes
de gerar um diferencial. Para isso estão adaptando as suas áreas de
RH a um grande desafio que é de gerar um diferencial competit ivo,
atraindo, desenvolvendo e retendo talentos. Tudo isso como
responsabil idade da educação continuada (JUNQUEIRA, 1999).
23
Nessa perspectiva a educação corporat iva desempenha
importante papel no processo de aprendizagem do indivíduo,
construindo e desenvolvendo al icerces de conhecimentos teóricos,
sociais e metodológicos que poderão lhe propiciar a base para o
desenvolvimento das competências necessárias para sua integração no
mundo do trabalho e social (JUNQUEIRA, 1999).
Para Mundim (2004) a preocupação principal da educação
corporativa é a educação contínua, onde o trabalhador tenha como
ferramenta o trabalho intelectual, onde possa seguir sua trajetória,
empregando-o por toda vida.
Educação corporativa é, portanto, o conjunto de práticas
educacionais planejadas para promover oportunidades de
desenvolvimento do funcionário, com a f inalidade de ajudá-lo a atuar
mais efetiva e ef icazmente na sua vida inst itucional. Esta tem por
objetivo o desenvolvimento de novas habilidades, tornando o trabalho
mais competit ivo, capaz de preparar, qualif icar e adequar os
trabalhadores ao mundo, não só do trabalho, mas ao mundo o qual está
inserido.
A organização que busca a Educação corporativa está procurando
o desenvolvimento de recursos, descobrir talentos e aumentar a
competit ividade de forma que possa se retroalimentar, sem deixar que
o potencial do prof issional se extinga.
Nas organizações, a aprendizagem acontece de forma gradativa e
o treinamento contínuo e direcionado é fundamental para sua
efetivação. O verdadeiro signif icado da aprendizagem precisa ser
internalizado pelas empresas que querem nomear-se como uma
empresa que aprende. Todos aprendem da alta direção ao mais simples
cargos (GOMES, 2003).
Gerar e transferir conhecimento na empresa, é sempre um
processo de aprendizagem organizacional; conhecimento não é
coleção, é conexão. Mais importante do que gerar novos
conhecimentos é fazer conexões com conhecimentos já existentes,
24
ampliando a rede de relacionamentos internos e externos da
organização.
Segundo Eboli (1999), o requisito principal para in iciar um projeto
de Educação Corporat iva em uma empresa é compreender a
importância de educar e aprender, e que ambos processos estão
constantemente vinculados. Complementando o pensamento de Eboli,
Freire (2003) diz que ensinar não é só transferir conhecimento, mas
criar possibil idades para a sua própria produção.
Dessa forma no setor empresarial, ensinar é tornar disponível
novas prát icas educacionais de fáci l uso e acesso, fortalecendo a
comunicação e a interação, ampliar e qualif icar a rede de
relacionamentos entre os públicos interno e externo; descobrir meios
de estimular e qualif icar a aprendizagem, colocando em prática ações
gerenciais que motivem as pessoas a gerar, assimilar, comunicar e
aplicar os conhecimentos adquir idos (EBOLI, 2004).
Quando se fala em gerir conhecimento, deve-se ter em mente que
essa ação pode ter inúmeros signif icados, e, ainda de acordo com
Tavares (2010), um deles pode ser salvaguardar e explorar o potencial
de cada funcionário.
Em outras palavras, o ato de transmit ir a essência do
conhecimento pedagógico para aplicar dentro dos padrões de gestão
empresarial deve ter como base alguns princípios de aprendizagem
fundamentais que, ao longo de um processo gradativo de
conhecimento, serão para o pedagogo os pi lares do conhecimento,
proporcionando assim, cada vez mais, a sua emancipação e contínua
humanização. Tais colunas devem estar fundamentadas no aprender a
conhecer, aprender a fazer, aprender a viver e aprender a ser.
(KUENZER.2001).
Nesse processo, são descobertas novas metodologias que devem
ser parti lhadas com toda a rede de relacionamento interna e externa.
Criam-se assim novos modelos de aprendizagem, baseados nas
práticas de negócios exercidas no dia-a-dia da empresa, disseminando
25
novos valores e crenças, aprimorando as at ividades desenvolvidas na
organização e est imulando a qualif icação, levando o indivíduo a se
auto-est imular através das novas qualif icações.
Na gestão do conhecimento, o pedagogo empresarial deve
contribuir para um contínuo processo de reconstrução e transformação,
ao gerar nos componentes de uma empresa, um aprendizado teórico-
prático relevante e não uma educação baseada em transmissão de
conhecimento básicos oriundo de superf icialidade (TAVARES, 2010 p.
144).
26
CAPÍTULO III
O PEDAGOGO COMO
GESTOR DE RECURSOS HUMANOS
3.1 O pedagogo empresarial e sua funcionalidade
A pedagogia empresarial apresenta dentro de uma analise mais
profunda dos padrões de gestão do conhecimento empresariais l iames
entre educação, integração entre funcionários e como a sociedade
apresenta ref lexos para a gestão empresarial, seja ela atuante na vida
pessoal de seus funcionários, seja ela na realização de seu marketing
para vender seus produtos para a sociedade em geral.
A presença desse prof issional dentro das organizaçoes é fruto da
exigência imposta pelo mercado de trabalho, que exige prof issionais
com visão abrangente. O pedagogo pode atuar com o funcionário, bem
como com o produto da empresa. Na primeira, sua atuação se relaciona
com o no departamento de recursos humanos, desenvolvendo
atividades relacionadas ao treinamento e desenvolvimento do
trabalhador. Quando o pedagogo atua na linha de produtos da
empresa, seu foco será com educação, como editoras, sites,
organizações não governamentais (ONGS) entre outros, por seleção
específ ica para a função de pedagogo empresarial.
Ferreira (1995) cita algumas atr ibuições que esse prof issional,
pode exercer dentro das organizações com ênfase no treinamento:
Realizar análises administrativas dos setores e da atuação das
chefias;
Elaborar estudos estatíst icos e relatórios sobre causas e
evasão de pessoal;
27
Acompanhar empregados que tenham concluído curso de
treinamento e fornecer elementos que contribuam para o
aperfeiçoamento das técnicas pedagógicas de treinamento;
Colaborar na confecção de testes e outros instrumentos de
técnica de acompanhamento;
Realizar entrevistas com os novos funcionários, visando
através do levantamento e análise dos traços da personalidade
previsão do seu comportamento e de sua integração na
empresa.
Dentre as funções do pedagogo empresarial vale ressaltar a
importância de promover a troca de vivência entre os colaboradores
onde eles possam ref letir com as experiências expostas, desenvolver o
pensamento crít ico através de palestras e cursos de qualif icação,
promover o conhecimento a part ir de material lúdico de fácil
assimilação ut il izando recursos audiovisuais.
Outra função importante do pedagogo é o desenvolvimento do
senso de comunidade no local de trabalho, ou seja, no processo de
mudança ou de crise, o pedagogo auxil ia neste processo como um
professor, planejando a independência de “seus alunos”, melhorando a
qualidade do desempenho e um maior conhecimento das mudanças
organizacionais, através do andamento de programas baseados na
competência educativa.
Seu trabalho apresenta característ icas de prestação de serviços,
de apoio às atividades-f im, de assessoria técnica e administrativa.
Tendo em vista os papéis peculiares de educadores, isto lhes requer o
desenvolvimento de habil idades especiais e uma postura apropriada. A
competência técnica é imprescindível, mas não suf iciente.
28
3.2 A prática pedagógica aplicada a GRH
O sistema de RH visa, igualmente, a manter num nível adequado
seus procedimentos técnicos em função das necessidades efetivas da
empresa, em termos de mão-de-obra plenamente treinada, consciente e
responsável, no nível operacional, administrativo e gerencial.
A nova polít ica de recursos humanos nas organizações está
ligada com o aprendizado, o conhecimento, a criatividade e o
desenvolvimento do capital humano de toda a organização. Ou seja,
existe na empresa moderna um lugar que precisa ser ocupado pelas
ciências da educação.
Cada vez mais as organizações buscam prof issionais
qualif icados, que estejam voltados para os colaboradores, que sejam
habil idosos no que tange o treinamento e o desenvolvimento constante
de cada indivíduo, visando sempre a melhoria contínua dos processos
e o aumento da produtividade com extrema assertiva.
O objetivo do pedagogo é promover leveza através de
relacionamentos interpessoais bem estruturados entre os
colaboradores, realizar a interação ente eles, faci l itar o aprendizado,
promover o conhecimento, além de atuar na gestão de conflitos
enquanto mediador, podendo assim promover um ambiente mais
harmonioso e saudável.
Na GRH, especialmente no treinamento o pedagogo poderá
participar do recrutamento, seleção e capacitação dos funcionários.
Quanto ao treinamento propriamente dito, cabe ao pedagogo nessa
função, a responsabil idade pela transmissão dos conhecimentos
prof issionais (teóricos e prát icos) aos treinados.
Para Carvalho (1999), o pedagogo no treinamento, entre outras
funções poderá: transmitir conhecimentos prof issionais aos treinados
em áreas de sua especialização; colaborar na elaboração de programas
de formação; avaliar o desempenho dos treinados através de: apl icação
29
de testes, provas, exercícios etc; colaborar no levantamento de
necessidades de treinamento na organização; colaborar na elaboração
de instrumentos de avaliação da aprendizagem; se necessário proceder
às entrevistas de orientação didát ica junto aos tre inados.
3.3 O papel do pedagogo no treinamento e
desenvolvimento de pessoal
O campo de treinamento e desenvolvimento experimenta um forte
crescimento pela demanda de educação continuada e pela consciência
de que o conhecimento e a permanente atualização é o fator primordial
de competit ividade organizacional.
Segundo Chiavenato (2008), o treinamento tem como objetivo
oferecer conhecimentos e ferramentas para capacitar e gerir pessoas
em ambiente de turbulência e mudança; desenvolver a capacidade
humana de enfrentar as adversidades sucessivas ou acumuladas sem
prejuízo para o desenvolvimento prof issional e pessoal; manter
competências sob ameaças, adversidades ou imprevisibil idades;
alcançar resultados posit ivos em situações de alto risco (acúmulo de
estresse e pressões).
Nesse sentido nos sistemas de RH a questão da formação de
pessoas é crucial. Não obstante a educação evoluir constantemente,
procurando manter-se na condição de provocadora e condutora da
formação humana, existe uma defasagem cada vez maior entre o que o
ensino regular consegue propiciar e o que o mercado de trabalho
realmente exige. Tal defasagem somente pode ser suprida ou reduzida
através de medidas diretas, dinâmicas, reajustáveis e operacionais,
enquadradas sob a denominação genérica de treinamento de pessoal.
As pr incipais f inal idades de quaisquer processos de T&D baseiam-se nas premissas: adequar as pessoas a culturas; mudar at itudes; desenvolver pessoas; adaptação das pessoas para l idar com a modernização da empresa; desfrutar das competências humanas; preparar pessoas para serem remanejadas; passar informações
30
adiante; reduzir custos na busca por objet ivos empresar iais (MARCHI, 2013, p.32).
Por muito tempo, esse processo foi entendido como sendo apenas
um processo de repasse de conhecimento cujo objet ivo principal era
modif icar habil idades e ati tudes dos funcionários de forma que
contribuíssem efetivamente para uma maior produtividade da mesma.
Preocupava-se meramente com o repasse de conhecimento e
costumava ser cansativo, estr itamente teórico, sem propiciar interesse
dos participantes que não vislumbravam a sua aplicabil idade no dia-a-
dia de suas at ividades funcionais.
O treinamento nas empresas deve ser visto como uma qualidade
que inspira pessoas à realização de projetos e à organização de
processos em grupo. Sabe-se que a presença de grupos na vida
cotidiana se faz essencial para que se alcancem metas e objetivos, não
apenas no que concerne à vida prof issional. Vale ressaltar, entretanto,
que, no âmbito prof issional, é o treinamento e a liderança, em suas
diferentes manifestações, que impulsionam ao sucesso.
Tavares (2008), menciona que este não pode ser visto como
custo, pois repercute como um investimento que dá excelente retorno,
quando bem desenvolvido e delimitado, atingindo os funcionários e
gestores envolvidos. "Todas as empresas de sucesso continuam
invest indo na preparação de seus colaboradores, pois este é
reconhecidamente um grande diferencial de competit ividade",.
Dessa forma, o treinamento nas empresas torna-se uma questão
de prioridade, tanto para gestores quanto para colaboradores, já que
proporciona o desenvolvimento de uma postura prof issional, da mesma
forma com que lida com o controle emocional dessas pessoas que
configuram o grupo empresarial. Essa ferramenta administrativa, além
de preparar pessoas para desempenhar funções na organização,
possibil ita al inhar competências com as habilidades individuais, por
meio de uma educação continuada, instituindo-se, portanto, como uma
provedora de crescimento pessoal e empresarial.
31
O crescimento do setor é permanente e a atualização constante
garante o desenvolvimento dos recursos humanos. O invest imento
cresce nessa área e hoje as empresas já realizam parcerias com
inst ituições de ensino visando também fomentar a formação
prof issional. Algumas empresas implantaram universidades próprias
para o seu negócio.
De acordo com Ribeiro (2003), a Pedagogia empresarial se ocupa
basicamente com os conhecimentos, as competências, as habilidades e
as atitudes diagnosticados como indispensáveis e necessárias à
melhoria da produtividade. Para tal, implanta programas de qualif icação
e requalif icação prof issional, produz e difundi o conhecimento,
estrutura o setor de treinamento, desenvolve e adequa metodologias da
informação e da comunicação às práticas e treinamento.
Assim compete a um órgão de treinamento def inir e f ixar, de
acordo com os interesses e objetivos da empresa, as polít icas de
formação e desenvolvimento de seu pessoal, visando, através da
aplicação de planos e programas, a prover a empresa de pessoal,
técnica e administração habil itados, satisfeitos e estáveis. Em síntese,
nada mais é do que, simplesmente, conseguir que se trabalhe bem, em
todos os níveis, desde a gerência até o setor de l impeza qualif icar para
transformar competência em resultados.
As propostas e mudanças do pedagogo frente a empresa também
contribuem para mudanças sociais, culturais, educacionais e as
tendências polít icas na empresa. Desta forma, observa-se que o
prof issional de educação é competente o suf iciente para aplicar teorias
e metodologias com o intuito de formar ambiente propício para a
satisfação pessoal do funcionário.
No campo do treinamento o papel dos prof issionais de educação
é particularmente decisiva, envolvendo a def inição de cursos e
programas, elaboração de currículo, criação e ut il ização treinamento de
instrutores, etc.
32
Para Carvalho (1999), o pedagogo no treinamento, entre outras
funções poderá: transmitir conhecimentos prof issionais aos treinados
em áreas de sua especialização; colaborar na elaboração de programas
de formação; avaliar o desempenho dos treinados através de: apl icação
de testes, provas, exercícios etc; colaborar no levantamento de
necessidades de treinamento na organização; colaborar na elaboração
de instrumentos de avaliação da aprendizagem; se necessário proceder
às entrevistas de orientação didát ica junto aos tre inados.
De acordo com Cavalcanti (1999), para que o pedagogo obtenha
êxito como treinador, esse prof issional deve ser capaz de vender suas
ideias ef icazmente aos administradores, que constituem seus cl ientes
internos. Pois ele é um agente de mudança, uma pessoa cuja razão de
ser, está em fazer vender novas maneiras de pensar sobre os atuais
problemas e oportunidades dentro da empresa. Suas ações dizem
respeito à empresa como um todo através das pessoas que nela
trabalham. Seu trabalho deve ser visto e interpretado como um
invest imento que deve trazer a organização os benefícios
correspondentes.
Para Gomes (2003), planejamento estratégico serve para a
transição do hoje para o amanhã na área comportamental e cultural da
organização. Obviamente, por meio do aprendizado contínuo.
3.4 Qualificações exigidas do pedagogo empresarial
O pedagogo qualif icado prof issionalmente é aquele que observa e
aborda o treinamento com indivíduos dotados de reações específ icas,
com suas próprias individualidades a ser preservada e incentivada
(CARVALHO, 1999).
Face às mudanças provocadas pelos processos de globalização,
da pós-modernidade, o sistema tem demandado a formação de
prof issionais f lexíveis, polivalentes e ref lexivos. Especif icamente no
33
campo da pedagogia, exige-se hoje a formação do educador para a
realidade das organizações. De forma que esses prof issionais,
responsáveis pela área pedagógica sejam capazes de incumbir-se da
gestão de todo o esforço para criação e comparti lhamento do
conhecimento da organização, através do desenvolvimento dos
recursos humanos – saberes habilidades, competências e emoções –
empregando todas as possíveis ferramentas disponíveis, presenciais ou
não, de treinamento e desenvolvimento (MENEZES, 2013).
Para uma melhor atuação na empresa o pedagogo, primeiramente
precisa estudar a área de Recursos Humanos, pois a gestão com
pessoas permeia toda a organização, sendo princípio e f im do trabalho
pedagógico. Porém, cursos de especial ização, aperfeiçoamento ou
extensão em áreas como Gestão Empresarial, Tecnologia e
Responsabil idade Social, serão importantes na medida em que o
prof issional for evoluindo. Um segundo idioma, também é
importantíssimo no campo organizacional.
É preciso ainda interessar-se pela andragogia, educação de
adultos, direcionando seu conhecimento para o funcionário e o produto
da empresa, atuando na área de gestão de pessoas, especif icamente
na educação do trabalhador, dando continuidade ao processo
educacional da pessoa buscando atingir um resultado satisfatório que
atenda as necessidades da empresa, podendo para isso usar
instrumentos pedagógicos capazes de identif icar as necessidades reais
desse colaborador visando atender também o perf i l necessário para o
cargo (SILVA; MACÊDO, 2010).
Face às mudanças provocadas pelos processos de globalização,
da pós-modernidade, o sistema tem demandado a formação de
prof issionais f lexíveis, pol ivalentes e ref lexivos. Em tempos de
competit ividade, para que a empresa obtenha sucesso é preciso estar
sempre à frente da concorrência e trabalhar com excelência, o que
exige dos prof issionais da pedagogia muita dedicação e visão de
mercado.
34
Especif icamente no campo da pedagogia, exige-se hoje a
formação do educador para a realidade das organizações. De forma
que esses prof issionais, responsáveis pela área pedagógica sejam
capazes de incumbir-se da gestão de todo o esforço para criação e
comparti lhamento do conhecimento da organização, através do
desenvolvimento dos recursos humanos – saberes habi lidades,
competências e emoções – empregando todas as possíveis ferramentas
disponíveis, presenciais ou não, de treinamento e desenvolvimento
(MENEZES, 2013).
35
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As tendências sociais e econômicas sempre marcaram presença
no processo da educação e do conhecimento, levando a diversif icação
do processo de formação de prof issionais e de nossa cultura. O
processo de reestruturação produtiva traz uma forte tendência na
mudança da formação do novo prof issional, e novas exigências das
empresas da atualidade. Os paradigmas são quebrados, inf luenciados
basicamente pelo que dita o mercado.
Com essas intensas mudanças no perf i l dos prof issionais, a
educação nas empresas sofre impactos e se altera. A empresa atual
busca agil idade, mobilidade, inovação e mudança necessárias para
deparar-se com iminências e oportunidades em um ambiente de intensa
turbulência.
Nessa perspectiva esse estudo teve como objetivo principal,
identif icar as contribuições que os prof issionais da pedagogia podem
oferecer as empresas modernas na área de GRH, demonstrando a
presença do pedagogo empresarial nas organizações, como um
importante diferencial de competit ividade.
Empregando a revisão bibl iográf ica como método de pesquisa, foi
possível obter um embasamento teórico e acadêmico, com base na
recente l iteratura sobre o tema. Evidenciando a observação efetiva da
evolução dos conceitos e teorias clássicas da administração, em prol
de um modelo personalizado de gestão de pessoas, visando a
sobrevivência das organizações nesse imenso mercado competit ivo. De
maneira, a ser possível considerar que objetivo inicialmente proposto
foi plenamente atingido.
Ainda face as perspectivas apresentadas a pedagogia empresarial
mostra-se efetiva na busca por melhores metodologias que garantam
equil íbrio no processo organizacional, que visem a motivação
individual, a mudança comportamental e a formação de colaboradores
capacitados a l idar com as crises provocadas pelos tempos de
36
globalização, a transformar mudanças em oportunidades e aptas a lidar
com situações de emergência, conseguindo aumentar a produtividade
até mesmo em tempos de crise.
Espera-se que este estudo sirva de importante auxíl io, tanto para
os prof issionais que atuam na área de GRH como para aqueles que
estão iniciando, e que pretendem compreender os modernos
mecanismos de gestão de pessoas, uma vez que este material buscou
trazer à luz a complexidade dos novos modelos de gestão e das
atividades da área que vêm ganhando novos contornos.
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