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Primeira Edição Fevereiro de 2012 Baruch Ben Avraham Dois Ungidos Abençoam a Terra Assim como o profeta não conseguia entender o mistério por trás dos dois ramos de oliveira que alimentavam as luzes da Menorah, hoje, os dois adoradores de Elohim, Efraym (a Igreja) e Yehudáh (a Sinagoga), ainda não conseguem se reconhecer mutuamente como a fonte de benção desse planeta.

Dois Ungidos Abençoam a Terra - Comunidade de Israel Duas Oliveiras Israelitas.pdf · 2 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççoaamm aa TTeerrrraa ... espiritualizar as promessas de

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Primeira Edição Fevereiro de 2012

Baruch Ben Avraham

Dois Ungidos Abençoam a Terra

Assim como o profeta não

conseguia entender o mistério

por trás dos dois ramos de

oliveira que alimentavam as

luzes da Menorah, hoje, os dois

adoradores de Elohim, Efraym

(a Igreja) e Yehudáh (a

Sinagoga), ainda não

conseguem se reconhecer

mutuamente como a fonte de

benção desse planeta.

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2 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

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Índice

4. Introdução – O Juramento de Elohim a Avraham é Eterno e Incondicional

13. Israel não Tropeçou Para que Caísse

17. A Queda e o Exílio das Duas Casas de Israel

20. As Duas Casas de Israel Abençoam o Mundo e Chegam a Portugal e ao Brasil

33. Arvore Milenária, a Oliveira é um Símbolo de Israel e seu Azeite da Benção de Adonay

40. Entre o Zambujeiro e a Oliveira

56. A Árvore da Vida Do Éden ao Santuário

64. Olhar da Igreja Sobre Israel – Visão Desfocada

74. A Contraditória Teologia da Substituição

94. As Pretensões de um “Israel Espiritual” Diante das 36 Keritot

119. Buscando os Méritos de Efraim

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Introdução – O Juramento de Elohim a

Avraham é Eterno e Incondicional

As Escrituras mostram

que Elohim não é apenas

verdadeiro quando jura, ele é

também fiel, e mais do que

fiel que ele é poderoso para

cumprir o que prometeu.

Verdade, fidelidade e poder

são os ingredientes por trás

de cada juramento de Adonay

em favor de seu povo a

começar pelo juramento feito

a Avraham cujo filho foi

poupado do supremo

sacrifício.

Por isso, quando

Avraham estava pronto a

despedaçar seu filho com o

cutelo. Quando parecia que a

promessa de abençoar o

mundo por meio da semente

de Avraham findara antes

mesmo que Ytchak pudesse

deixar um filho herdeiro

Adonay enviou um malach,

um anjo, para que detivesse a

mão do patriarca e o

impedisse de consumar seu

sacrifício enquanto provinha o

cordeiro substituto.

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Assim, foi poupado Ytzchak, cujo nome significa ele rirá, por

que ele e seus descendentes finalmente sorrirão na presença de

Adonay e por que através deles o próprio Criador sorri para o

mundo gentílico enquanto este mesmo mundo sorri para Ele. Ali

Adonay mostrou que a semente de Avraham não deve morrer, que

ela será sempre socorrida em todos os momentos em que ela esyeja

ameaçada de extermínio. Ele fez isso durante o cativeiro egípcio, a

invasão assíria, o ataque dos caldeus, as perseguições de Antioco, o

massacre romano, as incursões dos árabes e a campanha de

extermínio dos nazistas e estará pronto a atuar quando os poderes

muçulmanos xiitas se lançarem contra Israel em arrebatada ira para

o desarraigar da terra. Tudo isso em base do juramento feito a

Avraham de que seria o Elohim deles de geração em geração:

“Faço aliança contigo e com tua posteridade, uma aliança

eterna, de geração em geração, para que eu seja o teu Elohim e o

Elohim de tua semente?” Bereishit/Gn 17:7

Logo, se existe um juramento que precisa ser conhecido hoje

pelos crentes, pela igreja cristã em geral é o juramento feito por

Elohim a Avram a quem o Eterno mudou o nome para Avraham a

fim de fazer dele o pai de uma multidão de povos que se

espalhariam por toda a terra para que dessa maneira pudessem

abençoar o mundo. E se existe algo contrário à perspectiva bíblica é

o ensino de que o povo hebreu, os descendentes de Avraham foram

rejeitados e substituídos pelos gentios.

Infelizmente a teologia evangélica tradicional tende a

espiritualizar as promessas de tal maneira que outra coisa não seja

vista nelas senão o propósito de Elohim de salvar os que dele se

aproximam, esquecendo-se que a aproximação a Elohim é um ato

de Adonay como está escrito: “Bem-aventurado aquele a quem tu

escolhes, e fazes chegar a ti, para que habite em teus átrios”

Tehilim/Sl 65:4. E deveria ser claro que Adonay não pode aproximar

de si e salvar aqueles a quem nada prometeu (os gentios) mediante

a rejeição e perdição daqueles a quem prometeu guardar e proteger

por pacto eterno e incondicional.

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O autor do Sefer há Ivrim (Livro de Hebreus), fez questão de

recordar aos descendentes biológicos de Avraham que eles ainda

eram guardados pelo juramento firme, eterno e incondicional

daquele que jura verdadeiramente.

“Porque, quando Elohim fez a promessa a Avraham, visto que

não tinha outro maior por quem jurar, jurou por si mesmo, dizendo:

Certamente te abençoarei, e grandemente te multiplicarei. E assim,

tendo Avraham esperado com paciência, alcançou a promessa. Pois

os homens juram por quem é maior do que eles, e o juramento

para confirmação é, para eles, o fim de toda contenda, assim que,

querendo Elohim mostrar mais abundantemente aos herdeiros da

promessa a imutabilidade do seu conselho, se interpôs com

juramento; para que por duas coisas imutáveis, nas quais é

impossível que Elohim minta, tenhamos poderosa consolação, nós,

os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta.”

Ivrim/Hb 6:13-18.

Que promessa estava envolvida aqui senão o pacto firme e

incondicional de que Adonay seria Elohim da semente de Avraham

para todo o sempre enviando a Yeshua não para abandonar, mas

para salvar a semente de Avraham tal como está escrito? Ora, se há

uma coisa clara é que Yeshua veio para ser tentado e vencer em

favor de um povo, aquele que como ele descende de Avraham.

“Porque, indubitavelmente, ele não socorre a anjos, mas

socorre à descendência de Avraham. Razão porquê convinha

que em tudo fosse feito semelhante aos irmãos, para tornar-se

Arqui-Sacerdote misericordioso e fiel nas questões

relacionadas a Elohim, para fazer propiciação pelos pecados

do povo. Porque nisto em que ele mesmo sofreu e foi tentado

é capaz de auxiliar aos que são tentados.” Ivrim/Hb 2:16-18.

Assim, Yeshua que não veio para socorrer a malachim (anjos),

mas à zerah (semente) de Avraham teria fracassado em sua missão

se não pudesse ao fim de seu ministério orar dizendo: “Guardei

aqueles que me deste e nenhum deles se perdeu, senão o filho da

perdição; assim cumpriu-se a Escritura.” Yochanan/Jo 17:12.

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O que a Igreja Ainda não Entendeu Sobre

Romanos 11

Em Romanos 11 Shaul

há Shaliach (Shaul o

Enviado) fala de algo

inusitado, fala dos galhos

do zambujeiro, uma espécie

de oliveira silvestre sendo

arrancados de sua árvore

mãe para serem enxertados

na boa oliveira.

No entanto, ele não

diz apenas isso, ele diz que

antes que esses galhos

estranhos à oliveira fossem

arrancados da árvore

selvagem para serem

inseridos contra a natureza

na oliveira cultivada, muitos

ramos da boa oliveira

haviam sido arrancados.

Romanos 11 Shaul há

Shaliach (Shaul o Enviado)

fala de algo inusitado, fala

dos galhos do zambujeiro,

uma espécie de oliveira

silvestre sendo arrancados

de sua árvore mãe para

serem enxertados na boa

oliveira.

A parábola dos ramos

quebrados da boa oliveira que

foram substituídos pelos

ramos do zambujeiro tem sido

entendida pela maior parte

dos cristãos como uma

indicação de que os gentios

são enxertados em Yeshua,

graças à rejeição do povo

judeu e a quebra das alianças

eternas entre Elohim e

Abraham, aliança pela qual

ele se comprometeu a cuidar

perpetuamente a semente do

patriarca.

Olive Tree. João Coreia. Wikimedia Commons 3,0

Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Olive_tree.jpg

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A parábola dos ramos quebrados da boa oliveira que foram

substituídos pelos ramos do zambujeiro tem sido entendida pela

maior parte dos cristãos como uma indicação de que os gentios são

enxertados em Yeshua, graças à rejeição do povo judeu e a quebra

das alianças eternas entre Elohim e Abraham, aliança pela qual ele se

comprometeu a cuidar perpetuamente a semente do patriarca. Esta

perspectiva supõe que Elohim não podia ou não queria salvar a

judeus e gentios simultaneamente e que para salvar os segundos

teve que rejeitar os primeiros. Felizmente isso não é verdade. Mas

no mesmo capítulo Shaul fala de outra coisa, fala dos ramos naturais

da oliveira sendo quebrados para que o gentio possa ser enxertado.

Esta é a parte que menos se entende sendo normalmente

interpretada como uma indicação de que os judeus foram afastados

da oliveira, que seria Yeshua, e os gentios foram unidos a ela. Dentro

desse esquema a salvação chega aos gentios pela perdição dos

judeus como se não houvesse espaço para a redenção dos gentios

sem a perdição eterna dos judeus para a redenção do zambujeiro

sem a perda da oliveira.

Nada disso faz o menor sentido. Shaul não está criando

nenhuma teologia da substituição dos judeus pela igreja judaica e

muito menos dos judeus por uma igreja gentílica. Na verdade ele

está se reportando a um texto escrito 650 anos antes. Foi o profeta

que Yirmiahú por inspiração direta de Elohim que denominou Israel

como sendo uma boa oliveira desejável por seus frutos da qual os

galhos haviam sido quebrados por sua incredulidade, quebra da

aliança e idolatria.

Quando o movimento judaico nazareno ou messiânico surgiu

fazia 750 anos que a Casa de Israel tinha sido quebrada da boa

oliveira e assimilada pelos gentios e 600 anos que a Casa de

Yehudáh tinha sido arrancada de sua terra, e apenas uma

pequeníssima e centesimal parte dela havia retornado. A grande

maioria dos efraimitas e judeus permaneceu entre os gentios com

parte de cada uma das duas casas sendo assimilada por estes,

embora a assimilação de Efraym fosse muito maior, pois onde os

judeus confundiram sua identidade os efraimitas a perderam.

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9 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Todo esse processo de mistura da Casa de Efraim e da Casa de

Judá com os povos das nações começou ainda nos dias dos grandes

profetas Yeshayahu, Ycheskiel e Yirmiahu. Foi naqueles dias, como

veremos logo a seguir que Adonay, querendo estender aos povos da

terra o alcance de sua promessa feita a Avraham e a sua semente

arrancou os galhos da oliveira para que estes pudessem ser

enxertados no zambujeiro e dessa maneira levar a ele a essência de

uma nova vida. Logo, se há uma coisa que não faz sentido algum é

dizer que os judeus foram arrancados da oliveira quando rejeitaram

o Messias e que a Igreja substituiu a Israel.

O Eterno planejou que Israel, a boa oliveira, tivesse um lado

gentílico, selvagem por assim dizer, que se convertesse em

zambujeiro, crescesse como tal e se alastrasse por todo o lado. A

razão é que um Israel fiel jamais se misturaria com os povos, nunca

seria a plenitude dos gentios e jamais poderia conduzir a semente

santa a todas as nações da terra. Essa mistura contempla não

somente o sêmen dos patriarcas como alguns supõem, mas também

os óvulos das matriarcas. Na formação da nação vemos desde o

começo como Adonay contemplou com idêntico valor não só a

semente dos homens que escolheu como patriarcas, mas também a

semente das mulheres que elegeu como matriarcas.

“Disse Elohim a Avraham: Quanto a Saray, tua mulher, não lhe

chamarás Saray, mas Sarah será o seu nome.

Abençoá-la-ei, e também dela te darei um filho: sim abençoá-la-ei,

e virá ela a ser nações; reis de povos sairão dela.

Bereishit/Gn 17:15-16

A propagação da semente santa tem estado a ocorrer tanto

quando um filho de Israel se une em procriação com uma mulher

estrangeira como quando uma filha de Israel gera filhos de gentios,

mesmo o faz contra a sua vontade, humilhada nas mãos dos gentios

como quando os muçulmanos em seu avanço contra Medina

mataram todos os homens e todos os meninos pré-púberes e

deixaram viver as mulheres e as virgens para engrossarem seus

haréns. Com certeza, a semente dessas mulheres não foi esquecida.

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10 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Como vemos a

promessa não diz respeito

somente a Avraham Avinu,

mas também a Sarah nossa

mãe. O DNA de Avraham

não foi mais precioso aos

olhos de Adonay que o

DNA de Sarah a quem

escolheu para ser mãe de

Israel. E aqui é bom que nos

recordemos que o pacto de

Adonay iniciado ainda no

Éden é que a semente da

mulher deve esmagar a

semente da serpente.

Portanto fora com a ideia

absurda de que o povo

santo privilegia o homem

em detrimento da mulher.

Sem o concurso das

santas mulheres não

haveria a propagação da

semente santa, não haveria

povo escolhido. Por isso, o

mesmo Elohim que chamou

a Avraham Pai de Povos,

também nomeou a Sarah

como Mãe de Nações. A

raça eleita não deve menos

ao sêmen de Sara do que

deve ao de Avraham.1

1 A língua hebraica não faz diferença entre sêmen e óvulo, ainda que mais costumeiramente fale da semente masculina do que da feminina. Na promessa messiânica lemos” veyváh ashit beinechá uveyn ha iysháh uveyin zarechá uveyin zarah (porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua semente e a sua semente).” Aqui se vê claramente que a palavra zarechá (tua semente) é mencionada primeiro em relação à serpente que não temos como saber se era masculina ou feminina e logo à mulher como a

zareah (sua semente). Assim Zerah tanto aponta para os 23 cromossomas da meia célula humana chamada de espermatozoide como para os 23 da meia célula humana chamada de óvulo.

Trazemos a marca genética

indelével de nossos ancestrais. No

cromossoma Y a marca que nosso

pai recebeu de seu pai e este do pai

de seu pai e no DNA mitocondrial a

marca que nossa mãe recebeu de

sua mãe que a herdou da sua e

assim sucessivamente.

DNA molekula života – česky. Wikimedia Commons 3.0– Wikipedia.

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:DNA_molekula_%C5%BEivota_-_%C4%8Desky.jpg

A sperm cell fertilizing an egg cell(celula espermatica fertilizando a célula do óvulo). Wikimedia Commons 3.0. Domínio público.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Sperm-egg.jpg

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11 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

O valor disso pode ser apontado primeiramente no fato de

que o nascimento de Yshmael, filho da egípcia Hagar nada

representou no que diz respeito à formação do povo santo, pelo

contrário, ele foi despedido da casa de Avraham, expulso da casa de

seu pai para não contaminar a seu irmão com sua presença

espiritualmente negativa.

Adonay foi claro ao dizer que o herdeiro das promessas seria o

filho de Sarah, e não o de Hagar. Para suprimir esse fato e promover

o orgulho árabe, Muhamad teve que dizer-lhes que a Bíblia está

errada, que foi manipulada pelos judeus, e que as promessas dizem

respeito a Yishmael, não a Ytzchak. No, entanto, digam os árabes o

que quiserem, o fato é que Adonay escolheu a Sarah para fazer dela

a sementeira abençoada e não Hagar.

Se isso fosse pouco, na hora de casar Ytzchak, o grande

patriarca ordenou que Elazar, seu servo de confiança, fosse até a sua

parentela e tomasse de lá uma esposa para seu filho. Essa

empreitada resultou na escolha soberana de Adonay para que a

segunda matriarca de Israel fosse Rivika a quem a benção veio

através das palavras de seus familiares.

“Então despediram a Rivika, sua irmã, e sua ama, e o servo de

Avraham, e seus homens. E abençoaram a Rivika, e disseram-lhe: O

nossa irmã, sê tu a mãe de milhares de milhares, e que a tua

descendência possua a porta de seus aborrecedores!” Bereishit/Gn

24:60.

Hoje a ciência sabe, que da mesma maneira como o DNA do

cromossoma Y herdado do pai e que é empregado para traçar a

origem patrilenear de um povo ou indivíduo se transmite por

milhares de gerações sem variações significativas, o mesmo ocorre

com o DNA mitocondrial herdado da mãe. Trazemos a marca

genética indelével de nossos ancestrais. No cromossoma Y a marca

que nosso pai recebeu de seu pai e este do pai de seu pai e no DNA

mitocondrial a marca que nossa mãe recebeu de sua mãe que a

herdou da sua e assim sucessivamente.

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12 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Em resumo, um israelita que não tenha sido o fruto de

nenhum tipo de miscigenação trará as marcas de Avraham em seu

DNA do cromossoma Y que é o cromossoma sexual masculino e as

marcas de Sarah em seu DNA mitocondrial. Isso é pouco comum

hoje em dia e em grande parte tanto judeus como efraimitas ou

portarão o DNA de um ou de outro, e isso é mais patente ainda em

Efraym. A razão disso é que para que a Casa de Efraym se

multiplicasse livremente e chegasse a ser a plenitude dos gentios

Yah enviou sobre ela um espírito de profundo endurecimento que a

privou do desejo de obedecer ao Criador. Uma vez que já tinham

abraçado a religião dos gentios em sua própria terra, não seria difícil

ir além. No exílio, uma Casa de Efraym perdida e desorientada não

abraçou apenas os “deuses e deusas” dos pagãos, mas também seus

homens e suas mulheres.

Longe de Casa, com a identidade espiritual perdida, se

comportaram como gentios, se casaram com gentios e geraram

filhos e filhas gentios de comportamento, religião e aspecto gentios,

mas portadores do bendito DNA abrahamico, não aquele passado a

Yshmael e seus outros seis irmãos ou a Esav, filho de Ytzchak, mas o

DNA de Avraham e Sarah passado a Ytschak e desse a Yakov.

O que a igreja cristã ignora de Romanos 11 não é tanto o fato

de que não tropeçaram para caírem, mas principalmente em que

consiste a sua queda e de que maneira ela beneficia os gentios. Ela

ignora o fato de que através dos galhos da boa oliveira arrancados

de Israel ainda nos dias dos profetas Adonay enxertou o zambujeiro

que são as nações gentílicas para que sua árvore pudesse produzir

ramos que em parte são gentios e em parte são israelitas.

Esse é o mistério do enxerto que Shaul menciona em Romanos

11 e que raramente é percebido por uma igreja que se considera

meramente enxertada, quando é seu privilégio descobrir que em

grande parte seus integrantes estão sendo reenxertados na boa

árvore depois de crescerem como ramos de qualidade duvidosa

resultantes do prévio enxerto dos ramos da oliveira cortados do

Israel apóstata para beneficiarem o mundo gentio.

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13 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Israel não Tropeçou Para que Caísse

Shaul introduz o delicado tema da queda de Israel lembrando

que a pequena nação não pode ser descuidadamente

desconsiderada pelos gentios e condenada por sua maldade e

incredulidade a ponto de que essa seja motivo de desprezo ou de

orgulho. Pelo contrário, ela precisa ser vista de forma dinâmica

como uma necessidade sem a qual a redenção não lhes viria e eles

não chegariam a ser parte do mesmo povo de Avraham.

Logo, sua incredulidade, conquanto que repreendida pelos

profetas e punida pelo Criador deve ser vista como resultado direto

de seus decretos que resultariam no instrumento radical da benção

para o mundo gentílico. Ou seja, sua queda faz parte do propósito

salvífico do Elohim de Israel para os gentios.

“Como está escrito: Elohim lhes deu um espírito entorpecido,

olhos para não verem, e ouvidos para não ouvirem, até o dia de

hoje. E David diz: Torne-se-lhes a sua mesa em laço, e em

armadilha, e em tropeço, e em retribuição; escureçam-se-lhes os

olhos para não verem, e tu encurva-lhes sempre as costas. Logo,

pergunto: Porventura tropeçaram de modo que caíssem? De

maneira nenhuma, antes pelo seu tropeço veio a salvação aos

gentios, para os incitar à emulação.” Romanos 11:8-11.

Shaul quer que todos saibam que por esse tropeço,

entorpecimento e sono profundo os israelitas das doze tribos, mas

principalmente das dez tribos da Casa de Efraym trouxeram ao

mundo gentílico a riqueza da zerah ou semente biológica de

Avraham que fora abençoada pelo Eterno para que mais tarde,

mediante a sua plenitude pudesse vir uma benção ainda muito mais

abundante.

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14 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

“Ora se o tropeço deles é a riqueza do mundo, e a sua

diminuição a riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!...

“Porque, se a sua rejeição é a reconciliação do mundo, qual será a

sua admissão, senão a vida dentre os mortos? Romanos 11:12, 15.

Sim, para cada um dos ramos arrancados da oliveira nos dias

de sua grande rebelião contra Adonay, rebelião essa que deu

autoridade aos egípcios, assírios, babilônios, medos, persas,

romanos e árabes, cada uma das sete cabeças da besta para atuar

contra Israel e para os levar ao exílio, Adonay providenciou centenas

de descendentes, de ramos mistos nascidos entre os gentios.

A igreja cristã deveria ter isso bem claro em sua mente. Israel

não tropeçou para cair, antes seus olhos foram escurecidos para não

ver a verdade, suas costas foram curvadas para não se erguerem em

santidade e obediência, seus ouvidos agravados para não

perceberem a verdade. Tudo isso tinha um objetivo somente, abrir

caminho para que os gentios pudessem ser abençoados com a

semente de Avraham de tal maneira que ele pudesse vir a ser o que

fora dito a seu respeito:

"Este é o pacto que faço contigo: serás o pai de uma

multidão de povos. De agora em diante não te chamarás mais

Avram, e sim Avraham, porque farei de ti o pai de uma multidão de

povos.” Bereishit/Gn 17:4-5

A Torah é clara com relação à separação de Avraham dentre

sua parentela para constituir um povo exclusivo para Elohim.

Avraham foi levantado le`av hamon goym, (para ser pai

de uma multidão de nações), ou literalmente “pai de uma mulidão

de povos gentios” já que av é pai em hebraico, amon é povos e goy

é gentio. Ele não poderia ser o pai de uma multidão de gentios

através de Yishmael seu filho com Hagar a escrava egípcia e nem

através de Zinran, Yoksan, Medan, Madian, Yshbak e Suah os filhos

que teve com Ketura2, pois só Ytzchak, o filho de Sarah era o filho da

promessa, o canal de benção para a humanidade. 2 A tradição rabínica diverge quanto a quem é Ketura, nome que significa Incenso ou Perfume. Para vários rabinos, inclusive do Talmud, Ketura é apenas um novo nome para Hagar, que significa a fugitiva, e com quem

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15 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Como Avraham deixara sua terra para ir ao lugar que Elohim

lhe mostrou, pelo exílio seus descendentes deixariam a terra de seus

antepassados, se misturariam à maior parte dos povos e tribos da

terra a fim de fazer de seu pai, o pai de muitos povos, não só de

Israelitas e ismaelitas.

No entanto, o filho de

Avraham constituiu um

povo que deveria abençoar

o mundo com sua presença

e ao mesmo tempo estar

separado do mundo criando

um paradoxo que até hoje

não é percebido nem pelos

judeus e nem pelos gentios.

Como poderia um povo que

estava proibido de casar

com gente de várias nações

por gerações, ou de

qualquer nação que não se

convertesse ao judaísmo e

ao mesmo tempo inseminar

o mundo com a semente de

Avraham? A solução desse

paradoxo seria a queda de

Israel. Por meio de sua

queda, do abandono dos

princípios que fizeram dele

o que ele é, Israel viria a ser

punido com dois longos

exílios. O primeiro desses

exílios já dura 2.730 e atingiu a Casa de Israel com um ímpeto tal

que ela jamais se recuperou. O segundo exílio, começou a 26

séculos e ainda não acabou, é o exílio da Casa de Judá.

Avraham, fascinado pela sua fidelidade em jamais se casar depois de divorciada por que sempre o amara, voltou a se casar. A Torah não fornece pistas para definir essa situação, mas o mais lógico é pensar que Ketura foi a terceira esposa de Avraham, com a qual se casou após a morte de Sarah.

Avraham foi levantado para

ser pai de uma multidão de

nações ou como diz o texto

hebraico le`av hamon goym,

, ou literalmente

“pai de uma mulidão de povos

gentios” já que av é pai em

hebraico, amon é povos e

goym são os gentios.

Molnár József: Ábrahám kiköltözése, olaj, vászon, 1850 József Molnár (1821–1899) Wikimedia Commons 3.0

Domínio Público.

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16 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Este segundo exílio que atingiu a Casa de Judá resultou em

sua deportação para o cativeiro por duas vezes, primeiro pela mão

dos caldeus ou exército babilônico a mando de Nabucodonosor em

587 AEC e mais tarde pela mão dos romanos em numerosas

ocasiões com, destaque para duas delas, o ano 70, data da

destruição do Segundo Templo e o ano 133 data da destruição total

da cidade Santa.

Shaul em Romanos está se referindo mais que tudo este

primeiro exílio, o da Casa de Efraym também conhecida por Casa de

José, o nome do Pai de Efraim ou simplesmente Casa de Israel por

que reuniu a maior parte das tribos, dez delas, para ser mais exato.

Este exílio iniciou-se em 720 AEC. Através desse exílio, israelitas já

antes arrastados a uma colossal apostasia abandonaram

completamente a religião de seus antepassados, absorveram a dos

pagãos, se uniram a eles em corpo, alma e religião, fundindo-se a

eles em fé e em etnia.

Quanto ao exílio judaico, até aos dias de Shaul, ele não tinha

incluído a assimilação em massa da Casa de Judá, um fato que não

aconteceu nem mesmo até aos dias de hoje, de sorte que em quase

todo o lugar os judeus que seguem à Torah são identificados pelos

seus cuidados alimentares, pela diferença física em seus varões que

são destituídos de prepúcio, pela guarda do shabat, pela

observância das festas e pela crença num único Elohim e Rei do

Universo. Isso apesar de que também judeus naquela época haviam

abraçado a fé dos gentios e se perdido para o judaísmo.

Bem, é através dessa queda, atrás da qual se escondeu o

grande propósito de Elohim que o paradoxo de como Israel podia

beneficiar o mundo apesar de ter sido erguido para estar separado

dele é explicado. Uma queda sem tropeços, ou seja, uma decadência

ocorrida por que Adonay assim permitiu, e o permitiu por que assim

o quis e o quis por que só assim poderia chamar os que não são seu

povo de meu povo escolhido sem com isso quebrar em nada o

pacto feito com Avraham de que sua semente seria seu povo para

sempre. No próximo tópico veremos como as duas casas caíram.

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17 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A Queda e o Exílio das Duas Casas de Israel

É preciso reconhecer mais uma vez que a maldade não foi

apenas da Casa de Efraym que caiu a 709 AEM. A enormidade dos

crimes da Casa de Yehudáh que levaram à destruição do primeiro

templo ainda nos dias do profeta Yirmiahú é claramente descrita nas

palavras do profeta: o Eterno disse:

“Segundo o número das tuas cidades, são os teu Elohim ó

Yehudáh, e segundo o número das ruas de Yerushalaim tendes

levantado altares à impudência, altares para queimardes incenso à

Baal.” (Yirmiahú/Jr 11:13).

Não resta, pois dúvida de que não houve inocência em

nenhuma das casas, e que as maldades de Yehudáh são da mesma

índole de sua irmã Israel.

“Tornaram às iniquidades de seus primeiros pais, que

recusaram ouvir as minhas palavras; até se foram após outros

Elohim para os servir; a casa de Israel e a casa de Yehudáh

quebrantaram o meu pacto, que fiz com seus pais.” Yirmiahú 11:11.

A iniquidade que levou à destruição do primeiro templo (587

AEM) e que envolvia adultério, prostituição espiritual e idolatria foi

bem menor que a maldade que levou a destruição do segundo

templo, quando havia uma perversidade cruel escondida sob o

manto de uma pretensa santidade.

Esse expediente ímpio dos perushim hipócritas Yeshua

comparou a sepulcros caiados por fora e cheios de imundícia e

corrupção por dentro. Não há maldade da história judaica que possa

ser comparada com a que se seguiu à rejeição de Yeshua por parte

do Sanedrin.

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18 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Por isso, após a

destruição e exílio sob

Nabucodonosor o Eterno

suscitou um implacável

inimigo contra os caldeus

que não só lhes destruiu o

poder tomando seus

territórios, mas permitiram o

imediato retorno de todos

os judeus que desejassem

retornar, ainda que muito

poucos o fizeram e que a

grande maioria, seja por

vínculos com a terra que os

acolheu, por pobreza, ou

por desinteresse jamais

voltou. Apenas uns poucos

judeus, menos de 3%

voltou, isso se nos

baseamos no que está

documentado nas Escrituas.3

Nesse tempo, pode-se dizer

que a terra de Israel

abençoada pelas terríveis

perseguições a que seus

filhos recebeu muito mais

gente. Hoje, 60% dos judeus

reconhecidos pela Agência

Judaica vivem em Israel.

3 Aqui é preciso recordar que ao início da grande apostasia que conduziu primeiro ao rompimento político entre as tribos de Israel e depois ao enfraquecimento e queda de todas elas diante dos inimigos que os judeus tinham uma população que ia de 470 mil homens (1Cr 21:5) ou 1,88 milhões de almas a 500 mil homens (ISm 24:9) ou 2 milhões de almas. Sabemos que o rei da Babilônia levou Yehudáh ao cativeiro através de três deportações seguidas e que através do decreto de Kurosh (Ciro) 49.690 judeus e servos de judeus voltaram à pátria no ano 538 AEM. (Ezra 2:64-65) Sabemos que mais tarde, para a ornamentação do Templo nos dias de Artarxerxes em 457 AEM voltaram outros 1.716 homens. Os dois retornos somados nos dão apenas 51.406 pessoas. Mesmo que as mulheres e crianças não tivessem sido contadas, o que é pouco provável, já que Nehemia fala de “toda a congregação junta” (Ne 7:66), essa população chegaria 205,624. Ou seja, mesmo na melhor das hipóteses apenas entre 2,52 e 2,73% da população judaica voltou. Os demais 97% permaneceram na diáspora para abençoarem as nações antes do retorno definitivo dos fiéis.

Se o primeiro templo esteve

em ruínas por apenas 70 anos,

o Segundo Templo destruído

no ano 70 DEC permanece

arrasado passados 1.940 anos

de sua destruição por que os

pecados que o levaram à ruína

foram maiores.

Escavações perto do muro das lamentações mostram pedras do templo arrancadas e lançadas rua abaixo pelos soldados romanos no ano 70. Autor. Wilson44691 Wikimedia Commons – Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:NinthAvStonesWesternWall.JPG

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19 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ou seja, a aliah ocorrida no século XX foi esmagadoramente

mais exitosa do que a ocorrida nos dias dos profetas, mais uma

prova de que o povo judeu, sendo um povo de dura cerviz, se inclina

mais facilmente a cumprir o desígnio de Elohim mediante o

corretivo do sofrimento extremo do que à admoestação da palavra.

No entanto esse retorno dos judeus reconhecidos à sua terra é

quase insignificante quando se tem em conta quantos descendentes

de judeus há no mundo ocidental, especialmente em países como

Brasil, Colômbia e México. Além disso, se tem de levar em conta os

descendentes de Efraim que jamais retornaram como tais à sua

terra, ainda que se afirme que parte dos judeus do Cáucaso na

verdade eram filhos de Naftali, apenas uma das tribos que em parte

teria retornado.

Retornando, porém à queda das duas casas é bom enfatizar

que o pecado que antecedeu e que procedeu à queda do Segundo

Templo foi muito mais intenso do que o ocorrido anteriormente. Se

para a destruição do primeiro templo os judeus rejeitaram o profeta

Yirmiahú que os ordenou render-se aos soldados caldeus para a

destruição do segundo templo os judeus rejeitaram o Maschiach

que lhes ordenou não resistir ao perverso. Por conta dos grandes

pecados, se o primeiro templo esteve em ruínas apenas 70 anos, o

Segundo Templo destruído no ano 70 DEC permanece arrasado

passados 1.940 anos de sua destruição.

Apesar disso, mesmo a ruína mais que milenar do Segundo

Templo se revela um instrumento da benção grandiosa de Adonay.

Quanto mais tempo tarda em vir a restauração plena da fé judaica,

mais os filhos de Israel e os filhos de Judá se reproduzem entre os

gentios e mais e mais ovelhas estão sendo preparadas para o dia em

que serão tiradas da noite de trevas e escuridão, buscadas pelo

Roeh Israel. Em toda a queda e exílio das duas casas se esconde a

bondosa mão de Elohim.

“E se a sua queda é a riqueza do mundo, e a sua diminuição a

riqueza dos gentios, quanto mais a sua plenitude!” Romanos 11:12

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20 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

As Duas Casas de Israel Abençoam o Mundo

e Chegam a Portugal e ao Brasil

O exílio primeiro de Efraym e depois de Yehudáh foi

paradoxalmente o instrumento de penitência de Israel e de

enriquecimento dos gentios que receberam tanto o DNA abençoado

passado a eles pelos filhos de Israel que perderam sua identidade

étnica e religiosa como a energia espiritual transmitida pelos que

voltaram à fidelidade à Torah. Graças a eles o mundo está sendo

redimido. E esta foi a razão por que tão poucos judeus voltaram

para casa no fim do cativeiro babilônico e por que os efraimitas

jamais retornaram.

No caso dos efraimitas há sérias razões para acreditar que

várias civilizações americanas descendem das tribos perdidas de

Israel. As provas seriam demasiado amplas para serem apresentadas

aqui. Recomendamos nossa série Em Busca das Tribos Perdidas de

Israel, onde o tema será abordado em detalhes num tópico titulado

as Tribos Perdidas de Israel Entre os Índios Americanos. Da

mesma forma, é preciso não esquecer a imensa colaboração dos

povos negros na formação das populações americanas, e

principalmente a do Brasil, e não deve ser descartada a hipótese de

que uma parte substancial dos negros que sobreviveram aos “navios

tumberios” como eram chamadas as tumbas vivas que os traziam da

África sejam descendentes das tribos perdidas de Israel. Esse tema

vasto e fascinante já que trás provas consubstanciais da presença de

reinos judaicos na África subsaariana durante a época pré-islâmica é

abordado noutro estudo da mesma série: As Tribos Perdidas de

Israel na África Subsaariana.

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21 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

No entanto, com relação à casa de Judá, a que mais

influenciou o Brasil, convém ressaltar que sua permanência entre os

gentios resultou na fusão das raças por toda a parte e Portugal e

Espanha, principais berços da civilização brasileira e latino-

americana não foram exceção. Ao contrário, se existe um lugar onde

os judeus se fundiram à população local este lugar foi a Península

Ibérica. Em ambos os países houve não só conversão forçada, mas

também assimilação também pura e simples às populações. Esta

fusão se perpetuou em todos os países colonizados pelas duas

potências navais da Idade Moderna. Este fato só recentemente

explorado por historiadores recebeu um aporte significativo quando

uma pesquisa com amostras de DNA de habitantes de Portugal e

Espanha mostrou que entre 20% e 36,3 dos portugueses e

espanhóis têm DNA judaico, e que isso resultou numa média de

19,8% para a região.

“O estudo revelou que, em média, os espanhóis e

portugueses têm 19,8% de genes de ancestrais judeus sefarditas e

10,6% de ancestrais norte africanos. Em alguns locais, como o sul

de Portugal, a mistura gênica de judeus chegou a 36,3%. Mais do

que refletir a ocupação moura de partes da península, a pesquisa

revelou o impacto da conversão forçada de muitos muçulmanos e

judeus após a Reconquista cristã.... No fim do século 15, cerca de

160 mil judeus espanhóis foram expulsos. Muitos deles foram parar

em Portugal. Segundo o historiador britânico Charles Boxer, "judeu"

e "português" eram praticamente sinônimos no imaginário popular

espanhol no século 17. Boxer lembra que um administrador

eclesiástico no Rio de Janeiro chegou a escrever ao rei espanhol

protestando contra essa prática espanhola de associar o português

com o judeu.” (Jornal da Ciência, Sociedade Brasileira para o

Progresso da Ciência, 5 de Dezembro de 2008 citando a Folha de

São Paulo) 4

No entanto, é importante frisar que os 36,3% máximos de

genes judaicos localizados em Portugal estão na região sul do país,

justamente a que mais enviou imigrantes para o Brasil Colônia. 4 Fonte: Jornal da Ciência, 5 de Dezembro de 2008 citando a Folha de São Paulo. Página visitada em 15 de Fevereiro de 20112 http://www.jornaldaciencia.org.br/Detalhe.jsp?id=60376

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22 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Isso confirma o que a historiadora judia Anita Novinsky vem

afirmando há muito tempo, os cristãos novos constituíram a

princípio cerca de uma terça parte dos colonizadores portugueses

que para cá vieram. Quantos deles foram para a Argentina, para o

Peru, para a Colômbia, para Cuba, para a Guatemala ou para o

México é algo que deixamos àqueles que estudam o marranismo em

cada um desses países, no entanto, já se pode chegar a uma

estimativa. Extrapolando a média de 19,8% de descendentes de

judeus sefarditas ou cristãos novos encontrados em Portugal e

Espanha o universo de judeus escondidos, roubados de sua

identidade, perdidos para às suas origens e em grande parte para a

fé de seus pais, de seus profetas e de seu amado Messias Yeshua

pode ser estimado em mais de 64 milhões de almas.

Esta é uma estatística que leva em conta as mais modernas

pesquisas científicas que vieram para corroborar o que alguns

investigadores já diziam há muito: Existem mais descendentes de

judeus do que alguma vez as autoridades rabínicas jamais sonharam

e os cristãos jamais pensaram. Ora, a população Ibero-Americana

ronda hoje os 629,2 milhões de pessoas, destes, 51,48% são de

ascendência europeia, a maioria de portugueses e espanhóis, e pelo

menos 10,19% devem descender de judeus espanhóis e

portugueses. 5

5 Os percentuais para a população europeia variam conforme o país. Dados apontados por pesquisa divulgada no Brasil pela UNB – Universidade de Brasília, indicam que na América do Sul esse percentual é de 60,01% na Argentina, 65,9% no Brasil, 51,6% no Chile, 45,9% na Colômbia, 31% no Equador, 15,1% no Perú e 60,6% na Venezuela. Os dados para Uruguai, Paraguai, e Bolívia foram estimados apenas considerando a população branca, e por isso estão certamente subestimados para Bolívia e Paraguai, países com alto percentual de mestiços que portariam o DNA europeu proveniente da Espanha e provavelmente superestimados para o Uruguai com um percentual considerável de descendentes de imigrantes italianos e eslavos uma realidade que em certo sentido se reflete no Chile, no Brasil e na Argentina. Na América Central os percentuais indicados pela UNB são: 38% para Costa Rica, 15.1% para El Salvador e 60,3% para o Porto Rico. Na América do Norte o México figura com 29,6%. Fonte: O Impacto das Migrações nas Constituição Genética de Populações Latino Americanas, Neide Maria de Oliveira Godinho sob orientação da Professora Doutora Silviene Fabiana de Oliveira.página acessada em

15/02/2010. (http://bdtd.bce.unb.br/tedesimplificado/tde_busca/arquivo.php?codArquivo=3873). Dados relativos aos países não mencionados no trabalho acadêmico da UNB normalmente levam em conta apenas a população branca, sem considerar a ancestralidade paterna ou materna dos mestiços e incluem à República Dominicana 21%, a Nicarárua 17%, a Guatemala 29% Honduras 9% e Panamá com 80%. Naturalmente estes dados estão subavaliados já que em todos estes países o percentual de mestiços é elevado, a talvez ultrapasse bastante os 50%. Os dados foram estimados a partir da Wikipedia Enciclopédia Livre na página: página White Latin American visitada em 15 de fevereiro de 2012. http://en.wikipedia.org/wiki/White_Latin_American

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23 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Dizemos pelo

menos 64 milhões por

que as pesquisas mais

abrangentes dão conta

de que na verdade a

população brasileira

chega aos 80% de

ancestralidade europeia.7

Confirmados estes dados

a população provável de

descendentes de judeus

do Brasil saltaria para

30,9 milhões. A estatística

destas populações que

precisam romper a casca

de catolicismo que

revestiu e escondeu sua

judaicidade, e que no

Brasil é de no mínimo

25,4 milhões de pessoas

pode ser apreciada na

tabela ao lado. Nesse

sentido nossa terra é

privilegiada com a

presença da Casa de Judá. Os 25,4 milhões de prováveis

descendentes de judeus desse país representam 39,65% de todos os

prováveis descendentes de judeus do mundo ibérico. Aqui temos

muito a fazer em favor da restauração dessas populações. 6 Os dados para Cuba levam em conta uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Havana que apontou que 85% dos brancos da ilha tem ancestralidade europeia e 15% ancestralidade africana, que 59% dos mulatos tem ancestralidade europeia e 41% ancestralidade negra e que 24% dos negros tem ancestralidade europeia e os outros 76% tem ancestralidade africana. Considerando que Cuba tem 65,1% de brancos, 23,83% de mulatos e 10,08% de negros e apenas 1,02% asiáticos (indígenas não contribuíram na formação do povo cubano), a taxa de ancestralidade genômica média europeia se fixou em 71,81%. Fonte: Origen y composición genética de la población cubana, Dr. Catalino R. Ustáriz García, Lic. Luz M. Morera Barrios, Prof. Dr. C. Porfirio Hernández Ramírez, Dra. C. Marianela Estrada del Cueto, Dr. C. Antonio Bencomo Hernández, Dra. María de los A. García García, Dra. Odalys de la Guardia Peña, IInstituto de Hematología e Inmunología. La Habana, Cuba. Página visitada em 12 de fevereido de 2012. http://bvs.sld.cu/revistas/hih/vol27_3_11/hih02311.htm 7 DNA de brasileiro é 80% europeu, indica estudo, REINALDO JOSÉ LOPES da Folha de S.Paulo. Página visitada em 12/2/2012. http://www1.folha.uol.com.br/folha/ciencia/ult306u633465.shtml

Países Ibero Americanos Origem Europeia e Judaica de suas populações

País População Europeus Possíveis Marranos

Argentina 40.091.439 24.094.955 4.770.801

Bolívia 10.426.160 2.085.232 412.876

Brasil 194.946.470 128.469.724 25.437.005

Chile 17.248.450 8.900.200 1.762.240

Colômbia 46.581.823 21.381.057 4.233.449

Costa Rica 4.301.712 1638952,27 324.513

Cuba6 11.242.621 8073326,14 1.598.519

El Salvador 6.134.000 926.234 183.394

Equador 14.483.000 4.489.730 888.967

Espanha 47.190.443 41.527.590 8.222.463

Guatemala 14.700.000 4.263.000 844.074

Honduras 8.249.574 742461,66 147.007

México 112.322.757 33.247.536 6.583.012

Nicarágua 5.465.100 929.067 183.955

Panamá 3.405.318 2.724.254 539.402

Paraguai 6.340.000 1.268.000 251.064

Peru 30.165.000 4.554.915 901.873

Porto Rico 3.706.960 2.235.297 442.589

Portugal 10.561.614 10.139.149 2.007.552

R. Dominicana 9.378.818 1.969.552 389.971

Uruguai 3.424.595 2808167,9 556.017

Venezuela 28.892.935 17.509.119 3.466.805

Total 629.258.789 323.977.519 64.147.549

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24 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Os números acima

não incluem todas às

populações de origem

provavelmente sefarditas. O

povo português não só

carregou nas veias o sangue

judeu, mas na alma a

inquietação de um povo

peregrino se espalhando por

quase toda a terra e

mantendo presença nos

mais diversos países.

Excluindo-se Brasil e

Portugal, países de maioria

europeia e lusófona, as

minorias lusófonas somam

4,911 onde podem estar

outros 972,6 mil marranos

principalmente nos Estados

Unidos, França, Venezuela e

Inglaterra. Elohim usou os

lusitanos não só para trazer

o sangue judeu ao Brasil,

mas para levá-lo à América

do Norte, Antilhas e África. 8

Da mesma forma foram usados os espanhóis, que católicos em sua

essência escondem milhares de marranos entre as minorias castelhanas

ao redor do mundo. Eles também aguardam inconscientes a hora do

chamado poderoso pelo serão convocados a abandonar Bavel e suas

filhas no Ocidente.

8 Existem 15 milhões de portugueses no mundo, 10,2 milhões em Portugal e outros 4,8 na “Diáspora Portuguesa” que alcançou seu auge entre 1951 e 1965 durante o período mais crítico da ditadura salazarista e da Guerra Colonial. Dos 4,8 milhões da diáspora 2,993 milhões estão nas Américas principalmente nos Estados Unidos e Brasil cujas colônias respectivas tem mais 1 milhão de pessoas. Há 1,386 milhões na Europa principalmente na França com 800 mil. Outros 430 mil estão na Africa, Ásia e Oceania com destaque para a África do Sul com mais de 300 mil cidadãos. Estudo realizado pelo empresário Adriano Albino indica que para cada português vivendo no continente, outros 2 portugueses e descendentes vivem fora do pais, o que dá um total de 31,2 milhões em todo o mundo. Se tivermos em conta que entre 20 e 36% dos portugueses descendem de judeus teremos um universo entre 6,24 e 11,23 milhões de descendentes de judeus entre os portugueses. http://pt.wikipedia.org/wiki/Portugueses http://www.observatorioemigracao.secomunidades.pt/np4/577.html

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25 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A estas populações

de descendentes de

espanhóis se devem somar

ainda os 50,5 milhões de

hispânicos que vivem nos

Estados Unidos e já

representam 16,3% da

população norte-

americana. Um contingente

que somado aos

portugueses dos EUA e

Canadá eleva o número de

possíveis descendentes de

cristãos novos do

Continente em mais 6

milhões de pessoas e a

soma total a 70 milhões.

São números fantásticos,

quando se sabe que a

população judaica mundial

contabilizada em 2009 foi de

13.421.000 segundo as contas

do Israel Central Bureau of

Statistics.11

Dessa população, os sefarditas representam entre 22,88% e 28,1%

(3,07 a 3,77 milhões). Ou seja, a população com possível ascendência

genética sefardita supera em mais de 20 vezes a população reconhecida.

9 Fonte: Hispanic and Latino Americans, Wikipedia, a Enciclopédia Livre. Página visitada em 12 de Fevereiro de 2012. http://en.wikipedia.org/wiki/Hispanic_and_Latino_Americans Outra fonte confiável foi: Hispanic Immigration to the United States, elaborado por Örn B. Bodvarsson Department of Economics, St. Cloud State University, 720 Fourth Avenue South, St. Cloud, MN e Hendrik F. Van den Berg University of Nebraska, [email protected] 10 Nesse quadro me baseei numa estimativa bem maior, e que considero mais realista para o verdadeiro percentual de descendentes de espanhóis entre a população mexicana. O percentual aqui considerado foi de 58,96% baseado em dados publicados na Wikipedia e atribuídos à American Society of Human Genetics (Sociedade Americana de Genéticas Humanas). Desnecessário é dizer que se estes dados se confirmarem, os possíveis marranos do México saltam de 6,58 milhões para 13,11 o total de descendentes de cristãos novos nas Américas para mais de 75 milhões de almas. 11 Fonte: Wikipedia a Enciclopédia Livre: Jewish population,. Página visitada em 15 de Fevereiro de 2012. http://en.wikipedia.org/wiki/Jewish_population

Luso-Espanhóis Vivendo nos Estados Unidos9

Nacionalidade Imigrantes Descendentes de Europeus

Possíveis Marranos

Argentinos 224.952 135.196 26.769

Bolivianos 99.210 19.842 3.929

Brasileiros 800.000 527.200 104.386

Chile 126.810 65.434 12.956

Colombianos 908.734 417.109 82.588

Costarriquenhos 126.418 48.165 9.537

Cubanos 1.785.487 1.282.158 253.867

Salvadorenhos 1.648.968 248.994 49.301

Equatorianos 646.631 200.456 39.690

Espanhóis 635.253 559.023 110.686

Guatemaltecos 1.044.209 302.821 59.958

Hondurenhos 633.401 57006,09 11.287

Mexicanos10 31.798.258 18.748.253 3.712.154

Nicaraguenses 348.202 59.194 11.720

Panamenhos 165.456 132.365 26.208

Paraguaios 20.023 4.005 793

Peruanos 531.358 80.235 15.887

Porto-riquenhos 4.623.716 2.788.101 552.044

Outros 2.705.838 2.597.604 514.326

Dominicanos 1.414.703 297.088 58.823

Uruguaios 56.884 46644,88 9.236

Venezuelanos 215.023 130.304 25.800

Total 50.559.534 28.747.197 5.691.945

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26 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Isso nos permite traçar um novo mapa das populações sefarditas

no mundo, um gráfico onde esses percentuais vão muito além do que se

supõe ser a população judaica do mundo onde a população real,

reunindo judeus sefarditas e descendentes dos cristãos novos salta

imediatamente dos atuais 3,77 milhões para 74,55 milhões.

Isso nos permite supor que para cada judeu reconhecido pela

Agência Judaica há outros 5,5 descendentes da Casa de Judá somente

entre as populações luso espanholas espalhadas da Europa às Américas e

da África à Ásia passando pela Austrália e Oceania. Por outro lado, deve

haver muito mais filhos de judeus sefarditas do que estes sequer

sonharam. São cerca de 19,77 descendentes de marranos ou cristãos

novos para cada judeu sefardita. O que Adonay vai fazer com toda essa

sementeira de Yehudáh espalhada pelo mundo, mas principalmente pelo

Novo Mundo é algo fantástico com o qual nem os judeus sonham e nem

a Igreja imagina. É por isso que a igreja assiste essa onda de judaização

que atinge os crentes por todo o lado. O judaísmo messiânico vem

despertando estes descendentes especialmente na América do Sul.

Estima-se que somente na Colômbia mais de 50 congregações judaico

messiânicas já estejam restaurando estes descendentes de marranos À fé

judaica de seus pais, agradecendo a igreja por lhes ter legado o Messias

enquanto apelam a ela para redescobrir a beleza de Yeshua, o Messias

judeu, reputado como seu noivo, e no entanto, quase um desconhecido.

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27 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Este despertar que confunde a Igreja ao ver crentes de talit e kipáh,

celebrando festas, guardando o shabat, aprendendo hebraico, comendo

kashrut, orando para o lado de Yerushalaim, naturalmente confunde

também as lideranças judaicas, e talvez muito mais os 75% de askenazim,

do que os sefarditas. Há muito os judeus saferditas sabem que seus

irmãos estão nas catedrais, nos templos protestantes, pentecostais,

adventistas, mórmons, testemunhas de Jeová e por ai afora.

Evidentemente não estão preparados para lidar com o fenômeno anusim,

com esse estranho balido dos marranos em busca de suas origens, de

suas raízes.

Recorde que Para as populações católicas, marrano era o termo

pejorativo com o qual designavam os judeus, já que a palavra passou a

ser empregada para se referir aos porcos. Os judeus eram chamados

assim por que os que rejeitam o Maschiach são denominados porcos que

retornam ao espojadouro da lama por Kefa. Um debate vem sendo

erguido agora com respeito ao verdadeiro sentido da palavra, e há

indicações de que os judeus o aceitaram de bom modo por que a palavra

também teria uma conotação hebraica onde significa transformado ou

convertido à força. Pelo sim pelo não o termo se aplica aos judeus

expulsos da Espanha pelo Decreto de Alhambra baixado em 1492 pelos

reis católicos.

Muitos foram então para Portugal, embora França, Holanda,

Marrocos, Turquia e Itália também os recebessem. Apenas quatro anos

depois da expulsão da Espanha todos os judeus de Portugal, nascidos lá

ou na Espanha foram então forçados a se converter sem ter o direito de ir

embora para não perigar as finanças de um reino que se lançara às

descobertas e precisava muito do dinheiro de seus súditos judeus, enre os

quais se contava uma rica elite de artesãos, banqueiros e funcionários da

corte. Sem alternativas, e entre a morte e a conversão, os judeus se

submeteram já que não podiam fugir de volta para a Espanha que os

expulsara sob pena de morte. Assim, os marranos terminaram no Brasil.

Bem, mesmo sabendo que seus irmãos estão por toda a parte os

judeus sefarditas se sentem cada vez mais inquietos ante essa onda

crescente “cristãos de talit e kipáh” e não é menos agitador aqui do

que na Colômbia, Venezuela, Argentina ou México. Também aqui

dezenas de congregações judaico messiânicas já operam. As

diferenças estão ruindo, e não assusta também os judeus.

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28 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Há dois temores

embutidos aqui. Um é

conhecido de todos,

inclusive dos cristãos o

outro apenas dos líderes

judeus.

O temor patente,

revelado às claras, é o medo

de que judeus comecem a

deixar as frias sinagogas

tradicionais já pouco

frequentadas e cheias de

judeus das festas, mas não

do dia a dia e enveredem

para congregações judaico

messiânicas mais fervorosas

e acolhedoras. O outro mais

abscondito é o que uma

judia venezuelana cujo

nome não posso revelar a

pedido dela mesma me

explicou. O ingrediente que

leva os judeus a verem com

maus olhos essa crescente

judaização é o medo de

uma nova onda de

antissemitismo que acenda

de novo as fogueiras da

perseguição como no

passado.

Por isso a maioria gostaria que tudo permanecesse como está.

Judeus sendo judeus praticantes ou não e cristãos sendo gentios, se

possível sem sábado, sem festas e sem comida kasher. Isso pelo

menos até o Maschiach chegar. Mas Adonay não quer mais isso para

seu povo. Chegou a hora da teshuváh.

Outro ingrediente que leva os

judeus a verem com maus olhos a

crescente judaização é o medo de

que ela desperte a fúria das

lideranças cristãs, tanto católicas

como protestantes a reagirem com

uma nova onda de antissemitismo

que acenda de novo as fogueiras da

inquisição. Isso é tudo que não

desejamos e nem eles.

Fotografía del grabado de Goya que representa a Diego Mateo López Zapata, preso en una celda del Tribunal de la Inquisición

de Cuenca.. Alberto González Nieto. Francisco de Goya y Lucientes.Wikimedia Commons – Wikipedia.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Mateo_Zapata.jpg

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29 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Yas os quer conhecendo

suas origens, sabendo de suas

raízes e restaurando sua vida

judaica. Ele se alegra em ver

centenas de sinagogas judaico-

messiânicas não só com judeus

praticantes celebrando as festas

e enxergando nelas a pessoa

bendita do Messias, mas ainda

mais, quando filhos de judeus

cortados da oliveira a três, cinco

ou dez gerações se erguem

para abraçar a Torah no

Maschiach.

Claro que no meio disso

tudo há um misto de ciúmes e

medos naturais de nossos

irmãos judeus. O ciúme ao ver

os marranos até então perdidos

se apoderando do que era

deles, só deles, como

pensavam. Cristãos de

carteirinha, que até ontem

guardavam domingo,

celebravam natal, abençoavam

cabeças de poço assada

estendidas sob suas mesas e

oravam para um deus plural

agora guardam shabat,

celebram festas bíblicas,

aprendem a comer kashrut e

rezam o shemáh. Claro que isso

inquieta. Adonay está fazendo

um milagre, levou seu povo

para longe da Torah e agora os

está trazendo para perto.

Os descendentes de

judeus retornando à

Torah no Brasil são

apenas a ponta do

iceberg da reatauração.

Também na África, na Índia e

no Mianmar (Birmânia)

numerosos Filhos de Efraim

levantam para servir a Adonay

de acordo com a Torah.

Imagem: Beni-Israel Family at Bombay. End of the XIXth century, or begining of the XXth century, Jewish Encyclopedia. Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Beni-israel-india-2.jpg

Imagem: Rabi Howshua Amariel presenteia o rabino Ben Oi Daniel, rabino chefe da comunidade judaica ibo com uma placa. Fonte WIkimedia Commons –

Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Rabbis_Howshua_Amariel_and_Hi_Ben_Daniel.jpg

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30 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A estas massas se juntam não poucos fiéis e sinceros gentios

autênticos que não tem herança alguma em Avraham nem através

de Judá e nem através de Efraim, e, no entanto salvos pela mesma

graça, estarão prontos a acompanhar tanto a Efraim como Judá em

sua volta para casa. Sim, o Eterno ver armando as tendas da Casa de

Judá por todos os lados. Para que na hora do toque da trombeta

possa se cumprir a gloriosa profecia de que os gentios devem se

alegrar com o povo de Adonay. No entanto, depois de termos

falado dos bnei anusim ou descendentes de judeus da inquisição,

gostaria de trazer à lembrança uma gloriosa profecia:

“E Yah salvará primeiramente as tendas de Yehudáh, para

que a glória da casa de David e a glória dos habitantes de

Yerushalaim não seja exaltada sobre Yehudáh.” Zecharyah 12:7.

Essa profecia em parte tem estado a se cumprir. Milhões de

judeus tem sido redimidos pela graça e tem confiado em Yeshua

durante sua vida e também na hora de sua partida. No entanto, a

profecia não fala apenas da salvação da condenação do pecado, da

ira no lago de fogo eterno que por certo alcança a todos os que

confiam no sangue do Cordeiro de Elohim que tira o pecado do

mundo.

A profecia também alude a outra coisa, à restauração de todas

as coisas. Ao momento em que os judeus sefarditas tomarão

consciência de suas origens e darão adeus à igreja que os forçou a

abraçar uma fé que não era a deles e muito menos a do Messias em

que diz crer. Isso não é menos verdade em relação aos negros,

indianos, japoneses e centenas de outros grupos étnicos que como

dizia jocosamente um irmão negro a quem lhe apresentei as origens

israelitas de muitos dos crentes africanos ante sua esposa admirada

que pergunta então o que nós somos marido responde; “filhos de

jacaré com cobra d`água.” Todo esse povo está descobrindo um

novo Maschiach. Está descobrindo que Yeshua era judeu e não

católico, que ia à sinagoga e não à catedral, que lia parashá e não

Escola Dominical que orava para o lado de Yerushalaim e não para o

lado de Roma.

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31 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Além disso, quando Yeshua voltar, não será para Roma,

Lourdes, Aparecida, ou Fátima, não será para o Brás e para o

imponente “Templo de Jerusalem” que o Bispo Macedo e a IURD

estão construindo em São Paulo, mas para Israel, para o Monte

Tzion, para a cidade santa e para Yerushalaim. É para lá, para o Har

HaZeitim רה םיתיזה o Monte das Oliveiras que Yeshua voltará

trazendo com ele todos os santos de Adonay como está escrito:

“E naquele dia estarão os seus pés sobre o monte das

Oliveiras, que está defronte de Yerushalaim para o oriente; e o

monte das Oliveiras será fendido pelo meio, para o oriente e para o

ocidente, e haverá um vale muito grande; e metade do monte se

apartará para o norte, e a outra metade dele para o sul... Então virá

Yah meu Elohim, e todos os santos contigo.”

Zecharyah/Zc 14:4-5

YYeesshhuuaa vvoollttaarráá ppaarraa oo HHaarr HHaaZZeeiittiimm ההרר ההזזייתתייםם oo MMoonnttee ddaass

OOlliivveeiirraass ccoomm ttooddooss ooss ssaannttooss ddee AAddoonnaayy..

““EE nnaaqquueellee ddiiaa eessttaarrããoo ooss sseeuuss ppééss ssoobbrree oo mmoonnttee ddaass

OOlliivveeiirraass,, qquuee eessttáá ddeeffrroonnttee ddee YYeerruusshhaallaaiimm ppaarraa oo oorriieennttee;; ee

oo mmoonnttee ddaass OOlliivveeiirraass sseerráá ffeennddiiddoo ppeelloo mmeeiioo...... EEnnttããoo vviirráá

YYaahh mmeeuu EElloohhiimm,, ee ttooddooss ooss ssaannttooss ccoomm eellee..”” ZZeecchhaarryyaahh//ZZcc

1144::44--55

MMoouunntt ooff OOlliivveess,, OOrriiggiinnaall uuppllooaaddeerr wwaass ההררממתת aatt hhee..wwiikkiippeeddiiaa WWiikkiimmeeddiiaa CCoommmmoonnss,,

hhttttpp::////pptt..wwiikkiippeeddiiaa..oorrgg//wwiikkii//FFiicchheeiirroo::MMoouunntt__ooff__oolliivveess..jjppgg

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32 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Sim, os crentes estão agora, nesse tempo, descobrindo o que

sempre esteve ali nas Escrituras, mas que lhes foi roubado pelo

romanismo usurpador: Yeshua nasceu para se assentar no trono de

David como está escrito:

“E eis que em teu ventre conceberás e darás à luz um filho, e

por-lhe-ás o nome de Yeshua.Este será grande, e será chamado

Bem Elion (Filho do Altíssimo); e o Yah Elohim lhe dará o trono de

David, seu pai;E reinará eternamente na casa de Yakov, e o seu

reino não terá fim.” Lucas 1:31-33

E isso os sefarditas transformados em cristãos católicos de

depois em protestantes começam a se aperceber. E olha que os

sefarditas são apenas a face mais visível da ascendência israelita

dado as marcas profundas que as populações judaicas deixaram na

Espanha e Portugal. Numerosos outros povos revelam traços de um

passado israelita. Alguns deles preservaram a cultura judaica e o

amor à Torah outros nem tanto. Na Índia há os Bene Israel, judeus

que resultaram da miscigenação israelitas chegados a 2.000 anos ao

país com indianos de Maratha. Além disso, seis milhões cristãos

indianos de Kerala reivindicam ser judeus e eles não são os únicos,

há ainda os pashtum, os kashmir e os Mizo.

Estes casos serão analisados em As Tribos Perdidas de Israel

na Índia. Mas recordemos ainda que na África diversos povos

reivindicam origem israelita como os Ibo da Nigéria, uma enorme

comunidade em parte islâmica e em parte cristã onde é possível

encontrar-se pessoas que praticam o judaísmo depois de 2700 anos

de exílio. Reivindicação semelhante tem feito os Lembra da África do

Sul e Zimbábue que tiveram a honra de provar sua origem israelita

recentemente através de amostras de DNA. Outros povos da África

na Etiópia, em Uganda e noutras regiões. Isso é melhor avaliado em

nosso artigo As Tribos Perdidas de Israel da África Subsaariana

ao Brasil.

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33 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Arvore Milenária, a Oliveira é um Símbolo de

Israel e seu Azeite da Benção de Adonay

Para entender como os

povos são beneficiados por

Israel analisemos primeiro a

oliveira de boa qualidade, que é

explorada comercialmente pela

produção de seus frutos e pela

excelência de seu óleo, a árvore

símbolo de Israel, chamada de

Olea europaea europaea. Seu

tronco de crescimento lento e

retorcido pode crescer por

séculos e atingir 20 metros de

altura conforme a variedade

cultivada e se constitui em

madeira de excelente qualidade

para o artesanato e a escultura.

Uma das árvores mais

apreciadas pelos povos estima-

se que 9,922 milhões de

hectares estão cobertas por 800

milhões de oliveiras que

produzem 18,241 milhões de

toneladas de azeitonas por ano.

Parte desses frutos vão parar à

mesa e o restante vai para a

produção de seu elemento mais

apreciado, o azeite de oliveira,

cuja produção é de 3,269

milhões de toneladas ano.

Para entender como o

mundo é beneficiado pelo

povo eleito, analisemos a

oliveira que é explorada

comercialmente pela

produção de seus frutos e

excelência de seu óleo, a

árvore símbolo de Israel,

a Olea Europaea.

Imagem: Olive tree Karystos2.jpg, Wikimedia Commons – Domino Público http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olive_tree_Karystos2.jpg?uselang=pt

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A árvore da Oliveira

pode atingir mil anos, mas há

lugares que reivindicam ter

árvores ou bosques de olivais

com idades muito maiores. A

cidade de Bshaale, Líbano, se

gaba de possuir oliveiras com

seis mil anos, nesse caso

desde o início dos tempos.12

Essa reivindicação ainda não

foi comprovada, mas há casos

provados de árvores

centenárias e milenares. Na

Província de Lecce, em Puglia,

no sul da Itália há arvores

anotadas pelo bispo Ludovico

de Pennis (1451-1484)

durante sua primeira visita

pastoral ocorrida em 1452.

Estas árvores que já estavam

ali naquela época sobrevivem

passados outros 560 anos.

Em Algarve, Portugal a idade de uma oliveira datada por

radiocarbono atingiu 2.000 anos. A arvore tem mais de 10 metros de

altura, 11 metros de perímetro na base do tronco é 7,74 metros à

altura do peito.13 Foi comprovado que há numerosas oliveiras em

Israel com idade variada entre os 1.600 e os 2.000 anos. Duas dessas

árvores gigantes estão em Arrabá na Galiléia e cinco em Deir Hanna

cuja idade está determinada em mais de 3.000 anos de idade e que

seriam quase tão antigas como o próprio povo hebreu, e estão ali

desde a fundação do Reino de David.

12 AL-BAB, IMPRESSIONS OF A MIDDLE EAST - PAST AND PRESENT, Página visitada a 15 de fevereiro de 2012. http://albabblog.blogspot.com/2011/08/ancient-olive-trees-of-bechealeh.html 13 Tem dois mil anos, é uma oliveira e vive no Algarve, Teresa Firmino, jornal O Público, 13 de maio de 2010. Página visitada a 15 de fevereiro de 2012. http://www.publico.pt/Ci%C3%AAncias/tem-dois-mil-anos-e-uma-oliveira-e-vive-no-algarve-1436985

AAss oolliivveeiirraass ddoo ggaatt sshheemmaanniimm,,

((JJaarrddiimm ddaa PPrreesseennççaa ddoo AAzzeeiittee)),,

mmaaiiss ccoonnhheecciiddoo ppoorr

GGeettsseemmaannee,, eessttããoo aallii aa mmaaiiss ddee

22..000000 aannooss,, tteesstteemmuunnhhaarraamm aass

oorraaççõõeess ddee YYeesshhuuaa aanntteess ddee sseeuu

ssaaccrriiffíícciioo ee ttooddooss ooss ccoonnfflliittooss

ddaa cciiddaaddee ssaannttaa ppoorr mmaaiiss ddee

22..000000 aannooss..

Imagem: Gethsemane, Jerusalem, autor: User:Mattes

Wikimedia Commons – Domínio Público.

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35 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Estas árvores testemunharam as vitórias e as derrotas, os

festejos e o luto da terra santa ao longo de toda a sua rica e

conturbadíssima história.14 Por outro lado as oliveiras gat shemanim,

(Jardim da Presença do Azeite), mais conhecido por Getsemane,

estão ali a mais de 2.000 anos, testemunharam as orações de Yeshua

antes de seu sacrifício por seu povo Israel e pelos gentios chamados

segundo o propósito de Adonay e todos os conflitos da cidade

santa por mais de 2.000 anos. Esta característica de viver milhares de

anos, e ainda assim produzir frutos testifica do potencial do povo

que a oliveira simboliza, o povo de Israel, que apesar de envelhecido

ainda produz frutos e está sendo preparado para uma abundante

colheita. As folhas da oliveira são verde acinzentado escuro, medem

20x80 mm, as flores branco-esverdeadas são ligeiramente

aromáticas e os frutos carnudos são verdes quando novos, tornam-

se verde acastanhados, depois acastanhados arroxeados e

finalmente negro-violáceos e medem 10-35x6-20 mm.

14 M. Kislew, Y. Tabak & O. Simhoni, Identifying the Names of Fruits in Ancient Rabbinic Literature, Leshonenu (Hebrew), vol. 69, p. 279

As folhas da oliveira são verde acinzentado escuro, medem

20x80 mm, as flores branco-esverdeadas são ligeiramente

aromáticas e os frutos carnudos são verdes quando novos,

tornam-se verde acastanhados, depois acastanhados

arroxeados e finalmente negro-violáceos e medem 10-35x6-20

mm.

Olive flower, Günter König, Fonte Wikimedia Commons – Olives on tree,autor, Zyance, Wikimedia Commons 3.0 Wikipedia. Dominio Pùblico. http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olive_z03.jpg?uselang=pt http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Olivenbl%C3%BCte1.jpg?uselang=pt

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O fruto da oliveira (Olea Europaea) chamado

de azeitona em português e aceituna em espanhol

indica o quanto devemos à presença judaica na

Península Ibérica já que zait é a palavra hebraica

para oliveira (Gn 8:11) de onde se extraia o

precioso shemen zait ou azeite de oliva

apreciado em todo o mundo. 15

A azeitona, o fruto da oliveira empresta a

essa árvore tal valor e grandeza que no apólogo de

Yotan palavras são postas na boca das árvores que

a solicitam como rei sobre elas e da oliveira que se

nega a reinar alegando que a gordura de seu fruto

apreciada pelos homens é muito mais importante

que reinar sobre suas companheiras: 16

“Foram uma vez há`etsiym (as árvores)

le`meshochá (para a ungir) eleichem melech (para si um

rei); vayomer La`zeit (e disseram para a oliveira):

malká keri aleinu (Reina tu sobre nós). Mas a oliveira lhes

respondeu: Deixaria eu a minha gordura, que Elohim e os homens

em mim prezam, para ir balouçar sobre as árvores?” Shofetim/Jz

9:8-9.

Assim nos ensina a Torah que é mais importante abençoar os

homens que governar sobre eles, que é mais salutar ajudá-los que

exercer autoridade. Numerosos estudos têm demonstrado as

virtudes medicinais e profiláticas do azeite que compõe 20% da

massa carnuda da azeitona.

15 Cerca de 17 milhões de toneladas de azeitonas são produzidas no valor de 7,3 bilhões de dólares. Os dez maiores produtores são 1) Espanha, 4,996 milhões de toneladas ou 25,74% da produção mundial, 2) Itália, 4,534 milhões ou 23,50%, 3) Grécia, 2,13 milhões ou 11,4%, 4) Turquia 1,6 milhões ou 8,29%, Síria 950 mil ou 4,92% 6) Tunísia, 650 mil ou 3,37%, 7) Marrocos, 470 mil ou 2,44% 8) Egito, 315 mil ou 1,63%, 9) Portugal, 270 mil ou 1,4% e 10) e Líbia, 180 mil ou 0,93%. O Brasil importa 600 milhões de reais anuais. São necessários entre 5 e 6 kg de azeitonas para produzir um litro de azeite. A produção mundial de azeite foi de 2,907 milhões de toneladas em 2009 e movimentou cerca de 13,081 bilhões de dólares. Mais uma vez os produtores estão concentrados na região mediterrânea. A Espanha produziu 1,199 milhões de toneladas (41,2%). A Itália produziu 587,7 mil toneladas (20,2%). A Grécia produziu 332,6 mil toneladas (11,4%). A Síria produziu 168,16 mil toneladas (5,8%). A Tunísia produziu 150 mil toneladas (5,2%). O Brasil, que não é produtor importa 32.000 toneladas anualmente a um preço médio de 7,18 dólares o litro o que resulta num gasto de 250 milhões de dólares. 16 Imagem: Azeite de Oliva Italiano. Autor Alex Ex Wikimedia Commons 2,5 http://en.wikipedia.org/wiki/File:Italian_olive_oil_2007.jpg

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37 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Além disso, sabemos

que era o puro azeite da

oliveira batida que

iluminava o santuário a

partir da Menoráh posta no

lugar santo e que a unção

dos sacerdotes, dos reis e

dos profetas era feita

mediante a aspersão de

azeite sobre o ungido. Por

tudo isso a oliveira era uma

árvore fascinante para

todos os povos do Oriente

Médio. Passados 3.200 anos

a azeitona continua sendo

plantada em vários países e

apreciada em muitos outros

que não podem produzi-la

e o seu derivado o azeite

seguem exercendo enorme

fascínio na gastronomia e

na medicina caseira de

vários povos, inclusive do

Brasil que não o produz.

Uma característica grandiosa da azeitona, o fruto da oliveira, é

que quando ela é esmagada e destruída pelas pedras do lagar ela

revela finalmente o seu maior dom, o azeite. O papel de Israel como

a boa oliveira, assim chamada por seus deliciosos frutos está

delineado em Yirmiahú bem como os castigos que recebeu e que

resultaram na quebra violenta de seus galhos. Uma descrição

trágica da realidade nacional israelita.

E esse era o projeto do Eterno para Israel, que os homens o

apreciassem como desejavam o azeite que temperava suas saladas,

amaciava seu pão, sarava suas doenças, iluminava suas noites e

embelezava sua pele.

UUmmaa ccaarraacctteerrííssttiiccaa ggrraannddiioossaa ddoo

ffrruuttoo ddaa oolliivveeiirraa,, éé qquuee ssoommeennttee

qquuaannddoo eellaa éé eessmmaaggaaddaa ppeellaass

ppeeddrraass ddoo llaaggaarr éé qquuee rreevveellaa oo

aazzeeiittee,, oo sseeuu mmaaiioorr ddoomm..

Imagem: Olive oil production in Klazomenai, an ancient city of Ionia( now, near Urla, Izmir, Turkey) Auotor: http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Klazomenai.jpg Wikimedia

Commons – Domínio Público.

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38 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Mas infelizmente Israel apreciou os valores dos gentios,

absorveu sua religião e forma de culto depreciou-se como boa

oliveira. Seus galhos degeneraram na produção de frutos

inadequados para a grandeza de seu chamamento dentro do

próprio Israel ele mais parecia um zambujeiro do que uma oliveira

cultivada. Nessa condição ele estava sendo preparado para uma

poda radical por meio da qual seus ramos seriam inseridos no

zambujeiro ao qual se parecia cada vez mais.

Lembre que Noutra metáfora a degeneração dos frutos de

Israel é comparado a degeneração dos frutos de uma vinha, que

apesar de ter sido cuidada com todo o esmero pelo viticultor decai

em qualidade e como resultado é abandonada desprotegida para

sofrer os resultados de sua inutilidade como fonte de alimento e

produção do óleo que ilumina, que unge e que abençoa o mundo.

Esse é o caso da metáfora da vinha que é mencionada em

Yeshayahú 5, mas que espelha a mesma situação da oliveira citada

em Yirmiahú 11. Onde a vinha é a Casa de Israel e os homens de

Yehudáh.

“Ora, seja-me permitido cantar para o meu bem amado uma

canção de amor a respeito da sua vinha. O meu amado possuía

uma vinha num outeiro fertilíssimo. E, revolvendo-a com enxada e

limpando-a das pedras, plantou-a de excelentes vides, e edificou no

meio dela uma torre, e também construiu nela um lagar; e esperava

que desse uvas, mas deu uvas bravas. Agora, pois, ó moradores de

Yeurushalaim, e homens de Yehudáh, julgai, vos peço, entre mim e

a minha vinha. Que mais se podia fazer à minha vinha, que eu lhe

não tenha feito? e por que, esperando eu que desse uvas, veio a

produzir uvas bravas? Agora, pois, vos farei saber o que eu hei de

fazer à minha vinha: tirarei a sua sebe, e será devorada; derrubarei a

sua parede, e será pisada; e a tornarei em deserto; não será podada

nem cavada, mas crescerão nela sarças e espinheiro; e às nuvens

darei ordem que não derramem chuva sobre ela. Pois a vinha do

Senhor dos exércitos é a casa de Israel, e os homens de Judá são a

planta das suas delícias; e esperou que exercessem juízo, mas eis

aqui derramamento de sangue; justiça, e eis aqui clamor.”

Yeshayahú 5:1-7.

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39 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A nação plantada no mundo para abençoá-lo como a oliveira

abençoava os homens deixou de cumprir o propósito para o qual

fora cultivada pelo Lavrador Celeste mediante o seu chamado

patriarcal, a outorga da Torah e a palavra dos profetas. Assim, o

mesmo Rei do Universo que a plantou determinou sobre ela o juízo

e a destruição parcial que resultaria no arrancar de seus galhos pelo

grande mal que havia feito. Desta forma o juízo contra Israel viria a

ser benção para os gentios como se notará ainda mais claramente a

seguir.

“ zait raanan (oliveira florescente) yefe peri (peciosa

por seu desejável fruto) toar kará YHWH sehemchá

(denominou-te YHWH); mas agora, à voz dum grande tumulto, acendeu

fogo nela, e se quebraram os seus ramos. Porque YHWH, que te plantou,

pronunciou contra ti uma calamidade, por causa do grande mal que a

casa de Israel e a casa de Judá fizeram, pois me provocaram à ira,

queimando incenso a Baal.” Yirmiahú/Jr 11:16.

Israel participara da idolatria como os pagãos a quem o Eterno

arrancara de suas terras. Agora ele também teria de sofrer o mesmo

destino. Entretanto, isso não seria o fim do desígnio, mas apenas

parte dele, como veremos a seguir. O que aconteceria com esses

galhos (homens e mulheres) que seriam quebrados, arrancados de

sua terra, levados às nações pagãs?

Bem, quando você vai a seu pomar e começa arrancar galhos

de suas árvores com uma foice e amontoá-los ao sol quem olha se

apercebe que o objetivo é queimá-los ou pelo menos deixá-los

apodrecer sob os efeitos da intempérie. Agora se você escolhe

cuidadosamente o galho, se o limpa, se estuda a forma de cortá-lo

pode ter outra função em mente, o reaproveitamento do galho

extirpado, para que reavivado ele possa produzir frutos novamente.

Dessa forma Shaul se refere aos galhos arrancados da boa

oliveira, de Israel e de Yehudáh e viriam a ser usados para enxertar o

zambujeiro e assim enriquecer as nações. Aqui a metáfora da união

entre a oliveira boa e a oliveira brava adquire seu pleno e cabal

significado.

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40 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Entre o Zambujeiro e a Oliveira

Ora, a Olea

europaea tem uma

parente muito próxima,

que olhada à distância

muito se assemelha e

ela tanto que pode ser

enxertada nela ou

receber um enxerto a

partir dela. Trata-se da

oliveira silvestre cujo

nome científico é Olea

europaea sylvestris

vulgarmente conhecida

como zambujeiro. Seu

tronco menos lenhoso

proporciona uma árvore

normalmente menor,

mas muito resistente

capaz de crescer em

escarpas e em terrenos

semiáridos e pedregosos. 17

Para entender como os povos são beneficiados por Israel é preciso

entender a forma como as oliveira de cultivo a Olea Europeia é enxertada

na oliveira brava, a Olea europaea sylvestris ou sua congênere da Ilha da

Madeira a Olea europaea ssp. Maderensis também conhecida como

zambujeiro.

17 Original book source: Prof. Dr. Otto Wilhelm Thomé Flora von Deutschland, Österreich und der Schweiz 1885, Gera, Germany. Olea Europaea Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Illustration_Olea_europaea0.jpg Oliveira Brava. Franz Eugen Köhler, Köhler's Medizinal-Pflanzen, List of Koehler Images, 1897 Domínio Público. Fonte Wikimedia Commons – Wikipedia. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Koeh-229.jpg

Pela semelhança a oliveira pode ser

enxertada no zambujeiro para se

beneficiar de sua resistência às

intempéries.

Oliveira Zambujeiro

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41 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

As semelhanças entre a oliveira cultivável e a oliveira brava

são, portanto notáveis, inclusive quanto à longevidade, já que a vida

do zambujeiro rivaliza com a da oliveira. No Alentejo, em Portugal

existem zambujeiros seculares, que retorcidos pela idade teimam em

sobreviver e em seu desafio à natureza estão a dizer: “Somos tão

fortes como a oliveira, só não tão preciosos como ela à vista dos

homens.” No entanto estas semelhanças não igualam as duas

variedades. As folhas do zambujeiro são mais curtas e rígidas e seus

frutos de uma cor negro-avermelhada medem de 8 a 12 mm de

comprimento em vez dos 20 ou 30 mm do fruto da oliveira. Apesar

de serem mais numerosos e saborosos, não despertam o interesse

senão nos pássaros, principalmente os tordos, por possuírem pouca

poupa. No entanto, há uma convicção: o zambujeiro deu origem à

oliveira como indica Mara Lisa Vieira Alves da Universidade de Lisboa.

“Assume-se que as oliveiras cultivadas tiveram origem nas

oliveiras selvagens (também chamadas de zambujeiros), tendo-se

disseminado por todo o Mediterrâneo por acção do homem. É

também assumido que possíveis cruzamentos entre as oliveiras

cultivadas e as oliveiras selvagens possam ter levado à criação de

novas cultivares em diferentes partes do Mediterrâneo (Besnard et

al. 2001a). Existem evidências que parecem demonstrar que a

domesticação da oliveira se deu em ambas as extremidades do

Mediterrâneo. No médio oriente a domesticação parece ter

começado no início da Idade do Bronze, enquanto que no

Mediterrâneo Ocidental essa domesticação parece ter-se iniciado

apenas no final da Idade do Bronze. No século VI antes de Cristo o

cultivo da oliveira espalhou-se por todo o Mediterrâneo, chegando

à Tunísia e Sicília, e mais tarde ao norte de Itália. No século XV, com

a chegada dos europeus à América, as oliveiras chegaram ao “novo

mundo”. No entanto, só recentemente é que o seu cultivo ganhou

alguma importância económica, para além da área do

mediterrâneo, nomeadamente, na Austrália, América do Sul

(Argentina e Chile) e África do Sul (Doveri e Baldoni 2007).”

(Caracterização e Estrutura Genéticas da Cultivar de Oliveira

„Cobrançosa‟ e sua Relação com o Zambujeiro)18

18 Universidade de Lisboa. Faculdade de Ciências, Departamento de Biologia Vegetal, Mara Lisa Vieira Alves, Mestrado em Biologia Celular e Biotecnologia 2007, http://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/1358/1/19956_ulfc080528_tm.pdf

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42 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Esse é um dado muito importante. A oliveira, Olea Europaea

deriva do Zambujeiro, Olea sylvestris. Quis Adonay que a oliveira,

uma espécie apreciada que hoje abençoa o mundo com seus

deliciosos frutos e com seu apreciado azeite resultasse das

constantes mudanças que o homem introduziu em seus

antepassados e hoje desprezados zambujeiros. Isso se constitui

numa nova metáfora para nosso estudo sobre a origem do povo

hebreu. Shaul não escolheu a oliveira e o zambujeiro como temas de

seu tratado por mero acaso. As duas árvores dizem tudo tanto sobre

a origem de Israel como sobre a forma como ele beneficiou as

nações.

Até seu chamado Avraham Avinu era apenas um goy, um

zambujeiro bravo. O que o melhorou foi a aliança de Adonay com

ele. Por meio dessa aliança lhe foi comunicada luz aos recantos

entenebrecidos de sua alma ampliando a força de sua

espiritualidade até então adormecida. Nisso constituiu a mudança

de Avraham. A partir daí Adonay lhe ordenou que ele fosse

separado dentre os gentios para constituir um povo ao seu nome.

Para entender como os povos são beneficiados por Israel é

preciso entender como o zambujeiro evoluiu até ser oliveira e

por que a oliveira é enxertada no zambujeiro.

Zambujeiros Retorcidos. Galeria II, Autor Rui Assis. Oliveiras da Calábria, Autor: Manfred Morgner Publicada com permissão do autor. (ka-em-zwei-ein), Wikimedia Commons 2,5 http://www.rassis.com/galeria_2.html http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Kalabrien_Oliven_2263.jpg?uselang=pt

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43 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Assim, da mesma forma como toda a oliveira deriva de seu

ancestral zambujeiro, também todo o israelita deriva de seu

ancestral gentio, ainda que de origem semítica. Isso deveria fazer

com que o judeu jamais se sentisse intrinsecamente superior aos

gentios. Como o zambujeiro chegou a ser oliveira pela manipulação

dos olivicultores também o gentio Avraham chegou a ser o pai do

povo hebreu graças a intervenção extraordinária do Todo-Poderoso.

E por isso mesmo que Shaul depois de indagar se os judeus eram

melhores que os gentios disse: “De maneira nenhuma, pois já dantes

demonstramos que, tanto judeus como gregos, todos estão debaixo

do pecado; como está escrito: Não há um justo, nem um sequer.

Romanos 3:9-10

O que a Torah mostra é que assim como na natureza um

zambujeiro pode ser melhorado até se tornar uma preciosa oliveira,

também um gentio, mesmo um pagão, pode ascender

espiritualmente e se tornar primeiro um Chassidey Umot HaOlam

(um gentio justo entre as nações), logo um toshav, (residente) que

seria equivalente a um gentio estudando com simpatia os princípios

do judaísmo expressos na Bíblia, depois um bnei nekar, (filho do

estrangeiro) amando a Israel e pondo suas leis no coração e mais

tarde um guer (prosélito) do judaísmo, um praticante de quase toda

a Torah, e finalmente um israelita que abraça a aliança, cumpre a

Torah como um judeu e usufrui te todos os privilégios de um

israelita. Nesse caso, um processo inverso de enxertio, muito pouco

usual, por sinal, em que o zambujeiro é enxertado em Israel para se

nutrir de sua seiva.

No, entanto, seríamos tolos se ignorássemos que Adonay

concedeu a essa nova estirpe do zambujeiro arrancado da casa de

Terah, a quem converteu em Olival, status e promessas que não

foram dados a nenhum outro povo na face da terra. Uma aliança

perpétua foi feita com Avraham pela qual Adonay se comprometeu

que todos os profetas dali em diante derivariam dele, inclusive o

maior de todos, aquele que haveria de remir a todo o povo. Daí o

livro de Matytyahu começar com as palavras: “Genealogia de Yeshua

há Maschiach, filho de David, filho de Avraham.” Matytyahu/Mt 1:1.

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Contudo, sem o melhoramento genético que fez de alguns

zambujeiros as 800 milhões de oliveiras que hoje são cultivadas em

todo o mundo, uma para cada nove pessoas, a árvore silvestre

continuaria produzindo preciosos, mas minúsculos frutos. Da mesma

forma, sem que Adonay tivesse tocado Israel ele teria sido igual a

todos os gentios, e por suposto quando se separou da energia vital

da palavra foi nisso que Israel se converteu. Aliás, essa é outra

característica da natureza das oliveiras e zambujeiros que precisa ser

explorada. Por exemplo, no caso da reprodução, a oliveira silvestre

se reproduz por polinização enquanto a da oliveira domesticada por

propagação vegetativa, ainda que possa reproduzir por polinização.

“A oliveira-brava reproduz-se por polinização cruzada (auto-

incompatibilidade) e por semente sendo os seus frutos são

geralmente mais pequenos do que as da oliveira. Já a oliveira

domesticada reproduz-se apenas por propagação vegetativa

podendo reverter ao estado selvagem se for propagada por

semente (Zohary and Hopf, 2000).” (Arqueociências, Oliveira (Olea

europaea L.)19

Esta é uma característica surpreendente, se deixada à sua

própria conta, para se reproduzir por polinização cruzada,

instrumento através do qual o pólen de uma flor é levado a outra da

mesma árvores por agentes naturais como o vento, os insetos, os

pássaros ou mesmo o homem, a oliveira pode retornar ao seu

estado selvagem, e os avanços alcançados em séculos de

melhoramento genético não alcançarem a árvore descendente.

Noutras palavras, a oliveira se converterá de novo em

zambujeiro tal como seus antepassados das gerações anteriores.

Uma vez mais a metáfora das duas oliveiras revela-se de uma

grandeza sem par, uma grandeza que por certo Adonay esperava

que seu povo viesse a explorar mais tarde para entender o método

como ele o tem guiado ao longo dos séculos. Sob seus cuidados

Israel produziu as melhores árvores e os melhores frutos.

19 Fonte: Bolog Arqueociências: Oliveira (Olea europaea L.), artigo publicado por Hugo Oliveira, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE

MARÇO DE 2011, 21:47 . Pàgina visitada em 20 de Fevereiro de 2012. http://arqueociencias.blogspot.com/2011/03/oliveira-olea-europaea-l.html

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45 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Contudo, quando parte de seu Olival foi privado dos intensos

cuidados do Olivicultor Celestial (endurecido como afirma Shaul) ele

retornou ao estado anterior ao chamado e reverteu-se a zambujeiro.

Dito de outra maneira, Israel tornou-se gentio. Outro fator

interessante é que os estudiosos da botânica concluíram que a

oliveira foi domesticada justamente em Israel, e que foi a partir do

Oriente Médio, possivelmente por fenícios que ela se espalhou pela

região do Mediterrâneo onde seus maiores cultivares. O artigo

citado anteriormente é revelador.

“Os primeiros vestígios arqueobotânicos de oliveira

remontam a sítios Calcolíticos em Israel e no Jordão (curiosamente

fora do limite actual de presença de oliveira-brava), mas só na

Idade do Bronze esta especie aparece em Creta e na Grécia (Zohary

and Hopf, 2000). O cultivo de oliveira e a produção de azeite terão

sido introduzidos na Península Ibérica apenas no 1º milénio BCE,

provavelmente pelos Fenícios (Sallares, 2007). Os primeiros

vestígios de azeitona e produção de azeite na Península Ibérica

surgem em níveis Fenícios de Cerro de Villar, Málaga, e Castillo de

Doña Blanca, perto de Cadiz (Buxó, 2008).” (Arqueociências, Oliveira

(Olea europaea L.)20

Foi ali, no solo sagrado de Israel, que o zambujeiro foi

“domado” por primeira vez e convertido em oliveira, e foi a partir

dali que a oliveira ganhou o mundo, apaixonou os povos e o serviu

com suas azeitonas e com seu azeite. Isso é simplesmente fantástico.

A oliveira é uma planta israelense, nada mais apropriado como

símbolo nacional de Israel. Isso explica por que Adonay a empregou

como metáfora para representar seu povo, tanto mais que como o

homem, a oliveira tem 23 pares de cromossomos 2x=46 como

revelou a análise da maioria das amostras de árvores cultivadas.21

20 Fonte: Blog Arqueociências: Oliveira (Olea europaea L.), artigo publicado por Hugo Oliveira, SEGUNDA-FEIRA, 21 DE

MARÇO DE 2011, 21:47 . Pàgina visitada em 20 de Fevereiro de 2012. http://arqueociencias.blogspot.com/2011/03/oliveira-olea-europaea-l.html

21 Fonte: Polyploidy in the Olive Complex (Olea europaea): Evidence from Flow Cytometry and Nuclear Microsatellite Analyses Poliploidia no Complexo Olive (Olea europaea):Evidências de Citometria de Fluxo e Análise de microssatélites nucleares. Annals of Botany 101: 25–30, 2008, G . B ES NAR D , C . GARCIA - VERDU G O, R . RUBIO DE CASAS, U. A. TREIE, N. GALLA and P. VARGAS. Department of Ecology and Evolution, Biophore, University of Lausanne, 1015 Lausanne, Switzerland, Royal Botanic Garden of Madrid, CSIC, Plaza de Murillo 2, 28014 Madrid, Spain, 3 Departamento de Biologı´a Vegetal 1, UCM, Jose´ Antonio Novais 2, 28040 Madrid, Spain and 4 University of Fribourg, Chemin du Muse´e 10, 1700 Fribourg, Switzerland. Pagina visitada em 21 de fevereiro de 2012. http://aob.oxfordjournals.org/content/101/1/25.full.pdf

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Bom, agora já sabemos que o zambujeiro tem um caule menos

lenhoso, que não obstante ele é mais rústico e resistente, que suas

folhas e frutos são menores, que ele se reproduz por polinização

enquanto a oliveira se reproduz por propagação vegetativa

resultante do enraizamento de suas estacas. Que ele deu origem à

oliveira, que essa foi desenvolvida em Israel. Que como o homem a

planta oliveira divide seus milhares de genes em 23 pares de

cromossomas, como se através dessa conformação quisesse dizer:

“Projetei essa árvore para representar todos os homens,

especialmente a meu povo”. Que a oliveira é uma melhora do

zambujeiro, e que se ela vir a se reproduzir por polinização reverterá

à condição de seu antepassado comum, o zambujeiro.

Bem, são estas diferenças que Shaul tinha em mente quando

falou do gentio como sendo o zambujeiro enxertado na boa oliveira

para se alimentar de sua raiz e de sua seiva. Voltando a questão do

enxerto, porém, recorde-se que a Boa Oliveira na qual Israel se

transformou pelo poder da graça soberana sempre esteve aberta ao

enxerto de ramos provindos do zambujeiro gentio. Este sim é um

enxerto contrário à natureza das coisas, já que o agricultor, quando

enxerta faz da oliveira a árvore doadora e do tronco cepado e

destituído de galhos do zambujeiro a árvore receptora para que

assim ele possa melhorar a qualidade de seus frutos.

No entanto, considerando-se as limitações da metáfora, sabe-

se que Adonay muitas vezes, especialmente na formação de Israel

enxertou os gentios em seu povo eleito. Este enxerto se deu

principalmente através das mulheres que emprestaram seu DNA

mitocondrial à formação da nação, somando-o e o diversificando.

Israelitas cuja influência é indiscutível formação de Israel casaram

com mulheres estrangeiras

As duas mulheres de Moshe eram estrangeiras, uma a semita

Tseforah descendente de Madian, filho de Avraham e a outra uma

Kushita, uma negra da Etiópia, descendente de Chan, cujo nome não

nos é revelado. Yehudáh, o patriarca de todos os judeus se casou

primeiro com a cananita Suah e depois com Tamar.

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Salmon, descendente de Yehudáh, se casou com Rachav

(Raabe), uma mulher de Yerichó, a cidade maldita dos cananeus da

região. Do casamento de Salmon com Rachav nasceu-lhes Boaz que

também se cassou com Ruth, uma jovem moabita viúva de outro

judeu. Desse casamento misto nasceu Oved, pai de Yshay e avô de

David. Apenas seguindo a linhagem real do Maschiach nos

apercebemos que até David três mulheres gentias são enxertadas na

oliveira. Davi se casou com várias esposas, a mais famosa foi

Batsheva, viúva de Uriah, um gentio convertido ao judaísmo que

David matou pela espada dos filisteus. Bem, ela era israelita, foi mãe

de Shlomo, que teve centenas de esposas, mas nenhuma tão

importante como Naamah, uma amonita com quem gerou a

Rechavam outro ancestral a figura na genealogia de Yeshua.

Deixando a linhagem real vamos a Yosef cujo casamento

muito nos interessa o pai de Efraim e Menashe de quem descendem

a maior parte dos filhos das tribos perdidas de Israel se casou com

Asenath, uma egípcia, e, portanto, também ela descendente de

Cham, ainda que alguns rabinos afirmem ser ela em parte

descendente de Israel.22 Como já vimos no caso de Uriah, o Hiti,

homens gentios, convertidos à fé de Israel podiam da mesma forma

se casar com mulheres israelitas trazendo o DNA das nações para

Israel. Tudo isso confirma o fato de que a figura do enxerto era

originalmente mais aplicável aos gentios (zambujeiro) na oliveira do

que da oliveira (Israel) nos gentios. Nesse caso, estamos falando de

relações familiares. Nos dias de Shaul a metáfora do enxerto se

referia primeiro à fé. Isso não devia ser uma novidade de todo, pois

como se vê no caso de Dináh, seus irmãos Shimeon e Levy exigiram

a conversão do jovem que a havia estuprado antes de consentir no

casamento. Assim, os gentios contribuíram na formação de Israel.

22 O Rabi Eliezer Bem Hircano (80-118), discípulo do grande Rabi Yochanan ben Zakai, a quem se atribui a obra יברד רזעילא

capítulos de Rabi Eliezar, uma midrash do livro de Bereishit (Gênesis) afirma que Asenat era sobrinha de Yosef, filha do יקרפestupro de sua irmã Diná, a filha de Leah que enviuvou por ação de seus irmãos que mataram seu esposo Shelem, que num ato de reparação havia se circuncidado com Sheken, seu povo, que pertencia a conjunto de tribos Cananeas. Bem a personagem de Dinah é repleta de lendas nas midrashim. Nachmanides (1194-1270) afirma que ela se casou com seu irmão Shimeon para esconder a vergonha de ser desonrada, mas que jamais tiveram relações sexuais. A Torah parece apontar o fato de que Shimeon adotou o filho de sua irmã, talvez numa medida de reparação por ter-lhe matado o pai, tanto que na divisão das terras ele teria herdado a partir de Shimeon. Outra tradição diz que Diná se casou com o profeta Yob. Mas se confirmado o fato, ainda assim, Yosef ter-se-ia casado com uma mulher descendente de um cananeu com uma israelita. No entanto, não há evidências plausíveis de que Asenat, filha de um sacerdote egípcio e pagão fosse sobrinha de Yosef.

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Bem, inicialmente era isso o

que deveria acontecer. Os gentios

se aproximariam de Israel, seriam

iluminados por ele, se uniriam a

ele, e seriam enxertados nele. De

fato, a Torah proibia relações

familiares com gentios não

convertidos anteriormente. Bom,

isso a Torah revelava na forma de

mandamentos. Na forma de

profecia porém, havia uma outra

realidade oculta. Quando Yakov,

abençoou seus netos, filhos de um

israelita com uma egípcia,

profetizou que essa mesma prática,

a da mistura de sua semente com

povos não semitas e com gentios

em geral se perpetuaria a tal ponto

que pondo as mãos sobre o neto

mais novo disse: “Efraim será a

plenitude dos gentios.”

Bereishit/Hn 48:18.

Isso veio a ocorrer por que

Israel denominado “ zait

raanan (oliveira florescente)

yefe peri (peciosa por seu desejável

fruto), caiu em apostasia. Em

consequência disso Adonay, à voz

dum grande tumulto, acendeu fogo

nela,” e por causa disso “se

quebraram os seus ramos.” Yah

que plantou a Oliveira de Israel determinou sobre ela a calamidade

por que ela lhe havia provocado à ira. (Yirmiahú/Jr 11:16-17.

Estamos agora sim, diante de um dos maiores mistérios para a igreja

cristã que imagina que os galhos foram simplesmente arrancados

para depois de extirpados secar ao sol do abandono.

Há, pois uma dinâmica

dupla no enxerto. Aquela

oliveira contra a qual a ira

de Elohim se levanta

arrancando seus galhos é

enxertada no zambujeiro

para que este possa a

partir daí produzir galhos

de uma nova extirpe,

galhos nos quais circula o

DNA bendito representado

na metáfora pela seiva da

oliveira. Mas quando essa

oliveira está de pé, são os

gentios que são nela

enxertados.

Empelt d'olivera (Olea europaea) Enxerto de Oliveira. Autor: Chixoy Wikimedia Commons – Wikipedia. http://es.wikipedia.org/wiki/Archivo:Empelt_d%2

7olivera.JPG

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Para o cumprimento das promessas feitas não foi assim que

aconteceu. O que Adonay vai fazer a partir do momento em que

arranca galhos de Israel por ocasião da invasão assíria que leva a

Casa de Efraim ao exílio no ano 720 AEC e galhos de Judá por

ocasião da invasão babilônia e destruição de Yerushalaim no ano

587 AEC é simplesmente maravilhoso. Estes filhos de Israel e Judá,

mas principalmente de Israel que perdem sua identidade e sua fé

entre as nações para onde foram levados, foram como galhos

arrancados da oliveira para serem implantados no zambujeiro. Há,

pois uma dinâmica dupla no enxerto. Aquela oliveira contra a qual a

ira de Elohim se levanta arrancando seus galhos é enxertada no

zambujeiro para que este possa a partir daí produzir galhos de uma

nova extirpe, galhos nos quais circula o DNA bendito representado

na metáfora pela seiva da oliveira. Mas quando essa oliveira está de

pé, são os gentios que são nela enxertados.

Logo, um processo de duplo enxertio vai se ampliar a partir

desse momento. Por esse processo, as varas arrancadas de Israel são

transplantadas para as nações e enxertadas no zambujeiro. Por

outro lado, pelo convívio com os judeus não poucos gentios se

convertem ao judaísmo e são enxertados em Israel. Isso aconteceu

em larga escala na Pérsia no período do rei Achaverosh e da rainha

Ester ou Hadassa, quando além do triunfo dos judeus “entre os

vários povos do reino muitos se tornaram judeus, pois agora

estavam com medo deles.” Ester 8:17.

Isso só foi possível por que a Casa de Judá não havia perdido

suas raízes e havia aprendido através do jejum e da oração que o

Elohim capaz de castigá-los e deixá-los sem saída ante os inimigos

quando pecam é também capaz e poderoso para quebrar os

ferrolhos e abrir as portas diante deles e mostrar que está do seu

lado quando são fiéis. Mas o corte dos ramos de Israel foi muito,

além disso. Do outro lado, no cativeiro da Assíria que caiu ante o

avanço de babilônios e persas cem anos depois de destruir

Shomeron, capital do reino de Israel e de levar seu povo ao cativeiro

depois de grande matança, os filhos de Israel partiram para todas as

terras a fim de tentar reconstruir sua unidade nacional, mas fracassaram.

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50 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Terminaram sendo absorvidos pelos povos, unidos a eles,

configurados a eles como as varas arrancadas de uma oliveira que

são transplantadas para um tronco de zambujeiro que lhes serve de

cavalo. Assim, o mundo gentio foi representado pelo zambujeiro ou

oliveira brava, aquela que até então não tinha sido melhorada, que

não era receptáculo das promessas, que estava sem esperança e

sem Elohim no mundo pode produzir em sua copa uma nova estirpe

de ramos, ramos que não lhe eram naturais, ramos da oliveira que se

alimentavam de sua seiva para poder crescer e se multiplicar.

Aqui é importante lembrar que não se trata do corte da

oliveira que é Israel, nem da perda de todos os seus galhos. Num

enxerto a árvore doadora fornece galhos enquanto a receptora é

destituída deles, pelo menos na área do enxerto. Dessa forma a

oliveira de Israel, partida então em duas casas, duas entidades

separadas se transformou pelo enxertio, em galhos a crescer sobre

uma oliveira silvestre.

Esse é o processo através do qual Adonay retira da queda de

parte do “Velho Israel,” aquilo que lhes foi o supremo mal, o erguer

de um “Novo Israel” extraindo então o sumo bem. O processo

ocorre da mesma forma como a partir do ataque da peçonha mortal

da serpente, um organismo consegue desenvolver os anticorpos que

lhe neutralizam o mal.

Assim, pelo mal da apostasia e queda de Israel Adonay

prepara o erguimento das nações que são pelo enxerto

configuradas a Israel e passam a fazer parte dele. Os gentios são,

pois tão devedores a Israel quando ele fielmente cumpre seu dever,

portando-se como o sal da terra, como a luz do mundo, como o

azeite que unge o mundo, mas também quando ele cai e fica

prostrado. Aliás, até agora, o mundo foi muito mais beneficiado pela

queda, pela apostasia, pelo arrancar dos ramos da oliveira do que

pela sua recuperação cujo cumprimento ainda é futuro. Na metáfora

de Shaul Israel é como uma oliveira desbastada de seus galhos,

desprovida de grande parte de seus ramos para que através dele um

bosque inteiro de zambujeiros pudessem transformar sua copa.

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51 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

E assim, se esta árvore beneficia o bosque quando é

enfraquecida e podada, quando seus galhos são extirpados, quanto

mais quando estes depois de crescerem nos zambujeiros são

reimplantados em sua verdadeira árvore.

“Porque, se o fato de terem sido eles rejeitados trouxe

reconciliação ao mundo, que será o seu restabelecimento,

senão vida dentre os mortos?” Romanos 11:15.

Desta forma foi a boa oliveira desbastada de muitos de seus

galhos para que estes crescessem no zambujeiro, produzissem então

outros ramos, multidões deles para finalmente na hora do

reimplante vê-los retornar gloriosamente à sua árvore materna. Por

essa razão, gentio nenhum jamais deveria se jactar contra Israel.

Todo o plano salvífico ronda em seu torno.

“E se alguns dos ramos foram quebrados, e tu, sendo zambujeiro,

foste enxertado no lugar deles e feito participante da raiz e da seiva da

oliveira, não te glories contra os ramos; e, se contra eles te gloriares, não

és tu que sustentas a raiz, mas a raiz a ti. Dirás então: Os ramos foram

quebrados, para que eu fosse enxertado. Está bem; pela sua

incredulidade foram quebrados, e tu pela tua fé estás firme. Não te

ensoberbeças, mas teme; porque, se Elohim não poupou os ramos

naturais, não te poupará a ti.” Romanos 11:17-21.

Todavia, é bom lembrar que quando essa oliveira está de pé,

ou seja, onde quer que judeus ou israelitas (as duas casas de Israel)

mantenham sua fidelidade à Torah e aos pactos e confiam

plenamente na graça para serem salvos são os gentios que são nela

enxertados, já que a árvore, a oliveira jamais foi arrancada. Seu

tronco retorcido pelos séculos continua vivo e forte, pronto para

receber tanto os que vêm (gentios) como os que retornam (E isso

todos devem ter cuidadosamente em conta para que um gentio

quando alcança a plenitude da fé não se encha de orgulho e

soberba. Isso foi tornado claro por Shaul. Não era incomum em seu

tempo, como não é hoje gentios se orgulharem contra os judeus e

mais ainda contra os efraimitas em geral, lançando-lhes em rosto a

sua pregressa apostasia e decadência.

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Esquecem os crentes, tanto os gentios como os que se julgam

como tais que foi justamente através dessa queda que lhes veio a

redenção. Por isso Shaul lembra aos autênticos gentios que não

portam a semente de Avraham através de Ytzchak, que não devem

jamais se gloriar contra os ramos naturais. Devem recordar que se

eles, ramos naturais, foram cortados para que gentios fossem

enxertados, ramos enxertados podem ser quebrados com facilidade

ainda maior se não temerem. Além disso, devem lembrar que o

reenxerto é não apenas possível, mas tem estado a acontecer desde

os dias dos apóstolos razão pela qual Yakov (Tiago) escreveu sua

epístola às 12 tribos dispersas.

Mas convém registrar que o galho de uma oliveira enxertado

em zambujeiro, se alimentando da seiva do zambujeiro, vivendo do

solo do zambujeiro, ainda que se assemelhe à oliveira ainda é um

zambujeiro. Isso explica por que os israelitas ao chegarem aos

gentios em vez de produzirem neles o efeito que os judeus

produziram nos dias de Ester, convertendo-os à fé judaica

produziram o efeito contrário converteram-se eles em gentios. O

enxerto é uma metáfora que aplica os princípios de botânica para

falar do que ocorre com Israel. Ele na verdade se misturará com os

povos, absorverá seus valores, se esquecerá completamente da

Torah e se multiplicará entre os povos que lhe servirão de

“hospedeiro”, se converterá a eles, beberá da seiva de sua

religiosidade, de sua negativa espiritualidade e idolatria. Assim ele se

distanciará de Adonay como se não fosse Israel, como se não

pertencesse à raça eleita como se não tivesse sido posto como a luz

do mundo.

“ Efraym ba`amim hu yitebolal. (Efraim

está misturado com os povos; Efraim é um bolo que não foi virado.

Akolu zarim Kochu vehu ló yadá

(Estrangeiros lhe devoram a força, e ele não o sabe); também as cãs

se espalham sobre ele, e não o sabe. E a soberba de Israel testifica

contra ele; todavia, não voltam para YHWH seu Elohim, nem o

buscam em tudo isso. Pois Efraim é como uma pomba, insensata,

sem entendimento; invocam o Egito, vão para a Assíria.””

Hoshea/Os 7:8-12.

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Ele está posto entre as nações como um bolo que não foi

virado. Ele pode até pretender adorar ao Criador, mas não o faz da

forma correta, mas de acordo com os costumes dos povos que lhe

arrancam a sua força sem que ele o saiba. Até ser tocado pela graça

Efraim é como um portador da Síndrome de Alzheimer que

envelhece piorando, mas sem se dar por conta de sua senilidade se

sente como um jovem. Bem essa é a situação dele até ao momento

do despertar. Note que por três vezes o Eterno fala por meio de

Hoshea que ele não tem entendimento. Exatamente como já vimos

antes. Sobre ele veio um espírito de entorpecimento, olhos para não

ver, ouvidos para não ouvir. Nessa situação deveria ele permanecer

entre os povos.

“Israel foi devorado; agora está entre as nações como um

vaso em que ninguém tem prazer.” Hoshea 8:7.

Se em sua terra, a terra da retidão a Casa de Israel, liderada

desde Shomeron (Samaria) pela tribo de Efraim, não foi fiel a

Adonay, mas caiu em apostasia e se tornou merecedora do castigo

que nunca mais a permitiu voltar quando mais fora de Israel e

destituída de sua soberania. Longe da terra da santidade e da Torah,

vivendo entre os povos que não conhecem a justiça de Elohim as

chances de fidelidade de Israel só diminuíram. Se separado das

nações, plantado em sua terra, tendo por pais pessoas que temeram

ao Eterno, e por ensinadores os profetas da verdade e da justiça,

Israel se desviou, junto aos gentios ele não daria melhores frutos.

Desde logo, o objetivo de Adonay, como está sendo tratado

aqui não foi que Efraim imediatamente brilhasse em fidelidade entre

os gentios para onde foi levado. Isso o tornaria visível, notável e

odioso aos olhos das nações que os massacrariam vezes sem conta

assim como ocorreu com seu irmão Yehudáh. Num paradigma

complexo para ser entendido facilmente Adonay permitiu que

Efraim mascarasse sua identidade a fim de poder sobreviver e

crescer entre os gentios para assim fazê-los coerdeiros das

promessas dadas a Avraham. Assim Adonay se ocultou na ira e

queda de seu povo, para revelar sua graça no dia da sua exaltação.

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Outra sorte coube à

Casa de Yehudá. Ela não

podia cair por muito

tempo, não podia se

ocultar e nem perder sua

identidade por que

Yeshua tinha que nascer

numa Casa de Yehudáh

identificável, perseverante

e carregada de sacerdotes

fiéis oficiando no Templo,

sábios interpretes das

Escrituras e de profetas e

profetizas capazes de

testificar que ele era o

Maschiach.

Por agora, porém,

basta que recordemos

que o enxerto das ramas

da oliveira que é Israel na

copa dos zambujeiros que

são os povos gentios tem

um objetivo claro, criar

duas oliveiras que estejam

entre as nações para

elevá-las, para melhorá-

las e para fazer com que o

mundo se volte para

Adonay não como um

povo Israel, mas como

muitos israelitas de todas

nações, tribos e línguas.

Entre estes povos está o Brasil. O fruto da oliveira (Olea

Europeia) chamado de azeitona em português e aceituna em

espanhol, indica o quanto devemos à presença judaica na Península

Ibérica já que zait é a palavra hebraica para oliveira (Gn 8:11) de

onde se extraia o precioso shemen zait ou azeite de oliva.

A Oliveira Símbolo da

Herança Judaica de Portugal

e do Brasil

O fruto da oliveira (Olea

Europeia) chamado de azeitona

em português e aceituna em

espanhol, indica o quanto

devemos à presença judaica na

Península Ibérica já que zait é

a palavra hebraica para oliveira

(Gn 8:11) de onde se extraia o

precioso shemen zait ou

azeite de oliva.

Imagem: Olive fruit in pelitköy, Turkey. Autor Ollios. Fonte: Wikimedia Commons – Wikipedia.

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Zeytin_hasat.JPG

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55 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Bem se existe um lugar onde estes ramos, estão sendo

preparados para o reenxerto esse lugar é o Brasil. Ainda que nesse

caso, talvez mais de Judá do que mesmo de Israel. Aqui, vivem

milhões de descendentes de judeus que perderam suas origens,

ignoram suas raízes e desconhecem a fé de seus pais. Isso está

patente não apenas quando folheamos uma lista telefônica e

descobrimos que os Oliveira são o terceiro sobrenome mais

numeroso do Brasil configurado 1,363 milhão de vezes nas listas

eletrônicas representando uma população de 8,925 milhões de

pessoas.

Hoje se sabe que Oliveira é um nome judaico sefardita,

indicador do tempo em que boa parte dos portugueses seguia a

religião judaica. Isso está patente também quando chamamos o óleo

da oliveira de azeite, uma palavra incorporada a nossa língua pelos

judeus, no tempo em que chegaram a Península Ibérica a 2700 anos.

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A Árvore da Vida Do Éden ao Santuário

Quando o homem caiu dois querubins foram colocados ao

oriente do gan éden e para le`shemor et

derech etz há`chayiym (para guardar o caminho da árvore da vida),

impedindo assim que ele ou sua mulher comessem de seu fruto e

se tornassem perpétuos pecadores. (Bereishit 3:24). Uma inversão de

atitude se fez necessária. Antes da queda o caminho de acesso para

todas as árvores, inclusive para a que era chamada de

etz há`daat tov v`rá (árvore do conhecimento do bem e do mal),

estava aberto. Nada impedia que o homem participasse de qualquer

dos frutos do éden, a não ser a submissão a ordem para não comer

do fruto proibido.

Diferentemente do Éden onde dois querubins

impediam o caminho da árvore da vida, no santuário,

dois querubins de madeira de oliveira apontavam o

caminho para ela.

Adão e Eva Expulsos do Éden. Gustav Dore. Réplica del Arca de la Alianza, realizada por la empresa Hasbro Domínio Público - Wikimedia Commons. Wikimedia Commons 3.0 – Wikipedia – Autor: Lancastermerrin88

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Agora, porém, o homem transgressor já não podia mais comer

do fruto que poderia ter lhe trazido vida eterna. Dois querubins

postados à entrada do Éden impediam que o homem chegasse até à

fonte da vida. Uma vez transgredida a Torah em seu princípio básico

a vida eterna já não pode ser obtida por meios físicos. Ela precisa ser

alcançada de forma espiritual. A alma tinha de ser vivificada antes do

corpo. Quando Israel saiu do Egito porém, o Eterno, a fonte da vida

decidiu habitar pela sua presença entre os filhos de Israel e ordenou:

ve`asú li mikedah (e me farão um santuário)

vê`shakanetiy betocham (e eu habitarei no meio deles). Shemot/Ex

25:8.

No interior desse santuário, num local chamado de kadesh há

kadeshim, (santo dos santos) estaria a arca da aliança, testemunha

do pacto feito entre o Eterno e seu povo Israel e sobre essa mesma

arca um propiciatório de ouro batido de 1,31 metros por 78

centímetros. Postados sobre esse propiciatório deveriam estar dois

querubins também de ouro, com seus rostos voltados um para o

outro, porém inclinados em direção ao propiciatório.

“Igualmente farás um propiciatório, de ouro puro; o seu

comprimento será de dois côvados e meio, e a sua largura de um

côvado e meio. vê`asitá shenaim keruvim zahar

(Farás também dois querubins de ouro); de ouro batido os farás, nas

duas extremidades do propiciatório. Farás um querubim numa

extremidade e o outro querubim na outra extremidade; de uma só

peça com o propiciatório fareis os querubins nas duas extremidades

dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima do propiciatório,

cobrindo-o com as asas, tendo as faces voltadas um para o outro; as

faces dos querubins estarão voltadas para o propiciatório.” Shemot/Ex

25:17-20.

Dali, de cima do propiciatório, e entre os dois querubins

postados sobre eles Yah Tsebaot, o Eterno dos Exércitos faria ouvir a

sua voz e falaria a Israel por meio de Moshe Rabeinu, o mediador do

Velho Pacto, e que, no entanto prevalece até que o novo seja

instituído, já não por meio de Moshe, mas por meio de Yeshua o

Moshia, o Salvador de Israel.

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“E ali virei a ti, e de cima do propiciatório, do meio dos dois

querubins que estão sobre a arca do testemunho, falarei contigo a

respeito de tudo o que eu te ordenar no tocante aos filhos de

Israel.” Shemot/Ex 1:22.

Estes dois querubins estariam no Mikdesh (santuário), mas sua

missão agora seria outra, eles não estariam ali para barrar o caminho

em direção à vida, mas pelo contrário para apontar o caminho para

a vida que o homem alcança pela fé em Elohim e por meio da

propiciação do sangue do Maschiach. Este sangue é claramente

representado no sacrifício das inocentes vítimas que entregavam sua

vida para que Israel não morresse em seus pecados.

A pequena arca23 foi mais

tarde levada pelos sacerdotes

com toda a honra e seguia em

alegre procissão desde a

cidade da David para o Beit há

Mikdesh, o Santo Templo

construído por Shlomo há

Melech para honrar a

YHWH Elohim Yisrael ase et

ha`shamayim v`et ha`aretz (o

Eterno Elohim de Israel que fez

o céus e a terra). 2Cr 2:12, 5:2-

7.24

O lugar que abrigou a arca não era, porém um quase imenso

vazio onde um pequeno objeto de 1,3 metros cúbicos desaparecia

num salão 860 vezes maior onde nada mais se via.

23 A arca construída nos dias de Moshe tinha 1,31 metros de comprimento, 1,31 metros de altura e 0,78 m de largura, foi o único objeto que Shlomo conduziu do pequeno santuário em que repousava desde os dias de Moshe Rabeinu e que tinha 4,57 m de largura, 4,57 m de altura e 13,72 m de comprimento para o Templo que tinha 36,68 m de comprimento, 10,48 m de largura e 10,48 m de altura. Esta arca repousou no santo dos santos. 24 Imagem: Israel Entra na Terra Prometida. Autor: The Providence Lithograph Company, 1896-1913. Wikimedia Commons – Wikipedia http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Israel_Enters_the_Promised_Land.jpg?uselang=pt

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O santo dos santos edificado por Shlomo era não apenas

muito maior e mais glorioso que o Mishkan erigido no deserto,

apesar da beleza do primeiro tabernáculo, ele encerrava lições ainda

mais grandiosas, entre elas a enigmática presença da madeira da

oliveira numa obra artísitica impressionante.

Para que o O kodesh ha`kedoshim (santo dos

santos) 25 não fosse um imenso vazio, por cima da arca, olhando em

direção ao santo lugar Shlomo fez entalhar em madeira de oliveira

dois enormes querubins. Cada querubim possuía duas asas medindo

de 2,61 cada uma, que abertas davam um comprimento alar de 5,24

metros e eram abertas tocando uma delas a parede e a outra a asa

de seu companheiro.

“No oráculo fez dois querubins de atsei shemen

(madeira de oliveira), cada um com dez côvados de altura. Uma asa

de um querubim era de cinco côvados, e a outra de cinco côvados;

dez côvados havia desde a extremidade de uma das suas asas até a

extremidade da outra. Assim era também o outro querubim; ambos

os querubins eram da mesma medida e do mesmo talho. Um

querubim tinha dez côvados de altura, e assim também o outro. E

pôs os querubins na parte mais interior da casa. As asas dos

querubins se estendiam de maneira que a asa de um tocava numa

parede, e a do outro na outra parede, e as suas asas no meio da

casa tocavam uma na outra. Também cobriu de ouro os querubins.”

Melachim Alef 6:23-28.

Adonay ordenou que dois querubins feitos de madeira de

oliveira estivessem no santuário justamente para representar a Casa

de Israel algo que hoje a Igreja Cristã não consegue perceber nem

mesmo quando lê Romanos 11, que é lido numa premissa romana e

não raro anti-semita em que a metáfora da oliveira é interpretada de

acordo com a agenda romana da Teologia da Substituição na qual a

oliveira deixa de ser Israel e passa ser a Igreja Cristã.

25

O kodesh ha`kedoshim (santo dos santos) era um salão perfeitamente quadrado com 20 côvados

de comprimento (10,48 metros), 20 de largura e 20 de altura com uma área total de 109,83m² e 1.151m³. (2 Cr 3:8 1Rs 6:20). Cada 1 dos 549,15m² de área da parede e do teto foi revestido com uma lâmina de ouro de 2 mm (37,148 kg), e no total foram empregados 600 talentos ou 20,4 toneladas.

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Da mesma forma a raiz deixa de ser os patriarcas e profetas e

passa a ser Yeshua. O tronco que é Yeshua passa a ser o sistema

eclesiástico. A seiva deixa de ser a Torah e o culto dos profetas, de

Yeshua e dos enviados e passa a ser a “fé” no sentido de mera

crença e confiança. Isso lhes permite supor que a Igreja substituiu a

Israel, que o chamado irrevogável aos patriarcas e à sua semente

está anulado, que a comunhão com o Criador exige um sistema

organizacional e religioso em vez de comunhão com Yeshua, que a

lei foi substituída pela graça e que a fé se alimenta apenas de

promessas e não também de fidelidade. O resultado disso é uma

igreja que ignora sua raiz nos patriarcas, o papel irrevogável de

Israel na história e na eternidade, a salvação somente pelos méritos

do Maschiach, o valor da obediência que santifica a alma e a

perpetuidade da Torah. Mas o mais funesto de tudo é entender que

o Santo de Israel para poder salvar os gentios decidiu quebrar os

ramos judeus.

Ora, antes de mais nada Shaul nem ao menos insinua que a

oliveira que é Israel tenha sido cortada. Ele nem mesmo diz que os

ramos foram quebrados para que os gentios fossem enxertados,

mas que se alguns ramos foram quebrados por sua incredulidade

para que o zambujeiro fosse enxertado, o gentio, que é a oliveira

brava deveria estar agradecido, e deveria temer para que não

sofresse igual sorte. Mas por outro lado ele deixa claro que a Casa

de Israel não foi definitivamente cortada, mas cortada

temporariamente para que por meio desse corte o mundo pudesse

ser redimido. Ele lembra que “se a sua rejeição (de Israel) é a

reconciliação do mundo, qual será a sua admissão, senão a vida

dentre os mortos?” Romanos 11:15. Quando ele põe na boca do

não judeu as palavras: “dirás pois alguns ramos foram quebrados

para que eu fosse enxertado,” deseja mostrar claramente, ao

contrário do que a interpretação romanista faz supor que não foi a

copa da oliveira que foi cortada com todos os seus ramos, mas

apenas alguns dos ramos, e que não é Israel que é enxertado numa

igreja gentílica, mas pelo contrário, os gentios são enxertados em

Israel para participarem igualmente de seus mais elevados deveres e

privilégios.

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Pois foi para afastar o ufanismo de uma igreja substituta de

Israel que Shaul então lembra que se alguns galhos de seu povo,

sendo ramos naturais, descendentes dos patriarcas herdeiros das

promessas foram cortados por sua incredulidade, quanto mais serão

cortados os gentios.

Só que nesse caso há uma desvantagem. O gentio não

pertence a oliveira, seus galhos não tem onde reenxertar. Mas

mesmo nesse momento ele lembra que se o enxerto do zambujeiro

na oliveira é possível, apesar de ser contra a natureza da árvore

receptora, quanto mais possível é o reenxerto dos ramos israelitas

cortados da boa árvore.

Afastada a incredulidade dos israelitas dispersos arrancados de

suas raízes o poderoso Elohim os faz retornar a sua árvore mãe com

muito mais facilidade que faz um gentio retornar.

“Considera, pois a bondade e a severidade de Elohim:

para com os que caíram, severidade; para contigo, a bondade

de Elohim, se permaneceres nessa bondade; do contrário

também tu serás cortado. E ainda eles, se não permanecerem

na incredulidade, serão enxertados; porque poderoso é Elohim

para os enxertar novamente.” Romanos 11:18-23.

Lamentavelmente, em seu retorno, muitos dos crentes

perderam de vista esses fatos. E isso deu lugar as políticas

antissemitas e antijudaicas. A doutrina católica sufocou o Yeshua

Yehudy (judeu) para em seu lugar fazer brilhar o Jesus gentio, um

ser sem respeito pela Torah, sem reverência para com os profetas e

sem apreço pela cidade santa. Isso tudo contribuiu para que a

esmagadora maioria dos judeus se recusasse sequer a considerar a

hipótese do Messias se Jesus em cujo nome eram eles perseguidos,

explorados, ultrajados, torturados e mortos. 26 26 O fato de que cristãos perseguissem a judeus em nome de Jesus, e os forçassem a abraçar uma fé imposta sob a ameaça da espada ou fogueira, longe de aproximar os judeus de Yeshua contribuiu para que essa pessoa chamada de Jesus em nome da qual era torturados e mortos fosse vista como um impostor, e não como um Messias verdadeiro e defensor dos judeus. Como poderia ser o Messias se seus seguidores não eram judeus e se em seu nome a terra santa era oprimida nas cruzadas em vez de libertada?

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Claro que não se pode transformar os judeus nas eternas

ovelhas sendo levadas mudas ao matadouro. Houve momentos

cruciais, em que os judeus, ainda nãoi resignados com sua sorte se

lançaram contra os gentios que os acolheram com fúria selvagem. 27

Esses ataques fizeram com que a comunidade primeiro gentílica e

completamente pagã e mais tarde cristã perpetuasse as histórias

desses ataques e o conceito do judeu como inimigo. Naturalmente,

fosse a política de Roma respeitosa para com o povo que lhe deu

Yeshua e para com a palavra do próprio Yeshua, essas más

lembranças teriam sido sufocadas. 28

No entanto, essa separação entre judeus e cristãos também foi

parte da providência, para que o mundo conhecesse a graça através

de Efraim e Lei através de Judáh. Fundidos os dois povos ou teria

prevalecido a proclamação da Torah ou da graça como ocorreu de

fato com cada um deles. Assim, preservou-se Yeshua e Moshe. Este

é o grande mistério da redenção de Israel e dos gentios. Por meio

de seu endurecimento, Israel fora banido em grande parte da boa

terra, antes mesmo da vinda de Maschiach, e depois excluído dos

favores de ter a presença física do Templo. Assim, se transformaram

num grande templo espiritual entre os gentios para que no tempo

da restauração de todas as coisas pudessem ser a sua referência.

27

As causas do distanciamento, da perseguição e mesmo do ódio ancestral de certos setores do império romano contra os judeus não são apenas de natureza política ou de causa espiritual como ingenuamente afirma o judaísmo messiânico e como nos quer fazer crer a comunidade judaica tradicional. Como veremos em nosso livro da mesma série titulado O Judaísmo houve momentos em que os judeus esqueceram-se da hospitalidade dos povos que os acolheram por séculos e se levantaram em cruel fúria contra eles. Nos primeiros dois séculos duas revoltas judaicas lideradas por fanáticos judeus no Egito e na Grécia resultaram no massacre de pelo menos 250 mil gentios. Estas revoltas, conquanto fossem de uma minoria, lamentavelmente lançaram a semente da desconfiança em relação a todos os judeus. Quando essas cessaram, sufocadas a ferro e fogo pelo exército romano, e finalmente todos os judeus se conformaram com seu cruel destino e se submeteram ao domínio gentílico as raízes de amargura medravam já por toda a parte. Dali para frente, numa atitude injustificada toda a comunidade judaica passou a ser considerada como um povo cruel e desumano. A crença em Yeshua deveria ter levado à cura dessas dolorosas feridas por parte dos não judeus, mas infelizmente foi usada por antissemitas oportunistas para lançar ódio contra os irmãos de Yeshua acusando-os injustamente de deicídio. Isso foi lamentável e injustificável desde o ponto de vista moral. 28

Crentes em Yeshua não poderiam jamais se comportar como fanáticos. Se alguém ensinou a não usar

de violência esse foi Yeshua. Um perseguidor, por mais que se abrigue debaixo do nome de “cristão” se é que esse nome é correto, já que cristo fazia referência inicialmente aos sacerdotes pagãos, na verdade nunca creu em Yeshua e jamais foi tocado por seu amor e por seu espírito.

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63 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Esse endurecimento de parte de Israel e de parte de Judá nem

foi total e nem permanente. Isso é não atingiu as duas casas na sua

completude e nem foi irremissível de sorte que ainda hoje se espera

a recuperação total tanto do Israel judaico como do Israel efraimita

espalhado entre as nações. Isso deveria ser claro para todos os

gentios, quando a plenitude dos gentios chegue, toda a nação

israelita será salva.

“Porque não quero, irmãos, que ignoreis este mistério (para

que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em

parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado; e

assim todo o Israel será salvo, como está escrito: Virá de Sião o

Libertador, e desviará de Jacó as impiedades.” Romanos 9:25:26.

Sim, o Eterno endureceu a Israel, para que pelo seu

endurecimento a ira viesse sobre eles na forma de um longo exílio

que os levasse em grande parte a esquecer sua terra, seus pactos e

seus mandamentos o que aconteceu sobretudo com Efraim, para

que dessa maneira os gentios pudessem ser abençoados. Recorde

que Shaul fala da entrada da plenitude dos gentios, do Melo há

Goim profetizado por Yakov para os descendentes de Efraim. A

plenitude dos gentios não é outra coisa senão a multiplicação da

semente de Israel entre os gentios graças justamente aos ramos

quebrados do Israel natural transportados para o meio dos gentios

principalmente através do cativeiro assírio como demonstramos em

detalhes no nosso artigo Multiplique-se Como Peixes no Meio da

Terra da série Em Busca das Tribos Perdidas de Israel. Esses

ramos arrancados ou quebrados do israelismo ou judaísmo foram

enxertados nos gentios. Dessa forma, através do casamento tanto

das mulheres como dos homens de Israel surgiu uma nova estirpe

de israelitas de todas as cores, de todas as raças e de todas as etnias

da terra. Estes filhos e filhas híbridos dos sem promessa com os

filhos da promessa feita aos patriarcas e matriarcas naturalmente

inseridos no escopo da raça eleita serão supernaturalmente

restaurados à sua origem. É isso que explica a grande busca pelas

raízes israelitas entre tatos povos como estamos tratando na série

supra citada: Em Busca das Tribos Perdidas de Israel.

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64 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Olhar da Igreja Sobre Israel – Visão Desfocada

Lamentavelmente a

visão que a maior parte da

Igreja lança hoje sobre Israel

através da Bíblia se

caracteriza pela ingenuidade

de uma criança que tem um

potente binóculo em suas

mãos, mas não sabe regular

suas lentes para obter uma

visão perfeita de seu

objetivo. O resultado disso é

que em vez de uma imagem

perfeita sobre os propósitos

gloriosos de Adonay em

relação a seu povo eleito se

tem uma imagem desfocada

da realidade e que privilegia

todos os males que se fala

contra a nação eleita em

detrimento de todos os bens

que são proferidos em seu

favor. Quando se encontra

uma profecia que fala de um

desastre, da ira de Adonay

prestes a se desatar sobre

Israel o texto é aplicado ao

Israel natural, da carne, aos

descendentes biológicos de

Avraham, Ytzchak e Yakov,

jamais à igreja cristã.

A visão que a maior parte da

Igreja lança hoje sobre Israel

através da Bíblia se

caracteriza pela ingenuidade

de uma criança que tem um

potente binóculo em suas

mãos, mas não sabe regular

suas lentes para obter uma

visão perfeita de seu

objetivo.

Menina com binóculos por Julie Gentry,

Public Domain Pictures.net

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65 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Por outro lado, quando a profecia aponta a restauração de

Israel, o retorno de Yerushalaim ao favor de Adonay e dos filhos de

Israel à sua terra, a linha comum de interpretação é: “Já que Adonay

está irado com o Israel da carne essa profecia tem de se aplicar ao

Israel espiritual composto por judeus e gentios, mas muito mais por

gentios do que por judeus.” Isso pode ser visto tomando-se

praticamente qualquer livro, capítulo ou verso da Bíblia, quase

invariavelmente as ameaças são para o Velho Israel, o Israel da

Carne e as promessas são para o Novo Israel, o Israel do Espírito.

Tome-se, por exemplo, o livro do profeta Hoshea (Oséias) capítulo 2.

A quem se aplicaria essa declaração: Contendei com vossa

mãe, contendei, porque ela não é minha mulher, e eu não sou seu

marido,” (Hoshea/Os 2:1) senão ao Israel da carne? Contudo

prossigamos a nossa leitura e vamos nos deparar com outra

afirmação diametralmente oposta. Aquela Israel com a qual Adonay

manda seus filhos contenderem alegando que ela não é mais a sua

esposa, aquela que fora exortada a desviar “as suas prostituições da

sua vista e os seus adultérios de entre os seus seios,” (Hoshea/Os

2:2) é a mesma a quem o Eterno declara que a levará ao deserto,

falará ao coração, a fará cantar como nos dias de sua mocidade, e

como resultado arrancará dela a declaração: “Tus és meu marido”

como bem se lê aqui.

“Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e

lhe falarei ao coração. E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de

Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua

mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito. E naquele

dia, diz Yah, tu me chamarás: Meu marido; e não mais me

chamarás: Meu senhor.” Hoshea/Os 2:14-16

No entanto, a maioria dos crentes, não consegue ver aqui o

mesmo Israel que foi despedido pelo Eterno para que não mais

fosse seu até que afastasse os adultérios e prostituições espirituais

de sua vida para depois retornar. Para eles nesse caso, a promessa

diz respeito a um moderno Israel, chamado de Igreja, que lhe teria

substituído.

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Como se chegou a essa

conclusão? A resposta é

simples, os crentes perderam

o sentido de Elohim como

Aba. De modo quase

universal os cristãos

conseguem conciliar um

Elohim justo que não pode

passar o pecado por alto

com um Elohim

misericordioso e capaz de

perdoar o pecador.

Conseguem ver a

justiça e a misericórdia se

beijando maravilhosamente

no Calvário, enquanto a sua

ira cai sobre Yeshua, o

substituto e portador de

pecados, mas não

conseguem ver esse mesmo

princípio aplicado a Israel.

Simplesmente não podem se

aperceber que Yeshua,

apesar de morto por forças à

serviço do Império Romano

sob acusação de “lesa

majestade” a pedido de parte

da comunidade judaica ainda

assim foi ressuscitado para

“dar a Israel arrependimento

e remissão de pecado,” (Atos

5:31) e que se Israel não for

levado ao arrependimento e

à salvação todas as profecias

sucumbem e com elas o

próprio Elohim.

Uma Hermenêutica

Contraditória!

Quando Adonay fala iradamente

contra Yerushalaim para a

destruir, para a desarraigar e para

a despovoar, o texto é aplicado

diretamente à capital de Israel e

os pregadores exclamam: ”Vejam

o que aconteceu com a cidade

rebelde.” Por outro lado, quando

Adonay fala benignamente a

favor dela para a reconstruir,

arraigar e povoar, os mesmos

pregadores dizem: “Vejam que

promessa maravilhosa é feita à

amada igreja.”

The Siege and Destruction of Jerusalem by the Romans, 1850,David Roberts (1796–1864), Wikimedia Commons Dominio Publico,

Igreja na costa por Petr Kratochvil, Public Domain

Pictures.,

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67 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A doutrina da Igreja moderna é: Israel foi substituído pela igreja.

Cada desgraça proferida contra ele no passado, ou se cumpriu ou se

cumprirá no tempo presente, e cada promessa feita a ele, se há de

cumprir sim, mas não no Israel da carne e sim no Israel Espiritual. Isso

explica por que todas as ameaças contra Israel são potencializadas e

tomadas literalmente enquanto todas as promessas são minimizadas e

tomadas alegoricamente como se não se referissem a Israel. Logo,

quando Adonay fala iradamente contra Yerushalaim para a destruir, para

a desarraigar e para a despovoar, o texto é aplicado diretamente à capital

de Israel e os pregadores exclamam:

”Vejam o que aconteceu com a cidade rebelde.” Por outro

lado, quando Adonay fala benignamente a favor dela para a

reconstruir, arraigar e povoar, os mesmos pregadores dizem: “Vejam

que promessa maravilhosa é feita à amada igreja.” Tudo isso

expressa de maneira lamentável o quanto os crentes perderam a

noção de identidade. Os males são para Israel, os bens são para a

Igreja.

No entanto, bastaria que cada crente se colocasse no lugar de

um pai tão capaz de punir severamente a seu filho que lhe

desobedece como de amá-lo e perdoá-lo incondicionalmente e o

paradoxo estaria resolvido. Bastaria ouvir o que o próprio Adonai

tem a dizer.

“Naquele tempo, diz Yah, serei o Elohim de todas as famílias

de Israel, e elas serão o meu povo. Porque haverá um dia em que

gritarão os vigias sobre o monte de Efraim: Levantai-vos, e subamos

a Tzion, a Yah nosso Elohim. Porque assim diz Yah: Cantai sobre

Yakov com alegria, e exultai por causa do chefe das nações;

proclamai, cantai louvores, e dizei: Salva, Yah, ao teu povo, o

restante de Israel. Eis que os trarei da terra do norte, e os

congregarei das extremidades da terra; entre os quais haverá cegos

e aleijados, grávidas e as de parto juntamente; em grande

congregação voltarão para aqui. Virão com choro, e com súplicas

os levarei; guiá-los-ei aos ribeiros de águas, por caminho direito, no

qual não tropeçarão, porque sou um pai para Israel, e Efraim é o

meu primogênito.” Yirmiahú/Jr 31:1, 6-9

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68 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ai está uma promessa feita à rebelde Israel. Trata-se de uma

promessa incondicional por meio da qual é assegurado que um dia

os vigias de Efraim despertariam e gritariam subamos a Tzion, um

dia em que se clamaria pela salvação do resto de Israel, um dia em

que Adonay os tomaria da distância de sua diáspora e os levaria de

volta para sua terra. A razão? Ele é um pai para Israel e Efraim o seu

primogênito.

Evidentemente que a visão desfocada da igreja sobre Israel

parte da incompreensão do fato de que a nação não foi escolhida

por suas virtudes, mas pela graça, não foi escolhida pelas suas

promessas, mas pelo juramento que Adonay havia feito aos

patriarcas. e a sua fidelidade e disposição de guardar sua aliança a

fim de que as nações saibam o que realmente é amar.

“Não vos teve Yah afeição, nem vos escolheu porque fôsseis

mais numerosos do que qualquer povo, pois éreis o menor de

todos os povos, mas porque Yah vos amava e, para guardar o

juramento que fizera a vossos pais, Yah vos tirou com mão

poderosa e vos resgatou da casa da servidão, do poder de Faraó,

rei do Egito. Saberás, pois, que Yah, teu Elohim, é Elohim, o ELohim

fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações aos que

o amam e cumprem os seus mandamentos.” Devarim/Dt 7:7-9.

Ora, a Igreja de Roma se deixou dominar tão completamente

pelo espírito antissemita que vendeu à cristandade o conceito

equivocado de que Israel foi rejeitado por sua dureza e impenitência

e por isso substituído por ela. Nada poderia ser mais errado do que

isso, primeiro por que Roma não obteve jamais qualquer mérito

sobre Israel no que tange às obras, ao amor para com os

semelhantes ou à pureza de seu sacerdócio. Basta olhar para seus

altares ainda hoje contaminados pelos ídolos das nações, para os

impiedosos crimes de sangue cometidos durante o negro período

da inquisição ou para os rumorosos escândalos provocados pelos

crimes sexuais contra milhares de crianças por parte de centenas de

sacerdotes. Isso tudo prova que no quesito méritos Roma pode se

igualar a Israel nas suas maiores apostasias, mas nunca superá-lo.

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69 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Infelizmente, ainda hoje, considerável parte da igreja

protestante continua a dar eco ao pensamento de Roma

apregoando que Israel foi rejeitado pela sua dura cerviz. Isso não faz

nenhum sentido, pois Israel foi escolhido apesar de sua dura cerviz.

Isso Moshe lhes anunciou no mesmo dia em que Israel iria iniciar a

campanha de libertação da terra prometida aos patriarcas e que

havia caído em mãos dos pagãos.

“Ouve, ó Israel: hoje tu vais passar o Jordão para entrares

para desapossares nações maiores e mais fortes do que tu, cidades

grandes e muradas até o céu; um povo grande e alto, filhos dos

anaquins, que tu conhecestes, e dos quais tens ouvido dizer: Quem

poderá resistir aos filhos de Anaque? Sabe, pois, hoje que Yah teu

ELohim é o que passa adiante de ti como um fogo consumidor; ele

os destruirá, e os subjugará diante de ti; e tu os lançarás fora, e

cedo os desfarás, como Yah te prometeu. Depois que Yah teu

ELohim os tiver lançado fora de diante de ti, não digas no teu

coração: por causa da minha justiça é que o Senhor me introduziu

nesta terra para a possuir. Porque pela iniqüidade destas nações é

que Yah as lança fora de diante de ti. Não é por causa da tua

justiça, nem pela retidão do teu coração que entras a possuir a sua

terra, mas pela iniqüidade destas nações Yah teu Elohim as lança

fora de diante de ti, e para confirmar a palavra que Yah teu Elohim

jurou a teus pais, Avraham, Ytzchak e Yakov.” Devarim/Dt 9:1-5.

Israel foi ensinado pela Palavra que o motivo deles entrarem

para tomarem posse da terra que pela eleição de Adonay tornou-se

a terra da justiça e da santidade não era a bondade deles, mas a

maldade dos povos que a possuíam. Moshe os fez lembrar que eles

estavam tomando a terra, não por serem justos, pois eram duros e

rebeldes provocadores da ira de Adonay desde quando saíram do

Egito até aquela data.

”Sabe, pois, que não é por causa da tua justiça que Yah teu

Elohim te dá esta boa terra para a possuíres, pois tu és povo de

dura cerviz”. Lembra-te, e não te esqueças, de como provocaste à

ira Yah teu Elohim no deserto; desde o dia em que saístes da terra

do Egito, até que chegaste a este lugar, foste rebelde contra Yah.

Devarim/Dt 9:6-7.

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Portanto nada poderia ser mais errado do que supor que um

povo que não foi escolhido por seus méritos ou por sua justiça

tenha sido rejeitado por seus deméritos, isso é por causa dos seus

pecados. Na sua intercessão diante de Yah como sabemos Moshe

não pode contar com nada mais que a misericórdia resultante da

escolha deles como filhos dos patriarcas. Seu apelo final foi que eles

eram seu povo e sua herança, os filhos dos patriarcas que o serviram

e por isso, somente por isso, deveriam sobreviver à ira e serem

amados e perdoados.

“Tendes sido rebeldes contra Yah desde o dia em que vos

conheci. Assim me prostrei perante o Senhor; quarenta dias e

quarenta noites estive prostrado, porquanto Yah ameaçara destruir-

vos. Orei a Yah, dizendo: Yah Adonay, não destruas o teu povo, a

tua herança, que resgataste com a tua grandeza, que tiraste do

Egito com mão forte. Lembra-te dos teus servos, Avraham, Ytzchak

e Yakov; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua

iniqüidade, nem para o seu pecado; para que o povo da terra de

onde nos tiraste não diga: Porquanto Yah não pôde introduzi-los

na terra que lhes prometera, passou a odiá-los, e os tirou para os

matar no deserto. Todavia são eles o teu povo, a sua herança, que

tiraste com a sua grande força e com o teu braço estendido.”

Devarim/Dt 9:6-7.

Chega a ser uma ofensa à graça que se revelou ainda mais

abundantemente através de Yeshua do que através de Moshe

Rabeinu, supor que hoje “no tempo da graça”, o Messias manifeste

menos compaixão por Israel do que aquela que Moshe manifestou

ao interceder durante quarenta dias para que Israel não fosse

destruído por sua rebelião. Tudo o que sabemos é que Yeshua não

foi enviado para socorrer a anjos, mas para socorrer a semente de

Avraham.

“Porque, indubitavelmente, ele não socorre a anjos, mas

socorre à descendência de Avraham. Razão porquê convinha que

em tudo fosse feito semelhante aos irmãos, para tornar-se Arqui-

Sacerdote misericordioso e fiel nas questões relacionadas a Deus,

para fazer propiciação pelos pecados do povo.” Ivrim/Hb 2:16

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71 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ora, deveria ser

suficientemente claro que

se a nação israelita não foi

escolhida por sua bondade

também não pode ter sido

ou vir a ser rejeitada por

causa de sua maldade.

Verdade é que os

pecados de Israel, e

principalmente os da casa

de Efraim foram tão

numerosos que Elohim não

os julgou mais com direito

à sua terra até ao dia de

hoje, ainda que por conta

desse “bendito castigo” a

semente de Avraham

chegou as nações para que

os galhos da boa oliveira

fossem enxertados no

zambujeiro bravo.

Ainda assim, mesmo quando Adonay ergue sua voz para

destruir Israel a sua misericórdia sempre sufoca essa voz e o faz

expressar seu amor e garantir que eles saíram de Israel por um

caminho e voltarão por muitos outros. O coração de amor cala a voz

do Eterno e faz com que seus juízos contra Israel incluam tudo,

menos a rejeição à sua linhagem.

“Não é Efraim para mim um filho precioso, criança das

minhas delícias? Porque depois que falo contra ele, ainda me

lembro dele solicitamente; por isso se comovem por ele as minhas

entranhas; deveras me compadecerei dele, diz Yah. Levanta para ti

sinais, faze para ti altos marcos, aplica o teu coração à vereda, ao

caminho por onde andaste; volta, pois, ó virgem de Israel, regressa

a estas tuas cidades.” Yirmiahu 31:20-21.

AA NNaattuurreezzaa:: TTeesstteemmuunnhhaa ddoo

PPaaccttoo ddee EElloohhiimm ccoomm ooss

ddeesscceennddeenntteess ddee IIssrraaeell!!

AAss oonnddaass aaggiittaaddaass ddoo oocceeaannoo qquuee

ffaazzeemm bbrraammiirr aa ssuuaa vvoozz lleemmbbrraamm

qquuee aa lliinnhhaaggeemm ddee IIssrraaeell nnããoo ppooddee ee

nnããoo sseerráá rreejjeeiittaaddaa nneemm ppoorr ttooddoo oo

mmaall qquuee jjáá ffeezz oouu vviirráá aa ffaazzeerr..

Quebra da onda por Andrew Schmidt,

Public Domain Pictures.net

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72 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Os pecados de Israel, a violação da aliança, a transgressão

deliberada e aberta da Torah, a rejeição dos profetas, a resistência a

Yeshua e todos os demais pecados que se possam juntar contra

Israel ainda são em si mesmos insuficientes para anular o pacto de

Adonay com seu povo. Eu me dirijo agora a tos os meus irmãos

adventistas, que reiteradamente apontam para o céu e logo para a

terra como provas e testemunhas de que a Torah ainda vigora, já

que Yeshua disse: “Até que o céu e a terra passem nem um, yud ou

traço se omitirá da Torah sem que tudo se cumpra.” Matytyahu/Mt

5:19. Me dirijo a eles para recordar que o sol e a terra não são

apenas testemunhas da vigência da Torah, mas também do pacto

eterno e incondicional entre Adonay e seu povo Israel. Me dirijo

enfim a todos os crentes que olham o céu de uma noite de lua cheia

pontilhado de estrelas, para brilho do sol do amanhecer e para as

ondas agitadas do oceano que fazem bramir a sua voz lembram que

a linhagem de Israel não pode e não será rejeitada nem por todo o

mal que já fez ou virá a fazer.

“Assim diz Yah, que dá o sol para luz do dia, e a ordem

estabelecida da lua e das estrelas para luz da noite, que agita o

mar, de modo que bramem as suas ondas; Yah Tsabaot é o seu

nome: Se esta ordem estabelecida falhar diante de mim, diz Yah,

deixará também a linhagem de Israel de ser uma nação diante de

mim para sempre. Assim diz Yah: Se puderem ser medidos os céus

lá em cima, e sondados os fundamentos da terra cá em baixo,

também eu rejeitarei toda a linhagem de Israel, por tudo quanto

eles têm feito, diz Yah.” Yirmiahú 31:35-37.

Não entendendo, porém que Aba Yah (Pai Eterno) tanto

levanta sua vara para castigar Israel como abaixa sua mão para o

abraçar, via de regra a igreja aplica essas promessas a si própria

caindo numa contradição enorme pois ela é aplicável apenas e tão

somente aos filhos dos que foram dispersos, aos peregrinos da

dispersão, aos Bnei Israel e Bnei Anusim, os filhos extraviados da

Casa de Efraim e da Casa de Judá. A Igreja Cristã tradicional, um

universo que vai do Luteranismo ao adventismo, sendo adepta da

teologia da substituição não vê problemas em aplicar as ameaças ao

Israel da carne e as promessas ao “Israel do Espírito.”

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73 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Isso se dá por que

muitos crentes se sentem

o Israel moderno não por

terem sido inseridos em

Israel por abraçar a sua fé,

mas por que substituíram

a Israel. Um erro do qual

a duras penas se salvam

algumas das grandes

igrejas evangélicas como

as Assembleias de Deus,

que aceitam a teologia

da substituição com

reservas. Israel estaria

temporariamente fora do

propósito, mas não

permanentemente.

Além, disso cabe aos irmãos assembleianos que bastante

fizeram para que o retorno dos judeus à Israel seja visto como

cumprimento de parte das profecias que falam desse regresso o

mérito de entenderem que mesmo sem ter aceitado a Yeshua os

judeus podem ser salvos. Isso os tem levado junto a outros

ministérios cristãos, principalmente pentecostais a orar por Israel

quando sentem que o país está em perigo. Um mérito nada

desprezível posto que está escrito que serão abençoados os que

abençoarem a semente de Avraham. Por outro lado crer que um

judeu possa ser salvo sem crer em Yeshua cocorda plenamente com

o que Shaul diz: “Quanto às boas novas, eles na verdade, são

inimigos por causa de vós; mas, quanto à eleição, amados por causa

dos pais, porque os dons e a vocação de Elohim são

irrevogáveis” Romanos 11:28-29. Já tenho ouvido que uma coisa é

Elohim amar Israel e outra coisa é salvar. De acordo com essa visão,

Adonay ama os judeus inimigos do evangelho, mas mesmo

amando-os os mandará para o inferno. Shaul sequer pensou

semelhante astúcia, pois antes de dizer que são amados por causa

dos pais disse: “E assim todo o Israel será salvo, como está escrito.”

“Quanto as boas novas, eles na

verdade, são inimigos por causa de

vós; mas, quanto à eleição, amados

por causa dos pais, porque os dons e

a vocação de Elohim são

irrevogáveis” Romanos 11:28-29.

[De Rouwdagen] De treurdagen, Michele Ahin, 1884,

Wikimedia, Domínio Público.

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74 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A Contraditória Teologia da Substituição

A teologia da

substituição consiste na

crença de que desde a

morte de Yeshua como

ensina a Igreja Católica,

ou desde a morte de

Estevão como ensina a

Igreja Adventista, Yah

substituiu o “Israel da

carne” pela Igreja, o

“Israel do Espírito”.

Este novo Israel

toma o lugar do antigo

Israel, vive sob um novo

pacto, cujas obrigações

da parte de Elohim é

salvá-lo e da parte dele

viver apenas as leis do

espírito contidas no

novo pacto cujas

obrigações variam de

grupo para grupo.

Bem, essa doutrina domina o cenário religioso católico, copta,

ortodoxo, reformado e protestante. A questão maior surge quando

se tem de definir quais são as características desse Israel moderno

formado por uma igreja que não se sente descendente de Israel,

mas não se sente um não Israel.

Definindo a Teologia da

Substituição.

A teologia da substituição consiste

na crença de que desde a morte de

Yeshua como ensina a Igreja

Católica, ou desde o apedrejamento

de Estevão como ensina a Igreja

Adventista, Adonay substituiu o

“Israel da carne” pela Igreja, o

“Israel do Espírito”.

A Igreja Ortodoxa por Larisa Larisa http://www.publicdomainpictures.net/

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Normalmente os adeptos da teologia da substituição, cuja

grande mãe é a Igreja de Roma acreditam que as promessas feitas

ao Israel natural foram todas cancelas e direcionadas para o “Israel

do Espírito.” Para todos os adeptos dessa doutrina estamos vivendo

uma nova aliança, não baseada na letra da lei, mas na renovação do

espírito. Evidentemente todos ignoram que as Escrituras afirmam

que a Nova Aliança será feita com a Casa de Israel e com a Casa de

Judá e que os termos dessa nova aliança incluem a mudança do

coração de todo o povo de Israel e o escrever dela em suas mentes

para que estes obedeçam à Torah.

“Eis que dias vêm, diz Yah, em que farei uma aliança nova

com a casa de Israel e com a casa de Yehudáh. Não conforme a

aliança que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão,

para os tirar da terra do Egito; porque eles invalidaram a minha

aliança apesar de eu os haver desposado, diz Yah.Mas esta é a

aliança que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz Yah:

Porei a minha lei no seu interior, e a escreverei no seu coração; e eu

serei o seu Elohim e eles serão o meu povo. Yirmiahú/Jr 31:31-33

Portanto, deveria ser claro que a promessa da nova aliança

poderá até incluir gentios convertidos ao judaísmo, já que a Torah

não estabelece diferença alguma entre o natural da terra e o guer

(prosélito) a partir do momento em que se converte e se submete à

Torah, mas ela não diz respeito aos gentios, por mais piedosos que

sejam. Além do mais, a salvação nem de Israel e nem dos gentios

jamais dependeu dessa aliança. Apesar disso, a maioria dos crentes

está convencida de que vivem na nova aliança, isso apesar de cada

grupo cristão ter a sua lista de “mandamentos renovados”.29

29 Um irmão católico da nova aliança não se importa de beijar os ídolos e se prostrar diante deles no que discordam todos os irmãos evangélicos. Um irmão luterano da nova aliança não liga se está comendo o porco ou o próprio sangue do porco, isso para escândalo dos novos protestantes, especialmente os pentecostais. Um irmão metodista da nova aliança santifica o domingo para o senhor enquanto um irmão batista do sétimo dia da nova aliança acha que só se pode santificar o shabat. Um irmão pentecostal Deus é Amor da nova aliança acredita firmemente que raspar bigode é mandamento, um irmão assembleiano da nova aliança acha que isso não tem nada a ver. Um irmão testemunha de Jeová da nova aliança acredita que a trindade é uma doutrina pagã e que o espírito santo é uma força, um irmão presbiteriano da nova aliança acha que eles estão em trevas e apostasia. Uma irmã da congregação cristã no Brasil da nova aliança acha que sua oração sem véu desrespeita ao Senhor, uma irmã mórmon da Nova aliança acha que isso é desnecessário. Um irmão episcopal da nova aliança acha que se pode comer de tudo, um irmão adventista da nova aliança acha que só pode comer carnes limpas. Um irmão do judaísmo messiânico da nova aliança acredita que tem de guardar o shabat e as festas enquanto outros crentes acham que isso é coisa do passado. Um irmão adventista da promessa da nova aliança acha que pode comer carnes limpas e

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76 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

A enorme diferença em relação aos mandamentos que cada

um deseja cumprir prova ou que Adonay só fez a nova aliança com

um destes grupos ou o que é mais lógico que não fez com nenhum

deles, o que é mais lógico. Nesse caso estaríamos todos esperando

o momento em que pensaremos, falaremos e faremos as novas

coisas junto com a Casa de Israel e com a Casa de Judá que são os

verdadeiros destinatários da profecia e os contratantes legítimos do

novo pacto com Adonay.

Afinal então quais são os sinais distintivos desse moderno

Israel vivendo na moderna aliança? É muito importante que os

crentes, especialmente os líderes pensem nas implicações dessa

pergunta por que nesse momento os próprios adeptos da teologia

da substituição entram em controvérsia, mesmo sobre questões tão

essenciais como os rituais e símbolos da própria conversão ao

Messias e a forma de o servir.

As igrejas reformadas (Anglicanos, luteranos, presbiterianos),

acreditam que não só Israel foi substituído pela igreja, a circuncisão

foi substituída pelo batismo e o pessach foi substituído pela ceia,

mas também o shabat foi substituído pelo domingo. Um exemplo

disso pode ser visto no Pequeno Catecismo Kalleyano da Igreja

Puritana Reformada no seu Comentário Sobre o Quarto

Mandamento.

“O Domingo é o Dia do Senhor, o Sabbath Cristão,

honrado pelos Apóstolos e por nosso Senhor e, como tal, o

Domingo é o dia de descanso da alma do Cristão, um dia

separado para dedicação especial ao Senhor, o substituto mais

perfeito do Sábado Judaico e o herdeiro justo da ordenança do

Quarto Mandamento.”30

tem de procurar falar línguas, um irmão adventista reformista da nova aliança acha que os tempos se renovaram e que não deve comer carne e nem precisa falar línguas. Um irmão da Igreja de Deus Iternacional da Nova aliança diz que o dizimo foi abolido com todo o resto da lei enquanto a maioria das igrejas cristãs diz que o dízimo faz parte da nova aliança. 30 Fonte: Blog da Igreja Puritana Reformada, Jardim Clonal. Página Visitada em 15 de Fevereiro de 2012. http://www.igrejakalleyana.org/

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77 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Esta é uma visão da qual as testemunhas de Jeová discordam

parcialmente, pois para eles o shabat simplesmente cessou, não

sendo substituído por nada mais que o próprio Yeshua. Os grupos

sabatistas diferem completamente já que acreditam que o shabat é

uma aliança eterna dada a Israel e que, portanto deve estar presente

no “Israel Espiritual”, tanto como esteve no “Israel Carnal”. Para os

sabatistas, o shabat é um símbolo da redenção, da salvação trazida

por Yeshua.

Obviamente os sabatistas discordam que outros estatutos e

alianças eternas dadas a Israel permaneçam inalteradas. Eles

concordam com os reformados que a circuncisão é eterna, mas foi

substituída pelo batismo. Isso gera mais uma crise de identidade e

mesmo de coerência. Se a circuncisão era ministrada ao oitavo dia

por que os sabatistas como as igrejas de rito batista em geral

imitariam os judeus batizando apenas os adultos? Alem do mais, se

a circuncisão era apenas masculina, e o batismo a substitui por que

ele teria de ser ministrado em homens e mulheres? Hoje a igreja

cristã ignora sistematicamente o fato de que cada filho de Israel

estava amarrado a seu povo de forma permanente por 613

mandamentos. Estes, apesar de parecerem muitos são muito menos

que as leis que regem qualquer país hoje. O Brasil com mais de 60

mil leis tem pelo menos cem leis para cada um dos 613

mandamentos da Torah. 31

31 Em princípio, quando o cristão houve dizer que os israelitas tinham de cumprir 613 mandamentos e que todos eles estão de

pé isso tende a causar um impacto tão negativo como descarregar uma pá carregadeira de 613 quilos de cascalho numa carroça. No entanto é preciso que se diga que estes 613 mandamentos nem era todos de uma mesma natureza e nem eram impostos a todas as pessoas de Israel. Destes 613 mandamentos 39% (241 mitzvot) eram ordenanças ou mandamentos positivos e 61% (365 mitzvot) eram proibições ou mandamentos negativos. È importante ressaltar que 36 dos 613 mandamentos diziam respeito somente aos levitas sacerdotes e sumo sacerdotes como a ordenança de criar cidades para os levitas, do sacerdote comer carne no santuário, a proibição de casar com uma mulher que não fosse virgem ou viúva do sacerdote ou de tocar em mortos que era válida somente para o sacerdote. Havia além disso 3 mandamentos proibitivos exclusivos para o rei que não podiam ter muitas mulheres, cavalos e escolta pessoal. Havia 27 mandamentos ligados a proibições sexuais como o homossexualismo, a bestialidade ou a proibição do incesto, mesmo quando o parentesco era apenas legal e não biológico. Assim, um homem não podia se casar com a filha da esposa viúva ou divorciada, ou o sogro com sua nora, mesmo viúva ou divorciada. Dezenas de outros mandamentos diziam respeito ao direito conjugal, à posse de escravos, à venda de propriedades, à herança de propriedades, à indenização roubos, por perdas e danos mesmo causados por um animal, ao perdão das dívidas, à posse de penhor de um pobre. Com relação à alimentação havia cinco mandamentos positivos, como permitir ao empregado comer das colheitas ou ingerir pão sem fermento durante o pessach e 61 mandamentos negativos como a proibição de comer sangue de qualquer animal ou carne de porco, coelho, urubu ou pintado em qualquer época ou de comer pão fermentado durante os 7 dias da festa do pão sem fermento. Seis mandamentos só podiam ser cumpridos em Yerushalaim como por exemplo comer as primícias e dezenas deles só podiam ser cumpridos em Ertez Yisrael como a execução de criminosos, a transferência de propriedades. Para uma lista completa dos 613 mandamentos recorra à Wikipedia Enciclopédia Livre em 613 Mandamentos. http://pt.wikipedia.org/wiki/613_mandamentos

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78 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Além disso, muitas destas leis aplicavam-se apenas à terra de

Israel ou aos sacerdotes. Bem, assim era Israel, um povo repleto de

leis sábias e justas dadas por Adonay e cheio de compromissos, não

só com o Eterno, mas com o próximo. Por exemplo, um homem não

podia entrar no campo de outro e lhe roubar uma ovelha para

comer com seus amigos sem mais tarde ter de indenizá-lo com

outras quatro ovelhas. A Torah ensinava que o pecado era

perdoado, mas o transgressor tinha de fazer reparação do dano. A

Torah também ensinava ao homem como prestar serviço exclusivo

ao Criador, adorando-o da maneira requerida por ele, nos dias por

ele determinados, e não do seu próprio jeito e no dia que bem

quisesse.

Assim era Israel. Ele era ensinado que para ser abençoado

precisava obedecer a Palavra de Adonay. Isso os crentes também

entendem e o tema é muito pregado na atualidade.

Paradoxalmente, porém a igreja hoje se sente gentílica, mas quer as

bênçãos prometidas a Israel. Isso cria um dilema. As bênçãos estão

prometidas na Torah que Igreja acredita firmemente que foi abolida

e que não está mais em vigor. Isso cria uma contradição, pois a

Torah contém uma benção para cada um de seus mandamentos.

“E será que, se ouvires a voz de Yah teu Elohim, tendo

cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te

ordeno, Yah teu Elohim te exaltará sobre todas as nações da terra. E

todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a

voz de Yah teu Elohim; Bendito serás na cidade, e bendito serás no

campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o

fruto dos teus animais; e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.

Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares,

e bendito serás ao saíres.” Devarim 28:1-5.

No entanto, a Igreja ideou um meio para que a Torah tenha

sido abolida apenas em suas ordenanças, não em suas bênçãos.

Evidentemente que na atualidade os pastores e líderes na sua

maioria ignoram que essa não é uma ideologia deles, é uma herança

da igreja de Roma, uma herança que só agora, no tempo da

restauração começa a ser investigada.

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79 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

É preciso entender a

dinâmica de Roma e suas

dificuldades. Ela desejava ser

vista como o povo eleito,

mas os romanos eram um

povo sem profetas e sem

profecia, um povo do qual

Yeshua não escolheu nem

um dos doze apóstolos e um

povo promessas. Cada vez

que alguma promessa

aparecia nas escrituras ela se

referia a Israel. Roma não

tinha saída, desejava tomar

carona na crescente força do

judaísmo messiânico e na

mensagem dos profetas

judeus que não lhe diziam

respeito. Para isso, ela

precisava afirmar que todas

as palavras dos profetas se

cumpriram em Yeshua e que

as que se referiam a Israel se

cumpriam metaforicamente

através dela.

A partir daí os pais latinos da igreja viam a cidade de Elohim

não mais como Jerusalém e o povo de Elohim apenas entre os que

se submetiam ao Bispo de Roma elevado ao máximo poder não

pelos crentes em Yeshua, mas por Constantino. Assim, a Igreja

Latina que viria a se chamar de Igreja Católica precisava declarar a

palavra da Torah e dos profetas abolida por que suas palavras

diziam respeito a Israel e não a ela a Yerushalaim a cidade santa, e

não a Roma a cidade da perversidade. Logo, é bom que se diga que

esse processo de considerar a Torah abolida e ao mesmo tempo se

recorrer a ela é na maior parte das vezes inconsciente e resultado de

uma herança maldita da qual agora Adonay nos liberta.

YYeesshhuuaa ddiissssee:: ““NNããoo ccuuiiddeeiiss qquuee

vviimm ddeessttrruuiirr aa lleeii oouu ooss

pprrooffeettaass:: nnããoo vviimm aabb--rrooggaarr,,

mmaass ccuummpprriirr......

QQuuaallqquueerr,, ppooiiss,, qquuee vviioollaarr uumm ddeesstteess

mmaannddaammeennttooss,, ppoorr mmeennoorr qquuee sseejjaa,,

ee aassssiimm eennssiinnaarr aaooss hhoommeennss,, sseerráá

cchhaammaaddoo oo mmeennoorr nnoo rreeiinnoo ddooss ccééuuss;;

aaqquueellee,, ppoorréémm,, qquuee ooss ccuummpprriirr ee

eennssiinnaarr sseerráá cchhaammaaddoo ggrraannddee nnoo

rreeiinnoo ddooss ccééuuss..””

Torah and jad - exhibits in Big Synagogue Museum, Wlodawa - Poland. Wikipedia – Creative Commons

3.0. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg

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80 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Onde quer que o conjunto de premissas romanas sejam

investigados considerando-se apenas o que está nos profetas e nos

escritos apostólicos estas desmoronam diante do poder da Palavra,

principalmente o engano maior, o de que Yeshua aboliu a Torah e

concedeu a igreja poderes para criar novas leis ante as quais o

próprio céu se inclina admirado e submisso. Poderia haver blasfêmia

maior? Onde ela é investigada cuidadosamente é rejeitada por que

não suporta a prova das palavras do maior de todos os profetas,

Yeshua, o homem a quem temos por modelo e que declarou:

“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim

ab-rogar, mas cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o

céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei, sem

que tudo seja cumprido.Qualquer, pois, que violar um destes

mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens,

será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os

cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.”

Matytyahú/Mt 5:17.

Em parte a igreja vem cumprindo, exatamente o que Yeshua

diz, isso pelo menos em relação a alguns preceitos. Um exemplo

disso é o mandamento que ordena dizimar. A igreja entende que

uma vez que a prosperidade e a proteção sobre os bens materiais e

os investimentos estão relacionados à mitzvah (mandamento) da

devolução do maaser (dízimo), ela o vem ensinando com sucesso,

apesar de jamais ser mencionado como obrigação dentro do Novo

Testamento. O Entendimento nesse caso, é que se o dízimo era

fonte de bênçãos para Israel não é necessário que ele seja de novo

ordenado aos gentios no Novo Testamento, e que por isso basta ler

o “Velho Testamento”.

Ora, não há nada errado em desejar ser abençoado, em ler as

bênçãos decorrentes da obediência no púlpito, mas mencionar as

bênçãos decorrentes sem apresentar as condições é no mínimo

contraditório. Os crentes precisam estar informados que Adonay

tem bênçãos reservadas para os seus eleitos. Precisam ficar sabendo

que se querem ser abençoados em tudo precisam obedecer o que

Yah ordena a Israel.

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81 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Por outro lado é importante que o povo se aperceba que a

prosperidade financeira e material não é sempre um sinal de benção

e favor especial de Elohim. Logo o simples enriquecimento não

prova de forma alguma que a pessoa bateu às portas da religião

certa, ou que está a enriquecer por que é um bom dizimista. Fatores

como capacidade de gerar riquezas e sabedoria na sua

administração são uma benção natural, que resultam da graça

ordinária e não são sinal algum da ação da graça salvadora.

Um exemplo disso é o que ocorre com os países nórdicos na

Europa e com o Japão na Ásia. A Finlândia com uma renda per capta

de 44,5 mil dólares é 60% ateísta, agnóstica ou não religiosa; na

Noruega com 84,4 mil dólares de renda 72% são ateus, na

Dinamarca com uma renda de 67 mil dólares os incrédulos rondam

os 80% e na Suécia que tem uma renda de 48 mil dólares o número

de ateus é de 85%. Uma situação semelhante ocorre com o Japão, a

terceira economia do mundo com uma renda per capta de 45,8 mil

dólares e uma taxa de ateísmo e agnosticismo da ordem dos 65% e

apenas 3% de crentes no Elohim de Israel.

Nosso país, onde 95% acredita na Bíblia e no Elohim de Israel e

com apenas 3% de ateus possui uma renda per capta de apenas

12,4 mil dólares. Estes fatores deveriam nos despertar para o fato de

que enriquecimento embora possa ser sinal de um favor especial de

Elohim, é uma benção ordinária que pode vir sobre qualquer pessoa

diligente e trabalhadora que não desperdiça sua renda e que tenha

trabalho certo, a aposentadoria ideal ou o negócio vantajoso.

É preciso que se entenda que as bênçãos materiais decorrem

da graça ordinária de Elohim que “faz nascer o seu sol sobre maus e

bons, e faz chover sobre justos e injustos.” Matytyahú/Mt 5:45. Além

do mais, deveria se ensinar que O rico e o pobre se encontram; a

todos Yah os fez. Provérbios 22:2. Assim, um crente pobre não se

sentiria “amaldiçoado”, excluído das bênçãos e não cairia na trampa

do capitalismo evangélico que embala as igrejas da prosperidade

para a riqueza muito mais evidente de seus pastores, pastoras,

apóstolos e apóstolas do que do próprio povo.

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82 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Isso os guardaria da convicção equivocada de que o crente

tem de ser necessariamente rico, e que enriquecerá se “profetizar a

benção”, se “tomar posse das promessas” e se ouvir seu bispo, seu

apóstolo ou seu paipóstolo dizer: “Eu decreto a benção sobre a sua

vida,” isso depois de um envelope engordado com dízimos, ofertas e

voto. O método é duplamente questionável por que sugere que a

pobreza vem de Satan como também por que a motivação para

doar deixa de ser o desejo de semear a mensagem, de abençoar os

demais, de fazer com que a proclamação do perdão, da paz e da

reconciliação alcance o mundo, coisa que motivava os crentes do

passado, e ainda motiva os crentes esclarecidos e passa a ser apenas

a motivação egoísta de dar para receber, de dizimar para ter o

direito de “encostar deus na parede”.

Não negamos o direito de um crente de pedir bênçãos

ordinárias ao Criador. Ainda estamos na carne e precisamos pagar o

aluguel, comprar o carro para ir à igreja, por a comida à mesa,

adquirir a casa própria, pagar os estudos dos filhos. Se ele abençoa

não só os pagãos que não o conhecem como os descrentes, até os

que negam sua existência, por certo pode abençoar também a nós,

e o fará se procuramos ser fiéis a ele em tudo, não apenas em

preencher o talão de cheque mensalmente para a tesoureira da

congregação ou passarmos o cartão de crédito depois de um apelo

a dar para receber do tipo: “Você decide agora, pelo tamanho de

sua oferta o tamanho da benção que deseja para si mesmo.”

O crente busca as bênçãos materiais por que sabe que através

dela pode abençoar espiritualmente o mundo, no entanto, as

bênçãos que mais o encantam são as bênçãos espirituais, aquelas

que não se medem pelo valor do cheque especial, pelo ano e

modelo do carro próprio pelos metros quadrados do apartamento

ou pelo bairro de residência. Infelizmente são estas as “bênçãos”

mais que exibidas na atualidade, as que servem de vitrine para os

spots publicitários que atraem multidões aos templos neo-

pentecostais atraídos pela promessa da riqueza rápida, da saída da

miséria para a classe média numa vertiginosa velocidade. Uma

proposta que se revela enganadora para a maioria.

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83 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Por último é preciso que

se leve em conta que o dízimo

é um mandamento da Torah,

cuja observância foi imposta

somente aos israelitas e que

ele não foi prescrito como jugo

para os gentios como prova

Atos 15 quando se decidiu o

que seria pregado como

obrigatório aos filhos das

nações. Claro que um gentio

pode dizimar, já que o próprio

Avraham dizimou quando

ainda era gentio, mas isso está

lá na Torah. Bom, eu acho

sinceramente que Adonay

colocou um anzol que fisgou

os crentes à Torah sem que

eles se dessem por conta.

Isso é muito curioso, a

igreja que não concebe a

guarda do shabat, a celebração

das festas, a circuncisão ou a

comida kasher por que nada

disso está ordenado aos

gentios em Atos 15 é a mesma

igreja que batiza, que ministra

a ceia e que dizima, coisas que

não estão ordenadas como

jugo inicial a nenhum gentio.

Dizimando pelo prazer altruísta da doação ou mesmo pelo

simples desejo egoísta de receber a igreja já foi fisgada para

obedecer a Torah, ultrapassando a marca dos mandamentos

impostos aos gentios em Atos 15, e se judaizando no bom sentido

da palavra, só que ainda não se apercebeu disso.

DDiizziimmaannddoo ppeelloo pprraazzeerr aallttrruuííssttaa ddaa

ddooaaççããoo oouu mmeessmmoo ppeelloo ssiimmpplleess

ddeesseejjoo eeggooííssttaa ddee rreecceebbeerr aa iiggrreejjaa jjáá

ffooii ffiissggaaddaa ppaarraa oobbeeddeecceerr aa TToorraahh,,

uullttrraappaassssaannddoo aa mmaarrccaa ddooss

mmaannddaammeennttooss iimmppoossttooss aaooss ggeennttiiooss

eemm AAttooss 1155,, ee ssee jjuuddaaiizzaannddoo nnoo bboomm

sseennttiiddoo ddaa ppaallaavvrraa,, ssóó qquuee aaiinnddaa

nnããoo ssee aappeerrcceebbeeuu ddiissssoo..

Ganhar dinheiro por Petr Kratochvil http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=3820&picture=ganhar-dinheiro&large=1

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg

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84 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Nesse caso, prevaleceu o bom censo de que um gentio não

deve passar a vida inteira apenas abstendo-se do sangue, da

prostituição, da idolatria e das carnes sufocadas. O entendimento é

de que um dia ele vai aprender a servir a Adonay mais intensamente,

e então conduzido a uma obediência mais efetiva. Que ele deve ser

levado a se comprometer com uma nova vida imergindo em água,

que ele deve participar dos símbolos da redenção através da ceia,

que ele deve se comprometer com a manutenção financeira dos

pastores que lhe ministram a palavra, da congregação que lhe

abriga nos dias de culto e dos programas evangelísticos da igreja.

Vemos aqui que a mesma igreja que recua horrorizada quando

lê a advertência de um profeta contra os filhos de Israel que comem

porco, alegando que a Torah e os profetas duraram até Yochanan

(João) recorre vezes sem conta ao chamado do profeta Malachy para

que os judeus devolvam seus dízimos e façam prova de Adonay

nessa questão. Bem isso é uma bendita contradição. Não posso

deixar de reconhecer a mão de Adonay empregando isso para nos

despertar a ir mais fundo na Palavra e a questionarmos sobre a

validade de nossas crenças arraigadas. Afinal, se a lei e os profetas

duraram até Yochanan como crê a maior parte da igreja, então um

sermão baseado em Malachy 3 exortando o povo a ser fiel no

dízimo estaria mais que defasado. Talvez aqui, meus leitores,

especialmente os amados pastores, pastoras e evangelistas se

apercebam o quanto fomos induzidos a erro, e quanto entendemos

mal a palavra que declara simplesmente que a lei e os profetas

foram se completaram até Yochanan.

Sei que alguns não verão necessidade alguma de mudança. Se

sua igreja gasta um milhão de reais por dia com programas

televisivos a manutenção de templos e pastores o método de

exortar crentes a praticarem este único preceito da lei de Moshe

talvez você pense, se tudo está dando tão certo por que mudar

agora e por mais coisas sobre os ombros do povo? Bom, eu lhes

apresentarei o motivo. É hora de inverter esse processo estranho em

que a política dominante parece ser: “É benção estou dentro, é

compromisso estou fora!”

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85 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Não se pode simplesmente dizer que a Torah foi abolida nos

mandamentos que não nos interessam e que ela permanece

inalterada naqueles que nos despertam a atenção ou envolvem

nossos interesses. É tempo de contrastar o que até então se

aprendeu e ensinou com a palavra e eliminar os resultados

contraditórios da interpretação tradicional.

Oro em meu coração para que ao ler essa matéria meus

irmãos pastores e pastoras se apercebem que a igreja precisa se

livrar destes erros de muitas gerações, da maldição hereditária de

ver a Torah como uma coisa má da qual se pode retirar alguma coisa

boa. Oro para que vocês possam dessa maneira conduzir as ovelhas

em direção aos pastos verdes da verdade tal como contida nas

Escrituras hebraicas no seu todo, e não apenas na sua parte como

até aqui tem sido feito.

Sim, por que até aqui onde quer que a Torah prometa benção

para o ofertante, especialmente a benção da prosperidade financeira

e material tão desejada por todos, ela é lida até a exaustão. Por

outro lado, quando o livro de deuteronômio não está prometendo

nada, apenas chamando à obediência ou prometendo castigo ela é

passada por alto como sua mensagem não se aplicasse mais aos

dias de hoje ou pior como se suas ordenanças foram abolidas.

Desde logo não há nada de errado que a igreja tenha ido à lei

de Moshe e ao profeta malachy a fim de estimular seus membros a

serem fiéis dizimistas. O errado é usar a palavra para provar que “a

Lei e os Profetas duraram até João”, cada vez que um mandamento

não interessante seja citado. De fato não seria possível alcançar

tanto êxito a menos que alguns pastores ávidos de enorme ganho

não tivessem aprendido a usar a Torah, lamentavelmente aqui só

por conveniência. Me refiro aqui especialmente ao emprego da

pregação com fins básicos de estimular os crentes a serem bons

ofertantes, bons votantes e bom dizimistas sob a premissa de que se

assim o fizerem serão prósperos num desvio claro da doutrina da

prosperidade contida na Torah que ia muito além da riqueza e de

mandamentos financeiros.

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86 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ouvindo-se alguns cultos neopentecostais hoje têm-se a

impressão de que a prosperidade prometida envolvia apenas

cavalos egípcios que transportavam famílias bem estruturadas em

carruagens com lanternas de ouro, varais incrustados de prata,

perfumes importados da índia e sedas provindas da China, e tudo

isso por conta dos dízimos, das primícias e dos votos no altar.

Ora a prosperidade mencionada na Torah envolvia muito mais

que farta colheita, celeiros abarrotados, destruição dos devoradores

das colheitas, afastamento das feras que matavam o gado, dos

germes que azedavam as frutas secas e dos demônios do ódio, do

ciúme ou do coração endurecido. Todas estas dádivas estavam sim

ao alcance do povo, mas ela envolvia também o bem-estar

espiritual, a certeza do perdão e da reconciliação do pecador com o

Criador ofendido e a alegria imensa de festejar diante de Adonay

uma vez a cada sete dias nas suas próprias casas e três vezes por

ano em torno do santuário, primeiro onde ele estivesse e mais tarde

em Yerushalaim.

“Três vezes no ano, todo homem entre ti aparecerá perante o

Yah teu Elohim, o Elohim de Israel. Porque lançarei fora as nações

de diante de ti e alargarei o teu território; ninguém cobiçará a tua

terra quando subires para comparecer na presença de Yah teu

Elohim, três vezes no ano.” Shemot/Ex 34:23-24.

De nada serviria se o povo tivesse uma farta colheita, ovelhas

nascendo em partos gêmeos e triplos, vinho e azeite nos armazéns e

carneiros gordos sobre as brasas se Israel não fosse protegido de

seus inimigos e estes pilhassem seus celeiros, transportassem seu

gado e roubassem suas virgens e seus filhos. Israel não precisava

apenas de prosperidade, mas também de proteção permanente,

como o tempo revelou. E para isso eles precisavam ser fiéis não

apenas dedicando a dízima de sua renda, mas também parte de seu

tempo a Adonay indo ao santuário e confiando que a providência

guardaria suas terras com tudo o que tinham três vezes por ano

para passarem pelo menos 15 dias anuais festejando. Enquanto eles

fizeram isso experimentaram a verdadeira alegria que é a de servir.

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87 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Mais dos que isso nesses dias eles descobriam que a

prosperidade deles era diferente da de qualquer povo, era uma

prosperidade na santidade, na conformação com o querer de

Adonay. A prosperidade que lhes foi oferecida dizia respeito não

apenas ao corpo, mas também à alma e ao espírito. Logo, é de se

comemorar que a Igreja manifeste hoje tanto zelo em ensinar os

crentes a serem ofertantes, votantes e dizimistas fieis e que tenha

ensinando o povo que tudo o que tem vem de Adonay e que ele

precisa ser reconhecido em cada real que recebem por que se não

fosse ele não haveria saúde para trabalhar ou salário para sustentar

a sua família e promover a sua prosperidade.

Mas também é de se lamentar, que quase ninguém pense na

alegria de estar diante de Adonay, celebrando suas festas sob a

promessa de que todos os bens restantes, os 90% serão protegidos

por ele. Mais do que isso, é de lamentar que não se ensine ao povo

quão magnífico é festejar a Adonay do jeito dele, nos dias dele, não

do nosso jeito, com costelas de leitão assadas e em dias que ele

jamais ordenou e que nem lhe subiram ao coração.

As promessas de prosperidade foram feitas sob a condição de

obediência a cada mandamento que pudesse santificar e elevar o

corpo, a alma e o espírito de seu povo (1 Tessalonicenses 5:23) Logo,

o problema de Efraimitas, anusitas e mesmo gentios fieis reunidos

nas igrejas cristãos obviamente não é buscar as bênçãos prometidas

a Israel. Isso eles tem o pleno direito de fazer quando até os

cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa de seus

donos. O problema é que a igreja, por desconhecimento do pleno

propósito de Adonay no que diz respeito ao enxerto dos gentios em

Israel para se alimentar da seiva da oliveira é a busca a plenitude da

benção na lacunosidade da obediência. Chegou o tempo meus

amados de deixarmos de ser como o empreiteiro que regateia na

hora de fazer o serviço, mas aumenta o preço na hora da entrega da

empreitada. Não é mais hora de atuar como o vendedor de doces

que oferece apenas as guloseimas que caíram no gosto popular. Ele

por certo precisa fazer uma pesquisa de marketing consultando o

gosto dos clientes para prosperar.

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88 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Nossa prosperidade, porém não deve ser buscada primeiro no

mercado consumidor da fé, mas antes diante daquele que nos

contratou como mensageiros, o Senhor dos Exércitos que por certo

ficaria mais agradado se fôssemos capazes de anunciar mais aos

gentios do que as bênçãos decorrentes do dízimo. Isso é

especialmente verdade nas igrejas neopentecostais, que são as que

mais crescem no presente momento, as quais parecem um atacado

em campanha de liquidação onde se proclama a benção em

superpromoção do tipo “leve mais por muito menos,” ou obedeça

menos e receba as mesmas bênçãos.

De fato algumas lideranças se aplicaram mais ao estudo do

marketing evangelístico que dita o que deve ser dito, oferecido e

imposto para atrair as massas e levá-las a contribuir massivamente

com a obra do que à palavra que determina que se proclame todo o

conselho de Elohim. A razão parece óbvia, se as pessoas forem

levadas a imaginarem que a igreja é uma espécie de “Porta da

Esperança” que se abre através de generosas contribuições, como se

os dízimos e ofertas fossem uma nova forma de indulgencia que

arranca pessoas do limbo da pobreza e do purgatório da miséria da

Cidade de Deus e os leva para paraíso dos Jardins do Morumbi.

Lamentavelmente há uma certeza em relação a estes métodos

que não raro empobrecem fiéis que doam tudo a uma organização

depois que um impostor apelidado de Pastor ou Bispo lhes garantiu

de que o Criador abençoa com tudo àqueles que tudo arriscam. A

certeza única no caso é que se a pobreza delas não acabar pelo

menos a Igreja do Poder Global exibirá uma invejável saúde

financeira. Não estou falando de todos os ministros, Elohim me

guarde de desferir tal juízo contra aqueles que o servem de toda a

sua alma de todo o seu entendimento e de todas as suas forças.

Tampouco estou falando de todos os ministérios, posto que

muitas igrejas evangélicas se organizaram com um propósito:

Anunciar o evangelho ao mundo, anunciar que Elohim reina e que

ele é soberano, que salva o pecador por graça, que o redime por sua

justiça e que o santifica pela sua palavra.

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89 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

O que aqui falo se dirige especialmente aos ministérios

mediáticos que enriquecem muito mais do que supõem seus

membros e cuja única missão é amealhar fortunas em nome de uma

prosperidade que resulta sim do trabalho abençoado, mas que

dispensa fogueiras santas, madrugadas de oração em montes, votos

de tudo o que se tem para “a obra de Deus” que consome milhões

de dólares por dia em espaços na televisão e que faz seus dirigentes

terem uma vida principesca graças ao estímulo às massas de recém

encamisados e calçados desse país.

Claro que estou falando àqueles cujo coração Elohim está

tocando em direção à restauração e à santidade. Estou certo de que

há milhares de pastores e milhões de ovelhas nesse país que amam

a Adonay de todo o seu coração e que nunca foram além do ponto

a que chegaram por que nunca foram conduzidos a sentir essa

necessidade. Os “marqueteiros do evangelho” podem continuar do

mesmo jeito que estão, guiados por suas pesquisas que por certo já

lhes indicaram que pode ser mais fácil fazer um crente abrir o bolso

do que mudar hábitos alimentares32 e mais fácil fazer-lhes consagrar

10% da renda mensal do que santificar 14% do tempo. 33 Mas

aqueles a quem Adonay confiou um rebanho cujas ovelhas devem

ser nutridas mais que tosquiadas saberão que chegou a hora de dar

mais passos, e de levá-las para os pastos mais verdes.

32 Protestantes e até mesmo membros de igrejas reformadas se contém diante do sangue sugerindo a seus membros que degolem os animais ou se certifiquem de que sua carne não contém sangue. No que se refere às bebidas alcoólicas a maioria esmagadora dos ministérios protestantes proclama total abstinência do álcool. Logo a igreja julga questões ligadas tanto à comidas como a bebidas, indo mesmo além de Atos 15 que proíbe aos gentios apenas a ingestão de sangue e derivados contidos na carne ou fora dela. No entanto, paradoxalmente, quando a questão envolve distinção entre alimentos puros e impuros ela fica aquém. Pode nesse caso alegar que aos gentios não se impõe restrição alimentar maior que a de sangue, de animais sufocados e por extensão de animais sacrificados a ídolos. No entanto, nem mesmo aos israelitas Adonay jamais proibiu a ingestão do vinho (hb yayn) ou da cerveja (hb shekar) quanto mais aos gentios. Apesar disso a igreja exerce seu juízo contra o vinho que Yeshua não só bebeu como abençoou e multiplicou durante o casamento em Chaná, e abençoa o porco sobre o qual ele lançou os shidim (demônios). 33 A Torah ordena aos filhos de Israel que descansem, santifiquem e guardem o sétimo dia da semana, o shabat, por aliança perpétua em todas as suas gerações. Isso quer dizer que um israelita deveria santificar não apenas a sua renda, o que incluía não só os dízimos (10%) mas também as primícias (2,5% em média), mas também o seu tempo numa proporção semanal de 14,28%. Verdade é que o shabat foi dado como mandamento somente aos filhos de Israel, pelo que um gentio não deve ser forçado a guardá-lo, mas da mesma forma o dízimo foi dado para os filhos de Israel, e se alegarmos que o dízimo já era dado por Avraham, quando não havia nem Israelitas, nem judeus e nem levitas, também se deveria alegar que a circuncisão pré-existe a Israel. O que a cristandade fez, com raras exceções foi ir ao armazém da Torah e escolher, dos mandamentos dados aos israelitas uma parte para observar em detrimento da outra. Ora, na Torah há muito mais que a benção do dízimo, há outras 612 bênçãos.

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90 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Aqui é hora de

indagar: Não deveria a

Igreja pelo menos

convidar os crentes a um

compromisso com outros

mandamentos já que ela

teve a coragem de

ultrapassar o limite magro

das quatro leis iniciais

impostas aos gentios que

se voltam para Elohim? O

que está por trás dessa

indisposição de avançar

além das “bênçãos

financeiras” e falar das

bênçãos espirituais, das

bênçãos alimentares e por

que não das bênçãos que

se revelam nos tempos

apontados por Adonay

para que o sirvamos nos

dias que ele mais nos

serve? Se a questão for

apenas falta de

conhecimento não temos

nenhuma obra mais a

fazer que esclarecer a

nossos irmãos. Eis a nossa

missão.

No entanto, ainda creio que muitas lideranças cristãs não

conduzem seus membros para mais perto da Torah, para a

santificação alimentar e a santificação dos tempos apontados por

Adonay justamente por que acham que a Torah foi abolida. Isso nos

leva de volta ao tema de nosso título e às contradições da teologia

da substituição.

UUmm ccoonnvviiddaaddoo aallttrruuííssttaa nnããoo

vvaaii àà ffeessttaa ppeellaass gguulloosseeiimmaass

ppoossttaass àà mmeessaa,, mmaass ppeellaa

aalleeggrriiaa qquuee ddaarráá aaoo sseeuu

aannffiittrriiããoo.. AAssssiimm,, aaiinnddaa qquuee nnoo

iinníícciioo,, mmuuiittooss pprreesstteemm aa

AAddoonnaayy aappeennaass uumm sseerrvviiççoo

mmoottiivvaaddoo ppoorr mmeeddoo aaooss

ccaassttiiggooss,, eessppeerraa--ssee qquuee llooggoo

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nnaass bbêênnççããooss ee ffiinnaallmmeennttee ppoorr

ppuurroo aammoorr.. EE eessttee oo ttiippoo ddee

sseerrvviiççoo qquuee AAddoonnaayy eessppeerraa ddooss

sseeuuss..

Mesa de jantar por Petr Kratochvil http://www.publicdomainpictures.net/view-image.php?image=1653&picture=mesa-de-jantar

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91 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ora é tempo de nos apercebermos que ninguém pode ser

dizimista sob a suposição de uma Torah abolida, ninguém pode

imergir em água sob a suposição de que as leis cerimoniais

acabaram, ninguém pode proibir sangue sob a conclusão de que as

leis alimentares cessaram. Contudo, acredito que o aquilo que está

faltando aos ministérios sérios de evangelização não é a vontade se

servir a Adonay em tudo, mas o conhecimento de causa para que

esse serviço se torne mais intenso.

Chegou o tempo para que a Igreja Cristã use a Torah não

apenas para promover aqueles mandamentos que lhe são vitais à

sobrevivência e manutenção de suas estruturas financeiras enquanto

os mandamentos “não lucrativos” são mantidos longe de um povo

que doutra sorte faria melhor. Este povo se descobrisse o valor

intrinsecamente bom de cada um dos 613 mandamentos da Torah

buscaria servir a Yah, senão por amor a ele, pelo menos por amor as

mesmas bênçãos que os move a dizimar. Ainda que o motivo real

que induz ao serviço dos súditos do Reino não é amor às

recompensas, que é mero resultado, mas amor ao Rei.

Um convidado altruísta não vai à festa pelas guloseimas postas

à mesa, mas pela alegria que dará ao seu anfitrião. Ainda que no

início, muitos prestem a Adonay apenas um serviço motivado por

medo aos castigos, espera-se que logo depois o façam por interesse

nas bênçãos e finalmente por puro amor. E este o tipo de serviço

que Adonay espera dos seus. É minha convicção de que mesmo

aqueles que acreditam sinceramente que são gentios, e que por isso

são livres de obedecer ou não a certas obrigações seriam capazes de

ir muito mais fundo na Torah se descobrissem que ela é um canal de

bênçãos. Isso quando o crente a cumpre na certeza da salvação

graciosa e eterna dada aos eleitos apenas por graça.

Devo aqui advertir que buscar a salvação pela guarda da Lei,

seja do dízimo, seja do shabat, seja do batismo, seja da ceia, é uma

heresia que não queremos promover e que abominamos no fundo

de nossa alma por serem uma forma explícita de negar a graça de

Elohim e a suficiência dos méritos de Yeshua.

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92 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Deploramos a ação daqueles que ensinam que um crente não

é salvo apenas pelos méritos de Yeshua, por crer nele em qualquer

lugar, numa igreja ou fora dela, mas que precisa de se filiar a “igreja

verdadeira,” ou ao ministério com “linhagem apostólica” e coisas tais

ensinadas pelo velho senhor de Roma e que contaminaram os

crentes desesperados em busca de uma identidade, quando a

deveriam buscar em Israel.

Yeshua disse: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida.”

(Yochanan/Jo 14:6. Não há verdade além de Yeshua ou fora dele.

Não há grupos credenciados por Elohim para ministrarem a salvação

a ninguém. Yeshua nos ensinou a ir a ele, não a grupos, igrejas,

seitas e religiões. E ele foi bem claro ao dizer que todo aquele que

vai ale de maneira alguma será lançado fora. (Yochanan/Jo 6:37).

Por isso rejeite as insinuações daqueles que promovendo o

retorno à primitiva fé promovam também a exaltação de seus

grupos. Tendo crido em Yeshua para a sua salvação você não

precisa de mais nada do que aprofundar a sua fé e crer também na

sua declaração de que ele não veio abolir a Torah.

Bem, isso é importante que se diga, por que grupos há que se

levantam agora restaurando a verdade do shabat, das festas, da

imersão em nome de Yeshua e outras coisas sob a premissa

equivocada de que são a igreja organizada por Yeshua e que

ultrapassou incólumes os séculos no deserto.

Se o tivessem feito não estariam celebrando as festas a 80

anos ou a muito menos tempo ainda. Há casos chocantes, como o

do ministério de restauração que mais tempo dispõe na mídia

brasileira, com programas na TV e tudo, que está celebrando as

festas a sete anos apenas, e ainda assim apregoa uma idade

duplamente milenar.

Nesse caso, reconhecemos o mérito da restauração, e que

Adonay não nos permita ignorar isso, mas lamentamos tal

pretensão.

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93 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Infelizmente são estes mesmos grupos pró-judaicos nas suas

praticas, mas filo-romanistas em sua fé, justamente os que dizem

“fora de nossa igreja ninguém se salva” os que menos transmitem a

certeza da salvação a seus fieis que até hoje não sabem a diferença

entre a graça que salva e as obras que santificam, entre o dom do

perdão e o galardão da obediência.

Nossa promoção da obediência visa agradar aquele que já nos

salvou e que não tomará nossa salvação de volta, pois ela é um dom

e não um empréstimo.

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94 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

As Pretensões de um “Israel Espiritual”

Diante das 36 Keritot

Dezenas de igrejas afirmam ser o Israel moderno, e, no entanto, transgridem

mandamentos que resultam na separação espiritual de Israel.

A Torah contém

613 mandamentos,

destes 248 são

ordenanças e 365 são

proibições. No meio

dessas 365 proibições

uma para cada dia do

ano, existem 36 que

chamam sua atenção

pelos resultados de sua

transgressão.

A penalidade para

cada uma delas é a karet,

a exclusão pura e simples

do transgressor do meio

do povo eleito. O assunto

é objeto de intenso

estudo na Mishnah que

dedica um tratado inteiro

a ele, o ירכתות que em

seis capítulos aborda os

pecados que resultam na

eliminação de indivíduos

como parte de Israel com

a perda de todos os seus

privilégios como filho de Avraham, Ytzchak e Yakov.

AAppeessaarr ddee ttaannttooss ggrruuppooss ccrriissttããooss

ssee ccoonnssiiddeerraarreemm oo NNoovvoo IIssrraaeell éé

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IIssrraaeell eessppiirriittuuaall ddeessccaarraacctteerriizzaaddoo

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pprriinncciippaall ddeelleess aa cciirrccuunncciissããoo..

Gerer Rebbe Rabbi Yakov Alter Shlit'aWikipedia – Creative Commons 3.0. autor: VatsnewsDominio público

http://en.wikipedia.org/wiki/File:Torah_and_jad.jpg

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95 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Bom, é fundamental que aqueles que desejam se considerar o

Israel Moderno, o Israel Espiritual, o Novo Israel, conheçam quais

são as causas de keritot, para que façam jus à suas pretensões, caso

contrário, afinal não se pode ser israelita por mera conveniência.

A transgressão destes mandamentos que incluem perversões

sexuais, sacrilégio, violação de restrições alimentares válidas para

ocasiões especiais e profanação de dias santos é a luz da Torah

causa suficiente para que um pecador contumaz não seja mais visto

como parte do Israel. Infelizmente, porém, apesar de tantos grupos

cristãos se considerarem o Novo Israel é muito raro que ostentem os

sinais característicos de Israel, e o mais certo é que eles se

considerassem apenas gentios salvos por graça, mas nunca um Israel

espiritual descaracterizado dos símbolos essências ao povo exclusivo

de Adonai, talvez o principal deles a circuncisão.

Dezenas de igrejas disputam entre si e contra todas as outras

o título de exclusividade, de serem a unida igreja reconhecida pelo

céu na face da terra. Esse exclusivismo poder ser classificado em

extremo, forte, médio ou moderado conforme o grupo cristão

visualizado.

Nossos irmãos católicos e integrantes das dezenas de

ministérios saídos da Igreja de Deus do Sétimo Dia de Denver nos

Estados Unidos, inclusive a Congregação Israelita da Nova Aliança

partilham um exclusivismo forte, se identificam como a “igreja

fundada por Jesus”, que atravessou os séculos detendo a chave dos

céus e fora da qual ninguém se salva. Mórmons e testemunhas de

Jeová estão para o exclusivismo médio, quem rejeita sua mensagem

se perde, mas quem nunca a ouviu tem chance no mundo espiritual

ou vindouro.

Esta mesma posição, que a do um exclusivismo médio das

testemunhas de Jeová é partilhado por dezenas de ministérios e

congregações oriundas da grande dispersão da Igreja de Deus

Universal iniciada após a morte de Herbert Armstrong (1892-1986).

Para elas, as herdeiras da IDU são a igreja que Adonay reconhece.

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96 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Se trata aqui de uma espécie de exclusivismo compartido pela

mesma ideologia. Segundo estes grupos quem não ouviu sua

mensagem ou a verdade dos séculos restaurada por eles, não pode

ser condenado na ignorância. Estas pessoas serão ressuscitadas e

evangelizadas durante o reino milenar com fortes chances de vir a

ser salvo num mundo quase perfeito onde Satán já não poderá mais

enganar as nações, e só depois julgado.

Nossos irmãos adventistas do sétimo dia, adventistas

reformistas, cristãos no Brasil e integrantes do Tabernáculo da Fé

mantém um exclusivismo moderado, a salvação não depende de

suas igrejas, qualquer crente sincero pode se salvar onde ele estiver,

mas somente suas igrejas tem a verdade, toda a verdade para esse

tempo.

No entanto, a perspectiva adventista, ainda que de

exclusivismo moderado inclui uma esperança escatológica segundo

a qual todos os verdadeiros crentes que estão nas outras igrejas

finalmente as terão de abandonar para juntar-se a eles, ou

perecerem sob o impacto de sete terríveis pragas que precederão à

volta do Messias e o aniquilamento de todos os não adventistas

vivos.

Os adventistas da promessa estão entre os grupos que podem

ser classificados como exclusivistas moderados. Eles têm toda a

verdade, e portanto se consideram a melhor igreja que há, mas nada

impede que outros grupos adotem a mesma verdade e sejam

reconhecidos por Elohim. A igreja, qualquer que seja ela será

reconhecida se abraçar a verdade, e os sinceros, noutros grupos são

visitados pelo poder de Elohim, recebem os dons espirituais e são

salvos na luz que têm. É a forma menos daninha de exclusivismo.

Em comum, exclusivistas fortes, médios e moderados

partilham uma convicção. A Igreja vive hoje sob um novo pacto, um

pacto onde alguns mandamentos são pertinentes e necessários e

outros impertinentes e dispensáveis. Esse é o grande problema da

igreja hoje.

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97 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Ela se considera um Novo Israel, um Israel sem Torah ou pelo

menos sem grande parte dela. Este novo Israel toma o lugar do

antigo Israel, vive sob um novo pacto, cujas obrigações da parte de

Elohim é salvá-lo e da parte dele viver apenas as leis do espírito

contidas num novo pacto cujas obrigações variam de grupo para

grupo, mas que via de regra ignoram as causar para keritot. 34

No entanto, apesar de tantos grupos cristãos se considerarem

o Novo Israel é muito rato que ostentem os sinais característicos de

Israel, e o mais certo é que eles se considerassem apenas gentios

salvos por graça, gentios espirituais, mas nunca um Israel espiritual

descaracterizado dos símbolos essências ao povo exclusivo de

Adonai, um deles a circuncisão.

Esse “Novo Israel” chega por vezes a se ufanar

orgulhosamente sobre o Velho Israel, sobre suas leis e

mandamentos, supondo que eles eram maus por que tinham muitas

leis, quando na verdade “a Torah é santa, o mandamento é santo,

justo é bom.” Romanos 7:12. O que eles esquecem nesse caso é que

parte de Israel, (alguns de seus ramos), perdeu a sua posição não

por que eles tivessem uma lei má, mas por que sendo maus não

observaram a uma lei boa. Bem, e se Adonay retirou parte de Israel

de sua presença justamente por que era desobediente não iria

acrescentar um “Novo Israel” igualmente desobediente para lhe

tomar o lugar. Não faz nenhum sentido que você se proclame parte

do povo de Adonay a menos que nutra pelo menos respeito,

admiração e desejo de vir a cumprir pelo menos os mandamentos

sem os quais é impossível manter tal pretensão, aqueles cuja

transgressão resultam em karet, ou corte da comunidade de Israel.

34 O sentido exato de karet, cujo plural é keritot (Eliminação ou extirpações) não nos é dado na Torah, pelo que este vem sendo debatido há séculos. No geral existem regras para que alguém seja considerado Kerat ou cortado da comunidade de Israel e, por conseguinte não seja parte do povo de Elohim. O pecado tem de ter sido realizado por um adulto ou responsável diante da Torah, tem de ter sido cometido conscientemente e não ser sucedido por arrependimento, e na visão de muitos trata-se de pecados secretamente acariciados. É importante considerar que em pecado de ignorância, como o de quem se case com uma irmã sem o saber como ocorreu com os irmãos Alexander e Michele, cujo caso emocionou o Brasil por ter sido levado ao ar na TV pelo Programa do Ratinho em 16/1/2011, o keritat não se configuraria, pois os irmãos foram vítimas de um pai irresponsável. Nesse caso, bastaria a reparação. Houve o pecado, mas sua penalidade é suspensiva. Há quatro opiniões sobre o sentido de keritot, 1) o indivíduo é punido com a separação presente da comunidade de Israel, 2) com a morte prematura sempre antes dos 50 anos, 3) com a morte sem filhos 4) com a perda do olam rabá ou mundo vindouro.

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98 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Aqui é importante recordar que uma coisa é se declarar parte

do povo eleito por ter se vinculado a ele pela fé buscando ostentar

as marcas físicas, espirituais e comportamentais desse povo e outra,

bem diferente é pretender ser israelita e não obstante rejeitar os

símbolos judaicos. Não estamos aqui questionando o direito da

Assembleias de Deus, da Universal do Reino de Deus, da

Internacional da Graça de Deus ou das Igrejas Batistas de se

proclamarem parte do povo de Elohim.

Quando você recebe a Yeshua pela fé as barreiras são

derrubadas e você como crente é aproximado da fé para se

alimentar da seiva, e pode dizer, estou unido ao povo de Adonay,

sou parte dele pela graça, estou enxertado na boa oliveira apesar de

meu passado como zambujeiro. Não questionamos aqui esses

grupos, por que eles respeitam as profecias que dizem respeito a

Israel mesmo não entendendo a questão das duas casas, do retorno

de Efraim e suas dez tribos e da restauração dos anusim. Estas

organizações cristãs tem estabelecido uma nítida diferença entre

Israel e a igreja cristã gentílica. Esta diferença deve terminar, mas por

agora eles tem o mérito de não se declararem Israel ou a única

igreja sem ao menos atentar para as causas de keritot ou separação

do povo escolhido e se assegurarem de que as estão observando.

Além disso, sabemos muito bem que Adonay dispôs as coisas

de tal modo que efraimitas (cristãos da tribos perdidas) e anusitas

(cristãos descendentes de judeus da inquisição), se sintam gentios

até ao momento da restauração. Os crentes estão portanto, em

degraus distintos de sua escada em direção à plenitude da fé.

Ora na caminhada para se tornar um israelita existem sim

degraus que se pode notar na Torah e nos profetas. Ninguém se

voltava para o Elohim de Israel e virava israelita. Biblicamente

falando podemos dizer que primeiro o individuo era um goy

(gentio) que nada sabia de Elohim, de seu povo e de sua Torah. O

segundo estágio era quando um goy (gentio) vinha trabalhar em

Israel e deixava de lado seus deuses por que a idolatria era proibida

na terra santa, mas não assumia nenhum compromisso.

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99 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

No terceiro estágio ele abraçava o Elohim de Israel, se

submetia as leis básicas ou as leis noéticas, que eram sete e passava

a ser um guer toshav, um gentio adorador. No terceiro estágio este

gentio adorador podia fazer progresso e chegar a ser um benei

nekar, um filho do estrangeiro que fixava residência em Israel por

que era um estudioso admirador da Torah e praticante das leis do

guer, quando então passava a ser guer tsadik (o prosélito justo).

Finalmente quando isso já não lhe bastava, então ele fazia a

circuncisão comia do Cordeiro do Pessach e se tornava como o

natural da terra, um israelita por adoção, um gentio enxertado. No

entanto, ele só era um israelita quando completava esse percurso.

Se ele pecava deliberadamente e sem arrependimento em qualquer

um dos 36 pecados que resultam em banimento da comunidade de

Israel, Adonay voltava a considerá-lo como um gentio, ainda que

exteriormente ele parecesse um israelita por que conservava suas

abominações em segredo.

Há de se notar que muitas das transgressões mencionadas na

Torah como causa de keritot são pecados que as pessoas vis

cometem no segredo de sua intimidade. Olhe, por exemplo, os

casos de infames de pais que abusam sexualmente de suas filhas e

as vezes dos próprios filhos. Na maior parte dos casos estes crimes

só são revelados muito tempo mais tarde, quando a vítima rompe o

silêncio e desaba em lágrimas diante de um sacerdote, de um pastor

ou de um psicólogo.

Mesmo pecados mais simples, que jamais seriam obejto de

condenação judicial ou cultural, como por exemplo a relação sexual

do marido com a sua esposa, que alguns pastores de costas viradas

para a Torah dizem não conhecer qualquer tipo de limite. A Torah

proíbe aos israelitas o sexo durante a Nidah ou separação menstrual.

Um pecado como a relação sexual durante a nidah (separaçã),

e que é causa de keritot para um israelita, se não houvesse

arrependimento, poderia ser praticado anos a fio sem que marido

ou mulher o revelasse.

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100 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Hoje desconhecendo toda essa dinâmica do processo de

conversão, as igrejas se declaram um Israel Moderno, não obstante a

isso deploram o uso dos símbolos necessários a o titilo que

pretendem, o que se assemelha ao estrangeiro que quer se tornar

cidadão americano sem jurar a bandeira dos Estados Unidos e sem

cantar seu hino nacional.

Assim, lamentavelmente, embora nenhuma igreja cristã quebre

em seu conjunto as 36 causas de separação do povo eleito, é bom

recordar que uma única transgressão era suficiente para que um

israelita passasse como gentio diante de Adonay, e mesmo que não

perdesse o direito ao mundo vindouro, não entraria nele como

israelita, a menos que se arrependesse.

Claro que para que haja arrependimento tem de haver

consciência de culpa. Infelizmente a igreja cristã raramente tem essa

consciência por que ignora o conjunto dos deveres necessários à sua

pretensão, isso me refiro quando ela se considera espiritualmente

israelita.

Podemos nos alegrar com o fato de que via de regra a igreja

cristã, inclusive a romana, criou dispositivos e leis que impedem a

prática de uma série de keritot. No que diz respeito À sexualidade

Roma cumpre 93% das proibições da Torah que resultariam em

separação do indivíduo de seu povo e dos privilégios de Israelita.

Excetuando-se as regras criadas pela própria igreja como

negar o direito ao casamento para seus clérigos padres e freiras, aos

ligados por “parentesco espiritual35 e aos divorciados legitimamente,

pode-se dizer que até mesmo a Igreja de Roma evita pelo menos

quinze das práticas sexuais que resultam em karet ou separação do

povo de Elohim.

35 O Direito Canônico impedia o casamento entre os chamados “parentes espirituais”, uma invenção absurda da Igreja jamais configurada das escrituras. Segundo esse dispositivo o padrinho de batismo não podia casar com sua afiliada, já que espiritualmente esta passava a ser uma “filha” deste. O mesmo se referia também à madrinha, que não podia casar com seu “filho espiritual.” Tais casamentos, exigiam dispensa de parentesco. O atual Código de Direito Canônico não menciona mais o “Parentesco espiritual”, supondo-se com isso ab-rogado.

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101 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Estas práticas são: relação sexual com a mãe, com a mulher do

pai, com a nora, com macho, com animal (por parte do homem ou

da mulher), com a enteada, com qualquer mulher casada, com a

irmã, com a meia irmã, com a tia (paterna ou materna), com a

cunhada ou cunhado e com a tia por afinidade. Essa aversão a

práticas de aberração sexual (homossexualismo e bestialidade), de

incesto (entre consanguíneos) e de parentesco legal (esposos dos

tios, enteados e cunhados) é seguida pelas igrejas evangélicas no

geral.

No que diz respeito à 16ª causa de karet ou eliminação do

meio do povo, a relação sexual durante o período menstrual, Roma

é omissa no que é seguida pela cristandade no ocidente que

considera as leis rituais passadas de moda, e poucos líderes cristãos

se atrevem a denunciar a prática como pecado especialmente numa

época em que tudo é permitido em nome do desejo e do prazer, e

onde as quatro paredes parecem sancionar tudo, conquanto que os

parceiros sejam casados. Felizmente, na maioria dos casos os casais

tendem a evitar as relações sexuais durante o período de nidah ou

separação, não por recomendação das suas igrejas, mas pelo ensino

da própria natureza.

Pode-se dizer ainda que Roma e com ela todas as igrejas

cristãs não praticam sacrifícios de crianças e não endossam a

idolatria, e que, portanto não são culpados nem da 17º e nem da

18º Karet.

Já o mesmo não se pode dizer da 19ª karet que é a que

condena o idólatra a estar separado de Elohim, um erro em que

Roma incorre diretamente ao promover um vergonhoso culto às

imagens e o mundo cristão de forma indireta ao atribuir a Elohim

personalidades múltiplas, ainda que nesse caso, o façam

inocentemente tanto nossos irmãos católicos que perderam o

sentido do que é idolatria como nossos irmãos evangélicos que

perderam o sentido do que é unicidade. Há uma inocência por trás

do culto e da fé católica e evangélica que em certo sentido foi

delimitada pelo próprio Criador até ao tempo da restauração.

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102 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Mas essa prática, se não houvesse outras já seria por si

suficiente para demonstrar que a Igreja de Roma, jamais foi e ainda

é não o povo de Adonay. Aliás, possivelmente a Igreja de Roma,

com sua aversão à verdade bíblica que condena a veneração às

imagens e seu amor à idolatria nunca será o que se propõe, a única

igreja de Elohim sobre a face da terra e muito menos aquela fora da

qual ninguém se salva.

Ao tropeçar na idolatria, sem vergonha ou arrependimento a

Igreja de Roma testifica em alto e bom som que ela não é condutora

do povo escolhido.

Quanto à 20ª causa de karet, que é abominável comunicação

com os mortos mediante o uso da mediunidade essa prática da qual

a cristandade não pode ser acusada e da qual estão isentos católicos

e evangélicos é uma falta quase exclusiva dos kardecistas.

No que diz respeito à 21ª causa de karet que é a profanação

do shabat sabe-se que nela incorrem milhares de igrejas cristãs e

dela são inocentes apenas algumas centenas de igrejas sabatistas.

Já as causas de karet que vão da 22º à 28ª, bem como as que

vão da 32ª à 34ª não costumam acontecer na atualidade tanto por

que não há templo como também por que a igreja cristã criou seus

próprios rituais, altares e incensos. No entanto, no Peru, uma

organização religiosa sabatista e que celebras as festas,

ASSOCIAÇÃOEVANGÉLICA DA MISSÃO “ISRAELITA DO NOVO

PACTO UNIVERSAL. O Grupo que clama ter pelo menos 60 mil

membros na América do Sul, principalmente no Perú, criou seu

sacerdócio, seu templo e seu altar de sacrifícios nas proximidades de

Lima. Curiosamente ela que pratica as festas bíblicas estando isenta

das punições da separação ou karet ligadas a estas transgressões

viola abertamente as disposições relativas ao Templo, supondo uma

substituição de Yerushalaim pela cidade de Lima numa aberração

maior do que a substituição por Roma que pelo menos não se

atreveu a construir um santuário às margens do Tibre. A queda de

Efraim e tal que quando anda para a frente ainda se desvia.

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103 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Já a 29ª causa de karet, que é comer pão fermentado durante

o Pessach; a 30ª que é comer no dia da expiação, a 31ª que envolve

o trabalhar no dia da expiação e a 35 que envolve o transgredir a lei

da ordenança Pessach (páscoa) são transgressões que impendem

sobre católicos, evangélicos e sabatistas em geral, à exceção dos de

algumas dezenas de pequenas e médias organizações derivadas da

Igreja de Deus Universal de Herbert Armstrong, bem como de

alguns grupos ligados ao Judaísmo Messiânico e ao Movimento do

Nome Sagrado.

Mesmo as pretensiosa s Igrejas de Deus sabatistas que ao lado

das dominguistas e de Roma se consideram o único povo de Elohim

fora do qual não há salvação incorrem na transgressão deliberada,

sistemática e contumaz dessas keritot e portanto, no que diz

respeito às organizações nunca foram e ainda não são as legítimas

condutoras do povo santo.

Por ultimo a transgressão da ordenança perpétua da

circuncisão, dada ao povo que descende de Avraham, que é o 36º

motivo para o kerat ou banimento do meio do povo de Israel é

endêmica entre os cristãos, a exceção dos cerca da Igreja Copta (16

milhões de membros), da Igreja Ortodoxa da Etiópia (45 milhões de

membros) e da Igreja Ortodoxa da Eritréia (2,5 milhões de

membros).

Em resumo se pode dizer que milagrosamente a Casa de Israel

espalhada entre as nações, quando vista em seu conjunto vem

cumprindo parcialmente a Torah e em todo o lado pode ser ver o

cuidado em nãop praticar todos aqueles trinta e seis pecados que

resultam em keritot, no entanto, visto isoladamente, grupo por

grupo, o cumprimento de todas as mitzvot muito raramente pode

ser encontrado.

Haja visto que mesmo as igrejas ortodoxas egípcias e etíopes

que mantiveram a circuncisão ao longo dos séculos tem sido

negligentes ou completamente omissas noutros deveres igualmente

causadores de separação do transgressor de seu povo.

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104 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Disso resulta a constatação de que apesar das reivindicações

de diferentes grupos cristãos que se apresentam como a única e

salvadora igreja que atravessou os séculos ou pelo menos como a

Igreja Restaurada do último tempo, vale o velho ditado popular

português de que “é mais a fama do que o proveito.”

Isso é tão sério, que apesar de o shabat ser um sinal entre

Elohim e seu povo nem mesmo os guardiões do shabat tem motivos

para comemorar sua condição de único povo de Elohim, pelo menos

não pelo mérito de sua obediência. Através da Torah Elohim

determina que sejam cortados ou afastados de seu povo todos

aqueles que trabalhem ou comam durante o Yom Kippur ou dia da

expiação, isso por estatuto perpétuo, o que vale também para

qualquer pessoa que coma pão fermentado durante o período

imediato ao pessach (Sete dias) uma ordenança que a maioria dos

sabatistas nem mesmo conhece.

Por outro lado, os mais de 100.000 crentes herdeiros da

Grande Dispersão da Igreja de Deus Universal de Herbert Armstrong

tem a seu favor o mérito de terem cumprido essas ordenanças,

reunindo quase todas as características próprias de Israel e assim

fazendo jus, pelo menos em parte à sua pretensão de serem

efraimitas (descendentes das tribos perdidas de Israel) ou gentios

convertidos a Israel, e povo exclusivo de Elohim. Infelizmente, porém

é preciso que se aponte o fato de que essas organizações seguindo

a visão do Velho Caudilho consideram a brit miláh (aliança da

circuncisão) abolida ou pelo menos substituída pela imersão.

Assim, como a Torah determina o kerat ou eliminação de seu

povo, daqueles que não fazem a brit miláh (aliança da circuncisão),

nem as herdeiras do movimento de Herbert Armstrong preenchem

todas as condições. Logo faria muito bem se as organizações e

grupos que pretendem ser o único povo de Adonay conhecessem

bem as keritot a fim de adequar sua prática às suas pretensões.

Conhecidas estas regras haveria menos ufanismo vazio e mais

santidade por parte daqueles que pretendem a exclusividade como

povo de Elohim.

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105 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Afirmar por outro lado que Adonay recebe os gentios por

graça, sem que se lhes imponha o pleno jugo da Torah e nem o

julgamento em função das keritot, deve eliminar por outro lado

todo o orgulho dos crentes gentios, efraimitas e anusitas e levá-los a

dizer que são salvos e que isso lhes basta. Além disso, se é verdade

que Adonay salva os gentios por graça, passando por alto seus

pecados, também deve ser verdade que ele pode e passará por alto

as transgressões de Israel.

Graça por graça, se ele pode abraçar os gentios sem a

observância da Torah, não tendo prometido nada a seus

antepassados ou patriarcas e nem tendo conhecido seus profetas,

muito mais pode abraçar os filhos daqueles a quem prometeu que

amaria e protegeria sua descendência para todo o sempre. O que a

Torah diz não é que os gentios são o povo de Adonay, mas que são

abençoados com seu povo, que devem se alegrar com ele e que são

convocados a se unir a ele como os profetas falaram inspiradamente

como foi apresentado por Shaul.

“Digo, pois, que o Maschiach foi constituído ministro da

circuncisão, em prol da verdade de Elohim, para confirmar as

promessas feitas aos nossos pais; para que os gentios

glorifiquem a Elohim por causa da sua misericórdia, como está

escrito: Por isso, eu te glorificarei entre os gentios e cantarei

louvores ao teu nome. E também diz: Alegrai-vos, ó gentios,

com o seu povo. E ainda: Louvai a Yah, vós todos os gentios, e

todos os povos o louvem. Também Yeshayahú diz: Haverá a

raiz de Yshay, aquele que se levanta para governar os gentios;

nele os gentios esperarão.” Romanos 15:8-12.

Ou seja, o que acontece com os crentes hoje é uma crise de

identidade. São como o menino que fugiu de casa numa noite fria e

escura, imaginando-se adulto e dono de seu destino, mas era tão

pequeno que não conseguia apertar o botão do semáforo para

parar o trânsito e cruzar a rua. Falta a percepção aos crentes de que

Adonay tem um povo a 3500 anos, que esse povo é Israel, e que um

gentio pode se salvar sem pertencer a esse povo ou unido a ele.

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106 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Mas um gentio não pode e não deve jamais pretender ser esse

povo separado dele e muito menos hostil a ele, transgredindo

deliberada e conscientemente as ordenanças mais básicas sem as

quais essa pretensão não é apenas vazia, mas reveladora de

ignorância e arrogância.

Além disso a Igreja Cristã precisa definir que tipo de lei ela vai

ter como referência a fim de poder definir consequentemente que

mandamentos ela vai cumprir. A igreja cristã, precisa se definir

rapidamente. Ou ela é Israel e vive como Israel, banindo de seu meio

todas as doutrinas, costumes e práticas pagãs herdades de Roma e

de suas antecessoras e sucessoras e em seu lugar coloca os

mandamentos, costumes e práticas ordenadas por Elohim a Israel ou

ela é gentílica, se depura do mal, mas fica onde está, confiante na

graça e vivendo a Torah dada aos gentios. Ela não pode ser gentílica

no comportamento e israelita na identidade.

Ora, o povo de Elohim não é um mero título. Ele está amarrado

a Adonay por alianças, por preceitos e por deveres. De nada vale

que alguém acredite firmemente que pertence ao povo eleito se não

estiver disposto à caminhar na restauração. De nada vale clamar

orgulhosamente nas ruas, nas praças, na rádio, na TV ou no Jornal:

“Somos a Igreja de Deus organizada por Jesus no ano 34 da nossa

era.”

Gostaria de confortar a todos os meus amados irmãos no

Senhor Yeshua há Maschiach, inclusive os católicos, com a

declaração de que a maioria dos crentes são de fato descendentes

de Avraham, herdeiros segundo a promessa. Eles precisam saber

que não são parte do povo de Elohim pelo mérito inexistente na

doutrina das suas igrejas e nem pela pretensão com que ela se

apresenta, mas por que Yeshua, que veio somente as ovelhas

perdidas de Israel os chamou pela soberana graça do Pai e os

chamou por que são parte de seu povo, por que portam a semente

de Avraham. Ou seja,mesmo transgredindo ignorantemente a Torah

eles ainda são povo como está escrito: ”Chamarei meu povo ao que

não era meu povo.” Romanos 925.

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107 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

36 A torah não proíbe a relação sexual com a cunhada, esposa do irmão, caso ela se torne viúva e não tenha filhos por causa da

lei do levirato que determina ao irmão gerar filhos da cunhada para seu irmão. Esta ordenança independe dos gostos, desejos ou estado civil, apesar de ser preferencialmente cumprida pelo irmão solteiro. Se um irmão se nega a cumprir a lei do levirato a cunhada pode humilhá-lo publicamente. No entanto, se um homem se divorcia de sua mulher, seu irmão, casado ou solteiro não pode se casar dom ela sob nenhuma hipótese. Esse foi o pecado de Herodes. (Marcos 6:18-19); Por outro lado um homem não pode casar com a cunhada, irmã de sua esposa a não ser que a sua mulher morra. Outra restrição permanente diz respeito à mulher do pai, que mesmo viúva não pode se casar com o enteado. 37 As ordenanças do Pessach incluem o consumo do cordeiro, do pão sem fermento e das ervas amargas e a abstinência do

fermento (chametz). No entanto, o cordeiro de Pessach como sacrifício só pode ser comido em Yerushalaim (a maioria acredita que apenas com o templo de pé). Restam pra quem mora longe da cidade santa as obrigações de comer Maror (erva amarga) no primeiro dia da festa dos pães sem fermento, se abster do de chametz (fermentados de cereais) por sete dias e consumir Matzot (pães sem fermento) por sete dias. O consumo do cordeiro sacrifical exigia ainda a brit milah (aliança da circuncisão).

Um Teste Para Definir se uma Igreja ou Organização Preenche os Requisitos

Mínimos Para Pretender se o Povo de Exclusivo de Elohim As 36 Causas de Keritot (eliminações) de Entre o Povo Santo

1 Relação sexual do filho com a sua mãe. 2 Relação sexual com a com a mulher do pai. 3 Relação sexual do sogro com sua nora. 4 Relação sexual do homem com outro macho. 5 Relação sexual do homem com qualquer animal. 6 Relação sexual da mulher com qualquer animal. 7 Relação sexual com uma mulher e sua filha. 8 Relação sexual com uma mulher casada. 9 Relação sexual com a irmã. 10 Relação sexual com a meia irmã. 11 Relação sexual com a tia paterna (irmã do pai). 12 Relação sexual com a tia materna (irmã da mãe). 13 Relação sexual com a cunhada (irmã de sua mulher).36 14 Relação sexual com o irmão da mulher. (cunhado) . 15 Relação sexual com a irmã da mulher do pai. (tia por afinidade) 16 Relação sexual com a mulher durante o período menstrual 17 Praticar sacrifício de uma criança a Molok. 18 Cometer blasfêmia contra o Criador. 19 Praticar da idolatria 20 Comunicação com os mortos através de médium. 21 Profanar o shabat. 22 Comer comida do sacrifício quando se está ritualmente impuro. 23 Entrar no templo em estado de impureza ritual. 24 Comer a gordura dos sacrifícios. 25 Comer o sangue dos sacrifícios. 26 Comer o resto dos sacrifícios 27 Trucidar sacrifícios fora do Templo. 28 Oferecer sacrifícios fora do Templo. 29 Comer pão fermentado durante o Pessach (páscoa). 30 Comer no dia da expiação; 31 Trabalhar no dia da expiação 32 Misturar os ingredientes do azeite exclusivo para o Templo. 33 Preparar o azeite exclusivo paro Templo. 34 Ungir-se com o óleo exclusivo para o Templo. 35 Transgredir a lei da ordenança Pessach (páscoa).37 36 Transgredir a lei da ordenança da circuncisão.

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108 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Esta semente pode ter se esquecido das alianças e pactos

eternos, pode ter transgredido mandamentos perpétuos sob a ilusão

de que foram abolidos, mas o Pai Eterno que tudo vê e que se

comprometeu a ser Elohim da semente de Abraham vela por eles.

Em suma, são seu povo por herança não por filiação às igrejas.

Ao concluir o presente capítulo, não seja o fato de que alguém

entenda que a maioria esmagadora dos crentes não são parte do

povo de Elohim, gostaria de recordar o que atrás já foi mencionado,

a saber, que a keritot só se aplica ao caso de alguém conhecer o

mandamento e o violar voluntariamente. Em são juízo não posso

dizer isso dos crentes hoje. A maioria deles supõe sinceramente que

grande parte das keritot foi abolida, que elas já não servem mais

para definir quem é o povo de Elohim, e por isso mesmo não dão

importância alguma e elas. De forma geral, os cristãos, por mais

sinceros que sejam, estão sendo conduzidos por lideranças

espirituais que desconhecem em grande parte os propósitos de

Elohim, a santidade de seus mandamentos e a natureza do povo

eleito. Estas criaram conceitos subjetivos para se identificar como

povo santo enquanto ignoram a verdadeira santidade.

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109 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

O Mistério das Duas Oliveiras ao lado da

Menorah

Como a Boa Oliveira se dividiu em duas, foi tirada da sua terra,

multiplicou seus ramos entre os gentios e abençoou o mundo.

Há pouco mais de 25

séculos, isto é, por volta do

ano 520 AEC, dezoito anos

depois do retorno dos

judeus para a terra de seus

pais Adonay chamou a

, mais conhecido

Zacarias em hebraico

Zecharyah Ben Ido

(Zacarias filho de Ido) para

iniciar seu ministério

profético para Casa de

Yehudáh.

Era um momento

crítico, a Casa de Israel e

suas dez tribos havia sido

levada ao exílio duzentos

anos antes (720 AEC) para

não mais voltar. A

irmandade entre as duas

casas havia cessado, e

parecia que nunca mais

voltaria e da casa de

Yehudá, também exilada,

só 2% tinham retornado.

AAddoonnaayy mmoossttrroouu aa ZZeecchhaarryyaahh qquuee

IIssrraaeell,, aa oolliivveeiirraa ccoorrttaaddaa,, eemm vveezz ddee

ssuummiirr ee ppeerrddeerr--ssee nnoo bboossqquuee ddooss

zzaammbbuujjeeiirrooss qquuee ssããoo aass nnaaççõõeess

eessttaarriiaa ddee ppéé,, pprroodduuzziinnddoo ffrruuttooss

qquuee rreessuullttaarriiaamm nnoo mmeellhhoorr aazzeeiittee

qquuee aacceennddeerriiaa aass sseettee llââmmppaaddaass ddaa

MMeennoorraahh,, ssíímmbboolloo ddaa pprreesseennççaa ddooss

sseettee eessppíírriittooss ddee AAddoonnaayy eennttrree ooss

hhoommeennss..

Opposite the main entrance of the Knesset is this chandelier made by Benno Elkan. It is 5 meters high and 4 meters broad and shows 29 reliefs of Jewish, Author: Effi Schweizer

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Knesset_Benno_Elkan.jpeg

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110 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Assim, o reino de David, antes considerado uma oliveira

formosa estava dividido, enfraquecido e arruinado, aparentemente

nunca mais se reergueria e conseguira ser no máximo uma pequena

província persa, com algumas dezenas de milhares onde outrora

florescera um reino rico e poderoso que ameaçara todo o Oriente

Médio. Parecia que Israel, a menina dos olhos de Elohim havia sido

abandonada e que as duas casas de Israel haviam sido condenadas

por seus muitos pecados primeiro a se dividir contra si mesma,

depois a cair ante seus inimigos externos e finamente sumir como

pingos d água entre o caudaloso rio das nações.

A oliveira parecia decepada para não mais tornar a brotar e

para que seus preciosos frutos nunca mais produzissem o azeite

dourado que ilumina o santuário, unge os homens e dá tempero e

sabor às suas comidas. Mas como vemos no escrito do profeta, isso

era apenas o que parecia que ia acontecer, não a verdade dos fatos.

“Ora o anjo que falava comigo voltou, e me despertou, como a um

homem que é despertado do seu sono; e me perguntou: Que vês?

Respondi: Olho, e eis um castiçal todo de ouro, e um vaso de azeite em

cima, com sete lâmpadas, e há sete canudos que se unem às lâmpadas

que estão em cima dele; e junto a ele há duas oliveiras, uma à direita do

vaso de azeite, e outra à sua esquerda. Então perguntei ao anjo que

falava comigo: Meu senhor, que é isso? Respondeu-me o anjo que falava

comigo, e me disse: Não sabes tu o que isso é? E eu disse: Não, meu

senhor. ... pois estes sete se alegrarão, vendo o prumo na mão de

Zorobavel. São estes os sete olhos do Senhor, que discorrem por toda a

terra. Falei mais, e lhe perguntei: Que são estas duas oliveiras à direita e à

esquerda do castiçal? Segunda vez falei-lhe, perguntando: Que são

aqueles dois ramos de oliveira, que estão junto aos dois tubos de ouro, e

que vertem de si azeite dourado? Ele me respondeu, dizendo: Não sabes

o que é isso? E eu disse: Não, meu senhor. Então ele disse: Estes são os

dois ungidos, que assistem junto ao Senhor de toda a terra.” Zecaryah/Zc

4.

Ao profeta a visão parecia por demais intrigante. Como todo o

judeu ele sabia que a oliveira é o símbolo de Israel, como

contemporâneo da época do exílio ele sabia que essa oliveira estava

podada, desbastada de seus ramos.

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111 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Assim como os

crentes hoje no máximo

conseguem ver apenas

Judá e os judeus como a

preciosa oliveira a ocupar

o seu lugar de destaque

entre as nações. O

profeta não estava

preparado para entender

o símbolo representado

pelas duas oliveiras.

Ele olha e olha para

os lados da menorah e vê

não uma árvore, mas

duas delas vertendo

azeite. Então ele ficou

como um homem que

sonha. Não sabe o que

lhe está sendo mostrado

e por isso indaga: “Que

são aqueles dois ramos

de oliveira, que estão

junto aos dois tubos de

ouro, e que vertem de si

azeite dourado? Ele me

respondeu, dizendo: Não

sabes o que é isso? E eu

disse: Não, meu senhor.

Então ele disse: Estes são os dois ungidos, que assistem junto a Yah

de toda a terra.”

Adonay mostra a Zecharyah que Israel, a oliveira cortada, em

vez de sumir e perder-se no bosque dos zambujeiros se

transformaria em duas árvores e produziria os frutos que resultariam

no melhor azeite e que estas duas árvores representavam os dois

servos de Adonay que assistem ante sua presença.

AAssssiimm ccoommoo ooss ccrreenntteess hhoojjee

nnoo mmááxxiimmoo ccoonnsseegguueemm vveerr

aappeennaass JJuuddáá ee ooss jjuuddeeuuss

ccoommoo aa pprreecciioossaa oolliivveeiirraa aa

ooccuuppaarr oo sseeuu lluuggaarr ddee

ddeessttaaqquuee eennttrree aass nnaaççõõeess.. OO

pprrooffeettaa nnããoo eessttaavvaa

pprreeppaarraaddoo ppaarraa eenntteennddeerr

IIssrraaeell rreepprreesseennttaaddoo aattrraavvééss

ddee dduuaass oolliivveeiirraass ppoorr ccuujjoo

mmeeiioo oo mmuunnddoo sseerráá

iilluummiinnaaddoo..

Olea europaea, by (RNBC): Bela Vista, Lisboa, Portugal. Olea europaea Fonte: Wikipedia: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Olea_europaea_subsp_europaeaOliveTree.jpg

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112 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Estes fatos estão implícitos na visão do profeta Zecharyah

quando ele vê um castiçal de ouro que parece representar a justiça,

um vaso de azeite que representa a graça, o poder e a unção da

ruach, as sete lâmpadas que representam a plenitude da luz que

deve incidir sobre todas as nações e homens da terra.

Este óleo que flui por canais diferentes são os sete olhos do

Altíssimo que cuidam de sua obra em todo o mundo e que nunca

dependeu apenas de Yehudáh. Logo nada deveria nos surpreender

tanto como as duas oliveiras que o profeta vê uma à direita e outra à

esquerda. Estas duas oliveiras que estão separadas à muito tempo

devem voltar a se entrelaçar para se tornarem uma só árvore e

quando isso acontecer o mundo será renovado. Quis o Altíssimo que

o povo de Israel permanecesse em dois extremos desde 920 AM

quando as duas casas se separaram. Mas em todo os casos sempre

se deve lembrar que Israel e Judá são os dois povos que o Eterno

ungiu para erguer a Terra.

Deveria ser claro para qualquer estudioso que a Casa de Israel

não substitui a Judá, não lhe toma o lugar, apenas rompe sua

irmandade com ele de acordo com o propósito soberano de Elohim

até que ambos voltem a se reconciliar de novo sob a mediação de

Yeshua, o Maschiach (Ungido) e Moshia (Salvador) de Israel. As duas

casas são, pois instrumentos paralelos do Eterno através dos quais

ele termina por enriquecer as nações.

Não é, pois sem causa que o profeta Zecharyah surpreso, vê

duas oliveiras em torno da menorah quando estava preparado para

ver uma só. Da mesma maneira cristãos e judeus conseguem ver

apenas um Israel, quando na verdade deveriam considerar o fato de

que existem duas casas de Israel que de forma misteriosa e pelos

interesses mais diversos, e nem por isso menos providenciais, tem

estado separadas, e no entanto, aquilo que foi a sua maior fraqueza

revelou-se a maior força das nações. E por meio destas duas casas,

os dois ungidos de Adonay, e mais ainda por meio dos ramos da

oliveira enxertados no zambujeiro que o mundo vem sendo

arrancado das negras trevas do paganismo e levado a crescente luz.

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113 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

No entanto, quando se enxerta a oliveira no zambujeiro e se

faz dele o cavalo para montar a boa oliveira é justamente para que a

resistência de seu tronco possa suportar a boa planta e protegê-la

contra as intempéries. Foi justamente isso o que ocorreu. A casa de

Efraim e suas dez tribos, perdidas sob o tronco do zambujeiro,

parecida com o zambujeiro, configurada a ele em seus costumes, fé

e prática passou desapercebida e pode crescer, crescer e crescer

para que através da pregação do evangelho ela pudesse retornar

numerosa como um grande olival.

E se o Olivicultor de Israel o enxertou no Zambujeiro (as

nações), não é por que ele estava à espera de milagres, mas por que

ele produziria estes milagres. Bem, o primeiro milagre é a

multiplicação de galhos a partir dos ramos da oliveira enxertados no

zambujeiro. Diferentes na espécie, mas iguais na família, a oliveira

israelita e o zambujeiro gentio foram enxertados pelo Olivicultor

Celestial que não estava a espera de um segundo milagre, mas no

comando do segundo milagre que é retomar estes muitos galhos

que se desenvolveram sob as copas do zambujeiro que são as

nações, cortá-los de sua árvore hospedeira e trazê-los de volta,

multiplicados e prontos para voltar à árvore mãe. Pela miscigenação

Israel se fundiu aos povos a quem o Eterno nada prometera. Dessa

forma pessoas de todos os povos podem participar das promessas

firmes e incondicionais feitas a Avraham.

Dessa fusão surgiram os gentios israelitas. Claro que pela

natureza a fusão entre Israelitas e gentios jamais produzirá nada de

bom. Como já vimos anteriormente, a Oliveira tende a reverter para

seu estado de zambujeiro quando ocasionalmente um de seus

frutos germina no solo. O agricultor tem de ter sempre o cuidado de

produzir novas oliveiras a partir das estacas arrancadas da árvore

doadora. A natureza nos ensina que o enxerto de Israel nos gentios

precisa de um milagre para dar certo. (Romanos 11:24) Esse milagre

ocorreu em larga escala no primeiro século quando dentre os

gentios centenas de milhares fizeram teshuvah antes da apostasia

trazida por Roma, e essa apostasia veio por que o tempo da

plenitude ainda não havia chegado.

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114 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Esse momento difícil que hora vivemos, quando Efraym (a

Igreja) ainda se sente substituta, rejeita e por vezes ignora Judá e

quando Judá olha com desdém os esforços de Efraym por voltar à

Torah como se não fosse seu irmão foi simbolizado no ato de

Zecharyah quando ele toma a segunda vara que está em sua mão e

a quebra, para demonstrar que as duas casas estariam separadas por

séculos.

“Então quebrei a minha segunda vara União, para romper a

irmandade entre Judá e Israel.” Zecariah 11:12.

Este simbolismo das varas na mão do profeta representando

as duas casas será empregado também pelo profeta Ezequiel, mas

com um componente adicional, o retorno da irmandade, da unidade

e do amor entre as duas casas para que se tornem de novo uma só e

nunca mais sejam duas casas. Breve, tomara que seja em nossos

dias, e nos dias de toda a grande Casa de Israel, parte do Talmud e

das obras de Lutero estarão relegadas à lixeira da história. O Talmud

por que despreza os gentios, onde milhões incontáveis de filhos de

Efraym e as obras de Lutero onde os judeus são aborrecidos.

“Tu, pois, ó filho do homem, toma um pedaço de madeira, e

escreve nele: Por Yehudáh e pelos filhos de Israel, seus

companheiros. E toma outro pedaço de madeira, e escreve nele: Por

Yosef, vara de Efraim, e por toda a casa de Israel, seus

companheiros. E ajunta um ao outro, para que se unam, e se

tornem uma só vara na tua mão. E quando te falarem os filhos do

teu povo, dizendo: Porventura não nos declararás o que significam

estas coisas? Tu lhes dirás: Assim diz o Yah Elohim: Eis que eu

tomarei a vara de José que esteve na mão de Efraim, e a das tribos

de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei à vara de Yehudáh, e

farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão.”

Ychezkiel/Ez 37:16-19.

A luz de tudo isso devemos nos retrair de dizer que Efraym

substituiu a Judá no reino, ou melhor, na proclamação do mesmo.

Efraym, através de Yeshua é isso sim reconciliado com Israel e

reenxertado na boa oliveira para que possa produzir os mais

abundantes e saborosos frutos.

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115 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Se o cristianismo transformou as nações foi graças ao que

aprendeu dos judeus, principalmente de Yeshua e seus talmidim. Se

os judeus encontram hoje um mundo melhor, mais acolhedor e

respeitoso para com eles isso se deve a Efraym que teve a coragem

de dizer não aos desmandos do Papado, e de criar um novo

conceito de governo baseado na democracia e na liberdade de

expressão e credo. Efraim deve sua vida a Israel (Judeus) e o Estado

de Israel deve sua existência a Efraym representado nos cristãos dos

Estados Unidos.

Ambos se apoiam mutuamente, dividem suas cargas, sofrem

juntos e se protegem diante dos seus inimigos, principalmente dos

seus irmãos, filhos de Ismael que incendiaram o mundo inteiro com

a doutrina de que Israel tem te ser destruído e com ele seus aliados

cristãos. Não apenas isso, mas essas duas nações de Israel dividem

uma mesma história sagrada, e se apoiam num texto comum, o

Tanach no qual o destino de ambos está traçado a milênios.

Reconheçam ou ignorem a existência uma da outra a verdade é que

as duas oliveiras santificam o mundo. Definitivamente uma não pode

subsistir sem a outra. É graças ao zelo dos judeus religiosos em

manter a circuncisão de seus filhos, a guarda do shabat, a

celebração das festas, o uso do hebraico nas suas liturgias, o comer

kashrut e o amor por Yerushalaim que Efraim quando regressa para

a casa do pai encontra um referencial para o culto, para adoração e

para o aprendizado da Torah de Moshe.

Por outro lado é graças à fidelidade de Efraim no que foi

seguida pelos anusim ao evangelho e a crença firme de que somos

redimidos por Yeshua, que ele é o Servo Sofredor que os judeus

quando são despertados à graça podem encetar seus estudos na

busca do verdadeiro Maschiach que não é o que virá, mas o que

voltará para Tzion e para Yerushalaim. Todavia, é importante evitar o

vislumbramento de uma repentina reconciliação entre judeus,

anusim e efraimitas. Na parábola do Filho Pródigo, o filho mais novo

volta para a casa do Pai, mas o irmão mais velho, mesmo sabendo

que ele é seu irmão não o recebe alegremente. A festa é do pai para

o filho que regressa, é um encontro entre pai e filho apenas.

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116 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Logo, não é propósito do Pai que haja uma repentina vontade

dos judeus de receberem os milhões de anusitas, efraimitas, falash

mura e tantos outros que querem voltar ao judaísmo, mas crentes

em Yeshua. A estes, a única porta entre aberta oferecida é a da cada

vez mais difícil conversão. Em seu orgulho os rabinos que declaram

judeu um ateu que zomba de toda a palavra de Adonay se negam a

aceitar um crente em toda a Torah apenas por que crê em Yeshua. 38

No entanto, mesmo esse endurecimento de Judá contra Efraim

e contra os anusim que torna um processo de conversão quase

intransponível especialmente para os mais pobres, faz parte do

desígnio de Adonay. Ele não nos quer misturando as coisas e

imaginando a sandice de que Yehudah voltará para Adonay sem

imenso sofrimento, sem a destruição do Estado Laico de Israel, sem

a tomada de Yerushalaim, sem milhares e milhares de mortos antes

que eles clamem a Adonay e este acorra em seu auxílio. Além do

mais só a tolice, o desconhecimento das Escrituras, a vaidade pode

induzir pessoas a correrem atrás de certificados de Guiyur quando

nosso único e necessário certificado é a certeza dada na palavra de

que quando Israel voltar será achado por Adonay.

Apesar de tudo isso, apesar das azedas relações espirituais

entre os dois irmãos, estes já se abraçaram vezes sem conta, pelo

menos politicamente falando, é claro. mesmo sem se reconhecerem

mutuamente como irmãos, Efraim e Judá deram as mãos um ao

outro como Judá e seus irmãos cumprimentaram a Yosef (José) no

Egito. Cada vez que um homem como Barack Obama, na qualidade

de Presidente dos Estados Unidos estende as mãos ao Presidente

de Israel como o fez a Shimon Peres é como se os dois irmãos Judá

e José voltassem a se encontrar sem se reconhecerem mutuamente.

38 O judaísmo tradicional não emprega a expressão teshuvá em relação aos gentios, posto que esse conceito na visão judaica envolve apenas o reforno de um judeu não praticante à fé de seus antepassados quando ele então é chamado de um de לעב הבושת baal teshuváh e se for mulher תלעב הבושת ba`alat teshuváh e no plural os que retornam são chamados de ילעב הבושת baali teshuvah (retornados ao Senhor). Teoricamente isso pode incluir várias gerações, mas não prática não é o que acontece já que cada vez é mais difícil fazer retorno ou mesmo conversão formal ao judaísmo. Em 2000 o rabino Haredi (ortodoxo), Avraham Sherman pôs em xeque 40.000 conversões. E recentemente ficou decidido que um tribunal rabínico pode anular conversões realizadas a anos, mesmo diante de uma corte rabínica reconhecida, o que enche de percalços os caminhos daqueles que em vaidosa concepção buscam uma conversão formal ao judaísmo.

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117 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Além do mais, foi graças a uma intensa campanha dos crentes

evangélicos americanos, campanha veiculada através da Rádio e do

jornal com publicidade paga principalmente pelos crentes

pentecostais que a opinião pública norte-americana mudou de uma

posição de neutralidade e mesmo de hostilidade em relação à

comunidade judaica e ao sonho de um estado judaico em Israel para

uma posição favorável que resultou numa mudança primeiro do

congresso e depois da Casa Branca, uma mudança que levou os

Estados Unidos da América a ser a primeira nação reconhecer Israel.

Cada vez que um homem como Barack Obama, na

qualidade de Presidente dos Estados Unidos estende as

mãos ao Presidente de Israel como o fez a Shimon Peres é

como se os dois irmãos Judá e José voltassem a se

encontrar sem se reconhecerem mutuamente.

President Barack Obama accueille le président israélien Shimon Peres dans le bureau ovale mardi 5 mai 2009. A droite, le vice-président Joe Biden. Photo officielle de la Maison Blanche par Pete Souza. Presidente Barack Obama dá às boas vindas ao Presidente israelense Shimon Peres no salão Oval. A direita o Vice Presidente Joe Biden. Foto oficial da visita por Pate Sousa. 5 de Maio de 2009, 14:02:59, The Official White House Photostream, Wikimedia Commons 2.0

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118 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Uma vez mais Elohim estava dizendo: Eu mandei Efraim para

as nações para torná-lo poderoso como Yosef no Egito para que na

hora da gueuláh (redenção) ele pudesse ajudar a seu orgulhoso e

envaidecido irmão. Sim, Israel deve sua existência como nação aos

Estados Unidos que o apoiaram e aos crentes, principalmente

pentecostais, mas também tradicionais que deram as mãos aos

rabinos e aos integrantes da Agência Judaica para tornar a

campanha pró-israel exitosa.

De lá para cá a América tem entregado mais ajuda externa,

tanto financeira como militar a Israel do que a qualquer outro país

na terra. Efraim que herdou os bens espirituais dos judeus, a Bíblia

com a qual pode descobrir que Elohim ainda ama seu povo e o

Maschiach que o salvou, devolve na forma de ajuda material sem a

qual Israel nãoi teria sobrevivido nem à Guerra de Independência a

benção que o ergueu acima de todos os povos.

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119 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Buscando os Méritos de Efraim

Há uma tendência natural nos seres humanos quando mudam de

credo que é abominar sua antiga fé e por vezes até mesmo seus antigos

irmãos tornando-se inaptos para contemplar qualquer benefício que a

igreja ou grupo a que estiveram filiados tenha proporcionado a eles. E o

velho costume denunciado no provérbio da sabedoria popular: “Não

cuspa no prato que comeu.”

Certo que por vezes

nada de bom pode ser

apontado na nossa antiga

religião 39 , mas isso

raramente acontece no

Brasil, um país de maioria

cristã, onde todas as

igrejas proclamam pelo

menos uma verdade, a

Bíblia contém a palavra

perfeita de Adonay. Logo,

se não houver mais

nenhum mérito, antes de

tecer uma batelada de

críticas a esse ou aquele

sistema doutrinário devem

os proponentes procurar

localizar as coisas boas

que cada grupo fez. Esse

método evitará o

fanatismo que cria uma

barreira de preconceitos

onde poderia ser

estendida uma ponte.

39 Um pagão que fazia sacrifícios aos demônios por certo só pode atribuir um mérito a seu passado: o de conhecer o mal para manter-se bem longe dele.

IIggnnoorraarr oo bbeemm qquuee aa iiggrreejjaa ccrriissttãã

tteemm ffeeiittoo ee ccoommoo tteemm bbeenneeffiicciiaaddoo

ààss nnaaççõõeess,, aappeessaarr ddee sseeuuss mmuuiittooss

eerrrrooss,, éé iiggnnoorraarr qquuee AAddoonnaayy

uunnggiiuu EEffrraaiimm ee MMaannaassssééss ppaarraa

aabbeennççooaarreemm oo mmuunnddoo..

Illustration by Owen Jones from "The History of Joseph and His Brethren" (Day & Son, 1869). Owen Jones, Wikipedia, Domínio público. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jacob_with_Ephraim_and_Manasseh.J

PG

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120 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

É realmente lamentável quando um professor, não tendo

estudado na escola de Yeshua, se esquece que o Maschiach, antes

de dizer à mulher samaritana que eles adoravam na ignorância, e

que os judeus sabiam o que adoravam por que a salvação vinha

deles pediu água a ela, demonstrando que apesar das diferenças

estava disposto a beber a água do poço de Yakov, causa de orgulho

nacional para os efraimitas de Shomeron. Antes de dizer a ela que

depois de cinco matrimônios legais ela agora estava amaziada com

um homem que não era dela Yeshua ganhou sua confiança.

Pessoas há que não sabem ensinar sem preceder seu ensino pela

crítica, iniciando dessa maneira a caminhada pelo caminho errado. Em

resultado disso criam uma antipatia na forma como anunciam sua

nova crença que em vez de atrair separam, e ferem em vez de sarar.

Pessoas há que não parecem ter aprendido absolutamente nada de

Yeshua quando o assunto é relacionamento com outras pessoas

pelo simples fato de que não pertencem a seu clube religioso. Se

essas pessoas não são suas aliadas, então são suas inimigas, devem

ser desclassificadas, desmoralizadas e reduzidas ao silêncio sem que

nada de bom possa ser identificado nelas.

Os discípulos de Yeshua pensavam assim. Yeshua era seu

mestre, qualquer aluno que o quisesse seguir poderia fazê-lo, mas

tinha de se juntar ao clube, estivesse ou não pronto para isso, ou

então, não poderia defendê-lo, usar seu nome, ser reconhecido pelo

seu ou ter poder sobre o maligno. Estavam equivocados. Numa de

suas caminhadas encontraram um homem que não era parte da

escola rabínica de Yeshua, não era seu talmid, ou seja, não aprendia

com ele, mas sabia o suficiente sobre ele para usar seu nome e

expulsar demônios. O que eles fizeram? Mandaram que ele

silenciasse. Eles eram demasiado denominacionalistas, exclusivsitas,

e egoístas espiritualmente falando para dividir Yeshua com outros

grupos. Yeshua é nosso, só nosso pensavam eles. Quando contentes

pela “boa ação” de silenciar “os hereges” que não eram do grupo

contaram a Yeshua descobriram que ele não só não apoiava essa

atitude como também que lhes ensinou que a partir dali as coisas se

dividiriam assim: Quem não estivesse contra Yeshua seria a favor.

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121 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

“E Yochanan lhe respondeu, dizendo: Mestre, vimos um que

em teu nome expulsava demônios, o qual não nos segue; e nós lho

proibimos, porque não nos segue. Yeshua, porém, disse: Não lho

proibais; porque ninguém há que faça milagre em meu nome e

possa logo falar mal de mim. Porque quem não é contra nós, é por

nós.” Marcos 9:38-40

Que ataque direto na linha de cintura dos boxeadores da fé,

aqueles que esperam sempre a oportunidade para nocautear os que

não estão do seu lado, que não vestem a sua camiseta, que não

integram o seu “clubezinho de fé exclusivo e dono de toda a

verdade”. Ninguém é inimigo de Yeshua por que não faz parte do

meu “ministério verdadeiro”, da minha “igreja com linhagem

apostólica,” da minha “única e verdadeira igreja.” Todas estas

ufanistas designações deveriam ser postas de lado.

Alguém é inimigo dele quando fala mal dele, quando declara

que ele não é o Maschiach, quando diz que seu sangue não foi

derramado para salvar seu povo, quando afirma que ele é um

impostor. E bem, aquele homem não fazia isso, falava tão bem de

Yeshua, que mesmo não frequentando as reuniões dos discípulos

ainda se atrevia a expulsar demônios em seu nome. Então ele não

fazia parte da tropa de elite de Yeshua, mas tampouco era da milícia

inimiga, ele não era um deles, mas era por eles.

Bem é isso, exatamente isso que quero dizer nesse momento.

Sinto que os restauradores precisam entender isso. Yeshua fundou

uma escola de ensino, não fundou uma religião, nem mesmo uma

igreja, por que essa foi fundada por Moshe Rabeinú para que ele a

salvasse. Estevão lembra que Moshe “esteve entre a congregação

(igreja) no deserto, com o anjo que lhe falava no monte Sinai, e com

nossos pais, o qual recebeu as palavras de vida para no-las dar.“

Atos 7:38. Yeshua não veio pois fundar uma igreja, mas salvar uma

igreja. Que igreja era essa? Lemos que depois da sua morte Elohim o

ressuscitou para que redimisse a Israel. ”Elohim com a sua destra o

elevou a Príncipe e Salvador, para dar a Israel o arrependimento e a

remissão dos pecados.” Atos 5:31

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122 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Nosso objetivo nesse trabalho é justamente evitar o

desenvolvimento de uma teologia disparatada e farisaica onde

alguém sobe no tamancos de suas “verdades inabaláveis” para

denunciar tão asperamente os crentes de outras denominações

como bodes e as organizações como antro de corrupção espiritual

como se nada de bom pudesse ser notado nelas.

E o que digo aqui é tão verdade em relação a uma igreja

católica como em relação a uma igreja neopentecostal, a uma

mórmon, a uma igreja batista ou ás testemunhas de Jeová. Antes de

mais nada é preciso que sejamos guiados pelo espírito de

Maschiach, que sendo judeu declarou em relação a seus irmãos

israelitas naquele momento separados do aprisco de Judá: “Tenho

outras ovelhas que não são desse aprisco: “Ainda tenho outras

ovelhas que não são deste aprisco; também me convém agregar

estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um

Pastor.” Yochana/Jo 10:16.

Aqueles que afirmam que o rebanho está tão completo que

eles constituem o povo de Elohim, como se estivessem na unha do

capeta não sabem o que creem e muito menos o que falam. O

próprio Adonay, quando fizer soar o chamado para Efraim dirá: “Sai

dela povo meu, para que não incorras nas suas pragas e não sejas

participante dos seus pecados.” Apocalipse 18:4. Sim, o povo do

Senhor ainda não está reunido, mas já está constituído, e este povo

não se chama católico, luterano, calvinista, batista, metodista,

adventista mórmon ou pentecostal. Estes podem ser o nomes dos

lugares onde as ovelhas se encontram para descansar de suas obras

se é que ouvem dizer que são salvas pela graça, são lugares onde se

reúnem para aquecerem das intempéries da vida espiritual, onde se

abrigam em busca de proteção dos raios inflamados do maligno e

dos lobos que rosnam ameaçadores, mas não são o nome de seu

aprisco. Sim, o povo de Adonay tem um nome, e para ele que

Adonay estenderá o seu favor até que esteja todo reunido na sua

terra. “E trarei do cativeiro meu povo Israel, e eles reedificarão as

cidades assoladas, e nelas habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o

seu vinho, e farão pomares, e lhes comerão o fruto.”

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123 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Bem ai está o nome desta nação. Adonay a chama de “o meu

povo Israel,” e isso é tão verdade nos profetas como na brit

chadashá ou Novo Testamento. Shaul ao escrever aos gálatas

lembrando que nem a circuncisão trazia méritos para a salvação e

nem a incircuncisão declarou: “E a todos quantos andarem conforme

esta regra, paz e misericórdia sobre eles e sobre o Israel de Elohim.”

Gálatas 6:16 Ora, é claro que existe a kahal elohim, ou como os

cristãos dizem antes de entenderam a importância de restaurar a

linguagem kashrut “a igreja de Deus”, mas essa Kahal Elohim não é

nome, assim como “Esposa de Baruch” não é o nome de minha

mulher, mas Helenita. Da mesma forma, Adonay tem um povo que

ainda está em Bavil ou Babilônia, e que se chama Israel. E é esse

povo, numeroso como a areia do mar, disperso entre as nações que

o Maschiach veio chamar como ele mesmo nos informou.

Há dois mil anos, durante a única viagem dele à terras

estrangeiras que se tem notícia, Yeshua, o pastor das ovelhas disse à

pobre mulher siro-fenícia que clamava em desespero pela libertação

de sua filha endemoniada: “Eu não fui enviado senão às ovelhas

perdidas da casa de Israel.”Mtytyahu/Mt 15:24. Ao mesmo tempo

disse: “Ide antes às ovelhas perdidas da Casa de Israel.”

De lá para cá, aparentemente como por encanto de alguns

pregadores, pelo menos é assim que os judeus tradicionais pensam,

um terço da humanidade passou a reconhecer os patriarcas e

profetas do judaísmo como homens autenticamente chamados por

Elohim. Passaram na ver na Bíblia e no conjunto de seus escritos a

fonte atrás da qual se oculta a perfeita vontade de Elohim. Esse foi

um processo lento, mas inexorável por meio do qual a luz dos

profetas chegou ao mundo. Primeiro alguns gentios, logo dezenas,

depois milhares e dezenas de milhares e finalmente milhares de

milhões se encantaram com a mensagem do nazareno, com as boas

novas de salvação pregadas por ele. Num milagre jamais sonhado,

aquilo para o que Israel foi chamado, ser luz para os gentios, veio a

se cumprir maravilhosamente. Só que estes gentios não eram e não

são nada mais a nada menos que as outras ovelhas, as ovelhas

perdidas da casa de Israel, tão perdidas que parecem gentios.

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124 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Efraim foi reunido

no primeiro século, mas

tal e qual estava

profetizado caiu em

apostasia. Já Shaul

advertia que depois da

sua partida entrariam no

meio do rebanho lobos

devoradores que não

poupariam o rebanho.

Como parte da grande

apostasia a kehilah

messiânica, antes judaica

em sua fé e

yerosolomitana em seu

coração, por que era para

lá que os crentes se

voltavam durante cada

oração tornou-se romana

em sua alma. Afastados

os judeus piedosos do

comando da kehilah logo

após a destruição

completa da cidade santa

por Adriano no ano 133,

e divididas as lideranças

entre patriarcas latinos,

gregos, egípcios e assírios

nem sempre santificados

pela verdade, as

comportas da apostasia

se abriram sufocando

rapidamente quase todo

os vestígio da fé religião

judaica, a religião do

próprio Yeshua há

Maschiach.

EEffrraaiimm ffooii rreeuunniiddoo nnoo

pprriimmeeiirroo ssééccuulloo,, mmaass ttaall ee

qquuaall eessttaavvaa pprrooffeettiizzaaddoo ccaaiiuu

eemm aappoossttaassiiaa..

AA kkeehhiillaahh mmeessssiiâânniiccaa,, aanntteess

jjuuddaaiiccaa eemm ssuuaa fféé ee

yyeerroossoolloommiittaannaa nnoo sseeuu ccoorraaççããoo,,

ppoorr qquuee eerraa ppaarraa lláá qquuee ooss

ccrreenntteess ssee vvoollttaavvaamm dduurraannttee

ccaaddaa oorraaççããoo ttoorrnnoouu--ssee rroommaannaa

eemm ssuuaa aallmmaa..

PD Image 2: The Cathedra Petri and the interiors of Peter's Basilica, Rome http://public-domain-images.blogspot.com/2010/11/chair-of-saint-peter-cathedra-petri.html

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125 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Cumpria-se a previsão de Shaul, a ele comunicada por

profética visão:

“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, entrarão no

meio de vós lobos cruéis, que não pouparão ao rebanho; E que de

entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas

perversas, para atraírem os discípulos após si.” Atos 28:29-30.

Sim, aqueles que dizem que a igreja atravessou incólume pelo

deserto das perseguições romanistas, indiferentes à grande

apostasia constantiniana decretada a partir do famigerado Concílio

de Nicéia não sabem o que estão falando. Ignorantes da graça que

salva a Israel apesar de seus deméritos, por que doutra sorte a graça

já não seria graça, estas pessoas confundem o fato de Yeshua dizer

que as portas do Sheol (perdição) não prevalecerão sobre sua

kehilah que é Israel com a conclusão de que o povo não cairia em

apostasia.

Sim, Efraim voltou a cair, não tanto como no passado perdido

completamente e sem a palavra dos profetas, mas não foi

abandonado, e continua a ser resgatado. Olhando para os lados,

quando criticamos os erros de Efraim espelhados em suas diferentes

corporações nem por isso deixamos de reconhecer que a boa e

poderosa mão de Adonay não o abandonou. Mesmo hoje esse

milagre em grande parte está acontecendo e precisamos reconhecer

os méritos de cada grupo onde a ruach há kodesh operou como o

azeite da oliveira a arder na pessoa de seus eleitos israelitas.

Talvez os crentes mais radicais, especialmente aqueles que

estão caminhando numa plataforma mais elevada de serviço diante

do Pai tendo rejeitado os conceitos romanos sobre a divindade, e

seu neopaganismo se perguntem: Onde está essa luz para que a

vejamos? Minha resposta a estes amados irmãos é que a luz se

derramou por toda a parte. Onde quer que a Bíblia seja impressa,

vendida e aberta por mãos de um católico ali há vestígios de luz.

Onde quer que os homens se voltem dos ídolos para uma adoração

espiritual nas igrejas reformadas os raios da luz brilharam.

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126 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Onde quer que os mandamentos mais básicos como

abstinência da idolatria, do sangue e da prostituição sejam

cumpridos a ruach operou. Onde que o shabat, única das festas

bíblicas que precede ao surgimento de Israel seja santificado Elohim

está chamando estrangeiros à aliança. Onde quer que alguém faça

diferença entre a costela de carneiro assada e a costeleta de porco

Adonay está operando para chamar seus filhos à santidade da alma.

Verdade é que por agora grossos véus de erro ainda impedem

a passagem plena da luz emanada da palavra dos profetas, e isso,

ninguém que se volta para a restauração ousa negar, no entanto, foi

graças a este retorno, ainda que limitado das ovelhas perdidas de

Israel que o mundo não é um lugar nefasto como aquele que

recebeu os primeiros crentes judeus messiânicos a vinte séculos.

Os povos que estavam em trevas viram uma grande luz, uma

luz que nem os erros mais espessos e abomináveis emanados das

margens do Tibre, de Roma e sua pretenciosa organização

conseguiram ofuscar completamente. Já não se sacrificam crianças

aos ídolos, já não se matam gladiadores nas arenas, já não se

queimam hereges nas praças, e em muitos lugares, milhões de

crentes já não rezam aos ídolos que a Igreja Romana sumida em

grossa apostasia consagrou para enganar as almas e mantê-las com

um pé no paganismo e outro no judaísmo.

Isso pode ser notado até mesmo na mais apóstata das

organizações cristãs, a Igreja de Roma surgida em 321 DEC que por

séculos desrespeitou os direitos humanos, empobreceu, encarcerou,

torturou e queimou “hereges” principalmente os acusados de

judaísmo e protestantismo. Foi graças a Igreja de Roma, que alega

ter 1 bilhão de seguidores que o avanço do islã foi detido na Europa

permitindo que à época das grandes descobertas fosse o

cristianismo e não o islamismo a chegar ao novo mundo. Isso pode

parecer pouco para nós que vivemos em liberdade, onde os

muçulmanos se medem em dezenas de milhares conformados com

sua insignificante minoria, mas não é, e que o digam os cristãos do

Líbano, do Irã, do Egito e outras terras oprimidas pelo islã.

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127 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

O avanço do

catolicismo romano e grego

sobre a Europa Ocidental e

Oriental com a

despaganização parcial dos

povos onde exerceu domínio

foi muito mais salutar que o

avanço do islamismo

ocorrido na África, no

Oriente Médio e na Ásia.

Recorde que apesar de seus

muitos erros, a Igreja de

Roma promove ao lado de

seu enorme panteão de

semideusas e semideuses os

profetas de Israel enquanto o

islamismo eliminou os ídolos

mas promoveu profetas cuja

única relação com os da

Bíblia é seu nome arabizado

já que seus caracteres nada

tem a ver com os profetas da

Bíblia, e suas profecias só são

cridas quando supostamente

podem ser empregadas a favor de Muhamad.

O islamismo é uma religião absolutamente antijudaica e

anticristã, um perigo que ronda as nossas portas, e que foi

esconjurado por Roma. Aqui, Adonay que usa os meios que quer,

usou o mal menor (catolicismo) para barrar o mal maior (islamismo)

ao passo que fez Roma confessar que a Bíblia contém a verdade.

Acompanhando o desenvolvimento da igreja cristã no

ocidente não se pode ignorar a contribuição das igrejas reformadas.

Lutero, Calvino e Zuinglio dispararam uma seta direta ao coração de

Roma e de sua deslavada promoção da idolatria neopagã que leva

os homens a adorar as obras de suas mãos, coisa que Yah abomina.

OO aavvaannççoo ddoo ccaattoolliicciissmmoo

rroommaannoo ee ggrreeggoo ssoobbrree aa EEuurrooppaa

OOcciiddeennttaall ee OOrriieennttaall ccoomm aa

ddeessppaaggaanniizzaaççããoo ppaarrcciiaall ddooss

ppoovvooss oonnddee eexxeerrcceeuu ddoommíínniioo

ffooii mmuuiittoo mmaaiiss ssaalluuttaarr qquuee oo

aavvaannççoo ddoo iissllaammiissmmoo ooccoorrrriiddoo

nnaa ÁÁffrriiccaa,, nnoo OOrriieennttee MMééddiioo ee

nnaa ÁÁssiiaa..

Baptism in Russian Orthodox Church (St.Petersburg, 2005), autor: Mossir, Dominio

Público, Wikipedia.

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128 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Trataremos esse tema oportunamente numa mensagem ao

povo de Elohim que ainda congrega sob o pálio de Roma. Com

aquela mesma Bíblia que Roma dizia ser a Palavra de Adonay, Bíblia

que ocultava do povo para que suas heresias hediondas não fossem

descobertas os reformadores clamaram em alto e bom som que não

somos salvos por obras, mas por graça, graça livre, soberana e

predestinadora exatamente como as Escrituras proclamam.

Assim, reconhecemos o esforço das diversas igrejas de

confissão luteranas com seus 90 milhões de adeptos, sendo 1 milhão

deles no Brasil que ajudaram o povo cristão a abandonar a crença

romana de que Maria é mediadora entre Elohim e os homens, um

engano facilmente demonstrável.

Como ignorar o papel das mais de 200 igrejas de confissão

reformada inspiradas em João Calvino e João Knox e seus 84

milhões de cristãos, (1 milhão no Brasil) que são ensinados a confiar

somente na graça para a sua salvação lançando às traças a salvação

pelas obras, os ídolos e santinhos da Sé de Roma e a mediação dos

santos.

Mesmo sendo um catolicismo pouco melhorado, não

ignoramos o papel das Igrejas Anglicanas que com 80 milhões de

membros das diversas igrejas reformadas, inclusive os evangélicos

episcopais do Brasil que prestaram um enorme serviço levando às

escrituras principalmente aos povos da África, Ásia e Oceania.

Graças ao conceito de que a Bíblia tem a verdade a Reforma

do século XVI pode surgir dentro de Roma com o célebre protesto

das 96 teses de Lutero ocorrido em 1517, no que logo foi seguido

por Ziunglio e por Calvino. Foi o primeiro passo de uma judaização

crescente, dentro de um cristianismo até então envolto em espessas

trevas de paganismo e idolatria sem limites. Roma deixou der ser a

senhora da vida e da morte de todos os crentes. A reforma

protestante, não só baniu os ídolos, a confissão auricular, como

também abominável pratica romana da venda do perdão e da

oração aos santos defunto em busca de benção e perdão.

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129 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Coube também à

Reforma aproximar uma

igreja tão distante do

judaísmo pelo menos um

porquinho de sua fonte. Foi a

Reforma que introduziu a

ceia com pão e vinho para

todo o povo. Isso fazia

lembrar, ainda que

vagamente o kidush judaico.

Também a Reforma baniu o

asqueroso celibato, nada

judaico e todo pagão. O

celibato, cujos vergonhosos

resultados se estampam de

maneira irretorquível nos

rumorosos escândalos de

pedofilia que empobrecem a

sé de Roma devido as

indenizações bilionárias às

vítimas cuja pureza infantil foi

conspurcada pelas mãos

daqueles em quem

confiavam como pastores de

tão superior qualidade que

haviam renunciado ao sexo

para sempre, quando na

verdade não é a renúncia ao

sexo, mas ao casamento que

santifica ao sexo. Seguindo nessa trilha, ainda nos alvores da

Reforma vieram os menonitas, os “reformadores radicais”, hoje

estimados em 1,6 milhões. Os menonitas, assim chamados por causa

de seu principal mentor o holandês Meno Simons foram também

chamados de anabatistas por que ensinavam que o batismo tem de

preceder à conversão, que o pedobatismo (batismo de crianças) era

nulo e que os crentes precisavam se batizar de novo. Estava aberto o

caminho para a revisão sobre o que era o batismo.

MMaass ssee oo bbaattiissmmoo nnaass áágguuaass

eerraa jjuuddaaiiccoo,, ppoorr qquuee nnããoo

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pprriimmeeiirroo ccaassoo ccoommpprroovvaaddoo ddee

uummaa aa iiggrreejjaa aa gguuaarrddaarr oo

sshhaabbaatt nnoo OOcciiddeennttee ddeeppooiiss ddee

ssééccuullooss ddee aannttiijjuuddaaííssmmoo..

Batismo no Rio Jordão, Creative Commons 2,5 Wikipedia. http://en.wikipedia.org/wiki/File:Jordan_river_baptism_cue.jpg

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130 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Graças a eles no início de 1609 surgiram os batistas, hoje

presentes em todos os países do mundo e com cerca de 100

milhões de adeptos nas diversas convenções através do globo e

pelo menos 1,6 milhões de membros no Brasil. Coube aos batistas

restaurarem a forma judaica de converter alguém, isto é, por meio

da imersão completa na água. Por primeira vez, depois de mais de

1.000 anos de apostasia romanista, a Igreja e a Sinagoga se

pareciam numa coisa, a presença do tanque batismal. Naturalmente,

nossos irmãos batistas sofreram muitas perseguições, os crentes

imaginavam que a igreja nãoprecisava imitar os judeus. Mas se o

batismo nas águas era judaico, por que não avançar na judaização?

Pensando nisso os batistas criaram em 1616 a Mill Yard

Seventh Day Baptist Church, o primeiro caso comprovado de uma a

igreja a guardar o shabat no Ocidente depois de séculos de

antijudaísmo. Hoje, as diversas convenções batistas do sétimo dia

congregam cerca de 75 mil membros, 4 mil deles no Brasil.

Lamentamos que os mórmons surgidos em 1823 tenham ido além

dos profetas da Bíblia e que tenham se desviado de sua simplicidade

e se distraído às fábulas sobre como os israelitas teriam chegado à

América para abordar o tema das tribos perdidas.

Mas ainda assim reconhecemos o mérito deles em promover o

debate em torno da presença israelita entre as civilizações pré-

colombianas da América como ninguém mais o fez, já que existem

mais de 14,3 milhões de mórmons filiados a dezenas de

organizações mórmons e mais de 1,1 milhão deles no Brasil. A isto

soma-se a aversão à idolatria e o cumprimento das leis noéticas,

poder ser pouco, mas é um começo sobre o qual Adonay fará seu

edifico crescer quando chegar a hora.40

40 A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias é o 4º movimento cristão mais importante dos Estados Unidos depois dos católicos, batistas, e metodistas com 5,974 milhões de membros. No total a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias contabiliza 14 milhões de membros, e outros 300 mil estão ligados a igrejas dissidentes do mormonismo. As principais dissidências atuais são: A Comunidade de Cristo com 250 mil membros, a Igreja de Cristo "com a mensagem de Elias" com 12.5 mil membros, os Apostólicos Irmãos Unidos com 10 mil membros, a Igreja Reorganizada de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 10 mil membros, a Igreja fundamentalista dos Santos dos Últimos Dias com 8 mil membros, a Conferência de Elderes da Restauração com 7 mil membros, a Igreja de Cristo (Lot Temple) com 5 mil membros, Igreja dos Últimos Dias de Cristo com 2 mil membros, a Remanescente Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 1,8 mil membros, o Centenial Park com 1,5 mil membros, a Igreja do Primogênito da Plenitude dos Tempos com 1 mil membros, a Casa de Arão

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Deve-se registrar que entre os mórmons surgiu logo no

começo, em 1830 um grupo guardador do shabat que sobrevive até

hoje a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos últimos Dias (Strangite),

ainda que sua membresia seja pequena, em torno de 300 crentes.

De todas as formas, através dos mórmons, diversos grupos

indígenas americanos vieram a escutar por primeira vez que podem

ser descendentes das tribos perdidas. Logo, apesar de não

concordarmos com o método empregado para suscitar o estudo

sobre a origem dos povos americanos cremos que Adonay vai

empregar a boa disposição dos mórmons descendentes de nativos

americanos na hora do retorno de Efraim para a Casa do Pai.

Merece destaque pela ousadia na restauração a Igreja

Adventista do Sétimo dia com 17,214 milhões (1,211 milhão no

Brasil) e a Igreja de Deus do Sétimo Dia com 300 mil membros

(cerca de 5 mil no Brasil). Os dois grupos, então unidos, começaram

juntos a guardar o shabat em 1846 por influência de uma irmã

procedente dos batistas do sétimo dia. Claro que essa parte da

história é admitida pelos adventistas e negada pela Igreja de Deus.

Divergência sobre o nome a ser adotado dividiu o pequeno

corpo de adventistas observadores do shabat em 1860, quando a

maioria em votação decidiu que dali para a frente se identificariam

como adventistas do sétimo dia. Os demais passaram se identificar

como Igreja de Deus do Sétimo Dia.

Os dois grupos dotaram outras práticas judaicas além do

batismo e do shabat que os batistas do sétimo dia já usavam. A

mesa foi judaizada com a adoção da comida kasher. A ceia foi mais

judaizada do que entre os crentes batistas com a adoção do pão

sem fermento durante as celebrações, ainda que se consideração

para o dia adequado do Pessach. Inicialmente ambos os grupos

eram não trinitários, embora hoje a Igreja Adventista seja trinitariana

convicta, uma mudança muito a lamentar.

com 0,9 mil membros, a Igreja Fundamentalista de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com 0,7 mil membros. Em comum os grupos mantém a sua crença em Josef Smith como profeta, mas discordam quanto à sucessão profética.

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Hoje também diversos segmentos da Igreja de Deus do Sétimo

que sofreu cerca de 300 divisões, e mais de 150 sobrevivem, já

aceitam a doutrina da trindade, embora haja forte controvérsia

envolvendo alguns dos mais poderosos ministérios. Sobre a o tema

da trindade consulte nosso artigo Os Pioneiros do Adventismo e a

Doutrina da Trindade, que em breve será editado.

Mas foi a Iglesia ni Cristo com 9 milhões de membros nascida

nas Filipinas em 1914, as Testemunhas de Jeová com 7,6 milhões de

membros nascida em 1874 nos Estados Unidos, Igreja de Deus

Internacional com 2 milhões de membros nascida em 1980 as que

mais tiveram êxito em pregar que existe apenas um único Rei e

Criador do universo, restaurando exitosamente a um nível cristão o

conceito de Adonay Echad dado pelo Shemá, a mais importante

oração judaica.

A Igreja de Deus dos Santos em Cristo, grupo sabatista

fundado em 1896 nos Estados Unidos por William Saunders Crowdy,

reputado como profeta foi a primeira a dizer aos negros americanos

que eles eram os legítimos judeus, e que deviam guardar o shabat

por que era um sinal para Israel. As diversas dissidências do grupo,

desconhecidas no Brasil, somam uns 30 mil membros, erram por

certo na identificação das tribos perdidas, já que estas incluem os

negros, mas não excluem brancos, indígenas e asiáticos.

Como esquecer nossos 130 milhões de irmãos pentecostais

surgidos em 1902. Estes apesar de seu culto ruidoso e por vezes

mais emotivo do que racional foram usado por Elohim para

despertar o povo a estudar o pacto eterno de Adonay com Israel

proclamando que ele não acabou, que Israel ainda é a menina dos

olhos de Elohim e que ele voltará plenamente ao favor de Adonay.

Não se deve esquecer que o próprio Fox Parham, fundador do

pentecostalismo moderno era adepto do israelismo britânico. No

Brasil, o mérito pela proclamação da verdade com relação à futura

restauração de Israel ainda que sob a visão bem discutível da

doutrina da substituição e do arrebatamento prévio coube aos

nossos irmãos pentecostais.

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Foram nossos irmãos

pentecostais que abriram os

olhos de muitos crentes de que

Israel ainda é e sempre será o

povo eleito e amado. Eles se

aperceberam daquilo que a

velha teologia não conseguia

ver, as profecias em relação a

Israel são literais e não

figuradas.

Surgido em 1930 no seio

da Igreja de Deus do Sétimo

Dia, que o rejeitou, o

Movimento do Nome Sagrado

proclamou a restauração do

nome de Adonay e de seu filho

Yeshua em detrimento dos

nomes gentilicos levou Efraim

para mais perto de suas raízes

e hoje, pelo menos 50.000

crentes nos Estados Unidos e

milhares de outros noutros

países preferem chamar o

Messias pelo seu verdadeiro nome em vez de o chamarem por

nomes criados pela igreja de Roma.

Emergida da mesma Igreja de Deus do Sétimo Dia, a Igreja de

Deus da Rádio nascida em 1934 e cujo nome foi mudado para Igreja

de Deus Universal em 1968 foi um poderoso instrumento em dar

voz e eco ao israelismo britânico. A doutrina procura decifrar a

origem dos diferentes povos e ensina que os Estados Unidos e a

Inglaterra descendem de Efraim e Menashe. O grupo operou em

conformidade com essa fé de que a maioria de seus membros eram

israelitas retonando. Herbert Armstrong foi diversas vezes a Israel

onde se avistou com presidentes e premiês e sua organização

mantinha creches e escolas para crianças pobres no país.

FFoorraamm nnoossssooss iirrmmããooss

ppeenntteeccoossttaaiiss qquuee aabbrriirraamm ooss

oollhhooss ddee mmuuiittooss ccrreenntteess ddee qquuee

IIssrraaeell aaiinnddaa éé ee sseemmpprree sseerráá oo

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(Igreja Pentecostal) Inside Hillsong Church, Matt Malone, Sidney, Austrália Wikimedia Commons – Uso LIvre. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Hillsong01.JPG

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134 DDooiiss UUnnggiiddooss AAbbeennççooaamm aa TTeerrrraa

Através de seu ministério dezenas de milhares foram levados

a abraçar além do shabat e da comida kasher também as festas

perpétuas de Adonay trazendo para o seio da cristandade um

debate há muito esquecido se as festas são tão perpetuas como o

shabat por que não celebrá-las?

Presentemente dezenas de grupos derivados da Igreja de Deus

Universal, com destaque para a Igreja Cristã de Deus, para a Igreja

de Deus Unida, para a Igreja de Deus Vivente e para a Igreja de Deus

Filadélfia congregam em torno de 100 mil crentes que celebram

regularmente todas as festas da Torah, constituindo-se vanguarda

da restauração entre os grupos cristãos.

O leitor notará que não enfatizei aspectos negativos do caráter

dos líderes e fundadores desses grupos, nem mesmo daqueles que

tiveram a liderança de pessoas que se rotularam profetas ou

apóstolos e da mesma forma não mencionei os erros doutrinários

que esses grupos podem estar sustentando por que o que tive em

mente foi destacar o que eles fizeram de bom. Destacar os erros,

apontar as coisas negativas é sempre mais fácil do que ver o que foi

feito de bom e principalmente do que esperar que se chegue a fazer

algo positivo por parte de grupos tão heterogêneos como os que

foram mostrados. Assim, vemos que apesar dos erros da Casa de

Efraim, de uma forma ou outra ela vem sofrendo alterações para

bem, e o orgulho de algumas igrejas em certo sentido é o eco da

busca de uma verdadeira identidade perdida a mais de 27 séculos.

Todos esses grupos juntos ajudam a preparar os ramos para o

reenxerto.

Mesmo o movimento neopentecostal, com suas dezenas de

milhões de membros no mundo e pelo menos 10 milhões no Brasil

deu o seu contributo para a restauração. Apesar de voltado muito

mais para o reino agora, para a prosperidade sem limite comprada

no “Mercado da Benção”, o neopentecostalismo vem contribuindo

não só em arrancar as pessoas do catolicismo, mas para levá-las par

amais perto da Bíblia, o que não deixa de ser também um passo

para mais perto do judaísmo.

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Parte dos neopentecostais, como a IURD do Bispo Macedo

terminaram promovendo uma empatia tão grande por Israel a ponto

de transmitirem cultos ao vivo realizados nos lugares santos. Assim

o povo vem despertando para o fato de que o lugar onde os

patriarcas e profetas e Yeshua e seus discípulos andaram ainda é

terra da promessa.

Registre-se ainda que ao crescer rapidamente na África,

mesmo sob um expediente censurável ainda os movimentos

neopentecostais estão cumprindo um papel magnífico ao conter o

avanço do islamismo em países como Moçambique, Zimbábue e

Guiné Bissau. Dessa forma, este povo que hoje passa a crer na Bíblia

está sendo preparado para maiores reformas na hora do reencontro

de Efraim.