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DOUGLAS DEZAN CARNEIRO TIAGO MORSCH REGULARIZAÇÃO DE OBRAS POR MÉTODO DE AFERIÇÃO COM BENEFÍCIO FISCAL DO PRÉ-MOLDADO TOLEDO, Pr. 2013

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DOUGLAS DEZAN CARNEIRO

TIAGO MORSCH

REGULARIZAO DE OBRAS POR MTODO DE AFERIO COM BENEFCIO

FISCAL DO PR-MOLDADO

TOLEDO, Pr.

2013

DOUGLAS DEZAN CARNEIRO

TIAGO MORSCH

REGULARIZAO DE OBRAS POR MTODO DE AFERIO COM BENEFCIO

FISCAL DO PR-MOLDADO

Trabalho de Concluso de Curso, do Curso de Cincias Contbeis, da Faculdade Sul Brasil, exigido como requisito parcial para obteno do Ttulo de Bacharel. Orientador: Prof Es. Sebastio A. Queiroz.

TOLEDO, Pr.

2013

DOUGLAS DEZAN CARNEIRO

TIAGO MORSCH

REGULARIZAO DE OBRAS POR MTODO DE AFERIO COM BENEFCIO

FISCAL DO PR-MOLDADO

Trabalho de Concluso de Curso, do Cincias Contbeis, da Faculdade Sul Brasil,

FASUL, exigido como requisito parcial para obteno do Ttulo de Bacharel, sob

orientao do Professor Es. Sebastio Queiroz, considerado

_________________________ pela Banca Examinadora, com a nota ___________.

FOLHA DE APROVAO

____________________________________________________ Prof Es. Sebastio Queiroz

Orientador - FASUL

_____________________________________________________ Prof Me. Iara Elisa Schneider

Avaliadora

_____________________________________________________ Prof Dr. Jos Domingos Nunes Correa

Avaliador

Toledo, 23 de dezembro de 2013.

Famlia Silva, que alm de proporcionar o estudo em sua organizao, incentivou e permitiu que a pesquisa no limitasse nas inmeras dificuldades encontradas, sendo muitas vezes, dividida a mesa de trabalho com materiais de estudo e quando as foras pareciam esgotar, o apoio era instantneo.

AGRADECIMENTOS

Congratulamos a Deus, pela condio de

existncia, por conceder o dom da

sabedoria e mostrar que mesmo em noites

traioeiras, a f sempre ensina a dar um

novo passo.

Aos familiares, pela compreenso e

entendimento pelo tempo dividido e os

momentos em que ocorreram

desestabilizaes de pacincia da nossa

parte e suportaram alguns

aborrecimentos, sempre entusiasmando a

caminhada a graduao.

Aos nossos amigos e companheiros de

turma, em especial a Josemara Nowotny

Tonelli e Daniel Battisti que sempre

injetaram motivao e sempre nos

ajudaram em momentos de duvidas

emergenciais.

Aos Professores do Curso, pela partilha

dos saberes, em especial ao orientador

Prof Queiroz e Prof Leandro de Arajo

Crestani, aplicados em seus objetivos,

desacomodou-nos com suas posturas

eficazes e ao mesmo tempo sempre se

prostraram professores amigos.

Em especial ao Eliel Fernandes, que

atravs de seu blog sobre regularizao

de obra, manteve contato eficaz,

auxiliando no entendimento de normais

legais que tratam o assunto.

Se empregssemos maior tempo, estudando, pensando e planejando cotidianamente, poderamos usar das informaes adquiridas e orientadoras, cursora do destino da organizao, pagando impostos com dinheiro ao invs de pagar com suor e lucratividade. Autor da monografia (2013).

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RESUMO

Aps o surgimento das ideias, com a compilao dos fatos encontrados na empresa M da Silva Pr-moldados e Estruturas Metlicas, observou-se a dificuldade na obteno das informaes referente contabilidade da construo civil, mas precisamente nos procedimentos para regularizao de obra com componentes pr-moldados. Surgiu ento, a necessidade do estudo de caso, que chegou aos fatos e informaes impactantes, ligadas aos procedimentos e mtodos de regularizao de obras. Dentre o observatrio peculiar dos fatos, havia dificuldade em entender os clculos da regularizao de obra junto a Receita Federal, consequentemente devido falta de informaes sobre os procedimentos contbeis, causando atritos e insatisfaes aos clientes da empresa. A partir dessa adversidade, o desenvolvimento da pesquisa aprofundou-se no estudo do caso a campo, inibindo as duvidas da empresa e clientes, transparecendo a orientao contbil no clculo da apurao da remunerao da mo de obra no mtodo de aferio, onde resultou em menor carga tributria na baixa da obra, satisfao para o cliente e viabilidade do produto. Portanto, a contabilidade tributria e contabilidade da construo civil, foram s norteadoras na soluo da problemtica e propuseram a melhor maneira de evidenciar o benefcio fiscal ao utilizar componentes pr-moldados na edificao, no momento da regularizao da obra, fundamentando os procedimentos ntegros e legais para regularizar a obra. Palavras-Chave: Contabilidade Tributria; Contabilidade Construo Civil; Regularizao de Obra; Indstria de Pr-moldados.

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ABSTRACT

After the emergence of ideas, with the compilation of the facts found in the company of Silva M Precast and Steel Structures, noted the difficulty in obtaining information related to accounting civil construction, but precisely the procedures to regularize work with precast components. Then came the necessity of the case study, which came to the shocking facts and information related to procedures and methods of regularization works. Among the peculiar facts of the observatory, had difficulty understanding the calculations of regularization of the construction to the with Brazil's federal revenue, consequently due to lack of information on accounting procedures, causing friction and dissatisfaction enterprise customers. From this adversity, the development of research deepened in the case study in the field, inhibiting the doubts of the company and customers, demonstrating the accounting guidance in calculating the determination of the remuneration of labor in the measurement method, which resulted in lower tax burden on the poor work for customer satisfaction and product viability. Therefore, tax accounting and accounting of construction, were guiding the solution to the problem and proposed the best way to highlight the tax benefit when using precast components in the building at the time of settlement of the work and justify the righteous and legal procedures to regularize the work. Keywords: Tax Accounting, Accounting Construction; Regularization of Shell-Work; Industry Precast.

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LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 - Estrutura em concreto armado pr-moldado 1 fase. .......................... 49

FIGURA 02 - Estrutura em concreto armado pr-moldado 2 fase ........................... 50

FIGURA 03 - Estrutura em concreto armado pr-moldado 3 fase ........................... 51

FIGURA 04 - Estrutura em concreto armado pr-moldado, obra concluda .............. 52

FIGURA 05 - Obra mtodo convencional 1 fase ...................................................... 53

FIGURA 06 - Obra mtodo convencional 2 fase ..................................................... 54

FIGURA 07 - Obra mtodo convencional 3 fase ...................................................... 55

FIGURA 08 Obra convencional, fase final.............................................................. 56

FIGURA 09 Modelo projeto elevao Residencial Multifamiliar Padro Baixo . 58

FIGURA 10 - Modelo projeto parcial elevao Residencial Multifamiliar Padro

Baixo ......................................................................................................................... 59

FIGURA 11 Modelo projeto planta baixa arquitetnica Residencial Multifamiliar

Padro baixo ............................................................................................................. 60

FIGURA 12 Modelo projeto planta baixa arquitetnica Residencial Multifamiliar

Padro baixo ............................................................................................................. 61

FIGURA 13 Modelo projeto planta baixa arquitetnica Residencial Multifamiliar

Padro baixo ............................................................................................................. 62

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LISTA DE TABELAS

TABELA 01 - Indicador do setor da construo projetos padro residenciais ....... 63

TABELA 02 - Indicador do setor da construo projetos padro comerciais ......... 63

TABELA 03 - Indicador do setor da construo projetos Industrial (GI) e

Residencial Popular (RP1Q) ..................................................................................... 64

TABELA 04 Apurao da remunerao de mo de obra por aferio ................... 66

TABELA 05 Clculo das Contribuies previdencirias, obra tipo (12) ................. 67

TABELA 06 Clculo das Contribuies previdencirias, obra tipo (11) ................. 69

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LISTA DE GRFICO

GRFICO 01 RMT Referente obra tipo (11) e tipo (12) conforme tabela .............. 70

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ABNT - Associao Brasileira de Normas Tcnicas

ARO - Aviso Regularizao Obra

ART Anotao de Responsabilidade tcnica

CEI Cadastro Especfico de INSS

CGC Cadastro Geral de Contribuinte

CGO - Custo Global da Obra

CND - Certido Negativa de Dbito

CNPJ Cadastro Nacional de Pessoa Jurdica

CPDEN - Certido Positiva com Efeitos de Negativa

CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia

CTN Cdigo Tributrio Nacional

CUB - Custo Unitrio Bsico

DISO - Declarao e Informaes Sobre Obra

FGTS Fundo de Garantia do Tempo de Servio

GFIP - Guia de Recolhimento do FGTS e de Informaes Previdncia Social

IN Instruo Normativa

INSS - Instituto Nacional do Seguro Social

INSS Instituto Nacional do Seguro Social

M - Metros Quadrados

PIB Produto Interno Bruto

RFB - Receita Federal do Brasil

RMT - Remunerao da Mo de Obra Total

SINDUSCON Sindicatos da Indstria da Construo Civil

SRF - Secretria da Receita Federal do Brasil

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SUMRIO

INTRODUO .......................................................................................................... 13

1 PLANEJAMENTO TRIBUTRIO E A CONTABILIDADE CONSTRUO CIVIL 15

1.1 ELISO FISCAL ................................................................................................. 18

1.2 EVASO FISCAL ............................................................................................... 21

1.3 ELUSO FISCAL ................................................................................................ 23

1.4 REGULARIZAO DA OBRA PELO MTODO DE AFERIO COM

BENEFCIO FISCAL DO PR-MOLDADO................................................................ 24

1.4.1 Procedimentos de regularizao da obra .................................................... 25

1.4.2 Enquadramento da obra ................................................................................ 26

1.4.2.1 Enquadramento - Nmero de pavimentos ................................................ 30

1.4.2.2 Enquadramento - Padro da construo .................................................. 31

1.4.2.3 Enquadramento por Tipo de Edificaes .................................................. 33

1.4.3 Clculo da remunerao da mo de obra .................................................... 34

1.4.3.1 Redutor Aplicao .................................................................................... 36

1.4.3.2 Deduo da RMT ......................................................................................... 38

1.4.4 Regularizao da obra utilizando componentes pr-moldado ou pr-

fabricado .................................................................................................................. 38

1.4.5 Apurao da remunerao da mo de obra por aferio indireta.............. 40

2 METODOLOGIA .................................................................................................... 43

3 ORIENTAO CONTBIL EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PR-

MOLDADOS ............................................................................................................. 47

3.1 APURAO DA REMUNERAO COM BASE NA REA CONSTRUDA E NO

PADRO DE CONSTRUO ................................................................................... 57

3.1.1 Clculo da apurao de mo de obra por aferio...................................... 65

CONSIDERAES FINAIS ...................................................................................... 72

REFERNCIAS ......................................................................................................... 74

ANEXOS ................................................................................................................... 77

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INTRODUO

A contabilidade como uma cincia social que dilata mtodos prprios com a

finalidade de estudar e controlar fatos que podem afetar as situaes patrimoniais,

financeiras e econmicas da organizao procedimentos, foi tomada como alicerce

para orientao contbil na empresa estudada, para que a mesma e seus clientes

procedam em conformidade, legitimando o melhor caminho para apurar a

remunerao da mo de obra no mtodo por aferio, utilizando componentes pr-

moldados na construo.

A construo civil um dos setores que sempre est em ascendncia,

consequentemente tem alavancado a economia. Juntamente com essa exploso,

muitas situaes tem se moldado ao seu redor, como as tecnologias, regras, leis,

mtodos, entre outras. No entanto, em meios a essas transformaes, tem se

propagado o contingente da deficincia contbil, principalmente quando o assunto

regularizao de obra.

A construo civil o setor que mais emprega mo de obra informal e sem

qualificao, e infelizmente pouqussimos profissionais contbeis esto preparados

para atuar nessa rea, muitas vezes apenas com o papel de orientadores, que no

deixa de ser uma das funes da contabilidade, como tambm fornecer informaes

sobre o patrimnio, classificar os fatos, resultados, advertirem, evidenciar de acordo

com os princpios contbeis e as determinaes legais.

Diante desta situao, a administrao pblica, atravs da Secretria da

Receita Previdenciria, com intuito de reduzir a informalidade e reprimir a

sonegao, adotou um parmetro para avaliar os custos e apurar a remunerao da

mo de obra, procedimento chamado de aferio indireta. Esse procedimento ocorre

na medida em que o responsvel pela obra no comprova todos os recolhimentos

referente mo de obra utilizada, durante a edificao. De acordo com a

inexistncia dos documentos exigidos, muda-se o quadro que avalia a remunerao

de mo de obra e consequentemente o arbitramento proporciona um desembolso

inesperado.

A diversidade de modalidades de obras, procedimentos e peculiaridades de

cada enquadramento, torna-se um assunto extenso, desafiador. Para que sejam

alcanados os objetivos, atentar-se ao foco que a demonstrao do benefcio fiscal

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na regularizao de obra pelo mtodo de aferio indireta, causado com a utilizao

de produtos pr-moldados na construo civil.

Com tudo, a pesquisa proporcionou desenvolver um estudo de caso para

explorar e entender a contabilidade da construo civil, principalmente quanto

legislao que fiscaliza o setor, filtrando as informaes que conduzisse ao objetivo

principal. A pesquisa atuar de forma sucinta na particularidade da empresa M da

Silva & Cia LTDA, possibilitando a aderncia de informaes possveis, podendo

dissuadir a organizao e clientes do estado leigo quanto ao assunto abordado, bem

como confirmar a veracidade dos fatos, consolidando a venda/confiabilidade e

conter erros na prpria emisso da nota fiscal do produto da empresa.

A exploratria do caso ser de acordo com os fatos encontrados na

organizao, utilizando-se das declaraes da administrao da empresa que

absorve informaes dos clientes, ao qual se pretende atingir com o resultado. A

primeira ao ser acompanhar as informaes referentes aos procedimentos das

negociaes entre a empresa e os clientes, eclodindo as ideias de orientar, planejar,

organizar, analisar e objetivar a forma que atuaremos na depurao do problema,

buscando a conformidade com a legislao que o fundamento principal.

Encontrada a(s) causa(s) do problema, iniciaremos a busca por informaes e

solues, tratando problemtica.

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1. PLANEJAMENTO TRIBUTRIO E A CONTABILIDADE CONSTRUO

CIVIL

O papel da contabilidade da construo civil no contexto geral tem seu

comportamento prximo da contabilidade gerencial, porm com suas peculiaridades

e com seu entendimento depende das leis que rege seus princpios, tornando um

desafio ao contador manter-se atualizado para o melhor repasse das informaes, j

que h alteraes constantes na legislao.

A contabilidade gerencial com seu enfoque especial auxilia os gestores no

processo administrativo e decisrio das organizaes, suprindo e validando as

informaes, aderida de suas tcnicas e procedimentos contbeis praticados nas

demais contabilidades, porm com perspectivas, viso e anlise aguadas.

Segundo Srgio de Iudcibus (2009, p. 21):

A contabilidade gerencial, num sentido mais profundo, est voltada nica e exclusivamente para a administrao da empresa, procurando suprir informaes que se adaptem de maneira vlida e efetiva no modelo decisrio do administrador.

A contabilidade gerencial tambm se vale, em suas aplicaes, de outras

ramificaes contbeis e atinge e aproveita conceitos da administrao, da estrutura

organizacional, administrao financeira, e demais cincias que atuam na estrutura

empresarial (IUDCIBUS, 2009).

A ideia de orientao contbil sobre regularizao de obra pelo mtodo de

aferio com o benefcio fiscal da utilizao de componentes pr-moldado na

construo civil surge quando anexada a necessidade do projeto de implantao de

uma reforma tributria eficiente, utilizando-se o Planejamento Tributrio para

maximizar os lucros e reduzir a carga tributria.

O Planejamento Tributrio o processo de apurao da ao ou omisso

licita, anterior ocorrncia da tributao ou fato gerador, resultando direta ou

indiretamente em um menor desembolso com tributos, anudo em conformidade com

a lei (MALKOWSKI, 2000).

Com a globalizao, e uma carga tributria cada vez mais excessiva, esse

instrumento chamado planejamento tributrio tem importantssimas funes dentre a

contabilidade nas organizaes, tratada como questo de sobrevivncia na

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administrao do nus tributrio, quando em mdia um tero do faturamento das

empresas fica retido na compensao/pagamentos de tributos.

O conceito de tributo est estabelecido no artigo 3 do Cdigo tributrio

nacional, onde tributo toda prestao pecuniria compulsria, em moeda ou cujo

valor nela se possa exprimir, que no constitua sano de ato ilcito, instituda em lei

e cobrado mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O maior objetivo

do pagamento de tributos para a diminuio das diferenas econmicas entre as

classes, pois o pagamento de tributos de acordo com a constituio conforme o

poder contributivo do contribuinte.

Conforme Ludio Camargo Fabretti (2009, p.104), pode-se resumir que

tributo sempre o pagamento compulsrio em moeda, forma normal de extino da

obrigao tributria.

Percebe-se que a contabilidade desafiada em mais uma de suas

ramificaes, e sua importncia to grandiosa, quanto o fato de ser esquecida

muitas vezes na rea da construo civil, vindo a ser lembrada apenas quando

recaem as consequncias, ou melhor, principalmente na fase final de regularizao

da obra.

Para que essas consequncias no reincidam ou possam ser evitadas, acudi

a essa necessidade a contabilidade tributria com sua principalmente ferramenta

que o planejamento tributrio. No caso da empresa pesquisada, o planejamento

tributrio causou o estudo da existncia de benefcio fiscal de seus produtos, e como

repassar ou us-lo aos seus clientes para que refletisse positivamente.

Para Gustavo Pedro de Oliveira (2009, p. 5) a contabilidade tributria tem

como uma de suas funes o uso de regras e princpios prprios para interpretar e

aplicar as normas legais provenientes da legislao tributria e apurar rigorosamente

os proventos que devem ser tributados das empresas.

O principal alvo do planejamento tributrio evitar a incidncia de tributos

antecipadamente ao fato gerador. Com tudo, no caso pesquisado, o planejamento

contribui evitando procedimentos ou atos que acarretariam uma evaso fiscal e uma

simples orientao de procedimentos contbil sobre regularizao da obra, que

acarretaria antecipadamente uma reduo no montante de impostos, base de

clculo e alquotas.

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Fabretti (2009, p.125), menciona:

A concretizao do fato gerador pode fazer nascer uma obrigao principal, que sempre de natureza pecuniria, isto , pagar um tributo; ou uma obrigao acessria, que um dever administrativo. Por exemplo: emitir notas fiscais, escriturar livros fiscais, fazer inscrio no CGC, Estado e Municpio, manter e conservar livros e documentos, prestar declaraes em formulrios prprios etc.

Aps fundamentando o fato gerador, surgi o imposto, com sua base de

clculo e alquotas, que apesar de existirem vrias formas de classificao, como

por exemplo, dos impostos, aproxima o raciocnio do conjunto que forma o fato

gerador citado acima.

Imposto definido no (Art. 16 do CTN) um tributo cuja obrigao tem por

fato gerador uma situao independente de qualquer atividade estatal especifica,

relativa ao contribuinte. O contribuinte passivo da obrigao tributria que tem a

ligao pessoal e direta com o fato gerador (FABRETTI, 2009).

De acordo com Fabretti (2009, p. 65) assim, o imposto uma obrigao que

s pode ser exigido da sociedade pelos entes que tiverem a competncia atribuda

pela Constituio Federal, visando ao financiamento das despesas de interesse

geral, a cargo desses entes.

A base de clculo o montante ou valor ao qual se aplica a alquota para

apurao do valor do tributo a pagar. Para os impostos a base de clculo definida

em lei complementar, assim como as demais bases esto previstas e sujeitas a seus

princpios da legalidade, anterioridade, irretroatividade (FABRETTI, 2009).

Da mesma forma que a base de clculo dos impostos, a alquota tambm

um fator definido em lei que, aplicado sobre a base de clculo, determina o montante

do tributo a ser pago, assim como as demais bases esto previstas e sujeitas a seus

princpios (FABRETTI, 2009).

Apesar de pouco visto pelos empresrios em geral, dentre os principais

objetivos do planejamento tributrio, fundamental evitar contingncias fiscais que

esto relacionadas qualidade da organizao contbil e na competncia dos

controles de informaes tributrias. Isso ocorre geralmente, quando a contabilidade

executada fora da organizao, onde a preocupao do profissional contbil

direcionada a elaborar, diligenciar inmeras declaraes, transmitir informaes aos

fiscos, emitir guias e obrigaes fiscais.

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Segundo Lvio Augusto de Sillos (2005, p. 10) o planejamento tributrio o

conjunto de procedimentos adotados pelo contribuinte com o objetivo de eliminar,

reduzir ou diferir para momento mais oportuno a incidncia de tributos. Desta forma,

logo mencionado o planejamento tributrio, no se est tratando apenas do

procedimento intelectual de estabelecer procedimentos para reduo da carga

tributria, mas conjuntamente com a efetivao destas, como suspensor da

contingncia fiscal.

A contingncia fiscal foi presenciada na empresa pesquisada, colocando a

mesma em iminncia de evaso fiscal. Observou-se que os administradores agem

de modo culposo por no ter o contato direto com a contabilidade e a atividade ser

restrita aos padres contabilizados, e simples detalhes como a emisso de nota

fiscal pode acarretar problemas gigantescos para o cliente no momento de

regularizar sua obra, consequentemente para empresa tambm, pelo erro cometido.

Conforme Paulo Baraldi (2012, p. 261) fazer errado pensando que est

certo, usar conceitos, interpretaes, fatos geradores, base de clculo, todos

errneos, falta de controle, resulta em perdas relevantes. Evitar a contingncia

fiscal e autuaes planejamento tributrio o instrumento.

Em uma viso peculiar na organizao pesquisada, o planejamento tributrio

poderia atingir satisfatoriamente o cliente, e refletir positivamente na reputao da

empresa, apenas com uma orientao contbil, aps o entendimento da legislao

que atingi a contabilidade da construo civil, especificamente o procedimento de

regularizao de obra pelo mtodo de aferio.

As maneiras ou procedimentos de como ambas as parte sero atingidas,

ser estudo de caso no prximo capitulo, mas o fundamento para atingir a causa

embasado no planejamento tributrio, ao qual desperto a ramificao da pesquisa, e

de forma indireta fez com que se chegasse causa e no ao efeito da problemtica.

No entanto, h a necessidade de entender a conceituao de eliso, evaso e

eluso fiscal.

1.1 ELISO FISCAL

A eliso fiscal a legalidade de pagar menos impostos, atravs do

planejamento tributrio que propicia o gestor se organizar e identificar as lacunas

que compromete o faturamento da empresa.

19

De acordo com Oliveira (2009, p. 193) a eliso fiscal pressupe a licitude de

comportamento do contribuinte que objetive identificar as consequncias fiscais de

uma deciso, resultando em uma economia de tributos, a liberdade de o

contribuinte escolher critrios menos onerosos dentre aspectos fiscais so de acordo

com a legalidade que rege esse princpio.

Eliso pode atuar preventivamente, veemente base na instrumentao do

planejamento tributrio, evitando a ocorrncia do fato gerador da tributao ou

direcionando o fato em um enquadramento eficaz a tributao sem a ocultao de

fatos infringentes a lei.

Segundo Fabretti (2009, p.133) devem-se estudar e identificar todas as

alternativas legais aplicveis ao caso ou a existncia de lapso na lei, que

possibilitem realizar essa operao da forma menos onerosa possvel para o

contribuinte, sem contrariar a lei.

Do mesmo modo que a eliso lcita e legtima, preciso ter uma

circunspeco, estudar e interpretar de forma que no acabe por resultar em evaso

fiscal, e ao invs de maior economia fiscal refletindo positivamente no financeiro da

empresa, pode comprometer com autuaes pela ilicitude.

Assim, como exemplo simples de planejamento tributrio e eliso fiscal, uma

pessoa fsica, ao iniciar a construo de seu imvel, com as contrataes de

servios ou materiais, exigindo as notas fiscais nas datas corretas, ou seja, no

momento da aquisio ou contratao, e fazer a contabilidade austeramente, alm

de evitar a evaso fiscal, no momento da regularizao da obra, apurao da

remunerao de mo de obra no ser aferida indiretamente, ou arbitrada,

reduzindo a carga tributria consideravelmente.

Conforme Sillos (2005, p. 12):

Os procedimentos elisivos atuam sobre os elementos da obrigao tributria (material, espacial, pessoal, quantitativo e temporal), de modo que se obtenha uma imposio tributria menos gravosa do que seria em outras circunstncias de fato ou de direito.

A eliso pouca praticada na contabilidade da construo civil,

principalmente no planejamento da remunerao de mo de obra. A normativa que

orienta o contribuinte tem sua complexidade e escassez de profissionais embasados

nela, para que sejam consultados ou ajam como informantes antes do fato gerador.

20

Como a maioria dos responsveis pela obra, principalmente a pessoa fsica

que gerencia sua prpria obra na maioria das vezes, habituam-se em ocultar

informaes inconsciente ou intencional, isolando-se crucialmente da eliso fiscal, j

que o arbitramento da tributao resultar no caso da evaso tributria em um

desembolso inesperado.

De acordo com Aristeu de Oliveira (2004, p. 321) cabe ao Instituto Nacional

do Seguro Social INSS a competncia para arrecadar, fiscalizar e normatizar a

Contribuio Social dos Empregadores e Trabalhadores para a Seguridade Social,

incidente sobre a folha de salrios.

seguridade social compete aos poderes pblicos integrado com aes da

sociedade, com o objetivo de assegurar o direito relativo sade, previdncia e a

assistncia social. J a Previdncia Social objetiva assegurar aos seus beneficirios

meios indispensveis de manuteno, por motivo de incapacidade, idade avanada,

tempo de servio, desemprego involuntrio, encargos de famlia e recluso ou morte

daqueles de quem dependiam economicamente (OLIVEIRA, 2004).

A breve explanao da seguridade social foi dada devido ao estudo

permanecer diretamente ligada mo de obra, que atinge sade do trabalhador, ao

qual so dadas as competncias. E como a sade direito de todos, alm de caber

ao Estado manter o controle das ameaas sade pblica, e acessos preventivos

igualitrios universais (ODONEL URBANO GONALES, 2005), surge contribuio

da Previdncia Social executada pelo INSS.

Conforme Gonales (2005, p. 27):

Previdncia Social , portanto, a denominao dada ao sistema que tem como finalidade manter a subsistncia da pessoa que trabalha, quando se torne ela, pessoa, incapaz para o trabalho, por idade ou por doena. Ainda como previsto na Emenda Constitucional n 20, de 15-12-98, a previdncia social estende a assegurar os benefcios de salrio-famlia e auxilio recluso aos dependentes de segurados de baixa rende; garante por fim, penso por morte aos dependentes do segurado.

A informalidade na construo civil tem como desfecho muitos

trabalhadores, aos quais tem seus direitos renunciado inconscientemente, sem

saber as consequncias de no ter a seguridade social, alm de um ato ilcito, o

responsvel da obra tambm fica solidrio a penalidades rigorosas. A regularidade

do recolhimento da contribuio do INSS est ligada diretamente a contabilidade

21

instantnea da obra, onde o planejamento tributrio atravs da captao de

informaes resulte na eliso fiscal.

1.2 EVASO FISCAL

As constantes alteraes na legislao tributria, imensido de alquotas,

variao dessas alquotas, aumento constante da tributao, sem falar na constante

edio e reedio de medidas provisrias que so toleradas, sem explicaes pelos

poderes competentes, Legislativo e Judicirio, geram confuses e uma dificuldade

de entendimento. Com isso, para muitos fica menos problemticos sonegar, praticar

a evaso ao invs da pratica acordada com a lei.

De acordo com Oliveira (2009, p.192) a evaso pode ser conceituada como

toda e qualquer ao ou omisso tendente a elidir, reduzir ou retardar o

cumprimento da obrigao tributria ou a fuga do cumprimento da obrigao

tributria j existente a tentativa de sua eliminao por forma ilcita, eliminando a

situao que corresponda s exigncias de enquadramento a eliso fiscal.

As explicaes para esse aumento de carga tributria e as mudanas

constantes no valor das alquotas do-se em decorrncia do crescimento das

necessidades sociais, movido juntamente com o aumento gradativo da populao,

principalmente de baixa renda, a qual tem nos servios pblicos a nica alternativa,

para a soluo de seus problemas educacionais, habitacionais e de sade, pelos

efeitos decorrentes de situaes instveis, geralmente sazonais, ocorridas na

economia do pas, quer ainda pela m administrao e aplicao dos recursos

provenientes dos tributos (FAVERO, 1997).

O Brasil se comparado, por exemplo, com o Mxico que um pas prximo e

que economicamente tem menor capacidade produtiva, tem uma carga tributria

elevadssima, trazendo constantes revoltas pela a maioria da populao, j que

dificilmente algum produto ou ramo de atividade empresarial ou comercial isento

de tributao. Com os inmeros tributos, e sem subsdios para novos

empreendedores, faze-os desacreditar muitas vezes na viabilidade de abertura de

novos negcios dependendo do ramo de atividade, deixando-os deriva em meio ao

mundo litigado, instituindo na maioria dos casos atuarem na ilegalidade.

22

Para Fabretti (2009, p. 134) a evaso fiscal, ao contrrio da eliso, consiste

em pratica contrria Lei, acontece geralmente aps a ocorrncia do fato gerador

da obrigao tributria.

H estimativas que a carga tributria do Brasil tem mantido nos ltimos anos

entre 30 e 40 % do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que a distribuio de recursos

gerados pela arrecadao distribuda de modo hostil, pois decorre principalmente

dos chamados tributos indiretos, os quais so suportados efetivamente pelo

consumidor final, na medida em que so embutidos nos preos de bens e servios

consumidos pela populao (OLIVEIRA, 2003).

Diante dessa carga tributria, a atuao do planejamento tambm para

evitar evaso fiscal e consequentemente economizar. Cabe contabilidade da

empresa ou organizao, manter a escriturao regular, sem ocultao do fato

gerador, inibindo assim um ato ilcito, ao qual lesaria o fisco de forma deliberada ou

por negligncia, caracterizando a evaso fiscal.

A dificuldade de conceituar evaso, talvez se deva a sua origem da cincia

das finanas e por ter aspectos parecidos sonegao. No entanto, na sonegao o

ato doloso ocorrer quando algum tenta simular, esconder ou descaracterizar o fato

gerador j verificado (OLIVEIRA, 2009), e as formas mais comuns de sonegao

so: venda sem nota fiscal, no recolhimento de tributos retidos, lanamentos de

despesas inexistentes e etc.

Segundo Oliveira (2009. p. 196).

sonegao toda ao ou omisso dolosa tendente a impedir ou retardar, total ou parcialmente, o conhecimento por parte da autoridade fazendria da ocorrncia do fato gerador da obrigao tributria principal, da natureza ou circunstancias materiais desse fato ou das condies pessoais do contribuinte, capazes de afetar a obrigao tributria principal ou o credito tributrio correspondente. Portanto, s h sonegao quando tiver ocorrido o fato gerador da obrigao tributria.

A sonegao fiscal no garantia de sucesso para a empresa, onde falta de

responsabilidade com a contribuio fiscal, pode acarretar danos futuros para a

empresa e para o governo, que conta com valores fiscais para desenvolver projetos

federais, estaduais e ou municipais.

J na evaso fiscal, ocorre geralmente antes do fato gerador, sendo o ato

ilegtimo que tem por finalidade evitar a tributao, ou seja, um meio doloso do

23

qual se vale o agente para subtrair, eliminar, reduzir ou retardar a obrigao

tributria.

Com a tecnologia de sistema que resultam, como por exemplo, cruzamento

de informaes eletrnicas, analise de movimentaes bancrias, unificao dos

dados entre os fiscos e entre outros bancos de dados, a tendncia diminuir

significativamente a sonegao e evaso fiscal.

1.3 ELUSO FISCAL

A eluso tributria o fenmeno pelo qual o contribuinte, mediante a

organizao planejada de atos lcitos, mas desprovidas de causa, procurando evitar

a ocorrncia do fato gerador ou coloc-lo em prtica com uma norma de menor peso

tributrio, assume o risco de um resultado, usando meio atpicos.

Conforme Oliveira (2009, p. 194) a eluso tributria um fenmeno

transparente ao fisco, pois atende aos requisitos formais e materiais exigidos.

Encontra-se entre a evaso e a eliso fiscal, no entanto, o seu enquadramento

evade de evaso, pois seus atos no so ocultos ou encobertos e de eliso por

evitar a ocorrncia do fato, no apresentando nenhuma das ferramentas legais,

como por exemplo, o planejamento tributrio.

Ainda ressalta Oliveira (2009, p. 191):

O conceito de eluso formulado, decorrente do direito positivo, deve ser avaliado e posicionado de acordo com a legislao dos variados sistemas jurdicos existentes, sem o que importaria em interpretaes equivocadas. Por exemplo, a Alemanha adota o conceito de abuso de direito e abuso de formas para definir a conduta atpica inserta na eluso; o Reino Unido utiliza a prevalncia de substncia sobre a forma com o teste do propsito negocial; a Blgica considera a eluso como abuso de direito. E a Espanha adota o conceito de fraude lei.

No Brasil, a eluso geralmente tratada como atos visveis ao fisco, no

passveis de sanes e atos penais, ao contrrio das aes ilcitas tpicas

resultantes da evaso fiscal e, portanto, punveis por qualificarem-se contrarias as

regras do direito tributrio ou penal. visvel que o cuidado na distino para que

no se encaminhe para uma concluso errnea de que a eluso e evaso esto no

mesmo contexto. No entanto, os negcios jurdicos classificados como atpicos

correspondem exclusivamente a um pressuposto de ocorrncia da eluso tributria.

24

1.4 REGULARIZAO DA OBRA PELO MTODO DE AFERIO COM

BENEFCIO FISCAL DO PR-MOLDADO

A legislao sempre se mostrou ineficaz com suas normas de controle e

fiscalizao, atingindo uma pequena fatia da informalidade na mo de obra na rea

da construo civil e evaso fiscal como um todo. Ineficaz no pela legitimidade,

mas sim pela embaralhada compilao de informaes recnditas ao alcance dos

interessados. Mas como o pressuposto, no podemos mudar a legislao e normas,

e de momento no de interesse ating-las, cabendo nessa etapa elaborar a

pesquisa para o planejamento necessrio e a busca incessante das informaes que

molde-se, procedendo eticamente realizao do trabalho.

De acordo com Pereira e Souza (2009, p. 392 - 394):

A regularizao da obra o ato pelo qual o seu responsvel providencia junto s reparties pblicas competentes o Auto de Concluso ou Habite-se e a Certido Negativa de Dbito da obra para averbao no Registro de Imveis, ou em cumprimento s outras disposies legais. O Habite-se a autorizao concedida pela prefeitura Municipal, para que o imvel edificado de acordo com os requisitos legais seja ocupado para os fins a que se destina. A Certido Negativa de Dbitos o documento comprobatrio da regularidade do contribuinte na Previdncia Social.

Quando o assunto obra, engloba uma diversidade de organizaes que

participam e atuam de certa forma. A obra de construo civil que utilize

componentes pr-moldados em concreto e/ou metlico ser enquadrada de acordo

com sua utilizao, padro de obra, nmero de pavimentos, e ter o benefcio de

reduo no clculo na remunerao da mo de obra, que por sinal bem

significativa, quando enquadrada a obra no tipo (12) utilizao de componentes pr-

moldados ou madeira se resumir a estrutura, fazendo com que a mo de obra

utilizada seja inferior quela utilizada na obra tipo (11) mtodo alvenaria ou tambm

chamada obra convencional, definida e diferenciada melhor no item 3.

Para que ocorra essa eliso fiscal na regularizao da obra, alm dos

critrios de enquadramento, o responsvel pela obra obrigar-se- apresentar a

documentao necessria para a comprovao do uso de tais componentes, nesse

caso as notas fiscais de aquisio. Os demais procedimentos sero expostos a

seguir, assim como algumas situaes que se esquivam da particularidade de

25

regularizao de obra utilizando produtos pr-moldados, porm situaes

necessrias para melhor entendimento.

1.4.1 Procedimentos de regularizao da obra

Segundo a Receita Federal do Brasil (2013), a legislao previdenciria, ao

se edificar uma construo nova, demolio, reforma ou ampliao, instalao ou

qualquer outra benfeitoria adicionada ao solo ou ao subsolo do imvel, obrigatrio

o recolhimento de contribuies previdencirias para a Seguridade Social. Para um

melhor atendimento est disponvel Instruo Normativa Receita Federal do Brasil

971, de novembro de 2009 (IN RFB 971/09), em seus Artigos 322 a 390 (ANEXO B).

Para uma perfeita regularizao, alm de seguir IN RFB 971/09, o ideal

proceder todas as etapas da construo em conformidade com a contabilizao da

obra, sendo os custos de acordo com sua natureza, as contribuies previdencirias

geradas mensalmente e pagas regularmente, assim como as demais informaes

que devero apresentar-se quando necessrias em seus respectivos livros

contbeis. Um dos principais procedimentos e primeiros a matricula do CEI

Cadastro Especfico de INSS que o nmero atribudo para fins de cadastro da obra

e utilizado na situao do Artigo 18 da IN/RFB 971/2009 (ANEXO B).

Conforme Marlene Carvalhaes Pereira e Souza (2009, p.82):

A matrcula CEI pode ser concedida diretamente ao seu responsvel sem a necessidade de se dirigir s agncias de atendimento da Previdncia Social. O nmero da matrcula fornecido automaticamente via internet pelo INSS Instituto Nacional de Seguro Social, com utilizao de senha eletrnica.

As demais situaes referentes ao CEI, como matrculas de pessoa jurdica,

por projeto, por contrato, incorporaes, em nome coletivo, consrcio ou obras e

matrculas especficas no ser o foco da pesquisa, visto que no o contribuinte

que escolhe quem ser o responsvel pelo CEI. Atento a situao da empresa

pesquisada, uma vez que forma de contratao da execuo da obra, acordada no

contrato que servir para identificao do responsvel, encontrar-se- o proprietrio

ou dono da obra como pessoa fsica frente responsabilidade da obra.

De acordo com Pereira e Souza (2009, p. 96):

26

Quando o proprietrio ou dono da obra for uma pessoa fsica, o ideal a contratao por empreitada total, transferindo para a construtora a responsabilidade pelo Cadastrado Especfico de Inscrio (CEI), podendo assim apresentar sua contabilidade e evitar a apurao da mo de obra pela aferio indireta.

A ideia que a contratao por empreitada total, onde a construtora se

responsabilize pelo CEI, no desobriga o dono da obra a solidariedade das

obrigaes previdencirias diante da RFB quanto regularizao de sua construo,

ocorrendo hiptese de a construtora contratada deixar de pagar qualquer obrigao

que a couber.

Apesar de o CEI ser apenas um de inmeros procedimentos que antecedem

a regularizao, no deteremos no assunto devido sua extenso, explanando

apenas as principais normativas que enquadram o projeto da obra, que critrio

nico para enquadramento ao caso pesquisado, apresentando os procedimentos

para apurao da remunerao da mo de obra por aferio, com base na rea

construda e no padro, para que possa entender a origem do benefcio fiscal.

O procedimento de regularizao por aferio indireta que era critrio de

conteno da informalidade e sonegao na construo civil, sendo exceo na

maioria dos casos, tornou-se um procedimento praticamente padro de avaliar e

comparar informaes adjuntas construo civil, mesmo nos casos da

apresentao de informaes gerais correspondentes obra. Esse procedimento

ser enfatizado no item 1.4.5, aps entender o enquadramento da obra e as demais

informaes abarcadas no contexto abaixo, que tm como essncia e parmetro

legal IN RFB 971/09 e suas alteraes posteriores, com adequaes e enfoque nas

informaes que contornam construo civil no padro pr-moldado.

1.4.2 Enquadramento da obra

Nos termos do art. 345 da IN RFB 971/09, o enquadramento da obra de

construo civil, em se tratando de edificao, ser realizado de ofcio, de acordo

com a destinao do imvel, o nmero de pavimentos, o padro e o tipo da obra, e

tem por finalidade definir o CUB (Custo Unitrio Bsico) aplicvel obra e o

procedimento de clculo a ser adotado.

Pela Instruo Normativa a integrao dos itens que compem o

enquadramento dever ser suficiente para que a Secretria da Receita Federal do

27

Brasil - SRF possa ter a apropriao singular do custo global da obra, CUB, clculo

da remunerao da mo de obra utilizada e finalmente, o valor das contribuies

para a Previdncia Social (MARTINS, 2008).

Principal indicador do setor da construo, o Custo Unitrio Bsico

calculado mensalmente pelos Sindicatos da Indstria da Construo Civil de todo o

pas. Determina o custo global da obra para fins de cumprimento do estabelecido na

lei de incorporao de edificaes habitacionais em condomnio, assegurando aos

compradores em potencial um parmetro comparativo realidade dos custos.

Atualmente, a variao percentual mensal do CUB tem servido como mecanismo de

reajuste de preos em contratos de compra de apartamentos em construo e at

mesmo como ndice setorial.

A Lei 4.591, de 16 de dezembro de 1964 (artigo 54), prev que os Sindicatos

da Indstria da Construo Civil (SINDUSCON) ficam obrigados a divulgar

mensalmente at o dia 5 de cada ms, os custos unitrios de construo a serem

adotados nas respectivas regies jurisdicionais, calculados com base nos diversos

projetos-padro representativos residenciais (R1,PP4,R8,PIS,R16), comerciais

(CAL8, CSL8 e CSL16), galpo industrial (GI) e residncia popular (RP1Q), aos

quais as siglas esto melhor detalhada no ANEXO A.

Se o SINDUSCON da localidade da obra no divulgar as tabelas do CUB

para projetos comerciais, projeto de interesse social ou para projeto galpo

industrial, dever ser observado dever utilizar a tabela CUB da regio prxima que

assemelhe caractersticas locais e econmicas voltada para construes.

De acordo com Pereira e Souza (2009, p.144):

Enquadrar a obra significa identificar o tipo de construo e seus detalhes, tais informaes so extradas do projeto arquitetnico ou outro documento admitido pela legislao. Conhecer o processo produtivo e as peculiaridades do produto da construo ir facilitar a assimilao da legislao aplicvel.

Metodologia de clculo do CUB/m2 se d na coleta de dados como: os

salrios e preos de materiais e mo de obra, despesa administrativas e

equipamentos previstos na NBR-12.721/2006 da Associao Brasileira de Normas

Tcnicas (ABNT) so obtidos atravs do levantamento de informaes junto a uma

amostra de cerca de quarenta empresas da construo. No entanto, na prpria

tabela CUB disponibilizar de entendimento facilitado aos que tem excepcional

28

percepo do contexto de regularizao, dispensado a consulta na NBR-

12.721/2006.

O universo da pesquisa se d sob a tica do comprador, inibindo uma srie

de distores em relao ao fornecimento de dados. Como o indicador a ser

calculado refere-se a custo e no a preo, mais correta a pesquisa junto ao

comprador, que no caso so as construtoras e no junto aos distribuidores ou

vendedores.

Para enquadrar a obra como construes com pr-moldados e pr-

fabricados, far pelo projeto. Nele dever conter o mximo de informaes possveis

sobre detalhes, finalidade, nmero de pavimentos, nmero de dependncias por

unidade, reas equivalentes rea de custo padro privativas das unidades

autnomas, padro de acabamento da construo e nmero total de unidade.

No havendo a identificao do material a ser utilizado, poder ser

comprovado pelas notas fiscais de aquisio no caso de estruturas metlicas ou

estruturas pr-moldadas. Outro fator de enquadramento ser acordo com a sua

utilizao, numero de pavimentos e padro de obra (PEREIRA e SOUZA, 2009).

Segundo Andr Luiz Martins (2008, p. 59):

A partir da IN-24/2007, o enquadramento passou a ter nova forma, baseando-se nos mesmos itens citados no paragrafo anterior, mas em condies diversas principalmente na questo do nmero de quartos da obra que no seria mais usado, alm da forma de obteno de acabamento.

O projeto que servir de base para o enquadramento ser considerado

integralmente, no podendo ser fracionado para alterar o resultado do

enquadramento.

No caso de fracionamento do projeto, o enquadramento dever ser efetuado

em relao a cada bloco, a cada casa geminada ou a cada unidade residencial que

tenha matrcula prpria e levar em conta as seguintes tabelas:

I - Projeto Residencial, para os imveis que se destinam a: residncia

unifamiliar; edifcio residencial; hotel, motel, spa e hospital e reas comuns de

conjunto habitacional horizontal;

II - Projeto Comercial - Andar Livre, para os imveis cujo pavimento-tipo seja

composto de hall de circulao, escada, elevador e andar corrido sem a existncia

29

de pilares ou qualquer elemento de sustentao no vo, com sanitrios privativos

por andar;

III - Projeto Comercial - Salas e Lojas, para os imveis cujo pavimento-tipo

seja composto de hall de circulao, escada, elevador, andar com pilares ou

paredes divisrias de alvenaria e sanitrios privativos por andar ou por sala;

IV - Projeto Galpo Industrial, para os imveis compostos de galpo com ou

sem rea administrativa, banheiros, vestirio e depsito, tais como: pavilho

industrial; oficina mecnica; posto de gasolina; pavilho para feiras, eventos ou

exposies; depsito fechado; telheiro; silo, tanque ou reservatrio; barraco;

hangar; ginsio de esportes e estdio de futebol; estacionamento trreo; estbulo;

V - Projeto de Interesse Social, para os imveis que se destinam a: casa

popular; conjunto habitacional popular.

1 Quando no mesmo projeto constarem reas com as caractersticas das

obras mencionadas nas tabelas dos incisos I, II ou III do caput (ANEXO B), efetuar-

se- o enquadramento conforme a rea construda preponderante, sendo que, se

houver coincidncia de reas, a tabela projeto residencial prevalecer sobre a tabela

projeto comercial - andar livre, que, por sua vez, prevalecer sobre a tabela projeto

comercial - salas e lojas.

2 No caso de projeto que contenha unidades residenciais e rea

comercial, quando a rea construda das unidades residenciais for coincidente ou

preponderante, efetuar-se- o enquadramento da obra como edifcio residencial,

observado o disposto no art. 348 (ANEXO B) quanto ao padro.

3 Caso haja, no mesmo projeto, construes com as caractersticas

mencionadas nas tabelas previstas nos incisos I, II ou III e construes com as

caractersticas das tabelas previstas nos incisos IV ou V do caput, devero ser feitos

enquadramentos distintos na respectiva tabela, sendo que as obras referidas nas

tabelas dos incisos IV ou V sero consideradas, para efeito de clculo, como

acrscimo das obras mencionadas nas tabelas dos incisos I, II ou III, observado o

disposto no 1 deste artigo e no art. 369 (ANEXO B).

4 A obra que caracterize acrscimo de rea ser enquadrada na forma do

art. 369.

5 O enquadramento de obra no prevista nas tabelas dos incisos I a V do

caput dever ser feito com aquela que mais se aproxime de suas caractersticas,

30

seja pela destinao do imvel ou por sua semelhana com as construes

constantes do rol das mencionadas tabelas.

6 Se o Sinduscon da localidade da obra no divulgar as tabelas do CUB

para projetos comerciais, projeto de interesse social ou para projeto galpo

industrial, dever ser observado o disposto nos incisos II ou III do 3 do art. 344

(ANEXO B).

7 O edifcio de garagens ser sempre enquadrado na Tabela Projeto

Comercial - salas e lojas.

8 As edificaes listadas nas alneas do inciso IV, que contenham, no

mesmo projeto, outras instalaes, alm das referidas neste inciso, sero

enquadradas na tabela projeto comercial - salas e lojas.

Pode-se ento, idealizar o enquadramento por projetos, que a base

integral da regra geral. Suas excees dependem de algumas particularidades e no

caso de fracionamento do projeto seguem as informaes exposta acima, e ainda h

outras situaes para o enquadramento, por exemplo, nmero de pavimentos,

padro de obra e tipo de edificao.

1.4.2.1 Enquadramento - Nmero de pavimentos

Nos termos do art. 347 a IN RFB n 971/09, o enquadramento conforme o

nmero de pavimentos da edificao ser efetuado de acordo com as seguintes

faixas:

I - R1, para projeto residencial unifamiliar, independentemente do nmero de

pavimentos;

II - R8, para projeto residencial multifamiliar at 10 pavimentos, includos os

pavimentos de garagem e pilotis, se existirem;

III - R16, para projeto residencial multifamiliar acima de 10 pavimentos;

IV - CAL-8, para projeto comercial - andar livre, para edificaes com mais

de um pavimento superposto;

V - CSL-8, para projeto comercial - salas e lojas at 10 pavimentos, includos

os pavimentos de garagem e pilotis, se existirem;

VI - CSL-16, para projeto comercial - salas e lojas acima de 10 pavimentos;

VII - GI, para projeto galpo industrial;

31

VIII - PIS, para casa popular e conjunto habitacional popular,

independentemente do nmero de pavimentos.

Havendo dvida sobre o enquadramento por nmeros de pavimentos, IN

RFB 971/09 ser sempre norteadora e no site do SINDUSCON-PR contm

informaes que complementam o entendimento, e quanto s siglas acima, esto

detalhadas para melhor entendimento est (ANEXO A).

Ainda no art. 347 da IN RFB n 971/09, as edificaes, que contenham reas

com destinao residencial e comercial, sero enquadradas quanto ao nmero de

pavimentos, da seguinte forma:

I - quando edificadas em um mesmo bloco, o nmero de pavimentos ser o

resultante da soma de todos os pavimentos da obra;

II - quando edificadas em blocos distintos: prevalecendo uma das tabelas

previstas no art. 346 IN 971/09 (ANEXO B), o nmero de pavimentos ser o da

edificao comercial ou residencial, conforme seja a prevalncia;

b) no caso de coincidncia de reas e no coincidindo o nmero de

pavimentos, corresponder ao da edificao de maior nmero de pavimentos.

As edificaes classificadas como reas comuns do conjunto habitacional

horizontal, sero enquadradas na forma do inciso I anterior e as edificaes

classificadas como hotel, motel, spa e hospital sero enquadradas na forma dos

incisos II ou III art. 347.

1.4.2.2 Enquadramento - Padro da construo

O enquadramento no padro da construo ser efetuado de acordo com o

art. 348 da Instruo Normativa RFB n 971/09, onde analisar as seguintes

situaes dos padres de projetos:

I - projetos residenciais:

a) padro baixo, para unidades autnomas com at dois banheiros;

b) padro normal, para unidades autnomas com trs banheiros;

c) padro alto, para unidades autnomas com quatro banheiros ou mais;

II - projeto comercial - andar livre, padro normal;

III - projeto comercial - salas e lojas, padro normal.

O enquadramento previsto anteriormente ser efetuado de ofcio pela

Receita Federal do Brasil unicamente em funo do nmero de banheiros para os

32

projetos residenciais e no padro normal para os projetos comerciais,

independentemente do material utilizado.

As edificaes destinadas a hotel, motel, spa, hospital e reas comuns do

conjunto habitacional horizontal sero enquadradas como uma unidade autnoma

nos padres alto, normal e baixo, na forma do inciso I anteriormente citado.

No caso de edificaes que tenham reas residenciais e comerciais, o

enquadramento no padro baixo, normal ou alto efetuar-se- da seguinte forma:

a) Prevalecendo rea residencial, o enquadramento da edificao ser pelo

projeto residencial e o padro ser de acordo com o nmero de banheiros da

maioria das unidades residenciais;

b) Prevalecendo rea comercial, o enquadramento ser no padro normal do

projeto comercial considerado;

c) No caso de coincidncia das reas, o enquadramento da edificao ser

pelo projeto residencial e o padro ser de acordo com o nmero de banheiros das

unidades residenciais prevalecente.

A casa popular e o conjunto habitacional popular tero enquadramento nico

na tabela projeto de interesse social, desde que o padro esteja nas seguintes

condies:

-casa popular, a construo residencial unifamiliar, construda com mo de

obra assalariada, sujeita matrcula no CEI, com rea total de at 70 m2,

classificada como econmica, popular ou outra denominao equivalente nas

posturas sobre obras do municpio;

-conjunto habitacional popular, o complexo constitudo por unidades

habitacionais com rea de uso privativo;

-no superior a 70 m2, classificada como econmica, popular ou outra

denominao equivalente nas posturas sobre obras do municpio, mesmo quando as

obras forem executadas por empresas privadas.

Para a edificao com destinao residencial multifamiliar, com mais de 10

pavimentos, que tenha unidades autnomas com at dois banheiros, em razo da

no publicao pelos sindicatos da construo civil, do valor do CUB para a tabela

projeto residencial - R16, padro baixo, dever ser adotado o valor constante no

padro normal daquela tabela.

33

1.4.2.3 Enquadramento por Tipo de Edificaes

O enquadramento por tipo de edificaes diferencia-se do enquadramento

por padro, j que o tipo de edificaes relacionado ao procedimento, objetos

usados ou mtodos. O art. 349 da IN RFB n 971/09 estabelece que, quanto ao tipo,

s edificaes sero enquadradas da seguinte forma:

I - tipo (11), alvenaria;

II - tipo (12), madeira ou mista, se ocorrer uma ou mais das seguintes

circunstncias:

a) 50% das paredes externas, pelo menos, forem de madeira, de metal, pr-

moldada ou pr-fabricada;

b) A estrutura for de metal;

c) A estrutura for pr-fabricada ou pr-moldada;

d) A edificao seja do tipo rstico, sem fechamento lateral, ou lateralmente

fechado apenas com tela e mureta de alvenaria.

A classificao no tipo (12) levar em conta unicamente o material das

paredes externas ou da estrutura, independentemente do utilizado na cobertura, no

alicerce, no piso ou na repartio interna.

Se o projeto e o memorial aprovado pelo rgo municipal no permitirem

identificar qual material foi utilizado na estrutura ou nas paredes externas, a

classificao ser feita no tipo (11).

Para classificao no tipo (12), devero ser apresentadas as notas fiscais de

aquisio da madeira, da estrutura de metal ou da estrutura pr-fabricada ou pr-

moldada, ou outro documento que comprove ser a obra de madeira ou mista.

A utilizao de lajes pr-moldadas ou pr-fabricadas no ser considerada

para efeito do enquadramento no tipo (12).

Na IN RFB 971/09 bem clara que a obra que no se enquadrar no tipo (12)

ser necessariamente enquadrada no tipo (11), mesmo que empregue

significativamente outro material que no alvenaria, como por exemplo: plstico,

vidro, isopor, fibra de vidro, policarbonato e outros materiais sintticos.

No caso de conjunto habitacional popular definido no inciso XXV do art. 322

ANEXO B, utilizar-se-, independentemente da rea construda:

I - para obra em alvenaria (Tipo 11), o percentual de 12% (doze por cento);

34

II - para obra em madeira ou mista (Tipo 12), o percentual de 7% (sete por

cento).

1.4.3 Clculo da remunerao da mo de obra

O Custo Global da Obra (CGO), de acordo com o art. 350 da IN RFB n

971/09, ser calculado pela RFB, a partir do enquadramento da obra conforme

procedimentos citados acima entre outras particularidades distintas ou no

frequentes no caso tratado, mediante a multiplicao do CUB correspondente ao tipo

da obra pela sua rea total, submetida, quando for o caso, aplicao de redutores,

conforme disposto no subitem abaixo onde fala de reduo.

A Remunerao da Mo de Obra Total (RMT) despendida na obra ser

calculada mediante a aplicao dos percentuais a seguir definidos, na proporo do

escalonamento por rea, sobre o CGO e somando os resultados obtidos em cada

etapa, disposto no Art. 351 IN RFB 971/09:

a) Denominao: alvenaria, madeira ou mista;

b) Tipo: onze ou doze;

c) Nos primeiros 100m: 4% e 2%;

d) Acima de 100m e at 200m: 8% e 5%;

e) Acima de 200m e at 300m: 14% e 11%;

f) Acima de 300m: 20% e 15%.

No caso de conjunto habitacional popular definido no item anterior,

independentemente da rea construda, na obra em alvenaria (tipo 11), o percentual

de 12% (doze por cento) e para obra em madeira ou mista (tipo 12), o percentual de

7% (sete por cento).

Nos Artigos abaixo da IN RFB 971/09 refere-se sobre as renumeraes

relativas mo de obra que pode ser aproveitada com os seguintes princpios:

Art. 354. A remunerao relativa mo de obra prpria, inclusive ao dcimo

terceiro salrio, cujas correspondentes contribuies tenham sido recolhidas com

vinculao inequvoca obra, ser atualizada at o ms anterior ao da emisso do

ARO (Aviso Regularizao Obra) com aplicao das taxas de juros previstas na

alnea "b" do inciso II e no inciso III do art. 402, e aproveitada na forma do art. 353,

considerando-se:

35

I - a remunerao constante em GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de

Informaes Previdncia Social), com informaes especficas para a matrcula

CEI, com comprovante de entrega, desde que comprovado o recolhimento das

contribuies correspondentes;

II - a remunerao correspondente s contribuies recolhidas mediante

documento de arrecadao identificado com a matrcula CEI da obra, no sendo

exigida a comprovao de apresentao de GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e

de Informaes Previdncia Social), quando se tratar de obra de construo civil

de responsabilidade de pessoa fsica.

Pargrafo nico. A remunerao relativa ao perodo decadencial no poder

ser aproveitada para fins da deduo prevista neste artigo.

Art. 355. A remunerao relativa mo de obra terceirizada, inclusive ao

dcimo terceiro salrio, cujas correspondentes contribuies recolhidas tenham

vinculao inequvoca obra, ser atualizada at o ms anterior ao da emisso do

ARO (Aviso de Regularizao de Obra) com aplicao das taxas de juros previstas

na alnea "b" do inciso II e no inciso III do art. 402, e aproveitada na forma do art.

353, considerando-se:

I - a remunerao declarada em GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de

Informaes Previdncia Social) referente obra, identificada com a matrcula CEI

no campo "CNPJ/CEI do tomador/obra", com comprovante de entrega, emitida por

empreiteira contratada diretamente pelo responsvel pela obra, desde que

comprovado o recolhimento dos valores retidos com base nas notas fiscais, nas

faturas ou nos recibos de prestao de servios, emitidos pela empreiteira;

II - a remunerao declarada em GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de

Informaes Previdncia Social) referente obra, identificada com a matrcula CEI

(cadastro especfico INSS) no campo CNPJ/CEI do tomador/obra, emitido pela

subempreiteira contratada por empreiteiro interposto, desde que comprovado o

recolhimento dos valores retidos pelo empreiteiro contratante com base nas notas

fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestao de servios, emitidos pela

subempreiteira;

1 Nas obras de pessoa fsica, podero ser aproveitadas as remuneraes

de empresas contratadas, da seguinte forma:

I - no caso de cooperativa de trabalho, a resultante da diviso da

contribuio dos segurados cooperados que trabalharam na obra por 0,368

36

(trezentos e sessenta e oito milsimos), tomando-se como base as contribuies

individuais descontadas dos segurados cooperados correspondentes a 20% (vinte

por cento) do salrio-de-contribuio de cada um, efetivamente recolhidas pela

cooperativa, desde que esses segurados tenham sido informados na GFIP (Guia de

Recolhimento do FGTS e de Informaes Previdncia Social) referente obra

emitida pela cooperativa;

II - no caso de empreiteira ou subempreiteira, a remunerao declarada em

GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informaes Previdncia Social)

referente obra, desde que comprovado o recolhimento integral das contribuies

constantes dessa GFIP (Guia de Recolhimento do FGTS e de Informaes

Previdncia Social).

2 A remunerao relativa ao perodo decadencial no poder ser

aproveitada para fins da deduo prevista neste artigo.

1.4.3.1 Redutor - Aplicao

Nos termos do art. 357 da IN RFB n 971/09, ser aplicado redutor de 50%

para reas cobertas e de 75% para reas descobertas, desde que constatado que

as mesmas integram a rea total da edificao, nas obras listadas a seguir:

a) Quintal;

b) Playground;

c) Quadra esportiva ou poliesportiva;

d) Garagem, abrigo para veculos e pilotis;

e) Quiosque;

f) rea aberta destinada churrasqueira;

g) Jardim;

h) Piscinas;

i) Telheiro;

j) Estacionamento trreo;

k) Terraos ou rea descoberta sobre lajes;

l) Varanda ou sacada;

m) rea coberta sobre as bombas e rea descoberta destinada circulao

ou ao estacionamento de veculos nos postos de gasolina;

n) Caixa d'gua;

37

o) Casa de mquinas.

Destaca-se ainda que, considera-se rea total, a soma das reas cobertas e

descobertas de todos os pavimentos do corpo principal do imvel, inclusive subsolo

e pilotis, e de seus anexos, constantes do mesmo projeto de construo informada

no habite-se, certido da prefeitura municipal, planta ou projeto aprovados, termo de

recebimento da obra, quando contratada com a administrao pblica ou em outro

documento oficial expedido por rgo competente.

Cabe exclusivamente Receita Federal do Brasil, a aplicao de

percentuais de reduo e a verificao das reas reais de construo, as quais

sero apuradas com base nas informaes prestadas na DISO (Declarao e

Informaes Sobre Obra), confrontadas com as reas discriminadas:

a) No projeto arquitetnico aprovado pelo rgo municipal ou;

b) No projeto arquitetnico acompanhado da ART registrada no CREA, caso

o rgo municipal no exija a apresentao do projeto para fins de expedio de

alvar/habite-se.

A reduo ser aplicada tambm s obras que envolvam acrscimo de rea

j regularizada, reforma e demolio.

No havendo discriminao das reas passveis de reduo no projeto

arquitetnico, o clculo ser efetuado pela rea total, sem utilizao de redutores.

A reduo prevista neste item servir apenas para o clculo da remunerao

por aferio, devendo constar na Certido Negativa de Dbito (CND) para fins de

averbao a rea total da edificao indicada no habite-se, certido da prefeitura

municipal, planta ou projeto aprovados, termo de recebimento da obra, quando

contratada com a administrao pblica, ou em outro documento oficial expedido por

rgo competente, e no a rea reduzida.

Caso haja mais de uma edificao no mesmo projeto, aplicar-se- o

escalonamento conforme citado acima no item clculo da remunerao da mo de

obra e das contribuies devidas uma nica vez para a rea total do projeto,

submetida, quando for o caso, aplicao dos redutores previstos anteriormente, e

no por edificao isoladamente, independentemente do padro da unidade,

ressalvado no caso de fracionamento, o previsto no item apurao da remunerao

da mo de obra com base na rea construda e no padro comentado acima.

38

1.4.3.2 Deduo da RMT

De acordo com o art. 356 da IN RFB n 971/09 ser, ainda, aproveitada para

fins de deduo da RMT, a remunerao:

a) Contida em documento de constituio de crdito previdencirio, relativo

obra, quer seja apurado com base em folha de pagamento ou resultante de eventual

lanamento de dbito por responsabilidade solidria;

b) Obtida com o resultado da diviso do valor da contribuio recolhida pelo

contratante, incidente sobre o valor pago a cooperativa de trabalho, cuja nota fiscal,

fatura ou recibo de prestao de servios esteja vinculado inequivocamente obra

por 0,368;

c) Correspondente a 5% do valor da nota fiscal ou da fatura de aquisio de

concreto usinado, de massa asfltica ou de argamassa usinada, utilizados

inequivocamente na obra, independentemente de apresentao do comprovante de

recolhimento das contribuies sociais.

Observao que no disposto da letra "c" no se aplica argamassa em p

adquirida para preparo na obra.

Havendo recolhimento de contribuio relativa obra, a remunerao

correspondente a esse recolhimento ser atualizada at o ms anterior ao da

emisso do ARO, desconsiderando recolhimentos na competncia da emisso, com

aplicao das taxas de juros previstas na alnea "b" do inciso II e no inciso III do art.

402, e deduzida da RMT, apurada na forma do art. 351 (ANEXO B).

Essa regra aplica-se tambm quando a remunerao relativa mo-de-obra

prpria e mo-de-obra terceirizada, inclusive ao dcimo terceiro salrio, cujas

correspondentes contribuies tenham sido recolhidas com vinculao inequvoca

obra, ou seja, com informaes, documentos e comprovaes especficas obra ou

ao CEI conforme artigos 353, 354 e 355 no ANEXO B.

1.4.4 Regularizao da obra utilizando componentes pr-moldado ou pr-

fabricado

A obra de construo civil que utilize componentes pr-fabricados ou pr-

moldados ser enquadrada de acordo com as tabelas que definem os tipos de

39

obras, tero reduo de 70% no valor da remunerao, desde que sejam

apresentados, conforme o caso:

a) A nota fiscal ou fatura mercantil de venda do pr-fabricado ou do pr-

moldado e a nota fiscal ou fatura de prestao de servios, emitidas pelo fabricante,

relativas aquisio e instalao ou montagem do pr-fabricado ou do pr-

moldado;

b) A nota fiscal ou fatura mercantil do fabricante relativa venda do pr-

fabricado ou do pr-moldado e as notas fiscais, faturas ou recibos de prestao de

servios emitidos pela empresa contratada para a instalao ou a montagem;

c) A nota fiscal ou fatura mercantil do fabricante, se a venda foi realizada

com instalao ou montagem;

d) O somatrio dos valores brutos das notas fiscais ou das faturas, em cada

competncia, atualizado com aplicao das taxas de juros, desde a data da emisso

desses documentos at o ms anterior ao da emisso do ARO, seja igual ou

superior a 40% do CGO, observado enquadrado no tipo 11 (alvenaria), previsto 2

Art. 350 (ANEXO B).

Pr-fabricado ou pr-moldado o componente ou a parte de uma edificao,

adquirido pronto em estabelecimento comercial ou fabricado por antecipao em

estabelecimento industrial, para posterior instalao ou montagem na obra.

O percentual a ser aplicado sobre a tabela CUB para apurao da

remunerao por aferio indireta ser sempre o correspondente ao tipo 11

(alvenaria).

A edificao executada por empresa construtora, mediante empreitada total,

com fabricao, montagem e acabamento (instalao eltrica, hidrulica,

revestimento e outros servios complementares), dever ser regularizada pela

prpria empresa construtora, para fins de obteno da CND.

Nos casos em que o pr-fabricado ou o pr-moldado se resumir estrutura,

a obra dever ser enquadrada no tipo madeira ou mista (tipo 12).

Se a soma dos valores brutos das notas fiscais de aquisio do pr-

fabricado ou do pr-moldado e das notas fiscais de servios de instalao ou de

montagem no atingir o valor correspondente ao percentual de 40% do CGO, o

enquadramento da obra observar as tabelas de enquadramento e tipo.

Para fins de apurao do valor da mo de obra por aferio indireta, ser

aproveitada a remunerao contida em nota fiscal, fatura ou recibo de prestao de

40

servios, relativa aos servios de instalao hidrulica, de instalao eltrica e a

outros servios complementares no relacionados com a fabricao ou com a

montagem do pr-fabricado ou do pr-moldado, quando realizados por empresa

diversa daquela contratada para a fabricao ou para a montagem ou cuja execuo

tenha sido contratada de forma expressa, com discriminao dos servios e

respectivos preos.

1.4.5 Apurao da remunerao da mo de obra por aferio indireta

A apurao da remunerao da mo de obra por aferio indireta surgiu com

forma de coibir a sonegao e informalidade, avaliar os custos e apurar a

remunerao dos trabalhadores nas obras e nos servios, com base na rea

construda e no padro da obra da construo civil, chegando-se ao enquadramento

da obra. Porm esse mtodo bem criticado, pois passou a ser regra, quando

deveria ser exceo, sendo de responsabilidade de pessoa fsica e jurdica, manter-

se regular quanto s contribuies previdencirias.

Conforme Martins (2008, p. 26):

A Aferio Indireta pode ser conceituada como mtodo ou procedimento de que dispe o INSS para a apurao das bases de clculo das contribuies previdencirias, quando ocorrer recusa ou a sonegao de documentos ou informaes, ou mesmo na sua apresentao deficiente, por parte do contribuinte, bem como na apurao do salario-de-contribuio decorrente de obra de construo civil de responsabilidade de pessoa fsica ou jurdica.

Com a Lei n 11.457/2007, a Secretria da Receita Federal do Brasil passou

a ser a figurante e executora da aferio indireta, cuja responsabilidade era atribuda

Secretaria da Receita Previdenciria. No entanto, o que deveria ser exceo

passou a ser regra no mtodo de apurao da base de clculo das contribuies

previdencirias aferio indireta, reproduzindo impugnao dos contribuintes.

As formas de aferio indireta aplicveis s obras de construo civil tem a

base de clculo obtida com vnculo nas notas fiscais, com base na rea construda e

no padro de construo e arbitrada pela RFB, com base em contratos, informaes

prestadas vinculadas obra ou no havendo nota fiscal e descries sobre a rea

construda e padro da construo (PEREIRA e SOUZA, 2009).

41

Mesmo sendo um procedimento gil na fiscalizao, o critrio de aferio

indireta por ser uma forma indiscutvel e incontestvel mesmo quando visvel

equvoco no enquadramento pode comprometer os ndices financeiros do

proprietrio ou responsvel pela obra, com o pagamento absurdo calculado pela

aferio indireta, se com a deficincia de informaes e comprovaes caracterizar

a sonegao.

Nos termos dos 4 e 6 do art. 33 da Lei n 8.212/91, na falta de prova

regular e formalizada pelo sujeito passivo, o montante dos salrios pagos pela

execuo de obra de construo civil pode ser obtido mediante clculo da mo de

obra empregada, proporcional rea construda, de acordo com critrios

estabelecidos pela RFB, cabendo ao proprietrio, dono da obra, condmino da

unidade imobiliria ou empresa corresponsvel o nus da prova em contrrio.

Se, no exame da escriturao contbil e de qualquer outro documento da

empresa, a fiscalizao constatar que a contabilidade no registra o movimento real

de remunerao dos segurados a seu servio, do faturamento e do lucro, sero

apuradas, por aferio indireta, as contribuies efetivamente devidas, cabendo

empresa, tambm, neste caso, o nus da prova em contrrio.

De acordo com o art. 335 da IN RFB n 971/09, a escolha do indicador mais

apropriado para a avaliao do custo da construo civil e a regulamentao da sua

utilizao para fins da apurao da remunerao da mo de obra, por aferio

indireta, competem exclusivamente Receita Federal do Brasil.

Ainda, no art. 446 da citada IN RFB 971/09 conceitua aferio indireta como

sendo o procedimento de que dispe a RFB para apurao indireta da base de

clculo das contribuies sociais, diante das seguintes situaes:

I - no exame da escriturao contbil ou de qualquer outro documento do

sujeito passivo, a fiscalizao constatar que a contabilidade no registra o

movimento real da remunerao dos segurados a seu servio, da receita, ou do

faturamento e do lucro;

II - a empresa, o empregador domstico, ou o segurado recusar-se a

apresentar qualquer documento ou sonegar informao, ou apresent-los

deficientemente;

III - faltar prova regular e formalizada do montante dos salrios pagos pela

execuo de obra de construo civil;

42

IV - as informaes prestadas ou os documentos expedidos pelo sujeito

passivo no merecerem f em face de outras informaes ou outros documentos de

que disponha a fiscalizao, como por exemplo:

a) Omisso de receita ou de faturamento verificada por intermdio de

subsdio fiscalizao;

b) Dados coletados na Justia do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho,

ou em outros rgos, em confronto com a escriturao contbil, livro de registro de

empregados ou outros elementos em poder do sujeito passivo;

c) Constatao da impossibilidade de execuo do servio contratado, tendo

em vista o nmero de segurados constantes em GFIP (Guia de Recolhimento do

FGTS e de Informaes Previdncia Social) ou folha de pagamento especficas,

mediante confronto desses documentos com as respectivas notas fiscais, faturas,

recibos ou contratos.

Considera-se deficiente o documento apresentado ou a informao prestada

que no preencha as formalidades legais, bem como aquele documento que

contenha informao diversa da realidade ou, ainda, que omita informao

verdadeira.

Existem duas formas de aferio indireta utilizadas pela a RFB. A primeira

de apurao da remunerao da mo de obra com base na nota fiscal, na fatura ou

no recibo de prestao de servios.

A segunda forma de aferio indireta com base na rea construda e no

padro de construo. A participao nesse enquadramento de clculo j configura

uma pratica menos rentvel e mais ociosa a penalizaes ou desembolso.

A forma de clculo usado, enquadramento, redues e dedues, sero

configuradas no terceiro capitulo, de forma sucinta e especifica no padro com maior

demanda que ser encontrada na empresa pesquisada, para em seguida orient-la

sobre a viabilidade fiscal do seu produto e se integrando de informaes de

interesse de seus clientes.

43

2. METODOLOGIA

Da abordagem e investigao dos fatos efetivos, o que induziu ao objetivo e

a lgica, o conhecimento cientfico, que atravs de mtodos e anlises verificadas,

sero comprovadas veracidade das informaes, sem a interferncia das crenas

do pesquisador. Os mtodos cientficos so norteadores, transformando as

dificuldades da pesquisa, em uma oportunidade de observar com outros olhos um

fato, comentrio ou um pequeno detalhe, e atravs procedimentos metodolgicos, a

oportunidade da soluo de algo que a principio parecia indeterminvel.

Conforme Joo lvaro Ruiz (1996, p. 96):

Conhecimento cientfico expresso que lembra laboratrio, instrumental de pesquisa, trabalho programado, metdico, sistemtico e no provoca associaes com inspirao mstica ou artstica, religiosa ou potica. A expresso conhecimento cientfico evidencia o carter de autoridade, de respeitabilidade, que falta ao conhecimento vulgar por exemplo.

O conhecimento cientfico proporcionou que o nascimento das dvidas,

fizesse-o necessrio para que consolidasse e a autenticidade dos princpios, e como

na atual pesquisa muitas dvidas foram encontradas, no se pode propor soluo

baseada apenas no conhecimento vulgar que atinge os fatos na singularidade,

muitas vezes de modo intuitivo ou com base em dedues, sem questionamento,

sem a comparao dos fenmenos com as demais cincias, atingindo as causas do

fenmeno.

Portanto, os mtodos cientficos que foram adotados nesse estudo so

relevantes, pois as anlises e snteses foram fundamentadas em fontes seguras de

abordagem, aplicando os mtodos e realizando anlise da forma mais ntegra e

sucinta possvel, sem a interferncia das crenas do pesquisador, inibindo as

chances de desvio do ponto central. Ruiz (2002) o descreve como um

conhecimento que vai alm do emprico, procurando conhecer, alm do fenmeno,

suas causas e leis.

Com esse estudo, a experincia do mtodo de pesquisa exploratrio

descritivas foi necessrio, assim compondo a pesquisa de campo na indstria de

pr-moldados, explorando os princpios norteadores da contabilidade da construo

civil e suas ramificaes, que oriente na apurao da remunerao de mo de obra

e regularizao da obra.

44

De acordo com Cruz e Ribeiro (2003, p.17) "a pesquisa de campo consiste

na observao atenta de um objeto de interesse do pesquisador. Envolve tcnicas e

a apresentao de dados e uma discusso qualitativa dos resultados. A pesquisa

de campo auferida com o objetivo de conseguir informaes diante da

problemtica, procurando as respostas sobre determinado problema ou hiptese que

se queira validar (MARCONI e LAKATOS, 1999).

O dever de ir a campo para conseguir informaes, ocorreu devido

combinao da necessidade de informaes da empresa, entender a metodologia

da problemtica, e a empresa junto com administradores afastarem-se da

problemtica utilizando dos mtodos exploratrios, em seguida demonstrarem como

proceder para usufruir do benefcio fiscal de seus produtos no momento da

regularizao da obra.

Sendo assim, os mtodos exploratrios, para Santos (2004, p. 26),

demonstram a real importncia do problema, e o estgio em que se encontram as

informaes j disponveis a respeito do assunto, e at mesmo revela ao

pesquisador novas fontes de informao.

A descrio dos fatos apoiou-se em pesquisas bibliogrficas com fontes

primrias e indutivas, que se manteve necessria tambm para concretizar a

veracidade das informaes, que se originaram em leis, decretos e artigos, j que os

mesmos tm se alterado constantemente, principalmente no ramo da construo

civil. A induo se deu devido a busca sem sucesso de estudos com o mesmo

objetivo ou a dificuldade de padronizao da problemtica, fazendo com as

referncias similares tambm norteassem em algumas fases da descrio.

Descreve Cruz e Ribeiro (2003, p.11):

Uma pesquisa bibliogrfica pode visar o levantamento dos trabalhos realizados anteriormente sobre o mesmo tema estudado no momento, pode identificar e selecionar os mtodos e tcnicas a serem utilizados, alm de fornecer subsdios para a redao da introduo e reviso da literatura do projeto ou trabalho.

No mtodo indutivo, baseia-se na generalizao de propriedades comuns a

certo nmero de casos, at agora observados, a todas as ocorrncias de fatos

similares que podero se verificar no futuro. Assim, o grau de confirmao dos

enunciados traduzidos depende das evidncias ocorrentes.

45

De acordo com Ferreira (1998, p. 93), Galileu foi o precursor desse mtodo

induo experimental - atravs do qual se chega a uma lei geral por intermdio da

observao de certo nmero de casos particulares at as leis e teorias.

Portanto, o mtodo indutivo aquele que, ao partir de assero menor pode-

se chega ao elemento final e objetivo.

A empresa estudada M. da Silva uma empresa de pr-moldados e

estruturas metlicas, instalada na Avenida Nossa Senhora de Ftima, n 1703,

Jardim Porto Alegre, Toledo-PR, que atua no mercado desde outubro 2001. Nestes

10 anos de muito trabalho, sua maior realizao foi ter conquistado a credibilidade e

a confiana de seus clientes, querendo junto com essa revoluo receiturio,

alimentar-se de conhecimento e mtodos que possam ainda mais contribuir para

com essa credibilidade com o cliente. Atualmente com mais de 35 funcionrios

diretos e uma mo de obra especializada, uma empresa consolidada na

fabricao, montagem e cobertura de obras industriais, comerciais, residenciais,

quadras poliesportivas, pocilgas e avirios.

Foi escolhida essa empresa para o estudo, devido facilidade de acesso j

que a mesma localiza-se na cidade de Toledo-PR, e principalmente pela

receptividade dos administradores, juntamente com a vontade de solucionar a

problemtica.

Foram levantados dados, e feitos comparativos baseando-se na lei e

normativas que regulamentam os procedimentos utilizados na apurao da

remunerao de mo de obra, comparando os padres de obra feitos pelo

mtodo convencional e com mtodo pr-moldado, observando a quantidade de

variveis que poderiam influenciar na maneira e no resultado do clculo,

atentando aos principais documentos que comprovem o mtodo utilizado, sendo

assim, abalroado o clculo e a viabilidade fiscal dentre os mtodos.

Conforme Mazzoti, (2004):

Pesquisas qualitativas geram um enorme volume de dados que precisam ser organizados e compreendidos. Isto se faz atravs de um processo continuado em que se procura identificar dimenses, categorias, tendncias, padres desvendando-lhe os significados.

46

Com a complexidade dos casos, e como se fez til o aprofundamento em

cada caso particular dos clientes, requereu o qualitatividade dos fatos para no que

no fosse prejudicado o resultado final e no atendando-se apenas na quantidade.

Para Lakatos (1999, p. 142) Qualitativos Baseados na presena ou

ausncia de alguma qualidade ou caracterstica, e tambm na classificao de tipos

diferentes de dada propriedade. Exemplos: cor de pele, raa, nacionalidade, estado

civil, profisso, sexo, etc.

O mtodo cientfico proporcionou ento, a maneira ou o conjunto de regras

bsicas empregadas na investigao, com o intuito de obter resultados o mais

confiveis possvel. Entretanto, o mtodo cientfico algo mais abstrato, ou tcito,

do modo de pensar cientfico do que um manual com regras explcitas sobre como o

pesquisador, ou outro, deve agir.

47

3. ORIENTAO CONTBIL EM UMA EMPRESA DO RAMO DE PR-MOLDADOS

Ainda sendo uma das reas de menor atuao da contabilidade, a

construo civil brasileira esta passando por transformaes tecnolgicas e na

prpria metodologia do manuseio na execuo de obras. Diante de um ambiente

inflacionrio ascendente, um sistema tributrio alto, complexo e competitividade

acirrada, os ganhos de gesto, planejamento e produtividade so a cada dia

importantssimo e imprescindvel. O diferencial em qualquer detalhe dentre as

expectativas que o cliente busca, faz com que o produto ou a prpria organizao se

evidenciem.

Esse proposito do atual captulo, expor as informaes necessrias, para

que a empresa viabilize financeiramente e economicamente seu produto buscando

evidenciar um diferencial que corresponda alm das expectativas que o cliente

geralmente busca nas organizaes, beneficiando-o a curto e/ou longo prazo

financeira