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Mostra Nacional de Robótica (MNR) 1
DRONE SEMEADOR
Adenir da Rosa Junior - 7º ano do Ensino Fundamental
Augusto Ernani Aristides da Silva - 8º ano do Ensino Fundamental
Lucas Emanuel Moraes da Luz - 6º ano do Ensino Fundamental
Milena Novinski Joly - 8º ano Ensino Fundamental
Monique Nogueira - 8º ano Ensino Fundamental
Rebeca Bernetzki Batista - 8º ano Ensino Fundamental
ORIENTADORAS:
Alessandra Hendi dos Santos
Anaí da Luz Rodrigues Santos
ESCOLA MUNICIPAL CORONEL DURIVAL BRITTO E SILVA
Rua Emílio Bertolini nº 44 Vila Oficinas
82920 030 Curitiba - PR
Resumo:
Com o número crescente e alarmante de doenças provocadas
pelo mosquito Aedes Aegypti, entre elas: dengue, zika vírus, chikungunya e febre amarela, a equipe de robótica Conectados
realizou um estudo pensando numa forma de ação preventiva ao
combate do mosquito. O resultado desse estudo apresentamos
nesta pesquisa, que batizamos com o nome Drone Semeador.
Para o desenvolvimento da pesquisa, analisamos artigos,
trabalhos e informativos jornalísticos que pudessem nos dar
subsídios para fundamentação, criação de hipóteses e
consequentemente soluções para a problemática apresentada. A
ideia que despontou foi a de semeadura dos rios com sementes
de crotalária e citronela, utilizando com o mecanismo de ação
um Drone. A utilização do Drone para função semeadora, além
de combater o mosquito, promove como consequência a
melhoria da qualidade do rio e das pessoas que vivem nas
proximidades.
Palavras Chaves: Tecnologia, Meio Ambiente, Educação,
Saúde.
Abstract:
With the increasing and alarming number of diseases caused by
the mosquito Aedes Aegypti, among them: dengue, zika virus,
chikungunya and yellow fever, the robotic team Conectados
carried out a study thinking about a form of preventive action to
combat the mosquito. The result of this study we present in this
research, which we christened the name Drone Semeador. For
the development of the research, we analyzed journalistic
articles, works and informative that could give us subsidies for
reasons, creation of hypotheses and consequently solutions to
the presented problem. The idea that emerged was the seeding
of the rivers with seeds of crotalaria and citronella, using with
the mechanism of action a Drone. With the use of Drone for
seeding function, in addition to combating the mosquito, it
promotes as a consequence the improvement of the quality of
the river and the people who live nearby.
Keywords: Technology, Environment, Education
1 INTRODUÇÃO
Diversas pesquisas sobre o mosquito Aedes aegypti foram
realizadas, no intuito de estudar a proliferação, reprodução,
doenças causadas, prevenção e combate. Abaixo citaremos
alguns trabalhos que vão ao encontro de nosso estudo.
Apontando inicialmente as caracteristicas do mosquito,
encontramos dados que afirmam que eles tem hábito diurno, são
pretos com listras brancas e o mais alarmante, é adpatado ao
meio urbano.
Conforme Instituto Oswaldo Cruz, o Aedes aegypti é um
mosquito doméstico, vive dentro ou ao redor de casa ou de
outras construções. Ou seja, ele está sempre perto do homem e
não se aventura às matas por exemplo. Tem hábitos
preferencialmente diurnos e alimenta-se de sangue humano,
sobretudo ao amanhecer e ao entardecer.
A transmissão de doenças são causadas com o mosquito na fase
adulta e conforme aponta o biólogo Natal (2002), o Aedes aegyti
está entre os mosquitos que passam mais rapidamente pela fase
imatura.
Segundo Braga e Valle (2007), a vigilância do Aedes aegypti é
feita, principalmente, pela coleta de larvas para medir sua
(Foto: Wikimedia Commons)
Mostra Nacional de Robótica (MNR) 2
densidade em áreas urbanas. A coleta do mosquito adulto,
custosa e demorada, é realizada apenas em situações específicas
ou estudos mais aprofundados.
No Paraná, segundo informações da Secretaria Estadual de
Saúde em 2015, 295 municípios registraram a presença do
mosquito transmissor da dengue, o Aedes aegypti. O que mais
preocupou foi que 110 cidades ficaram em estado de alerta de
infestação e outras 21 em alto risco de epidemia. Inclusive, foi
em 2015 que se descobriu a relação entre o zika vírus e os casos
de microcefalia no país.
Nos trabalhos analisados, geralmente encontramos tanto
medidas de prevenção como de combate ao mosquito, porém
poucos aliam a tecnologia a essa ação. Nosso interesse, como
equipe de Robótica, não se direciona única e exclusivamente a
competições com os robôs, mas a promover junto com a robótica
solucões de problemas cotidianos, envolvendo meio ambiente,
educação inclusiva e cidadania.
Para implementar uma medida proventiva na proliferação do
mosquito, pensamos na construção de um Drone semeador, que
além de semear sementes de crotalária e citronela, também tem
a função de repovoar as margens do rios.
Nos tópicos seguintes, detalharemos como foi realizada a
contrução do Drone, as sementes selecionadas para a semeadura
e os resulados alcançados.
1.1 Doenças causadas pelo mosquito Aedes aegypti
Febre amarela: Esta doença afeta, sobretudo países da África,
América Central e América do Sul. Os sintomas levam o
paciente a sofrer febre, dores nas costas, calafrios, cefaléias,
náuseas e perda de apetite. Se a doença se agravar pode aparecer
icterícia e vômitos e sangramentos internos e das mucosas. Para
esta doença já existe vacina. Orienta-se que as pessoas que
quiserem viajar para áreas com grande ocorrência da febre
amarela que tomem a vacina pelo menos 10 dias antes da
viagem. (Fonte: Estefanía Esteban)
Dengue: A dengue é causada por um arbovírus (vírus em que
parte da replicação ocorre em insetos) do gênero Flavivírus da
família Flaviviridae. Ele é transmitido de uma pessoa para outra
pela picada da fêmea de um hospedeiro intermediário, o
mosquito Aedes aegypti. Uma vez infectada, a fêmea jamais
deixa de transmitir o vírus da dengue. Apesar da vida curta, ela
é voraz: pode picar uma pessoa a cada 20 ou 30 minutos. (Fonte:
Drauzio Varella)
Febre chikungunya: As dores que aparecem na chikungunya
são consideradas insuportáveis. De fato, o seu nome vem de uma
palavra africana que significa ‘dobrar-se de dor’. Os primeiros
sintomas chegam uns 3 ou 7 dias depois da picada. Além dessas
terríveis dores nas articulações, também acontecem náuseas,
febre alta e erupções cutâneas em forma de brotoejas de cor
púrpura que coçam muito. A diferença das outras três doenças é
que os gânglios linfáticos se inflamam e pode sangrar o nariz. O
mal desse vírus é que seus efeitos duram meses, inclusive pode
se converter em dores crônicas nas articulações. Este vírus
também se encontra já em alguns países sul americanos. No
momento não existe vacina para esta doença. (Fonte: Estefanía
Esteban)
Zika virus (ZIKAV): É um arbovírus que pertence à família
Flaviviridae, a mesma dos vírus da dengue e da febre amarela.
Ele pode infectar humanos e macacos, que funcionam como
reservatórios para a contaminação de mosquitos do gênero
Aedes. No Brasil, identificado em 2015, na Bahia, ele encontrou
no Aedes aegypti o vetor ideal para a transmissão da febre zika,
uma doença nova no país. Os estudos mostram que a picada do
mosquito Aedes aegypti não é a única forma de transmitir o vírus
da zika. A transmissão pode ocorrer também da mãe para o feto
durante a gestação, por transfusão de sangue e por via sexual.
Neste último caso, diante de achados recentes, como a presença
do vírus no sêmen depois que não é mais foi detectado na
corrente sanguínea, em maio de 2016, a OMS divulgou um guia
para prevenção da transmissão desse vírus por via sexual.
(Fonte: Drauzio Varella)
1.2 Práticas de controle existentes
As práticas de controle de proliferação do mosquito Aedes
aegypti se explicam em 3 categorias: controle mecânico,
biológico e químico. O primeiro consiste na destruição ou a
destinação adequada de criadouros, drenagem de reservatórios e
instalação de telas em portas e janelas. O controle biológico
refere-se a utilização de predadores ou patógenos com potencial
para reduzir a população vetorial. E o controle químico que se
baseia no uso de produtos químicos para matar larvas e o
mosquito adulto.
Programas de controle, mapas de risco, divulgação extensa sobre
os perigos, multirões de limpesa de áreas com acúmulo de lixo,
criação de novos inseticidas, inclusive repelentes com
compostos naturais, são algumas das práticas que são utilizadas
Mostra Nacional de Robótica (MNR) 3
para o combater o mosquito. Porém, como salienta Natal (2002),
é necessário que o controle aconteça de forma continua, pois
infelizmente as ações tendem a se concentrar nos períodos de
maior risco.
1.3 Citronela e Crotalária na prevenção contra o mosquito Aedes aegypti
Crotalária Juncea: Trata-se de uma espécie de planta que se
adapta a qualquer habitat e cresce rapidamente nos jardins. Em
fase adulta atrai a libélula, predadora natural do Aedes aegypti.
A libélula distribui seus ovos na água parada, justamente onde o
Aedes aegypti se prolifera, e quando os ovos da libélula eclodem,
as larvas se alimentam das larvas do mosquito.
Citronela: A citronela é considerada um repelente natural e
ecológico, pois espanta os insetos sem matá-los. Inclusive, uma
reportagem no jornal Estado de São Paulo, apresenta que três
cidades do interior que apostaram na distribuição de mudas de
citronela tiveram redução nos casos de dengue. Em algumas
cidades, foi sancionado a Lei que promove o uso da citrolena e
crotalária no combate ao mosquito.
2 O TRABALHO PROPOSTO
Construção de um Drone, que semeie sementes de crotalária e
citronela em áreas próximas a rios, com o objetivo de combater
o mosquito Aedes Aegypti, repovoando essas áreas com plantas
e melhorando a qualidade dos rios, assim como a qualidade de
vida das pessoas que vivem nas proximidades.
Após a elaboração de vários protótipos, a última versão do
Drone foi construída com placas de circuito impressa, peças de
lego para o trem de pouso e semeadura, braços de nylon, motores
brushless e bateria LI-PO.
Versão Inicial:
Última Versão:
Crotalária – fonte da imagem: www.plantei.com.br
Citronela – fonte da imagem: ruralcentro
Mostra Nacional de Robótica (MNR) 4
3 MATERIAIS E MÉTODOS
A ideia inicial era de contruir uma espécie de robô similar a de
um tanque de guerra, em que ao invés de causar destruição iria
plantar uma solução para combater o mosquito, fazendo a
semeadura com sementes de citronela e crotalária. Porém, o uso
do robô similiar a um tanque de guerra dificultaria a semeadura
na margem dos dois lados do rio, por esse motivo nasceu a ideia
da utlização do Drone.
Para a fase de construção, foram desenvolvidos alguns projetos
e desenhos, tanto que o primeiro modelo construído era
constituído de peças de Lego, porém na fase de testes
percebemos que o peso do Drone excedeu o limite para levantar
voo de forma segura. Partindo desse pressuposto, decidimos
utilizar peças impressas em impressão 3D, pois o material é mais
resistente e leve. Deixamos apenas a estrutura de pouso do
Drone composto de peças Lego. O dispositivo de semeadura
trata-se de um dosador que, ao girar, libera sementes de um
reservatório instalado embaixo do drone.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A primeira semeadura já foi realizada, nas margens de um rio
localizado no bairro Vila Oficinas, em Curitiba. Estamos na fase
de monitoramento dessa área, de forma a analisar o crescimento
das plantas bem como a existência, ou não, das larvas do
mosquito.
Essa primeira semeadura foi realizada em conjunto a campanha
da empresa Rumo Logistica, a campanha reuniu mais de 400
pessoas, entre colaboradores e voluntários da comunidade.
Todos aproveitaram o dia 5 de março, um sábado, para realizar
um mutirão contra o Aedes Aegypti, batizado de: Na Rumo Não
Vai ter Zika.
5 CONCLUSÕES
Pensar numa solução para a questão repovoamento de espécies
vegetais nas margens do rio e da proliferação do mosquito Aedes
Aegypti, aliando a tecnologia como forma de ação e
transformação, nos fez agentes transformadores, com a
finalidade de despertar a consciência e reflexão sobre os
impactos ambientais causados pela ação do homem.
Como dito anteriormente, o que move essa e outras pesquisas da
equipe Conectados é poder utilizar a robótica como forma de
desenvolver soluções para problemas reais, do cotidiano da
comunidade e da escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Braga I.; Valle Denise. Aedes aegypti: vigilância,
monitoramento da resistência e alternativas de controle no
Barsil. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília,16(4):295-302, out-
dez, 2007.
• Instituto Oswaldo Cruz, acesso:
http://www.fiocruz.br/ioc/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoi
d=336&sid=32
• Lenharo, M. Zika e microcefalia: conheça quem ajudou a
identificar a emergência. Acesso:
http://g1.globo.com/bemestar/noticia/2016/02/zika-e-
microcefalia-conheca-quem-ajudou-identificar-
emergencia.html
• Estefanía E. As 4 doenças que transmite o mosquito Aedes
aegypti: diferença entre zika vírus, febre amarela, dengue e
chikungunya. Acesso:
https://br.guiainfantil.com/materias/saude/as-4-doencas-
que-transmite-o-mosquito-aedes-aegypti/
• Paraná tem 21 cidades com alto índice de infestação do
mosquito da dengue. Acesso:
http://www.aen.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?stor
yid=87055
• Varella, D. Acesso: https://drauziovarella.com.br/doencas-e-
sintomas/doencas-transmitidas-pelos-aedes-aegypti-aedes-
albopictus/
• Zara, A.; Santos, S.; Oliveira, E.; Carvalho, R.; Coelho, G.
Estratégias de controle do Aedes aegypti: uma revisão.
Apresentação do Drone para crianças de uma escola do município
Campanha na Rumo não vai ter Zika
Mostra Nacional de Robótica (MNR) 5
Epidemiol. Serv. Saude, Brasília, 25(2):391-404, abr-jun
2016
• Natal, D.; Bioecologia do Aedes aegypti. Biológico, São
Paulo, v.64, n.2, p.205-207, jul./dez., 2002
• Tomazela, J. Cidades de São Paulo apostam em citronela
contra a dengue. Jornal: O estado de São Paulo. 2016.
Acesso: http://saude.estadao.com.br/noticias/geral,cidades-
de-sao-paulo-apostam-em-citronela-contra-a-
dengue,10000021890