ABRIL DE 2013 [Edição #07]

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TEMA DE ABRIL 2013

REPENSANDO

ESPAÇOS PÚBLICOS O mundo está em constante mudança, as pessoas, as tecnologias e

os lugares também. Por isso, alguns espaços públicos deixam de

fazer sentido em relação ao seu objetivo inicial, tornando-se ociosos

ou mal aproveitados. Entretanto, é possível readequá-los para os

novos desejos e necessidades da sociedade atual.

Quem são os principais responsáveis por essas mudanças?

As próprias pessoas.

A cidade de Nova York está com um movimento muito forte de transformação de espaços públicos. Locais que antigamente eram destinados aos carros, agora dão lugar à pequenas praças para os

pedestres sentarem e apreciarem a cidade.

Um dos grandes responsáveis por estes movimentos é a organização Project for Public Spaces (PPS), que busca melhorias para a cidade. Eles utilizam o conceito de placemaking, que além de transformar e

melhorar espaços públicos, envolve os próprios cidadãos para buscar a solução que trará maiores benefícios para eles mesmos.

ANTES DEPOIS

DEPOIS

A Times Square, que é um dos pontos mais conhecidos da cidade de Nova York, também apresentou uma mudança significativa

para os turistas que passam por ali. Agora há mais espaço para eles conseguirem apreciar as milhares de luzes

e telões deste ponto turístico da cidade.

ANTES

ANTES DEPOIS

Los Angeles também está entrando neste movimento de transformação. Em 2012 foi inaugurada a

Sunset Triangle Plaza, a primeira praça de pedestres da cidade, localizada em um espaço que,

anteriormente, era destinado aos carros.

A praça oferece aos moradores da região um lugar de contemplação, mesinhas bistrô, estacionamento

de bicicletas e espaços para as crianças brincarem.

O projeto do escritório de design e arquitetura Rios Clementi Hale Studios, foi liderado pela iniciativa

Streets For People, que conta com a ajuda da comunidade para deixar a cidade mais agradável para os

próprios moradores.

SUNSET TRIANGLE PLAZA

A Picnurbia é uma iniciativa da Viva Vancouver para incentivar os moradores da cidade a aproveitarem

melhor o centro da cidade no verão, ao invés de ir para o litoral. O espaço proporciona à comunidade

fazer piquenique, descansar e encontrar os amigos.

Tudo isso, no centro da cidade e de forma confortável e original.

PICNURBIA

PICNURBIA PICNURBIA

A High Line é um parque urbano linear em Nova York que, desde de 2008, virou um programa obrigatório para quem vai à cidade. Na verdade, a High Line existe desde 1930, entretanto era um linha férrea, que depois de

alguns anos foi desativada. Em 1999, com riscos de ser destruída, a comunidade da região criou a ONG Friends of High Line para buscar transformar este espaço público. Após várias reuniões e envolvimento da comunidade, alguns concursos de

arquitetura foram realizados e o projeto que venceu foi do escritório James Corner Field Operations (paisagismo) e Diller Scofidio + Renfro (arquitetura). Até a renomada arquiteta Zara Hadid participou

e ficou entre as finalistas desta competição. Foi com envolvimento dos moradores que a cidade de NY ganhou um novo espaço público, com outro objetivo,

mas mantendo a história do local.

HIGH LINE - NYC

Já que Paris não possui praia e a beira do Rio Sena contava apenas com um grande calçadão, a prefeitura da cidade resolveu unir estes dois pontos e oferecer uma praia artificial aos franceses e turistas durantes as

temporadas de verão. Desde 2001, a cidade oferece esta alternativa de programa durante o período de calor francês. Esta ideia já foi copiada em diferentes cidades do mundo.

PARIS PLAGE

PARIS PLAGE

Hortas no meio da cidade transformam os

espaços públicos e ainda podem alimentar a população. Este movimento já está

acontecendo em diferentes cidades do mundo e do Brasil. É uma forma de utilizar espaços que

estavam sendo pouco utilizados criando benefícios para a comunidade.

HORTAS URBANAS

“Grow Local Colorado” é um projeto no Colorado, nos E.U.A, de hortas em parques públicos para alimentar moradores de rua.

A pequena cidade Todmorden , no interior da Inglaterra,

criou o projeto “The Incredible Edible Todmorden” (A

incrivelmente comestível Todmorden), onde hortas

comunitárias foram plantadas em diferentes espaços

públicos da cidade oferecendo alimentos de graça para

todos moradores.

São mais de 40 hortas urbanas espalhadas pela cidade:

desde banheiras nas ruas até o quintal da delegacia,

passando por jardins de centros de saúde e do

cemitério local.

HORTAS URBANAS

O Park(ing) Day é uma ação que acontece no mundo inteiro no dia 16 de setembro. As

vagas de estacionamento se transformam em espaços de confraternização. Mesmo

acontecendo apenas um dia por ano, esta ação além de criticar o uso excessivo de

carros, mostra as diversas possibilidades de utilização dos espaços públicos.

PARK (ING) DAY

Labplatz transforma vagas de estacionamento em Berlin.

“Vagas de estacionamento são para carros – pelo menos até agora“.

A ideia é transformar as vagas em pista de dança –

amigos e pedestres estão convidados. A música é variada e, como qualquer carro, eles pagam a área azul local.

Diversão ao ar livre é sempre bem-vinda.

LAB PLATZ

The Places Project é um coletivo que realiza atividades

colaborativas com o objetivo de se aproximar dos espaços públicos de Greater Victoria. O projeto

valoriza os espaços compartilhados e acredita que os mesmos contribuem para a saúde da comunidade. O projeto é coordenado pelo Rethink Urban Consulting

Group em colaboração com grupos e indivíduos interessados.

A foto ao lado é um belo piquenique organizado no pop-up park.

Na cidade de Águeda, em Portugal, a prefeitura fez uma instalação para amenizar o calorão, e acabou enchendo

os olhos de quem passava. Guarda-chuvas coloridos faziam sombras cheias de cor em algumas ruelas da cidade e

aliviavam o sol para os passantes.

O Parque de Los Pies Descalzos em Medelín na Colômbia, foi criado por empresas públicas na área administrativa da cidade, no meio do centro de Medelín, próximo à pontos turísticos e ao metrô, tornando-se

um ponto de encontro para moradores locais e de grande atratividade para turistas, que se divertem em contato com a natureza, fontes de águas que refrescam, bosque, jardim zen e parque de areia.

O propósito é esse: Pés Descalços em plena cidade, curtindo a natureza. Por que não?

Porto Alegre também resolveu

reaproveitar espaços públicos de

outras formas. O cinema

aconteceu em diferentes lugares,

com diferentes objetivos.

O cinema exibido no meio do asfalto da

movimentada Rua Anita Garibaldi, foi uma forma de utilizar a rua,

normalmente dedicada aos carros e temporariamente fechada para obras,

para criar um espaço de confraternização e exibição de um filme. A ação foi criada pelo grupo

Shoot the Shit.

CINEMA EM PORTO ALEGRE

A associação “Cidade Baixa em Alta”, que visa revitalizar este bairro boêmio de Porto Alegre, já realizou algumas sessões do projeto “Matinê na CB”, que

transforma uma rua do bairro em um grande cinema a céu aberto.

O arroio dilúvio que divide a cidade de Porto Alegre, também foi palco de uma

exibição de cinema em 2011. O projeto “Curta Dilúvio”, surgiu nos encontros do Transvenção Lab, com o objetivo de reutilizar o espaço que é

muito mal aproveitado.

CINEMA EM PORTO ALEGRE

MOVIMENTO CRIADO

PELAS E PARA AS PESSOAS...

...TORNANDO AS CIDADES MAIS AGRADÁVEIS PARA SE VIVER.

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