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Palestras: Escalas de Apropriação dos Espaços Públicos

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E-book sobre apropriação de espaços publicos do IPIU

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  • Palestras: Escalas de Apropriaodos Espaos Pblicos

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    ndice

    Apresentao

    Lgia Nobre - Comumente Urbano Sobre o espao pblico

    Futebol espaos pblicos

    O efeito Cinderela nas intervenes urbansticas

    Bate Papo

    Laura Sobral - Apropriao do territrio pelo urbanismo ttico, arquiteturas temporrias e mobilirio urbano Sobre as apropriaes dos espaos pblico

    Ativao cultural

    Arquiteturas temporrias e urbanismo ttico

    Bate Papo

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    Vinicius.GandolphiHighlightcolocar um x, tipo versus

    Vinicius.GandolphiHighlightpblicos

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    ndiceJaap Klaarenbeek - O design como instrumento de participao Definiodearquiteturaeurbanismo O desenho na arquitetura

    Arquitetura e urbanismo: Holanda x Brasil

    Bate Papo

    Pierre Martin - Naturezas da cidade Aplicao do paisagismo

    Recursos brasileiros

    Bate Papo

    Rodrigo Rinaldi - Sobre a natureza da cidade Conhecendo o espao

    Avaliao do espao

    Anlise do cenrio

    Bate Papo

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  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Criadonofinalde2014,oIPIUInstitutodePesquisaeInovaoem Urbanismo nasceu com uma grande vontade de modificara qualidade de vida das cidades, motivada pela m gesto eplanejamento dos espaos pblicos e do progressivo esvaziamento

    dos locais urbanos de encontro, resultante do isolamento doscidados em condomnios fechados (em funo de maior segurana)

    ou apartados dos mesmos pelas grandes distncias criadas pela

    periferizao crescente das metrpoles.

    Ao mesmo tempo, percebemos a necessidade de umapesquisaurbanstica focadana inovao, sustentabilidadeenovasmetodologias para promover maior integrao dos usurios para

    que as cidades ganhem vida e ocupao.

    Auxiliados por um contexto favorvel para pensar novas

    prticasurbansticas,enxergamosteramissodeunirentidadesdasociedadecivil,setorpblico,privadoecoletivosemproldecidadesmaissaudveis,catalisandoespaosepessoasatravsdeprojetos,pesquisas,eventosebolsasdeestudoparaarquitetoseurbanistaspensarem um novo ambiente urbano para o pas.

    Instituto de Pesquisa e Inovao em UrbanismoApresentao

    Vinicius.GandolphiHighlight-

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Tambmacreditamosquetodooconhecimentoqueproduzimosdevesercompartilhadoequeotrabalhoemredeasoluoparamaterializaodecidadesvivas,detrocaeculturalmenteativadas,gerandonovasideiaseaessocialmentejustas,economicamenteviveis e culturalmente diversas.

    O evento que resultou na criao deste e-book teve como

    mote a tentativa de unir diferentes perspectivas sobre a questo dos

    locais de convivncia, levandoem contadesde aspectos culturaisatquestespolticasedeplanejamento.Sendoassim,esperamosque este material auxilie todos a complementar seu conhecimento

    sobre a Apropriao dos Espaos Pblicos e que juntos possamos

    criar Cidades para viver e conviver.

    Abrao,

    Carolina Coroa

    CoordenadoraIPIU

    Instituto de Pesquisa e Inovao em UrbanismoApresentao

  • Lgia Nobre

    Comumente Urbano

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    OconceitodeespaopblicosurgenofinaldosculoXVIIecomeodosculoXVIII,na Inglaterra, comasprimeirascafeteriasda elite e o surgimento da imprensa. Mas estes lugares eram ainda

    muitofechadosaumpblicoespecfico.

    O conceito evoluiu ao que temos hoje em dia: praticamente todo espao fora dos limites privados pblico, podendo serusado,aproveitadoemelhoradoapartirdaexperinciaedousodeseus frequentadores. Se olharmos para os espaos pblicos sob um

    novopontodevista,teremosnovasperspectivasdecomoacidadepode ser diferente para ns.

    Lgia NobreSobre o espao pblico

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Nops-guerra, os espaos culturais surgem comouma tentativa de trazer igualdade a todos. Na capital

    paulista,surgemoCentro Cultural SP (espao pblico de uso pblico) e o Sesc Pompia (espao privado de uso pblico),amboscomointuitodepromoverincluso.

    Mas,Aopensarmosemespaospblicos,veremosque a palavra est no plural. E que estes espaos trazem

    oencontro,mastambmconflitoeantagonismo.Issosed,talvez,porqueassimcomoaconteceemSoPaulo,outras cidades tm seus espaos pblicos limitados pelo

    deslocamento e pelo consumo. No se criam relaes

    fortescomesteslocais,quechegamafazerparteapenasda paisagem durante a transio entre um e outro espao

    privado. preciso, antes de tudo, mudar esta viso,entendendo estes espaos como extenses da prpria

    vida,ouseja,lugaresparasevivereconviver.

    Lgia Nobre

    SescPompia(espaoprivado de uso pblico)

    Centro Cultural SP (espao pblico de uso pblico)

    Fotos: Aquivo de Lgia Nobre

    Sobre o espao pblico

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Ojogodefuteboltemregras,quepodemserseguidasequebradas.Existetambmumlimitefsicoclaro,quedeterminaondeojogodefatoocorre(linhasdefundoelaterais).Ojogo,tambm,saconteceporquehumatenso(atingirameta,quenocasosoosdoisgols).Essametforaauxiliamuitootrabalhodasinstituies,arquitetoseurbanistas,entendendoanossamaneiradevivernos espaos pblicos com seus diversos atores.

    Seavaliarmoscomoacidadesvmsendotransformadas,veremosquecadavez mais tem se criado iniciativas que visam aumentar a interao entre pessoas

    nos espaos pblicos.

    Esse pensamento est presente nos casos atuais da apropriao de locais

    privados de uso pblico, como no episdio do Zucotti Park, que recebeu omovimentoOccupyWallStreet.Vemostambmousodeumnovousoparaosespaospblicos,comoasvagasvivasemSoPaulo,oumesmoosParklets,pontosdedescansoparapedestresnasruasdasgrandescidades,quealgumasvezeschegamaterseuacessorestritoporcontaderestaurantesecomrciosqueseutilizamdestasreas.Almdisso,oscoletivosurbanoseoutrasmanifestaes

    Lgia NobreFutebol espaos pblicos

    Futebol, entendendo a maneira de viver nos espaos pblicos

    foto: http://www.cmbh.mg.gov.br/noticias/2012-04/projeto-de-lei-propoe-preservacao-e-revitalizacao-dos-campos-de-varzea-de-bh

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    trazema importnciadeseapropriardoquepblicoe fazer dele um meio de convivncia, vivncia e aprendizado. Estes exerccios so importantssimos, edevemserconstantementepensados,refletidosemaisimportanterealizados.Somenteatravsdaaoqueconseguiremos analisar os reais resultados destas ideias.

    Cidade Tiradentes e Bixiga Duas reas escolhidas pela Bienal de Arquitetura.

    Omais interessante foique,duranteaBienaldeArquitetura, atuamoscomoumacaixaderessonncia,quepropagavatudooqueestavasendofeito,demodoagerarumaao de fato e atuar como catalisador de mudanas

    CIDADE TIRADENTES

    Nossaconversacomeouumanoantesdabienalacontecer,ecomotempofomosagregandopessoasduranteoprocesso.Auniodosprofissionaisedapopulaoparaa

    Lgia Nobre

    X Bienal de Arquitetura Oficina e residncia Cidade Tiradentes

    A Batata precisa de voc.

    O efeito Cinderela nas intervenes urbansticas

    Foto: Aquivo de Lgia Nobre

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    construodessapontenofoisomenteparaacriaodeumapontefsica,masumaponteque uniu pessoas.

    Ograndeproblema foique, seismesesapsaconclusodasobras,no foidadanenhuma continuidade, o coletivo saiu, o local no conseguiu apoio para continuar osprojetoseabienal,tambmpelasuaprpriafragilidade,nopodeacompanhar.Aquestoque ficou muito evidente que as crticas vieram por conta do efeito Cinderela. necessrioumaatenomuitograndeemcomoseconstrioprocesso, levandosempreem conta como ele continuar e quem dar essa continuidade.

    BIXIGA

    OTeatroOficina, instituioculturalexistenteh50anosnacidadedeSoPaulo,acabou catalisando uma conversa entre mais de 10 instituies no bairro do Bixiga sobre

    a compreenso do que o pblico e o que pode ser feito no local.O trabalho teve continuidade e essa reunio de pessoas est se articulando para buscar aes concretas junto prefeitura.

    Lgia Nobre

    Do terreno ao bairro

    O efeito Cinderela nas intervenes urbansticas

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Como incitar as apropriaes dos espaos atravs dos projetos urbansticos?

    Apropriar-se do espao atravs dos projetos urbansticosconsisteementendervriaspalavras.Apropriaonossentirmosimplicados, pertencentes causa/projeto, perceber significado, eisso passa muito pelo uso e pela prtica. A apropriao vai acontecer

    por meio de projetos que sejam convites para pessoas envolvidas

    comoespao,eesseconviteaconteceemvriasdimenses:desdeo prprio projeto, de ser feito conjuntamente por arquitetos equemvaiusar,paraqueatendamsuasdemandasesejacriadaumaafetividade.

    O que voc acha que deveria ser mais comumente urbano e como avalia isso na nossa sociedade?

    A criao de uma vidamaismltipla, de ter acesso a outroslugares,termaisvivncias,construirpossibilidadescotidianamente,almderespeitarasindividualidadesdeveriamseratividadesmaiscomumente urbanas.

    Lgia NobreBate Papo

    Lgia Nobre

    Professora da Escola da Cidade, arquiteta, pesquisadora, curadora

    e agenciadora de projetos e espaos culturais, entre eles,

    o Audi Urban Future Iniciative Award (2012) e a X Bienal de

    Arquitetura de So Paulo (2013). Mestre em Histria e Teoria da Arquitetura e Urbanismo pela

    Architectural Association School of Architecture (Londres).

    Foto : Fbio Nunes

  • Laura Sobral

    Apropriao do territrio pelo urbanismo ttico, arquiteturas temporrias e mobilirio urbano

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    As pessoas precisam ter algum tipo de vnculo com o espao

    pblico,algumtipoderelaoafetivaparaquehajaumaapropriao.O ambiente no pode ser completamente externo ou desconhecido.

    Muitasvezes,quandoalgoconstrudocomumapropostajdefinida,costumanoseroqueaspessoasgostariam,masoqueadinmicadoespaoqueria.Ocidadotemmaisdificuldadedepermanecere utilizar um local que no seja confortvel ou que no traga nada de

    relevante para ele.

    Nasociedadecontempornea,ondeaspessoassempreestointerligadaspormeioda internet, a criaoda afetividade comoespaopblicoaindamaisdificultada,poisoscidadostransitamentre esferas na qual tm uma amplitude de discordncia muito

    pequenaeacidade,enquantoespaopblico,nooespaodaconcordncia,oespaodadisputa.Eesseslocaisnoestotendouso pblico.

    Paracriarafetividadecomoespaopblico,oarquitetopodeoptar pelo uso de arquiteturas temporrias, isto , construestemporrias,que tmumpapel interessantepor se tratardealgo

    Sobre as apropriaes dos espaos pblicosLaura Sobral

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    commenorinvestimentoedemaisfcilprodutividade,edeexistirpreocupaocomo seuuso.Enquanto sociedadecivil, issopodeserfeitoparachamaratenodeumdeterminadotema,desdequeas pessoas entendam a soluo construda. preciso democratizar

    o processo e o questionamento, para que no sejam construdosmuitos elefantes brancos.

    Uma refernciaoCentroCultural SoPaulo, umespaopblico vibrante da cidade. Ali, voc tem sentimentos dia-a-diavendonaprticaoquepblico.Odesafiovocentenderoquecomumefazercomqueadiscordnciadoespaonosetorneumconfronto.

    Sobre as apropriaes dos espaos pblicosLaura Sobral

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Aativaoculturaltambmfazpartedetodoopacoteporque,almdainfraestrutura,deveconteroutrosatrativosquefacilitemoinciodevnculocomoespao.Paraisso,muitoimportantequeaspessoasescutemamemriadolugar,anarrativadoespao,poisoresgate d muito mais fora ao local e cria um mapeamento afetivo

    do ambiente.

    Em So Paulo, a falta do mobilirio urbano demonstra ascaractersticas gerais dos espaos pblicos atuais. A cidade quase

    nopossuiumbancoouumlugarlegaldeseestar.Antesdetudo,precisoreveroqueoespaopblico,parasaberqualosignificadodaquilo, o que representa. Entretanto,muitas vezes, tudo isso deixadodeladodopragmatismosocial.Essareflexooprimeiropasso, antes de entregar um espao pblico completamenteequipado e que vai estar preparado pra receber o tipo de pessoa

    quevaiquererusaroespao.Senoexisteessepblico,oprojetono funciona.

    Ativao cultural Laura Sobral

    Pequenas intervenes,grande impacto

    Foto: Aquivo de Laura Sobral

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    As arquiteturas temporrias servem para despertar as

    potencialidadesdolugar,isto,criarumespaodeconfortoforadasuacasa.OexpoentedearquiteturatemporrianoBrasiloprojetoPraiasdoCapibaribe,noRecife,quetemcomoobjetivoevitaroaumento de poluio no rio e o incentivo de uso do espao para o

    nado.

    Almdetudo,oprofissionaldareadearquiteturapodeoptarpelo urbanismo ttico que so rpidas aes de investimento

    pequenoedegrandeimpactoparaascidades.Issotemrelaocomasexperinciasurbanas,quesepreocupamemmodificaravisodaspessoas antes de propor uma mudana radicalmente diferente. O

    viadutodoChteveprojetosdeurbanismottico,quequestionavaalguns usos nicos da cidade.

    Eu acredito muito mais no arquiteto como um mediador e

    um articulador do que uma fbrica de desenhos ou solues. Nas

    intervenesdegrandeimpacto,dependemuitomaisdamdiadoque do tamanho real dela.

    Arquiteturas temporrias e urbanismo ttico Laura Sobral

    Praias do Capibaripe/Recife, Brasil

    Pensar e usar as cidades assumindo seu carter

    processual inclusivo

    Balanos pendurados

    Foto: Aquivo de Laura Sobral

    Vinicius.GandolphiHighlightBalanos pendurados no Viaduto do Ch

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    As manifestaes colaboraram para o crescimento e desenvol- vimento da ideia de apropriao do territrio?

    Naquela situao (dasmanifestaes), existiu uma conscien-tizao que estamos todos insatisfeitos e as coisas poderiam ser

    melhores,entoocorreuumacompreensomaiordasmanifestaesde diferentes maneiras para tentar melhoras determinados

    aspectos. Hoje em dia, qualquer iniciativa que tenha intuito deajudar teoricamente ser mais bem entendida e compreendida.

    Como voc avalia a atuao individual para conscientizao do espao pblico? E como o poder pblico poderia se utilizar dessas iniciativas?

    Opapeldocidadotemqueserativo,euacreditomuitonagestocompartilhadaentresociedadecivileestadoeeventualmenteatsetorprivadoeterceirosetor.Oestadonotemopodernecessrio,nemdinheiro,paracobrirtodomundo.Estadoepopulaodeveriamseajudaraoinvsdesechocarem.

    Laura SobralBate Papo

    Laura Sobral

    Arquiteta e urbanista formada pela USP e Universidad

    Politecnica de Madrid. Scia da empresa MUDA, trabalha

    com cenografia e expografia, design grfico e apropriao

    do espao pblico, com a iniciativa A Batata Precisa de

    Voc, movimento de ocupao regular do Largo da Batata, com

    atividades culturais e de lazer, com a participao efetiva dos

    cidados.

    Foto: Fbio Nenes

    Vinicius.GandolphiHighlighte

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Voc acha que o IPIU, entre outras causas, trabalha como catalizador dessa unio entre o pblico e outro setor?

    Temdiversasesferasaondeestaarticulaopodeserlapidada,obviamente qualquer instituio, no caso o prprio IPIU, que seprope a isso. louvvel, porque se baseia em entender o quetodos os atores querem e qual a maneira de agradar a todos com

    um determinado produto.

    Laura SobralBate Papo

  • Jaap Klaarenbeek

    O design como instrumento de participao

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Pensa-se que arquitetura fala sobre um edifcio e urbanismo

    fala sobre muitos prdios, mas a verdade que temos umentendimento muito diferente dessas relaes, pois urbanismoenglobavriastemticaseescalas,queconectaminfraestruturaseespaos urbanos. Essas relaes intersistemticas fazem com que

    essa abordagem integrada seja necessria. Por exemplo: estamos

    vivendohojedificuldadescomrelaoaosrecursoshdricos,oquetambm repercute nageraode energia. preciso pensar de modo integral, logicamente, antes de se partir para o desenho, a fim de se obter um resultado mais positivo.

    Com os avanos tecnolgicos, as ferramentas de desenhose aperfeioaram e ajudam na visualizao e exposio da ideia.

    O desenho pode ser usado como um instrumento para ajudar

    essesagentesanegociardiferentestiposdeforma.Issofacilitaoentendimentodoclientenaapresentaoeparaoprofissionaldarea. muito interessante usar o desenho como ferramenta para

    que pblico e especialistas entendam melhor. Por exemplo: Na

    rea de gerenciamento de gua existem muitos agentes pensando:

    Definio de arquitetura e urbanismoJaap Klaarenbeek

    A nova linha de Metr Amsterdam-Almere, Holanda (2011)

    Foto: Aquivo de Jaap Klaarenbeek

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    agricultores,urbanistas,etc.Nessecaso,odesenho importante,pois explica o projeto com uma linguagem visual diferente, paraque realmente possam ser discutidos os benefcios e riscos. nessa

    escalaquemontamosaestratgia.Estratgiaurbanaemescalaconsisteempensardesdeoque

    serfeitoparaopascomoumtodoatasruasdasnossascidades,refletindosempredeformaintegralsobrediversostemasurbanos.precisotrabalharmuitocomosdesafios,pensandooquemaisimportante para quem ao menos em dcadas seja possvelretribuir,comoarquitetos,paraumatransformaourbana.

    Definio de arquitetura e urbanismoJaap Klaarenbeek

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Umprojetodearquiteturapassabasicamenteporpelomenostrsfasesdistintas:aconcepo,aapresentaoeadocumentao.Os nomes dados a cada fase variam de acordo com cada

    profissional, podendo ser: estudo preliminar; anteprojeto; projetoexecutivo;projetodeobra;dentreoutros.Afasededocumentaoaresponsvelporregistraroprojetoemdesenhostcnicosparaaprovao emrgospblicos, paraque sejam feitos osprojetoscomplementares,oramentoseexecuodaobra.

    O desenho arquitetnico tem a funo de facilitar a visualizao

    e esboar o projeto de maneira mais visual.

    O desenho na arquitetura Jaap Klaarenbeek

    Desenho tem a funo de facilitar a visualizao e esboar

    o projeto de maneira visual.

    Foto: Aquivo de Jaap Klaarenbeek

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Na Holanda, o gerenciamento de gua est ligado com asustentabilidade,energiarenovvelenarelaodemudanadessaenergia renovvel entre o planejamento urbano e os usos de espao.

    L,seexecutaoprojetodeproteodaHolanda,porsetratardeumpas abaixo do nvel do mar. De tempos em tempos, adota-se a estratgia de jogar mais areia nas praias, para que o pas no seja invadido pelo mar.NaHolanda,emgeralopensamentomaioralongoprazo,ehtambmumusododesenhoemlargaescalaparafacilitar e harmonizar as ideias dos projetos entre as pessoas.

    No Brasil, acontece o contrrio. O pensamento leva emcontaapenasocurtoprazoeoretornotambmexigidoemumperodo enxuto. Aqui, os clientes do liberdade para interpretara metodologia mais efetiva a ser usada no desenvolvimento da

    execuo.Osdesafiosbrasileirossodiferentesdosdemais,devidos muitas culturas presentes no mesmo territrio.

    Arquitetura e urbanismo: Holanda x Brasil Jaap Klaarenbeek

    Ateli DeltaHolanda (2006-Hoje)

    Foto: Aquivo de Jaap Klaarenbeek

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Existem muitas diferenas das estratgias urbanas do Brasil para da Holanda?Adiferenagrande,oqueeuvejodelongequenaprticaaHolandainvesteem

    longoprazoefavoreceaintegraoparaousododesigntcnicododesenhocomintuitodeajudaravisualizaodoprojeto,quenateoriamuitasvezespareceestarclaro,masnaprtica pode no ocorrer.

    Emgeral,noBrasil,osclientescolocamumaquestoaindamaisaberta,quedumaliberdadeparaanalisarametodologiamaisjustaeefetivaparaexecutaroprocesso.Aqui,ametodologiaholandesanoseaplicariatambm,porqueoutrotipodecultura.

    Que tipo desafios urbansticos esto em maior evidncia no Brasil?

    Odesafiodegerenciamentodegua,queestocorrendoatualmente, naHolandatambm,sodesafiosquedemorarammuitosanosdeinvestimentodedinheiroetempopara serem solucionados. O Brasil deveria ter pensado em longo prazo antes de o problema

    surgir.

    Outro ponto que o urbanismo brasileiro deveria priorizar deixar as cidadesmaisdiversas,pensadodomicroambiente(local)paraomacro.Issoumdesafiomuitogrande,ainda mais pensando que o Brasil se preocupa pouco em sustentabilidade e energias

    renovveis,eissofcildeimplementaraqui.

    Jaap KlaarenbeekBate Papo

    Jaap Klaarenbeek

    Scio do escritrio holands Posad Spatial Strategies,

    colabora com governos, ONGs e empresas no desenvolvimento

    de solues integradas de estratgia e design relativos s

    questes urbanas. Mantendo vnculos com a Holanda, atua no

    projeto Cidades Saudveis e em iniciativas ligadas ao ciclismo.

    Realiza projetos em So Paulo desde 2008.

    Foto: Fbio Nunes

  • Pierre Martin

    Naturezas da cidade - Aplicao do paisagismo

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Naturezas da cidade - Aplicao do paisagismoPierre Martin

    OBrasiltemosdoisecossistemasmaisconsistentesdoplaneta,AmazniaeMataAtlntica,eaomesmotempodensidadecomasinfraestruturas que precisam se desenvolver dentro do territrio.

    A abordagemdo problemado design da paisagem similarao encarado na arquitetura. Considera-se que a paisagem umelementoaserconstrudo,tantoquantoosedifcioseoambienteurbano:dessaforma,opaisagismonomaisencaradocomoumasimples extenso da arquitetura.

    At recentemente, a paisagem era dita como o visual queficavaemvoltadagente,ocenrio,mashojeapaisagemmuitomais do que apenas isso, pois na realidade a paisagem em suagrandeescala,pormeiodanatureza,ofereceumasriedeserviosecossistmicos,animaisouecolgicos,semosquaisasobrevivnciahumanaimpossvel.

    O estudo da paisagem vem se tornando cada vez mais importante

    emdiversasreascomoaprpriaarquitetura,ageografia,asociologiaeoutras,porumaanlisecomportamentaldohomem.

    Agentetemumaculturadequefazemosobras,mastemosque

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Pierre Martin

    entenderoprocessodegestomanualdacidade,enessesentidoa natureza uma grande inspirao. Apesar de ser normalmenteassociadajardinagempelopblicoleigo,aarquiteturapaisagsticaenvolve todos os possveis elementos constituintes da paisagem

    ecolgica,sejamelesnaturaisouno.O Paisagismo tem como objetivo harmonizar a interao do

    ser humano com o meio ambiente, possibilitando uma melhorconvivnciacomaNatureza.Eleestpresente,assim,emtodososrecantoshabitadospeloHomem.Ultimamenteconcluiu-se,inclusive,que a insero de espaos verdes nas grandes empresas contribui

    paraocrescimentodaproduo,enasfbricasamenizaoestressedos operrios.

    Naturezas da cidade - Aplicao do paisagismo

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Recursos brasileiros Pierre Martin

    O abastecimento de gua, a regulao de temperatura e aarmazenagem de mantimentos so as principais classes de servios

    queapaisagemprestaparaagente,eoBrasilpossuimuitosrecursos.Nomundocontemporneo,cadavezmaisdesprovidodereas

    naturais, com certeza o homem almeja estar em contato com aNatureza.Portanto,cadavezmaiscomumaconstruodecasas,espaoscomerciaiseprojetospblicoscombensecolgicos,comoobjetivo de dar vida e beleza ao ambiente.

    A gente v o crescimento dos principais polos urbanos no

    mundoe,emcontraposiocomoscentrosdebiodiversidade,quesooslugaresnosquaissetemmaisespcieseumintensobancodesade. A cidade deve ser entendida como a soma de todas as formas

    devida,comocapitalvivo.Partindodesseprincpio,oBrasiltemumdesafiourbano,quelidarcomessecapitalbiolgicoimensoeogrande crescimento.

    Ambiente urbano = Ambiente humano

    Imagem: Arquivo de Pierre Martin/Rodrigo Rinaldi

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Qual a importncia do uso da natureza da cidade?Anaturezadacidade,no fundo,anaturezahumana,eesse

    capital biolgico traz uma riqueza maior que os demais. A Frana

    temmenosde1%deecossistemasnativosoriginais. IssonoBrasilnoacontece,masprecisocrescerrespeitandoocapitalnatural.

    O investimento do Brasil na rea urbanstica vem crescendo?Sim, o prprio IPIU prova disso, mas a questo que o

    investimentonuncasersuficiente,odesempenhosempreterquemelhorar, pois a nossa lgica de retorno imediato, o que nemsemprepossvel.

    precisoconscientizartambmapopulaoparaqueelafaaasuapartetambm,porexemplo,fazerumparaleloentreacidadeque temos e aquela que queremos.

    Pierre MartinBate Papo

    Pierre Martin

    Scio do escritrio EMBY, Paysagiste DPLG pela Ecole

    Nationale Suprieure du Paysage, com especializao em

    Meio Ambiente pela COPPE/UFRJ e professor de projeto de

    paisagismo pelo CAU/ PUC-Rio.

    Foto: Fbio Nunes

  • Rodrigo Rinaldi

    Sobre a natureza da cidade - Conhecendo o espao

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Sobre a natureza da cidade - Conhecendo o espaoRodrigo Rinaldi

    Projetos ou reas que so estudadas e esto

    completamentedesconectadas, exigemesforopuro etotal.reasqueestodentrodas cidades, contidasnamalha urbana, pedem um esforo energtico em ummundoqueestcomcadavezmenosrecursos,nosfinanceiros,mastambmambientais.precisopensarapartir dessa percepo. No que diz respeito abordagem

    urbanstica, a cidade deve observar alguns temasclssicos como o desenho adotado pelo transporte. Por

    outro lado, os aspectos relacionados aos transportescoletivos aumentam a possibilidade de abordagem sobre

    a cidade.

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Avaliao do espao Rodrigo Rinaldi

    Avaliaraspeculiaridadesdacidadeumpontoqueprecisasermais explorado pelos arquitetos. preciso um maior embasamento

    para o desenvolvimento qualificado de qualquer projeto,independente da simplicidade.

    No que diz respeito a uma abordagem mais conceitual,o entendimento das capacidades urbansticas traz a questo da

    capacidadeeconmicaedacapacidadeambiental,poistodoprojetodevetersempreasuadimensoidealeutpica,aondedevemestarbalizadasaquestodafrustraoeoquepossvelrealizar.

    Essa questo conceitual baseia-se principalmente na ideia

    dovivelounovivel,oquepodenoserfeitoesehrecursossuficientesparaqueaaoprojetadaseconcretizeenosejaprecisoremodel-la.

    Todo projeto deve ter sempre a sua dimenso ideal e utpica, aonde devem estar balizadas a questo da frustrao e o que

    possvel realizar

    Imagem: Arquivo de Pierre Martin/Rodrigo Rinaldi

    Vinicius.GandolphiHighlightnegrito

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    Anlise do cenrio Rodrigo Rinaldi

    Analisamos trs zonas de conflito que precisamos potencializar,transformandoosobstculosemoportunidades.Primeiro,sejaqualforomeioestudado,precisamosentenderoscorredoresecolgicosparaparticipardessecenriomais contemporneo.Depois, napartedeproduo, a cidade umespaoquetambmtemquelidarcomproduorural,bemcomocomossetoresindustriaisedeservios.Aterceirapreocupaodizrespeitogestodacidade,apartirdaesferapblica,iniciativaprivadaedasociedadecivil,organizadaouno.

    Juntamente com isso, volta o conceito de gesto compartilhada, quecompreende o fato de que todas as esferas da sociedade precisam atuar

    conjuntamente.

    Adiversidadeda florabrasileira muita rica e issodeve sermaisbemaproveitado nas obras urbansticas brasileiras. No adianta criar um projeto

    inovadortodobaseadoemconceitoseuropeussenoforcriadaumasimetria,algoqueatraiaoolhardopblicolocal.PoressafaltadeanlisequeexistemtantoselefantesbrancosnoBrasil.precisoevoluiraformaestratgicadeseplanejar para que o sucesso tenha mais chance de acontecer.

    No adianta criar um projeto inovador todo baseado em

    conceitos europeus se no for criada uma simetria, algo que atraia o olhar do pblico local

    Imagem: Arquivo de Pierre Martin/Rodrigo Rinaldi

  • Palestras: Escalas de Apropriao dos Espaos Pblicos

    O que a natureza da cidade?Soasdinmicasecolgicas,nosentidodocaminho

    das guas. Nesta abordagem a natureza da cidade tratadacomovisdaconexoecolgica,tantonocasodeumprojetoquecomeanumafazendadegado,atarevitalizao de um trecho.

    Voc acredita que o Brasil est bem inserido na questo ecolgica?

    Euachoqueomundointeirohojedeixaadesejar,eoBrasilestalinhadocomorestantedomundo,agentetambmdeixaadesejar,aquestodacrisehdricaeodesmatamento da Amaznia comprovam isso.

    Rodrigo RinaldiBate Papo

    Rodrigo Rinaldi

    Scio do escritrio DEF Projetos, doutor em urbanismo pelo

    PROURB/ FAU-UFRJ, professor de projeto urbano pelo CAU/

    PUC-RIO e do mestrado em engenharia urbana e ambiental

    pela mesma instituio.

    Foto: Fbio Nunes

  • [email protected] - www.ipiu.org.br