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Análise da economia soviética
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5/17/2018 Economia Sovietica
1/107
OS
MTODOS
DE PLANEJAMENTO NA
URSS
ANNIBAL
VILLELA
INTRODUO
O presente trabalho aqui apresentado com objetivos
meramente
didticos, sem pretenses de originalidade. O
autor est plenamente
cnscio de que apenas um curioso da economia sovitica apesar de
v r
se dedicando a seu estudo,
ainda
que
de
maneira intermitente,
desde 1959.
1
Se lhe perguntarem por
que
se interessou por sse assunto
quando a economia brasileira to pouco conhecida, a resposta, paro
diando a Mallory quando lhe perguntaram
por que
quis escalar o
Everest, : porque
est
l",
i.e. porque
uma realidade
que
no
pode
nem
deve ser
ignorada.
Em fevereiro de
962
quando estive nos Estados Unidos
tive
a
oportunidade de visitar dois dos dezessete centros universitrios
l
existentes que se dedicam ao estudo da U. R S. S. - o Russian
Research
Center de
Harvard e o Russian
and
East European Insti
tute
de Indiana.
Em
longas e proveitosas conversas com os profes
sres Abram Bergson, Nicolas Spulber, Robert Campbel1 e Leon
1) J
existem
em
lngua inglsa
algumas
obras
bsicas que do uma viso geral
do desenvolvimento
e
dos problemas da
economia
sovitica.
O
autor
fz largo
uso do excelente
material
nelas contido conforme se v nas
notas
de rodap
e nas tabelas. No que
diz
respeito a certos
pontos
especficos, entretanto, le
utilizou algumas publicaes soviticas bsicas,
quer
no tocante aos dados esta-
tsticos,
quer
no que se refere descrio das tcnicas e
modelos
adotadOl.
Finalmente, a
notvel
coleo de
artigos publicados
nas
revistas americanas
.,
europias
permitiu manter um
grau de atualidade que no
teria
sido
possvel
de
outra
maneira de
vez
que a literatura sovitica sua disposio era ape WI
uma pequena frao d
enorme produo
no
campo
econmico.
5/17/2018 Economia Sovietica
2/107
8
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOM IA
Herrnan recebi incentivo
para
continuar os estudos assim como con
vite para
estagiar
durante algum
tempo naqueles dois centros
de
pesquisa. Acho
til lembrar que
os dois centros
por mim
visitados
so generosamente mantidos pelas fundaes Carnegie e
Ford
e se
dedicam a estudos profundos
da
Unio Sovitica nos campos eco
nmico, poltico e social. Viagens e estgios
em
rgos governa
mentais russos so freqentes e o conhecimento pleno
da
lngua
russa
um
pr-requisito.
Desejo mencionar que nos
institutos
universitrios que conheci
havia genuno intersse em conhecer a Rssia. Existem acrdos para
a
troca
de estudiosos de ambos
s
pases e na ocasio em que estive
em Harvard
dois economistas soviticos
l
estavam
estudando econo
metria e aspectos econmicos
da
automatizao.
No campo
da
poltica econmica nota-se,
freqentemente
que o
fenmeno sovitico
exerce
grande atrao sbre os economistas bra-
sileiros, mesmo sbre aqules que no
tm
simpatias ideolgicas. A
sses colegas peo licena
para lembrar
que sem
um
conhecimento
do idioma sovitico no
nvel de leitura
para poder pelo menos acom
panhar o
que
dizem as principais publicaes soviticas e
um
conhe
cimento das pesquisas realizadas
nas
dezenas de
institutos
que se
ocupam
da
URSS na Europa e nos Estados Unidos pouco compen
sador pensar
em transplantar
certas tcnicas
ou
experincias sovi
ticas
de planejamento que se
soube
por alto terem
sido
empregadas.
Hoje em
dia,
quando
j se goza
na
Rssia
de um notvel
(pelo menos
em
relao
poca
de
Stalin)
grau de
liberdade para
discutir pro-
blemas tcnicos, compensador que se saiba dos erros cometidos para
que os mesmos no se repitam em nosso pas.
Procurei sistematizar a grande massa
de
informaes e literatura
que fui acumulando nos ltimos cinco anos a fim de poder
expor
aos
alunos
do
Centro de
Aperfeioamento
de
Economistas do InsL
tuto Brasileiro
de
Economia
da
Fundao Getlio Vargas o meca
nismo do planejamento econmico sovitico e sua evoluo
da
forma
mais
objetiva possvel. A fim
de
no
sobrecarregar
o
texto
coloquei
em
apndice alguns aspectos
que
podem
interessar
ao
leitor
sem
conhecimento especfico do problema russo, tais como os antecedentes
histricos, ideolgicos e econmicos do
atual
sistema sovitico e o
funcionamento das unidades
produtivas
(emprsas industriais, fazen
das estatais, fazendas coletivas, etc.) .
Devido premncia
do tempo s
pude dar
ateno aos mtodos
. atuais de planejamento
e s perspectivas dos mesmos no abordando
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3/107
PLANEJAMENTO N URSS
9
-----------------
as tcnicas empregadas na segunda metade da dcada dos
vinte quan
do foi debatido o problema
da
industrializao. Entretanto, fao refe
rncia literatura pertinente a fim
de
que os interessados possam
acompanhar
por
si mesmo a evoluo
ocorrida.
Em
artigos posteriores
pretendo
expor com mais detalhes e infor
maes factuais alguns campos que foram muito
sucintamente
trata
dos neste trabalho: sistema tributrio, sistema bancrio, sistema de
preos,
mercado
de trabalho e o clculo econmico
de u'a
maneira
geral. Ainda aqui, fao referncia
literatura apropriada.
Finalmente,
penso ser til dar as caractersticas de uma economia
do
tipo sovitico, a
fim
de que
o
leitor
possa
desde
o incio
ter uma
idia precisa da mesma: 2
1. As autoridades polticas, que normalmente coincidem com
os mais altos funcionrios de
um partido
nico,
tm
o direito e o
poder para
tomar
as decises finais referentes alocao
de
recursos.
2. As decises bsicas
de
alocao so
tomadas
quer
diretamente
por rgos
centrais
ou so coordenadas centralmente (na
medida
em
que
os podres operacionais
tenham
sido delegados a
autoridades ad
ministrativamente ou
regionalmente
dispersas) .
3. As decises referentes ao futuro imediato so inseridas em
planos econmicos nacionais com a durao de um ano; as perspecti
vas no futuro mais
distante
so apresentadas em planos de longo
prazo com durao de cinco anos ou mais.
4. Os planos so divididos em tarefas concretas dirigidas a orga
nizaes especficas. Essas
diretrizes
tm
fra
legal
para
tdas as
entidades
sujeitas
a
deveres
de
planejar
-
e.g.
ministrios econ
micos na Europa Oriental, Conselhos Econmicos Regionais sovnar
kozes) na Unio Sovitica,
emprsas
socializadas, etc. rgos do par
tido
que
correspondem funcionalmente ou regionalmente a essas enti
dades administrativas auxiliam a executar o plano e controlam o seu
cumprimento.
5. O
plano
e as decises operacionais
tomadas
durante o
ano
para
executar
suas provises,
determinam
como os recursos-chave
da
economia sero racionados s organizaes econmicas a fim de aten-
2)
Montias,
J. M.
-
Central Planning in Soviet
-
Type Economies: An
Intro
duction
to
Basic Problem s , publicado
em
The aviet Econorrry in Theory
and Practice edited
by
Wayne A. Leeman,
School
of Business and Public Admi
nistration,
University
of Missouri,
1964.
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4/107
1
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
der
s metas de produo e consumo estabelecidas.
~ s t
raciona-
mento ou princpio de alocao
direta
se aplica a todos os fatres
de produo, exceto o trabalho que, normalmente, goza de liberdade
de movimentos, e
cuja
alocao deve
ser
guiada
indiretamente
por
jncentivos salariais e outros estmulos.
Na
esfera do consumo individual, o sistema de preos, operando
atravs da rde de varejistas, usado, em preferncia ao raciona-
mento, para distribuir os suprimentos disponveis de bens de consumo
s unidades familiares.
6. A emprsa socializada (firma nacionalizada ou cooperativa de
produtores)
representa
a unidade econmica bsica do sistema. Ela
opera
na
base da contabilidade econmica (kozrachiot): tem
s u
prprio capital fixo e de giro, mantm uma conta bancria, extrai
periodicamente contas de lucros e
perdas
e balanos e legalmente
responsvel como
uma
pessoa
moral
pelos contratos que
realizar
com outras entidades. Ao contrrio das organizaes conta do
oramento , cujas receitas e despesas so lanadas no oramento go-
vernamental,
as emprsas socializadas
ajustam
contas com o ora-
mento
apenas no que diz respeito s suas obrigaes
tributrias
legais
e a seus saldos ou deficits.
7. Os preos tanto dos bens de produo como de consumo so
ou fixados administrativamente ou
aprovados e controlados pelos
rgos administrativos
na
base das estimativas de custo das emprsas.
O mercado do agricultor no
qual uma pequena parte
da produo
agrcola comercializada a preos mais ou menos livres,
representa
a
nica
exceo fixao
administrativa
de
preos.
1. CONTEXTO INSTITUCIONAL DO SISTEMA E
PLANEJAMENTO ECONMICO NA U. R S. S.
As chamadas economias
de livre
emprsa, que
na
realidade so
economias mistas, de vez que o Estado no s passou a exercer diver-
sas atividades econmicas, como
tambm
contrles mais
ou
menos
intensos,
quer
atravs de medidas administrativas, quer
atravs
da
poltIca tributria e monetria, operam com base nos mecanismos de
mercado. J as economias do tipo sovitico, em que o Estado detm
a propriedade dos bens de produo, funcionam
atravs
de
uma
com-
binao de comandos administrativos e de mecanismos de mercado.
5/17/2018 Economia Sovietica
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PLANEJAMENTO
NA
URSS
11
A economia sovitica se caracteriza pela fuso
da
liderana pol
tica e econmica, nacionalizao dos bens de produo e planeja
mento, coordenao e contrle das atividades econmicas com base
em um
plano nico
para
a economia como
um
todo.
Em virtude da ideologia comunista e da organizao poltica, a
atividade econmica se subordina s decises polticas do
Partido.
Para a liderana sovitica a poltica a forma mais concentrada de
economia, sua generalizao e concluso. Os lderes soviticos no
encaram
o Estado como
um
instrumento de arbitragem
entre
os
grupos sociais, mas como
uma arma
dos operrios aliados aos cam
poneses. Os artigos 1 e 3
da
Constituio Sovitica 3 dizem respecti
vamente: Art. 1 -
A
Unio Sovitica
um
estado socialista de
operrios e camponeses . Art. 3 - Todo o poder
na
U. R. S. S.
pertence aos trabalhadores
da
cidade e do campo, representados pelos
Soviets dos deputados dos
trabalhadores .
Os objetivos do partido so a construo do socialismo e eventual-
mente do comunismo, o qual, dentro do arcabouo
marxista,
repre
senta o estgio ltimo do desenvolvimento econmico do
ser
humano,
no
qual
o nvel
de
produo alcanado seria
tal
que
a sociedade como
um
todo no mais sofreria a escassez, passando
para uma
situao
de abundncia.
Por
definio, o socialismo, primeira fase do comu
nismo, implica
em um
nvel tecnolgico mais elevado do que o
atin-
gido pelo capitalismo.
As hierarquias do
Partido
e do Estado so
distintas.
O motor do
Estado o
Partido
e suas clulas
que
funcionam
dentro
de cada uni
dade produtiva, cada administrao, etc., organizadas
em
nveis cada
vez mais altos. Os comits ou comisses,
na
cpula, controlam todos
os departamentos
governamentais.
Em 1961
o
Partido
Comunista
tinha
crca
de 9 2
milhes de
-
ros
e aspirantes,
i. e.
aproximadamente 4% da populao.
Seu
rgo mximo,
em
princpio, o
seu
congresso, o
qual
se
rene
espordicamente e no
regularmente
como
mandam
os estatu-
tos.
Durante
o perodo
que
decorre
entre um
e outro congresso o
poder investido no comit central, o qual
tem
de
125
a 200 mem
bros, os quais elegem
um
presidium (antigo polit-bureau) de
10
a
15
membros plenos e substitutos
para
estabelecer a poltica e
um
secretariado administrativo com crca de
10
membros, vrios dos quais
3)
Constitution
o the U.S.S.R
- American
Institute,
April 1950.
5/17/2018 Economia Sovietica
6/107
12
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
tambm pertencem ao presidium. nesse secretariado que reside o
poder real, que exercido pelo 1.0 secretrio, o qual formula a poltica
geral
e as
tarefas
econmicas do Partido e do pas como um
todo.
Suas
teses,
que incorporam
a
linha
do
Partido ,
so
debatidas
no
presidium e
peridicamente
levadas s reunies plenas do comit
central e eventualmente ao congresso do
Partido.
As
diretrizes econmicas adotadas pelo Partido so postas em
ao pelo Estado sob a forma de leis. Como o Partido a sede do
poder, tdas as questes de Estado so resolvidas
em perfeita
con
sonncia com as decises do Partido.
o
rgo
supremo
do Estado o Soviet
Supremo,
que
se compe
de
duas
cmaras
eleitas: o Soviet
da
Unio e o Soviet das Nacionali
dades. Aqule eleito em uma base distrital e ste na base das uni-
dades administrativas repblicas, regies autnomas, etc.) . O
Soviet
Supremo
exerce
o poder legislativo, elegendo um presidium, que
entre
outras
funes interpreta as leis da Unio. Alm disso, nomeia
o Conselho
de
Ministros
da
U. R S. S., que o rgo executivo e
administrativo
de
cpula.
O Conselho de Ministros se compe
de
um presidente, vice-presi
dente, ministros, presidentes de alguns comits do Estado e x
officio
o presidente do Conselho de Ministros
de
cada repblica. Alguns mi-
nistros soviticos so semelhantes aos dos pases capitalistas, como
fazenda, defesa,
etc
. Outros so tpicos da U. R S. S., criados pelo
papel econmico do Estado, que penetra em tudo, p. ex. ministrio
do comrcio exterior. das centrais eltricas, das
mquinas ferramen-
tas, dos
equipamentos
de
transporte,
etc.
O organograma anexo d uma idia do Conselho de Ministros da
U. R S. S.
em junho de
1963.
Os ministros soviticos so ou ministros
da
Unio ou ministros
das repblicas. Os primeiros dirigem o ramo da administrao a les
confiados
em todo o territrio da Unio e os outros atravs dos minis
trios correspondentes das repblicas.
O Conselho
de
Ministros de
uma
repblica
nomeado pelo Soviet
Supremo daquela
repblica e se estrutura
semelhantemente
ao Con
selho de Ministros da Unio.
Alguns
ministros denominados ministros
da
Unio e da
repblica
so subordinados tanto ao Conselho de Ministros da Unio como ao
Conselho de Ministros da Repblica.
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REPU&lIC
(OUN(lL
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M.lNISTfR
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5/17/2018 Economia Sovietica
8/107
PLANEJAMENTO NA URSS
3
2. ESTRATGIA ECONMICA
A estratgia econmica geral industrializar o pas
para
que le
alcance e
ultrapasse
os pases
mais
desenvolvidos o
mais
rpidamente
possvel.
Desde o incio da era dos planos em 1928 a nfase foi na inds
tria, com detrimento
da
agricultura; indstria pesada versus indstria
leve e no
setor
da indstria pesada a construo de mquinas ferra
mentas, que considerada como o ltimo determinante do ritmo
de desenvolvimento de todos os outros ramos para a obteno de
um
progresso tcnico
contnuo.
Os planejadores soviticos tm utilizado de
um
lado comandos
centralizados e um
sistema
centralizado
de
distribuio
de bens de
capital e
de matrias-primas
estratgicas, e do outro mecanismos
de mercado, i e. preos dos bens
intermedirios
e dos produtos finais
a fim de
orientar
a mo-de-obra segundo os objetivos planejados,
para encorajar ou desencorajar a utilizao de certos nputs e
para
distribuir os bens produzidos.
Os economistas soviticos
afirmam que
a
estratgia
econmica e
o processo
de
planejamento
so determinados conjuntamente
por
duas
leis objetivas sob as quais se acredita que a economia sovitica opera:
a lei bsica do aumento contnuo das necessidades materiais e cu
1-
t,urais da sociedade ,
que
se ope lei de maximizao dos lucros no
capitalismo e a lei do desenvolvimento proporcional
planejado .
de se assinalar que essas leis no parecem esclarecer as diferenas
existentes entre
uma economia
de mercado
e uma economia com pla
nejamento
central,
nem
tampouco as molas
mestras
da
economia so
vitica.
A economia sovitica guiada por seus planejadores com o obje
tivo de
tornar mximas
as
taxas
de crescimento do
setor
industrial
e desenvolver alguns ramos mais do
que
outros.
ilustrativo
que se faa uma anlise retrospectiva da estrutura
dos investimentos,
de
suas taxas de crescimento por setores da eco
nomia
e
por
ramos da
indstria
desde o incio do
regime
sovitico
4
com o objetivo
de mostrar
a estratgia sovitica
de
desenvolvimento
econmico.
4)
A anlise
aqui feita
calcada nos dados apresentados
na
E'Xcelente publicao
da
Administrao
Central
de
Estatstica
-
Kapitalnoe
Stroitielstvo
SSSR,
Statistichieskii Sbornik , Moskva 1961 (Formao de Capital na URSS, Coleo
Estatstica)
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14
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
35.1
INS DI C PIT L
w n
iNDSTRIA
c::::J AGRlCULTUIA
TRANSI ORTl E
COMUNICAES
_
OUTROS
H lHJ
CONSTRUO eM
GRFICO 1
Despesas de Capital
por Setores
da
Economia
da
URSS
- 1918 1960
(em percentagens
do
montante
total das
despesas de
investimento)
o
grfico 1 mostra que no perodo
1918 1960
o total das despesas
de investimentos realizadas na
URSS
teve a seguinte composio:
Indstria .
grupo A 35,1
grupo B 4,9
Agricultura
40,0
14,4
Transporte e
Comunicaes
10,2
Construo Civil
21,2
Outros . 14,2
T
o
t
a
I 100,0
Nota Grupo A indstria
de
bens
de produo
Grupo B indstria de bens de consumo
Os dados da
tabela
1 apresentam a evoluo da estrutura dos
investimentos na
URSS
no perodo 1918-1928 excluindo o ltimo
trimestre), isto
,
o perodo da Revoluo e da NEP Nova Poltica
5/17/2018 Economia Sovietica
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TABELA
1
DESPESAS DE
CAPITAL DAS
E M P R ~ S A S COOPERATIVAS E
ORGANIZAES
GOVERNAMENTAIS,
DOS
COLCOSES E
DOS
INDIvDuos POR SETORES DA ECONOMIA DA U.R.S.S.
A PREOS CONSTANTES
milhes de rublos)
1918-1928 ex_
l.0
Plano
2.0
Plano
3 0 Plano
LO.
de jul.
4.0 Plano
5.0 Plano
ceto 4.
0
trlm.
(1928-32)
(11133-37)
(1938-1940 )
1941 a LO. (1946-50) (1951-55)
1956 1957 1958 1959 1960
Total
1928
jan.
1948
1918-1960
rotal
nacional
de
despe-
_ s de
capital . . . .
4087
7423
16811
17593 17754 41940 79165
22906
25830
30012
33 986 36
705 334
2lZ
I Indstria
644
2903
6389
6238
7912
17189 34440 9445
9938
11 231 12978
14 323 133 630
1.1
grupo
A
450
2441
5276
5264
7380
15084
31055 8313
8730 9755
11
222
12311 117281
1.2
grupo
B
194
462 1113
974 532
2105 3385
1 132 1208
1476 1756
2012 16349
Z Avicultura
inclusive
Colcoses) . .
125
1196
2120
2008 1724
5385 12270
4024
4203
4741
5071 5192
48059
S
Transportes e comuni
caes
398 1248 3245
3077
2613
4945
6820 1811
1933
2238
2722
3116 34166
3.1
Ferrovias
319 738 1735 1827
1957 3155
3868
877
887
1017 1 142
1206
18728
I.
Construo
Civil
inclusive
dos
indiv-
duos)
o
2759
1190
2199 3082 2845 8324
15699 4469
6215
7536
8319
8275
70912
5 Outros
*)
161
886
2858 3188 2660
6097 9936
3157 3541 4266
4896 5799
47445
ERCENTAGENS DO TOTAL
otal nacional
100
100
100
100
100
100 100 100
100
100
100 100
100
l
Indstria
15,8
39,1
38,0
35,5
44,6 41,0 43,5
41,2 38,5
37,4
38,2
39,0
40,0
1.1 grupo A
11,0 32,9 31,4
29,9
41,6 36,0
39,2 36,3 33,8
32,5
33,0 33,5 35,1
1.2 grupo B
4,8 6,2
6,6
5,6
3,0 5,0 4,3 4,9 4,7
4,9
5,2 5,5
4,9
Z
Allricultura
(inclusive Colcoses) . .
3,1 16,1
12,6
11,4
9,7 12,8
15,5 17,6
16,3 15,8
14,9 14,2 14,4
S
Transportes
e comuni-
caes
9,7
16,8
19,3
17,5
14,7 11,8 8,6 7,9
7,5 7,5 8,0
8,5
10,2
3.1 Ferrovias
7,8 9,9 10,3 10,4
11,0 7,5
4,9 3,8
3,4
3,4 3,4
3,3
5,6
Construo Civil
inclusive
dos
indiv-
duos)
67,5
16,1
13,1 17,5
16,0 19,9
19,8
19,5 24,0
25,1 24,5
22,5 21,2
,. Outros *)
3,9
11,9
17,0 18,1
15.0
14,5
12,6 13,8 13,7
14,2
14,4
15,8 14,2
*)
Emprsas comerciais e comunais,
instituies
cientficas,
culturais,
de
instruo
Grupo
A de Indstrias = Bens
de
produo
, sade
pblica.
Grupo B de Indstrias = Bens de consumo
FONTE:
Kapitalnoe Stroitielstvo v SSSR, Statistichieskii Sbornik, MOlha 1961
5/17/2018 Economia Sovietica
11/107
6
REVIST A BRASILEIRA DE ECONOMIA
Econmica),
durante
cada plano e no qinqnio 1956-1960. Refle
tindo a filosofia econmica de Stalin o primeiro Plano Qinqenal
mostra uma
estrutura
de investimentos marcadamente diversa da
que
havia
prevalecido
durante
o govrno
de Lenine.
Assim, as despesas
de investimento em construo civil que constituam 67,5 do total
dos investimentos em 1918-1928 caram para 16,1 no primeiro plano
(1928-1932), enquanto os investimentos industriais tiveram sua par-
ticipao aumentada de 15,8 para 39 170 sendo que os investimentos
nas indstrias produtoras de bens de capital passaram de 11,0
para
32,9 do
total.
O setor agrcola
que
no govrno de Lenine recebera
3,1 dos investimentos passou a receber 16,1 e os
transportes
e
comunicaes
passaram
de 9,7
para
16,8 .
J
no segundo
plano
(1933-1937) houve uma ligeira reduo
na
participao dos investi
mentos industriais, uma reduo de crca de 22 na dos investimen
tos agrcolas e
um
aumento de 15 na dos investimentos em trans-
portes e comunicaes.
no perodo da segunda
guerra
que se obser
va, como
era
de se esperar, a participao
mxima
dos investimentos
industriais que chegaram a 44,6 do total, dos quais 41,6
para
a
indstria produtora
de bens de produo, e a participao mnima nos
investimentos agrcolas que caram
para
9,7 . Nos
quarto
e quinto
planos observa-se uma boa recuperao na quota dos investimentos
agrcolas, enquanto os investimentos industriais mantinham mais ou
menos a
mesma
participao. Nos anos
1956
a
1960
nota-se
uma
rela-
tiva
estabilidade na participao dos diversos setores no
total
dos
investimentos, devendo se assinalar que a participao dos investi
mentos em construo civil foi ligeiramente aumentada.
Ficou evidenciada, pois, a
estratgia
global sovitica
de
dar
prio
ridade ao setor indstria em detrimento da agricultura. Veremos,
agora, o ritmo de crescimento dos investimentos nos diversos setores
da
economia no perodo 1940-1960.
A
tabela
2 mostra a evoluo dos investimentos,
por
setores, nos
perodos 1940-1960, 1950-1960 e 1955-1960. No perodo 1940-1960 os
investimentos agrcolas (excludas as colcoses) cresceram
bem
mais
do
que
o
total
dos
investimentos
e do
que
os investimentos dos de
mais setores. J no perodo 1950-1960 os investimentos industriais
crescem mais rpidamente que os agrcolas,
embora
bem menos
rpi-
do que os investimentos em construo civil. Finalmente no perodo
j955-1960 torna-se patente a desacelerao nos investimentos agrcolas
em
relao aos demais setores.
5/17/2018 Economia Sovietica
12/107
PLANEJAMENTO NA URSS
17
T BEL
2
TAXAS DE
CRESCIMENTO
DAS
DESPESAS
DE
CAPITAL DAS EMPRitSAS
COOPERATIVAS
E
ORGANIZAES
GOVERNAMENTAIS,
DAS COLCOSES
E DOS
INDIVDUOS
POR SETORES
DA ECONOMIA
DA
URSS
QI
, GI
IlU
QI . .
QI
o
'
C ~ .2 " i
:; '"
. . 0
.
*
I
U
lU
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i
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o
\' o
U
o
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f-oU
i
1940
.
100 100 100
100
100
100
100 100
100
1950
.........
204 235 246 172 412 126 127 225 159
1955
.........
348 426 449 301 840
146 127
416 245
1956
.........
404 487
507
377 893
171
132
503 308
1957
.........
456
513 533 402 988 183 134 711 352
1958
.........
518 579
595 491 961
212
154
833
427
1959
......... 580 667 685 571 852 258
173 899
491
1960
.........
651 739
751
669
1042 295
182
944 589
Em percentagens
de 1950
1950
.........
100
100
100
100
100 100
100
100
100
1955
.........
171 181 182 174
204 116
99,8
185
154
1956
......... 199
207 206 219
217 136
104
223 194
1957
.........
224 218 216
233 240 145
106
316 221
1958
.........
255 247
242 285
233
168 121
370 269
1959
.
285 284
278
331
207 204
136
399 308
1960
.........
320
314
305 388
253 234
144
419 370
Em percentagens
de
1955
1955
.........
100 100
100 100
100 100
100
100 100
1956
......... 116
114 113
125 106 117 105
121
126
1957
.........
131 120
119
134 118
125
106
171 143
1958
.........
149
136
133
164 114
145
121
200 174
1959
.........
167 157 153 190 101 177 136 216 200
1960
o
187 173
168 223 124
202 144 227 240
(*)
Emprsas comerciai;
comunais, instituies cientficas, culturais, de
instruo
t
sade pblica.
FONTE:
Kapitalnoe
Stroitielstvo v
SSSR
- Statistichieskii
Sbornik, Moskva, 1961;
pK 64.
5/17/2018 Economia Sovietica
13/107
TABELA
3
DESPESAS
DE CAPITAL DAS
EMPRttSAS, COOPERATIVAS E
ORGANIZAES
GOVERNAMENTAIS
POR
SETORES DA
INDSTRIA
A PREOS CONSTANTES
(milhes de rublos)
1918-1928
ex_
1.0 de Jul.
ceto 4.0 trlm.
1.0
PIl\no
2 Plano 3. Plano
1941 a 1.0 4.
o
PIl\no
5.0 Plano
Total
1928
(1928-32) (1933-37
)
(1938-1940)
Jan.
1946
1946-50) (1951-55)
1956
1957 1958
1959
1960
1918-1960
TOTAL
...............
643
2897 6377 6228
7908
17164 34385
9428
9919
11208
12909 14 289 133
355
GRUPO
A .............
450
2441
5276
5264 7380 15084 31055
8313
8730
9755
11222 12311 117281
1. metalurgia pesada . .
66
440
829
444
946
1876
2583
586
641 871
1089 1219 11590
2.
qumica 36
230 335 293 282 633
1093
300 296 413 632 852
5395
3. petrleo e gs
24
207
477
461
624 1
Y7
4739
95;
1
104
1 357
1553
1728 15205
4. carvo
61
217
305
388 779
2659
3562 954
1 156
1109
1045
999
13234
S. equipamento Itrico
pesado
.............
99
251 443
484
502
1302 4500
1314
1290
1404
1430
1486
14505
6.mquinas ferramentas
65
524 1879
2083
2721 2811
4422
1
242
1225 1251
1484
1756
21463
7. material
de construo
28
135 191
287 436
1615
3374
1 144
1254
1446
1 739
2004
13653
8.
floresta, papel e elabo-
rao
de
madeiras
33
174
299 220
194 824 1389
444 485
508
580 597 5747
RUPO B .............
193
456
1101
964
528
2080
3330
1 115 1 189
1453
1687 1978
16074
1.
Indstria
leve
.......
60
222 487
490
189
716
1455
446
490 625
631
731
6542
2.
Indstria de alimentos
133
234 614
474
339
1364
1 875 669
699 828
1056
1247 9532
m percentagens do total
OTAL
100
100 100
100 100
100
100
100
100
100
100 100 100
RUPO A .............
70.0
84,3
82,7
84,5 93,3
87,9
90,3 88,2 88,0
87,0
86,9 86,2 87,9
1.
metalurgia
pesada
10,2
15,2 13,0
7,1 12,0
10,9
7,5
6,2
6,5 7,8
8,4 8,5
8,7
2. qumica
5.6
7,9
5,2
4,7 3,6
3,7
3,2
3,2 3,0
3,7
4,9 6,0 4,0
3. petrleo e gs ......
3,7
7,1 7,5
7,4 7,9 11,5 13,8
10,2 11,1 12,1
12,0 12,1 11,4
4.
carvo
9,5 7,5
4,8
6,2
9,8
15,5 10,4 10,1 11,7 9,9
8,1 7,0 9,9
5.
equipamento
eltrico
pesado
.............
15,4
8,7
6,9 7,8 6,3 7,6
13,1
13,9 13,0
12,5
11,1
10,4
10,9
6.mquinas
ferramentas
10,1
18,1 29,S
33,5
34,4
16,4
12,9
13,2 12,4 11,2
11,5 12,3 16,1
7. material de construo
4,3
4,7 3,0 4,6 5,5
9,4
9,8
12,1
12,6
12,9
13,5 14,0 10,2
8. floresta,
papel
e elabo-
rao de madeiras '
5,2
6,0
4,7 3,5 2,5
4,8
4,0
4,7
4,9
4,5
4,5 4,2
4,3
RUPO B .............
30,0
15,7
17,3 15,5 6,7
12,1
9,7
11,8 12,0 13,0
13,1
13,8 12,1
1 Indstria
leve
......
9,3
7,6
7,7 7,9 2,4
4,2
4,2
4,7
4,9
5,6 4,9 5,1
4,9
2.
Indstria de
alimentos
20,7
8,1
9,6
7,6
4,3
7,9
5,5
7,1 7,1 7,4
8,2
8,7 7,2
~ O N T E Kapitalnoe Strcitieltvo
v
SSSR, Statistichieskii Sbornik, Moskva
1961. -
Grupo
A _
Indstria de bens de produo
-
Grupo
B _ In -
~ . _ _ _
.JI_
L I _ _ ..... -. -..
5/17/2018 Economia Sovietica
14/107
PLANEJAMENTO NA URSS
9
Examinando-se os investimentos industriais (tabela 3), no perodo
1918-1960
observa-se que a composio dos mesmos em
trmos de
indstrias de
bens
de
produo e
indstrias de bens de
consumo so
freu, conforme
j
foi observado anteriormente, enorme modificao
entre 1918-1928 e o primeiro plano. Nos trs primeiros planos, as
jndstrias de bens de produo recebiam em trno de 85 dos inves
timentos industriais. Durante a guerra a participao das mesmas
alcanou 93 , caindo depois
para
u a mdia de 87 .
Dentre as indstrias de bens de produo de se assinalar as
seguintes modificaes:
a)
metalurgia
pesada - os investimentos nesse ramo
industrial
tiveram
sua
participao
no total
dos investimentos
industriais pau-
latinamente
reduzidos a
partir
do terceiro plano, exceto no perodo
da guerra quando subiu novamente para chegar
em
1960 a crca da
metade do que havia sido no primeiro plano.
b) indstria qumica -
sua
participao tambm caiu continua
mente, mesmo durante a guerra e em 1960 ainda
era
inferior (6 )
a do primeiro
plano.
c) indstria petrolfera e do gs - sua participao que havia
permanecido constante
at
mesmo durante a guerra cresceu durante
o quarto e o quinto planos.
d) indstria do carvo - s a
partir
da
guerra sua
participa
o
aumentou
em
relao a 1918-1928
embora ligeiramente.
e)
indstria
de
mquinas ferramentas
- sua participao au-
mentou rpidamente
at
durante
a
segunda guerra,
caindo em seguida
e se estabilizando em trno de 12 .
f) indstria de material de construo - s a
partir
do
quarto
plano que
sua
participao
aumentou
substancialmente.
g)
indstria de equipamento
eltrico pesado - somente a
partir
do quinto plano
que sua
participao sofreu
aumento substancial.
Em trmos
de
ritmo
de crescimento dos investimentos, conforme
mostram os dados
da
tabela
4,
no perodo 1950-1960 as indstrias
que mais se destacaram foram: qumica, material de construo, equi-
5/17/2018 Economia Sovietica
15/107
20
REVIST A BRASILEIRA DE ECONOMIA
T BEL 4
TAXAS
DE CRESCIMENTO
DAS
DESPESAS
DE
CAPITAL DAS
E M P R ~ S A S
COOPERATIVAS
E ORGANIZAES
GOVERNAMENTAIS
POR SETORES
DA
INDSTRIA
ANOS
1950
1955
1956
1957
1958
1959
1960
1955
1956
1957
1958
1959
1960
I
' I
3 0
i:: '
I
'
;
C
o
'
5/17/2018 Economia Sovietica
16/107
PLANEJAMENTO NA URSS
21
pamento eltrico pesado, mquinas
ferramentas
e metalurgia pesada,
J
no perodo
1955-1960
sobressaram as indstrias qumicas, material
de construo e metalurgia pesada,
grfico 2 mostra o ritmo de crescimento dos investimentos in
dustriais segundo os dois grupos de indstria: bens de produo e
bens de consumo,
_ I N D S T I A
INDSTILl Df BENS Df CAI'ITAl
liiIIlII NlSTIIA Dl IEHS DE CONSUMO
..
PIAHO 2. PlANO 3."
I \AHO
lfD.32 IUW7
GRFICO 2
4.
PLANO
19445
Crescimento
das espesas de
Capital
na
n d ~ t r i a da
URSS
(Milhes
de
rublos a
preos
constantes)
Finalmente, examinaremos o comportamento dos investimentos
na agricultura. Os dados da tabela 5 mostram a evoluo dos investi
mentos agrcolas assim como a
sua
distribuio
entre
as fazendas esta
tais e as colcoses,
1 :
interessante observar como os investimentos das
colcoses tiveram sua participao gradualmente aumentada no total
dos investimentos agrcolas,
tendo
alcanado o mximo durante o
perodo da guerra - 83% A partir de ento nota-se que les passa
ram a corresponder a crca de metade dos investimentos do setor.
5/17/2018 Economia Sovietica
17/107
22
REVISTA
BRASILEIRA DE ECONOMIA
T BEL
5
DESPESAS
DE
CAPITAL DO GOVtRNO E DAS COLCOSES NA
AGRICULTURA
GASTOS
PRODUTIVOS)
A
PREOS CONSTANTES
MILHES DE RUBLOS
PERCENTAGENS
I
Total
Govrno I
Colcoses
I Govrno 1
Colcoses.
I
1918-1928
exceto
4. trim.
125
102
23
82
18
1928)
}.O Plano
( 1928-32)
1196
905
291
76
24
2. Plano
0933-37)
2120
1200
920
57
43
3.
Plano 0938-40)
2008
789
1219
39
61
}.o
jul.
1941-1.
jan.
194
1724
297
1427
17 83
4. Plano
1946-50)
5385
2509
2876
47 53
5.
Plano
1951-55)
12270
6405
5865
52 48
1951
1861
1025
836
55
45
1952
1933
971
962
50 50
1953 1910
881
1029
46
54
1954
2762
1536
1226
56
44
1955
3804
1992
1812
52
48
1956
4024
2118
1906
S3
47
1957
4203
2343
1860
56
44
1958
4741 2279
2462
48
52
1959
5071
2021
3050
40
60
1960
5192
2471 2721
48
52
Total
1918-1960
48059
23439
24629
49
51
FONTE:
Kapitalnoe
Stroitielstvo v SSSR,
op.
cito
pg.
155.
Os dados abaixo mostram o ritmo de crescimento dos
investimen
tos agrcolas como um todo e dos
investimentos
das fazendas e coope
rativas estatais e das colcoses. V-se que os
investimentos
governa-
RITMO DE CRESCIMENTO DOS INVESTIMENTOS DO O V ~ R N O
E DAS COLCOSES
NA
AGRICULTURA, 1953-1960
Total
os
no Investimentos Govrno
olcoses
1953.
1
1
1
1954.
149 182
122
1955.
2 3
23
18
1956. 216 245
192
1957
. 227
274
187
1958.
255
272 241
1959. 276 253 296
1960.
o
287
311 268
FONTE: Kapitalo08 Stroitielstvo v
SSSR,
Statistichieslri SbOl nick, Moskva 1961,
pg. 154.
5/17/2018 Economia Sovietica
18/107
PLANEJAMENTO
NA
URSS
23
mentais entre 1953
e
196
cresceram mais
rpidamente que
os das
colcoses.
O
gerente
da
emprsa
sovitica visa
maximizar
o valor bruto da
produo
dentro
das
linhas
do plano, mesmo que,
para cumprir
seu
objetivo, le tenha que divergir da meta de produo em trmos fsi
cos estabelecida pelos planejadores. Em uma economia de mercado
no existe nenhum objetivo dominante, ou seja, cada
produtor
ou
consumidor
tenta tornar
mxima sua satisfao.
Observam-se grandes discrepncias,
na
prtica,
em
relao
s
leis
que se alegam prevalecer numa economia socialista.
Tem
havido
um
adiamento em se incrementar significativamente os baixos nveis de
consumo vigentes at que os setores bsicos tenham tido suas metas
realizadas. No se pode deixar de assinalar que o planejamento eco
nmico sovitico tem tido como escopo no um desenvolvimento har
mnico
entre
todos os setores da economia, mas, propositalmente,
um
desenvolvimento distorcido que tem causado atritos e desgastes fre
C entes.
De acrdo com as declaraes oficiais essa discrepncia, bvia
entre
a operao
da segunda
lei e a prtica,
explicada
pela
distino
t ntre os planos e a
lei.
Assim, conforme so elaborados pelas
autori
dades os planos
refletem
a lei mais ou menos
fielmente. Se
o plano
viola a lei drsticamente,
surgiro
srios desequilbrios. Essa distin
o
entre
a
prtica
do
planejamento
e a
segunda
lei,
reduz
a
mesma
a uma espcie de aviso generalizado
contra
polticas inconsistentes e
contra a convico que tm os planejadores de que
tudo
possvel,
pois
tm
contrle sbre o estado.
3. ADMINISTRAO DO PLANEJAMENTO
O
planejamento
organizao e contrle
da
economia sovitica
liderado pelos altos escales do Partido-Estado. A alta administrao
da economia sovitica composta do Comit Central do
Partido
o
Conselho de Ministros da Unio e os executivos dos comits econ
micos especializados
em
planejamento, mo-de-obra,
etc.
A administrao operacional, ou seja, aquela ligada diretamente
venda de produtos exercida quer pelos gerentes dos
ramos
nos
ministrios da Unio ou nas indstrias no nvel das repblicas pelos
conselhos econmicos regionais (sovnarkozes - soviet narodnogo Ko
ziaistvo) e pelos gerentes das fbricas. No caso das
pequenas
inds-
5/17/2018 Economia Sovietica
19/107
24
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
trias
e
artezanatos
agrupados
em
cooperativas) as funes
de
admi
nistrao so exercidas
por
rgos dos soviets locais.
O sistema sovitico de planejamento
requer
uma enorme quan-
tidade
de informaes e dados,
que
so produzidos e consumidos
p
dois rgos centrais: a Administrao Central de Estatstica T U -
tcentralnoe statisticheskoe, upravlenie) e o Comit Central de Pla-
nejamento, o Gosplan gosudarstvennaia planovaia Komissia). Am
bos tm
estruturas
semelhantes e se ramificam no nvel das repbli-
cas, provncias, cidades, etc.
A
T U
recebe as informaes das emprsas, instituies, etc., pas
sando-as ao Gosplan,
que
de
acrdo com as
diretrizes
do govrno pro
cessa as informaes e
elabora
os esboos
de plano para
a economia
como
um
todo
para
cada
um de
seus setores. Aps a discusso dsses
esboos nos diversos nveis operacionais
da
economia o Gosplan con
solida as informaes devolvidas pelas
unidades
produtivas e as ins
trues recebidas dos rgos executivos do Partido-Estado em um
plano econmico
final.
O Gosplan
determina
em detalhe os novos
investimentos
e as
trocas
entre
as repblicas;
controla
a alocao
de
suprimentos
escas
sos de bens de produo e de consumo e fixa, alm disso, a maioria
dos preos.
Cada emprsa deve esboar seu programa de produo
para
um
prazo curto e apresent-lo ao degrau
imediatamente
superior
da
hie
rarquia,
um
sovnarkoz ou
um
combinado. Para cada perodo de ope
rao do plano so feitas conferncias de gerentes e tcnicos nas
quais
so discutidas as possibilidades
de
produo. Essas conferncias
so feitas nos nveis dos sovnarkozes ou nveis mais elevados.
O plano
feito atravs de
um
processo de d e
tira que
opera
na
economia do pas. A
medida que
os
projetos
e
programas
so
levados
para
as instncias superiores les
devem ser
sistematizados e
consolidados.
Por
outro lado, quando as instrues e esquemas de ati-
vidade so emanados de
cima para
baixo, les
tm que ser interpre-
tados, especificados e ajustados a
cada fbrica.
O planejamento
central
e a
administrao
unificada no poder
prescindir de ajustamentos no prprio processo de formalizao das
tarefas
determinadas pela autoridade
central.
No entanto,
uma
vez
que
se toma uma
deciso
ela se torna um
padro fixo, em relao
ao qual a
performance ser
controlada e julgada.
5/17/2018 Economia Sovietica
20/107
PLANEJAMENTO NA URSS
25
A Administrao Central de Estatstica TSU) , o Gosplan da
Unio e os gosplans das repblicas, os ministrios econmicos e os
conselhos econmicos regionais compem-se de
departamentos
como
qualquer grande
sociedade
annima, de
acrdo com os
ramos ou
sub
divises territoriais. O campo operacional ou territorial e de produ-
o trata da correlao de tdas as informaes e instrues sbre
investimentos,
suprimentos
e preos por setores, ramos e regies.
Nos ministrios econmicos os departamentos funcionais se
ocupam
principalmente
com planejamentos, tecnologia, investimentos,
flhas de pagamentos e finanas; os departamentos operacionais ou
administraes principais glavks - glavnoe upravlenie) dirigem os
ramos industriais ou comerciais.
Nos conselhos econmicos regionais sovnarkozes) os departa-
mentos funcionais so os mesmos do Gosplan e dos ministrios, ao
passo que os departamentos operacionais correspondem aos princi
pais ramos da
indstria,
isto , pesada, leve, construo de mqui-
nas, etc.
O atual sistema de administrao do planejamento, como j
men-
cionamos,
surgiu
em
1957
aps uma reforma
que
acabou com o sis
tema de ministrios industriais no
nvel
da Unio e criou os sovnar-
kozes. Os nicos ministrios industriais
que
subsistiram foram o da
energia
eltrica que
administra
a
rde
de
energia
interligada, fican
do as centrais eltricas subordinadas aos respectivos sovnarkozes) e o
das
mquinas ferramentas
mdias,
que
se acredita
estar
ocupada com
assuntos relativos
energia
nuclear.
Os
diagramas
a
seguir
vizualizam a modificao ocorrida com a
reforma
de 1957, no que diz respeito ao sistema de subordinao:
No primeiro
diagrama
no esto includas as grandes regies em
que se dividem as grandes repblicas.
Os
argumentos
econmicos alegados
podem ser sumariados
como
segue, embora, em parte,
tenha
havido objetivos polticos para que
>e
fizesse a reforma:
1.
Havia
uma
tendncia
da parte
dos ministrios
industriais
para
se tornarem imprios econmicos autrquicos. Em parte isso se
devia crnica incerteza na obteno de suprimentos, o que causava
uma
relutncia
em
depender
de outros ministrios, e ocasionava a
criao de bases de
suprimentos
no prprio ministrio,
ou
fbricas
ministeriais
para produzir
os componentes necessrios. Outra expli-
5/17/2018 Economia Sovietica
21/107
NTES
MINISTRIOS
INDUSTRI IS
D UNIO
E M P R ~ S S
D UNIO
GOVRNO
D URSS
MINISTRIOS
INDUSTRI IS
D l N O E
D S
REPBLIC S
NiVEl D UNIO
MINISTRIOS
INDUSTRI IS
D UNIO E D S
REPBliC S NVEL
EMl atsAs
DA uN o E D S REPBLIC S
MINISTRIOS
D S REPBLIC S
EMPRs S
D UNIO
LOC IS
DEP RT MENTOS
INDUSTRI IS LOC IS
EMPRS S
LOCAIS
t-,
::o
tT
t l
::o
U l
~
i
~
~
:;:
5/17/2018 Economia Sovietica
22/107
8DEf )1S
O V ~ R N O
DA
URSS
\
\..
EMPRtsA$ DA UNIo E DAS W()81ICAS
'
OUTRAS AGNCIAS ECONMICAS
CENTRAIS
DEPARTAMENTO
DE
PLANEJAMENTO DAS
AUTORIDADES LOCAIS
EMPRts s LOCAIS
Z
-
..
O
Z
C
C/l
C/l
5/17/2018 Economia Sovietica
23/107
28
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
cao
era
a
fraqueza
das
autoridades
coordenadoras
diante da
com
plexidade crescente da estrutura industrial.
O
Gosplan havia
se tor-
nado
muito
fraco
para
fazer os
vrios ministrios trabalharem em
conjunto.
Essa
autarquia
ministerial
se
manifestava
sob
vrias
for
mas de
desperdcio, como seja,
pequenas fbricas produzindo
compo
nentes para imprios ministeriais espalhados por
tda
a URSS. Isso
causava um congestionamento
das vias
frreas
j
tradicionalmente
sobrecarregadas.
Em
resumo, a
integrao vertical
e
horizontal
eram
ambas estimuladas
ou
limitadas por
linhas
de fronteira ministeriais
em lugar de
s-lo pelas fras econmicas.
2. No
havia nenhuma
autoridade
efetiva responsvel
pelo pla
nejamento
regional. No
obstante
algumas tentativas
feitas aps a
morte de Stalin para fortalecer
a posio
das repblicas tdas as
linhas de comando cortinuavam estendidas at
Moscou e
ningum
em uma rea tinha
autoridade
para
examinar ou
agir no que
se
referia
s potencialidades da
mesma de
um
ngulo que ultrapassasse
as
fronteiras interindustriais. Tal estado de
coisas
freou
o desenvol
vimento de
novas reas. como
por exemplo na Sibria. Fbricas pr-
ximas umas
das
outras no podiam
transacionar porque estavam
su
bordinadas
a
ministrios
diferentes
e
no
havia
nenhum
rgo local
encarregado
disso.
3.
Havia grande
desperdcio fcil de
evitar pela
utilizao de
subprodutos. Assim, os
produtos petroqumicos poderiam ser
baseados
em
subprodutos da
indstria
do
petrleo
mas
no
havia nenhuma
ligao
direta
entre
o Ministrio dos
Produtos
Qumicos e o Minist
rio
da
Indstria
do
Petrleo.
4. A
concentrao
de
autoridade
em
Moscou
sbre emprsas
espalhadas por
todo o
pas provocava atrasos burocrticos
para solu
cionar
os
problemas
dirios das
mesmas.
As
fraquezas
citadas acima
existiam j h muito tempo
e
eram
provenientes
em
parte. de
se
basear
o
planejamento
e o
contrle
sbre
os setores
industriais. Portanto
a
sua existncia no
era
razo
suficiente para explicar
a
reforma.
O
que ocorreu
foi
que
os
encar-
gos
de planejamento
e
administrao
a
partir
do
centro cresceram
com
o
crescimento
da prpria
economia, o
que
fz
com que
se desse
uma
espcie
de
evoluo
elementar
da autoridade
dos
sistemas
de
ministrios industriais
devido
dificuldade inevitvel da
coorde
nao.
O nvo
sistema
baseado no princpio
territorial.
No fim
de
196
a URSS se dividia em 1 3 conselhos econmicos regionais Sov-
5/17/2018 Economia Sovietica
24/107
PLANEJAMENTO NA URSS
9
narkozy).5 f:sses conselhos, freqentemente
(embora
nem
sempre)
so coextensivos com as
fronteiras
dos oblasts existentes, e no com
nenhuma regio econmica ou geogrfica. Assim, a bacia do Donetz
foi dividida
em
trs
sovnarkozes.
J
emprsas de importncia mera
mente
local so administradas pelos soviets locais.
Entretanto,
a gran
de maioria das emprsas industriais e de construo civil subor
dinada aos sovnarkozes. Todavia, o sovnarkoz no responsvel pela
agricultura, transporte ou comrcio
varejista,
a no ser quando essas
atividades esto associadas indstria ex., fazendas auxiliares, meios
de transporte de uma fbrica, cantinas de uma fbrica, etc.) .
O sovnarkoz
depende diretamente
do govrno
da
repblica. As
repblicas menores Georgia, Latvia, Bielorussia, etc.) constituem
elas mesmas
um
sovnarkoz.
Em
contraste, a Repblica
Federal da
Rssia
(a partir de
31-12-62) conta com
vinte
e quatro sovnarkozes,5
a Ucrania com nove e o Kazakstan com sete.
A cadeia
de
comando
parte de
Moscou e atravs dos governos
das repblicas chega aos sovnarkozes e, ento, s
vrias emprsas
que
a le pertencem. Ao sovnarkoz cabe nomear e demitir os gerentes
as
emprsas,
tarefa
que
cabia
anteriormente
aos
glavk ministeriais.
O sovnarkoz tem uma organizao que varia muito de uma regio
para outra de acrdo com a atividade
industrial
da mesma. Todos
possuem
um
conselho tcnico-econmico que funciona como um rgo
consultor. Tm vrias divises funcionais que
tratam
do
suprimento,
planejamento, mo-de-obra, etc. e um
nmero
varivel de departa
mentos industriais setoriais - mquinas ferramentas pesadas, equi
pamento
eltrico,
produtos
qumicos, etc. etc.
A tarefa precpua do sovnarkoz supervisionar o cumprimento
do plano, embora tenha autoridade para decidir sbre a composio
da produo quando a mesma no fr prescrita pelo plano.
Deve o sovnarkoz encorajar novas tcnicas e a especializao
ra
cional
na
regio,
na medida em
que isso possibilite o
cumprimento
5)
No artigo de
Cook
P -
Party,
State
and Economic RecTganization
in
the
USSR,
E m
The
ASTE
Bulletin vol. V, n.o 1, p.
2/11,
feita
uma anlise
das
modi
ficaes
ocorridas
na
estrutura econmico-administrativa da
URSS E m
fins de
1962. Entre as
vrias
modificaes
citam-se (a)
reduo do nmero de
sovnarkozes de 100 para 47 ou 48. Foi criada um sovnarkoz para a
URSS
e
mantidos
os
supersovnarkozes
no
nvel de repblica, da RSFSR, Ucr
nia e Kasakstan. Assim, o nmerc total de sovnarkozes
primrias
e supervisores
da
ordem
de 51-52;
(b) maior importncia dada ao
Gosekonomsoviet (Supremo
Conselho
Econmico) que passou
a
supervisionar
o Gosplan, o sovnarkoz de
URSS
e o recm-criado Gostroi (Comit
Estatal
para a
Construo).
5/17/2018 Economia Sovietica
25/107
3
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
do plano com
custos
mais
baixos.
Apesar
de ter
que se
guiar
por
ordens
recebidas da
hierarquia superior,
les
tm uma
amplitude
de
escolha,
no que
se
refere
ao modo
de
execuo. No
entanto,
essa
amplitude
bem
definida
por
lei; les
tm
contrle
sbre
uma
reser
va de investimento que corresponde
a 5
do investimento total pla
nejado para
a regio.
Porm, embora
les
tenham liberdade
para
dirigir
sse
montante
de
investimentos, no podem afetar adversa
mente setores
chave. i
4. TCNICA DE
PLANEJAMENTO
4.1
laborao do Plano
o plano
um
programa de
ao
que coordena
informaes,
pre
vises e
diretrizes referentes
produo em um
perodo dado. No
planejamento
sovitico as produes-chave, as
metas de emprgo
e
as principais metas de
consumo so
expressas em trmos
fsicos.
Existem
dois tipos
de
planos:
planos perspectivos
(a mdio
pra
zo,5
a 7 anos) e
planos
anuais,
que
se referem
produo,
consumo,
etc. Os dois tipos
de
planos devem
ser
coordenados e subdivididos
em perodos operacionais
(trimestres ou
meses) e
por
nveis
opera
cionais, setoriais e geogrficos (regies, distri tos,
localidades).
Foram
utilizados
at
o
momento
planos
de
5 a 7
anos
porque
correspondem
ao
perodo
nece.:.srio
para projetar, planejar, construir
e operar novas
indstrias.
Como na prtica os
investimentos ocorrem
t;m
qualquer
ano
do plano, os
planejadores
soviticos
esto agora
procurando pr em
pr&tica
uma
sugesto
feita
nos anos
2
e
que
diz
respeito
a
um
planejamento
flexvel.
Segundo
essa sugesto,
cada
ano
seria
compilado
um
nvo
plano de
5 a 7 anos, e os
pontos
iniciais
e finais
da projeo seriam
movidos
para
a
frente
anualmente.
Dessa
maneira, seria
possvel aos
planejadores
modificar
a
trajetria
que
leva concluso do plano, e
vislumbrar-se-ia continuamente
um
perodo
mvel
de 5 a 7
anos.
afirmao corrente
dos economistas soviticos que,
desde
o
incio do
sistema de
planejamento,
a
elaborao
dos
planos
se faz
mediante
um mecanismo
duplo
de
descida e
subida
dos
projetos,
cabendo
aos Gosplans
das
repblicas
e ao
Gosplan da
Unio
assegurar
6) Para uma descrio p l a
dos novos
rgos
criados
pela reforma
de 1957,
tanto no
nvel
da Unio cerno no da
repblicas, consulte-se Nove, A -
The
Soviet Economy
pg.
73/79.
5/17/2018 Economia Sovietica
26/107
PLANEJAMENTO NA URSS
3
a coerncia dos mesmos e
impor
os objetivos nacionais prioritrios.
Na verdade
esta
regra s passou a ser mais bem
respeitada
aps a
reforma
de
1957; todavia ela no significa que os projetos vindos
dos escales
inferiores possam
afetar
a
prioridade decidida
pelo Gos-
plano Por outro lado, segundo a reforma
de
1957, os sovnarkozes e as
emprsas
tm o
poder de fixar
os detalhes dos objetivos
de
produo
porm sempre
dentro da faixa de diretrizes formuladas
pelo Gosplan.
A elaborao do
plano pode
ser
dividida
em trs fases:
a Escolha
de
opes polticas com base nas informaes eco-
r.micas.
o
incio
da
elaborao do
plano
comea com um levantamento
e anlise dos dados econmicos
relevantes
feito pela
Administrao
Central de Estatstica
e pelo
Gosplan.
Com base nessas informaes e
levando em conta
consideraes
de ordem
poltica
no campo
social,
internacional
e militar o Conselho
ele
Ministros promulga as
diretrizes gerais para
o
prximo plano.
Essas
diretrizes
do os objetivos gerais
da
poltica econmica,
decidindo
de imediato
as opes principais.
Ne ;sa
fase,
entretanto
elas
so puramente qualitativas.
Tdas as
unidades
econmicas
da
Unio, do Gosplan s emprsas
recebem
as
diretrizes
e devem elaborar imediatamente os
projetos
de plano de
sua
esfera.
Dsse modo, se inicia um duplo
movimento
de
descida e
subida de
projetos.
b A descida dos projetos e dos algarismos de contrle do
Gosplan.
o Gosplan
da
Unio
elabora
um
primeiro
esbo de
plano
com
base nas
diretrizes
gerais do
govrno.
O material estatstico que chega constantemente ao Gosplan per-
mite que
le
proceda
ao
que chamaramos uma projeo
do
produto
nacional e
de
seus
componentes. Para
isso
utilizada
uma metodo-
logia
bem
diferente da que
se
emprega
no ocidente, o
chamado
m.
todo dos balanos, tanto
materiais
como monetrios que ser visto
mais adianta.
5/17/2018 Economia Sovietica
27/107
32
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
Os objetivos mais importantes
dentre
os algarismos de con
trle , so:
1 a taxa global de acumulao (relao
entre
os investimentos
lquidos e a renda nacional lquida);
2) a diviso do volume total
de
investimentos segundo os ramos
a economia nacional;
3)
repartio
dos investimentos pelas Repblicas
da
Unio, com
fixao dos montantes referentes aos setores prioritrios.
Essas indicaes sero detalhadas pelos Gosplans das Repblicas
e pelos sovnarkozes.
O planejamento da produo,
em
1957, abrangia 1.500 produtos
ou classes de produtos, no nvel do Gosplan da URSS; crca de 2.500
no escalo dos Gosplans das Repblicas e de 50 a 60.000 no dos sov
narkozes. Parece que essas diferenas de
nmero
de produtos (clas
ses) planejadas no calcada
em
nomenclaturas encaixadas
entre
si. Os itens das nomenclaturas superiores, so ora constitudos
por
agregados das nomenclaturas inferiores, ora repetem itens detalhados
dessas, quando se trata de produtos-chave.
H
uma
tendncia globalizao do planejamento dos produtos
no nvel do Gosplan
da
Unio. Assim, em 1954, o Gosplan da URSS
planejava 5.000 produtos industriais,
em
1957, 1.500,
em
1958, 1.100
e apenas 300 em futuro prximo. Tem sido dada
uma
liberdade cada
vez maior aos rgos de planejamento republicanos e regionais. To
davia, essa liberdade parece mais
restrita
no que diz respeito aos
investimentos
lquidos,
uma
vez
que
as decises
~
tomadas pelos
Gosplans das Repblicas, aos quais os sovnarkozes e as emprsas
E'ncaminham seus pedidos.
c) Subida das propostas das emprsas; sua insero no plano
Parece
que o movimento de baixo para cima (emprsas ao Gos
plan da Unio) se faz em trs etapas sucessivas. A primeira existe
sempre, pois faz
parte
do sistema contnuo de informaes, que,
atra-
vs das see6 de planejamento, liga as emprsas ao Gosplan da
Unio. A segunda se inicia quando as emprsas recebem as diretri-
zes gerais e iniciam embries
de
projetos. A terceira, finalmente,
a volta dos algarismos de contrle , enriquecidos com os detalhes
fornecidos pelos rgos inferiores.
5/17/2018 Economia Sovietica
28/107
PLANEJAMENTO NA URSS
33
Uma vez de posse das
diretrizes
gerais , as
emprsas
estudam
[lS possibilidades de racionalizao
que
permitam u'a melhor utiliza
o
da
capacidade produtiva existente e as necessidades de expanso
da
mesma. Essas sugestes so
enviadas
aos sovnarkozes,
que
as fil
tram,
harmonizam
e a elas
acrescentam
seus prprios projetos, antes
de transmiti-los aos Gosplans das Repblicas.
Parece
que
aos Gosplans das Repblicas que compete ajustar
os
detalhes
dos
investimentos
lquidos propostos
pelas emprsas
aos
algarismos de contrle
fixados pelo
Gosplan da Unio para
os di
versos
ramos.
Atualmente,
a discrepncia entre o
total
dos
investimentos
pro
postos pelas
emprsas
e o
total autorizado
pelo
Gosplan da
Unio
da ordem
de 20 a 25'; .
Apesar
de ser
bem grande,
de
se assinalar
Cjue
antes
da
reforma
de 1957 essa discrepncia chegava a ser de
40
a 5 0 ~ .
Somente aps os projetos das emprsas terem passado pelos sov
narkozes e pelos Gosplans
das
Repblicas, e
terem
sido inseridos no
projeto de
plano,
que
o
mesmo
enviado
pelo
Gosplan
da
Unio
ao Conselho
de
Ministros e ao
Soviet Supremo,
que o transforma
em
lei (O grfico 3
em
anexo, visualiza o
cronograma
do plano
corrente).
o
atual
plano
setenal
sovitico (1959-1965) distingue-se dos pla
nos
anteriores pela
articulao do
pl nej mento
perspectiv com o
pl nej mento corrente (anual). At 1957, o planejamento perspec
tivo se ocupava
apenas
em
fixar
os objetivos e
testar
a
sua coerncia
apenas
para
o
ano final.
Nenhuma
seqncia
era
explicitada no
mo
mento
da elaborao do plano perspectivo. Cada ano, os planejadores
~ contentavam
apenas em
elaborar um plano anual e os balanos
correspondentes,
retomando
as
etapas
do plano qinqenal. Os planos
anuais eram mais detalhados que os planos perspectivos qinqenais,
de vez
que
ao
contrrio
dstes,
que
fixavam
apenas
objetivos para
os
ramos industriais,
les desciam
at
s emprsas.
Atualmente,
no existe mais
tal
dualidade de documentos. De
um
lado
o
plano setenal fixou
os
objetivos
do
stimo
ano, como
tam
bm
os
de
todos os anos intermedirios. De outro, le congrega os
objetivos, tanto os finais, como os dos anos intermedirios; tanto os
dos ramos, como os das emprsas.
Outra inovao o
estudo
pelo Gosplan de planos a longo
prazo.
O objetivo do plano a longo
prazo
fixar as
tarefas
de desenvolvi-
5/17/2018 Economia Sovietica
29/107
34
REVIST A BRASILEIRA DE ECONOMIA
NVEL
DE
PlANEJAMEl> TO
1
A 400
BALANOS
MA.HRIAIS
METAS fRELIMINAPES
DE PROt>uO
GOSPLAN DA
URSS
GOSPLAN
DAS
REPBLICAS
SOVNARKOSES
eMPRSAS
COOIWENAC;O
ALOCO DE M A W ~ I A S P R : M A S
:
PilO DUTOS SE I.ACAB.\DOS
PLAN05
DE ENTRES.\.
ENCO.y,ENDAS
E
PRO;:Jl . O
PARA CRCA Df 2 : POS
E GR P'.:)5
DE ~ S
MAIO
JUt-.HO
JULHO AGOSTO SETEMBRO OUTUBRO NOVE v.6RO DEZEMBRO
GRFICO
3
Cronograma do
Plano Corrente
mento nos
setores
bsicos,
em
funo das necessidades e
do
progresso
tcnico previsto e sua difuso. No momento se
prepara
um
plano
de
15
anos.
4.2
O
Mtodo
d'Js
alanos
Os economistas so iticos so
unnimes
em afirmar
que
o plane-
jamento por les levado a cabo baseado no mtodo dos balanos,
o que assegura
coerncia
setorial e permite evitar
pontos
de estran-
gulamento. Como sabido, e como veremos
mais
adiante, tem sido
uma constante do
desenvolvimento
econmico sovitico o
apareci-
mento de desequilbr:os, devido principalmente rigidez com que se
implementam
as
prioridades, em
detrimento
do
setor
produtor
de
bens de consumo.
Os planos so fo:::malizados em trmos fsicos e monetrios, po-
rm os diversos
balanos
envolvidos
no
so interligados consisten-
temente.
De
um lado, os
balanos
materiais
no
so
unidos
em
um
nico sistema que resolva todos os
problemas
referentes s relaes
5/17/2018 Economia Sovietica
30/107
PLANEJAMENTO NA URSS
35
intersetoriais.
Do
outro,
os balanos
monetrios
-
contas
nacionais
- estabelecem
largas
relaes entre o consumo e o investimentos,
mas
no so concretamente coordenados com as relaes
interseto
riais de produo
e
distribuio.
As falhas no
plano
e a
separao entre seus
dois aspectos tm
ocorrido principalmente
porque
os
planejadores tm tido
necessidade
e podido se concentrar apenas em
alguns
ramos-chave
da
produo
material,
uma vez
que
surgem
enormes
dificuldades
prticas
ao
se
tentar
ir alm
dos nputs de
primeira
ordem para a
determinao
dos coeficientes tcnicos das funes de
produo mesmo
para
pro
dutos chave
e
tambm
porque
o
sistema de preos
muito distorcido.
O ncleo de um plano sovitico consiste de
metas
fsicas esco
lhidas
de
produo, emprgo e consumo, por setores, regies, etc.
O plano construdo em trno de
metas
de produo e
de expan
so
da
capacidade produtiva necessria das indstrias lderes (elos
-chave do
plano),
seus
ramos
primrios e
finalmente
os
outros
seto
:res
de
importncia
secundria
incluindo as indstrias
de
bens
de
consumo.
Milhares
de
balanos
materiais
e crca de
setecenws
grupos prin
cipais de
produtos
so usados nos planos anuais. Um balano material
mostra as relaes correntes ou desejadas entre os suprimentos e sua
alocao para
bens
especficos ou grupos de bens. Seja i o
supri
mento fsico total de um
bem
dado, Xii as
partes
dsse suprimento
usadas
quer
no mesmo setor produtivo
ou
em
outro
setor
(digamos
j , e Xi a
sobra
disponvel
para
as u lidades familiares,
exportao
e
estoque. Os
planejadores devem
ajustar
os
itens
dos dois lados do
balano a fim
de obter
a
igualdade entre
o
total ofertado i
e o total
alocado X i i
X i ) ,
isto , i = X i i X i .
Em
sua essncia, um balano material um balano tipo
contbil
da oferta e procura de um
bem
conforme o modlo abaixo. No lado
das
fontes o item produo o mais
importante
pois,
na maioria dos
casos, le chega a
corresponder
a 9 ~ do suprimento.
Normalmente,
as importaes
so
insignificantes.
O
item outras
fontes
tem
im
portncia
varivel
- assim, para os
metais
ferrosos a sucata im
portante.
Os estoques abrangem
apenas
os dos supridores,
que
so
os nicos passveis de distribuio. Se os estoques em poder das
em
prsas estiverem acima do nvel considerado normal les so levados
em conta
e
subtrados das
necessidades
quando
se
elaboram
as zaiavki
(requisies)
da
emprsa.
5/17/2018 Economia Sovietica
31/107
36
REVISTA BRASILEIRA
DE
ECONOMIA
As
principais
categorias no
lado
a
distribnio so as
necessi-
dades de
produo
e operao e construes . O fundo de mercado
significa
aquela parte da produo que distribuda
com
muito pouco
processamento
ulterior para
satisfazer
s
necessidades
da
populao.
A reserva
do Estado
tem
como
finalidade
atender
a desastres
nacio-
nais
-
naturais
ou causados pelo homem. A reserva do Conselho de
Ministros
operacional, para
ser
distribuda
durante o ano s firmas
que esto ultrapassando suas metas de produo e tm necessidade
adicional daqueles inputs e
s
que
no
receberam os suprimentos que
lhe foram alocados,
em
virtude da
deficincia
de suprimento.
Monf t o D E BALAr-;O MATERIAL
Produto
X
Fontes
1. Produo
(a)
Pelas
Repblicas
2.
Importaes
3.
Outras
fontes
4. Estoques de fornecedo'es no in::io
do PG-rodo
Distribuio
1. Necessidades
de
produo e operao
(a)
Pelas
Repblicas
2.
Construes
3. Fundo do
mercado
4.
Exportaes
5.
Aumento
das reservas do
Estado
6. Aumento das reservas
do
Conselho de
Ministros
7.
Estoques
de fornecedorEs no fim
do
perodo.
ste
um modlo
agregativo
de b lano
material usado
pelo Go,plan da URSS.
Eulanos
materiais
em
formas modificadas
tambm
so usados pelos rgos
subal-
ternos
de
planejamento
Cf.
Levine, op.
eit. .
O problema cruchl no
emprgo da
tcnica dos balanos
materiais
como
so
equilibradas as fontes e a distribuio planejadas, quando
inicialmente j existe uma situao de desequilbrio.
Um
p r o b l e m ~
correlato o efeito q'cw tem sbre a oferta
de
um produto a
modifi-
cao que se d na
meta de
produo de um outro.
7)
Segundo
HerbsTt
Levine
in
The
C e n t ~ 2 l i z e d Planning of Supp:y
in
Soviet
Industry
publicado em Compansons
Df the
United States
and
Soviet
conol l l cs
(Joint
Economic Corrnlttee, Congress
of the
UI;iled States,
86th
Congress,
1st
Session,
1959)
em entrevista p2S'O:1l com economistas soviticos
ficcu aparente
que
a metas de produo dos supridcres ~ o estabelecidas em
um
nvel mais
alto do que
as entregas
planejadas
qUB
les devem fazer. Ecsa diferel,ca COllS-
titui as reservas do
Conselho
de I,1i,stro5.
Dursnte
o ano as firmas
;ecebem
ordens especficas aor:dc
devem
Enar a produo adicional.
5/17/2018 Economia Sovietica
32/107
PLANEJAMENTO NA URSS
37
Normalmente,
a
causa de um desequilbrio
o fato
de
a
procura
de um
produto
ser
maior
do
que
os
suprimentos
originalmente pla
nejados. Parece
que
o
mecanismo
dsse
desequilbrio
que
os
depar
tamentos industriais
do
Gosplan que esto organizados segundo
Unhas
de
produtos)
trabalham com
as
fontes
de
cada
produto, en
quanto
os departamentos de sntese trabalham com a distribuio. Os
dois tipos de departamentos
trab3lham
em
conjunto, tentando
alcan
ar
o
balanceamento, trocando
informaes
sbre
os ajustamentos
feitos.
Quais
so as
medidas tomadas quando
se descobre que a
pro
( ~ r a
de
um
produto
maior
do
que
a
oferta planejada?
Alega-se
que
o princpio bsico
que
um
plano
no tem
sua
meta reduzida
em virtude de um
ponto
de
estrangulamento no supri
mento
de
um bem
deficitrio. O que sucede
que,
de um
lado, o
departamento industrial correspondente procura aumentar
o
supri
mento
do
produto deficitrio verificando
se os
estoques
com
os
for
necedores
podem
ser reduzidos
ainda mais ou
se
as importaes pla
nejadas
podem ser aumentadas.
Todavia, o
principal
esfro
aumen
t.r a
produo corrente,
o que
deve ser
feito
dentro da capacidade
planejada
por
um
uso melhor ou mais
intensivo
do equipamento.
As \ zes o acrscimo
de capacidade
planejada pode ser
acelerado de
maneira que uma
maior
parte
do
ano
operada com
uma
capacidade
maior. Simultneamente
o
departamento
de sntese
se esfora
para
reduzir a procura pelo
bem deficitrio.
O princpio bsico
conseguir
tal
coisa
sem reduzir
as
metas de produo
dos
consumidores
do bem
deficitrio. O
mtodo
empregado
aurr:e:ltar a eficincia
no
uso dsse
bem,
economizando, racionalizando, etc.
Em
outras
palavras,
faz-se
presso
para
reduzir
ainda mais
as
normas
de
inputs Outro mtodo
substituir
os
materiais em
deficit
por
outros
mais abundantes. Du
rrmte todo o processo
de
balanceamento
o
princpio
da
prioridade
mantido.
Sempre
que possvel os
setores de importncia
secundria
que
tm suas alocaes
reduzidas ou
so
instados
a
usarem
subs
titutos.
Habitualmente
os balanos
materiais
s so
operados em suas
relaes de primeira ordem, ou
seja,
no
tentado nenhum
processo
iterativo. Apenas
em
alguns
casos especiais so
verificadas relaes
de segunda
ou
terceira ordem.
Herbert
Levine
8
acha
que, no processo de
balanceamento
usado
pelo Gosplan, mais importante do que
qualquer tentativa
de
iterao
8) Levine,
o:>
ito
5/17/2018 Economia Sovietica
33/107
38
REVISTA BRASILEIRA DE ECONOMIA
o
uso de tcnicas que evitam
os
efeitos de segunda
ordem.
Tal
coisa
certamente
verdadeira
quando se
fazem
modificaes na distribui
o do
bem
deficitrio. Faz-se presso nos consumidores dsse bem
para
economizar em seu
uso
atravs de uma produo mais
eficiente.
O
suprimento
do
material
deficitrio reduzido sem
nenhuma
modi
ficao na meta de produo do
produto que
o usa. Dsse modo a
modificao
original de rebalanceamento no
repercute
no conjunto
de
balanos
materiais. no tendo portanto efeitos de segunda ordem.
J
menos claro
em
que medida
se
podem
evitar
os efeitos
de
se
gunda ordem
ao se fazerem modificaes no lado das fontes. Quando
os estoques so reduzldos no existem ou
tm
pouca importncia os
efeitos
de
segunda ordem. Porm quando
a
meta de produo
au
mentada em um
esfro
para fechar um
balano isso
sempre trans
mitido aos demais setores em encomendas
aumentadas
de inputs As
respostas a sse tipo de pergunta so contraditrias. Acha Levine
que
o
que parece mais certo
que
normalmente
so
encomendados
suprimentos
adicionais porm s vzes as
metas aumentadas
do
produto
em
deficit devem
ser
cumpridas
atravs
de mtodos de pro
duo
mais eficientes sem
suprimentos
adicionais evitando os efeitos
secundrios.
A alocao dos
suprimentos depende
das n