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Ano 4 - N.º IV Outubro de 2015 Ecos da Misericórdia FUNDO RAINHA D. LEONOR SIMULACROS SERVIÇO DE FISIOTERAPIA FORMAÇÃO “DESDE 1534 AO SERVIÇO DE DEUS E DO PRÓXIMO” NOVO COMPROMISSO DA IRMANDADE Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas II JORNADA DE ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS INAUGURAÇÃO DO JARDIM GERIÁTRICO NA CASA DE REPOUSO VISCONDE DE S. GIÃO ARRAIAL DE S. PEDRO FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE ARQUITETURA E ESPECIALIDADES CASA DE REPOUSO VISCONDE DE S. GIÃO DIREITO DE SUPERFÍCIE CENTRO DE DIA S. SIMÃO TELHADO DA IGREJA DO CARMO SERVIÇO DE NUTRIÇÃO

Ecos da Misericórdia

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Page 1: Ecos da Misericórdia

Ano 4 - N.º IV Outubro de 2015

Ecos da Misericórdia

FUNDO RAINHA D. LEONOR

SIMULACROS

SERVIÇO DE FISIOTERAPIA

FORMAÇÃO

“DESDE 1534 AO

SERVIÇO DE DEUS E

DO PRÓXIMO”

NOVO COMPROMISSO DA IRMANDADE

Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas

II JORNADA DE ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS

INAUGURAÇÃO DO JARDIM GERIÁTRICO NA CASA DE REPOUSO VISCONDE DE S. GIÃO

ARRAIAL DE S. PEDRO

FINALIZAÇÃO DO PROJETO DE ARQUITETURA E ESPECIALIDADES CASA DE REPOUSO VISCONDE DE S. GIÃO

DIREITO DE

SUPERFÍCIE

CENTRO DE DIA S. SIMÃO

TELHADO DA IGREJA DO CARMO

SERVIÇO DE NUTRIÇÃO

Page 2: Ecos da Misericórdia

RESPONSABILIDADE SOCIAL COM SUSTENTABILIDADE

Segundo al-guns estudos pode-se afir-mar que 46 % da população portuguesa se encontra em risco de pobre-za se não fos-sem os apoios sociais. Com base nisso é necessário refletir e deba-ter as novas formas de pro-teção, públicas ou privadas, e

assumir o Social como um compromisso de todos e para todos os que intervêm nesta área.

É de todo sabido que o número de famílias economicamen-te desfavorecidas têm vindo a aumentar e isso reflete-se

no apoio que damos diariamente através do Gabinete de Ação Social. Todos os dias surgem novos casos, quer seja apoio nas cantinas sociais quer seja naqueles que nos pe-dem alguma ajuda financeira para pagar a conta da água, da luz, do gás, dos serviços fúnebres, etc.

Com base nestes factos resta-nos questionar: Quais os desafios que se colocam à atuação da Misericórdia num quadro de crise e de uma sociedade em profunda mudan-ça? Quais os desafios à viabilidade financeira da Misericór-dia? Quais as mudanças necessárias com vista à sustenta-bilidade da Misericórdia? Como satisfazer as necessidades básicas das pessoas necessitadas, sem hipotecar a susten-tabilidade das instituições?

As IPSS e a grande maioria das Misericórdias são depen-dentes dos apoios provenientes dos protocolos celebrados com a Segurança Social, Ministério da Saúde e da Educa-ção. O que se tem observado nestes últimos anos é que a escassez de recursos públicos atuais e previsíveis para os anos vindouros obrigam as Misericórdias a repensarem o seu modelo de gestão. O grande desafio à atuação da Mi-sericórdia é continuar a responder às necessidades sociais, antigas e novas, mas na base de apoios financeiros mais diversificados. Os apoios públicos continuarão a ter um papel importante na estrutura da Misericórdia, mas não podem continuar a ser encarados como a predominante e quase exclusiva fonte de receita.

Todos tendemos a tomar por garantidos os serviços sociais prestados pela Misericórdia e a sua autossustentabilidade,

no entanto, as atuais problemáticas sociais obrigam-nos à tomada de consciência que necessitamos alterar os para-digmas sobre a modalidade de sustentabilidade da mesma. Ou seja, necessitamos criar uma cultura de parceria e coo-peração ativa com os desígnios da Misericórdia imbuídos da cultura da prática das obras de misericórdia. O modelo de gestão face às exigências legais e desafios sociais obri-ga-nos a profissionalizar serviços que até agora eram de-senvolvidos por voluntários sem formação e competências. Profissionais competentes no desenvolvimento do serviço técnico e social contribuem para a redução de custos e da morosidade dos processos sociais.

Um maior envolvimento da sociedade na sustentabilidade da Misericórdia obrigará que a mesma cultive uma abertu-ra à comunidade que a rodeia, divulgação das suas ativida-des, importância social das mesmas, promoção da sua imagem como instituição ao serviço do próximo e de Deus, até porque “não se pode ajudar o que não se conhece”. A mesma abertura à sociedade contribuirá para o desenvolvi-mento de uma cultura de voluntariado sério e dedicado assente nos princípios identificadores da Misericórdia.

As relações de cooperação com a sociedade empresarial e comercial serão importantes para o estabelecimento de acordos de partilha de sinergias e de produtos que pode-rão contribuir para a diminuição de despesas na conta corrente da instituição.

A estratégia de gestão implementada para redução de custos tem passado pela centralização das compras, cen-tralização dos serviços da lavandaria, criação da seção de obras, centralização dos serviços administrativos e a exis-tência de uma coordenação geral, com sinais positivos e significativos na gestão da Misericórdia. No entanto, urge centralizar o serviço de gestão da frota, criar ou recriar novos serviços sociais para fazer face às problemáticas sociais e aumentar a escala para a redução de custos cola-terais.

Pela nossa missão e experiência dos 481 anos de existên-cia, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas continu-ará empenhada em participar ativamente na construção de uma sociedade mais coesa e de um Estado Solidário. A Santa Casa tudo fará, no âmbito das suas competências e capacidades, por superar as contrariedades sociais. Para o efeito, torna-se necessário estimular um verdadeiro espíri-to de cooperação interna e encontrar a combinação de estratégias de redução de custos e de aumento das recei-tas próprias que lhe permita atingir o equilíbrio económico-financeiro num quadro de quebra das transferências públi-cas.

António Gouveia

“...as atuais problemáticas sociais obrigam-nos à tomada de consciência que necessitamos alterar os paradigmas…”

Page 3: Ecos da Misericórdia

“OBRAS DA MISERICÓRDIA: UM DESAFIO À IRMANDADE”

A Irmandade

da Santa

Casa da Mi-

sericórdia de

Torres Novas

é uma asso-

ciação de

fiéis que, no

campo soci-

al, funda-

menta a sua

atuação na

aplicação das

14 obras de

Misericórdia

(Compromisso da Irmandade).

Neste contexto, nunca será demais refletir sobre as obras

de Misericórdia corporais: Dar de comer a quem tem fo-

me; dar de beber a quem tem sede; vestir os nus; acolher

os peregrinos; assistir os enfermos; visitar os presos; en-

terrar os mortos.

Para prosseguir este objetivo há que desenvolver uma

cultura de solidariedade. Cada um de nós tem que aban-

donar a sua área de conforto, despojar-se do seu eu para

acolher e servir o outro, assumindo um compromisso real

de ajuda ao próximo, à margem do louvor, da censura, da

vaidade, apenas com a força do amor e da virtude.

Há que agir em conformidade com a Exortação Apostólica

Evangelii Gaudium do Papa Francisco que diz: “o Amor

autêntico é sempre contemplativo, permitindo-nos servir o

outro não por necessidade ou vaidade mas porque ele é

belo, independentemente da sua aparência “ (ponto 199).

Mais à frente, acrescenta que: “ninguém pode sentir-se

demitido da preocupação dos pobres e pela justiça soci-

al” (ponto 201).

Neste espírito todos temos o direito de estar integrados na

sociedade sem sofrer qualquer tipo de marginalização ou

discriminação. Para isso há que incrementar um clima de

amor e de compaixão, tendo em mente a parábola do

Bom Samaritano, quando Jesus pergunta “Quem agiu em

favor do próximo?” e lhe respondem: “Aquele que teve

piedade dele, aquele que se comoveu.”

De igual forma na parábola do Juízo Final quando o Rei

coloca uns à direita e outros à esquerda – os bons e os

maus – aos da direita diz: “Venham benditos do Pai, por-

que tive fome e deram-me de comer; tive sede e deram-

me de beber; estava nu e vestiram-me; estava doente e

visitaram-me”, está implícito o compromisso da solidarie-

dade para com o nosso irmão, que deverá estar sempre

presente nos nossos corações.

Façamos agora uma reflexão sobre as obras de Misericór-

dia Espirituais: dar bom conselho; ensinar os ignorantes;

corrigir os que erram; consolar os tristes; perdoar as injú-

rias; suportar com paciência as fraquezas do nosso próxi-

mo; rezar a Deus pelos vivos e pelos mortos.

Na Carta Pastoral de 2015-2016, D. Manuel Pelino Domin-

gues refere que: “ensinar os ignorantes” é também aju-

dar os católicos a vencer a ignorância bíblica – página 17 -

e mais à frente (página 25 e 26) sugere que se reflita nos

“quatro princípios que orientam ao desenvolvimento da

convivência social” e que são apropriados também para a

evangelização:

Primeiro: Privilegiar o tempo e não o espaço.

Segundo: Enfrentar os conflitos desenvolvendo

a comunhão nas diferenças.

Terceiro: Considerar a realidade mais impor-

tante do que a ideia.

Quarto: Considerar o todo como superior à par-

te.

Mas, tal como, na mesma Carta Pastoral, alerta D. Manuel

Pelino Domingues, é necessário contornar e ultrapassar

obstáculos, pedras e espinhos com que nos deparamos no

caminho, para que, tal como refere, “a vinha do Senhor

dê fruto”.

É este o desafio que à Irmandade se coloca, praticar as

obras de Misericórdia com amor, desapego e dignidade.

Almerinda Barrocas

“É este o desafio que à Irmandade se coloca, praticar as obras de Misericórdia com amor, desapego e dignidade.”

Page 4: Ecos da Misericórdia

A IMPORTÂNCIA DO VOLUNTARIADO NUMA ECONOMIA SUSTENTÁVEL

O voluntariado, pode dizer-se, nasce com os primeiros cris-

tãos praticando a doutrina legada por Jesus Cristo.

Ao longo de séculos os cristãos praticaram voluntariado na

ajuda aos mais carenciados pondo em prática as catorze

obras de misericórdia.

Assim se explica o nascimento das Santas Casas de Miseri-

córdia para auxiliar e prestar cuidados à população com

maiores carências e aos mais necessitados. Aos poucos este

trabalho foi adquirindo outras dimensões e deixou de ser

exclusivamente voltado ao assistencialismo.

O voluntariado impõe-se no Século Vinte e no Século Vinte e

Um teve um incremento de uma importância excecional com

atuação nos vários aspetos da vida da sociedade, como:

desenvolvimento da cidadania com a realização de trabalhos

de carácter educativo, cultura e lazer entre outros.

No que concerne a Portugal, o reconhecimento da importân-

cia do voluntariado qualificado tem vindo a crescer! Sendo já

significativo o número de instituições que, por todo o país,

investem na valorização e qualificação dos voluntários.

Conforme tem sido reconhecido pelas organizações repre-

sentativas dos países às mais diversas escalas, da ONU à

União Europeia, o voluntariado desempenha um papel es-

sencial no reforço da coesão social e económica, gerando

capital social, promovendo a cidadania ativa, a solidariedade

e uma forma de cultura que põe as pessoas em primeiro

lugar.

É notória a importância do voluntariado nas sociedades mo-

dernas, tanto a nível local como global. De tal modo que foi

distinguida pela escolha do ano de 2001 como o ano inter-

nacional do voluntariado e reforçada, com a proclamação no

ano de 2011 como o ano Europeu das atividades voluntárias

em prol da cidadania. Esse ano constituiu uma oportunidade

excecional para a intensificação do voluntariado na Europa.

Deste modo, o voluntariado passou a ser visto como uma

expressão do dinamismo da sociedade civil. Uma forma de

ser cidadão e portador de valores Europeus de democracia e

solidariedade com participação na ação. O voluntário é uma

figura cada vez mais imprescindível na sociedade atual, em

desenvolvimento. O seu objetivo deve ser, por amor ao pró-

ximo, numa ação empenhada, ajudar a construir uma socie-

dade mais justa e humana.

No que concerne à nossa ação será tão útil quanto mais

ajudar e proporcionar mais qualidade de vida na doença,

velhice e invalidez sem descurar outra, qualquer, interven-

ção social em que a Santa Casa da Misericórdia se empenhe.

Josué Patornilho

MIGRAÇÃO DE JOVENS,

QUE DESAFIOS À SUSTENTABILIDADE SOCIAL?

Ser convidado para “opinar” sobre um tema específico, co-mo aquele que aqui se apresenta, no atual contexto, assu-me-se uma responsabilidade acrescida.

Mesmo assim, sem prescindir de uma declaração prévia de que o tema, não se encontrando no âmbito do domínio es-pecífico dos meus conhecimentos académicos, como cida-dão, sempre partilhei pensamentos e opiniões, sentido de perto esta problemática da atualidade, não de abstenho de opinar.

Convém deixar indelével, que o conceito de desenvolvimen-to sustentável, se define por assentar num modelo económi-co, político, social, cultural e ambiental equilibrado, que sa-tisfaça as necessidades das gerações atuais, sem compro-meter a capacidade das gerações futuras de satisfazer as suas próprias necessidades.

Em cada ciclo, numa sociedade de conhecimento e devida-mente esclarecida, a discussão para um alternativa de po-der, centrar-se-ia mais em redor das estratégias para a sus-tentabilidade do sistema que em promessas, não sustentá-veis pelo modelo, e que serão temporalmente esquecidas.

Em consequência da insustentabilidade, vivemos novamente

o fenómeno social da Diáspora, esta de dimensões extre-mas, o que nos obriga a questionar sobre o modelo de sus-tentabilidade que criámos?

O momento que se vive, fará aportar à discussão, pela sim-ples constatação, que este modelo é, socialmente perverso com uma geração de pobreza e de extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos.

Exige-se uma reflexão profunda, quer quanto à sua origem, mas principalmente no que concerne aos efeitos perniciosos que o desvio do sistema produtivo nacional, destas novas gerações, há-de, num futuro próximo, causar na sua susten-tabilidade.

Registamos aqui, um estudo realizado por vários centros de investigação, sob a responsabilidade do Prof. Catedrático Rui Machado Gomes da UC, sobre a "fuga de cérebros" de Por-tugal para países europeus, concluindo que cerca de metade dos inquiridos que emigraram considera pouco ou nada pro-vável um regresso ao país de origem.

“… o reconhecimento da importância do voluntariado qualifi-cado tem vindo a crescer…”

Page 5: Ecos da Misericórdia

Dos 1.011 inquiridos, 52% consideram ser pouco ou nada provável regressar definitivamente a Portugal, sendo que a "fotografia" registada pelo estudo aponta para que os por-tugueses qualificados que emigraram para outros países europeus se orientem "para uma emigração para toda a vida ou de muito longo prazo".

O projecto Brain Drain and Academic Mobility from Portu-gal to Europe (Bradramo) , concluiu que a registar-se uma "emigração definitiva", esta tem um custo não apenas na perda do investimento na formação das pessoas que emi-graram, mas também "no efeito de inovação e desenvolvi-mento" das empresas portuguesas e no agravamento da crise demográfica.

Segundo os resultados do projeto, 36% dos inquiridos es-tavam desempregados e 10% em situação de subemprego em Portugal, sendo que no país de destino a situação pro-fissional da maioria altera-se, com 92% empregados.

Entre 2013 e 2014 a emigração estabilizou em alta, na casa das 110 mil saídas ano, valores só antes observados nos anos 1960/70.

Os efeitos da crise sobre o volume da emigração portugue-sa variaram ao longo dos últimos anos. Numa primeira fase, entre 2008 e 2010, a natureza global da crise finan-ceira e, em particular, o seu impacto no emprego em Espa-nha, então o principal destino da emigração portuguesa, traduziram-se num decréscimo do número de saídas, em linha com o que aconteceu à época em todo o espaço da OCDE. Desde 2010, com a natureza assimétrica da chama-da crise das dívidas soberanas e os efeitos recessivos das políticas de austeridade, a emigração passou a crescer mais do que no período anterior, estabilizando entre 2013 e 2014 na casa das 110 mil saídas ano, valores só antes observados nos anos 1960/70.

Figura: Saídas totais de emigrantes portugueses, 2001-2014

Nota: - Os dados de 2014 são provisórios. Fonte: - Observatório da Emigração com base nos dados sobre as entradas de portugueses nos países de destino.

Um país que vê partir a sua população ativa e com nível

de formação médio/superior, sofre demograficamente, pois perde importantes efetivos populacionais, ou seja, há uma diminuição da sua população absoluta, do seu valor e da densidade populacional.

Acentua-se o envelhecimento da população e um desequilí-brio social entre os sexos, pela predominância de popula-ção mais idosa.

Consequentemente, como a população se torna mais ido-sa, haverá uma diminuição da taxa de natalidade, um au-mento da taxa de mortalidade e ainda uma diminuição da taxa de crescimento natural.

A perda de recursos jovens traduz-se também numa dimi-nuição da população ativa que pode ocasionar igualmente a estagnação da economia, uma vez que haverá falta de mão-de-obra para trabalhar em certos sectores de ativida-de.

Em consequência, sempre resultará a tal? redução natural dos índices de desemprego.

Os tempos são outros e o enraizamento consolidado da nova diáspora, bem assim como a prática de vida e de consumo, das gerações atuais, não confirma a entrada de remessas ou divisas enviadas pelos novos emigrantes.

Para as gerações de migrantes jovens, mais bem prepara-dos, que levam na bagagem conhecimentos técnico cientí-ficos e de língua, a integração no novo espaço de vivência, embora sendo um desafio, está bem longe das histórias difíceis das vagas da diáspora portuguesa, ocorridas nos anos 60 e 70.

A facilidade de deslocação, principalmente no espaço Euro-peu, onde a circulação de pessoas e bens, se desenvolve sem restrições, a moeda única e a dinâmica da Portugali-dade já residente, basta para diferenciar as condições des-ta nova Diáspora.

Como já aqui referi, a sociedade portuguesa está em per-manente reflexão, e sujeita temporalmente à análise critica dos cidadãos.

Todavia, observamos o seu continuado distanciamento critico e das instituições que terão por missão encontrar uma estratégia de sustentabilidade adequada e que se renovam temporalmente nesse compromisso.

Mais que a liberdade conquistada, e outras opressões abo-lidas, é a sustentabilidade social que nos preocupará.

Como fazer prevalecer a qualidade de vida dos mais ido-sos, dos mais pobres, na ausência de uma geração que nos renove?

Na ausência de uma geração que contribua para a susten-tabilidade do sistema contributivo?

Esta é uma discussão que se exige, de forma a que se construa e se consolide um novo modelo estratégico para a sustentabilidade Social.

Pedroso Leal

MIGRAÇÃO DE JOVENS,

QUE DESAFIOS À SUSTENTABILIDADE SOCIAL? (CONT.)

Page 6: Ecos da Misericórdia

DESAFIOS À QUALIDADE DE VIDA NUMA ERPI - ESTRUTURA RESIDENCIAL PARA PESSOAS IDOSAS

O envelheci-

mento po-

pulacional é

um fenóme-

no mundial,

com especi-

al incidência

no ocidente.

Na socieda-

de portu-

guesa, o

grupo de

pessoas

com idade superior a 60 anos é o que apresenta as taxas

mais elevadas de crescimento. Tal fato lança luz sobre um

tema que requer cada vez mais atenção: a necessidade de

garantir qualidade de vida e bem estar a essa franja da po-

pulação que precisa de cuidados especiais e de respostas

sociais ajustadas à nova realidade.

Na ausência de resposta no seu meio natural de vida – o

familiar – a pessoa idosa necessita de especial empenho e

competência das respostas sociais para que as dimensões

física, psíquica, intelectual, espiritual, emocional, cultural e

social da vida de cada indivíduo possam por ele ser desen-

volvidas sem limitações dos seus direitos fundamentais à

identidade e à autonomia. Deste modo, na nossa opinião o

programa de apoio social ao idoso numa ERPI (i.e. estrutura

residencial para pessoas idosas - Casa de Repouso Visconde

S. Gião) deverá contribuir para a) bem estar físico

(comodidade em termos materiais, instalações adequadas e

capazes no seu todo, saúde, higiene, alimentação, trata-

mento de roupa, espaços verdes para passeio e segurança;

b) relações interpessoais (relações com os familiares, ami-

gos e participação na comunidade, i.e. a necessidade da

ERPI promover e criar condições para as relações interpes-

soais no seu espaço físico e em programas promotoras de

encontros interpessoais, etc.); c) desenvolvimento pessoal (representa as oportunidades de desenvolvimento intelectual

e autoexpressão, daí a necessidade da existência de espaços

de cultura e de TIC nos equipamentos sociais, etc.); d) ativi-dades recreativas e ocupacionais (socialização pelas ativida-

des, entretenimento, ateliers ocupacionais, estimulação e

terapias, etc.) e) atividades espirituais e transcendentais (atividade religiosa, autoconhecimento, etc.).

É fundamental que a estrutura residencial se constitua como

um contexto humanizado, personalizado e que tenha em

conta as efetivas necessidades específicas de cada situação

e de cada idoso, tendo sempre como horizonte que os uten-

tes são o centro de toda a atuação e que o meio familiar e

social de um indivíduo é parte integrante das suas vivências.

As opções estratégicas na gestão das ERPI deverão conside-

rar na íntegra os desejos e interesses da pessoa idosa. O

paradigma de gestão alterou-se, daí olhar para a resposta

social da ERPI para além da satisfação das necessidades

básicas de sobrevivência dos seus utentes.

A associação entre envelhecimento e qualidade de vida é

fundamental para a definição da arquitetura dos lares

(ERPI); para a necessidade de constituição de equipas multi-

disciplinares; correta construção do manual de acolhimento

e seriedade na construção do Plano Individual, etc. A preo-

cupação pela qualidade de vida do idoso na Estrutura Resi-

dencial obriga a refletir sobre as prioritárias e especificida-

des das áreas de intervenção direta de uma diretora técnica

e a descobrir a riqueza do trabalho multidisciplinar e trans-

versal. Só um olhar holístico sobre a vida do idoso na sua

legítima pretensão em ter qualidade de vida permite definir

linhas inovadoras e corajosas de alteração de estruturas

físicas, mentalidades, modelos organizacionais, etc., consi-

derando o utente como cidadão com direito a ser feliz.

Carlos Ramos

NOVO COMPROMISSO DA IRMANDADE DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TORRES NOVAS

"O Decreto-Lei nº 172-A/2014, de 14 de novembro, alterou profundamente o regime das Misericórdias, determinando o seu artigo 5º, nº 4, que as mesmas têm o prazo de um ano (até 17.11.2015) para adequarem os seus Compromissos à nova lei, sob pena de perderem a qualificação como IPSS e o respetivo registo ser cancelado.

Como a Conferência Episcopal Portuguesa promulgou o Decreto Geral para as Misericórdias, de 23.4.2009, e o De-creto Geral Interpretativo, de 2.5.2011, e acordou o Com-promisso de 2.5.2011 com a União das Misericórdias Portu-guesas, torna-se necessária esta proposta de modelo, a fim de se explicitarem os preceitos legais e desenvolver e de-terminar o modo como eles se devem observar por cada Bispo diocesano na sua Diocese.

Nesta conformidade, a Conferência Episcopal Portuguesa,

reunida em Assembleia Plenária ordinária em Fátima, de 13 a 16 de abril de 2015, aprovou o novo Compromisso-Modelo para as Irmandades da Misericórdia portuguesas, revogando o Modelo de Compromisso aprovado na sequên-cia do D.L. 519-G2/79." (cf. Nota Prévia da CEP).

A Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas no cumpri-mento das suas obrigações legais em termos estatutários reuniu-se em definitório nos dias 17 de julho e 16 de outu-bro para aprovação do compromisso. Aguarda-se a homolo-gação do compromisso pelo Bispo Diocesano, D. Manuel Pelino Domingues, para posterior envio ao Centro Distrital da Segurança Social.

Josué Patornilho

Page 7: Ecos da Misericórdia

DESAFIO À CONTRATUALIZAÇÃO DOS SERVIÇOS SOCIAIS À LUZ DOS “CRITÉRIOS, REGRAS E FOR-

MAS EM QUE ASSENTA A COOPERAÇÃO ENTRE A SEGURANÇA SOCIAL E AS INSTITUIÇÕES "

Foi recentemente aprovado o Decreto-Lei n.º 120/2015, de 30 de junho, que estabelece os princípios orientadores e o enquadramento a que deve obedecer a cooperação entre o Estado e as entidades do setor social e solidário. A concreti-zação desta cooperação está prevista não só no domínio da Segurança Social, mas também em outros domínios como o Emprego e Formação Profissional, a Educação e a Saúde. Esta cooperação, que visa desenvolver a rede de respostas sociais em todo o território e requalificar as já existentes, deve materializar-se em modelos de contratualização especí-ficos para cada domínio social do Estado.

No domínio da Segurança Social, já foi publicada a Portaria n.º 196-A/2015, de 1 de julho – que determina os critérios, regras e formas em que assenta a cooperação entre o Insti-tuto da Segurança Social, I.P. e as IPSS, ou legalmente equiparadas, que visa, entre outros objetivos, desenvolver respostas sociais através de uma rede de serviços e equipa-mentos, garantir uma maior eficácia e eficiência dos recur-sos de resposta às necessidades das populações e promover iniciativas que concretizem medidas inovadoras de caráter social para capacitação das pessoas e desenvolvimento das comunidades.

O estabelecimento desta cooperação depende do cumpri-mento, pelas IPSS, dos requisitos gerais e específicos, pre-vistos no artigo 5º e 6º respetivamente da Portaria n.º 196-A/2015, de 1 de julho. No que respeita ao modelo de con-tratualização, a cooperação entre o ISS, I.P. e as IPSS pode revestir a forma de acordo de cooperação, acordo de gestão ou protocolo.

Acordo de cooperação

É um contrato escrito, através do qual se estabelece uma relação jurídica com vista ao desenvolvimento de uma res-posta social destinada ao apoio de crianças e jovens, pesso-as com deficiência e incapacidade, pessoas idosas, família e comunidade, com comparticipação financeira e apoio técnico do ISS, I.P. O acordo de cooperação pode ser típico ou atípi-co.

Acordo de gestão

Trata-se de um contrato escrito que visa confiar à IPSS as

instalações e a gestão de um

Estabelecimento de apoio social, de natureza pública, onde se desenvolvem respostas sociais. O acordo de gestão pode prever a gestão do funcionamento do equipamento social ou a gestão do funcionamento e, cumulativamente, a cedência a título gratuito do edificado, em regime de comodato. A celebração do acordo de gestão implica, para o funciona-mento da resposta social, a celebração de um acordo de cooperação.

Protocolo

Significa um contrato escrito que estabelece um modelo de partilha de responsabilidades, para o desenvolvimento de projetos e medidas inovadoras de ação social, em resposta às necessidades sociais.

O incumprimento dos acordos de cooperação e de gestão pode dar origem à aplicação da sanção de advertência, sus-pensão ou resolução do contrato. Os acordos de cooperação celebrados ao abrigo de legisla-ção anterior devem ser revistos no prazo máximo de 3 anos para adequar gradualmente o seu funcionamento à Portaria publicada.

As novas regras e exigências de contratualização, são essen-ciais para a prossecução dos objetivos estatutários de cada Instituição, indispensáveis para a transparência do funciona-mento de cada resposta social e para o relacionamento com os utentes e famílias e para a melhoria das suas respostas sociais.

Ao mesmo tempo devem garantir a Sustentabilidade Finan-ceira delas próprias, a subsistência na perspetiva da adequa-ção entre as necessidades sociais e as respostas prestadas, e a complementaridade entre as próprias instituições.

Certamente que todos estes objetivos/desafios exigem das Instituições, organização, rigor, disciplina, transparência e práticas eficientes de gestão, sem nunca esquecerem o objetivo principal da sua existência.

Carla Silva

Page 8: Ecos da Misericórdia

“JARDIM GERIÁTRICO NA COMUNIDADE SÉNIOR, QUE DESAFIOS?”

A Santa Casa da Misericórdia participou no concurso da Mis-são Sorriso em Outubro passado, tendo para tal apresenta-do parte do projeto global paisagístico para reconfiguração do espaço verde circundante da Casa de Repouso Visconde S. Gião, que contemplará a área total de 12 000m2, da res-ponsabilidade da OpenGreen.

Obteve assim um importante reforço financeiro ao ter si-do contemplada com o valor de 15mil euros, para a cons-trução do "Jardim Geriátrico", que será um espaço verde destinado a fomentar o bem-estar físico e mental dos ido-sos, através da composição vegetal e disposição estratégica de equipamentos afetos ao fitness sénior.

É um espaço que possui fácil acesso, bem enquadrado ar-quitetonicamente na zona envolvente, com muros e zonas pavimentadas, otimizando-se a organização do espaço e promovendo um ecossistema diverso dentro do espaço de intervenção.

Pretende-se que no espaço seja promovido o encontro inter-geracional, estando por isso aberto não só à população mais idosa mas também às varias faixas etárias que procurem uma área de encontro, lazer e que proporcione bem estar físico e emocional.

Esta nova abordagem de integração com a natureza, fazen-

do aproveitamento do amplo espaço rural que felizmente abunda, faz parte da intenção da Mesa Administrativa em renovar todo o seu conceito de promover maior qualidade de vida aos seus utentes, abrindo à comunidade a oportuni-dade de utilização do seu espaço.

Encontra-se assim previsto reconfigurar todo o espaço cir-cundante, provendo-o com vários locais de lazer e equipa-mentos adequados que proporcionem melhoria não só do ponto de vista físico, mas sobretudo emocional, onde a inte-gração com os familiares e membros da comunidade se faça de forma natural e com maior qualidade.

No dia 15 do mês de outubro de 2015, este espaço, Jardim Geriátrico foi inaugurado com a presença do Provedor, Dr. António Gouveia, do representante da Missão Sorriso, Dr. Ricardo Duarte (Diretor Continente Torres Novas), do Dire-tor do Centro Distrital de Segurança Social de Santarém, Dr. Tiago Leite, Superiora da Comunidade das Beneditinas de Tutzing (Mostéiro de S. Bento), do Presidente da Fundação Maria Isabel e Renato Gameiro, Eng. António Gasalho, do representante do CRIT, Dr. Álvaro Brites, a empresa OPEN-GREEN (projetistas e construtores), CBESZA (Presidente da Direção e Diretora Técnica), alguns Irmãos desta Santa Casa e alguns dos utentes.

Berta Azevedo

A formação em Higiene e Segurança no Trabalho visa uma série de ações que permitem sensibilizar os colaboradores para esta área crítica e desconhecida ainda para muitos. Permite aos colaboradores terem conhecimentos de eventu-ais riscos no exercício das suas tarefas e quais as medidas preventivas a ter em conta para a realização dessas mesmas tarefas de forma a evitar os acidentes de trabalho.

No decorrer destas formações são abordadas as medidas preventivas a ter em conta na “Movimentação Manual de Cargas” e “Equipamentos Dotados de Visor” de forma a evi-tar Doenças Profissionais.

Na área de segurança contra incêndios é fundamental as ações de sensibilização, visto que dota os colaboradores de conhecimentos que podem salvar a vidas dos utentes. Aprendem procedimentos de alarme e de alerta, procedi-mentos de evacuação e instruções sobre a utilização dos Meios de 1.ª Intervenção, nomeadamente extintores e car-

retéis.

A grande maioria dos utentes da SCM são pessoas com difi-culdades de mobilidade, algumas delas em cadeiras de ro-das e outras acamadas. Numa situação de emergência, por exemplo, um incêndio, todos os colaboradores têm que sa-ber o que fazer e como fazer para retirar os utentes do inte-rior do edifício em segurança, algo que aprendem no decor-rer das formações na área da Segurança contra incêndios.

Sónia Mendonça

A IMPORTÂNCIA DA FORMAÇÃO NA ÁREA DA SEGURANÇA

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ESTÁGIO NA MISERICÓRDIA

O estágio de mestrado em Serviço Social – Gestão de Unidades Sociais e de Bem-Estar, realizado no Centro de Dia São Simão na Santa Casa da Misericórdia de Torres No-vas, teve como principal obje-tivo contribuir para a imple-mentação da gestão da quali-dade, no serviço de apoio domiciliário (SAD).

Durante o estágio foi feita a observação, atendimento de utentes e familiares, visitas domiciliárias e acompanhamento da diretora técnica nas tarefas diárias, com o propósito de conhecer os utentes e criar as relações necessárias para desenvolver o projeto de estágio. Foi ainda elaborada uma caracterização pormenorizada de cada um dos utentes desta resposta social.

Da intervenção na instituição resultou o plano individual de cada um dos utentes, bem como a elaboração dos processo-chave que serão utilizados pela instituição e aplicados aos utentes do Centro de Dia São Simão, no sentido de cumprir as normas de qualidade referentes ao apoio domiciliário. O estágio culminou com a apresentação e defesa da disserta-ção de mestrado na Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa.

Agradecimento especial ao Doutor Carlos Ramos pelo contí-nuo apoio durante a realização do estágio e por ter feito parte do júri das provas de mestrado.

Agradeço à Dra Teresa Costa todo o acompanhamento dado no Centro de Dia de S. Simão e à Mesa Administrativa por me ter acolhido durante o estágio curricular.

Joana Nunes

Santa Casa da Misericór-dia de Torres Novas proce-deu a obras de conserva-ção / repara-ção da cober-tura inclinada tradicional do telhado da Igreja de Nossa Senho-ra do Carmo, de modo a eliminar as

infiltrações no interior do templo em causa, as quais podiam comprometer parte do recheio existente no interior. Foi uma intervenção especializada e com a morosidade própria que a intervenção obrigava para a qualificação do serviço em con-formidade com a orientação da DGMC. Além, da intervenção na cobertura, foi feita a ancoragem das paredes e o reboco em argamassa das paredes entre telhados. A cobertura da

antiga torre sineira foi completamente remodelada e devida-mente aprovada pela DGPC. As obras iniciaram no mês de janeiro e concluídas em julho do presente ano.

O Irmão da Santa Casa, Arquiteto Francisco Pontes, realizou o projeto da intervenção que foi sujeita a análise técnica e arquitetónica por parte da Direção Geral do Património e Cultura. O Departamento Técnico realizou o acompanha-mento técnico e fiscal de toda a intervenção. A obra foi rea-lizada pela empresa Aldeias de Pedra, especialista em arga-massa e trabalhos em madeira, no pleno cumprimento das exigências técnicas emitidas pela DGPC. Durante a realiza-ção dos trabalhos na Igreja os técnicos da DGPC visitaram e fiscalizaram a qualidade da aplicação dos materiais, de mo-do, a salvaguarda a história e o valor do património de inte-resse público (a igreja, conjuntamente com os vestígios do Convento do Carmo, foi classificada como monumento de interesse público pela Portaria n.º 740-CZ/2012, de 24 de dezembro).

Carlos Ramos

OBRAS DE QUALIFICAÇÃO DO TELHADO DA IGREJA DO CARMO

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FISIOTERAPIA: ENVELHECER COM QUALIDADE DE VIDA

A Santa Casa da Misericórdia de Torres No-vas aposta e integra a Fisio-terapia nos cuidados pres-tados aos seus utentes.

A Fisioterapia é uma área da saúde que po-

de ser necessária em qualquer fase da vida, sendo particu-larmente essencial na população idosa. A intervenção do Fisioterapeuta neste âmbito visa preservar, manter, restau-rar ou desenvolver funções nas áreas motoras, sensoriais, cognitivas, psíquicas ou sociais, de modo a proporcionar melhorias ao nível da qualidade de vida dos idosos.

Na população idosa, um período de imobilidade, uma queda ou até mesmo o mal-estar leva à deterioração da mobilida-de, capacidade funcional e confiança do indivíduo. Neste âmbito, é frequente verificar-se nesta população: quedas, deterioração da mobilidade, demência, comprometimento cognitivo, comprometimento neurológico, fraturas e outras condições ortopédicas, patologias respiratórias, entre outros.

Neste seguimento, sabe-se que o processo de envelheci-mento ocorre naturalmente em todos os seres humanos e caracteriza-se por mudanças a nível físico, social e psicológi-co. No que diz respeito às alterações físicas verifica-se a perda da quantidade e qualidade da massa muscular, nome-adamente ao nível dos membros inferiores o que acaba por se repercutir na qualidade da marcha e no equilíbrio e con-sequentemente contribui para o aumento do risco de que-das. Surgem também as alterações sensoriais, diminuição da acuidade visual e distúrbios propriocetivos. Também o Siste-ma Nervoso Central é influenciado pelo envelhecimento, sendo que é verificado um aumento do tempo de reação dos idosos, influenciando a resposta que estes utentes são capa-

zes de dar numa situação de queda.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, as quedas são consideradas a segunda maior causa de morte acidental no mundo, sendo que no ano de 2010 foram registados em Portugal 344 óbitos por queda. Sabe-se ainda que a cada ano, mais de um terço dos idosos caem, e aqueles que caem uma vez estão duas a três vezes mais propensos a cair. Destes episódios de queda resultam inúmeras conse-quências como dor, ferimentos, perda de independência, angústia, perda de confiança, medo de cair, institucionaliza-ção, aumento da utilização dos serviços de saúde e morte.

De modo a prevenir as quedas na população idosa, as inter-venções devem ser multifatoriais. Para tal, estas devem in-cluir exercício físico, modificação do ambiente habitacional tendo em conta os perigos que possam predispô-los às que-das e uma componente educacional que integre as medidas que visem minimizar os potenciais fatores de risco para as mesmas.

Neste âmbito, a intervenção da Fisioterapia tem um papel preponderante na otimização do movimento e na maximiza-ção da função, não só através do exercício, como com a adoção de estratégias de autogestão e promoção da inde-pendência. Deste modo, contribui-se não só para a qualida-de de vida e capacidade funcional do idoso, como também para o seu bem-estar emocional e mental.

Neste âmbito, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas apostou no serviço de Fisioterapia, visto que tem um papel preponderante nos utentes. tendo como objetivo minimizar os problemas que surgem associados ao envelhecimento, através da promoção do envelhecimento ativo e da preven-ção do isolamento social. Deste modo, irá proporcionar uma melhor qualidade de vida e um aumento da funcionalidade nos nossos utentes.

Joana Lopes

Carlos Ramos

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CUIDADOS NUTRICIONAIS NA PESSOA IDOSA

O envelhecimento define-se como um processo complexo, irreversível, progressivo e natural, determinado por um conjunto de alterações de ordem morfológica, psicológica, funcional e bioquímica que influenci-am a nutrição e a ali-mentação das pessoas.

Com o passar dos anos vão surgindo diversas

situações que têm repercussões importantes no estado nutricional das pessoas idosas: problemas ao nível da mas-tigação, pela utilização de próteses desajustadas, alteração no número de dentes; dificuldade em engolir; perda ou diminuição de capacidades sensoriais tais como o paladar; mais doenças crónicas; desidratação; alterações gastroin-testinais, como obstipação, flatulência, diarreia; polimedica-ção e problemas psíquicos.

Uma boa nutrição e uma alimentação saudável têm um impacto significativo e positivo na saúde e bem-estar, con-dicionando a qualidade de vida das pessoas idosas.

Tendo em conta o complexo processo de envelhecimento e os fatores que influenciam, negativamente, o estado nutri-cional do idoso, existem alguns cuidados nutricionais a ter em conta.

As recomendações alimentares para a população idosa, baseiam-se, tal como para a restante população, na Roda dos Alimentos, apenas com umas pequenas adaptações.

Que conselhos são úteis para a alimentação dos idosos?

1. Faça várias refeições ao longo do dia, evitando estar mais de 3h sem comer;

2. Prepare refeições pouco volumosas e de fácil digestão;

3. Prefira alimentos nutricionalmente completos como carne, pescado, frutos e hortícolas;

4. Adapte a consistência dos cozinhados quando existirem dificuldades em mastigar e/ou engolir;

5. Torne as refeições mais apelativas com diferentes co-res, sabores, formas, texturas e aromas.

6. Faça as refeições com companhia, num ambiente cal-mo e agradável;

7. Experimente novos alimentos e novas receitas;

8. Recorra a ervas aromáticas, condimentos e sumo de limão para temperar;

9. Ingira água ou infusões sem açúcar de forma regular, mesmo não sentindo sede;

10. Modere o consumo de açúcar, sal, gorduras e bebidas alcoólicas;

11. Seja fisicamente ativo, de acordo com as suas capaci-dades individuais (a atividade física ajuda a aumentar o apetite).

Não se esqueça que a adesão a estilos de vida saudáveis desempenha um papel importante em todas as etapas do ciclo de vida. Alimente-se com saúde!

Carolina de Abreu Dias

Iniciou-se, no passado dia 14 de fevereiro, um ciclo de Workshops aberto a toda a comunidade, promovido pela Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas. O primeiro intitulou-se de “Comer Bem em Tempo de Crise”, decorreu no Centro de Dia José Maria Viegas Tavares e os participan-tes tiveram a oportunidade de ficar a conhecer as várias possibilidades de comer bem, de forma saudável e igual-mente económica.

O Workshop "Páscoa + Saudável" permitiu aos seus partici-pantes conhecerem algumas práticas alimentares mais equi-libradas para esta época festiva.

Num encontro que promoveu o convívio intergeracional com participantes dos 8 aos 80, todos tiveram oportunidade de descobrir receitas típicas melhoradas do ponto vista nutrici-onal e, também, de porem "mãos à obra" confecionando as suas próprias amêndoas, ovos e bombons de chocolate, boas sugestões para presentearem os seus familiares e amigos nesta quadra da celebração da Paixão, Morte e Res-surreição de Jesus Cristo.

O terceiro workshop realizou-se no dia 18 de abril a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas com o tema “Perigos Alimentares”. Diferente das ações já realizados neste âmbi-

to, desta vez os participantes ficaram mais despertos para o perigo que alguns alimentos acarretam e puderam, assim, enriquecer os seus conhecimentos sobre Alimentação Sau-dável. Com esta iniciativa todos tiveram a oportunidade de descobrir, confecionar e degustar receitas melhoradas do ponto vista nutricional, que poderão tornar os dias de festa mais saudáveis.

Carolina de Abreu Dias

WORKSHOP’S NUTRICIONAIS

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INFANTÁRIO MARGARIDA PINTO BASTO E ALMEIDA

O Infantário Margarida Pinto Basto e Almeida, iniciou mais um ano letivo no dia 1 de Setembro de 2014, com uma das fases mais desafiante do ano, a adaptação, mas também a chegada do outono. Para aproveitar o bom tempo que se fazia sentir, os meninos da sala dos dois anos, foram passe-ar para observar e colher folhas secas.

No mês de Outubro comemorou-se o dia do idoso, foi ela-borado um presépio com a participação das crianças, para oferenda na missa comemorativa da Santa Casa da Miseri-córdia por duas crianças das mais velhas.

Ainda neste mês de Outubro, mais propriamente no dia 15, comemorou-se o dia da alimentação, pedindo a colaboração das famílias com a contribuição de um fruto da época, para fazermos uma salada de fruta alusiva ao Outono. E também fizemos um painel da alimentação saudável.

No dia 11 de Novembro comemoramos o Magusto, convi-dando os pais a provarem as nossas castanhas e um boli-nho feito com a ajuda das crianças.

Ainda neste mesmo mês, a dia 20, vivemos o Dia Interna-cional do Pijama, que envolveu as famílias, que foram con-vidadas a participarem, vindo também de pijama brincar com os seus filhos, visto ser um dia solidário feito por crian-ças que ajudam outras crianças em que todas as crianças vão vestidas de pijama.

No dia 9 do mês de Dezembro, as crianças das salas de um ano e dois anos, foram ao Teatro Virgínia assistir a um tea-tro: "Nós lá fora". Uma experiência para repetir, pois as crianças gostaram muito.

Comemoramos a grande festa da família o Natal, com um pequeno convívio com as famílias que foi antecedido com uma apresentação de uma pequena dança pelas crianças. Seguido por um lanche partilhado pelas famílias e colabo-radoras do Infantário.

Ainda neste mês, no dia 22, tivemos a visita do Pai Natal

na nossa creche. As crianças ficaram surpresas e adoraram ver a visita.

No dia 6 do mês de Janeiro, foi comemorado o dia de Reis, coroando as crianças com as suas coroas de reis e rainhas.

No dia 13 de Fevereiro, o Carnaval foi vivido pelas crianças com um pequeno desfile, até à praça 5 de Outubro, onde puderam correr e saltar, foi notório a felicidade das crianças neste dia, até mesmo por serem tão pequenos, chamavam a atenção de quem por ali passeava.

No dia 19 do mês de Março, comemorou-se o dia do Pai, convidando todos os pais a estarem presentes e a passa-rem um pouco da manhã com os seus filhos. Foi uma ade-são quase a 100%. Estes momentos são sem duvida muito importantes, para o bom desenvolvimento das crianças.

No mês de Abril comemoramos a Páscoa com várias ativi-dades, os meninos da sala dos dois anos foram à biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes e participaram no momento do conto, para comemorar o dia mundial do livro.

No dia 4 do mês de Maio comemoramos o dia da Mãe en-volvendo-as com jogos e brincadeiras com os seus filhos.

No início do mês de Junho organizamos várias atividades em torno do dia da criança, um dia especial na creche, com diferentes atividades livres com balões, bolas de sabão e jogos de água.

No mês de junho e julho fizemos vários passeios, ao jardim das rosas, á Bedeteca, na Biblioteca Municipal e fomos dar pão aos patinhos.

Foi sem dúvida um ano repleto de alegria e muitos momen-tos de aprendizagens significativas, onde se pode constatar a importância da relação escola/família.

Ana Bela Gaspar

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O Lar Dr. Carlos Azevedo Mendes tem como tradição assi-nalar algumas datas festivas, com a realização de jantares temáticos, os quais assumem primordial importância, den-tro das diversas atividades que se desenvolvem ao longo do ano.

Pelo facto de trabalharmos com jovens, que temporaria-mente se encontram afastadas das suas famílias, conside-rou-se importante promover um momento de descontração e boa disposição e foi criado o Jantar do Humor, que acon-tece sempre próximo do carnaval. Este jantar permite criar momentos de espontaneidade, entre as crianças/jovens e colaboradores, do qual estão, totalmente, excluídas a mo-notonia e os hábitos condicionados do dia-a-dia. Momentos como este de boas disposição e muito riso são um comple-mento na conquista do bem estar físico e psíquico das cri-anças /jovens que vivem connosco, como também ajudam a criar laços mais profundos entre as pessoas que diaria-mente vivem nesta casa.

Em março realiza-se o Jantar da Poesia, no âmbito das ce-lebrações do Dia Mundial da Poesia, celebrado no dia 21 de Março. Através da criação desta experiência lúdica, que é o Jantar da Poesia, está-se a estimular o gosto pela leitura, a celebrar a livre criação de ideias através das palavras, da criatividade e da inovação através das habilidades criativas de cada pessoa. Para este jantar são convidados os Direto-res de Turma de todas as crianças/jovens, para partilharem este momento tão especial como é aquele que se vive quanto se lê um poema.

O LCAM, como instituição de transmissão de valores às crianças/jovens que acolhe, considera que as tradições são de grande valia e devem ser mantidas, para que não fi-quem perdidas no passado, relembrando a cultura dos cos-tumes, do nosso país, que jamais devem ser esquecidos.

Em junho comemora-se o mês dos Santos Populares com um arraial onde não falta a bela da sardinha. Trata-se de um jantar de confraternização entre as crianças/jovens, colaboradores, voluntários e instituições parceiras.

O início do ano letivo é celebrado com um jantar convívio em que se assinala o começo das aulas. Este jantar foi cria-do pela importância que é dada à escola na formação pes-soal das nossas crianças/jovens. Nós acreditamos que a escola é um fator muito importante para a mudança de percursos de vida e para a construção de um futuro melhor.

A Colónia de Férias é um dos momentos mais esperados pelas nossas crianças/jovens, uma vez que têm a oportuni-dade de conhecer outros lugares e outras pessoas. À seme-lhança do ano anterior, no mês de julho passaram alguns dias na Pousada da Juventude, na Areia Branca.

Nas férias de verão tiveram ainda oportunidade de fazer alguns piqueniques visitando a Praia Fluvial da Ribeira Branca e Castelo de Bode.

O Rotary Club do Entroncamento anualmente presenteia as nossas crianças e jovens sempre com uma atividade, este ano nas férias da Páscoa foram visitar o Jardim Zoológico.

No LCAM tenta-se desenvolver nas crianças e jovens o gos-to por “dar um pouco delas aos outros”. O desempenho de atividades de voluntariado implica a adesão a uma causa social e promove o enriquecimento pessoal, contribuindo para o desenvolvimento de muitas competências e porque no final, quem mais ganha com o trabalho de voluntariado é o próprio voluntário, pois faz amigos, acumula experiên-cias, diverte-se, auxilia e segue a máxima cristã de ajudar ao próximo!

Carmen Duarte

LAR DR. CARLOS DE AZEVEDO MENDES

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II JORNADA DE ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS

Realizou-se no passado dia 18 de junho, no Auditório da Biblioteca Municipal Gustavo Pinto Lopes, em Torres No-vas, a II Jornada de Alzheimer e outras Demências.

Uma manhã em cheio, em que se falou da institucionaliza-ção de pessoas portadoras da Doença de Alzheimer, pas-sando pela figura do cuidador.

Cuidar de uma pessoa portadora de um quadro demencial não é tarefa fácil, pois o idoso fica totalmente dependente da pessoa que cuida. Os cuidadores são aqueles que são confrontados com múltiplas tarefas que evoluem ao longo

de todo o processo da doença.

Alguns estudos apontam que cuidar de idosos com demên-cia, pode ser mais estressante, mais desgastante, que cui-dar de idosos fisicamente frágeis, isto devido aos proble-mas específicos, tais como a mudança de comportamento, desorientação espacial/temporal e outras, e ainda a pro-gressiva dependência na execução das tarefas do dia-a-dia.

A sobrecarga do cuidador é um dos problemas mais impor-tantes causados pelo apoio que dá ao idoso com demên-cia.

ENCONTRO COM...GABINETE DE ALZHEIMER E OUTRAS DEMÊNCIAS

Ao longo do ano dinamizou-se o evento “Encontro com… Gabinete de Alzheimer e outras Demências”, nas instalações do Centro de Dia José Maria Viegas Tavares da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas, subordinados aos temas “Um Cuidador…Duas Vidas”; “A Enfermagem e a Demência” e “Mobilidade na Demência”.

Nos Encontros estiveram presentes um número significativo de participantes (entre os quais cuidadores), que colocaram questões pertinentes e partilharam experiências do dia-a-dia, ao longo das sessões.

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SIMULACROS NA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE TORRES NOVAS

Uma das preocupações da Mesa Administrativa é a Segurança dos Utentes e dos Colaboradores, portan-to desde 2014 que se realizam simulacros de incên-dio com a participação e colaboração de entidades externas: Bombeiros de Torres Novas, Serviço Muni-cipal de Proteção Civil e PSP.

Os simulacros espelham situações de emergência muito próximas da realidade. Nas Utilizações-Tipo (UT) que possuam Plano de Emergência Interno, devem ser realizados exercícios com o objetivo de testar o referido plano e o treino dos ocupantes, com vista à criação de rotinas de comportamentos e de atuação, bem como o aperfeiçoamento dos procedi-mentos em causa (n.º 1 do artigo 207.º da Portaria 1532/2008 de 29 de dezembro).

As Valências da SCM tem utentes com dificuldades de mobilidade e uma destas não tem idosos mas tem crianças com idades entre os 4 meses e 2 anos de idade - Infantário Margarida Pinto Vasto e Almei-da, de acordo com este público alvo, é muito impor-

tante a realização de simulacros para treinar as Equi-pas de Segurança e restantes colaboradores, pois numa situação de emergência sabem “o que fazer”, “como fazer” e “quem vai fazer”.

A segurança dos “ nossos utentes começa na pre-venção” através da realização deste tipo de exercí-cios.

A periocidade para a realização de simulacros nestes edifícios da SCM, com características especificas de acordo com a Utilização-Tipo é de um ano (quadro XLI da alínea a) do n.º 2 do artigo 207.º da Portaria 1532/2008 de 29 de dezembro);

É ainda considerado uma contra ordenação a não realização de simulacros nos prazos previstos, em infração ao disposto nas normas técnicas, publicadas no regulamento técnico referido no n.º 15 (alínea hh) do artigo 25.º do decreto de lei n.º 220/2008 de 12 de novembro).

Sónia Mendonça

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PRESÉPIO NA CAPELA DE SANTO ANTÓNIO

À semelhança do que aconteceu no ano anterior a San-ta Casa da Misericórdia de Torres Novas proporcionou a visita ao presépio, elaborado por voluntárias, na Ca-pela de Santo António, durante a época Natalícia.

Foram muitas as pessoas que o visitaram e manifesta-ram o seu agrado.

VEM NOS CENTROS DE DIA

O VEM (Veículo de Estórias e Memórias) deslocou-se até ao Centro de Dia de S. Simão, na Brogueira, e o Centro de Dia José Maria Viegas Tavares em Torres Novas. Os utentes do Centro de Dia puderam participar na leitura encenada do conto tradicional “ Os Três Desejos”.

O VEM é uma parceria entre o serviço da Ação Social do Mu-nicípio de Torres Novas e a Biblioteca Gustavo Pinto Lopes.

COMEMORAÇÃO DO CARNAVAL Em todas as valências da Santa Casa comemorou-se o Carnaval.

O Infantário saiu à rua e juntou-se com as outras esco-las do concelho na Praça 5 de Outubro e no Lar de Infância e Juventude organizou– se o Jantar de Humor.

Nas respostas de apoio à Terceira Idade, mais uma vez foi uma atividade organizada pelas Instituições dos concelhos de Alcanena, Chamusca, Entroncamento, Golegã, Torres Novas e Vila Nova da Barquinha em parceria com o Município de Torres Novas.

Foi uma tarde bastante animada em que os utentes de todas as Instituições puderam “brincar” ao Carnaval, no Palácio dos Desportos, em Torres Novas.

DIA DE REIS

O Grupo de Cantares do CRIT agraciou-nos com a sua presença, neste dia especial. No final utentes e colabo-radores juntaram-se à festa e promoveram uma tarde bastante animada.

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COMEMORAÇÃO DO DIA DO TEATRO: “A

LENDA DE GIL PAES”

No dia 27 de Março, como forma de comemorar o dia do teatro e em parceria com a Biblioteca Municipal de Torres Novas, proporcionámos aos nossos utentes ver e participar ativamente numa peça de teatro sobre a Lenda de Gil Paes. A peça apresentada era uma peça interativa o que a tornou muito mais interessante, prendendo as atenções dos presentes. Os utentes que tiveram a oportunidade de subir ao palco sentiram-se confiantes e valorizados pela sua participação.

ENCONTRO SÉNIOR ATIVO

No âmbito das atividades organizadas inter-instituições surgiu o Encontro Sénior Ativo, para o qual a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas colaborou ativa-mente, nomeadamente com o Gabinete de Alzheimer e outras Demências. Este encontro decorreu no Salão de S. Pedro e iniciou-se com uma atividade desenvolvida pela Psicóloga da nossa Instituição, onde o principal tema foi o Alzheimer. Assim, durante a manhã o tema foi bastante conversado e foram dinamizados diversos jogos de estimulação cognitiva. Depois do almoço a tarde foi dedicada à atividade física, onde os idosos presentes usufruíram de uma aula de zumba sénior e outra de dança sénior. Segundo os mesmos, foi um dia muito bem passado que agradou a todos.

VISITA AO MUSEU MESTRE MARTINS COR-

REIA NO EQUUSPOLIS DA GOLEGÃ

Na tarde do dia 27 de agosto, os utentes do Centro de Dia S: Simão, do Centro de Dia José Maria Viegas Ta-vares e da Casa de Repouso Visconde de S. Gião foram visitar o Museu Mestre Martins Correia no Equuspolis da Golegã. Com uma visita guiada a este espaço, onde existiam variadas pinturas, esculturas e até um filme em 3D, foi possível aos presentes ficarem a conhecer melhor, não só o Mestre Martins Correis, como tam-bém a Golegã. Todos os participantes vieram encanta-dos com as obras expostas, afirmando ter sido uma tarde cultural muito agradável.

VISITA À CASA DO GENERAL HUMBERTO

DELGADO

Como forma de comemorar o 25 de Abril, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas proporcionou aos utentes do Centro de Dia José Maria Viegas Tavares, do Centro de Dia S. Simão e da Casa de Repouso Vis-conde de S. Gião uma visita à Casa do General Hum-berto Delgado no Boquilobo.

Aquando da Nossa chegada tínhamos uma guia à nos-sa espera que nos mostrou as instalações e explicou um pouco da sua história. Os utentes ficaram perple-xos com as condições em que este vivia, mas gostaram bastante desta visita. Terminámos o dia com um lan-che convívio no Centro de Dia S. Simão em Brogueira, onde até se cantaram algumas canções alusivas a este dia.

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FESTA DA FAMÍLIA

No passado dia 31 de Maio do presente ano, decorreu na Casa de Repouso Visconde São Gião, uma das valências da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas, a Festa da Família. Esta destinada aos utentes e respetivos familiares e amigos.

Esta atividade teve início com a Celebração da Santa Missa, no dia da Santíssima Trindade. A mesma foi do agrado de todos os presentes, pois há vários anos que não se realiza-va a Celebração da Eucaristia. Para a celebração contamos com a presença do Padre Maurício, pároco da Freguesia de Assentis que desde logo aceitou o nosso convite.

De seguida, demos início a animação com a atuação da Associação de Cantares e Vozes da Meia Via para abrilhan-tar a festa, com as suas belíssimas canções e boa disposi-ção. Foi visível perceber no rosto de cada utente a alegria

do momento vivido por todos.

Para finalizar a festa realizou-se um lanche com a partilha de iguarias trazidas por familiares e amigos dos utentes, foi também notória a partilha da alegria, convivência e a boa disposição de todos.

Os utentes mostraram-se bastante felizes e satisfeitos afir-mando “ Foi uma tarde bem passada, junto dos nossos familiares, que muitas vezes não podem estar presentes no nosso dia-a-dia”.

A Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas agradece desde já ao Padre Maurício, ao Diácono Ludjero, ao José Vitorino e família, a Associação de Cantares e Vozes da Meia Via, pela dedicação e disponibilidade para com a Insti-tuição.

PROVA DE SUMOS NA CASA DE REPOUSO VISCONDE DE S. GIÃO

No passado dia 15 de Agosto do presente ano, decorreu na Casa de Repouso Visconde São Gião, uma das valên-cias da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas, uma prova de sumos naturais. Esta destinada aos utentes, respetivos familiares e amigos.

Todos os presentes tiveram a oportunidade de experi-mentar variados sumos naturais, tais como, abacaxi e gengibre, melancia e manjericão, pêssego, laranja, limo-nada entre outros.

Inicialmente decorreu uma breve apresentação da ativida-de, onde todos se mostraram interessados e disponíveis para a realização da mesma.

Seguidamente decorreu a prova de sumos, esta sujeita a uma votação para a eleição do melhor sumo, tendo sido

dado como vencedor o sumo de abacaxi e gengibre.

Para finalizar a prova realizou-se um lanche com a parti-lha de variadas entradas elaboradas pela diretora técnica e pela animadora da valência, foi também notória a parti-lha de alegria, convivência e a boa disposição de todos.

Como não poderia faltar existiu ainda um momento de fotográfico, este com o intuito de recordar o momento junto de diversos cenários, direcionados com o tema em questão.

Os utentes mostraram-se bastante felizes e satisfeitos afirmando “ Foi uma tarde bem passada”, embora não tenham estado muitos familiares esperamos que em ativi-dades futuras possamos contar com a sua presença.

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COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DO IDOSO

No dia 1 de Outubro comemorou-se o Dia do Idoso na SCMTN na valência CDJMVT que abriu as portas à Comuni-dade.

A atividade teve com objetivo proporcionar aos idosos um dia especial e dar a conhecer as instalações e a dinâmica do Centro de Dia . Neste sentido desenvolveram-se vários ativi-dades com apoio dos técnicos e voluntários da SCMTN. Reali-zou -se o atelier do despiste de demências/ jogos de memó-ria, o atelier de movimento e um rastreio nutricional . As pessoas aderiram de uma forma bastante positi-va, participaram com muito interesse e satisfação. A ativi-dade decorreu com muita alegria e boa disposi-ção. Finalizamos o dia com entrega de uma flor e oferta do lanche.

COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DA DOENÇA DE ALZHEIMER

No passado dia 22 de Setembro de 2015, a Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas esteve presente no Mercado semanal para assinalar o Dia Mundial da Doença de Alzheimer. Durante toda a manhã foram desenvolvidos jogos de estimulação cognitiva e distribuídos folhetos com informações gerais acerca das demências, dos sinais a ter em atenção e de todo o apoio que a Santa Casa pode prestar nesse âmbito. A atividade teve uma grande ade-são por parte da comunidade que se mostrou bastante disponível e interessada, a quem dirigimos um especial agradecimento.

A Doença de Alzheimer é uma forma de demência que

provoca a deterioração progressiva de diversas funções cognitivas como a memória, atenção, concentração, capa-cidade intelectual e raciocínio. Estas alterações têm reper-cussões no comportamento e na personalidade do doen-te, modificando a vida diária do individuo.

Esta demência pode surgir em qualquer idade, sendo mais comum a partir dos 65 anos e, apesar de não existir cura, o tratamento possibilita a minimização dos sinto-mas. Cada vez existem mais portugueses afetados pela Doença de Alzheimer, sendo por isso fulcral a sensibiliza-ção para um diagnóstico precoce.

COMEMORAÇÃO DO DIA MUNDIAL DO IDOSO

INTER-INSTUIÇÕES

No passado dia 1 de Outubro, os utentes da Santa Casa da Miseri-córdia participaram na comemoração do Dia do Idoso.

A organização da mes-ma foi da responsabili-dade do grupo de Ani-madores dos Conce-lhos de Alcanena, Tor-res Novas, Entronca-mento, Vila Nova da

Barquinha, Golegã e Chamusca.

Esta atividade teve início com a Celebração da Santa Missa, na Igreja da Sagrada Família, no Entroncamento, seguido de um almoço convívio.

Após o almoço, decorreu um bela tarde de animação, com a atuação de um Artista Português com Bailarico Popular, para abrilhantar ainda mais a festa contamos ainda com o Atuação do Grupo Musical NAR (Núcleo As-sociativo de Riachos), com as suas belíssimas canções tradicionais portuguesas. Foi visível perceber no rosto de cada Idoso a alegria vivida neste dia.

Durante a atividade foi notória a partilha da alegria, con-vivência e a boa disposição de todos.

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NOTICIAS DE FÉ

Neste ano de 2014/15 algumas das nossas educandas, terminaram o seu percurso de iniciação Cristã.

Como não quiseram parar por aí, inscreveram-se no en-contro anual de convivas em Fátima.

Puderam assim estar com jovens que partilham a mesma Fé.

Como se sentiram impelidas a partilhar o que sentiram, chamaram as restantes à capela e fizeram um momento de oração.

O dia de Crisma aconteceu poucos dias depois, a Rosema-ry, a Sandra e a Titina cá tiveram a sua festa.

Algumas das nossas educandas, inscreveram-se nos con-vívios fraternos de natal, e outras nos convívios fraternos, da Páscoa. Na sua caminhada, em busca do crescimento espiritual, a Micaela, a Titina, a Cláudia Lopes, a Cláudia Gouveia, a Rafaela e a Joana Correia, formaram um grupo de oração, que se reúne de quinze em quinze dias, às sextas-feiras, na Igreja de S. Tiago.

A Diana, também fez os seus progressos na Fé, por isso fez este ano a sua Primeira comunhão e Profissão de Fé.

Como de festas já estávamos cansadas, resolvemos expe-rimentar a sensação de ser peregrinas, e pusemo-nos a caminho do Santuário mais perto de casa.

A aventura foi gratificante, recuperar as forças com uma massagem, foi quase divino.

Mas o ano ainda não acabou, pois cinco das nossas meni-nas fizeram parte da semana missionária. As jovens, jun-taram-se a outros jovens, e percorreram a cidade, espa-lhando alegria, Fé e companheirismo.

Sempre que podemos, participámos nos eventos promovi-dos por movimentos Católicos (Focolares), por isso em Abril participámos no living peace.

Este ano muitas mais aventuras nos esperam.

Ir. Ana Paula

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ARRAIAL DE S. PEDRO NO CENTRO DE DIA JOSÉ MARIA VIEGAS TAVARES

Na altura dos Santos Populares, dinamizou-se o Arraial de S. Pedro no adro da Igreja da Misericórdia.

Sardinhas, grelhados mistos e muito mais ao som da or-ganista Sílvia Alcobia, foi o mote para homenagear S. Pedro e petiscar.

Segundo palavras do Provedor a “atividade ajudou a di-vulgar a atividade da Misericórdia, assim como fomenta os laços entre a direção e os colaboradores, que respon-deram ao desafio da festa popular.”

FUNDO RAINHA D. LEONOR

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa decidiu criar em abril de 2014 o programa de apoio Fundo Rainha D. Leo-nor para apoiar as Misericórdias, de modo, a concluírem respostas sociais prioritárias. Para o efeito, foi estabeleci-do um acordo de parceria entre a Santa Casa (SCML), Pedro Santana Lopes, com a União das Misericórdias (UMP), Manuel de Lemos, para melhor apoiar as Miseri-córdias.

É missão do FRDL apoiar a conclusão de projetos que sejam sustentáveis e que tenham qualidade para a equipa técnica do Fundo.

A Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas concorreu ao Fundo para apoio às obras de melhoria no Lar Dr. Car-los Azevedo Mendes. A obra visa adequar o edifício con-forme as exigências legais das acessibilidades, impermea-bilizar as coberturas, pintura das paredes exteriores e implementar um sistema de climatização natural. O pro-jeto foi realizado pela Eng.ª Berta Faria considerando as orientação técnicas e sociais para a melhoria da resposta social. No dia 14 de outubro a santa casa recebeu a visita da equipa técnica do FRDL (Conselho de Gestão: Dr. Rui Leitão, Eng.º Ilídio Figueiredo, Dr. Eduardo Rodrigues e Dra. Inês Dentinho) para análise da candidatura. Aguarda-se a reestruturação da candidatura e posteriori análise.

Carlos Ramos

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480º ANIVERSÁRIO DA SCMTN

No dia 25 de Outubro iniciou-se as comemorações do 480º Aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas, no Lar Dr. Carlos Azevedo Mendes. Este dia contou com dois momentos distintos. O primeiro momento foi totalmente dedicado às edu-candas e seus familiares. O segundo momento consistiu num convívio entre Mesa Administrativa e colaboradores desta Santa Ca-sa.

O dia 29 foi dedicado às valências de apoio à Terceira Idade, nomeadamente Casa de Repouso Visconde de S. Gião, Centro de Dia José Maria Viegas Tavares e Centro de Dia S. Simão. No total foram cerca de 110 utentes que participaram neste convívio.

Assinalou-se o dia em que comemorou os seus 480 anos, 31 de Outubro, com a Celebração da Santa Mis-

sa por intenção dos Irmãos e Benfeitores desta Santa Casa já falecidos, seguida da Bênção da nova Lavan-daria por Sua Excelência Reverendíssima D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém. Finalizou-se este dia com um Jantar de Confraterniza-ção dos Irmãos presentes e demais convidados.

Encerrou-se as comemorações do 480º Aniversário da Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas com uma conferência sobre a arte sacra desta instituição. Este evento decorreu na Igreja da Misericórdia e inici-ou-se com a atuação da Orquestra de Câmara do Cho-ral Phydellius, seguida da apresentação dos temas “Resenha do Património Histórico | Apresentação do Registo dos Objetos Litúrgicos” pela Mestre Joana Frazão e “Desafios na Guarda do Património Religioso na Santa Casa” pelo Sr. Joaquim Bicho, irmão desta Santa Casa, já falecido.

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TOMADA DE POSSE DOS NOVOS ÓRGÃOS SOCIAIS

Ocorreu na Igreja da Misericórdia, a Tomada de Posse dos novos Corpos Sociais da Santa Casa da Misericór-dia de Torres Novas, sendo presidido por:

Presidente do Definitório - Josué Patornilho

Provedor - António Gouveia da Luz

Presidente Conselho de Contas - António Manuel Pe-droso Leal

Estiveram presentes várias entidades previamente convidadas, com destaque para:

Pe. Fernando Augusto Gonçalves, Vigário da Vara,

em representação da Sua Exc.ª Reverendíssima D. Manuel Pelino, Bispo de Santarém;

Dr. Tiago Leite, Diretor do Centro Distrital da

Segurança Social de Santarém;

Dr. Carlos Andrade, em representação da União

das Misericórdias Portuguesas;

Dr. Pedro Ferreira, Presidente da Câmara Munici-

pal de Torres Novas;

Pe. Luís Gualdino, Capelão da Santa Casa da Mi-

sericórdia de Torres Novas.

Além destas entidades presentes, foram convidados os Provedores de todas as Misericórdias do Secretaria-do Regional de Santarém da União das Misericórdias Portuguesas e todos os elementos da Irmandade.

Iniciou-se a Tomada de Posse com um momento de Oração presidido pelo Exc.º Vigário da Vara, e leitura da Carta de Homologação de Sua Exc.ª Reverendíssi-ma, D. Manuel Pelino.

Após este momento espiritual, tomou a palavra o Sr. Presidente do Definitório, Sr. Josué Patornilho, seguin-do-se da Leitura do Auto de Posse e do Compromisso, pelos novos órgãos dos Corpos Sociais (Definitório, Mesa Administrativa e Conselho das Contas).

Finalizou-se com um Porto de Honra nas instalações do Centro de Dia José Maria Viegas Tavares

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Ficha Técnica: Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas Praça 5 de Outubro 2350-418 Torres Novas Telefone: 249 822 541 | Fax: 249 812 669 E-mail: [email protected] Periodicidade: Anual Coordenação: Carlos Dias Colaboração Especial: António Gouveia da Luz, Almerinda Barro-cas, Josué Patornilho, Pedroso Leal, João César das Neves, Carlos Dias, Carla Silva, Berta Faria, Sónia Mendonça, Cipriana Dinis, Tere-sa Costa, Raquel Rodrigues, Carolina Dias Ferreira, Joana Nunes, Ana Paula Moura, Ana Bela Gaspar, Carmen Duarte, Ana Paula Sil-va, Cláudia Neves e Ana Lopes Editor: Carlos Dias e Ana Lopes Design e Paginação: Ana Lopes Impressão: Tad’s

A MISERICÓRDIA DO PAPA FRANCISCO

O Papa argen-

tino, eleito no

Ano da Fé,

escolheu um

lema estranho:

«Miserando

atque elegen-

do». Este é um

pequeno apar-

te numa homi-

lia de S. Beda,

descrevendo o olhar de Jesus sobre a banca do publicano

Mateus: «compadecendo-se e escolhendo-o». Este olhar de

misericórdia e eleição foi algo que o jovem Jorge Bergoglio

sentiu na alma, a ponto de o inscrever no seu escudo epis-

copal, depois papal. Deste modo a Igreja soube cedo que o

novo papa teria uma predilecção especial pela misericórdia.

Apesar de se inspirar num olhar, depressa vimos que a ori-

entação do Papa exigia também as mãos. Misericórdia não

é consolo espiritual, por ser uma virtude com obras. Cator-

ze para ser exacto. Tal como para Mateus, o olhar de mise-

ricódia de Cristo muda-nos a vida, levando-nos a acudir aos

outros. Sobretudo às queridas «periferias humanas» que o

Papa nos insiste em recordar. Por isso em Portugal, a virtu-

de da misericórdia tem paredes e gente em todas as cida-

des, começando em 1498.

A presença da misericórida, que se tornava crescente no

pontificado, tomou rosto institucional no dia do segundo

aniversário da eleição, ao anunciar o Jubileu da Misericór-

dia, de 8 de Dezembro de 2015 a 20 de Novembro de

2016. Na Bula de proclamação, Misericordiae Vultus, o Papa

explica que «a arquitrave que suporta a vida da Igreja é a

misericórdia (10). Ela é mesmo a própria essência de Deus.

Por isso «a primeira verdade da Igreja é o amor de Cris-

to» (12).

A presença da misericórdia neste pontificado é já vasta.

Mas ela só se torna palpável se a sentimos na vida, como o

cardeal Bergoglio explicava em 2010: «Há pessoas que se

julgam justas, que de algum modo aceitam a catequese, a

fé cristã, mas não têm a experiência de ter sido salvas.

Uma coisa é contarem-nos que um rapaz estava a afogar-

se no rio e uma pessoa atirou-se para o salvar, outra coisa

é vermos isso e outra ainda é sermos nós a afogar-nos e vir

outro atirar-se para nos salvar. Há pessoas a quem o conta-

ram, que não o viram, que não quiseram ver ou não quise-

ram saber o que se passava com essa criança, e tiveram

sempre escapatórias tangenciais a uma situação de afoga-

mento, e não têm, por isso, a experiência de saber o que

isso é. Penso que só nós, os grandes pecadores, temos

essa graça. Costumo dizer que a única glória que temos,

como sublinha S. Paulo, é sermos pecadores» (Sergio Rubin

e Francesca Ambrogetti (2010) Papa Francisco. Conversas

com Jorge Bergoglio, Paulinas 2013c. IX, p.101-2). Esta

paradoxal glória dos pecadores é sermos alvo da misericór-

dia divina.

João César das Neves

A Santa Casa da Misericórdia de Torres Novas agradece o apoio de todas as empresas que contribuíram para a realização deste número.

“… o olhar de misericórdia de Cristo muda-nos a vida, levan-do-nos a acudir aos outros…”