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Empresas na rota da Flor da Amendoeira Economia: Vinhos Velhos e Azeites Novos em Tabuaço Ensino Superior: Empreendedorismo, Empregabilidade e Inovação no IPB edição n.º 643 ANO XXV fevereiro-março|2011 esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente

Edição 643

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Mês Fevereiro 2011

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Empresasna rota daFlor da Amendoeira

Economia :V i n ho s Ve l ho s e Aze i t e s

Novo s em Tabuaço

Ens ino Supe r i o r :Empreendedo r i smo, Empregab i l i dade e

I novação no I PB

edição n.º 643 • ANO XXV • fevereiro-março|2011esta revista é parte integrante do jornal nordeste e não pode ser vendida separadamente

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • OPINIÃO

Talento ou Trabalho?

Desde 1996 que es-tudos feitos pelo Dr.

K. Anders Ericsson começaram a des-

mistificar a noção de que o “talento natu-ral” era o factor es-

sencial para se ser um especialista ou

um mestre de qual-quer área. O estu-

do que foi realizado com base em vários

desportos, música e xadrez, demons-

tra a importância de dois conceitos fun-

damentais: a “Regra das 10.000 horas” e a “Prática Deli-

berada”. Ambos os conceitos aparecem

também de algu-ma forma nos livros “Outliers”(Malcolm

Gladwell, 2008) e “Talento não é

Tudo” (Geoff Colvin, 2008).

A Regra das 10.000 ho-ras aparece como o número necessário de

trabalho para atingir a ex-celência. O tempo essencial para nos tornarmos os mes-tres no domínio de qualquer instrumento musical, desporto ou arte. Este valor confirma-se quando se estudam os Beatles, Bill Gates e muitos outros des-portistas, empresários e artis-tas de sucesso. Em qualquer área da nos-sa vida podemos atingir esta marca trabalhando 40 horas por semana durante 5 anos ou mesmo que seja um hobby, de-dicando 20 horas por semana durante 10 anos. O que nos é mostrado de forma clara por esta pesquisa é que o talen-to natural ou a sorte, tem um papel muito pequeno, servindo apenas para separar os incri-velmente bons dos tremenda-mente óptimos... No livro “Ou-tliers”, o autor explica-nos que de facto em algumas profis-sões e desportos, alguns outros factores contribuem para se chegar ao estrelato, como no caso da selecção de hóquei no gelo do Canadá que têm uma pouco usual concentração de jogadores que fazem anos nos primeiros meses do ano. Isto advém do facto de a Fede-ração Canadiana separar as crianças nos escalões por ano de nascimento, o que faz com que alguém que nasce a 1 de Janeiro, possa competir contra quem nasceu a 31 de Dezem-bro do mesmo ano, provocan-do que essas crianças que nas-ceram nos primeiros meses do ano tendam a destacar-se e a receber mais tempo de jogo e

atenção.Seth Godin, autor e especialis-ta em Marketing, fala-nos tam-bém que o número de horas pode variar mediante o mer-cado/nicho onde nos encontra-mos. No livro “The Dip” (2007) ele apresenta a correcta esco-lha do mercado que queremos trabalhar como essencial fac-tor para o sucesso. “Os vence-dores desistem rápido e muitas vezes do que não interessa e superam as dificuldades que valem mesmo a pena” diz ele, referindo-se ao facto que uma qualidade básica dos gran-des campeões é perceberem rápido se algo vale mesmo a pena o investimento e se não vale, são flexíveis para investir em outro lado. O mesmo autor refere ainda que dependendo da concorrência e do tipo de mercado, podemos chegar a mestres só com 2000 ou 5000 horas, pois em algumas áreas isso é mais que suficiente.O Dr. Ericsson também confir-mou algo que pertence há mui-to ao senso comum... Podemos praticar muito e ainda assim ser maus! Todos conhecemos professores que dão aulas há 30 anos e ainda não são se-quer bons, quanto mais super-estrelas; ou chefes que no final da carreira nunca aprenderam a liderar e aqui é que entra o conceito de prática delibera-da.Isto confirma o que Colvin re-fere no “Talento não é Tudo”, quando dá vários exemplos de personalidades que mesmo não sendo os mais talentosos chegaram ao topo das hierar-quias e tornaram-se exemplos e modelos. Uma história famo-

r i c a r d o

p e i x egt coach, autor

Como se tornar um especialista ou um mestre

sa é contada por Colvin sobre os dois homens de 22 anos que partilham um cubículo na sede da Procter & Gamble em me-ados de 1978. Não são es-pecialmente inteligentes ou ambiciosos, passam o dia a re-escrever memorandos, que de-pois atiram para o cesto de pa-péis, num clássico basquetebol de escritório. “Fomos eleitos os dois funcionários com menos hi-póteses de sucesso”, recordará um deles mais tarde. Os dois homens chamam-se Jeffrey Im-melt e Steven Ballmer. Antes de fazerem 50 anos, serão os presidentes-executivos da Ge-neral Eletric e da Microsoft. Depois de estudarmos e entre-vistarmos alguns dos melhores performers do mundo em di-versas áreas, chegamos à con-clusão que não é talento nem sequer trabalho que conduz à perfeição, é sim um esforço fo-calizado de prática delibera-da ou de acção focada.No meu estudo dos campeões do nosso tempo deixo aqui 3 dicas para conseguirmos atin-gir esta “prática deliberada”:- Definir objectivos precisos, concretos e de rápida con-clusão; uma espécie de mini-metas até ao objectivo final (baby steps)- Pede, exige e consegue fee-dback específico; só perceben-do o que fizeste mal e bem é que podes melhorar na próxi-ma vez- Acredita em ti e que conse-gues o que te propões; só as-sim conseguirás empenhar-te a sério e comprometeres-te com os outros na tua busca pela ex-celência.

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

t e r e s a

b a t i s t a

d i r e c t o r a

entrevista06| PENOG investe centenas de milhares de euros na região

Em tempo de cortes orça-mentais nos programas dos municípios do Douro

Superior para festejar a flor das amendoeiras, os empresá-rios procuram aumentar o vo-lume de negócios nesta época do ano, oferecendo produtos diferenciados a quem procura a região pela beleza das pai-sagens, mas também para de-gustar a afamada gastronomia regional.Nesta edição, a Voz do Nor-deste apresenta um verdadei-ro roteiro para quem visita a região. A gastronomia, a tra-dicional amêndoa coberta e a doçaria de amêndoa ou o turis-mo rural em pleno Parque Na-tural Douro Internacional são os produtos de excelência que lhe damos a conhecer nesta edição especial Amendoeiras em Flor.

Negócios em florÀ componente turística alia-mos a unidade de transforma-ção de Amêndoa Amendouro, que é responsável pelo forne-cimento deste produto à indús-tria agro-alimentar e confeita-ria regional.A flor das amendoeiras é uma época de negócio por excelên-cia que deve ser aproveitada pelos empresários instalados nesta região, onde os visitan-tes podem desfrutar de cená-rios únicos pintados de branco, que antecedem a chegada da Primavera.Oferecer produtos de quali-dade para todos os gostos é a chave para aumentar as ven-das nesta época do ano, fruto do aumento do número de vi-sitantes à região. As excursões têm vindo a diminuir ano a pós ano, mas aumenta o número de

pessoas que se deslocam no seu próprio meio de transpor-te para partirem à descober-ta da região. Estamos perante um público mais exigente, que procura produtos regionais de qualidade, o que obriga o co-mércio, restauração e unidades de alojamento a oferecer pro-dutos diferenciados.Os empresários e artesãos têm que usar as estratégias de ma-rketing mais adequadas para conseguirem vender os seus produtos, contribuindo para que o nome da região seja di-vulgado a nível nacional e além fronteiras.Esta edição da Voz do Nordeste também vai chegar a um maior número de pessoas, através da Internet. As edições desta pu-blicação já estão disponíveis online, no sítio http://avoznor-

“Com todo o direito”02| Arrendamento urbano para fins habitacionais - breves notas

ciência & tecnologia23| Centro Hospitalar de Trás-os-

Montes certificado

especialAmêndoa e Amendoeiras em Flor

8| Amêndoa transformada para a indústria

opinião02| Talento ou trabalho?

04| Bruxas, economia paralela e a maldição da capa da Sports Illustrated

ensino superior18| Ensino, investigação e apoio à Comunidade

economia14| Douro investe milhões em postos turísticos

15| Vinhos e azeites que marcam a diferença16| Mogadouro em Flor

17| Competitividade das empresas em debate21| MCoutinho premiada

e ainda:

nesta edição:nesta edição:

EDITORIAL

deste.wordpress.com. Aqui o leitor pode folhear esta revista mensal dedicada à economia da região de Trás-os-Montes e Alto Douro, que dá um novo passo com um espaço online e nas redes sociais.

05| Conto do Vigário

19| Empreendedorismo aliado à empregabilidade e inovação

9| Bolos de Amêndoa chegam a Bragança10| Doçaria tradicional é na Flormêndoa

11| Restaurante aposta na Gastronomia Regional12| Descanso e natureza, a combinação perfeita

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

Um dos maiores proble-mas da economia nacio-nal e do sistema fiscal

nacional é a economia para-lela. Há de facto alguns cida-dãos que, ilegalmente, se fur-tam às suas obrigações sociais. Obviamente que uma das for-mas de diminuir qualquer pro-blema é combatê-lo mas para que esse combate seja eficaz é importante conhecer e entender bem o fenómeno. Não vos vou maçar com análises económicas e a principal razão é a minha falta de competência para tal. Contudo gostava de partilhar a minha visão sobre alguns nichos dessa realidade. Refiro-me ao mercado dos bruxedos. Se há áreas em que estamos ainda muito próximo da ida-de média esta é, seguramente, uma delas. E porquê? Porque é que o homem conseguiu racio-nalizar tantas e tantas áreas e continua a alimentar o charla-tanismo explorado por oportu-nistas e burlões?“yo no creo en brujas pero que las hay las hay” afirmou Cer-vantes e nunca mais deixou de ser citado em toda a Ibéria.

Porque apesar da irracionali-dade (que noutras áreas foi su-ficiente para destronar teorias e crenças sem fundamento racio-nal) há fenómenos que susten-tam esta crença. Mas a questão não tem nada de transcenden-tal. A crença nas bruxas deve-se ao facto de elas terem uma adesão à realidade. Isso mes-mo: ADESÃO À REALIDADE!Não quero dizer que há ra-cionalidade e muito menos su-porte científico nas actividades chamadas ocultas. Quero dizer que há aspectos da realidade que, não lhe sendo devidos, por ocorrerem em simultâneo aca-bam por lhe conferir credibili-dade. Tal como a “maldição da capa da Sports Illustrated”:Diz-se que o atleta que apa-recer na capa da prestigiadís-sima revista americana após ter tido tal distinção, começa a regredir na carreira. Pare-ce uma maldição. Mas não é. Tem uma explicação racional. Os critérios editoriais da Sports são elevadíssimos. Só chega à capa quem estiver no auge da sua forma. Ora quem está no

auge, sobretudo em desporto, a probabilidade de começar a fase descendente é elevadíssi-ma. É uma questão de tempo e nunca é preciso muito. Daí ao mito é um passo apenas!O fenómeno dos bruxedos é de igual perfil, mas ao contrá-rio. E, paradoxalmente, são as pessoas que “no crean en bru-jas” que mais credibilidade lhe dão. São os que resistem, até ao limite, a recorrer a estes “es-pecialistas”. Quando o fazem, é vulgar estarem já a bater no fundo. A probabilidade de se iniciar um ciclo positivo é cada vez maior. Daí que a interven-ção dos bruxos apareça como ainda mais eficaz. Nos finais do século XIX sir Francis Galton enunciou o con-ceito da regressão para a mé-dia (os factores externos terão tendência para convergir para a média conferindo-lhes algu-ma previsibilidade). Lábia e uma forte componente de ma-rketing pessoal completam o ramalhete e asseguram a so-brevivência desta crença que persiste em resistir à evolução dos tempos.

Bruxas, Economia Paralela e a Maldição

da Capa da Sports Illustrated

j o s é m á r i o

l e i t ed i r e c t o r- a d j u n t o d a F u n d a ç ã o G u l b e n k i a n

“A arte da Medicina consiste em entreter o doente enquanto a Natureza cura a doença”

Voltaire

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

Diz-se que o atleta

que aparecer na capa

da prestigiadíssima

revista americana

após ter tido tal

distinção, começa a

regredir na carreira.

“yo no creo en

brujas pero que

las hay las hay”

afirmou Cervantes e

nunca mais deixou

de ser citado em

toda a Ibéria.

OPINIÃO

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

Antes das obras, encon-trava-se pintada na parede das Finanças

uma frase que dizia “ide rou-bar para outro lado”. A locali-zação da mensagem não deixa dúvidas sobre a quem se pre-tende imputar o pretenso “rou-bo”. Será justo? Que ninguém gosta de pagar e que os co-bradores de impostos são mal-amados não é novidade. Dizer que quem “rouba” é quem tem por missão cobrar, é demasia-do redutor. Mas, já agora, quem “rouba” é quem tenta co-brar ou quem foge à cobrança ?!?. Aceito que possa haver opi-niões divergentes sobre quem rouba, duvido que as haja so-bre quem é roubado – o cida-dão que paga os seus impos-tos, e que, devido à evasão de outros, é chamado a pagar mais para compensar. Concedo que nenhuma instituição é per-feita, pelo que num ou noutro caso poderão ter sido cometi-dos excessos, nomeadamente pela Inspecção, dada a dificul-dade de que se reveste o seu trabalho, pois chegar ao “lucro real” utilizando rácios não é tarefa fácil, pelo que enquan-to a fiscalização não for efec-tuada por mágicos ou viden-tes sempre haverá desvios, os quais poderão ser corrigidos em sede de reclamação, recur-so, impugnação ou arbitragem. Em relação ao resto, não cabe à DGCI qualquer responsabili-dade, definir em termos de im-postos, quais, como, a quem, quando, porquê e para quê, é tarefa reservada à Assembleia da República, limitando-se a

Conto do

DGCI, nos termos da lei, a ge-rir todo um sistema que permite ao Estado financiar um conjun-to de serviços, sem o que não haveria Edução, Justiça, Saúde, Segurança, Transportes, etc. O esforço fiscal é necessário mas deve ter em conta a capacida-de contributiva, a qual já se en-contra na base do insustentá-vel, pois, segundo o “Eurostat”, Portugal tinha em 2008 o va-lor mais elevado da UE (23%), a uma distância abismal dos que o seguem – Itália com cer-ca de 16%, Espanha e França com 14%. Se em 2008 já as-sim era, imagine-se hoje. Asso-ciado a este gráfico, aparece o da fraude e evasão via econo-mia paralela onde nos é dado verificar que, segundo um es-tudo realizada por “Friedrich Schneider”, Portugal, em 2010, atingiu 19,7 % do PIB, um valor muito superior à média dos pa-íses da OCDE (14%) mas pró-ximo dos valores dos países do sul, Espanha (19,8%), Itá-lia (22,2%), e Grécia (25,2%). Se esta percentagem nada lhe disser, saiba que é o dobro do maior deficit alguma vez re-gistado em Portugal (2009), e equivale a 33,56 mil M€. Se assim é, porque esperamos para começar a luta? Mais, es-tarão os portugueses dispostos a colaborar nessa luta, ou di-rão como na canção “vão sem mim que eu vou lá ter”.A evasão e fraude fiscais são vistas como uma forma enge-nhosa, socialmente aceite, de reter para si mesmos recursos que consideram injusto serem reclamados por um Estado, a

a n t ó n i o

verdelhodocente do IPB

seu ver, ineficiente. Ora, tal não deve justificar o comportamen-to faltoso nem, muito menos, in-verter o seu valor moral: o que é mau não se converte em bom pelo facto de muitos o pratica-rem. Converte-se, isso sim, em algo mais danoso. Impõe-se a mudança de mentalidades e a criação de uma maior consciên-cia fiscal que exalte os que pa-gam e censure os que fogem.Estamos sempre a cair na mais simplista das versões do “conto do vigário”. Seja a cautela da lotaria premiada, a “D. Bran-ca” ou a “compra sem factura”. Embora haja empresários cien-tes dos seus deveres (os quais é preciso proteger da concorrên-cia desleal), também os há que o não são. Por isso, quando uma empresa não emite factura com o argumento que o cliente não paga o IVA, devemos descon-fiar. A não emissão pode le-var ao pagamento de pesadas multas e juros. Se o risco é gran-de, o beneficio também o deve-rá ser. Se quando não é emiti-da factura o cliente não paga o IVA, quem ganha é o clien-te. Então, a empresa ganha o quê? Resposta lógica: ganha o IRC. Pois é, tem razão, ganha o IRC dirão uns. Espera lá, dirão outros, mas o IRC é 10% do lu-cro e o IVA é 23% das vendas, pelo que comparar as duas re-alidades é como o 8 e o 80, isto é, o comerciante ganha 8 (e se tiver prejuízo ganha zero) e o cliente ganha 80. Alguém acre-dita nisto?!? Será que compen-sa o risco?!?. É evidente que na maioria das situações o cliente paga sempre o mesmo, a dife-

rença é que se for com factura o IVA vai para o Estado, se não for, a receita perde-se e o Es-tado é obrigado a recorrer a outros meios para compensar a perda (aumento de taxas, no-vos impostos, etc) e aí o cliente paga outra vez. Temos de ser cidadãos responsáveis e con-trariar ideias enraizadas e nes-se combate promover a difusão de uma correcta cultura tribu-tária.Para começar, resista à tenta-ção excitante de fazer uma coi-sa ilegal - “peça a factura, se faz favor - facturar faz o país avançar”.

Vigário

Para começar, resista à tentação excitante de fazer uma coisa ilegal

- “peça a factura, se faz favor - facturar faz o país avançar”

OPINIÃO

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • • edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

A produção de energia limpa, onde se destaca a eólica, é um desígnio a nível

nacional. Na região existe potencial para transformar o vento em electricidade, mas a falta de vontade política está a

adiar a instalação de aerogeradores na região. A PENOG é uma das empresas que

tem vindo a estudar o vento na Serra da Nogueira e expande, agora, o interesse em

instalar aerogeradores noutros pontos da região. Em entrevista à Voz do Nordeste,

o presidente do conselho de administração do Parque Eólico da Nogueira - PENOG,

Carlos Pimenta, fala sobre os entraves à instalação de parques eólicos no Nordeste

Transmontano e sobre as vantagens destes equipamentos para a região e para o País.

ENTREVISTA

VOZ do Nordeste (VN) - O Par-que Eólico da Nogueira é um projecto aguardado há qua-se uma década pelos autar-cas de Bragança, Macedo de Cavaleiros e Vinhais. Quan-do é que este projecto poderá avançar?

Carlos Pimenta (CP) - Do Pon-to de vista técnico, a PENOG tem todos os estudos necessá-rio para a construção do Par-que Eólico da Serra da No-gueira. Já realizámos medidas de vento que provam a viabili-dade deste Parque, pois o re-curso eólico existe. Também fi-zemos os estudos necessários à planificação do Parque e à lo-calização das máquinas. Temos, igualmente, feita a caracteriza-ção ambiental da Serra da No-gueira e os Estudos topográfi-cos.

VN - Quais são os entraves que têm estado na origem do adiamento da instalação des-te Parque Eólico?

CP - Durante muitos anos não foi possível construir Parques Eólicos nesta zona do distri-to de Bragança, devido à ine-xistência de uma linha eléctri-ca da REN que pudesse escorar a electricidade produzida nos Parques que aqui viessem a ser instalados. Hoje já é possível utilizar as novas infra- estrutu-ras eléctricas construídas ou em construção pela REN, pelo que poderemos esperar que, breve-mente, o Governo decida auto-rizar a ligação à rede de Par-ques Eólicos, como o da Serra da Nogueira.

VN - O objectivo do País é au-

mentar de forma exponencial a produção de energia renová-vel. Na sua opinião o governo deveria facilitar a instalação de parques eólicos numa re-gião com potencial como é o Nordeste Transmontano?

CP - Sim, concordo plenamente. O distrito de Bragança é a úni-ca zona do País com potencial eólico ainda não desenvolvido pelas razões apontadas.

VN - A PENOG já está a pa-gar uma renda pelos terrenos onde começou a ser estudado o aproveitamento do vento. Qual o investimento que já foi feito pela empresa neste pro-jecto e qual o valor do investi-mento global?

CP - Já foi investido pela em-presa e pelos seus sócios mon-

tantes na ordem de grandeza de centenas de milhares de eu-ros.Quando se concretizar o Par-que estaremos a considerar um investimento adicional de vá-rias dezenas de milhões de eu-ros, eventualmente superior a uma centena de milhões de eu-ros.

VN - Qual o ponto da situa-ção em que se encontra este projecto?

CP - Estamos prontos a entregar à Direcção-Geral de Energia e Geologia (DGEG) o pedido de autorização deste parque eó-lico. Apenas necessitamos que este organismo autorize a liga-ção de novos Parques Eólicos no distrito de Bragança, o que hoje já é tecnicamente possível. É uma questão de vontade po-

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • ENTREVISTA

lítica.

VN - Este Parque Eóli-co será constituído por

quantos aerogeradores e qual a potência que será instalada? A ener-

gia produzida dará para iluminar quantas cidades como Bragança?

CP - O potencial eólico e os terrenos disponíveis permitem instalar dezenas de aeroge-radores. A limitação principal à futura di-mensão do parque, virá fundamental-mente do limite que a DGEG venha a estabelecer para a ligação à rede deste parque, bem como de eventu-ais restrições de carácter am-biental.

VN - A PENOG está a estu-dar outras poten-cialidades eóli-cas no distrito de Bragança, nomeadamen-te em Salsas, Quintela de Lampaças, Rebordai-nhos e Pomba-res. Já foram assi-nados contratos de arrendamen-to com proprie-tários de ter-renos nestas freguesias?

CP – A PE-NOG tem contado com a colabo-

ração total dos municípios de Bragança, Vinhais e Macedo de Cavaleiros, que são seus as-sociados, e com eles temos pro-curado estudar o alargamento da área do Parque Eólico da Serra da Nogueira, através da contratualização de novos ter-renos que tenham condições ne-cessárias para a instalação de aerogeradores.

VN - Quais os benefícios para a região com a instalação des-tes parques eólicos?

CP - A nível local e regional, os benefícios são reais e tradu-zem-se em empregos na fase

de construção e ao longo dos mais de 20 anos de explora-ção dos parques eólicos, bem como em receitas directas para as Comissões de baldios e Jun-tas de Freguesia. As Câmaras Municipais recebem, ainda, 2,5 do valor da venda da electri-cidade aqui produzida, para além dos dividendos a que têm direito enquanto accionistas da Penog. O investimento em ener-

gia eólica é, ainda, particular-mente favorável às populações locais, porque ocupa, apenas, 2,5% das superfícies onde se instala, deixando livres para outras actividades económicas os restantes 97,5%, ou seja é um investimento que adiciona riqueza e aumenta o empre-go das regiões onde se insta-la sem anular as actividades já existentes.

VN - Para além da ins-talação de parques eólicos nas zonas já referidas, a PENOG pondera alargar a ins-talação de aerogera-dores noutros pontos

do Nordeste Transmontano?

CP - Sim. Basta que a DGEG abra novos pontos de ligação à REN.

VN - O Nordeste Transmonta-no é conhecido pelas suas paisagens. Na sua opinião é possí-vel conciliar a produ-ção de energia eólica com a beleza da pai-sagem?

CP - Os aerogeradores são “esculturas” móveis modernas, que duran-

te uma geração vão produzir a energia que necessitamos sem poluir ou deixar marcas per-manentes na paisagem. No fi-nal da sua vida útil serão des-montados, reciclados a 98% e, um ano depois, não restará tra-ço visível. Não conheço nenhu-ma outra forma de produção de electricidade com menos im-pacto no ambiente.

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especialAMÊNDOA E AMENDOEIRAS EM FLOR

É com a mais moderna tecnolo-gia que a Amendouro, uma em-presa instalada em Alfândega

da Fé, transforma a amêndoa com casca para enviar para a indústria agro-alimentar. No mercado há 20 anos, esta pequena empresa coloca o seu produto no mercado nacional, exporta para a Europa e América Latina e, em tempo de crise, procu-ra novos mercados para expandir o negócio.Com um volume de vendas na ordem dos 2 milhões de euros, a Amendou-ro transforma, anualmente, cerca de 2,5 toneladas, que são comercializa-das para a indústria alimentar em diferentes formatos.

“Se vierem uns quilos de amarga no meio da doce o produto não é de qualidade e isto deve-se à falta de tratamento do amendoal. Houve ul-timamente algumas plantações, que poderão dar resultados entre três a quatro anos, mas não são tantas quanto isso”, salienta o responsável.Para resolver esta situação, Carolino Araújo defende que os subsídios à agricultura sejam atribuídos de for-ma diferente. “O agricultor recebe subsídios e tem o amendoal aban-donado”, lamenta o empresário.Numa visita à Amendouro, encontra-mos uma unidade mecanizada, di-vidida por linhas de transformação, que vão desde o descasque, à des-

Amêndoa despelada, laminada ou granulada

O administrador da empresa, Caroli-no Araújo, afirma que a empresa rece-be amêndoa de todo o País e até impor-ta este fruto seco, mas salvaguarda que a maioria da matéria-prima utilizada pela Amendouro é adquirida na região de Trás-os-Montes e Alto Douro, mas tam-bém no Alentejo e Algarve.A amêndoa doce é a principal matéria-prima desta pequena empresa a laborar numa região onde o amendoal tem vindo a ser renovado para responder às neces-sidades do mercado. No entanto, Caro-lino Araújo afirma que as árvores enve-lhecidas continuam a ser um problema para quem compra, visto que a mistura de amêndoa doce com amêndoa amarga interfere na qualidade do produto.

pelagem, passando pelo processamen-to onde o grão é calibrado, laminado ou granulado.O mercado nacional absorve cerca de 50 por cento da produção desta peque-na empresa, que segue para a confeita-ria, pastelaria, indústria chocolateira, de confecção de iogurtes ou de embalamen-to para ser colocada no comércio.Já a casca da amêndoa é vendida para ser utilizada em sistemas de aquecimen-to.Os meses de Setembro e Outubro repre-sentam um pico de trabalho para a Amen-douro. No entanto, a empresa labora du-rante todo o ano e dá emprego a uma média de 12 colaboradores.

A m ê n d o atransformada para a indústriaAmendouro coloca o seu produto no mercado nacional e exporta para a Europa e América Latina

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

A m ê n d o atransformada para a indústria

A tradição dos bolos de amêndoa e da amên-doa coberta nasceu em

Torre de Moncorvo, mas Maria Diogo trouxe para a capital de distrito um negócio familiar que instalou no Mercado Muni-cipal de Bragança. No Roteiro da Doçaria, que comercializa a marca Docemêndoa, é pos-sível encontrar uma grande va-riedade de bolos, com um as-pecto criativo e atractivo para

quem aprecia estas iguarias de amêndoa.Este é um ponto de passagem obrigatório para quem visita a região transmontana durante a época das amendoeiras em flor.A empresária Maria Diogo ex-plica que esta casa confeccio-na cerca de 32 variedades de bolos de amêndoa. As recei-tas são tradicionais e foram criadas pela própria família. O segredo para obter produ-

Bolos de Amêndoachegam a BragançaNo Roteiro da Doçaria é possível encontrar os tradicionais bolos de Torre de Moncorvo com a marca Docemêndoa

tos de qualidade está na for-ma de confecção. “Se bater-mos de mais ou de menos ou dermos uma volta a mais ou a menos à massa altera com-pletamente o sabor”, constata Maria Diogo.A criatividade é outro dos se-gredos para cativar os clientes. Todos os bolos têm formas di-ferentes e cativantes, que vão desde as estrelas, às conchas, passando pelos ouriços, ratos

ou gatos em forma de doce.A par da doçaria em miniatu-ra, Maria Diogo também con-fecciona bolos mais requin-tados, que são ideais para festas ou ocasiões especiais. O ensopado de frutos secos é um exemplo de doce de requin-te que fica bem em qualquer mesa. “É um bolo grande, que para ficar bem não pode ter menos de um quilo”, explica a empresária.

O fabrico artesanal é a chave para alcançar o sucesso. Ma-ria Diogo apresenta doces de amêndoa com chila, as tradi-cionais conchas de amêndoa, tartes de amêndoa e noz, quei-jadas, palitados, delícias de amêndoa, entre outros.À doçaria típica de amêndoa, a responsável pelo Roteiro da Doçaria junta, agora, os doces de castanha, para alargar o leque de oferta da Docemên-

doa.Num espaço contíguo, o Roteiro da Doçaria apresenta uma loja onde a amêndoa coberta é tra-balhada ao vivo, o que permite às pessoas observar a confec-ção deste manjar tradicional, que leva cerca de um mês para ganhar o aspecto esbranquiça-do com que é apresentado o produto final.“É um processo muito demorado. A amêndoa tem que ser posta

a uma temperatura adequada e é preciso estar sempre a me-xer”, explica Maria Diogo.A amêndoa é trabalhada numa bacia de cobre, com o calor de carvão por baixo, uma combi-nação que resulta na tradicio-nal amêndoa coberta.Para promover estes produtos, Maria Diogo leva o nome da Docemêndoa a diversas feiras de artesanato e gastronomia nacionais e internacionais.

Doçaria sem açucar com a marca Docemêndoa

especialAMÊNDOA E AMENDOEIRAS EM FLOR

especial AMÊNDOA

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

Doçaria tradicionalé na FlormêndoaCasa artesanal em Torre de Moncorvo oferece mais de 30 variedades de bolos confeccionados com amêndoa

As receitas foram cria-das por Maria Júlia Rodrigues, a proprie-

tária da Flormêndoa, que de-cidiu revitalizar a tradição da amêndoa coberta e ino-var ao nível da doçaria regio-nal. Natas com amêndoa, so-nhos de amêndoa, delícias de amêndoa sem farinha, estre-

Flormêndoa é

uma verdadeira

escola de família

no que toca à

confecção de

doçaria com

amêndoa.

las, conchas ou alheiradas são algumas das especialidades confeccionadas por esta casa de fabrico artesanal.Este é, igualmente, um ponto de passagem obrigatório para quem visita a região durante a época das amendoeiras em flor e gosta de apreciar a do-çaria que é feita à base deste fruto seco. Maria Júlia Rodrigues afirma que ainda consegue inovar e apresentar receitas diferen-tes que surpreendem os clien-tes. “Chegámos a ter um doce novo todos os dias. As pessoas vinham cá para saber qual era o bolo do dia e eram as pró-prias pessoas que os baptiza-vam”, salienta a artesã.A empresária lembra que a Flormêndoa revitalizou uma tradição e conseguiu levar o nome de Torre de Moncorvo a diversas regiões do País. “An-tes desta casa nascer existiam poucos bolos de amêndoa. Já a amêndoa coberta existia va-gamente, mas não era traba-lhada ao vivo”, realça Júlia

Rodrigues.Aliás, o trabalho ao vivo é uma das particularidades des-ta casa artesanal, situada no centro histórico da vila. Aqui é possível ver as voltas que a amêndoa leva até ganhar o aspecto esbranquiçado da amêndoa coberta, um proces-so que demora cerca de um mês a ser concluído.Júlia Rodrigues tem participa-do em várias feiras a nível na-cional e até já ganhou prémios com a sua doçaria de Norte a Sul do País. “Num concurso em Torres Novas consegui três pri-meiros prémios, em Famalicão também fiquei em primeiro lu-gar, tal como no Porto, ao pas-so que em Caldas da Rainha consegui um primeiro e um se-gundo prémios”, enumera a empresária.Três pessoas trabalham diaria-mente para que a Flormêndoa possa oferecer bolos requinta-dos e de qualidade a quem vi-sita a região e opta por levar bolos de amêndoa ou a tradi-cional amêndoa coberta como

especialAMÊNDOA E AMENDOEIRAS EM FLOR

especial AMENDÔA

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Doçaria tradicionalé na Flormêndoa

Restaurante aposta naGastronomia Regional“O Lagar” alia o ambiente rústico aos mais diversos pratos confeccionados com produtos da terra

Aliás, “O Lagar”, um negó-cio de família com 28 anos, que tem passado de gera-ção em geração, está inseri-do na zona nobre de Torre de Moncorvo, o que pro-porciona aos visitantes um passeio pelo centro da vila, onde se destaca a imponên-cia do património histórico.Para melhorar a qualida-de do serviço prestado aos clientes, a gerência deste espaço tem vindo a fazer obras, preservando sempre a traça antiga. “Tentamos criar um ambiente rústico e, ao mesmo tempo, fami-liar, onde as pessoas se pu-dessem identificar e onde se sentissem bem”, enaltece Susana Diogo.A mais recente transforma-ção foi a adaptação das instalações sanitárias para

Pratos típicos servidos com profissionalismo

deficientes e para bebés, o que torna este espaço acessí-vel a todos os cidadãos.Diariamente, o restaurante “O Lagar” é a opção para um grande número de pessoas, que procuram uma variedade de pratos a um preço acessí-vel. “ Todos os dias temos entre 4 a 6 pratos e não aumenta-mos os preços”, enaltece Susa-na Diogo.O restaurante “O Lagar” con-ta, actualmente, com seis co-laboradores, que fazem a di-ferença na hora de servir à mesa. Susana Diogo realça que procura contratar pesso-as profissionalizadas na área, mas confessa que não é tare-fa fácil encontrar funcionários com formação na área da co-zinha e serviço à mesa.

A história do restaurante “O Lagar”, em Torre de Moncorvo, remonta a 1983. O ambiente rústico é aliado a pratos típi-cos da região, que são um ver-dadeiro manjar para quem vi-sita a região para apreciar a beleza das paisagens onde saltam à vista as amendoeiras floridas.Aqui é possível degustar um ensopado de javali, a tradicio-nal posta, pratos com fumeiro ou um entrecosto guisado com favas. Estes menus são confec-cionados com produtos genuí-nos, que dão um sabor espe-cial à gastronomia regional, e

podem ser acompanhados com os melhores vinhos produzidos na região transmontana e du-riense. Mas antes de servir os pratos principais, o restaurante “O Lagar” oferece aos seus clien-tes entradas regionais para abrir o apetite. Queijo azeita-do, melão com presunto ou fo-lhado de alheira são algumas das iguarias que antecedem a refeição.A tudo isto juntam-se as deli-ciosas sobremesas regionais, como é o caso do requeijão com doce de abóbora ou dos doces caseiros com o toque do

restaurante “O Lagar”.Estas sugestões são um verda-deiro convite para quem passa pela região e faz questão de degustar a gastronomia regio-nal, num ambiente que alia o ambiente rústico de um lagar antigo a um serviço profissio-nalizado que se preocupa com a satisfação do cliente.Susana Diogo, proprietária do

restaurante “O Lagar”, conta que esta casa ainda preser-va pedras que terão pertenci-do ao antigo castelo da vila. Já a sala do restaurante resul-ta da recuperação do antigo espaço onde se guardavam as pipas. A isto junta-se a Oficina Vinária, um núcleo museológico mesmo ao lado deste restau-rante repleto de história.

especialAMÊNDOA E AMENDOEIRAS EM FLOR

Descanso e Natureza,a combinação perfeita

Quinta da Ferradosa é composta por três casas de campo inseridas em pleno Parque Natural do Douro Internacional

Actividades na natureza para todos os gostos

Em plena época de amen-doeiras em flor, a Quin-ta da Ferradosa, situada

a cerca de 4 quilómetros de Freixo de Espada à Cinta, é a opção ideal para quem gos-ta de desfrutar da beleza das paisagens pintadas de branco, degustar os produtos regionais e visitar o património histórico do Douro Superior.Inserida em pleno Parque Na-

tural do Douro Internacional, esta Unidade de Turismo Rural proporciona aos seus hóspedes um cenário encantador, pro-porcionado pela combinação da tranquilidade e do sossego com a beleza da natureza.A Casa da Ribeira, a Casa do Lago e a Casa do Olival apre-sentam-se como uma segun-da casa para quem quer des-cansar no campo e, ao mesmo

tempo, degustar a gastronomia regional. Este complexo habi-tacional mantém a sua identi-dade de quinta agrícola, que alia ao requinte e ao conforto da modernidade.“Damos os ingredientes para o pequeno-almoço e as pessoas é que preparam. Aqui as pes-soas estão completamente à vontade”, enfatiza Maria Eli-sa, proprietária da Quinta da

Ferradosa.As paredes de xisto guardam a história deste espaço, que remonta a 1784, altura em que terá nascido esta quinta agrícola. Em 2006, Fernando Nogueira e Maria Elisa deci-diram regressar às origens e transformar esta quinta de fa-mília numa unidade de turismo, que tem cativado um público diversificado.

“Recebemos desde famílias com filhos, a pessoas que que-rem descansar neste sossego, astrónomos que procuram este local para observar as estre-las, fotógrafos que pretendem fotografar aves, a historia-dores que procuram as pintu-ras rupestre existentes nesta zona”, salienta Fernando No-gueira.

Quem ficar alojado na Quin-ta da Ferradosa, com capaci-dade para 12 pessoas, pode participar num variado leque de actividades na natureza, como andar de bicicleta ou fa-zer passeios pelos trilhos carre-gados de história de Freixo de Espada à Cinta. Para os mais pequenos, este espaço oferece um parque infantil, para que

as crianças possam brincar num ambiente familiar.Com a barragem da Ferrado-sa aos pés, esta unidade de tu-rismo quer ampliar a oferta de actividades aos seus hóspedes, através da colocação de bar-cos de recreio na albufeira, um projecto que aguarda a auto-rização das entidades compe-tentes para avançar.

Fernando Nogueira realça, ainda, que nos próximos tem-pos este espaço poderá ga-nhar ainda mais beleza, com a concretização do plano am-biental previsto para a bar-ragem e zona envolvente, que contempla a plantação de ár-vores, bem como a povoação da albufeira com espécies aquícolas.

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • especial AMÊNDOAespecial

AMÊNDOA E AMENDOEIRAS EM FLOR

www.vinhosvelhoseazeitesnovos.com

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 •

D o u r o i n v e s t e m i l h õ e s e m

p o s t o s t u r í s t i c o s13 Centros de Informação Turística espalhados por toda a região duriense para receber melhor os visitantes

• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • ECONOMIA

A Turismo do Douro e os mu-nicípios que integram aquela região demarcada apresenta-ram candidaturas ao Progra-ma Operacional Regional do Norte (FEDER), no valor de 3,5 milhões de euros, para a aber-tura e organização de 13 Cen-tros de Informação Turística. As autarquias parceiras ga-rantem 30 por cento do investi-mento deste projecto, que visa melhorar a imagem deste des-tino turístico, ao mesmo tempo que dinamiza a comunicação entre os vários postos e loca-lidades, para receber bem os visitantes.Esta candidatura tem em vis-ta o estabelecimento de uma rede infra-estrutural de acolhi-mento, com os vários postos li-gados entre si, através de uma plataforma comum de intra-net, que permitirá informar o

visitante sobre o que se passa em toda a região. Entre a in-formação oferecida aos turis-tas destaque para a disponibi-lidade hoteleira em qualquer localidade ou os locais gastro-nómicos típicos da região. Serão criados cinco centros ân-coras, nomeadamente em Vila Real, Lamego, Alijó, Torre de Moncorvo e Vila Nova de Foz Côa, e oito complementares, em Freixo de Espada à Cinta, Carrazeda de Ansiães, Sabro-sa, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Moimenta da Bei-ra, Penedono e São João da Pesqueira. Todos estes espaços são centrais e vão ficar devi-damente sinalizados para se-rem fáceis de encontrar. Numa primeira fase, também estarão ligados ao Norte e, posterior-mente, a todo o País.

Consoante as necessidades de cada município, alguns postos já existentes serão requalificados, outros mu-darão de local, adoptando um layout moderno, que imi-ta graficamente os socalcos do Douro. Qualquer turista que visi-te um dos Centros de In-formação Turística poderá assistir a um filme e consul-tar informação paisagísti-ca, histórica e cultural, bem como sugestões de roteiro e agenda, através de equi-pamentos multimédia, con-tando, ainda, com o apoio dos colaboradores destes espaços. No exterior, ha-verá ecrãs tácteis informa-tivos, disponíveis 24 horas por dia.Segundo o presidente da Turismo do Douro, António

Martinho, esta candidatura pretende actualizar a tec-nologia e conteúdos, me-lhorando o serviço que os actuais Postos de Turismo prestam naquele que é um pólo de desenvolvimento tu-rístico prioritário. “É impor-tante que nada falhe em to-dos os elos da cadeia que constituem o atendimento ao turista. Queremos que quem visita tenha vontade de voltar e, para isso, temos de receber bem e orien-tar convenientemente, para que aproveite ao máximo esta região. As ofertas são variadas, quer seja em tu-rismo da natureza, touring cultural, de património, pai-sagístico, ou em gastrono-mia e vinhos”, realça o res-ponsável.

Nova imagem retrata socalcos de xisto

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • ECONOMIA

Vinhos e azeites que

marcam a diferença

Tabuaço acolhe o I Show Taste de Vinhos Velhos e Azeites Novos

Há certames que con-seguem marcar a di-ferença com peque-

nos pormenores. Desde logo o nome, Show Taste de Vinhos Velhos e Azeites, facilmente re-sumido em VVeAN. Depois, lo-cais como o Centro Histórico de Tabuaço, as quintas vira-das para o Douro e Távora e o Museu do Imaginário Duriense, também conhecido por MIDU.Finalmente, o programa, inédi-to quase do início ao fim, com

cinco dias dedicados à prova de azeites e vinhos que fazem história. São verdadeiras re-líquias engarrafadas, que es-tarão em foco de 9 a 13 de Março, em Tabuaço.Cada dia do certame é uma porta aberta para partici-par em Workshops com Enólo-gos/Sommelier´s de referên-cia, como Emmanuel Delmas ou Txema Garcia, ou em Jantares Temáticos com as criações de reputados chefes de cozinha.

É o caso de Rui Paula (DOC), Filipe Moreira (Cais da Vila) e Rogério Bento (Flor de Sal), que assinam os pratos que se-rão servidos em várias quintas do concelho.VVeAN também significa uma combinação perfeita entre Cursos de Iniciação à Prova de Espumantes, de Vinhos Velhos e Azeites, alguns deles condu-zidos por Marco Oreggia, um enólogo italiano, que além de provador de vinhos, também é

especializado na apreciação de azeites.Eis uma oportunidade única para saber o que pensam estes peritos sobre o Azeite de Trás-os-Montes e os Vinhos do Douro.Esta será a componente mais profissional do certame, que também conta com seminários sobre “Novos Mercados para Velhos Produtos”, “Novos Pro-dutos para Velhos Mercados” e “DOP Douro: Ameaças e Oportunidades”.

Todos os dias do programa do VVeAN são diferentes, mas é a 13 de Março que o evento encherá as ruas de Tabuaço. Tudo começa com um desfile de Carros Descapotáveis tão anti-gos como alguns Vinhos Velhos, pois a participação está veda-da a veículos com menos de 50 anos. A iniciativa também con-tará com Motas Antigas e Si-de-Cars, que percorrerão es-tradas adornadas de vinhedos e olivais, pelas encostas de Sa-brosa, Pinhão e Tabuaço.Enquanto estes verdadeiros “vintage em quatro rodas” aquecem os motores por montes e vales, em Tabuaço acende-se

a fogueira em frente à Câ-

Desfile de Automóveis Vintage antecipa oferta de petiscos aberta a toda a população

mara Municipal, para prepa-rar um show-cooking de gas-tronomia tradicional que não deixará ninguém indiferente. Entre as 11:30 e as 14:00 ho-ras de domingo, a organização oferece petiscos próprios do Entrudo, na sua maioria con-feccionados em potes de ferro, sempre com o envolvimento da

comunidade e profissionais da restauração local.Depois de três jantares temá-ticos nas principais quintas do município, a culinária típica do Douro está na rua para quem quiser provar, por exemplo, uma Sopa de Feijão no Pote.Mesmo ao lado, alunos e for-madores das Escolas de Hote-

laria e Turismo de Lamego e Mirandela preparam um ou-tro show-cooking, com os mes-mos ingredientes, numa tenda idêntica, mas com sabores e saberes diferentes. Este será o momento crucial para os visi-tantes conhecerem a gastrono-mia regional, embora tratada de forma distinta.

A degustação de Bolo-Rei de Tabuaço e as boas-vindas aos estorninhosAs actividades permanentes do VVeAN também não fo-gem à regra em termos de diferenciação. Deixe-se en-cantar pela recepção aos Estorninhos, que será feita, diariamente, a partir das

18:00 horas,

ou com a degustação do sui generis Bolo-Rei de Tabuaço. O I Show Taste de Vinhos Ve-lhos e Azeites é organizado pela Rota do Azeite de Trás-os-Montes, em parceria com a Rota do Vinho do Porto, Rota das Vinhas de Cister, Turismo

do Douro, Comissão de

Coordenação e Desenvolvi-mento da Região Norte e Es-trutura de Missão do Douro.Além do apoio incondicional do município de Tabuaço, a ini-ciativa também é co-financia-da pelo QREN, ao abrigo do programa ON.2.

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• edição n.º 642 • ano XXV • janeiro|2011 •

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A gastronomia é aliada aos produtos regionais de qualidade, ao pa-

trimónio e às paisagens pinta-das pela flor das amendoeiras. Até ao próximo dia 20 Mar-ço, são muitas as actividades que dinamizam o concelho de Mogadouro, integrado na rota das amendoeiras em flor.Este atractivo turístico serve de mote para a realização da Feira Franca dos Produtos da Terra, que anima a vila aos fins-de-semana, aliando o des-porto motorizado, com provas de montanha, passeios de mo-toturismo ou passeios de car-ros clássicos, à animação com grupos tradicionais da região, como é o caso dos pauliteiros ou ranchos folclóricos e etno-gráficos.A época das amendoeiras em flor assume-se, assim, como um motor de desenvolvimento eco-nómico da região, visto que o Planalto e o Douro Superior são visitados por um grande núme-ro de turistas, que se deslocam de diversos pontos do País e, até, da vizinha Espanha, para

apreciarem a beleza das pai-sagens e degustarem a gastro-nomia típica da região.Na Feira Franca, cerca de 30 expositores promovem os seus produtos de qualidade e aproveitam para fazer negó-cio, escoando aquilo que vão produzindo ao longo do ano, nomeadamente fumeiro, azei-te, mel, folar e pão tradicional cozido nos fornos a lenha.Este certame é uma verdadei-ra montra dos produtos da ter-ra, onde não faltam alguns ar-tesãos, que mostram, ao vivo, o segredo das suas artes ances-trais, trabalhando em olaria, cestaria, em madeira ou em objectos pintados à mão.O município é, ainda, promo-vido através dos desportos motorizados, com circuitos pe-los trilhos das freguesias, para que os “amantes” destas acti-vidades possam acelerar ou, simplesmente, passear enquan-to desfrutam da beleza das paisagens que se apresentam como uma verdadeira tela co-lorida.

Mogadouroem flor

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Ferramentas de gestão para enfrentar a crise

Competitividadedas empresas em debateSeminário Internacional Hispano- Luso vai reunir especialistas das áreas económicas de Portugal e Espanha

Em época de crise é fun-damental aplicar no-vas ferramentas de ges-

tão que tornem as empresas mais competitivas num merca-do cada vez mais globaliza-do. Para debater as técnicas mais adequadas para enfren-tar a actual conjuntura econó-mica, especialistas portugueses e espanhóis vão reunir-se no II Seminário Internacional Hispa-

no-Luso, subordinado ao tema “Gestão da Produção”, que decorre, nos próximos dias 11 e 12, em Bragança.Este evento está integrado no programa do MBA em Admi-nistração e Direcção de Empre-sas, promovido pela Fundación Universitaria San Pablo Cas-tilla y Léon – Centro de Estudos Universitários, em Valladolid, mas está aberto à comunida-de. Os interessados podem fa-zer a sua inscrição através do

e-mail [email protected]. Esta formação é gratuita e ainda confere um certificado de par-ticipação reconhecido a nível internacional.O Master leccionado por esta instituição espanhola é fre-quentado por empresários e profissionais das áreas eco-nómicas, engenharias e juris-tas de Portugal, nomeadamen-te de Bragança, e de Espanha, que partilham experiências e estudam as ferramentas de

gestão mais adequadas ten-do em vista a competitividade empresarial.Segundo o director do Master MBA-Internacional Hispano-Lu-so, Enrique Espinel, esta é uma oportunidade para empresá-rios, profissionais integrados na direcção de empresas e alunos das áreas económicas pode-rem aprofundar os seus conhe-cimentos, através do debate e partilha de experiências na área dos negócios.

“Este seminário tem como ob-jectivo fornecer novas ferra-mentas, técnicas e uma pro-funda reflexão sobre a forma como podemos melhorar a competitividade das empresas, como torná-las mais produtivas e com mais capacidade para gerar riqueza e emprego”, re-alça Enrique Espinel.Temas como as Técnicas para reduzir os resíduos produzidos pelas empresas, os Sistemas de Produção, a Competitivi-dade e o Benchmarketing ou a Propriedade Industrial vão es-

tar em debate durante os dois dias do seminário internacio-nal. O evento vai contar com a presença de especialistas da área dos negócios, como é o caso do director de Estra-tégia e Performance do Siste-ma Industrial da Renault a nível mundial, Carlos Quintana, do director da Oficina Espanhola de Patentes e Marcas e pre-sidente do Conselho de Admi-nistração da Oficina Europeia de Patentes, Alberto Casado, e da presidente do Instituto da Propriedade Industrial de Por-

tugal, Leonor Trindade.Enrique Espinel lembra que tanto Portugal, como Espanha ficam distantes do centro eco-nómico europeu, o que dificulta a competitividade destes dois países. Por isso, considera fun-damental apostar em alterna-tivas, como a redução dos cus-tos de fabrico dos produtos, dos custos salariais, o contro-lo dos custos energéticos, bem como a redução dos custos fi-cais para as empresas.

“Decidi investir na minha for-mação e optei por fazer este MBA Internacional, de forma a alargar conhecimentos, por-que entendo que a formação é a base fundamental para o desenvolvimento das empre-sas. Escolhi uma formação in-ternacional, porque a empre-sa já tinha algumas parcerias com empresários espanhóis. Em termos empresariais aprendemos novas técnicas. O mais importante é saber fa-zer, para fazer bem”.

João Gonçalves

JGInstalações Eléctricas

“Frequentei o MBA Interna-cional porque achei que era uma mais-valia para a minha firma. É uma vivência que conseguimos aplicar na prá-tica. Pode não ter resultados imediatos, mas vão-se reflec-tir com o decorrer do tempo.

Fernando Gomes - NordinfrioFoi uma boa oportunidade para tirar dúvidas e para par-tilhar experiências com ou-tros empresários. Agora vou participar neste seminário, porque aprendemos sempre coisas novas.

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ENSINO SUPERIOR

Inst i tuto Poli técnico de Bragança investiu 2,12 milhões de euros f inanciados por 41 projectos de investigação durante 2010

A instituição oferece, actual-mente, nas cinco escolas de Bragança e Mirandela uma centena de cursos, incluindo cursos de especialização tec-nológica (CETs), licenciaturas, pós-graduações, pós-licencia-turas e ciclos de estudos de mestrado. Fruto do desenvolvimento da sua oferta formativa, bem como das suas actividades de investigação, o IPB assistiu a um crescimento da sua popu-lação estudantil que atingiu, em 2011, cerca de 7500 es-tudantes.

A investigação e o apoio à comunidade são uma das vertentes que o

Instituto Politécnico de Bragan-ça (IPB) tem vindo a desenvol-ver ano após ano. A actividade científica crescente em diversos domínios está patente num nú-mero significativo de projectos de investigação com financia-mento externo e num número crescente de publicações cien-tíficas. No ano passado, estiveram em execução 41 projectos de inves-tigação e desenvolvimento, que corresponderam a um financia-mento de 2,12 milhões de eu-ros, muitos deles desenvolvidos nas Unidades de Investigação sedeadas na instituição, nome-adamente o Centro de Inves-tigação de Montanha (CIMO), o Centro de Investigação em Desporto, Saúde e Desenvol-vimento Humano (CIDESD) e o Laboratory of Separation and Reaction Engineering (LSRE). A estes projectos juntam-se o Sis-tema de Incentivos à Investiga-ção e Desenvolvimento Tecno-lógico nas Empresas que, em 2010, envolveu 23 empresas e um montante superior a 1,3 mi-lhões de euros, bem como um número significativo de serviços de apoio à comunidade. Destaque ainda para o núme-ro de publicações produzidas,

que foi superior a 500, entre artigos indexados, artigos não indexados, artigos em publica-ções nacionais, comunicações internacionais, comunicações nacionais, livros e capítulos de livros. Esta atmosfera de produção técnico-científica, enquadra os alunos do IPB nos projectos em andamento, permitindo-lhes o desenvolvimento dos trabalhos conducentes às suas disserta-ções de mestrado e à prosse-cução de estudos de pós-gra-duação e doutoramento, em colaboração com Universida-des nacionais e estrangeiras.O IPB integra a rede europeia de Universidades de Ciências Aplicadas (European Network for Universities of Applied Sciences, UASNET), cujos ob-jectivos incluem a transferência de competências profissionais e a integração da investigação aplicada na sua missão educa-tiva a nível profissional e tec-nológico.Internacionalização contribui para a mobilidade de alunosO IPB possui um programa de internacionalização de reco-nhecido sucesso, envolvendo a mobilidade anual de mais de 500 estudantes e 100 docen-tes, fruto da colaboração com várias instituições de ensino su-perior europeias e de países

de língua oficial portuguesa.Nos países de língua oficial portuguesa, o IPB destacou-se pelo contributo para o desen-volvimento do ensino superior em Angola e São Tomé e Prín-cipe, bem como pelo estabe-lecimento de uma rede de co-laboração com IES brasileiras que, actualmente, representa uma mobilidade anual de per-to de uma centena de estudan-tes.O ano de 2010/2011 marca o início da participação do IPB numa Janela de Cooperação Externa do Programa Erasmus-Mundus, abrindo portas a trin-ta estudantes de licenciatura e mestrado provenientes da Co-lômbia, Costa Rica e Panamá. Com o apoio de estruturas in-ternas como o Gabinete de Imagem e Apoio ao Estudante, o Gabinete de Promoção do Empreendedorismo, o Gabine-te de Relações Internacionais e a Associação de Apoio ao Aluno Estrangeiro, o IPB ofere-ce a todos os seus alunos, bem como aos alunos estrangeiros em mobilidade, uma oportuni-dade única de estudar numa instituição criativa e inovadora e de desfrutar de um ambien-te académico, cultural e de en-quadramento paisagístico ver-dadeiramente único.

Ensino, investigaçãoe apoio à comunidade

100 cursosao dispor dacomunidade

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ENSINO SUPERIOR

Voz do Nordeste (VN) – Qual a missão do Gabinete de Em-preendedorismo, empregabi-lidade e Inovação?José Adriano (JA) - Este ga-binete tem a missão de pro-porcionar um serviço de valor acrescentado aos alunos, aju-dando-os no final dos seus cur-sos e, ao mesmo tempo, fazer com que mantenham o víncu-lo à instituição. Podemos aju-dá-los na criação do seu pró-prio emprego, apoiando-os na criação das suas empresas, bem como ao nível da empre-gabilidade no exterior.VN – Qual o tipo de apoio que é proporcionado aos alu-nos ao nível da empregabili-dade? JA – Criámos recentemente a plataforma comunidade, um instrumento electrónico, em que os alunos do IPB podem colo-car o seu currículo e as empre-sas colocam as suas ofertas de emprego. Aqui os alunos po-dem ir actualizando o seu cur-rículo, ao qual têm acesso em formato Europass.

Mesmo depois de saírem do IPB vão continuar a ser moni-torizados por nós, o que é uma vantagem para os alunos.As empresas ao colocarem as suas ofertas de emprego vão ter a indicação automática de todos os alunos inscritos na pla-taforma que poderão estar in-teressados e a partir daí a empresa pode analisar os cur-rículos disponíveis. É uma plataforma de gestão de currículos e, ao mesmo tem-po, uma bolsa de emprego. Esteve em fase de testes du-rante cerca de um ano e va-mos arrancar agora com uma campanha promocional para chegar a todos os alunos. Além disso, também somos nós que gerimos os estágios profis-sionais, através do programa PEJEN.VN – Já o empreendedorismo é a área mais conhecida des-te gabinete…JA - A nossa visão de empre-endedorismo assenta em 4 F`s, que é a formação, a formata-ção da ideia de negócio, a for-

mação da ideia em empresa e o financiamento da empresa. Nós ajudamos na formação e na formalização, mas depois as empresas têm que ir para o mercado e precisam de outros parceiros. Então nós constituí-mos uma filosofia de rede, em que o Politécnico é o elo cen-tral da rede, na qual congre-gamos um conjunto de institui-ções com responsabilidades na promoção do empreendedo-rismo. A ideia agora é replicar esta rede à vizinha Espanha. Para tal, fizemos uma candida-tura que esperamos que seja aprovada, no montante de 1,4 milhões de euros. Fizemos também uma candida-tura, que já foi aprovada, no âmbito do programa Poliem-preende, no valor de 594 mil euros.Fomos também convidados a integrar a rede Empreende Douro, em que o elo central é a CCDR-N e a Estrutura de Missão do Douro. Para dinami-zarmos esta rede, fizemos mais uma candidatura no valor de 499 mil euros. Estamos também a trabalhar noutra candidatura para co-meçarmos com iniciativas de empreendedorismo junto das escolas secundárias.VN- A incubadora de empre-sas é um espaço importante para os alunos que preten-dem apostar no seu próprio negócio. Qual o balanço des-tes 3 anos de trabalho?JA - Já foram constituídas oito

empresas na incubadora, no ramo do Desporto e Aventura, Eficiência Energética, Geronto-logia, Agricultura, Tecnologia, Prestação de Serviços e Turis-mo. Estamos, agora, a traba-lhar em mais três projectos na área de produção de Modelos 3D, Destilaria e Reciclagem de óleos.VN- A inovação também é fundamental. O que é que tem sido feito nesta área?JA - Ao nível da inovação fi-zemos duas candidaturas a vales IDT, que é um mecanis-mo de financiamento ao nível de serviços de cooperação en-tre empresas e universidades, no sentido de se desenvolver a tecnologia que depois pode ou não ter interesse comercial. Temos em marcha uma candi-datura a um programa inter-nacional, o POCTEP, para uma parceria que fizemos com a Fundação Rei Afonso Henriques e a Universidade de Espanha, com o objectivo de criar uma rede de fomento ao empreen-dedorismo transnacional.VN – Quais os projectos para este ano?JA - Este ano, temos três em-presas para constituir. Há ou-tras duas empresas que se es-tão a instalar no mercado e vão precisar do nosso apoio. Temos também as acções de formação e estamos, igualmen-te, a organizar um curso intensi-vo de empreendedorismo para 2012, em parceria com outras universidades estrangeiras.

A funcionar há cerca de três anos, o Gabinete de Em-preendedorismo, Empregabilidade e Inovação do Institu-to Politécnico de Bragança (IPB) já ajudou a criar 8 em-presas em diferentes áreas de actividade. Em entrevista

à Voz do Nordeste, o responsável por este gabinete, José Adriano Pires, falou sobre os projectos já desenvolvidos e

das iniciativas em carteira para este ano.

Empreendedorismoaliado à empregabilidade e inovação

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ECONOMIA

Peugeot quer estar no Pódio da Qualidade de Serviço de Veículos Novos e Pós-venda até ao final de 2012

MCoutinho premiadaA qualidade dos serviços prestados aos clientes valeu à empresa do ramo automóvel uma distinção internacional

A MCoutinho Nordes-te foi distinguida com o galardão de melhor

concessionário e reparador autorizado Peugeot ao nível da qualidade de serviço. O director geral da Automobi-les Peugeot, Vincent Rambaud,

premiou os melhores Conces-sionários e Reparadores Au-torizados em qualidade de serviço, com a atribuição dos Peugeot Service Quality Awar-ds, no âmbito do projecto Po-dium 2012. A cerimónia realizou-se em Paris

e reuniu 1300 participantes de todos os continentes. A MCouti-nho Nordeste, representada por António Coutinho, foi um dos dois vencedores portugueses.Esta distinção coloca a MCou-tinho num patamar confortá-vel no que toca à qualidade

do serviço prestado aos seus clientes. Aliás, a empresa do ramo automóvel aposta na me-lhoria contínua e na prestação de um serviço de excelência a todos os seus clientes, pelo que este prémio reflecte que está no bom caminho.

A Peugeot iniciou, há um ano, um novo projecto à escala in-ternacional para melhorar, permanentemente, a qualida-de de serviço. Este é um dos eixos estratégicos da marca automóvel. O Podium 2012 é um projecto ambicioso de mo-bilização das redes de conces-sionários, que já abrangeu 19 países e a formação de 30 mil

colaboradores, com uma am-bição única: estar no Pódio da Qualidade de Serviço de Ve-ículos Novos e Pós-venda até ao final de 2012.Este programa assenta num compromisso de melhoria con-tínua por parte da rede Peu-geot e de satisfação crescen-te dos clientes, duas alavancas fundamentais que acompa-

nham o objectivo de subir três lugares no ranking mundial das marcas automóveis, para che-gar à 7.ª posição até 2015.Lançada em 2010 na Europa Ocidental e depois nas redes dos países da Europa Central e de Leste, na Rússia e na Tur-quia, a operação Podium 2012 passará a abranger 22 paí-ses no primeiro semestre deste

ano, com a inclusão da Argen-tina, do Brasil e da China. Os resultados já começaram a surgir e, com base nos resulta-dos do inquérito inter-marcas sobre a qualidade, o nível de satisfação global dos clientes Peugeot está em progressão nos países onde o programa Pódio 2012 foi implementado.

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Directora - Teresa Batista | Redacção - João Campos e Teresa Batista | Publicidade e Marketing - Bruno Lopes | Colaboram nesta edição - António Verdelho, Ricardo Peixe, Susana Santos e José Mário Leite | Propriedade/Editor - Pressnordeste, Lda. | Registo ERC n.º 111077 | Fotografia - Rui Ferreira | Concepção Gráfica - Vasco Lopes | Impressão - Diário do Minho | Tiragem - 5.000 exemplares | Periodicidade: Mensal | Redacção e Administração - Rua Alexandre Herculano, nº 178, 1º andar – Apartado 215, 5300-075 Bragança | Telefone: 273329600 | Fax: 273329601 | e-mail: [email protected] | Depósito Legal n.º 30.609/89.

Noção. O contrato de locação é o contrato pelo qual uma das partes proporciona à outra o gozo temporário de uma coi-sa, mediante retribuição. Se este contrato versar sobre uma coisa móvel (v.g., um automó-vel) denomina-se aluguer; se versar sobre uma coisa imóvel (v.g., uma casa) diz-se arren-damento. Existem regras espe-cíficas para o arrendamento urbano e para o arrendamen-to rústico (v.g.,rural e florestal); e no que respeita ao arrenda-mento urbano, este poderá ter fim habitacional ou não habi-tacional (como arrendamento para comércio ou indústria e arrendamento para o exercí-cio de profissão liberal). Forma do contrato. Antes da entrada em vigor da Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro, que aprovou o Novo Regime do Arrendamento Urbano (NRAU), este contrato era regulado pelo Regime de Arrendamento Urbano (RAU), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 321-B/90, de 15 de Outubro, que exigia que este contrato fosse cele-brado por documento escrito; contudo deveriam ser reduzi-dos a escritura pública os ar-rendamentos sujeitos a registo. Posteriormente, esta regra foi alterada pelo Decreto-Lei n.º 64-A/2000, de 22 de Abril, que eliminou a exigência da

“COM TODO O DIREITO”

Arrendamento urbano para fins habitacionais – Breves NotasA sua casa é arrendada? O contrato de arrendamento não foi celebrado por es-crito? Não estipulou qualquer prazo de duração? O seu irmão poderá viver con-sigo? Quem tem que pagar as despesas de condomínio? Poderá subarrendar o prédio? O senhorio pretende vender o local que arrendou? Que poderá fazer?

escritura pública, bastando-se com a redução a escrito. Hoje, a nova lei exige que o contrato seja celebrado por escrito des-de que tenha a duração inicial superior a 6 meses; se a for-ma legal não for observada, o contrato poderá ser declara-do nulo.Duração. O contrato de ar-rendamento para habitação pode celebrar-se com prazo certo ou por duração indeter-minada. No caso de ser cele-brado com prazo certo, este terá que constar de cláusula escrita e tem como prazo mí-nimo 5 anos (não se aplica aos contratos para habitação não permanente ou para fins es-peciais transitórios – por moti-vos profissionais, de educação, formação ou turísticos) e como prazo máximo 30 anos. Con-tudo, será possível a sua reno-vação automática no termo do contrato e por períodos míni-mos sucessivos de 3 anos, salvo oposição pelas partes. Uso efectivo do locado. A lei exige que o arrendatário use a coisa para o fim contratado e não a deixe de utilizar por mais de um ano. Todavia, esta regra não se aplica em casos de força maior, de doença ou naqueles em que a ausência, não se mantendo há mais de 2 anos, tenha como causa o cum-primento de deveres militares

ou profissionais do arrendatá-rio, cônjuge ou de quem viva com este em união de facto.Encargos e despesas. Senhorio e arrendatário podem estipular por escrito o regime dos encar-gos e despesas. Não o fazen-do, os encargos e despesas re-lacionados com o fornecimento de bens ou serviços, tais como o pagamento da água e luz, são da responsabilidade do arrendatário; já no que respei-ta às despesas do condomínio, correm por conta do senhorio.Pessoas que podem residir no local arrendado. Para além do cônjuge, todos aqueles que vi-vam com o arrendatário em economia comum. A lei con-sidera estar nesta situação a pessoa que com ele viva em união de facto; os parentes ou afins na linha recta (filhos, pais, avós, netos; sogros); pa-rentes ou afins até ao 3.º grau da linha colateral (irmãos, tios, cunhados); e as pessoas rela-tivamente às quais, por força da lei ou de negócio jurídico que não respeite directamente à habitação, haja obrigação de convivência ou de alimentos (v.g., empregada doméstica in-terna). Podem, ainda, residir no local arrendado um má-ximo de 3 hóspedes, salvo se existir uma cláusula no contrato de arrendamento que proíba a hospedagem (hóspedes são

as pessoas a quem o arrenda-tário proporciona habitação, incluindo prestações de servi-ços conexos com esta, e/ou o fornecimento de refeições, me-diante o pagamento de uma retribuição).Subarrendamento. O senhorio terá que dar autorização ao arrendatário para que este possa subarrendar o prédio, exigindo a lei que esta auto-rização seja dada por escrito (muito embora o subarrenda-mento não autorizado se con-sidere ratificado pelo senhorio, caso este reconheça o subar-rendatário como tal).Direito de Preferência. O arren-datário tem direito de prefe-rência na compra e venda do local arrendado há mais de 3 anos; na hipótese de este di-reito não ser respeitado, o ar-rendatário deverá intentar em tribunal uma acção denomina-da de “Acção de Preferência”, a fim de ver reconhecida a sua preferência na compra.Legislação: Artigos 1022.º a 1113.º do Código Civil e Lei n.º 6/2006, de 27 de Fevereiro.

s u s a n a

s a n t o sjurista e do-cente no I.P.B.

Para perguntase sugestões:

[email protected]

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• edição n.º 643 • ano XXV • fevereiro-março|2011 • CIÊNCIA & TECNOLOGIA

Centro Hospitalar de Trás-os-Montes

c e r t i f i c a d oSistema de Gestão de Qualidade deste conjunto de Unidades de Saúde distinguido a nível internacional

O Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHT-

MAD) acaba de ser certifica-do pela TÜV Rheinland Portu-gal, de acordo com a norma internacional para Sistemas de Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2008. Esta norma é um referencial in-ternacional para a Gestão de Sistemas da Qualidade, apli-

cável a todas as organizações, independentemente da dimen-são ou sector de actividade. A certificação atribuída ao CHT-MAD confirma o cumprimento e o controlo dos processos de prestação de serviços, após o organismo de certificação ter comprovado o cumprimento de procedimentos e de modos de operação homogéneos em toda a organização. Sendo a

principal missão do CHTMAD a prestação de serviços e cuida-dos de saúde de elevada qua-lidade para a satisfação dos utentes, a certificação do Siste-ma de Gestão da Qualidade acaba por ser um passo fun-damental para esta organiza-ção.Com esta certificação, este orga-nismo público ganha uma dimen-são internacional e independente.

Recorde-se que o CHTMAD é constituído por quatro unida-des hospitalares e uma unida-de de cuidados continuados, nomeadamente as unidades hospitalares de Vila Real, onde se situa a sede social, Chaves, Lamego e Peso da Régua, e a Unidade de Cuidados Continu-ados, de Convalescença e de Cuidados Paliativos, em Vila Pouca de Aguiar.

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Dou-ro (UTAD) alia-se a

universidades do Norte de Portugal e da Galiza, integra-das na Fundação Centro de Estudos Eurorregionais (CEER), para participar no desenolvi-mento de uma plataforma ino-vadora de divulgação da Ci-ência na Euro-Região.Trata-se do projecto “Comu-nicaciência”, financiado pela Fundação Espanhola para a Ciência e Tecnologia, que visa gerir as novidades científicas na Galiza e Norte de Portu-

gal. No sítio http://ceercomu-nicaciencia.wordpress.com vai ser reunida e difundida a in-formação científica mais re-levante gerada pelas seis universidades públicas da Eu-ro-região (Santiago de Com-postela, Corunha. Vigo, Por-to, Trás-os-Montes e Minho). À distância de um clique também vão estar os resultados das in-vestigações realizadas no do-mínio da Ciência e os avanços que esta propicia à sociedade em geral.Deste modo, a web compila variados recursos multimedia

relacionados com actividades científicas realizadas nas Uni-versidades da Euro-região, no-meadamente vídeos de confe-rências, documentários, audios, acesso a informação digitali-zada, como o Museu Científico Universitário, e proporciona-das directamente pelo CEER, como os fóruns de debate so-bre Ciência ou a sua agenda científica. Desta forma, vão ser

postas à disposição do público todas as ofertas de trabalho, bolsas de emprego, de mobi-lidade, subvenções para in-vestigadores ou prémios, que se geram na Galiza e no Nor-te de Portugal. O objectivo é potenciar a colaboração, as oportunidades e o movimento de profissionais entre ambas as regiões.

Seis universidades unidas pela CiênciaSítio na Internet compila um vasto leque de informação de interesse relevante para a sociedade em geral

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