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TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO TRIBUNA DO DIREITO 1 TRIBUNA DO DIREITO ANO 16 - Nº 181 MAIO DE 2008 R$ 7,00 Ameaçados processos contra ética P Página 17 Í n d i c e AASP 4 À Margem da Lei 31 Cruzadas 32 Cursos 29 Da Redação 3 Direito de Família 7 Direito Imobiliário 6 e 12 Dos Leitores 3 Ementas 20 Gente do Direito 25 Mais os Cadernos de “Livros” e “Jurisprudência” Página 21 Ajufe (foto), Apesp, Amatra- SP, sob novo comando Fernando Furlan e a questão da soberania Págs. 11, 19 e 26 Caderno de Livros Augusto Canuto Divulgação rocessos instau- rados pela OAB- SP contra advoga- dos por infração à ética poderão ser anulados. Em um julga- mento (do advogado Layr Alves Pereira) em feverei- ro de 2006 dois dos três in- tegrantes da Terceira Câ- mara Recursal não eram conselheiros da entidade, o que contraria o Estatuto da Advocacia da Ordem dos Ad- vogados do Brasil. A própria vice-presidente da secional, Márcia Regina Machado Melaré, afirma que caso não-conselheiros não pude- rem participar das Câmaras Recursais será "iminente o emperramento da máquina administrativa". Ela teme que a entidade comece a re- ceber pedidos de reparação de danos. 15 ANOS Página 3 OAB-SP marca o 135º Exame de Ordem para dia 18 Página 13 Isabellas anônimas Isabellas anônimas existem por toda parte. Sob o impacto da trágica morte da menina Isabe- lla Nardoni, Percival de Souza mostra que a violência contra crianças cresce, a ponto de as últimas estatísticas mostra- rem que de dez em dez horas uma criança está sendo morta. De 2000 a 2005 mais de cinco mil crianças morreram víti- mas de crueldade. De acordo com uma pesquisa feita em São Paulo, as crianças são víti- mas, na maioria das vezes, por ataques com armas bran- cas e estrangulamento. Ex-ministro responde às críticas de advogado Página 18 Luiz Antonio/SCO/STJ Posses, despedidas e novas listas no STJ Hic et Nunc 14 Legislação 24 Notas 14 Paulo Bomfim 32 Poesias 32 Propriedade Industrial 8 Seguros 10 Servidores 13 TJ-SP 11 Trabalho 26 a 28 Págs. 22 e 23

Edição Maio 2008 - nº 181

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Edição Maio 2008 - nº 181

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 1MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITOANO 16 - Nº 181 MAIO DE 2008 R$ 7,00

Ameaçados processos contra éticaP

Página 17

Í n d i c eAASP 4

À Margem da Lei 31

Cruzadas 32

Cursos 29

Da Redação 3

Direito de Família 7

Direito Imobiliário 6 e 12

Dos Leitores 3

Ementas 20

Gente do Direito 25

Mais os Cadernos de “Livros” e “Jurisprudência”

Página 21

Ajufe (foto),

Apesp, Amatra-

SP, sob novo

comando

Fernando

Furlan e a

questão da

soberania

Págs. 11, 19 e 26 Caderno de Livros

Augusto C

anuto

Divulgação

rocessos instau-rados pela OAB-SP contra advoga-dos por infração àética poderão ser

anulados. Em um julga-mento (do advogado LayrAlves Pereira) em feverei-ro de 2006 dois dos três in-tegrantes da Terceira Câ-mara Recursal não eramconselheiros da entidade, oque contraria o Estatuto daAdvocacia da Ordem dos Ad-vogados do Brasil. A própriavice-presidente da secional,Márcia Regina MachadoMelaré, afirma que casonão-conselheiros não pude-rem participar das CâmarasRecursais será "iminente oemperramento da máquinaadministrativa". Ela temeque a entidade comece a re-ceber pedidos de reparaçãode danos.

15ANOS

Página 3

OAB-SP marca

o 135º Exame

de Ordem

para dia 18

Página 13

Isabellas anônimasIsabellas anônimas existem

por toda parte. Sob o impacto datrágica morte da menina Isabe-lla Nardoni, Percival de Souzamostra que a violência contracrianças cresce, a ponto de asúltimas estatísticas mostra-rem que de dez em dez horasuma criança está sendo morta.

De 2000 a 2005 mais de cincomil crianças morreram víti-mas de crueldade. De acordocom uma pesquisa feita emSão Paulo, as crianças são víti-mas, na maioria das vezes,por ataques com armas bran-cas e estrangulamento.

Ex-ministro

responde às

críticas de

advogado

Página 18

Luiz Antonio/SCO/STJ

Posses, despedidas e novas listas no STJ

Hic et Nunc 14

Legislação 24

Notas 14

Paulo Bomfim 32

Poesias 32

Propriedade Industrial 8

Seguros 10

Servidores 13

TJ-SP 11

Trabalho 26 a 28

Págs. 22 e 23

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO2 MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 3MAIO DE 2008

DA REDAÇÃODOS LEITORES

O

15 anosAgradecimento"Agradeço as palavras contidas

na matéria publicada na edição docorrente mês (N.da R. edição n°179, março,'Gente do Direito', pá-gina 19) do jornal 'Tribuna do Direi-to', abrangendo um resumo deminha vida profissional, por oca-sião de minha posse no cargo depresidente do Tribunal de Justiçado Estado da Bahia." Desembar-gadora Sílvia Carneiro Zarif.

�Sugestão

"Acompanho todas as edi-ções do 'Tribuna do Direito', asentrevistas, jurisprudência, arti-gos, livros, poemas, anúncios,enfim a rica gama de informa-ções veiculadas mensalmente.Sou professor de Direito Maríti-mo e Internacional, advogadomaritimista e coordenador docurso de pós-graduação emDireito Marítimo do Centro deExtensão Universitária (CEU),aqui em SP, presidido pelo pro-fessor doutor Ives Gandra Martins.Tenho trabalhado muito na divul-gação desta área ainda poucoexplorada do Direito, mas riquís-sima em todos os sentidos, des-de os temas até os valores en-volvidos. Há uma carência muito

grande de profissionais em nos-sa área: quem se especializa,tem emprego garantido e bemremunerado. Contudo, pouco sefala em Direito Marítimo. Na OAB,já se ouvem alguns rumores emoutras comissões que não a dePortos, todos no sentido da "apos-ta positiva", do "futuro promissor".Assim, como professor, rogo aajuda do 'Tribuna' na divulgaçãodesta área. Neste sentido, a mai-or maritimista brasileira, com umaprodução bibliográfica de altíssi-ma qualidade, mas ainda poucoconhecida no Brasil, foi homena-geada mês passado em Portu-gal pelas academias portugue-sa e espanhola de Direito Maríti-mo. É a professora doutora ElianeMaria Octaviano Martins, cuja obramais relevante são os dois volu-mes de um Curso de DireitoMarítimo publicado pela 'Manole',já em 3ª edição. Permita-me, en-tão, sugerir uma entrevista com aprofessora. Poderia ser umaoportunidade de reconhecimen-to dela em terras brasilis, umaexcelente divulgação da áreamarítima e a apresentação deuma oportunidade para os ba-charéis e advogados que procu-ram uma área promissora doDireito." Professor Rodrigo F.More, São Paulo.

N.da R. Agradecemos a su-gestão e prometemos analisá-lacom carinho. B

"Tribuna do Direito" com-pleta este mês 15 anos de

atividades ininterruptas, manten-do-se fiel à causa que abraçoudesde o seu primeiro número: ade contribuir para o aprimora-mento da Justiça. Nasceu em 1993como um espaço inédito que reu-nia opiniões e informações de pro-fissionais dos diversos segmentosdo Direito, com o objetivo de pro-piciar o debate aberto sobre asquestões e temas da área.

A discussão sobre a qualidadedo ensino jurídico por diversaspersonalidades foi matéria doexemplar de agosto de 1993.Quase 15 anos atrás "Tribuna"chamou a atenção para a neces-sidade de se avaliar melhor asfaculdades de Direito, sua proli-feração indiscriminada, compro-metendo o desempenho de bacha-réis no mercado de trabalho. Antestarde do que nunca, diz o provér-bio popular. O Ministério da Edu-cação, a partir da supervisão em80 cursos de Direito realizada no

ano passado, reduziu em 20,5 milo número de vagas ofertadas cor-respondentes a 51 cursos de Di-reito que obtiveram baixíssimodesempenho em exame que ava-lia os universitários.

Os problemas e dificuldadesda área jurídica sempre foramobjeto de atenção editorial. Masnão foi só. Vários especialistasdas mais diversas áreas en-contraram no "Tribuna" um es-

paço para expressar opiniões téc-nicas em artigos de interesse deadvogados, magistrados, mem-bros do Ministério Público, estu-dantes e demais profissionais.Contribuindo ainda para a in-formação e atualização profissi-onal, "Tribuna" sempre contoucom articulistas de renome.

Nestes 15 anos poderíamos ci-tar os milhares de exemplares pu-blicados, as dezenas de escritorese juristas entrevistados, os milha-res de artigos recebidos e muitasoutras estatísticas. Mas o quedesejamos é que fique registradoque chegamos aqui, pois existe ointeresse maior daqueles que con-tribuem direta ou indiretamentecom este jornal, por intermédio deseus artigos, de suas críticas esugestões, de seu apoio financei-ro como anunciantes, de sua par-ceria na distribuição do jornal, desua leitura. Esse interesse se cha-ma Justiça. B

Milton Rondas

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO4 MAIO DE 2008

AASP

Constituição Fe-deral garante atodos o direitode não ser con-siderados culpa-dos até o trânsitoem julgado da

sentença penal condenatória.Trata-se de preceito decorrentedo senso comum de Justiçaque impera em um Estado De-mocrático de Direito. Não obs-tante, tornou-se freqüente a ex-posição pública de cidadãos in-vestigados pela polícia, sem ascautelas que a Lei Maior lhesreserva. Tal fato tem origem, in-discutivelmente, na utilizaçãodesvirtuada dos instrumentosde investigação atualmente àdisposição das autoridades.

A Associação dos Advoga-dos de São Paulo já denun-ciou o uso reiterado da inter-ceptação telefônica de formapouco criteriosa e ao arrepiodas condições e exigênciasda lei. No entanto, ainda maispreocupante, tem sido a de-cretação sistemática, e comampla cobertura da mídia, deprisões temporárias desne-cessárias para efeito de pres-são e intimidação também por-que, muitas vezes, tais prisõessão alicerçadas nessas escu-tas ilegais.

Com efeito, esta modalida-de de prisão cautelar, previstapara possibilitar as investiga-ções, é medida totalmente ex-cepcional, que deve ser decre-tada apenas quando imprescin-dível (e não para facilitar a ob-tenção de confissões ou para

Entidade pede respeito à lei, à ConstituiçãoFederal e, acima de tudo, bom senso

desmoralizar o investigado).É inconcebível, ainda, que

as autoridades policiais se fa-çam acompanhar de membrosda Imprensa durante a execu-ção de tais medidas (que, porsua natureza, deveriam ser to-talmente sigilosas).

A utilização de algemas emindivíduos de nenhuma periculo-sidade, investigados por crimesque não envolvem violência ougrave ameaça, e que se dis-põem a colaborar com as autori-dades, não oferecendo qualquerresistência, é outra aberraçãoque causa espécie ao observa-dor isento e consciente.

O resultado disso, como nãopoderia deixar de ser, é a injus-tificável humilhação pública se-guida da condenação anteci-pada do investigado pela socie-dade, como se o processo fossesimples ato burocrático, meraformalidade, o que não apenascontraria o preceito constitucio-nal acima referido, como de-monstra, cabalmente, o despre-paro de alguns policiais (querequerem e cumprem tais medi-das) e Magistrados (que as au-torizam) para lidar com ques-tões de extrema seriedade eque afetam não apenas as víti-mas dessas arbitrariedades,mas toda a sociedade.

Em razão disso, a Associa-ção dos Advogados de SãoPaulo, em nome de seus maisde 83 mil associados, vem apúblico pleitear às autoridadesmencionadas respeito à lei, àConstituição Federal e, acimade tudo, bom senso." B

A“

AASP reiterou pedido aopresidente do TRT da

15ª Região no qual solicita aalteração do artigo 36, pará-grafo único, do RegimentoInterno daquele tribunal, queestabelece que o pedido dereclamação correcional de-verá ser formulado "pela parteinteressada à CorregedoriaRegional, por meio de peti-ção".

Para a AASP, o disposi-tivo representa obstáculo

TRT da 15ª Regiãoao acesso à Justiça, consi-derando-se a amplitude dajurisdição do TRT da 15ªRegião (varas do Trabalhosituadas em municípiosdistantes de Campinas).

A sugestão da associa-ção é que seja adotado oartigo 178 do RegimentoInterno do TRT da 2ª Re-gião, que possibilita a for-mulação do pedido da re-clamação correcional pe-rante o juiz da causa. B

A

Departamento Cultural daAASP promove entre os

dias 12 e 15, o curso "DireitoEleitoral Contemporâneo". Ostemas e palestrantes serão osseguintes: 12/5 — Propagandaeleitoral, Paulo Henrique dosSantos Lucon; 13/5 — Abusose reflexos eleitorais, desembar-gador Carlos Eduardo CauduroPadin; 14/5 — Ações descons-tituidoras de mandato, AlbertoRollo; e 15/5 — Crimes eleito-rais, Eduardo Muylaert.

Direito Eleitoral

As palestras, que terão inícioàs 19 horas, serão realizadasna sede da AASP (Rua ÁlvaresPenteado, 151, centro). O cursoserá transmitido por satélite paradiversas cidades e também po-derá ser assistido pela internet(www.aasp.org.br). Valor do in-vestimento: associado: R$ 60,00; estudante de graduação: R$75,00 e não-associado: R$ 140,00 (valores diferenciados para ocurso pela internet). Informações:(0xx11) 3291-9200. B

O

AASP solicitou ao juiz doJuizado Especial Cível in-

formações sobre as dificulda-des encontradas pelos advo-gados na retirada dos proces-sos para cópia dos autos nocartório do Centro de Integra-ção da Cidadania (CIC) de Pa-rada de Taipas. B

AASP recebeu reclamaçõessobre a dificuldade de advo-

gados serem recebidos pela juí-za da 2ª Vara Cível de Caçapa-va. A associação enviou ofícioà juíza reiterando pedido de2006 sobre sua posição no quediz respeito ao recebimento deadvogados. B

Parada de Taipas

AASP recebeu informaçõesde que os horários das au-

diências na 1ª Vara da Família edas Sucessões de São Josédos Campos não estão sendorespeitados. Para a entidade,atrasos exagerados demons-tram desrespeito aos jurisdicio-nados e advogados. Por isso,oficiou ao juiz daquela vara soli-citando informações. B

São José dos Campos

Caçapava

A

A

A

A Associação dos Advogados de São Paulo (AASP) di-vulgou no dia 25 de abril nota oficial sobre os últimosacontecimentos envolvendo operações da Polícia Fede-ral e detenção de advogados. Abaixo, a íntegra da nota:

Nota oficial

AASP solicitou aos lí-deres do Senado apoio

para o Projeto de Lei daCâmara nº 36/2006, deautoria do deputado Mi-chel Temer, que dá novaredação ao artigo 7º da Lei8.906/94, que dispõe sobreo direito à inviolabilidadedo escritório ou local detrabalho, de instrumentosde trabalho e correspon-dência profissional do ad-vogado.

Inviolabilidade de escritóriosO projeto foi aprovado

por unanimidade na CCJdo Senado no dia 9 deabril. Para a AASP confir-mação pelo plenário do Se-nado Federal garantirá aoscidadãos brasileiros o res-peito ao direito de defesa,assegurando que informa-ções e documentos confi-denciais, compartilhadoscom advogados para formu-lação de defesas, não serãousados em desfavor. B

A

AASP enviou ofícioao presidente do Tri-

bunal de Justiça do Estadode São Paulo, Roberto An-tonio Vallim Bellochi, ex-pressando inconformismocom as condições do FórumRegional da Penha e solici-tou adoção de providênciascom vistas a promover amudança para local apro-priado.

A AASP pôde constatarque as atuais instalações dofórum não têm condições deacomodar convenientemen-te juízes em gabinetes e sa-las de audiência, promoto-res, cartórios, Juizado Espe-cial, Infância e Juventude,

Fórum da Penha

com o necessário apoiologístico, o que tem causado

transtornos aos advogados ejurisdicionados. B

JR Garcia/TJ-SP

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 5MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO6 MAIO DE 2008

D I R E I T O I M O B I L I Á R I O (1)N E L S O N K O J R A N S K I *

*Advogado e ex-presidente do Ins-tituto dos Advogados de São Paulo(Iasp).

Propter rem versus hipotecao contrário doque sustentavaCarnelutti, quevia na hipotecaum instituto de

direito processual a fornecerferramenta para implantaçãode ação executiva (excussão),nosso Código Civil grava, comtodas as letras, que se trata dedireito real (artigo 1.419).Como vínculo real, fica gru-dado ao bem onerado, que ser-ve de garantia ao cumprimen-to de uma obrigação principal.É, portanto, um direito real degarantia que lhe confere o di-reito de seqüela, isto é, o poderde perseguir o bem (móvel ouimóvel) onde se encontre. Sa-tisfeita a obrigação principal,a hipoteca, como acessório,também se extingue. Embora oartigo 1.473 preveja a hipotecade navios, aeronaves e estradasde ferro, aqui, neste artigo,apenas será enfocada a unida-de condominial.

Com o claro propósito depreservar a efetividade dagarantia, o código confere aocredor hipotecário o direito depreferência no pagamento aoutros credores (artigo 1.422),em perfeita consonância como disposto no artigo 961, porforça do qual "o crédito realprefere ao pessoal de qualquerespécie". No código anterior,a preferência dava lugar, es-pecificamente, à "dívida pro-

veniente de salários do traba-lhador agrícola". Era uma exce-ção restrita, numerus clausus.Agora, o novo parágrafo únicodo artigo 1.422 diz que são ex-cetuadas "as dívidas que, em vir-tude de outras leis, devam serpagas precipuamente a quais-quer outros créditos."

Entre outros créditos queestão inseparavelmente entra-nhados nas unidades condomi-niais, figuram as despesas decondomínio. Não importa quemseja seu proprietário. O queimporta é a indispensabilidadede seu pagamento em benefícioda conservação do bem comum,que exige pagamento de salári-os dos empregados, do consumode água e de luz das áreas co-muns, dos impostos e taxas, dosmateriais de limpeza, da manu-tenção de motores, dos elevado-res, do jardim e assim por dian-te. O pagamento das despesas decondomínio é tão relevante que"o adquirente de unidade res-ponde pelos débitos do alienan-te, em relação ao condomínio,inclusive multas e juros morató-rios". (artigo 1.345 do CódigoCivil).

Em decorrência destas carac-terísticas é que as despesas decondomínio são qualificadascomo dívidas propter rem, ouseja, são próprias da coisa, oumelhor ainda, "por causa dacoisa". Vale dizer, não se des-pregam do imóvel, como obri-

gação real assim considerada.Visam a conservação do imóvelem benefício da coletividadecondominial. Outrora, muitose discutiu se as obrigaçõespropter rem se igualavam aodireito real. Isto porque, comoanota Silvio Rodrigues, "a obri-gação propter rem se encontrano terreno fronteiriço entre osdireitos reais e os pessoais". Ser-pa Lopes se aprofundou no es-tudo dessa obrigação, conclu-indo que se caracteriza por "es-tar ligada a um direito real, doqual decorre". Assim, suas obri-gações recaem "sobre uma pes-soa por força de um determina-do direito real (propriedade daunidade), com o qual se encon-tram numa vinculação tão es-treita, que o seguem a título deacessórios, inseparáveis". Porser acessória, a obrigação prop-ter rem apenas libera o devedor,quando abandona o direitoprincipal, isto é, quando deixade ser condômino.

No cotejo entre esses doisdireitos reais, a jurisprudência,a partir do STJ, vem conceden-do preferência às despesas con-dominiais, dada sua naturezapropter rem (RESP 540025/RJ,ministra Nancy Andrighi; RESP67.701/RS ministro Costa Leite;RESP. 592.427/RS, ministroCarlos Alberto Menezes Direi-to). Na esteira desses preceden-tes, o Tribunal de Justiça de SãoPaulo, também vem assim de-

cidindo ("RT" 867/208 e "JTJ-Lex"3 20/662, relator Gomes Var-jão). Em perfeita sintonia como tribunal superior invoca-se oespírito do antigo artigo 1.564do Código Civil de 1916 (não re-produzido no atual), no senti-do de que, do preço do imóvelhipotecado, deveriam ser dedu-zidas "as despesas de conserva-ção com ele feitas por terceiro".Sob este raciocínio, "terceiro"passa a ser o "condomínio",uma vez que é ele quem pro-move as despesas destinadas àconservação do imóvel. Diantedessa exegese, o STJ vem procla-mando que as "quotas de con-domínio dizem respeito à con-servação do imóvel, sendo in-dispensáveis à integridade dopróprio crédito hipotecário, ine-vitavelmente depreciado se agarantia perde parte de seuvalor". (RESP. 208.896/RS, re-lator ministro Ari Pargendler)

O trágico dessa construçãopretoriana é que, diante damorosidade impressionante dasações de cobrança instauradaspelo condomínio, o produto dasarrematações das praças é con-sumido, em regra, pela liquida-ção das despesas de condomí-nio, pouco ou nada sobrandopara o credor hipotecário. Nes-te cenário, é facultado ao cre-dor requerer a adjudicação doimóvel, preferindo a terceiroarrematante. Mas, em compen-sação, é presenteado, como

adquirente, com a obrigaçãode responder pelas despesas decondomínio (conforme artigo1.345). Vale dizer que, alémde não receber a dívida hipo-tecada, arca com as despesasjudicialmente cobradas. E asvindouras. Daí o seu desinte-resse na adjudicação.

Essas frustrações explicamo fato de o financiamento hi-potecário ter praticamentedesaparecido das vendas acrédito de imóveis. Vem sen-do substituído pela alienaçãofiduciária. A tradicional hipo-teca (de origem grega) estáfadada a ser esquecida noscontratos de simples mútuotendo por garantia imóveiscondominiais.

A construção pretoriana édeveras respeitável. É inteligen-te e atraente sob a capa da re-dação do novo parágrafo únicodo artigo 1.422. Neste passo,não deverá causar surpresa se,logo mais, as despesas de con-sumo d'água e de energia elétri-ca também pretendam ser ro-tuladas de obrigações propterrem, a exemplo do imposto pre-dial (IPTU), que tem proteçãolegal específica. O escore, nesteprimeiro tempo, é de 1 x 0, afavor do propter rem. Vamosaguardar o fim do cotejo. B

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 7MAIO DE 2008

DIREITO DE FAMÍLIA

pensão alimen-tícia visa garan-tir situação eco-nômica compa-tível com a con-

dição social do alimentado,conforme o artigo 1.694 doCódigo Civil. "Esse concei-to, entretanto, deve ser in-terpretado com moderação",afirmou a ministra NancyAndrighi, sendo seguida portodos os ministros da Ter-ceira Turma do STJ, ao aca-tar recurso de um ex-maridoe isentá-lo do pagamento depensão alimentícia à ex-es-posa, por ela possuir condi-ções de manter-se com ren-dimentos próprios.

A ex-esposa entrou comação revisional de alimen-tos pleiteando reajuste dapensão, recebida há 20anos, de R$ 6 mil para qua-se R$ 12 mil. Alegou que opadrão de vida dela estavacaindo, já que recusavaconvites para teatros e

Mulher pede aumento e fica sem pensãorestaurantes, dispensou ocaseiro, demorava a fazer re-paros na casa, não trocava oautomóvel e, nos últimosdois anos, só havia feito umaviagem ao exterior. O ex-marido contestou pedindo aisenção da obrigação ali-mentícia, alegando que a ex-companheira possuía condi-ções financeiras suficientespara sustentar-se, já que éformada em dois cursos su-periores (Biomedicina e Psi-cologia), possui clínica pró-pria, dois imóveis e aplicaçãofinanceira, além de lecionarpara universitários.

A primeira instância aca-tou parte do pedido de revi-são e aumentou a pensãopara R$ 7.100,00. As partesrecorreram, mas o TJ-SPnegou os dois recursos. Insa-tisfeito, o ex-marido recor-reu ao STJ, onde conseguiureverter a decisão e isen-tar-se do pagamento de ali-mentos. (RESP 933355). B

A

presidência do STJ rejeitourecurso do Estado da Bahia

contra decisão do TJ-BA, quedeterminou o restabelecimentoda pensão por morte em favor

Viúva mantém direito

da viúva MLA, que após ter secasado novamente teve o bene-fício cancelado pelo Estado.

MLA entrou com ação contrao Estado da Bahia pedindo o

restabelecimento da pensãoalegando que com o novo casa-mento não teve melhoria na situ-ação financeira. O pedido foi re-jeitado. A viúva recorreu e a se-gunda instância determinou orestabelecimento da pensão. OEstado da Bahia apelou ao STJalegando que a sentença geravaônus indevido ao Erário, afronta-va a ordem administrativa e quenão havia comprovação das ale-gações de MLA. Os argumentosforam negados. (SLS 838). B

A

iúvo tem direito ao usufrutovidual, que é a quarta parte

ou a metade dos bens, se houverfilhos, independente da situaçãofinanceira ou do fato de ser bene-ficiário de testamento de cônjugefalecido. O entendimento é doSTJ ao negar recurso do espóliode NMJ, contra decisão anteriorsegundo a qual o usufruto vidualé instituto de direito sucessóriodo cônjuge sobrevivente.

O espólio alegava que o di-reito ao usufruto vidual estariacondicionado à inexistência demeação, herança ou herdeirosdo cônjuge falecido. (Processoem segredo de Justiça). B

Usufruto vidual

V

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO8 MAIO DE 2008

PROPRIEDADE INDUSTRIAL

nálise superficialinduz o jurista aconcluir que o Re-gulamento Adua-neiro (Decreto n.º

4.543/2002) não pode ser utili-zado pelos detentores de cartapatente e certificado de registrode desenho industrial, paraimpedir a importação de pro-dutos que violam tais proprie-dades industriais. Isto porque,tratam as seções III e IV, docapítulo III, deste compêndio,respectivamente, "Dos Produtoscom Marca Falsificada" e "DosFonogramas, dos Livros e dasObras Audiovisuais", ignoran-do as propriedades menciona-das no título deste artigo.

Dito entendimento cai porterra perante estudo mais acau-telado. Senão vejamos: a Lei daPropriedade Industrial (Lei nº9.279/96), mediante artigos 184,inciso II, e 188, inciso II, prevê,respectivamente, como crimino-sas as condutas de "importarproduto que seja objeto de paten-te de invenção e produto queincorpore desenho industrial re-gistrado no País, ou imitaçãosubstancial que possa induzir emerro ou confusão", com fins eco-nômicos e que não tenha sido

Patentes, desenhos e oRegulamento Aduaneiro

EDUARDO RIBEIRO AUGUSTO*

colocado no mercado externodiretamente pelo titular da pro-priedade industrial em baila oucom seu consentimento.

De tal sorte, como coroláriodestes dispositivos, assevera-seque havendo patente ou dese-nho industrial válido no Brasil,constitui crime importar, semautorização do titular, produ-to que utilize, viole, reproduzaou imite ditas propriedades.

É evidente que a introduçãono País de mercadoria cujaimportação constitua-se crime éproibida. Pois bem, para funda-mentar apreensão de produtosque violam patentes e desenhosindustriais é válido suscitar oartigo 620 do Regulamento Adu-aneiro que prevê que" as merca-dorias de importação proibidana forma da legislação específi-ca serão apreendidas, liminar-

mente, em nome e ordem doministro do Estado da Fazenda,para fins de aplicação da penade perdimento". Neste sentido,vide sentença prolatada pelajuíza federal Gisele Bueno daCruz, ainda em fase de recurso,nos autos do Mandado de Segu-rança nº 2003.61.00.010244-3,em trâmite perante a 11ª VaraFederal Cível da Seção Judiciá-ria do Estado de São Paulo.

Ademais, não se pode esque-cer que o artigo 618 do Regula-mento Aduaneiro prevê quaissão as características de umamercadoria que acarretam suapena de perdimento. Dentreelas, ganham destaque as inse-ridas no inciso VIII deste dispo-sitivo: "estrangeira, que apresen-te característica essencial falsi-ficada ou adulterada, que impe-ça ou dificulte sua identificação,ainda que a falsificação ou aadulteração não influa no seutratamento tributário ou cam-bial". Ora, produto falsificado éaquele que viola qualquer espé-cie do gênero propriedade inte-lectual, sejam marcas, patentesde invenção ou de modelo de uti-lidade e desenhos industriais,sejam direitos autorais e cone-xos. Não restam dúvidas, é fal-sificado o produto que viola pa-tente ou desenho industrial.

Escapa ao tema deste ensaio,

todavia urge salientar que tam-bém cabe ao detentor das propri-edades industriais em destaquesuscitar a Instrução Normativa nº206/2002 da Secretaria da Recei-ta Federal do Brasil, que discipli-na o despacho aduaneiro deimportação, notadamente osartigos 65 e 66, inciso II. Aludi-dos dispositivos consideram ocometimento de infração à legis-lação de propriedade industrialcomo situação de irregularidade,punível com a pena de perdimen-to da mercadoria. A proteção dosdireitos relativos à propriedadeindustrial, considerando o interes-se social e o desenvolvimento tec-nológico e econômico do País, seefetua, dentre outros meios, medi-ante a concessão de patentes e deregistros de desenhos industriais,conforme previsão do artigo 2º daLei da Propriedade Industrial.

Pelo aqui exposto, conclui-seque o Regulamento Aduaneiroresguarda o detentor de umacarta patente ou de um certifica-do de registro de desenho indus-trial na luta contra importaçõesde produtos que violam estaspropriedades, isto sem falar nosdemais ordenamentos, inseridosno arcabouço jurídico pátrio, queseguem na mesma toada. B

*Advogado do escritório De Vivo,Whitaker e Castro.

A

COMPULSÓRIO

prescrição para aplicaçãode correção monetária so-

bre créditos de empréstimocompulsório sobre energia elé-trica é de cinco anos. A decisãoé da Primeira Seção do STJ aoacatar recurso da Fazenda e daEletrobrás contra decisão doTRF da 4ª Região, que as haviacondenado a pagar correçãodo empréstimo à Sadia S.A..

O empréstimo compulsório foiinstituído pela Lei 4.156/62 e tevevigência de 1664 a 1993. Foi co-brado de grandes consumidoresde energia, com consumo acimade 2000 kw/h mensais. O emprés-timo passou a ser corrigido e pagoanualmente por compensaçãonas contas de energia elétrica. Ovalor integral poderia ser resgata-do em 20 anos. Posteriormente,os consumidores puderam trans-formar os créditos em ações pre-ferenciais da Eletrobrás.

A Sadia pediu as diferençasde correção monetária e de juroscontados da data de cada recolhi-mento até o reembolso, alegandoque o cálculo da correção teriasido incorreto. O TRF-4 acatou opedido entendendo que o prazoprescricional de cinco anos eraválido após o vencimento do em-préstimo, que ocorre em 20 anos,quando o resgate poderia ser feitoem dinheiro.

A Fazenda e a Eletrobrás re-correram. A ministra-relatora, Eli-ana Calmon, entendeu que a de-cisão do TRF-4 estaria corretapelo fato de a prescrição de cincoanos ser contada a partir da dataem que a credora tomou conhe-cimento da conversão dos crédi-tos em ações ou da data previstaem lei para resgate do dinheiro.Já para o ministro Luiz Fux, se-guido pela maioria dos ministros,como o último crédito ocorreu em1994, o direito da Sadia estariaprescrito. (RESP 714211). B

Prescrição decorreção

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 9MAIO DE 2008

INFORME PUBLICITÁRIO

Entidades defendem que Estado sejaresponsável pela Carteira dos Advogados

"As entidades estão trabalhando em três frentes: políti-ca, jurídica e legislativa, buscando encontrar uma soluçãoque assegure os direitos adquiridos dos cerca de 30 milcolegas contribuintes da Carteira. Em nosso entender, aCarteira dos Advogados deve ser incorporada à SPPrev,sendo que o governo do Estado tem responsabilidade",reafirma o presidente da OAB SP, Luiz Flávio BorgesD´Urso.

A estratégia política das três entidades consiste emmanter aberto o diálogo com o governo do Estado pormeio dos secretários da Justiça e Fazenda, Luiz AntonioGuimarães Marrey e Mauro Ricardo Machado Costa, res-pectivamente. A primeira medida obtida com esta negocia-ção foi a suspensão temporária da adesão de novos con-tribuintes. "Na atual etapa, as entidades contrataram umaempresa para elaborar o cálculo atuarial para precisar areal situação da Carteira. A partir destes dados teremosuma audiência com o governador José Serra para discutirsobre uma proposta concreta", afirma D´Urso.

Luta jurídica

A segunda frente de atuação é jurídica, sendo que astrês entidades já obtiveram pareceres dos juristas ArnoldoWald, Adilson Dalari e Wagner Balera. "Todos são unâni-mes em afirmar que é dever do Ipesp/SPPrev zelar pelasustentabilidade da Carteira, respondendo diretamenteperante os beneficiários. E, no caso de não poderem ar-car com os pagamentos, o Estado deve responder sub-sidiariamente", salienta D´Urso. Na hipótese de não ha-ver um entendimento com o governo do Estado, as enti-dades utilizarão estes pareceres para propor uma açãojudicial.

Caminho legislativo

A terceira via é legislativa. "Lutamos pela aprovação do Proje-to de Lei 183/08 de autoria do deputado Hamilton Pereira, queautoriza a Fazenda do Estado a assumir a administração da Car-teira. Vamos mobilizar a Frente Parlamentar de Advogados naAssembléia para que consigamos aprovar este projeto impor-tante para todos os colegas", pondera o presidente da OAB SP.

Fim do repasse

D´Urso lembra, ainda, que a crise na Carteira dos Ad-vogados começou antes de sua posse na OAB SP, quandoa Lei Estadual 11.608 acabou com o repasse de 17,5% dascustas processuais, que constituía a principal fonte de re-ceita da Carteira junto ao Ipesp.

"No dia de nossa posse, em 2004, cobramos uma solução doentão governador Geraldo Alckmin e provocamos o ConselhoFederal da OAB para ingressar com uma Ação Direta de Incons-titucionalidade (ADIN) no Supremo Tribunal Federal, que aindaestá tramitando", adverte o presidente da OAB SP, assegurandoque as três entidades — OAB SP, AASP e IASP continuarão alutar em defesa dos colegas inscritos na Carteira até uma solu-ção que contemple os interesses dos advogados.

Veja a íntegra do Comunicado da OAB SP, IASP EAASP no site www.oabsp.org.br.

A OAB SP, a AASP e o IASP divulgaramno dia 2 de abril comunicado conjunto deesclarecimentos sobre as incertezas quecercam a Carteira dos Advogados do Ipesp.De acordo com a Lei Complementar 1.010/07, o Instituto será extinto e substituído pelaSPPrev (São Paulo Previdência), mas a leié omissa quanto ao futuro da Carteira.

O presidente D'Urso se reuniu com o deputado Hamilton Pereira paraavaliar agilização da tramitação do Projeto de Lei 183/08

Cristóvão Bernardo

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO10 MAIO DE 2008

A N T O N I O P E N T E A D O M E N D O N Ç A*

*Advogado em São Paulo, consultor,professor do Curso de Especializa-ção em Seguros da FIA/FEA-USP,comentarista da Rádio Eldorado e ar-ticulista de “O Estado de S.Paulo”.

J

Horizontais Verticais

Soluções das Cruzadas

1) Cartório; TR; 2) Edil; Acervo; 3) Rom;Apia; AG; 4) It; Ali; 5) Malvado; CLT; 6)Odioso; Lado; 7) Nota; Set; 8) RDA; Dia;9) Acoo; Sr.

1) Cerimônia; 2) Adotado; 3) Rim; Litro;4) TL; Avoado; 5) Alas; 6) Rápido; 7) Ici;SD; 8) OEA; Leis; 9) Acatar; 10) TVA; LD;11) Rogatório. B

á tratei do tema emoutro artigo, publica-do no jornal "O Esta-do de S. Paulo", mascomo o assunto evo-

luiu sem qualquer mudançade posição da ANS (AgênciaNacional de Saúde Suplemen-tar), é importante voltar a elecom mais profundidade. O queestá em jogo é o respeito à lei.E este respeito, como já foiexaustivamente demonstradopelo ministro Marco AurélioMello, do Supremo TribunalFederal, em mais de uma opor-tunidade, é a base da sobrevi-vência da democracia.

Conforme cristalinamentecolocado por S. EXª., pela divi-são dos poderes dentro do siste-ma democrático, o Legislativolegisla, o Judiciário julga e oExecutivo executa. Ou seja, nãocabe à administração públicadireta criar lei, alterar lei oujulgar o comportamento do ci-dadão com base na lei. O PoderExecutivo tem a missão de go-vernar, com base na lei votadapelo Legislativo e interpretadapelo Judiciário. Ao extrapolareste desenho, legislando ou jul-gando, o Executivo desarticulao triângulo sobre o qual se apóiaa sociedade democrática, des-montando o equilíbrio essenci-al para o funcionamento danação de forma harmônica,amparada pela segurança jurí-dica, indispensável para a evo-lução da vida e dos negócios.

Indiferente às conseqüên-cias de seus atos, a ANS dei-xou estes princípios de lado e,através de medida administra-tiva, violou a Constituição ealterou a lei dos planos desaúde, obrigando as operado-ras a aumentar, retroativa-mente a 1999 e sem direito aoreajuste dos preços, em quasecem novos procedimentos o rolde coberturas obrigatórias dosplanos de saúde privados.

Qualquer destas medidas,isoladamente, seria uma vio-

Um ato que pode custar carolência inominável contra o or-denamento jurídico. Nenhumaregulamentação administrativatem o condão de modificar lei.Todavia, através da nova regu-lamentação, a ANS ampliou o rolde procedimentos previstos na leidos planos de saúde, o que sóseria factível através de outra leique modificasse a lei original.

Ainda que conceitualmentese aceite a ampliação da capa-cidade de atuação das agênciasreguladoras, dando-lhes o poderlegal de alterar a própria lei queas criou, o que evidentementeelas não podem fazer, sob penada inversão da hierarquia jurí-dica , no caso, a Agência Naci-onal de Saúde Suplementardesconsiderou princípio pétreoda Constituição Federal, não sóalterando ato jurídico perfeitoprotegido por ela, como retroa-giu os efeitos das mudançaspara janeiro de 1999.

Mas ela foi além. Ainda quesem nenhum poder legal paraisto, reintroduziu o tabelamen-to de preços, afastado da vidanacional desde a promulgaçãodo Plano Real, e congelou astarifas dos planos, impedindoas operadoras de procederem aoreajuste necessário para fazerfrente aos novos custos decor-rentes da ampliação do rol deprocedimentos cobertos.

Só isto seria suficiente para,em qualquer lugar do mundocivilizado, desencadear uma sé-rie de ações administrativas ejudiciais que com certeza culmi-nariam na responsabilização dosdiretores da ANS pelo absolutodescaso com a lei e pelo tumultojurídico ilegalmente promovido.

Nem se diga que os objetivosdas medidas, pelo seu alto cu-nho social, justificariam a vio-lência legal perpetrada. Maisuma vez me valendo da lucidezdo ministro Marco Aurélio Me-llo: "Se a lei não é boa, mude-sea lei. Mas, enquanto ela estiverem vigor, o respeito a ela, porpior ou mais injusta que seja, é

medida impositiva para as so-ciedades democráticas."

As novas regras introduzemcem novos procedimentos no roldos atendimentos obrigatóriosdos planos de saúde privados.Com base nos estudos que fo-ram feitos, a medida não teráimpacto forte nos resultados dasgrandes operadoras. Todavia,será devastador para as opera-doras médias e pequenas.Como milhões de brasileiros de-pendem dela, não é razoávelpraticamente quebrá-las, ain-da que justificando a medidacom a necessidade da consoli-dação do setor. A verdade é queboa parte das grandes opera-doras não tem como substituira atuação de vários planos pe-quenos e médios que prestamserviço da maior importânciaem prol da saúde brasileira.

Finalmente, vale lembrarque a operação dos planos desaúde privados se alicerça nomutualismo, na contribuiçãoproporcional de cada um dosintegrantes de um determina-do plano de saúde para cons-tituir um fundo com o qual sãopagas as despesas decorrentesde atendimentos cobertos ha-vidas pelos seus participantes.

Ao aumentar o número deprocedimentos cobertos retroa-tivamente e sem permitir o rea-juste dos preços dos planos, a ANSestá fomentando o desequilíbrioatuarial destes produtos e colo-cando em risco a qualidade doatendimento oferecido por eles.

Ao longo dos últimos anosa ANS vinha dando mostras dehaver compreendido a real di-mensão da sua atividade-fim.O resultado foi a volta do siste-ma para um padrão razoávelde funcionamento. Padrãoque agora ela mesma coloca emrisco outra vez. B

Terceira Turma do STJmanteve sentença do TJ-

RJ que condenou a Amil Assis-tência Médica Internacional Ltda.a cancelar o reajuste da mensa-lidade, de aproximadamente185%, do plano de saúde daaposentada OPSR, após ela tercompletado 60 anos, e determi-nou que a empresa devolvesseà cliente o valor pago a maisem dobro, com correção mone-tária e juros.

A segurada aderiu ao planoem 2001 e, ao completar 60 anos

Amil é condenadaem 2004, teve a mensalidadereajustada em aproximadamen-te 185%. Com base no Estatutodo Idoso (Lei n. 10.741/2003) eno Código de Defesa do Con-sumidor entrou com ação paracancelar o reajuste e obter adevolução dos valores pagos.O pedido foi acolhido. A Amilapelou ao STJ alegando queas disposições do Estatuto doIdoso não se aplicam a contra-tos firmados antes da sua vi-gência. O argumento foi rejeita-do. (RESP 809329). B

A

abusiva a cláusula contra-tual de plano de saúde que

exclui da cobertura a utilizaçãode material importado em proce-dimento cirúrgico. A decisão éda Terceira Turma do STJ ao ne-gar recurso da Assistência Médi-ca de São Paulo S.A. Blue Life.

DJTC teve de fazer uma ci-rurgia de urgência de "emboli-zação de aneurisma cerebral"com a utilização de material im-portado, sem similar nacional,mas a Blue Life não pagou ale-gando que o contrato exclui dacobertura o uso de materiais im-portados em cirurgias previstas

Cláusula abusivapelo plano. A paciente entroucom ação e o TJ-SP considerouabusiva a cláusula que exclui omaterial do plano de saúde por"por contrariar o bom senso e aboa-fé do consumidor".

A Blue Life recorreu ao STJ,mas não conseguiu reverter adecisão. Para o ministro-relator,Humberto Gomes de Barros, asnormas do Código de Defesa doConsumidor se sobrepõem àscláusulas contratuais que limitamou excluem cobertura que ex-põem os consumidores ao riscoe, conseqüentemente, configu-ram abuso. (RESP 952144). B

É

esmo que o banco tenhauma segurança reconheci-

damente deficiente, a segurado-ra é obrigada a cumprir o contra-to se aceitar a vistoria e fecharcontrato com ele. Com esse en-tendimento, a Quarta Turma doSTJ decidiu, por unanimidade,condenar a Sul América Compa-nhia Nacional de Seguros a pa-gar ao Banco Open (em liquida-ção) o seguro de um roubo.

O Banco Open contratou a SulAmérica para segurar valores emtrânsito ou no interior do banco.A cobertura seria de CR$ 80 mi-lhões, o equivalente a R$ 3 mi-lhões. Em janeiro de 1993, houveum furto de CR$ 891 milhões (cer-ca de R$ 30 milhões) e a segura-dora se recusou a ressarcir o valordo seguro, já que o Open teria des-cumprido cláusulas de segurança.O banco teria, ainda, feito um se-gundo seguro sobre o mesmo ob-jeto e demonstrado desinteresse,já que a Sul América só foi citadaem janeiro de 1994. O pedido doOpen foi rejeitado.

O banco apelou alegando quea Sul América realizou perícia an-tes da assinatura do contrato e

Sul América tem de cumprir contratoque, mesmo assim, assinou-o.Disse que não havia seguro du-plo e sim co-seguro (modalidadecomum em instituições bancárias:uma seguradora assume parte doencargo e outras empresas o res-tante). O recurso foi negado. NoSTJ, o banco sustentou que asdecisões da segunda instância fo-ram omissas e sem fundamenta-ção, e violaram artigos do Códigode Processo Civil (CPC). O recur-so foi acolhido e a seguradoracondenada a pagar o seguro nascondições contratadas e com re-ajustes. (RESP 442751). B

M

legítima a cobrança de con-tribuição previdenciária so-

bre a comissão paga pelas se-guradoras aos corretores. A de-cisão inédita é da Primeira Se-ção do STJ ao entender que ocorretor presta serviços às segu-radoras intermediando o relaci-onamento entre segurados e se-guradoras. (RESP 519560). B

Contribuiçãoprevidenciária

É

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 11MAIO DE 2008

AJUFE

juiz federal da 1ªVara de ExecuçãoFiscal de Vitória(ES), FernandoCésar Baptista

de Mattos, de 34 anos, can-didato da chapa "Ajufe Inde-pendente e Democrática:União e Trabalho", é o novopresidente da Associaçãodos Juízes Federais do Bra-sil (Ajufe) e irá dirigir a en-tidade no biênio 2008/2010. Deve tomar possedia 12 de junho no lugar deWalter Nunes da SilvaJúnior. Fernando Mattosfoi eleito por 649 dos 1.531eleitores (foram 6 votos nu-los, 10 brancos e 223 eleito-res abstiveram-se), que par-ticiparam da votação no dia18 de abril. A chapa "AjufeForte e Combativa", que ti-nha à frente o juiz Fernandoda Costa Tourinho Neto, de64 anos, teve 643 votos.

Entre as principais pla-taformas da nova gestão

Fernando Mattos, novo presidenteestão a criação de uma co-missão para tratar de rea-juste salarial, a revisão daLei de Organização da Jus-tiça Federal e da Lei Orgâ-nica da Magistratura, cri-ação de novas varas e denovos tribunais.

Fernando Mattos é o se-gundo mais jovem presi-dente da Ajufe (o primeirofoi Flávio Dino). Natural deSão Paulo, é formado emCiências Jurídicas pelaUniversidade do Estado doRio de Janeiro (UERJ),onde obteve o título de mes-tre em Direito Público em2003. Fernando Mattos co-meçou a carreira na 1ª VaraCível do Rio de Janeiro, indodepois para a 2ª Vara deCampos dos Goytacazes (RJ).Um ano depois passou a serjuiz titular da 1ª Vara Fede-ral de Execução Fiscal deVitória (ES) e tornou-sevice-presidente da Ajufe na2ª Região. B

OSeção de Direito Públi-co do Tribunal de Justi-

ça de São Paulo (TJ-SP) aca-bou não se transferindo parao prédio do antigo Hilton Ho-tel, na Avenida Ipiranga,centro de São Paulo, comofoi amplamente divulgado.Apesar de ter sido alugadopor 54 meses por R$ 36,1milhões, o atraso nas refor-mas e a falta de "habite-se",adiaram a mudança, quenão tem data prevista paraser efetivada. Os desembar-gadores permanecem emum prédio na Avenida Pau-lista que é considerado ina-dequado até pelo TJ-SP, eque exige reformas que o lo-cador não pretende realizar.

O contrato de locação, fir-mado com o Condomínio

Mudança não foi feita

TJ-SP

Supercentro Paulistâniaem julho de 2007, previa areforma do prédio em seismeses para abrigar os gabi-netes de 126 desembarga-dores do tribunal. No entan-to, nesse meio tempo, umgrupo espanhol assumiu ocontrole do condomínio e oprazo não foi cumprido. Deacordo com o TJ, como oatraso nas reformas confi-gura descumprimento decláusula contratual, houve asuspensão do pagamento doaluguel. O Tribunal de Con-tas do Estado instaurou pro-cesso para negociar um pos-sível aditamento do contrato,sem ônus para o TJ, a fim deque se defina um novo prazopara conclusão e entregadefinitiva da obra. B

A

Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO12 MAIO DE 2008

DIREITO IMOBILIÁRIO -2

a Itália, nos úl-timos anos, emanúncios pu-blicitários devenda de imó-

veis residenciais, tem-se torna-do comum o seguinte tipo deoferta:

"METRÔ SAN GIOVANNI —Nua-propriedade — 82 anos— andar alto — 105 m²- apto. reformado - 2 quartos- 2 sacadas - ótimo investimen-to - 400.000,00 euros".

Trata-se do novo mercado dachamada nua-propriedadeimobiliária, em que alguémvende um imóvel, mantendopara si, enquanto viver, o di-reito de continuar nele residin-do (ou também alugá-lo ouemprestá-lo), quase como umproprietário temporário. Sur-giu ele de dois fenômenos veri-ficados nos últimos anos. Deum lado, a supervalorizaçãodos imóveis residenciais nasáreas mais centrais de algumascidades italianas, como Roma(onde o metro quadrado chegaa valer 10.000 euros, ou seja,R$26.000). De outro, o aumen-to da expectativa de vida, coma manutenção da propriedadede tais bens em mãos de donosbastante idosos, quase semprecontrários à venda integral oulocação, por implicar em inde-sejada mudança de residência(e de vida).

Diante desta inédita situa-ção econômico-social, o "velho

O inédito mercado da nua-propriedadeNovidade na Itália poderiatambém chegar ao Brasil

EDUARDO CESAR SILVEIRAVITA MARCHI*

N

e sempre novo" Direito Civilofereceu o remédio perfeito: avenda com reserva de usufru-to. Cuida-se de uma originalaplicação prática do usufru-to, clássica e conhecida figu-ra jurídica. Consiste tal figu-ra, no tocante à natureza ju-rídica, em um tipo de compra-e-venda, isto é, um negóciojurídico a título oneroso, emque o vendedor ("reservatário"e futuro usufrutuário) trans-fere ao comprador (futuro nu-proprietário) a nua-proprieda-de de um bem, reservando (ou"detractando") para si o usu-fruto.

Assemelha-se, quanto à estru-tura jurídica e alguns de seusefeitos, a outro tipo de negóciojurídico, este a título gratuito,muito comum e bastante conhe-cido da doutrina e da praxejurídica: a doação com reservade usufruto, assaz utilizadapara a divisão antecipada daherança, com a doação dos bensaos beneficiários (normalmen-te os filhos) e reserva do usufru-to em favor dos doadores (nomais das vezes os pais).

Ambas as figuras — compra-e-venda com reserva de usufru-to e doação com reserva deusufruto — apresentam-secomo espécies do famoso ins-tituto jurídico da reserva emnegócios jurídicos de aliena-ção da propriedade. Para a fi-xação do valor de venda danua-propriedade, além doselementos tradicionais decomposição de preço de imó-vel (localização, estado deconservação, etc.), leva-se emconta, fundamentalmente, aidade do vendedor-futuro usu-frutuário. Quanto mais velho

for ele, maior será o valor;quanto menos idoso, menor opreço.

Na Itália, usa-se como pon-to de referência um interes-sante cálculo da Lei do Impos-to de Registro, baseado nataxa anual de juros legais(atualmente de 2,5%) e emtabela com coeficientes esta-tísticos de probabilidade demorte de uma pessoa, deacordo com a sua faixa etá-ria. Tendo o vendedor-futu-ro usufrutuário, por exem-plo, 50 anos, o valor da nua-propriedade corresponderá a25% do preço total do imó-vel; já com 60 anos de idade,40%; com 70 anos, 60% dopreço da casa ou apartamen-to, e assim por diante. Tal lei,todavia, como se disse, repre-senta apenas um ponto dereferência, sendo as partesinteiramente livres para o es-tabelecimento do preço danua-propriedade.

Este inusitado negócio apre-senta nuances de contrato ale-atório, pois o comprador-fu-turo nu-proprietário pode ex-perimentar uma maior ou me-nor vantagem econômica, de-pendendo, inversamente, da

menor ou maior longevidadedo vendedor-futuro usufrutu-ário. Representa um ótimo ne-gócio não só para proprietári-os idosos, ao permitir-lhes con-tinuar residindo, munidos detotal proteção jurídica, emsuas antigas moradias, e des-frutar, ao mesmo tempo, daextraordinária valorização deseus imóveis, como tambémpara os potenciais comprado-res, poupadores de longo pra-zo, desejosos (eles mesmos ouseus filhos) de no futuro resi-dir naquelas áreas mais cen-trais, ou ainda investidoresávidos por novas oportunida-des de aplicações e retorno fi-nanceiro.

No Brasil este inédito merca-do tem todas as condições detambém se estabelecer. Cidadescomo São Paulo e Rio de Janei-ro, com bairros como, na pri-meira, o Jardim Europa, e, nasegunda, Leblon, Ipanema eCopacabana (área última esta,aliás, com o maior número depessoas idosas por metro qua-drado do País), apresentam osmesmos fenômenos (e seme-lhante situação econômico-so-cial) verificados em algumascidades italianas.

Por fim, além de vantajosopara idosos proprietários e parapotenciais poupadores ou in-vestidores, pode representar,entre nós, um novo e promitenteramo de vendas para as empre-sas de corretagem de imóveis epara o mercado imobiliáriobrasileiro em geral. B

*Professor titular de Direito Romanodo Departamento de Direito Civil e ex-diretor da Faculdade de Direito doLargo de São Francisco.

Segunda Turma do STJrejeitou recurso do Insti-

tuto Nacional de Coloniza-ção e Reforma Agrária (In-cra) e manteve decisão queaumentou o valor a ser pagoa Agro Industrial Irmãos ZulliLtda. referente à indenizaçãoda terra nua com ressarci-mento da cobertura vegetal.

O TRF da 1ª Região (DF)havia aumentado em 10% ovalor da indenização arbitra-da pelo juiz de primeiro graua título de compensaçãopela existência de madeirade lei, com base no laudode perito oficial, que classifi-cou a área como de "intensopotencial madeireiro", po-dendo comportar uma agro-indústria por estar à margemda BR-163. O TRF entendeuque a cobertura vegetal nãopoderia ser avaliada separa-damente da terra nua e in-cluiu o item entre os bens in-denizáveis, a fim de atingir ovalor de mercado do imóvel,de pouco mais de R$ 5 mi-lhões, que serão pagos pelaGleba Bojuí a Agro Industri-al. O Incra apelou ao STJcontra a decisão sustentan-do que o acréscimo na inde-nização por cobertura florís-tica separada da terra nuanão seria possível por ter fica-do demonstrado que o propri-etário não explorava comerci-almente a terra. O argumentofoi rejeitado. Para a Turma, asmatas passíveis de explora-ção comercial devem ser in-denizadas nas desapropria-ções. (RESP 921211). B

Indenização porcobertura vegetal

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 13MAIO DE 2008

SERVIDORES ENSINO JURÍDICO

pós quase trêsmeses em gre-ve, os advogadospúblicos e pro-curadores fede-

rais retornaram ao traba-lho no dia 11 de abril semavanço nas negociaçõessalariais com o governo. Asuspensão da greve foi deci-dida em votação no FórumNacional da Advocacia Pú-blica três dias após o STFter acatado a Suspensão deTutela Antecipada (STA) nº207, proposta pela União, au-torizando corte de ponto e doregistro funcional, suspen-são e descontos nos venci-mentos dos advogados daAdvocacia-Geral da União(AGU) e dos procuradores.A decisão do STF estende-se, também, aos auditoresda Receita Federal, para-dos desde 18 de março. AUnião havia recorrido con-tra decisão do TRF da 4ªRegião, que havia conce-dido liminar impedindo

primeira fase do 135º Exame de Ordem daOAB-SP está marcada para dia 18. Os can-

didatos que conseguirem, no mínimo, 50% deacertos na primeira etapa estarão habilitadospara a etapa prático-profissional (segunda fase),agendada para 15 de junho. As provas serão fei-tas na Capital e em 28 cidades do interior. A no-vidade é a inclusão de Assis, que fica a mais de400 quilômetros de São Paulo, entre as que orga-nizarão a prova.

A expectativa é de que os índices de aprovaçãovoltem a aumentar. Após as consecutivas quedas(exceto no 132º, que registrou mais de 30% de apro-vação), o 134º Exame de Ordem aprovou 29,17% doscandidatos, quase o dobro da prova anterior (133º),na qual somente 15,9% (2.848 bacharéis) consegui-ram ingressar nos quadros da secional paulista. OExame foi realizado pelo Centro de Seleção e Promo-ção de Eventos (Cespe) da Universidade de Brasí-lia (UNB) — a segunda fase foi realizada dia 9 demarço. A lista dos aprovados está disponível no siteda OAB-SP (www.oabsp.org.br). B

Greve terminamedidas disciplina-res contra os grevis-tas, parados desde17 de janeiro.

A posição do Supre-mo foi proferida pelopresidente GilmarMendes, para quema suspensão no pa-gamento justifica-se pelo fato de a gre-ve caracterizar umainterrupção do contra-to de trabalho, nãohavendo prestação deserviço.

A greve dos servidoresda AGU e dos procuradoresfederais foi deflagradaquando o governo federalanunciou que, devido aofim da CPMF, não cumpri-ria o acordo firmado comas classes de conceder re-ajuste salarial. Segundoos grevistas, o acordo nãoestava condicionado à con-tinuidade do tributo. Des-de o primeiro dia de greve,representantes do Fórum

Nacional da Advocacia Pú-blica negociam com o Mi-nistério do Planejamento ocumprimento do acordoque reajustaria os saláriosdas três categorias em 30%até 2009. Segundo o presi-dente do Fórum Nacional,João Carlos Souto, não hou-ve avanço nas negociações.Para ele, apesar disso a gre-ve não foi em vão, "porquetodo movimento grevista éválido". B

A

Dia 18, a primeira fase do135º Exame de Ordem

A

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO14 MAIO DE 2008

POR PERCIVAL DE SOUZA (Especial para o “Tribuna”)

HIC NUNCET

A

NOTAS

Um corpo que cai

Menos, menos

O Sindicato dos Servidoresda Justiça do Maranhão pre-tendia que os magistrados es-taduais fossem obrigados abater o ponto diariamente eassim controlar a freqüênciaao fórum de cada um. Argu-mento: vários deles moramna capital, São Luís, com se-manas que em suas respecti-vas Varas só existem de terçaa quinta-feira. A pretensão foilevada ao Conselho Nacionalde Justiça. O relator, desem-bargador Rui Stoco, ponde-rou que o CNJ não poderiacercear o gerenciamento dasatividades administrativas decada comarca.

Presidente "Gilmau"

Por causa de uma fama demau, o novo presidente do Su-premo Tribunal Federal, Gil-mar Mendes, acabou ganhan-do um apelido na Corte decor-rente do seu estilo incisivo:"Gilmau". Isso mais o divertedo que o irrita. A última queda-de-braço provocada por eleaconteceu na própria Magis-tratura, quando considerou"excessivo" o número de pri-sões preventivas decretadas,dizendo que é por causa dissoque o STF termina conceden-do muitos habeas-corpus. Gil-mar é considerado referênciano mundo jurídico e seu livroCurso de Direito Constitucio-nal é adotado pelas principaisfaculdades de Direito.

rremessado de uma altura de 20 metros, o corpo da meninaIsabella Nardoni chocou-se violentamente no solo. O exame

necroscópico revelou lesões graves, asfixia inclusive, antes damenina de cinco anos cair. O caso chocou o País, e em torno deledesfilam antagonismos, discrepâncias, suspeitas, gritos de indig-nação e vozes que falam de tudo, menos da brutalidade contra amenina. Não existe acordo: embora não tenha respostas para to-dos os dramas sociais, o Direito Penal tem protagonistas apaixo-nados, alguns isentos, outros objetivos, vários técnicos e tambémmilitantes prisioneiros de artigos e parágrafos, entre os quais seencontram súbitos analistas de comunicação. Ao conceder liminarem pedido de habeas-corpus para o pai e a madrasta da menina,em face de prisão temporária decretada pelo juiz da 2ª Vara doTribunal do Júri da Capital, o desembargador Canguçu de Almei-da, da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça, destacou: "Ospresentes autos retratam uma grande tragédia"; "... mais uma his-tória daquelas onde quem pudesse merecer reprimenda acabafavorecido por uma incontrolável e desastrosa vocação do homempara a insinceridade, para a inverdade, para a dissimulação";"queira Deus não venham aumentar a estatística dos feitos ondea Justiça concreta não pôde ser feita e onde o mal terá prevalecidosobre o bem". É isto, doutores: podem dizer o que quiserem. Masa menina Isabella foi assassinada com barbarismo repugnante,abjeto, desumano (ver págs. 22 e 23).

Desembargador réu

É a primeira vez que aconte-ce na história do Superior Tribu-nal de Justiça: um desembarga-dor federal, José Maria de Oli-veira Lucena (TRF-5), foi for-malmente denunciado comomandante de homicídio qualifi-cado. A vítima foi o radialista Ni-canor Linhares Batista, mortodentro do estúdio da rádio ondetrabalhava, em Limoeiro doNorte, a 194 quilômetros deFortaleza. O caso tem quasecinco anos. A denúncia, com 70páginas, foi oferecida pela sub-procuradora-geral da Repúbli-ca, Cláudia Sampaio Marques.A mulher do desembargador,Maria Arivan Holanda Lucena,ex-prefeita de Limoeiro, tambémé acusada de ser mandante deoutro crime no Estado.

Menos dinheiro

A lentidão dos processospode ter similar na construçãode obras já programadas doJudiciário, que perdeu R$ 647milhões em verbas. A decisãofoi do Congresso, mas com avaldo Executivo. Os parlamentaresdo governo queriam que o corteorçamentário fosse ainda maior:R$ 736 milhões. A obra maisatingida foi a da nova sede doTSE, em Brasília, que iria gastarR$ 80 milhões durante esteano, reduzido para 40. A novasede do CNJ custará R$ 52 mi-lhões. Neste ano, seriam gastosR$ 15 milhões, já cortados paraR$ 7,5 milhões. B

A Faculdade de Direito daUniversidade de São Paulooutorgou o título de professoremérito a José Ignácio Bote-lho de Mesquita. A mais altahonraria a que um professorpode aspirar é dada commuita parcimônia pela esco-la, sempre a mestres muitoespeciais. A solenidade deentrega do título será realiza-da dia 14, às 18 horas, nosalão nobre da academia dolargo de São Francisco.

A decisão de conferir o tí-tulo ao professor Mesquita foitomada, por aclamação, nareunião da Congregação(instância máxima de deci-são da faculdade) de 27 demarço. José Ignácio Botelhode Mesquita lecionou DireitoProcessual Civil nas Arcadasdurante 41 anos: de 1964 a2005, quando se aposentoupela compulsória.

Ao longo da vida, ensinouaos alunos que o processo éa grande trincheira que de-fende a liberdade humana.Dizia que de nada adiantavaa Constituição se não hou-vesse um processo para fa-zer valer os direitos funda-mentais. A importância doprocesso, sustentava, é quepor meio dele consegue-serealizar quaisquer direitos.

Na aula magna que profe-riu na despedida, dia 1º dejunho de 2005, lembrou aosprofessores da casa a impor-tância de deixar a vaidadede lado, ser disciplinado epreparar cada aula, aindaque já a tivessem dado mui-tas vezes. Recomendou tam-bém aos titulares que se de-dicassem integralmente àgraduação, porque, justificou,os alunos menos experien-tes precisam da excelência eda independência dos pro-fessores mais experientes.

Faculdade de Direito daUSP outorga título de

professor emérito a JoséIgnácio Botelho de

Mesquita

Augusto CanutoÁlvaro Theodor Caggiano...

Os advogados Ál-varo Theodor Her-man Salem Caggi-ano, Gislene Doni-zetti Gerônimo, Luis

Carlos Gralho e Ricardo RuizGarcia são os novos sócios doGregori Capano Advogados As-sociados.

André GondinhoO advogado AndréOsório Gondinho é onovo sócio do Doria,Jacobina, Rosado eGondinho Advoga-

dos Associados.

Arnóbio TeodósioO juiz Arnóbio Al-ves Teodósio foiempossado comodesembargadordo TJ-PB.

Artur César Beretta...Os advogados Ar-tur César Berettada Silveira Filho,Heitor Vitor Men-donça Sica e Ivo

Liberalino da Silva Junior são osnovos sócios do Engholm Car-doso Advogados Associados.

Antonio PenteadoO advogado, con-sultor, professor ecolunista do "Tribu-na", Antonio Pente-ado Mendonça, re-

cebeu, dia 3 de abril, a medalhacultural "Dom João VI", da Aca-demia Paulista de História, Aca-demia Paulista de Letras, Aca-demia Cristão de Letras, Acade-mia Paulista de Educação e doCentro de Integração Empre-sa-Escola.

Anuário da JustiçaA Fundação Arman-do Álvares Pentea-do (Faap) e o site"Consultor Jurídico"(Conjur) lançaram,

dia 2 de abril, a segunda ediçãodo "Anuário da Justiça", com 300páginas, e que traz os perfis dosministros dos Tribunais Superi-ores (STF, STJ, TST, TSE e STM)e resenhas de 333 decisões dasCortes.

Elvio HenriqsonA Advocacia ElvioHenriqson, de NovoHamburgo (RS), re-cebeu da Líder Co-municação & Ma-

rketing, de Porto Alegre, o prêmio"Top Of Mind 2008", na área tribu-tária.

In memoriamFaleceram, em mar-ço, dia 24, aos 75anos, o advogado eprofessor Walter Ho-ffman; dia 25, aos 76,

o advogado Orlando MonzoniWagner; no mesmo dia, o procura-dor de Justiça do Rio de Janei-ro, Mario Tobias Figueira deMello; dia 26, o professor daUSP, Paulo de Mesquita Neto;dia 28, o delegado aposentado,

Guilherme Santana Silva; emabril, dia 2, aos 86 anos, o procu-rador do Estado de São Paulo,Paulo Chagas; dia 3, aos 52 anos,o advogado Luiz Augusto FerreiraGermani; dia 5, em Sorocaba(SP), o advogado Celso Tristão;dia 6, aos 63 anos, o advogado eex-presidente do Condephaat,José Roberto Fanganiello Me-lhem; dia 10, em Itapetininga(SP), aos 90 anos, o cônego e ad-vogado Luiz de Almeida Moraes;e o advogado Frantisek João Klá-til; dia 11, aos 81 anos, em SãoPaulo, o jurista Aluysio MendonçaSampaio; dia 13, o presidente dasubseção de Comodoro da OAB-MT, Valdir Soares; dia 14, aos 85anos, em Goiânia (GO), o advoga-do e procurador-geral do EstadoCleomar de Barros Loyola; aos 76anos, o ex-presidente do TJ-GO,desembargador Fenelon TeodoroReis; dia 21, o professor Adhe-mar Ferreira Castilho; dia 22,em Cuiabá, o advogado EdwardPereira de Lacerda; e, dia 24, emSão Paulo, o advogado Ademil-ton Marques Lobo.

Juliana Garcia BelloqueA defensora públi-ca Juliana GarciaBelloque é a novapresidente da As-sociação Paulista

de Defensores Públicos de SãoPaulo (Apadep).

Jorge MaraschinJorge Maraschindos Santos é o novodesembargador doTJ-RS. Assumiu avaga do desembar-

gador Henrique Osvaldo PoetaRoenick.

Leônidas Duarte MonteiroO novo presidentedo TER-MT é o de-sembargador Leô-nidas Duarte Mon-teiro.

Machado MeyerA publicação "Inter-national FiancialLaw Review" pre-miou o Machado,Meyer, Sendacz e

Opice como o melhor "Escritóriode Advocacia Brasileiro de 2008".

Marcelo HenriquesO conselheiro daOAB-DF MarceloHenriques Ribeiro deOliveira é o novo mi-nistro do TSE.

Marcello VieiraO advogado Mar-cello Klug Vieira éo novo associadodo Neumann, Sa-lusse, Marangoni

Advogados.

Paulo Eduardo SaboyaO advogado PauloEduardo de AraújoSaboya foi eleitonovo presidente doInstituto dos Advo-

gados Brasileiros (IAB) para ummandato de dois anos. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 15MAIO DE 2008

BOLETIM JURÍDICO ANO 7 - N°79

SERASA LEGALSERASA LEGAL“O Conselho de Recursos do Sistema Financeiro

Nacional – Atribuições e Jurisprudência”A obra “O Conselho

de Recursos do Sistema Fi-nanceiro Nacional – Atribui-ções e Jurisprudência”, lan-çada em março último porSilvânio Covas e AdrianaLaporta Cardinali, pela Edi-tora Quartier Latin (320 pá-ginas), destaca o papel doConselho de Recursos doSistema Financeiro Nacional(CRSFN) e a sua importân-cia, apresentando um estu-do detalhado acerca doprocesso administrativo edos mercados financeiro,cambial e de capital.

A submissão do Esta-do à ordem jurídica faz sur-gir o Estado de Direito e,com ele, muitas instituições,visando à garantia dessanova sistemática. É nessecontexto que os chamadosTribunais Administrativospassam a existir, com o ob-jetivo de solucionar, em âm-bito administrativo, as cau-sas existentes entre o PoderPúblico e o administrado,sob a égide de um regramen-to legal predeterminado, res-guardando-se o devido pro-cesso legal.

Trata-se de órgãos in-tegrantes da estrutura daAdministração Pública semvinculação com o Poder Ju-diciário. No Brasil, assimcomo na Argentina, e dife-rentemente do que ocorre naFrança e na Itália, as deci-sões dessas entidades po-dem ser revistas em âmbitojurisdicional. Há, no Direito

Brasileiro, uma série deConselhos, Órgãos e Tribu-nais na esfera administrativa,para apreciar matérias espe-cíficas. No que se refere aosmercados financeiro, cambi-al e de capitais, o Conselhode Recursos do Sis-tema Financeiro Na-cional – CRSFN – éo órgão competentepara julgar os recur-sos administrativosem face das deci-sões de primeirainstância, em obedi-ência ao princípiodo duplo grau dejurisdição.

Criado peloDecreto n.º 91.152,de 15 de março de1985, o CRSFN éum órgão de deli-beração coletivade segundo grau,existente na estru-tura do Ministérioda Fazenda, como objetivo de jul-gar, em última ins-tância adminis-trativa, recursosinterpostos das decisões relati-vas à aplicação de penalidadespelo Banco Central do Brasil -Bacen e pela Comissão de Va-lores Mobiliários - CVM. Éuma entidade importante naeconomia do País, compostapor especialistas nas matériasjulgadas. Tem criado, ao longodos anos, farta jurisprudência,moldando as interpretaçõesaplicáveis a conceitos jurídicos,

bem como uniformizando oscritérios pertinentes à dosagemdas penalidades.

A contribuição doCRSFN refere-se ao méri-to dos assuntos que julga, e,também, às regras procedi-

mentais

e aos princípios apli-cáveis ao processo adminis-trativo, em especial ao pro-cesso administrativo sanci-onador.

O primeiro capítulodo livro faz um breve apa-nhado histórico da origemdos Tribunais Administrati-vos, explorando o contextoe a razão de sua criação,bem como delimitando algu-

mas questões terminológicas(processo e procedimento,e contencioso administrati-vo). Citados alguns exem-plos de órgãos julgadores nainstância administrativa bra-sileira, discorre-se a respei-to da criação do Conselho

de Recursosdo SistemaF i n a n c e i r oNacional.

Por suavez, o capítulo2 fala da estru-tura e do funci-onamento dainstância recursalem tela, ressal-tando-se algumasde suas peculiari-dades, tais comoa composição pa-ritária, o voto dequalidade do Pre-sidente, o exercí-cio da Vice-Presi-dência, as garanti-as dos Conselhei-ros e seus impedi-mentos e suspei-ções, assim tambéma natureza e a finali-dade do Conselho.

No capítulo 3, trata-seda legislação e dos princípiosaplicáveis ao processo admi-nistrativo no Conselho de Re-cursos do Sistema Financei-ro Nacional, o que inclui a Lein.º 9.874/99. Outras questõesprocedimentais específicassão abordadas, como, porexemplo, o processamento dorecurso, a produção de pro-

vas, a representação por ad-vogado, os pedidos de pre-ferência e de revisão do jul-gado e o efeito da interposi-ção do recurso.

Há muitos debates noCRSFN, mas alguns recebemespecial atenção e são maisrecorrentes nos seus julgados.Reúne-se uma parcela dessesassuntos no capítulo 4, ilustra-do com as decisões tomadaspelo órgão.

Em razão do princípioconstitucional da inafastabi-lidade da apreciação juris-dicional, as decisões profe-ridas no Conselho de Recur-sos do Sistema FinanceiroNacional podem ser revistaspelo Poder Judiciário. Noentanto, como relatado nocapítulo 5, verifica-se quepoucos são os temas leva-dos à reapreciação jurisdi-cional, o que demonstra acredibilidade e o acerto dasdecisões do órgão em tela.

As alterações à estru-tura do CRSFN são pensa-das e divulgadas por doutri-nadores, em estudos espe-cíficos. No âmbito do PoderLegislativo, destaca-se oPLS 368/2005, explicitadono capítulo 6.

O livro “O Conselhode Recursos do Sistema Fi-nanceiro Nacional – Atribui-ções e Jurisprudência” bus-ca oferecer ao leitor todaessa experiência, bem comoum manual prático com al-gumas questões que envol-vem os seus julgados.

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO16 MAIO DE 2008

SERASA LEGAL

Pedidos de recuperação judicialaumentam no trimestre

Os pedidos de re-cuperação judicial aumen-taram 3,2% no primeiro tri-mestre deste ano em todoo país. Segundo o Indica-dor Serasa de Falênciase Recuperações de janei-ro a março de 2008 foramrequeridas 64 recupera-ções judiciais, enquanto no

mesmo período de 2007houve 62 requerimentos.

Já as recuperaçõesjudiciais deferidas somaram43 eventos nos três primei-ros meses do ano, contra 47no acumulado de janeiro amarço de 2007, o que re-presentou uma queda de8,5%. Em relação às con-

cessões de recuperação ju-dicial houve um evento noprimeiro trimestre de 2008e dois no ano passado.

As recuperaçõesextrajudiciais tiveram o mes-mo comportamento. O nú-mero de pedidos de recupe-ração extrajudicial diminuiu66,7%, indo de três, de ja-

neiro a março de 2007, paraum, neste período de 2008.Em 2007, um pedido foi ho-mologado, enquanto nesteano não houve homologa-ções de pedidos de recupe-ração extrajudicial.

No que se refere às fa-lências, no primeiro trimestre de2008 houve queda de 31,8%

Transcrição do prefácio escrito por Gabriel Jorge Ferreira,Presidente da Confederação Nacional das Instituições Financeiras

“Acompanho oConselho de Recursosdo Sistema FinanceiroNacional (CRSFN) des-de o início de suas ati-vidades tendo convivi-do com muitos de seusmembros, pelos quaistenho profunda admira-ção e respeito. A quali-dade e competência dosque contribuíram para aexcelência desse Cole-giado pode ser muitobem corporificada noSilvânio Covas, profis-sional com profundoconhecimento técnico-jurídico, larga experiên-cia no dinâmico sistemafinanceiro e que tam-bém foi membro doConselho.

Silvânio, que mui-to tem contribuído nodebate e estudos de te-mas de grande relevân-cia no âmbito do siste-ma financeiro nacional,brinda-nos agora comsua obra “O Conselho

de Recursos do Sistema Fi-nanceiro Nacional – Atri-buições e Jurisprudência”,na qual realça a sua gran-de importância para a se-gurança jurídica dos negó-cios, operações e ativida-des desenvolvidas pelasinstituições financeiras.

Uma contribuição im-portante dessa publicação éque ela nos oferece também,em caráter pioneiro, a juris-prudência do CRSFN sobreos mais importantes julgadosdesde a sua instituição, o queirá se constituir em excelenteinstrumento de apoio e con-sulta a todos que atuam nosmercados financeiro e de ca-pitais.

Criado em março de1985, sob feliz inspiração doSenador Francisco Dornelles,então Ministro da Fazenda, oConselho vem prestandoinestimável contribuição paraa sociedade ao zelar pela boagovernança e melhores prá-ticas das entidades que ope-ram nos mercados monetário

e de valores mobiliários,como instância eminente-mente técnica dos processosadministrativos instauradospelo Banco Central do Brasile pela Comissão de ValoresMobiliários, emprestando es-tabilidade e confiabilidade aesses mercados.

Nesse particular, olivro do Silvânio, emble-maticamente, homena-geia os vinte e dois anosda bem sucedida experi-ência do Conselho, queprestou inestimáveis ser-viços, tais como, o des-congest ionamento dapauta do Conselho Mo-netário Nacional, o esta-belecimento de parâme-tros de conduta dos ad-ministradores de institui-ções financeiras, o desa-fogo do Poder Judiciárioe a valorização do com-promisso do mercadocom o ordenamento jurí-dico, as posturas éticas eações socialmente res-ponsáveis.

Com efeito, o conteú-do das matérias seleciona-das pelo ilustre processua-lista no repertório de juris-prudência do Conselho,permite uma interessanteanálise do posicionamen-to dos reguladores nassuas relações com as insti-tuições, com ênfase paraos aspectos de governan-ça, pois se os gestores nãocumprirem adequadamen-te as leis a que estão su-jeitas as entidades que ad-ministram, isso poderáexpô-las não só a sançõespecuniárias, mas princi-palmente a perdas, prejuí-zos ou contingências, comreflexos danosos sobre aeconomia em geral e emparticular, os investidores,credores, acionistas e tra-balhadores.

O trabalho do Covastambém se detém na análiseda estrutura organizacionaldo Conselho que, apesar defuncionar com quadro de fun-cionários e colaboradores

pequeno (e eficiente), acada ano bate recordes deprodutividade, diminuindoo prazo médio de tramita-ção dos processos. Umexemplo para a adminis-tração pública.

Temos, portanto,neste oportuno lançamen-to da Quartier Latin umaabordagem bastante útilsobre o CRSFN que seráde grande valia para osestudiosos, pesquisadores,participantes dos merca-dos do setor financeiro eprofissionais do mundoeconômico e jurídico, alémde se constituir em verda-deiro estímulo para que oConselho continue desem-penhando eficientementesua missão, buscando sem-pre se superar”.

Gabriel Jorge Fer-reira - Presidente da Con-federação Nacional dasInstituições Financeiras ePresidente da Febraban2001-2004".

nos pedidos de falência, emrelação aos três meses de2007, sendo que de janeiro amarço de 2008, foram reque-ridas 518 falências e no anopassado, 760. As falências de-cretadas caíram 26,6% no mes-mo período. Foram decretadas254 falências no trimestre de2008, contra 346 em 2007.

O fenômeno dasupranacionalidade

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSTRIBUNA DO DIREITO

ANO 14 - Nº 157 MAIO DE 2008

FERNANDO DE MAGALHÃES FURLAN

fenômeno da supranacionalidade tem-seapresentado como resposta aos novos de-safios da convivência e da ordem interna-cionais, num mundo em que a interde-pendência entre Estados se intensifica erevela a inadequação de alguns conceitostradicionais. Um dos temas mais relevan-tes para a compreensão dessas transfor-mações é o da soberania. "É preciso re-pensar a soberania a partir de um enfoquerealista. O conceito que importa na atua-lidade transcende uma análise formal eatinge a essência do conceito de sobera-nia, que se relaciona com a autonomia,com a capacidade de o Estado fazer valerseus interesses", analisa Fernando deMagalhães Furlan, que há anos vem pes-quisando os processos de integração regi-onais, como a União Européia (UE) e oMercosul.

A coesão do bloco europeu, segundo Fur-lan, decorre da criação de instituições su-pranacionais com poder decisório ao qualse submetem os estados-membros. "Por li-vre e espontânea vontade, os países-mem-bros da UE chegaram à conclusão de queera necessário transferir competências so-beranas, parcelas da soberania, em prol deórgãos supranacionais, os quais agem emprol do projeto de integração e de coopera-ção, independentemente da vontade desteou daquele Estado ou governo", diz.

Já o Mercosul, segundo ele, tem umcaráter intergovernamental que limita odesenvolvimento. "A intergovernamenta-lidade faz com que o avanço do processode integração dependa excessivamentedas circunstâncias políticas e da situaçãoeconômica dos principais parceiros e, emmomentos de fragilidade, as instituiçõesintergovernamentais não têm se mostra-do capazes de resistir a pressões", inter-preta Furlan.

Autor de Integração e Soberania — O Bra-sil e o Mercosul, lançado em 2003 pela Adu-aneiras, e Supranacionalidade nas Associa-ções de Estados: Repensando a Soberania,publicado pela Juruá Editora, Furlan, queatualmente é conselheiro do Cade (Conse-lho Administrativo de Defesa Econômica) ejá foi diretor do Decom (Departamento deDefesa Comercial do Ministério do Desen-volvimento, Indústria e Comércio), tam-bém estuda os temas do Direito Concor-rencial e do comércio internacional.

"O Direito Concorrencial é uma maté-ria apaixonante. A função do Cade tem ex-trema relevância para o bom funciona-mento do mercado, das empresas, da ati-vidade econômica do País", declara Fur-lan, que tem uma obra intitulada Ques-tões Polêmicas em Direito Antitruste e, emco-autoria com Thomas Felsberg, lançouBrasil-China: Comércio, Direito e Economia.

O fenômeno dasupranacionalidade

OEUNICE NUNES

Especial para o “Tribuna”

“É preciso repensar a soberania a partir de um enfoque realista”

Fotos Augusto Canuto

O

MAIO DE 20082TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

Tribuna do Direito — Como foi a experiên-cia no Ministério do Desenvolvimento, In-dústria e Comércio Exterior?

Fernando de Magalhães Furlan — Muitorica. Viajei ao exterior em missões de negoci-ação internacional no âmbito da OMC e tam-bém em missões de promoção comercial, ouseja, de venda dos produtos brasileiros lá fora.Foi feito um esforço grande para aumentar asvendas dos produtos brasileiros no exterior.Identificávamos em que produtos éramoscompetitivos e que tinham potencial de vendanum determinado país, realizávamos missõesem que levávamos empresários brasileiros,promovíamos o encontro com empresáriosestrangeiros e, muitas vezes, vimos nasce-rem negócios.

TD — Quais os produtos brasileiros quedemonstraram ser competitivos lá fora?

Furlan — O Brasil tem um parque industri-al muito diversificado. De um modo geral, éum grande exportador de commodities do setoralimentos e de minérios. A agroindústria estáentre as mais competitivas do mundo. Masexiste, setores, que não são os tradicionais,muito competitivos. Há muita coisa com qua-lidade e potencial de venda lá fora sendo pro-duzida aqui por médias empresas. Para aRússia, por exemplo, o Brasil vende produtoshospitalares e odontológicos, além de alimen-tos e cigarros. Ninguém pensa que o País écompetitivo em produtos hospitalares, mas é.

TD — O que faz exatamente o Decom?Furlan — O Decom é o Departamento de

Defesa Comercial e conta basicamente comtrês instrumentos: o antidumping, as salva-guardas e as medidas compensatórias. O car-ro-chefe é o antidumping, forma de um país sedefender de práticas desleais de comércio in-ternacional. O dumping acontece quando umpaís vende ao Brasil um produto abaixo do pre-ço que ele vende no seu próprio mercado in-terno, ou seja, ganha mercado externo prati-cando um preço artificial, o que é consideradoprática desleal pela OMC (Organização Mun-dial do Comércio). Para se defender, o paísimportador pode impor uma sobretaxa, que é oantidumping. Para isso, o Decom abre um pro-cesso de investigação em que vai analisar to-dos os fatos, todas as questões pertinentes,em que o direito de defesa é amplamente as-

segurado. Se concluir que houve dumping eesse dumping causou um dano à indústria,então o Brasil pode aplicar uma medida dedefesa. Além de fazer essas investigações, oDecom também é responsável por negocia-ções internacionais, seja em fóruns multila-terais como a OMC, como em negociações bi-laterais. Durante o período em que estive lá,as negociações eram com a China, que é umpaís em franco desenvolvimento e é um dosparceiros mais importantes do Brasil. A Chi-na com toda a sua grandeza e potencial, trazdesafios no comércio internacional. É parcei-ro, mas também concorrente. Temos de saberdefender-nos.

TD — E a questão dos custos trabalhistasna China, que não respeita direitos básicosdos trabalhadores, como limitação da jorna-da de trabalho, horas extras, férias, etc.

Furlan — O custo do trabalhador na Chinaé muito mais baixo. É óbvio que o produto vaisair muito mais barato. Eles também não têmnenhuma preocupação ambiental, não têmleis de proteção ambiental. E têm um acessomuito facilitado ao crédito, coisa que, no Bra-

sil, agora é que está começando a me-lhorar. Tudo isso traz grandes desafiosao Brasil, na condição de concorrenteda China. Tem também a carga tribu-tária brasileira, que é pesada e faz acompetitividade internacional dimi-nuir muito. Muitos setores da econo-mia são dos mais competitivos domundo até à porta da fábrica. Depoisda porta da fábrica cai a competitivi-dade, por conta de custos logísticos,tributação, gargalos de infra-estrutu-ra, dificuldade de crédito, taxas de ju-ros. No Decom tive a oportunidade departicipar de algumas negociações co-merciais com a China. Uma delasenvolveu os produtos têxteis e de con-fecção. A indústria brasileira estavasofrendo muito com a concorrênciados produtos chineses. Ponderamosque tínhamos mecanismos para nosdefender, que eles estavam exportan-do para cá a preços muito baixos. De-pois de muita negociação, muita con-versa, a China, voluntariamente, res-tringiu a exportação desses produtospara o Brasil. Um acordo parecido foifechado na área de brinquedos.

TD — A indústria de brinquedosnacional praticamente foi engolidapela concorrência chinesa.

Furlan — A indústria brasileirateve de se adaptar. Hoje, fabricam-seno Brasil brinquedos que, na suagrande maioria, não competem com oproduto chinês. Muitas fábricas aca-bam trazendo também produtos daChina, porque os custos de produçãolá são muito mais baixos do que aqui.Atualmente, os chineses são competi-tivos em tudo. Já produzem carros.Ainda não têm o padrão de qualidadeinternacional, mas estão buscando.Também já produzem máquinas in-dustriais. Fabricam de tudo.

TD — Do jeito que vão as coisas, conseguirmercados consumidores para os produtos bra-sileiros é um desafio? Além da China, temtambém a Índia e a Rússia nessa corrida.

Furlan — É um desafio enorme. A Índia,por exemplo, vem crescendo fortemente nosetor de Tecnologia da Informação. O quefalta ao Brasil para poder competir com aÍndia nesse segmento? Primeiro, temos dedesonerar os investimentos em tecnologia,de dar condições de acesso ao crédito, fi-nanciamento para as empresas de tecnolo-gia. Depois, dar condições de inovação tec-nológica, registro de patentes. Se for com-parada, por exemplo, o número de patentese invenções registradas no Brasil na déca-da de 70, o País era igual a Coréia. Hoje, aCoréia ultrapassou o Brasil, em pelo me-nos, cinco vezes. A Índia vai pelo mesmocaminho. O Brasil tem potencial na áreade tecnologia, é referência mundial, porexemplo, em tecnologia de automação ban-cária. Tem-se de criar condições necessá-rias para desenvolver esses setores de tec-nologia.

“O Brasil tem um parque industrial muito diversificado”

“Há muita coisa comqualidade e potencial

de venda lá fora”

3TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSMAIO DE 2008

TD — E o princípio da não-violação territo-rial face à invasão e ocupação do Iraque pe-los Estados Unidos (EUA) e à recente incur-são da Colômbia em terras equatorianas?

Furlan — Existe uma antiga discussão sobrese existem, ou não, bens universais que sobrepu-jam questões da soberania nacional. Os EstadosUnidos defendem que o combate ao terrorismo éum objetivo universal que tem a capacidade desobrepujar os interesses nacionais. Com basenessa tese, os EUA estenderam a sua soberaniaao Iraque, alegando que estavam agindo contrauma ameaça a um bem universal, que é a paz.Se isso for adaptado para a realidade sul-america-na — e isso é uma novidade, já que o Brasil é umcontinente de tradição pacífica, sempre respeitoua integridade territorial e a soberania nacional—, com a questão das Farc, vê-se a Colômbia ba-sear-se na tese norte-americana para entrar noEquador. A justificativa foi a de combater forçasterroristas que ameaçam a paz. A diferença éque, ao contrário da invasão do Iraque pelos EUA,o Equador faz fronteira coma Colômbia e as Farcficam em território colombiano. Foi um momentoem que se abriu uma janela para se capturar lí-deres do movimento radical. Na ocasião, a Colôm-bia fez uma escolha: desrespeitar a integridadeterritorial do país vizinho para capturar os mili-tantes das Farc. Seria difícil à Colômbia agir deoutra forma. Se pedisse autorização, o trâmiteseria demorado e perderia a janela, passaria aoportunidade de efetuar as prisões.

TD — O 11 de setembro de 2001 inaugu-rou uma nova era?

Furlan — Foi um episódio dramático. Seaconteceu por descuido deles, ou não, o fato éque eles precisavam reagir de alguma manei-ra. A questão é a extensão dessa reação. Seráque o alcance deveria ter sido tão grande a pon-to de chegar aonde chegou? Hoje em dia, aque-les conceitos que foram criados em outras erasem relação à conformação do Estado passampor uma revisão forçosa. Os Estados estão cadavez mais interdependentes. Quando foram cri-ados os conceitos de soberania, de Estado,existiam protetorados, feudos, reinados. Eramais uma questão de definição de espaço ter-ritorial, espaço de autoridade, objetivando aconvivência pacífica. Agora, os Estados neces-sitam interagir uns com os outros, pois háuma interdependência muito grande entreeles. Os próprios cidadãos, o próprio povo, aca-

bam ultrapassando as fronteiras dos Estados.

TD — Isso reduz a importância e o alcan-ce da soberania?

Furlan — Não é que a soberania seja miti-gada, reduzida. O melhor exemplo é o que foifeito na União Européia (EU), onde os Estados,por livre e espontânea vontade, chegaram àconclusão de que era necessário transferircompetências soberanas, parcelas da sobera-

“A questão é a extensãodessa reação (ao

ataque de 11/9/2001)”

nia, em prol de órgãos supranacionais. Para obem de um projeto de integração e de coopera-ção, resolveram criar órgãos com poder deci-sório que agem independentemente da vonta-de dos Estados ou dos governos. A supranacio-nalidade que marca a construção européia foicapaz de manter o bloco coeso, quando paísesou mesmo o processo de integração passavampor dificuldades circunstanciais que poderiamromper o compromisso assumido.

“A supranacionalidade que marca a construção européia foi capaz de manter o bloco coeso”

MAIO DE 20084TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

“Os EUA já viam agrande possibilidade

de entrar em recessão”

TD — Mas o processo de integração euro-péia, diferentemente do Mercosul, adveio dacompreensão dos países fundadores de queprecisavam unir-se para ter força e podercompetir economicamente com os EUA.

Furlan — Foi um ato de defesa, não só nocampo econômico, mas até para preserva-rem-se contra um possível novo conflito. Issonão se observa no Mercosul, cuja evolução élenta, pois é um projeto intergovernamentalque depende muito das vontades, das ideologi-as, dos humores dos governantes dos paísesque o compõem. Com isso, o projeto de inte-gração vai patinando. Poderia andar mais rá-pido se estivesse baseado em órgãos suprana-cionais que poderiam decidir questões relati-vas à integração independentemente das von-tades dos governos, pois os Estados-membrosteriam delegado competências decisórias aesses órgãos específicos. A lentidão é uma

decorrência direta daintergovernamentalida-de, que afeta negativa-mente o processo de in-tegração do Cone Sul.Em momentos de fragi-lidade, instituições in-tergovernamentais nãotêm se mostrado capa-zes de resistir a pres-sões para que o proces-so não avance e, aindamais grave, não têmsido suficientes paraevitarem retrocessosno processo integra-tivo.

TD — Embora a UE seja um exemplo de in-tegração, atualmente atravessa uma crise e ofuturo parece incerto, já que não teve sucessoo projeto de uma Constituição Européia.

Furlan — O futuro da UE, tendo em vista oproblema dos referendos na França e na Ho-landa, que recusaram a proposta de Consti-tuição Européia, tem várias possibilidades. Oprimeiro cenário apontado pelos estudiosos éa UE transformar-se numa espécie de confe-deração de Estados em que não existiria maisa autonomia dos órgãos supranacionais. Umaoutra possibilidade é que haja uma refunda-ção da UE, com a inspiração inicial de seconstruir uma união política, uma união deobjetivos, que levaria a UE a constituir-senuma potência política e militar com fortepeso na cena internacional. Há ainda umaterceira, mais pessimista, do retrocesso totaldo processo de integração, com a dissoluçãoda UE. O mais provável é que haja o relança-

mento, a refundação, porque os países nãoquerem abrir mão de conquistas que obtive-ram com a união. Eles sabem que isolada-mente ficam enfraquecidos. Os projetos deintegração são muito complexos e vão seconstruindo ao longo do tempo. Acredito nofuturo do Mercosul.

TD — E a recessão nos EUA?Furlan — Fica muito claro que os EUA já

viam lá atrás a grande possibilidade de, numfuturo próximo, entrarem em recessão, comoestão entrando. Qual a forma de evitar entrarem recessão? Promover projetos de integra-ção econômica que lhes permitissem aumen-tar o mercado consumidor para os produtosdeles, aumentar as trocas comerciais e, as-sim, gerar mais riqueza. A Alca foi uma ten-tativa. Eles dizem que a crise econômica de-les afeta os outros países. Ainda é prematuroafirmar isso. O que estamos vendo hoje é queo Brasil está numa situação bastante confor-tável e, em princípio, a crise norte-americananão nos vai afetar tanto como já afetou outrasvezes. O Brasil não era contra a Alca. O Brasilera contra os padrões que os EUA queriamimprimir à Alca, que objetivavam apenas obenefício norte-americano.

TD — Há expectativa de o Mercosul nego-ciar, como bloco, com a UE?

Furlan — Esse é um grande objetivo doMercosul, que já tem vários acordos comerci-ais com a Índia, com a união aduaneira daÁfrica Meridional, com Israel. Isso é muitoimportante para o bloco. Mas é um movimentoque ainda está no início. Na OMC, por exem-plo, o Mercosul não negocia em bloco, comonegocia a UE.

ascido em Concórdia, no Oeste deSanta Catarina, aos 10 anos Fernan-do de Magalhães Furlan foi morarem Florianópolis, onde ficou até aos24. Lá cursou Jornalismo na Univer-

sidade Federal de Santa Catarina e Administraçãode Empresas na Universidade Estadual. "Na verda-de, queria cursar Publicidade, mas como não haviaesse curso lá, resolvi fazer o que mais se aproxima-va, que era Jornalismo", declara, emendando: "Mas,logo vi que não era o que pretendia e resolvi, meioque por exclusão, prestar vestibular para Direito,porque meu pai era advogado e meu irmão maisvelho já fazia Direito."

O pai fez carreira política ao longo de 20 anos e,quando se tornou deputado federal, levou a famíliapara Brasília. "Fui a contragosto, mas lá chegandovi que Brasília oferecia oportunidades que não teriaem Florianópolis. Como já estava formado em Ad-ministração, pedi transferência do curso de Direitopara a Universidade de Brasília (UnB), onde meformei em 1993", diz.

Recém-formado, foi contratado como assessor ju-rídico da Câmara dos Deputados. Algum tempodepois, prestou concurso público e tornou-se asses-sor no Supremo Tribunal Federal. De lá saiu para

voltou ao Brasil, recebeu um convite para assumiro cargo de procurador-geral do Cade (Conselho Ad-ministrativo de Defesa Econômica), posição queocupou de 2001 a 2003. Na época, casou-se comAlessandra, a quem conheceu no curso de Direitoda UnB e que hoje é advogada da União. O casal temduas filhas, Maria Fernanda e Manuela.

De 2003 a 2005 foi chefe de gabinete do primo,o então ministro do Desenvolvimento, Indústria eComércio Exterior, Luiz Fernando Furlan. "Não foiuma decisão fácil. Mas ele me convenceu, dizendoque não conhecia governo, não sabia bem do fun-cionamento do setor público e precisava de alguémde confiança que soubesse. Renunciei ao cargo queocupava no Cade e fui", relata. Em 2005, o ministropromoveu uma reestruturação no Ministério, eFurlan tornou-se diretor do Departamento de Defe-sa Comercial (Decom), órgão que cuida dos inte-resses comerciais do Brasil no mundo. Este ano,Fernando de Magalhães Furlan voltou ao Cade, comoconselheiro.

Nas horas vagas procura estar em contato coma natureza. Gosta de esportes ao ar livre. Em Flo-rianópolis, surfava. Em Brasília, faz trilha de motoou de jipe e, para manter a forma e enfrentar oestresse da vida moderna, corre três vezes por se-mana à noite. O bom preparo físico permite-lheparticipar também de competições. A última foi aMaratona de Brasília, no feriado de Tiradentes."Estou bem na praia ou no mato. O que importa éo contato com a natureza", conclui.

trabalhar num grande escritório de Advocacia nosEstados Unidos. De volta ao Brasil, começou a traba-lhar na parte de relações institucionais, em uma con-sultoria na área do comércio internacional, segmen-to que o atraía desde o curso de Administração. Fa-cilitou o fato de Furlan ser poliglota: além do Portu-guês, fala Inglês, Francês, Italiano e Espanhol.

Na época, foi convidado para trabalhar num escri-tório de Advocacia na Bélgica, especializado em Or-ganização Mundial do Comércio (OMC). Quando

Do Jornalismopara a Advocacia

N

Com a esposa Alessandra e a filha Maria Fernanda

Álbum de Família

Álbum de Família

(EN) �

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNA DO DIREITO

PROCESSO

ANO 14 - Nº 157 MAIO DE 2008

CLITO FORNACIARI JÚNIOR*

A alegação dedomínio naspossessórias

A falta de adequado tratamento técnico doprocesso tem sacrificado a este, enquanto

seqüência de atos, mas também como ciência

J*Advogado em São Paulo e mestre em Direito pela PUC-SP.

ulgado do Tribunal de Justiça de SãoPaulo retoma a discussão da exceçãode domínio nos pleitos possessórios, quejá se entendia superada com a redaçãodada ao artigo 923 do CPC pela Lei n°6.820, de 16/9/980, e que, se algumadúvida ainda pudesse subsistir, efetiva-mente foi sepultada pelo que dispõe o§ 2º do artigo 1.210, do CC.

O acórdão dá notícia da alegaçãode domínio por parte de autores de in-

terdito proibitório, mas invoca, igualmente, a afir-mação pelos mesmos de existência de possemansa e pacífica, dizendo ser há mais de 50anos. Traz o julgado à colação os dizeres da Sú-mula n° 487 do STF e conclui por negar a proteção

possessória aos requerentes, pornão ter condições de precisar"quem é quem, ou por outra,qual dos litigantes molestou aposse do outro", pois se fazia derigor a prova técnica, cujo ob-jetivo era a elucidação da ques-tão do domínio (24ª Câmara deDireito Privado, Apelação n°1235298-9, relator CardosoNeto, julgado em 28/2/2008).

A decisão em tela, atrelandoa demanda possessória (interdi-to proibitório) ao problema dedomínio, ignora a rigorosa sepa-ração entre o possessório e opetitório, que foi ainda mais acla-rada diante da atual redação do§ 2º do artigo 1.210 do CC, quereza que "não obsta à manuten-ção ou reintegração na posse aalegação de propriedade, oude outro direito sobre a coisa",tendo, portanto, o condão derevogar — se revogado já nãoestivesse — o quanto era dispos-to pelo artigo 505 do CC de1916 (conforme Silvio de SalvoVenosa, Direito Civil — DireitosReais, Atlas, 4ª edição, 2004, pá-gina 151), notadamente na suasegunda parte, estampada de-pois de proclamar a mesma se-paração, na qual orienta no sen-tido de que "não se deve, entre-tanto, julgar a posse em favor

daquele a quem evidentemente não pertencer odomínio".

O tema é polêmico no Brasil, mas o entendimen-to acerca do mesmo sempre caminhou no senti-do de afastar o uso da questão de domínio paradefinir a posse (separata esse debet possessio aproprietate), como dá notícia Cláudia AparecidaCimardi (Proteção Processual da Posse, Revista dosTribunais, 2ª edição, 2007, n° 3.7, página 181 e se-guintes), que enfatiza tanto a superação do artigo505 do CC pelo artigo 923 do CPC, como a con-firmação explícita dessa linha de raciocínio pelo §2º, do artigo 1.210 do CC em vigor.

Sem dúvida alguma, o quanto estava estabele-cido no artigo 505 soava como uma excrescênciaao próprio princípio que ele ditava na sua primeiraparte, a ponto de haver se contraposto a essa pre-visão a modificação do CPC, logo nos primeirostempos de sua vigência (Lei n° 6.820/80), suprimin-do-se a sua parte final, que conduzia ao mesmoresultado do artigo 505 do CC, ainda que por meiode regra em sentido afirmativo, dizendo, após apa-rentemente renegar a questão de domínio, que "aposse será julgada em favor daquele a quem evi-dentemente pertencer o domínio".

Houve mesmo quem sustentasse que a supres-são da parte final do artigo 923 do CPC teria revi-gorado o artigo 505 do CC, como é o caso deAdroaldo Furtado Fabricio (Comentários ao Códi-go de Processo Civil, Forense, 3ª edição, 1988, pá-gina 407), posição que hoje, definitivamente, se vêsuperada pela regra do CC, que baniu a questãode domínio totalmente do tema da possessória,tendo o condão de também tornar incompatívelcom a norma atual o teor da Súmula 487 do STF,que proclamava devesse ser "deferida a posse a

quem, evidentemente, tiver o domínio, se combase neste for ela disputada".

Acórdão da 14ª Câmara de Direito Privado doTJ-SP bem entendeu a questão, proclamando que"não cabe qualquer discussão a respeito da titula-ridade dominial. Se de natureza possessória o plei-to judicial, cumpre indagar apenas quem é possui-dor, para a este outorgar-se a proteção possessória.Protege-se pura e simplesmente a posse." (Apela-ção n° 1162309-7, relator Pedro Ablas, julgado em12/3/2008).

É certo que aqueles que, além da condição depossuidores também são proprietários, certamen-te se sentirão atraídos para invocar o domínio, pelasua aparente maior robustez. Nada mau, desde quenão fiquem restritos somente a ele, pois a possessóriaexige a alegação de posse, seja ela atual (moles-tada ou turbada) ou pretérita (esbulhada). Se o ob-jetivo for alcançar a posse que não se tem, em quepese se tenha o domínio, a ação terá que ser denatureza petitória, quase sempre pela via ordinária.

Caso, entretanto, se alegar posse e domínio ese formular pedido de natureza possessória, nãohaverá vício formal algum, não sendo o caso detrancar-se a via possessória para remeter a parte aoutro feito, no qual tivesse lugar o debate desta or-dem. A invocação do domínio, simultaneamente àalegação de posse, deve ser entendida como umfato simples e não jurídico, não integrando a causade pedir, sendo, portanto, insuscetível de influenciarno resultado final do processo, bem como de de-sencadear atividade probatória, ainda que a propri-edade venha a se transformar em questão contro-vertida, mercê de defesa da parte contrária con-trapondo-se à titularidade do possuidor.

A decisão comentada revela uma preocupaçãocom a não-realização de prova pericial, que seria,sem dúvida alguma, imprescindível, "se a ação fos-se petitória". No entanto, é questão irrelevante,mesmo que controvertida, em se cuidando deação possessória, até porque o artigo 927 do CPCdetermina, como ônus do autor, "provar a sua pos-se" (inciso I) e não o seu domínio. Presente esse ônus,aos autores da ação era dado, sem conseqüênciasnegativas, não realizar aquela prova, pois não sedevem provar fatos irrelevantes (conforme MoacyrAmaral Santos, Comentários ao Código de Proces-so Civil, Forense, 1ª edição, n° 25, página 43; Anto-nio Carlos de Araújo Cintra, Comentários ao Códigode Processo Civil, Forense, 1ª edição, 2000, n.°16,página 25), até para que não se desvie o processode sua real perspectiva, afrontando seus limites.

A falta de adequado tratamento técnico doprocesso tem sacrificado a este enquanto seqüên-cia de atos e também como ciência, porém temcomprometido igualmente o direito material e, porconseqüência, direitos dos contendores. No caso,a questão da propriedade, como diz Silvio Venosa,é usada, com freqüência, pelo réu para tumultuaro feito e, assim, deve ser afastada por ser impró-pria e inócua (Direito Civil citado, página 150).

Se solerte mostrar-se o julgador, separando orelevante do irrelevante, para o que deverá saberos limites da ação que se lhe apresenta, evitará otumulto e, mais do que isso, não transformará ademanda em uma loteria, que só pode darganho a quem não tem razão, pois quem a temnecessita apenas de um processo pautado tam-bém pela sua regularidade formal. �

626 MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

��EXECUÇÃO — PENHORA. FATURAMENTO DA EMPRESA. INTERESSEDO CREDOR. PREVALECIMENTO. OFENSA AO PRINCÍPIO DA MENOR ONE-ROSIDADE. INOCORRÊNCIA. CABIMENTO. Como a execução éfeita no interesse do credor, e não do devedor, deve sermantida a penhora sobre o faturamento da empresa,não obstante já exista penhora sobre imóvel. Dada a di-ficuldade e os custos que envolvem o praceamentodessa espécie de bem, não há por que afastar a penho-ra sobre o faturamento. (A. Rg. 881.389-01/8, 5ª Câm.,rel. Luís de Carvalho, j. 16/2/05 — quanto a 20%).

��EXECUÇÃO — PENHORA. GARANTIA DO JUÍZO. IMÓVEL ARRESTA-DO GRAVADO POR HIPOTECA. AMPLIAÇÃO DA CONSTRIÇÃO. DETERMI-NAÇÃO EX OFFICIO PARA BLOQUEIO DE VALORES EM CONTA BANCÁRIA(PENHORA ON-LINE). ADMISSIBILIDADE. Há equívoco na asser-tiva de que a r. decisão agravada consistiria em indevi-da atuação oficial com extrapolação do pedido, umavez que a garantia do juízo constitui pressuposto pro-cessual da possível ação incidental de embargos àexecução e, nessa qualidade, representa matéria deordem pública que pode ser apreciada ex officio. (AI863.680-00/8, 10ª Câm., rel. Irineu Pedrotti, j. 26/1/05).

��EXECUÇÃO — PENHORA. NOMEAÇÃO DE BENS. INDICAÇÃO DEIMÓVEL RESIDENCIAL. SUBSTITUIÇÃO POR IMÓVEL COMERCIAL. APLI-CAÇÃO DO PRINCÍPIO DA MENOR ONEROSIDADE AO DEVEDOR. ADMIS-SIBILIDADE. EXEGESE DO ARTIGO 620 DO CÓDIGO DE PROCESSOCIVIL. Penhora sobre bem imóvel comercial, em área no-bre, nomeado tempestivamente pelas agravantes e apa-rentemente suficiente à satisfação do crédito. Admissibi-lidade. Constrição que deve recair sobre bem que oneremenos o devedor, ao mesmo tempo que atenda à efeti-vidade da execução. Aplicação conjunta dos artigos612 e 620 do Código de Processo Civil. (AI 873.993-00/7, 10ª Câm., rel. Soares Levada, j. 26/1/05).

��EXECUÇÃO — PENHORA. NOMEAÇÃO DE BENS. RECUSA PELOCREDOR. DESOBEDIÊNCIA DA ORDEM LEGAL E DIFICULDADE DE CO-MERCIALIZAÇÃO. ADMISSIBILIDADE. EXEGESE DO ARTIGO 655 DO CÓ-DIGO DE PROCESSO CIVIL. Em princípio, a nomeação de bensà penhora deve observar a gradação do artigo 655 doCódigo de Processo Civil. Inobservada a ordem legal, aindicação recairá preferencialmente em bens que deforma fácil possam ser convertidos em dinheiro. Casocontrário procede a recusa do credor à oferta de benscaracterizados como de difícil comercialização. (AI860.703-00/9, 11ª Câm., rel. Egidio Giacoia, j. 22/11/04).

��EXECUÇÃO — PENHORA ON-LINE. ADMISSIBILIDADE. CRÉDITO

LOCATÍCIO. Penhora de numerário existente em contasbancárias de empresa devedora mediante utilizaçãodo sistema Bacen Jud (penhora on-line). Possibilida-de. Numerário que se identifica com dinheiro, primeirodentre os bens passíveis de constrição, e não se con-funde com o faturamento ou a renda da empresa. (AI876.326-00/2, 5ª Câm., rel.Dyrceu Cintra, j. 2/3/05 —quanto ao valor do crédito atualizado).

��EXECUÇÃO — PRAÇA. EMBARGOS DE TERCEIRO OPOSTOS QUAN-DO JÁ DESIGNADA. MANUTENÇÃO DA PRAÇA ATÉ O TÉRMINO DA DIS-CUSSÃO TRAVADA NOS EMBARGOS DE TERCEIRO. SUSPENSÃO DA EXPE-DIÇÃO DO RESPECTIVO AUTO, NA HIPÓTESE DE HAVER ARREMATAÇÃO.ADMISSIBILIDADE. EXEGESE DOS ARTIGOS 1.048 E 1.052 DO CÓDI-GO DE PROCESSO CIVIL. Havendo praças já designadasquando da oposição dos embargos de terceiro que vêmde ser recebidos, não deverá o juiz suspender a realiza-ção delas inclusive, podendo realizar-se, inclusive comarrematação, ocorrendo a suspensão do processo apartir daí. A aplicação do artigo 1.052 do Código deProcesso Civil deve ser assim implementada na espé-cie, por duas razões: a ocorrência da arrematação emnada prejudica os terceiros embargantes e o acolhimen-to da pretensão desconstitutiva da penhora vazada nosseus embargos, tanto que até cinco dias depois daquelapermite o artigo 1.048 do Código de Processo Civil se-jam estes opostos; a realização das praças já designa-das implica aproveitamento de tempo e gastos com elasdespendidos, vale dizer: gera economia processual quenão pode nem deve ser desprezada, se, no fundo, postoobstaculizada a expedição da respectiva carta de arre-matação, estará de todo modo garantida a eficácia dasentença de eventual procedência dos embargos. (AI867.480-00/2, 12ª Câm., rel. Palma Bisson, j. 18/11/04).

��EXECUÇÃO — REVELIA. CITAÇÃO POR EDITAL. NOMEAÇÃO DECURADOR ESPECIAL (ARTIGO 9º, II, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL).NECESSIDADE. Mesmo na execução, havendo citação porhora certa ou por edital, há que se nomear para o exe-cutado um curador especial, sob pena de nulidade.(Ap. s/ rev. 863.046-00/9, 7ª Câm., rel. Miguel Cucinelli,j. 23/11/04).

��EXECUÇÃO PROVISÓRIA — DESPEJO. LOCAÇÃO COMERCIAL. RE-NOVATÓRIA IMPROCEDENTE. DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 74DA LEI 8.245/91. Em tema de locação não renovada, aregra especial do artigo 74 constitui-se em exceção aoprincípio do artigo 58, inciso V, da Lei nº 8.245/91, nãocomportando execução provisória do despejo. (AI

873.104-00/6, 11ª Câm., rel. Egidio Giacoia, j. 21/2/05).

��EXECUÇÃO PROVISÓRIA — EMBARGOS. SENTENÇA EXTINTIVA EMVIRTUDE DE FATO SUPERVENIENTE. HONORÁRIOS DEVIDOS, PELA APLI-CAÇÃO DO PRINCÍPIO DA CAUSALIDADE. SENTENÇA MODIFICADA SO-MENTE NESSA PARTE. RECURSO PROVIDO. A extinção do proces-so de execução provisória, por anulação do processode liquidação de sentença, ocasionou a perda do obje-to dos embargos do devedor, sendo cabível a imputa-ção da verba sucumbencial ao embargado, em obedi-ência ao princípio da causalidade, eis que foi dele ainiciativa de promover a execução provisória, por suaconta e risco. (Ap. s/ rev. 676.879-00/7, 2ª Câm., rel.Andreatta Rizzo, j. 8/11/04).

��FIANÇA — EXONERAÇÃO. EXTINÇÃO DO PROCESSO. ACORDOCELEBRADO ENTRE FIADOR E LOCADOR NO CURSO DA AÇÃO. PERDADO OBJETO. ADMISSIBILIDADE. Constituindo a transação umcontrato, que conseqüentemente substitui e extingueobrigação duvidosa ou litigiosa, é evidente que ape-nas as regras desse ajuste é que passam a balizar odireito das partes, ou seja, extingue-se a obrigação pri-mitiva e com ela os supostos direitos dos litigantes,nascendo em seu lugar um novo ordenamento das re-lações jurídicas entre elas. (Ap. c/ rev. 855.419-00/3, 4ªCâm., rel. Amaral Vieira, j. 23/11/04).

��FIANÇA — RESPONSABILIDADE DO FIADOR. CÔNJUGES FIADO-RES. MORTE DE UM DELES. SUBSISTÊNCIA DO OUTRO QUE A PRESTOUCONJUNTAMENTE. RECONHECIMENTO. Se a fiança é prestadapor apenas um dos cônjuges com a outorga do outro(uxória ou marital), reputar-se-á fiador apenas um de-les, razão pela qual a morte do garante extinguirá acaução fidejussória. Diversamente, se ambos os cônju-ges prestam a fiança, a morte de um deles não libera ocônjuge supérstite, cuja responsabilidade subsiste ínte-gra. (Ap. c/ rev. 686.803-00/0, 3ª Câm., rel. Antônio Be-nedito Ribeiro Pinto, j. 14/12/04).

��FIANÇA — RESPONSABILIDADE DO FIADOR. LOCAÇÃO. PESSOAJURÍDICA. ALTERAÇÃO SOCIETÁRIA. IRRELEVÂNCIA. RECONHECIMEN-TO. Sustentou a embargante a ocorrência de extinçãoda fiança, porque prestada em virtude da presença deparentes no quadro social da locatária e eles deixaramde integrá-lo. Entretanto, o ato afirmado não tem eficá-cia jurídica porque não lançado no registro respectivo,o que afasta de pronto a discussão pretendida. Ade-mais, o que importa é que a fiança foi prestada em fa-vor da sociedade, e por isso pouco importa a modifica-ção do seu quadro social. (Ap. c/ rev. 686.605-00/7, 7ªCâm., rel. Antonio Rigolin, j. 21/12/04).

��HONORÁRIOS DE ADVOGADO — ASSISTÊNCIA A PESSOA JURÍDICA.CONTRATO ESCRITO PELO PRAZO DE 24 MESES E PRORROGÁVEIS PORMAIS 12 MESES. CUMPRIMENTO DE 36 MESES E NOTIFICAÇÃO DE DE-SINTERESSE FEITA PELA ASSISTIDA. COBRANÇA DE VALOR CORRES-PONDENTE AO PRAZO ESTIPULADO COMO AVISO PRÉVIO. AÇÃO JULGA-DA IMPROCEDENTE. DESNECESSIDADE DE CUMPRIMENTO DO AVISOPRÉVIO QUANDO ESTIPULADO FINAL DO PRAZO CONTRATUAL. EVENTU-AL DÚVIDA SOBRE A INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA QUE DEVE SERFEITA EM DESFAVOR DE QUEM A ELABOROU. Em sendo estipula-do prazo final de vigência do contrato de prestação deserviços, não há necessidade de prévia notificaçãocom antecedência de 90 dias para comunicar desinte-resse na sua continuação. (Ap. s/ rev. 694.714-00/8, 8ªCâm., rel. Kioitsi Chicuta, j. 9/12/04).

�� ARRENDAMENTO MERCANTIL — LEASING. MEDIDA CAUTELAR INCIDEN-TAL. REINTEGRAÇÃO DE POSSE. DESBLOQUEIO DO VEÍCULO PARA ALIENAÇÃO.REQUISITOS LEGAIS. EXISTÊNCIA. CABIMENTO. Arrendamento mercantil.Ação de reintegração de posse julgada procedente por sen-tença pendente de recurso interposto perante este tribunal.Autora reintegrada na posse do bem por força de liminar con-cedida pelo juízo de primeiro grau. Veículo bloqueado a pedi-do da própria autora. Pretensão ao desbloqueio e subse-quente venda do bem. Decurso do tempo e conseqüente des-valorização do veículo que apenas agravarão os prejuízosda requerente. Presença dos requisitos legais para a conces-são da cautelar. (M. Caut. 840.533-00/7, 8ª Câm., rel. AntonioCarlos Villen, j. 16/12/04).

627MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

rios (juros, multa e comissão de permanência). Tutela an-tecipada. Medida para garantir a posse do bem clausula-do, no curso da demanda, também para obstar possívelbusca e apreensão sumária, a requerimento do credor fi-duciário. Plausibilidade jurídica questionável (direito deelidir a dívida, com o principal apenas juros remuneratóri-os de um por cento ao mês). Antecipação indeferida. Gra-tuidade judiciária. Concessão. Recurso do autor. (AI870.570-00/6, 6ª Câm., rel. Carlos Russo, j. 23/2/05).

��TUTELA ANTECIPADA — SUSPENSÃO DO CUMPRIMENTO. CON-CESSÃO NA SENTENÇA. RECURSO DE APELAÇÃO RECEBIDO EM AMBOSOS EFEITOS. INABRANGÊNCIA. INADMISSIBILIDADE. Não há razãoem conceder uma tutela antecipada e negar-lhe efetivi-dade em razão do duplo efeito da apelação. A exceçãoexposta no artigo 520, VII, do Código de Processo Civilé coerente com o sistema e evita situações conflitantes.Portanto, a decisão deve ser reformada para que a tu-tela antecipada seja efetivada. (AI 869.695-00/9, 4ªCâm., rel. Neves Amorim, j. 7/12/04).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. ATUALIZAÇÃO. PAGA-MENTO EM ATRASO. CORREÇÃO MONETÁRIA. ÍNDICES APLICÁVEIS. LE-GISLAÇÃO PERTINENTE. ADMISSIBILIDADE. Débito acidentárioatualiza-se pelos índices de correção monetária dosvalores em atraso: o INPC, o IRSM, o IPC-r e o IGP-DI,conforme legislação pertinente. (Ap. s/ rev. 760.268-00/9, 4ª Câm., rel. Celso Pimentel, j. 21/9/04).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. REVISÃO DE CÁLCULO.BASE DE CÁLCULO. CRITÉRIO. SALÁRIO MÍNIMO DE REFERÊNCIA (DE-CRETO-LEI 2.351/87). INADMISSIBILIDADE. O Salário Mínimode Referência, criado pelo Decreto-Lei 2.351/87, eraconsiderado mero índice de atualização monetária,usado também como base de cálculo para obrigaçõescontratuais (artigo 4º, II), não se podendo utilizá-lo comose fosse base remuneratória / indenizatória, função estaque ficou reservada ao Piso Nacional de Salários (arti-go 4º, I), (JTA (RT) 130/334). (Ap. s/ rev. 866.900-00/7, 4ªCâm., relª. Silvia Rocha Gouvêa, j. 31/1/05).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. REVISÃO DE CÁLCULO.PAGAMENTO A MENOR NA ESFERA ADMINISTRATIVA. CABIMENTO.Comprovado o pagamento de benefício acidentário amenor pela autarquia, de rigor a procedência da ação re-visional com a condenação da ré ao pagamento das di-ferenças que deixou de efetuar à autora na época devi-da. (Ap. s/ rev. 741.267-00/7, 7ª Câm., rel. Paulo Ayrosa,j. 24/8/04 — quanto a inobservância do artigo 58 do Atodas Disposições Constitucionais Transitórias).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. REVISIONAL. EXTINÇÃODO PROCESSO. MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL COM BASE EM LEI NOVA.IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO E FALTA DE INTERESSE DE AGIR.ADMISSIBILIDADE. Resta inepta a inicial quando da narrati-va dos fatos não decorre logicamente um pedido juridi-camente possível, já que o autor baseia a presente re-visional apenas com base em uma lei (Lei nº 9.032/95)diversa daquela que fundamentou a concessão do be-nefício original (Lei nº 5.316/67). (Ap. s/ rev. 829.672-00/0, 3ª Câm., rel. Ferraz Felisardo, j. 3/8/04).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. REVISIONAL. PERCENTUAL DEAUXÍLIO-ACIDENTE. LEI MAIS BENÉFICA. IRRETROATIVIDADE. COISA JULGADA.OCORRÊNCIA. DESCABIMENTO. Ação de revisão de benefício. Au-mento do percentual do benefício em virtude das Leis 8.213/

��PRAZO — EMBARGOS À EXECUÇÃO. CONTAGEM EM DOBRO. BE-NEFICIÁRIO DA JUSTIÇA GRATUITA. ADVOGADO CONTRATADO. INAD-MISSIBILIDADE. Não pertencendo o advogado da favoreci-da da justiça gratuita a qualquer organização, oficial ouparticular, que tenha por fim proteger em juízo os inte-resses dos juridicamente necessitados, não cabe o di-reito a prazo em dobro. (Ap. c/ rev. 685.633-00/7, 4ªCâm., rel. Rodrigues da Silva, j. 22/2/05).

��PROVA — PERÍCIA. PARECER DO ASSISTENTE TÉCNICO. PREVALECI-MENTO. LAUDO OFICIAL LACÔNICO E SEM FUNDAMENTAÇÃO. ADMISSIBI-LIDADE. Laudo do assistente técnico que se revelou maisconfiável ao estabelecer a existência do nexo causal. (Ap.c/ rev. 799.261-00/2, 4ª Câm., rel. Cesar Lacerda, j. 7/12/04 — quanto a seguro de vida e acidentes pessoais).

��RECURSO — AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREPARO. DESERÇÃO.TAXA JUDICIÁRIA. COMPROVAÇÃO CONCOMITANTE. NECESSIDADE. RECO-LHIMENTO. AUSÊNCIA. INOBSERVÂNCIA DO DISPOSTO NO § 5º DO ARTIGO4º DA LEI 11.608, DE 29 DE DEZEMBRO DE 2003. RECONHECIMENTO.EXEGESE DO ARTIGO 511 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. No Estadode São Paulo, a Lei n° 11.608, de 29 de dezembro de2003, que dispõe sobre a taxa judiciária, determina que apetição do agravo de instrumento deverá ser instruída como comprovante de pagamento da taxa judiciária corres-pondente a 10 (dez) UFESPs e do porte de retorno. Nostermos do artigo 511 do Código de Processo Civil, no atoda interposição do recurso, o recorrente comprovará o res-pectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno,quando exigido pela lei, sob pena de deserção. (AI839.129-00/2, 3ª Câm., rel. Ferraz Felisardo, j. 10/2/04).

��RECURSO — APELAÇÃO. ENDEREÇAMENTO. INDICAÇÃO DONOME DO TRIBUNAL. AUSÊNCIA. IRRELEVÂNCIA. CABIMENTO. EXEGE-SE DO ARTIGO 514 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. A indicaçãodo nome do tribunal ao qual se dirige a apelação não érequisito, nem pressuposto de admissibilidade de talrecurso. (Ap. s/ rev. 701.677-00/4, 4ª Câm., relª. SilviaRocha Gouvêa, j. 22/2/05).

��RECURSO — EMBARGOS INFRINGENTES. ACÓRDÃO NÃO UNÂNIME.MANUTENÇÃO DA SENTENÇA. DESCABIMENTO. EXEGESE DO ARTIGO 530DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, COM A NOVA REDAÇÃO DADA PELA LEI10.352, DE 26/12/01. O artigo 530 do Código de ProcessoCivil, com a redação de acordo com a Lei nº 10.352, de 26/12/01, prevê o cabimento dos embargos infringentes con-tra acórdão não unânime que houve reformado, em graude apelação, sentença de mérito. Portanto, se o acórdão,mesmo diante da divergência, manteve a sentença de pri-meiro grau, incabível o recurso de embargos infringentes.(EI 574.617-01/2, 5ª Câm., rel. Pereira Calças, j. 16/2/05).

��RECURSO DE OFÍCIO OU REEXAME NECESSÁRIO — SENTENÇA PRO-FERIDA CONTRA O MUNICÍPIO. CABIMENTO. Está sujeita ao duplograu de jurisdição a sentença que julgou procedenteação acidentária, fundada no direito comum, em que oobreiro era contratado da municipalidade. (Ap. s/ rev.812.350-00/5, 2ª Câm., rel. Vianna Cotrim, j. 29/11/04).

��TUTELA ANTECIPADA — ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. REVISÃO CON-TRATUAL. MANUTENÇÃO DA POSSE DO BEM NAS MÃOS DO DEVEDOR FI-DUCIÁRIO. OBSTÁCULO AO EXERCÍCIO DO DIREITO DE AÇÃO DO ARREN-DANTE. DESCABIMENTO. Agravo de instrumento. Negócio fidu-ciário. Financiamento para aquisição de veículo automo-tor. Demanda revisional ajuizada por devedor fiduciante.Tese de abusividade relacionada à incidência de acessó-

91 e 9.032/95. Fato ocorrido na vigência da Lei 6.367/76.Aplicação do princípio tempus regit actum. (Ap. s/ rev.868.424-00/6, 10ª Câm., relª. Cristina Zucchi, j. 26/1/05).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO. REVISIONAL. PRESCRIÇÃO.RESTRIÇÃO ÀS PRESTAÇÕES VENCIDAS ANTES DOS CINCO ANOS ANTERIO-RES AO AJUIZAMENTO. IMPRESCRITIBILIDADE GENÉRICA DA AÇÃO. RECO-NHECIMENTO. Prescrição qüinqüenal das parcelas, não dofundo de direito. A prescrição atinge as prestações venci-das e não exigidas antes dos cinco anos imediatamenteanteriores à propositura da ação. Impossibilidade do rece-bimento das parcelas pleiteadas. (Ap. s/ rev. 878.412-00/1, 3ª Câm., rel. Antônio Benedito Ribeiro Pinto, j. 15/2/05).

��ACIDENTE DO TRABALHO — BENEFÍCIO ACIDENTÁRIO. EMPREGA-DO DOMÉSTICO. INADMISSIBILIDADE. Acidente do trabalho. Em-pregada doméstica. Acidente típico. Traumatismo cra-niano, contusão à esquerda e nódulo em mama direita.Ausência de prova da relação com o trabalho e daqualidade de segurada. Empregada doméstica nãotem direito acidentário. (Ap. s/ rev. 764.894-00/6, 9ªCâm., rel. Eros Piceli, j. 23/2/05).

��ACIDENTE DO TRABALHO — INVIABILIDADE DA PERÍCIA DE LOCALDO TRABALHO. PROVA ORAL EM AUDIÊNCIA. NECESSIDADE. Inviabi-lizada perícia de local do trabalho e cuidando-se demoléstia relacionada com LER, viável a pretensão deprodução de provas orais em audiência. (AI 870.399-00/7, 11ª Câm., rel. Egidio Giacoia, j. 21/2/05).

��ACIDENTE DO TRABALHO — PROVA. PERÍCIA. LAUDO NÃO CON-VINCENTE. SISTEMA DA LIVRE APRECIAÇÃO DAS PROVAS PELO JULGA-DOR. LIVRE CONVENCIMENTO DO JUIZ. ADMISSIBILIDADE. Acidentedo trabalho, contra o INSS. Conjunto probatório nãoconvincente. O juiz, queiram ou não, é sempre e obri-gatoriamente o peritus peritorum. Provido o apelo au-tárquico e o recurso de ofício. (Ap. s/ rev. 768.881-00/6,3ª Câm., rel. Campos Petroni, j. 22/2/05).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZA-ÇÃO. DIREITO COMUM. ACIDENTE OCASIONADO POR ATO CULPOSO DEPREPOSTO DO EMPREGADOR. CULPA DESTE ÚLTIMO. CARACTERIZA-ÇÃO. CABIMENTO. Em ação de responsabilidade civil por aci-dente do trabalho, cabível indenização se o evento ocor-reu por culpa de preposto da ré. (Ap. c/ rev. 672.143-00/8, 8ª Câm., rel. Ruy Coppola, j. 16/9/04).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZAÇÃO.DIREITO COMUM. CULPA EXCLUSIVA DO OBREIRO. VÍNCULO EMPREGATÍCIOCOM O RÉU. AUSÊNCIA. DESCABIMENTO. Controvérsia assente naespécie de vínculo estabelecido entre as partes. Autor eréus que, de qualquer modo, não se desincumbiram decomprovar o que alegaram a este respeito. Prova exclusi-vamente testemunhal, frágil e contraditória. Ação que nãoteria mesmo como prosperar. Se se tratasse de empreita-da, a responsabilidade pelos danos materiais e moraisocorridos em ambiente de trabalho seria exclusivamentedo empreiteiro. Caso contrário, estar-se-ia diante de pres-tação de serviços, em que o autor agia com independên-cia técnica e sem subordinação hierárquica. Impossibilida-de, ademais, de atribuição de culpa, já que não se podeexigir do contratante o conhecimento técnico necessáriopara se saber qual o maquinário adequado e como utilizá-lo. Não se cogitando de tal exigência, não se lhe pode atri-buir imprudência ou negligência. (Ap. c/ rev. 680.271-00/4,1ª Câm., rel. Prado Pereira, j. 16/11/04).

628 MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

JURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIAJURISPRUDÊNCIATRIBUNAL DE JUSTIÇA

31/5/08

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZA-ÇÃO. DIREITO COMUM. DENUNCIAÇÃO DA LIDE. SEGURADORA. EXTIN-ÇÃO DA AÇÃO PRINCIPAL POR INÉPCIA DA INICIAL. SUCUMBÊNCIA.ÔNUS DO DENUNCIANTE. RECONHECIMENTO. REDUÇÃO. ADMISSIBILI-DADE. Conquanto não se possa criticar a conduta doprofissional que, para bem defender os interesses doseu cliente, opta por denunciar a lide à seguradora, es-pecialmente em caso em que há dúvidas a respeito daobrigatoriedade de tal intervenção, não se pode, poroutro lado, atribuir ao autor da demanda principal osônus da sucumbência decorrentes do fracasso da de-manda secundária, uma vez que não é ele responsá-vel direto pela sua instauração. Aplicação do artigo 20,§ 4º, do Código de Processo Civil. (Ap. c/ rev. 681.356-00/5, 7ª Câm., rel. Miguel Cucinelli, j. 7/12/04).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZA-ÇÃO. DIREITO COMUM. LESÃO. CULPA DO EMPREGADOR. PROVA.AUSÊNCIA. DESCABIMENTO. Não conseguindo o autor de-monstrar nos autos a culpa da empregadora, a impro-cedência da ação é de rigor, não se tratando, na hipó-tese dos autos, de culpa objetiva. (Ap. c/ rev. 668.249-00/6, 3ª Câm., rel. Ferraz Felisardo, j. 24/8/04).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZA-ÇÃO. DIREITO COMUM. NORMA DO ARTIGO 7º, INCISO XXVIII, DA CONS-TITUIÇÃO FEDERAL. INDEPENDÊNCIA DA REPARAÇÃO DE DANOS A CAR-GO DO INSS. RECONHECIMENTO. A indenização pelo direitocomum, em caso de doença profissional ou de acidentedo trabalho, está assegurada pela norma do artigo 7º,inciso XXVIII, da Constituição Federal de 1988, inde-pendente da reparação obtida pelo seguro acidentário acargo do INSS. Trata-se de obrigação atinente ao em-pregador quando incorrer em dolo ou culpa. (Ap. c/ rev.676.394-00/0, 10ª Câm., rel. Irineu Pedrotti, j. 29/9/04).

��RESPONSABILIDADE CIVIL — ACIDENTE DO TRABALHO. INDENIZA-ÇÃO. DIREITO COMUM. PRESCRIÇÃO. PRAZO. TERMO INICIAL. DOENÇAPROFISSIONAL. DATA DO CONHECIMENTO PELO OBREIRO. RECONHECI-MENTO. O prazo prescricional em hipóteses especiais liga-das a moléstias decorrentes do trabalho com possibili-dade lenta de eclosão, deve ser contado da data de co-nhecimento pelo obreiro do mal que o acomete. (Ap. c/rev. 673.460-00/9, 11ª Câm., rel. Egidio Giacoia, j. 25/10/04).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BEM IMÓVEL. REVISÃO CONTRATUAL.LEGITIMIDADE PASSIVA. CEDENTE. CESSÃO DE CRÉDITO. CIÊNCIA AODEVEDOR. AUSÊNCIA. RECONHECIMENTO. Compra e venda deimóvel com alienação fiduciária. Ação revisional. Ces-são de crédito. Legitimidade passiva da cedente, poisa cessão não foi comunicada ao devedor, que, ade-mais, finca sua pretensão em acordo verbal de carên-cia com ela supostamente estabelecido e em incorretaaplicação de índices de correção também por ela pro-cedida. Inversão do ônus da prova e do custeio da pro-va pericial. Inadmissibilidade. (AI 845.784-00/6, 12ªCâm., rel. Romeu Ricupero, j. 27/1/05).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BUSCA E APREENSÃO. CONVERSÃO EMDEPÓSITO. EFETIVAÇÃO NOS PRÓPRIOS AUTOS. RECOLHIMENTO DASCUSTAS INICIAIS. DESNECESSIDADE. EXEGESE DO ARTIGO 1º DA LEI11.608/2003 (QUE ALTEROU A LEI Nº 4.952/85) E DO ARTIGO 4ºDO DECRETO-LEI 911/69. Agravo de instrumento. Alienaçãofiduciária. Ação de busca e apreensão. Conversão emação de depósito. Taxa judiciária. Novo recolhimento.Desnecessidade. Recurso a que se dá provimento. (AI873.032-00/7, 8ª Câm., rel. Occhiuto Júnior, j. 16/12/04).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BUSCA E APREENSÃO. CONVERSÃOEM DEPÓSITO. PRISÃO CIVIL. DEPÓSITO. DESCARACTERIZAÇÃO. DES-CABIMENTO. EXEGESE DO DECRETO-LEI 911/69, COM AS ALTERA-ÇÕES IMPOSTAS PELA LEI 10.931/04. Com o advento da Leinº 10.931/04, não mais se admite a prisão civil decor-rente de dívida oriunda de contrato de alienação fidu-ciária, pois, às escâncaras, a lei nova privilegia o crédi-to fiduciário de tal sorte que a coerção da prisão civil,apenas para garanti-lo, importa em odiosa ofensaconstitucional de prisão por dívida. (Ap. c/ rev. 681.421-00/9, 2ª Câm., rel. Felipe Ferreira, j. 21/2/05).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BUSCA E APREENSÃO. EXPEDIÇÃO DEOFÍCIO À REPARTIÇÃO PÚBLICA PARA LOCALIZAÇÃO DO ENDEREÇO DAPARTE CONTRÁRIA. ADMISSIBILIDADE. O sigilo de cadastros

não serve para acobertar o inadimplemento, que écontrário ao direito (pacta sunt sevanda) e não convémà Justiça. Ausente outro meio identificado para locali-zar a agravada e o veículo alienado, a solução resideem deferir os pedidos formulados pela agravante, expe-dindo-se os ofícios requeridos. (AI 878.064-00/0, 4ªCâm., relª. Silvia Rocha Gouvêa, j. 31/1/05 — quanto aReceita Federal e Caixa Econômica Federal).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BUSCA E APREENSÃO. REGISTRO NOÓRGÃO PÚBLICO DE TRÂNSITO E NO CARTÓRIO DE TÍTULOS E DOCU-MENTOS. AUSÊNCIA. IRRELEVÂNCIA. CIRCUNSTÂNCIA RELEVANTEQUANTO A TERCEIRO DE BOA-FÉ. CABIMENTO. Segundo enten-dimento pacífico deste Egrégio Tribunal, expresso noverbete da Súmula nº 30, o registro da alienação fiduci-ária em garantia, no Departamento de Trânsito — De-tran, não constitui condição sine qua non para a con-cessão da liminar de busca e apreensão de veículocontra o devedor ou terceiro, que deverá ser concedi-da com supedâneo no que preceitua o artigo 3º do De-creto-Lei 911/69, desde que presentes os requisitos aliestabelecidos, ou seja, inadimplemento do devedor ecomprovação da mora. (AI 868.588-00/3, 12ª Câm., rel.Rui Stoco, j. 18/11/04).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — BUSCA E APREENSÃO E REVISÃO CON-TRATUAL. REUNIÃO DAS AÇÕES. CONEXÃO. EXISTÊNCIA. ADMISSIBI-LIDADE. As ações propostas sugerem conexão. Numase alega a existência de mora debitoris; noutra se dizocorrer cobrança de valor maior, procurando inverter aresponsabilidade pelo desatendimento das obriga-ções originárias do contrato celebrado pelas partes. Areunião dos processos é, nessas circunstâncias, medi-da de boa política processual. (AI 879.272-00/4, 10ªCâm., rel. Irineu Pedrotti, j. 16/2/05).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — PRISÃO CIVIL. DESCONSIDERAÇÃO DODEVEDOR COMO DEPOSITÁRIO INFIEL. PRECEDENTE DA CORTE ESPECI-AL DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (EMBARGOS DE DIVERGÊNCIAEM RECURSO ESPECIAL 149.518). DESCABIMENTO. Não cabe aprisão civil do devedor que descumpre contrato garan-tido por alienação fiduciária. Precedentes e recente Sú-mula do Egrégio Superior Tribunal de Justiça. (Ap. c/rev. 674.138-00/4, 1ª Câm., rel. Vanderci Álvares, j. 22/2/05).

��ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA — RESCISÃO CONTRATUAL. BEM IMÓ-VEL. LEILÃO PÚBLICO. ADMISSIBILIDADE. DEPÓSITO JUDICIAL DE PARTEDO VALOR DA DÍVIDA. NECESSIDADE. EXEGESE DO ARTIGO 27, E PA-RÁGRAFOS DA LEI Nº 9.514/97, COM REDAÇÃO DADA PELA LEI Nº10.931/04. É certo facultar-se ao credor-fiduciário, veri-ficada a inadimplência do devedor-fiduciante, vender,em leilão público, o bem imóvel objeto do contrato;contudo, de se exigir depósito judicial de parte do valorda dívida, nessa hipótese, para o caso de sair-se ven-cido da demanda contra ele aforada. (AI 869.725-00/2,1ª Câm., rel. Vanderci Álvares, j. 30/11/04 — quanto a50%)

��CONDOMÍNIO — VAGA EM GARAGEM. ALTERAÇÃO DE CRITÉRIODE DISTRIBUIÇÃO OU UTILIZAÇÃO DE VAGAS. VOTO UNÂNIME DOSCONDÔMINOS OU DISPOSIÇÃO CONTIDA NA CONVENÇÃO CONDOMINIAL.NECESSIDADE. Condomínio. Assembléia que individualizavagas de garagem, tendo com isso desprezado oanúncio da especificação condominial de serem elasindeterminadas e situadas na garagem coletiva. Provi-dência que só poderia ser adotada pelo voto unânimedos condôminos ou por força de disposição contida naconvenção condominial. (Ap. c/ rev. 867.482-00/0, 12ªCâm., rel. Arantes Theodoro, j. 28/10/04).

5TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSMAIO DE 2008

EDITORA SARAIVA

Comentários às Leis dasPPPs, dos ConsórciosPúblicos e dasOrganizações SociaisIvan Barbosa Rigolin

O autor comenta astrês recentes leisque envolvem temasde direito público ede administraçãopública: a lei dasparcerias público-privadas, a dos con-sórcios públicos e adas organizaçõessociais. Trata-se de

três instrumentos de governabilidade,que observam a irreversível tendênciados governos de incrementar ao máxi-mo a colaboração entre o Poder Públi-co e a iniciativa privada.

Preparatório para o ExameOral de Concursos Públicos(perguntas e respostas)Cláudia Colnago e Rodrigo Colnago(colaborador)

Da Coleção Estu-dos Direcionados,coordenada peloprofessor Fernan-do Capez. Apre-senta entrevistascom os professo-res Fernando Ca-pez, Hugo NigroMazzilli e Emer-son Garcia. Temas

abordados: apresentação, questões,comunicação e voz na prova, cuida-dos com a voz, códigos visuais naprova oral, palestra, comportamentoe comunicação na prova, etc.

Comentários àExecução Civil

Donaldo Armelin, Marcelo J. M.Bonicio, Mirna Cianci e Rita Quartieri

Os autores enfren-tam, além das re-centes modifica-ções, temas confli-tuosos e os proble-mas decorrentesda falta de sedi-mentação jurispru-dencial e doutriná-ria. Muito mais doque a interpreta-

ção das novas regras, buscam-se osreais problemas por ela suscitados,mediante um diálogo com as causasda reforma, com a jurisprudência edoutrina existentes.

A Constituiçãoe Processo Civil

Vallisney de Souza Oliveira(coordenação)

Seis autores anali-sam algumas dasrelações entre o pro-cesso civil e a Cons-tituição. A obra dis-corre sobre princípi-os constitucionaisque inspiram ques-tões processuais ci-vis como a reformado Judiciário, o prin-

cípio da inafastabilidade da jurisdição,o amicus curiae, a coisa julgada in-constitucional, a tutela antecipada con-tra a Fazenda Pública e a execução dedívida de pequeno valor.

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LANÇAMENTO

Plano DiretorTeoria e prática

Carlos Henrique Dantas da Silva

Apresenta uma me-todologia para a cri-ação de Planos Di-retores, a legislaçãopertinente ao as-sunto e algumascontribuições quepossam reforçar aaplicabilidade des-ses instrumentos deplanejamento urba-

no. O paradigma estabelecido é pen-sar a cidade como um espaço integra-do e simbiôntico, isto é, um lugar ondeas partes da cidade são interligadase interdependentes entre si.

Código Civil Comentado

Regina Beatriz Tavares da Silva(coordenadora)

6ª edição, revistae atualizada. Con-tém a LICC comen-tada e índice alfa-bético-remissivodo Código Civil.Os 2.046 artigos,divididos entre osdez co-autores, fo-ram examinadosdesde o seu nas-

cedouro, com apresentação de deta-lhado histórico legislativo e comen-tários doutrinários, culminando comsugestão de aprimoramento de seusdispositivos.

Curso de DireitoTributário e FinançasPúblicasEurico Marcos Diniz de Santi(coordenação)

Da Série Metodo-logia & Ensino —Direito Desenvol-vimento Justiça.Este livro é resulta-do de quatro anosde estudos e deba-tes coletivos entrevárias disciplinassobre pesquisa emetodologia de en-

sino do direito, que se deram no fer-vor intelectual do berço da criaçãoda DireitoGV: A Escola de Direito deSão Paulo da Fundação Getúlio Var-gas.

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Comentários à Lei deSociedades Anônimas(volume 2)

Modesto Carvalhosa

4ª edição. O volu-me 2 trata dos arti-gos 75 a 137 da Lei6.404/76, com asmodificações dasLeis 9.457/97 e10.303/01, abor-dando temas comobônus de subscri-ção, constituiçãoda companhia, li-

vros sociais, acionistas e assembléiageral. Dividida em quatro volumes, aColeção aborda detalhes e controvér-sias que apenas a doutrina e a juris-prudência são capazes de esclarecer.

Responsabilidade Civil

Felipe P. Braga Netto

Apresenta 37 capí-tulos: a Constitui-ção e a dimensãoprivada do existir(o Direito Civil doséculo XXI); ilícitocivil e responsabi-lidade civil; danomoral; dano mate-rial; responsabili-dade objetiva e sub-

jetiva; responsabilidade civil na teo-ria do risco; responsabilidade civilpelo abuso de direito; princípios daresponsabilidade civil; nexo causal;excludentes de ilicitude civil; etc.

Representação Comercial

Ricardo Nacim Saad

4ª edição. Reúneos preceitos que re-gulam a atividadedos representantescomerciais autôno-mos. O autor am-pliou a análisecomparativa entreas normas do Có-digo Civil (artigos710 a 721) e a Lei

de Representação Comercial (Lei4.886/65). Examinou a questão re-lativa à nova competência da JT que,agora, alcança a análise de conflitosentre representantes e representados.

LANÇAMENTO

Intervenção de Terceiros

Athos Gusmão Carneiro

17ª edição, revis-ta e atualizada.Contém duas par-tes: das partes(conceito de partee noções gerais,princípios refe-rentes às partes,da capacidadepara ser parte, dalegitimação para

o processo, da capacidade proces-sual suprida, etc.); da intervençãode terceiros (conceito de terceiro, no-ções gerais sobre os casos de inter-venção, etc.).

Comentários à Lei dosJuizados EspeciaisCriminais

Fernando da Costa Tourinho Filho

5ª edição, revista eatualizada de acor-do com a Lei 11.313/06. Analisa aparte criminal daLei 9.099/95 (Leidos Juizados Espe-ciais Cíveis e Crimi-nais), em conformi-dade com a Lei 10.259/01, que insti-

tuiu a matéria no âmbito da JustiçaFederal, e Lei 10.406/02 (novo Códi-go Civil). Apresenta comentários so-bre o Direito Comparado em Portugal,Alemanha, Holanda e Inglaterra.

MAIO DE 20086TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROS

EDITORA JUAREZ DE OLIVEIRA

Sociedade LimitadaComentários

Daniel Moreira do Patrocínio

O autor comentaos artigos do Códi-go Civil de 2002,inseridos em seuTítulo II, intitulado"Do Direito de Em-presa", relativosao principal tiposocietário brasilei-ro, as sociedadeslimitadas. Os co-

mentários são acompanhados deementas de decisões dos Tribunaisde Justiça e do Superior Tribunal deJustiça referentes ao tema.

Teoria Geral deDireito Público

Antonio Celso Baeta Minhoto

2ª edição. Apresen-ta duas partes: Te-oria Geral de Direi-to Público (poder;Estado — surgi-mento e consolida-ção; Estado de Di-reito, Estado-Poder,Estado-Sociedade;etc.); Constituição eDireito Constitucio-

nal (Constituição: origens, instrumen-tos pré-constitucionais; constituciona-lismo; constitucionalismo no Brasil; asConstituições no Brasil; etc.).

LANÇAMENTO

DIALÉTICA

VERBO JURÍDICO

A Fazenda Públicaem Juízo

Leonardo José Carneiro da Cunha

6ª edição, revista,ampliada e atuali-zada. As regrasprocessuais queenvolvem a Fazen-da Pública em juí-zo são examina-das neste livro, quereúne a análisedas normas conti-das no CPC que lhe

dizem respeito, com as alteraçõeslevadas a efeito pela legislação maisrecente, bem como aquelas previstasem legislação extravagante.

ICMSTeoria e Prática

José Eduardo Soares de Melo

10ª edição. Apre-senta nove capítu-los: fatos gerado-res, serviços detransporte inter-municipal e inte-restadual, base decálculo, alíquota,princípio da não-cumulatividade,seletividade, isen-

ção e incentivos fiscais, imunidades,obrigações acessórias. O autor é ad-vogado, mestre, doutor e livre-docen-te em Direito Tributário pela PUC-SP.

Dicionário JurídicoTributário

Eduardo Marcial Ferreira Jardim

6ª edição. O autorapresenta um ex-pressivo número depalavras e locuçõesfreqüentemente uti-lizadas na área tri-butária. Discorresobre cada verbete,com o objetivo derevelar, no seu con-texto, a sua signi-

ficação à luz da Ciência do Direito. Oautor é advogado militante, professoruniversitário, mestre e doutor em Di-reito do Estado pela PUC-SP.

Comentários à Lei deLicitações e ContratosAdministrativos

Marçal Justen Filho

12ª edição. Anali-sa a Lei 8.666/93, com as altera-ções promovidaspelas Leis 8.883/94 e 9.648/98. Adisciplina das lici-tações e contrata-ções administrati-vas é cada vez maiscomplexa. O autor

apresenta a solução para os proble-mas teóricos e práticos, acompanha-da de farta indicação de jurisprudên-cia dos tribunais superiores e do TCU.

Teoria da Normal Penal

Alexandre Aranalde Salim

Da Série Concur-sos. Alguns temasanalisados: o Di-reito Penal; os Có-digos Penais doBrasil; as fontesdo Direito Penal;norma penal e leipenal; analogia;princípio da reser-va legal; eficácia

da lei penal; o Tribunal Penal Inter-nacional; a eficácia da lei penal emrelação a pessoas que exercem de-terminadas funções públicas; etc.

Juiz FederalLições de preparação para um dosconcursos mais difíceis do Brasil

Alexandre Henry Alves

Segundo o juiz fe-deral Lincoln Ro-drigues de Faria,"chama a atençãoa organização daobra, que conduz oleitor a um autên-tico caminhar pelanecessária trilhaque deve ser per-corrida até a apro-

vação no concurso para a Magistra-tura Federal, principiando pela es-colha da carreira, exposição empíri-ca sobre bibliografia, etc."

FORENSE UNIVERSITÁRIA

Manual de Execução Civil

Marcelo Abelha

3ª edição, revista,atualizada e am-pliada de acordocom a Lei 11.382/06. Apresenta trêspartes: aspectosgerais da atividadejurisdicional execu-tiva; a relação jurí-dica processual emmovimento de fun-

ção executiva — os procedimentos exe-cutivos das diversas espécies de exe-cução civil; demandas e incidentes co-nexos à execução civil.

Coisa Julgada

Luiz Eduardo Ribeiro Mourão

Apresenta 19 ca-pítulos: os aspec-tos históricos edoutrinários sobrea coisa julgada; afunção jurídico-po-lítica da coisa jul-gada; uma novaperspectiva sobreo conceito e as hi-póteses de coisa

julgada formal; a teoria substanciale a teoria processual da coisa julga-da; a função negativa e a funçãopositiva da coisa julgada; etc.

Bem de Família

Domingo Pietrangelo Ritondo

Aborda o tema sobuma perspectivaconstitucional, des-tacando a evolu-ção, a importânciae as suas transfor-mações como ins-trumento de prote-ção da pessoa hu-mana. Examina apossibilidade de

ampliação do conceito de entidadefamiliar e analisa o direito funda-mental à moradia, seu conceito emodos de efetivação, etc.

Elegibilidade eInelegibilidadeVisão doutrinária ejurisprudencial atualizadaAlberto Rollo (organizador)

Os autores desven-dam os meandrosdas condições deelegibilidade, dashipóteses de inele-gibilidade e das in-compatibilidades.Através do examedas normas consti-tucionais e infra-constitucionais re-

ferentes ao tema são apresentados oscaminhos que devem ser trilhados poraquelas pessoas que almejam o exer-cício do mandato eletivo.

CAMPUS JURÍDICO EDITORA PLENUM

EDITORA FÓRUM

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7TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSMAIO DE 2008

MALHEIROS EDITORES

EDITORA MÉTODO

Inversão do Ônus da ProvaNo processo civildo consumidor

Érico de Pina Cabral

Volume 8 da Cole-ção Professor Ar-ruda Alvim. Al-guns temas abor-dados: a relaçãojurídica de consu-mo; a cognição noprocesso; a prova;os poderes instrutó-rios do juiz; o ônusda prova; as pre-

sunções e a prova; os indícios; as má-ximas da experiência; aspectos espe-cíficos da inversão do ônus da provano CDC; etc.

Inquérito PolicialDoutrina, jurisprudência,modelos, legislação anotada

Manoel Messias Barbosa

6ª edição, revista eatualizada. Temasabordados: PolíciaJudiciária; poderde polícia; inquéri-to policial; auto deprisão em flagran-te; testemunha; exa-me de corpo de de-lito; reconhecimen-to; acareação; a em-

briaguez e a direção perigosa; o jogodo bicho; fiança criminal; identifica-ção datiloscópica. O autor é delega-do de Polícia.

Delegado de PolíciaEstadual e federal —provas comentadas

Nestor Sampaio Penteado Filho

Da Série Concur-sos Públicos. Apre-senta questões for-muladas nos con-cursos de ingressoà carreira de dele-gado nos Estadosde São Paulo, Mi-nas Gerais e Goi-ás, bem como daprova de delegado

de Polícia Federal. O autor é delega-do de Polícia em São Paulo, mestreem Direito Público e professor deDireito Administrativo.

Mediação de Conflitos ePráticas Restaurativas

Carlos Eduardo de Vasconcelos

Mostra a relevânciada mediação deconflitos como ins-trumento do podercomunicativo emsociedade demo-crática. Especial-mente como instru-mento de preven-ção da violência pormeio da comunica-

ção construtiva e da restauração ins-trumental permanente dos vínculosafetivos comunitários, familiares, cor-porativos, ambientais e internacionais.

Teoria Geral do Processo

Antonio Carlos de Araújo Cintra,Ada Pellegrini Grinovere Cândido Rangel Dinamarco

24ª edição, revistae atualizada. Apre-senta quatro par-tes: introdução (so-ciedade e tutelajurídica, o proces-so e o direito pro-cessual, etc.); juris-dição (jurisdição:conceito e princípi-os fundamentais,

espécies de jurisdição, limites da ju-risdição, etc.); ação e exceção (ação:natureza jurídica, classificação dasações, etc.); processo (natureza jurí-dica do processo, etc.).

Teoria da IgualdadeTributária

Humberto Ávila

Apresenta três par-tes: consideraçõesintrodutórias; sig-nificação da igual-dade (ou igualda-de em que sentidoe do quê); realiza-ção da igualdade(ou igualdade emque medida e porquem?). O autor é

mestre em Direito pela Faculdade deDireito da Universidade Federal doRio Grande do Sul (UFRGS) e profes-sor concursado de Direito Tributário,Financeiro e Econômico.

Curso de DireitoConstitucional Positivo

José Afonso da Silva

30 ª edição, revis-ta e atualizada atéa Emenda Consti-tucional 56/07.Apresenta cincopartes: dos concei-tos e princípiosfundamentais; dosdireitos e garanti-as fundamentais;da organização do

Estado e dos Poderes; da ordem eco-nômica e da ordem social; conclusãogeral. O autor é professor titular apo-sentado da Faculdade de Direito daUniversidade de São Paulo.

Curso de Direito Comercial(volume 3)

Haroldo Malheiros Duclerc Verçosa

Prosseguindo noplano do Curso deDireito Comerci-al, elaborado apartir das modifi-cações gerais in-troduzidas peloCC de 2002, sur-ge este volume 3,voltado para as so-ciedades por ações,

mais especialmente a companhia fe-chada, em seus diversos institutos (acompanhia aberta e o mercado de ca-pitais merecerão um volume à par-te).

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Resumo de DireitoComercialEmpresarial

Maximilianus Cláudio Américo Führer

Volume 1 da Co-leção Resumos.38ª edição, atua-lizada pela LeiComplementar123/06 (EstatutoNacional da Mi-croempresa e daEmpresa de Pe-queno Porte). Al-guns temas abor-

dados: Parte Geral; propriedade in-dustrial; sociedades empresariais —resumo; sociedades empresariais —temas variados; títulos de crédito —resumo; títulos de crédito; etc.

Resumo de DireitoAdministrativo

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 7 da Cole-ção Resumos. 22ªedição, atualizadapela Lei 11.417/06. Apresenta trêspartes: Direito Ad-ministrativo (intro-dução, princípiosda administraçãopública, entidadese órgãos públicos,

agentes públicos, improbidade admi-nistrativa, prisão administrativa, etc.);do mandado de segurança e outrasações; administração orçamentária (aLei de Responsabilidade Fiscal).

Resumo de DireitoConstitucional

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 10 da Co-leção Resumos.13ª edição, atuali-zada pela EC 53/06 e pelas Leis 11.417/06 (sobre sú-mula vinculante) e11.418/06 (sobrerecurso extraordi-nário e "repercus-são geral"). Alguns

temas abordados: Teoria Geral doEstado; a Constituição e as leis; Cons-tituições brasileiras; princípios funda-mentais da Constituição de 1988; di-reitos e garantias fundamentais; etc.

Dicionário JurídicoMatéria por matéria

Maximilianus Cláudio Américo Führere Maximiliano Roberto Ernesto Führer

Volume 12 da Co-leção Resumos.Apresenta três par-tes: dicionário jurí-dico por matéria(Direito Constituci-onal, Direito Civil,Direito Comercial,Processo Civil, Di-reito Penal, Direitodo Trabalho, Direi-

to Administrativo, Direito Tributário);expressões latinas; índice alfabéticogeral, com a indicação de cada umadas matérias onde determinado ver-bete foi inserido.

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MAIO DE 20088TRIBUNA DO DIREITO

LIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSLIVROSEDITORA REVISTA DOS TRIBUNAIS

Curso de Processo Civil(volume 2)

Luiz Guilherme Marinonie Sérgio Cruz Arenhart

7ª edição, revista eatualizada. O volu-me 2 examina o pro-cesso de conheci-mento de formaabrangente: noçõespreliminares; com-preensão do proces-so de conhecimentopela análise do pro-cedimento ordinário

e dos seus institutos; outros institutoscomuns; Juizados Especiais Cíveis;ação coletiva; procedimento arbitral.Ampla bibliografia e índice alfabético-remissivo facilitam a consulta.

Manual de ProcessoPenal e Execução Penal

Guilherme de Souza Nucci

4ª edição, revista,atualizada e am-pliada. Nesta edi-ção foi feita a ne-cessária atualiza-ção jurisprudenci-al, com acórdãosrecentes, e foramincorporadas àsmodificações ad-vindas com a Lei

11.464/07, que alterou a Lei dos Cri-mes Hediondos e, dentre outros aspec-tos, passou a permitir que o Judiciá-rio conceda liberdade provisória, semfiança, aos delitos ali enumerados.

Lei de Execução FiscalComentada e anotadaRicardo Cunha Chimenti, CarlosHenrique Abrão, Manoel Álvares,Maury Ângelo Bottesinie Odmir Fernandes

5ª edição, revista,atualizada e am-pliada. Oferece es-tudo detalhado daLei 6.830/80. Con-tém as atualiza-ções decorrentesda minirreformatributária e da re-forma do PoderJudiciário, além

das impostas pela LC 116/03, pelaLC 118/05 e pela Lei 11.101/05,tratando da falência e recuperaçãode empresas. Há, ainda, referênci-as a outros diplomas legais de 2006.

Do Contrato SocialPrincípios do direito político

J. J. Rousseau

2ª edição, revistada tradução e co-mentários de J.Cretella Jr. e Ag-nes Cretella. Volu-me 6 da Série RTTextos Fundamen-tais. É mais umaexposição de Direi-to Constitucional, deDireito Político e

Teoria do Direito, do que propriamen-te uma exposição do contrato social,cujo problema se acha assim defini-do: fornecer a fórmula de uma socie-dade não abusiva.

Teoria Geral — Djani-ra Maria Radamés de Sá,Gustavo Ferraz de Cam-pos Monaco, Ricardo dosSantos Castilho, RubensLeonardo Marin e SílviaVassilieff (cordenação).Alguns temas aborda-

dos: pessoa física e relação jurídica; per-sonalidade, capacidade, incapacidadese legitimidade da pessoa física; direi-tos da personalidade da pessoa física;domicílio da pessoa física; as pessoasjurídicas; bens, coisas e patrimônio; dasdiferentes classes de bens; teoria dosnegócios jurídicos; etc.

Direito das Obriga-ções — Giselda Hiro-naka e Renato DuarteFranco de Moraes. Sãoabordados temas comorelação jurídica obriga-cional, fontes das obri-gações, classificação

Coleção Direito Civil

das obrigações, obrigações de dar,obrigações de fazer, obrigações denão fazer, cláusula penal, transmis-são das obrigações, outros meios deextinção das obrigações, pagamentoindevido e enriquecimento sem cau-sa, crise no cumprimento das obri-gações, das arras, etc.

Direito dos Contra-tos — Amanda ZoeMorris (coordenação),Cíntia Rosa Pereira deLima, Cristiano de Sou-sa Zanetti, EduardoLuiz Bussatta, FábioPodestá, Lucas Abreu

Barroso (coordenação), Marcos Jor-ge Catalan e Maria Clara Falavigna.Apresenta duas partes: teoria contra-tual (evolução histórica, conceito efunções, elementos, princípios, clas-sificação, etc.) e contratos em espé-cie (compra e venda, troca ou permu-ta, doação, locação, etc.).

Direito das Coisas —André B. de CarvalhoBarros, Débora Vanes-sa Caús Brandão (co-ordenação), Leandrode Souza Godoy e Ro-drigo Gago F. V. Barbo-sa. Alguns temas abor-

dados: formas de aquisição da pro-priedade, formas de perda da pro-priedade, direito de vizinhança, con-domínio geral, condomínio edilício,propriedade resolúvel, propriedadefiduciária, direitos reais limitados,da superfície, da servidão, do usu-fruto, do uso, direito de habitação,etc.

Responsabilidade Ci-vil — Fernando Gabur-ri, Leonardo de FariaBeraldo, Romualdo Bap-tista dos Santos, SílviaVassilieff e VaneskaDonato de Araújo (coor-denação). São tratados

temas como teoria geral da responsa-bilidade civil, espécies de responsa-bilidade civil, dano material, indeni-zação em caso de homicídio, indeni-zação em caso de lesões corporais,indenização em casos de usurpaçãoe esbulho, responsabilidade por atopróprio, responsabilidade por ato deterceiro, responsabilidade por fato dacoisa ou do animal, etc.

Direito de Empresas— Carlos Eduardo Ni-coletti Camillo, Henri-que Geaquinto Herke-nhoff (coordenação),Jorge Shiguemitsu Fu-jita e Vaneska Donatode Araújo. Alguns te-

A Editora Revista dos Tribunais estálançando a Coleção Direito Civil, sob aorientação da professora Giselda Ma-ria Fernandes Novaes Hironaka, as-sociada ao Departamento de DireitoCivil da Faculdade de Direito da Uni-versidade de São Paulo. A coleção éformada por oito volumes: Teoria Ge-ral, Direito das Obrigações, Direitodos Contratos, Direito das Coisas,Responsabilidade Civil, Direito deEmpresas, Direito de Família, Direi-to das Sucessões. Na elaboração decada volume, segundo a professoraGiselda Hironaka, "procurou-se, mes-

mo sob os limites de uma obra de ini-ciação e sempre com extremo cuida-do didático, abordar cada um dos maisatuais e importantes temas do Direi-to Civil, harmonizando e sistemati-zando o texto, mas também com a pre-ocupação de preservar, sempre quepossível, as divergências doutrinári-as e as conclusões pessoais de cadaum dos autores, dada a relevância dofato de que o estudante possa ter, des-de o início de sua formação, contatocom as diversas correntes doutriná-rias que formam a riqueza e a mag-nitude da Ciência do Direito".

mas abordados: noções gerais sobreo Direito Empresarial, propriedadeindustrial, o consumidor na ativida-de empresarial, microempresas eempresas de pequeno porte, socie-dades, espécies de sociedades, dis-solução e liquidação da sociedade,sociedades dependentes de autori-zação, desconsideração da persona-lidade jurídica, etc.

Direito de Família —Águida Arruda Barbosa(coordenação), Claude-te Carvalho Canezin,Cláudia Stein Vieira (co-ordenação), Euclides deOliveira, Giselle Câma-ra Groeninga, Jorge Shi-

guemitsu Fujita, Maria Berenice Diase Rolf Madaleno. Alguns temas abor-dados: casamento; efeitos jurídicospessoais do casamento; efeitos patri-moniais do casamento — regime debens; dissolução da sociedade e dovínculo conjugal; união estável: con-ceituação e efeitos jurídicos; etc.

Direito das Suces-sões — Christiano Cas-settari (coordenação),Fabiana DominguesCardoso, Francisco JoséCahali, Guilherme Cha-ves Sant'Anna, Inaciode Carvalho Neto, Már-

cia Maria Menin (coordenação), Ros-sana Teresa Curioni Mergulhão e Ta-tiana Antunes Valente Rodrigues.Apresenta duas partes: sucessão le-gítima (sucessão em geral, adminis-tração da herança, vocação hereditá-ria, etc.) e sucessão testamentária (for-mas de testamento — testemunhas tes-tamentárias, legados, etc.).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 17MAIO DE 2008

ADVOCACIA-OAB-SP

entenas de pro-cessos instaura-dos pela seção deSão Paulo da Or-dem dos Advoga-

dos do Brasil contra advo-gados por infração à éticaprofissional poderão seranulados caso a 2ª CâmaraRecursal do Conselho Fe-deral confirme decisão da1ª Turma da 2ª Câmara,que anulou processo ins-taurado contra o advogadoLayr Alves Pereira, conde-nando-o à suspensão doexercício profissional por12 meses por infração dis-ciplinar.

No julgamento ocorridoem 20/2/2006 dois dostrês integrantes da Ter-ceira Câmara Recursal daOAB-SP não eram conse-lheiros da entidade, afron-tando, segundo o advogadoJosé Roberto Righetti, oprevisto no Estatuto da Ad-vocacia da Ordem dos Ad-vogados do Brasil (Lei Fe-deral 8.906/94). Houve re-curso para a Terceira Câ-mara do Conselho Secio-nal da OAB-SP que, tam-bém por unanimidade,confirmou a decisão.

No recurso apresentadopela OAB-SP, a vice-presi-dente da entidade, MárciaRegina Machado Melaré,destacou os "efeitos nefas-tos" que declarações denulidade poderão causaraos Conselhos Secionaisda OAB. Segundo ela, "nomomento em que a socie-dade cobra da OAB umaatuação rápida contra osprofissionais que deni-grem a Advocacia e nummomento em que os Con-selhos Secionais tomaramdecisões e posições nosentido de viabilizarem orápido julgamento dos fei-tos" corre-se o risco de seter "pedidos de revisão detodos os processos julgadose na contingência de terde responder a reparaçõesde dano por quem se sen-tir lesado". A vice-presi-dente esclareceu que emnovembro de 1998 o Con-selho Secional da OAB-SPalterou o regimento inter-no, estabelecendo a possi-bilidade de convocação epresença de advogadosnão-conselheiros nas Câ-

maras Recursais. Para ela,se os não-conselheiros nãopuderem participar, seráiminente o "emperramen-to" da máquina administra-tiva da secional paulista."Certamente que os 90 con-selheiros do Estado (60 titu-lares e 30 suplentes) teriamde parar de advogar para cui-dar dos processos da Ordem,o que é inviável."

Segundo o advogadoReginaldo Santos Furtado,relator do processo no Con-selho Federal, a composi-ção da Câmara Recursalda Secional deve ser inte-grada exclusivamente porconselheiros, conforme oartigo 58, III, do EOAB,combinado com o artigo106 do Regulamento Geral,sob pena de nulidade.

Diversos processos oriun-dos das Câmaras Recursaisdo Conselho Secional pau-lista já foram analisadospela Segunda Câmara doConselho Federal e anula-dos sob o fundamento deque a competência parainstaurar e julgar processosdisciplinares é determina-da pelo estatuto, segundo oqual ela é privativa dos con-selheiros secionais, admi-tida a participação de advo-gado não-conselheiro ape-nas nos Tribunais de Éticae Disciplina. Além disso, apresença de advogados não-conselheiros violaria o Es-tado de Direito, o princípioda legalidade, o princípio do

Processos podem ser anuladosC

O presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D'Urso, recebeudia 28 de abril o título de "Professor Honoris Causa" das Facul-dades Metropolitanas Unidas (FMU). D'Urso graduou-se pelaFMU em 1982. B

“Professor Honoris Causa”

Cristóvão Bernardo

juiz natural, etc. A presençade advogados não-conse-lheiros é admitida, desdeque a atuação seja limita-da à instrução processuale não ao julgamento dosprocessos, não sendo per-mitida a presença de juizad hoc ou outros, que não-conselheiros.

O Tribunal de Ética daOAB no Estado de São Pau-lo tem 16 turmas, cadauma com mais de mil pro-cessos. Em média, maisde 20 mil processos estãoem andamento. Em razãodisso o número de recur-sos sobre matérias ético-profissional é muito gran-de. Só em 2006 entraramna Câmara Recursal maisde mil processos (1.014).

A vice-presidente solici-tou ao Conselho Federal que,na eventualidade de o recur-so da OAB-SP não ser aceito,que seja ao menos aplicado,analogicamente, o artigo 27da Lei da Ação Direta de In-constitucionalidade.

Por se tratar de matériaenvolvendo "segurança ju-rídica e de excepcional in-teresse social", permitin-do ao STF, por maioria dedois terços, "restringir osefeitos daquela declaração(a que não permite a pre-sença de não-conselheirosnas Câmaras) ou decidirque ela só tenha eficácia apartir do trânsito em julga-do ou de outro momentoque venha a ser fixado". B

imunidade do profissionalda Advocacia não é precei-

to constitucional superior às ga-rantias individuais asseguradasaos cidadãos brasileiros. Comisso, a imunidade e a honra daspartes que figuram em processojudicial devem ser harmonizadas.O entendimento é do STF e foiseguido pelo STJ ao manter deci-são do TJ-RS, que havia conde-nado o advogado CCC a com-pensar os danos morais causa-dos a um magistrado gaúcho, eaumentar o valor da indenizaçãode R$ 18 mil para R$ 50 mil.

O magistrado entrou comação pleiteando indenizaçãopor danos morais alegando tersofrido ofensas pessoais e pro-fissionais em recurso do advo-gado contra decisão de proces-so de propaganda eleitoral irre-gular, no qual os demandadosfiguravam como parte.

A primeira instância fixou in-

Advogado condenado a indenizar juizdenização em R$ 6 mil. O TJ-RS reformou a sentença e amajorou para R$ 18 mil. O ma-gistrado recorreu ao STJ pedin-do o aumento da indenização eque não somente o advogado,mas também os clientes, fos-sem punidos pelas ofensas. Oadvogado CCC contestou afir-mando que as primeira e se-gunda instâncias ignoraram aimunidade dos profissionais daAdvocacia no exercício profissi-onal, que garante que eles nãosejam processados nas esferascriminal ou cível ou por injúria. Aministra-relatora, Nancy Andri-ghi, acatou recurso do magistra-do, aumentou o valor da indeni-zação e negou o argumento doadvogado seguindo entendi-mento do STF, segundo o quala imunidade do advogado nãoé superior às garantias individu-ais dos cidadãos. (Processo emsegredo de Justiça). B

A

ndício de lesão ao Erário nãoé suficiente para propor ação

popular. A decisão unânime éda Segunda Turma do STJ aocassar acórdão do TRF da 4ª Re-gião (RS), que havia admitidoação popular contra o Sistema deVigilância e Proteção da Amazô-nia (Projeto Sivam) por supostalesão ao patrimônio público.

O Projeto Sivam, criadopara fiscalizar e proteger asfronteiras na região amazôni-

Ação popularca, tinha contrato com duasempresas, uma norte-america-na, para fornecer equipamen-tos, e outra nacional, para a im-plantação do projeto. O acordocom a brasileira foi suspensopor problemas da empresacom a Previdência Social. Comisso, foi proposta ação popularpara impugnar o contrato com anorte-americana, mas a lesãoao Erário não foi comprovada.(RESP 719548). B

I

ão cabe reclamação contraato de autoridade adminis-

trativa quando há decisão judi-cial proferida anteriormente, vis-to que ela assegura o cumpri-mento da decisão, bastando co-municar o juiz de primeira ins-tância. A decisão é da PrimeiraSeção do STJ ao entender quea reclamação aos tribunais es-taduais e regionais federais vi-sando garantir o cumprimentode decisões das próprias Cortesnão está prevista em lei por re-ferir-se a poder implícito dos tri-bunais.

O entendimento do STJ acon-teceu no julgamento do recursodo Frigorífico Margen Ltda. con-tra o INSS. O frigorífico argu-mentou que os auditores fiscaisda Previdência descumpriramordem judicial ao autuar a em-presa e desconsiderar ordemjudicial do TRF da 1ª Região,que eliminava a exigência do

Reclamação administrativa

recolhimento da contribuiçãosocial dos empregadores ruraissobre receita da comercializa-ção da produção. Diante daautuação, o Frigorífico Margenimpetrou reclamação no TRF-1,que aceitou, mas considerou-ainviável para anular ato admi-nistrativo. Com esse entendi-mento, extinguiu a reclamaçãosem julgamento de mérito.

No STJ, a extinção foi man-tida. De acordo com o minis-tro-relator, Herman Benjamin,o frigorífico pode requerer aojuiz de primeira instância aexpedição de ofícios que de-terminem o cumprimento dadecisão de isenção do reco-lhimento de contribuição soci-al . Para o ministro, mesmonos casos em que a decisãofor proferida em recurso, cabeà primeira instância assegu-rar o cumprimento pelas par-tes. (RESP 863055). B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO18 MAIO DE 2008

DIREITO INTERNACIONAL

“O número de abril do ‘Cader-no de Livros' do jornal ‘Tribunado Direito' publicou entrevistaconcedida por Durval de Noro-nha Goyos Jr. à Eunice Nunes.Na entrevista, o referido senhoradjetivou a minha gestão no Ita-maraty no período 2001-2002,afirmando ter sido ‘caracteriza-da por uma grande pusilanimi-dade na condução dos negóciosexternos do País’, ‘que teve re-percussões muito sérias para oPaís’. Sobre esta questão gosta-ria de informar aos leitores do‘Tribuna', meus colegas nas ati-vidades jurídicas, o que abaixosegue.

A entrevista contém dados arespeito da vida profissional doentrevistado. Do currículo cons-ta que o entrevistado ‘tornou-seo primeiro advogado brasileiro aser árbitro brasileiro do GATT eda OMC’. Esta é, aliás, uma fun-ção que o entrevistado freqüen-temente apregoa nas suas pu-blicações e entrevistas. Nocurriculum vitae do entrevista-do, divulgado no site de seu es-critório, o primeiro item queconsta do rol de cargos ocupa-dos afirma: ‘Árbitro do AcordoGeral de Tarifas e Comércio(GATT) em 1993 e 1994. Árbi-tro da Organização Mundial doComércio (OMC) de 1995 até opresente’ (http://www.professor-noronha.adv.br).

Esta informação não corres-ponde à verdade. O entrevista-do nunca serviu em panels doGATT ou da OMC, que é o que oautorizaria a dizer, com veraci-dade mas sem a precisão jurídi-ca do artigo 37 da Convençãode Haia sobre Solução Pacíficade Controvérsias, de 1907,quetenha sido árbitro no sistema desolução de controvérsias do sis-tema multilateral do comércio.

Integraram panels, na vigên-cia do antigo GATT, os brasilei-

ros Carlos Marcio Cozendey,George A. Maciel e A. Rego San-tos-Neves. No âmbito da OMC,os brasileiros que até agoraparticiparam de panels e po-dem, com propriedade, dizerque foram árbitros da OMC —no sentido amplo do termo, ouseja, terceiros que, integrandocom independência um panelparticiparam da solução deuma controvérsia entre seusmembros — são: Roberto Aze-vedo, Carlos Cozendey, CarlosAntonio da Rocha Paranhos,Victor Luiz do Prado, José Al-fredo Graça Lima, Celso Lafer,Marta Lemme e Leane Naidin.Os nomes e os casos de queparticiparam na OMC são pú-blicos. O leitor poderá conferiresta informação acessando http://www.worldtradelaw.net.

O entrevistado constou, desetembro de 1995 a dezembro de1997, de uma lista indicativa decinco nomes (WT/DSB/2) que oBrasil apresentou para seremlivremente apreciados pelo sis-tema de solução de controvérsi-as da OMC nos termos do artigo8º do Entendimento Relativo àsNormas e Procedimentos para aSolução de Litígios na Organi-zação. O entrevistado não cons-ta das listas subseqüentes apre-sentadas pelo Brasil, seja em2002, no governo FernandoHenrique Cardoso (WT/DSB/19/add3), seja na lista atual conso-lidada, fruto da iniciativa, de2008, do governo Lula (WT/DSB/44/Rev.l).

Os nomes da lista indicativasão avaliados pelo Secretariadoe pelas partes, levando em con-ta as especificidades da maté-ria em questão e as sensibilida-des dos estados-membros. Comodeve ser do conhecimento doentrevistado, cabe ao Secreta-riado propor às partes os nomesdaqueles que integrarão um

panel. Na inexistência de acor-do das partes quanto aos inte-grantes do panel, caberá aodiretor-geral, em consulta como presidente do Órgão de Solu-ção de Controvérsias e o presi-dente do Conselho ou do Comi-tê, que na organização cuidada matéria objeto da controvér-sia, determinar a composiçãodo panel (artigo 8.7).

Dos cinco nomes da lista de1995, dos 14 nomes da lista de2002 e dos 11 da lista de 2008só Leane Naidin e Marta Lem-me participaram efetivamentede panels e, portanto, podem,com propriedade, dizer queforam árbitras, no sentido latodo termo, da OMC.

Os nomes dos demais brasi-leiros acima mencionados, queparticiparam de panels daOMC, não integravam a listaindicativa, o que quer dizer queparticipar da lista indicativanão dá a ninguém a condiçãode ‘árbitro’ da OMC nem asse-gura um horizonte de previsi-bilidade de participar de umpanel.

Faço estas documentadasobservações para demonstrarque o entrevistado atribui-seuma condição que nunca teve.Esta é uma falha ética profissi-onal, extremamente censurável.É, como diz a expressão popu-lar, querer ‘vender gato por le-bre’ para dar à sua palavra umafalsa autoridade, com basenuma informação enganosa. Édescumprir os deveres de umadvogado, que requerem, inter

alia, atuar com honestidade,veracidade e boa-fé, como rezao artigo 2º, parágrafo único, lI,do Código de Ética e Disciplinada OAB, explicitamente no quetange à publicidade de ‘títulosou qualificações profissionais’(artigo 29 do Código de Ética eDisciplina da OAB).

Num trecho da sua entrevis-ta o referido senhor, comomencionei no início desta, sededica a — adjetivando — ten-tar desqualificar a minha ges-tão no Itamaraty, no período2001-2002. A desqualificação éum procedimento voltado para,de má-fé, minar a integridade ea legitimidade do outro. É o quese propõe a fazer o entrevista-do. Não identifico, em quemfalseia os dados de sua ativida-de profissional, locus standipara pretender atingir a honraalheia. O leitor do ‘Tribuna doDireito’ tem conhecimento doque penso sobre temas de polí-tica externa, inclusive do epi-sódio mencionado pelo sr. No-ronha Goyos, pela entrevistaque concedi a Francisco Mora-es, publicada no número desetembro de 2006 do ‘Cadernode Livros'. Acrescento, apenaspara esclarecer minha posiçãona defesa dos interesses nacio-nais em relação aos EUA supos-tamente comprometida, segun-do o entrevistado, pelo ‘episó-dio dos sapatos’ — que o pri-meiro caso examinado na OMCfoi a controvérsia suscitada peloBrasil contra os Estados Unidos.Trata-se do caso da gasolina re-

Ex-ministro contesta advogado

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formulada, que tive a respon-sabilidade de conduzir comoembaixador do Brasil na OMCe no qual o nosso País teveganho de causa. Lembro, igual-mente, que o contencioso doalgodão contra os EUA, que dizrespeito a subsídios agrícolasdos países desenvolvidos —magno tema da agenda do co-mércio exterior brasileiro — foiiniciada com meu integral res-paldo na minha gestão no Ita-maraty, e vem sendo bem suce-dida no seu encaminhamentopela gestão que me sucedeu, soba responsabilidade do ministroCelso Amorim.

Em respeitosa atenção aopúblico do ‘Tribuna do Direi-to', meus colegas nas ativida-des jurídicas, informo queamplas informações sobre aminha gestão no Itamaraty,inclusive sobre o relaciona-mento com os EUA, podem serencontradas nos dois volumesdo meu livro Mudam-se osTempos Diplomacia Brasileira2001-2002, Brasília, FUNAG-IPRI, 2002. Destaco o discursoque pronunciei na abertura daAssembléia Geral da ONU, jáem 12 de setembro de 2002,noqual, em nome do Brasil, mani-festei inequívoca oposição aouso unilateral da força no Ira-que ao arrepio da Carta da ONU,antecipando uma crítica ao queacabou ocorrendo, por iniciati-va dos EUA, em 2003.” B

Com esta publicação, o “Tribuna” dáo assunto por encerrado.

Celso Lafer Noronha Goyos Jr. O trecho que causou polêmica

ex-ministro das Relações Exteriores do governoFernando Henrique Cardoso, Celso Lafer, con-siderou-se pessoalmente atingido por umaresposta do advogado Durval de Noronha GoyosJr. a uma pergunta da repórter Eunice Nunes,

no Caderno de Livros nº 156, de abril, e enviou correspon-dência ao “Tribuna” contestando as afirmações.

A posição de Celso Lafer

Fotos Augusto Canuto

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 19MAIO DE 2008

PROCURADORES

aridade salarialcom a Magistratu-ra e o MinistérioPúblico, uma novaLei Orgânica da

Procuradoria Geral do Es-tado e a admissão de pes-soal são alguns dos princi-pais objetivos do novo pre-sidente da Associação dosProcuradores do Estado deSão Paulo (Apesp), Ivan deCastro Duarte Martins,que assumiu dia 4 de abrilpara um mandato de doisanos (2008/2010). "Estanova gestão está compro-metida com reivindica-ções, como a nova reformada Previdência e a tramita-ção da emenda constitucio-nal que estabelece autono-mia administrativa e fi-nanceira das procuradori-

As prioridades da nova gestãoas estaduais, que permiti-ria a escolha um procura-dor-geral mediante listatríplice e com prazo de man-dato definido", afirmou. Se-gundo ele, durante os doisanos que estiver à frente daApesp, a idéia é "fazer comque a entidade continuesendo o instrumento paraque os procuradores do Es-tado consigam alcançar osideais, como a valorizaçãosalarial".

De acordo com Ivan deCastro Duarte Martins, ou-tra preocupação da Apesp érelativa à falta de pessoal."Estamos sofrendo um des-monte. Não temos concursopara funcionários desde1999 e estamos com umquadro de apoio cada vezmenor, o que obriga o procu-rador a executar tarefas quenão são atribuições dele. Há

uma resistência muito gran-de para contratação de fun-cionários", explica. Segundoele, a entidade tambémtem por objetivo a elabora-ção de uma nova Lei Orgâ-

nica — que deve ser apre-sentada até o final do ano— já que a atual é de 1986.O novo presidente é contrao Projeto de Lei Comple-mentar 33/2006, de autoriade Cláudio Lembo, que pro-põe que os procuradores doEstado defendam agentespúblicos. "O projeto chegoua Assembléia Legislativasem que os procuradores ti-vessem conhecimento. Aatribuição constitucional daProcuradoria é a defesa dointeresse público. Quandopassa a defender o agentepúblico, deixa-se de atendero objetivo da função", afir-ma. Ivan de Castro DuarteMartins diz apoiar a grevedos servidores públicos porser um instrumento de ne-gociação que "pode e deveser usado quando necessá-rio e em último caso". "Es-

pero que a greve seja regu-lamentada para que a po-pulação não fique órfã nocaso de um movimento epara que se dê ao servidorpúblico esta ferramenta dereivindicação", finaliza.

Perfil

Ivan de Castro DuarteMartins nasceu em Cam-pinas (SP). Em 1979 gra-duou-se em Ciências Jurídi-cas e Sociais pela PontifíciaUniversidade Católica deCampinas (PUCCAMP). Doisanos depois, ingressou naProcuradoria Geral do Estado(PGE), atuando na chefia daProcuradoria Regional deJundiaí e de Campinas. En-tre 1991/1992 e 2003/2004foi conselheiro da Apesp e,de 2006 a 2008, diretor fi-nanceiro da entidade. B

ANDREZZA QUEIROGA

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Ivan de Castro D. Martins

Divulgação

DIREITO COMERCIAL

icroempresa que endos-sa cheque de terceiro

perante factoring também éresponsável pelo pagamentodo título. Com esse entendi-mento, a Terceira Turma doSTJ acolheu pedido da ProverFomento Mercantil Ltda. paraincluir a microempresa de pro-priedade de Marco Túlio deOliveira como parte do proces-so de execução.

A Prover entrou com ação

Responsável por endosso de chequede execução contra a micro-empresa e contra a pessoaque emitiu o cheque de R$ 1mil. A microempresa argu-mentou que não poderia serparte no processo e o juiz deprimeiro grau a excluiu. A Pro-ver apelou pedindo que a de-cisão fosse anulada, mas oTJ-DFT manteve a sentençapor entender que a microem-presa seria ilegítima para res-ponder pela dívida executada.

A Prover recorreu ao STJ ale-gando que a decisão violava"o princípio da literalidadedos títulos de crédito quandoimpede que o conteúdo dotexto lançado nos chequesseja cumprido" e que a Lei doCheque prevê a responsabili-dade do endossante. Os ar-gumentos foram acolhidos e amicroempresa reincluída comoparte do processo. (RESP820672). B

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TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO20 MAIO DE 2008

EMENTAS

INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMEN-TO. BOMBEIRO. VEDAÇÃO DO INCISOVI DO ARTIGO 28 DA LEI 8.906/94.COMPETÊNCIA DA DOUTA COMISSÃODE SELEÇÃO DA OAB-SP (ARTIGO63, LETRAS 'A' E 'C' DO REGIMENTOINTERNO DO EGRÉGIO CONSELHO SECI-ONAL). NÃO CONHECIMENTO — Acategoria de bombeiro, o de-nominado "herói do fogo", fazparte da Polícia Militar do Es-tado, sofrendo vedação irres-trita para o exercício da Advo-cacia. Todavia, a competênciaregimental é da douta Comis-são de Seleção da OAB-SP,não cabendo à Turma Deon-tológica a análise de questãoética a respeito de consultaformulada neste sentido. Proc.E-3.519/2007, v.u., em 20/9/2007, do parecer e ementa dorel. dr. Benedito Édison Trama,rev. dr. Fábio Kalil Vilela Leite,presidente dr. Carlos RobertoF. Mateucci.

INCOMPATIBILIDADE E IMPEDIMEN-TO. ADVOGADO SECRETÁRIO DE PAR-TIDO POLÍTICO E MEMBRO DA EXECUTI-VA MUNICIPAL. POSSIBILIDADE DE AD-VOGAR PARA O MESMO PARTIDO —Não se extrai, da acumulaçãoda atividade puramente parti-dária com Advocacia, a hipó-tese de impedimentos do arti-go 30 ou de incompatibilida-de prevista no artigo 28, inci-so I, do estatuto, em relaçãoaos chefes do Poder Executi-vo, membros da mesa do Po-der Legislativo e seus substi-tutos legais, o que somentese verificaria com a eleiçãodo advogado para um dessescargos. Também sob o enfo-que ético não se verifica im-pedimento, eis que partidospolíticos têm por finalidade,nos termos do artigo 1º da Leinº 9.096/95, assegurar a au-tenticidade do sistema repre-sentativo e defender os direi-tos fundamentais definidosna Constituição Federal. AAdvocacia, por outro lado, é aatividade que mais se afinacom as funções políticas, ex vido disposto no artigo 2º, postoconsiderar o advogado "de-fensor do Estado Democráti-

co de Direito, da cidadania, damoralidade pública, da Justiça eda paz social”, impondo-se,quão maior a visibilidade daatuação do advogado perante asociedade e suas Instituições, amais estrita observância dos de-veres impostos pela ética profis-sional (artigo 2º, § único, doCED). Precedente: E-2486/01.Proc. E-3.520/2007, v.u., em 20/9/2007, do parecer e ementa dorel. dr. Luiz Francisco TorquatoAvólio, rev. dr. Zanon de PaulaBarros, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

LICITAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCI-OS PELA MODALIDADE PREGÃO. ADVO-GADO QUE PARTICIPA DE CERTAME QUETEM COMO CRITÉRIO PARA A CONTRATA-ÇÃO "SERVIÇOS COMUNS" E "MENORPREÇO", PELO QUE SE INFERE DO TEXTODO DECRETO 3.555/00 FERE OS PRIN-CÍPIOS ÉTICOS QUE VALORIZAM A DIGNI-DADE DA PROFISSÃO DENTRE OS QUAIS SEDESTACAM AQUELES CONTIDOS NOS AR-TIGOS. 36 E 41 DO CED — O exercí-cio da Advocacia, longe de serum serviço comum, exige sólidaformação universitária, Examede Ordem e controle de condutaética por órgão de classe e osrespectivos honorários devemrespeitar ao estatuto da profis-são e o seu Código de Ética eDisciplina. Proc. E-3.522/2007,v.u., em 20/9/2007, do parecer eementa da relª. drª. Mary Grün,rev. dr. Benedito Édison Trama,presidente dr. Carlos Roberto F.Mateucci.

CASO CONCRETO. NÃO CONHECIMENTOPELA TURMA DEONTOLÓGICA. INCOMPETÊN-CIA RATIONE MATERIAE — O caso ver-tente diz respeito à consulta deadvogada que pretende repre-sentar cliente contra pessoa ad-versa que foi anteriormente clien-te da sócia admitida pela consu-lente. É caso concreto que eliminaa competência do TED. (A orien-tação pelo impedimento foi dadaa consulente na fase de diligênciapor se tratar de duas causas comas mesmas origens em patrocíni-os alternados, ora a favor ora con-tra a mesma parte — processo deseparação judicial e ação de ali-mentos). À consulente cabe esco-

lher os meios de suas atividadesprofissionais sem adentrar no vas-to campo da transgressão ética.Não conhecimento, nos termos doartigo 49 do CED, artigo 136 doRegimento Interno da OAB/SP eResoluções 01/92 e 07/95 destesodalício. Proc. E-3.525/2007, v.u.,em 20/9/2007, do parecer eementa do rel. dr. Cláudio FelippeZalaf, rev. dr. Guilherme FlorindoFigueiredo, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

MANDATO. SEPARAÇÃO CONSENSU-AL COM PATRONO COMUM. PATROCÍNIO DEAÇÃO DE CONVERSÃO DIVÓRCIO EM NOME DEUM CÔNJUGE CONTRA O OUTRO. POSSIBILI-DADE. ADVOGADO QUE POSTERIORMENTECONSTITUIU UNIÃO ESTÁVEL COM SUA CLIEN-TE. AUSÊNCIA DE IMPEDIMENTO ÉTICO —O advogado, que patrocinou am-bos os cônjuges em ação de se-paração judicial consensual, jáencerrada, não está impedido depatrocinar apenas um destes côn-juges, contra o outro, em ação deconversão em divórcio. O fato doadvogado, posteriormente, terpassado a viver em regime deunião estável com sua cliente, nãoconfigura, por si só, impedimentoético, embora, em determinadascircunstâncias, possa não ser issode todo recomendável. O decursodo prazo para o ajuizamento deconversão em divórcio de separa-ção consensual que não é passí-vel de sigilo. Mas, em qualqueroutra circunstância, é imperiosa eperpétua a necessidade de obser-vância ao sigilo profissional. Deveo advogado, ainda, abster-se depatrocinar causa contra a valida-de de ato jurídico em que tenhacolaborado. Precedentes do TEDI: Processos E-1478/1997, Proc. E- 1.515 /1997, Proc. E - 1.478/97,Proc. E-2.235/00 e Proc. E-2.796/03. Proc. E-3.528/2007, v.u., em20/9/2007, do parecer e ementado rel. dr. Fábio de Souza Ramac-ciotti, rev. dr. Guilherme FlorindoFigueiredo, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. NÃOHÁ OMISSÃO OU OBSCURIDADE. RECE-BIMENTO SÓ DE PARTE PARA ESCLARE-CIMENTOS — Os embargos de de-claração são recebidos em par-

te. A ementa por ter tido vota-ção unânime deverá prevale-cer na forma em que foi publi-cada, com a substituição do vo-cábulo "eticamente" por "legal-mente", como observado du-rante o julgamento dos embar-gos, tendo ocorrido mero erromaterial, uma vez que o item12 do parecer original clara-mente indica o impedimento le-gal. Retifica-se o item 4 do pa-recer, em razão do quanto in-formado pelo consulente, man-dando-se republicar a ementaoriginal com a correção apon-tada. Proc. E-3.502/2007, v.u.,em 20/9/2007, do parecer eementa da relª. drª. Márcia Du-tra Lopes Matrone, rev. dr. Jai-ro Haber, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO —CONHECIDOS, MAS NÃO REÚNEM CONDI-ÇÕES DE PROVIMENTO — PROCESSODISCIPLINAR — SIGILO PROCESSUAL —EXTRAÇÃO DE CÓPIAS PELO ADVOGADOREPRESENTADO PARA UTILIZAÇÃO EMIMINENTE REPRESENTAÇÃO CONTRA OREPRESENTANTE E EM AÇÃO DE RES-PONSABILIDADE CIVIL ENQUANTO AINDAPENDE DE JULGAMENTO O PROCESSODISCIPLINAR. O processo discipli-nar tem como regra ser sigilo-so, admitindo-se a quebra ape-nas em situação excepcionalque exige o trânsito em julga-do do processo disciplinar e anecessidade do representadonos limites previstos pelo arti-go 25 do CED, inocorrente nocaso analisado. Impossibilida-de de fazê-lo antes do trânsitoem julgado do procedimentodisciplinar por vedação explíci-ta do artigo 72, §2º, do Estatutoda Ordem dos Advogados doBrasil, conforme precedentesdeste Tribunal (3368/06, 3388/06 etc.). Proc. E-3.498/2007,v.u., em 18/10/2007, do pare-cer e ementa da relª. drª. MaryGrün, rev. dr. Benedito ÉdisonTrama, presidente dr. CarlosRoberto F. Mateucci.

DEFENSORIA PÚBLICA ESTADUAL.LIMITES DE ATUAÇÂO DETERMINADO NALEI COMPLEMENTAR 988/2006 —Os limites de atuação da De-

fensoria Pública estadual es-tão delineados na Lei Com-plementar nº 988/2006 e asua atuação — desde que cin-gida àqueles limites — em tesenão atrita com os princípios enormas que regulam a éticaprofissional do advogado. Adefesa de necessitados e ca-rentes deve ser entendida res-tritivamente e com razoabilida-de, evitando-se a substituiçãoindevida do advogado em situ-ações em que tais condiçõesnão fiquem bem demonstra-das. A questão versada nosautos trata apenas de um co-municado informativo conjuntodo Ministério Público e da De-fensoria Pública do Estado deSão Paulo, para que os caren-tes e necessitados possam to-mar as medidas adequadasperante os órgãos públicos, nocaso de acidentes de grandesproporções, não consistindo,em tese, falta ética. Proc. E-3.500/2007 v.u., em 18/10/2007,do parecer e ementa do rel. dr.Diógenes Madeu, rev. dr. Fábiode Souza Ramacciotti, presi-dente em exercício dr. FábioKalil Vilela Leite.

CASO CONCRETO E QUESTÃO FORMU-LADA SOBRE DIREITO POSITIVO E NÃO MA-TÉRIA DEONTOLÓGICA. NÃO-CONHECIMEN-TO PELA TURMA DE ÉTICA PROFISSIONAL— Pelo relato da consulente, tra-ta-se de caso concreto que ques-tiona a inserção de seu nome,sem sua ciência, em procuraçãoe questiona os meios disponíveispara a renúncia e juntada de bo-letim de ocorrência nos autos.Caracterização de caso concretoque estará, eventualmente, su-jeito à apreciação das turmasdisciplinares deste tribunal deética e do Poder Judiciário. Nãoconhecimento, nos termos do ar-tigo 49 do CED, artigo 136 doRegimento Interno da OAB-SP eResoluções 01/92 e 07/95 destesodalício. Proc. E-3.505/2007,v.u., em 18/10/2007, do parecere ementa do rel. dr. Jairo Haber,rev. dr. Zanon de Paula Barros,presidente em exercício dr. Fá-bio Kalil Vilela Leite. B

Ementas do Tribunal de Ética e Dis-ciplina da OAB-SP.

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 21MAIO DE 2008

TRIBUNAIS

STJ vai esco-lher no dia 7 osnomes que irãoconcorrer às va-gas abertas com

as aposentadorias dos minis-tros Peçanha Martins, HelioQuaglia Barbosa (falecido emfevereiro) e Raphael de Bar-ros Monteiro Filho. Duas va-gas são para os cargos de de-sembargadores e uma desti-nada ao quinto constitucionaldo Ministério Público. Apósa seleção, três listas, comtrês nomes cada, serão en-caminhadas ao presidenteda República para a esco-lha de três nomes (um decada lista).

Além dessas vagas, umaoutra, destinada ao quintoda Advocacia, não tem pre-visão para ser recomposta,já que não há acordo refe-rente às escolhas. A vagafoi aberta com a aposenta-doria do ministro Antoniode Pádua Ribeiro. A listaenviada pelo Conselho Fe-deral da OAB foi totalmenterecusada pelo STJ sob o ar-gumento de que a Ordemestaria privilegiando crité-rios políticos. Resolver oimpasse é uma das ban-deiras da breve gestão deHumberto Gomes de Bar-ros, novo presidente do STJe que deve aposentar-seaté final de julho.

Mas, não é somente entreSTJ e Conselho Federal daOAB que as listas sêxtuplastêm gerado divergências. Emsetembro de 2005, a OAB-SPhavia preparado cinco lis-tas com candidatos aoquinto do TJ-SP. O tribunalpaulista, entretanto, rejei-tou uma delas sob a alega-ção de que dois candidatosnão atendiam os requisitosconstitucionais (um nãopossuía "notável saber jurí-dico", por ter sido reprovadoem dez concursos para aMagistratura, e o outro res-pondia a processo crimi-nal). A lista era compostapor Acácio Vaz de Lima Fi-lho, Luis Fernando LobãoMorais, Mauro Otávio Nacif,

Este mês, a indicação de candidatosOrlando Bortolai Junior,Paulo Adib Casseb e RoqueTheophilo Junior. Antes dedevolver a lista, o TJ-SP che-gou a formular uma outracom os candidatos remanes-centes das outras cinco lis-tas. A secional paulista foi aoSTF, para garantir a validadeda lista, mas o tribunal nãoaceitou. Em 2006, parte deum mandado de segurançaimpetrado pela OAB-SP foideferido, tendo sido declaradaa nulidade da lista refeitapelo tribunal paulista, queteve de devolvê-la à secional.

A Ordem paulista insis-tiu no STF que os candida-tos indicados inicialmentecontemplavam os requisi-tos constitucionais. No mêspassado, entretanto, o STFmanteve a decisão anteri-or. Agora, a secional estu-da propor embargos contraa decisão.

E as divergências entreOAB-SP e TJ-SP também so-frem outras influências. Naúltima lista encaminhadapara as vagas abertas comas aposentadorias dos de-sembargadores AméricoIzidoro Angélico, Carlos Al-berto Bondioli e CarlosAloysio Canellas de Godoy,por exemplo, tanto o tribunalcomo a entidade foram sur-preendidos com um fatoinédito e inusitado: a advo-gada, Tânia Lis Tizzoni No-gueira, que integrava umadas três listas, renunciouem "caráter irrevogável e ir-retratável" a concorrer auma cadeira na Corte pau-lista. Com isso, somenteduas listas foram analisa-das, tendo sido nomeados osadvogados Erickson GavazzaMarques (no lugar de CarlosBondioli) e Otávio Augusto deAlmeida Toledo (em substi-tuição a Carlos Canellas deGodoy). Para recompor a lis-ta, a OAB-SP indicou, no dia14 de abril, o advogado Jua-rez Rogério Felix, sétimocandidato mais votado.Aguarda-se que o Órgão Es-pecial do tribunal analise alista e indique três nomesao governador, que deve es-colher quem sucederá Amé-rico Izidoro Angélico. B

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FERNANDA SAL

Judiciário brasileiro ficouórfão de um de seus "pro-

tetores". Aos 69 anos, o ministroRaphael de Barros Monteiro Fi-lho pediu aposentadoria apósintegrar o Superior Tribunal deJustiça (STJ) por 19 anos. Ele,que atua na Magistratura desde1962, época em que se formouem Direito pela Universidade deSão Paulo (USP), acumula umcurrículo com vasta experiênciaem Cortes brasileiras.

Iniciou o míster da judicaturacomo juiz substituto de Santos,no litoral paulista, passando porSão Vicente, Registro, Iguape,Cananéia, Eldorado Paulista,Paulo de Faria, Itanhaém, MonteAprazível, Assis e São Paulo.Nesta última permaneceu até1979, quando ocupou o cargo noentão Tribunal de Alçada Crimi-nal, extinto com a reforma do Ju-diciário (EC 45). Quatro anosmais tarde, Barros Monteiro já eradesembargador do TJ-SP. Em1989 foi indicado ministro do STJ,onde presidiu a Quarta Turma, aSegunda Seção e integrou oTSE. Barros Monteiro também foivice-presidente e presidente doSTJ. Assumiu a direção da Corteem 2006 e, no mês passado, pe-diu aposentadoria.

O ministro paulistano emoci-onou-se ao despedir-se de umacarreira de 43 anos, dizendo tê-lo feito "com o sentimento demissão cumprida" e com a cer-teza de ter trabalhado da melhormaneira possível. Confessou-sehonrado em concluir a carreirano "Tribunal da Cidadania",como é conhecido o STJ.

Conduzida com prudência, agestão de Barros Monteiro foimarcada por números significa-tivos. No ano passado, porexemplo, foram mais de 330 miljulgados, com um aumento deprodução de 42% em relação àmédia dos últimos cinco anos.

Nova direção

No mesmo dia em que Ra-phael de Barros Monteiro Filhodespediu-se do STJ (7 de abril),o vice, ministro Humberto Go-

Barros Monteiro Filho deixa o STJ

Barros Monteiro Filho aposenta-se e Humberto Gomes de Barros assume até julho

SCO/STJ Ilkens Souza/SCO/STJ

mes de Barros, alagoano de 69anos, assumiu a presidênciacom a bandeira de "resgatar aidentidade da Corte e consolidá-la como fiadora da segurançajurídica". O ministro tem duas pri-oridades: resolver o imbróglio dalista tríplice da OAB e fortalecero Núcleo de Agravos da Presi-dência (Napre), alterando, porexemplo, os critérios de admissi-bilidade, para permitir ao juiznão receber recurso de apela-ção quando a sentença seguirSúmulas do STJ e STF.

Formado em Direito em1962pela Universidade do Brasil (RJ),Gomes de Barros é especializadoem Direito Trabalhista. Está naCorte desde 1991, quando foi indi-cado para a vaga do quinto consti-tucional da OAB. Junto com ele, foiempossado o ministro César AsforRocha como vice-presidente. En-tretanto, a gestão de Gomes deBarros será curta, já que no dia 23de julho ele completa 70 anos e

terá de se aposentar.

EstacionamentoO STJ reservou dez vagas do

estacionamento do tribunal paraadvogados.

José DelgadoO ministro do STJ, José Del-

gado, vai acumular os cargos device-diretor da Escola Nacionalde Formação e Aperfeiçoamen-to de Magistrados (Enfam) e dediretor da Revista da Corte.

Justiça EleitoralOs ministros Ari Pargendler

e Felix Fischer tomaram posse,respectivamente, como corre-gedor-geral da Justiça Eleitorale integrante do TSE.

Massami UyedaO ministro do STJ, Massami

Uyeda, passou a integrar a Tercei-ra Turma no dia 8 de abril. Antes,ele participava da Quarta. B

O

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO22 MAIO DE 2008

DIREITO PENAL

RASÍLIA — O im-pacto em dimen-sões nacionaisprovocado pelatrágica morte da

menina Isabella Nardoni,em São Paulo, acaba sendoum detalhe a mais se ana-lisadas as situações e cir-cunstâncias que envolvemcrianças em todo o País, ví-timas de todo tipo de violên-cia: as contas sobre esteincômodo assunto, feitaspelo Ministério da Saúde,revelam que de dez em dezhoras pelo menos uma cri-ança está sendo morta.

De acordo com as infor-mações catalogadas noSistema de Informaçõessobre Mortalidade (SIM),5.049 assassinatos vitima-ram crianças de ambos ossexos em seis anos. As ida-des das vítimas vão até 14anos, no máximo. Como amenina Isabella, outras cri-anças têm sido atingidaspela brutalidade e pela cru-eldade. O período da pes-quisa vai de 2000 a 2005.No ano-limite da pesquisa,constatou-se que 662 crian-ças na faixa etária de 5 a 14anos foram alcançadas pelaviolência, da qual nem osbebês conseguiram esca-par: 90 deles, com até 1ano de idade. Os dados sãode 2005.

A tragédia infantil espa-lha-se por vários Estados.Inclui, entre episódios degrande repercussão, o caso

do menino João Hélcio Fer-nandes Vieira, de 6 anos,preso ao cinto de seguran-ça do carro da mãe e ar-rastado por ladrões por13 quarteirões, no Rio deJaneiro. Também ficou namemória o caso da meni-na L., de 12 anos, tortura-da pela mãe adotiva emGoiânia, além do regimede trabalho escravo ao qualera submetida em aparta-mento situado em área resi-dencial nobre da empresá-ria Sílvia Calabresi. A me-nina teve partes do corpoqueimadas com ferro embrasa e a língua puxadapor alicate, sob a inacredi-tável complacência do ma-rido, da mãe e de um filhomaior de idade.

Em São Paulo, uma pes-quisa do Núcleo de Estudosda Violência, da Universi-dade de São Paulo, revelouque aumentou a taxa deviolência contra criançase adolescentes com até 19anos de idade. Um dos as-pectos chocantes desco-bertos pela pesquisa é queentre as crianças de até 4anos, elas são vítimas —na maioria das vezes —de ataques com armasbrancas e estrangulamento.E com um detalhe sinistro:os agressores, na maioriaabsoluta, são personagensdo próprio círculo familiar.

A investigação minucio-sa sobre tantas mortes eagressões coloca as víti-

mas com até 19 anos deidade dentro de um per-centual estarrecedor do to-tal de atingidos pela práti-ca de homicídio: já são16% do total .

O tema é tão embaraço-so quanto incômodo e aanálise do psicanalista Má-rio Eduardo Pereira, do La-boratório de PsicopatologiaFundamental da Universi-dade Estadual de Campinas(Unicamp), ajuda a enten-der: "A criança é sagrada,é tabu. O tabu nos protege.A gente tem limite para amaldade." Pior: "Nem a cri-ança está acima da nossamaldade e nem sequer afamília e o lar são segu-ros."

Um manto de impunida-de envolve a maioria doscasos de violência domés-tica subnotificados às au-toridades, como atesta oLaboratório de Estudos daCriança da Universidadede São Paulo. Neste órgão,estão anotadas as informa-ções procedentes de todo oBrasil, tendo como fontesos Conselhos Tutelares, deexistência prevista pelo Es-tatuto da Criança e do Ado-lescente, e ainda CentrosSociais e Varas da Infânciae Juventude do Poder Judi-ciário.

O Laboratório de Estudosda USP deu o título "A pon-ta do iceberg" para umapesquisa realizada entre1996 a 2007, quando se

apurou que apenas 10% dototal de abusos físicos epsicológicos são denuncia-dos. Foi possível verificar,durante o período que apesquisa abrangeu, quehouve notificação de 159.754 casos de violência do-méstica. A maioria, 65.669, de negligência. Mas aviolência física apareceem segundo lugar, com 49.481 casos. Em terceiro lu-gar, a violência psicológicae também a sexual, com17.482 casos.

Nos casos em que a polí-cia é acionada, as inter-venções vão de criançastrancadas dentro de carro,enquanto o pai ou a mãesaem para passear emshoppings (e acham issoalgo absolutamente "nor-mal"), até crianças amar-radas ou acorrentadas den-tro de casa. Num dos maisrecentes, uma mãe, depoisde pedir ajuda, inutilmen-te, para órgãos públicos,acorrentou as filhas meno-res, uma de 13, outra deoito anos, para que nãocontinuassem a consumirdrogas, Até um caso deum menino acorrentadono quintal de casa, ondepassava o dia em compa-nhia de porcos e cães, foidescoberto em Goiás.

Outro grave problema éo aliciamento de adoles-centes e até crianças porquadrilhas de adultos, quejogam com a menoridade

penal para colocá-los na li-nha de frente da entregade drogas.

As respostas deixam adesejar, no conjunto, tantopara os casos que configu-ram atos infracionais comoos ataques físicos dentro decasa. A empresária goianaque torturava diariamentea menina L., por exemplo,era reincidente específica,e seu histórico de antece-dentes foi tratado com frie-za burocrática, a mesma quepermitiu o trancamento por26 dias, numa cadeia da ci-dade de Abaetetuba, no Pará,de uma menina de 15 anos,atacada sexualmente, porvárias vezes, pelos prisionei-ros adultos do mesmo lugar.Agora, a juíza local, acusadade permitir a aberração, estásendo investigada pelo Con-selho Nacional de Justiça(CNJ).

A morte de Isabella sen-sibilizou o Brasil, de ponta aponta. Mas Isabellas anôni-mas existem por toda parte,mostrando que crianças emais crianças são vitima-das. Páginas em branco,ainda a serem escritas, queficam tintas de sangue, sobuma indiferença dominan-te, que caminha para aimpunidade. São eventu-ais as apurações sobre abrutalidade contra crian-ças, condenadas a convi-ver, apavoradas, com o for-çado e predador silênciodos inocentes.

B

PERCIVAL DE SOUZA, especial para “O Tribuna”

Cresce a violência contra crianças

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 23MAIO DE 2008

DIREITO PENAL

gaiola dos dogmaspretende confinar Isa-bella a uma aprecia-ção restrita, que che-ga a deixar o assassi-

nato em segundo plano na horada formalização legal para se im-putar aos agressores a autoria deum homicídio que tende a serclassificado com três qualificado-ras. Como já ensina GiuseppeBettiol, o mestre italiano do Di-reito Penal, não se pode obtertodas as respostas para osconflitos sociais apenas comcitações de artigos e parágra-fos, seja qual for a lei. "O Direi-to Penal tem de ser compreen-dido pelo homem mais sim-ples das ruas", ensinava. Porisso mesmo, o psicanalistaJorge Forbes, diretor da Clíni-ca de Psicanálise do Centrode Estudos do Genoma Huma-no da USP, diz que "bichossão iguais", mas que os "ho-mens nem sempre são ho-mens, não há um piloto auto-mático de humanidade. Somosresponsáveis por Isabella?Sim, é o que isso quer dizer?Uma responsabilidade jurídicacondenará o criminoso, mas oprincípio ético da responsabili-dade humana, diferente da es-tritamente penal, obrigará a to-dos a prosseguir com estamarca em nossas vidas".

Assim é que, mesmo paraacusar, é preciso ter ao menosuma idéia de qual seria a moti-vação do crime. Que motivosteria alguém, ou teriam duaspessoas, para provocar tantossofrimentos numa menina, as-fixiando-a e jogando-a aindacom vida, para despencar deuma altura de 20 metros atéestatelar-se no gramado dojardim do prédio onde esta-va? Não pode ser ninguém"normal", diz a maioria, ampa-rada em tentativas de explica-ção por parte de psiquiatras epsicólogos. Em Direito, talperspectiva levaria ao chama-do levantamento do incidentede sanidade mental, hipóteseainda não cogitada.

Os acusados, indiciadosem inquérito policial, que abriucaminho para oferecimento dedenúncia criminal, optarampela negativa de autoria, eresponder, com prévia instru-ção técnica ("desconheço"), à

maioria das perguntas formula-da no interrogatório. Dentro dapeça informativa nitidamenteinquisitorial, colocam-se situa-ções já delineadas como anta-gônicas: o Ministério Públicovai dizer que foram eles os au-tores; os acusados (pai biológi-co e madrasta da menina), irãopersistir na negativa de autoria,enquanto a defesa martelará atecla da inocência do casal e

da existência de um terceiroelemento na cena do crime.Sendo assim, e havendo sen-tença de pronúncia, sete jura-dos — juízes de fato — ouvirãoexatamente esses argumentoscompletamente diferentes umdo outro para decidir por qualtese irão optar. E antes, durantea instrução criminal, a fase pre-paratória do júri, testemunhas eaté os peritos serão convoca-dos para depor. De novo, acu-sação e defesa farão de tudopara extrair afirmações quepossam corroborar suas res-pectivas teses. Nesse sentido,se tiver qualidade, que faltou nocaso Suzane Richtoffen, o futu-ro júri poderá ser épico, lem-brando os inesquecíveis pro-motores e advogados que fo-ram marca registrada do Tribu-nal do Júri, atraindo platéiasembevecidas que hoje quasenão existem mais.

É preciso levar em conside-ração algumas colocações fei-tas pelo desembargador Can-guçu de Almeida, da 4ª CâmaraCriminal do Tribunal de Justiça,designado relator para conces-são de liminar em pedido dehabeas-corpus impetrado emfavor dos acusados da mortede Isabella Nardoni. Habilmen-te, ele colocou culpabilidade e

inocência em xeque: "Os pre-sentes autos retratam uma gran-de tragédia. Uma tragédia que,talvez, não seja maior do queaquelas outras com que, a cadadia, nos defrontamos, no exercí-cio dessa fascinante tarefa dejulgar (...) Mas uma tragédiaque, como poucas, nos questio-na e inquieta a propósito daverdade de tudo aquilo que efe-tivamente se passou naquelatrágica noite dos fatos." O de-sembargador se perguntou: "Seráque o desamor exagerado des-ses estranhos tempos que cor-rem terá chegado a um extre-mo tal que pudesse levar umpai, ou sua companheira, a tãocruelmente eliminar uma graci-osa filha de apenas cinco anose que, certamente, muito os teráamado? Ou será que o estrepi-toso evento terá levado às agru-ras da suspeita e da investiga-ção alguém que as coincidênci-as, algumas vezes imprevisíveise inevitáveis, fizeram, em algummomento, parecer autor de cri-

me que, quiçá, não deva ser le-vado à sua conta?"

Há mais observações embu-tidas no parecer do desembar-gador Canguçu: "Estes autostalvez retratem mais uma histó-ria daquelas onde quem pudes-se merecer reprimenda acabafavorecido por uma incontrolá-vel e desastrosa vocação dohomem para a insinceridade,para a inverdade, para a dissi-mulação. Queira Deus não ve-nham aumentar a estatística dosfeitos onde a Justiça concretanão pôde ser feita e onde o malterá prevalecido sobre o bem."

Tudo isso, de profundo signi-ficado, está dentro do texto denove páginas nas quais o de-

sembargador Canguçu de Al-meida analisa os limites consti-tucionais da decretação da pri-são temporária, o que é diferen-te, nos termos da Lei 7.960/89,da prisão preventiva.

O desembargador citou juris-prudência firmada no SuperiorTribunal de Justiça, no TribunalRegional Federal da 1ª Regiãoe no extinto Tribunal de AlçadaCriminal de São Paulo.

A receita do professor deMedicina Legal Hilário Veiga deCarvalho, pai de um juiz de Di-reito, foi seguida à risca: paraele, os corpos "falam", e o res-ponsável pelo exame necroscó-pico precisa saber "conversar"com eles, extraindo as informa-ções sobre tudo o que lhe acon-teceu. Deveria ser esta, dizia, atônica do laudo de exame ne-croscópico. Nesse sentido, asperícias, tanto do Instituto Médi-co Legal como do Instituto deCriminalística, foram as melho-res dos últimos tempos, bem noestilo CSI ("Crime Scene Investi-gation"), a série de tevê exibidapelo canal pago da AXN. Oapartamento palco da tragédiafoi examinado oito vezes pelosperitos, que mobilizaram até oNúcleo de Física para estabe-lecer a velocidade com que ocorpo despencou (72 km/h) e oimpacto sobre um gramadocom dez centímetros de alturaem terra fofa.

A perícia utilizou o "crimes-cope", a luz forense para locali-zar manchas e vestígios, desangue inclusive, em pontosimperceptíveis a olho nu. Um

reagente químico, "luminol",provoca em segundos o apare-cimento de uma luminosidadefosforescente, em tom azulado,

quando detecta uma manchade sangue, não importandose o local for lavado. No casoIsabella, o "luminol" foi usa-do para local izar manchasdentro do apartamento deonde ela foi jogada, no carroda família e no trajeto da ga-ragem para o elevador. Eramtrilhas de sangue, e não fos-se o "luminol", elas não teri-am sido descobertas. O "cri-mescope" está disponível naSuperintendência da PolíciaTécnico-Científ ica paulistadesde 2006, tendo sido usa-do no caso do assassinatodo coronel Ubiratan Guima-rães, da Polícia Militar, emsetembro do ano passado. Aacusada, uma advogada,ainda não foi submetida aojúri popular.

Essa prova é insofismável.Mas não cabe aos peritosapontar autores de crime, esim revelar como o assassi-nato foi cometido em duasetapas — a agressão física,dolorosa para a menina Isa-bella (foram encontrados coá-gulos de sangue nos pulmõese no coração, e a língua parafora é uma das característicasda asfixia mecânica) e o arre-messo do corpo pela janelacom ela ainda viva. Os peritosdescrevem como foi. Mas afir-mar quem foi é papel da in-vestigação, uma batalha jurí-dica para encaixar ou descar-tar suspeitos na cena do cri-me, que não tendo testemu-nhas visuais, depende exclu-sivamente da perícia para serreconstituída.

A frase do escritor ConanDoyle, colocada na boca dopersonagem Sherlock Hol-mes, saiu da ficção para setornar realidade: não existecrime perfeito (no caso Isabe-lla, a mise-en-scène tentouencobrir a realidade da causamortis) e sim investigaçõesperfeitas. A acusação diz quea investigação é perfeita. Adefesa diz que não, sugerin-do uma linha de investigaçãoque não ficasse restrita aopai e à madrasta da menina.Quem tiver razão, terá de pro-var o que argumenta na Jus-tiça. Este é, de agora em di-ante, o palco do caloroso de-bate. (PS) B

A A gaiola dos dogmas

Uma tragédia que,talvez, não seja maiordo que aquelas outras

que, a cada dia,nos defrontamos

O futuro juri poderáser épico, lembrando

os inesquecíveispromotores eadvogados

Não cabe aos peritosapontar autores decrime, e sim revelarcomo o assassinato

foi cometido

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO24 MAIO DE 2008

L E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã OL E G I S L A Ç Ã O

Advogado em São Paulo e diretorda Editora Juarez de Oliveira Ltda..

E-mail: [email protected].

JUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRAJUAREZ DE OLIVEIRA

ACORDOS/CONVENÇÕES/TRATA-DOS — Decreto n° 6.355, de17/1/2008 ("DOU" de 18/1/2008), promulga o acordo, portroca de Notas, entre o gover-no da República Federativado Brasil e o governo dos Es-tados Unidos da América,com as finalidades de facilitara transferência da titularidadede imóveis diplomáticos econsulares, inclusive residen-ciais, de propriedade do go-verno dos Estados Unidos daAmérica no território brasilei-ro, e de estabelecer procedi-mentos para instalação e fun-cionamento em território norte-americano de repartições di-plomáticas e consulares brasi-leiras, celebrado em Brasília,em 1/6/2007.

Decreto n° 6.358, de 18/1/2008 ("DOU" de 21/1/2008),dispõe sobre a execução noterritório nacional da Resolu-ção n° 1.771, de 10/8/2007,do Conselho de Segurançadas Nações Unidas, que reno-va o regime de sanções con-tra a República Democráticado Congo.

Decreto n° 6.357, de 18/1/2008 ("DOU" de 21/1/2008),promulga o acordo entre o go-verno da República Federativado Brasil e o governo da Repú-blica de Cabo Verde sobre oExercício de Atividades Remu-neradas por Parte do PessoalDiplomático, Consular, Admi-nistrativo e Técnico, celebradoem Praia, em 14/1/2005.

Decreto n° 6.364, de 23/1/2008 ("DOU" de 24/1/2008),promulga o Acordo de Coope-ração no setor do Turismo en-tre o governo da RepúblicaFederativa do Brasil e o gover-no da República Helênica,celebrado em Brasília, em 19/12/2002.

Decreto n° 6.374, de 18/2/2008 ("DOU" de 19/2/2008),dispõe sobre a execução do 59°Protocolo Adicional ao Acordo

de Complementação Econômican° 18, entre os governos da Repú-blica Argentina, da República Fe-derativa do Brasil, da Repúblicado Paraguai e da República Ori-ental do Uruguai, relativo a transa-ções comerciais em moedas lo-cais.

ADMINISTRAÇÃO FEDERAL — De-creto n° 6.354, de 17/1/2008("DOU" de 18/1/2008), dispõesobre a inclusão, no ProgramaNacional de Desestatização(PND), do projeto de irrigaçãoPontal, localizado no municípiode Petrolina, no Estado de Per-nambuco.

Decreto n° 6.359, de 18/1/2008 ("DOU" de 21/1/2008), dis-põe sobre o remanejamento,em caráter temporário, dos car-gos em comissão do Grupo-Di-reção e Assessoramento Supe-riores ( DAS) que menciona, edá outras providências.

Decreto n° 6.360, de 21/1/2008 ("DOU" de 22/1/2008),dispõe sobre o remanejamentode Funções ComissionadasTécnicas (FCT) do Ministério doPlanejamento, Orçamento eGestão para o Ministério dasCidades.

Decreto n° 6.363, de 23/1/2008 ("DOU" de 24/1/2008), dis-põe sobre o remanejamento deFunções Comissionadas Técni-cas (FCT) do Ministério do Pla-nejamento, Orçamento e Gestãopara o Ministério da IntegraçãoNacional.

Decreto n° 6.368, de 30/1/2008 ("DOU" de 31/1/2008),dispõe sobre o remanejamentode cargos em comissão do Gru-po-Direção e AssessoramentoSuperiores (DAS), altera a estru-tura regimental do Ministério daCultura, aprovada pelo Decreton° 5.711, de 24/2/2006, e dáoutras providências.

Decreto n° 6.367, de 30/1/2008 ("DOU" de 31/1/2008),dispõe sobre os encargos finan-ceiros das operações realiza-

PROGRAMA NACIONAL DE INCLUSÃO DE JOVENS — PROJOVEM — Medi-da Provisória n° 411, de 28/12/2007 ("DOU" de 28/12/2007, edi-ção extra), dispõe sobre o Programa Nacional de Inclusão deJovens (Projovem), instituído pela Lei n° 11.129, de 30/6/2005,altera a Lei n° 10.836, de 9/1/2004, e dá outras providências.

das com recursos dos FundosConstitucionais de Financia-mento, de que trata o artigo 1ºda Lei n° 10.177, de 12/1/2001.

Decreto n° 6.370, de 1/2/2008 ("DOU" de 6/2/2008), al-tera os Decretos n°s 5.355, de25/1/2005, que dispõe sobre autilização do Cartão de Paga-mento do Governo Federal(Cpgf), e 93.872, de 23/12/1986, que dispõe sobre a unifi-cação dos recursos de caixado Tesouro Nacional, atualizae consolida a legislação perti-nente, e determina o encerra-mento das contas bancáriasdestinadas à movimentação desuprimentos de fundos.

Decreto n° 6.371, de 12/2/2008 ("DOU" de 13/2/2008), dánova redação ao artigo 1º doDecreto n° 4.801, de 6/8/2003,que cria a Câmara de Rela-ções Exteriores e Defesa Naci-onal, do Conselho de Governo.

Decreto n° 6.372, de 14/2/2008 ("DOU" de 15/2/2008),aprova a estrutura regimental eo quadro demonstrativo dosCargos em Comissão e dasFunções Gratificadas da Supe-rintendência da Zona Francade Manaus (Suframa), e dá ou-tras providências.

ARMA DE FOGO — Medida Pro-visória n° 417, de 31/1/2008

("DOU" de 1/2/2008), altera eacresce dispositivos à Lei n°10.826, de 22/12/2003, quedispõe sobre registro, posse ecomercialização de armas defogo e munição, sobre o Siste-ma Nacional de Armas (Si-narm) e define crimes.

BEBIDAS ALCOÓLICAS — MedidaProvisória n° 415, de 21/1/2008("DOU" de 22/1/2008), proíbe acomercialização de bebidas al-coólicas em rodovias federaise acresce dispositivo à Lei n°9.503, de 23/9/97 (Código deTrânsito Brasileiro).

Decreto n° 6.366, de 30/1/2008 ("DOU" de 31/1/2008) ,regulamenta a Medida Provi-sória n° 415, de 21/1/2008, queproíbe a comercialização debebidas alcoólicas em rodovi-as federais.

EXPORTAÇÃO — Medida Provi-sória n° 418, de 14/2/2008("DOU" de 15/2/2008), alteraas Leis n°s 11.508, de 20/7/2007, que dispõe sobre o regi-me tributário, cambial e admi-nistrativo das Zonas de Proces-samento de Exportação, e8.256, de 25/11/1991, que criaáreas de l ivre comércio nosmunicípios de Pacaraima eBonfim, no Estado de Roraima,e dá outras providências.

MERCOSUL — Decreto n°6.356, de 17/1/2008 ("DOU"de 18/1/2008), dispõe sobrea execução da ResoluçãoGMC n° 72/06 ("OrçamentoProvisório da Secretaria doTribunal Permanente de Re-visão"), de 13/12/06, aprova-da pelo Grupo Mercado Co-mum do Mercosul.

PIS-PASEP E COFINS — De-creto n° 6.337, de 31/12/2007("DOU" de 31/12/2007, edi-ção extra), dá nova redaçãoao artigo 1º do Decreto n°5.821, de 29/6/2006, que re-duz a zero as alíquotas daContribuição para o PIS-Pa-sep e da Cofins, da contribui-ção para o PIS/Pasep-Impor-tação e da Cofins-Importaçãodos produtos que menciona,conforme disposições do § 3ºdo artigo 2º da Lei n° 10.637,de 30/12/2002, do § 3º do arti-go 2º da Lei n° 10.833, de 29/12/2003, e do § 11 do artigo8º da Lei n° 10.865, de 30/4/2004.

PORTOS — Medida Provisó-ria n° 412, de 31/12/2007("DOU" de 31/12/2007, edi-ção extra), dispõe sobre aprorrogação do Regime Tri-butário para Incentivo à Mo-dernização e à Ampliação daEstrutura Portuária (Reporto),instituído pela Lei n° 11.033,de 21/12/2004.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DOCRESCIMENTO — PAC — Decre-to n° 6.326, de 27/12/2007("DOU" de 28/12/2007), dis-crimina ações do Programade Aceleração do Cresci-mento (PAC) a serem execu-tadas por meio de transferên-cia obrigatória.

RESPONSABILIDADE FISCAL —Decreto n° 6.334, de 28/12/2007 ("DOU" de 31/12/2007),dá nova redação aos incisosdo artigo 2º do Decreto n°3.917, de 13/9/2001, que esta-belece os limites sobre o quedispõe o artigo 20, inciso I, alí-nea "c", da Lei Complementarn° 101, de 4/5/2000, para oMinistério Público e o Tribunalde Justiça do Distrito Federal edos Territórios, os ex-territóri-os do Amapá e de Roraima e,ainda, o Distrito Federal.

RIO SÃO FRANCISCO — Decre-to n° 6.365, de 24/1/2008("DOU" de 25/1/2008), dánova redação ao artigo 8º doDecreto n° 5.995, de 19/12/2006, que institui o sistemade gestão do Projeto de Inte-gração do Rio São Franciscocom as bacias hidrográficasdo Nordeste Setentrional.

SEGURANÇA PÚBLICA — Medi-da Provisória n° 416, de 23/1/2008 ("DOU" de 24/1/2008),altera a Lei n° 11.530, de 24/10/2007, que institui o Pro-grama Nacional de Seguran-ça Pública com Cidadania(Pronasci), e dá outras provi-dências. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 25MAIO DE 2008

DO DIREITO, por Fernanda SalGente

A advogada catarinenseCláudia Domingues Santos, 35anos, sócia do Doria, Jacobina,Rosado e Gondinho, vaiparticipar da reformulação daregulamentação sobretelecomunicações e detecnologia da informação deAngola. O projeto faz parte dasnovas estratégias para o setorangolano, que devem seraplicadas gradativamente até2015. Ela foi indicada pelotrabalho desenvolvido naTelecomunicações de SantaCatarina S.A. (Telesc), naAgência Nacional deTelecomunicações (Anatel) e naBrasil Telecom. "É gratificante,além de ser uma honra,participar da reconstrução deum país como Angola, que,infelizmente, foi devastado pelaguerra civil", diz. Vai trabalharcom consultores da suecaSwedtel International AB,empresa contratada pelogoverno angolano paracomandar a reestruturaçãodo país.Cláudia diz ter escolhido Direitopor acaso, já que pretendiaformar-se na área deComunicação. Prestouvestibular para ComunicaçãoSocial com ênfase emJornalismo na UniversidadeFederal de Santa Catarina.Concomitantemente, paraDireito na Universidade do Valedo Itajaí, de Florianópolis (SC),"mas sem nenhuma pretensãode cursá-lo". Como foiaprovada nos dois vestibulares,decidiu fazer as duasfaculdades. Dois anos depois,escolheu Direito e largou ocurso de Jornalismo. Formou-se em 1996. "Foi uma dasmelhores escolhas que fiz. Nãopoderia ser feliz, se nãoexercesse a apaixonanteprofissão escolhida", afirma.Cláudia diz ter ficado surpresacom a segunda colocação noconcurso público para a Telesc,empresa que trabalhou de 1997a 1998. Depois, mudou-se paraBrasília (DF), em 1998, paratrabalhar na Anatel. Um anodepois, recebeu o convite paraintegrar a área jurídica da BrasilTelecom, onde ficou até 2005,quando se mudou para o Rio deJaneiro para fundar, com umasócia, a banca XavierDomingues Advogados, que,em 2006, uniu-se ao Doria,Jacobina, Rosado e GondinhoAdvogados.Cláudia diz não existir umafórmula matemática paraconciliar trabalho, família e lazere que cada momento exige umapostura diferenciada. "Emalgumas épocas, a conciliaçãoé mais fácil do que em outras",comenta, acreditando quetrabalhar no que se gosta é umdos principais segredos para se

Giovanni Portilho Vescovi, 29anos, é jogador profissional

de xadrez desde os nove porinfluência do pai, José

Vescovi Junior, que gostavade jogar com os amigos e

ensinou-o quando ele tinhasomente três anos. Aos oito, a

família matriculou-o no ClubAthletico Paulistano e, no ano

seguinte, ele começou adestacar-se

internacionalmente. Apesar declassificado entre os 100

melhores do mundo e, desde2001, estar em primeiro lugar

no ranking brasileiro, o quepoderia antever uma carreirapromissora, Giovanni decidiu

optar por Direito: em 2005,graduou-se pela Universidade

Paulista e passou a darprioridade à carreira jurídica.

Escolheu Direito porquepretendia ser diplomata.

"Durante o curso percebi aafinidade com a área de

negócios internacionais eempresariais", explica,

afirmando que "a Advocaciapode ser comparada ao

xadrez já que o trabalho doadvogado exige planejamentoestratégico e muita atenção a

pormenores".Embora seja considerado

"jogador profissional" desdeos nove anos, Giovanni

acredita que somente aos 17é que iniciou a "carreira" no

xadrez. Já viajou para mais de40 países para defender o

Brasil em campeonatosmundiais. Em 1998, por

exemplo, foi campeão mundialjuvenil. Ganhou, também,

medalhas de prata em 1987,

Cláudia Domingues esqueceos esportes radicais parapensar em Angola

Giovanni Vescovi, ummestre internacional dexadrez que virou advogado

duas de bronzes em 1993 e1994, e ficou entre os sete

primeiros colocados em váriasdisputas. No Brasil, venceu

seis vezes o CampeonatoBrasileiro Absoluto. "Entre osresultados, gosto de lembrar

duas vitórias, em 2004 e 2006,sobre o ex-campeão mundialAnatoly Karpov", orgulha-se.

Giovanni atualmente éassociado ao Katz

Advogados, escritórioespecializado em Direito

Internacional, e sócio de umaempresa de eventos. Casado

com Dayse, com quem temdois filhos, Katherine eGiovanni, o advogado/

esportista desdobra-se paradividir o tempo entre a carreira

jurídica, os campeonatos dosquais ainda participa e a

família. Diz que apesar de serconvidado para participar de

torneios importantes (em

viver bem. Seguindo essafilosofia, consegue reservar umtempo para atividades que lheproporcionam prazer, comoleitura, música (toca violão),viagens (principalmente para olitoral, já que gosta de velejar), eesportes radicais, como rafting,rapel e trilhas, por acreditar quenada melhor que "a adrenalinapara uma reorganizaçãomental". B

março, disputou o Ibero-Americano, na Espanha, e

ficou em terceiro lugar), paraser um jogador de "primeira

linha" é preciso dedicaçãointensa, com, no mínimo, seishoras diárias de estudos. "Só

tenho acompanhado asatualidades, o que é muito

pouco para o xadrez",comenta, explicando que

reserva os finais de semanapara a família e para os

amigos, divertindo-se jogandofutebol e gamão. B

Divulgação Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO26 MAIO DE 2008

TRABALHO

ônia Maria Lacerda, da chapa "União e Força", é a nova presi-dente da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da2ª Região (SP) para o biênio 2008/2010. Ela venceu LucianaBertocco, da chapa "Participação Democrática", por 223 votoscontra 195 (a associação possui 483 eleitores; votaram 429 as-

sociados, tendo sido registrados cinco votos em branco e seis nulos). A

posse de Sônia Lacerda, que sucede Gabriel Lopes Coutinho Filho, foi nodia 17 de abril. A chapa eleita tinha, também, Thiago Melosi Sória (vice-presidente), Líbia da Graça Pires (diretora-secretária), Roni GenicoloGarcia (diretor-financeiro), Gézio Duarte Medrado (diretor-cultural),Maria Cristina Christianini Trentini (diretora de benefícios) e LianeCasarim Schrmann (diretora-social).

Sônia Lacerda vence na Amatra-SP

S

principal razão de exis-tência da Amatra-SP é a

luta institucional pela valori-zação do Poder Judiciário e deseus juízes, em especial daJustiça do Trabalho na 2ª Re-gião. Assim, a entidade con-tinuará se engajando nas lu-tas pela efetiva democratiza-ção do Poder, pela maior par-ticipação do conjunto dosmagistrados na sua estrutu-ra, pela criação de mecanis-mos efetivos de objetividadenas decisões administrativas,em especial naquelas que in-terfiram na atividade jurisdi-cional ou na vida profissio-nal dos juízes.

A luta pela eleição direta dosórgãos dos tribunais, a ampli-ação do colégio de desembar-gadores elegíveis, o assento evoz da Amatra-SP nas sessões

SÔNIA MARIA LACERDA* administrativas, os critérios ob-jetivos de promoções e designa-ções de juízes, entre outros, sãoelementos importantes nestademocratização. Além disso, ofortalecimento da Magistraturatambém passa por um plano re-muneratório com reajuste pe-riódico dos subsídios, reinsti-tuição do ATS, atuação forte noCongresso Nacional, no CNJ,nos tribunais e em outros ór-gãos. A independência do ma-gistrado no exercício jurisdici-onal é prerrogativa inalienávelda própria profissão e deve serobjeto de defesa intransigente,não apenas nos aspectos espe-cíficos das prerrogativas, mastambém no que concerne aquestões administrativas quepossam interferir nessa liberda-de.

A Amatra-SP continuará re-alizando esforços para a melho-ria das condições de trabalho

dos juízes da 2ª Região, por meiodo projeto de qualidade de vida,da luta pela pauta referência epela designação de auxiliaresfixos em cada vara ou em gru-pos delas. Também lutará pelaaprovação dos projetos de cria-ção de 141 cargos de juízes subs-titutos, cargos de desembargado-res, de assistentes para os juízessubstitutos e de assessores noTRT e por um plano de saúde

A

*Presidente da Amatra-SP.

mais adequado às necessidadesde seus beneficiários. Provoca-mos, na última gestão, a cria-ção pelo TRT do setor de apoiodos juízes substitutos e lutare-mos por melhores instalações.

Atualmente, é preciso voltaros olhos para algumas gravesdificuldades pontuais vividasem algumas comarcas, quepossuem enorme volume pro-cessual e carecem de condiçõescondignas de conforto e segu-rança, utilizam material defa-sado, possuem problemas estru-turais, etc. É preciso que a ad-ministração do TRT-SP estabe-leça critérios objetivos que ga-rantam a proporcionalidade dosrecursos materiais e humanosentre os diversos municípios da2ª Região, de conformidadecom o volume processual en-frentado pelos colegas, inclusi-ve no que diz respeito à desig-nação de juízes auxiliares. Além

disso, o trabalho em ambien-te com estrutura adequadadeve ser garantido a todos osmagistrados, sem exceção.

Buscaremos ainda, juntoao TRT-SP, segurança eficien-te para juízes, servidores eusuários de nossas instala-ções. A existência de detecto-res de metais já é realidade emfóruns de outros ramos doPoder Judiciário. Além disso,é obrigatória a existência deum serviço médico que dê su-porte a uma estrutura de ta-manha dimensão.

Apesar dos resultados já ob-tidos pela Amatra-SP dentro deseus fins institucionais, aindahá muito a fazer e todas essasmedidas terão reflexos diretosna melhor prestação da Justiçae no bom atendimento do ju-risdicionado. B

AnuênioO anuênio, por ter natureza

salarial e ser um benefício habitu-al, integra o cálculo de horas ex-tras do trabalhador. A decisão éda SDI-1 do TST ao garantir aum ex-auditor da Telemar NorteLeste S.A., de Minas Gerais, o re-cebimento das horas extras e asdiferenças referentes ao anuênio.(ERR 30.596/2002-900-03-00.0).

LERA constatação de doença pro-

fissional ligada à atividade exerci-da depois da demissão asseguraao trabalhador o direito à estabili-dade provisória. O entendimentoé da Quarta Turma do TST ao con-denar a Chocolates Garoto a in-denizar uma ex-funcionária queadquiriu Lesão por Esforço Repe-titivo. (RR 956/2000-007-17-00.1).

RescisãoA Quarta Turma do TST isen-

tou o Banco ABN Amro RealS.A. de pagar multa por atraso naquitação das verbas rescisóriaspelo fato de o vínculo empregatí-cio ter sido reconhecido judicial-mente. A Turma seguiu a OJ 35da SDI-1, segundo a qual a multaprevista pela CLT só é cabívelquando não há controvérsia judi-cial sobre o direito ao recebimen-

to das verbas rescisórias. (RR762/2004-009-06-00.2).

Hora extraMotorista de caminhão tem

direito a receber horas extrasquando comprovadas. A deci-são é da SDI-1 do TST ao negarrecurso da Martins Comércio eServiços S.A. e reconhecer queo trabalhador tinha direito àshoras extras pelo fato de o con-trole da jornada ser fiscalizadopor mapas de viagens e contro-le de diárias, além do tacógrafo.(ERR 693014/2000.9).

Estabilidade IO contrato de experiência não

garante estabilidade provisóriaem caso de acidente de trabalho.A decisão é da Terceira Turmado TST ao seguir a Súmula 333e negar recurso de um ex-funcio-nário da Indústria Agro PertencesLtda., de Cachoeira do Sul (RS),que estava em experiência quan-do sofreu acidente de trabalho efoi demitido sem justa causa. (EE827/2002-721-04-00.0).

Estabilidade IIAtraso na comunicação de

eleição para dirigente sindicalnão tira a estabilidade de funci-onários. Com esse entendimen-

subsidiário por pagamento deverbas trabalhistas a agentecomunitário de saúde. O enten-dimento é da Segunda Turmado TST ao acatar recurso deuma ex-agente comunitária desaúde da Comissão dos Bair-ros de Belém do Pará (CBB) econdenar a entidade juntamen-te com o município a quitar asverbas rescisórias da trabalha-dora. (RR 1838/2005-011-08-00.3).

Transferência"A transferência do trabalha-

dor do local de trabalho só éautorizada quando o cargo é deconfiança e existe necessidadede serviço em outra localidadeou quando houver a extinçãodo estabelecimento naquelelocal." A afirmação é do minis-tro-relator, José SimplicianoFernandes, ao negar recursoda Cia. Energética do Piauí(Cepisa), que transferiu um au-xiliar técnico de Teresina paraCristino Castro, no interior doEstado. (RR 184/2002-002-22-00-0).

Danos moraisEmpresa não pode ser res-

ponsabilizada por prisão indevi-da de funcionário no local de

trabalho. O entendimento é daSexta Turma do TST ao negarrecurso de um ex-supervisor daTelemont Engenharia de Comu-nicações, que entrou na Justiçapedindo indenização por danosmorais pelo fato de a empresatê-lo demitido três meses apóster sido preso por policiais nolocal de trabalho por supostofurto de fios de cobre e, somen-te depois de três dias, ter sidoconstatado que ele vendia ape-nas sucata com a autorizaçãoda própria empresa. Para osministros, a empresa não podeser responsabilizada por açãoequivocada da polícia. (AIRR581/2003-013-10-40).

FutsalO fato de o atleta ser amador

não impede o reconhecimentodo vínculo de emprego desdeque seja configurada a presta-ção de serviço não-eventual,sob dependência e medianteao recebimento de salário. Oentendimento é da Quarta Tur-ma do TST ao manter decisãodo TRT-RS e condenar o Grê-mio Porto Alegrense a pagar asverbas rescisórias a um jogadorde futsal por ter reconhecido ovínculo de emprego. (RR 744/2005-020-04-00.0). B

EsperaO período em que traba-

lhador espera por transporteda empresa é consideradocomo hora extra. O entendi-mento é da Quinta Turma doTST ao garantir a dois traba-lhadores da Cia. Vale do RioDoce o recebimento como ex-tra o período em que espera-vam e permaneciam em trans-porte da empresa após o re-gistro do ponto. (RR 102/2002-003-17-00.1).

to, a Primeira Turma do TSTdeterminou que a Cia. Paulistade Seguros, de Joinville (SC),reintegre duas dirigentes sindi-cais, demitidas um mês depoisda eleição para o sindicato. (RR747749/2001.3).

SaúdeO município é responsável

Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 27MAIO DE 2008

TRABALHO

Telemar Norte LesteS.A. foi condenadaa indenizar uma su-pervisora por danosmorais em R$ 4 mil

por obrigá-la a vestir-se de pa-lhaço, caipira, bruxa, entre ou-tras fantasias, para "alegrar" ossubordinados e fazer com queeles cumprissem metas. A deci-são é da Sétima Turma do TSTao manter sentença do TRT da3ª Região (MG), que havia au-mentado de R$ 2 mil para R$ 4mil o valor da indenização.

A supervisora foi contratada dedezembro de 2003 a junho de2005, inicialmente pela BH Tele-com Ltda. e depois pela TNL Con-tax S.A., para trabalhar na Telemarde Belo Horizonte (MG). De acor-do com as testemunhas, a funcio-nária, juntamente com outros su-pervisores, tinha de fantasiar-se di-ariamente para "alegrar" a equipe,o que a expunha as ironias doscolegas de trabalho.

Fantasia geraindenização

A primeira instância acatou opedido e condenou a empresa aindenizá-la. As partes recorreramao TRT-MG, que acatou somenteo recurso da supervisora e au-mentou o valor da indenizaçãode R$ 2 mil para R$ 4 mil, consi-derando que "a situação gerou so-frimento moral e violou o direito depersonalidade da funcionária,configurando ato ilícito e dano mo-ral". As empresas tentaram revertera decisão no TST, mas não conse-guiram por ser vedado à Corte oreexame de provas. (AIRR 309/2006-010-03-41.1). B

A

MotoristaA Segunda Turma do TST

acatou recurso de um motoris-ta da Cia. São Geraldo de Avi-ação e determinou que a 5ªVara do Trabalho de Aracajú(SE) aprecie o pedido de inde-nização por danos morais devi-do a doença profissional. Tan-to a vara quanto o TRT-SE ha-viam declarado incompetênciapara julgar o caso, afirmandoque seria de responsabilida-de da Justiça comum. (RR105/2004-005-20-00.3).

AdvogadoO INSS só pode nomear ad-

vogado autônomo para a defe-sa se comprovar a ausência deprocurador no local do trâmiteda ação. O entendimento é daQuarta Turma do TST ao negarrecurso da instituição e confir-mar entendimento do TRT da2ª Região (SP), segundo o qualo INSS não comprovou a au-sência de procurador na co-marca. Segundo a ministra-rela-tora, Maria de Assis Calsing, aLei 6.539/78 estabelece quesomente na ausência do servi-dor pode ser nomeado um ad-vogado. "Além disso, para apre-ciar a questão, necessitaria rea-nálise de provas, o que é veda-do à Corte", afirmou. (RR 2552/

1999-445-02-00.9).

Coletor de sêmenO trabalhador que desempe-

nha a atividade de coletor desêmen bovino é enquadradocomo rurícola. A decisão é daSexta Turma do TST ao afastara prescrição qüinqüenal e con-denar a Pecplan ABS Importa-ção e Exportação Ltda. a pagaras verbas decorrentes da resci-são contratual, como 40% demulta, reflexos no FGTS, horasextras, férias, entre outras. Aempresa argumentava que o di-reito do trabalhador havia pres-crito. (RR 712355/2000.0).

EletricistaA Segunda Turma do TST de-

cidiu, por unanimidade, rejeitarpedido de um ex-eletricista daCasa Rosa Combustíveis S.A.para ser reintegrado por ter sidoeleito suplente do conselho fiscaldo sindicato de classe. Após serdemitido, em 8/2003, o emprega-do entrou com pedido de reinte-gração ou pagamento de indeni-zação relativa ao período de esta-bilidade. Alegou que teria direitoao benefício, já que foi eleito diri-gente sindical até 2008. A empre-sa contestou alegando que a de-missão deu-se em razão da ex-tinção do estabelecimento. O pe-

dido do trabalhador foi rejeita-do, mas a segunda instânciareformou a sentença. A empre-sa apelou ao TST, que restabe-leceu a decisão de primeirograu. (RR-347/2004-089-09-00.0).

AposentadoA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTmanteve sentença que conde-nou a Companhia Riogranden-se de Telecomunicações (CRT)a devolver a um trabalhadoraposentado os descontos refe-rentes à fundação de previdên-cia privada da empresa. O em-pregador começou a trabalharna CRT em 1968 e, em 1977,ajudou a criar a Fundação dosFuncionários da CRT. Depoisde sair da empresa, entrou comação requerendo a suspensãodo desconto em folha e a repo-sição dos valores indevidamen-te descontados. Alegou que em1994 o estatuto passou a isen-tar os membros fundadores dodesconto. A fundação contes-tou alegando que o emprega-do esteve na assembléia queaprovou o desconto a todos osassociados. O pedido do em-pregado foi acolhido. A senten-ça foi mantida na SDI-1. (E-RR-719682/2001.1). B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO28 MAIO DE 2008

TRABALHO

indenização por aci-dente de trabalho,paga em forma depensão mensal comocomplemento de sa-

lário do trabalhador, constitui par-cela personalíssima e não é re-passada aos herdeiros em casode morte do titular. A decisão é daTerceira Turma do STJ, que pormaioria negou recurso da viúvade um trabalhador da MundialS.A. Produtos de Consumo.

O funcionário recebia pen-são mensal devido à perda damão esquerda em acidente detrabalho. A Justiça havia fixado aindenização em prestações men-sais até a data em que o traba-lhador completasse 65 anos. En-tretanto, como ele faleceu an-

Pensão por acidente não é patrimonialtes, a viúva entrou com ação pe-dindo que os herdeiros recebes-sem o valor até a data em que omarido completaria a idade fixadapara ter direito à indenização.

As primeira e segunda ins-tâncias negaram o pedido da vi-úva entendendo que a indeni-zação é personalíssima, ou seja,tem objetivo de recompor a per-da salarial do trabalhador devi-do a redução da capacidadeprodutiva após acidente. NoSTJ, a viúva contestou afirman-do que os herdeiros teriam di-reito à pensão pelo fato de aparcela ser patrimonial e nãopersonalíssima. Por maioria, aCorte negou recurso e mantevea decisão das instâncias inferio-res. (RESP 997056). B

A

Conselho Superior da Justi-ça do Trabalho (CSJT) apro-

vou o novo modelo de "GestãoCorporativa da Tecnologia da In-formação e das Comunicações"que passará a ser responsávelpela integração do TST, das 24Regionais do Trabalho e 1.370varas.

Com a integração, os atuaisgrupos de trabalho serão substi-tuídos por comitês setoriais, queserão responsáveis pelo desen-volvimento de projetos, aquisi-ção, consolidação e treinamen-tos aos servidores dos TST,TRTs e varas. O novo sistema ébaseado em teorias organizaci-onais, estudo de casos e avalia-ção de práticas na administra-ção pública e empresarial, ges-tão de pessoas, planejamentoestratégico, gerenciamento deprojetos, gestão da qualidade,melhoria de processos, gover-nança corporativa, comunica-ção institucional, governo ele-trônico, economia, orçamento efinanças, terceirização, consul-

Informática integrará tribunaistoria e planejamento, aspectoslegislativos e normativos.

O processo de informatizaçãocomeçou em 2002, com o Siste-ma Integrado de Gestão da Infor-mação (Sigi) e ganhou nova di-mensão com a implantação da in-formatização de todo o Poder Ju-diciário Federal (e-JUS), pela EC45 (reforma do Judiciário). Se-gundo Cláudio MascarenhasBrandão, do TRT da 5ª Região(BA) e presidente da Comissãode Avaliação de Projetos de Infor-mática do CSJT, a primeira fasedo novo modelo deve ser implan-tada até dezembro deste ano. Aconclusão está prevista para ju-nho de 2010. Ele explicou que oprojeto é "perfeito na questão deinfra-estrutura e que há garantiasde acesso a internet em todas asvaras brasileiras". De acordo comBrandão, "a informatização e inte-gração dos tribunais trabalhistascustaram, até agora, por volta deR$ 170 milhões e a previsão éde que, em 2011, chegue a R$450 milhões". B

O

GravidezA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-1 do TSTcondenou a Companhia de Da-dos do Estado do Rio Grande doSul (Procergs) a pagar a umaex-empregada os salários e re-flexos correspondentes ao perío-do de estabilidade provisória emrazão de tê-la demitido quandoestava grávida de sete meses. Aempregada entrou com açãosete meses depois do parto pe-dindo reintegração ou indeniza-ção correspondente ao períodode estabilidade. O pedido foi re-jeitado em primeira instância porentender ter havido renúncia aodireito, já que a Constituição as-segura a estabilidade desde quea ação seja ajuizada até cincomeses após o parto. A sentençafoi reformada pela SDI-1 que de-terminou o pagamento de salári-os e demais reflexos. (E-RR-776813/2001.9).

Justiça gratuitaÉ possível, em caráter excep-

cional, conceder o benefício daJustiça gratuita ao sindicato,isentando-o do pagamento decustas, se comprovada a condi-ção de instabilidade financeira.Com esse entendimento, aQuarta Turma do TST garantiu obenefício ao Sindicato dos Tra-balhadores nas Indústrias de Fi-ação e Tecelagem (Sindtêxtil).(RR-243/2005-134-05-00.9).

CaixaA Quarta Turma do TST isen-

tou a Companhia Brasileira deDistribuição (SupermercadosExtras) de pagar a uma ex-em-pregada indenização por danosmorais pelo fato de ela ter ad-quirido varizes. A operadora decaixa entrou com ação após serdemitida sem justa causa e pe-diu, entre outras verbas, horasextras, adicional noturno e deinsalubridade, indenização por

danos morais e materiais. Ale-gou que não tinha condiçõesadequadas de trabalho, faziamuito esforço físico, o que lheteria causado inúmeras varizesnas pernas e, como conseqüên-cia, fortes dores, obrigando-a ase submeter a uma cirurgia. Ojuiz de primeiro grau entendeuque as varizes não estavam re-lacionadas ao trabalho, mascondenou a empresa a pagar aempregada R$ 1.950,00 de in-denização por tê-la obrigado atrabalhar como caixa após a ci-rurgia. A empresa recorreu à se-gunda instância com sucesso.No TST a sentença foi mantida.

(RR 1512/2002-401-02-00.1).

ReenquadramentoO desvio de função não gera

direito a reenquadramento dofuncionário, mas apenas às dife-renças salariais respectivas. Comesse entendimento, a Quarta Tur-ma do TST negou o reenquadra-mento a um empregado da Com-panhia Riograndense de Sanea-mento (Corsan), desviado de fun-ção e manteve apenas o direitode ele receber as diferenças sala-riais. (RR-274/2002-721-04-00.5).

HomologaçãoA Segunda Turma do TST

manteve sentença que não ho-mologou acordo extrajudicial en-tre um empregado e a TabocasParticipações EmpreendimentosLtda. porque o trabalhador nãocompareceu à audiência inaugu-ral. O empregado entrou comação após ser demitido sem justacausa por não ter recebido corre-tamente as verbas rescisórias.Pediu horas extras, aviso prévio,férias proporcionais, 13º e FGTS.A empresa, no entanto, juntouaos autos petição em que infor-mava ter chegado a um acordoamigável com o empregado e re-queria homologação judicial,mas no dia da audiência inaugu-ral o empregado não compare-ceu e a ação foi arquivada. Aempresa recorreu requerendo ahomologação do acordo, semsucesso, pois a ausência do tra-balhador impediria o julgador deaferir se aquela transação extra-judicial atendia à pretensão doempregado. A Tabocas apelouao TST, sem sucesso. (RR55/2003-031-23-00.3).

IntimaçãoA intimação recebida pela par-

te, mesmo que em endereço dife-rente do indicado na contestação,é válida e atende à sua finalidade.Com esse entendimento unânime,a Terceira Turma do TST mantevesentença que condenou a Uniãode Educação e Cultura GildasioAmado em ação trabalhista movi-da por um ex-empregado. (AIRR1950/2004-001-17-40.1). B

FaxineiraA Seção Especializada em

Dissídios Individuais-2 do TSTisentou a Salute Administrado-ra e Corretora de SegurosLtda., de Porto Alegre (RS), depagar a uma faxineira o adici-onal de insalubridade por lim-peza em residências e escritó-rios. A decisão anterior haviasido contrária, com base emlaudo pericial, mas a empresarecorreu e a sentença foi refor-mada. Segundo o ministro-re-lator, Emmanoel Pereira, nãobasta a constatação da insalu-bridade por meio de laudo pe-ricial para a atividade ser con-siderada insalubre, ela tem deser classificada pelo Ministériodo Trabalho, o que não é ocaso da limpeza em residênci-as e escritórios. (ROAR 759/2005-000-04-00.3).

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 29MAIO DE 2008

*Advogado em Belo Horizonte (MG)[email protected]

CURSOS

PPPPPaella aella aella aella aella marinera e harmonizaçõesmarinera e harmonizaçõesmarinera e harmonizaçõesmarinera e harmonizaçõesmarinera e harmonizações

Uma dica simples efácil : ingredientespara Paella Leardi-ni, comprados empacotes de 400

gramas, nos supermercados:camarão, mexilhão, lula e pol-vo. Descongelar, refogar, acres-centar 1 xícara e meia de arroz,colocar o tempero (que vemnum saquinho) e cobrir comágua. Simples e deliciosa. Servede três a quatro pessoas. Para"incrementar", pode-se acres-centar camarões fritos inteiros.

Há quem prefira paellas comvinhos brancos, valorizando osabor dos frutos do mar. Prefi-ro os tintos, que se harmonizamcom o tempero.

Brancos - Casa Valdu-ga, chardonnay, granreserva, 2005, 13% deálcool, Vale dos Vinhe-dos (RS), Brasil (R$30,00). Amarelo claro,cristalino e brilhante,com aroma rico e jovi-al: manteiga, aspargos

e mel, além de frutas cítricas eflores brancas, no segundo pla-no. Corpo médio, sem desta-que para a madeira. Prevaleceno início o frescor da fruta; emcontato com a atmosfera, evo-lui e ganha um pouco de com-plexidade, lembrando cevadae milho, que se combinam commaracujá. Persistência média.

Canepa Finísimo, sau-vignon blanc, 2001,13% de álcool, Maipo,Chile (R$ 60,00). Sur-preendentemente jovempara a idade: palha cla-ro, bem viscoso, e comaromas cítricos e floraisbem vivos. Somam-se

manteiga, baunilha, aspargos,entre outros, desafiando o ol-fato a perceber mais detalhes.Corpo médio, com ótima aci-dez e estrutura, boa fruta, equi-líbrio e harmonia. Falta-lhe, po-rém, complexidade; mas isso,nem todos apreciam nos vinhosbrancos. Ótimo final de boca.Vale a pena experimentar.

Tintos - Punto Niño, ca-bernet sauvignon, reser-va, 2004, 14% de álcool,Vale de Rapel, Chile (R$30,00). Quase negro,nada translúcido, comaroma rico e delicioso:frutas vermelhas bemmaduras, chocolate ao

leite, madeira e couro crus,amêndoas e salame. Encorpa-do, equilibrado, harmônico,com taninos ainda bem vivos.Sabor de groselha e amoras, pi-mentão verde e cappucino. Boapersistência, na duração e noconteúdo. Excelente relaçãoentre custo e qualidade. Ven-dido pela World Wine.

Barranc dels Closos,2002, 14% de álcool, Pri-orat, Espanha (R$ 92,00).Rubi escuro e opaco,com perfume fechado,entre couro, chocolateamargo, madeira crua,ramagens, pimenta-do-reino, coco e geléia de

groselha. Um vinho essenci-almente ibérico: encorpado, fe-chado e austero, com taninosmarcantes, evoluindo positiva-mente no decanter. Referênci-as minerais e terrosas, combi-nando-se com amoras bem ma-duras e café expresso. Bom re-trogosto, inclusive na duração.

Dica: para uma paella com-pleta, basta acrescentar 400gramas de carne de porco,frango e mesmo coelho. Cor-tar em pedaços pequenos,temperar previamente e fri-tar. Sobre esta base, acres-centar os frutos do mar eseguir a receita. B

Gladston Mamede

CÁLCULOS TRABALHISTAS — ALex Editora promove dias 30 e31, das 8h30 às 17h30, na Ave-nida Paulista, 1.337, 23/24° an-dares (São Paulo), o curso "Cál-culos Trabalhistas no ÂmbitoJurídico", com a professora An-dréia Tassiane Antonacci. Infor-mações pelo telefone (0xx11)2158-8629.

CONFLITOS SOCIETÁRIOS — A Asso-ciação dos Advogados de SãoPaulo (AASP) realizará de 5 a 7,às 19 horas, na sede social (RuaÁlvares Penteado, 151, São Pau-lo), curso sobre o "Contrato de Re-presentação Comercial e doAgente Distribuidor", sob a coor-denação do professor Bruno Frei-re e Silva; nos dias 5, 7, 12 e 14,às 19 horas, curso sobre "Contra-tos de Prestação de Serviços",sob a coordenação do professorLeslie Amendolara; de 5 a 8, às19 horas, curso sobre "Direito deFamília", sob a coordenação dosprofessores Marcial Barreto Casa-bona e Lia Justiniano dos Santos;e, nos dias 6, 7, 13 e 14, tambémàs 19 horas, curso sobre "Respon-sabilidade Penal na AtividadeEconômico-Empresarial II", sob acoordenação do professor Leo-nardo Sica. Inscrições em www.aasp.org.br. Informações pelo tele-fone (0xx11) 3291-9272.

CONTRATOS INTERNACIONAIS — ALex Editora promove dias 28 e29, das 8h30 às 17h30, na Aveni-da Paulista, 1.337, 23/24° anda-res (São Paulo), o curso "Contra-tos Internacionais", com o profes-sor Luis Alejandro Estoup. Infor-mações pelo telefone (0xx11)2158-8629.

DIREITO ELEITORAL — A Facul-dade de Direito de São Bernar-do do Campo realiza dias 5, 7,12, 14, 29, 26, 28 e 2, 4 e 9 dejunho, das 19h30 às 22h30, naRua Java, 425 (Jardim do Mar,São Bernardo do Campo), o

curso de extensão universitária"Direito Eleitoral para as Elei-ções de 2008: uma visão práti-ca", com a coordenação de Ar-thur Luiz Mendonça Rollo eCarlos Eduardo Cauduro Padin.Informações pelo telefone (0xx11)4123-0222, ramais 202 e 210 [email protected]

DIREITO LOCATÍCIO — A EscolaSuperior de Advocacia da OAB-SP promove de 7 a 9, das 9 às12 horas, no Largo da Pólvora,141, sobreloja (Liberdade, SãoPaulo), o curso "Direito Locatí-cio". Informações pelos telefones(0xx11) 3277-7392 e 3209-4055.

DIREITO SOCIETÁRIO E MERCADO DECAPITAIS — A Lex Editora promo-ve dias 9 e 10, das 8h30 às17h30, na Avenida Paulista,1.337, 23/24° andares (SãoPaulo), o curso "Direito Societá-rio e Mercado de Capitais", comos professores Fabiano DelMasso e Paulo Egídio SeabreSuccar. Informações pelo telefo-ne (0xx11) 2158-8629.

DIREITO DO TRABALHO — O Insti-tuto Brasileiro de Direito SocialCesarino Junior (Ibdscj) promo-ve dia 16, no auditório do Sesc(Avenida Paulista, 119), a partirdas 11 horas, palestra do pro-fessor Luiz Carlos Bresser Perei-ra sobre o tema "O Novo EstadoSocial e a Flexi-Securidade (Di-reitos Trabalhistas e DireitosPrevidenciários: Oposição ouSobreposição?"). Inscrição peloe mail [email protected] ou pelo te-lefone (0xx11) 3285-0372. Meiahora antes da palestra será co-brado o valor de R$10,00 decada inscrito. Associados do Ib-dscj têm inscrição gratuita.

GESTÃO PARA ESCRITÓRIOS — ALex Editora promove dias 16 e17, na Avenida Paulista, 1.337,23/24° andares (São Paulo), ocurso "Gestão para Escritórios

de Advocacia", com o professorAlexandre Macedônia OuriquePereira. Informações pelo telefo-ne (0xx11) 2158-8629.

INVESTIMENTO ESTRANGEIRO — ASeção de Direito Internacionalda American Bar Associationpromove dias 8 e 9, no HotelMercure Ibirapuera (São Paulo),a conferência "Desafios Legaispara o Investimento Estrangeirona América Latina". Inscriçõesem www.abanet.org/intlaw.

NEGOCIAÇÃO — A Escola Supe-rior de Advocacia da OAB-SPpromove de 5 a 25, às segun-das-feiras, das 9 às 12 horas,no Largo da Pólvora, 141, so-breloja (Liberdade, São Paulo),o curso "Técnicas de Negocia-ção para Advogados". Informa-ções pelos telefones (0xx11)3277-7392 e 3209-4055.

PROCESSOS ELEITORAIS — A Es-cola Superior de Advocacia daOAB-SP promove dias 16,17,30e 31, das 14 às 18 horas, noLargo da Pólvora, 141, sobrelo-ja (Liberdade, São Paulo), ocurso "Processos Eleitorais". In-formações pelos telefones(0xx11) 3277-7392 e 3209-4055.

RELAÇÕES SINDICAIS — O CanalExecutivo (Rua Adolfo Tabacow,144, Itaim, São Paulo) promovedias 2 e 3 de junho, a 3ª ediçãodo treinamento "Gestão de Rela-ções Sindicais", com Edno BentoMartins. Informações pelo telefo-ne (0xx11) 3079-9910.

RESPONSABILIDADE CIVIL — A Es-cola Superior de Advocacia daOAB-SP promove até 4 de ju-lho, às sextas-feiras, das 9 às12 horas, no Largo da Pólvora,141, sobreloja (Liberdade, SãoPaulo), o curso sobre "Respon-sabilidade Civil". Informaçõespelos telefones (0xx11) 3277-7392 e 3209-4055.

TRABALHO — A Escola Superi-or de Advocacia da OAB-SPpromove de 2 a 30 de junho, àssegundas-feiras, das 9 às 12horas, no Largo da Pólvora,141, sobreloja (Liberdade, SãoPaulo), o curso "As Provas noProcesso do Trabalho". Infor-mações pelos telefones (0xx11)3277-7392 e 3209-4055. B

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO30 MAIO DE 2008

17 dias pela Itália (Sicília). Auguri!17 dias pela Itália (Sicília). Auguri!

U

LAZER

ROTEIRO E INDICAÇÕES DE MARIA MAZZA

Turismo

ma viagem pela Sicí-lia e pelo Sul da Itáliaé para ficar para sem-pre na memória. Oroteiro escolhido pelo

"Tribuna" inclui 17 dias passan-do pela Calábria, Puglia, CostaAmalfitana e Roma.

A Sicília é a maior ilha do Me-diterrâneo e reúne civilizações eculturas dos tempos gregos, ro-manos, cartagineses, bizantinos,espanhóis e normanos. Tem umlitoral esplêndido, uma gastro-nomia variada, muitas belezasnaturais e atrações como as ve-lhas cidades gregas (Agrigento,Selinunte, Segesta, Siracusa).

Calábria

O roteiro começa pela Calá-bria, na "ponta da bota". Umamistura de civilizações marcama história da Calábria. Banhadapor dois mares (Tirreno e Jô-nio), possuí praias (Tropea, Par-ghelia, Ricardi, Nicotera, Sangine-to) de águas cristalinas e limpas,que vão do azul turquesa ao verdeesmeralda. As cidades ficam notopo das montanhas.É nessa re-gião que está a Sila, área verdecom castanheiras e pinheiros,onde nascem os famosos funghiporcini. No inverno se transformaem estação de esqui. Entre asiguarias da região estão a lingüiçaapimentada, salames, queijos decabra, carne de caça, azeites e osfamosos figos recheados com no-zes. As principais cidades são Co-senza, Catanzaro, Vibo Valentia,Reggio Calabria e Crotone.

Na Calabria, não se pode deixarde visitar Messina e sua famosacatedral, assim como os "Bronzesde Riace", do século V a.C., no mu-seu nacional da Reggio-Calábria

Puglia

No extremo Sul da Itália, é

banhada pelo Adriático e peloJônio. Faz fronteira com Calá-bria, Basilicata, Campania eAbruzzo. A capital é Bari e entreas atrações estão a catedral deS.Nicola e templos construídosna era medieval, como Brindisi,Andria, Barletta, Trani, Ruvo diPuglia, Lucera, Tróia, Manfre-donia, Gallipoli. Abriga tambémo Museu Arqueológico, com re-líquias dos tempos gregos. Mis-tura ainda a arquitetura barroca,como a de Lecce, com habita-ções que remontam à pré-histo-ria, em forma cônica e com tetobranco. Entre as atrações natu-rais, montanhas, bosques egrutas formadas pelo mar, alémdo promontório de Garganio,em Foggia. Conta, ainda, com abasílica do santo mais novo daItália, o Padre Pio.

Costa Amalfitana

A parte mais alegre da re-gião é em Campânia, com sol oano inteiro, muita música,umpovo expansivo. Napoles é acapital, com inúmeros castelos,obras de arte, teatros (como osegundo mais importante daItália, o San Carlo) e o maiorporto mercantil do país. Entreoutras atrações, no entorno dacidade, o vulcão Vesúvio, as ru-ínas de Pompéia e a famosaCosta Amalfitana, com seus 30quilômetros rodeados de autên-ticos presépios como Positano,Amalfo, Sorrento, Ravello e asilhas de Capri, Anacapri, Proci-da e Vivara. E nessa área queficam as grutas Azurra e LoSmeraldo, com águas extrema-mente azuis e que só podemser alcançadas na maré baixa.

A gastronomia e um capítuloà parte, com a melhor muçare-la de búfala do país (de Batipa-glia), doces como a sfolgiatella,a pizza margherita, etc. Roma

Depois de tudo isso, ainda temRoma e toda a região da capitalitaliana. Além das visitas tradicio-nais, como Vaticano, Fontana DiTrevi, Praça da Espanha, etc. a 50quilômetros, por exemplo, está

Programação

A programação, feita pelo CTC Tour — telefone (0xx11) 3875-5666, inclui visitas a pontos turísticoscomo o Santuário de San Francesco de Paola, à cidade de Guardia Piamontese (que guarda ruelase escadas dos tempos da inquisição), o teatro Rendano, a catedral de Nossa Senhora de Achiropita.Tudo com guia falando Português (e locais que falam Espanhol, Italiano e também Português), ônibusde luxo para os traslados, hotéis de primeira categoria, com café da manhã.

O "pacote" oferece, ainda, 10 refeições e seguro viagem. A parte terrestre não inclui refeiçõese traslados diferentes do programado e extras. O preço da parte terrestre por pessoa em apto. duplo éde 2.795,00 euros, e a parte aérea, voando pela Alitalia (São Paulo/Palermo/Roma/São Paulo), custaa partir de U$ 1,136.00 mais as taxas de embarque. B

U

Frascatti, que produz o conhecidovinho branco e onde estão doislagos de origem vulcânica e cas-telos famosos, como Gandolfo, re-sidência de verão do papa, e oChigi, na cidade medieval deAriccia. Próximo ainda a Romaestá Tivoli, com a Villa Adriana,

construída no século II e que apre-senta os jardins da Villa d'Este,com cascatas, espelhos d'água emais de mil pequenas fontes. E,também, a região do Lazio, combelas praias e cidades como Sa-baudia, San Felice Circeo, asilhas de Ponza e Zannone.

Capri Palermo Faraglioni

Bari Amalfi Etna

Reggio Calabria Roma Sorrento

Agrigento Spiaggia Napoles

Divulgação

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO 31MAIO DE 2008

LAZER

órum de Guaru-lhos. O juiz come-ça a tomar o depo-imento de policiaisacusados de per-

tencer ao "Esquadrão da Morte"no processo sobre o assassinatodo marginal "Nego Sete". Ele in-daga a um investigador comoera o seu dia-a-dia na semanaque antecedeu ao crime.

- Naquele época, excelência,cursava o curso de Direito. Saiada delegacia, ia para a faculda-de e depois para a casa de mi-nha irmã. Todos os dias era amesma coisa, disse o policial.

O juiz quis saber onde airmã morava. O investigadorficou meio indeciso e não res-

À Margem da Lei

O juiz, ointerrogatório eo esquecimento

pondeu. O juiz, nervoso, inda-ga novamente.

- O senhor disse que todos osdias ia para a casa de sua irmã.Não é possível que o senhor nãolembre onde ela morava. Pelomenos o bairro o senhor nãolembra? O senhor quer que acre-dite nessa história?

O réu, um pouco pensativo,olha para seu advogado e afirma:

- Excelência, não estou lem-brado. Mas se o senhor der li-cença vou até lá embaixo epergunto para ela. Ela veio meacompanhando e pode dizeronde mora.

O juiz não permitiu e deu porencerrado o depoimento do "es-quecido" policial. B

MILTON RONDAS*

*Jornalista.

F

VALE A PENA

"Big Apple"... "A cidade quenunca dorme".... "A capital domundo"... ou, simplesmente,Nova Iorque, a cidade home-nageada e imortalizada na vozde Frank, é talvez o lugar maislembrado no imaginário popu-lar quando o assunto é viagemde turismo. Não é para menos,nas diversas opções de passei-os pela cidade é possível agra-dar pessoas de vários estilos egostos como, por exemplo: umjantar romântico no Central Park,compras em Chinatown, um pas-seio perdulário na famosa Madi-son Avenue, o roteiro noturnopelos mais de 40 teatros da Bro-adway, visitas culturais ao Metro-politan Museum of Art e ao Mu-seum of Natural History, ou, sim-plesmente, caminhar pela extra-vagante e excêntrica Time Squa-re. Não podemos esquecer, to-davia, dos pontos de parada obri-gatória, como subir no mirante

localizado no 102º andar do Empi-re State Building, avistar a Está-tua da Liberdade, passear pelaglamourosa 5ª Avenida e aden-trar a Igreja de Saint Patrick.

Recomendo, também, aindaque já o tenha assistido aqui noBrasil, a peça teatral "O Fantas-ma da Ópera", cujo sucesso jálhe rendeu vários recordes, in-clusive o de público e perma-nência, são duas décadas emcartaz. Da mesma forma, vale apena dar uma passada peloCarlyle Café (East Side) e tentara sorte em assistir o cineasta/ator/diretor Woody Allen apre-sentando-se com a "Eddy DavisNew Orleans Jazz Band". Umpasseio que ficará de forma in-delével em minhas reminiscênci-as, agora com mais razão, foiuma das visitas que fiz ao WorldTrade Center (WTC - Torres Gê-meas), em uma das oportunida-des em que estive em Nova Ior-

que. Com a famigerada fatali-dade, apagou-se um ponto deluz na imensa Nova Iorque,mas a mesma não perdeu seubrilho! Recomendo! B

PetersonZacarella,

advogado doLorena

AdvogadosAssociados.

TRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITOTRIBUNA DO DIREITO32 MAIO DE 2008

TRIBUNA DO DIREITO

Diretor-responsávelMilton Rondas (MTb - 9.179)

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Editor-chefeFran Augusti - [email protected]

Diretor de MarketingMoacyr Castanho - [email protected]

Editoração Eletrônica, Composição e ArteEditora Jurídica MMM Ltda.

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PUBLICAÇÃO MENSAL DAEDITORA JURÍDICA MMM LTDA.

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AS MATÉRIAS ASSINADAS SÃO DE EXCLUSIVARESPONSABILIDADE DOS AUTORES

PAULOBOMFIM

No quartel de San-tana, antes deter sido moradados irmãos An-drada, existiu

no século XVII a sede da fa-zenda do capitão SalvadorPires de Medeiros e de suamulher Ines Monteiro de Alva-renga, a célebre "Matrona" doseiscentismo paulista, propri-etários de terras na Serra daCantareira, no "Ajuá", e desesmaria no local denomina-do "Jatuai", em Sorocaba.

Salvador Pires de Medeirosera filho do capitão SalvadorPires, procurador do conselhoem 1563 e de Meciauçu, netade Antonio Rodrigues, portu-guês que já se encontrava em

Chão do nunca maisSão Vicente, antes de 1532, es-tabelecido no Tumiaru, e de An-tonia Rodrigues, filha do caci-que Piquerobi.

Da união da "Matrona" comesse sertanista que participoudas bandeiras de Nicolau Barre-to e Raposo Tavares, provémMaria Pires de Medeiros que secasa com Antonio Pedroso deBarros, potentado em arcos eterras, que toma parte em diver-sas entradas sulinas inclusivenaquela destroçada no Mboré.

Antonio Pedroso de Barrosfoi morto por seu cunhado Al-berto Pires que, enciumado,mata também a própria espo-sa. O temperamento violentodo cacique Piquerobi explodenum descendente, cinco gera-

ções mais tarde. O as-sassinato de AntonioPedroso de Barros da-ria início à luta dosPires e Camargos queensangüentaria SãoPaulo por mais de umséculo. Seu filho, Pe-dro Vaz de Barros, tor-na-se dos homens maispoderosos de Pirati-ninga, descobrindoouro no Ribeirão do Carmo enas proximidades de Furquim,em Minas Gerais. Foi casadocom Maria Leite de Mesquita,pais de Isabel Pais de Barroscasada com João Correia Pen-teado, antepassados de minhaavó Zilota que gerações maistarde, abrandaria o sangue de

Piquerobi e transfor-maria o ódio da "Ma-trona" num sorriso deperdão.

Entradas pelo chãodo nunca mais:

As últimas palavras permanecemFlutuando como

pássaros exóticos,

Na tarde cinza dos que não partiram.

O adeus floresce nas encruzilhadas,E a despedida é curva do caminho.O rio é espada separando corpos,

E o brilho do metal é pranto amargo.

Vozes do longe, canto de cachoeiras,Noivados do mistério, inquietaçãoCom botas de loucura e pés dourados...

As Serras são Penélopes fiandoDistância. Sobre seios de cristal,Os homens dormirão o último sono.B

Cruzadas

M. AMY

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Horizontais

1-(Dir.Not.) Escritório de tabeliãese escrivães; Tribunal de Recursos.

2-(Ciênc. Pol.) Vereador; (Dir.Civ.)Conjunto de bens integrantes dopatrimônio de uma pessoa físicaou jurídica.

3-(Dir.Virt.) Parte da memória docomputador que não pode sermudada(Read Only Memory);Estrada da antiga Roma, Via....;Símbolo químico da Prata.

4-Encanto, fascinação; Naquelelugar.

5-(Dir.Pen. ) Cruel, perverso; (Dir.do Trab.) Sigla da Consolidaçãodas Leis do Trabalho.

6-Que inspira aversão; Posiçãoou face.

7-(Dir. Regist.) Registro das es-crituras dos tabeliães; Divisão dapartida de vôlei.

8-Sigla da extinta Alemanha Ori-ental; Na linguagem jurídica, é oespaço de 24 horas.

9-Latido, ladrido; Sigla de senhor.

Verticais

1-(Dir. Adm.) Solenidade pública.

2-(Dir.Civ.) Aquele que foi toma- Soluções na página 10

do como filho.

3-(Med.Leg.) Órgão duplo glan-dular que segrega a urina; (Dir.Com.) Unidade de medida cor-respondente a um decímetro cú-bico.

4-Símbolo químico do Tálio; Ton-to, adoidado.

5-Fileira, renque (pl).

6-Na linguagem jurídica signifi-ca "veloz", "ligeiro".

7-"Aqui", em Francês; Iniciais do

pintor Dali.

8-Sigla de uma organização desolidariedade interamericana;(Teor. Ger. do Dir.) Norma jurídicaescrita ou costumeira (pl.).

9-Obedecer uma ordem de pes-soa física ou jurídica.

10-Rede de tevê a cabo; (Dir.Const.) Lei Delegada (Sigla).

11-(Dir. Proc.) O que envolve pe-dido. B

Poesias

eu olhar é uma lança

ardenteQue me penetra a alma

Irradia em meu corpo o prazerDa sedução erótica...

Teu olhar me entorpece o sentido

Teu olharElidio Ramires

(Advogado)

Enleva a libidoDespertando o desejo atrevidoDa paixão erótica!

Teu olhar traz-me o anseio incontidoDo amante rendido pelo prazerMetafísico do ato deamar! B

T

(Antiga Rua Maracá)