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JUNHO DE 2011 A rraiá do Engenho, realizado em 11 de junho, e 1º Congresso de Engenharia e Tecnologia da UFG, de 11 a 15 de abril, tiveram parceria do Senge- -GO para inovarem em qualidade. Objetivo é aproximar desde já o sindicato de seus futuros associados. N o último dia 7 de junho, o Senge-GO realizou o 1º Fórum de Sane- amento Básico e Gestão Am- biental em Goiás. Com pales- tras e debates, evento reuniu cerca de 150 pessoas no audi- tório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro- nomia de Goiás (Crea-GO). Saneamento e Meio Ambiente em pauta FONTE: CREA-GO ART Não deixe de anotar o nome do SENGE-GO na Ano- tação de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da pro- fissão e uma importante receita para a nossa entidade manter todos os servi- ços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lembran- do que os profissionais não sindicaliza- dos também devem fazer a anotação. Senge apoia estudantes página 03 página 04

Edição Maio de 2011

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Informativo do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás.

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JUNHO DE 2011

Arraiá do Engenho, realizado em 11 de junho, e 1º Congresso de Engenharia e Tecnologia da UFG, de 11 a 15 de abril, tiveram parceria do Senge-

-GO para inovarem em qualidade. Objetivo é aproximar desde já o sindicato de seus futuros associados.

No último dia 7 de junho, o Senge-GO realizou o 1º Fórum de Sane-

amento Básico e Gestão Am-biental em Goiás. Com pales-tras e debates, evento reuniu cerca de 150 pessoas no audi-tório do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agro-nomia de Goiás (Crea-GO).

Saneamento e Meio Ambiente em pauta

Fonte: Crea-Go

ARTNão deixe de anotar o

nome do SENGE-GO na Ano-tação de Responsabilidade Técnica (ART), no campo “Entidade de Classe”. É uma contribuição indispensável para o combate do exercício ilegal da pro-fissão e uma importante receita para a nossa entidade manter todos os servi-ços prestados aos associados. Portanto não esqueça de preenchê-la, lembran-do que os profissionais não sindicaliza-dos também devem fazer a anotação.

Senge apoia estudantes

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PALAVRA DO PRESIDENTE 02Senge em Notícias

A privatização e a terceirização dos ser-viços públicos vêm mostrando suas consequências danosas ao longo do

tempo. Nota-se a proliferação dos desvios, chamados popularmente de “gatos”, que tra-zem prejuízos significativos às empresas e, ao trabalhador, risco de acidentes.

Empresas passaram a contratar serviços de suas atividades-fim na expectativa de reduzir custos e melhorar qualidade, dispensando a mão de obra qualificada que possu-íam. Isto se tornou dor de ca-beça para os administradores, pois junto com a terceirização surgiu a proliferação dos “ga-tos” e a queda de qualidade nos serviços prestados.

Ao contratar os serviços ter-ceirizados, sem vínculo com as empresas, passou-se a oferecer o famoso “jei-tinho”, com consequente aumento das perdas comerciais, bem como a execução de serviços inadequados – o ganho em quantidade, no en-

Terceirização de serviços públicos aumenta fraudes

Gerson Tertulianoengenheiro eletricista e de Segurança do trabalho e Presidente do Senge-Go

PresidenteGerson Tertuliano

engº eletricista

diretoriaJoão Batista Tibiriçá

engº CivilAntônio Augusto Soares Frasca

GeólogoCláudio Henrique B. Azevedo

engº eletricistaArgemiro Antônio F. Mendonça

engº CivilJosé Augusto L. dos Santos

engº eletricistaCaio Antônio de Gusmão

engº CivilEdson Melo Filizzola

engº CivilMarcelo Pontes Pereira

engº CivilLuiz Carlos Carneiro de Oliveira

engº eletricistaJoão Dib Filho

engº eletricistaEduardo James de Moraes

engº CivilMarcelo Emilio Monteiro

engº agrônomoWanderlino Teixeira de Carvalho

Geólogo

Conselho FisCalEduardo Joaquim de Sousa

engº CivilAntonio Carlos das C. Alves

engº CivilAdelita Afonso Boa Sorte

engº eletricistaLeonardo Martins de C.Teixeira

engº CivilJosé Luiz Barbosa Araújo

engº agrônomo

rePresentantes junto à F.n.eAnnibal Lacerda Margon

engº agrônomoArgemiro Antônio F. Mendonça

engº CivilMarcos Rogério Nunes

engº agrônomoWanderlino Teixeira de Carvalho

Geólogo

jornalistas resPonsáveisSarah Mohn e Marla Rodrigues

diaGraMaÇÃoVinícius Alves

iMPressÃoStylo Gráfica

Circulação gratuita entre os associados.Endereço:

Av. Portugal nº 482Setor Oeste, Goiânia-GO

Telefones: 3251.8181 / 3251.8967Email: [email protected]: www.senge-go.org.br

Todos os artigos e citações aqui divulgadas são de responsabilidade da Diretoria. As matérias

assinadas são de responsabilidades dos autores e não correspondem necessiariamente

à opinião do Jornal.

triênio 2010/2013ÓrGãO DE DivulGAçãO DO SinDiCATO

DOS EnGEnhEirOS DE GOiáS

tanto, resulta na perda de qualidade.O risco para os trabalhadores consiste na

falta de treinamento – quase sempre pessoas sem habilitação e treinamento são contratadas para serviços especializados, com risco eleva-do de se acidentarem. Esta prática deve ser re-

vista pelas empresas públicas por ser danosa e, ao invés de gerar lucro, piora a imagem da concessionária frente à opinião publica, além de prejudicar os trabalhadores de carreira, legalmente con-tratados, que acabam sendo substituídos ou desviados de suas funções. Por conse-quência, são encaminhados ao ostracismo velado e termi-nam por perder suas habilida-des e vontade de trabalhar.

Esperamos que os gesto-res públicos se atentem para a situação, estu-dem a questão e adotem a política de valorizar seus quadros técnicos operacionais, pois as-sim irão despertar satisfação nos trabalhado-res, nas empresas e na sociedade.

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parceria 03Senge em Notícias

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Sindicato valoriza eventos estudantis

Já em sua 19ª edição, o Arraiá do En-genho ocorreu no último dia 11, no Ginásio Goiânia Arena, e teve um pú-

blico estimado em cerca de 5 mil pessoas. Com o apoio do Sindicato dos Engenheiros no Estado de Goiás (Senge-GO) e de duas empresas, os organizadores do evento con-seguiram garantir a participação das duplas sertanejas Luiz e Leandro e Gabriel e Rafa-el, além dos DJs Carrijo e Jovael, da boate Búfalo’s, na capital.

A festa, já tradicional em Goiânia, atrai estudantes de todas as áreas, mas é sempre organizada por alunos do último ano de Enge-nharia Civil da Universidade Federal de Goiás (UFG). São eles os responsáveis por arreca-dar a verba necessária para dar o pontapé nos trâmites do evento, incluindo a contratação de artistas, local, seguranças e alimentação.

Mas nem sempre é muito fácil, como explica Camila Guimarães, estudante do 8º período de Engenharia na UFG e participan-te do comitê organizador do Arraiá. “Sempre começamos a festa devendo, por isso é tão

importante o apoio de entidades como o Senge-GO para fazer com que tudo dê cer-to no final”, explica. Segundo ela, os alunos são orientados a buscar parceiros que pos-sam contribuir para que a festa seja garanti-da anualmente, como ocorre já há 19 anos.

Também com o apoio do Senge-GO, o 1º Congresso de Engenharia e Tecnologia da UFG (CET-UFG) substituiu as Semanas de Engenharia Aberta e de Engenharia Civil para concretizar-se em um projeto arrojado, com palestras, oficinas e minicursos para 14 diferentes formações (veja quadro) das áre-as de Engenharia, Agronomia, Arquitetura e Urbanismo e Biotecnologia. O evento ocor-reu de 11 a 15 de abril nos dois campi da UFG em Goiânia e foi encerrado com uma festa de confraternização para os alunos.

Nessa primeira edição, o tema foi Inter-disciplinaridade na Engenharia: Pesquisa, Inovação e Sustentabilidade, assuntos que pautam atualmente as principais discussões sobre a conquista do mercado pelos profis-sionais de Engenharia. Assim como ocorria

FACULDADES PARTICIPANTES DO CET-UFGAgronomia

Arquitetura

Biotecnologia

Engenharia de Alimentos

Engenharia Ambiental

Engenharia Civil

Engenharia de Computação

Engenharia Elétrica

Engenharia Florestal

Engenharia Mecânica

Engenharia de Minas

Engenharia de Produção

Engenharia Química

Engenharia de Software

nas Semanas de Engenharia Aberta e de En-genharia Civil, a organização do congresso, assim como a definição do tema e a escolha dos palestrantes, é feita pelos alunos. Neste ano, com um evento mais abrangente, todos os cursos tiveram representantes.

A renovação da organização ano a ano visa garantir que os eventos nunca tenham a mesma temática e estejam de acordo com as-suntos da atualidade. Além da transição das semanas para um evento único, os alunos – em sua maioria oriundos de centros acadê-micos – buscaram fazer um evento sem pre-cedentes, com temas que fujam do cotidiano das faculdades, desde explicações sobre Sustentabilidade e Plano Diretor, passando por tecnologias da informação como iPhone e Android, até técnicas para se falar em público.

SERvIçOS OFERECIDOS PELO SENGEAtendimento odontológico

• AdultosAtendimento às quintas-feiras, mediante agendamentoprévio com Idália pelo telefone 3251-8181.• CriAnçAs e AdolesCentes (PREvENçãO

ODONTOLóGICA)

Atendimento todos os dias, mediante agendamentoprévio com Idália pelo telefone 3251-8181.

• Convênio odontológiCoOferecemos convênio em todas as especialidades odontológicas.

Convênio Médico Unimed

Oferecemos convênio em todas as especialidades médicas, dentro do plano de saúde firmado junto à Unimed.• Convênio Com lAborAtórios médiCos• AssistênCiA JurídiCA trAbAlhistA

os atendimentos serão realizados com tabela própria

estudantes assistem a seminário no 1º Congresso de engenharia e tecnologia da UFG (Cet-UFG)

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edson Filizzola: "É preciso acelerar a universalização do saneamento básico"

evento 04Senge em Notícias

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senge-go e Abes promovem o 1º Fórum de Saneamento básico e gestão Ambiental

Atentos às mudanças legislativas e à neces-sidade de se discutir o manejo do meio ambiente, o Sindicato dos Engenheiros no

Estado de Goiás (SENGE-GO) e a Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (ABES) promoveram no último dia 7 o 1º Fórum de Saneamento Básico e Gestão Ambiental, rea-lizado no auditório do Conselho Regional de En-genharia, Arquitetura e Agronomia do Estado de Goiás (CREA-GO). Durante todo o dia os cerca de 150 participantes puderam acompanhar palestras e debates sobre o tema.

Além do SENGE-GO e da ABES, o evento teve o apoio do CREA-GO, da Federação Nacio-nal dos Engenheiros (FNE), da Associação dos Engenheiros da Saneago (ASES) e da Caixa de Assistência dos Profissionais do CREA-GO (MU-TUA). O colaborador responsável pela organiza-ção do Fórum foi o engenheiro civil Keillon Cabral, que selecionou os temas mais atuais, convidando autoridades no assunto para proferirem palestras.

Estiveram no Fórum autoridades como o pre-sidente da Companhia Metropolitana de Transpor-te Coletivo (CMTC), José Carlos Xavier, o Grafite; o presidente do Clube de Engenharia, Dolzonan da Cunha Mattos; o diretor financeiro da MUTUA--GO, Annibal Lacerda Margon; e o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Meia Ponte, Marcos Antônio Correntino da Cunha.

Compuseram a mesa diretiva do evento o vereador Fábio Tokarski (PCdoB); membro do Conselho Consultivo da ABES-GO, Livia Maria Dias; o representante da deputada federal Ma-rina Sant’Anna (PT-GO), Cláudio Marques Du-arte; representante do secretário estadual de Cidades Armando Vergílio, Marisa Pignataro; o diretor da Regional Centro-Oeste da FNE, Cláu-

atual do saneamento no Estado de Goiás.O salto no atendimento de serviços de sa-

neamento básico à população brasileira é ine-gável. De acordo com dados de 2008 do Siste-ma Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) do Ministério das Cidades, trazidos por Edson para sua palestra, 81,2% da população é beneficiada com abastecimento de água, 43,2% têm acesso a coleta de esgoto e 34,6% contam com o serviço de tratamento de esgoto. A Lei 11.445/2007 prevê a universalização destes ser-viços em um prazo máximo de 20 anos.

Edson afirma que para que a universaliza-ção ocorra no prazo desejado são necessários cerca de R$ 250 bilhões de reais, ou uma média de R$ 12,5 bilhões ao ano. Este valor representa cerca de 0,4% do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil. O engenheiro civil, que já foi presidente da ABES-GO, lembra que a associação acredita que a universalização dos serviços de sanea-mento básico no País pode ocorrer na metade deste tempo, se houver vontade política. “A gente não pode esperar esses 20 anos, princi-palmente porque o PIB brasileiro nunca cresceu tanto quanto nos últimos quatro anos”, afirma.

Dentre os municípios com mais de 300 mil habitantes, Goiânia é a 14ª cidade em serviços de saneamento. Se forem analisadas apenas as capitais do País, a cidade está em quarto lugar, atrás apenas de Brasília (DF), Belo Horizonte (MG) e Curitiba (PR). Mas ainda há muito o que fazer. As prioridades da Saneago para o Estado estão concentradas na região sul do Entorno do Distrito Federal, com a conclusão do Sistema Co-rumbá; e a Região Metropolitana de Goiânia, com a complementação das obras do Sistema João Leite. Edson Filizzola conclui que essa é uma das

dio Henrique Bezerra Azevedo; o presidente do SENGE-GO, Gerson Tertuliano; o presidente do CREA-GO, Gerson de Almeida Taguatinga; o presidente da ABES-GO, Mario Cezar Guerino; o secretário municipal de Planejamento, Urbanis-mo e Fiscalização, Roberto Elias Fernandes; e o presidente do Instituto Nacional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (INEAA), Francisco An-tônio Silva de Almeida.

Painéis da manhãO assessor de planejamento da Saneago,

engenheiro civil Edson Filizzola, abriu os painéis do Fórum com o tema Saneamento Básico em Goiás. Especialista em Saúde Pública e Planeja-mento e Gerenciamento de Recursos Hídricos, Edson é membro do Conselho de Recursos Hídricos do Estado de Goiás, do Conselho do CREA-GO e da diretoria do SENGE-GO. Sua participação trouxe ao Fórum informações im-portantes para a compreensão do panorama

Participantes da mesa diretiva discursaram sobre importância do eventoem auditório lotado, participantes puderam debater sobre saneamento básico e gestão ambiental

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Secretaria Estadual do Meio Ambiente e dos Re-cursos Hídricos (SEMARH), especialista em Plane-jamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos. Ele discursou sobre a Outorga do uso da água.

De forma simplificada, a água pode ser uti-lizada para diversos usos, como abastecimento humano, irrigação, geração de energia elétrica, navegação e indústria, entre outros. Para que esses usos possam ser utilizados de uma forma organizada é preciso que o Estado, por meio da outorga, autorize as atividades, observando quantidade e qualidade adequadas para atuais e futuras ações. Segundo explicou o superinten-dente, a outorga é o instrumento necessário para a utilização dos recursos hídricos, como forma de o Estado minimizar impactos ambientais.

As outorgas são emitidas pelo Estado, no nosso caso pela SE-MARH, que possui sua própria legislação so-bre recursos hídricos. Conforme informou Augusto, para cada tipo de atividade, são necessários documen-tos diferentes, mas em comum está o relatório de um profissional, que emite um estudo téc-nico sobre o local e as

Para eraldo Henrique, só a educação ambiental pode mudar o panorama atual

Presidente do SenGe-Go, Gerson tertuliano ressalta a importância dos jovens em eventos como o Fórum

05Senge em Notícias

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razões que faz com que o profissional de Enge-nharia esteja cada vez mais inserido na demanda do mercado de trabalho. “É um bom momento, de demanda imediata”, afirma.

Ações do homemProfessor da Universidade Federal de Goi-

ás (UFG) e vice-presidente da ABES-GO, Eraldo Henrique de Carvalho focalizou sua palestra – Ações antrópicas e suas interferências na saúde pública e no meio ambiente – na importância da gestão ambiental como forma de frear os fenômenos potencializados pela ação humana, como a chuva ácida, o efeito estufa e a redução da camada de ozônio. “Educação ambiental é a maneira mais rápida de se conseguir algum re-sultado”, explicou.

Eraldo Henrique é doutor em Hidráulica e Saneamento, coordena o curso de pós-gradua-ção em Tratamento e Disposição Final de Resí-duos Sólidos e Líquidos e preside a Comissão de Gerenciamento Integrado de Resíduos da UFG. Devido à sua experiência, o professor rea-lizou várias perícias ambientais para o Ministério Público e desenvolveu diversos estudos técnicos e projetos na área. Parte deste trabalho foi relata-do durante sua apresentação.

Para os profissionais e estudantes, que lota-ram o auditório do CREA-GO, ele relatou casos concretos de poluição e contaminação no Brasil e no mundo. Ele chama a atenção para o des-carte incorreto de substâncias, como sabões e detergentes, que poluem, por exemplo, o rio Tietê, em São Paulo. É possível recuperar essas águas? Segundo Eraldo Henrique, sim. “Tudo é uma questão de recursos. Recurso este que sai-rá do bolso de todos nós”, enfatiza.

Um exemplo bastante simples de como o descarte incorreto afeta diretamente a saúde da população é a construção de cisternas – próxi-mas ou não de fossas sépticas. Segundo Eraldo Henrique, se o processo de contaminação che-gar ao lençol subterrâneo, famílias inteiras esta-rão também se contaminando sem ao menos se darem conta disto.

Em aterros sanitários ocorre processo pareci-do. O descarte incorreto que pessoas comuns fa-zem, por exemplo, de medicamentos, lixo tecno-lógico e lâmpadas, pode não apenas contaminar lençóis subterrâneos como intoxicar os catadores de lixo. “O mínimo que podemos fazer é não dis-pensar material químico em embalagens de ali-mentos”, sugere o professor, que também chama à responsabilidade os profissionais que devem realizar projetos ambientalmente responsáveis para todos os setores da sociedade.

Painéis da tardeNa volta do intervalo para o almoço, tomou a

palavra o engenheiro civil Augusto de Araújo Al-meida, superintendente de Recursos Hídricos da

consequências do uso destas águas.A outorga é um dos instrumentos da Política

Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), tema do painel da advogada Tatiana Takeda, especialis-ta em Gestão Ambiental, Direito e Processo Civil, também professora do curso de Direito da Ponti-fícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO). Ela salienta que a lei 9.433/1997 criou a PNRH e o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos (SNGRH) como forma de reverter um qua-dro existente na década de 50, quando o País bus-cava desenvolvimento a qualquer custo e utilizava os recursos hídricos sem qualquer planejamento.

Para a produção desta lei foram levados em conta encontros internacionais que debateram sistemas de informação, a gestão integrada de bacias hidrográficas, o princípio poluidor-pagador e a cobrança pelo uso da água. A PNRH reflete uma intensa mudança valorativa em relação à uti-lização da água, às prioridades de seu uso, ao seu valor econômico, à sua finitude e à participa-ção popular na gestão dos recursos hídricos.

A professora enfatizou que desde a promul-gação da Constituição Federal de 1988 não exis-tem mais proprietários particulares de recursos hídricos. Isto quer dizer que as águas foram torna-das de domínio público. Tal fato não transforma o Poder Público Federal ou Estadual em proprietário da água, mas apenas em gestor desse bem.

Após o painel, foi organizado um debate e o sorteio de um netbook e de dois CDs da cantora de MPB Taís Guerino. A ganhadora do netbook foi Luciana Tibiriça e os CDs foram entregues a Patrícia Gambale e Patrícia Souza. Todos os par-ticipantes receberam certificados e ao final do evento confraternizaram em um coquetel promo-vido pela organização.

Para o presidente do SENGE-GO, Gerson Tertuliano, é preciso popularizar a necessidade de se fazer um planejamento ambiental em todos os projetos de Engenharia. Segundo ele, a participa-ção dos jovens em eventos como esse é de suma importância para o alcance deste objetivo. “Se precisarmos, faremos quantos fóruns se façam necessários para a conscientização da popula-ção”, enfatiza Gerson.

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realização 06

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Senge em Notícias

Em comemoração ao Dia do Geólogo, celebrado em 30 de maio, a Asso-ciação Profissional dos Geólogos de

Goiás (Ageco) realizou no dia 27 o seminário Geologia e os novos rumos no Brasil e em Goiás. Ministrado no auditório do Conse-lho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA-GO), o evento teve como objetivo ex-por temas atuais da mineração, bem como reunir os profissionais da área.

Durante o seminário, foram debatidos temas como Os geólogos e o marco regu-latório, estado atual e perspectivas, com o palestrante engenheiro José Mizael de Sou-za, consultor na área; Metas do gabinete de gestão da mineração da SIC-GO, ministrado pelo geólogo Tasso Mendonça Júnior, chefe do gabinete de Gestão de Mineração da SIC; Estrutura da litosfera e terremotos no Estado de Goiás, ministrado pelo geólogo José Edu-ardo Pereira Soares, professor da UnB; Plano de ação e orçamento da CPRM para o Centro--Oeste, que teve como palestrante o geólogo Reginaldo Alves dos Santos, chefe do Degeo--CPRM. Após o seminário, os profissionais participaram de uma confraternização no Clu-be de Engenharia de Goiás.

“Marketing para Engenharia e Arquitetura” foi o tema do mi-nicurso ministrado, em 18 de

maio, pelo engenheiro eletricista e mestre em Administração Ênio Padilha. Durante cerca de quatro horas, Padilha discorreu sobre os conceitos gerais de marketing, o detalhamento do mix de marketing e a co-municação com o mercado. Cerca de 40 pessoas participaram do evento, entre elas o representante da Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) em Goiás, Ricardo Veiga.

Segundo Padilha, o curso foi concentra-

Goiania sedia fórumcomemorativo ao

Dia do Geólogo

Durante a abertura do seminário, em discur-so, o presidente do Sindicato dos Engenheiros de Goiás (Senge-GO), Gerson Tertuliano, falou sobre o tema que tem sido veiculado na mídia a respeito da possível falta de profissionais nas áreas de Engenharia e Geologia. Tertuliano aler-tou a categoria a ficar vigilante para que não se permita a instalação de uma movimentação dis-torcida da realidade, que resulte na importação de engenheiros para ocupar as vagas de traba-lho destinadas ao mercado brasileiro.

Também em discurso, o presidente do CREA-GO, Gerson Taguatinga, enfocou a

necessidade de se divulgar à sociedade a participação dos geólogos na vida cotidia-na da sociedade, bem como a importância de se motivar estudantes a optarem pelo in-gresso na profissão. O presidente da Ageco, Nassri Bittar, falou sobre a potencialidade do Estado de Goiás e o crescimento da produ-ção. Ele criticou a falta de políticas públicas para a mineração e alertou para a necessi-dade de se criar centros de tecnologia de minerais com laboratórios aparelhados para fornecer o suporte necessário aos empresá-rios que vierem a atuar em Goiás.

Presidente do Crea-Go, Gerson taguatinga discursa na abertura do evento

engenheiro Ênio Padilha fala sobre estratégias de marketing

Senge-GO recebe minicurso sobre marketing

do, introdutório, conceitual e teve por objeti-vo dar aos participantes noções básicas so-bre marketing, bem como suas aplicações aos casos específicos da prestação de ser-viços de Engenharia, Arquitetura e Agrono-mia. Além disso, incorporou forte carga de conteúdo apresentado de forma didática e precisa, ancorado em textos, ilustrações e outros recursos para fixação de conteúdo.

Conceituado na área, Padilha é fundador e diretor da Trifase Engenharia, atuou duran-te 12 anos como projetista, consultor e as-sessor técnico, tendo realizado mais de 500 trabalhos em diversos estados brasileiros.

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opinião 07

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Senge em Notícias

Assédio Moral no trabalho* Por Isonel Bruno da Silveira Neto

O Assédio moral no trabalho, em ra-zão do seu considerável crescimen-to nas relações de trabalho atuais e

das suas terríveis consequências psíquicas e sociais, vem ganhando merecido destaque nos estudos e discussões médicas e jurídi-cas. Os fatores para esse crescimento são vários, dentre eles a exacerbada e agressiva competitividade que dá forma à atual organi-zação do trabalho, a globalização econômi-ca predatória que resulta na cultura do lucro a qualquer custo, dentre outros.

Trata-se de fenômeno com repercussões médicas, psicológicas e jurídicas, desper-tando a atenção e dedicação de profissio-nais dessas três áreas de conhecimento. Para a psicanalista e vitimóloga francesa Marie-France Hirigoyen, em sua obra Assé-dio Moral: a violência perversa no cotidia-no, traduzida para o Brasil no ano de 2000, assédio moral é “toda e qualquer conduta abusiva (gesto, palavra, comportamento, atitude...) que atente, por sua repetição ou sistematização, contra a dignidade ou a in-tegridade psíquica ou física de uma pessoa, ameaçando seu emprego ou degradando o clima de trabalho”.

Dessa referida definição, como também das várias outras produzidas por vários estu-diosos, os elementos básicos para caracte-rização do assédio moral seriam a conduta abusiva, o intuito de intimidar e humilhar, e a repetição, a sistematização da ofensa, da perseguição. Importante salientar que a questão é matéria de estudo e preocupação em todos os países modernos, tendo em vista suas terríveis repercussões psíquicas e sociais, podendo ser citado, como exemplo, as seguintes denominações mundo afora:

- harcèlement moral (assédio moral), na França;- bullying (tiranizar), na Inglaterra;- mobbing (molestar), nos Estados Unidos e na Suécia;- murahachibu, ijime (ostracismo social), no Japão;

*Isonel Bruno da Silveira Neto é assessor jurídico do Senge-GO

- psicoterror laboral, acoso moral (psicoterror laboral, assédio moral), na Espanha.

Comportamento da vítimaA Organização não governamental deno-

minada “Assédio Moral No Trabalho”, em seu site assediomoral.org, apresenta orientações básica para a vítima, de forma a minimizar as consequências do assédio:

• Resistir: anotar com detalhes toda as humilhações sofridas (dia, mês, ano, hora, local ou setor, nome do agressor, colegas que testemunharam, conteúdo da conversa e o que mais você achar necessário).

• Dar visibilidade, procurando a ajuda dos colegas, principalmente daqueles que testemunharam o fato ou que já sofreram humilhações do agressor.

• Organizar. O apoio é fundamental den-tro e fora da empresa.

• Evitar conversar com o agressor, sem testemunhas. Ir sempre com colega de tra-balho ou representante sindical.

• Exigir por escrito, explicações do ato agressor e permanecer com cópia da carta enviada ao D.P. ou R.H e da eventual respos-ta do agressor. Se possível mandar sua carta registrada, por correio, guardando o recibo.

• Procurar seu sindicato e relatar o acon-tecido para diretores e outras instâncias

como médicos ou advogados do sindicato, assim como Ministério Público, Justiça do Trabalho, Comissão de Direitos Humanos e Conselho Regional de Medicina (ver Re-solução do Conselho Federal de Medicina n.1488/98 sobre saúde do trabalhador).

• Recorrer ao Centro de Referência em Saúde dos Trabalhadores e contar a humi-lhação sofrida ao médico, assistente social ou psicólogo.

• Buscar apoio junto a familiares, ami-gos e colegas, pois o afeto e a solidariedade são fundamentais para recuperação da au-toestima, dignidade, identidade e cidadania.

Essa organização ainda chama a aten-ção para que as testemunhas das agressões superem o medo e sejam solidárias ao cole-ga, até mesmo porque combater o fenôme-no assédio moral no ambiente de trabalho é a única forma da testemunha, no futuro, não ser outra vítima de abusos.

Por fim, é importante registrar que o ju-diciário trabalhista brasileiro também já inte-grou essa luta contra o assédio moral, até mesmo por se tratar de conduta que viola a dignidade da pessoa humana, um dos fun-damentos da República (artigo 1º da Consti-tuição Federal).

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FNE 08

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Como parte de uma série de iniciati-vas unificadas a se realizarem até 3 de agosto, as centrais sindicais

fizeram em 24 de maio último um gran-de ato em frente ao Congresso Nacional, em Brasília. Cerca de mil pessoas parti-ciparam, as quais, após a concentração nesse local, seguiram para o Salão Negro do Legislativo. Em pauta, a reivindicação da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição nº 231/95, de autoria dos senadores Paulo Paim (PT-RS) e Inácio Arruda (PCdoB-CE), que reduz a jornada semanal de trabalho de 44h para 40h, sem diminuição de salários.

Bandeira histórica do movimento, esse é um dos temas prioritários elencados em reunião na sede da UGT (União Geral dos Trabalhadores), em São Paulo, com a par-ticipação de dirigentes dessa organização, da CUT (Central Única dos Trabalhadores), CTB (Central dos Trabalhadores e Traba-lhadoras do Brasil), Força Sindical, NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores) e CGTB (Central Geral dos Trabalhadores do Brasil), no dia 9 do mesmo mês. Os demais são: fim do fator previdenciário; regulamentação da terceirização; ratifica-ção das convenções 151 e 158 da OIT (Or-ganização Internacional do Trabalho), que dispõem respectivamente sobre o direito de negociação do funcionalismo público e a proibição de demissão imotivada; e a questão das práticas antissindicais. Tais constam da pauta aprovada na Confe-rência Nacional da Classe Trabalhadora, realizada também na Capital paulista, em junho do ano passado. “Há total unidade nessas bandeiras. Queremos agora definir encaminhamentos nas negociações com o governo”, afirmou Vagner Freitas, diretor--tesoureiro da CUT.

Soraya Misleh

Aumentar a pressão por

Mobilização nacionalNo dia 3 de agosto, devem ocorrer ma-

nifestações em âmbito nacional, em que se incluirão os seis pontos preponderantes da pauta. A proposta é que na data se or-ganizem atos públicos de vulto em diversas capitais brasileiras, caracterizando o que os sindicalistas denominaram Dia Nacional de Lutas. A iniciativa foi previamente anunciada durante o Dia do Trabalhador – 1º de maio – para compor o calendário do movimento após essa celebração. A ideia é conjugá-la com a volta do recesso parlamentar no se-gundo semestre e pressionar o Parlamento e o Executivo federais a incluírem na agenda do período tais pleitos.

Wagner Gomes, presidente da CTB, apon-ta o panorama em que devem se dar as ne-gociações sobre esses temas: “Dentro do go-verno, tem uma ala rentista e uma parte que defende mais o desenvolvimento.” Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese (Depar-tamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), pondera que o embate exigirá negociação complexa. “São assun-tos complicados e de difícil regulamentação, porque existem diferentes interesses em jogo. Isso torna a tarefa da condução do processo

pelas centrais muito mais delicada. Exige mui-to mais unidade de ação e grande capacidade de mobilização dos trabalhadores.”

O deputado federal Paulo Pereira da Sil-va (PDT-SP), o Paulinho, presidente da Força Sindical, atesta e enfatiza: “Como acredito que vamos fazer muita pressão, acredito na votação da redução da jornada de 44h para 40h semanais (ainda em 2011).” Referindo--se sobretudo a esse tema, ele defendeu mobilização permanente no Legislativo, com iniciativas como plantão diário de centenas de sindicalistas na Câmara dos Deputados e a retomada da colocação de cartazes nos gabinetes dos parlamentares, indican-do quais apoiam a proposta de emenda à Constituição. A despeito da conjuntura com-plexa, Paulinho destaca um dado positivo. Segundo ele, pesquisa recente indicou que “53% são favoráveis à votação da redução da jornada e 47% se opõem”.

Outro tema que deve exigir mobilização está sendo colocado na agenda pelo gover-no: a desoneração da folha de pagamento. “A princípio somos contra”, disse o presidente da Força Sindical. A articulação das centrais cumpre, nesse sentido, papel de resistir tam-bém a investidas sobre os salários e a renda.

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