8
Petrobras passa a ser a segunda maior no mundo AG PETROBRAS/NELSON PEREZ ABR/ANTONIO CRUZ Custo da energia vai diminuir, segundo ministro Helicóptero híbrido finalmente revelado Bovespa também alcança a vice liderança mundial AS TARIFAS de ener- gia elétrica ficarão mais baratas. Isso deverá ocorrer a partir do mo- mento em que o retor- no financeiro das usinas hidrelétricas superar o valor investido, segundo informou o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, durante um programa oficial de radio. Uma usina hidre- létrica, segundo o mis- tro, se paga em 20 anos e dura mais de 200, com poucos investimetos e custo baixíssimo. PÁGINA 4 A BOLSA DE Valores de São Paulo tornou-se a segunda maior bolsa do mundo em valor de mer- cado. Com base nos preços das ações atingidos no pre- gão do dia 23, ela passou a valer R$ 30,4 bilhões, superando a Bolsa de Chi- cago, nos Estados Unidos. Segundo o seu presidente, Edemir Pinto, só a Bolsa de Hong Kong, na China, vale mais que a Bolsa de São Paulo. Ele disse ainda que a bolsa paulistana vale 25% a mais que a soma das bolsas de Nova York, Nas- daq e de Londres. De 2003 a 2010, o valor anual das transações na bolsa passou de R$ 200 bilhões para R$ 2 trilhões, o sexto maior do mundo. PÁGINA 2 O FMI ANUNCIOU que está tor- nando obrigatório para 25 países (entre eles, o Brasil) um exame regular da saúde de seu sistema financeiro. Por regulamento, todos os seus 187 países membros pas- sam por um “check-up da saúde econômica anual”, já que, até o momento, era realizado apenas com o consentimento dos Estados. Agora, A escolha foi baseada “no tamanho de seus setores financei- ros e suas conexões com outros países”. PÁGINA 7 A EUROCOPTER revelou um novo conceito de helicóptero híbrido X3 (foto) para competir com a concorrente Sikorsky, nos EUA. Ele apresenta as especificações de uma aeronave com decolagem vertical e com característi- cas de aeronave turboélice, permitindo que tenha um acréscimo de quase 50% a mais que o modelo da concorrente, chegando até 400km/h. O novo modelo possui duas hélices fixadas em dois mo- tores turbohélices montados em duas pequenas asas fixas. FMI monitora o Brasil e mais 24 países DIVULGAÇÃO/EUROCOPTER A PETROBRAS vai se tornar a segunda maior empresa petrolífera mundial após a conclusão da capitalização, que atingiu R$ 120 bilhões (US$ 70 bilhões). O valor de mercado da estatal vai saltar dos atu- ais US$ 213,10 bilhões para US$ 283,10 bilhões, superando o valor da PetroChina (US$ 265,92 bilhões). Com isso, passará a ficar atrás apenas da gigante americana Exxon Mobil, que somava US$ 314,93 bilhões em valor de mercado. A oferta de ações da Petrobras ocupou destaque na imprensa internacional. PÁGINA 3 NO PRÓXIMO DIA 1º (sexta-feira), circulará a edição especial do CAPITAL MERCADO & NEGÓCIOS sobre as eleições 2010 em Duque de Caxias. Nela o leitor vai dispor também de uma pesquisa exclusiva encomendada ao Instituto de Pesquisa Gerp, com as intenções de votos para deputados estaduais e federais no município. CAPITAL terá edição especial sobre eleições Moeda Compra (R$) Venda (R$) Variação % Dolar Comercial 1,708 1,710 0,05 Dólar Paralelo 1,830 1,930 0,00 Dólar Turismo 1,650 1,830 0,00 (U$) (U$) % Coroa Dinamarca 5,540 5,543 0,36 Dólar Austrália 0,961 0,961 0,23 Dólar Canadá 1,029 1,029 0,52 Euro 1,344 1,344 0,36 Franco Suíça 0,985 0,986 0,26 Iene Japão 84,310 84,340 0,13 Libra Esterlina Inglaterra 1,582 1,582 0,00 Peso Chile 485,300 485,800 0,25 Peso Colômbia 1.803,000 1.804,000 0,08 Peso Livre Argentina 3,940 3,980 0,13 Peso MÉXICO 12,577 12,582 0,33 Peso Uruguai 20,150 20,350 0,00 Índice Valor Variação % Ibovespa 68.815,97 0,91 Dow Jones 10.812,04 0,44 Nasdaq 2.369,77 0,48 IBX 21.470,89 1,01 Merval 2.600,63 0,89 Poupança 24/09 0,606 Poupança p/ 01 mês 0,585 Juros Selic meta ao ano 10,75 Selic over 0,985 TR 0,085 Salário Mínimo (Federal) R$ 510,00 Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88 ANO 2 N° 25 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 22 A 28 DE SETEMBRO DE 2010 | NAS BANCAS RS 1,00 Sobe a projeção do crescimento PÁG. 4 Câmbio* Câmbio* MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) MOEDAS COTADAS EM DOLAR (USA) Indicadores* Indicadores* (*) FECHAMENTO: 27 DE SETEMBRO DE 2010 (*) FECHAMENTO: 27 DE SETEMBRO DE 2010

Edição Nº 25

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Jornal Capital - Edição nº 25

Citation preview

Page 1: Edição Nº 25

1CAPITAL22 a 28 de Setembro de 2010

Petrobras passa a ser a segunda maior no mundo

AG

PET

RO

BRA

S/N

ELSO

N P

EREZ

ABR

/AN

TO

NIO

CR

UZ

Custo da energia vai diminuir, segundo ministro

Helicóptero híbrido fi nalmente revelado

Bovespa também alcança a vice liderança mundial AS TARIFAS de ener-

gia elétrica fi carão mais baratas. Isso deverá ocorrer a partir do mo-mento em que o retor-no fi nanceiro das usinas hidrelétricas superar o valor investido, segundo informou o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, durante um programa ofi cial de radio. Uma usina hidre-létrica, segundo o mis-tro, se paga em 20 anos e dura mais de 200, com poucos investimetos e custo baixíssimo.

PÁGINA 4

A BOLSA DE Valores de São Paulo tornou-se a segunda maior bolsa do mundo em valor de mer-cado. Com base nos preços das ações atingidos no pre-gão do dia 23, ela passou a valer R$ 30,4 bilhões, superando a Bolsa de Chi-cago, nos Estados Unidos. Segundo o seu presidente, Edemir Pinto, só a Bolsa de Hong Kong, na China,

vale mais que a Bolsa de São Paulo. Ele disse ainda que a bolsa paulistana vale 25% a mais que a soma das bolsas de Nova York, Nas-daq e de Londres. De 2003 a 2010, o valor anual das transações na bolsa passou de R$ 200 bilhões para R$ 2 trilhões, o sexto maior do mundo. PÁGINA 2

O FMI ANUNCIOU que está tor-nando obrigatório para 25 países (entre eles, o Brasil) um exame regular da saúde de seu sistema fi nanceiro. Por regulamento, todos os seus 187 países membros pas-sam por um “check-up da saúde

econômica anual”, já que, até o momento, era realizado apenas com o consentimento dos Estados. Agora, A escolha foi baseada “no tamanho de seus setores fi nancei-ros e suas conexões com outros países”. PÁGINA 7

A EUROCOPTER revelou um novo conceito de helicóptero híbrido X3 (foto) para competir com a concorrente Sikorsky, nos EUA. Ele apresenta as especifi cações de uma aeronave com decolagem vertical e com característi-cas de aeronave turboélice, permitindo que tenha um acréscimo de quase 50% a mais que o modelo da concorrente, chegando até 400km/h. O novo modelo possui duas hélices fi xadas em dois mo-tores turbohélices montados em duas pequenas asas fi xas.

FMI monitora o Brasil e mais 24 países

DIV

ULG

ÃO

/EU

RO

CO

PTER

A PETROBRAS vai se tornar a segunda maior empresa petrolífera mundial após a conclusão da capitalização, que atingiu R$ 120 bilhões (US$ 70 bilhões). O valor de mercado da estatal vai saltar dos atu-ais US$ 213,10 bilhões para US$ 283,10 bilhões, superando o valor da PetroChina (US$ 265,92 bilhões). Com isso, passará a fi car atrás apenas da gigante americana Exxon Mobil, que somava US$ 314,93 bilhões em valor de mercado. A oferta de ações da Petrobras ocupou destaque na imprensa internacional. PÁGINA 3

NO PRÓXIMO DIA 1º (sexta-feira), circulará a edição especial do CAPITAL MERCADO & NEGÓCIOS sobre as eleições 2010 em Duque de Caxias. Nela o leitor vai dispor também de uma pesquisa exclusiva encomendada ao Instituto de Pesquisa Gerp, com as intenções de votos para deputados estaduais e federais no município.

CAPITAL terá edição especial sobre eleições

Moeda Compra (R$)

Venda(R$)

Variação %

Dolar Comercial 1,708 1,710 0,05Dólar Paralelo 1,830 1,930 0,00Dólar Turismo 1,650 1,830 0,00

(U$) (U$) %Coroa Dinamarca 5,540 5,543 0,36Dólar Austrália 0,961 0,961 0,23Dólar Canadá 1,029 1,029 0,52Euro 1,344 1,344 0,36Franco Suíça 0,985 0,986 0,26Iene Japão 84,310 84,340 0,13Libra Esterlina Inglaterra 1,582 1,582 0,00Peso Chile 485,300 485,800 0,25Peso Colômbia 1.803,000 1.804,000 0,08Peso Livre Argentina 3,940 3,980 0,13Peso MÉXICO 12,577 12,582 0,33Peso Uruguai 20,150 20,350 0,00

Índice Valor Variação %

Ibovespa 68.815,97 0,91Dow Jones 10.812,04 0,44Nasdaq 2.369,77 0,48IBX 21.470,89 1,01Merval 2.600,63 0,89

Poupança 24/09 0,606Poupança p/ 01 mês 0,585

Juros Selic meta ao ano 10,75Selic over 0,985TR 0,085

Salário Mínimo (Federal) R$ 510,00Salário Mínimo (RJ) R$ 581,88

ANO 2 � N° 25 | CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA LTDA | 22 A 28 DE SETEMBRO DE 2010 | NAS BANCAS RS 1,00

Sobe aprojeção do crescimento

PÁG. 4

Câmbio*Câmbio*

MO

ED

AS

CO

TAD

AS

EM

DO

LA

R (U

SA)

MO

ED

AS

CO

TAD

AS

EM

DO

LA

R (U

SA)

Indi

cado

res*

Indi

cado

res*

(*) FECHAMENTO: 27 DE SETEMBRO DE 2010(*) FECHAMENTO: 27 DE SETEMBRO DE 2010

Page 2: Edição Nº 25

CAPITAL 22 a 28 de Setembro de 201022

O SEBRAE/RJ apresentou dia 27, o Programa Sebrae nas Comu-nidades Pacifi cadas. O objetivo é desenvolver o empreendedorismo nas 12 comunidades que recebe-ram UPPs (Unidades de Polícia Pacifi cadora), gerando emprego e renda para os moradores locais. A apresentação aconteceu no início da noite do dia 27, no Casa Cor, onde há espaços que foram decorados com objetos criados por artesãos de comunidades do estado do Rio de Janeiro.

O programa inclui um diag-nóstico em cada comunidade, para identifi car as potenciali-dades - ou seja, os segmentos que podem ser trabalhados, a fi m de gerar renda para a população; um levantamento do perfi l dos empreendimen-tos já existentes; a realização de cursos e palestras sobre gestão empresarial, de acordo com o perfi l e necessidades de cada comunidade, além de incentivo à formalização dos empreendedores locais. Todo o trabalho e a defi nição das ações a serem implementadas são realizados em parceria com as lideranças e associa-ções presentes na comunidade.

Em algumas comunidades, a atuação do Sebrae/RJ já co-meçou. No Santa Marta, por exemplo, primeira a receber uma UPP, a entidade está tra-balhando, principalmente, com o turismo, que é a principal vocação local. Além de treinar 50 moradores para atuarem como monitores de turismo local, o Sebrae/RJ começará a desenvolver roteiros comerciais

para serem oferecidos pelas operadoras aos interessados. A entidade começou também o trabalho na Cidade de Deus, no Pavão-Pavãozinho e Cantagalo, no Chapéu Mangueira e Ba-bilônia e no Borel. A entidade iniciará o projeto nos próximos meses na Formiga, no Andaraí, Providência, Salgueiro, Jardim Batan, Ladeira dos Tabajaras e Cabritos e Turano.

- O importante é incentivar o empreendedorismo com base nas vocações dessas comunidades. No Santa Marta, por exemplo, o turismo é focado na beleza natu-ral e nos mirantes naturais, já na Providência o foco será o turismo histórico. Aproveitaremos essas potencialidades para criar opor-tunidades de geração de negócios e renda para os moradores desses locais – fi nalizou Malta.

Oportunidades e Desafi os

GEIZA ROCHA é jornalista e secretária-geral do Fórum Permanente de Desenvolvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro Jornalista Roberto Marinho. www.querodiscutiromeuestado.rj.gov.br

CAPITAL EMPRESA JORNALÍSTICA Ltda - CNPJ 11.244.751/0001-70Av. Governador Leonel Brizola (antiga Presidente Kennedy)

nº 1995, Sala 804 - Edifício Sul América - Centro, CEP 25.020-002Duque de Caxias, Rio de Janeiro: Telefax: (21) 2671-6611

ENDEREÇOS ELETRÔNICOS:[email protected]@[email protected]

TIRAGEM: 10.000 exemplares

DEPARTAMENTO COMERCIAL:(21) 2671-6611 / 9287-1458 / 7854-7256 ID 8*21653

Diretor Geral: Marcelo Cunha ([email protected])Diretor de Redação: Josué Cardoso ([email protected])

Paginação e Arte: Alberto Ellobo (21 9320-1379)

Colaboradores: Arthur Salomão, Karla Ferreira, Frederico Costa Ribeiro, Geiza Rocha, Jorge Cezar de Abreu, Leandro Feital, Patrícia Nascimento, Samuel Maia, Pedro Paulo B. Noyma e Roberto Daiub

Filiado À ADJORI - Associação de Jornais do InteriorFiliado À ADJORI - Associação de Jornais do Interior

A BOLSA DE VALORES de São Paulo (Boves-pa) tornou-se a segunda maior bolsa do mundo em valor de mercado. Com base nos preços das ações atingidos no pregão do dia 23, a bolsa passou a valer R$ 30,4 bilhões, superando a Bolsa de Chicago, nos Es tados Unidos (EUA). Segundo o presidente da Bovespa, Edemir Pinto, só a Bolsa de Hong Kong, na China, vale mais que a Bolsa de São Paulo. Ele disse ainda que a bolsa pau-listana vale 25% a mais que a soma das bolsas de Nova York, Nasdaq e de Londres.

No discurso que fez durante o lançamento da oferta pública de ações da Petrobras, Pinto rela-cionou a valorização da bolsa ao crescimento do mercado de capitais no país. De 2003 a 2010, o

valor anual das transa-ções na bolsa passou de R$ 200 bilhões para R$ 2 trilhões, o sexto maior do mundo. Ele disse, con-tudo, que ainda há espaço para avanços. Afirmou que, até 2014, o número de pessoas físicas que investem em ações deve

passar de 600 mil para 5 milhões. Mais 200 empre-sas devem abrir capital.

- Vamos observar outras aber turas de capi ta is , principalmente no setor de petróleo e gás – disse. Edemir Pinto observou ainda que esse processo pode ser acelerado ainda

mais com novas medidas do governo. “Essa expan-são pode ser acelerada com políticas públicas. Por exemplo, se redu-zirmos os custos regula-tórios e de tributos para empresas que vierem ao mercado de capitais para incentivar o investidor.”

Bolsa de São Paulo já é asegunda maior do mundo

BANCO DE IMAGENS

Incentivo ao empreendedorismo nas comunidades pacifi cadas

NESTA SEMANA, em que celebramos o Dia Mundial do Turismo, o Rio de Janeiro comemora também as pers-pectivas para o setor, que são animadoras. E vislumbra pela frente os desafi os que se impõem. Nos próximos seis anos, seremos sede de eventos mundiais, que começam com os Jogos Mundiais Militares, em 2011, passam pelo Rio +20, pela Copa das Confederações, Copa do Mundo, Olimpíadas e Paraolimpíadas. Por conta de todos estes eventos, uma série de investimentos está programado e, na medida em que forem sendo concretizados, eles irão modifi car por completo a confi guração da cidade e, mais do que isso, do estado.

Se por um lado vamos ter acesso a investimentos fundamentais para melhorar as cidades, vamos precisar de pessoas capacitadas para dar conta destas obras e atender aos turistas que virão nos visitar. É preciso, mais do que nunca, acrescentar qualidade a tudo o que oferecemos não só para quem chega, mas também para quem mora aqui.

Este é o momento de aproveitar todas as nossas vo-cações, que serviram inclusive de garantias ao comitê olímpico internacional, e fazer com que elas se trans-formem em ação. Já começamos a olhar para isso por meio do trabalho da Câmara Setorial de Cultura Turismo e Esportes, quando fi zemos o Caderno de Turismo do Estado, analisando a infraestrutura de cada uma das 92 cidades do estado para o Turismo. Estamos trabalhando, ainda, em um projeto denominado Rede de Formação Profi ssional Continuada, que se materializa num portal, em que serão oferecidos cursos de capacitação para que a população possa acessar gratuitamente.

Se por um lado entramos de uma vez por todas no circuito mundial e retomamos a posição de porta de entrada do País e da América do Sul, por outro, preci-samos investir pesadamente em áreas como Educação e qualifi cação profi ssional, Segurança e Meio Ambiente. Já demos alguns passos. Resta-nos não desanimar!

Page 3: Edição Nº 25

33CAPITAL22 a 28 de Setembro de 2010

Direito EmpresarialDireito EmpresarialARTHUR SALOMÕES

Capitalização da Petrobras faz Bovespa ser a segunda maior do mundo

(*)ARTHUR SALOMÃO É ESPECIALISTA EM DIREITO EMPRESARIAL E RECUPERAÇÃO JUDICIAL.

A PETROBRAS vai se tornar a segunda maior em-presa petrolífera mundial após a conclusão da capita-lização, que atingiu R$ 120 bilhões (US$ 70 bilhões). O valor de mercado da estatal vai saltar dos atuais US$ 213,10 bilhões para US$ 283,10 bilhões, superando o valor da PetroChina (US$ 265,92 bilhões). Com isso, passará a fi car atrás apenas da gigante americana Exxon Mobil, que somava US$ 314,93 bilhões em valor de mercado.

A oferta de ações da Pe-trobras, com a arrecadação de ao menos R$ 120 bi-lhões, ocupou destaque na imprensa internacional na sexta-feira (24), em especial nos jornais especializados na cobertura de economia. O aumento da participação do governo na petrolífera, que possui agora 48% das ações, também foi bastante citado. O preço definido para o lançamento da ação preferencial é menor que o registrado no fechamen-to dos negócios ontem na BM&FBovespa (Bolsa de Valores de São Paulo), de R$ 26,89. O valor da ordi-nária também é menor - on-tem o papel encerrou o dia negociado a R$ 30,25ARRECADAÇÃO - Na maior oferta pública de ações do mundo, a empresa

arrecadou perto de R$ 120 bilhões e subiu no ranking das empresas de petróleo. A Petrobras anunciou, no mesmo dia, na Bolsa de Valores de São Paulo, que conseguiu captar os recur-sos que serão usados na extração do petróleo do pré-sal. O presidente Lula comandou a cerimônia de encerramento da oferta de ações da Petrobras. “A Pe-trobras se transforma na segunda maior empresa a valores de mercado, atrás apenas da Exxon por en-quanto”, destacou o mi-nistro da Fazenda, Guido Mantega.

Esta é a maior oferta pú-blica de ações do mundo. Participaram pequenos e grandes investidores na Bolsa de São Paulo e in-vestidores estrangeiros na Bolsa de Nova York. Mas quem mais comprou ações, cerca de dois terços do to-tal, foi o próprio governo brasileiro. O governo pagou as ações com 5 bilhões de barris de petróleo que se-rão retirados das reservas do pré-sal e aumentou sua participação no capital da Petrobras de 40% para 48%. Com a capitalização, por meio da venda de ações, a Petrobras deve colocar em caixa US$ 25 bilhões para investimentos sem os custos de um empréstimo.

Com capitalização, Petrobras vira 2ª maior petrolífera do mundo

A OPERAÇÃO de capi-talização da Petrobras de-verá trazer reflexos para o câmbio, na avaliação de analistas fi nanceiros. Com a entrada de mais capital no país, o mercado poderá observar uma pressão para baixo, fazendo com que o real se valorize ainda mais diante do dólar. “Devere-mos ver o fortalecimento do real com a chegada de

investimentos de fora”, diz o professor do Insper (ex-Ibmec), Otto Nogami. Com a oferta de ações, a empresa pode arrecadar até R$ 130 bilhões no mercado, que vão contribuir para fe-char uma conta de R$ 220 bilhões de investimentos estimados nos próximos cinco anos. A tendência de apreciação do dólar deverá ser acentuada ao longo deste

mês, segundo o economista da LCA Consultores Home-ro Guizzo. “Até o início de outubro, com a entrada de recursos no país, o movi-mento de valorização será mantido”, disse.

Para os analistas, essa valorização da moeda na-cional pode ser prejudicial para o mercado. “Certamen-te haverá uma pressão para baixo do dólar, o que pode

ser prejudicial para o mer-cado como um todo”, disse o professor de Mercado Financeiro e de Economia da Trevisan Escola de Ne-gócios, Alcides Domingues Leite Junior. Segundo o especialista, a volatilidade de dólares é negativa para, por exemplo, empresas que importam ou exportam, afetando, inclusive, seu planejamento.

Capitalização pode acentuar alta do real

A OPERAÇÃO de capita-lização da Petrobras, que foi comemorada sexta-feira na Bolsa paulista, já teve impacto direto nas posições da empresa e da BM&F Bovespa no ranking mundial. A Bol-sa tornou-se a segunda maior do mundo, ultra-passando concorrentes tradicionais, como Lon-dres e Nova York, e a Petrobras passou a ser a segunda companhia glo-bal de petróleo e a quarta maior empresa do mundo em valor de mercado.

Apesar de a oferta da estatal ter s ido bem-sucedida, somando R$ 120,3 bilhões, as ações da Petrobras encerraram em queda no pregão da última sexta-feira, dia que deu início à negociação

dos novos papéis. Apesar da queda, a operação da Petrobras fez com que o volume negociado na BM&F Bovespa na sex-ta-feira desse um salto, chegando a mais de R$ 11 bilhões, o maior des-de junho. O giro cresceu principalmente porque investidores que aderiram à operação da estatal ven-deram outras ações para fazer caixa, de olho na liquidação da operação, que será quarta-feira.

A capi ta l ização fez com que a Petrobras fi -casse atrás apenas da norte-americana Exxon no ranking global das empresas petrolíferas, por valor de mercado. Com a operação, a Petrobras passou a ter cerca de R$ 270 bilhões em valor de

mercado. Além disso, a Petrobras passou a ser a quarta maior empresa do mundo em valor de mercado, no ranking que inclui todos os setores da economia. Em primeiro nesse ranking geral tam-bém está a Exxon, seguida por PetroChina e Apple. A estatal brasileira ficou à frente, nesse ranking de companhias do porte de Microsoft, Walmart e General Electric.

Na cerimônia de sexta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lem-brou que a maior ope-ração de lançamento de ações da história “não aconteceu na Bolsa de Londres, nem na de Nova York. Foi na Bolsa verde-amarela, graças ao traba-lho da BM&F Bovespa e

da Petrobras”. Também na cerimônia, o minis-tro da Fazenda, Guido Mantega, lembrou que a capitalização da Petrobras permitiu ao governo elevar sua participação na empre-sa de 40% para 48%.

O ministro destacou que a operação “foi um sucesso em todos os sen-tidos”, transformando a Petrobras na segunda maior petroleira do mun-do. Segundo Mantega, a operação também serviu para mostrar que o Brasil está livre da “maldição do petróleo” (referindo-se aos países que viveram difi culdades econômicas por depender excessiva-mente desse produto). “No nosso caso, é a bên-ção do petróleo”, disse. (Fonte: DCI)

Page 4: Edição Nº 25

CAPITAL 22 a 28 de Setembro de 201044

AS TARIFAS de energia elétrica fi carão mais bara-tas. Isso deverá fi car mais perceptível para a popula-ção a partir do momento em que o retorno fi nanceiro das usinas hidrelétricas su-perar o valor investido. A partir de então, a operação dessas usinas necessitará de poucos investimentos e isso refl etirá nos preços co-brados do consumidor fi nal. A previsão é do ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann. Segundo ele, diferentemente do que muitos pensam, as tarifas de energia no Brasil não estão entre as mais caras do mundo.

- O Brasil tem uma ta-rifa que está em condição intermediária em relação a outros países do mundo. Até porque países em de-senvolvimento têm de im-plantar maior infraestrutura e, ao mesmo tempo, corrigir distorções econômicas e

sociais - disse Zimmermann após participar do progra-ma “Bom Dia, Ministro”, produzido pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, em parceria com a EBC Serviços.

Ele acrescentou que isso acaba gerando uma carga tributária maior para que o Estado possa atuar na correção dessas distorções.

“Quando você soma todos esses fatores resulta em uma tarifação intermediá-ria [para o padrão global]”, acrescenta. “Mas o modelo energético que adotamos é baseado na busca pela mo-dicidade dos preços. Em um prazo maior, tenderá a favo-recer a redução das tarifas”, disse. O ministro ressaltou que os investimentos em hi-drelétricas permitem custos

menores de geração. “Uma usina como Belo Monte tem um custo de R$ 70 o megawatt-hora (MWh). É quase dez vezes mais barata do que uma usina a óleo, que produz energia a um custo entre R$ 600 e R$ 700 por MWh. Portanto, quando priorizamos fontes mais ba-ratas, como as hidrelétricas, estamos exercendo uma po-lítica que visa a redução de preços, ainda que a médio prazo”, argumentou.

Zimmermann destacou que o “Brasil está anco-rado na hidreletricidade” e lembrou que uma usina hidrelétrica se paga em 20 anos. “Depois ela vai ope-rar por mais de 200 anos, com poucos investimentos e a um custo baixíssimo. Essa é a realidade que o Brasil tem pela frente: uma perspectiva de custo baixo que é natural para quem trabalha com fontes renováveis.”

Ministro anuncia que custo da energia no Brasil vai diminuir

ABR/ANTÔNIO CRUZ

PELA APOSTA nos no-vos negócios e pelo de-sempenho em prol do desenvolvimento eco-nômico do estado, a se-cretária-geral do Fórum Permanente de Desen-volvimento Estratégico do Estado do Rio de Janeiro, Geiza Rocha, colunista do Capital , recebeu dia 23, o Prêmio INRIO 2010 - Persona-lidades do Ano, ofereci-do pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Infor-mação Regional Rio de Janeiro (Assepro-RJ). Durante a cerimônia, no Centro de Convenções da Associação Comer-cial do Rio (ACRJ), foi entregue também o prêmio “Assespro Melhores Em-presas 2010”, para nove empresários do ramo.

- F izemos um gol . Estou honrada e feliz porque o prêmio traduz o reconhecimento do trabalho realizado pelo Fórum voltado ao desen-

volvimento econômico e social fl uminense - dis-se Geiza, que recebeu o prêmio das mãos do diretor-superintendente do Sebrae/RJ, Sergio Malta. Porta-voz do Fó-rum de Desenvolvimento do Rio desde 2008, Geiza Rocha é responsável por coordenar o trabalho das nove câmaras setoriais do Fórum, formadas pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj) e por mais 28 entidades e universi-dades. As câmaras reali-

zam debates sobre temas considerados estratégicos para o desenvolvimento do estado do Rio, com o objetivo de aproximar a sociedade civil orga-nizada do Parlamento Fluminense. Dentre os temas já discutidos pelo Fórum estão a Lei de Inovação Tecnológica Estadual, a questão dos royalties do petróleo, o desenvolvimento da indústria pesqueira e da Zona Oeste da cidade do Rio, dentre outros.

Colunista do Capital recebe prêmio

ALE

RJ/

TH

AÍS

A A

RA

UJO

A ESTIMATIVA de ana-listas do mercado finan-ceiro para o crescimento da economia neste ano oscilou de 7,47% para 7,53%, segundo o boletim Focus, divulgado dia 27 pelo Banco Central (BC). Para 2011, a projeção para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país, perma-nece em 4,5%. O boletim Focus também traz a ex-pectativa para a produção industrial, que continua em 11,37%, este ano, e em 5%, em 2011.

A projeção para a rela-ção entre a dívida líquida do setor público e o PIB passou de 40,60% para 40,70%, em 2010, e de 39,20% para 39,50%, em 2011. A expectativa para a cotação do dólar per-maneceu em R$ 1,75, ao fi nal deste ano, e em R$ 1,80, ao fim de 2011. A previsão para o superávit comercial (saldo positi-vo de exportações menos importações) permaneceu em US$ 15 bilhões, neste ano, e passou de US$ 9,90 bilhões para US$ 9,95 bi-lhões, em 2011.

Para o défi cit em tran-sações correntes (registro das transações de compra e venda de mercadorias e serviços do Brasil com o exterior), a projeção permanece em US$ 50 bilhões, neste ano, e em US$ 60 bilhões, em 2011.

A expectativa para o investimento estrangeiro direto (recursos que vão para o setor produtivo do país) continua em US$ 30 bilhões, neste ano, e em US$ 38 bilhões, em 2011.

Mercado eleva taxa de projeção do crescimento

Page 5: Edição Nº 25

55CAPITAL22 a 28 de Setembro de 2010

O CONSELHO Federal de Química (CFQ), órgão máximo para a área no país - criado em 1956 pela Lei nº 2.800/56 -, emitiu parecer favorável, no dia 2, para o reconhecimento do curso de Técnico em Polímeros, na modalidade subsequente, para quem já é formado no ensino médio, oferecido pelo Centro Vocacional Tecnoló-gico (CVT) de Saracuruna, escola ligada à Fundação de Apoio à Escola Técnica (Faetec). O processo para o reconhecimento do curso começou em janeiro deste ano e foi concluído na reu-nião plenária do CFQ, que

considerou que a estrutura curricular do curso ofereci-do em Saracuruna atende às disposições necessárias de resoluções normativas para o desempenho das ativida-des relativas aos Técnicos em Química ligados à insti-tuição, autorizando todos os alunos que se formarem pelo CVT a realizar seu registro nos Conselhos Regionais de Química (CRQs).

Essa certifi cação aumenta em muito a empregabilidade dos técnicos formados pela instituição em relação ao mercado, que agora passam a ter direito a um docu-mento que reconhece sua

capacidade técnica, válido em todo o Brasil. Para o professor Amauri Eugênio, coordenador do CVT, esse reconhecimento é muito bom para os alunos, mas também é muito importante para o próprio CVT.

- Com essa aprovação pelo CFQ, nossa escola passa a ser reconheci-da no meio empresarial como uma instituição de ensino de referência, ca-pacitada a formar técnicos químicos profissionais para o mercado. Isso é muito bom - afirma. Além do curso de Técnico em Polímeros, que tem dura-

ção de um ano e meio, o CVT Saracuruna oferece mais sete cursos de for-mação na área. São eles: operador de máquinas ter-moplásticas, administração e gestão de micro e pequenos empreendimentos, técnico de estocagem e armazenamento, operador de telemarketing, auxiliar de escritório e in-formática básica e profis-sional. Mais informações podem ser solicitadas na própria escola, localizada na Rua Padre Marinho nº 23, na Praça do Rosário, em Saracuruna. Ou pelos telefones 2678-5130 e 2678-7115.

CVT Saracuruna tem curso certifi cado pelo CFQ

NEM SEMPRE a pessoa apresenta sintomas evidentes logo no início da doença, o que difi culta ainda mais o diagnóstico precoce. Alteração na micção, com dor e/ou sangue ou mesmo queimação na hora de urinar; Acordar várias vezes durante a noite para urinar; Dor constante na região pélvica, nas costas ou mesmo na parte superior da coxa; Dor ao ejacular.

Que exames são feitos para detectar o câncer? PSA: Deve ser realizado anualmente, a partir dos 45 anos, através de um exame de sangue, onde será medida a quantidade de antígeno prostático. Quando muito elevada, de acordo com a idade, pode indicar anormalidade não órgão, como pode indicar anormalidade no órgão, como também câncer de próstata; Ultrassom transretal: Detecta tumores pequenos ou localizado em áreas da próstata não alcançadas pelo toque retal; Toque Retal: Deve ser feito uma vez por ano pelo médico. É indolor e rápido, podendo indicar a presença de alguma área área irregular ou anormalidade; Biópsia: Retirada de uma amostra de tecido de várias partes da próstata para confi rmar a doença e saber em que estádio ela se encontra.

Tratamento do câncer de próstata. Resseção transure-tal da próstata: É feita quando o tumor está em estágios iniciais; Prostatectomia: Cirurgia para retirada total da glândula quando a doença já abrange uma área maior da próstata; Radioterapia: Utilizado em tumores avançados que não tenham condições de serem removidos pela cirurgia ou mesmo casos iniciais em que o paciente não tenha condições clínicas mínimas de ser operado; Terapia Hormonal: Utiliza medicamentos para bloquear a produ-ção de hormônios masculinos e desacelerar o crescimento do câncer. É mais efi caz quando utilizada em combinação com a radioterapia, em casos já avançados.

Câncer de Próstata (fi nal)

ROBERTO DAIUB ALEXANDRE é médico cardiologista concursado da Prefeitura de Duque de Caxias, médico-chefe do Centro de Terapia Intensiva do Hospital de Clínicas de Teresópolis (Unifeso) e médico plantonista da emergência do Hospital das Clínicas Mario Lioni, em Duque de Caxias

COM O TEMA “Agricul-tura Familiar e Sustenta-bilidade”, a Secretaria de Meio Ambiente, Agricul-tura e Abastecimento de Duque de Caxias está pro-movendo a 2ª Conferên-cia Municipal de Política Agrícola e Desenvolvi-mento Rural. O encon-tro, aberto dia 27 e com término no dia seguinte, pretende sensibilizar e mobi l izar a sociedade para o estabelecimento de agendas, metas e planos de ação para enfrentar os problemas existentes na área rural do município e indicar prioridades de atuação do governo. A

primeira foi realizada há mais de 10 anos.

Os participantes vão ele-ger também os membros do Conselho Municipal de Agricultura, formado por 18 representantes da sociedade civil e do governo, e presi-dido pelo secretário Samuel Maia. A conferência é reas-lizada na sede da Associação de Antigos Funcionários do Banco do Brasil, na Alame-da Santa Alice, em Xerém. Ela conta com a participação de 100 delegados inscritos por entidades rurais, ONGs, associações e pelas Secre-tarias de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento e de Habitação.

Caxias discute desafi os e metas para o campoA PROJEÇÃO de analistas do mercado fi nanceiro para a infl ação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,01% para 5,05%, este ano, segundo o boletim Focus, elabo-rado pelo Banco Central (BC), com base nas expectativas para os

principais indicadores econômicos. Para 2011, a previsão para o IPCA oscilou de 4,95% para 4,94%. As projeções estão acima do centro da meta de infl ação de 4,5%. Essa meta tem ainda limite inferior de 2,5% e superior de 6,5%, e cabe ao BC persegui-la.

Estimativa de analistas de mercadopara a infl ação ofi cial chega a 5,05%

Page 6: Edição Nº 25

CAPITAL 22 a 28 de Setembro de 201066

País

Produção industrial cresce em quase todos os setoresO AUMENTO da produ-ção industrial, em agosto, foi mais disseminado que nos meses anteriores e atingiu quase todos os setores da indústria de transformação, de acordo com a pesquisa Sonda-gem Industrial, divulgada dia 24 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O levantamen-to, realizado com 1.603 empresas e concluído no último dia 21, mostra que dos 26 segmentos pesquisados, só a indús-tria de borracha registrou queda em relação a julho, mês em que nove setores apresentaram declínio (na comparação com junho).

Segundo a Sondagem

Industrial, a produção cres-ceu de 53,4 pontos, em julho, para 55,1 pontos no mês passado, e isso elevou a utilização da capacidade instalada (UCI) para 51 pontos, ligeiramente acima da UCI média para o mês analisado. Esse indicador é medido de zero a 100 e os valores acima de 50 indi-cam expectativa positiva. De acordo com a pesquisa, o nível de estoque fi cou em 51,4 pontos, acima do pla-nejamento das empresas, com destaque para os esto-ques maiores nas médias e grandes empresas, no total de 52,3 pontos. As reservas de produção nas pequenas empresas ficaram em 49 pontos.

O economista Renato Fonseca, da CNI, disse que a expectativa do em-presariado para os próxi-mos seis meses continua otimista, na marca de 61,5 pontos, um pouco acima da média históri-ca de 59,9 pontos. Ele explicou ainda que as perspectivas de elevação nas vendas puxaram as expectativas de compra de matéria-prima, cujo indicador marcou 59,1 pontos. Já as perspectivas sobre as exportações são positivas por parte das grandes empresas, que re-gistraram 54,1 pontos. O indicador foi menor entre as médias (49 pontos) e as pequenas (49,7).

ABR/ELZA FIÚZA

AO INAUGURAR dia 27, em Barra Bonita (SP), usinas termelétri-cas movidas a biomassa de cana-de-açúcar, o pre-sidente Luiz Inácio Lula da Silva afi rmou que os países ricos vão acabar buscando o álcool bra-sileiro como alternativa de combustível menos poluente. “O Brasil pas-sou a ser respeitado no mundo com a questão da cana-de-açúcar, por-que o mundo rico, seja a Europa, o Japão, os

Estados Unidos, têm a obrigação de parar de usar combustível que gere gás que polua o Pla-neta. Então, eles vão ter que utilizar outra coisa, e vão ter que usar etanol, vão ter que utilizar nosso álcool”, disse. As usinas integram o Programa de Aceleração do Cresci-mento (PAC).

Lula lembrou que há uma resistência dos Es-tados Unidos ao etanol brasileiro já que o país cobra uma tarifa para

dificultar a entrada do álcool. Ele afi rmou que, em algum momento, o país norte-americano precisará derrubar essa barreira. “Nos Estados Unidos o mesmo que fazemos de cana eles fazem de milho [sobre a produção de etanol], só que fazendo de milho eles encarecem a ração animal. E o álcool ame-ricano custa três vezes o preço do nosso, por isso que ficamos im-portantes, porque ago-

ra eles têm uma tarifa para impedir que nosso etanol chegue lá. Mas acho que a realidade vai obrigá-los, em qualquer momento, eles vão ter que abrir para importar o nosso álcool”, avaliou.

Lula estimou ainda que o provável aumento de vendas de etanol para o exterior contribuirá para o surgimento de postos de trabalho para absorver os cortadores de cana nas áreas de serviço das usinas.

Lula diz que países ricos buscarão etanol brasileiroO MINISTÉRIO Pú-blico Federal (MPF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) assi-naram protocolo de co-operação técnica para ampliar a articulação e a integração de ações destinadas a combater os crimes de corrup-ção em todo o país envolvendo recursos federais. As ações de-correntes do protocolo envolverão principal-mente a 2ª Câmara de

Coordenação e Revi-são do MPF, que atua na área criminal, e a Diretoria de Informa-ções Estratégicas da CGU, que corresponde às ações de inteligên-cia. O novo protocolo, com prazo de vigência inicial de três anos, será assinado pelo pro-curador-geral da Repú-blica, Roberto Gurgel, e pelo ministro-chefe da CGU, Jorge Hage.

CGU e MPF fi rmam parceria para combater corrupção

Page 7: Edição Nº 25

77CAPITAL22 a 28 de Setembro de 2010

Atualidade

Internacional

O GOVERNO brasileiro doou US$ 1 milhão ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV), passando a integrar o gru-po de países que apoiam fi nanceiramente a entidade de assistência humanitária na proteção às vítimas dos conflitos armados e de outras situações de vio-lência. Segundo o chefe da delegação do CICV para a Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai, Felipe Donoso, a doação foi feita durante o encontro do ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, com o presidente da enti-

dade, Jakob Kellenberg, no último dia 13, em Ge-nebra, na Suíça. Por meio de sua assessoria, o Itama-raty confi rmou a doação.

Donoso atribuiu a “boa notícia” à maior proje-ção do país no cenário internacional. Recente-mente, a revista britânica The Economist, uma das publicações de maior prestígio mundial, no-ticiou que o Brasil já se tornou um dos maiores doadores internacionais para projetos de caráter humanitário ou desen-volvimentista, seja por meio de programas como

os da Organização das Nações Unidas (ONU), para o Desenvolvimento (Pnud) ou de Alimentos e Agricultura (FAO), seja por meio da participação em iniciativas como a Missão de Paz no Haiti.

O CICV já mantém no Brasil acordos de coope-ração não-fi nanceiros não só com o governo federal - que, entre outras ações, participou da operação de resgate de reféns das Forças Armadas Revo-lucionárias da Colômbia (Farc) coordenado pela entidade - como também com diversos governos

estaduais, como os de São Paulo e o do Rio de Janeiro, a quem ofere-ce, entre outras coisas, cursos de capacitação em direitos humanos a policiais. Com um orça-mento anual estimado em cerca de US$ 1 bilhão, o CICV atua sobretudo em países onde haja confl itos armados defl agrados ou onde a dignidade huma-na esteja ameaçada. Em todo o mundo, a entidade conta com cerca de 100 milhões de colaboradores dispostos a atuar também em casos de catástrofes ambientais.

Governo brasileiro doa US$ 1 milhão para ações humanitárias da Cruz Vermelha

O IMPASSE NO Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a aplicação da Lei da Ficha Limpa nas eleições deste ano, deixa a socieda-de insegura, avalia o jurista e presidente do Instituto Brasiliense de Direito Pú-blico, Inocêncio Mártires Coelho. O julgamento no Supremo sobre o assunto, no dia 23, terminou em-patado em 5 a 5. A sessão foi suspensa antes de ser proclamada a decisão fi nal de como o impasse será resolvido. “A decisão jo-gou mais dúvidas sobre a sociedade, o que é um paradoxo porque a função do Tribunal é exatamente estabilizar as expectativas”, disse no dia seguinte o ju-rista, em entrevista à Rádio Nacional.

Mártires Coelho ressal-tou que a Lei da Ficha Limpa tem um apelo po-pular muito forte e que o impasse no Supremo com-plica o quadro político nas

regiões onde há candidatos impugnados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e aguardam o julgamento na Suprema Corte. De acordo com a análise do jurista, já que houve um empate no julgamento, a decisão sobre a aplicação da Ficha Limpa em 2010 deve fi -car nas mãos de um novo ministro do STF. O novo

ocupante do cargo ainda vai ser indicado pelo presi-dente Luiz Inácio Lula da Silva para substituir Eros Grau, que se aposentou em agosto.

O jurista lembrou que as campanhas dos can-didatos condenados pelo TSE com base na Lei da Ficha Limpa vão conti-nuar normalmente. Ele

destacou que o eleitor deve fi car atento, porque esses candidatos correm o risco de não assumir o cargo ou ter o mandato cassado. “Se um candi-dato impugnado chegar à vitória e mais adiante for declarada a aplicação imediata da Ficha Limpa, ele terá o mandato cassa-do”, afi rmou.

Indefi nição do STF sobre Ficha Limpa deixa sociedade inseguraA

BR/R

OD

RIG

UES

PO

ZZ

EBO

M

A CAIXA Econômica Federal liberou até o dia 20 deste mês R$ 4,791 bilhões em pa-gamentos do abono sa-larial e de rendimentos do Programa de In-tegração Social (PIS) referentes ao exercício 2010/2011, iniciado em julho último e que vai até junho do ano que vem. Foram R$ 4,445 bilhões em abonos de um salário mínimo e R$ 346 milhões de ren-dimentos. De acordo com dados da Caixa, 18,4 milhões de tra-balhadores têm direito ao abono salarial, no total de R$ 9,4 bilhões. Desses, 15,6 milhões são cadastrados no PIS e o restante faz parte do Programa de For-mação do Patrimônio do Servidor (Pasep), que é gerenciado pelo

Banco do Brasil. Quan-to aos rendimentos do PIS, 28,1 milhões de trabalhadores com ren-dimentos acima de dois salários mínimos fazem jus ao benefício, no total de R$ 1,45 bilhão.

O pagamento do PIS pode ser liberado por crédito em conta-corrente, pela empre-sa ou com o Cartão do Cidadão. Para os clientes da Caixa, os benefícios estão sen-do creditados desde o dia 20 de julho. As empresas conveniadas com a Caixa também já incluíram o benefí-cio nos contracheques de julho e de agosto, e com o Cartão do Cidadão o saque pode ser feito de acordo com o calendário de pagamentos por mês de nascimento.

Caixa já pagou R$ 4,8 bilhões de abono salarial e rendimentos do PIS

MEDIDA PROVISÓ-RIA publicada dia 27 no Diário Oficial da União concede crédito adicio-nal ao Banco Nacional de Desenvolvimento

Econômico e Socia l (BNDES). Segundo a Medida Provisória 505, a União fica autoriza-da a conceder crédito ao banco no valor de

até R$ 30 bilhões em condições financeiras e contratuais a serem definidas pelo minis-tro da Fazenda, Gui-do Mantega. Ainda de

acordo com a MP, para a cobertura do crédito, a União poderá emitir, sob a forma de colocação direta, em favor do BN-DES, títulos do Tesouro

Nacional referentes à Dívida Pública Mobi-liária Federal (DPMF) também sob critérios definidos pelo Minis-tér io da Fazenda. O

Tesouro fará jus à remu-neração equivalente a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), utilizada pelo BNDES ao finan-ciar o setor produtivo.

Governo concede crédito adicional de até R$ 30 bilhões ao BNDES

O FMI-Fundo Monetário Internacional, anunciou dia 27 que está tornando obrigatório para 25 países - entre eles, o Brasil -, um exame regular da saúde de seu sistema fi nanceiro. Segundo regulamento do FMI, todos os 187 países membros do fundo pas-sam por um “check-up da

saúde econômica anual”, já que, até o momento, era realizado apenas com o consentimento dos Es-tados. Agora, a mais alta instância de decisão do FMI, seu conselho de ad-ministração, votou para tornar obrigatórios os “programas de avaliação do setor fi nanceiro” para

os países considerados os mais importantes do sis-tema mundial, anunciou o fundo em comunicado. O FMI informou que a esco-lha das 25 economias foi baseada “no tamanho de seus setores fi nanceiros e suas conexões com os setores financeiros em outros países”. Trata-se dos maiores países

desenvolvidos, entre eles o conjunto dos membros do G7 e os 12 países da Euro-pa ocidental, assim como Austrália, economias asiá-ticas recentemente desen-volvidas (Coreia do Sul, Hong Kong, Cingapura) e emergentes (Brasil, China, Índia, México, Rússia e Turquia).

FMI monitora fi nanças do Brasil e mais 24 países

Page 8: Edição Nº 25

CAPITAL 22 a 28 de Setembro de 201088

A GM DO BRASIL anunciou que vai contratar 250 enge-nheiros para o centro tecno-lógico de São Caetano do Sul até março do ano que vem. O objetivo é reforçar o time de engenheiros para atender a meta traçada pela empresa

de renovar toda a frota de veículos nos próximos dois a três anos. Atualmente, o centro conta com 1.550 engenheiros. A informação foi dada por Pedro Manuchakian, vice-presidente de engenharia de produtos da América do Sul da

GM, durante a apresentação da nova picape Montana, lançada ontem, em Porto de Galinhas, em Pernambuco. O centro tecnológico de São Caetano é um dos cinco centros de desenvolvimento de carro da GM no mundo.

GM do Brasil vai contratar 250 engenheiros

Dois ofi ciais de Justiça fizeram, na sexta-feira (24), a apreensão de bens da empresa Tetto Ha-bitação S/A, no bairro Figueira, que ocupava um galpão alugado da massa falida da SITEC. A Tetto atua no ramo imo-biliário e tem como sócio e fi ador Eugênio Pacelli Marques de Almeida Hollanda. A empresa, segundo advogados da massa falida, está com uma dívida em torno de R$ 200 mil referente a aluguéis e de aproxi-madamente R$ 60 mil à concessionária Ampla.

Eugênio Pacelli esta-va envolvido na com-pra do Dresdner Bank no Brasil, junto com o

banqueiro carioca Luiz Cezar Fernandes, anun-ciada em fevereiro, um negócio de cerca de US$ 100 milhões. A saída de Holanda da sociedade com Fernandes está re-lacionada com um in-quérito ainda em anda-mento na Comissão de Valores Mobiliários so-bre manipulação de pre-ços de títulos de direitos creditórios que eram do Rio Previdência, fundo de pensão dos funcioná-rios públicos do Estado do Rio de Janeiro e seus dependentes, em 2005, que teria trazido pre-juízos estimados entre R$ 210 milhões e R$ 426 milhões aos cofres públicos.

Justiça fecha empresa e aprende bens na FigueiraO MINISTRO da Fazenda,

Guido Mantega, afi rmou se-gunda-feira (27) que é possí-vel retomar as discussões em torno da reforma tributária e pactuar com os estados, ainda este ano, mecanismos para acabar com a chamada guerra fi scal. Mantega lembrou que o governo já tem pronta uma proposta de reforma tributária que só não foi encaminhada ao Congresso Nacional por causa do processo eleitoral. De acordo com o ministro, mesmo que a iniciativa da reforma tributária fi que para o próximo governo, é viável negociar até o fim do ano um acordo para acabar com a guerra fi scal.

- Pretendo retomar esta questão logo após as eleições. É possível fazermos esta par-te da reforma tributária até o fi nal do governo Lula. Falta apenas conversarmos com os estados para defi nirmos

uma alíquota única homo-geneizando a legislação. E a União está disposta a fazer sua parte, compensando os estados que eventualmente ti-verem algum prejuízo - disse o ministro.

O ministro reafi rmou, em São Paulo, que o governo federal tomará todas as medi-

das necessárias para impedir uma eventual sobrevaloriza-ção do real. Sem entrar em detalhes, ele garantiu que nem a política de câmbio fl utuante será abolida, nem os investimentos estrangeiros serão taxados. “Se necessá-rio, o governo pode tomar várias medidas. Não nos fal-

tam instrumentos para conter a sobrevalorização excessiva do real e o governo não deixará que isso aconteça”, disse o ministro ao participar do seminário “O Papel da Indústria no Crescimento do Brasil”, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Mantega quer retomar reforma tributária este anoABR/MARCELLO CASAL JR

APÓS QUEDA na primei-ra semana de setembro de 0,65%, a cesta de compras do carioca voltou a subir na segunda semana deste mês em 0,74%. Com essa alta, o valor da cesta chegou a R$ 397,97, de acordo com pes-quisa divulgada dia 24 pela Federação do Comércio do Rio de Janeiro (Fecomércio-RJ). Os principais vilões da pesquisa são a alta da banana prata (6,72%), carne bovina de primeira (2,68), laranja-

pera (2,25%) e a carne bovina de segunda (2,12%). Já os produtos que registraram as maiores quedas foram cenou-ra (-5,83%) e batata-inglesa (-5,37%). Tanto as famílias com rendimento até oito salários mínimos, quanto as que ganham mais que isso, sentiram o aumento. Para o primeiro grupo, o aumento foi de 0,64%, para o segundo, os preços subiram 0,81%.

Entre 17 de agosto e 16 de setembro, a cesta de compras

teve aumento de 0,55%. No ano, os preços acumularam alta de 1,74%. Porém, nos últimos 12 meses, os gastos foram reajustados em 2,45%. A pesquisa feita no Rio de Janeiro refl ete as variações de 6.680 preços, coletados em 200 locais, referentes a 39 itens (32 de alimentação, quatro de higiene e três de limpeza), de maior peso no orçamento, consumidos por famílias de dez diferentes faixas de renda.

Cesta de compras sobe 0,74% no Rio