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Educacao 07 07 2013

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Especial Educação 1/4 - 07/07/2013

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MACAÉ, DOMINGO, 7 E SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2013 Educação 7 configuração física de nosso cérebro.O aluno quando dorme, fixa o que foi aprendido. E na hora do sono é o momento de fixar somente o que foi aprendido. Essas informações, do que foi aprendido sairão da memória de curto prazo (sistema lím-bico) e serão armazenadas na memória de longo prazo (córtex), mas somente o que foi APRENDIDO.

Quando dormimos também estamos aprendendo? Não. Quando dormimos es-tamos reestruturando nossas redes sinápticas. O ciclo en-tender-aprender-fixar obe-dece a um ritmo circadiano, inicia e encerra em 24 horas. Por isso que aula assistida ho-je é aula estudada hoje, antes de dormir. Porque toda noite a reconfiguração da rede sináp-tica é limitada. Por isso temos que estudar pouco, mas todo dia. Quando dormimos so-mente o que foi aprendido vai ser fixado, vai ser grava-do no nosso HD humano que é o córtex.

Existem métodos novos de ensinar? Esse é mais um dos grandes erros da educação no Brasil, os professores, as escolas fi-cam inventando maneiras diferentes de ensinar. O que temos que fazer é inventar no-vas formas do aluno aprender, dar condições para os alunos estudarem sozinhos, serem autodidatas.Na Finlândia e em Cingapura, onde se tem um dos melho-res sistemas de educação do mundo, o aluno fica na escola em tempo integral, mas é ga-rantido um período geralmen-te a parte da tarde, de estudo sozinho, cada aluno tem um local pra ficar estudando so-zinho, aprendendo sozinho. Serão alunos autodidatas que aprenderam a aprender.

Nós usamos 10% ou 100% do nosso cérebro? É mais um mito que devemos entender. Nós usamos 100% de nosso cérebro e não so-mente 10% o que dizem vários neurocientistas. O que nós utilizamos pouco, não chega a 20%, é a memória de longo prazo, o córtexSe vivermos durante 400 anos guardando informações 24 horas por dia, a nossa memó-ria de longo prazo, o córtex, conseguiria guardar todas

essas informações. Mas todas as áreas de nosso cérebro são utilizadas.

É verdade que somente 10% da população mundial con-segue entender a matemá-tica? Essa afirmação é um grande mito, uma mentira. Comple-tamente errado. O que acon-tece com a matemática é que o aluno não tem dúvida e sim dívida com o passado.Olha a diferença entre a mate-mática e a história por exem-plo. Se o aluno não entendeu bem a história, a revolução francesa, ou a primeira guerra mundial , ele tranquilamente vai entender a Era Vargas, a Independência dos Estados Unidos. Fazendo uma analo-gia com a construção de um condomínio de casas, uma casa (revolução francesa) é construída ao lado da outra (independência dos EUA) , a construção de uma casa inde-pende da construção de sua vizinha. Por outro lado, se o aluno não entendeu em matemática co-mo calcular as raízes de uma equação do segundo grau, não entendeu álgebra, ele não consegue entender dezenas de conteúdos no futuro. Nesse momento o aluno diz que não gosta de matemática, em fun-ção da simples falta de conhe-cimento de um tópico básico, ele tem uma dívida com a ma-temática. Fazendo novamente uma analogia com a constru-ção de um condomínio, só que no caso da Matemática, esse condomínio é um prédio. Se o quarto andar não foi bem construído, não conseguimos construir o quinto, sexto etc..

A forma de estudar Mate-mática é diferente da forma de estudar História? Aprender Matemática é muito mais fácil que aprender His-tória. Eu não falei entender matemática e sim aprender matemática. Aprender é fazer exercícios de matemática, de-pois de ter entendido em sa-la de aula. Talvez entender a matemática seja mais difícil do que entender história. Mas aprender história é muito mais complicado porque tem mais detalhes, mais informa-ções para serem aprendidas. Como disse anteriormente, aprender significa estudar sozinho, ser um autodidata. Depois que se entende a Ma-temática fica bem mais fácil

aprender (fazer exercícios). É fácil entender história mas depois aprender todo o con-teúdo do que foi entendido é bem mais difícil.

Todos nós podemos nos tor-nar mais inteligente ou cada pessoa nasce mais inteligen-te ou menos inteligente? Com certeza a inteligência es-tá ligada ao meio em que vive-mos. Nós podemos ficar mais inteligentes todos os dias. O instrumento para isso esta à disposição de quase todos: para que um indivíduo se tor-ne cada vez mais inteligente é preciso fazê-lo estudar POU-CO, mas TODO DIA. Subir a escada da Inteligên-cia um degrau todos os dias mas somente um degrau por dia. Os primeiros 24 meses de vida são muito importan-tes para o desenvolvimento do cérebro. É importante nessa fase, fornecer estímulos, é a fase que poderíamos chamar de “fiação”do cérebro. Basta ver a quantidade de tempo que o bebê passa dormindo para perceber a magnitude do processo nessa fase. Há uma coisa que deve ficar bem clara na cabeça de todos os pais e professores:a inteli-gência não é uma caracterís-tica genética fixa como a cor dos olhos. A inteligência é va-riável e pode ser moldada pelo meio ambiente sociocultural que vivemos.

Existem vários tipos de In-teligência ou não?A universidade de Harvard concluiu que podemos dividir em 7 as inteligências, e cada um de nós desenvolvemos mais ou menos cada uma des-sas inteligências que são: in-teligência lógico-matemática, espacial, linguística, musical, interpessoal, intrapessoal e corporal.

O Brasileiro lê pouco, isso influencia de forma nega-tiva em seu desempenho escolar? Com certeza. Devemos incen-tivar o hábito da leitura, temos que criar nos alunos o prazer pela leitura. A tarefa do alu-no não é ler um livro, mas sim descobrir o SEU LIVRO. Deve descobrir que LER é diverti-do. Ao escolher textos chatos, pedantes, nada divertidos, fa-zemos com que a criança e o jovem encarem a leitura como algo desagradável, uma obri-gação. Só lê muito quem lê por

prazer. Os professores de li-teratura tem que oferecer um leque de opções para seus alu-nos e não impor um livro tra-dicional, chato, de um autor famoso. O aluno primeiro tem que descobrir o gosto pela lei-tura, depois ler os clássicos.

O seu mestrado e doutorado foi na área de educação?Tanto o mestrado quanto o doutorado foram em en-genharia de computação. Meu doutorado foi em redes neurais e tive que ler muito, estudar muito, entender e aprender como funciona nos-so cérebro, e fazer essa asso-ciação do funcionamento do cérebro com a computação. Criar programas, ferramen-tas que simule, que imite os neurônios, sinapses, os den-dritos etc... Simular uma rede neural. Saber como funciona.

Você montou uma escola com um sistema de ensino forte, você acredita em es-colas que têm um sistema rígido de estudo?O Colégio Atlântico imple-menta o sistema de ensino ETAPA que é forte, rígido, por isso que ele já é o melhor sistema de ensino de São Paulo e um dos melhores do Brasil. Não vamos inventar formas diferentes de ensinar e sim descobrir novas for-mas que o aluno deve utilizar para aprender. Oportunizar também tempo de leitura. Fazer o aluno ler muito, hoje aplicamos 8 tempos de por-tuguês por semana (dividido em gramática, literatura e re-dação). A ciência é dividida em química, física e biologia desde do sexto ano do ensino fundamental. Temos aulas de filosofia, so-ciologia, informática, atuali-dades, artes, inglês/espanhol, raciocínio lógico, música, etc... A alma de uma escola são os professores que são todos treinados pelo sistema Etapa e são muito bons. A educação artística deve ser uma disciplina importante nas escolas, porque ela incen-tiva a criatividade do aluno, no Colégio Atlântico estamos construindo um Ateliê para os alunos desenvolverem todo seu potencial artístico. Acho que nenhum pai preci-sa mais levar seus filhos para estudar fora de Macaé, como eu fui na década de 80. Hoje Macaé possui bons colégios e o colégio Atlântico é uma

boa opção para os pais que querem um ensino forte, um ensino rígido, que incenti-va a criatividade dos alunos que ensina e cobra como os melhores colégios do Rio de Janeiro.

Você ministra aula na UFRJ, isso ajuda a entender me-lhor como funciona os ves-tibulares, o ENEM ? Como professor de univer-sidades há mais de 20 anos, tenho um olhar diferenciado para a educação. Vivi as expe-riências da educação pública, que foi da maior importância para o meu crescimento co-mo profissional da educação. Aprendi que todo aluno pode ser um bom aluno. Passar no vestibular é uma etapa impor-tante mas nem sempre o alu-no que tira boa nota passa no vestibular. Na grande maio-ria das vezes, isso se dá pela forma errada que esse aluno estudou. Provavelmente esse aluno tem por hábito estudar somente próximo a prova, decorando conteúdos apenas com objetivo de fazer a prova e tirar boa nota, depois da ava-liação ele esquece tudo.O aluno tem que estudar per-to da aula, estudar pouco mas estudar todos os dias. Esse aluno sim aprendeu, e ficou armazenado em sua memória de longo prazo. Vai ser bene-ficiado para o resto da vida, nos vestibulares, concursos, na escolha das profissões e na própria vida.

Você ministra palestras com todo esse conteúdo da en-trevista ?Esta palestra estou minis-trando para os alunos do Colégio Atlântico e apresen-to para todos os interessa-dos no assunto EDUCAÇÃO. Falo porque é importante estudar, quando estudar, quanto estudar, como estu-dar, como funciona nossa memória de curto e longo prazos, a importância da leitura, a grande diferença entre entender e aprender, fazer alguns testes para ver qual hemisfério (esquerdo ou direito) que o aluno usa mais. É uma palestra pa-ra alunos, pais de alunos, professores. Todos que tra-balham na educação, todos que têm filhos na escola em qualquer ano. Para partici-par da palestra basta man-dar um email para [email protected].

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8 Educação MACAÉ, DOMINGO, 7 E SEGUNDA-FEIRA, 8 DE JULHO DE 2013