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Educação Ambiental e Formação Crítica de
ProfessoresProf. Ddo. Carlos Eduardo
GonçalvesEducar – Ourinhos, 2015
Introdução e Proposta
• Delinear ideias ou princípios das grandes tendências pedagógicas
• Caracterização específica de algumas correntes hegemônicas
• Considerações sobre um possível caminho de superação do enfoque pragmático das pedagogias hegemônicas
• Interlocução do conteúdo com a Educação Ambiental.
Classificação das Tendências de acordo com Saviani (2009)
Teorias Crítico-Reprodutivistas
Violência Simbólica
Aparelho Ideológico
Escola Dualista
Críticas
Libertária
Libertadora
Pedagogia Histórico-
Crítica
Teorias Não Críticas
Pedagogia Tradicional
Pedagogia Nova
Pedagogia Tecnicista
Escola e Democracia: Saviani (2009)
• Pedagogias Não-CríticasEntende a educação como um
instrumento de equalização social e, portanto, de superação da marginalidade. Ela reforça os laços sociais, promove a coesão e garante a integração de todos os indivíduos no corpo social (é fundamentalmente educativa). Nesta perspectiva, a educação é autônoma.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional
• Educação centrada no professor cuja função define-se por vigiar os alunos, aconselhá-los, ensinar a matéria e corrigí-la.
• A metodologia baseia-se na transmissão dos conhecimentos através da aula do professor, frequentemente expositiva, numa sequência predeterminada e fixa, enfatiza a repetição de exercícios com exigências de memorização .
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional
• Valoriza o conteúdo livresco e a quantidade. O professor fala, o aluno ouve e aprende.
• Aluno passivo perante o processo de ensino-aprendizagem.
• Muitas vezes não leva em consideração o que a criança aprende fora da escola, seus esforços espontâneos, a construção coletiva.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional
• A figura do professor como detentor do saber é uma força motriz nessas escolas.
• A função primordial da escola, nesse modelo, é transmitir conhecimentos disciplinares para a formação geral do aluno, formação esta que o levará, ao inserir-se futuramente na sociedade, a optar por uma profissão valorizada.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional
• A postura da escola se caracteriza como conservadora.
• No processo de alfabetização, apoia-se principalmente nas técnicas para codificar/decodificar a escrita.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional
• A escrita espontânea da criança em fase de alfabetização não é levada em conta, sendo a cartilha sequencialmente seguida, a base do processo de alfabetização.
Anexo: Caminho Suave
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
Pedagogia Tradicional no Brasil
• A pedagogia católica chegou através da pedagogia jusuítica, posteriormente, pela pedagogia denominada “brasílica” e depois, na versão do “Ratio Studiorum”.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
Pedagogia Tradicional no Brasil
Etnocêntrica
• “Para os teólogos, a sua própria religião é considerada obra de Deus ao passo que a religião dos outros é obra dos homens.” (Karl Marx)
• [...] Para os jesuítas a religião católica era considerada obra de Deus, enquanto que as religiões dos índios e dos negros eram obras do demônio.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
Pedagogia Tradicional no Brasil
• Reforma Pombalina (Marquês de Pombal)
• Envolvimento do Ministro português com as ideias iluministas de laicidade no processo da educação portuguesa e da colônia brasileira.
• O Aluno é como uma tábula rasa• O conhecimento se transmite• O conhecimento é neutro e universal,
portanto, os alunos devem memorizá-lo
• Visão enciclopedista• Aprende-se exercitando e
memorizando repetidamente.• Conhecimento reproduzido e
solicitado em avaliações• Professor como transmissor e aluno
receptor• Neutralidade científica• Prioridade na Racionalidade Técnico-
instrumental
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
Revolução Francesa (Burguesa)
• A consolidação da educação na França neste período era norteada pelos interesses da burguesia em perpetuar as condições da própria classe.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
• Pedagogias Crítico ReprodutivistasEntendem a educação como instrumento
de discriminação social e, portanto, ela própria fator de marginalização. Essencialmente marcada pela divisão entre grupos e classes antagônicas (é fundamentalmente política). O grupo ou classe que detém a maior força é dominante por se apropriar dos resultados da produção social e produz necessariamente marginalização. Nesta perspectiva, a função básica da educação é a reprodução da sociedade.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
• Pedagogias Críticas (Revolucionárias)A educação é elemento secundário e
determinado. O conteúdo vivo é tarefa primordial de processos educativos em geral e
da escola em particular. “O cerne dessa novidade radical consiste na superação
da crença na autonomia ou na dependência absolutas da educação em face das
condições sociais vigentes”.
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
A Pedagogia Tradicional• Positivismo como raiz epistemológica;• Educação centrada no professor;• Transmissão dos conhecimentos;• Professor Ativo, Aluno Passivo;• Valorização do Conteúdo;• Descaracterização do conhecimento do
aluno;• Hierarquização do processo de ensino;• Reprodução do conservadorismo;• Sequenciamento do processo de Ensino;• Neutralidade Científica;
Escola e Democracia: Saviani (2009)
Teorias Não-Críticas: Pedagogia
Tradicional
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Neoescolanovismo – Aprender a Aprender• Construtivismo• Pedagogia do Professor Reflexivo• Pedagogia das Competências• Pedagogia dos Projetos• Pedagogia Multiculturalista
Todas negam a Educação TradicionalSintonia com o universo ideológico contemporâneo
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Características• Ausência da perspectiva de superação da
sociedade capitalista• Momentos de crítica sem aprofundamento
na superação radical da organização da sociedade
• Idealismo – Os problemas sociais são fruto de mentalidades errôneas, possivelmente superados pelas novas gerações
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Exemplos:A violência crescente na contemporaneidade poderia ser combatida por uma educação para a paz.
A destruição ambiental poderia ser revertida por programas de educação ambiental.
O desemprego poderia ser superado por uma formação profissional adequada às novas demandas do mercado de trabalho ou pela difusão da ideologia do empreendedorismo.
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Exemplos:Ou seja, esse idealismo chega ao extremo de acreditar ser possível formar, no mesmo processo educativo, indivíduos preparados para enfrentar a competitividade do mercado e imbuídos do espírito de solidariedade social.
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Características:• Negação da Totalidade dos acontecimentos
sociais.• Relativismo como escape:
Nenhum conhecimento será julgado certo ou errado; os julgamentos variariam de acordo com as culturas.• Incidência da relativização dos
conhecimentos, ou microregionalismo de currículo.
• Esvaziamento do currículo. Diminuição dos conteúdos por diálogos culturais.
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Características:• O relativismo, tanto em seu aspecto
epistemológico como no cultural, leva a uma ausência de referências para a definição do que ensinar na escola às novas gerações.
• Ensino Utilitarista (Pragmatismo)Reprodução das desigualdades sociais e
dos preconceitos que naturalizam taisdesigualdades.
• Esvaziamento do trabalho do professor
Aprender a Aprender, Duarte (2001)
Características:• Organismo Social (Piaget - Durkheim)• Learning by Doing (Dewey)• Educação funcional (Claparède)• Método de Ensino por projetos (Kilpatrick)• Decomposição do Aprender a Aprender
(Perrenoud)• Pós-modernismo, Anticientificismo e
Irracionalismo
Apontamentos para a possível superação
• Por não fazer distinção entre a prática utilitária cotidiana e a prática social em sua totalidade, o pragmatismo é incapaz de elaborar uma teoria da riqueza subjetiva e objetiva universal humana.
• Ao contrário do pragmatismo, o marxismo desenvolveu uma teoria histórica e dialética da construção da riqueza material e intelectual do gênero humano.
Pedagogia Histórico-Crítica• Materialismo histórico dialético como fonte
epistemológica;• Busca da superação do modo de produção
capitalista;• Compreensão do trabalho como elemento
histórico transformador, dos homens, da natureza e da história;
• Intencionalidade da ação humana;• Educação pelo trabalho e não para o
trabalho;• Plenitude humana pelo trabalho
pedagógico, busca da totalidade.
Considerações Finais
• Superar os limites do Iluminismo sem negar o caráter emancipatório do conhecimento e da razão;
• Superar os limites da democracia burguesa sem negar a necessidade da política;
• Superar os limites da ciência posta a serviço do capital sem, entretanto, negar o caráter indispensável da ciência para o desenvolvimento humano;
Considerações Finais
• Superar a concepção burguesa de progresso social sem negar a possibilidade de fazer a sociedade progredir na direção de formas mais evoluídas de existência humana.
Referências
DUARTE, Newton. Vigotski e o “aprender a aprender”: crítica às apropriações neoliberais e pós-modernas da teoria vigotskiana. 2 ed. Campinas: Autores Associados, 2001.SAVIANI, Dermeval. Pedagogia Histórico-Crítica: Primeiras Aproximações. 10 ed. Capinas: Autores Associados, 2008. ______. Escola e Democracia. 41 ed. Campinas: Autores Associados, 2009.