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RELATÓRIO FINAL DA AÇÃO 3.4 DO PAN CAVERNAS DO SÃO FRANCISCO
(Discutir, em oficinas participativas, os projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional que tratam
do Patrimônio Espeleológico, com a finalidade de construir propostas de aprimoramento da legislação
vigente voltada à conservação desse Patrimônio).
Elaborado por: Lucas Malafaia e Marcelo Rasteiro – Sociedade Brasileira de Espeleologia
Articulador e Executor: Marcelo Augusto Rasteiro – Sociedade Brasileira de Espeleologia
Colaboradores: Pavel Carrijo Rodrigues (SBE); Teresa Maria Moniz de Aragão (SBE); Jocy B. Cruz
(ICMBio/CECAV); Rafael Tocantins Maltez (PUC-SP). Merece destaque as Cooperações Técnicas que a SBE
mantém com o Instituto Brasileiro de Mineração (IBRAM) e com a Votorantim Cimentos (VC) pelo apoio e
patrocínio ao Congresso Brasileiro de Espeleologia/2º Simpósio Brasileiro de Mineração e Espeleologia, evento
onde a oficina participativa foi realizada. Também merece destaque a Sociedade Excursionista e Espeleológica,
organizadora do 34º CBE, a Universidade Federal de Ouro Preto e Escola de Minas pelo apoio ao evento, além
dos demais patrocinadores e apoiadores institucionais.
Contextualização: A discussão sobre uma proposta de aprimoramento legal sobre o patrimônio espeleológico
é um dos principais objetivos da Cooperação SBE-IBRAM, pautado pelo incremento da participação da
comunidade espeleológica em sua discussão, com vistas a elaborar uma proposição de consenso para uma Política
Nacional de Proteção e de Uso Responsável do Patrimônio Espeleológico Brasileiro.
Para o início das discussões, foi elaborado um documento base (disponível em http://www.cavernas.org.br/sbe-
ibram/docs/Consulta_DIRETRIZES_PL_22-02-2017.pdf) com os principais itens que deveriam ser abordados em
um projeto de lei. Este documento foi divulgado à comunidade espeleológica em 01/03/2017 através do boletim
SBE Notícias nº 360 (vide http://www.cavernas.org.br/sbenoticias/SBENoticias_360.pdf) e para a comunidade
minerária em 21/03/2017 através do portal do IBRAM (vide
http://www.ibram.org.br/150/15001002.asp?ttCD_CHAVE=266422). Além das considerações recebidas durante
o período de consulta virtual, o tema foi apresentado e debatido no 2º Simpósio Brasileiro de Mineração e
Espeleologia realizado dia 16 de junho, em Ouro Preto, durante o 34ºCongresso Brasileiro de Espeleologia.
Como resultado, foi aprovada uma moção de apoio a elaboração de uma lei nacional para proteção do patrimônio
espeleológico (vide anexo).
A partir dos pontos apresentados e discutidos no evento, a cooperação SBE-IBRAM pretende trabalhar pela
elaboração de uma proposta base (texto em formato de projeto de lei) de forma participativa, além de verificar a
melhor forma de encaminhamento da proposta junto ao congresso nacional.
2º SIMPÓSIO DE MINERAÇÃO E ESPELEOLOGIA
Data: 16 de junho de 2015 das 09h00 às 16h30
O simpósio foi um evento paralelo e gratuito realizado durante o 34º Congresso Brasileiro de Espeleologia com
o objetivo de promover o debate sobre o tema buscando ampliar a preservação do patrimônio espeleológico e a
gestão responsável da mineração em áreas com ocorrência de cavernas.
Nesta edição, foram apresentadas as iniciativas do setor privado, a metodologia de classificação de cavernas, além
de dar continuidade na construção de uma proposta de aprimoramento legal, tema este relacionada à ação 3.4 do
Plano de Ação Nacional Cavernas do São Francisco e que vem sendo discutido pela Cooperação SBE-IBRAM e
através de consultas virtuais, mas que no evento pôde ser debatido presencialmente.
Além da página do 34º CBE, o simpósio foi divulgado no boletim SBE Notícias nº 362
(www.cavernas.org.br/sbenoticias/SBENoticias_364.pdf). Também foram enviados convites através de ofícios
para 67 instituições que possuem atuação relacionadas ao tema, em especial Órgão Federais e Estaduais de Meio
Ambiente, Ibama, CPRM, Iphan, etc.
Ao todo foram 187 participantes representantes de Órgãos Ambientais, pesquisadores e membros de grupos de
espeleologia, funcionários de mineradoras e consultorias ambientais, entre outros (Lista de Presença – Anexo).
DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
A IN-2/2009 e aplicação da legislação espeleológica
por Jocy B. Cruz (ICMBio/CECAV)
A apresentação versou sobre a atuação do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Cavernas
(ICMBio/CECAV), sobre a legislação atual relacionada ao processo de licenciamento e classificação de cavernas
e respectiva compensação (Decreto 6640/2008, IN-2/2009), além da evolução dos dados sobre o patrimônio
espeleológico e a proposta de uma nova metodologia (ainda não publicada) para classificação de cavernas.
A plateia questionou sobre a dificuldade de alguns órgãos estaduais em tratar as questões do patrimônio
espeleológico na rotina do licenciamento, ao que destacou a existência de material disponível para orientação na
internet e que o CECAV está a disposição para auxiliar. Também foi questionado sobre a participação da
comunidade espeleológica na forma de conselhos. O palestrante explicou que é importante ampliar a participação
e que ainda não vê propostas de aprimoramento vindo da comunidade espeleológica, também elogiou a iniciativa
da Cooperação SBE/IBRAM que vem debatendo o tema.
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716218105233098/
https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716264325228476/
https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716322125222696/
Fotos: Marcelo Rasteiro e Luciano Faria
A proteção jurídica e gestão das cavidades naturais subterrâneas: a atividade minerária e o
desenvolvimento sustentável
por Rafael Tocantins Maltez (PUC-SP)
O palestrante versou sobre os instrumentos jurídicos relacionados ao patrimônio espeleológico, discutindo temas
como a constitucionalidade do Decreto 6640/2008 e a ausência de uma lei sobre o tema, a responsabilidade da
União sobre a proteção do Patrimônio Espeleológico e suas implicações sobre o processo de licenciamento
descentralizado e respectiva “compensação” ambiental, além da discussão a visão antropocêntrica sobre a
natureza e o direito à vida das demais espécies.
No debate o público questionou sobre a necessidade de desenvolvimento econômico e o licenciamento ambiental
estadualizado obedecendo o disposto na Lei Complementar nº 140/2011. O palestrante explicou que, ainda que a
Lei Complementar delegue atribuições aos estados sobre o processo de licenciamento, por se tratar de um Bem
da União conforme artigo 20 da Constituição Federal de 1988, por expresso dispositivo constitucional, não
poderiam os Estados e Municípios autorizar qualquer impacto ou supressão de cavernas.
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716264325228476/
https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716322125222696/
Fotos: Luciano Faria
Diretrizes para um Projeto de Lei Federal sobre proteção e uso responsável do Patrimônio Espeleológico
Brasileiro
por Marcelo Augusto Rasteiro (SBE)
A apresentação versou sobre a atuação da SBE na proteção do patrimônio espeleológico, abordando os
“Fundamentos para Conservação do Patrimônio Espeleológico”, documento aprovado e divulgado desde 2012,
sobre a Cooperação Técnica estabelecida entre a Sociedade Brasileira de Espeleologia e o Instituto Brasileiro de
Mineração (Cooperação SBE-IBRAM), as diretrizes para elaboração de um Projeto de Li Nacional para
conservação do patrimônio espeleológico que vem sendo debatido dentro da Cooperação e os próximos passos
para consolidação e encaminhamento da proposta.
O público questionou sobre a dificuldade de se aprovar um projeto de lei no Congresso atual e o risco do projeto
ser desfigurado. Também questionaram sobre a existência de outros projetos de lei já em trâmite no Congresso.
O palestrante explicou que o risco do projeto ser modificado no Congresso existe e é bem latente, de modo que
não basta termos uma boa proposta, mas que a sociedade, em especial a comunidade espeleológica tem de
acompanhar tudo de perto. No caso desta proposta, tem sido construída de forma transparente e com todos
documentos disponíveis integralmente no site da cooperação, de modo que a intenção e debates tem sido
registrados e podem servir de argumento caso haja qualquer deturpação da proposta. Quanto aos demais projetos
de lei que tramitam no congresso, explicou que o mais avançado é PL5071/1990 e Substitutivo 36/1996, mas que
está parado a mais de 20 anos e não prevê a possibilidade de qualquer tipo de impacto, de modo que tem poucas
chances de ser aprovado. Destacou que apesar de todos os riscos inerentes a mudança na legislação, entende que
a omissão da comunidade espeleológica não vai parar o processo legislativo e que outros entes continuam a agir
em prol de seus interesses, o que quase nunca é em prol da conservação ambiental.
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716264325228476/
https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716322125222696/
Fotos: Luciano Faria
A contribuição do setor mineral no conhecimento e preservação do patrimônio espeleológico brasileiro
por Gilcimar Oliveira (Anglo American)
O palestrante fez uma breve explanação sobre o setor mineral, a legislação em vigor e a evolução dos registros de
cavernas e a atuação da Anglo American, dando destaque para casos relacionados ao patrimônio espeleológico
como Complexo Arqueológico da Lapa do Fogão, onde escavações revelaram vestígios de 10.000 anos, a RPPN
Candeia que conserva a cavidade ferrífera CAI-03, a RPPN Baixada das Crioulas que conserva cavidade com
mesmo nome, além de medidas de apoio a geração e difusão e conhecimento, como monitoramentos climáticos e
de fauna, além de apoio a publicações e elaboração de Plano de Manejo Espeleológico.
No debate o público pediu mais detalhes sobre o tratamento da Lapa do Fogão e sobre o funcionamento das
parcerias entre a empresa e universidades e entidades de espeleologia.
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716374568550785/
https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716393238548918/
Fotos: Luciano Faria
Cooperação SBE-VC-RBMA
por Regiane Velozo Dias (Votorantim Cimentos)
A palestrante fez uma breve explanação sobre a Votorantim Cimentos e colocalização de suas regiões de atuação
com áreas cársticas e domínios da Mata Atlântica, apresentou os objetivos da cooperação e principais ações entre
2011 e 2017, destacando o processo de aproximação, fortalecimento e consolidação da cooperação, além de suas
principais realizações.
Também foi apresentado um vídeo sobre o Legado das Águas, uma reserva natural da mineradora e feito o sorteio
de uma viagem para o local.
Vídeo disponível em: https://www.facebook.com/espeleologiabrasil/videos/716393238548918/
Fotos: Luciano Faria
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O 2º Simpósio de Mineração e espeleologia cumpriu seu objetivo de debater as propostas para aprimoramento
legal, além de apresentar um panorama da situação atual e iniciativas do poder público, empresas e sociedade civil
sobre o uso responsável e a proteção do patrimônio espeleológico brasileiro.
O público bastante eclético, pode tirar dúvidas, fazer sugestões e apresentar suas preocupações com relação ao
tema, mostrado a importância de continuidade no debate com a maior participação possível.
A partir das diretrizes debatidas no simpósio, é importante dar continuidade aos trabalhos redigindo um texto já
com a forma de um projeto de lei para posterior consulta aos envolvidos e encaminhamento ao congresso nacional.
Merece destaque a iniciativa da Cooperação Técnica SBE-IBRAM que tem promovido o debate de forma
transparente e documentada, buscando as melhores formas de conciliar interesses divergentes e promover
desenvolvimento socioeconômico e ambiental responsável.
ANEXO 1 – LISTA DE PARTICIPANTES DO 2º SIMPÓSIO DE MINERAÇÃO E ESPELEOLOGIA
ANEXO 2 – TEXTO: DIRETRIZES PARA UM PROJETO DE LEI FEDERAL SOBRE PROTEÇÃO E
USO RESPONSÁVEL DO PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO BRASILEIRO
II – DA GESTÃO
Criação de um Conselho Nacional de Proteção ao Patrimônio Espeleológico (objetivo de regulamentar e
acompanhar a aplicação desta política) com definição clara de atribuições (consultivas e deliberativas),
abrangência, composição/representatividade, funcionamento e divulgação, etc.
Estabelecer competências e atribuições (âmbitos federal, estadual e municipal), incluindo a quem
compete a fiscalização (impactos não autorizados, acompanhamento do licenciamento, fiscalização de
uso público, etc), aprovação de Planos de Manejo Espeleológicos, pesquisas científicas, autorização de
acesso à cavernas em áreas públicas e privadas, etc.
Estabelecer mecanismos de avaliação/acompanhamento eficientes, claros e isentos nos casos de
licenciamento e compensação.
Estabelecer mecanismos de transparência e acesso às informações sobre o PEB.
III – DA PROTEÇÃO
Incentivo à criação de unidades de conservação de proteção integral, tombamento e outras formas de
acautelamento de amostras representativas do PEB; definição de áreas prioritárias para conservação;
etc.
Incentivo à pesquisa, documentação e difusão do conhecimento sobre o PEB (especialmente bases de
dados nacionais).
Incentivo ao uso sustentável (com destaque para o turismo) e educação ambiental/patrimonial.
Incentivo a divulgação do PEB desenvolvido em diferentes litotipos, mesmo em regiões de pouca
ocorrência ou de presença incomum.
Fomentar a realização de cursos, capacitação e treinamento para os profissionais dos órgãos públicos
ambientais envolvidos nos processos de licenciamento ambiental espeleológico em todo o país.
Fomento à realização de Planos de Manejo Espeleológicos.
Definir as fontes de recursos para efetivação desta política de proteção; incentivos econômicos à
preservação e desenvolvimento de pesquisas científicas.
IV – DO LICENCIAMENTO
Garantir a realização de estudos sobre o PEB no processo de licenciamento ambiental de qualquer
empreendimento que possa causar impactos negativos às cavidades subterrâneas, incluindo regiões de
rochas não carbonáticas, como litologias siliciclásticas, graníticas, basálticas, entre outras.
Vetar a perda de características singulares/importantes/representativas do PEB e compensar os impactos
(do que não for singular/importante/ representativo) apoiando as medidas de proteção (III).
Os impactos serão avaliados e, quando possíveis, autorizados dentro do processo regular de
licenciamento ambiental, baseados em estudos que avaliem a importância do sistema/conjunto
espeleológico, incluindo seus elementos da geodiversidade e biodiversidade, e medidas para
prevenir/mitigar/controlar/compensar os impactos.
Avaliação sistêmica deve: i) identificar o patrimônio espeleológico nas áreas de influência direta e
indireta do empreendimento com estudos primários detalhados (prospecção baseada em metodologia
para definição de densidade e caminhamento) e secundários; ii) catalogar o patrimônio identificado nas
bases de dados nacionais; iii) definir a real área de influência das cavidades identificadas
(hidrogeologia, fauna, geodiversidade e outras características ambientais); iv) delimitar
sistemas/conjuntos de cavidades e sítios espeleológicos significativos e sua área de influência; v) avaliar
a importância destes sistemas (atributos singulares e importância regional e nacional do conjunto).
Avaliar os impactos do projeto/empreendimento (vibrações, emissão sonora/particulados, alterações
hídricas, supressão e substituição de vegetação, afugentamento de fauna, influência sobre patrimônio
arqueológico, paleontológico, histórico e cultural associado, etc) para os sistemas de cavernas e propor
medidas preventivas, mitigadoras, de monitoramento, salvamento e compensação (nesta ordem),
incorporando ao Plano Básico Ambiental.
Garantir a documentação, divulgação e acessibilidade aos dados gerados pelos estudos ambientais.
As medidas de compensação devem ser voltadas à recuperação, proteção e manejo do PEB (conforme
diretrizes descritas no item III) e aplicadas na mesma região espeleológica ou em outra com
características semelhantes à do patrimônio impactado. A definição da compensação deve ser aprovada
pelo órgão ambiental e pelo Conselho Nacional de Proteção ao Patrimônio Espeleológico.
Estabelecer procedimentos para a interrupção temporária de operações em áreas de mineração e
avaliação adequada aos casos de achados fortuitos (cavidades oclusas) durante a exploração minerária
licenciada; formas de reparação e readequação da licença ambiental.
V – DA AUTORIZAÇÃO DE USO
A visitação com fins recreativos e culturais/religiosos dependem de autorização de uso mediante
aprovação de Plano de Manejo Espeleológico pelo órgão ambiental competente.
As atividades com fins de treinamento, educacionais ou culturais esporádicas dependem de autorização
específica mediante pedido simples com descrição das atividades a serem realizadas. A autorização será
avaliada e concedida pelo órgão gestor (no caso de UCs) ou outro ente (conforme for definido no item
II) com anuência do proprietário superficial (no caso de Propriedade privada).
As atividades de prospecção, exploração, pesquisa, desde que não envolvam coleta de material, são
permitidas sem a necessidade de autorização prévia, bastando o usuário estar habilitado para o
desenvolvimento da atividade.
VI – DA PENALIDADES E REPARAÇÕES
Estabelecer penalidades para o impacto não autorizado ao patrimônio espeleológico tipificando-a em
artigos da lei de crimes ambientais (www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9605.htm).
Reafirmar a necessidade de justa reparação de danos não autorizados no PEB (forma de valoração,
agravantes e atenuantes, aplicação dos recursos, PRADs e sanções legais).
VI – DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Fomentar a participação da comunidade espeleológica nas consultas públicas, divulgação e tomada de
decisão sobre a proteção do PEB.
Franquear o acesso de espeleólogos e pesquisadores ao patrimônio espeleológico já identificado e em
áreas com elevado potencial para ocorrência de cavernas, ressalvados as áreas consideradas de interesse
de segurança nacional ou incluídos em áreas protegidas por legislação específica.
Prever a forma e prazo para regulamentação, adequação/regularização à nova legislação.
ANEXO 3 – MOÇÃO APROVADA NO 34º CBE
MOÇÃO DE APOIO À CRIAÇÃO DE UMA LEI NACIONAL PARA CONSERVAÇÃO DO
PATRIMÔNIO ESPELEOLÓGICO BRASILEIRO
Os espeleólogos, pesquisadores, cientistas, profissionais e congressistas reunidos no 34º Congresso
Brasileiro de Espeleologia, realizado pela Sociedade Brasileira de Espeleologia (SBE) e organizado pela
Sociedade Excursionista e Espeleológica, no Parque Metalúrgico da Universidade Federal de Ouro
Preto, em Ouro Preto MG, de 13 a 18 junho de 2017, aprovaram por maioria a seguinte moção de apoio
à criação de uma Lei Nacional para conservação do Patrimônio Espeleológico Brasileiro.
Justificativa:
Considerando a destacada importância do Patrimônio Espeleológico em função de seus valores
científicos, histórico-culturais e turísticos, além de sua importância para a manutenção da
biodiversidade, de recursos hídricos e para o registro de ambientes pretéritos.
Considerando que se trata de um bem da União, como definido no Art. 20, inciso X, da Constituição
Federal e que deve ter suas características resguardadas respeitando os fundamentos da equidade
intergeracional, da prevenção e da precaução;
Considerando que o Decreto 6640, de 07 de novembro de 2008, instituiu a possibilidade de impacto
irreversível ao Patrimônio Espeleológico regulamentando um impacto a um Bem da União sem a
previsão em lei para tal;
Considerando que o Decreto 6640, de 07 de novembro de 2008, foi elaborado e publicado sem o devido
debate com a comunidade espeleológica e científica, colocando em risco o patrimônio espeleológico
nacional;
Considerando que ainda não existe uma lei nacional dedicada ao patrimônio espeleológico que
compatibilize os múltiplos interesses econômicos, sociais e ambientais.
Pedimos seja criada, com a devida participação da comunidade espeleológica e demais envolvidos, uma
Lei Nacional instituindo uma Política Nacional de Proteção e de Uso Responsável do Patrimônio
Espeleológico Brasileiro.
Encaminhada para:
Ministro Jose Sarney Filho – Ministro do Meio Ambiente.
Deputado Nilto Tatto – Presidente da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da
Câmara dos Deputados.
Senador Davi Alcolumbre – Presidente da Comissão de Meio Ambiente do Senado.
Moção Disponível em: http://www.cavernas.org.br/34cbe/34CBE_mocao_2_lei.pdf
ANEXO 4 – SLIDES DAS APRESENTAÇÕES
“A IN-2/2009 e aplicação da legislação espeleológica”
“Dretrizes para um Projeto de Lei Federal sobre proteção e uso responsável do Patrimônio Espeleológico
Brasileiro”
“A contribuição do setor mineral no conhecimento e preservação do patrimônio espeleológico brasileiro”
“Cooperação SBE-VC-RBMA”