Upload
others
View
9
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI
CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - GESTÃO
CURSO DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS
BALANÇO SÓCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS
ELIETE HASKEL SCHUTZ
Biguaçu (SC), julho de 2008.
ELIETE HASKEL SCHUTZ
BALANÇO SÓCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS
Monografia apresentada ao Curso de Ciências Contábeis na Universidade do Vale do Itajaí, do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Ciências Contábeis.. Orientador: Prof. M.Sc. Silvio Osni Koerich
Biguaçu (SC), Julho de 2008.
ELIETE HASKEL SCHUTZ
BALANÇO SÓCIAL COMO INSTRUMENTO DE GESTÃO PARA ORGANIZAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS
Estudo de caso
Esta monografia foi apresentada como trabalho de conclusão de curso de Ciências Contábeis da Universidade do Vale do Itajaí- Biguaçu e aprovada pela banca constituída pelo orientador e membros abaixo.
Biguaçu SC, 11 de julho de 2008 _______________________________
Professora Marialene Pereira Coordenadora de monografias do curso de Ciências Contábeis
Professores que compuseram a banca:
________________________________
Profº. Silvio Osni Koerich, M. Sc. (Orientador)
____________________________________ Profª. Marisa Luciana Schwabe de Moraes M. Sc.
(Membro de Banca)
______________________________________ Profª.Juliane Vieira de Souza (Membro de Banca
AGRADECIMENTOS
Este trabalho é dedicado aos meus queridos pais, José Lino e Maria G Reitz
principais responsáveis por esta vitória, que me ensinaram a respeitar as pessoas e
ir em busca dos meus objetivos. O Meu esposo Marcos Schutz que demonstrou todo
apoio, companheirismo e compreensão e especialmente a minha filha amada Vitória
Schutz A todos os meus familiares e companheiros de trabalho que me ajudaram
nesta conquista árdua, porém, gratificante e gloriosa.
Agradeço a Deus pela vida e principalmente as pessoas que comigo compartilharam
de toda luta e empenho para que hoje neste momento especial brilhem junto à
alegria da conquista e da vitória.
A toda minha família, que sempre me apoiou nos momentos de angústia, tristeza,
solidão, e agora, por fim, na glória desta realização. Agradeço a Deus que me deu
forças e principalmente minha filha Vitória Schutz que desde muito pequenina,
soube compreender e conviver com minha ausência. Ao Sindicato dos
Trabalhadores Rurais na pessoa do Sr Leonidio Zimmermann responsável principal,
amigo e companheiro de toda essa jornada bem como minha amiga Conceição
Herminia Richartz.
Aos Professores Silvio Osni Koerich orientador do TCC, Elpidio Lenz, e Sergio Murilo
Petri pela simplicidade, paciência, orientação e amizade que demonstraram durante
o transcorrer deste trabalho.
As demais pessoas e instituições que de alguma forma colaboraram com a
realização deste estudo.
“Foi longa a caminhada, mas feita com amor. Que este trabalho seja coroado com
as maiores bênçãos de Deus” São os votos de Leonidio e Conceição.
RESUMO
Vivencia-se atualmente uma era de transformação, mudanças constantes e inevitáveis questões relacionadas com o desenvolvimento e o comprometimento das organizações e meio ambiente onde estão inseridas. Diante deste cenário é de fundamental importância que as empresas revejam seus conceitos quanto suas ações para com a sociedade e meio ambiente, as quais vão além do resultado “lucro” propriamente dito. É com este propósito que a Responsabilidade Social evidencia por meio do Balanço Social as ações desenvolvidas pela organização. O presente trabalho de conclusão de curso aborda um estudo que tem como objetivo desenvolver o balanço sócial como instrumento de gestão que evidencia o compromisso das organizações e entidades com a sociedade. É por meio do Balanço Social que são evidenciados os indicadores sociais e de RH da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina - FETAESC, Os valores utilizados foram obtidos diretamente do departamento contábil da FETAESC. É por meio deste estudo que se pretende demonstrar à sociedade e leitores a importância que o tema representa no contexto atual e a maneira como é tratado, podendo ser utilizado como um instrumento de gestão, e um diferencial competitivo em organizações conscientes e responsáveis, preocupadas com o bem estar social. Palavras-chave: Responsabilidade Social - Balanço Social e Gestão.
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - MODELO DO IBASE......................................................................................................... 35
FIGURA 2 – ORIGEM DOS RECURSOS............................................................................................. 44
FIGURA 3 - APLICAÇÃO DOS RECURSOS........................................................................................ 45
FIGURA 4 - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS .............................................................................. 46
FIGURA 5 - OUTRO INDICADORES.................................................................................................... 48
FIGURA 6 - INDICADORES SOBRE O CORPO FUNCIONAL............................................................ 49
FIGURA 7 - QUALIFICAÇÃO DO CORPO FUNCIONAL ..................................................................... 50
LISTA DE QUADROS
QUADRO 1 – BALANÇO SOCIAL DA EMPRESA .............................................................................. 43
QUADRO 2 – ORIGEM DOS RECURSOS........................................................................................... 44
QUADRO 3 - APLICAÇÃO DOS RECURSOS ..................................................................................... 45
QUADRO 4 - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS............................................................................ 46
QUADRO 5 - OUTRO INDICADORES ................................................................................................. 47
QUADRO 6 - INDICADORES SOBRE O CORPO FUNCIONAL.......................................................... 48
QUADRO 7 - QUALIFICAÇÃO DO CORPO FUNCIONAL................................................................... 50
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................8
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA ..............................................................8 1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA ...................................................................................9 1.3 OBJETIVOS..............................................................................................................9 1.3.1 Objetivo Geral.......................................................................................................10 1.3.2 Objetivos Específicos..........................................................................................10 1.4 SUPOSIÇÕES OU HIPÓTESES ............................................................................10 1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ..............................................................................11
2 ORIGEM DA RESPONSABILIDADE SOCIAL ..............................................................12
2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL .........................................................13 2.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES....................................15 2.3 RESPONSABILIDADE SÓCIO AMBIENTAL..........................................................20
3 BALANÇO SOCIAL .......................................................................................................23
3.1 BALANÇO SOCIAL.................................................................................................23 3.2 ORIGEM BALANÇO SOCIAL .................................................................................27 3.3 BALANÇO SOCIAL NO CONTEXTO GLOBALIZADO...........................................29 3.4 MODELO DE BALANÇO SOCIAL ..........................................................................32 3.4.1 Modelo IBASE.......................................................................................................32
4 METODOLOGIA DA PESQUISA...................................................................................38
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA......................................................................38 4.2 ESTUDO DE CASO................................................................................................39 4.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA ......................................................................39 4.4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ...............................................................39
5 APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS RESULTADOS...................................................41
5.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA ..................................................................................41 5.2 ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL.................................................................41 5.2.1 Origem dos Recursos..........................................................................................44 5.2.2 Aplicação dos Recursos .....................................................................................45 5.2.3 Indicadores Sociais Internos ..............................................................................46 5.2.4 Outros Indicadores ..............................................................................................47
5.2.5 Qualificação do Corpo Funcional.......................................................................48 5.2.6 Indicadores sobre o Corpo Funcional ...............................................................49
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................52
6.1 GENERALIDADES .................................................................................................52 6.2 LIMITAÇÕES ..........................................................................................................53 6.3 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS...........................................53
REFERÊNCIAS.................................................................................................................55
1 INTRODUÇÃO
Com os avanços tecnológicos e crescimento acelerado é de fundamental
importância que as organizações, adotem princípios e ações que trazem benefícios
à sociedade e ao meio ambiente, sendo este fonte de toda vida, tendo uma missão a
cumprir, identificar junto a sociedade a razão de sua existência.
Nas últimas décadas o tema vem se destacando consideravelmente sob
diversificados aspectos e os mais diferentes meios, visto a preocupação em
minimizar os impactos ambientais causados pelo homem. Entende-se que a
preservação e proteção ambiental são instrumentos que contribuirão para uma
melhor qualidade de vida futura.
A preservação do meio ambiente não significa o impedimento do crescimento
social, mas sim o desenvolvimento sustentável da sociedade como um todo,
promovendo uma interação entre gestores, colaboradores, clientes, fornecedores,
acionistas, governos e todos aqueles que se sentem parte desta sociedade.
Muitos estudiosos vêm alertando a sociedade quanto à questão dos recursos
hídricos, aquecimento global, dentre outros fatores preocupantes que ameaçam a
sobrevivência humana. Sendo assim a Responsabilidade Social passa a ser um
instrumento de gestão utilizado como um diferencial competitivo para empresas de
todos os segmentos que atuam em um ambiente, altamente competitivo, mas que
carrega a responsabilidade e a estratégia da mudança para um Sistema de Gestão
diferenciado transparecendo compromisso, conduta e ética nos negócios.
1.1 JUSTIFICATIVA DA ESCOLHA DO TEMA
O meio ambiente é um dos temas que mais vem preocupando a sociedade
nas últimas décadas, por tratar a questão da vida e da sobrevivência humana. No
âmbito contábil pode-se dizer que o balanço social é um instrumento de gestão que
evidencia as ações sociais da organização, ou seja, representa o seu
comprometimento ético com a sociedade por meio dos projetos sociais.
O balanço social tem por objetivo ser eqüitativo e evidenciar
9
informações que satisfaça à necessidade de quem dela precisa. Essa é a missão da Contabilidade, como ciência de reportar informação contábil, financeira, econômica, social física, de produtividade e de qualidade, TINOCO (2001,p.34).
Neste sentido para as empresas que destinam recursos para conservação e
preservação do meio ambiente o impacto é nítido, uma vez que a sociedade vem
reconhecendo essas ações sociais e destacando estas empresas dentre as outras.
Se o uso dos recursos naturais não afetasse as relações econômicas e, principalmente para a contabilidade, o patrimônio das organizações, não haveria necessidade de relatar e medir esses fatos e, portanto, ela não seria necessária, FERREIRA (2006, p.11).
Pretende-se assim, demonstrar a importância da responsabilidade social
desenvolvida por meio dos projetos e ações, tendo como campo de pesquisa a
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina –
FETAESC.
1.2 DEFINIÇÃO DO PROBLEMA
Tendo em vista a utilização de dados da FETAESC que contemplam ações
junto à comunidade rural da região do Estado de Santa Catarina, pretende-se
demonstrar a importância dessas ações para a sociedade. É assim importante
avaliar “ As ações, programas e projetos sociais que foram desenvolvidos em 2007 pela FETAESC - Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina”.
1.3 OBJETIVOS
Com a realização deste trabalho, busca-se atingir os seguintes objetivos:
10
1.3.1 Objetivo Geral
Demonstrar a importância da responsabilidade social da Federação dos
Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina - FETAESC e seus
benefícios sobre a sociedade utilizando o Balanço Social como instrumento de
gestão.
1.3.2 Objetivos Específicos
• Definir o modelo de Balanço Social da FETAESC.
• Identificar junto à Federação dos Trabalhadores na Agricultura do
Estado de Santa Catarina as ações e compromissos voltados ao
desenvolvimento social;
• Elaborar o Balanço Social de acordo com o modelo do Instituto IBASE.
1.4 SUPOSIÇÕES OU HIPÓTESES
Tratando de um estudo de caso, optou-se por antecipar algumas suposições.
Por ser uma pré-resposta ao problema.
Sendo assim, supõe-se:
Por ser uma instituição sem fins lucrativos, acredita-se que a mesma adote
políticas e ações que desenvolva responsabilidade sócio-ambiental junto à
sociedade, como também dar transparência nas ações e projetos desenvolvidos
divulgando-os junto a comunidade.
11
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO
Este trabalho está estruturado em seis capítulos de maneira a melhor discutir
gestão de responsabilidade social e balanço social.
Sendo assim, no primeiro capitulo apresenta-se a introdução e
contextualização, justificativas do tema e o problema, os objetivos e suposições.
A Origem da Responsabilidade Social está sendo abordada no segundo
capítulo, bem como, a Responsabilidade social nas organizações, Responsabilidade
Social no Brasil e Responsabilidade Sócio Ambiental.
O terceiro capitulo contempla o Balanço Social e sua origem, o Balanço Social
no contexto globalizado e o modelo do instituto IBASE.
Os procedimentos metodológicos são abordados no capítulo quarto e no quinto
capitulo, o estudo de caso, com dados da organização objeto de estudo e análise
dos indicadores sociais internos e externos.
O capitulo 6 conclui o trabalho apresentando as considerações finais e
sugestões.
As referências básicas utilizadas no desenvolvimento do estudo são
apresentadas ao final do trabalho.
2 ORIGEM DA RESPONSABILIDADE SOCIAL
Não se pode afirmar precisamente quando surgiu o tema Responsabilidade
Social. Alguns autores defendem que a responsabilidade social surgiu com o
aparecimento das organizações, outros que surgiu no inicio dos anos 60 nos
Estados Unidos e no inicio da década de 70 na Europa. (KROETZ,2000).
O termo “Responsabilidade Social” existe há décadas, no entanto poucas são
as organizações que tem em seus princípios as ações e compromissos voltados ao
bem estar social. De acordo com a evolução, a sociedade com poder de atuação
passa a exigir das organizações maior compromisso social, com isso o Balanço
Social passou a ser um demonstrativo cada vês mais exigido pela sociedade, devido
a grande insatisfação com as empresas o qual mantinha a filosofia do o lucro acima
de tudo.
Para Koerich (2003, p.25)
A Responsabilidade Social, na verdade, aparece no momento do surgimento das organizações, pois estas, a partir do momento em que nascem, firmam, um contrato tácito com a sociedade.
Há uma interação muito próxima entre organização e sociedade, no qual se
espera que a organização cumpra com suas obrigações proporcionando o
desenvolvimento sócio-econômico com ética e responsabilidade respeitando a
sociedade e o meio ambiente onde esta inserida.
O tema Responsabilidade Social nos leva a discutir o conceito de dívida
social.
Para Neto e Froes (1999, p.32):
Para definir dívida social, basta considerar-se um somatório de sofrimentos, humilhações e carências de toda ordem que aflige 20 a 25% da população ou cerca de 36 milhões de pessoas.
Trata-se de um número muito expressivo de pessoas que vivem a margem do
desenvolvimento, o que justifica a preocupação dos governos, das empresas e das
organizações em geral com o tema responsabilidade social. Esta dívida social
requer soluções urgentes, pois na reflexão de Wilheim (apud Neto e Froes, 1999, p
.32) “quanto tempo resta para evitar que a injustiça social e a violência urbana leve
de roldão os esforços democratizantes desta década?”
13
Apesar das políticas sociais adotadas pelo Governo Federal, com a
implantação de bolsa família, bolsa educação, entre outras, a dívida com a
sociedade aponta para a necessidade dos governos, empresários e sociedade civil
investirem em grandes mudanças sociais, que contemplem problemas como o
analfabetismo, a baixa qualidade da educação básica, a má distribuição de renda,
aumento da violência do trabalho infantil.
Tudo isso leva ao tema Responsabilidade Social, cuja discussão teve inicio,
conforme relata Petrelli (2004) 1 “na década de 50 nos Estados Unidos, chegando
aos meios empresariais e acadêmicos da Europa no final da década de 60”, mesma
década em que a responsabilidade social teve inicio no Brasil.
2.1 RESPONSABILIDADE SOCIAL NO BRASIL
A Responsabilidade Social no Brasil teve suas primeiras evidencias na “Carta
de Princípios do Dirigente Cristão de Empresas” em 1965 quando ocorreu sua
publicação pela Associação de Dirigentes Cristãos de Empresas do Brasil (ADCE
Brasil), (KROETZ,2000)
O grande marco na história do Brasil se deu mais precisamente na década de
90 onde o termo Responsabilidade Social começou a ter mais evidencia por
iniciativa e inspiração do sociólogo Herbert de Souza “Betinho” .Quando seu
principal objetivo era tornar publico as ações sociais das organizações contribuindo
para a diminuição do índice de desigualdade social e ressalta a importância que o
Balanço Social representa para a sociedade.
[...] com o apoio e a participação de lideranças empresariais, a campanha decolou e vem suscitando uma série de debates por meio da mídia, seminários e fóruns. Hoje é possível contabilizar o sucesso desta iniciativa e afirmar que o processo de construção de uma nova mentalidade e de novas práticas no meio empresarial está em pleno curso. 2 Torres (2008)
1 Revista Brasileira de Contabilidade (março/abril 2004 nº 146,p.51) 2 Ver em <www.balancosocial.org.br> (acessado em 28/032008)
14
Tratando-se de um assunto cujo tema é abrangido mundialmente a
responsabilidade social no Brasil vem tendo cada vez mais adeptos que abraçam
esta causa. A pressão da sociedade é um dos fatores que contribui para que as
empresas retribuam por meio de projetos e ações sociais e ambientais os malefícios
que causam com a poluição do ar, água, dentro outros fatores preocupantes para a
vida humana.
Conforme Petrelli3 (2004 nº 146):
No ano de 1998, foi fundado o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, pelo empresário Oded Grajew, servindo como ponte ente os empresários e as necessidades sociais, objetivando a disseminação da pratica da responsabilidade social das empresas por meio de experiências , publicações, programas, e eventos. Um ano apos a sua fundação 68 empresas brasileiras publicaram seu Balanço Social.
Observa-se a crescente preocupação dos gestores em optar por mudanças
relatando a sociedade seu comprometimento ético e social tornando-as empresas
com um diferencial competitivo.
Para o Instituto Ethos3,
A responsabilidade social vai alem da postura legal da empresa, da pratica filantrópica ou do apoio à comunidade. Significa mudança de atitude numa perspectiva de gestão empresarial com foco na qualidade das relações e na geração de valor para todos.
Enfatiza Kroetz (2000, p. 57)
No Brasil, poucas são as organizações que revelam tais preocupações, apenas algumas dezenas prestam à sociedade conta de suas ações; é possível atribuir este pouco zelo ao desconhecimento da Demonstração do Balanço Social, ou ainda por ignorarem a responsabilidade social da entidade.
Já para Tachizawa (2006, p 25)
No Brasil, o numero de empresas que vem utilizando medidas de gestão sócio-ambiental tem aumentado nos últimos anos, [...] em razão das exigências da sociedade de um posicionamento mais consistente e responsável das organizações, a fim de minimizar a diferença verificada entre os resultados econômicos e sociais, bem como da preocupação ecológica que vem ganhando destaque significativo.
3 Publicado na Revista Brasileira de Contabilidade (março/abril 2004 n° 146 p. 52)
15
A Responsabilidade Social é fator predominante no século XXI, devidos às
inconseqüências e atitudes de varias gerações, que causaram e causam danos
incontroláveis à sociedade e ao meio ambiente, muito se tem feito para reverter este
pensamento. Mudanças de hábitos e atitudes podem fazer a diferença que terá
reflexos futuros.
Tachizawa (2006, p 25) ressalta:
As organizações no novo contexto necessitam partilhar do entendimento de que deve existir um objetivo comum, e não um conflito, entre desenvolvimento econômico e proteção ambiental, tanto para o momento presente como para gerações futuras.
A Responsabilidade Social Brasileira, embora não tenha amparo legal, é
reconhecida e praticada por muitas organizações que tem comportamento ético e
responsável, compromisso e respeito para com seu publico interno e externo. A
responsabilidade social e compromisso ambiental não impedem o desenvolvimento
social, no entanto quem publica suas ações sociais exerce a ética e transparência
com a sociedade, colaboradores, fornecedores, têm um diferencial competitivo e
influente que poderá interferir o sucesso e a permanência da empresa no mercado
altamente competitivo.
2.2 A RESPONSABILIDADE SOCIAL NAS ORGANIZAÇÕES
A Responsabilidade Social nas organizações traz consigo grandes desafios
para os gestores sejam no âmbito social ou ambientai.
Nesta era de globalização a Responsabilidade Social passa a ser um
comprometimento ético, responsável e transparente da organização para com todo
seu publico interno e externo. A preocupação com o bem estar sócio-ambiental vem
influenciando cada vez mais o processo de mudança na gestão das organizações.
Devido à pressão e exigência da sociedade que urge por mudanças do processo
produtivo, as organizações vêm adotando estratégias, valorizando o publico interno,
oportunizando trabalho para portadores de necessidades especiais, educação,
16
saúde dentre outros benefícios que conseqüentemente reflete no publico externo
como a preservação dos recursos naturais.4 De Luca (2005).
A busca pelo diferencial competitivo esta além do lucro, a preocupação com
as questões sociais vem sendo debatidas mundialmente por organizações e
instituições de diversas naturezas. A divulgação das ações sociais é realizada por
meio do balanço social, instrumento que evidencia todas as ações sócio-econômica
da empresa, informações sobre recursos humanos, meio ambiente, projetos e ações
sociais que trazem benefícios a sociedade.
Para Neto e Froes (1999, p 78)
A responsabilidade Social de uma empresa consiste na sua decisão de participar mais diretamente das ações comunitárias na região em que esta presente e minorar possíveis danos ambientais decorrente do tipo de atividade que exerça.
No entanto para uma empresa ser considerada socialmente responsável é
preciso atribuir alguns elementos que englobam o bem-estar de seu publico interno
e externo. Dentre os quais se pode citar:5
• Apoio ao desenvolvimento da comunidade onde atua;
• Preservação do meio ambiente;
• Investimento no bem-estar dos funcionários e seus dependentes e num
ambiente de trabalho agradável;
• Comunicação transparente;
• Retorno aos acionistas;
• Sinergia com os parceiros; satisfação dos clientes e /ou consumidores.
Portanto, é de suma importância que as organizações façam uma auto-
avaliação de suas ações sociais, visto que estão inseridas dentro de uma sociedade
e que direta ou indiretamente consomem recursos naturais.
A interação da responsabilidade social nas organizações de Primeiro Setor
(Organizações Publicas), Segundo Setor (Organizações Privadas) e Terceiro Setor
(Organizações da Sociedade Civil de interesse Publico), vem fazendo com que a
4 Pesquisado na Revista Brasileira de Contabilidade março/abril nº152 p.25-27 5 Pesquisado na Revista Brasileira de Contabilidade nº 20 junho 2002. Autoria de Elena Hahn Raupp
17
sociedade adote pensamentos e ações diferentes de modo a produzir mudanças e
comportamentos que trazem benefícios a humanidade.6
Para Koerich (2003, p.30)
Sabe-se que essa relação entre sociedade e entidades privadas ou publicas normalmente não é muito harmoniosa. A relação entre capital e trabalho traz interesses que, muitas vezes, atendem apenas ao individualismo de cada um, não havendo muita preocupação com o social.
Embora os caminhos percorridos sejam diferentes, o objetivo será sempre o
mesmo no primeiro setor (considerado toda a esfera publica - Federal, Estadual e
Municipal) destaca-se a Política de ação social que visa o atendimento das diversas
regiões brasileiras, objetivando a melhoria da qualidade de vida das populações, que
na sua grande maioria são desenvolvidos pelas secretaria da assistência social,
secretaria de desenvolvimento o qual agregam inúmeros programas entre eles, o
bolsa escola, habitação, saúde, educação, proteção a criança e idoso, dentre outros.
No ramo empresarial considerado de segundo setor, esta preocupação se
destaca em algumas empresas que vem dando a contra partida para a sociedade,
como exemplo a Empresa Sul Catarinense que proporciona a seus colaboradores
educação, saúde, oportuniza a população o projeto que garante a qualificação e
maiores oportunidades (Projeto Pescar). Na área ambiental esta possui um espaço
com dois mil metros quadrados que abrigam 35 mil espécies de flores, árvores
frutíferas e ornamentais, que estão sob os cuidados de um funcionário treinado
exclusivamente para o cultivo e manejo das mudas.
Criado com a proposta de servir como suporte em áreas atingidas por obras
da empresa. O horto foi aberto para visitação de órgãos públicos, entidades civis,
escolas e comunidade em geral, que recebem doações para reflorestamento de
mudas à população em diversas datas comemorativas, entre elas o Dia Mundial do
Meio Ambiente e o aniversário do município de Biguaçu, São José e Florianópolis7.
O Terceiro Setor constitui-se de organizações e entidades sem fins lucrativos
que foram criadas com o intuito e objetivo de prestar serviços ao público (saúde,
educação, cultura, habitação, direitos civis, desenvolvimento do ser humano,
proteção ao meio ambiente).
6 Publicado no Jornal Biguaçu em Foco-JBFoco em 25/03/2008. 7 Disponível em www.sulcatarinense.com.br, acesso em 16/04/2008
18
Conforme publicado no JBFoco (25/03/2008 p. 12)
Há um crescente movimento em torno de parcerias depois que as empresas passaram a se preocupar muito mais com o que ocorre com seus colaboradores, fornecedores, consumidores, enfim, os chamados stakeholders. Essa preocupação transformou-se em uma linha transversal de atuação dentro das grandes e médias empresas, a Responsabilidade Social.
Para Neto e Froes (1999 p. 5)
A definição de Terceiro Setor surgiu já na primeira metade do século, nos Estados Unidos. Ele seria uma mistura dos dois setores econômicos clássicos da sociedade: o publico representado pelo Estado, e o privado, representado pelo empresariado em geral.
Apesar de ser um conceito recente, no Brasil o terceiro setor esta avançando
significativamente, com o objetivo de minimizar o desemprego, violência,
desigualdade social e a degradação ambiental. Visto os benefícios revertidos à
sociedade por meio de projetos e ações sociais o Terceiro Setor, vem
gradativamente conquistando a formação das parcerias entres setores públicos e
privados, que consequentemente garante o sucesso dos programas, projetos e
ações sociais com também sua sustentabilidade.
Conforme 8 Petrelli (2004, p 51)
O crescimento do terceiro setor decorre de varias pressões, demandas e necessidades advindas das pessoas, como cidadãos, das instituições e até dos próprios governos [...] É nestas circunstâncias que a responsabilidade social toma forma, demonstrando, efetivamente o que as organizações produtivas podem fazer em prol da sociedade.
Observa-se a grande preocupação da responsabilidade sócio-ambiental nos
mais diversos setores fazendo com que em futuro próximo a tendência das
organizações seja uma administração voltada para o sistema corporativo.
É nesse contexto que o trabalho de conclusão de curso contempla e discute a
responsabilidade social, que segundo o Instituto ETHOS9,
Considera o momento propício para promover o avanço do movimento de responsabilidade social rumo à construção desse novo modelo de desenvolvimento. Atento às oportunidades que a conjuntura atual oferece, vem realizando, com a participação ativa de seus associados e das empresas em geral, a articulação, de modo
8 Publicado Por Cristina Melim Petrelli na Revista Brasileira de contabilidade março/abril 2004 nº 146 p. 51 9 Disponível em www.ethos.org.br acessado em 25/05/2005 na área de Políticas Publicas.
19
suprapartidário, das práticas de responsabilidade social das empresas com políticas públicas dos governos federal, estaduais e municipais voltadas para inclusão social, erradicação da pobreza e da fome, combate à corrupção e desenvolvimento ambiental.
Terceiro Setor, embora tenha surgido na primeira metade do século XX, nos
Estados Unidos, foi no final deste mesmo século objeto de discussões entre vários
países, dentre eles o Brasil no Governo FHC. Foi durante esse governo que surgiu
grande parte das ONGs preocupadas com o desenvolvimento social. Uma
preocupação, aparentemente no Brasil voltada para o setor publico, diferentemente
dos Estados Unidos, Neto e Froes (1999)
Termos como filantropia empresarial, tão recentes no Brasil, já existe há décadas nos Estados Unidos. Hoje, a maioria das grandes fundações filantrópicas americanas como a Ford, a Rockfeller e a Carmneggie, já independentes das suas empresas-mãe tem juntas um patrimônio de mais de 170 bilhões de dólares. Em um ano, se gasta um bilhão de dólares em projetos de educação, cultura e assistência social nos Estados Unidos, e não são as empresas que fazem este trabalho naquele pais. Lá a maioria das doações do terceiro setor vem mesmo é de pessoas físicas. NETO e FROES (1999, p. 06):
Há uma diferenciação entre os termos Responsabilidade Social e Filantropia.
A Responsabilidade Social é o ato ético de comprometimento e responsabilidade
para com a sociedade num todo. A Responsabilidade Social não significa apenas
ajudar momentaneamente, mas sim um compromisso com ações sociais contínuas.
A filantropia é o ato em que a organização ajuda naquele determinado
momento, não há intenção de continuidade, não existe um planejamento ou
comprometimento com a sociedade, a Filantropia é uma ação eventual da
organização.
Outra preocupação bastante pertinente, na questão social é a diferenciação
do poder aquisitivo da sociedade brasileira que é bastante nítido. Embora haja
interesse de consumir produtos com melhor qualidade e sem poluição, a renda per
capta brasileira não permite, além disso, o índice de analfabetismo é alto com uma
recessão recente e dificuldades econômicas sérias, e nem sempre os produtos
ambientalmente corretos consegue ter um preço competitivo. (FERREIRA. 2006)
20
2.3 RESPONSABILIDADE SÓCIO AMBIENTAL.
Observa-se cada vez mais a preocupação das organizações em seu
gerenciamento conciliada a responsabilidade social, devido a grade exigência da
sociedade a tendência do mundo atual visa gerenciar uma organização de forma
que os interesses sejam de ambas as partes, empresa/sociedade.
Uma organização só tem razão de existir se desempenhar um papel socialmente útil e o contrato social existente entre empresa e sociedade puder ser refeito ou revogado, caso elas falhem em atender as expectativas da sociedade. Donaire (1999, p22) “
É momento de refletir as conseqüências do descaso, e o preço que se paga
quando as organizações/gestores não dão à devida importância à responsabilidade
e conscientização social. Os reflexos disso acabam por prejudicar todos interna e
externamente.
A Responsabilidade Social vem sendo tratada com muito mais ênfase por
parte das organizações/gestores o tema conscientização social é um fator
predominante dentro das organizações devido a grande pressão da sociedade que
urge por mudança no processo produtivo por parte de muitas empresas.
A preocupação de muitas organizações com o problema da poluição tem feito com que elas reavaliem o processo produtivo, buscando a obtenção de tecnologias limpas e o reaproveitamento dos resíduos, Isso tem propiciado vultosas economias, que não teriam sido obtidas se elas não tivessem enfocado este problema. DONAIRE (1999 p 23)
Para Tachizawa (2006 p 85)
A responsabilidade social está se transformando num parâmetro, e referencial de excelência, para o mundo dos negócios e para todo o Brasil corporativo. Segundo a Fundação para o Prêmio Nacional da Qualidade (2001), as organizações socialmente responsáveis devem abordar suas responsabilidades perante a sociedade e o exercício da cidadania.
Diz ainda Tachizawa (2006 p 27)
Esse novo pensamento precisa ser acompanhado por uma mudança de valores, passando da expansão para a conservação, da quantidade para a qualidade, da dominação para a parceria. O novo pensamento e o novo sistema de valores, juntamente com as correspondestes percepções e novas praticas , constituem o que se denomina de `novo paradigma` , com reflexos imediatos nas escolas de formação e preparação de administradores.
21
Esse novo paradigma assim definido por TACHIZAWA, traz consigo
pensamentos e estratégias de novos tempos. As organizações precisam estar aptas
para atuar nesta nova era. A importância da responsabilidade social e proteção
ambiental são fatores determinantes que fazem parte do desenvolvimento
econômico e sustentável das organizações comprometidas com a sociedade,
mantendo contudo um diferencial competitivo no mercado globalizado.
Segundo 10 Raupp (2002, p. 52)
O Desenvolvimento econômico e social e indispensável para assegurar ao homem um ambiente de vida e trabalho favorável e criar, na terra, as condições necessárias a melhoria da qualidade de vida.
Relata ainda Raupp (2002, p.51)
As empresas começam a se dar conta de que as medidas de proteção ambiental não surgiram para prejudicar ou impedir o crescimento e o desenvolvimento econômico e, sim, como mais uma meta a ser atingida, no propósito de torná-las competitivas e agregar valores aos seus produtos no cenário globalizado do mundo atual.
O Desenvolvimento Social pode ser muito importante para a sociedade
contribuindo para a geração de emprego, renda, crescimento da economia mundial.
Por outro lado, pode trazer consigo alguns malefícios, pois junto com o
desenvolvimento aumenta também a desigualdade social, afetando diretamente o
ecossistema como poluição das águas, rios, desmatamento, para as edificações,
(casa, indústrias, estradas rodovias), aumento dos resíduos sólidos (lixo), poluição
do ar ocasionado principalmente pelas grandes indústrias e aumento incontrolável
de veículos automotores dentre outros fatores poluentes e degradantes.
(FERREIRA, 2006)
Para Ferreira (2006, p. 40)
Os benefícios (resultados) oriundos dessa gestão afetarão diretamente os primeiros, por meio da manutenção de resultados econômicos positivos e perspectiva de continuidade dos negócios, e à segunda, pela perspectiva de que o meio ambiente não seja extinto que a atividade produtiva não polua e se possa manter a qualidade de vida.
10 Publicado na Revista Brasileira de Contabilidade pela autora Elena Hahn Raupp em junho 2002 nº 20 p.51-52
22
È importante observar que o meio ambiente somos nós, cada um deve fazer
sua parte, de nada adianta cobrar dos órgãos, instituições, ONGs, associações se a
educação e conscientização ambiental não partir de dentro de nossa casa.
Existe uma preocupação muito grande dos órgãos governamentais, quando
trata-se da ocupação em áreas que não possuem infra-estrutura adequada. É nítido
o impacto ambiental que isso causa a sociedade, é mais poluição, sabe-se que não
existe um tratamento de rede de esgoto, a mata vai desaparecendo dentre as
moradas, a fauna com um índice de extinção consideravelmente, há espécies que
não existe mais, os recursos hídricos estão sendo seriamente comprometidas com a
devastação.
Com crescente avanço em tecnologias e informações é preciso que o
profissional contábil esteja preparado e apto a atuar neste mercado onde as
mudanças acontecem constantemente. O Balanço social mais uma ferramenta de
gestão que tem como objetivo fornecer de forma ética e transparente todas as ações
socioeconômicas, sobre a relação da empresa com os seus mais diferentes públicos
(empregados, clientes, fornecedores, governo e sociedade). Ferreira (2006).
3 BALANÇO SOCIAL
Neste capitulo será abortado a importância do Balanço Social como um
instrumento de gestão a origem do Balanço Social e o modelo.
3.1 BALANÇO SOCIAL
O Balanço social pode ser um instrumento de gestão utilizado por várias
entidades com a finalidade de demonstrar à sociedade suas ações sócio-ambientais
e tem por propósito evidenciar seu comprometimento ético e social.
O Balanço Social como assim é conhecido, é um termo que não representa
seu verdadeiro significado, tendo o mesmo sentido de balança, compreendendo
noção de equilíbrio. Segundo Kroetz não sendo a expressão mais adequada.
(KROETZ 2000).
Por outro lado o sentido, balança é bastante condizente, pois quando trata-se
de equilíbrio configura ponderação, igualdade. Tratando-se de um demonstrativo
cuja finalidade é demonstrar compromisso ético e social tanto para sociedade como
para seus colaboradores, o termo Balanço Social é propicio de acordo com sua
finalidade.
Segundo Tinoco (2001, p. 14)
O balanço Social é um instrumento de gestão e informação, que visa evidenciar, de forma mais transparente possível, informações econômicas e sociais do desempenho das entidades, aos mais diferenciados usuários, entre estes os funcionários.
As organizações que utilizam o demonstrativo social como um instrumento de
gestão, comprometem-se eticamente com seu público interno e externo, tornando
suas ações sociais transparentes e responsáveis aos mais diversos usuários.
Relata ainda Tinoco (2001, p.34)
O Balanço Social tem por objetivo ser eqüitativo e evidenciar informações que satisfaça à necessidade de quem dela precisa. Essa é a missão da Contabilidade, como ciência de reportar informação contábil, financeira, econômica, social, física de
24
produtividade e de qualidade.
Demonstrar a situação financeira e patrimonial da entidade é o objetivo
principal da contabilidade. Nessa conjuntura o sentido da contabilidade passa a ter
novos direcionamentos como sendo co-responsável nas ações da empresa. É
importante que a contabilidade esteja preparada par auxiliar o gestor em elaborar o
demonstrativo que compreende as ações sociais e ambientais da organização o qual
possui influencia direta e indiretamente na contabilidade: O denominado Balanço
Social.
Para Torres (2008)
A função principal do balanço social da empresa é tornar publico a responsabilidade social da empresa. Isto faz parte do processo de por as cartas na mesa e mostrar com transparência para o publico em geral, para os atentos consumidores e para os acionistas e investidores o que a empresa esta fazendo na área social. 11
Como mencionado anteriormente na prática verifica-se que o balanço social
não é propriamente um balanço, mas relatórios de prestação de contas das
entidades para com a sociedade. Não entrando no mérito desta discussão, neste
trabalho utilizar-se-á a nomenclatura Balanço Social, já que é assim aceita pela
sociedade.
Para Andrade (2008)
A contabilidade, como ciência social aplicada, e sendo o banco de dados mais completo da azienda, tendo como seu produto a informação, dentre outros modelos, apresentou a Demonstração do Valor Adicionado que evidencia a riqueza gerada e a distribuição, dando um enfoque sócio-econômico ao Balanço Social. 12
A elaboração do Balanço Social pode fazer parte da contabilidade, embora no
Brasil não tenha ainda amparo legal que obrigue a empresa elaborar e publicar tal
demonstrativo. Auferir lucro é uma prerrogativa da empresa, porém esta deveria
demonstrar a sociedade por meio do Balanço Social à aplicação de recursos em
ações sociais.
O Balanço Social representa para empresa e sociedade o elo de
11 Disponível em <www.balançosocial.org.br> acesso em 28/03/2008 autoria de Ciro Torres 12 Importância do Balanço Social autoria de Ivan Dantas de Andrade disponível em <www.elmarza.com.br> acesso em 07/05/2008
25
comprometimento e estratégias que garantirão a sobrevivência e a permanência da
organização no mercado, visto que há uma tendência para que todas as empresas
publiquem a sociedade suas ações sociais e ambientais, representando
transparência e compromisso para com todos. Kroetz (2000, p. 79) relata os
principais objetivos do Balanço Social.
• Revelar, conjuntamente com as demais demonstrações contábeis, a solidez da estratégia de sobrevivência e crescimento da entidade;
• Evidenciar, com indicadores, as contribuições à qualidade de vida da população;
• Abranger o universo das interações sociais entre: clientes, fornecedores, associações, governo, acionistas, investidores, universidade e outros;
• Apresentar os investimentos no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias;
• Formar um banco de dados confiável para a análise e tomada de decisão dos mais diversos, usuários.
• Ampliar o grau de confiança da sociedade na entidade;
• Contribuir para a implementação e manutenção de processos de qualidade, sendo a própria demonstração do Balanço Social um parâmetro pra tal;
• Medir os impactos das informações apresentadas no Balanço Social perante a comunidade dos negócios; no amanhã da entidade; na marca/goodwill, na imagem do negócio.
• Verificar a participação do quadro funcional no processo de gestão (fase da gestão participativa);
• Servir de instrumento para negociação laborais entre a direção da entidade e sindicatos ou representantes dos funcionários;
• Melhorar o sistema de controle interno, permitindo qualificar o ambiente organizacional, numa perspectiva de confirmar a regularidade da gestão identificada com o gerenciamento social e ecologicamente correto;
• Clarificar os objetivos e as políticas administrativas, julgando a administração não apenas em função do resultado econômico, mas também dos resultados sociais.
O Balanço Social é um demonstrativo utilizado para fornecer, de forma ética,
transparente e objetiva informações socioeconômica da organização para com seus
26
mais diferentes públicos: empregados, clientes, fornecedores e toda sociedade em
geral.
Para De Luca (2005)
O Balanço Social é o instrumento que evidencia todas as ações sócio-econômicas desenvolvidos pela empresa em determinado período, fornecendo informações sobre recursos humanos, meio ambiente, demonstração do valor adicionado e sua distribuição, além dos projetos sociais desenvolvidos em beneficio da sociedade em geral.13
O Balanço Social serve como indicador das ações sociais desenvolvidas pela
organização levando-se em conta o grau de comprometimento que a mesma tem
com os funcionários, acionistas, fornecedores e toda a sociedade que ali esta
inserida, destacando-se com um diferencial competitivo dentre as demais
organizações que ainda mantém a filosofia do lucro acima de tudo.
Koerich (2003, p. 48) define:
O Balanço Social é um relatório contábil e pode ser utilizado como uma ferramenta de gestão no sentido de mostrar a todos os interessados, sejam internos ou externos, as ações sociais desenvolvidas pela entidade, para que estes possam tomar as decisões estratégicas de forma mais consciente e, além disso contribuir para o bem-estar dos colaboradores da companhia e para alcançar os seus objetivos econômicos e sociais.
Devido a grande pressão e exigência da sociedade, muitas organizações,
estão aderindo a sua gestão a Responsabilidade Social, visto a importância que
representa para a sociedade, promovendo o bem estar social. Outras adotam
estratégias que envolvem seus parceiros, fornecedores neste mesmo processo, para
evoluir com consciência e responsabilidade.
Para Instituto Ethos:
O balanço social, ou relatório de sustentabilidade, é um meio de dar transparência às atividades corporativas, de modo a ampliar o diálogo da organização com a sociedade. É também uma ferramenta de gestão da responsabilidade social, pela qual a empresa entende de que forma sua gestão atende à sua visão e a seus compromissos estabelecidos em relação ao tema da RSE, e em direção à sustentabilidade14.
Diante das definições apresentadas cada vez mais vem se destacando à
13 Publicado por Márcia Martins Mendes De Luca na Revista Brasileira de Contabilidade março/abril 2005 nº 152. 14 Disponível em <www.ethos.org.br> Ferramentas de Gestão- Guia de Elaboração do Balanço Social acessado em 06/06/2008
27
importância que o Balanço Social tem para vida e sobrevivência das empresas como
também para a sociedade em geral. Sendo este um relatório de grandes
repercussões na história, com trajetória de sucessos e insucessos, opiniões,
pensamentos e atitudes divergentes. Mesmo estando no século XXI, onde a
preocupação com o desenvolvimento sócio-ambiental e tema abordado
mundialmente.
3.2 ORIGEM BALANÇO SOCIAL
Os primeiros indícios de informações sociais aconteceram com inicio da
guerra de Vietnã. Entre as décadas de 60 e 70 mais precisamente na França em
1977 pela intervenção dos movimentos sociais, foi criada uma lei sobre Balanço
Social nº 77.769, o qual foi efetivamente posta em prática em 1979.
Com isso obrigando as organizações de grande porte a publicar seus
Balanços Sociais. Em vários paises como Alemanha, Holanda, Bélgica, Espanha,
Portugal, e Inglaterra, passaram a adotar a lei Francesa e divulgar suas ações
sociais. O grande marco da Historia do Balanço Social aconteceu no ano de 1972,
ano em que a Empresa SINGER fez a primeira publicação do Balanço Social dentre
as empresas de grande porte. (TINOCO,2004).
Na Alemanha, não existe a obrigatoriedade da publicação do Balanço Social,
no entanto as empresas publicam um relatório com característica similar
evidenciando de um lado informações ecológicas e de outro lado as condições de
trabalho (TINOCO, 2001).
Na Bélgica e na Holanda a relação de patrão e empregado é bastante
evoluída, pois o patrão é visto como um parceiro. Mantendo uma relação mais
igualitária.
Na Holanda, as informações mais relevantes que contemplam os relatórios
são as condições de trabalho e estatísticas sobre empregos em posição de
destaque.
Na França, a obrigatoriedade pela publicação do Balanço Social existe desde
12 de junho de 1977, sendo obrigada somente às empresas de grande porte, que
possui mais de 300 funcionários. (TINOCO, 2004)
28
A partir da década de 60 do século XX, os trabalhadores, especialmente na Europa e nos Estados Unidos da América, passaram a fazer exigências às organizações no sentido de obterem informações relativas a seu desempenho econômico e social, ampliando a informação que as organizações forneciam, incorporando as sociais (especialmente aquelas relativas ao emprego), tendo em vista a discussão da responsabilidade social, dando assim origem à implantação do Balanço Social, na França em 1977, que evidenciava basicamente os recursos humanos. (TINOCO,2001, p. 27)
No Brasil, foi na década de 80 que foi elaborado um modelo de relatório que
demonstra as ações sociais desenvolvidas pelas organizações. Este modelo foi
criado pela Fundação Instituto de Desenvolvimento Empresarial e Social (FIDES).
Somente nos anos 90 que algumas empresas conscientes passaram a divulgar suas
ações sociais e ambientais, dentre as quais pode-se citar a Nitrofértil empresa
estatal situada na Bahia que publicou seu Balanço Social em 1984 com grande
repercussão na historia. (KROETZ, 2000).
Relata Torres (2008)
Desde o início do século XX registram-se manifestações a favor deste tipo de comportamento. Contudo, foi somente a partir dos anos 60 nos Estados Unidos da América e no início da década de 70 na Europa -particularmente na França, Alemanha e Inglaterra - que a sociedade iniciou uma cobrança por maior responsabilidade social das empresas e consolidou-se a própria necessidade de divulgação dos chamados balanços ou relatórios sociais.15
No Brasil há muitas controvérsias quanto à divulgação do Balanço Social e
são poucas as organizações que demonstram tal preocupação com a publicação de
suas ações sociais. (KROETZ, 2000).
O Balanço Social encontrou defensores [...] O Sociólogo Herbert de Souza (Betinho), talvez tenha sido o grande interlocutor e promotor dessa nova realidade, pois lutou de forma incansável para realizar um de seus sonhos, implantar um Balanço Social adequado à realidade brasileira. (KROETZ, p. 59,2000).
Atualmente no Brasil não existe uma Lei que regulamenta a publicação do
Balanço Social, sendo este um demonstrativo de grande importância que visa
publicar as ações sociais e ambientais das organizações.
Foram vários projetos encaminhados para o Congresso Nacional, dos quais
pode-se citar o Projeto Lei n 1305/2003 do deputado Bispo Rodrigues que trata da 15 Disponível em < www.balancosocial.org.br> acesso em 12/05/2005 autoria de Ciro Torres, Histórico do B.S.
29
obrigatoriedade da divulgação do Balanço Social pelas empresas e da Deputada
Marta Suplicy n 3.116/97 que trata o Balanço Social como sendo um instrumento de
informação.16
Percebe-se que há uma grande resistência ou inconseqüência por parte dos
legisladores em decretar a lei de Responsabilidade Social.
3.3 BALANÇO SOCIAL NO CONTEXTO GLOBALIZADO
A globalização teve grande influência no processo de planejamento das
organizações. A velocidade das informações precisam ser gerenciadas da mesma
forma, onde as organizações precisam estar aptas para atuar nesta nova era,
garantindo contudo um diferencial competitivo no mercado globalizado.
Já dizia Drucker (1999, p. 218)
O século XXI seria certamente de tumultos e desafios sociais, econômicos e políticos contínuos ao menos em suas primeiras décadas, aquilo que chamei de era da transformação social ainda não terminou. os desafios que estão pela frente podem ser mais sérios e assustadores que aqueles representados pelas transformações sociais já ocorridas [...] essas são as tarefas prioritárias, pois somente se forem enfrentadas poderemos esperar ter, nos paises desenvolvidos, a coesão social, a forca econômica e a capacidade governamental de enfrentar os novos desafios.
É pertinente a preocupação de Drucker, quando prevê mudanças radicais no
comportamento das organizações para o século XXI. Grande parte das organizações
está inovando em tecnologias, que garantem melhor qualidade de vida e do meio
ambiente. Muitas organizações estão aderindo uma administração corporativa e
compromissada com seus clientes e com a sociedade.
As mudanças são continuas só permanecerá quem estiver apto a mudar, neste
novo mundo empresarial, atuar com compromisso e transparência nesta conjuntura
onde a responsabilidade social esta em evidencia. Visto não somente como um bom
negócio, mas com um diferencial competitivo, tendo uma gestão transparente com
compromisso e ética para com o publico interno e externo. (De Luca, 2005) 16 Disponível em <www.balancosocial.org.br> acesso em 12/05/2008 autoria de Marta Suplicy, Maria da Conceição Tavares e Sandra Starling,- Projetos de Lei Esfera Federal e <www.uniethos.org.br> acesso em 12/05/2008 Autoria de Deputado Bispo Rodrigues.
30
Já Kroetz (2000, p. 118)
O interesse pelo Balanço Social parece ampliar-se a cada dia. Os meios de comunicação, falados, e escritos, reportagem inúmeros comentários e artigos discutindo a referida demonstração.
Diz ainda Kroetz
Algumas entidades vêm publicando e desenvolvendo os estudos com a finalidade de aprimorar as metodologias existentes e tornar o Balanço Social num instrumento que viabilize a analise e avaliação da responsabilidade social e ecológica das entidades, como também para identificar oportunidades e reduzir os riscos da tomada de decisão.
Nesta era de globalização a uma preocupação bastante significativa com as
questões sociais e ambientais, devido a essa exigência e pressão da sociedade
muitas empresas socialmente responsáveis e preocupadas com sua permanência no
mercado adotaram métodos anti-poluentes, que não agridem o meio ambiente,
tratam os dejetos com responsabilidade.
Para Vicaria (2008)
A terra esta aquecendo devido ao acumulo de gases que aprisionam o calor do sol na atmosfera. o principal deles e o gás carbônico, emitido pela queima de combustíveis fosseis e pelo desmatamento.17
A inconseqüência no processo produtivo de grande parte das empresas está
comprometendo a qualidade de vida de toda humanidade. Por isso quando as
empresas adotam medidas de produção que não agridem o meio ambiente, não são
somente elas que se beneficiam, mas todos que dela fazem parte interna e
externamente
Cresce em todo o mundo a preocupação com a questão social e ambiental, na medida em que está se chegando em um ponto crucial, principalmente nos países não-desenvolvidos como o Brasil. O meio empresarial, parte integrante e ativa dentro dessa realidade, busca formas de melhorar seu relacionamento com o meio ambiente e a sociedade, de modo a contribuir para o desenvolvimento social e econômico, do qual dependem para sua própria sobrevivência.18
Vive-se um dilema mundial, quanto as questões sociais e ambientais, o
momento atual urge por mudanças que são inevitáveis. A realidade é bastante 17 Publicado na Revista Época em 31/03/2008 autora Luciana Vicaria. 18 Balanço Social como instrumento de Marketing – autoria de Fernando Augusto Trevisan artigo publicado FA TREVISAN - RAE-eletrônica, 2002 - rae.com.br
31
preocupante, onde todos são responsáveis pelos seus atos, é preciso vencer os
desafios com consciência responsabilidade e compromisso social.
Para Kroetz (2008)
Urge o desenvolvimento de pesquisas na área da Contabilidade Social, pois esta especialização da ciência contábil surge com o propósito de contribuir, efetivamente, para a prosperidade das entidades e das nações, transformando o sistema de informações contábeis em um conjunto mais amplo, onde apresentam-se não somente demonstrações financeiras econômicas, mas também aquelas de caráter social e ambiental, imprescindíveis para a análise, o controle, a avaliação e a tomada de decisão nas entidades, no contexto mundial globalizado e de constante mutação. Tendo como principal instrumento de demonstração o Balanço Social.19
Vivencia-se uma era de transformação e exigências, união de entidades civis e
governamentais, lutando por mudanças estratégicas no sistema produtivo tanto no
ramo agrícola como industrial, mudanças estas que venham a garantir o bem-estar
social e melhor qualidade de vida para sociedade, seminários, conferências que
tratam do tema relacionado à responsabilidade social e ambiental, são freqüentes e
conscientes, a mudança é inevitável principalmente para garantir a vida humana em
nosso planeta, as futuras gerações sofrerão as conseqüências ocasionadas pela
imprudência da atualidade.
Conforme Silva (2008)
O enfrentamento às mudanças globais do clima, por sua vez, é o maior desafio que a humanidade enfrenta, não só na área ambiental, embora nela esteja a raiz do problema, mas em todas as áreas do desenvolvimento humano, passando pela ciência , pela política e, o mais importante, pela ética. De forma resumida, a crise expressa na mudança do clima é uma crise ética que se interpõe aos interesses legítimos de gerações atuais de seres humanos e aos interesses também legítimos e fundamentais das gerações futuras.20
Para Ribeiro (1992)
Ao captar do meio ambiente, recursos naturais renováveis ou não, a empresa está se utilizando do patrimônio da humanidade. Tais recursos, quando não consumidos totalmente e devolvidos de forma deteriorada, afetam negativamente o patrimônio natural, via redução do volume de água potável, do nível de qualidade do ar, diminuição
19 CESAR EDUARDO STEVENS KROETZ- Contabilidade Social - artigo publicado em CES KROETZ - CEP - sebraepb.com.br 20 Publicado no Boletim da III Conferencia Nacional do Meio Ambiente maio 2008 p.2 autora Marina Silva- Ministra de Estado do Meio Ambiente.
32
da área de terras habitáveis ou cultiváveis, restringindo, portanto, as condições de vida das gerações , futuras, e até mesmo da presente. E, quando consumidos total e indiscriminadamente, provocam sua extinção. (RIBEIRO 1998, p 35).
Neste contexto o Balanço Social pode ser um instrumento de gestão para as
organizações, representando a resposta que a sociedade precisa para conhecer
quais ações sócio-ambientais que a entidade desenvolve.
3.4 MODELO DE BALANÇO SOCIAL
O Balanço Social é um instrumento que visa demonstrar à sociedade as ações
sociais e ambientais desenvolvidas pela empresa. Sabe-se que a publicação do
Balanço Social é benéfica para a organização, pois reflete seu comprometimento
ético e social para com a sociedade e seus integrantes, alem de ser uma estratégia
que auxiliará a sobrevivência das organizações mais conscientes e compromissadas
no mercado.
No Brasil ainda são poucas as organizações que publicam e firmam
efetivamente esse compromisso com a sociedade, outras desconhecem este
beneficio e a importância do mesmo. Talvez por ser um demonstrativo que não seja
ainda amparado em Lei, apesar de ser um tema bastante explorado na atualidade.
Atualmente no Brasil não existe um modelo padronizado e legal de publicação
do Balanço Social. Por iniciativa de algumas instituições foi criado um modelo para
ser utilizado por empresas que desejam mostrar a sociedade suas ações sócio-
ambientais. Será demonstrado neste trabalho o modelo de Balanço Social utilizado
pelo instituto IBASE.
3.4.1 Modelo IBASE
O Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (IBASE) caracteriza-se
33
por ser uma instituição, sem fins lucrativos. Criado com a finalidade de elaborar um
Modelo de Balanço Social que demonstre a sociedade as ações sociais e ambientais
desenvolvidas pela empresa por meio de indicadores internos e externos.
Para tentar amenizar distorções, o IBASE, juntamente com uma equipe técnica, desenvolveu um modelo de Balanço Social. Esse modelo teve o apoio de várias organizações ligadas às atividades empresariais do Brasil e contempla a proposta apresentada no Projeto de Lei nº 3.116/97, posteriormente 32/99, e na proposta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). (KOERICH, 2003, p. 56).
Ressalte-se os esforços empreendidos pelo sociólogo Herbert de Souza e o
Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas (Ibase) na luta pela publicação
do Balanço social em um modelo único, simples e padronizado, O modelo referenda
seu verdadeiro objetivo de transparecer a sociedade (por meio de um relatório
denominado de Balanço Social) as informações relativas as ações sociais e
ambientais da organização, conforme mostra o Quadro 1.
34
35
FIGURA 1 - MODELO DO IBASE Fonte: Ibase (2008)
36
O modelo utilizado disponível pelo Instituto IBASE apresenta sua estrutura
dividida em quadros que são chamados de indicadores.
No quadro 1 – É identificada a instituição que esta preenchendo o Balanço
Social, bem como a natureza jurídica.
No quadro 2 – Contém os indicadores de resultado que contemplam: auxílios e
subvenções, doações de pessoas físicas e jurídicas, contribuições regulamentares
ou associativas, patrocínios, prestação de serviços e outras receitas consideradas
relevantes pela instituição.
No quadro 3 – São relacionados os indicadores de aplicação de recursos,
projetos desenvolvidos pela organização, gastos com pessoal, gastos operacionais,
impostos, taxas, despesas financeiras, despesas diversas consideradas relevantes
para instituição.
No quadro 4 - São apresentados os indicadores Sociais Internos, benefícios e
ações sociais voltada aos colaboradores, dentre as quais pode-se citar: alimentação,
contempla todos os gastos relativos a gêneros alimentícios (restaurante, lanche,
cesta básica, vale-refeição); capacitação e desenvolvimento profissional, recursos
investidos em treinamentos, cursos, estágios; Saúde, Transporte.
No quadro 5 – Neste item devem constar os projetos, ações e contribuições
para a sociedade que a organização realizou efetivamente.
No quadro 6 – Contempla outros indicadores no modelo esta relacionado o
corpo acadêmico.
No quadro 7 – São evidenciados os indicadores sobre o corpo funcional, que
trazem informações como: numero de funcionários em determinado período
funcionários por faixa etária, classificação por sexo e cor, remuneração média.
No quadro 8 – É evidenciada a qualificação dos funcionários.
No quadro 9 – Contemplam informações relativas as questões éticas,
transparência e de responsabilidade social.
O modelo apresentado pelo IBASE, elaborado de forma simplificada,
contempla as ações sociais e ambientais da organização. Que demonstra a
sociedade e seus integrantes por meio de um relatório de fácil análise e
37
compreensão, seu comprometimento ético e social. Sendo possível adaptar de
acordo com a realidade e necessidade de cada organização.
4 METODOLOGIA DA PESQUISA
Representa um conjunto de regras e procedimentos a ser seguido para
alcançar determinado objetivo o qual auxiliará o pesquisador na escolha do método
mais adequado de acordo com a natureza de cada problema.
Para FACHIN, (2003, p 27) O método é um instrumento do conhecimento que
proporciona aos pesquisadores, em qualquer área de sua formação, orientação
geral que facilita planejar uma pesquisa, formular hipóteses, coordenar
investigações, realizar experiências e interpretar os resultados.
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA
A pesquisa foi feita com intuito de adquirir novos conhecimentos oportunizando
uma ampliação do estudo, sendo utilizadas diferentes técnicas e meios para
descrever e valorizar o emprego dos métodos qualitativos por sua vez
proporcionando-lhe um melhor resultado da pesquisa.
A pesquisa destaca-se segundo FACHIN (2003, p 123), como sendo um
procedimento intelectual para adquirir conhecimentos pela investigação de uma
realidade e busca de novas verdades sobre um fato (objeto, problema) [...] no
resultado de uma pesquisa não se deve atribuir verdade absoluta, pois as
descobertas são sempre renovadas e toda análise sobre um fato (objeto, problema)
apresenta várias implicações de ordem apreciativa e analítica.
Com relação aos objetivos, o estudo procura demonstrar a importância do
Balanço social como ferramenta de gestão para organizações sem fins lucrativos.
No que se refere aos procedimentos, este estudo caracteriza-se como
bibliográfico e documental, pois se constitui da seleção e documentação da
bibliografia compreendida em livros, periódicos, documentação da organização e
outros meios de comunicação pertinentes ao tema. O trabalho foi desenvolvido por
meio de estudo qualitativo, proporcionando um melhor conhecimento sobre as ações
desenvolvidas pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa
39
Catarina - FETAESC.
4.2 ESTUDO DE CASO
Optou-se neste trabalho por realizar um estudo de caso, onde foi apresentada
a importância do balanço sócio ambiental como instrumento que evidencia o
compromisso social e ambiental das organizações sem fins lucrativos e a
importância do mesmo para a sociedade civil.
Segundo Gil (1994,p.73) “o estudo de caso é caracterizado pelo estudo
profundo e exaustivo de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir
conhecimentos amplos e detalhados do mesmo...”. Considera-se também, em sua
totalidade, com o objetivo de compreendê-los em seus próprios termos e descrever a
complexidade de um caso concreto.
4.3 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA
Para este estudo a fonte fornecedora das informações foi a FETAESC-
Federação dos Trabalhadores do Estado de Santa Catarina, situado a rua Leoberto
Leal 976, Barreiros São José/SC. Com a finalidade de verificar a importância do
Balanço Sócio Ambiental como instrumento de gestão que evidencia o compromisso
ambiental das organizações sem fins lucrativos
4.4 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS
O estudo de caso teve como campo pesquisa a Federação dos Trabalhadores
na Agricultura do Estado de Santa Catarina- FETAESC, e a busca pelas respostas
40
se deu por meio do desenvolvimento das seguintes atividades:
Foram levantados dados na FETAESC, oriundos de seus demonstrativos
contábeis posteriormente foi feito uma avaliação dos dados obtidos, com a finalidade
de elaborar o Balanço Social da organização.
41
5 APRESENTAÇÃO E ANALISE DOS RESULTADOS
Neste capitulo apresenta-se a aplicação prática que tem como base a
fundamentação teórica apresentada no capitulo anterior.
5.1 DESCRIÇÃO DA EMPRESA
O estudo de caso foi desenvolvido na Federação dos Trabalhadores na
Agricultura do Estado de Santa Catarina - FETAESC, localizada na Rua Leoberto
Leal 976 Barreiros São José – SC, organização Sindical de 2ª grau sem fins
lucrativos. Foi constituída para fins de estudo, defesa e coordenação dos interesses
profissionais, individuais e coletivos da categoria profissional com atuação em todo
o Estado de Santa Catarina tendo 234 sindicatos de trabalhadores rurais e 44
extensões que atual em 275 municípios, organizados respectivamente, em 17
associações de Sindicatos de Trabalhadores Rurais, representando 180 mil famílias
rurais.
A FETAESC desempenha um papel de grande importância para sociedade em
geral. Sendo que sua atuação frente ao desenvolvimento sustentável vai muito além,
atuando com responsabilidade e ética, proporcionando oportunidade, orientação e
capacitação quanto ao melhoramento do processo produtivo da classe rural.
Visando uma melhor qualidade de vida e do meio ambiente.
5.2 ELABORAÇÃO DO BALANÇO SOCIAL
Com base na teoria apresentada, será elaborado o balanço social especifico
para organizações sem fins lucrativos, utilizando o modelo disponível pelo Instituto
IBASE. Os dados foram coletados no departamento contábil da FETAESC, com
base em seus demonstrativos contábeis, que após analise das informações
procedeu-se então a montagem do mesmo.
42
Conforme consta nos objetivos deste trabalho será elaborado o Balanço Social
da FETAESC, identificando junto a organização os compromissos voltados ao
desenvolvimento social. São apresentados também gráficos para facilitar a análise e
melhor compreensão.
A seguir será demonstrado o Balanço Sócio – ambiental da Organização
1 - Identificação
Tipo/categoria (conforme instruções):Entidade Sindical 2º GrauNatureza jurídica:[ ] associação [ ] fundação [ ] sociedade sem fins lucrativos?[x ] sim [ ] não Isenta da cota patronal do INSS?[ ]sim [x ] não
Possui Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEAS)? [ ] sim [ x ] não Possui registro no: [ ] CNAS [ ] CEAS [ ] CMAS
Nome da instituição: Fed. Dos Trab. Na Agricultura do Estado de SC
De utilidade pública? [x] não Se sim, [ ] federal [ ] estadual [ ] municipal Classificada como OSCIP (lei 9790/99)? [ ] sim [ ] não
Tipo/categoria: autoclassificação/denominação da organização que está preenchendo o BS (por exemplo: organização social, ONG, sindicato, fundação, instituição formal de ensino, organização do terceiro setor, instituição de ensino superior, entre outras).
Receitas Totais 100% 100%a. Recursos governamentais (subvenções) 39,03% 35,19%b. Doações de pessoas jurídicas 0,00% 0,00%c. Doações de pessoas físicas 0,00% 0,00%d. Contribuições 49,26% 54,86%e. Patrocínios 0,00% 0,00%f. Cooperação internacional 0,00% 0,00%g. Prestação de serviços e/ou venda de produtos 11,71% 9,95%h. Outras receitas 0,00% 0,00%
215.0390
2006Valor (mil reais)
2.160.592760.278
1.185.2761.092.263
0
0
2 - Origem dos recursos 2007Valor (mil reais)
259.549
2.217.121
865.310
0
0
Receitas de contribuições: receitas recebidas pelas entidades dos sócios/associados e demais contribuições regulares mediante contrapartida. Receitas de doações: originam-se do setor privado tanto de pessoa física o de pessoa jurídica e destinam-se a projetos. Receitas de recursos governamentais (subvenções): originam-se do poder público.
Despesas Totais 100% 100%a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal) 28,61% 28,41%b. Pessoal (salários + benefícios + encargos) 42,45% 39,82%c. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) 28,93% 31,77% Operacionais 79,10% 74,34% Impostos e taxas 0,00% 0,00% Financeiras 4,71% 3,52% Capital (máquinas + instalações + equipamentos) 16,19% 15,38% Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância) 0,00% 0,00%
3 - Aplicação dos recursos 2007Valor (mil reais)
98.458
2.101.489601.341
892.153
607.996
0
21.403
480.909
0
28.629
93.538
00
2006Valor (mil reais)
1.914.303543.859
762.259
608.185
452.108
43
a. Alimentação 0,00% 0,00%b. Educação 0,00% 0,00%c. Capacitação e deenvolvimento profissional 0,00% 0,00%d. Creche ou auxílio-creche 0,00% 0,00%e. Saúde 2,72% 1,86%f. Segurança e medicina no trabalho 0,00% 0,00%g. Transporte 1,37% 1,14%h. Bolsas/estágios 0,00% 0,00%i. Outros 0,00% 0,00%Total - Indicadores sociais internos 4,09% 3,01% 00 0
metas 2008% sobre receita
24.644
0 0
0
40.293
0
% sobre receita
4 - Indicadores sociais internos (Ações e benefícios para os(as) funcionários(as))
2007Valor (mil reais)
00
2006Valor (mil reais)
0
0
0
30.466
0
0
0
0
60.274
0
Metas 2008: Valores em Mil Reais.
Nº total de Diretores 24Nº total de Diretores Masculino 12Nº total de Diretores Feminino 12Nº total de Diretores Pro-Laborista 7Média da Faixa Etária 46
Valor total do Pro-Labore R$
65
45
17.500 17.500
metas 2008
18
45
181265
5 - Outros indicadores 2007
12
2006
Nº total de empregados(as) ao final do período 27Nº de admissões durante o período 2Nº de prestadores(as) de serviço 0% de empregados(as) acima de 45 anos 37,00%Nº de mulheres que trabalham na instituição 15% de cargos de chefia ocupados por mulheres %Idade média das mulheres em cargos de chefiaSalário médio das mulheres R$ 1.500Idade média dos homens em cargos de chefiaSalário médio dos homens R$ 1.500Nº de negros(as) que trabalham na instituição 1% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 0,00%Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia 0Salário médio dos(as) negros(as) R$ 0Nº de brancos(as) que trabalham na instituição 27Salário médio dos(as) brancos(as) R$ 1.500Nº de estagiários(as) 0Nº de voluntários(as) 0Nº portadores(as) necessidades especiais 0Salário médio portadores(as) necessidades especiais R$ 0R$ 0 R$ 0
0 00 0
R$ 1.363,63 R$ 1.178,950 0
R$ 0 R$ 027 25
0 00,00% 0,00%
R$ 1.200 R$ 1.000
6 - Indicadores sobre o corpo funcional 2007
2
2006 metas 2008
27
16
2520
36,00%
0 0
033,00%
17% %
R$ 1.100 R$ 900
O nº de negros(as) corresponde ao somatório do nº de pessoas classificadas/autodeclaradas como de cor de pele preta e parda; e o nº de brancos(as) como o somatório do nº de brancos(as) e amarelos(as), ambos conforme informados anualmente na RAIS.
QUADRO 1 – BALANÇO SOCIAL DA EMPRESA Fonte: IBASE (2008)
Nº total de funcionários(as) no corpo técnico e administrativo 22 Nº de pós-graduados (especialistas, mestres e doutores) 1 Nº de graduados(as) 5 Nº de graduandos(as) Nº de pessoas com ensino médio 17 Nº de pessoas com ensino fundamental Nº de pessoas com ensino fundamental incompleto Nº de pessoas não-alfabetizadas
5
17
2006 metas 2008
27
16
25 04
7 - Qualificação do corpo funcional 2007
1
44
A seguir apresenta-se a análise subdivida por grupo de contas do balanço
social.
5.2.1 Origem dos Recursos
No quadro 2 esta relacionada à origem dos recursos e a variação entre o ano
de 2006 para 2007.
Receitas Totais 100% 100%a. Recursos governamentais (subvenções) 39,03% 35,19%b. Doações de pessoas jurídicas 0,00% 0,00%c. Doações de pessoas físicas 0,00% 0,00%d. Contribuições 49,26% 54,86%e. Patrocínios 0,00% 0,00%f. Cooperação internacional 0,00% 0,00%g. Prestação de serviços e/ou venda de produtos 11,71% 9,95%h. Outras receitas 0,00% 0,00%
215.0390
2006Valor (mil reais)
2.160.592760.278
1.185.2761.092.263
0
0
2 - Origem dos recursos 2007Valor (mil reais)
259.549
2.217.121
865.310
0
0
Receitas de contribuições: receitas recebidas pelas entidades dos sócios/associados e demais contribuições regulares mediante contrapartida. Receitas de doações: originam-se do setor privado tanto de pessoa física o de pessoa jurídica e destinam-se a projetos. Receitas de recursos governamentais (subvenções): originam-se do poder público.
QUADRO 2 – ORIGEM DOS RECURSOS Fonte: IBASE (2008)
0
200.000
400.000
600.000
800.000
1.000.000
1.200.000
1.400.000
a. R
ecur
sos
gove
rnam
enta
is(s
ubve
nçõe
s)
b. D
oaçõ
es d
epe
ssoa
sju
rídic
as
c. D
oaçõ
es d
epe
ssoa
s fís
icas
d. C
ontri
buiç
ões
e. P
atro
cíni
os
f. C
oope
raçã
oin
tern
acio
nal
g. P
rest
ação
de
serv
iços
e/o
uve
nda
depr
odut
os
h. O
utra
sre
ceita
s
20072006
FIGURA 2 – ORIGEM DOS RECURSOS
45
Fonte: Autora
Conforme análise gráfica percebe-se as seguintes variações:
• Recursos governamentais (subvenções) houve um acréscimo de 3.84%
de 2006 para 2007.
• Contribuições: houve um decréscimo significativo de 5.60%.
• Prestação de serviços ou venda de produtos, teve um acréscimo
correspondente de 1.76%
5.2.2 Aplicação dos Recursos
Neste quadro estão relacionados todos os indicadores de investimentos da
organização.
Despesas Totais 100% 100%a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal) 28,61% 28,41%b. Pessoal (salários + benefícios + encargos) 42,45% 39,82%c. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) 28,93% 31,77% Operacionais 79,10% 74,34% Impostos e taxas 0,00% 0,00% Financeiras 4,71% 3,52% Capital (máquinas + instalações + equipamentos) 16,19% 15,38% Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância) 0,00% 0,00%
3 - Aplicação dos recursos 2007Valor (mil reais)
98.458
2.101.489601.341
892.153
607.996
0
21.403
480.909
0
28.629
93.538
00
2006Valor (mil reais)
1.914.303543.859
762.259
608.185
452.108
QUADRO 3 - APLICAÇÃO DOS RECURSOS Fonte: IBASE (2008)
200714%
21%
14%
41%
0% 8% 0%2%
a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal)b. Pessoal (salários + benefícios + encargos)c. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) Operacionais Impostos e taxas Financeiras Capital (máquinas + instalações + equipamentos) Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância)
200615%
21%
16%
38%
0% 8% 0%2%
a. Projetos, programas e ações sociais (excluindo pessoal)b. Pessoal (salários + benefícios + encargos)c. Despesas diversas (somatório das despesas abaixo) Operacionais Impostos e taxas Financeiras Capital (máquinas + instalações + equipamentos) Outras (que devem ser discriminadas conforme relevância)
FIGURA 3 - APLICAÇÃO DOS RECURSOS Fonte: Autora
• Projetos, programas e ações sociais, dos quais pode-se relacionar,
Projeto Nova morada, Jovem Saber, Educação no Campo, Reordenação
Sustentável da Agricultura Familiar e Saúde e Gênero no Campo.
46
(excluindo pessoal) teve um pequeno acréscimo que corresponde a
0,20%.
• Pessoal (salário + benefícios e encargos), teve um decréscimo relativo
de 2,63%.
• Despesas diversas que inclui despesas operacionais, impostos e taxas,
despesas financeiras e capital teve um decréscimo bastante significativo
de 2,84%.
5.2.3 Indicadores Sociais Internos
Neste quadro serão apresentados todos os Indicadores sociais internos da
organização.
a. Alimentação 0,00% 0,00%b. Educação 0,00% 0,00%c. Capacitação e deenvolvimento profissional 0,00% 0,00%d. Creche ou auxílio-creche 0,00% 0,00%e. Saúde 2,72% 1,86%f. Segurança e medicina no trabalho 0,00% 0,00%g. Transporte 1,37% 1,14%h. Bolsas/estágios 0,00% 0,00%i. Outros 0,00% 0,00%Total - Indicadores sociais internos 4,09% 3,01% 00 0
metas 2008% sobre receita
24.644
0 0
0
40.293
0
% sobre receita
4 - Indicadores sociais internos (Ações e benefícios para os(as) funcionários(as))
2007Valor (mil reais)
00
2006Valor (mil reais)
0
0
0
30.466
0
0
0
0
60.274
0
Metas 2008: Valores em Mil Reais.
QUADRO 4 - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS Fonte: IBASE (2008)
0,00%
0,50%
1,00%
1,50%
2,00%
2,50%
3,00%
a. Alimentação b. Educação c. Capacitação edeenvolvimento
profissional
d. Creche ouauxílio-creche
e. Saúde f. Segurança emedicina no
trabalho
g. Transporte h.Bolsas/estágios
i. Outros
2007 2006
FIGURA 4 - INDICADORES SOCIAIS INTERNOS
47
Fonte: Autora
Observa-se nestes indicadores que houve um acréscimo na saúde de 0,86%
entre os anos de 2006 para 2007. O transporte, conforme demonstração gráfica,
teve um acréscimo de 0,23%.
A organização tem como meta para 2008 oferecer aos seus funcionários
alimentação com custo bastante reduzido.
Atualmente os cursos para capacitação profissional são oferecidos de acordo
com a necessidade na sua área de atuação
5.2.4 Outros Indicadores
Neste quadro serão representados os indicadores sociais da Diretoria
executiva da organização.
Nº total de Diretores 24Nº total de Diretores Masculino 12Nº total de Diretores Feminino 12Nº total de Diretores Pro-Laborista 7Média da Faixa Etária 46
Valor total do Pro-Labore R$
65
45
17.500 17.500
metas 2008
18
45
181265
5 - Outros indicadores 2007
12
2006
QUADRO 5 - OUTRO INDICADORES Fonte: IBASE (2008)
48
05
101520253035404550
Nº total deDiretores
Nº total deDiretores
Masculino
Nº total deDiretoresFeminino
Nº total deDiretores Pro-
Laborista
Média da FaixaEtária
20072006
FIGURA 5 - OUTRO INDICADORES Fonte: Autora
Este demonstrativo relaciona os membros diretores da organização, sendo que
é estável de um ano para outro. Somente em 2008 teve alteração neste
demonstrativo.
5.2.5 Qualificação do Corpo Funcional
Serão apresentado neste quadro os indicadores do corpo funcional da
organização e a variação que ocorreu no ano de 2006 para 2007:
QUADRO 6 - INDICADORES SOBRE O CORPO FUNCIONAL Fonte: IBASE (2008)
Nº total de funcionários(as) no corpo técnico e administrativo 22 Nº de pós-graduados (especialistas, mestres e doutores) 1 Nº de graduados(as) 5 Nº de graduandos(as) Nº de pessoas com ensino médio 17 Nº de pessoas com ensino fundamental Nº de pessoas com ensino fundamental incompleto Nº de pessoas não-alfabetizadas
5
17
2006 metas 2008
27
16
25 04
7 - Qualificação do corpo funcional 2007
1
49
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Nº de pós-graduados
(especialistas,mestres edoutores)
Nº degraduados(as)
Nº degraduandos(as)
Nº depessoas comensino médio
Nº depessoas com
ensinofundamental
Nº depessoas com
ensinofundamentalincompleto
Nº depessoas não-alfabetizadas
2007
2006
FIGURA 6 - INDICADORES SOBRE O CORPO FUNCIONAL Fonte: Autor
Os valores a seguir representam as variações referentes a esta categoria
ocorridas entre os anos de 2006 e 2007:
• Número total de funcionários no corpo técnico e administrativo
apresenta um pequeno aumento tendo como meta, para o exercício de
2008, admitir novos trabalhadores.
• Possui um funcionário pós-graduado no ano 2007,
• A Federação conta com 5 funcionários graduados no ano 2007 e 4 no
ano de 2006
• Possui, ainda, 17 funcionários no ano 2007 e 16 no ano 2006 com
ensino médio.
5.2.6 Indicadores sobre o Corpo Funcional
Neste quadro será demonstrado os indicadores sobre o corpo funcional da
entidade:
50
Nº total de empregados(as) ao final do período 27Nº de admissões durante o período 2Nº de prestadores(as) de serviço 0% de empregados(as) acima de 45 anos 37,00%Nº de mulheres que trabalham na instituição 15% de cargos de chefia ocupados por mulheres %Idade média das mulheres em cargos de chefiaSalário médio das mulheres R$ 1.500Idade média dos homens em cargos de chefiaSalário médio dos homens R$ 1.500Nº de negros(as) que trabalham na instituição 1% de cargos de chefia ocupados por negros(as) 0,00%Idade média dos(as) negros(as) em cargos de chefia 0Salário médio dos(as) negros(as) R$ 0Nº de brancos(as) que trabalham na instituição 27Salário médio dos(as) brancos(as) R$ 1.500Nº de estagiários(as) 0Nº de voluntários(as) 0Nº portadores(as) necessidades especiais 0Salário médio portadores(as) necessidades especiais R$ 0R$ 0 R$ 0
0 00 0
R$ 1.363,63 R$ 1.178,950 0
R$ 0 R$ 027 25
0 00,00% 0,00%
R$ 1.200 R$ 1.000
6 - Indicadores sobre o corpo funcional 2007
2
2006 metas 2008
27
16
2520
36,00%
0 0
033,00%
17% %
R$ 1.100 R$ 900
O nº de negros(as) corresponde ao somatório do nº de pessoas classificadas/autodeclaradas como de cor de pele preta e parda; e o nº de brancos(as) como o somatório do nº de brancos(as) e amarelos(as), ambos conforme informados anualmente na RAIS.
QUADRO 7 - QUALIFICAÇÃO DO CORPO FUNCIONAL Fonte: IBASE (2008)
0
200
400
600
800
1.000
1.200
1.400
1.600
Nº t
otal
de
empr
egad
os(a
s)
Nº d
epr
esta
dore
s(as
)
Nº d
e m
ulhe
res
que
traba
lham
na
Idad
e m
édia
das
mul
here
s em
Idad
e m
édia
dos
hom
ens
em
Nº d
ene
gros
(as)
que
Idad
e m
édia
dos(
as)
Nº d
ebr
anco
s(as
) que
Nº d
ees
tagi
ário
s(as
)
Nº
porta
dore
s(as
)
2007 2006
FIGURA 7 - QUALIFICAÇÃO DO CORPO FUNCIONAL Fonte: Autor
Os Indicadores do Corpo Funcional do Balanço Social representam números
referentes aos colaboradores da organização, bem como a faixa etária e a
remuneração dos trabalhadores.
51
Observa-se que a meta para o exercício de 2008, é manter o número de
colaboradores, bem como igualar o remuneração sem distinção de sexo.
52
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste capitulo serão apresentadas as conclusões, bem como são feitas
recomendações para a organização objeto de estudo e sugestões para futuros
trabalhos.
6.1 GENERALIDADES
Muitas organizações ainda não perceberam a importância que a
responsabilidade social representa para o meio empresarial como também para a
sociedade em geral. Vivencia-se uma era onde a sociedade exige cada vez mais o
comprometimento ético e social.
É com esse intuito de compromisso e ética que surge a necessidade das
organizações demonstrar e publicar a sociedade e seus integrantes as ações
desenvolvidas proporcionando o bem-estar social com transparência e qualidade.
A Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Catarina –
FETAESC onde se realizou o estudo, ainda não possui um demonstrativo que
evidencie à sociedade suas ações sociais e ambientais individualizados. No entanto
investe muito na parte de orientação e conscientização em seu público alvo, não
possuindo, no entanto, um estudo que demonstre o montante investido em cada
projeto dos quais pode-se citar: Plano de reordenação sustentável na agricultura
familiar, Saúde e Gênero no Campo, Educação do campo, Jovem Saber,
Prodemilho, Nova Morada e Formação Sindical.
Seguindo o que foi proposto nos objetivos optou-se em definir o modelo de
Balanço Social da FETAESC. Dentro dos limites e informações obtidas pela
Federação pode-se dizer que foi elaborado o relatório de Balanço Social adaptado
conforme atividade fim da organização, os objetivos previamente traçados foram
atendidos, identificado às ações e compromissos voltados ao desenvolvimento
social, e por fim foi demonstrado por meio de um relatório denominado de Balanço
Social respeitando o modelo do Instituto IBASE, porém com algumas adaptações
53
pertinentes.
Posteriormente a elaboração, foi realizada uma análise crítica quanto à
variação dos valores destinados entre os anos de 2006 a 2007.
Recomenda-se que a empresa tenha uma maior preocupação nas áreas onde
existe pouco investimento, principalmente com seu público interno.
6.2 LIMITAÇÕES
A seguir as principais limitações encontradas na elaboração do trabalho:
• O principal problema encontrando foi o tempo para a realização e
conclusão do mesmo.
• As informações coletadas para elaboração do Balanço Social
apresentam grande dificuldade em sua classificação, tornando isso um
fator preocupante quanto a elaboração do Balanço Social.
6.3 RECOMENDAÇÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
A sugestão a ser dada para os futuros trabalhos é verificar primeiramente se
está havendo uma melhor classificação dos investimentos, podendo levantar com
mais precisão os recursos que são investidos com pesquisa e desenvolvimento,
capacitação e orientação, meio ambiente, dentre outros.
Tendo em vista as dificuldades, encontradas quando do processo de
elaboração do Balanço Social, principalmente por não se ter informações separadas
de cada atividade, foi proposto à empresa para fazer algumas alterações em seus
demonstrativos contábeis que venha a beneficiar a elaboração dos próximos
balanços, podendo expor com mais clareza e precisão o montante e onde foi
efetivamente investido.
54
Outros projetos no sentido a beneficiar os colaboradores estão em processo de
elaboração, dentre os quais, auxilio a creche, alimentação, capacitação e
desenvolvimento profissional, sendo esta uma meta da política administrativa da
atual gestão para o exercício de 2008.
Estão previstas ações no sentido de implantar políticas em todas a esferas
relacionadas à agricultura familiar, com objetivo de garantir condições adequadas às
pessoas que queiram viver no meio rural, preservando a sua cultura, acesso a
educação adequada, assistência à saúde e ao seu bem estar.
Promover o reordena mento da agricultura familiar de SC, com vistas a
assegurar melhores níveis de renda, promovendo o equilíbrio entre natureza e as
pessoas que vivem no meio rural, proporcionando capacitação e qualificação para
enfrentar os desafios do futuro.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Ivan Dantas. Importância do Balanço Social. Disponível em <www.elmarza.com.br> . Acessado em 07/05/2008
BALANÇO SOCIAL. Um Pouco da História do Balanço Social. Disponível em <www.balancosocial.org.br>. Acessado em 25 mar 2008.
DE LUCA, Márcia Mart ins Mendes, Responsabilidade Social um diferencial competitivo para as empresas. Revista Brasileira de Contabilidade editada em março/abril 2005 nº 152
DONAIRE, Denis, Gestão Ambiental na empresa. 2. Ed. São Paulo: Atlas 1999
DRUCKER, Peter Ferdinand Administração em Tempos de grandes mudanças São Paulo:Pioneira; São Paulo Publifolha, 1999.
FCHIN, Odília. Fundamentos de Metodologia. 4. Ed. São Paulo: Saraiva, 2003.
Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Santa Carina- FETAESC www.fetaesc.org.br . Acessado em 03 mar 2008.
FERREIRA, Aracéli Cristina de Sousa. Contabilidade Ambiental: uma informação para o desenvolvimento sustentável – 2. ed.- São Paulo : Atlas, 2006.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1999.
INSTITUTO ETHOS. Políticas Publicas. Disponível em <www.ethos.org.br>. Acessado em 25 mar 2008.
Jornal Biguaçu em Foco –JBFoco editado em 25/03/2008.
KOERICH, Silvio O. Balanço Social- uma Análise do modelo aplicado a entidades Publicas de Administração Direta Municipal: um estudo de caso na Prefeitura Municipal de Florianópolis. São Paulo:2003.
KROETZ, César E. S. Balanço Social – teoria e prática. São Paulo: Atlas,2000
NETO E FROES, Responsabilidade Social e Cidadania Empresarial: a administração do terceiro setor/Francisco Paulo de Melo Neto, César Froes. – Rio de Janeiro: Qualitymark ed.,1999.
RAUPP, Elena Hahn , Desenvolvimento Sustentável: a contabilidade num contexto de responsabilidade social de cidadania e de meio ambiente.Revista Brasileira de Contabilidade editada em junho 2002 nº 20
PETRELLI, Cristina Memim, Balanço Social como uma ferramenta gerencial no processo de transparência entre universidade e sociedade. Revista Brasileira de Contabilidade editada em março/abril 2004 nº 146
RIBEIRO, Maisa de Souza. Contabilidade e Meio Ambiente, São Paulo: 1992
RUIZ, João Álvaro. Metodologia Cientifica. 4. Ed. São Paulo: Atlas, 1996.
56
SULCATARIENSE. Projetos Sociais e Meio Ambiente. Disponível em <www.sulcatarinense.com.br>. Acessado em 25 mar 2008.
TACHIZAWA, Takeshy, Gestão ambiental e Responsabilidade Social Corporativa: Estratégia de negócio focadas na Realidade Brasileira. São Paulo: Atlas, 2002.
TINOCO, João E. P. Balanço Social São Paulo: Atlas, 2001
TINOCO, João E. P. Contabilidade e Gestão Ambiental São Paulo: Atlas, 2004.
VICÁRIA, Luciana, Um Selo pode salvar o clima da terra, publicado na Revista Época em 31 de março de 2008.