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VENDA PROIBIDA EXEMPLAR DE ASSINANTE PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 2,00 FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, POLÍTICA, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, SAÚDE, ILUSTRÍSSIMA E ELENCO. MÁX.: 33 MÍN.: 23 TEMPO EM MANAUS ANO XXVI – N.º 8.442 – DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO O JORNAL QUE VOCÊ LÊ Protagonistas nas eleições deste ano, candidatos ao go- verno do Estado já foram eleitos no coração dos filhos. Recebido ontem em Manaus pelo prefeito Arthur Neto, o candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), se comprometeu a fortalecer a Zona Franca. Última Hora A2 Aécio quer fortalecer Zona Franca LOGÍSTICA Construído no período da bor- racha, prédio que abriga a Ga- leria Espírito Santo deixa uma nova contribuição à história da cidade. Dia a dia C6 A história recontada no Centro PATRIMÔNIO PLATEIA O espetáculo “Terça Insana – Adíos Amigos” encerra o ciclo da turnê de humor criado pela atriz e produtora Grace Gianoukas. Candidato Aécio Neves é recebido pelo prefeito Arthur Neto Aos 33 anos, o “jungle boy” Antonio Pizzonia, que hoje corre na Stock Car, relembra sua trajetória no automobilismo – incluindo a passagem pela Fórmu- la 1– e lamenta que o esporte no Amazonas seja precário em todas as modalidades. Pódio E2 Pizzonia: “Esporte no Amazonas é precário” O IMPOSTO NOSSO SÓ NOS SEIS PRIMEIROS MESES DESTE ANO, O AMAZONENSE JÁ PAGOU MAIS DE R$ 11,8 BI EM IMPOSTOS, INCLUINDO IPTU E IPVA, R$ 1 MI A MAIS QUE O VALOR ESTIMADO PELO IMPOSTÔMETRO. CONTRIBUINTE, MUI- TAS VEZES, DESCONHECE PARA ONDE VAI TANTO DINHEIRO. ECONOMIA B2 E B3 E DIA A DIA C4 E C5 DIEGO JANATÃ DIEGO JANATÃ RAIMUNDO VALENTIM RAIMUNDO VALENTIM DE CADA DIA Pizzonia acredita que a temporada na Stock Car promete DIVULGAÇÃO Marcelo Ramos e os dois filhos SAÚDE A quantidade de água presente no melão hidrata o corpo, ajuda a desintoxicar o organismo e é benéfica para os hipertensos.

EM TEMPO - 10 de agosto de 2014

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TEMPO EM MANAUS

ANO XXVI – N.º 8.442 – DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 – PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES – DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO

O JORNAL QUE VOCÊ LÊ

Protagonistas nas eleições deste ano, candidatos ao go-verno do Estado já foram eleitos no coração dos fi lhos.

Recebido ontem em Manaus pelo prefeito Arthur Neto, o candidato à Presidência, Aécio Neves (PSDB), se comprometeu a fortalecer a Zona Franca. Última Hora A2

Aécio quer fortalecer Zona Franca

LOGÍSTICA

Construído no período da bor-racha, prédio que abriga a Ga-leria Espírito Santo deixa uma nova contribuição à história da cidade. Dia a dia C6

A história recontada no Centro

PATRIMÔNIO PLATEIA

O espetáculo “Terça Insana – Adíos Amigos” encerra o ciclo da turnê de humor criado pela atriz e produtora Grace Gianoukas.

Candidato Aécio Neves é recebido pelo prefeito Arthur Neto

Aos 33 anos, o “jungle boy” Antonio Pizzonia, que hoje corre na Stock Car, relembra sua trajetória no automobilismo – incluindo a passagem pela Fórmu-la 1– e lamenta que o esporte no Amazonas seja precário em todas as modalidades. Pódio E2

Pizzonia: “Esporte no Amazonas é precário”

O IMPOSTO NOSSO

SÓ NOS SEIS PRIMEIROS MESES DESTE ANO, O AMAZONENSE JÁ PAGOU MAIS DE R$ 11,8 BI EM IMPOSTOS, INCLUINDO IPTU E IPVA, R$ 1 MI A MAIS QUE O VALOR ESTIMADO PELO IMPOSTÔMETRO. CONTRIBUINTE, MUI-TAS VEZES, DESCONHECE PARA ONDE VAI TANTO DINHEIRO. ECONOMIA B2 E B3 E DIA A DIA C4 E C5

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Pizzonia acredita que a temporada na Stock Car promete

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Marcelo Ramos e os dois fi lhos

SAÚDE

A quantidade de água presente no melão hidrata o corpo, ajuda a desintoxicar o organismo e é benéfi ca para os hipertensos.

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A2 Última Hora MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

REPRODUÇÃO

Campanha de Aécio Neves estreia na Região NorteDepois de Manaus, onde chegou no final da manhã de sábado, o candidato do PSDB ao Planalto seguiu para Rio Branco (AC)

Pela primeira vez em Ma-naus como candidato à Presidência da Repúbli-ca, pelo PSDB, o senador

Aécio Neves se comprometeu com a Zona Franca de Manaus (ZFM), no que tange à infraestru-tura e à logística para a capital amazonense, a fim de garantir as vantagens comparativas do modelo.

No palanque montado na casa de shows Elegance, bairro Adria-nópolis, Zona Centro-Sul, Aécio criticou o atual governo coman-dado pelo PT que, segundo ele, desde Lula até Dilma Rousseff, abriu mão de um projeto de Brasil e aparelhou o Estado. “Daqui a oito semanas, o povo vai decidir se quer continuar com aparelho do partido que deixou de lado um projeto de país para se contentar única e exclusivamente com um projeto de poder”, critou.

O candidato tucano defendeu uma Presidência da Repúbli-ca que faça decência e efici-ência caminharem juntas. Ele se comprometeu, caso eleito, com a mobilidade urbana de Manaus e a infraestrutura dos demais municípios amazonen-ses. “Vamos trabalhar para que

as obras de mobilidade urbana prometidas e sempre adiadas se transformem em realidade para Manaus e as demais regiões do Estado”, disse.

Outra promessa de Aécio foi com relacao à criação de uma plataforma de ciência e tec-nologia para explorar o bioma amazônico. “Vamos fazer valer a força do goveno federal para criar aqui uma grande platafor-ma de estudo do nosso bioma, para que possamos cada vez mais explorar de forma adequa-da as potencialidades da nossa região”, discursou.

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, falou a Aécio dos prefeitos amazonenses que aderiram à sua campanha, ci-tando Nonato do Nacimento, de Atalaia do Norte, Raimundo Carvalho, de Tabatinga, Irace-ma Maia, de Benjamin Constant, Raimundo Nonato, de São Paulo de Olivença, Cemião Garcia, de Tonantins, Marlene Gonçalves, de Jutaí, José Suediney de Fon-te Boa, Antenor Moreira, de Tefé, Sansuray Xavier, de Anori, Abram Lincon, de Codajás, Gil-mar Almeida, de Caapiranga, Je-simar Pinheiro, de Anamã, Felipe Antônio, de Urucará, Adalberto Silveira, de São Sebastião do Uatumã, e Fran Rosi, de Silves, entre outros. Aécio Neves cumpriu agenda em Manaus após entrevista coletiva no final da manhã de sábado

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No primeiro mês de campanha dos candi-datos à Presidência da República, o campeão de deslocamentos pelo país foi o presidenciável do PSB, Eduardo Campos, que ocupa o terceiro lugar nas pesquisas. O ex-go-vernador de Pernambuco viajou 36 vezes, para 31 destinos diferentes.

Aécio Neves apare-ce em seguida, com 26 viagens para 15 cidades em um mês. Atrás deles está a presidente Dilma Rousseff (PT), que lidera as pesquisas, com 12 via-gens para fora de Brasília e dez cidades visitadas.

Menos visitada pelos três candidatos, a Região Norte foi destino de duas viagens de Dilma e uma de Aécio. Campos ain-da não tem previsão de quando irá.

Candidatos têm ranking de viagens

Cantor defende separação

Na contramão de artis-tas como o vocalista dos Rolling Stones, Mick Jag-ger, e a autora de “Harry Potter”, J. K. Rowling, o cantor britânico Morrissey afirmou que os eleitores escoceses devem votar a favor da proposta para separar o país do Reino Unido.

“Eles devem cortar laços com o ‘United King-dumb’ [trocadilho com o nome do Reino Unido em inglês, United Kingdom, e a pa-lavra ‘dumb’, que significa ‘burro’]”, afirmou o ex-líder dos Smiths em entrevista à revista irlandesa “Hot Press”.

“Eu amo a Escócia e eu amo o espírito escocês, e eles não precisam de West-minster nem um pouqui-nho”, disse Morrissey, que é inglês, em referência ao local onde os reis britâni-cos são tradicionalmente coroados.

O Reino Unido é um Es-tado que abriga Inglaterra, Irlanda do Norte e País de Gales, além da Escócia. Em setembro, haverá um referendo para decidir se os escoceses querem con-tinuar sendo parte dessa união.

O cantor é conhecido por suas opiniões polêmicas, especialmente no que tan-ge à defesa dos direitos dos animais, causa da qual é ativista ferrenho.

No passado, ele já criti-cou a família real britânica por manter práticas como a caça.

Obama não vai permitir ‘califado’“Não vamos deixá-los criar

um califado na Síria e no Ira-que”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em entrevista con-cedida ao “New York Times” na tarde de sexta-feira (8).

Ainda sobre a crise polí-tica nos dois países - onde facções religiosas (xiitas, sunitas e curdos) brigam pelo poder -, Obama disse que considera reforçar a ação militar no território, mas que, antes, os líderes de cada facção devem en-contrar uma maneira de trabalharem juntos.

O presidente também abordou outras questões sobre a política externa dos EUA. Entre elas, o seu ar-rependimento em relação à intervenção militar na Líbia; o pessimismo sobre as pers-pectivas de paz no Oriente Médio; e a preocupação so-bre a possível invasão da Ucrânia pela Rússia.

Na última quinta-feira (7),

Obama autorizou ataques militares no norte do Iraque contra o grupo extremista chamado Estado Islâmico no Iraque e no Levante (EIIL). Na sexta-feira, durante a entrevista, disse que pode

fazer ainda mais para ajudar o país a oprimir os militantes que lutam pela criação de um Estado islâmico.

Sobre a intervenção mi-litar dos EUA na Líbia, que depôs Muammar Gaddafi em 2011, Obama disse ser

esse um de seus maiores arrependimentos em rela-ção à política externa, “por não ter dado apoio suficien-te ao país para garantir a transição para um governo democrático”.

DúvidasApesar da política dos EUA

de tentar encorajar um ces-sar-fogo em Gaza, em um acordo de paz entre pales-tinos e israelenses, Obama manifestou dúvidas sobre se o primeiro-ministro israe-lense, Benjamin Netanyahu, e o presidente palestino, Mahmoud Abbas, seriam capazes de estabelecer um acordo a longo prazo.

Em relação à Rússia, Oba-ma acredita que o presi-dente Vladimir Putin pode invadir a Ucrânia a qualquer momento. “Se ele o fizer, as relações de cooperação en-tre os EUA e a Rússia ficarão estremecidas até o fim do meu mandato”, afirmou.

Barack Obama, presidente dos EUA: pessimismo sobre as perspectivas de paz no Oriente Médio

REPRODUÇÃO

ANP determina pagamento de R$ 20 mi em multas

No espaço de três semanas, a Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocom-bustíveis (ANP) determinou à Petrobras o pagamento de quatro multas, no valor total de R$ 20,5 milhões, referen-tes a irregularidades técnicas relacionadas a equipamentos de plataformas nas Bacias de Campos e de Santos.

Todas foram resultados de negação, por parte da ANP, ao pedido de reconsideração apresentado em recursos pela Petrobras em relação à de-cisão inicial da agência em multá-la.

As duas mais recentes fo-ram confirmadas pela ANP em reunião da diretoria do dia 30 de julho. Ambas referiram-se a problemas em equipamentos de medição nas plataformas, o que pode ter ocasionado variação para baixo ou para menos do volume reportado pela Petrobras à agência, que ainda vai decidir se será ne-cessário recalcular os valores informados.

Uma delas, no valor de R$ 3

milhões, é resultado de fiscali-zação rotineira em navio-pla-taforma (FPSO) instalado no campo de Jubarte, na Bacia de Campos, com multa aplicada em abril.

Outra, de R$ 4,95 milhões, é referente a cinco infrações verificadas na plataforma PCH-2, que recebe produção de três campos também na Bacia de Campos. A inspeção ocorreu em 2010 e a decisão pela multa inicial foi de janeiro deste ano.

Na mesma fiscalização, a PCH-2 apresentou outras seis não conformidades, pelas quais a ANP também cobrou multa. Mas, por estas, a Pe-trobras pagou sem recorrer R$ 5,67 milhões, já com desconto de 30%.

Nas semanas anteriores de julho, a Petrobras havia tido outros dois recursos a multas negados. Por isso, pagou R$ 5,5 milhões por “não confor-midades” em uma plataforma na Bacia de Santos e outra de R$ 7 milhões em unidade na Bacia de Campos.

Multas equivalem a irregularidades vistas em plataformas

SÍRIA E IRAQUEPETROBRASREINO UNIDO

CESSAR-FOGOObama manifestou dúvidas sobre se o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente pales-tino Mahmoud Abbas seriam capazes de estabelecer um acordo a longo prazo

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 A3Opinião

Nesse país das desigualdades sociais, culturais e tudo o mais que houver nessa vida, há quem acorde às 4h da manhã para poder encarar o transporte coletivo às 5h e ir para o trabalho ganhar um salário que mal dá para pagar as contas e fazer um rancho. São trabalhadores honestos, que não veem outra opção a não ser sacrifi car os próprios sonhos para tentar so-breviver. Do outro lado está a classe média, que já conseguiu comprar seu sonhado carrinho, pagar as prestações do “apertamento” e adquirir alguns bens duráveis, e vai sustentando o país ao pagar todos os impostos em tempo hábil para não correr o risco de ser humilhado por um telefonema ou mesmo uma correspondência lotada de ameaças.

Enquanto isso, mais de 10 mil brasileiros têm hoje um patrimônio líquido de pelo menos US$ 10 milhões (R$ 22,8 milhões), conforme um estudo da consultoria sul-africana New World Wealth, publicado pela revista “Exame”. Essa constatação põe o Brasil no décimo lugar do ranking mundial de multimilionários, que é liderado pelo bem distribuído Estados Unidos e pela surpreendente China. São Paulo, inclusive, aparece no décimo sétimo lugar da lista, como a cidade que abriga mais multimilionários. O Rio de Janeiro surge em vigésimo sétimo.

Não pense você que esses 10 mil brasileiros que possuem patrimônio líquido de R$ 22,8 milhões sustentam o Brasil também, a exemplo da calejada classe média e da tal nova classe média. Ledo engano. Os ricos e milionários não mantêm o país de pé. Quem sustenta esse país não pode nem se dar ao luxo de se encalacrar. Responsabilidades clamam pelos trabalhadores de boa-fé enquanto a minoria se diverte. Mas, quem se importa, não é mesmo?

Contexto3090-1017/8115-1149 [email protected]

Para as meninas do vôlei do Brasil, que fazem de cada jogo um ato de heroísmo, cheio de raça, emoção e coragem. Isso sem grandes salários, estrutura, mordomias e endeusamento. Bem diferente daquela seleção de futebol...

Meninas do vôlei

APLAUSOS VAIAS

Ficha limpa

Em muitos municípios por onde tem passado, o candidato ao Se-nado Omar Aziz (PSD) faz questão de dizer que seu governo foi um governo “fi cha limpa”.

—No meu governo não teve escândalo. Não constrangi o povo amazonense. Nunca fui desele-gante com ninguém.

Cabo eleitoral

Omar Aziz tem viajado na comi-tiva junto com José Melo e pedindo que a população dê oportunidade a eles de poder continuar traba-lhando pelo Amazonas.

—O Melo construiu comigo o governo mais bem avaliado do Brasil. Peço voto para ele porque sei que vai dar continuidade às po-líticas públicas necessárias para o nosso Estado se desenvolver.

Modelo vencedor!

Os números do Polo Industrial de Manaus (PIM) justifi cam tanto esforço para perenizar a Zona Franca?

Analise você mesmo. O modelo gera uma média

mensal de aproximadamente 120 mil empregos diretos e 600 mil empregos indiretos na região, segundo a Suframa.

Empresas

O Polo Industrial de Manaus (PIM), principal área da Zona Franca, atualmente conta com mais de 600 empresas instaladas, reunindo indústrias nacionais e multinacionais.

Faturamento

Até maio deste ano, o PIM registrou faturamento de R$ 35,8 bilhões (US$ 15.5 bilhões), segun-do os dados dos Indicadores de

Desempenho do PIM do mês de maio, divulgados pela Suframa.

Real e dólar

O desempenho é 16,87% maior, na moeda brasileira – e 1,59% maior, em dólares – na comparação com o mesmo pe-ríodo do ano passado.

Empregos

Na mão de obra, a média mensal, de janeiro a maio, foi de 119.560 trabalhadores, entre efetivos, temporários e tercei-rizados.

Isto representa um aumento de 2,25% em relação à média men-sal do mesmo período no ano de 2013, quando foram registrados 116.923 empregos.

Unanimidade

O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, é “Cidadão de Ita-coatiara”.

O título foi concedido pela Câ-mara Municipal na noite desta sexta-feira, 08, após propositura do vereador Dário Nunes (PSDB-AM), aprovado por unanimidade pelos vereadores.

Hidrovias

Durante visita à Usina Hidrelé-trica de Belo Monte, no Pará, esta semana, a candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT), disse que o Brasil precisa aproveitar mais efi cientemente os seus recursos hídricos, transponíveis para o transporte de produtos agríco-las pelo país.

Água e terra

Para a candidata à reeleição, a Amazônia devia utilizar seus rios para escoamento dos seus produtos.

— Uma das questões nos próxi-mos quatro anos é a da ênfase no transporte hidroviário, combina-do e articulado com ferroviário.

Rumo ao rio

Dilma citou possíveis trajetos da soja e do milho por ferrovias que saem do Mato Grosso, de-sembocam no Rio Amazonas e vão para o oceano.

Fique atento

Não só em Manaus, mas em outras capitais do Brasil o con-sumidor sempre corre o risco de continuar tomando remédio com a data de validade vencida.

É apenas um paliativo, porque, de acordo com os médicos, assim que o medicamento ultrapassar a data estipulada, não há como garantir que o princípio ativo terá o efeito terapêutico.

Sem efeito

Xarope, descongestionante na-sal, colírio e medicamentos para problemas no ouvido, por exem-plo, perdem o efeito depois de abertos no prazo de um mês.

Cartela

Já os medicamentos tipo com-primidos em cartelas, têm o prazo de validade fornecido pela indús-tria, identifi cados na caixa.

Esse prazo é sugerido após vários testes.

Olho na data

Assim que o medicamento ultrapassar a data estipulada, não há como garantir que o princípio ativo terá o efeito terapêutico.

Para proprietário de carro que complica e entrada dos shoppings, estacionado do lado de fora – na via de acesso à entrada –, só para economizar alguns reais com o pagamento do ticket do estacionamento.

“Estacionamento” improvisado

O candidato ao Senado pela coligação Fazendo Mais Por Nossa Gente, Omar Aziz (PSD), visitou neste fi m de semana oito municípios da calha do Juruá.

Por onde passou, comparou os avanços entre sua gestão como governador e gestões anteriores.

— Não tive oito anos, mas em quatro pude fazer mais que meus antecessores. Fizemos uma gestão humana e transparente.

Oito anos em quatro

DIVULGAÇÃO/CBV REPRODUÇÃO

[email protected]

Quem se importa?

Faz já muito tempo que Friedrich Nietzsche, do alto da sua competên-cia fi losófi ca, afi rmou com autoridade: “Deus está morto”.

Na verdade, não há como aceitar a proposição de Nietzsche, diante das possibilidades que se oferecem sobre a existência de Deus, pois, em não existindo Ele, não há como declará-lo morto, uma vez que o inexistente não pode morrer, já que a morte supõe an-tes a vida; e, existindo Ele, como Deus, a imortalidade estará necessariamente inserida entre os seus atributos.

Realmente, o que o fi lósofo do prag-matismo alemão quis, foi apenas de-clarar que Deus não existe, a não ser como pura criação do homem, a quem serve como compensação e reparação, frente às suas carências, fraquezas e insufi ciências.

Nietzsche nasceu no século XIX e morreu exatamente no ano de 1900, quando se iniciava o século XX, ou seja, sofreu toda a infl uência do racionalis-mo iluminista.

Hoje, já dentro do século XXI, não é a morte de Deus que se questiona e discute, como afi rmou provocativa-mente o fi lósofo.

Muito ao contrário, Deus nunca esteve tão presente aos homens e com tanta inconseqüência como agora, ao ponto de podermos afi rmar que, de todos os mandamentos lega-dos por Moisés, desrespeita-se mais freqüentemente aquele que manda que “não se tome o Santo Nome do Senhor em vão”.

Verdadeiramente, ganhou Deus na sua frequente presença na boca dos homens, mas perdeu, para usar uma linguagem romântica, a sua morada no coração deles.

Deus, agora, decide partidas de fu-tebol, garante aprovação nos vesti-bulares e nos concursos, administra casamentos e até concede riqueza monetária.

O homem vulgarizou a tal pon-to o Divino, que, como era de se

esperar, acabou por banalizá-lo e enfraquecê-lo.

O resto, o mundo fez: gerou um novo deus, mais palpável e efi ciente para os fi ns que o também novo homem busca, incansável e insaciável. O deus do ho-mem atual, na verdade, é o dinheiro, a pecúnia, que lhe dá poder e satisfaz às suas necessidades mais manifestas. O Deus verdadeiro, o Deus de Abraão, Isaac e Jacó, Aquele que também é Filho e Espírito Santo, continua aí, mas somente nas bocas dos homens, como uma reserva técnica, em “stand by”, apenas para ser o depositório das súplicas e dos pedidos que o dinheiro não conceda.

A Ele não há contas a prestar, nada se deve, nem mesmo as satisfações mais ordinárias.

Na vida do homem atual, vale tudo para conseguir e acumular o máximo de dinheiro e de tudo o mais que com ele vem, com destaque para o poder, poder sobre os outros homens, e o ajuntamento compulsivo e infi ndável de todos os bens (que nem sempre são do Bem) que a sociedade coloca no altar do Mercado.

Perguntava-me, há poucos dias, um colega de trabalho: “Como pode alguém se deixar corromper, apro-priar-se do dinheiro público que certamente fará falta nas escolas, nos hospitais, nas creches e depois encarar a sua própria família, os seus próprios fi lhos que inevitavelmente acabarão por tomar conhecimento da canalhice do pai?”.

Respondo eu: se assim ocorresse, o tal pai seria considerado esperto, astuto e mesmo sábio, sintonizado com os tempos atuais e competente para suprir as necessidades da família.

Se, diferentemente, fugisse da imo-ralidade e preservasse a integridade do seu caráter e o bom nome da família, provavelmente seria rotulado como burro e anacrônico, fora da realidade atual, ao recusar o que outros sabem desfrutar.

João Bosco Araú[email protected]

João Bosco Araújo

João Bosco Araújo,

Diretor executivo do EM TEMPO

O novo Deus dos homens

[email protected]

Regi

Deus, agora, decide parti-das de fute-bol, garante aprovação nos vestibu-lares e nos concursos, administra casamentos e até concede riqueza mo-netária”

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A4 Opinião MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

FrasePainelVERA MAGALHÃES

O presidente eleito do STJ (Superior Tribunal de Justiça), Francisco Falcão, deve sacudir a corte com uma série de medidas após tomar posse, no próximo dia 1º. Ele promete dar freio às viagens internacionais de colegas e apurar quanto a atual gestão gastou em passagens e diárias no exterior. Além disso, vai desalojar um salão de beleza e uma academia de ginástica que funcionam na sede da corte, em Brasília. “Isso não era nem para existir. Tribunal não é lugar de salão de beleza”, critica.

Tudo meu Falcão quer trans-ferir o gabinete da presidência do oitavo para o nono andar, onde funcionam a academia e o salão que promete extinguir. “O espa-ço está subutilizado com coisas fúteis e passará a ser mais bem aproveitado pelo tribunal”, diz.

Rádio corredor O minis-tro conta que se irritou ao ser questionado por colegas sobre o rumor de que instalaria um elevador panorâmico no prédio. “Isso não existe. Não farei obra nenhuma. Vou deslocar móveis que já existem e, no máximo, colocar algumas divisórias nos gabinetes”.

Origens Falcão considera que causou incômodo nos últimos anos como corregedor do CNJ (Conselho Nacional de Justiça). Em abril, ele abriu investigação para apurar o suposto abuso em viagens de ministros do STJ e suas esposas ao exterior. O caso foi arquivado sem punições.

Mudanças A partir de setem-bro, só o presidente e o vice te-rão autorização para viajar com despesas pagas pelo tribunal. “Vou divulgar tudo no Portal da Transparência, inclusive as via-

gens feitas nos últimos anos”, anuncia o novo chefe da corte.

Empacou Apesar de ter passa-do por São Paulo em quatro dos seis últimos dias, Dilma Rousseff segue preocupada com sua cam-panha no Estado. Análises feitas para o PT não veem melhora no cenário eleitoral ou na imagem da presidente desde junho.

Na gaveta As pesquisas qua-litativas do partido afi rmam que o noticiário sobre o uso de verba pública no aeroporto de Cláudio (MG) machucou “de leve” a ima-gem de Aécio Neves (PSDB). O comitê de Dilma agora estuda formas de reavivar o caso na propaganda de TV para ampliar o desgaste do tucano.

Leite derramado Abatidos pelo caso Petrobras, petistas lamentam não ter indicado ao Tribunal de Contas da União ministros mais alinhados ao partido. Dos 9 titulares, 7 fo-ram indicados nos governos Lula e Dilma.

Entre as pernas A escolha mais lamentada é a de José Jorge, ex-senador do PFL (atual DEM), visto hoje como carrasco

do Planalto. Em 2008, quando o governo tinha maioria no Senado, ele venceu disputa contra Leo-mar Quintanilha (PMDB).

Na seca A campanha de Alexandre Padilha, o candidato do PT ao governo paulista, gra-vou depoimentos de eleitores que sofrem com a falta d’água no Estado. A ideia é mostrar o problema a quem continua com o abastecimento regular em casa.

Tudo junto... A Secretaria dos Transportes Metropolitanos pro-duziu parecer contrário à criação de vagões exclusivos para mu-lheres no Metrô e na CPTM, a companhia paulista de trens.

... e misturado Além de cri-ticar a segregação, a pasta vê difi culdades para implantar a medida por causa do volume de passageiros. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) tem de sancionar ou vetar o texto nesta semana.

Menina do Rio Ciumeira à vis-ta no PT do Rio. A ministra Marta Suplicy (Cultura) gravou vídeo pedindo voto para a deputada Jandira Feghali, do PC do B.

Freio de arrumação

Contraponto

Com uma fatia magra do tempo de TV, o presidenciável Eduardo Campos (PSB) tenta aproveitar ao máximo cada chance de se exibir neste início da campanha. Na sabatina da CNI (Confederação Nacional da Indústria), na semana passada, o presidente da construtora Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo, fez uma pergunta enquanto o candidato terminava de dar um gole em uma xícara.

— Desculpe, estava tomando um cafezinho – disse ele.— Pode terminar – respondeu o executivo.— Mas aí eu perco os meus minutos... – devolveu Campos, provocando risos na plateia.

Publicado simultaneamente com o jornal “Folha de S.Paulo”

Sem pausa para o cafezinho

Tiroteio

DEPUTADO RENATO SIMÕES (PT-SP), sobre a instalação da CPMI no Congresso para investigar acusações de cartel em contratos de transportes.

Faz 20 anos que o PSDB não permite uma investigação sobre corrupção no governo do Estado. Daremos satisfação aos paulistas”

A menina de olhos azuis estava sentada entre as outras crianças que estávamos visitando numa obra social em uma comunidade da periferia da grande cidade. Sua postura era de extrema dignidade e seguia em silêncio as explicações da monitora. Não cantou os cantos de boas-vin-das e não disse o seu nome na hora das apresentações. Depois descobrimos que só tinha quatro anos, estava sob os cuidados da avó porque os pais estão envolvidos com o tráfico e são dependentes químicos. Chegou do interior faz pouco tempo, e sem registro de nascimento não pode, por esta e outras razões, ser matriculada numa creche. Quando estávamos saindo, sus-surrou aos meus ouvidos umas frases que sugerem ter sido agredida.

Intuitivamente lembrei-me das crianças da Faixa de Gaza, dos meninos e meninas do Sudão do Sul, das crianças-soldados das diversas guerras em outros continentes, das meninas se-questradas na Nigéria. São as crianças que acabam sendo vi-timas da irresponsabilidade, do descaso, da injustiça estrutural, da corrupção generalizada. Mas o sentimento de frustração era grande, pois não me encontrava numa situação de guerra e sim na periferia de uma cidade que se orgulhou de ter recebido turistas do mundo inteiro na Copa do Mundo, num país que sabe ser hospitaleiro e que se orgulha da religiosidade de seu povo, capaz de grandes manifestações de fé mostrando-se imbatível na construção de estádios e tem-plos. O dia também era ines-quecível, pois se promulgava a emenda constitucional que prorroga por cinquenta anos a

Zona Franca de Manaus. Espe-ro que esta menina encontre solidariedade suficiente para que possa daqui a meio século celebrar esta vitória.

Infelizmente esta história não é uma exceção e por isso a sociedade civil e de maneira especial a Igreja se organiza para criar espaços de educa-ção suplementar onde traumas possam ser superados e alter-nativas de vida possam ser en-contradas. Mas nada substitui a família e na família o exercício da paternidade. Não conheço o pai daquela criança, não quero julgá-lo, nem posso transformá-lo em vítima e muito menos em algoz, só sei que ele faz falta e ninguém pode substituí-lo. Seu lugar permanecerá vazio. Talvez tenha se tornado pai por acaso, talvez não tenha condições de ser pai.

É bom saber que em meio a tanto sofrimento e humilhação brota a solidariedade. O Estado que não consegue garantir os direitos humanos fundamentais aos cidadãos deve apoiar estas iniciativas, ou ao menos não inviabilizá-las, e sobretudo gerir bem o que arrecada combatendo a corrupção e a má administra-ção. Nas prestações de contas dos que querem continuar no po-der, nos projetos dos que querem assumi-lo, deve estar presente como critério à situação das nos-sas crianças e aí há muito a se corrigir, e às vezes a se ressarcir, pois o desvio de dinheiro publico é criminoso pois gera miséria e destruição criando situações semelhantes a de uma guerra civil. Espero que chegue o dia em que não precisemos mais sentir vergonha das nossas crianças e desviar o olhar para não chorar diante delas.

D. Sérgio Eduardo Castriani [email protected]

D. Sérgio Eduardo Castriani

D. Sérgio Eduar-do Castriani,

Arcebispo Metropo-litano de Manaus

Intuitiva-mente lem-brei-me das crianças da Faixa de Gaza, dos meninos e meninas do Sudão do Sul, das crianças-soldados das diver-sas guerras em outros continentes, das meninas sequestradas na Nigéria”

Pais

Olho da [email protected]

Depois de uma semana respirando a poluição do cotidiano manauense, o domingo pede uma caminhada saudável e nada mais apropriado do que o Parque do Mindu, um pouco de natureza no meio da selva de pedra.

RICARDO OLIVEIRA

A indústria brasileira vive o seu mais duro momento nos últimos 40 anos. Estamos

vivendo um processo de desindustrialização. Os melhores empregos, que são os indus-

triais, estão sendo perdidos

Eduardo Campos, candidato do PSB à Presidência da República,

afi rmou que a indústria brasileira vive o seu pior momento em 40 anos e está na UTI.

Norte Editora Ltda. (Fundada em 6/9/87) – CNPJ: 14.228.589/0001-94 End.: Rua Dr. Dalmir Câmara, 623 – São Jorge – CEP: 69.033-070 - Manaus/AM

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Contraponto

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Page 5: EM TEMPO - 10 de agosto de 2014

MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 A5Política

Aumento na arrecadação será alvo dos candidatosPrincipais postulantes ao cargo de governador do Amazonas apresentam suas propostas para as arrecadações do Estado

O aumento da arreca-dação tributária no Amazonas é alvo dos programas de go-

verno dos quatro principais candidatos ao governo nestas eleições. Conselhos de econo-mia dos postulantes ao cargo miram a desburocratização na indústria e comércio, falam em potencializar a arrecada-ção na Fazenda (Sefaz) e pro-metem novas manipulações de tributos para incentivar setores da economia. Só no primeiro semestre deste ano, o governo registrou arrecada-ção de R$ 4,3 bilhões, mon-tante 20% superior ao mesmo período do ano passado.

Pressionados pelo desgaste do empresariado amazonense com o excesso de burocracia na indústria e comércio, a facilitação de tramites buro-cráticos na abertura de novos negócios deverá ser também bandeira dos candidatos. No plano de governo do PMDB, do senador Eduardo Braga, a promessa é de “burocracia zero”. O senador fala ainda em criar políticas de desoneração fi scal para o empresariado do turismo e serviços.

O setor apontado por eco-nomistas como forte poten-cial da economia amazonen-

se recebe também destaque nas propostas do governador José Melo (Pros), que fala em dinamizar incentivos para o turismo, serviços, além de estender os planos para o setor primário. A campanha de Melo reconhece o atraso dos sistemas de arrecadação da pasta de Fazenda (Sefaz) e fala em dotar a secretária de

estrutura e tecnologia. O plano de modernização chegou a ser iniciado neste ano, mas não avançou.

O setor tributário da cam-panha de Melo traz ainda a proposta de renovar um dispo-sitivo da legislação, criado em 2005, que permite ao governo aplicar o superávit da Univer-sidade Estadual do Amazonas (UEA) em ações que não dizem

respeito à instituição. O recur-so vem de um fundo fi nanciado a partir ICMS arrecadado pelo governo.

A proposta de Melo, no entanto, é um dos carros-chefe da campanha do PSB do deputado Marcelo Ra-mos, que defende a extin-ção dessa limitação desde o início do mandato. O plano de governo do parlamentar cita dar “total autonomia financeira” à instituição, de-positando o fundo gerado a partir dos tributos em conta própria da UEA. O candi-dato promete ainda zerar alíquotas de ICSM no setor de informática e tecnologia de dados, além de aumentar os repasses aos municípios ao interior do Estado.

Já na campanha do depu-tado Chico Preto (PMN), a aposta é em aumentar a arre-cadação tributária a partir do plano do “dinheiro novo”, que traz iniciativas em incentivo fi scal para diversos setores da economia. Os setores fo-ram divididos pela campanha do parlamentar em natureza, turismo de negócio e lazer, Zona Franca de Manaus (ZFM), Patrimônio Histórico e Urba-no, além de Biotecnologia e tecnologia. Para o senador Eduardo Braga, no seu plano de governo, a promessa será burocratização zero

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RENOVAÇÃO O candidato José Melo traz a proposta de renovar um dispositivo da legislação, criado em 2005, que permite ao governo aplicar o supeávit da UEA em ações que não dizem respeito à instituição

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A6 Política MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

Supremo ignora ‘calote’ na soltura de Genoino

O mensaleiro José Genoino pode ter sido benefi ciado por eventual “cochilo” do Supremo Tribunal Federal, ao conceder-lhe a chamada “progressão de pena” e a soltura: o artigo 33 do decreto-lei 2.848/40 condiciona a concessão da progressão de regime, no caso de crimes contra a adminis-tração pública, à “devolução do produto do ilícito praticado, com os acréscimos legais”. Genoino nada devolveu.

Montanha de dinheiroLaudos da Polícia Federal

apontam que mais de R$ 100 milhões foram surrupiados no mensalão, e até agora ne-nhum centavo foi cobrado.

Fogo amigoO parágrafo da lei não exis-

tia até novembro de 2003, quando foi sancionado pelo então presidente Lula.

Dinheiro não faltaAlém da condenação por

corrupção ativa, Genoino foi multado em R$ 667,5 mil. Fez uma vaquinha e, sem difi cul-dade, pagou à vista.

Pobre cardiopataGenoino passou ao menos

por cinco juntas médicas. Todas concluíram que a car-diopatia não o impedia de cumprir pena na Papuda.

Planalto manobra para

aprovar MPs sem quórumO governo Dilma encontrou

uma nova forma de burlar o regimento interno do Con-gresso e aprovar medidas provisórias sem ter quórum mínimo. Em vez de encerrar a sessão, os presidentes das comissões mistas especiais foram orientados a “suspen-der os trabalhos”. A manobra permite que o presidente use o quórum registrado antes

para reabrir a sessão e apro-var MPs com a presença de só um parlamentar.

Tudo dominadoPara manter o controle,

Romero Jucá (PMDB) e José Pimentel (PT) escolhem, com a Casa Civil, o relator e o presidente das comissões.

Busca por holofoteO líder do PMDB na Câ-

mara, Eduardo Cunha (RJ), também articula a indica-ção de deputados para os cargos de visibilidade nas comissões.

Uma gula sóÀ frente das indicações,

o PT e o PMDB dominam praticamente todas as re-latorias e o comando das comissões. Pouco sobra para os aliados.

Ministro enquadradoO vice-presidente Michel

Temer deu uma dura no mi-nistro da Agricultura, Neri Geller, que se reuniu há dias com o grupo do senador Pe-dro Taques (PDT), candidato ao governo de Mato Grosso e opositor ferrenho da reelei-ção de Dilma. A reunião gerou revolta no PMDB local.

Me erra!O Itamaraty culpou o Minis-

tério do Planejamento pelo calote de R$ 380 milhões do Brasil junto à ONU. In-formou que o pagamento a organismos internacionais é responsabilidade direta da-quele ministério.

Telhado de vidroQuebradas num protesto

estilo black-bloc no fi nal da Copa, em julho, vidraças da embaixada em Berlim con-tinuam sem conserto. Mais despesa na lista de “pendu-ras” internacionais do Ita-maraty.

Vestiram a camisaCandidatos ao governo po-

tiguar, Henrique Eduardo Al-ves (PMDB) e Robinson Faria (PSD) apelaram à ajuda das mulheres. Laurita Arruda e Juliane Faria estrearam na campanha com direito até a discurso.

Estado policialO projeto oportunista, pós-

Copa, que autoriza o governo a “fi scalizar” a CBF, uma enti-dade privada, provoca inquie-tação até por sua inspiração fascista. É só o começo. De-pois será a vez de entidades como OAB, contas pessoais dos cidadãos, empresas de todo tamanho etc.

Bahia é aquiO deputado Silvio Costa

(PSC-PE) compara o presiden-ciável Eduardo Campos com o “coronel” ACM: “Ele quer eleger Paulo Câmara, que está mais para um governado do que para um governador”.

Cadê os santinhos?Em São Paulo, deputados

desconfi am que Gilberto Kas-sab (PSD) pode desistir da candidatura ao Senado contra o ex-governador tucano José Serra. Até agora, o ex-prefeito não começou sua campanha de rua.

Vai rolarSegundo o deputado Ricar-

do Izar, o ex-prefeito Gilber-to Kassab (PSD-SP) é can-didatíssimo ao Senado e o material gráfi co deve fi car pronto em breve: “A campanha encurtou por causa da Copa”, justifi ca.

Tiro no péMarqueteiro nacional do

PMDB, Elsinho Mouco não poupa Paulo Skaf, que negou palanque à Dilma em São Pau-lo: “Skaf é o maior adversário dele mesmo”.

Cláudio HumbertoCOM ANA PAULA LEITÃO E TERESA BARROS

Jornalista

www.claudiohumberto.com.br

Nós precisamos nos livrar desses artifícios”

EX-BC ARMÍNIO FRAGA, sobre intervenções do gover-no nos preços da gasolina e eletricidade

PODER SEM PUDOR

Castigo dos céusLocutor da rádio Tabajara, do Governo da Paraíba,

Pascoal Carrilho foi destacado para transmitir a che-gada do então presidente Ernesto Geisel ao Aeroporto Castro Pinha.

- Acaba de desembarcar Sua Excelência o Presi-dente Ernesto Geisel – anunciou Carrilho, com sua voz curiosa.

Ouviu-se sonora vaia da multidão. Não ao visitante, mas àquela voz inconfundível, trôpega. Enquanto a comitiva desembarcava, ele atacou:

- Acaba de desembarcar o presidente e esses moleques!...O tom era de reprimenda aos que o vaiaram, mas a ênfase na palavra “moleques” soou como

um xingamento aos ministros e assessores. Pascoal não pôde terminar a frase: a transmissão foi interrompida por ordem superior. E ele passou boa parte dos anos seguintes tentando se explicar, coitado.

Genoino deve deixar a Papuda O ex-deputado federal

José Genoino(PT-SP) deixa-rá o Complexo Penitenciário da Papuda, no Distrito Fede-ral, na próxima terça-feira (12), quando participará de uma audiência com o juiz da Vara de Execuções de Penas e Medidas Alternativas (Ve-pema) para assinar o termo sobre as regras da prisão domiciliar. Na última quin-ta-feira (7), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso autorizou Genoino a mu-

dar do regime semiaberto para o aberto. No DF, o aberto é sempre converti-do em prisão domiciliar, já que não há estabelecimento prisional específi co na ca-pital federal para abrigar os detentos deste regime. A mesma autorização foi dada ao ex-tesoureiro do extinto PL Jacinto Lamas, também condenado no pro-cesso do mensalão do PT. Conforme o site do tribu-nal, o condenado em prisão domiciliar deve se recolher

em casa entre 21h e 5h, e permanecer na residência aos domingos e feriados por período integral. A decisão de Barroso foi enviada à Vara de Execuções de Pe-nas e Medidas Alternativas. O presídio será informado para levar Genoino e Lamas à vara na próxima terça, segundo o Tribunal de Jus-tiça. Condenado a 4 anos e 8 meses de prisão por cor-rupção ativa, Genoino pediu progressão de regime no fi nal de julho.

TERÇA-FEIRA

Durante evento em Minas Gerais, presidente declarou que não há qualquer indício que pese contra Graça Foster

Dilma volta a defender presidente da Petrobras

A presidente Dilma Rousseff voltou a de-fender a presidente da Petrobras, Graça

Foster. Durante um evento de campanha em Iturama (MG), onde vistoriou obras da fer-rovia Norte-Sul, ela disse que “não há qualquer processo que pese contra” a presidente da estatal.

“A posição do governo é cla-ra. Nós não achamos que a Graça Foster tenha cometido qualquer irregularidade”, disse a presidente, em entrevista à imprensa. Dilma também falou que a presidente da Petrobras é uma pessoa íntegra, correta, competente e capaz, reconhe-cida não só pelo governo, mas por todo o mercado.

“Ela não pode ser submeti-da a esse tipo de julgamento [dos adversários políticos e

dos órgãos de fi scalização e controle, a condenando sobre o caso de Pasadena], que eu acredito que tenha por trás outros interesses. Eu acho um absurdo colocar a diretoria da Petrobras submetida a esse tipo de procedimento”, afi r-mou.

Ela afi rmou ainda que ape-nas 0,05% dos processos que tramitam na CGU pediram a indisponibilidade dos bens de acusados.

Sobre a ferrovia, Dilma afi r-mou que o Brasil, durante 27 anos, não fez o dever de casa em relação à construção de ferrovias.

“[O país] não construiu fer-rovias para transportar nossa produção agrícola, mineral e todos os produtos que havia para escoar. Isso signifi cou grandes congestionamentos

nos portos de São Paulo e do Sul do país”, disse.

Dilma afi rmou também que a Norte-Sul é a “coluna verte-bral do Brasil” em termos de ferrovia. E que dela vão sair outras ramifi cações.

Na última sexta-feira, 8, a presidente participou, pela manhã, do encerramento de congresso da Assembleia de Deus, no Brás, com mais de 5 mil pastoras e missioná-rias da ala comandada pelo bispo Manoel Ferreira, que apoia seu adversário Pastor Everaldo (PSC). Questionada em Iturama sobre qual é a sua religião, Dilma afi rmou ser católica, mas que tem um “grande respeito” por todas as crenças. “Eu respeito quem acredita, quem tem fé, que crê num ser supremo, superior, que protege todos nós”.

Dilma declarou que a presidente da estatal é uma pessoa íntegra, correta, competente e capaz

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 A7Com a palavra

Se eu não ganhar essa eleição e o pleito for para o se-gundo turno, não existe nenhuma possibilidade de apoiarmos um outro candidato. O PSTU é antagônico às demais candidaturas”

Gosto muito do compa-nheiro Luiz Navarro, mas ele não pode estar conosco na rua somen-te durante o processo eleitoral. Falar de socialismo só no perío-do eleitoral é cômodo

Candidato ao Gover-no do Amazonas, Herbert Amazonas (PSTU) é um velho

conhecido do eleitor ama-zonense, mesmo não tendo conseguido emplacar nenhu-ma das eleições das quais participou ao longo de 30 anos de militância política. Um dos principais nomes da esquerda amazonense, ele trava mais uma luta entre “Davi e Go-lias” em 2014 para alcançar o status de governador do Estado do Amazonas. Funcio-nário público federal, Herbert Amazonas tem 53 anos. Ao lado de Gilberto Vasconcelos, seu vice na chapa, defende um governo feito pelo povo e para o povo.

No comitê central do Par-tido Socialista dos Trabalha-dores Unificados (PSTU), lo-calizado na avenida Manicoré, bairro Cachoeirinha, Herbert recebeu a equipe do EM TEM-PO para uma conversa onde revelou, entre outras coisas, seu descontentamento com o governo feito pelo Partido dos Trabalhadores (PT), o qual ajudou a construir durante a juventude.

EM TEMPO - Qual a di-ferença do esquerdista Herbert Amazonas para os demais candidatos que disputam o Governo do Amazonas?

Herbert Amazonas - O PSTU tem um projeto de go-verno nacional, temos candi-dato a presidente da Repú-blica, que é o companheiro Zé Maria, um metalúrgico e dirigente da nossa central sin-dical que tem uma enorme tradição na luta da organi-zação da classe trabalhadora. Em Manaus e no Amazonas o PSTU também tem um projeto de governo, que coloca meu nome na disputa. Tenho boa parte da minha militância e vida dedicada ao trabalhador. Ainda jovem, comecei a mili-tar no movimento operário, ajudei a construir o Partido dos Trabalhadores (PT), a Cen-tral Única dos Trabalhadores (CUT), e parte da minha vida está pautada na organização e nos debates dos problemas do nosso Estado.

Eu vivenciei de perto es-

sas questões de educação, moradia, transporte coletivo, segurança, e nada melhor do que uma pessoa que vem das lutas e dos movimentos so-ciais para implementar um projeto alternativo aos de-mais projetos que aparecem nessa eleição.

EM TEMPO - O senhor vê alguma novidade no pleito 2014?

HA- São 32 anos de governo do mesmo grupo e são três décadas que quando chega-mos à eleição temos que com-bater os mesmos problemas, como o caos na educação, no transporte e demais áre-as. E tudo muito repetitivo, por isso, nossa tentativa de emplacar um projeto diferente dos empresários e dos patrões. Nós queremos apresentar um projeto que defenda o socialis-mo, um governo dirigido pelos trabalhadores para resolver e solucionar parte dos proble-mas que o Estado apresenta.

EM TEMPO - A campanha já tomou corpo nas ruas. Como está sendo montada a equipe pró-PSTU?

HA- O registro da candi-datura e as demais questões legais de um partido como o nosso leva bastante tempo, pois só começamos a fazer esse trabalho a partir do mo-mento que somos liberados das nossas atividades diárias. Então, foi a partir de 5 de julho que nós podemos começar a nos movimentar. Diferen-te dos políticos de profissão, que acaba uma eleição e eles já estão de olho no próximo processo eleitoral.

Nossa equipe é bastante pequena, nossos panfletos foram produzidos na sema-na passada, mas já temos uma agenda de panfletagem. Nosso alvo principal é a clas-se trabalhadora do Distrito Industrial. Também queremos ir aos bairros para falar do projeto político do PSTU.

EM TEMPO - De onde vem a força para competir de maneira quase minúscula frente aos demais partidos e coligações?

HA- O PSTU é um partido que defende o socialismo e a revolução, sou um militante. Para mim, e tenho certeza que para todos os companheiros,

isso é uma tarefa. Então, não acho que seria uma posição coerente não participar de um projeto eleitoral. Se você acompanhar o período anali-sando as candidaturas, pode constatar que o PSTU é o parti-do que apresenta as propostas mais diferentes. Incluindo a forma que pretende imple-mentá-las. Se o PSTU não sai em processos eleitorais, ele deixa um vazio das propostas que atendem aos interesses da classe trabalhadora.

As outras candidaturas falam dos problemas, das questões sociais, mas são apresentações de propostas vazias, que na verdade não vão ser implementadas, aca-bando apenas como propos-tas eleitorais. Nosso papel é meio pedagógico junto à população, mostrando que não há saída para eles se não pensarem na construção de um governo deles.

Os outros candidatos são financiados por empresários da construção civil, dos trans-portes e essas candidaturas não vão ter propostas volta-das para o interesse da classe trabalhadora. Daí nasce o pro-cesso de corrupção, porque depois que o candidato se elege, os financiadores apre-sentam as faturas, querendo o dinheiro de volta, já que in-vestiu. Para o PSTU, não existe financiamento de campanha, não aceitamos um centavo de empresário.

EM TEMPO - Qual o or-çamento do PSTU para a campanha 2014?

HA- Nós fizemos um or-çamento para chegar a uma faixa de R$ 120 mil, porque tudo é caro. Os valores para a propaganda são elevadís-simos. Então, pensamos em chegar com as coletas nesse valor. Mas, não sabemos se vamos conseguir. Claro que na frente dos outros é um pingo d’água no oceano. Com esse valor queremos apresentar o nosso programa de rádio, televisão e imprimir nossos panfletos.

EM TEMPO - Podemos considerar que a esquerda amazonense é desunida? O que falta para que um ‘blocão’ entre os partidos venha a contribuir para uma maior visibilidade de

candidaturas como a sua?HÁ- Nós achamos que

quando estamos nas ruas enfrentando as guerras dos movimentos sociais, alguns companheiros têm que estar com a gente. Gosto muito do companheiro Luiz Navarro, mas ele não pode estar conos-co só no processo eleitoral. Na rua, nós enfrentamos o governo, a polícia, os empre-sários e os patrões. Então fica muito cômodo só usarmos o período eleitoral para falar do socialismo, falar de uma sociedade transformada.

Então essa é uma das di-ferenças que não contribuem para essa tão sonhada união. No PSTU defendemos a revo-lução socialista o ano inteiro, construímos isso nas lutas e mobilizações. Achamos que os demais companheiros pre-cisam ter essa compreensão e participação na construção da defesa da proposta es-querdista.

EM TEMPO - Caso o se-nhor não vença a eleição, existe a possibilidade de declarar apoio a um candi-dato no segundo turno?

HA- Não. Isso é impossível porque o PSTU é antagônico às demais candidaturas. As outras defendem o sistema capitalista, defendem o em-presariado e estão alinhadas ao projeto governamental, e que para nós é um grande mal para a população.

EM TEMPO - O que pode ser considerado destaque em seu plano de governo?

HA- A forma de governar e estruturar a gestão do Es-tado. Nós tentamos exerci-tar e fazer a discussão dos conselhos populares, porque hoje existe um secretário que senta com o governador e elabora um projeto. Esse se-cretário vai implementar as políticas nos diversos setores do serviço público.

Aquele secretário presta contas só com o governador e com o Tribunal de Contas. Essa forma de governar é cor-porativa. O Estado é de todos, e nós queremos inverter essa lógica, queremos devolver a administração pública para a população. Vamos fazer a população governar, qualquer tema vai ser analisado por pessoas da área.

Herbert AMAZONAS

‘Defendo um GOVERNO feito pelo povo e PARA O povo’

Nosso orçamento de campanha está em R$ 120 mil. Esse valor será para produzirmos todo o nosso material de divulgação, como panfletos e os progra-mas eleitorais de rádio e televisão. Claro que essa verba é um pingo d’água diante da grana dos outros candidatos ao governo”

JOELMA MUNIZEquipe EM TEMPO

FOTOS: IONE MORENO

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A8 Política MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

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EconomiaCa

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[email protected], DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014 (92) 3090-1045Economia B4

Empresa abre vagas para curso em Lisboa

DIVULGAÇÃO

Artesanato realiza sonho de dependentes químicosAtividade foi a opção encontrada por pessoas em tratamento contra as drogas para incrementar a renda da família

Residentes que se reabilitam da dependência química encontram no artesanato uma forma para conseguir uma renda extra

O sonho de ter o pró-prio negócio e uma nova profi ssão se torna realidade para

residentes do Centro de Re-abilitação Ismael Abdel Aziz. Eles se juntaram em grupos e pretendem fundar uma co-operativa de artesãos.

A união no trabalho vai além, e um grupo de residentes já pensa em levar os ensinamen-tos em conjunto, após rece-ber alta médica. “Depois de concluir o tratamento, vamos formar nossa cooperativa fora do Centro de Reabilitação e montar nosso próprio negó-cio”, afi rma Emanoel Castro de Oliveira, o “Manolo”, 51.

Alguns deles pensam, tam-bém, em ter sua loja para revender os materiais produ-zidos na cooperativa, como é o caso do residente Vernior Oliveira Rocha, 35. Ele con-clui o tratamento terapêu-tico nos próximos dias e já articula com seus familiares para montar uma loja para revender seus artesanatos e de seus colegas internos.

“Em três meses tive a opor-tunidade de aprender a fazer produtos artesanais. Mudei de profi ssão e hoje vou me de-dicar exclusivamente à produ-ção do artesanato”, conta ao lembrar que vai abandonar a profi ssão de industriário para se dedicar à nova profi ssão.

A professora de artesanato, Lúcia Jeff es, afi rma que vai dar ajuda aos residentes que pre-tendem montar seu próprio negócio. Segundo ela, eles têm potencial como artesão pro-fi ssional e precisam de apoio

nesse período pós-tratamen-to. “Vou reunir com eles depois do tratamento para que eles consigam vencer por meio do artesanato. Eles merecem uma nova chance na vida”, ressalta a professora.

ExposiçãoOs itens fabricados pelos

residentes na unidade de tra-tamento foram expostos na Feira Internacional de Artesa-nato, que termina hoje, no Ma-naus Plaza Shopping. A venda dos produtos vai incrementar a renda familiar deles.

A oportunidade de partici-par da Feira, expor e comer-cializar os artesanatos garantiu aos residen-tes a chance de vivenciar como funciona o m e r -cado. T a m -bém foi uma oportunidade de ter con-tato com outros profi ssionais e comparar produtos.

“Essa experiência é úni-ca para os residentes que possuem a oportunidade de conhecer essa profi ssão e fu-turamente montar seu próprio negócio”, destaca ‘Manolo’ ao ressaltar que já participou de feiras de artesanatos pelo Brasil e sempre sai destes eventos com novas ideias.

ParceriaA participação dos residen-

tes na Feira Internacional de Artesanato foi possível graças a uma parceria entre a Secre-taria de Estado do Trabalho

(Setrab) e o Centro de Reabili-tação. A Setrab é responsável por ministrar cursos na ofi cina de artesanato, que funciona como terapia ocupacional para os residentes. Os téc-nicos da Setrab perceberam que depois dos cursos muitos residentes estavam aptos a trabalhar como profi s-sionais e garantiu a eles a Carteira de Artesão Profi s-sional.

“ N a feira,

eles pos-suem a oportu-nidade de ver na prática como funciona o mercado e relatam que querem montar seu próprio negócio e mudar de vida”, destaca a diretora do Centro, Anna Lopes.

A gerente de Economia Solidária da Setrab, Socorro Papoula, afi rma que os tra-balhos confeccionados pe-los residentes são de ótima qualidade e por conta disso mereciam ser expostos na feira. “Ficamos encantados

com tanto trabalho bom, confeccionados pelos resi-dentes. Eles já são artesãos profi ssionais. Faltava apenas a carteira para ofi cializar esse trabalho”, afi rma.

A Feira Internacional acon-tece na praça de alimentação do Manaus Plaza Shopping até as 22h de hoje.

ProduçãoPara atender a demanda de

vendas de produtos no perí-odo da feira, os residentes

do Centro de Reabilitação precisaram se organizar

em grupos. Eles mon-taram uma linha de

produção de peças como se fosse

uma empresa do Distrito In-

dustrial. Os resi-d e n t e s levaram para a

feira mais de 300 peças de diversos tipos de artesana-to, como biojoias, chapéus, materiais confeccionados de bambu, quadros e desenhos artísticos. Os valores das pe-ças expostas variam entre R$ 15 e R$ 600.

Os residentes faturaram em média R$ 300, cada um, com as vendas dos produtos con-feccionados por eles.

Barcos produzidos com bambu é um dos itens vendidos pelos residentes do Centro

de Reabilitação na Feira de Artesanato

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Page 10: EM TEMPO - 10 de agosto de 2014

B2 Economia

Sem o Simples, impostos pesam 32%Sem o Simples, impostos pesam 32%

‘Carga tributáriaPequenos e grandes empresários e economistas falam o mesmo discurso quando o tema são os impostos brasileiros

Os impostos cobrados pelas forças reco-lhedoras do país seguem na vida do

cidadão comum, de peque-nos e de grandes empresários como barreiras cada vez mais difíceis de driblar. Nos seis primeiros meses do ano, o contribuinte amazonense já pagou mais de R$ 11,8 bilhões somente em impostos.

O resultado é soma das re-ceitas arrecadadas pelo Esta-do, União e pela Prefeitura de Manaus. O valor é R$ 1 milhão maior do que o estimado pelo site Impostômetro, que calculou que o contribuinte amazonense pagaria R$ 10 bilhões nos doze meses de 2014.

A maior fatia do bolo foi

para os cofres do governo federal, por meio da Receita Federal que levou R$ 6,69 bilhões. Do valor global, as maiores participações vieram da arrecadação de receitas previdenciárias, com R$ 324,3 milhões, seguidas da Contri-buição para Financiamento da Seguridade Social (Cofi ns) que apurou 305,8 milhões e do Imposto de Renda (IR) sobre pessoa jurídica de onde arre-cadou R$ 162,4 milhões.

O Estado, por sua vez, arre-cadou valor na ordem de R$ 4,3 bilhões, de acordo com o Mapa da Arrecadação Econômica, elaborado pela Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz). Somente do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) o montante recolhido foi de pouco mais de R$ 4 bilhões. Desse montante a indústria contribuiu com valor na or-dem de R$ 2,07 bilhões, o comércio com R$ 1,5 bilhão e o segmento de serviços com R$ 369 milhões.

No setor industrial os Insu-mos da Indústria Estrangeira tiveram a maior participação na contribuição fi scal com recurso de mais de R$ 955 milhões. Dentro do segmen-to comercial a colaboração mais expressiva veio das Notifi cações da Mercadoria Nacional com valor na ordem de R$ 572,6 milhões. Já na

área de serviços, o Apurado das Comunicações foi o prin-cipal contribuinte com R$ 189,9 milhões.

Entre as três esferas públi-cas recolhedoras, a Prefeitu-ra de Manaus apresentou a menor fatia de receita ar-recadada. Contudo, na série histórica, a receita tributária da capital amazonense que-brou recorde, com crescimen-to de 20% no comparativo ao mesmo período de 2013, quando alcançou o patamar de R$ 523,1 milhões nos seis primeiros meses do ano.

O melhor desempenho na tabela de arrecadação veio do Imposto Sobre Serviços (ISS) com recurso na ordem de R$ 281,8 milhões, valor que rendeu ao ISS crescimen-to de 22,8% no comparativo com o mesmo período do ano passado. Conforme dados da Secretaria Municipal de Fi-nanças (Semef), somente no mês de junho o imposto de serviços rendeu a Manaus va-lor de R$ 45,9 milhões, R$ 6,1 milhões a mais que o mesmo mês do ano anterior.

De acordo com a Semef, o Im-posto Predial e Territorial Urba-no (IPTU) e o Alvará mantiveram seus desempenhos e renderam aos cofres municipais R$ 94,7 e R$ 21,7 milhões, respectiva-mente. O primeiro infl ou em 22% e o segundo 26%, na com-paração do acumulado anual.

Rodrigo Bezerra mostra o calhamaço de boletos de impos-tos pagos por ele

EMERSON QUARESMAEquipe EM TEMPO

O pequeno empresário Rodrigo Bezerra, 28, é pro-prietário da empresa Sol Mídia, que presta serviços de design e comunicação visual há oito meses. Se-gundo ele, por um erro do contador, ao constituir a empresa, ela não foi inclu-ída no programa Simples Nacional, que consiste num sistema de tributação di-ferenciado, que consolida, em um único recolhimento, diversos tributos federais, como por exemplo, Progra-ma de Integração Social (PIS), Cofi ns e Imposto sobre Produtos Indus-

trializados (IPI), estaduais como o ICMS) e municipais como o ISS, para facili-tar a vida das micros e pequenas empresas.

Segundo Bezerra, por conta dessa falha na aber-tura da fi rma, o custo das notas fi scais emitidas por mês é de 32%, porque sem o Simples Nacional a em-presa contribui pelo Lu-cro Presumido. Além desse custo, o empresário lembra que para seguir na lega-l i - dade ele ainda

contribui com

IR, ISS, Contribuição So-cial sobre o Lucro Líquido (CSLL). “Até acho justo que haja cobrança de impos-tos. Mas, 32% sobre nota e outros tantos impostos a pagar não dá”, critica.

Para Bezerra, a carga de impostos cobrados serve de barreira para que a empresa cresça em estru-tura, pessoal e fi nanceira-mente. “Com um imposto justo nós poderíamos in-vestir em mais insumos para criar mais produtos e gerar benefícios para empresa”, comenta.

é a mais perversa’

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 B3

‘Carga tributária

“A reforma tributária nun-ca sairá do papel. Vai fi car só no discurso”, sentencia o economista Ailson Rezende. Cético, ele diz que a única forma de rever o peso dos impostos para o brasileiro é reforma. “Não sai porque envolve perda de arrecada-ção para alguns Estados. Quando alguém perde, não vai aceitar qualquer acordo. No mínimo tem que fi car como está”, diz.

O economista aponta que carga tributária é elevada por conta das despesas do Estado, dos municípios e da União. “Essas esfera tem que ter uma estrutura mínima para funcionar, e principal-mente o custeio de despe-sas eles tiram o dinheiro da arrecadação. A nossa carga tributária poderia ser menor. Ela não é maior entre os pa-íses, mas, é a mais perversa porque nós contribuímos e não recebemos de volta em segurança, educação, saúde

de qualidade”, critica.Segundo Rezende, estu-

do do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) revela que durante os quatro primeiros meses

do ano o brasileiro trabalha para pagar impostos e por mais quatro meses trabalha para pagar os serviços que eram para ser prestados pelo Estado. “Pagamos plano de saúde, escolas particulares, sistema de segurança. Mas nós recolhermos os tributos

para esses serviços que o governo não oferece com qualidade”, salienta.

Sem reforma tributária, o economista aponta o pro-grama Simples Nacional, do governo federal, como uma boa medida para diminuir a carga sobre diversas ca-tegorias empresariais, que será estendia a outras de prestação de serviços como contadores, advogados, por exemplo, que antes da apro-vação de proposta do Sena-do, não podiam participar. Entretanto, ele classifi ca como um programa de pe-queno impacto frente o peso da carga tributária.

“Mesmo assim ainda é uma medida paliativa, por-que tem outros impostos que pagamos pelos produ-tos que compramos como o gênero de consumo que tem uma carga elevada. As famílias mais pobres estão pagando impostos”, observa o economista.

Reformas são apenas discursos

TRIBUTOSRezende diz que quem tem carro paga 5O% de imposto sobre a gasoli-na. Pela energia elétri-ca e telecomunicações paga 25% e 30% de ICMS, respectivamente. Na cerveja vai pagar 45% de imposto

O presidente da Federa-ção das Indústrias do Esta-do do Amazonas (Fieam), Antônio Silva, observa que o Brasil vive um momento oportuno para repensar a modelagem política e eco-nômica do país, por conta do processo eleitoral que defi nirá quem serão o novo comandante da nação e os governadores dos Es-tados brasileiros.

Segundo ele, as princi-pais propostas dos em-presários da indústria brasileira aos candidatos à Presidência da Repú-blica, apresentada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) estão focadas na reforma tri-butária, na trabalhista e na previdenciária.

Silva afirma que a carga tributária do setor é muito pesada e a arrecadação das esferas recolhedoras é sempre crescente. “O país precisa repensar a sua carga tributária. Os outros Estados acham que o nosso polo industrial é uma zona de renúncia fis-cal, o que não é, haja vista uma série de impostos e taxas para Superinten-dência da Zona Franca de Manaus (Suframa) que deveriam ser revestidos

para infraestrutura de Manaus”, observa.

Para o empresário, os impostos cobrados one-ram demasiadamente a indústria brasileira. “Agora mesmo saímos da promulgação por mais 50 anos do nosso mo-delo ZFM. Mas não é só isso. Temos que pensar na infraestrutura e na logística para facilitar o

escoamento. O momento é esse para repensarmos de que forma atrairmos novos investidores para o PIM. Estamos chegan-do num extremo com a carga tributária. Precisa-mos aproveitar as nossas reservas financeiras. Te-mos que trabalhar pela redução do custo Brasil”, avalia Antônio.

Momento de repensar o Brasil

EMPREGOSComo argumento usado para a neces-sidade das reformas, Antônio Silva cita os mais de 600 mil empregos diretos e indiretos que depen-dem do modelo Zona Franca de Manaus

Antônio Silva defende que momento é de debater reformas tributária, trabalhista e previdenciária

Cálculo do Impostô-metro sobre arre-cadação no AM foi menor: R$ 4 bilhões

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B4 Economia MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Workshop sobre gestão internacional em LisboaMB Consultoria promoverá semana de debates e visitas técnicas durante o 1º Europe Management Week, em setembro

As previsões acerca da velocidade de recuperação da eco-nomia mundial são

cuidadosamente moderadas, mas a Europa está em fran-ca recuperação e os Estado Unidos da América (EUA) voltaram a crescer, segun-do analistas. Para avaliar e discutir estes cenários, a MB Consultoria promoverá, entre os dias 15 e 19 de setembro, em Lisboa, Portugal, o 1º Europe Management Week (Semana de Gestão) 2014.

De acordo com a coorde-nadora do projeto Suely Qua-dras, que está incluso no pro-grama de Alta Perfomance da MB, o evento em parceria com o INDEG-IUL/ISCTE Executive Education, uma das principais escolas de formação de exe-cutivos em Portugal, vinculada ao Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), será realizado de 15 a 19 de setembro, no Ins-tituto para o Desenvolvimento da Gestão Empresarial.

Com 80% das vagas pre-enchidas, o programa pionei-ro na região é voltado para executivos, empresários, su-cessores empresariais e ges-

tores interessados no mercado globalizado. “O 1º Europe Ma-nagement Week possibilitará aos participantes brasileiros a compreensão da gestão de negócios no contexto da União Europeia”, explica Suely.

Durante uma semana de es-tudos, os participantes terão a oportunidade de conhecer in loco por meio de visitas téc-

nicas em empresas europeias varejistas, além de outras de serviço e indústria. A finalida-de, conforme Suely, é propor-cionar experiência vivencial de aprendizado sobre o ambiente econômico, empresarial e cul-tural europeu.

Uma das vantagens para quem participa do evento, se-gundo os organizadores, são o aprendizado e a troca de

experiência entre os partici-pantes, uma vez que estarão em contato com gestores de diversos segmentos, como da área de saúde, construção ci-vil, indústria, dentre outros.

Segundo Suely, na ocasião, os profissionais brasileiros des-cobrirão algumas técnicas de ferramentas de gestão inter-nacional que poderão aplicar na empresa onde trabalham quando retornar. “Além do co-nhecimento, o network com os participantes, professores e co-ordenadores do INDEG-IUL será importante para a carreira de cada um”, afirma.

O investimento para curso é de US$ 5,39 mil, sendo que os participantes terão direito a aulas, atividades culturais, ma-terial didático em português, almoço, apoio logístico entre as visitas técnicas e seguro viagem. Já as despesas com passagens aéreas, hospeda-gem, passaporte e demais con-sumos particulares não estão inclusas no pacote.

O 1º Europe Management Week 2014, em Lisboa, Portu-gal, está atraindo a atenção de gestores de importantes gru-pos comerciais do Amazonas, que estão em busca de conhe-cimento sobre gestão empresa-rial de diferentes países.

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AÇÃO

O diretor de operações da Amazon Refrigerantes e Água Crim, Antônio José Alecrim, disse que partici-pará do evento para viven-ciar a realidade econômica Europeia. “Quero entender a estratégia e o modelo de liderança utilizada por eles para sobreviver num cenário de uma das maiores crises

dos últimos anos”, revela.Já a superintendente de

Recursos Humanos (RH) da Bemol, Elane Medeiros, vai aproveitar o 1º Europe Management Week 2014, para atualização profissio-nal, por meio do alcance de técnicas avançadas de ges-tão empresarial aplicadas no velho continente.

Elane afirmou que espera contribuir com este conhe-cimento para implementar práticas que mantenham firmes os vínculos e a fi-delização dos clientes, co-laboradores, fornecedores e acionistas. “Ações volta-das para manter vantagem competitiva sustentável das Lojas Bemol”, frisa.

Para entender a realidade europeia

Investimento para o curso é de US$ 5,3 mil, com direito a aula, alimentação e atividades culturais

ESTUDOSAs aulas do 1º Europe Management Week serão ministradas por professores do INDEG-IUL, baseadas em estudos de casos, workshops presenciais, debates e visitas técni-cas a empresas

SILANE SOUZAEquipe EM TEMPO

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B5EconomiaMANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

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B6 País MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Lei Maria da Penha: 8 anos e ainda sem total aplicaçãoLegislação reconheceu a violência doméstica como crime específico e um problema a ser enfrentado pela sociedade

A Lei Maria da Penha completa oito anos nesta semana (7/8). Marco no avanço dos

direitos e empoderamento das mulheres em situação de violência, a legislação estabe-leceu que todo caso de violên-cia doméstica é crime, e deve ser apurado através de inqué-rito policial e encaminhado ao Ministério Público. No en-tanto, segundo especialistas e defensores dos direitos da mulher, a legislação ainda não foi inteirametne aplicada pelo Judiciário brasileiro.

O texto da lei 11.340 foi o resultado de uma proposta elaborada por um conjunto de ONGs que atuam pelos direitos da mulher. O projeto foi discutido e reformulado por um grupo de trabalho interministerial, coordenado pela Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidên-cia da República (SPM-PR), e enviada pelo governo fede-ral ao Congresso Nacional, que aprovou a legislação em 2006. Seu maior mérito é re-conhecer a violência domés-tica como crime específico e um problema a ser enfrentado pela sociedade.

“A lei mudou paradigmas na sociedade do ponto de vista

cultural. Colocou em pauta algo que estava no subtexto, que não levava atenção es-pecial da mídia e dos estudos sociológicos e de pesquisa. Sua eficácia na contenção da violência é outra questão a ser avaliada”, opina a soció-loga Fátima Pacheco Jordão, conselheira do Instituto Patrí-cia Galvão e especialista em

pesquisas de opinião.“Podemos mencionar o for-

talecimento de políticas públi-cas nessa área, que é função do Estado. Ele tem responsa-bilidade em fortalecer apoio e a segurança para mulheres”, afirma Aline Yamamoto, coor-denadora de acesso à Justiça e Enfrentamento à Violência da SPM-PR. A Secretaria ressalta que, desde 2006, a ampliação

da rede de atendimento à mulher em situação de vio-lência aumentou considera-velmente. São cerca de 1,2 mil serviços especializados, entre juizados e varas, instrumentos do Ministério Público, da De-fensoria Pública, da saúde, e da assistência social.

Preparação“Efetivamente sabemos que

precisamos aumentar mais ainda, mas hoje o Estado está mais preparado para atender essa demanda.“ Aline também afirma que a lei colocou em pauta e trouxe visibilidade para a questão. Um estudo do Instituto Avon publicado em 2011 mostra que 94% da população conhece a Lei Maria da Penha. “Não é à toa que ela é uma das leis mais conhecidas pela população.”

Uma pesquisa do CNJ (Con-selho Nacional de Justiça) mostrou que nos primeiros cinco anos de vigência da Ma-ria da Penha, a lei permitiu que fossem distribuídos 677,1 mil procedimentos entre inquéri-tos policiais, medidas prote-tivas e ações penais. Foram contabilizadas 26,4 mil ações em flagrante, 4,1 mil preven-tivas e aplicadas 280,1 mil medidas protetivas. Mulheres se reúnem em Brasília no aniversário da lei para denunciar violência doméstica

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RESULTADOO texto da lei 11.340 foi o resultado de uma proposta elaborada por um conjunto de ONGs que atuam pelos direitos da mulher. O projeto foi discutido e reformulado por um grupo de traba-lho interministerial

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B7MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014 País

Médico salvou 50 milhões de vidas com receita caseiraUma solução simples de açúcar, sal e água, mais conhecido como soro caseiro, ajudou a salvar milhares da desidratação

A fórmula, hoje, é mun-dialmente conhecida: uma solução simples de açúcar, sal e água.

Uma mistura que pode ter salvado até 50 milhões de pessoas. Encontrar um equilí-brio entre esses elementos foi o feito essencial dela, e o médi-co Norbert Hirschhorn teve um papel-chave na descoberta das medidas certas na preparação do soro caseiro.

Um caso emblemático: depois de dois dias sofrendo diarreia, um bebê egípcio de três meses não tinha forças nem para levan-tar a cabeça e mamar no peito da mãe. Médicos temiam pelo pior: a diarreia grave é uma das principais causas de morte em países em desenvolvimento.

Com um tratamento simples, pouco mais de quatro horas de-pois ele estava bem o suficiente para retomar a amamentação, tudo graças a uma solução ba-rata de açúcar e sal.

Hirschhorn descreve a trans-formação causada pela terapia de reidratação oral como incrí-vel. “Você entra em uma sala e a criança ou o adulto está perto da morte. Eles têm olhos fundos, respiram acelerado, a pele e as unhas estão azuladas”, conta.

Ver alguém se recuperar é “como ver Lázaro voltar dos

mortos - um milagre”, diz ele.

Medida certaHirschhorn se envolveu em

pesquisas sobre terapia de rei-dratação oral em 1964.

Ele prestava serviço militar nos Estados Unidos no serviço público de saúde e foi enviado para o que é hoje Bangladesh,

que padecia de uma grave epi-demia de cólera.

A cólera causa diarreia grave e pacientes rapidamente perdem muita água e sais. Os infectados ficam extremamente desidrata-dos e podem entrar em choque e morrer em poucas horas.

Na região, até 40% dos mora-dores que não tratavam cólera estavam morrendo. À época, o

tratamento de reidratação era administrado por via intraveno-sa no hospital. Era caro, e muitas vezes, inalcançável para os que mais precisavam dele.

O objetivo era encontrar uma maneira de dar o tratamento por via oral e assim ajudar muito mais gente.

TentativasOutros haviam tentado no

passado encontrar o equilíbrio certo de açúcar, sais e água para um tratamento oral. Hirschhorn trabalhava com o capitão Ro-bert Phillips, que havia tentado ele próprio, sem sucesso, sua própria mistura anos antes. Vários pacientes morreram durante os testes.

Phillips estava muito receoso em deixar Hirschhorn realizar sua própria pesquisa. “Ele já havia tentado a solução quando estava na Marinha em Taiwan e nas Filipinas, mas não acertou na medida, que era muito con-centrada, e piorou as coisas”, disse Hirschhorn.

O trabalho de Hirschhorn se baseou nos estudos de Phillips e de outro colega, David Sachar. Sachar havia mostrado que o corpo poderia transportar sódio assim que glicose fosse adicio-nada - algo fundamental no combate à desidratação.

Hirschhorn teve papel-chave na definição das medidas certas do soro caseiro: o avanço do século 20

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AÇÃO

Hirschhorn disse que havia descrença de que uma mistura tão simples pudesse ser tão eficaz. “Sua simplicidade era sua própria inimiga. Levou muito tempo, muito tempo para convencer os pediatras de que fosse segura”.

A publicação científica “Lan-cet” descreveu a terapia de

reidratação oral como “po-tencialmente o avanço médico mais importante” do século 20. O Unicef, fundo da ONU para infância, disse que nenhuma outra inovação médica do sé-culo “teve o potencial de evitar tantas mortes em um curto período de tempo e custo tão pequeno”. Agora, a eficácia

é mundialmente conhecida e usada por médicos em clínicas e em casas por pais.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) adverte que a diarreia é a segunda principal causa de morte de crianças menores de cinco anos, res-ponsável pela morte de cerca de 760 mil crianças por ano.

Mistura bem simples, mas eficaz

Ver alguém se re-cuperar é como ver Lázaro (a quem Je-sus ressuscitou após quatro dias) voltar dos mortos - um

milagre

Norbert Hirschhorn, médico

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B8 Mundo MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Túneis de Gaza: passagens que desafiam os israelensesEstado hebraico busca na tecnologia uma solução para neutralizar a estratégia palestina de cruzar os territórios de Israel

Israel começou a buscar so-luções tecnológicas para neutralizar a estratégia palestina de cavar túneis

que cruzam o território isra-elense, que abriu um debate sobre responsabilidades entre o governo e os altos coman-dantes do Exército.

Uma das possibilidades em estudo é a criação de um obs-táculo subterrâneo que evite a construção de túneis, projeto que necessitaria um investimen-to de 8 biilhões de shekels (US$ 2,38 bi), embora o exército avalie outras opções menos custosas para detectar trabalhos de es-cavação sob terra, informou o jornal “Haaretz”.

O principal desafio é loca-lizar infraestruturas que se desenvolvem a dezenas de me-tros sob a superfície e de lar-guras às vezes quilométricas. “Estamos a 1,2 quilômetros de Gaza, perante uma infraestru-tura que foi escavada a mais de 15 metros de profundida-de, embora haja outras que alcancem os 20”, explicou o capitão Roni Kaplan, porta-voz do Exército israelense.

A “boca” deste corredor se abre próxima ao local onde em outubro as forças armadas descobriram um dos primeiros túneis, o que fez disparar o alerta

sobre as dimensões desta rede de passagens, principal alvo da atual operação militar.

OfensivaHá 30 dias, o Exército is-

raelense embarcou em uma ofensiva com o objetivo de atacar com maior intensidade a infraestrutura militar do mo-vimento islamita Hamas, força governante na Faixa de Gaza desde 2007, para pôr fim ao lançamento de foguetes.

Mas, à medida em que a ofensiva avançou, a ideia de desmantelar os túneis que milí-cias palestinas construíram sob Gaza foi definida como máxima prioridade para Israel, que du-rante a operação se viu surpre-endido por 30 galerias.

Na de Ein Hashloshá, cabos telefônicos e de eletricidade co-brem os milhares de painéis de cimento alinhados ao longo de três quilômetros que separam sob o subsolo esta comuni-dade agrícola de argentinos e uruguaios imigrantes em Israel da palestina Khan Yunes, em Gaza. A luz fica cada vez me-nos evidente à medida que se avança nesta estreita brecha e abre passagem a um asfixiante caminho onde, em fila indiana, os milicianos teriam desfilado até solo israelense.

Desafio israelense é neutralizar o esforço dos palestinos do Hamas de escavar túneis para atravessar o território hebreu

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AÇÃO

Na entrada do túnel, Kaplan explica que “a construção de uma infraestrutura como esta requer toneladas de cimento e tem um custo de cerca de US$ 3 milhões”.

No total, os cálculos is-

raelenses mostram que os grupos armados palestinos em Gaza investiram “vários anos” e “cerca de US$ 100 milhões para levantar os cor-redores descobertos”.

A advertência de possíveis

ataques sobre a população civil, nunca executados até o momento, mantém em expec-tativa as comunidades vizi-nhas à fronteira, que alguns moradores já abandonaram e se negam a retornar até

que o exército não resolva este problema.

Após o cessar-fogo de 72 horas, o exército israelense mantém forças na área ao redor de Gaza, devastada após 30 dias de ofensiva.

Cada construção custa US$ 3 mi ao Hamas

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Dia a diaCade

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[email protected], DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 (92) 3090-1041Dia a Dia C6-C7

Galeria faz contribuição à história

‘Filho, tu és meu exemplo’Em uma comovente inversão de papeis, pai que se recupera de dependência química tem no filho mais velho um motivo de orgulho pelo sucesso e apoio que tem dele e de sua família em sua batalha na recuperação do vício

Lenilson brinca com o fi lho

mais novo: re-cuperação com base na ajuda

Os papeis se invertem. O pai que tradicio-nalmente é o líder da família e imagem

a ser seguida passa a se es-pelhar no exemplo de vida de seu fi lho e imitá-lo. Assim vive o residente Lenilson Ri-beiro Viana, 33, no Centro de Reabilitação em Dependência Química Ismael Abdel Aziz, localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (Manaus/Itacoatiara), na altura de Rio Preto da Eva.

Erick Santos Viana, 18, des-de a adolescência procurou seguir caminhos diferentes do pai. Começou a trabalhar ainda jovem. Hoje, ajuda sua mãe-avó com as despesas da casa. Já Lenilson não teve a mesma determinação de seu fi lho. Há mais de cinco anos, se enveredou pelo mundo das drogas e passou a não cumprir o papel de líder de sua família. Essa responsabilidade acabou sendo assumida por sua espo-sa e fi lho. “A droga lhe tirou o direito e o poder de liderança em nossa família”, conta a esposa do residente, Adriana de Souza Viana, 21.

Apesar da história carrega-da de tristeza, Lenilson tem orgulho e abre um sorriso ao falar do fi lho. “Meu fi lho está empregado, ajuda a sustentar nossa família. Ele é um exem-plo a ser seguido, por isso me espelho nele. Fraquejei, me entreguei as drogas, mas vou me libertar disso porque sou forte”, afi rma.

O residente conta que de-cidiu mudar o rumo de sua história de vida impulsionado pelo amor e perseverança de seus familiares, principalmen-te de seu fi lho, que luta para ver o pai reescrever seu futuro como um cidadão exemplar para a sociedade.

Lenilson procurou trata-mento médico e está inter-nado no Centro de Reabi-litação, unidade gerenciada

pela Secretaria de Estado de Saúde (Susam) em parceria com o Grupo Göes – Organi-zação Social. Na unidade de tratamento, ele está tendo a oportunidade de reescrever o seu futuro e garantir a chance de ter uma melhor condição de vida. “Nós aqui no Centro temos um papel fundamental para a sociedade que é a de ajudar a resgatar vidas e restaurar famílias”, ressalta a diretora Anna Lopes.

Em pouco mais de um mês, Lenilson terá completado o tratamento terapêutico, po-derá voltar ao seu lar e assumir os compromissos familiares, que foram deixados para trás, depois que passou a usar abu-sivamente drogas. “A partir de agora quero assumir meu

compromisso com minha fa-mília e mostrar que mudei. Vou servir de exemplo para meus fi lhos que são meus maiores tesouros nessa terra”, ressalta o residente, ao se referir a esposa e seus cinco fi lhos.

Mesmo com ausência da fi gura paterna, o jovem Erick afi rma que o pai está sempre presente no seu dia a dia. “Ele merecia uma nova chance na vida, por isso buscamos ajuda para que ele pudesse voltar a ter uma vida social. Eu e meus irmãos nos orgulhamos muito dele. Sabemos que ele vai dar a volta por cima. Pois me ensinou a ser quem eu sou hoje”, afi rma.

INICIATIVALenilson Viana decidiu mudar o rumo de sua história de vida impul-sionado pelo amor e perseverança de seus familiares, principal-mente de seu fi lho, que luta para ver o pai reescrever seu futuro

O residente com o fi lho Erick (à dir.) e o restante da família

Erick faz questão de res-saltar que os papeis podem ter se invertido para Lenilson, mas o fi lho garante que o pai é exemplo de força e perseverança, ao assumir que necessitava de ajuda na luta contra a dependência química. “Fico orgulhoso em saber que meu pai se espe-lha em mim. Mas ele é meu maior incentivador a vencer na vida”, disse o jovem, acres-centando que o pai continua sendo seu herói.

Lenilson, hoje, é exemplo dentro do Centro de Rea-bilitação. Dedicado, cumpre à risca todo o tratamento terapêutico. Ele afi rma estar focado em sua cura da de-pendência química para em breve retornar ao convívio social e, assim, dedicar parte de seu tempo aos fi lhos e esposa. “O Lenilson ganhou nosso respeito, é dedicado e está se aplicando ao máximo ao tratamento terapêutico, com certeza vai vencer essa batalha”, afi rma o assistente social Newton Cajueiro.

Mudando de vidaDentro da unidade de

tratamento, Lenilson Ri-beiro Viana pôde mudar de vida e também de profi ssão. Ele aprendeu a fazer artesanatos e em breve receberá a Cartei-ra de Artesão Profi ssional que será expedida pela Secretaria de Estado de Trabalho (Setrab). O re-sidente m breve poderá, em companhia de seus amigos residentes, mon-tar seu próprio negócio.

Lenilson está se profi s-sionalizando em trabalhos artesanais com bambu, graças a ajuda de seu colega residente Emano-el Castro, 51. A parceria rendeu bons frutos e em pouco tempo de produção os residentes colocaram a vendas diversos produtos durante a Feira Internacio-nal de Artesanato, Moda e Decoração, que acontece no Manaus Plaza Shopping, na avenida Djalma Batista, até este domingo.

Auxílio, força e perseverança

No Dia dos Pais, quem ganha presente são os fi lhos, pois eles tiveram a oportunidade de está perto de seus “heróis”, no Centro de Reabilitação De-pendência Química Ismael Abdel Aziz, localizado no quilômetro 53 da rodovia AM-010 (estrada que liga os municípios de Manaus e Rio Preto da Eva).

A unidade de tratamen-to comemorou esta data tão importante ontem. No evento, os residentes ti-veram a oportunidade de rever seus fi lhos em uma visita familiar. “A família é um dos tripés na luta contra a dependência química e o pai é um dos maiores in-centivadores de seus fi lhos, além de servir de exemplos para eles, por isso pro-gramamos esse encontro”, disse Anna Lopes.

Para muitos residentes

esse momento proporcio-na a oportunidade de for-talecer o corpo e a alma na luta contra a dependência química. “A luta contra as drogas é árdua, mas quando se tem o apoio das pessoas amadas tudo parece se tornar mais fá-cil”, descreve o residente José (nome fictício). Ele afirma que a relação de ajuda mútua existente en-tre pai e filho é um sen-timento tão grande que se torna um suporte para vencer a abstinência.

O residente Márcio Gib-son vai aproveitar o domingo para fi car perto do seu pai. Ele completou o tratamento terapêutico no centro de re-abilitação há pouco mais de uma semana e afi rma que não perderá mais nenhum minuto da vida sem agrade-cer o seu maior incentivador na luta contra as drogas.

Um Dia dos Pais antecipado

Com a recuperação, Lenilson reescreve a sua história

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C2 Dia a dia

Espécie exótica fl oresce no InpaDepois de 4 anos e sete meses de cultivo, a coccoloba sp, detentora da maior folha do mundo, descoberta na região amazônica, tem sua fl orescência registrada no campus do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, facilitando seu estudo

A espera foi longa. Cerca de 4 anos e sete meses de cultivo, com direito a acompanhamentos

mensais do desenvolvimento, para ver a maior folha do mundo, coccoloba sp - antes encontrada somente em al-guns locais às margens do rio Madeira - fl orescer no campus do Instituto Nacional de Pes-quisas da Amazônia (Inpa), na Zona Centro-Sul de Manaus.

Antes tarde do que mais tar-de. “Estudos fenológicos com-provam que a reserva Ducke tem plantas até com 20 anos que ainda não fl oresceram. A coccoloba fl orescer é muito im-portante porque daqui a gente tem a possibilidade de acom-panhar melhor os estudos do que se ela estiver na natureza, pois aí teríamos que pegar o avião para ir a Rondônia ou a Borba. Aqui facilita mais. A gente pode fazer germinação”, explicou o botânico especialis-ta em fl orística e fi tossociolo-gia, Cid Ferreira.

Essa espécie da família da Polygonaceae, que chama atenção pelo tamanho inco-mum das folhas, foi semeada em 2005, trazida do Parque Nacional do Jamari, em Ron-dônia (RO). “Ela não fl orescia fora do ambiente natural, esta foi a primeira vez e a gente vem acompanhando. Logo após a coleta desta espécie, forma-mos um grupo de pesquisa-dores de várias coordenações do Inpa: Sidney Ferreira, cuja especialidade é germinação; o químico Augusto Cabral e o ecólogo Rogério Gribel. Isso porque você não faz pesquisa só”, ressaltou o botânico.

Após semeadas, no fi nal

de 2005 e inicio de 2006 as mudas foram formadas, transplantadas e plantadas nos campus da instituição. Mensalmente, as medidas de altura e de crescimento das folhas, assim como as ca-racterísticas morfológicas, eram registradas para se analisar o desenvolvimento da espécie fora do ambiente natural. “Em 2005, durante um ano, coletei as folhas

maiores, coletei 98 folhas, que estão condicionadas em lugar apropriado”, apontou.

Todo o monitoramento e cuidados foram importantes para que se pudesse repro-duzir no interior do campus as condições similares às en-contradas na natureza, para que a espécie pudesse se desenvolver e fl orescer.

Dos quatro indivíduos cul-tivados, apenas dois atingi-ram a altura de 13 metros, semelhante ao encontrado pelo botânico Cid Ferreira em 1983, durante uma expedição pelo rio Canumã, afl uente do rio Madeira, no município de Borba (a 150 quilômetros da capital). A expedição fez parte do projeto Flora Amazônica (convênio Inpa e Jardim Botâ-nico de Nova York) desenvolvi-da na década de 1980.

COCCOLOBA SPFazer a coccoloba sp fl orescer aqui na reserva Ducke é muito importante, porque daqui a gente tem a possibilidade de acompanhar melhor os estudos do que se ela estiver na natureza

Apesar dos 13 metros de altura, no meio da fl oresta e entre tantas outras árvores frondosas e mais imponentes, a espécie poderia até passar despercebida. Tudo porque a coccoloba possui um caule com cerca de apenas 48 cen-tímetros de diâmetro e sem ramifi cações. Contudo, foi o tamanho das folhas que a tor-nou conhecida como a maior dicotiledônia do mundo, com direito a registro no Guinnes Book em 1997. A maior folha encontrada mede 2,50 metros por 1,44 metro e pesa 620 gra-mas. Ela permanece exposta no herbário do Inpa. “A espécie

não tem ramos, não é grossa, o diâmetro dela é de apenas 48 centímetros, possuía de 12 a 14 folhas e tem frutos pequenos. A Amazônia é muito interessante, se você vier a fl or de uma samaúma, você quase não enxerga e a maior árvore da fl oresta de várzea é ela. São grandes, mas a fl or é pequena, é completamente o inverso. A própria castanheira não possui fl ores grandes, são médias”, ressaltou.

Não fosse o olhar atento do pesquisador no meio da mata, a coccoloba poderia ter permanecido no anonimato. “Estava caminhando na fren-

te do grupo, vi a coccoloba e comentei com um colega que mais a frente na mata parecia ser uma bananeira. Olhei de novo, coletei, fi z foto, mas não trouxe porque ela se encontrava estéril. As co-letas botânicas só entram no herbário do Inpa com fl or ou fruto e ela, na ocasião, não apresentava. Como não tinha muita experiência não trouxe, mas depois voltei para trazer e é esta no herbário, com 2,50 metros”, lembrou.

Após encontrar a espécie em Borba, ela também foi encontrada em Rondônia, na Floresta Nacional do Jamari

e na hidrelétrica de Samuel. Em 1995, no quilômetro 10 da vicinal Rosarinho, em Autazes, foi feito o último registro da espécie.

Além das medidas nada convencionais, a árvore apresenta outra caracterís-tica peculiar, descoberta nas décadas seguintes à primeira coleta feita em 1983 por Cid. Diferente de outras plantas que realizam a fotossíntese, a coccoloba faz quimiofotos-sintese. “Ou seja, ela absorve durante o dia a luz e à noite ela vai processar a energia que recebeu durante o dia. Isso é uma raridade”, explicou.

Caule possui diâmetro de 48 centímetros

Cid Ferreira estava no grupo que descobriu a coccoloba em Borba, em 1983. A folha hoje está preservada em um quadro no Inpa

FOTOS: IONE MORENO

IVE RYLOEquipe EM TEMPO

O pesquisador Cid Ferrei-ra mostra ramo com os botões fl orais da cocco-loba sp: mais facilidade para estudos da espécie

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 C3

Espécie exótica floresce no InpaA coccoloba foi uma das

mais de 10 mil espécies coletadas pelo pesquisador Cid Ferreira durante os 32 anos dedicados à botâni-ca. Em três décadas ele participou de mais de 50 expedições e tornou-se um dos principais coletores da Amazônia brasileira, junto a J.M. Pires e A. Ducke.

Com o projeto Flora, ele participou da primeira via-gem para Balbina (a 187 quilômetros da capital) e, em seguida, para Borba – onde encontrou a coccoloba. Na sétima viagem, uma das mais longas, que durou 82 dias, Cid saiu de Manaus e foi até o município de Barra do Garças, em Mato Grosso, fronteira com Goiás. “Foi o maior projeto de todos os tempos que objetivava fazer o levantamento da Amazô-nia. A coleta é importante para a distribuição geográ-fica das plantas para saber onde ela ocorre”, explicou.

Contudo participar e per-manecer no projeto, não foi tarefa fácil. O Flora atraia pesquisadores de várias par-tes do mundo, o que tornava a concorrência acirrada e a participação de Cid, estagi-

ário do instituto na época, quase impossível. “A gente só faz aquilo que gosta, gos-tei da botânica porque vim para cá estagiar na área de floresta e gostei do que vi. Mesmo sem remuneração, tinha em troca do estágio uma bandeja de comida, mas vi que era bacana lidar

com as plantas, ver como a riqueza da vegetação é grande, é inigualável. Foi quando veio gente do mun-do todo via Jardim Botânico de Nova York (EUA) para cá, também vieram os paulistas participar do projeto. Dois colegas paulistas morreram por conta da malária, e o

restante do grupo foi em-bora. Então, foi feito o con-curso em 1979 pelo doutor William Rodrigues. Eu tinha 28 anos e aproveitei o mo-mento. Estava preparado e passei. Foi uma felicidade muito grande, porque estava me formando, minha família não era ‘de grana’, e para me sustentar era um dificuldade grande”, lembrou.

Aprovado no concurso, iniciaram as expedições rumo à Amazônia brasileira do botânico recém-forma-do. De avião, barco ou mes-mo no lombo de cavalos, ele atravessou os extremos da floresta coletando espé-cies. T. Ploman, G.T. Prance, Paul Mass, D. Daily, CRnokst, Aroldo Cavalcante, Pirani, Paulo Cavalcante, Scott More, B. Lowy... muitos fo-ram os especialistas que Cid ressalta ter tido o privilé-gio de trabalhar. “O doutor Prance, o botânico do século 20, me convidou para um estágio no Jardim Botânico de Nova York (USA). Aqui é uma atração inigualável para um botânico. Eles di-zem que não querem mor-rer antes de conhecer a Amazônia”, ressaltou.

Décadas dedicadas à botânica

Aqui é uma atra-ção inigualável

para um botânico. Eles dizem que

não querem morrer antes de conhecer

a Amazônia

Cid Ferreira, botânico e pesquisador

Cid Ferreira com a primeira foto da folha da coccoloba sp: 32 anos dedicados à botânica

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C4 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 C5

Para que servem as quatro letras?Duas siglas - IPTU e IPVA - representam impostos pagos pelos cidadãos mais pela obrigação que pela compreensão. Em outras palavras, poucos entendem para que servem os tributos cobrados

“Dai a César o que é de César”. A frase bíblica indica que todo

cidadão possui o dever de honrar com os tributos. Mas quem nunca reclamou um dia por pagar tanto imposto? E por pagar para ter o direi-to de transitar livremente por todas as vias públicas? Mesmo desconhecendo a fi -nalidade do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotares (IPVA), os do-nos de veículos de Manaus contribuem com a arrecada-ção anualmente. E quanto ao valor arrecadado, fi ca a per-gunta: em que esses recursos estão sendo aplicados?

A profissional de marke-ting, Enedina Campos, 36, faz parte da classe contri-buinte do IPVA. Ela para o imposto antecipadamente em busca de saldo maior no orçamento financeiro, ao aproveitar o percentual de desconto.

“Meu carro tem dois anos e pago muito caro para um carro popular - cerca de R$442 só de IPVA. Com mais acréscimo do seguro e taxas

adicionais, o valor chega a R$ 700”, conta.

Enedina não sabe exata-mente a finalidade do tribu-to, mas teme ficar sujeita a penalidade. “Só sei que tem que pagar. E quando inicia o ano já tem blitz para verificar a regularização do imposto. Sinceramente, ainda não tinha prestado atenção no quanto pagamos caro sem questionar o que se está pa-gando. E para onde vai tanto dinheiro?”, questionou.

O microempresário Gelson Tavares, 27, disparou nem conhecer a signifi cado a sigla do tributo, mas comentou que não acredita ser justo o valor a ser pago ao Estado.

“Nem sei porque devo pa-gar, e mesmo assim honro o compromisso. Não acho justo o valor que pago, a conta é quase R$2mil, e este não é um carro a diesel, que ouvir dizer ser mais caro”, reclama o pro-prietário de uma Saveiro. “Acredito que o valor arre-cadado deveria ser inves-tido em mais sinalização e na organização do trânsito, como a instalação ou reparo de semáforos das vias da cidade”, afirma.

Para a decoradora Eloísa

Vieira, 34, dona de um carro Fiat Dublo, o IPVA tem alto custo. “O carro da minha família, tem dois anos. Pago mais de R$ 800, que pesa no orçamento. Na verdade, não sei a real finalidade do IPVA, mas sei que serve para me deixar lisa”, brinca.

Eloísa foi a única entre-vistada a dizer que o valor destina-se ao orçamento do Estado, e sugere investimen-tos na mobilidade urbana. “Tenho ciência de que o va-lor arrecadado vai para os cofres públicos, e acredito que deveria ser totalmente investido em melhorias das ruas e organização do trân-sito na cidade”.

DENY CÂNCIOEspecial EM TEMPO

O fato é que o IPVA é um imposto com o objetivo de arrecadar dinheiro sobre os automóveis, qualquer que seja o tipo. Somente os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituí-lo de acordo com o art.º 155, inciso III da Constituição Federal.

De acordo com Jorge Ja-thay, secretário executivo da receita da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), este tributo tem importância no orçamen-to do Estado para que o possa cumprir seu papel primordial de atender as necessidades públicas. “O Estado sempre foi finan-ceiro. Como uma via de mão dupla, ele recolhe dos tributos arrecadados e co-bra percentuais para se regularizar a sociedade, mas, devolve em benefí-cios”, explica.

Jathay fala que a so-ciedade precisar se cons-cientizar da importância

dos tributos e envolver principalmente as crian-ças nessa importante discussão que envolve direitos, deveres e cida-dania. “É um senso co-mum da população pensar que o conhecimento sobre tributo é para a classe política. No entanto, a questão tributária está presente no cotidiano das pessoas em suas mais variadas atividades de consumo e investimento em patrimônios”.

O IPVA, cobrado anual-mente, não tem relação nenhuma com a situação das estradas ou das ruas, é apenas de uso fiscal. Segundo o secretário exe-cutivo da Sefaz, ele tem a finalidade de custear as máquinas da adminis-tração. “O IPVA é mais imposto incorporado ao orçamento do Estado, e aplicado aos setores. Ele não tem fim específico”, ressalta Jorge. (DC)

Investimento em patrimônio

Quando a história é o Im-posto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a população também mostra desconhe-cimento total sobre a fi nali-dade do imposto e onde ele exatamente é aplicado.

De sete pessoas aborda-das pela reportagem, uma admitiu não saber nada so-bre o imposto, duas erraram a resposta e três informa-ram que não o pagam ou são isentos.

Somente a cabeleireira Vânia Souza, 30, do bairro Nova Cidade, Zona Nor-te, arriscou uma respos-ta certeira: “sei que pago por causa da minha casa e o dinheiro vai para obras na cidade”.

O IPTU é um imposto anual cobrado pela admi-ninistração municipal de donos de propriedade lo-calizadas na área urbana, podendo ser pago em nove parcelas ou em cota única com desconto.

Seu cálculo tem como principais critérios a loca-lização e o tipo do imóvel, a categoria e as caracte-

rísticas do terreno.O valor recolhido é utili-

zado na realização de ser-viços para a sociedade. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Economia e Finanças (Se-mef), o imposto também é importante para a Prefei-tura trabalhar em projetos e ações nas áreas de edu-cação e saúde do cidadão. “Ainda sem repasses do governo federal, hoje to-das as ações do executivo são sustentadas com re-cursos próprios”, expli-cou a assessoria.

Os recursos adquiridos possuem regras constitu-cionais de uma aplicação mínima de 25% em edu-cação e 15% em saúde, mas na última categoria, Manaus teve seu recur-so elevado para 23%. “O restante é aplicado em infraestrutura e demais necessidades da cidade. Para este não há percen-tuais defi nidos”, informou a assessoria.

Até julho deste ano, foram arrecadados cerca de R$ 101,4 milhões pelo IPTU. Em 2013, foram recolhidos R$ 99,4 milhões, e em 2012,

R$ 74,9 milhões.

TurismoSendo o IPTU um dos

principais recursos para ainfraestrutura da cidade, também está diretamente envolvido com o turismo.

O presidente da Associa-

ção Brasileira da Indústria de Hoteis do Amazonas (Abih-AM), Roberto Bulbol, explica que atualmente Ma-naus está no sexto lugar no ranking dos maiores valo-res cobrados no IPTU. “Só perdemos para São Paulo, Recife/Rio de Janeiro, Curi-tiba, Fortaleza e Maceió/João Pessoa/Campo Gran-

de”, explica. “A maior con-tribuição vem do Centro”, completa.

De acordo com Bulbol, por muitos anos a área do Cen-tro foi esquecida de inves-timentos, mas atualmente esse quadro tem mudado. “Hoje existe uma visão mais humana, que foca mais para poder receber o turista. Você anda na rua e começa a ver os prédios históricos restaurados. Isso tudo é o retorno da cobrança do IPTU e alvarás de funciona-mento”, contou.

Apesar disso, existem me-lhorias a serem feitas no segmento de turismo, como o investimento na indústria hoteleira. “Atualmente pa-gamos um grande imposto nos hotéis, porque o local paga o IPTU da sua totalida-de e entra como prédio co-mercial. Outros locais como um apart-hotel, pagam por quarto, entrando na cate-goria residencial, logo tem um imposto menor”, explica resumidamente. “Além do que não podemos pagar por 100% dos apartamentos, se atualmente só utilizamos 40% deles. Nós somos pe-nalizados”, completa.

Objetivo do IPTU gera questionamentos

Atualmente, a Abih-AM está desenvolvendo um projeto para tentar mudar essa situação de diferença de alíquota do IPTU entre os estabeleci-mentos da rede hoteleira. “Quando o concluirmos, queremos apresentar ao prefeito e à Câmara Mu-nicipal de Manaus (CMM) para mudar a alíquota dos hotéis de comércio para condomínio”, afir-mou. “Quem sabe, assim, futuramente ainda vou conseguir um incenti-vo ao turismo, como os hoteis do Nordeste que possuem redução do IPTU e do alvará de fun-cionamento”, completa Roberto Bulbol.

InadimplênciaA Sefaz, por meio do

departamento de arreca-dação, divulgou que no Es-tado há 215.420 inadim-plentes quanto ao IPVA, o que totaliza um montante

de R$158.949.571,16. De acordo com a subge-

rente do Departamento de Arrecadação da Secretaria, Alana Valério, os contri-buintes que não se regu-larizem, terão os débitos inscritos na dívida ativa.

“Os contribuintes e de-mais responsáveis que não efetuarem o reco-lhimento do imposto no prazo, além da atualiza-ção do débito pela Selic (Sistema Especial de Li-quidação e de Custódia), ficarão sujeitos à multa de mora, calculada à taxa de 0,33% , por dia de atraso, que capitaliza até atingir o limite de 20%, isto nos casos de reco-lhimento espontâneo e antes de qualquer ação fiscal”, explica. “No en-tanto, se o veiculo for ob-jeto de ação fiscal, como apreensão, a penalidade pecuniária corresponden-te a 50%”, acrescenta a subgerente. (BG/DC)

Em busca de incentivo turístico

Impostos arrecadados são utilizados na infraestrutura da cidade

DIEGO JANATÃ/ARQUIVO EM TEMPO

Contribuintes na sede da Semef: a fi nalidade do IPTU ainda é desco-nhecida pela população

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Atualmente paga-mos um grande

imposto nos hotéis, porque o local paga o IPTU da sua tota-lidade e entra como

prédio comercial

Roberto Bulbol, Presidente da Abih-AM

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Para que servem as quatro letras?Duas siglas - IPTU e IPVA - representam impostos pagos pelos cidadãos mais pela obrigação que pela compreensão. Em outras palavras, poucos entendem para que servem os tributos cobrados

“Dai a César o que é de César”. A frase bíblica indica que todo

cidadão possui o dever de honrar com os tributos. Mas quem nunca reclamou um dia por pagar tanto imposto? E por pagar para ter o direi-to de transitar livremente por todas as vias públicas? Mesmo desconhecendo a fi -nalidade do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotares (IPVA), os do-nos de veículos de Manaus contribuem com a arrecada-ção anualmente. E quanto ao valor arrecadado, fi ca a per-gunta: em que esses recursos estão sendo aplicados?

A profissional de marke-ting, Enedina Campos, 36, faz parte da classe contri-buinte do IPVA. Ela para o imposto antecipadamente em busca de saldo maior no orçamento financeiro, ao aproveitar o percentual de desconto.

“Meu carro tem dois anos e pago muito caro para um carro popular - cerca de R$442 só de IPVA. Com mais acréscimo do seguro e taxas

adicionais, o valor chega a R$ 700”, conta.

Enedina não sabe exata-mente a finalidade do tribu-to, mas teme ficar sujeita a penalidade. “Só sei que tem que pagar. E quando inicia o ano já tem blitz para verificar a regularização do imposto. Sinceramente, ainda não tinha prestado atenção no quanto pagamos caro sem questionar o que se está pa-gando. E para onde vai tanto dinheiro?”, questionou.

O microempresário Gelson Tavares, 27, disparou nem conhecer a signifi cado a sigla do tributo, mas comentou que não acredita ser justo o valor a ser pago ao Estado.

“Nem sei porque devo pa-gar, e mesmo assim honro o compromisso. Não acho justo o valor que pago, a conta é quase R$2mil, e este não é um carro a diesel, que ouvir dizer ser mais caro”, reclama o pro-prietário de uma Saveiro. “Acredito que o valor arre-cadado deveria ser inves-tido em mais sinalização e na organização do trânsito, como a instalação ou reparo de semáforos das vias da cidade”, afirma.

Para a decoradora Eloísa

Vieira, 34, dona de um carro Fiat Dublo, o IPVA tem alto custo. “O carro da minha família, tem dois anos. Pago mais de R$ 800, que pesa no orçamento. Na verdade, não sei a real finalidade do IPVA, mas sei que serve para me deixar lisa”, brinca.

Eloísa foi a única entre-vistada a dizer que o valor destina-se ao orçamento do Estado, e sugere investimen-tos na mobilidade urbana. “Tenho ciência de que o va-lor arrecadado vai para os cofres públicos, e acredito que deveria ser totalmente investido em melhorias das ruas e organização do trân-sito na cidade”.

DENY CÂNCIOEspecial EM TEMPO

O fato é que o IPVA é um imposto com o objetivo de arrecadar dinheiro sobre os automóveis, qualquer que seja o tipo. Somente os Estados e o Distrito Federal têm competência para instituí-lo de acordo com o art.º 155, inciso III da Constituição Federal.

De acordo com Jorge Ja-thay, secretário executivo da receita da Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), este tributo tem importância no orçamen-to do Estado para que o possa cumprir seu papel primordial de atender as necessidades públicas. “O Estado sempre foi finan-ceiro. Como uma via de mão dupla, ele recolhe dos tributos arrecadados e co-bra percentuais para se regularizar a sociedade, mas, devolve em benefí-cios”, explica.

Jathay fala que a so-ciedade precisar se cons-cientizar da importância

dos tributos e envolver principalmente as crian-ças nessa importante discussão que envolve direitos, deveres e cida-dania. “É um senso co-mum da população pensar que o conhecimento sobre tributo é para a classe política. No entanto, a questão tributária está presente no cotidiano das pessoas em suas mais variadas atividades de consumo e investimento em patrimônios”.

O IPVA, cobrado anual-mente, não tem relação nenhuma com a situação das estradas ou das ruas, é apenas de uso fiscal. Segundo o secretário exe-cutivo da Sefaz, ele tem a finalidade de custear as máquinas da adminis-tração. “O IPVA é mais imposto incorporado ao orçamento do Estado, e aplicado aos setores. Ele não tem fim específico”, ressalta Jorge. (DC)

Investimento em patrimônio

Quando a história é o Im-posto Predial e Territorial Urbano (IPTU), a população também mostra desconhe-cimento total sobre a fi nali-dade do imposto e onde ele exatamente é aplicado.

De sete pessoas aborda-das pela reportagem, uma admitiu não saber nada so-bre o imposto, duas erraram a resposta e três informa-ram que não o pagam ou são isentos.

Somente a cabeleireira Vânia Souza, 30, do bairro Nova Cidade, Zona Nor-te, arriscou uma respos-ta certeira: “sei que pago por causa da minha casa e o dinheiro vai para obras na cidade”.

O IPTU é um imposto anual cobrado pela admi-ninistração municipal de donos de propriedade lo-calizadas na área urbana, podendo ser pago em nove parcelas ou em cota única com desconto.

Seu cálculo tem como principais critérios a loca-lização e o tipo do imóvel, a categoria e as caracte-

rísticas do terreno.O valor recolhido é utili-

zado na realização de ser-viços para a sociedade. De acordo com a assessoria da Secretaria Municipal de Economia e Finanças (Se-mef), o imposto também é importante para a Prefei-tura trabalhar em projetos e ações nas áreas de edu-cação e saúde do cidadão. “Ainda sem repasses do governo federal, hoje to-das as ações do executivo são sustentadas com re-cursos próprios”, expli-cou a assessoria.

Os recursos adquiridos possuem regras constitu-cionais de uma aplicação mínima de 25% em edu-cação e 15% em saúde, mas na última categoria, Manaus teve seu recur-so elevado para 23%. “O restante é aplicado em infraestrutura e demais necessidades da cidade. Para este não há percen-tuais defi nidos”, informou a assessoria.

Até julho deste ano, foram arrecadados cerca de R$ 101,4 milhões pelo IPTU. Em 2013, foram recolhidos R$ 99,4 milhões, e em 2012,

R$ 74,9 milhões.

TurismoSendo o IPTU um dos

principais recursos para ainfraestrutura da cidade, também está diretamente envolvido com o turismo.

O presidente da Associa-

ção Brasileira da Indústria de Hoteis do Amazonas (Abih-AM), Roberto Bulbol, explica que atualmente Ma-naus está no sexto lugar no ranking dos maiores valo-res cobrados no IPTU. “Só perdemos para São Paulo, Recife/Rio de Janeiro, Curi-tiba, Fortaleza e Maceió/João Pessoa/Campo Gran-

de”, explica. “A maior con-tribuição vem do Centro”, completa.

De acordo com Bulbol, por muitos anos a área do Cen-tro foi esquecida de inves-timentos, mas atualmente esse quadro tem mudado. “Hoje existe uma visão mais humana, que foca mais para poder receber o turista. Você anda na rua e começa a ver os prédios históricos restaurados. Isso tudo é o retorno da cobrança do IPTU e alvarás de funciona-mento”, contou.

Apesar disso, existem me-lhorias a serem feitas no segmento de turismo, como o investimento na indústria hoteleira. “Atualmente pa-gamos um grande imposto nos hotéis, porque o local paga o IPTU da sua totalida-de e entra como prédio co-mercial. Outros locais como um apart-hotel, pagam por quarto, entrando na cate-goria residencial, logo tem um imposto menor”, explica resumidamente. “Além do que não podemos pagar por 100% dos apartamentos, se atualmente só utilizamos 40% deles. Nós somos pe-nalizados”, completa.

Objetivo do IPTU gera questionamentos

Atualmente, a Abih-AM está desenvolvendo um projeto para tentar mudar essa situação de diferença de alíquota do IPTU entre os estabeleci-mentos da rede hoteleira. “Quando o concluirmos, queremos apresentar ao prefeito e à Câmara Mu-nicipal de Manaus (CMM) para mudar a alíquota dos hotéis de comércio para condomínio”, afir-mou. “Quem sabe, assim, futuramente ainda vou conseguir um incenti-vo ao turismo, como os hoteis do Nordeste que possuem redução do IPTU e do alvará de fun-cionamento”, completa Roberto Bulbol.

InadimplênciaA Sefaz, por meio do

departamento de arreca-dação, divulgou que no Es-tado há 215.420 inadim-plentes quanto ao IPVA, o que totaliza um montante

de R$158.949.571,16. De acordo com a subge-

rente do Departamento de Arrecadação da Secretaria, Alana Valério, os contri-buintes que não se regu-larizem, terão os débitos inscritos na dívida ativa.

“Os contribuintes e de-mais responsáveis que não efetuarem o reco-lhimento do imposto no prazo, além da atualiza-ção do débito pela Selic (Sistema Especial de Li-quidação e de Custódia), ficarão sujeitos à multa de mora, calculada à taxa de 0,33% , por dia de atraso, que capitaliza até atingir o limite de 20%, isto nos casos de reco-lhimento espontâneo e antes de qualquer ação fiscal”, explica. “No en-tanto, se o veiculo for ob-jeto de ação fiscal, como apreensão, a penalidade pecuniária corresponden-te a 50%”, acrescenta a subgerente. (BG/DC)

Em busca de incentivo turístico

Impostos arrecadados são utilizados na infraestrutura da cidade

DIEGO JANATÃ/ARQUIVO EM TEMPO

Contribuintes na sede da Semef: a fi nalidade do IPTU ainda é desco-nhecida pela população

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Atualmente paga-mos um grande

imposto nos hotéis, porque o local paga o IPTU da sua tota-lidade e entra como

prédio comercial

Roberto Bulbol, Presidente da Abih-AM

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C6 Dia a dia

Espaço resgata várias históriasA galeria Espírito Santo, no Centro, que reúne hoje os novos microempreendedores, é um resgate da história da família J. G. Araújo, proprietária do local onde funcionou a Usina Rosas

Originalmente cons-truído no período áureo da borracha, no início do século

20, o prédio que abriga hoje a galeria Espírito Santo deixa mais uma vez sua contribuição à história de Manaus por ser o primeiro espaço defi nitivo a receber os ex-camelôs, agora microempreendedores, realo-cados do Centro Histórico.

Naquela época, a família que dá nome ao imóvel, J.G. Araújo, fez história nos anos 1920/30 como pioneira na industrialização e benefi cia-mento da borracha. Agora, em 2014 volta ao pioneirismo de ter sua antiga Usina Rosas, na rua Joaquim Sarmento esqui-na com 24 de Maio, escreven-do outra história comercial, incorporando um patrimônio histórico à dinâmica contem-porânea da sociedade atual.

“Todo o lugar foi projeta-do e criado com seus corre-dores, posições de escadas, passagens, passarelas, tudo para ter um espaço comer-cial energizado, onde todos os recantos são propícios e incentivam à circulação de pessoas no prédio”, explica o arquiteto Roberto Moita, pre-sidente do Instituto Municipal de Ordem Social e Planeja-mento Urbano (Implurb).

O projeto é de autoria da

equipe do Implurb, que tam-bém assina os projetos e plantas das duas galerias po-pulares defi nitivas que serão entregues: a dos Remédios, na rua Miranda Leão, Centro, e o Shopping T4, na aveni-da Camapuã, Jorge Teixeira, Zona Leste.

Por ser antigo o prédio da Galeria Espírito Santo, tam-bém há um resgate da memó-ria da cidade: “A incorporação desses prédios, incluindo o da futura Galeria dos Remédios, que tem edifi cação histórica, é também uma forma de ho-menagem, pois cada imóvel tem uma história e ela é relembrada com o novo uso”. A história da J.G. Araújo, por exemplo, começou em 1879, quando a empresa familiar foi fundada, tornando-se uma das mais ricas e prósperas de Manaus, sob a gerência do comendador Joaquim Gonçal-ves de Araújo.

Externamente, a facha-da histórica e tombada foi preservada, com seus tijolos característicos da arquitetu-ra dos anos 1920, e o local, onde já funcionou a primeira usina de benefi ciamento de borracha, deu espaço para um empreendimento ergui-do em aço, em mais de 3 mil metros quadrados, com térreo, mezanino, 308 lojas,

praças de alimentação, PAC Municipal e loteria.

MudançaQuando os trabalhadores

começaram a ser transfe-ridos para as galerias pro-visórias, Maria do Perpétuo Socorro de Oliveira Freitas era uma das mais incrédu-las sobre a possibilidade de manter suas vendas fora das ruas. Durante a mudança, conversou com o presidente do Implurb, arquiteto Rober-to Moita, que garantiu a ela o sucesso do projeto.

Na entrega das chaves aos novos microempreendedo-res, Maria do Socorro teve um novo encontro com Moita, que entregou a ela a chave do box, de número 87. “Ele disse: nos encontramos de novo, mas agora em situação melhor, porque é um sonho realizado. Pegávamos sol e chuva, e ago-ra vamos só baixar a porta e ir para casa, com dignidade”, comentou a empreendedora, que trabalhou nas ruas por 25 anos, acompanhando o pai, que também foi camelô. “O projeto é muito bonito, até me emociono. Estou feliz. Pena que meu pai não esteja aqui para ver esse resgate dos vendedores ambulantes. E para fazer isso tem que ter coragem.

Prédio histórico onde funciona a galeria Espírito Santo é tombado e man-teve sua fachada original dos tempos de usina

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 C7

Uma semana após a abertura da galeria, os microempreende-dores mostram satis-fação com a mudança. Exemplo é a comer-ciante Mirian Rosa, 39, vendedora no box 302. “A diferença é muito grande. Não es-tamos mais no sol, na chuva. Temos, agora, segurança e conforto. A expectativa é au-mentar as vendas e acredito que o movi-mento será ótimo. Eu me sinto prestigiada por ser uma lojista daqui”, destacou.

“Estou satisfeito com meu novo local de trabalho. Ter uma loja sempre foi meu sonho e agora estou conseguindo realizá-lo. Não há reclama-ções e a diferença de se trabalhar na rua e de estar aqui agora é extrema”, comentou o comerciante Ricardo Freitas, que trabalha com a assistência téc-nica de celulares.

A aposentada Naza-ré Alves, 63, aproveitou para conhecer a nova galeria e visitou o box de João Nunes, que há 30 anos amola alica-tes. Para a aposentada, o prédio fi cou mais bo-nito, bem iluminado e organizado. “Ficou óti-mo. Ao mesmo tempo em que posso comprar, também posso sentar para comer e beber algo”, comentou.

Mudanças aprovadas por usuários

Espaço resgata várias histórias

Desde a última sexta-feira (8), o portal é auditado pelo IVC

REPRODUÇÃO

IMPLURB/DIVULGAÇÃO

Portal é auditado pelo selo IVCO Portal EM TEMPO Online

passou a integrar na sexta-feira (8) o grupo de periódicos bra-sileiros auditadas pelo Instituto Verifi cador de Circulação (IVC), sendo comprovado que o Portal triplicou o número de acessos nos últimos meses.

O IVC é uma entidade sem fi ns lucrativos que funciona há mais de 50 anos no Brasil. Seus dados são apurados atra-vés de uma auditoria e dão informações sobre circulação em mídias impressas e online. O selo dá confi abilidade para

que os profi ssionais do mercado publicitário possam trabalhar com informações técnicas e precisas em relação à tiragem e circulação de jornais, revistas e audiência de sites.

O novo projeto do Portal EM TEMPO começou a ser refor-mulado em maio deste ano. Passando quase dois anos sem qualquer alteração, o site au-mentou o número de acessos diários, produzindo 24 horas de notícias em tempo real.

Com um novo layout res-ponsivo, que pode ser visuali-

zado em dispositivos móveis, a interatividade e conver-gência com outras mídias aproximou o leitor de suas redes sociais preferidas.

O espaço publicitário fi cou dinâmico, aumentando a visu-alização dos anunciantes nas páginas internas e externas do Portal EM TEMPO.

Com o selo do IVC, o Portal corrobora a sua importância diante do leitor manauara, como também aumenta a confi ança do mercado publicitário local e nacional perante seu público.

COMUNICAÇÃO

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C8 Dia a dia MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

Técnica de terapia comunitária posta em prática pelo Tribunal de Justiça do Amazonas junto aos cumpridores de penas alternativas foi escolhida como uma das melhores do país, ao lado de ações de destaque de Pernambuco, Maranhão e Ceará

CNJ destaca projeto do AM

O TJ de Pernambuco (TJPE) foi indicado pelo Programa de Monitora-mento Psicossocial da Prestação de Serviços à Comunidade da Vara de Execução de Penas Al-ternativas. Por meio do Centro de Acompanha-mento a Penas e Medidas Alternativas (Capema), o programa acompa-nha os cumpridores das penas de prestação de serviços à comunidade na perspectiva de uma compreensão holísti-ca da realidade, indo além da mera fiscali-zação do cumprimento da pena. Eles passam a ser acompanhados por Núcleos que auxiliam na acolhida, formação e Justiça terapêutica.

Tribunal de Pernambuco dá exemplo

O projeto de técnica da terapia comuni-tária do Tribunal de Justiça do Amazo-

nas (TJAM) colocou o Esta-do entre os detentores das melhores práticas adotadas pelos tribunais brasileiros na aplicação de alternativas penais no país. A apresenta-ção foi feita durante o Fórum

Nacional de Alternativas Pe-nais (Fonape), realizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) nas últimas quinta e sexta-feira (7 e 8) em São Luis (MA). As demais iniciativas de destaque são de Pernambuco, Maranhão e Ceará, escolhidas entre 14 inscritas no CNJ, de todas as regiões.

A terapia comunitária ofere-

ce aos apenados de medidas alternativas espaço de escuta e construção de vínculos, com o intuito de apoiá-los nas situa-ções de estresse, uso de álcool e outras drogas, violência do-méstica e sofrimentos psíqui-cos durante o cumprimento da sanção penal alternativa.

O objetivo não é aconselhar, dar soluções prontas aos pro-

blemas ou impor condutas às pessoas e, sim, na força no acolhimento e na união do grupo, no estreitamento de laços e na divisão de experiên-cias. Mais de mil cumpridores dessa medida alternativa já participaram dos encontros de terapia comunitária, em levantamento de dados dos anos de 2010 até meados

de 2013, e 77% deles não se envolveram em novos delitos, segundo aponta o TJAM.

AperfeiçoamentoNa abertura do Fórum, o

representante do CNJ no evento, conselheiro Guilher-me Calmon, avaliou o cená-rio jurídico e legislativo que envolve a questão das pe-

nas alternativas à prisão no Brasil, citando a realização do Fonape como parte das políticas de aperfeiçoamento do sistema de Justiça penal. “Hoje a população de encarce-rados no Brasil chegou a 711 mil pessoas, o que mostra que sistema tradicional não vem dando conta daquilo para o qual foi criado”, afirmou.

O TJ do Maranhão (TJMA) foi indicado por um projeto executado na 2ª Vara de Execuções Pe-nais da Comarca da Ilha de São Luís, voltado para apenados que cumprem o regime aberto, oriun-dos do regime fechado e, indiretamente, para toda a sociedade que demanda serviço jurisdi-cional efetivo. O projeto busca conhecer o preso em regime aberto na sua integralidade, no âmbito espiritual, psicossocial, familiar e econômico e, por meio do trabalho em rede e parcerias, desen-volve ações dirigidas à redução de danos resulta-dos do encarceramento, facilitando, assim, sua reintegração social.

O TJCE foi indicado pelo trabalho desenvolvido pe-los Grupos Reflexivos para Cumpridores de Penas Al-ternativas e Autores de Violência Contra a Mulher. O projeto desenvolve ati-vidades socioeducativas e reflexivas relacionadas à responsabilização e sen-sibilização da população assistida acerca do uso/abuso de álcool e outras drogas e da violência con-tra a mulher. A partir das experiências dos apena-dos, o projeto previne e estimula o rompimento da violência, auxiliando na diminuição dos casos de reincidência e de violência contra a mulher.

Maranhão e Ceará são reconhecidos

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MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 [email protected] (92) 3090-1010

1 1 O tradutor de TolkienE outras 8 indicações culturais Pág. 2

2 A pátria de calculadorasEm 2018, Brasil receberá a ‘Copa da matemática’. Pág. 3

5 Feito e enfi m posto o teu feitiço-adeusA imaginação de Wilfred Owen. Pág. 7

3 O Brasil vai lançar um foguete?Ficamos para trás na corrida espacial. Págs. 4 e 5

4 O esporte nacional francês, a nuDiário de Paris. Pág. 6

CapaEscultura deCamille Kachani

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G2 MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

Ilustríssima SemanaO MELHOR DA CULTURA EM 9 INDICAÇÕES

Ilustríssimos desta edição

Folha.com

DIÁRIOS DE KIEVEscritor ucraniano lança livro sobre confl itos em seu país

FOLHA.COM/ILUSTRISSIMAAtualização diária da página da “Ilustríssima” no site da Folha

BANKSY IRANIANOEm Teerã, grafi teiro Black Hand pinta muros e faz mistério de sua identidade

>>folha.com/ilustrissima

BRUNO MARON, 36, é quadrinista.

CAMILLE KACHANI, 50, é artista plástico.

FERNANDO TADEU MORAES, 29, é jornalista da Folha.

LUCAS NEVES, 30, é jornalista.

MAURÍCIO TUFFANI, 57, é jornalista especializado em ciência, colaborador da Folha e mantém um blog no site do jornal.

TITE, ADENOR LEONARDO BACHI, 53, é treinador de futebol.

BRASILEIRO

ESTRANGEIRO

ERU

DIT

O POP

ARQUIVO/FOLHAPRESS

1

LIVRO | BECQUEREL E A DESCOBERTA DA RADIOATIVIDADE“A maior parte daquilo que se

costuma aXXA

LIVRO | ARQUITETURA“Vilanova Artigas: Habitação e Cida-

de na Modernização Brasileira”, dos professores Leandro Medrano e Luiz Recamán, da Faculdade de Arqui-tetura e Urbanismo da USP, busca apresentar a obra do arquiteto para-naense (1915-85) que se radicou em São Paulo. O volume trata de projetos realizados entre 1940 e 1960.

Ed. Unicamp | R$ 34 | 160 págs.

SHOW | MARIANA AYDAR E NUNO RAMOSA cantora paulistana apresenta composições do

artista plástico e escritor, como “Manhã Azul”, que Aydar gravou no disco “Peixes Pássaros Pessoas”, e “Caia na Risada”, gravada por Romulo Fróes. Em cenário idealizado por Ramos, o show faz parte da sétima edição do projeto Palavras Cruzadas, sob direção de Marcio Debellian, que busca colocar em contato artistas de diferentes mídias.

Sesc Vila Mariana | tel. (11) 5080-3000 | sex. (15), às 21h | de R$ 4,80 a R$ 24

‘Vidros III A/ Patago-nia’ (2014), de Geór-gia Kyriakakis

FOTO

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IVUL

GAÇÃ

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A individual “Tectônicas” apresenta seis sé-ries da artista baiana radicada em São Paulo inspiradas em uma viagem à Patagônia. No texto de apresentação, Paula Braga defi ne a mostra como “um tratado sobre forças invisí-veis: a força criadora, a gravitacional, e acima de tudo forças vitais de resistência”.

Galeria Raquel Arnaud | tel. (11) 3083-6322 | de seg. a sex., das 10h às 19h, sáb., das 12h às 16h | grátis | até 29/8

EXPOSIÇÃO | GEÓRGIA KYRIAKAKIS

Em “Entre o Ser e as Coisas”, a pintora carioca da Geração 80 apresenta 12 de seus trabalhos recentes, realizados desde 2013. Explorando fortemente as cores, sua produção é calcada no binômio fi gura-abstração desde 1993, quando se radicou em Berlim.

Galeria Nara Roesler | tel. (11) 3063 2344 | de seg. a sex., das 10h às 19h, sáb., das 11h às 15h | grátis | até 23/8

EXPOSIÇÃO | OS TRÓPICOSSob a curadoria de Tobi Maier, a mostra re-

úne obras da francesa Marie Voignier, do suíço Olaf Breuning e do alemão Christoph Keller que dialogam com “Tristes Trópicos” (1955), de Claude Lévi-Strauss (1908-2009).

Caixa Cultural | tel. (11) 3321-4400 | de ter. a dom., das 9h às 20h | grátis até 28/9

Folha - Como foi a leitura do livro hoje para a curadoria da mostra?

Tobi Maier - A exposição gira em torno da experiência do artista como pesquisador e viajan-te aos ambientes tropicais. Quando Lévi-Strauss fala, no início do livro, que odeia as viagens e os exploradores, detectamos certo humor sobre a posição que ele assumiria em suas viagens. Muito deste humor também está na nossa mostra.

Onde podemos ver Lévi-Strauss nos ar-tistas da exposição?

O fi lme “Hinterland”, de Voignier, traz uma ilha tropical dentro de um complexo de lazer perto de Berlim, criada numa base aérea sovi-ética abandonada. Outro fi lme, “Home 2”, do Breuning, questiona temas como a busca por uma identidade cultural quando o narrador visita Gana, Papua-Nova Guiné e outros países.

O que é o exótico na artecontemporânea?Não tem nada exótico na arte contemporânea.

Ela é cheia de mistérios e, através das suas formas e conceitos nos leva a questionar parâmetros e padrões que temos aceitado como um dado. Mas o contemporâneo se pode entender melhor a partir de leituras da história. (ÚRSULA PASSOS)

EXPOSIÇÃO | CRISTINA CANALE

CINEMA | ÁFRICA HOJEO MAR (Museu de Arte do Rio) exibe hoje dois fi lmes

com a temática dos problemas socioeconômicos da África pós-colonial. A primeira sessão traz “Cadji-gue”, de Guiné-Bissau, sobre uma aldeia que perde seu feiticeiro. Em seguida, o documentário “Sem Flash - Homenagem a Ricardo Rangel (1924-2009)” traz a trajetória do fotógrafo moçambicano.

Museu de Arte do Rio (RJ) | tel. (21) 3031-2741 | hoje, às 15h e às 17h | grátis

PERFORMANCE | ACT LIKE YOU MEAN ITOs suíços Thomas Grunwald, neurologista, e Anton

Rey, dramaturgo, apresentam o resultado de uma pesquisa neurocientífi ca sobre o trabalho de ence-nação dos atores. Eles partem da cena na varanda de “Romeu e Julieta” para questionar as emoções que envolvem plateia e palco.

SP Escola de Teatro | tel. (11) 3775-8600 | qui. (14), às 19h30 | grátis | inscrições pelo site swissnexbrazil.org

DEBATE | SOCIEDADE DE TOLKIEN BRASILEIRAO encontro de leitores deste mês terá a presença de

Ronald Kyrmse, tradutor para o português de diversos li-vros do escritor britânico criador de “O Senhor dos Anéis”. O tema da sessão é o livro “Os Filhos de Húrin”.

Livraria Martins Fontes - Paulista | tel. (11) 2167-9900 | sex. (15), às 19h | grátis

LIVRO | FICHTEO volume “O Destino do Erudito” reúne cinco conferências

realizadas pelo fi lósofo alemão em 1794 em que ele investiga o papel do intelectual na sociedade. Entre os ouvintes dessas preleções estavam alguns de seus contemporâneos mais ilustres, como Schiller e Hölderlin.

trad. Ricardo Barbosa | Hedra | R$ 36,90 | 136 págs.

‘Casa Triângulo’ (2014), de Cristina Canale

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G3MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014

2O Brasil vai levar a Copa

Ciência

A Copa do Mundo no Brasil ainda não começou. Ao menos para cerca de 5.000 matemá-ticos de todo o planeta. Nesta semana, o Rio de Janeiro será anunciado ofi cialmente como a sede do Congresso Internacio-nal de Matemáticos de 2018. O encontro ocorre a cada quatro anos e é considerado o mais importante dessa ciência.

Realizado desde 1897, e atu-almente em sua 27ª edição, o evento nunca teve como sede uma cidade latino-americana. O anúncio do Rio-2018 será feito pouco antes da abertura do congresso deste ano, nesta quarta-feira (13), em Seul, ca-pital da Coreia do Sul.

Na ocasião, também serão revelados os novos donos da “taça”. Na abertura do congres-so quadrienal se anuncia quem ganha a Medalha Fields, dis-tinção popularmente conhecida como Nobel da matemática, que é concedida a cientistas abaixo de 40 anos que tenham se destacado recentemente. O Brasil começou a almejar a copa matemática há seis anos, quan-do postulou a candidatura para receber o congresso de 2014. Montréal, no Canadá, e Seul também estavam no páreo. “Na época não botei fé nos corea-nos”, admite Marcelo Viana, pre-sidente da Sociedade Brasileira de Matemática e organizador do evento de 2018. “Costuma haver uma alternância geográfi -ca das sedes. E o congresso de 2010 seria realizado na Índia, ao lado da Coreia”.

Aos 52 anos, cabelos lisos batendo nos ombros e jeito “bon vivant”, Viana é considerado um dos principais matemáticos de sua geração. Carioca, criou-se em Portugal, o que lhe confere sotaque sutil, mas marcante. Retornou ao Brasil em 1986, para fazer o doutorado no Impa (Instituto Nacional de Matemá-tica Pura e Aplicada), no Rio. Não deixou mais a instituição, prin-cipal centro de excelência em matemática da América Latina, da qual ele é pesquisador.

FERNANDO TADEU MORAES

Em 2018, a matemática se muda para o Rio

RESUMONesta semana, o Rio será anunciado como a sede, em 2018, do Congresso Internacio-nal de Matemáticos, encontro quadrienal que reúne a nata da ciência. Escolha iné-dita para um latino-americano e consoli-dação da excelência de instituto carioca põem país no páreo para receber medalha que corresponde a Nobel do setor.

Viana é a força por trás das duas candidaturas brasileiras.

Imediatamente após a esco-lha de Seul, a delegação brasi-leira renovou sua candidatura. “Troquei fi gurinhas com o pes-soal de Montréal e eles me confi denciaram que não iriam voltar à disputa. Além disso, notamos uma boa vontade para realizar o evento novamente nas Américas”, diz Viana. A última vez havia sido em Berkeley, nos Estados Unidos, em 1986.

A nova candidatura foi ofi ciali-zada em novembro de 2012.

O comitê brasileiro chegou a ser contatado por delegações de outros países que consi-deravam entrar no pleito. “A diretora do Comitê Nacional de Matemática dos EUA me escreveu perguntando sobre a nossa intenção. Disse a eles que éramos candidatos e estáva-mos avançados na organização. Deixei claro que não iríamos desistir”, conta Viana. Os EUA declinariam em favor do Brasil, que concorre sozinho.

A primeira coisa que cha-ma a atenção no maior even-to da matemática é o seu nome: Congresso Interna-cional de Matemáticos.

“Esse nome não é por acaso. Ele sempre foi visto como um evento para congregar seres humanos, como uma oportuni-dade de os matemáticos de todo o mundo se juntarem e conta-rem uns aos outros os avanços obtidos na área”, diz Viana. É o único evento do mundo a con-gregar matemáticos e temas de todas as áreas. “Ao longo do século 20, a matemática cresceu e se espalhou muito. A existência do congresso é uma das razões de ela não ter se fragmentado”, pondera.

Não há outro evento des-sa natureza e importância em qualquer outro campo do conhe-cimento. “A grandeza do con-gresso reside em parte no apoio e engajamento dos maiores ma-temáticos da época quando do seu surgimento”, diz Jacob Pa-lis, 74, pesquisador emérito do Impa e presidente da Academia Brasileira de Ciências.

Mas, como insiste Viana, ele é um encontro com caracterís-ticas bastante humanas e o seu surgimento se dá num contexto de rivalidade entre matemá-ticos franceses e alemães. O congresso de 1900, um dos mais célebres da história, re-alizado na Sorbonne, em Paris, é um exemplo dessas disputas. O maior matemático francês da época, Henri Poincaré, foi o presidente do congresso. O lado alemão era liderado por David Hilbert, o gigante matemático daquele país. Os dois defen-diam pontos de vista confl i-tantes sobre diversas questões relativas aos fundamentos da matemática.

Ambos, Hilbert e Poincaré, da-riam conferência plenárias, as mais importantes. Não se sabe se por descuido ou desatenção, Hilbert não enviou seu trabalho a tempo, e sua conferência foi cancelada. O alemão, contudo,

acabou sendo convidado para dar uma palestra menor, numa sessão temática. “A ironia é que ela se tornou a mais conhecida e celebrada palestra de mate-mática de toda a história”, diz Viana. Hilbert teve uma sacada de gênio: ele apresentou uma lista de 23 problemas. Ques-tões em aberto que, segundo ele, o século 19 legava para o 20. A lista acabou infl uenciando decisivamente diversos campos da matemática. “Os problemas eram tão importantes assim? Nesta altura não importa, tor-naram-se”, diz Viana.

Um problema da lista que ainda permanece aberto é a conjectura de Riemann, propos-ta pelo alemão Georg Bernhard Riemann. Uma das principais consequência da conjectura é estabelecer uma fórmula que descreve a distribuição de nú-meros primos, os números que só são divisíveis por 1 e por eles mesmos (como 2, 3, 5, 7, 11, 13, 17, 19, 23...). Obter uma fórmula capaz de dizer quantos primos existem até um certo número poderia ter consequências que vão da segurança de compu-tadores até as teorias sobre a origem do Universo.

TensãoViana descreve uma certa ten-

são que cresce a cada congresso e que se relaciona à excessiva especialização da matemática. “A pessoa vai num evento desses e não entende uma palestra que não seja da sua área. Há uma certa tensão interna. Vale a pena? Tenho colegas que não têm o menor interesse pelo congresso”.

Ele diz que um espírito de humildade deve nortear os par-ticipantes da reunião. “Esse é um evento para a matemática toda. Eu não vou entender tudo, mas eu vou ganhar uma ideia do que está acontecendo nesse mundo”.

Jacob Palis conta uma histó-ria que ilustra bem o nível de especialização da matemática. Durante as negociações para a realização do congresso na China, no fi m dos anos 90, ele, na época presidente da IMU (Inter-national Mathematical Union) foi recebido, junto com uma comitiva formada por alguns dos maiores matemáticos do mundo, pelo presidente chinês Jiang Zemin, engenheiro e en-tusiasta da matemática.

A certa altura do encontro, o grupo foi surpreendido por Zemin. O presidente chinês sa-cou um problema de geometria e pediu que os presentes o resolvessem. Ele explicou que o seu neto trouxera a questão da escola e que havia pedido a sua ajuda para solucioná-la, sem sucesso.

“Era um problema de geo-metria elementar, mas desses intrincados.” Os participantes se debruçaram sobre a questão, mas, apesar de várias tentati-vas, não conseguiram resolvê-la. “Você consegue imaginar? Alguns dos maiores matemá-ticos do mundo estavam lá e

ninguém conseguiu resolver o problema”, ri Jacob.

Marcelo Viana diz que a rea-lização do Congresso no Brasil em 2018 é um reconhecimento de que o país pertence a uma elite e tem capacidade para organizar um evento desse por-te. Segundo ele, no entanto, a principal razão para realizar uma reunião dessas no país é o incentivo aos jovens para segui-rem a carreira matemática.

“Queremos que a garotada que está na escola agora saiba que existe uma coisa chamada carreira matemática, que alguns deles se tornem matemáticos e que outros, mesmo que não sigam a carreira, tomem gosto pelo tema. Quem sabe com isso mudemos o panorama dramá-tico do ensino de matemático e engenharia no Brasil.”

FlorestaO Instituto Nacional de Ma-

temática Pura e Aplicada está localizado nas franjas da fl o-resta da Tijuca, no Rio. Da va-randa de alguns gabinetes dos pesquisadores é possível ver a lagoa Rodrigo de Freitas. Pás-saros e macacos são presenças constantes nas árvores da mata que envolve o prédio.

A arquitetura do instituto é simples e funcional, com qua-tro andares atravessados por longos corredores de cimen-to queimado negro. Vistos de cima, os três módulos que com-põem a construção se distri-buem como um “S” incrustado na mata. Nos dois andares superiores fi cam os gabinetes de seus 50 pesquisadores.

Há quadros negros espalha-dos pelos corredores do prédio e nas salas de uso comum, e sempre é possível achar duas ou mais pessoas diante deles, giz branco à mão, discutindo algum problema ou teorema.

O Impa nasceu em 1952 em torno de três pessoas: seu primeiro diretor, Lélio Gama (1892-1981), e seus dois pri-meiros pesquisadores, Leopol-do Nachbin (1922-93) e Mau-rício Peixoto, 93. O início, no entanto, foi pouco glorioso. “Eu estava estudando na biblioteca

quando os três [Gama, Nachbin e Peixoto] chegaram até a mim, exultantes, ‘acabou de ser criado o Impa’. Não havia nada, o ins-tituto ocupava uma salinha do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas [instituto fundado em 1949]”, lembra Elon Lima, 85, pesquisador emérito e um dos primeiros alunos do instituto.

O Impa passou seus primeiros 15 anos com atividades inter-mitentes. Nachbin e Peixoto tinham também posições fora do Brasil. Os poucos membros do instituto viviam numa es-pécie de limbo, sem qualquer regulamentação profi ssional. “Os pesquisadores recebiam seus salários em envelopes, sem nenhum direito trabalhis-ta”, diz Elon.

A partir do fi nal dos anos 1960, começaram a retornar ao Brasil alguns matemáticos que haviam ido fazer doutora-do nos EUA, como Jacob Palis e Manfredo do Carmo. Quando terminou o regime militar, em 1985, o Impa já estava con-solidado como “a” instituição de pesquisa de matemática do Brasil.

A medalha Fields foi criada a partir das sobras fi nanceiras do congresso de 1924, reali-

zado em Toronto. A ideia era criar um prêmio de incentivo a jovens matemáticos talentosos. As primeiras foram entregues no congresso de 1936. “A me-dalha muda a vida de quem ganha, sem dúvida”, diz Jacob. “Ela confere um prestígio que dura a vida toda”. É um prêmio raro – só foram conferidas 52 medalhas até hoje – e para jovens. O comitê que conferiu as duas primeiras medalhas interpretou a palavra jovem como alguém com menos de 40 anos e essa idade se tor-nou tradição. Apenas na década de 1960, esse limite se tornou uma regra escrita. Apesar de sua importância, o cheque que acompanha a Fields é modesto, quando comparado com o do Nobel, que paga cerca de US$ 1,1 milhão aos premiados. A medalha matemática rende 15 mil dólares canadenses (R$ 31 mil) aos seus vencedores.

Nunca um brasileiro recebeu a distinção. Jacob conta que Ricardo Mañé, no fi m dos anos 90, e Marcelo Viana, na déca-da seguinte, chegaram perto da medalha. Hoje, os maiores candidatos brasileiros são Artur Avila e Fernando Codá. Todos foram formados pelo Impa.

BRUNO MARON | Cartum

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G4 MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 G5

CiênciaRESUMOAtraso na produção de sistema eletrônico adia mais uma vez a operação do foguete lançador de satélites VLS-1. Onze anos após acidente que matou 21 em Alcân-tara, problemas como escassez de recur-sos, ausência de um comando unifi cado e pouca integração com a indústria mantêm o Brasil nanico no setor.

Por que a sétima economia do mundo ainda é retardatária na corrida espacial

Ainda não É desta vez que o Brasil fará seu primeiro lança-mento ao espaço. Onze anos após o acidente que matou 21 técnicos em Alcântara, no Ma-ranhão, o foguete VLS-1 (Ve-ículo Lançador de Satélites) não decolará mais neste ano, conforme programado, nem tem novo prazo previsto.

A empresa Mectron, do gru-po Odebrecht, contratada em dezembro de 2010 por R$ 21,5 milhões pela Aeronáutica para produzir o sistema de eletrônica do lançador, não concluiu o trabalho. O prazo de entrega inicial, que era agosto de 2012, já havia sido adiado para dezembro deste ano.

Com isso já são 25 anos desde a primeira data marca-da para a estreia, em 1989, desse lançador de pouco me-nos de 20 metros de altura, um metro de diâmetro, cerca de 50 toneladas, projetado para levar uma carga de 380 kg a uma órbita de 700 km de altitude.

A causa para todo esse re-tardamento não tem sido ape-nas a aplicação insufi ciente de recursos fi nanceiros, mas também a ausência de um comando unifi cado, a falta de uma gestão com foco em resultados e o baixo grau de integração com a indústria.

O espírito burocrático dessa empreitada brasileira esteve presente já na sua certidão de nascimento, em agosto de 1961, ao fi nal da visita ao Brasil do soviético Iuri Gagarin, que naquele ano se tornara o primeiro homem a ter chegado ao espaço. Sem defi nir prazo, um decreto do presidente Jânio Quadros criou um grupo de trabalho, que, por sua vez, tinha a fi na-lidade de criar uma comissão para tratar das atividades es-paciais do país. Desde então, o programa espacial nacional só produziu cinco satélites – dois deles em parceria com a China – e um microssatélite, e nenhum foi colocado em órbita pelo Brasil, cujo único lançador é o VLS-1.

Enquanto isso, a Índia, que entrou na exploração do es-paço em 1963, já realizou 41 lançamentos de seus três modelos de foguetes a partir de 1975 e produziu 74 sa-télites de diversos tipos de aplicações. Fora isso, o país asiático mandou ao espaço 45 satélites estrangeiros, co-locou duas sondas na órbita da Lua e enviou outra a Marte.

A diferença entre os países começa nos investimentos em programas espaciais. A Índia destina mais de US$ 1 bilhão por ano. De 1980 a 2011, o Brasil gastou, somadas todas as ações do PNAE (Progra-

MAURÍCIO TUFFANIESCULTURA CAMILLE KACHANI

3O espaço, esse rabo de foguete brasileiroma Nacional de Atividades Espaciais), um total de R$ 6,15 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões), segundo resposta do Ministério da Ciência, Tec-nologia e Inovação a requeri-mento do deputado Claudio Cajado (DEM-BA).

Vale?Em uma análise de julho de

2012, o consultor legislativo Fernando Carlos Wanderley Rocha, da Câmara dos Depu-tados, afi rmou: “Só em infra-estrutura, em apenas quatro anos o Brasil poderá gastar com a Copa do Mundo pelo menos 5,4 vezes mais do que o PNAE gastou em 32 anos”. A questão não seria, portanto, a falta de dinheiro, mas se vale a pena investir os recursos dis-poníveis em lançadores, saté-lites, pessoal especializado e a infraestrutura necessária.

A resposta a essa questão exige considerar que as ativi-dades espaciais deixaram de ser empreendimentos moti-vados apenas pela ciência e tecnologia e por razões geo-políticas e militares.

Tanto para os EUA e para a Rússia, que deixaram para trás o foco no pioneirismo de fi ncar bandeiras fora da Ter-ra, como para outros países, a corrida espacial passou a buscar resultados num mer-cado que em 2013 movimen-tou US$ 314 bilhões, com um crescimento de 4% em rela-

ção ao ano anterior, segundo a instituição norte-america-na Space Foundation.

Desenvolvidos cada vez mais por empresas privadas, os produtos e serviços es-paciais extrapolaram as ati-vidades de defesa e pesqui-sa científi ca, gerando novas oportunidades comerciais em observação da terra, siste-mas de posicionamento global (GPS), telecomunicações – es-pecialmente para telefonia e TV digital – e meteorologia, entre outras áreas.

Integrada à indústria aero-náutica sob a denominação “aeroespacial”, a exploração espacial integra esse novo setor da economia, no qual o total de 36,8 mil patentes internacionais em 2012 cres-ceu para 49,6 mil no ano se-guinte. Esse aumento de 30% em inovação foi maior que o das áreas de informática, farmacêutica e cosméticos, segundo relatório do grupo de pesquisas Thomson Reuters divulgado em 30 de junho.

De 2004 a 2013 foram co-locados em órbita ao todo 1.236 satélites e sondas por meio de 670 lançadores, segundo o relatório “Spa-ce Competitiveness Index 2014”. Nesse mesmo período, o PNAE produziu apenas dois satélites, ambos em parceria com a China, e não realizou mais nenhuma tentativa de lançamento com o VLS-1.

Enquanto outros países fi ze-ram investimentos signifi ca-tivos e constantes em busca de maior competitividade na área espacial, o Brasil en-frentou a defasagem entre os valores planejados e os desembolsados. Sem falar no atraso e na descontinuida-de dos repasses fi nanceiros. Essas restrições também li-mitaram o número de testes do VLS-1.

Nas primeiras décadas da corrida espacial, as falhas em testes de protótipos de foguetes nem sempre se tor-navam notícia, principalmen-te na antiga União Soviética e na China. Enquanto nos programas estrangeiros as falhas foram superadas por resultados positivos alcança-dos com investimentos em testes de lançadores, o Brasil tem apenas a lembrança das tentativas de 1997 e de 1999 e do terrível acidente de 2003 no Maranhão.

Os dois únicos protótipos do VLS-1 lançados até hoje fo-ram detonados pela equipe de controle após a constatação de panes em 1997 e em 1999. As tentativas permitiram ob-ter importantes resultados de qualifi cação de componentes e de validação de procedimen-tos. Cada protótipo desses custava na época entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões.

O efeito cumulativo dessas restrições foi enfatizado em

2007 no relatório da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para apurar o incêndio na torre em Alcântara em 2003, com 21 vítimas fa-tais. Segundo a investigação, a causa da ignição inespera-da de um dos propulsores do VLS-1 três dias antes da data prevista para seu lançamento pode ter sido uma descarga eletrostática ou uma falha no sistema elétrico.

DegradaçãoO acidente escancarou

também graves defi ciências organizacionais do progra-ma, a começar pela falta de gerenciamento de riscos. “A longa convivência do projeto com a escassez de recursos humanos e materiais pode ter conduzido a uma difi cul-dade crescente em perceber a degradação das condições de trabalho e da segurança”, destacou o relatório da comis-são da Câmara.

“Por que havia 23 pessoas lá e o que cada um estava fazendo? Nada acontece do dia para a noite, há uma sequ-ência de eventos que levaram a isso”, afi rmou, em entrevista em 2003 ao “Jornal do Enge-nheiro”, o engenheiro húngaro naturalizado brasileiro Jayme Boscov, que gerenciou o pro-grama do VLS-1 do seu início, em 1980, a 1992.

Essas precariedades geren-ciais não resultavam apenas da falta de recursos, mas também de uma defi ciência organizacional maior e nada nova. O estabelecimento da CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais) só ocorreu dois anos depois do decreto de Jânio Quadros. Fo-ram precisos mais dois anos para que começassem a ser testados pequenos foguetes para sondagem científi ca da atmosfera e desenvolvimento de lançadores de satélites e de mísseis, no Centro de Lança-mento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.

Em 1969, quando a Apollo-11 chegou à superfície da Lua com dois astronautas dos EUA, o governo da primeira-ministra Indira Gandhi criou a Isro (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), com obje-tivos e metas já defi nidos para a década seguinte. No Brasil, em outubro daquele ano, ainda sem programa espacial estru-turado, os três ministros da

Junta Militar que governava o país criaram por decreto o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), em São José dos Campos (SP), para executar projetos aeroespaciais da FAB (Força Aérea Brasileira).

ContramãoEm 1971 a CNAE foi ex-

tinta para dar lugar, fora da Aeronáutica, ao Inpe (Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para tentar coor-denar as duas vertentes, o governo criou no mesmo ano a Cobae (Comissão Brasilei-ra de Atividades Espaciais), ligada ao Estado-Maior das Forças Armadas. Com isso, o comando passou a ser mili-tar, na contramão do que já acontecia em outros países, como destaca Ludmila Deute Ribeiro, consultora em políti-ca espacial. “Naquela época, mantendo a participação mi-litar, os principais programas espaciais estrangeiros já es-tavam adotando o modelo de direção civil e avançavam na transferência, para a inicia-tiva privada, da produção de lançadores e satélites, com-pletando o ciclo da pesquisa, produção e inovação”, observa a pesquisadora.

Em abril de 1975, a Índia colocou em órbita um de seus primeiros satélites por meio de foguetes estrangeiros. “En-quanto isso, no Brasil, as ações do Inpe e do IAE eram estrutu-radas isoladamente e de baixo para cima, sem partir de um núcleo estruturador”, afi rma o engenheiro químico Darly Pinto Montenegro, que em 2002 se aposentou do cargo de coordenador de Relações Institucionais do IAE. A Cobae patinava, “atravessada” pelos dois institutos, que não se reportavam a ela, mas aos seus órgãos hierarquicamen-te superiores. Foi necessário a comissão organizar um se-minário em 1977, no Rio, com os dois institutos para tomar

conhecimento dos projetos e outras ações de ambos, expli-ca Montenegro, com base em entrevistas que realizou para sua dissertação de mestrado de 1997 na Fundação Getúlio Vargas do Rio.

Como resultado do seminá-rio, surgiu o PNAE, tendo entre suas propostas colocar em órbita um satélite brasileiro com um lançador do próprio país, a Mecb (Missão Espacial Completa Brasileira).

Em 1979, ainda sem o en-dosso do governo para a Mecb, já haviam se passado dois anos sem avanços. Enquanto isso, em agosto daquele ano, a Índia inaugurava seu lançador SLV-3, com sucesso parcial de-vido à falha que não permitiu

colocar em órbita o satélite que levava. Em novembro, a Cobae realizou outro seminá-rio, em São José dos Campos, do qual extraiu dos gestores do Inpe e do IAE a proposta de, em 1989, colocar em órbita o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) com o VLS-1.

Em 9 de abril de 1980, o general João Baptista Figuei-redo, então presidente da República, deu aval ao em-preendimento e à previsão de 20,85 bilhões de cruzeiros (R$ 3,22 bilhões em valores atualizados), “condicionada a disponibilidade a recursos or-çamentários a partir de 1981”. Foi o sufi ciente para a Mecb ter início, mas sem garantia de recursos sufi cientes.

EmbargoAlém de sofrer com limi-

tação de recursos, o PNAE passou a enfrentar difi culda-des também na importação de componentes e na cooperação internacional. Criado em 1987 por Alemanha, Canadá, Es-tados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, o MTCR (Regime de Controle da Tecno-logia de Mísseis, na sigla em inglês) estabeleceu embargos visando a não proliferação de foguetes capazes de transpor-tar armas químicas e bacterio-lógicas, as chamadas armas de destruição em massa.

O alvo, na verdade, eram países não alinhados em sua política externa com esse blo-co, como o Brasil, que, além disso, mantinha um programa espacial com um anacrônico comando militar.

Não bastassem as restri-ções do MTCR ao Brasil, o VLS-1 tem uma característica que fortaleceu as suspeitas de fi ns militares do PNAE: o uso de combustível sólido. Quase todos os novos projetos de lançadores já haviam aderido à propulsão líquida, que tem a dupla vantagem de liberar mais energia de impulsiona-mento e de usar câmaras de combustão mais leves – ou seja, de aumentar a força do foguete e também diminuir seu peso –, além de poder ser interrompida, reativada e também controlada.

Por outro lado, uma das poucas vantagens dos pro-pelentes sólidos é não vazar, permitindo longos períodos de armazenamento, o que é importante para mísseis, que precisam ser acionados em poucos segundos após a de-cisão de dispará-los.

Em outras palavras, além de reforçar as motivações políti-cas do MTCR, essa opção au-mentou também as suspeitas de o VLS-1 ser um lançador de satélite adaptável para servir como míssil balístico.

VácuoA Cobae manteve sua fragi-

lidade organizacional mesmo após a defi nição de objetivos e metas do PNAE. Longe de ser um núcleo estruturador, a comissão era apenas uma instância da burocracia mi-litar do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), sem profi ssionais especializados. Segundo o engenheiro ele-trônico Aydano Carleial, que foi gerente do programa do satélite no Inpe, ela não tinha capacidade técnica nem visão estratégica para administrar os complexos projetos que es-tavam sendo desenvolvidos.

“A Cobae era apenas um comando militar com uma di-fi culdade muito grande para compreender até mesmo as-pectos básicos dos programas que gerenciava. Esse vácuo de informação foi muito prejudi-cial na época”, diz Carleial.

Passados oito anos desde o início do PNAE, seu desgover-no se tornou evidente para a Cobae no fi nal de 1987. En-quanto o Inpe estava prestes a concluir o satélite SCD-1, o próprio IAE, da Aeronáutica, estava longe de concluir o primeiro protótipo do VLS-1.

Isso fi cou claro em uma con-versa informal em Brasília en-tre o engenheiro aeronáutico e brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, na época diretor-geral do CTA (Centro Técnico Aeroes-pacial), e o tenente-brigadei-ro Paulo Roberto Camarinha, então ministro-chefe do EMFA e presidente da Cobae. Piva propôs a redução do tamanho e do peso do SCD-1. A resposta de Camarinha foi revelada em uma reportagem da Folha de 29 de janeiro de 1989: “Ah, isso

não, Piva. Se for pra fazer um satélite menor, é melhor botar logo uma cabeça de negro [explosivo de festa junina] ou um buscapé na ogiva desse foguete de vocês, e soltar”.

O diretor-geral do Inpe na época era o matemático Mar-co Antonio Raupp, que viria a se tornar ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (2012-14). Já informados extraofi -cialmente de que o primeiro VLS-1 não fi caria pronto em 1989 e talvez nem no ano seguinte, ele e Carleial pesqui-savam custos de lançadores estrangeiros para o satélite. Em maio de 1988, ao saber disso, Camarinha declarou à Folha: “O seu Raupp e o seu Carleial não têm nada de querer comprar foguete lan-çador nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Eles estão sabotando o programa espacial brasileiro. Pode es-crever isso no seu jornal”.

Em abril de 1989, com Rau-pp e Carleial já exonerados, o Inpe empurrou para o ano seguinte a conclusão do SCD-1, dando tempo ao programa do VLS-1. Essa espera nunca foi ofi cialmente assumida e foi inútil, pois o satélite acabou sendo lançado em dezembro de 1993 pelos EUA, na base aérea de Vandenberg, num foguete Pegasus.

AgênciaA direção do PNAE deixou

de ser militar em 1994, no governo Itamar Franco, com a criação da AEB (Agência Espacial Brasileira), vinculada diretamente à Presidência da República. Diferentemente da Cobae, o órgão nasceu com equipe especializada. “Mas nunca conseguiu negociar recursos sufi cientes para exe-cutar programas nem obteve resultados signifi cativos para ampliar a participação da in-dústria”, diz Carleial.

Em 2003, a agência foi transferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério da Ciência e Tecno-logia. Mesmo antes dessa que-da de status governamental, o órgão não conseguiu eliminar

a duplicidade gerencial que já existia desde 1971. Em 2010, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, após debates realizados sobre o PNAE, concluiu em seu rela-tório que esse duplo comando permanecia, e com atuações isoladas do IAE e do Inpe. “Em-bora tenham sedes situadas lado a lado em São José dos Campos, entre as duas prin-cipais unidades executoras do programa espacial brasileiro, as distâncias programáticas e fi losófi cas são signifi cativas”, afi rmou o documento.

RespostasEm resposta à pergunta da

reportagem sobre a razão de o PNAE ainda manter combus-tível sólido para seu primeiro lançador, o IAE respondeu ape-nas que a propulsão líquida será adotada nos novos mo-delos da família VLS, a serem desenvolvidos em projetos de parceria com a Rússia.

A reportagem solicitou en-trevista a Raupp sobre su-postas tentativas suas, desde que se tornou ministro em 2012, de fazer a AEB voltar a ser diretamente ligada à Presidência da República. Ex-presidente da agência (2011-12) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2007-11), ele não atendeu à reportagem afi rmando ainda estar sob a quarentena de sua saída em março do MCTI.

A AEB não respondeu às perguntas sobre a duplicida-de de comando civil e militar do PNAE. Sobre as restrições orçamentárias e fi nanceiras, a agência afi rmou por escrito que o programa “é apenas um instrumento de planejamento decenal, no qual são destaca-das as orientações e diretrizes estratégicas de ação”, e que o governo busca “atender múl-tiplas necessidades e priori-dades, entre elas, pagamento de pessoal, dívidas, investi-mentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento social e econômico”.

A Mectron não atendeu às solicitações de entrevista ale-

gando estar sob sigilo contra-tual. A reportagem apurou, no entanto, que uma das princi-pais difi culdades da empre-sa para importar peças foi a recusa de fornecimento por parte de outros países. Apesar de ter concedido entrevista, o IAE respondeu somente por escrito que não houve altera-ção do custo contratado para a fabricação do sistema de eletrônica do VLS-1 e que a demora se deve a “difi culdades técnicas, relacionadas à com-plexidade do objeto, uma vez que se trata de equipamentos não disponíveis no país”.

PrioridadesO Brasil precisa rever suas

prioridades espaciais, afi rma-ram participantes de deba-tes sobre o tema nos últimos anos. Além da Câmara dos Deputados, em 2010, con-clusões semelhantes a essa também foram apontadas por especialistas em fóruns promovidos pelo Ipea (Insti-tuto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, e pela Secretaria de Assuntos Es-tratégicos da Presidência, em 2012. Essa é também a opinião de Carleial, aposen-tado do Inpe desde 1997 e hoje consultor independente e presidente da Associação Aeroespacial Brasileira.

Um bom sinal do começo da libertação do PNAE do peso de sua tradição burocrática, segundo Ludmila Deute Ri-beiro, foi o lançamento, em 19 de junho, na Rússia, do NanoSatC-Br1, o primeiro mi-nissatélite brasileiro.

A saída efetiva desse pas-sado dependerá também da maior participação da inicia-tiva privada, que, de acordo com a pesquisadora, pode oxigenar o programa espacial brasileiro, sufocado pelas re-gras da administração pública, incompatíveis com o dinamis-mo necessário ao desenvolvi-mento tecnológico. “O governo federal, com as instituições militares, foi o berço do pro-grama espacial brasileiro, mas nenhum programa deve viver eternamente no berço”.

ESCONDIDONas primeiras décadas da corrida espacial in-ternacional, as falhas em testes de protóti-pos de foguetes nem sempre se tornavam notícia, principalmente na antiga União Sovi-ética e na China.

MERCADOPara EUA e Rússia, que deixaram o foco no pioneirismo de fi ncar bandeiras fora da Ter-ra, a corrida espacial passou a buscar re-sultados num mercado que em 2013 movimen-tou US$ 314 bilhões.

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G4 MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 MANAUS, DOMINGO, 10 DE AGOSTO DE 2014 G5

CiênciaRESUMOAtraso na produção de sistema eletrônico adia mais uma vez a operação do foguete lançador de satélites VLS-1. Onze anos após acidente que matou 21 em Alcân-tara, problemas como escassez de recur-sos, ausência de um comando unifi cado e pouca integração com a indústria mantêm o Brasil nanico no setor.

Por que a sétima economia do mundo ainda é retardatária na corrida espacial

Ainda não É desta vez que o Brasil fará seu primeiro lança-mento ao espaço. Onze anos após o acidente que matou 21 técnicos em Alcântara, no Ma-ranhão, o foguete VLS-1 (Ve-ículo Lançador de Satélites) não decolará mais neste ano, conforme programado, nem tem novo prazo previsto.

A empresa Mectron, do gru-po Odebrecht, contratada em dezembro de 2010 por R$ 21,5 milhões pela Aeronáutica para produzir o sistema de eletrônica do lançador, não concluiu o trabalho. O prazo de entrega inicial, que era agosto de 2012, já havia sido adiado para dezembro deste ano.

Com isso já são 25 anos desde a primeira data marca-da para a estreia, em 1989, desse lançador de pouco me-nos de 20 metros de altura, um metro de diâmetro, cerca de 50 toneladas, projetado para levar uma carga de 380 kg a uma órbita de 700 km de altitude.

A causa para todo esse re-tardamento não tem sido ape-nas a aplicação insufi ciente de recursos fi nanceiros, mas também a ausência de um comando unifi cado, a falta de uma gestão com foco em resultados e o baixo grau de integração com a indústria.

O espírito burocrático dessa empreitada brasileira esteve presente já na sua certidão de nascimento, em agosto de 1961, ao fi nal da visita ao Brasil do soviético Iuri Gagarin, que naquele ano se tornara o primeiro homem a ter chegado ao espaço. Sem defi nir prazo, um decreto do presidente Jânio Quadros criou um grupo de trabalho, que, por sua vez, tinha a fi na-lidade de criar uma comissão para tratar das atividades es-paciais do país. Desde então, o programa espacial nacional só produziu cinco satélites – dois deles em parceria com a China – e um microssatélite, e nenhum foi colocado em órbita pelo Brasil, cujo único lançador é o VLS-1.

Enquanto isso, a Índia, que entrou na exploração do es-paço em 1963, já realizou 41 lançamentos de seus três modelos de foguetes a partir de 1975 e produziu 74 sa-télites de diversos tipos de aplicações. Fora isso, o país asiático mandou ao espaço 45 satélites estrangeiros, co-locou duas sondas na órbita da Lua e enviou outra a Marte.

A diferença entre os países começa nos investimentos em programas espaciais. A Índia destina mais de US$ 1 bilhão por ano. De 1980 a 2011, o Brasil gastou, somadas todas as ações do PNAE (Progra-

MAURÍCIO TUFFANIESCULTURA CAMILLE KACHANI

3O espaço, esse rabo de foguete brasileiroma Nacional de Atividades Espaciais), um total de R$ 6,15 bilhões (cerca de US$ 2,7 bilhões), segundo resposta do Ministério da Ciência, Tec-nologia e Inovação a requeri-mento do deputado Claudio Cajado (DEM-BA).

Vale?Em uma análise de julho de

2012, o consultor legislativo Fernando Carlos Wanderley Rocha, da Câmara dos Depu-tados, afi rmou: “Só em infra-estrutura, em apenas quatro anos o Brasil poderá gastar com a Copa do Mundo pelo menos 5,4 vezes mais do que o PNAE gastou em 32 anos”. A questão não seria, portanto, a falta de dinheiro, mas se vale a pena investir os recursos dis-poníveis em lançadores, saté-lites, pessoal especializado e a infraestrutura necessária.

A resposta a essa questão exige considerar que as ativi-dades espaciais deixaram de ser empreendimentos moti-vados apenas pela ciência e tecnologia e por razões geo-políticas e militares.

Tanto para os EUA e para a Rússia, que deixaram para trás o foco no pioneirismo de fi ncar bandeiras fora da Ter-ra, como para outros países, a corrida espacial passou a buscar resultados num mer-cado que em 2013 movimen-tou US$ 314 bilhões, com um crescimento de 4% em rela-

ção ao ano anterior, segundo a instituição norte-america-na Space Foundation.

Desenvolvidos cada vez mais por empresas privadas, os produtos e serviços es-paciais extrapolaram as ati-vidades de defesa e pesqui-sa científi ca, gerando novas oportunidades comerciais em observação da terra, siste-mas de posicionamento global (GPS), telecomunicações – es-pecialmente para telefonia e TV digital – e meteorologia, entre outras áreas.

Integrada à indústria aero-náutica sob a denominação “aeroespacial”, a exploração espacial integra esse novo setor da economia, no qual o total de 36,8 mil patentes internacionais em 2012 cres-ceu para 49,6 mil no ano se-guinte. Esse aumento de 30% em inovação foi maior que o das áreas de informática, farmacêutica e cosméticos, segundo relatório do grupo de pesquisas Thomson Reuters divulgado em 30 de junho.

De 2004 a 2013 foram co-locados em órbita ao todo 1.236 satélites e sondas por meio de 670 lançadores, segundo o relatório “Spa-ce Competitiveness Index 2014”. Nesse mesmo período, o PNAE produziu apenas dois satélites, ambos em parceria com a China, e não realizou mais nenhuma tentativa de lançamento com o VLS-1.

Enquanto outros países fi ze-ram investimentos signifi ca-tivos e constantes em busca de maior competitividade na área espacial, o Brasil en-frentou a defasagem entre os valores planejados e os desembolsados. Sem falar no atraso e na descontinuida-de dos repasses fi nanceiros. Essas restrições também li-mitaram o número de testes do VLS-1.

Nas primeiras décadas da corrida espacial, as falhas em testes de protótipos de foguetes nem sempre se tor-navam notícia, principalmen-te na antiga União Soviética e na China. Enquanto nos programas estrangeiros as falhas foram superadas por resultados positivos alcança-dos com investimentos em testes de lançadores, o Brasil tem apenas a lembrança das tentativas de 1997 e de 1999 e do terrível acidente de 2003 no Maranhão.

Os dois únicos protótipos do VLS-1 lançados até hoje fo-ram detonados pela equipe de controle após a constatação de panes em 1997 e em 1999. As tentativas permitiram ob-ter importantes resultados de qualifi cação de componentes e de validação de procedimen-tos. Cada protótipo desses custava na época entre US$ 6 milhões e US$ 7 milhões.

O efeito cumulativo dessas restrições foi enfatizado em

2007 no relatório da comissão externa criada pela Câmara dos Deputados para apurar o incêndio na torre em Alcântara em 2003, com 21 vítimas fa-tais. Segundo a investigação, a causa da ignição inespera-da de um dos propulsores do VLS-1 três dias antes da data prevista para seu lançamento pode ter sido uma descarga eletrostática ou uma falha no sistema elétrico.

DegradaçãoO acidente escancarou

também graves defi ciências organizacionais do progra-ma, a começar pela falta de gerenciamento de riscos. “A longa convivência do projeto com a escassez de recursos humanos e materiais pode ter conduzido a uma difi cul-dade crescente em perceber a degradação das condições de trabalho e da segurança”, destacou o relatório da comis-são da Câmara.

“Por que havia 23 pessoas lá e o que cada um estava fazendo? Nada acontece do dia para a noite, há uma sequ-ência de eventos que levaram a isso”, afi rmou, em entrevista em 2003 ao “Jornal do Enge-nheiro”, o engenheiro húngaro naturalizado brasileiro Jayme Boscov, que gerenciou o pro-grama do VLS-1 do seu início, em 1980, a 1992.

Essas precariedades geren-ciais não resultavam apenas da falta de recursos, mas também de uma defi ciência organizacional maior e nada nova. O estabelecimento da CNAE (Comissão Nacional de Atividades Espaciais) só ocorreu dois anos depois do decreto de Jânio Quadros. Fo-ram precisos mais dois anos para que começassem a ser testados pequenos foguetes para sondagem científi ca da atmosfera e desenvolvimento de lançadores de satélites e de mísseis, no Centro de Lança-mento da Barreira do Inferno, no Rio Grande do Norte.

Em 1969, quando a Apollo-11 chegou à superfície da Lua com dois astronautas dos EUA, o governo da primeira-ministra Indira Gandhi criou a Isro (Organização Indiana de Pesquisa Espacial), com obje-tivos e metas já defi nidos para a década seguinte. No Brasil, em outubro daquele ano, ainda sem programa espacial estru-turado, os três ministros da

Junta Militar que governava o país criaram por decreto o IAE (Instituto de Aeronáutica e Espaço), em São José dos Campos (SP), para executar projetos aeroespaciais da FAB (Força Aérea Brasileira).

ContramãoEm 1971 a CNAE foi ex-

tinta para dar lugar, fora da Aeronáutica, ao Inpe (Insti-tuto Nacional de Pesquisas Espaciais). Para tentar coor-denar as duas vertentes, o governo criou no mesmo ano a Cobae (Comissão Brasilei-ra de Atividades Espaciais), ligada ao Estado-Maior das Forças Armadas. Com isso, o comando passou a ser mili-tar, na contramão do que já acontecia em outros países, como destaca Ludmila Deute Ribeiro, consultora em políti-ca espacial. “Naquela época, mantendo a participação mi-litar, os principais programas espaciais estrangeiros já es-tavam adotando o modelo de direção civil e avançavam na transferência, para a inicia-tiva privada, da produção de lançadores e satélites, com-pletando o ciclo da pesquisa, produção e inovação”, observa a pesquisadora.

Em abril de 1975, a Índia colocou em órbita um de seus primeiros satélites por meio de foguetes estrangeiros. “En-quanto isso, no Brasil, as ações do Inpe e do IAE eram estrutu-radas isoladamente e de baixo para cima, sem partir de um núcleo estruturador”, afi rma o engenheiro químico Darly Pinto Montenegro, que em 2002 se aposentou do cargo de coordenador de Relações Institucionais do IAE. A Cobae patinava, “atravessada” pelos dois institutos, que não se reportavam a ela, mas aos seus órgãos hierarquicamen-te superiores. Foi necessário a comissão organizar um se-minário em 1977, no Rio, com os dois institutos para tomar

conhecimento dos projetos e outras ações de ambos, expli-ca Montenegro, com base em entrevistas que realizou para sua dissertação de mestrado de 1997 na Fundação Getúlio Vargas do Rio.

Como resultado do seminá-rio, surgiu o PNAE, tendo entre suas propostas colocar em órbita um satélite brasileiro com um lançador do próprio país, a Mecb (Missão Espacial Completa Brasileira).

Em 1979, ainda sem o en-dosso do governo para a Mecb, já haviam se passado dois anos sem avanços. Enquanto isso, em agosto daquele ano, a Índia inaugurava seu lançador SLV-3, com sucesso parcial de-vido à falha que não permitiu

colocar em órbita o satélite que levava. Em novembro, a Cobae realizou outro seminá-rio, em São José dos Campos, do qual extraiu dos gestores do Inpe e do IAE a proposta de, em 1989, colocar em órbita o SCD-1 (Satélite de Coleta de Dados) com o VLS-1.

Em 9 de abril de 1980, o general João Baptista Figuei-redo, então presidente da República, deu aval ao em-preendimento e à previsão de 20,85 bilhões de cruzeiros (R$ 3,22 bilhões em valores atualizados), “condicionada a disponibilidade a recursos or-çamentários a partir de 1981”. Foi o sufi ciente para a Mecb ter início, mas sem garantia de recursos sufi cientes.

EmbargoAlém de sofrer com limi-

tação de recursos, o PNAE passou a enfrentar difi culda-des também na importação de componentes e na cooperação internacional. Criado em 1987 por Alemanha, Canadá, Es-tados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, o MTCR (Regime de Controle da Tecno-logia de Mísseis, na sigla em inglês) estabeleceu embargos visando a não proliferação de foguetes capazes de transpor-tar armas químicas e bacterio-lógicas, as chamadas armas de destruição em massa.

O alvo, na verdade, eram países não alinhados em sua política externa com esse blo-co, como o Brasil, que, além disso, mantinha um programa espacial com um anacrônico comando militar.

Não bastassem as restri-ções do MTCR ao Brasil, o VLS-1 tem uma característica que fortaleceu as suspeitas de fi ns militares do PNAE: o uso de combustível sólido. Quase todos os novos projetos de lançadores já haviam aderido à propulsão líquida, que tem a dupla vantagem de liberar mais energia de impulsiona-mento e de usar câmaras de combustão mais leves – ou seja, de aumentar a força do foguete e também diminuir seu peso –, além de poder ser interrompida, reativada e também controlada.

Por outro lado, uma das poucas vantagens dos pro-pelentes sólidos é não vazar, permitindo longos períodos de armazenamento, o que é importante para mísseis, que precisam ser acionados em poucos segundos após a de-cisão de dispará-los.

Em outras palavras, além de reforçar as motivações políti-cas do MTCR, essa opção au-mentou também as suspeitas de o VLS-1 ser um lançador de satélite adaptável para servir como míssil balístico.

VácuoA Cobae manteve sua fragi-

lidade organizacional mesmo após a defi nição de objetivos e metas do PNAE. Longe de ser um núcleo estruturador, a comissão era apenas uma instância da burocracia mi-litar do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), sem profi ssionais especializados. Segundo o engenheiro ele-trônico Aydano Carleial, que foi gerente do programa do satélite no Inpe, ela não tinha capacidade técnica nem visão estratégica para administrar os complexos projetos que es-tavam sendo desenvolvidos.

“A Cobae era apenas um comando militar com uma di-fi culdade muito grande para compreender até mesmo as-pectos básicos dos programas que gerenciava. Esse vácuo de informação foi muito prejudi-cial na época”, diz Carleial.

Passados oito anos desde o início do PNAE, seu desgover-no se tornou evidente para a Cobae no fi nal de 1987. En-quanto o Inpe estava prestes a concluir o satélite SCD-1, o próprio IAE, da Aeronáutica, estava longe de concluir o primeiro protótipo do VLS-1.

Isso fi cou claro em uma con-versa informal em Brasília en-tre o engenheiro aeronáutico e brigadeiro Hugo de Oliveira Piva, na época diretor-geral do CTA (Centro Técnico Aeroes-pacial), e o tenente-brigadei-ro Paulo Roberto Camarinha, então ministro-chefe do EMFA e presidente da Cobae. Piva propôs a redução do tamanho e do peso do SCD-1. A resposta de Camarinha foi revelada em uma reportagem da Folha de 29 de janeiro de 1989: “Ah, isso

não, Piva. Se for pra fazer um satélite menor, é melhor botar logo uma cabeça de negro [explosivo de festa junina] ou um buscapé na ogiva desse foguete de vocês, e soltar”.

O diretor-geral do Inpe na época era o matemático Mar-co Antonio Raupp, que viria a se tornar ministro da Ciência e Tecnologia e Inovação (2012-14). Já informados extraofi -cialmente de que o primeiro VLS-1 não fi caria pronto em 1989 e talvez nem no ano seguinte, ele e Carleial pesqui-savam custos de lançadores estrangeiros para o satélite. Em maio de 1988, ao saber disso, Camarinha declarou à Folha: “O seu Raupp e o seu Carleial não têm nada de querer comprar foguete lan-çador nos Estados Unidos ou em qualquer outro lugar. Eles estão sabotando o programa espacial brasileiro. Pode es-crever isso no seu jornal”.

Em abril de 1989, com Rau-pp e Carleial já exonerados, o Inpe empurrou para o ano seguinte a conclusão do SCD-1, dando tempo ao programa do VLS-1. Essa espera nunca foi ofi cialmente assumida e foi inútil, pois o satélite acabou sendo lançado em dezembro de 1993 pelos EUA, na base aérea de Vandenberg, num foguete Pegasus.

AgênciaA direção do PNAE deixou

de ser militar em 1994, no governo Itamar Franco, com a criação da AEB (Agência Espacial Brasileira), vinculada diretamente à Presidência da República. Diferentemente da Cobae, o órgão nasceu com equipe especializada. “Mas nunca conseguiu negociar recursos sufi cientes para exe-cutar programas nem obteve resultados signifi cativos para ampliar a participação da in-dústria”, diz Carleial.

Em 2003, a agência foi transferida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Ministério da Ciência e Tecno-logia. Mesmo antes dessa que-da de status governamental, o órgão não conseguiu eliminar

a duplicidade gerencial que já existia desde 1971. Em 2010, o Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara dos Deputados, após debates realizados sobre o PNAE, concluiu em seu rela-tório que esse duplo comando permanecia, e com atuações isoladas do IAE e do Inpe. “Em-bora tenham sedes situadas lado a lado em São José dos Campos, entre as duas prin-cipais unidades executoras do programa espacial brasileiro, as distâncias programáticas e fi losófi cas são signifi cativas”, afi rmou o documento.

RespostasEm resposta à pergunta da

reportagem sobre a razão de o PNAE ainda manter combus-tível sólido para seu primeiro lançador, o IAE respondeu ape-nas que a propulsão líquida será adotada nos novos mo-delos da família VLS, a serem desenvolvidos em projetos de parceria com a Rússia.

A reportagem solicitou en-trevista a Raupp sobre su-postas tentativas suas, desde que se tornou ministro em 2012, de fazer a AEB voltar a ser diretamente ligada à Presidência da República. Ex-presidente da agência (2011-12) e da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (2007-11), ele não atendeu à reportagem afi rmando ainda estar sob a quarentena de sua saída em março do MCTI.

A AEB não respondeu às perguntas sobre a duplicida-de de comando civil e militar do PNAE. Sobre as restrições orçamentárias e fi nanceiras, a agência afi rmou por escrito que o programa “é apenas um instrumento de planejamento decenal, no qual são destaca-das as orientações e diretrizes estratégicas de ação”, e que o governo busca “atender múl-tiplas necessidades e priori-dades, entre elas, pagamento de pessoal, dívidas, investi-mentos em infraestrutura e projetos de desenvolvimento social e econômico”.

A Mectron não atendeu às solicitações de entrevista ale-

gando estar sob sigilo contra-tual. A reportagem apurou, no entanto, que uma das princi-pais difi culdades da empre-sa para importar peças foi a recusa de fornecimento por parte de outros países. Apesar de ter concedido entrevista, o IAE respondeu somente por escrito que não houve altera-ção do custo contratado para a fabricação do sistema de eletrônica do VLS-1 e que a demora se deve a “difi culdades técnicas, relacionadas à com-plexidade do objeto, uma vez que se trata de equipamentos não disponíveis no país”.

PrioridadesO Brasil precisa rever suas

prioridades espaciais, afi rma-ram participantes de deba-tes sobre o tema nos últimos anos. Além da Câmara dos Deputados, em 2010, con-clusões semelhantes a essa também foram apontadas por especialistas em fóruns promovidos pelo Ipea (Insti-tuto de Pesquisa Econômica Aplicada), em 2011, e pela Secretaria de Assuntos Es-tratégicos da Presidência, em 2012. Essa é também a opinião de Carleial, aposen-tado do Inpe desde 1997 e hoje consultor independente e presidente da Associação Aeroespacial Brasileira.

Um bom sinal do começo da libertação do PNAE do peso de sua tradição burocrática, segundo Ludmila Deute Ri-beiro, foi o lançamento, em 19 de junho, na Rússia, do NanoSatC-Br1, o primeiro mi-nissatélite brasileiro.

A saída efetiva desse pas-sado dependerá também da maior participação da inicia-tiva privada, que, de acordo com a pesquisadora, pode oxigenar o programa espacial brasileiro, sufocado pelas re-gras da administração pública, incompatíveis com o dinamis-mo necessário ao desenvolvi-mento tecnológico. “O governo federal, com as instituições militares, foi o berço do pro-grama espacial brasileiro, mas nenhum programa deve viver eternamente no berço”.

ESCONDIDONas primeiras décadas da corrida espacial in-ternacional, as falhas em testes de protóti-pos de foguetes nem sempre se tornavam notícia, principalmente na antiga União Sovi-ética e na China.

MERCADOPara EUA e Rússia, que deixaram o foco no pioneirismo de fi ncar bandeiras fora da Ter-ra, a corrida espacial passou a buscar re-sultados num mercado que em 2013 movimen-tou US$ 314 bilhões.

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Pró-Palestina e pelados, juntos no esporte nacional

Franceses às ruas, de novo

Diário de ParisO MAPA DA CULTURA

Não faltam semelhanças entre os protestos que to-maram as ruas do Brasil em 2013 e a sequência recente de manifestações pró-Palestina na França, sobretudo em Pa-ris, assunto que praticamente monopoliza as atenções da imprensa local.

Em cada um dos cená-rios, as redes sociais de-sempenham papel-chave na mobilização dos militantes e ajudam a interpretar as imagens em que neófi tos de 20 ou 30 e poucos anos cer-ram fi leiras com veteranos de partidos e organizações de extrema-esquerda.

Que grupos isolados recor-ram ao vandalismo é outro ponto em comum, assim como a proibição à realização de alguns atos. Se no Brasil a Justiça de Minas Gerais ve-tou manifestações durante a Copa das Confederações, por aqui, até o fi m de julho, pelo menos três delas haviam sido interditadas. O que não impe-diu milhares de saírem às ruas – a grande maioria entoando slogans pacífi cos.

No entanto, o eco localizado, mas claramente audível, de palavras de ordem como “Mor-te aos judeus!” em certos pro-testos, somado às agressões

AMAZON GOLF

LUCAS NEVESa jovens judeus e à legião crescente de seguidores de revisionistas do Holocausto, como o humorista Dieudon-né, acendeu a luz amarela: o fantasma do antissemitis-mo está à espreita.

O país que se orgulha de ser o berço do humanismo tem de se haver com esta-tísticas incômodas: nunca tantos judeus deixaram a França para se instalar em Israel. De 2012 para 2013, a emigração cresceu mais de 70%, segundo a Agência Ju-daica. No primeiro trimestre de 2014, a alta foi de quase 300% em relação ao mesmo período do ano anterior. A sensação de insegurança é apontada como a principal causa do êxodo.

Nus com a mão no bolsoUm grupo de modelos-

vivos se reuniu no dia 7 de julho em frente à prefeitu-ra de Paris para praticar o esporte nacional por ex-celência: a manifestação. Ligados aos ateliês de be-las-artes do município, eles denunciam a precariedade do ofício, agravada desde a proibição das gorjetas ao fi m das sessões de pose – que respondiam por até 30% dos vencimentos de

alguns profi ssionais. O pa-gamento padrão é de 15 euros (R$ 45) por hora.

Para além da revisão sa-larial, eles pedem a regu-lamentação da atividade, ainda não coberta por se-guro-desemprego e assis-tência médica, e a melhora das condições de higiene nos ateliês. “Ao posarmos cenicamente, participamos ativamente do [processo de] aprendizado do olhar”, di-zem, em manifesto lançado na ocasião.

Enviado espacialO escultor e pintor íta-

lo-argentino Lucio Fontana (1899-1968) se fez conhe-cido por telas monocro-máticas rasgadas ou com alinhamentos de furos. A retrospectiva em cartaz até o próximo dia 24 no Museu de Arte Moderna reúne mais de 200 obras para ampliar esse repertório.

Lá estão as incisões em pano, terracota e metal, mas também a fase primitivis-ta da juventude, as idas e vindas entre abstração e fi guração e o ecumenismo de técnicas e materiais (da cerâmica ao óleo, do dese-nho à instalação), sempre desafi ando o entendimento

consagrado de espaço.Fascinado pela corrida

espacial, Fontana cava tri-lhas de sulcos em suas telas para ilustrar a angústia do homem diante da magnitu-de do cosmos, “a errância do astronauta, o medo de estar perdido”, “a forma dos habitantes do outro mundo”. Arte e metafísica em conjunção.

Diz que fui por aíNo cinema de Robert

Guédiguian a crônica social sempre se insinua entre as frestas de um quiproquó familiar prosaico. Suas mu-sas são insubstituíveis: a atriz Ariane Ascaride, sua mulher, e sua cidade natal, Marselha. Todos compare-cem a “Au Fil d’Ariane” (jogo de palavras com o fi o de Ariadne da mitologia grega e a expressão “au fi l de”, no decorrer de), sem data de estreia no Brasil.

A personagem-título sai de casa no dia de seu ani-versário depois de receber telefonemas do marido e dos fi lhos se desculpando pela ausência. Logo ancora num bar cuja fauna inclui um poeta, um ex-guarda de museu e uma prostituta às turras com o namorado.

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5Ao ver uma peça de nossaartilharia pesada posta em ação

Armem-te aos poucos, longo braço preto,Grande arma arranha-céu pronta a imprecar;Mira-os sem trégua, emriste, e lança, feitoTroante esconjuro, maldições sempar.A empáfi a que requer tua ação brutal,Esmaga antes que agrida mais. Derrama,Canhão, nosso ódio; e esbanja em temporalNosso alento, nosso ouro como chama.

Mas pelo bem daqueles, aço aziago,Que, nada hostis, tua praga há de prostrar,Não te recolham, fi ndo o teu estrago,A salvo à paz de nosso bem-estar.Feito e enfi m posto o teu feitiço-adeus:Deixa a nossa alma, e amaldiçoe-te Deus!

ImaginaçãoPROSA, POESIA E TRADUÇÃO

SOBRE O TEXTOConsiderado um dos grandes poetas da Primeira Guerra,

Wilfred Owen escreveu este soneto provavelmente em julho de 1917 e o revisou em maio do ano seguinte, meses antes de ser morto em combate. O poema viria a integrar a composição “War Requiem”, de 1962, do músico britânico Benjamin Britten.

Slowly list ed up, thou long black arm,Great Gun towering towards Heaven, about to curse;Sway steep against them, and for years rehearseHuge imprecations like a blasting charm!Reach at that Arrogance which needs thy harm,And beat it down before its sins grow worse.Spend our resentment, cannon,-yea, disburseOur gold in shapes of fl ame, our breaths in storm.

Yet, formen’s sakes whomthy vast malisonMust wither innocent of enmity,Be not with drawn, dark arm, the spoilure done,Safe to the bosom of our prosperity.But when thy spell be cast complete andwhole,May God curse thee, and cut thee fromour soul!

Tradução NELSON ASCHER

WILFRED OWEN

Ilustração Pintura de Tatiana Blass

On Seeinfg a piece of our Heavy Artillery brought into action

SONETO

SONNET

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[email protected], DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014 (92) 3090-1042 Plateia D3

Curta de Regina Melo estreia em setembro

DIEGO JANATÃ

Existe humor para todos os gostos e tipos. Se um cara é ca-reta, ele vai procurar um humor que faça piada com gays, por exemplo. Se o público não gosta de determinada coisa, ele não precisa ir”

Manaus receberá, nos dias 6 e 7 de setembro, o espe-táculo “Terça In-

sana – Adíos Amigos”. A mon-tagem possui, realmente,

um tom de despedida. Um dia após estrear, em São Paulo, o “Mulheres

Insanas”, Grace Gia-noukas, responsá-vel pela criação da montagem que tem-pos depois se tor-

naria uma produtora – como é atualmente

– conta ao EM TEMPO, como foi essa decisão de dar adeus às turnês nacio-nais, quais os planos para o futuro, declara seu amor pelo Amazonas e afi rma que “o tipo de comédia que cada um gosta, é refl exo de sua cultura e de sua inteligência”.

EM TEMPO – Do que se trata o “Mulheres Insanas”?

Grace Gianoukas – Na verdade, é uma coletâ-nea das personagens mulheres mais mar-cante do “Terça Insa-na”. Nesse espetáculo,

abordamos o universo feminino e seus diversos

questionamentos como a solidão, TPM, a expectati-

va da sociedade em cima do sexo feminino, a busca por relacionamento e vários outros aspectos. Dentre as personagens está a Fada (in-terpretada pela própria Gra-ce) que diz não acreditar em duendes e conta que só quem os viu, até hoje, foi a Xuxa. Ficaremos com o espetáculo em cartaz no Teatro Folha,

todas quartas e quintas, até fi nal de setembro quando faremos uma nova estreia.

EM TEMPO – Como foi a

decisão de dar fi m as turnês do “Terça Insana”?

GG – Nós existimos há 13 anos, mais de 500 perso-nagens foram criadas, 350 atores passaram pelo nosso palco. Abrimos um caminho que estava fechado que era o da comédia contemporânea. Fomos uma “picada” na fl o-resta fechada. Após essa ini-ciativa o humor ganhou uma nova proporção. Começaram a surgir concursos de comédia em todo o Brasil, o stand up comedy chegou e nada tem a ver conosco.

Surgimos com a proposta de “cutucar” o careta, de falar sobre preconceito, falar dos homossexuais, do racis-mo... Tudo isso por meio de nossas personagens que ti-nham essas características. São gays, negros, loiras. Essa nossa última turnê é para fe-char um ciclo, mas não vamos parar de trabalhar. Temos a Terça Insana Produções que poderá abrir um leque de opções na produção de espetáculos diferenciados.

EM TEMPO – E o que virá de diferente?

GG – Nosso público ama-dureceu, teve fi lhos e querem coisas mais novas. Preten-demos produzir espetáculos infantis, tenho dois solos prontos e que, por conta das turnês, não consegui colocá-los no palco. Acho que tudo precisa ser reciclado, inclusi-ve nossas iniciativas.

EM TEMPO – Ao que você credita o sucesso do “Terça Insana”?

GG – Falamos de temas po-lêmicos como política, cidada-nia. Como disse, damos umas “cutucadas” na sociedade no geral. São assuntos relevan-tes e que fazem parte da dire-triz do grupo. Nossa meta foi nunca levar uma piada pronta para o palco e sim, a nossa es-pontaneidade. Incluímos até música, resgatamos sucessos

da música brasileira. Tudo é criado com muita pesquisa. Não fazemos humor de Fa-cebook, onde alguém vê uma piada, chega no bar, conta e se acha engraçado.

O “Terça Insana” não é piada, é uma crônica do co-tidiano no qual as coisas se transformam. Não estamos ali para rir do público e, sim, de nós mesmos. Não imitamos e nem humilhamos ninguém. Realizamos gran-des encontros filosóficos bem-humorados. Falamos do tabu com diversão.

EM TEMPO – Hoje, se fala muito nos limites do humor. Afi nal, ele tem limites?

GG – Tem uma frase de um comediante alemão que diz o seguinte: “O caráter do ho-mem se mede pelas coisas que ele acha engraçadas”. Existe humor para todos os gostos e tipos. Se um cara é careta, ele vai procurar um humor que faça piada com gays, por exemplo. Se o público não gos-ta de determinada coisa, ele não precisa ir. Agora, é bom deixar claro que as minorias – que nem são tão minorias as-sim – estão mais organizadas. Quando se ofende alguém, é preciso estar preparado para as mais diversas reações, principalmente, das minorias organizadas. Acredito que o tipo de comédia que cada um gosta, é refl exo de sua cultura, de sua inteligência. Nós, pelo menos, não somos batedores de carteira do público.

EM TEMPO – Ao longo desses 13 anos, quando você olha para trás e vê toda essa evolução, o que dá orgulho?

GG – Várias coisas. Entre elas, termos gravado um DVD que foi recorde de venda em todo o Brasil e também no exterior. Aliás, fomos piratea-dos com legendas em alemão e russo. Quando o YouTube surgiu, fomos líderes por mui-

to tempo dos vídeos que as pessoas mais assistiam. Pu-demos servir de exemplo para uma geração inteira de atores que começaram suas carrei-ras ao longo desse tempo. Podemos provar que atores não são apenas aqueles da TV, todos somos artistas. Porém, acima de tudo, foi conseguir ajudar pessoas que estavam em depressão. Recebemos vá-rios e-mails e mensagens de pessoas que riram conosco e encontraram uma vontade de viver. Relatos de familiares que presenciaram a melho-ra de seus parentes. Fizemos pessoas felizes.

EM TEMPO – Como é sua relação com Manaus?

GG – Amo Manaus! É claro que dentro do nosso trabalho sempre podemos visitar di-versas cidades e sou muita grata pelo sucesso do “Terça Insana”, mas tenho um cari-nho enorme pelo Amazonas. Foi um dos lugares que a minha carreira possibilitou que eu conhecesse, tinha um sonho de conhecer essa re-gião. Uma terra com um povo bonito e tenho muito respeito pela cultura de vocês, essa força dos povos da fl oresta, acho um luxo. Comida maravi-lhosa, um rio incrível. Quando volto para casa, me sinto abraçada e de alma lavada. Fico muito emocionada toda vez que chego em Manaus. Tenho o desejo de tirar um tempo, pegar um barco e descer todo o rio Amazonas somente com um caderninho e fi car bem quietinha.

EM TEMPO – O que o público pode esperar dessa última turnê?

GG – Personagens novos e clássicos. Além de mim, irão o Thiago do Gueto, Mila Ribeiro e Milton Rodrigues. Juntos temos a certeza que iremos proporcionar muita alegria a todo o público que for nos assistir.

FOTOS: DIVULGAÇÃO

O ‘Terça Insana’ não é piada, é uma crônica do cotidiano. Não esta-mos ali para rir do públi-co e, sim, de nós mesmos. Realizamos grandes encontros fi losófi cos bem-humo-rados”

BRUNO MAZIERIEquipe EM TEMPO

Grace GIANOUKAS

‘O Terça INSANA NÃO é piada’

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D2 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

. Julio Ventilari reuniu a ala feminina da cidade, quinta-feira, comemorando seu

aniversário com dinner-party.. O local escolhido para o evento? O novo

espaço Village Festas na avenida Ephigênio Sa-les. Socialites em profusão. Noite de boa mesa e muita animação.

>> Happy brithday

Fernando Coelho [email protected] - www.conteudochic.com.br

. O grupo Estácio acaba de assumir a Faculdade Literatus, em Manaus, em contrato anunciado na sexta-feira.

. Com isso serão ofertadas novas vagas com a criação de novos cursos de graduação, na área de tecnologia da informação e, já em 2015, começando o planejamento para implantação de medicina. Também vai implantar três polos de graduação a distância.

. O diretor regional Norte do Grupo, Adriano Remor, informou, ainda, que será protocolado, no Ministério da Educação, em 2015, pedido para transformar a Faculdade Literatus em Centro Universitário. Com isso, a instituição passará a ter uma atuação ainda mais forte em projetos de extensão universitária e em pesquisa. A aquisição da Faculdade Literatus, que tem duas unidades em Manaus – nas avenidas Constantino Nery e Djalma Batista –, controladas pelas empreendedoras Elaine Saldanha e Eliana Pinheiro, envolveu recursos da ordem de R$ 48 milhões.

>> Ensino superior

>> A linda Valentina Coelho Damian estreia idade nova neste domingo. Seus pais, Fabiola Coelho e José Luiz Damian, comemoram a data em família.

>> O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, desembargador do Trabalho David Alves de Mello Júnior, convida para o lançamento do livro ‘Estudos Avançados de Direito e Processo do Trabalho’, organizado pelo juiz do Trabalho Eduardo Melo de Mesquita em homenagem à desembargadora do Trabalho Francisca Rita Alencar Albuquerque, no próximo dia 21, no miniauditório do Fórum Trabalhista de Manaus.

>> O querido Amin Aziz está aniversariando hoje. A comemoração aconteceu ontem, ao lado da família e de um grupo de amigos, no endereço do Parque das Laranjeiras.

>> Na próxima sexta-feira, Gizella e Marco Bo-lognese serão anfi triões de um festão, no Diamond, comemorando os 15 anos da fi lha Giullia. Será um dos eventos do ano na cena social da cidade.

>> Amanhã é a vez de cumprimentar Menga Junqueira e Karyna Cordeiro, aniversariantes da próxima segunda-feira.

>> O superintendente do Manaus Plaza Shop-ping, Glauco Cruz Pinto, comemora aniversário neste domingo.

>> Vitrine

teia

aniversário com dinner-party.. O local escolhido para o evento? O novo

espaço Village Festas na avenida Ephigênio Sa-les. Socialites em profusão. Noite de boa mesa e muita animação.

>>

A linda Valentina Coelho Damian estreia idade nova neste domingo. Seus pais, Fabiola Coelho e José Luiz Damian, comemoram a

O presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região, desembargador do Trabalho David Alves de Mello Júnior, convida para o lançamento do livro ‘Estudos Avançados de Direito e Processo do Trabalho’, organizado pelo juiz do Trabalho Eduardo Melo de Mesquita em homenagem à desembargadora do Trabalho Francisca Rita Alencar Albuquerque, no próximo dia 21, no miniauditório do Fórum

O querido Amin Aziz está aniversariando hoje. A comemoração aconteceu ontem, ao lado da família e de um grupo de amigos, no endereço

Na próxima sexta-feira, Gizella e Marco Bo-lognese serão anfi triões de um festão, no Diamond, comemorando os 15 anos da fi lha Giullia. Será um dos eventos do ano na cena social da cidade.

Amanhã é a vez de cumprimentar Menga Junqueira e Karyna Cordeiro, aniversariantes da

O superintendente do Manaus Plaza Shop-

. O grupo Estácio acaba de assumir a Faculdade Literatus,

. Com isso serão ofertadas novas vagas com a criação de novos cursos de graduação, na área de tecnologia da informação e, já em 2015, começando o planejamento para implantação de medicina. Também vai implantar três

. O diretor regional Norte do Grupo, Adriano Remor,

e em pesquisa. A aquisição da Faculdade Literatus, que tem duas unidades em Manaus – nas avenidas Constantino Nery e Djalma Batista –, controladas pelas empreendedoras Elaine Saldanha e Eliana Pinheiro,

Fernando Coelho Jr.

Cristiane Aguiar e Sandra Lucia

Saraiva

Alice Lins

Iêda Carvalho, Selma Reis e

Marcia Martins

Vera Bulbol

Verena Fro-ta, o queri-do Waisser

Botelho e Sídia Góes

O aniversa-riante Julio

Ventilari

Rosiane Lima

Dodora Cavalcante, Fabiana e Fabiola Moraes e Patricia Akel

Tônia Seixas

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D3PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

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Filme aborda preconceito contra mulher do interiorO curta-metragem “Os Anseios das Cunhãs” tem previsão de lançamento para setembro. As filmagens já foram concluídas

Nos anos 1980, a produtora audiovi-sual Regina Melo escreveu um poe-

ma que tratava da exclusão e do preconceito enfrentados pelas mulheres amazonenses que migram do interior para a capital. Em 2005, os versos ganharam o prêmio de melhor roteiro para histórias em qua-drinhos do governo do Estado e, neste ano, encontraram na sétima arte mais uma forma de expressão no curta-metragem “Os Anseios das Cunhãs”.

O projeto do primeiro curta de ficção de Regina, que carre-ga o mesmo nome do poema, foi o vencedor da primeira edi-ção do edital Carmem Santos Cinema de Mulheres, lançado pelo Ministério da Cultura no ano passado e que incentiva políticas públicas transversais para as mulheres. As filmagens, que começaram em julho, já fo-ram concluídas e, segundo Re-gina, a previsão de lançamento é para o mês de setembro.

“Apesar de seguir uma his-tória, o curta vai apresentar várias personagens em dife-rentes situações, ora apresen-tando diálogos declamatórios,

ora coloquiais. Isso fez com que o filme fosse bem ousado esteticamente”, explicou a dire-tora do curta Regina Melo, que já estuda as possibilidades de inscrever o filme em festivais.

A prostituição é um dos prin-cipais temas tratados pelo cur-ta e um dos objetivos do projeto foi apresentar o assunto sem fazer o uso de estereótipos

que contornam o tema. “Muitas dessas mulheres sofrem mais com o preconceito do que com a falta de emprego. Quando decidem pela prostituição, elas trabalham como profissionais, muitas delas são mulheres re-ligiosas e possuem família. É uma questão complexa e o curta trabalha muito com essa dualidade entre o sagrado e o profano, ao mesmo tempo

que quebra essas barreiras de preconceito”, contou Regina. O filme ainda tem o apoio da Associação de Prostitutas do Amazonas, que participaram como figurantes.

Com filmagens em vários locais emblemáticos da cida-de de Manaus, como a praça Heliodoro Balbi, o Paço da Liberdade, mercado muni-cipal e outros, “Anseios das Cunhãs” tem um elenco for-mado em sua maioria por mulheres. Regina acredita que a participação da mulher no cinema amazonense tem crescido progressivamente e que o filme é reflexo disso. “A mulher tem feito mais cinema no Amazonas e de forma qua-litativa. Podemos citar Dheik Praia que já foi premiada vá-rias vezes”, disse Regina.

A cantora e compositora Djuena Tikuna fez sua primeira participação nos cinemas em 2009, no curta-metragem “Ca-choeira” de Sérgio Andrade. Em “Anseios das Cunhãs”, ela inter-preta a personagem “Cunhatã”, uma menina que chega a Ma-naus e enfrenta as dificuldades da cidade. Inicialmente, Djuena foi chamada para cantar a trilha sonora, composta por Regina Melo, mas, a cantora acabou sendo escalada para atuar. Sexo feminino predomina no elenco de “O Anseio das Cunhãs”, que poderá ser inscrito em festivais

DIVULGAÇ

ÃO

TEMAO projeto é inspirado no poema homônimo de Regina Melo, também diretora do curta, que trata da exclusão e do preconceito sofrido por mulheres que migram do interior do Amazo-nas para a capital

SÉRGIO VICTOREspecial EM TEMPO

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D4 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

OPINIÃO

PERFIL

Marco Antônio Ribeirojornalista e produtor musical da

WebRádio GarimPopRockwww.radiogarimpoprock.com

Qual a finalidade da crítica? Pode ser uma expressão de preocupação com outrem, uma forma de denegrir a imagem/obra, uma agressão gratuita, um “toque” etc. Está presente tanto no campo pessoal quanto no profissional, de forma explícita ou velada. Considerar as críticas que outras pessoas fazem em re-lação a nós, seja ela construtiva ou “destrutiva”, é interessante para identificar um outro ponto de vista em relação aos nos-sos padrões de comportamen-to. Ninguém é perfeito, certo? Considerar-se dono da verdade é extremamente perigoso.

Essas afirmações são basea-das em experiências duramente adquiridas. O escriba aqui já quebrou muito a cara pelo fato de não prestar atenção no que observavam as pessoas ao redor. Hoje, não sou exatamente um Ghandi, mas cultivei a humildade suficiente para ouvir. Na verda-de, essa é a etapa mais difícil. Ouvir e querer ouvir.

E porque diabos eu falei nisso tudo? Para dizer que a crítica pessoal é importante, mas a crí-tica cultural não deve ser levada tão a sério. Pelas críticas que já escrevi (na verdade, opiniões), já fui ameaçado de agressão física e perdi boas amizades. Aí, entra uma faca de dois gumes. O crí-

tico analisa uma obra sob sua ótica, sempre incluindo suas prefe-rências e formação cultural, mas não deve ser considerada como a verdade absoluta.

É claro que tem gente que fala mal só para cha-mar atenção. Às vezes, o alvo da crítica é um lixo mesmo, mas não é assim sempre. Já me surpreendi com obras que, aparentemente, não me agra-dariam nem de longe (o tal do preconceito), mas que com uma audição mais apurada (estou fa-lando de música, é claro), mudei totalmente de opinião. Na ver-dade, o crítico de arte profis-sional ou mesmo amador deve ser flexível para considerar que existe vida inteligente fora dos seus padrões pré-estabelecidos. E o público também deveria ser assim. Vale para qualquer seg-mento artístico.

E quanto ao artista? Bom, alguns se abalam tanto quando recebem uma crítica que tentam agradar a qualquer custo. Poucos são aqueles que fazem o que acreditam e não dão a mínima importância para os que os ou-tros pensam. Mas não é difícil encontrar artistas que se sub-metem aos caprichos da crítica e público só para conquistarem

um espaço e, natural-mente, sobreviverem de sua arte. Vendem a alma, na verdade.

É deprimente saber que exis-tem bandas com músicos talen-tosos e com grande potencial para compor seu próprio ma-terial e tenham que (só) tocar covers (música dos outros, de preferência, músicas de suces-so) em suas apresentações nos barzinhos fedidos da periferia. Ou mesmo que tenham um re-pertório autoral e se submetam às determinações de um produ-tor/empresário/dono de casa de shows viciado(s) em cifrão.

Já assistiu a um daqueles programas tipo American Idol? Muita gente boa (talentosa) tem que escutar as bobagens proferidas por aquele corpo de jurados desfigurado com tan-tas caras e bocas, sempre com a postura tipo “quem entende das coisas aqui sou eu e minha palavra é lei!”. A originalidade não tem muito espaço. Du-vido que Frank Zappa fosse

aprovado em um desses “pau-de-sebo” televisivo.

Com tudo isso, não se pode esperar o surgimento de um (novo) movimento musical rele-vante nos próximos anos quando se esquece do feeling e segue – religiosamente - o padrão de aceitação da indústria. Há três décadas, o cara tinha que apa-recer no Chacrinha para ter uma certa projeção. Hoje nem precisa mais. O YouTube já revelou ta-lentos cibernéticos e de muita qualidade (outros nem tanto).

A diferença fundamental é que antes, o que se tocava em programas de auditório era (na maioria) muito bom. Havia uma certa ingenuidade, mas sobrava sinceridade e espontaneidade. Até o que não era muito bom na época virou cult hoje em dia. Já nos tempos atuais, o que se toca/se vê é tão ruim que dá para sentir o mau cheiro. E a tendência é piorar.

Ah, você acha que eu um pes-simista incorrigível? Tudo bem, aceito sua crítica.

Já assistiu a um daqueles programas tipo Ame-rican Idol? A origina-lidade não tem espaço. Duvido que Frank Zappa fosse apro-vado em um desses “pau-de-sebo” televisivo”

Crítica, Vida e Música

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D5PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Canal [email protected]

Flávio Ricco

Colaboração:José Carlos Nery

TV TudoCinemaA cantora inglesa Rachel

Jesuton foi convidada pelo diretor Bruno Saglia para a personagem Charlote, a vocalista de uma banda de jazz no fi lme “Diminuta”.

Reynaldo Gianecchini será Cristian, um saxo-fonista. Deborah Evelyn, Carlos Vereza, Derico e Daniela Escobar, entre outros.

EuropaA autora Thelma Guedes

se prepara para fi car um tempo em Londres.

Na volta ao Brasil, ela terá duas reuniões impor-tantes na Globo, a pri-meira, sobre uma minis-série, enquanto a outra, um projeto de novela para as 21h, em parceria com Duca Rachid.

Chuva de projetosAtualmente, o fórum

mais recheado da Globo é aquele que avalia novos projetos de séries, mi-nisséries e seriados. São inúmeros os trabalhos que se encontram por lá aguardando uma posição ofi cial dos responsáveis pelo setor.

E essa enorme carga de material só faz aumentar, muito em função de um anúncio do número 1, Car-

Vez das mulheresHoje, no “Domingão do Faustão”, será a vez das

mulheres se apresentarem, pela primeira vez, na “Dança dos Famosos”.

O programa será transmitido dos estúdios da TV Globo, em São Paulo.

Bate-rebate• A Fox vai promover dia

9, em São Paulo, um even-to para imprensa e mercado para falar sobre as novidades dos seus canais...

• ... Novidades que irão en-volver Cazé Peçanha, com “Os Incríveis”, em suas edições adulta e infantil.

• Em se tratando de re-lacionamento ou política de boa vizinhança, ninguém pode dizer que o Grupo Fox não é bom nisso...

• ... Atualmente, seu raio de ação atinge nada menos que cinco grupos de comu-nicação no Brasil...

• ... Isto, desde negócios envolvendo Entretenimento a Esporte.

• Viviane Araújo já tem um fã clube apoiando o seu trabalho na novela “Império”...

• ... Todas as suas cenas são repercutidas intensamen-te nas redes sociais.

• “O Astro” estreia dia 18 na TV Azteca na faixa das 23h, hoje ocupado por programas jornalísticos. Uma aposta!

Deve manter a qualidade

“Meu Pedacinho de Chão” pouca coisa conseguiu além de 20 pontos, mas ainda assim um número maior que o segundo e terceiro lugares somados. A origem de seu problema do começo de noite pode ser um refl exo do que não funciona à tarde. Trata-se de uma situação que não deve modifi car a linha de conduta da Globo, no que diz respeito à qualidade de suas novelas.

GLOBO/PAULO BELOTE

Zezé di Camargo e Luciano vão lançar um clipe, com a música “Flores em vida” hoje, no “Fantástico”. E com a par-ticipação de outras pessoas da família, mais o ator Nando Rodrigues.

Ficamos assim. Mas ama-

nhã tem mais. Tchau!

C’est fi ni

Existe um tipo de percepção bastante frequente no ambiente político - do qual já tratamos inú-meras vezes nesta coluna - que é o de confundir o interesse público com o privado, sociedade civil com o poder público. Muitas destas falsas argumentações, ou melhor, confusões, são provenientes mui-tas vezes da inabilidade política de muitos, além de pouca compreen-são do processo democrático.

O primeiro aspecto a ser destaca-do é que quando se fala em servidor público, muitas pessoas confundem a função - que é bastante digna, responsável e importante – com o servidor do público ou de um tipo de público. Este é um ponto crucial a ser destacado, pois em muitas reuniões com a chamada classe artística, por exemplo, vemos alguns destes desprovidos de qualquer habilidade intelectual e refl exiva a confundir o servidor do estado com uma secretária, que anota os recados e faz mandados.

O interesse público é bem dife-rente, claro, do privado, assim como o poder público é diferente da so-ciedade civil. Estas esferas jamais podem ser confundidas; uma legisla os interesses e o bem comum; a outra, seus próprios interesses que querem ver contemplados. Claro que também está em jogo, muitas vezes, a inoperância do poder públi-co em muitas matérias relacionadas aos civis como os problemas mal resolvidos de habitação, alimenta-ção saneamento básico, reforma agrária, saúde e tantos outros. Mas acho que devemos sempre insis-tirmos nos princípios regidos por nossa constituição e isto não é só o dever de cada cidadão, mas de organismos importantes como a imprensa e os intelectuais.

A imprensa tem sido acusada de muitos infortúnios, alguns com razão. Os debates políticos na te-

levisão a que os jornalistas dos “cadernos” de política impõem são quase uma espécie de diplomacia jornalística onde os profi ssionais da área se intimidam frente à matéria ou ao candidato/político com medo de perder seu emprego, afi nal, o jornal é antes de tudo uma empresa e quem não joga o jogo, dança.

A polarização entre os políticos tem tido mais relevância do que as ideias políticas. A revista Istoé de 30 de julho de 2014 publicou uma entrevista com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Frases como “Existe um mal-estar no país”, “O PT perdeu a credibilidade”, “a Dilma não fala com o Brasil” são res-postas de FHC a perguntas cordiais, morais e não ideais no sentido de que as ideias poderiam ser o mote da entrevista.

O populismo jornalístico permeou toda a entrevista. Se avaliou não o sistema político brasileiro, não as pautas importantes a que um ou outro governo tentou resolver, mas sim a preocupação com o jei-to PT de governar. Mais do que o jeito, devemos pensar nos princípios de governança que, sem dúvida, interessam mais. Seria admirável vermos o sociólogo versar sobre as ideias políticas petistas que norteiam as condutas do parti-do, inclusive seu jeito de governar. Seria interessante uma análise do democratismo petista, do aparelha-mento das estatais que dizem muito deste sistema de controle que o PT busca impor inclusive no chamado Sistema Nacional de Cultura (uma falácia, por sinal), cuja estrutura administrativa é ótima, mas o go-verno petista quer realmente que sua área cultural seja controlada por um conselho? Em 11 anos de experiências já vimos que não.

Mas é assim. Os níveis de exi-gência política sobem e estaremos sempre de olho nos acordos.

Márcio BrazE-mail: [email protected]

Márcio Brazator, diretor,

cientista social e membro do Con-

selho Municipal de Política Cultural

Acho que devemos sempre insistirmos nos princí-pios regidos por nossa constituição e isto não é só o dever de cada cida-dão, mas de organismos importan-tes como a imprensa”

Poder público versus sociedade civil

ELVIS

MÁRIO ADOLFO

GILMAL

REGI

los Henrique Schroder, que promete investir pesado no gênero a partir de 2015.

AgradouA primeira gravação do

“Esse Artista Sou Eu” foi bem avaliada pela direção do SBT. E foi justamente a que Rosemary faz uma homena-gem a Hebe Camargo.

O programa estreia dia

25, no lugar do “Máquina da Fama”.

Focado Para os que andam sen-

tindo falta de Walcyr Car-rasco das polêmicas, das discussões, vai a justifica-tiva: é que ele tem traba-lhado demais em seus novos projetos para a Globo.

O Walcyr não para.

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Page 38: EM TEMPO - 10 de agosto de 2014

D6 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Programação de TV5h Jornal da Semana6h Igreja Universal7h Brasil Caminhoneiro7h30 Planeta Turismo8h30 Vrum9h Sorteio Amazonas da Sorte 10h domingo Legal 14h Eliana18h Roda A Roda Jequiti18h45 Sorteio da Telesena19h Programa Silvio Santos23h de Frente Com Gabi0h Nikita1h Rizzola & Isles2h Pessoa de Interesse3h20 Big Bang4h Igreja Universal

SBT

5h Santo Culto em seu Lar5h30 desenhos Bíblicos7h desenhos Bíblicos8h30 Record Kids - Pica Pau9h Amazonas da Sorte 10h domingo Show 14h15 Hora do Faro 18h20 domingo Espetacular 22h15 Tela Máxima - “A Águia da Legião Perdida” 0h15 Programação Iurd

RECORD

HoróscopoGREGÓRIO QUEIROZ

ÁRIES - 21/3 a 19/4 A harmonia emocional com a família, ou mes-mo com as pessoas queridas, dão a você uma confi ança e uma força especiais. Momento raro de entendimento entre vocês.

TOURO - 20/4 a 20/5 É entre as pessoas do convívio diário, aquelas com quem pode esbarrar casualmente, que poderá saltar um amor ou uma amizade en-cantadores diante de seus olhos.

GÊMEOS - 21/5 a 21/6 As relações de trabalho ou negócio podem trazer um acordo ou um encontro bastante especial. Aproveite o momento para estabe-lecer os melhores contatos. CÂNCER - 22/6 a 22/7 Você se encanta com as ideias que surgem em sua mente, assim como com as pessoas que lhe inspirem de modo especial ou com quem possa compartilhas tais ideias.

LEÃO - 23/7 a 22/8 Seu íntimo é o palco dos encantamentos afe-tivos; ou seja, tudo pode se passar apenas na imaginação. Mas também pode ser realidade e lhe encantar profundamente.

VIRGEM - 23/8 a 22/9 O convívio social estimula encontrar o jeito certo de se aproximar e estar com as pessoas que lhe são especiais - ou ainda, o clima do dia pode dar a elas um encanto especial. LIBRA - 23/9 a 22/10 As relações de trabalho estão positivamente favorecidas. Mas, dentre elas, pode haver alguém especial em seu coração, alguém que possa mesmo lhe enfeitiçar.

ESCORPIÃO - 23/10 a 21/11 O amor está em plena ação em sua vida. Você se encanta e é correspondido da maneira mais evidente, agradável e espantosa. Mas há algo por demais idealizado nisso.

SAGITÁRIO - 22/11 a 21/12 Momento de encontrar harmonia no ambiente familiar e de estar bem, no mais íntimo, com a pessoa amada. Os momentos de intimidade serão especiais, caso aceite se abrir.

CAPRICÓRNIO - 22/12 a 19/1 Os encontros, por mais casuais que pareçam, nada têm de fortuito Há um enlaçamento pelo amor neste momento, e você se encanta e se envolve com muita facilidade.

AQUÁRIO - 20/1 a 18/2 O ambiente de trabalho traz a oportunidade de bons relacionamentos, sejam de trabalho mesmo ou de pessoas com quem deseje com-partilhar mais do que apenas trabalho.

PEIXES - 19/2 a 20/3 O amor está em plena ação em sua vida. O idealismo mais exaltado ou mesmo delirante pode ser correspondido pela realidade. Não pense que será sempre assim.

Cruzadinhas

Sessão de Gala com o fi lme “Onde os fracos não têm vez”, hoje, na Globo

DIVULGAÇÃO

BAND

5h Power Rangers – Zeo6h Popeye6h30 Santa Missa no seu Lar7h30 Sabadão do Baiano8h Power Rangers + Popeye

GLOBO

Cinema

CONTINUAÇÕES

Guardiões da Galáxia: EUA. 12 anos. Cinemark 1 – 14h (dub/exceto domingo), 16h45 (dub/diariamente), 19h30 (dub/exceto quarta-feira), 22h10 (dub/diariamente), Cinemark 4 – 12h40 (3D/dub/somente sábado e domin-go), 15h40 (3D/dub/diariamente), 18h25, 21h10 (dub/diariamente); Kinoplex 3 – 13h30, 16h, 18h35 (3D/dub/diariamente), 21h20 (3D/leg/diariamente), Kinoplex 4 – 15h50, 21h (dub/diariamente), 13h20 (dub/somente sábado e domingo); Playarte 1 – 15h10 (3D/dub/diariamente), 22h50 (3D/dub/somente sexta-feira e sábado), 20h20 (3D/leg/diariamente), Playarte 6 – 13h30, 16h, 18h30, 21h (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado), Playarte 7 – 13h31, 16h01, 18h31, 21h01 (dub/diariamente), 23h31 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Planeta dos Macacos – O Confronto: EUA. 12 anos. Cinemark 5 – 13h (3D/dub/somente sábado e domingo), 16h (3D/dub/diariamente), 19h10, 22h (3D/dub/exceto quarta-feira), Cinemark 7 – 11h (dub/somente sábado e domingo), 14h10, 17h15, 20h10 (dub/diariamente), Cinemark 8 – 12h (dub/somente sábado e domingo), 14h50, 17h50, 21h (dub/diairiamente); Cinépolis Millennium 1 – 13h, 19h (3D/dub/diariamente), 16h, 22h (3D/leg/diariamente); Cinépolis Millennium 4 – 12h, 15h, 18h10, 21h (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 8 – 14h, 16h50, 19h40, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 1 – 12h45, 15h45, 18h45, 21h45 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 2 – 16h15, 19h15 (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 4 – 13h45, 16h45, 19h45, 22h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 18h25 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 2 – 14h10, 21h (dub/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 5 – 13h, 19h (3D/dub/diariamente), 16h, 22h (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 8 – 13h30, 19h30 (dub/diariamente), 16h30, 22h30 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 9 – 18h30 (dub/diariamente), 21h30 (leg/diariamente); Kinoplex 1 – 14h20 (dub/diariamente), Kinoplex 5 – 15h45, 18h30, 21h15 (3D/dub/diariamente), 13 (dub/somente sábado e domingo); Playarte 1 – 12h30 (3D/dub/diariamente), 17h40h (3D/leg/diariamente), Playarte 3 – 13h20, 15h55, 18h30, 21h05 (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sábado e domingo), Playarte 4 – 18h31, 21h06 (dub/diariamente), 23h41 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Juntos e Misturados: EUA. 10 anos. Cinemark 8 – 23h30 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 6 – 13h30, 16h10, 18h50, 21h30 (leg/diaria-mente); Cinépolis Plaza 3 – 14h, 17h45, 20h50 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 3 – 13h10, 16h10, 20h (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 6 – 14h30, 20h45 (dub/diariamente), 17h15 (leg/diariamente); Kinoplex 4 – 18h25 (dub/diariamente); Playarte 5 – 13h40, 16h, 18h20, 20h50 (dub/diariamente).

Aviões 2 – Heróis do Fogo ao Resgate: EUA. Livre. Cinépolis Millen-nium 2 – 13h20, 15h30, 18h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 13h, 18h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 9 – 14h, 16h15 (dub/diariamente).

Transformers - A Era da Extinção: EUA. 12 anos. Cinemark 3 – 16h30, 20h (dub/diariamente), 23h40 (dub/somente sábado); Cinépolis Millennium 2 – 20h (leg/diariamente), Cinépolis Millennium 3 – 13h45, 17h15 (3D/dub/dia-

riamente), 20h45 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Millennium 5 – 14h45, 18h15, 21h45 (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 2 – 12h50, 22h (3D/dub/diariamente), Cinépolis Plaza 5 – 13h40, 17h, 20h40 (dub/diariamente), Cinépolis Plaza 6 – 15h, 19h, 22h20 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 22h25 (3D/dub/diaria-mente), Cinépolis Ponta Negra 2 – 17h20 (leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 4 – 18h45 (3D/dub/diariamente), 15h, 22h15 (3D/leg/diariamente), Cinépolis Ponta Negra 7 – 14h15, 21h45 (dub/diariamente), 17h45 (leg/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 13h15, 15h45 (dub/diariamente); Kinoplex 1 – 17h, 20h25 (dub/diariamente).

Como Treinar o seu Dragão 2: EUA. Livre. Cinemark 3 – 13h50 (dub/diaria-mente); Cinépolis Millennium 7 – 14h30, 17h (dub/diariamente); Cinépolis Plaza 7 – 15h50, 21h (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 1 – 15h10 (dub/diariamente); Playarte 4 – 14h10, 16h20 (dub/diariamente), Playarte 9 – 12h40, 14h50, 17h, 19h10, 21h20 (dub/diariamente), 23h30 (dub/somente sexta-feira e sábado).

A Culpa é das Estrelas: EUA. 12 anos. Cinépolis Millennium 7 – 19h30, 22h20 (leg/diariamente); Cinépolis Plaza 8 – 14h30, 17h30, 20h30 (dub/diariamente); Cinépolis Ponta Negra 10 – 18h15 (dub/diariamente), 21h15 (leg/diariamente); Playarte 10 – 13h15, 15h50, 18h25, 21h (dub/diariamente), 23h35 (dub/somente sexta-feira e sábado).

Os Homens São de Marte... E é Pra Lá Que Eu Vou: BRA. 14 anos. Playarte 8 – 12h35, 14h45, 16h55, 19h05, 21h15 (diariamente), 23h25 (somente sexta-feira e sábado).

X-Men – Dias de um Futuro Esquecido: EUA. 12 anos. Playarte 2 – 12h50, 15h20, 17h50, 20h30 (dub/diariamente), 23h (dub/somente sexta-feira e sábado).

Vestido pra Casar: BRA. 12 anos. Fernando (Leandro Hassum) acredita que uma mentirinha não faz mal a ninguém. Será? de mentira em mentira, ele transforma o dia do seu casamento numa série de confusões que envolvem sua ex-mulher, sua noiva, o sogro, o primo saidinho, um estilista, uma socialite deslumbrada, policiais e seguranças nada seguros, e um senador ciumento com sua mulher infi el. “Vestido pra Casar” é uma comédia de muitos erros que só se resolvem quando a verdade vem à tona, poucas horas antes do momento do “sim”. Cinemark 2 – 11h50 (somente sábado e do-mingo), 14h20, 16h40, 19h20, 21h50 (diariamente), 0h10 (somente sábado), Cinemark 6 – 13h10 (somente sábado e domingo), 15h45, 19h20, 20h45 (diariamente), 23h20 (somente sábado); Kinoplex 2 – 14h10, 16h30, 18h50, 21h10 (diariamente).

ESTREIA

4h55 Santa Missa5h55 Amazônia Rural 6h25 Pequenas empresas, Grandes Negócios 7h Globo Rural

7h55 Auto Esporte8h30 Esporte Espetacular (Grand Prix - Brasil X Eua)11h30 Esquenta12h50 Temperatura Máxima - A Montanha Enfeitiçada15h Campeonato Brasileiro – Atlético Pr X Botafogo17h domingão do Faustão20h Fantástico22h25 24 Horas 23h40 domingo Maior - A Chamada1h13 Sessão de Gala - Onde Os Fracos Não Têm Vez3h01 Corujão - Kickboxer - O desafi o do Dragão4h38 Série

9h30 Popeye9h45 Informercial – Polishop10h15 Power Rangers – Zeo10h45 Verdade E Vida11h Irmão Caminhoneiro – Boletim11h05 Pé na Estrada13h30 Só Risos12h30 Band Esporte Clube14h Gol - O Grande Momento do Futebol14h30 Campeonato Brasileiro - Atlético-pr X Botafogo16h50 3º Tempo 19h Só Risos20h Top 2021h Pânico na Band0h Canal Livre1h Alex deneriaz1h35 Show Business2h25 Popeye3h Igreja Universal

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D7PlateiaMANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

Jander [email protected] - www.jandervieira.com.br

Como tudo na vida real não é fácil, aos pou-cos a Prefeitura de Manaus vem vencendo a dura luta para limpar o centro de Manaus do comércio ambulante que suja as ruas e obstrui as calçadas. Agora chegou a vez da

rua Henrique Martins começar a voltar ao que era antes. A via, que é uma das mais estreitas da área central, era quase intrafegável tanto por pedestres quanto por veículos. Agora está

finalmente limpa aos olhos do morador de Manaus e dos visitantes que vêm à maior metrópole da Amazônia para conhecer um pouco de sua história. Pontos para a atual gestão de PMM.

Vencendo a batalha

Na verdade, limpar o centro de Manaus e efetivamente criar um projeto de recuperação para a área portuária é uma urgência. Afi nal, Manaus fez bonito e calou a boca de muitos críticos que não apostaram que a cidade faria uma Copa do Mun-do exemplar. Não só deu conta do recado como fi gurou como melhor sede da primeira fase do mundial. Bem cotada entre os turistas na-cionais e estrangeiros, a capital do Amazonas tem que correr para fi car a altura do burburinho que causou por-que muitos visitantes prometeram voltar e os que não vieram a querem conhecer. Então mãos a obra. Sim-ples as-sim.

Limpar é preciso

Vai começar a propaganda partidária obrigatória no rádio e na televisão. É chegada a hora de nós, humildes e pe-nalizados eleitores termos que conviver com uma centena de candidatos que vão desde os mais sérios às verdadeiras fi guras folclóricas. Tem gente que vem com remo e canoa, outros com frases de efeito sem efeito nenhum. Uns com apelidos que são um verdadeiro horror! Enfi m, vale tudo para nos encantar. Fazer o quê? É o preço da democracia não é mesmo? Oremos...

Políticos na TV

Tudo bem, Manaus foi destaque nacional e mundial por sua apaixonada torcida que resolveu enfeitar as ruas de inúmeros bairros da capital amazonense de verde-amarelo. As centenas de fi tas nas cores da ban-deira brasileira fi zeram a beleza de uma Copa que a seleção brasi-leira fez questão de estragar naquele fatídico 7 x 1. Pas-sada a decepção, já é hora dos moradores retirarem as fi tas que com o passar do tempo estão descolorindo, apodrecen-do e sujando as ruas. Além de emporcalhar a cidade, as fi tas também podem comprometer a segurança de inúmeros imóveis já que estão muito próximas das linhas de alta tensão. Fica a dica.

Quem vai tirar?

Anne Deneriaz Cardoso e Ademar Lopes estão trocando de idade hoje. Os cumprimentos da coluna.

A Fieam lançou, durante a reu-nião de diretoria, na sede da Joaquim Nabuco, o livro “Moysés Israel”, da jornalista-historiadora Etelvina Garcia. Em tons biográ-fi cos, o livro cobre a trajetória pessoal e empresarial do decano da federação, o empresário Moy-sesBenarros Israel.

Sâmia Nunes Cardoso ganhou festim intimista da mamma Dirce pelo seu niver no meio da semana.

Os amantes do jiu-jítsu já podem ir se preparando para as lutas acir-radas no tatame que irão acontecer hoje, no ginásio Ninimberg Guerra, o “Bergão”, no São Jorge, onde será realizada a 27ª edição da Copa Osvaldo Alves de Jiu-Jítsu.

Referência no cenário do stand-up-comedy nacional, Léo Lins apresenta seu solo “Piadas Secretas”. Quan-do? No próximo dia 17, às 19h, no Teatro Manauara.

Hoje, o GACC-AM pilota o lançamento da campanha McDia Feliz 2014 com um café da manhã na Casa de Festas e Eventos Rubi, a partir das 8h.

Com direito a solenidade concorrida, a querida juíza Lúcia Viana vai receber a comenda da Ordem do Mérito Judiciário concedido pelo TRT, no próximo dia 15, às 18h, no Teatro Amazonas.

A coluna entra hoje de férias, merecidas por sinal, e retorna no final do mês. Santo agosto!

Sala de Espera

Como tudo na vida real não é fácil, aos pou-cos a Prefeitura de Manaus vem vencendo a dura luta para limpar o centro de Manaus do comércio ambulante que suja as ruas e obstrui as calçadas. Agora chegou a vez da

rua Henrique Martins começar a voltar ao que era antes. A via, que é uma das mais estreitas da área central, era quase intrafegável tanto por pedestres quanto por veículos. Agora está

finalmente limpa aos olhos do morador de Manaus e dos visitantes que vêm à maior metrópole da Amazônia para conhecer um pouco de sua história. Pontos para a atual

Vencendo a batalha

que muitos visitantes prometeram voltar e os que não vieram a querem conhecer. Então mãos a obra. Sim-ples as-sim.

Sâmia Nunes Cardoso ganhou festim intimista da mamma Dirce pelo seu

Os amantes do jiu-jítsu já podem ir se preparando para as lutas acir-radas no tatame que irão acontecer hoje, no ginásio Ninimberg Guerra, o “Bergão”, no São Jorge, onde será realizada a 27ª edição da Copa

Referência no cenário do stand-up-comedy nacional, Léo Lins apresenta seu solo “Piadas Secretas”. Quan-do? No próximo dia 17, às 19h,

Hoje, o GACC-AM pilota o lançamento da campanha McDia Feliz 2014 com um café da manhã na Casa de Festas e Eventos Rubi,

Com direito a solenidade concorrida, a querida juíza Lúcia Viana vai receber a

D7PlateiaTudo bem, Manaus

foi destaque nacional e mundial por sua apaixonada torcida que resolveu enfeitar as ruas de inúmeros bairros da capital amazonense de verde-amarelo. As centenas de fi tas nas cores da ban-deira brasileira fi zeram a beleza de uma Copa que a seleção brasi-leira fez questão de estragar naquele fatídico 7 x 1. Pas-sada a decepção, já é hora dos moradores retirarem as fi tas que com o passar do tempo estão descolorindo, apodrecen-do e sujando as ruas. Além de emporcalhar a cidade, as fi tas também podem comprometer a segurança de inúmeros imóveis já que estão muito próximas das linhas de alta tensão.

Quem vai tirar?

Hamilcar Silva com a sua Eliane Schnei-der em momento de puro carinho nos domínios de festim no Saint Moritz

As lindas Claudia Bernardino e Adli-nez Moreno conferindo as novidades

da badalada Zen Maison

A competen-te advoga-da Mônica Bonfi m em dia de fes-ta-alegria-

diversão no Tropical

Hotel

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Page 40: EM TEMPO - 10 de agosto de 2014

D8 Plateia MANAUS, DOMINGO, 10 AGOSTO DE 2014

‘Boate Villa Mix’Casa noturna de Goiânia será o tema da festa do dia 4 de setembro, no Diamond Convention Center

Uma casa noturna onde o cartão de visita é a sofi stica-ção, o alto astral e o

melhor da música sertaneja. A Boate Villa Mix, com unidades nos Estados de São Paulo, Goiânia e Brasília, atende a proposta de ser um ambiente exclusivo para um público que procura entretenimento com qualidade e requinte. No co-mando da boate está a dupla sertaneja Jorge & Mateus. E com eles, empresários conhe-cidos por adminstrar casas

nortunas e a carreiras de al-guns artistas sertanejos.

A casa conceito é o ponto de encontro entre celebridades, artistas, músicos e pessoas da alta sociedade, num es-paço exclusivo e privilegiado para aqueles que priorizam um bom atendimento.

A marca “Boate Villa Mix” foi pensada como um espaço sofi sticado e inspirado em tendências de renomados clubes internacionais. Cama-rotes com luxo, ambientes privativos, área para fuman-

tes, uma infraestrutura com-pleta e de primeira linha são itens indispensáveis.

Em Manaus, esta propos-ta entra em prática com a festa “Uma Noite na Boate Villa Mix”. Promovida pela Fábrica de Eventos, a noite dedicada ao ritmo sertanejo será realizada no Diamond Convention Center, no dia 4 de setembro, véspera de feriado. O fenômeno do ser-tanejo universitário Gust-tavo Lima será a atração principal do evento.

A festa com os moldes da boate contará com uma área exclusiva denominada Ca-marote da Balada. Um lugar com vista provilegiada do artista, open bar até às 3h e acesso diferenciado.

A proprietária da Fábrica de Eventos, Bete Dezembro, destaca que a empresa preza pela realização de entreteni-mentos de qualidade e satis-fação do público.

Novo álbum A escolha pela atração na-

cional atende a mesma “pega-da” do evento. Gustavo Lima chega a capital amazonense para divulgar o seu novo tra-balho, intitulado “Do Outro Lado da Moeda”.

O CD traz músicas inéditas como “Tô Solto na Night” e o hit “Diz Pra Mim”, versão da música “Just Give Me a Reason”, da cantora norte-americana Pink, que já é sucesso nas rádios de todo o Brasil e contabiliza mais de 23 milhões de visualizações no YouTube.

SERVIÇOUMA NOITE NA BOATE VILLA MIX

Quando:

Onde:

Quanto:

Pontos de Venda:

Camarote da Balada Open

Bar:

Pontos de Venda:

4 de setembro, véspera de feriadoDiamond Conven-tion CenterPista: 1º lote R$ 70 (3x no cartão de R$ 23,33)Óticas Veja, Bar Chopp Brahma, Rommanel (Ama-zonas Shopping e Shopping Ponta Negra), Sinhazi-nha.com, Mind’s, stand da Fábrica de Eventos no Amazonas Shopping e loja da Fábrica de Even-tos no Shopping Cidade LesteR$ 150 (3x no cartão) Open Bar de vodka, cerveja, whisky 8 anos, água, refrigerante e chopp Brahma até às 3h da manhãStand da Fábrica de Eventos no Amazonas Shopping e loja da Fábrica de Even-tos no Shopping Cidade Leste

Festa celebra

A Boate Villa Mix é voltada para eventos de música sertaneja e possui unidades nos Estados de São Paulo, Goiânia e Brasília

DIVULGAÇ

ÃO

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