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TEMPO EM MANAUS FALE COM A GENTE - ANÚNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700 ESTA EDIÇÃO CONTÉM - ÚLTIMA HORA, OPINIÃO, ECONOMIA, PAÍS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PÓDIO, ELENCO, CURUMIM E IMÓVEIS&DECOR. MÍN.: 26 MÁX.: 33 Ariaú Amazon Tower, que um dia já foi considerado o maior hotel de selva da Amazônia, está praticamente abandonado, atolado em dívidas e numa briga judicial envolvendo os herdeiros do empresário Ritta Bernardino, que idealizou o ousado projeto. Com uma dívida milionária com a Petrobras Distribuidora que chega a R$ 1,5 milhão, o complexo turístico já foi a leilão duas vezes pelo Tribunal de Justiça do Amazonas (Tjam), no valor de R$ 26 milhões, mas não apareceu comprador. Enquanto os problemas se acumulam, o hotel apodrece, com passarelas desabando, torres desativadas e estrutura comprometida pela falta de manutenção. Dia a dia C4 e C5 PREÇO DESTA EDIÇÃO R$ 3,00 O JORNAL QUE VOCÊ LÊ ANO XXVIII N.º 9.115 DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016 PRESIDENTE: OTÁVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOÃO BOSCO ARAÚJO Conforme a Associação das Empresas do Mercado Imobiliário do Ama- zonas (Ademi), o número de distratos de imóveis em 2010 e 2011 era de 11%, hoje esse percentual chega a 25% em Manaus. Economia B4 e B5 Construção civil vive cenário desfavorável emtempo.com.br O fim do Ariaú Além de ressaltar a beleza e o amor pela dança, a sua revista Elenco está recheada de dicas de beleza, saúde, bem-estar, entretenimento e dicas de viagem. O indiozinho Curumim vira marca e acaba de lançar a sua coleção de camisetas, comer- cializadas pela internet. Elenco Curumim A torre nº 1 do Ariaú, que exibia bandeiras de todos os países, hoje ganhou aspecto de favela, com roupas estendidas, e em breve será demolida. No detalhe, o complexo hoteleiro na década de 1980 EM TEMPO EXPECTATIVAS Grupo Raman Neves de Co- municação (GRN) traz na edição de hoje as páginas impregna- das com citronela (repelente) para incentivar no combate ao Aedes aegypti. Dia a dia C7 O EM TEMPO conversou com especialistas para traçar quais são esses desafios do governo interino e o que Temer poderá fa- zer para superá-los. Política A5 Edição especial para mobilizar a população O que Temer reserva aos brasileiros? RICARDO OLIVEIRA DIEGO JANATÃ RICARDO OLIVEIRA Número de desempregados na construção civil aumentou com a desaceleração

EM TEMPO - 15 de maio de 2016

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EM TEMPO - Caderno principal do jornal Amazonas EM TEMPO

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    TEMPO EM MANAUSFALE COM A GENTE - ANNCIOS CLASSITEMPO, ASSINATURA, ATENDIMENTO AO LEITOR E ASSINANTES: 92 3211-3700ESTA EDIO CONTM - LTIMA HORA, OPINIO, ECONOMIA, PAS, MUNDO, DIA A DIA, PLATEIA, PDIO, ELENCO, CURUMIM E IMVEIS&DECOR. MN.: 26MX.: 33

    Aria Amazon Tower, que um dia j foi considerado o maior hotel de selva da Amaznia, est praticamente abandonado, atolado em dvidas e numa briga judicial envolvendo os herdeiros do empresrio Ritta Bernardino, que idealizou o ousado projeto. Com uma dvida milionria com a Petrobras Distribuidora que chega a R$ 1,5 milho, o complexo turstico j foi a leilo duas vezes pelo Tribunal de Justia do Amazonas (Tjam), no valor de R$ 26 milhes, mas no apareceu comprador. Enquanto os problemas se acumulam, o hotel apodrece, com passarelas desabando, torres desativadas e estrutura comprometida pela falta de manuteno. Dia a dia C4 e C5

    PREO DESTA EDIO

    R$

    3,00O JORNAL QUE VOC L

    ANO XXVIII N. 9.115 DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016 PRESIDENTE: OTVIO RAMAN NEVES DIRETOR EXECUTIVO: JOO BOSCO ARAJO

    Conforme a Associao das Empresas do Mercado Imobilirio do Ama-zonas (Ademi), o nmero de distratos de imveis em 2010 e 2011 era de 11%, hoje esse percentual chega a 25% em Manaus. Economia B4 e B5

    Construo civil vive cenrio desfavorvel

    emtempo.com.br

    O fi m do Aria

    Alm de ressaltar a beleza e o amor pela dana, a sua revista Elenco est recheada de dicas de beleza, sade, bem-estar, entretenimento e dicas de viagem.

    O indiozinho Curumim vira marca e acaba de lanar a sua coleo de camisetas, comer-

    cializadas pela internet.

    Elenco

    Curumim

    A torre n 1 do Aria, que exibia bandeiras de todos os pases, hoje ganhou aspecto de favela, com roupas estendidas, e em breve ser demolida. No detalhe, o complexo hoteleiro na dcada de 1980

    EM TEMPO

    EXPECTATIVAS

    Grupo Raman Neves de Co-municao (GRN) traz na edio de hoje as pginas impregna-das com citronela (repelente) para incentivar no combate ao Aedes aegypti. Dia a dia C7

    O EM TEMPO conversou com especialistas para traar quais so esses desafi os do governo interino e o que Temer poder fa-zer para super-los. Poltica A5

    Edio especial para mobilizar a populao

    O que Temer reserva aos brasileiros?

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    Nmero de desempregados na construo civil aumentou com a desacelerao

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A2 Ultima horaUltima hora

    Corpo do pequeno Andr Pereira ainda est na pedra do IML espera de ser liberado para enterrar

    Localizado no bairro So Jos, a Global Green parou 70% da frota deixando os usurios irritados

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    Rede DB inaugura nova loja com 3 mil empregosEstabelecimento fi ca na avenida Tancredo Neves, bairro Parque 10, Zona Centro-Sul, e faz parte do projeto de expanso do empreendimento na capital. At o fi m deste ano sero mais duas unidades

    Com a gerao de 3 mil empregos, sendo mil diretos e 2 mil indiretos, a rede de supermercados DB inaugurou ontem pela manh mais uma das 21 unidades do estabe-lecimento, localizado na ave-nida Tancredo Neves, bairro Parque 10, Zona Centro-Sul de Manaus. A loja fi car aber-ta de 8h meia-noite do prximo sbado (21).De acordo com o Gerente

    de Marketing, Guto Corbett, a expanso do empreendimen-to faz parte do cronograma do grupo e, frisou que, desde que a crise se instalou no pas nenhum funcionrio foi demitido. E, at o fi nal do ano, com a inaugurao de mais duas unidades na Ca-choeirinha e na Ponta Negra, vamos seguir contratando e apostando. Apesar da situ-ao difcil que o pas est passando com a crise econ-mica, estamos buscando nos qualifi car para espantar essa situao, afi rmou.Considerada a melhor loja

    do grupo, segundo Corbett, a expectativa dessa inaugu-rao oferecer condies

    especiais aos clientes tanto no preo quanto na estrutura. A loja que tnhamos era muito pequena, quando percebemos que era bem localizada, re-solvemos investir, oferecendo alm do conforto menor pre-o, acrescentou.

    Foco na capitalMesmo com projetos de ex-

    panso do negcio, Corbett ressaltou que no h, ainda, nenhum projeto de levar a loja para o interior do Estado, haja vista que o foco est na expanso de novas unidades na capital. At o momento no temos projeto para ex-panso no interior, ns s estamos ainda com projetos dentro da cidade de Manaus, mas futuramente estaremos com essa proposta, afi rmou.A loja inaugurada, neste

    sbado, possui uma rea de compra de 10 mil metros qua-drados, com 2 mil metros de loja, cem vagas de estacio-namento e um projeto com inovaes tecnolgicas.O grupo DB possui um total

    de 23 unidades da rede, sendo 21 em Manaus, uma em Boa Vista (RR) e outra em Porto Velho (RO). O Grupo DB teve incio em 1982, como uma empresa do ramo atacadista.

    ANDR PEREIRA

    Dezenove dias depois de ser encontrado no igarap do Mindu, no bairro Par-que 10, Zona Centro-Sul, o corpo de Andr Pereira Cresceno, 6, continua no Instituto Mdico Legal (IML) espera da liberao para o enterro. De acordo com um funcionrio do IML, que preferiu no se identifi car, a famlia que criou o garoto, chegou a conseguir toda a documentao no cartrio, no entanto no tem validade devido a falta do exame de DNA que possa comprovar que a criana fi lho da moradora de rua que foi apresentada como me.O sangue da mulher que

    se identifi cou como me do menino j foi colhido e estamos esperando para coletar o material gentico dele e confrontar. A demora

    ocorre porque o corpo do Andr est em estado de putrefao e s podere-mos fazer o exame com o DNA retirado do osso. Mas para isso preciso todo

    um processo cuidadoso, o que acaba demorando um pouco, explicou.A reportagem esteve na

    casa do pai adotivo de An-dr, situada na rua Perime-tral 4, do bairro Amazonino

    Mendes, Zona Leste, mas o autnomo Davison Lcio Pereira, 31, no estava no local. Segundo vizinhos, ele teria sado com a esposa e s chegaria no fi nal do dia. Os vizinhos confi rmaram que o corpo da criana con-tinua no IML e se revoltam com a demora na liberao do corpo. A criana deveria ter um enterro digno, mas no vai ter. Infelizmente essa demora vem tirando o sossego da famlia do meni-no, comentou um morador que no quis revelar o nome.O morador reclamou, que

    aps o acidente, a prefeitura enviou uma equipe para tapar o bueiro, porm o servio esta-ria errado, na viso dos mora-dores. Vieram aqui e taparam o bueiro de qualquer maneira. Da forma que deixaram a, vai chegar ao ponto que ele vai romper essa tampa e quem sabe causar outro acidente.

    Corpo da criana ainda est no IML

    Com 10 mil metros quadrados de compra, o novo estabelecimento do DB fi ca localizado no bairro Parque 10IONE MORE

    NO

    LINDIVAN VILAAEM TEMPO ONLINE

    MICHELE FREITAS

    ESPERA

    O corpo de Andr Pereira ainda est no IML espera da liberao para que possa ser enterrado. Falta fazer um exame de DNA para compro-var que ele fi lho da moradora de rua que disse ser sua me

    A empresa do transpor-te coletivo Global Green, que atende a Zona Leste de Manaus, paralisou parte da frota na manh de on-tem, deixando paradas lota-das. De acordo com alguns trabalhadores da empresa, que pediram anonimato, pelo menos 40% da frota no saiu da garagem. O motivo alegado por eles a falta de negociao do dissdio coletivo da categoria.No fomos os nicos a pa-

    ralisarem, todas as empresas de transporte coletivo esto rodando s com 70% da frota. No tem negociao em relao a nosso dissdio e nem melhorias no trabalho, por isso foi tomada essa deciso, disse um motorista que no quis falar o nome.A vendedora Ana Rita Mar-

    tins, 28, contou que estava esperando o coletivo h mais de meia hora na parada situa-da em frente ao UAI Shopping So Jos, no bairro homni-

    mo, Zona Leste, para ir traba-lhar. Ela disse que no sabia da paralisao do transporte e fi cou sabendo por outros usurios que comentaram

    na parada de nibus. Os motoristas poderiam pelo menos ter divulgado a pa-ralisao, porque acredito que a populao no estava sabendo. Os nibus demo-ram todos os dias e hoje (ontem) piorou, reclamou.No Terminal 5 na Zona

    Leste, a situao no era diferente. Os usurios do transporte reclamaram da demora nos nibus e tam-bm disseram que foram informados da paralisao somente ao chegar dentro de T5. No foi divulgado nada, ouvi aqui numa rdio que estava acontecendo uma paralizao de 40% da fro-ta. Os rodovirios deveriam punir os empresrios e no a populao, criticou a dia-rista Maria Antnia da Silva, 47. (MF)

    RODOVIRIOS

    Global Green paralisa 40% da frota

    SINETRAN

    Por meio de nota, o Sinetran afi rmou que o Sindicato dos Rodovirios parali-sou 70% da frota de dez empresas e em, algumas teve ato de vandalismo nos ve-culos. O caso ser levado Justia

    Homem morto a tirosO ex-presidirio Jos

    Carlos Bruce, 33, foi executado a tiros em um salo de beleza no municpio de Presiden-te Figueiredo (distante a 117 quilmetros de Manaus). Segundo in-formaes da Polcia Militar, a vtima estaria cortando o cabelo, por volta de 18h da ltima sexta-feira, quando um homem, ainda no iden-tifi cado, se aproximou e efetuou os disparos.A polcia tambm in-

    formou que, ao adentrar no local, o suspeito afas-tou o cabelereiro, puxou um revlver e desferiu trs tiros na nuca da vtima. Aps efetuar os disparos, o suspeito fu-giu do local em uma motocicleta vermelha, juntamente com outro homem. A vtima no resistiu aos ferimentos e morreu no local.

    ForagidosAt o momento, ne-

    nhum dos envolvidos no crime foi iden-tificado. Eles ainda seguem foragidos.A polcia acredita que o

    motivo da execuo teria sido um acerto de con-tas pelo trfi co, venda e ocupao de territrio por causa do comrcio de drogas no municpio.

    INTERIOR

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A3OpinioOpinio

    Depois de patinar na pegadinha do golpe, viralizada dentro e fora do pas pelo ncleo de marketing poltico do governo Dilma Rousseff , a grande imprensa estrangeira concluiu, neste fi m de semana, que o Brasil, na verdade, se meteu em uma terrvel confuso, como interpretou o jornal britnico The Guardian, para quem o sistema poltico quem deveria estar sendo julgado, no uma mulher. O jornal no percebe que a terrvel confuso, que parece no ter sada, se d dentro desse sistema poltico que dois grupos disputam alter-nando-se na governana, base de uma misria tica, que corrompeu toda a base social.No percebe, no pela distncia ocenica se ainda se pode falar nesses termos mas

    pela conceituao do problema que no admite mais observar, no caso brasileiro, quais so os interesses que esto em jogo (defi nitivamente, no uma mulher). No uma questo tica nem moral, muito menos uma questo de gnero. Nas novelas policiais, os detetives tm uma frmula para desvendar o mistrio: siga o dinheiro. Nos dois grupos, o de Lula-Dilma e o de Temer (mais o PSDB e Cia. Ltda.), esto os alvos da Operao Lava Jato e no surpreender a ningum que eles sejam recolhidos sua condio de condenados. O prprio conceito de conquista social fica sob suspeita quando se atualiza que os

    seus produtos foram, na realidade, concesses (bolsa famlia etc.) sadas de uma pro-posta de governo que institucionalizou e castrou as foras sociais capazes de produzir essas conquistas. , de certa maneira, uma reprise da estratgia varguista vamos fazer, antes que o povo o faa que sempre deu bons resultados, no importando qual o grupo poltico esteja no poder.A grande imprensa estrangeira j entendeu melhor de pases em desenvolvimento.

    E protagoniza uma terrvel confuso.

    Canoa furada

    Arthur tambm alertou Mi-chel para o fato de que, se ele perder a opinio pblica, vai

    ver o barco esvaziar. E quem sabe disse me-

    lhor do que todo mundo hoje a presidente Dilma Rous-seff, onde seus amigos mais queridos a abandonaram e os mais prestigiados, inclusive.

    Mandou bem

    Virglio entende que Michel acertou no ministro das Re-laes Exteriores. Jos Serra um homem preparado para esse desafio. E acertou muito for-

    temente na dupla Henrique Meirelles para a Fazenda e Ilan Goldfajn para o Banco Central.

    Dupla dinmica

    Para o prefeito, os dois so pessoas que inspiram con-fiana no mercado, passam a ideia de poltica sria, po-ltica consequente e poltica cientfica. Eles vo trabalhar com

    muitos acertos. Eu espero o melhor para o pas.

    Conta comigo

    No final do telefonema, Arthur disse ao presidente interino que ele pode contar com o apoio do prefeito de Manaus.Manaus precisa que o

    pas d certo. Tudo que es-tiver ao nosso alcance para fazer o governo dele ser bem sucedido, ns faremos.

    Virglio acredita que cada ao do presidente Temer significar que ns estamos avanando contra essa crise

    avassaladora que est a.

    Bom conselho

    Dizem que se conselho fos-se bom ningum dava.Mas, no Amazonas, a po-

    ltica anda cheia de bons conselheiros. Em seu discurso na sesso que botou a admis-sibilidade do impeachment, o senador Omar Aziz (PSDAM) tambm disse que aconse-lhou a presidente Dilma.

    Mas ela no deu ouvidos e deu no que deu.

    Ouvidos de mercador

    Omar afirmou que a presi-dente Dilma Rousseff errou ao no falar a verdade para a populao logo aps a eleio de 2014. Na opinio do senador, se

    a presidente tivesse sido ho-nesta com a populao sobre a situao financeira do pas naquele momento, no es-taria enfrentando toda essa crise neste momento. O povo bom, o povo

    compreensivo, teria entendi-do afirmou.

    Recado ao presidente

    Omar mandou tambm um recado ao vice-presidente Michel Temer: para escolher um ministrio tcnico e no ceder s presses de partidos aliados. Estou preocupado por-

    que tudo parece que con-tinuar do mesmo jeito no governo.

    Semblante carregado

    O que mais chamou a aten-o durante o discurso da presidente Dilma para os manifestantes que aguarda-

    vam em frente ao Palcio do Planalto, na manh de quinta-feira, foi o semblante do ex-presidente.

    Dias difceis

    Ex-ministro no empossa-do da Casa Civil, Lula manteve um olhar distante e deslizan-do a mo no cavanhaque e bigode durante todo o evento. Lula parecia estar pre-

    vendo dias de desafios e dificuldades.

    Como ser o amanh

    Talvez Lula estivesse at pensando que, de fato, o PT acabou. Ou o que lhe reser-varia o futuro: a presidncia ou o frio de Curitiba?

    Fera ferida

    O programa Roda Viva en-trevista nesta segunda-feira (16/5), ao vivo, o ex-senador Delcdio do Amaral. No programa, que vai ao

    ar na TV Cultura, a partir das 22h, ele falar sobre a opera-o Lava Jato, a crise poltica no pas e as perspectivas do governo Michel Temer.

    Nitroglicerina pura

    Por indicao da presi-dente Dilma Rousseff, foi lder do governo no Senado e no Congresso Nacional, em 2015. Na ltima tera-feira

    (10/5), Delcdio teve o man-dato cassado pelo plenrio do Senado, por quebra de decoro parlamentar.

    Do jeito que est magoa-do, Delcdio vai falar at o que no contou na delao premiada. Vai ser nitrogli-cerina pura!

    Arthur Virglio (PSDB) disse ao CONTEXTO que conversou longamente com o pre-sidente Michel Temer, ao telefone, ontem.Na conversa, o prefeito de Manaus externou sua posio de que ele precisa se

    preocupar menos com os partidos polticos e com esses acordos parlamentares. Falei isso em cima da tese de que, se ele ganhar a opinio pblica, ter sempre

    uma boa base parlamentar , revelou o tucano.

    O pitaco de Arthur para Temer

    Uma terrvel confuso [email protected] | [email protected]

    3090-1017/8115-1149

    VAIAS APLAUSOS

    Para o ministrio anunciado pelo presi-dente interino, Michel Temer (PMDB). Alm de no ter nomeado nenhuma mulher, nem representante da populao negra do pas, o novo governo recheado de investiga-dos pela Justia e at mesmo condenados por crimes como improbidade administra-tiva e desvio de recursos pblicos.

    ABR

    Para Slvio Santos que, aos 85 anos, foi eleito o homem mais admirado do Brasil em 2016. o que revela uma pesquisa do site britnico YouGov feita em 30 pases que perguntou: Pensando em pessoas vivas no mundo de hoje, que [homem ou mulher] voc mais admira?. O apresentador e dono do SBT liderou o ranking com 11,8% dos votos, seguido pelo ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, com 8,8% dos votos.

    DIVULGAO

    [email protected]

    Joo Bosco Arajo

    Diretor Executivo do Amazonas EM TEMPOAfi nal, tornou-se realidade o

    afastamento de Dilma Rousseff e a vacncia do cargo de presidente, por ora temporria, mas com maior probabilidade de permanente. Assim ocorrido, assume Michel Temer, at quinta-feira vice-presidente, para completar o mandato a se estender por mais dois anos. Redundar na ascenso formal do PMDB ao poder, h muito aspirado, assediado e cor-tejado sem nenhum pudor.Esse PMDB, quando ainda MDB,

    foi na verdade uma frente ampla, a abrigar polticos em geral, com as mais variadas e at confl itantes vertentes ideolgicas, porque apenas uma bandeira levantava e essa podia caber em qualquer mo, pois s trazia em si o lema da ao e da luta pela redemocratizao e pela reinstituio do modelo republicano.Nesse MDB, que depois literal-

    mente transfi gurou-se, no apenas em sua sigla, mas tambm em sua nuclear constituio, coexistiram autnticos polticos portadores dos ideais republicanos, como o foram o insubstituvel Ulisses Guimares e outros notveis como Tancredo Neves, Franco Montoro, Mrio Covas, Fernando Henrique Cardoso.Mas que ningum se iluda. O PMDB

    de hoje, esse que vai governar o pas, no tem absolutamente nada a ver com aquele, que foi apenas uma se-mente que no germinou, ou melhor, que degenerou e produziu, por meta-morfose, um partido poltico que no se defi ne por uma ideologia e muito menos por um ideal, mas apenas encarna, com extremamente raras excees, a sede de poder, no como seria natural em uma agremiao poltica, mas como via para atingir vantagens e benesses pessoais, por vezes familiares ou grupais.Cada vez mais raros, vo minguando

    as originais fi guras de polticos que ainda restavam ao partido. H pouco

    tempo retirou-se o ntegro e lcido Pedro Simon e, de memria, ainda identifi co o deputado federal Jarbas Vasconcelos como um estranho fan-tasma a vagar num ambiente que j no condiz com o que ele . O senhor Michel Temer, embora

    ainda livre de qualquer indiciamento, um poltico que tem sido envolvido em suspeitas e que, compatvel com o fi siologismo poltico to prprio do partido, aceitou uma Vice-Presidncia dentro do governo de um partido com o qual no compartilhava ideologica-mente e de cujas mazelas e estrupcios certamente tinha conhecimento.Mas mesmo assim que caminha a

    humanidade. Temer no um apedeu-ta e, inclusive, goza da reputao de competente constitucionalista, alm da enorme bagagem que carrega como experincia poltica. Supe-se, pois, que tenha absoluta conscincia da gravidade da situao e do mo-mento em que se dispe a governar este pas que ora enfrenta e vive rara crise poltica e econmica. Nada dis-so, porm, vem a constituir garantia absoluta de confi abilidade em sua pessoa e em seu governo.A seu favor, est falando alto o modo

    como negociou com vrias vertentes polticas a constituio do que ser o seu ministrio. verdade que, pelo tipo de presidencialismo que cons-trumos, essa mlange pode apenas signifi car, de novo, a busca da tal go-vernabilidade para facilitar sua ao de gestor. Disso, Temer, ou qualquer governante, no ter como escapar, at que o bom senso instale algum tipo de parlamentarismo entre ns. Mas nos nomes prenunciados, d

    para identifi car algumas velhas e in-confi veis raposas, ao lado, porm, de algumas fi guras que nos trazem esperanas, como Jos Serra, Arm-nio Fraga, Henrique Meireles. Que as musas da Fortuna, da Efi cincia e da Honradez nos favoream agora.

    Nosso futuro [email protected]

    Joo Bosco Arajo

    Mas mesmo assim que caminha a humanidade. Temer no um apedeuta e, inclusi-ve, goza da reputao de competente constitucio-nalista, alm da enorme bagagem que carrega como experi-ncia poltica. Supe-se que tenha cons-cincia da gravidade do momento em que se dispe a governar este pas

    Editorial [email protected]

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A4 OpinioOpinio

    Dom Srgio Eduardo Castriani Arcebispo

    Metropolitano de Manaus

    Paineltempos de vice-presidente.

    Tem, mas acabou 2 Ao deixar o Planalto, Dilma levou consigo os cargos de maiores salrios, deixando Temer sem postos de alta remunerao para contratar sequer sua chefe de gabinete.

    Se joga, querida Ao defi nir a estrutura que seria usada por Dilma no Alvorada, Renan Calheiros no especifi cou o nmero mximo de funcio-nrios nem quantos cargos comissionados do alto esca-lo, os chamados DAS, ela teria direito.

    Roda mundo Marco Aurlio Garcia, ex-assessor especial de Dilma, fi car encarregado de comandar a reao inter-nacional ao impeachment. Um auxiliar diz que preciso reunir o apoio de naes menos bolivarianas.

    Oi, amigos! Um dos princi-pais alvos sero os pases do Brics Rssia, ndia, China e frica do Sul. Dilmistas no nutrem muita esperana de reverter a posio da Argenti-na, que tem se mantido neutra.

    Quem ri por ltimo Os vereadores de SP seguem dispostos a dar palavra fi -nal sobre o Uber. Apesar do decreto de Fernando Haddad ter regularizado o servio, as negociaes na Cmara seguem. Lei maior que decreto. Faremos a nossa, diz um lder.

    Todo mundo feliz A ideia manter o Uber funcionando, mas fazer um aceno aos ta-xistas, acatando algumas das reivindicaes.

    Publicado simultaneamente com o jornal Folha de S.Paulo

    O deputado Silvio Costa (PT do B-PE), um dos mais fervorosos defensores de Dil-ma Rousseff no processo de impeachment, falou certa vez no plenrio da Cmara, quando ainda era do PTB, que as mulheres dos parlamentares deveriam ter o direito de viajar com seus maridos com dinheiro do errio.A repercusso foi a pior possvel. Costa decidiu ento consultar o colega Armando Monteiro. Estou com medo de perder meus votos de opinio disse, visivelmente preocupado. Fique tranquilo, a gente no perde o que no tem rebateu o amigo.

    No se afobe, no

    TIROTEIO

    O programa de cultura do presidente provisrio Michel Temer um verdadeiro filme de terror de pssima qualidade.

    DO DEPUTADO CHICO DANGELO PTRJ, presidente da Comisso de Cultura da C-mara, sobre o fim do ministrio na gesto do interino.

    O centro, grupo poltico que definiu o impeachment de Dilma Rousseff na Cmara, j fala em retaliaes ao governo Michel Temer caso ele indique para a li-derana do governo na Casa um nome do DEM ou do PSDB. Se o Planalto insistir, os deputados prometem instituir a liderana da maioria para concorrer com a do governo, enviando uma clara mensagem de fra-gilidade ao Executivo, que vende dias de tranquilidade nas votaes de sua agenda econmica no Congresso.

    Diga ao povo Os par-tidos do centro, entre eles PP, PTB e PSC, esto inco-modados com o poder do DEM, que levou a Educao e acumulou a pasta da Cultura.

    Troca com troco Uma possibilidade de acordo chegou a ser aventada com a antiga oposio: um dos dois grupos assumiria a liderana do governo no Congresso, invertendo-se depois os papis. O acerto no vingou.

    Ningum se mexe O chanceler Jos Serra man-ter o embaixador Srgio Danese, secretrio-geral do Itamaraty, bem como os demais integrantes da equipe.

    Ningum se muda No Ministrio da Indstria, Comrcio e Servios, os secretrios foram avisa-dos de que todos na pasta permanecero, incluindo o secretrio-executivo, Fer-nando Furlan.

    Ningum se salva Pes-quisa do Ipsos mostra que a imagem da classe poltica est em frangalhos. Para

    86% dos entrevistados, fal-ta um poltico em que se possa confi ar, e 79% no se sentem representados por nenhum partido.

    No cho A confi ana nas instituies est abalada. Mais de 50% no confi am no Congresso, nos gover-nos municipal e estadual, nas eleies e nos sindica-tos. Metade no confi a no governo federal. S 20% no confi am nas Foras Armadas.

    No estou disposto Ao ser indagado sobre qual conselho daria a Temer, o ex-presidente Jos Sarney foi econmico: Conselho e gua benta s damos a quem pede.

    Vou precisar Dilma Rou-sseff pediu o Airbus presi-dencial a aeronave que usava quando estava no exerccio do cargo para ir a Porto Alegre, onde vivem fi lha e netos.

    Tem, mas acabou Mas a rea militar negou a solici-tao. A presidente afasta-da teve de visitar a famlia voando de Legacy, modelo usado por Michel Temer nos

    Na minha infncia, vivi em uma cidade onde as praas eram co-nhecidas, e at hoje so, como jardins. Havia o jardim da igreja, o da fonte, o da rodoviria, o da estao. Eram amplos, arboriza-dos e muito bem cuidados, com belssimos canteiros de fl ores e folhagens. Nestes jardins passei horas brincando, conversando, vi-vendo. Nos sbados e domingos se concentravam nestas praas as famlias, a juventude, as crianas para fazer o footing, que consistia simplesmente em andar ao redor da fonte iluminada ou da banda que tocava no coreto.Mais tarde conheci praas fa-

    mosas como a da S em So Pau-lo, onde vivi momentos histricos como o do comcio por eleies diretas em janeiro de oitenta e quatro. Tive o privilgio de viver alguns anos prximo praa de So Pedro to carregada de sentido para quem professa a f catlica. Sempre me impressionaram nas cidades espanholas a praa maior, majestosa e cercada pelos edifcios pblicos e por locais de comrcio. Espaos pblicos, as praas cres-cem e se tornam parques que po-dem ser sofi sticados e planejados tornando-se smbolos de grandes metrpoles como o parque do Ibi-rapuera, para fi carmos no Brasil. Parques so espaos pblicos

    democrticos e populares, onde se pode caminhar, ler um bom livro, passar o tempo com um amigo, namorar, tirar fotografi a aprovei-tando um cenrio que se oferece gratuitamente.Temos as praas dos shopping

    centers, sendo que a mais concor-rida a da alimentao. As gran-des cidades construram espaos para grandes concentraes. Hoje, festa de Pentecostes, um destes locais em Manaus, recebe uma

    multido de fi is que vem de toda a cidade para celebrar a sua f e invocar o Esprito Santo, fonte de vida e misericrdia. A vida est ameaada pela poluio e pelo lixo. Infelizmente, nossas praas e parques, alguns deles muito bem planejados, se deterioram e se tornaram lixeiras a cu aberto. Ser to difcil cuidar de nossas praas e parques? Falta dinheiro ou m administrao? Ou ser que por serem frequentadas por pessoas de baixa renda podem ser tratadas de qualquer jeito?Espaos pblicos bem cuidados

    so fundamentais para a cidada-nia, para a autoestima de um povo, alm do que signifi cam em termos de sade e segurana. Monumen-tos e esttuas so testemunhas da histria e da cultura de uma nao e eles esto nas praas e parques. Estas e outras refl exes fi z durante minha caminhada matinal pelo belssimo parque Jeff erson Pres quando fui surpreendido por indcios de abandono e de descui-do. Meu primeiro pensamento foi o de que a crise havia chegado aos jardins.Depois de meses convivendo com

    os tapumes na praa da matriz, fi quei preocupado com o futuro do parque. Ser que tambm este espao vai para a vala comum? Se logradouros pblicos so sinais de valorizao da vida que se trans-forma em cultura e que vivida em sociedade, eles tambm so espaos de solidariedade. A com-paixo que nasce do olhar e da escuta supe espaos de encontro gratuitos e estes espaos devem ser pblicos. Que o Esprito Santo, fonte de vida e de misericrdia, ilumine a mente de gestores e administradores para que cuidem de nossas praas e parques. A vida agradece.

    Praas, parques e jardins [email protected]

    Dom Srgio Eduardo Castriani

    Natuza Nery

    CONTRAPONTOMonumentos e esttuas so testemunhas da histria e da cultura de uma nao e eles esto nas praas e parques. Estas e outras refl exes fi z durante minha caminhada matinal pelo belssimo par-que Jeff erson Pres quando fui surpreendi-do por indcios de abandono e descuido. Meu pensamento foi de que a crise chegou aos jardins

    O poderoso centro

    Frase

    DIEGO JANAT

    Osmar Terra, novo ministro do Desenvolvimento Social, afi rmou antes de sua posse que o Bolsa Fa-mlia no pode ser objetivo de vida para as pesso-as. Em seu perfi l no Twitter, j criticava em 2011 o

    uso do Bolsa Famlia como coleira poltica.

    OLHO DA [email protected]

    Se o discurso da presidente [Dilma] que temos menos de 10% da populao na

    pobreza, por que tem 50 milhes recebendo Bolsa Famlia? [...] Programa que no estimu-la a emancipao dos/as chefes de famlia,

    no promove sua autonomia a mdio prazo, coleira poltica! [...] No pode ser objetivo de vida das pessoas viver s do Bolsa Famlia

    H 19 anos, o Festival Amazonas de pera mantm este pedao urbano da fl oresta conecta-do com todas as idades da civilizao. Essa Medeia mantm atual o confl ito entre o indivduo e o coletivo, a cidade e o que se quer do cidado. Aqui, se trata de tragdia, to contempor-nea no Teatro Amazonas quanto o seu primeiro registro no palco da Antiguidade grega

    Osmar Terra,Social, afi rmou antes de sua posse que o Bolsa Fa-mlia no pode ser objetivo de vida para as pesso-as. Em seu perfi l no Twitter, j criticava em 2011 o

    pobreza, por que tem 50 milhes recebendo pobreza, por que tem 50 milhes recebendo pobreza, por que tem 50 milhes recebendo Bolsa Famlia? [...] Programa que no estimu-Bolsa Famlia? [...] Programa que no estimu-Bolsa Famlia? [...] Programa que no estimu-la a emancipao dos/as chefes de famlia,

    no promove sua autonomia a mdio prazo, coleira poltica! [...] No pode ser objetivo de vida das pessoas viver s do Bolsa Famlia

    DO GRUPO FOLHA DE SO PAULO

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  • [email protected]

    A5

    MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016

    Sob a presso de milhes de brasileiros para reorganizar o pas, Temer tem pela frente vrios desafi os para se manter no poder

    Como colocar o pas nosEIXOS

    sete ministros que so investigados na Lava Jato.Sob este cenrio de insegurana, o

    maior problema do governo Temer ao reestruturar a economia ser o tempo. O presidente do Conselho Federal de Eco-nomia (Cofecon), Jlio Miragaya, afirma que o maior desafio do peemedebista neste perodo ser aliar a retomada do crescimento econmico com a manuten-o de benefcios sociais. O governo tem 180 dias para cumprir com a sua promessa, de retomar o supervit ao mesmo tempo que reduz a inflao e o desemprego, retomando o crescimento. A tarefa no fcil. Quando falamos de desafio, porque de fato algo extre-mamente complexo, analisou.Para Nilton Belz, mestre em Economia e

    bacharel em Administrao de Empresas e em Economia pela Pontifcia Univer-sidade Catlica de So Paulo (PUC-SP), a articulao poltica ser fundamental para manter a situao no Congresso sob controle. Michel Temer monta seu apoio poltico considerando a nova votao do impeachment no Senado, sendo neces-srios, desta vez, dois teros de votos dos senadores. A poltica econmica ser delineada neste contexto. O risco poltico precisa ser minimizado, pois tem afetado diretamente a economia e os investimentos, observou.

    Solues A palavra ajuste consensual entre

    os analistas ouvidos. Para eles, Temer ter de sacrificar algum setor para poder reaquecer a economia do pas. Conside-rando os ltimos doze meses, o dficit primrio do governo central situa-se ao redor de 2% do PIB e o dficit nominal do setor pblico alcana o patamar de 10% do PIB. A folha de pessoal e a pre-vidncia e assistncia social de ativos e inativos atinge 64% das despesas pri-mrias da Unio. Somente 8,3% do total das despesas so contingenciveis e no precisam de autorizao do Congresso para alterao, explica Nilton Belz.Jlio Miragaya aposta que a conta

    recair no bolso do contribuinte. Resta saber sob qual classe. improvvel que a conta chegue aos programas sociais. O problema que, no Brasil, a maior parte da carga tributria incide sobre a produo e o consumo, o que acaba afetando diretamente a economia. Ela deveria ter maior incidncia sobre a arrecadao e as fortunas. O problema que isso afeta interesses de classes mais ricas, avisou.Nilton Belz tambm concorda com a

    tese da urgncia dos ajustes na eco-nomia. As reformas so necessrias e urgentes, porm complexas. Um am-biente de confiana essencial para a populao e os investidores, assim como medidas inteligentes e de impac-to imediato de retomada da economia brasileira. Assim, os juros e a inflao tendero moderao e os empregos sero restabelecidos, com um cresci-mento sinalizado de forma sustentvel e de longo prazo.

    N o comando do pas, desde o afastamento da presidente Dil-ma Rousseff pelo Senado na ltima quinta-feira, o presidente interino Michel Temer (PMDB-SP), tem um grande desafio nestes 180 dias que ganhou para governar o Brasil: provar que pode colocar a nao nos eixos e, dessa forma, permanecer no cargo at o final do mandato, em 2018, sepultando os desejos de Dilma e do PT de retornar ao poder.Como o governo petista responsabi-

    lizado por parte da opinio pblica pela atual crise financeira, analistas apostam que se Temer tiver xito nesse campo, poder aumentar a presso contra o re-torno de Dilma ao Palcio do Planalto. No entanto, sero apenas seis meses para contornar uma grave crise financeira. O EM TEMPO conversou com especialistas para traar quais so esses desafios e o que Temer poder fazer para super-los.O professor de cincia poltica e coor-

    denador do MBA Relaes Institucionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais do Distrito Federal (Ibmec/DF), Mrcio Coimbra, sustenta a tese de que existe correlao entre o xito do novo governo e a perda definitiva de mandato de Dilma Rousseff. Foram 55 votos no Senado pelo impeachment. uma margem muito pequena. Qualquer vacilo poder fazer essa maioria mudar de lado. Fosse apenas isso, a chance seria mnima, mas h o impondervel: a Lava Jato. Se a operao arrastar um ou mais membros da nova administrao, a presso entre os senadores para a queda de Temer ser maior. E queda no sentido de perda de mandato, via Tribu-nal Superior Eleitoral, o que significa a convocao de eleies gerais, explicou. Alm disso, o presidente interino nomeou

    FRED SANTANA

    HISSA ABRAHO

    PDT-AM acredita na absolvio

    Poltica A7

    DIVULG

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A6 PolticaPoltica

    EM TEMPO - O que o processo de lavagem de di-nheiro e o que os rgos de controle e de Justia fazem para combater os crimes de corrupo no Brasil?Ricardo Saadi - O proces-

    so de lavagem de dinheiro aquele que o criminoso tenta dar aparncia lcita a um di-nheiro de origem ilcita, ou seja, o indivduo praticou um crime e quer gastar o dinheiro que adquiriu com a prtica desse crime para no chamar ateno das autoridades. preciso que os mtodos sejam identifi cados e combatidos.

    EM TEMPO - Quais so os mtodos mais comuns usados no Brasil?RS - So diversos, e a cada ano

    isso se aprimora. Os mtodos mais comuns so de utilizao de empresas de faixada, utili-zao de laranjas, e envio de recursos ao exterior.

    EM TEMPO - A forma de se investigar a lava-gem de dinheiro mudou no decorrer dos anos, ou as tcnicas so as mesmas?RS - Os criminosos esto

    sempre inovando, e ns como combatentes do crime organi-zado temos que estar correndo atrs de novas tcnicas para prevenir as novas prticas do crime de lavagem de dinheiro.

    EM TEMPO - Com esse aprimoramento de tcnicas, fi cou mais fcil rastrear di-nheiro sujo ou os criminosos ainda conseguem ser mais rpidos que a Justia em atualizar os procedimentos?RS - um trabalho bastante

    meticuloso a identifi cao de dinheiro de procedncia ilcita. claro que as tcnicas es-peciais de investigao vo dando mais ferramentas s autoridades, mas ainda um trabalho bastante rduo.

    EM TEMPO - O crime de corrupo e lavagem es-pecifi co da poltica ou de campos ligados a ela?RS - No especfi co de

    crimes de polticos, porque a ori-

    gem pode ser desde corrupo a trfi co de drogas ou trfi co de pessoas e sonegao fi scal. Qualquer ao penal pode dar origem a lavagem de dinheiro e no somente corrupo ligada a rea poltica.

    EM TEMPO - Na operao Lava Jato h uma parceria entre a Justia, Ministrio Pblico e Polcia Federal. Esse tipo de acordo entre os rgos de combate a cor-rupo deve ser seguido e outras operaes?RS - A atuao articulada

    das instituies facilita muito a atuao do Estado no com-bate criminalidade. O crime de fato organizado, pois eles contratam bons profi ssionais para rea econmica, admi-nistrativa e de direito. Por isso, o Estado deve atuar de forma organizada e articu-lada para combater o crime.

    EM TEMPO - Os cursos de combate a corrupo que vem sendo realizados em todo o pas mostram aos brasileiros que o crime no compensa?RS - Esses cursos mostram

    o quanto a corrupo danosa ao pas. A escolha de se praticar ou no a corrupo algo muito tico e moral que vai de cada indivduo. O que ns demostra-mos o caminho certo em que as coisas devem ocorrer, ou seja, no a prtica da corrupo e o efetivo combate a lei.

    EM TEMPO - Semana pas-sada, o MP-AM defl agrou a operao Timb, em Santa Isabel do Rio Negro. J vi-mos operaes em Coari e Iranduba. Todos so casos de prefeitos que saquea-ram os municpios, desvia-ram recursos e utilizao de laranjas. O que pode ser usado como preveno con-tra crimes de corrupo em lugares to difceis como esses pequenos municpios?RS - A transparncia das con-

    tas pblicas e o controle social so excelentes instrumentos de preveno corrupo. Alm disso, a articulao entre os rgos estaduais de controle, fi scalizao e persecuo pe-

    FOTO

    S: DIVULG

    AO

    O crime mudou mui-to nestes l-timos anos; a globaliza-o trouxe diversas possibilida-des para as organiza-es crimi-nosas e as reas de atuao fo-ram expan-didas. No Brasil, as prticas de corrupo esto entre os maiores problemas criminais

    As tcnicas de combate corrupo devem ser sempre atualizadas para a obteno do sucesso nas operaes, afi rma o delegado da Polcia Federal e diretor do Departamento de Recuperao de Ativos e Cooperao Jurdica Internacional (DRCI), Ricardo Andrade Saadi. Experiente no combate corrupo no pas, o especialista em crimes fi nanceiros revela nesta entrevista ao EM TEMPO que os criminosos buscam os melhores profi ssionais para burlar a lei, e por isso a Justia precisa, de forma simultnea, se atualizar para que o combate corrupo seja mais ostensivo.

    A globalizao trouxe DIVERSAS POSSIBILIDADES para o crime

    Ricardo SAADI

    nal tambm tem se mostra-do bastante efi ciente para a coordenao dos trabalhos e melhor identifi cao dos riscos peculiares cada regio.

    EM TEMPO - Aps a identificao das irregu-laridades quais so os procedimentos bsicos do combate a corrupo?RS - No caso dos rgos

    de controle e fiscalizao, deve-se instaurar um pro-cedimento administrativo de apurao (tal como a tomada de contas) e, no havendo fundamento para o gasto pblico, a punio de quem desviou e a busca pelo dinheiro ou bens desviados.

    EM TEMPO - O combate a corrupo realizado hoje mais intenso que em alguns anos atrs? RS - O crime mudou muito

    nestes ltimos anos; a globali-zao trouxe diversas possibili-dades para as organizaes cri-minosas e as reas de atuao foram expandidas. No Brasil, ve-rifi cou-se que as prticas de cor-rupo esto entre os maiores problemas criminais existentes o que levou as instituies a priorizarem suas aes nesta rea, bem como no combate lavagem de dinheiro.

    ASAFE AUGUSTO

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A7PolticaPoltica

    Direo do PDT-AM confi a na absolvio de HissaDeputado federal e presidente regional afastado responde a processo de expulso no Conselho de tica do partido

    DIVULG

    AO

    Hissa Abraho foi afastado da presidncia regional do PDT para se defender de acusao de desobedincia por ter votado contra Dilma

    Presidente interino do PDT-AM, Stone Ma-chado garante que a pr-candidatura a pre-feito de Manaus do deputado federal Hissa Abraho est mantida. O parlamentar que presidente do diretrio regional est afastado da funo para se defender do processo de expulso do par-tido que tramita no Conselho de tica do diretrio nacional por ter desobedecido a orien-tao da legenda e votado a favor do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff , no dia 17 de abril na Cmara dos Deputados.A deciso sobre a expulso

    somente sair no dia 30 deste ms. Mas, conforme Stone, o deputado no ser expulso por ter votado a favor do afas-tamento da presidente. No h processo de expulso isso eu garanto. O nosso objetivo de t-lo afastado apenas advertir a deciso do deputa-do. Existem regras no Partido Democrtico Trabalhista no Amazonas como aconselhar e depois suspender. No tem cogitao de expulsar o Hissa do partido, esclarece Stone.Procurado pela reportagem

    para comentar a sua defesa, Hissa Abraho no quis se

    pronunciar. Por meio de nota enviado pela sua assessoria de imprensa, ele afi rmou que somente vai se manifestar sobre o assunto depois do dia 30 de maio.Hissa e mais outros seis

    deputados federais do PDT, Mario Heringer (MG), Srgio Vidigal (ES), Giovanni Cherini (RS), Flvia Morais (GO) e Sub-tenente Gonzaga (MG), esto respondendo a processo de expulso por ter votado con-tra a orientao da legenda.Em reunio do diretrio na-

    cional, em dezembro do ano passado, a direo nacional do PDT orientou seus deputa-dos federais a votarem con-tra o impeachment, deciso que foi referendada em nova reunio, no dia 22 de maro.Hissa, que era do PPS, as-

    sinou fi cha de fi liao no PDT em 18 de maro, sob as bn-os do presidente nacional do partido, o ex-ministro do Trabalho, Carlos Lupi.No incio de abril, o deputa-

    do foi empossado, em sesso solene, presidente regional do PDT. Mas, duas sema-nas depois, ele foi afastado do cargo e passou a sofrer processo de expulso por no ter seguido a orientao do diretrio.

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016A8 PolticaPoltica

    CludioHumberto

    Jornalista

    www.claudiohumberto.com.br

    Cludio Humberto

    PODER SEM PUDOR

    Com Ana Paula Leito e Teresa Barros

    Com a Dilma, no tenho nenhum sentimen-to de gratido, nada

    LOBO FILHO, que vai assumir o mandatodo pai senador, sobre o julgamento de Dilma Em cores

    outro papoO cabo eleitoral Joo da

    Bocana, de Lajes (SC), sempre pedia presentes aos polticos, por isso ganhou uma TV pre-to & branco de um deputado estadual que ajudou a eleger, Ivan Ranzolim. Mas vivia re-clamando:- No consigo fazer fun-

    cionar aquelas botozeiras. Quando tem semblante no tem sotaque, quando tem so-taque no tem semblante.Ranzolim eleito presidente

    da Assembleia, Bocana pediu uma TV a cores:- Pode at faltar o sotaque,

    mas o semblante eu quero colorido.

    Ministros juraram aTemer que so inocentes

    TurismoHenrique Alves (Turismo) um dos

    novos ministros citados na Lava Jato: teria recebido propina de Leo Pinheiro, o ex-presidente da OAS.

    GovernoGeddel Vieira Lima (Secretaria de Gover-

    no) citado em mensagens no celular de Leo Pinheiro, suspeito de receber propina do empreiteiro.

    Foro garantidoTanto Henrique Alves quanto Geddel

    Vieira Lima no tm mandato e, portanto, no tinham foro privilegiado at serem nomeados ministros.

    Opo tcnicaSinalizando que nada far contra a

    Lava Jato, Michel Temer decidiu manter o diretor-geral da Polcia Federal, Leandro Daiello.

    PT prejudicadoSenadores do PT se dizem pressionados

    por prefeitos do partido, s vsperas da eleio, a serem comedidos na apresen-tao de recursos contra o impeachment de Dilma, atrasando o andamento do processo no Senado. A ideia virar a pgina antes do incio da campanha. O impeachment preocupa especialmente o PT-SP. O prefeito Fernando Haddad, por exemplo, teme perder aliados como o PR de Tiririca.

    Imagem txicaPartidos prximos ao antigo governo

    federal tentam se afastar da imagem txica de Dilma e do PT pois querem ocupar o vcuo.

    Vcuo no existeApesar do empenho de partidos como

    o PR, PP, PTB e at Rede e PCdoB, des-colando-se do PT, a vinculao a Dilma os prejudicaria.

    Escolhas de Michel Temer para o ministrio foram recebidas com reserva em razo do histrico de algumas delas em denncias, at na Lava Jato. Esses ministros, velhos companheiros de PMDB do presidente, garantiram-lhe que no temem investigaes. Michel Temer decidiu conceder-lhes crdito de confiana, mas todos esto cientes de que nada ser feito para proteg-los, diante eventuais investigaes.

    QueimouPesquisa nacional do Instituto Paran,

    em abril, mostrou que 62,2% dos eleitores no votaro em candidato pr-Dilma, no impeachment.

    Tropa mortadelaO ex-chefe da Casa Civil de Dilma afi r-

    mou em conversa reservada que vrias vezes aconselhou a presidente afastada a renunciar. Mas, segundo Jaques Wagner, ela dizia ser necessrio motivar a tropa.

    L vem o MoroO Ministrio Pblico Federal prorrogou

    pela quinta vez o inqurito da Operao Lava Jato. Desta vez, por 150 dias. Com a deciso, o processo pode ser concludo j em meados de julho deste ano.

    Colarinho brancoFaz a delcia de rodas em Braslia

    a histria de um lobista que todos os dias acorda antes do amanhecer, toma banho, veste palet e gravata, senta e aguarda a PF bater porta. Fica assim at sair para o trabalho. Sua explicao aos amigos: Vestindo pijamas, eles no me pegam!

    DebandadaO PT est preocupado com o estrago

    que o impeachment e a crise moral causam nas prefeituras. Mais de 70 prefeitos eleitos pelo PT em 2012 no esto mais no partido; reduo de 12% dos 619 eleitos.

    Providncia urgenteOsmar Terra (Desenvolvimento Social e

    Agrrio) tem um truque para um ministro novato que no conhece ningum na repartio: fazer amizade, primeiro, com a mulher do cafezinho.

    Aspone ou Asmene?Se no extinguir, Michel Temer poderia

    ao menos simplifi car uma tpica boquinha petista: Coordenao de Palcios da Co-ordenao-Geral de Administrao Geral da Diretoria de Recursos Logsticos da Secretaria de Administrao da Secreta-ria-Executiva da Secretaria de Governo.

    Ps-impeachmentTeve festa com a sada de Dilma at

    no bairro do Che Guevara, em Belm, no Colgio Carlos Marighella, inaugurado por Jaques Wagner em Salvador, e no colgio Carlos Lamarca, em Itaet (BA).

    SincericdioPegou mal a declarao de Fernando

    Henrique Cardoso de que se o governo [Temer] no funcionar, [o PSDB] cai fora, disse o ex-presidente. Para a cpula do PMDB, muito ajuda quem no atrapalha.

    Pergunta na fi la do SineComo os 23 mil petistas que ocupavam

    boquinhas no governo Dilma vo sobre-viver longe dos cofres pblicos?

    A08 - POLTICA.indd 8 14/05/2016 12:27:07

  • [email protected], DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016

    EconomiaB1Descontinuidade na Suframa preocupa empresrios do PIMRepresentantes da indstria do AM temem que novo ministro do Mdic mude o comando da autarquia e prejudique o setor

    FOTO

    S: DIEGO JAN

    AT

    Representantes da in-dstria do Amazonas temem que a mudan-a no Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio (Mdic) leve a Supe-rintendncia da Zona Franca de Manaus (Suframa) a repetir a falta de comando que viveu por nove meses, de 2014 a 2015. A preocupao natural, uma vez que nesse ambiente econmico a indicao po-ltica, e ela causou prejuzos naquele perodo nas reunies do Conselho Administrativo da Suframa (CAS).Segundo o vice-presidente

    Federao das Indstrias do Estado do Amazonas (Fieam), Nelson Azevedo, a indstria sentir muito, caso a superin-tendncia da autarquia sofra nova mudana em menos de 1 ano de gesto. Para ele, a economista Rebecca Garcia, que assumiu a autarquia no fi nal de outubro de 2015, vem trabalhando para que a insti-tuio tenha autonomia.Caso ocorra nova troca, ns

    vamos lamentar muito, j que a superintendente tem uma identifi cao boa com a situa-o pela qual a Zona Franca de Manaus (ZFM) vem passando. Alm de tudo, ela tem um bom relacionamento, um bom di-logo com a classe industrial. Da nossa parte, esperamos que ela continue, mas se mu-dar, pacincia. Espero que os resultados sejam positivos para todos, caso ocorra essa mudana, comentou Azevedo.Para o presidente do sin-

    dicato dos servidores da Suframa, Gilvnio Paiva, a possvel mudana vista com certa apreenso. Espero que no tenha mudana, tendo em vista a instabilidade que a direo da Suframa vem passando desde 2011. Isso

    A titular da Suframa observa que o PIM, cujo principal cliente o mercado nacional, vive os refl exos da crise pelo qual passa o pas. As indstrias do polo industrial so volta-das para o mercado interno brasileiro e este consumidor est consumindo menos. Es-ses produtos so de primeira necessidade, como geladeira, motos, televisor, analisa.Com a mudana de comando

    no quadro poltico nacional, Rebecca avalia que ainda necessrio esperar mais um pouco para saber como ser a conduo do novo governo brasileiro. Para ela, mesmo que o pas volte a crescer, difi cilmente haver um cenrio de consumo to elevado como nos ltimos 12 anos.

    Houve um superaqueci-mento, consumo exagerado. Difi cilmente voltaremos ao que ramos antes. Vivamos uma lua de mel, um estilo de vida de que no era dos bra-sileiros, ento, vamos refl etir, nem tudo eterno, pondera a superintendente da Suframa.

    A expectativa da titular da autarquia segue agora com o novo ministro de Desenvolvi-mento, Indstria e Comrcio Exterior (Mdic), Marcos Perei-ra. Entre as preocupaes da indstria amazonense esto os rumos da poltica econ-mica que o governo provisrio de Temer ir tomar. Se se-guir com os planos de abrir o pas para o mercado externo, Rebecca avalia que pode ser bom para a indstria nacional, mas no para a Zona Franca de Manaus (ZFM).Outra grande preocupao

    dos empresrios da indstria amazonense com relao posio do governo inte-rino de Temer sobre o con-tingenciamento dos recursos da Suframa.

    Refl exos do mercado nacional

    DIVULG

    AO

    Rebecca Garcia assumiu a Suframa, no fi nal de outubro do ano passado, e tem ganhado a confi ana do empresariado do Polo Industrial de Manaus e dos servidores da autarquia

    Os refl exos da crise na indstria da Zona Franca de Manaus ainda sero sentidos por muito tempo

    deixa muito instvel a autar-quia. Rebecca vem fazendo um trabalho muito bom em relao poltica industrial, sobretudo quanto ao plano diretor industrial e ao projeto Zona Franca Verde, disse.O sindicalista observou que

    a economista tambm tem conduzido a contento a Su-frama quanto ao pleito dos servidores. Principalmente com relao restruturao do Plano de Cargos, Carreiras e Salrios (PCCS). Ela tem

    sido uma parceira no sentindo de nos apoiar politicamen-te, dando certa vantagem na articulao poltica, apontou.Apesar de a superintendente

    da Suframa, no campo poltico, ser fi liada ao Partido Progres-sita (PP), legenda que apoia o governo do presidente Michel Temer (PMDB), o ministrio agora chefi ado pelo presi-dente do PRB, Marcos Pereira. Rebecca disse que at o mo-mento no houve nenhuma si-nalizao de troca no comando

    da Suframa e que ela ir at Braslia na prxima semana, para entender melhor o dire-cionamento do novo governo.At agora, no existe con-

    versa se vou continuar fren-te da autarquia. Mas tenho conscincia que um cargo de indicao poltica e per-feitamente compreensvel se tiver que deixar o cargo. En-tretanto, j foi dito que no haver mudana nos cargos ocupados pelo meu partido, frisou Rebecca.

    Aps o pedido de exonerao do atual secretrio de Estado de Planejamento, Desenvolvi-mento, Cincia, Tecnologia e Inovao (Sepancti), Thomaz Nogueira, da superintendn-cia da Suframa, em novembro de 2014, a autarquia fi cou quase 1 ano nas mos do servidor de carreira, Gustavo Igrejas. Depois da novela sobre quem ocuparia o cargo e se a indicao deveria ser tcnica ou poltica, a economista Re-becca assumiu o comando.

    MinistroNelson Azevedo disse esperar

    que o novo ministro do Mdic veja a Suframa com bons olhos e que ajude o Amazonas com o projeto de desenvolvimento econmi-co, com o Polo Industrial de Manaus (PIM). Vamos confi ar que ele tenha experincia para ajudar a ZFM e mude um pouco esse panorama que estamos passando, com investimentos para gerar renda e empregos e assim melhorar a economia do nosso Estado, disse.

    LENTIDO

    Construo civil ao sabor da criseEconomia B4 e B5

    DIEGO JAN

    AT

    KATTICIA SILVEIRA

    Houve um superaqueci-mento, consumo exage-rado. Difi cilmente vol-taremos ao que ramos antes. Vivamos uma lua de mel, um estilo de vida que no era dos brasilei-ros, ento, vamos refl e-tir, nem tudo eterno

    Rebecca Garcia,titular da Suframa

    B01 - ECONOMIA.indd 1 14/05/2016 00:22:27

  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016B2 Economia

    Mrcio Vieira

    Graduado em Co-municao SocialEspecialista em

    MarketingPalestrante em

    tcnicas de ven-das e atendimento

    Consultor em marketing e posi-

    cionamento

    Transformar adversidade em competitividade

    [email protected]

    Conhecimento e Tcnica Combatem Crise XXXI

    Pode ser que o cliente, ou a cliente, volte ou no. Bem provvel que a experincia vivida por esse cliente ser o fator mais impor-tante para a deciso de retorno. Esse mesmo exemplo vale para vrios outros esta-belecimen-tos: bares, restaurantes, mercadinhos, farmcias, lojas de cal-ados, roupas, entre outros

    O ttulo desse artigo at parece mais um clich de livros de auto-ajuda. Garanto que ao fi nal desta leitura voc ter motivos para concluir que valeu a pena gastar um pouco de ateno nessas pa-lavras. O tema ser abordado de uma maneira muito prtica.J dissemos neste espao que a

    luta maior pelo corao do clien-te. E para conquist-lo necessrio observar todos os aspectos que compes a experincia total do cliente com sua empresa. Pois bem. Pense num salo de beleza. A experincia do cliente comea desde o momento que ele pe os ps no estabelecimento. Ele vai entrar timidamente e

    observar ao redor, sentir o clima, o ambiente. Quando algum o abordar ele vai observar a pessoa que lhe dirige palavras. Depois, se gostar dessa primeira impresso, vai fazer o servio e depois avaliar o resultado. Aps tudo pronto, vai pagar e se despedir. Pode ser que o cliente, ou a cliente, volte ou no. Bem provvel que a experincia vivida por esse cliente ser o fator mais importante para a deciso de retorno. Esse mesmo exemplo vale para vrios outros estabe-lecimentos: bares, restaurantes, mercadinhos, farmcias, lojas de calados, roupas, entre outros.Com isso quero dizer que a

    experincia total do cliente depen-de de vrios fatores do negcio que, agindo de forma conjunta e integrada, determinam o grau de satisfao. Diante do que foi dito, pense em sua empresa, nas

    pessoas, nas atividades, no am-biente que, juntos, formaro a experincia de seu cliente. Agora pense de outra forma: digamos que determinado dia um desses itens de sua empresa esteja defi ciente ou ausente, como por exemplo, o ar condicionado deixou de fun-cionar, um equipamento no est funcionado direito, um funcionrio cuja atividade era importante fi cou doente e faltou, e vrios outros pro-blemas que no se pode controlar.Sem dvida alguma, em caso

    de problemas assim, a experincia do cliente com sua empresa ser defi citria e o grau de satisfao dele ser bem menor ou pior, fi car abaixo de zero, negativo. Como transformar problemas as-sim em vantagens competitivas? Mostrando que voc sabe se co-locar no lugar do cliente. Como fazer isso? Dando a ele algum ganho real, tais como descontos, bonifi caes, brindes, servios adicionais ou gratuitos, entre outras coisas. Fazendo isso, as duas mais provveis reaes dos clientes em caso de um desconto, sero: ele aceita a oferta e vai reconhecer o seu gesto; ele vai reconhecer o seu gesto e, com a complacncia caractersticas dos brasileiros, vai agradecer e vai pagar o valor integral. O fato que nessas duas possveis reaes, ele vai sentir-se respeitado por voc e vai sair do estabelecimento satisfeito, porque isso que in-teressa para os negcios. E no duvide: ele vai voltar. At o prximo domingo.

    Empresa especializada no segmento oferece estgio com incentivo profi ssional e at network diferenciado

    Coaching integrativo chega ao Amazonas

    Todos os anos, milhares de coaches so forma-dos por todo o pas. Ma-naus j conta com ao menos 400 profi ssionais nesta rea. Coaching um conceito que rene conhecimentos de programao neurolingusti-ca, neurocincia, psicologia positiva, fi losofi a e cincias do comportamento.O processo usado para

    melhorar processos e desen-volver executivos de empresas, esportistas e outros profi ssio-nais. As ferramentas so va-lidadas cientifi camente para gerar resultados.No entanto, a falta de

    acompanhamento destes profi ssionais para atingir o mercado e consolidar seus ni-chos acaba sendo um desafi o

    para os que atuam nesta rea. Em Manaus, a empresa ORBI

    RH atua h 10 anos e foi com essa experincia que identi-fi cou a lacuna na formao desses profi ssionais. Assim, ela selecionou as melhores certifi cadoras e decidiu tra-balhar com a Academia Coa-ching Integrativo (ACI) e com a Associao Luso Brasileira Transpessoal (Alubrat) no formato Coaching Integrativo, que busca o equilbrio entre ser, ter, fazer e conviver, gerando equilbrio na autorealizao e resgate dos valores.A diferena que os co-

    aches formados pela ACI e ORBI RH vo passar por es-tgio e contar com todo o apoio de mentoria, incentivo profi ssional e network dife-

    renciado. Alm disso, vo par-ticipar dos grupos de estudo e pesquisas conduzidos pela ACI. Esse diferencial torna o coach profi ssional mais efi -caz e seguro para alar voos mais longos, explica Rebeca Toyama, da ACI So Paulo.As turmas sero peque-

    nas, com pouco mais de 20 pessoas, para que todos os participantes vivenciem ple-namente as experincias da formao e saiam gerando resultados. A formao, dife-rente de outras certifi cado-ras que formam em um fi m de semana, passa por quatro etapas, uma a cada ms. A formao em Coaching Inte-grativo comeou na ltima sexta-feira (13), no Novotel, Distrito Industrial.

    A formao, diferente de outras certifi cadoras que formam em um fi m de semana, passa por quatro etapas

    DIVULG

    AO

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016B3Economia

    Comunicao e calados so destaque na indstriaPrmio de homenagem concedido pela Fieam e Cieam tambm dar Recofarma o ttulo de grande exportadora 2015

    DIVULG

    AO

    Aldimar Diger herdou a Ideal Calados nos anos 1980 e segue com a busca pela diversifi cao do negcio

    Empresrios da rea de comunicao e do seg-mento de calados se-ro os homenageados com ttulo de Industrial do Ano 2016 e Microindustrial do Ano 2016, respectivamente, em solenidade promovida pela Federao das Indstrias do Estado do Amazonas (Fieam) e o Centro da Indstria do Estado do Amazonas (Cieam), no pr-ximo dia 20 de maio, no Clube do Trabalhador. Pelo quinto ano consecutivo, a Recofarma Indstria do Amazonas a Exportadora do ano de 2015.Aldimar Diger Paes, 66, pro-

    prietrio da Ideal Calados (A. Paes & Filhos Ltda), diz que a homenagem como o Microin-dustrial do Ano 2016 uma sur-presa agradvel, pois destaca a indstria pioneira de calados no Amazonas, que foi fundada por seu pai, Alcides Paes, h mais de 70 anos. Ele comeou com as tradicionais sandlias Perereca. um orgulho para mim e para minha famlia continuar esse negcio herdado de pai para o fi lho caula, declara. O microempresrio foi mili-

    tar e juiz classista do Tribunal Regional do Trabalho antes de assumir a Ideal Calados, onde iniciou suas atividades em 1985, aps a empresa

    sofrer um incndio que invia-bilizou o seu funcionamento. Adquiri novas mquinas e fi z a empresa ressurgir das cinzas, conta o empresrio que, alm de dar continuidade na produ-o dos calados, partiu para a diversifi cao dos negcios.De acordo com Paes, o auge

    da indstria de calados ocor-

    reu nos anos 50 a 70, quando havia facilidade para obteno de borracha e couro, insumos indispensveis para a fbrica. Para contornar a carncia da matria-prima, o empresrio segmentou os negcios. Alm da produo das sandlias, a Ideal Calados atende demanda por produtos de se-gurana, fardamento escolar, outros modelos de calados e aventais para indstria.

    A homenagem da indstria para a comunicao ir par S-crates Bomfi m Neto, 38, que est h quase 20 anos no co-mando do Jornal do Commer-cio, com seu pai, o jornalista Guilherme Aluzio de Oliveira Silva. O jornal circula h 112 anos. Ele o 2 empresrio do segmento de jornais a receber o Mrito Industrial, depois de Umberto Calderaro Filho, da Empresa de Jornais Calderaro Ltda, em 1983.Scrates diz que receber

    o ttulo com a conscincia da responsabilidade em ano de difi culdades para os brasilei-ros. Espero servir de exemplo de nimo para os empresrios, pois necessrio haver espe-rana de que a crise vai passar e logo nossos setores produtivos voltaro a se recuperar, avalia.Sobre a adeso s novas

    tendncias dos meios de comu-nicao e das mdias, Scrates lembrou que o Jornal do Com-mercio saiu na frente dos re-nomados peridicos nacionais, como Folha de S. Paulo e O Globo, na digitalizao de seu acervo. Fomos um dos primei-ros jornais do pas a digitalizar e disponibilizar nosso acervo on-line. Desde 2001 temos a opo do acervo digital para assinantes, aponta.

    PERERECA

    A fabricao das sandlias Perereca vem desde a dcada de 1930 e toda sua produo era feita com produtos locais. Hoje ela continua sen-do fabricada e uma marca patenteada pela Ideal Calados

    B03 - ECONOMIA.indd 3 14/05/2016 00:25:31

  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016B4 Economia B5

    Entre os motivos que afetam a construo civil e o mercado imobilirio est a alta do volume de distratos de imveis em Manaus

    A assistente social e funcion-ria pblica Cludia Viera, 37, viu o sonho da casa prpria se desfazer nos ltimos anos e teve que seguir a vida no aluguel. Um dos motivos foi o desemprego do marido e a consequente perda do poder de compra da famlia, que se reduziu ao ponto de ter que escolher quais compromissos seguiria pagan-do, como o fi nanciamento do carro, que para o casal naquele momento era a prioridade.Assim como Cludia, muitas pesso-

    as desistiram da compra do imvel, num momento em que a construo civil e o mercado imobilirio vivem um dos piores cenrios. V-se pela cidade obras pblicas e privadas, paradas ou com ritmo lento, por conta da redu-o de despesas das empresas - que comea pelo corte da mo de obra -, para se adaptar crise.Aps o meu casamento fi z um fi -

    nanciamento, junto com meu marido de um apartamento, no Parque das Laranjeiras. Mas ele fi cou desempre-gado e tivemos muitas difi culdades para pagar as prestaes. E tambm porque tnhamos outros compromis-sos, como a prestao de um veculo. Ento tivemos que optar. No dava para fi car sem carro, ento voltamos para o aluguel, e tivemos que adiar esse sonho, conta a funcionria pblica.Entre outros motivos para a desis-

    tncia da compra, tambm esto os atrasos nas entregas dos projetos. De acordo com a Associao das Empresas do Mercado Imobilirio do Amazonas (Ademi), enquanto o nmero de distratos de imveis em 2010 e 2011 no passava de 11%, hoje esse nmero chega aos 25% em Manaus.De acordo com o presidente da Ade-

    mi, Romero Reis, algumas prestaes subiram por causa da infl ao e com-plicou o pagamento dos compradores, alm de outras questes, como os fi nanciamentos com os bancos que fi caram mais caros, alm dos juros que subiram. Ainda conforme Reis, todo

    esse movimento esteve decorrente da crise da economia do pas. As pessoas que no estavam no

    poder no estavam pensando no pas. Esperamos que com o crdito imobilirio, os empregos voltem a crescer. Mas, esse um movimento natural, o distrato natural. Entre os anos de 2010 at 2012, esses fatores estavam na ordem de 10% ou 11%. Com a economia hoje, em Manaus, gira em torno de 20% a 25%. Mas, a tendncia cair, com perspectivas de crescimento, frisa Reis.De acordo com ele, o momento de

    esperana para o setor em Manaus, e que j existe previso de recuperao para o segundo semestre deste ano. Precisamos de notcias boas, pautas positivas, solues prticas para o pas. Para o segundo semestre teremos

    grandes lanamentos em Manaus, pois estamos tendo interlocues com os setores fi nanceiros e o crdito para fi -nanciamento sero aumentados, como crditos bancrios. A queda na infl ao est em baixa, o nmero de depsitos na poupana tambm assegura essa segurana na economia do pas, diz.Para o corretor de imveis, Walter

    Machado, as pessoas comprometem a renda com outras dvidas e no conseguem honrar seus compromissos. As anlises de crditos dos bancos difi cultaram os fi nanciamentos. Nos bancos pblicos, essa taxa fi ca em torno de 11% ao ano, enquanto os privados fi cam em torno de 14%. Mas outros fatores infl uenciam tambm, frisa.

    STNIO URBANO

    Obras paradas e em ritmo lento

    Esse movimento natural, o distrato natural. Entre os anos de 2010 at 2012 esses fatores estavam na ordem de 10% ou 11%. Com a economia hoje, em Manaus gira em torno de 20% a 25%. Mas a tendncia cair

    Romero Reis,presidente da Ademi

    Apesar das esperanas depositadas pelos empre-srios, o Sindicato dos Tra-balhadores na Construo Civil no Amazonas (Sintra-comec-AM), Ccero Cust-dio, afi rma que somente em 2016, mais de 20 mil tra-balhadores da construo perderam seus empregos na capital. Se acordo com ele, grande parte ocasionado por paralisao das obras do governo federal, mas tambm do ritmo lento do setor privado em Manaus.Custdio explica que mui-

    tas obras pblicas foram aprovadas, mas esto pa-ralisadas, como a Cidade Universitria, da Universi-dade do Estado do Ama-zonas (UEA). Segundo ele, aps 3 anos do lanamento, apenas 40% das obras esto concludas. Tambm esto

    paradas obras de creches. Hoje temos mais de 20 mil trabalhadores desliga-dos. Muitas empresas esto abrindo obras da Petrobras na refi naria para no pagar os trabalhadores, afi rma.No fi nal de 2015, o go-

    verno anunciou a construo de cinco unidades prisionais no Amazonas, com Parceria Pblico-Privada (PPP). A meta era que, com o investimento de R$ 400 milhes, a pri-meira unidade, o Centro de Deteno Provisria (CDP 2), no quilmetro 8 da BR-174, atrs do Ansio Jobim, fosse concluda at de 2017. Con-tudo, segundo Custdio, as obras seguem em ritmo lento.Para o diretor da Comisso

    Imobiliria do Sindicato da Indstria da Construo Civil do Amazonas (Sinduscon), Marco Bolognese, o Sindica-

    to no tem como precisar o nmero exato de obras para-lisadas, mas que hoje, quase todas as obras, pblicas e privadas na capital tiveram seu ritmo de trabalhos re-duzidos, ou tiveram seus cronogramas de entregas reajustados, motivados pelo cenrio econmico.Segundo Bolognese as

    incorporadoras tm busca-do caminhos para cobrir os prejuzos daquelas pessoas que desistiram da compra do imvel, seja na plan-ta, seja em obra, buscando mecanismos por acreditar que a crise passageira. Acreditamos na recupera-o do cenrio econmico j no segundo semestre, possibilitando que clientes continuem buscando a re-alizao do sonho da casa prpria, frisou.

    Mais de 20 mil desligados

    Desligamentos de operrios da construo civil do o ar de abandono de grandes obras na cidade

    Obras do setor privado esto paradas e outras com pouco movimento

    DIEGO JANAT

    RICARDO O

    LIVE

    IRA

    Para a presidente do Sindicato dos Corretores de Imveis do Amazonas (Sindimveis-AM), Mrcia Garcia Cohen, difi cilmente o mercado imobilirio em Manaus retomar o mesmo crescimento do boom de 2008 a 2012, mas acredita em retomada aps a recu-perao econmica do pas.O mercado pode no

    estar no mesmo patamar que estava entre os anos de 2008 a 2012, quan-do houve um verdadeiro boom no setor imobili-rio. Mas, hoje ele est de acordo com o esperado para o quadro econmico. O momento pode no ser

    o propcio, mas para quem quer comprar, quem guar-dou o dinheiro, quem tem condies de passar pelo fi nanciamento do credito imobilirio este melhor momento para adquirir um imvel, aponta Mrcia.Segundo ela, alm da crise

    econmica, o setor imobili-rio sofre tambm em de-corrncia da grande oferta de unidades de imveis disponveis. A demanda se tornou limitada porque quando as instituies que fi nanciaram fi zeram novas regras de crdito, e as pes-soas tiveram uma maior difi culdade em conseguir um fi nanciamento, diz.

    Recuperao vai demorar

    B04 e B_05 - ECONOMIA.indd Todas as pginas 14/05/2016 00:28:16

  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016B4 Economia B5

    Entre os motivos que afetam a construo civil e o mercado imobilirio est a alta do volume de distratos de imveis em Manaus

    A assistente social e funcion-ria pblica Cludia Viera, 37, viu o sonho da casa prpria se desfazer nos ltimos anos e teve que seguir a vida no aluguel. Um dos motivos foi o desemprego do marido e a consequente perda do poder de compra da famlia, que se reduziu ao ponto de ter que escolher quais compromissos seguiria pagan-do, como o fi nanciamento do carro, que para o casal naquele momento era a prioridade.Assim como Cludia, muitas pesso-

    as desistiram da compra do imvel, num momento em que a construo civil e o mercado imobilirio vivem um dos piores cenrios. V-se pela cidade obras pblicas e privadas, paradas ou com ritmo lento, por conta da redu-o de despesas das empresas - que comea pelo corte da mo de obra -, para se adaptar crise.Aps o meu casamento fi z um fi -

    nanciamento, junto com meu marido de um apartamento, no Parque das Laranjeiras. Mas ele fi cou desempre-gado e tivemos muitas difi culdades para pagar as prestaes. E tambm porque tnhamos outros compromis-sos, como a prestao de um veculo. Ento tivemos que optar. No dava para fi car sem carro, ento voltamos para o aluguel, e tivemos que adiar esse sonho, conta a funcionria pblica.Entre outros motivos para a desis-

    tncia da compra, tambm esto os atrasos nas entregas dos projetos. De acordo com a Associao das Empresas do Mercado Imobilirio do Amazonas (Ademi), enquanto o nmero de distratos de imveis em 2010 e 2011 no passava de 11%, hoje esse nmero chega aos 25% em Manaus.De acordo com o presidente da Ade-

    mi, Romero Reis, algumas prestaes subiram por causa da infl ao e com-plicou o pagamento dos compradores, alm de outras questes, como os fi nanciamentos com os bancos que fi caram mais caros, alm dos juros que subiram. Ainda conforme Reis, todo

    esse movimento esteve decorrente da crise da economia do pas. As pessoas que no estavam no

    poder no estavam pensando no pas. Esperamos que com o crdito imobilirio, os empregos voltem a crescer. Mas, esse um movimento natural, o distrato natural. Entre os anos de 2010 at 2012, esses fatores estavam na ordem de 10% ou 11%. Com a economia hoje, em Manaus, gira em torno de 20% a 25%. Mas, a tendncia cair, com perspectivas de crescimento, frisa Reis.De acordo com ele, o momento de

    esperana para o setor em Manaus, e que j existe previso de recuperao para o segundo semestre deste ano. Precisamos de notcias boas, pautas positivas, solues prticas para o pas. Para o segundo semestre teremos

    grandes lanamentos em Manaus, pois estamos tendo interlocues com os setores fi nanceiros e o crdito para fi -nanciamento sero aumentados, como crditos bancrios. A queda na infl ao est em baixa, o nmero de depsitos na poupana tambm assegura essa segurana na economia do pas, diz.Para o corretor de imveis, Walter

    Machado, as pessoas comprometem a renda com outras dvidas e no conseguem honrar seus compromissos. As anlises de crditos dos bancos difi cultaram os fi nanciamentos. Nos bancos pblicos, essa taxa fi ca em torno de 11% ao ano, enquanto os privados fi cam em torno de 14%. Mas outros fatores infl uenciam tambm, frisa.

    STNIO URBANO

    Obras paradas e em ritmo lento

    Esse movimento natural, o distrato natural. Entre os anos de 2010 at 2012 esses fatores estavam na ordem de 10% ou 11%. Com a economia hoje, em Manaus gira em torno de 20% a 25%. Mas a tendncia cair

    Romero Reis,presidente da Ademi

    Apesar das esperanas depositadas pelos empre-srios, o Sindicato dos Tra-balhadores na Construo Civil no Amazonas (Sintra-comec-AM), Ccero Cust-dio, afi rma que somente em 2016, mais de 20 mil tra-balhadores da construo perderam seus empregos na capital. Se acordo com ele, grande parte ocasionado por paralisao das obras do governo federal, mas tambm do ritmo lento do setor privado em Manaus.Custdio explica que mui-

    tas obras pblicas foram aprovadas, mas esto pa-ralisadas, como a Cidade Universitria, da Universi-dade do Estado do Ama-zonas (UEA). Segundo ele, aps 3 anos do lanamento, apenas 40% das obras esto concludas. Tambm esto

    paradas obras de creches. Hoje temos mais de 20 mil trabalhadores desliga-dos. Muitas empresas esto abrindo obras da Petrobras na refi naria para no pagar os trabalhadores, afi rma.No fi nal de 2015, o go-

    verno anunciou a construo de cinco unidades prisionais no Amazonas, com Parceria Pblico-Privada (PPP). A meta era que, com o investimento de R$ 400 milhes, a pri-meira unidade, o Centro de Deteno Provisria (CDP 2), no quilmetro 8 da BR-174, atrs do Ansio Jobim, fosse concluda at de 2017. Con-tudo, segundo Custdio, as obras seguem em ritmo lento.Para o diretor da Comisso

    Imobiliria do Sindicato da Indstria da Construo Civil do Amazonas (Sinduscon), Marco Bolognese, o Sindica-

    to no tem como precisar o nmero exato de obras para-lisadas, mas que hoje, quase todas as obras, pblicas e privadas na capital tiveram seu ritmo de trabalhos re-duzidos, ou tiveram seus cronogramas de entregas reajustados, motivados pelo cenrio econmico.Segundo Bolognese as

    incorporadoras tm busca-do caminhos para cobrir os prejuzos daquelas pessoas que desistiram da compra do imvel, seja na plan-ta, seja em obra, buscando mecanismos por acreditar que a crise passageira. Acreditamos na recupera-o do cenrio econmico j no segundo semestre, possibilitando que clientes continuem buscando a re-alizao do sonho da casa prpria, frisou.

    Mais de 20 mil desligados

    Desligamentos de operrios da construo civil do o ar de abandono de grandes obras na cidade

    Obras do setor privado esto paradas e outras com pouco movimento

    DIEGO JAN

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    RICA

    RDO O

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    IRA

    Para a presidente do Sindicato dos Corretores de Imveis do Amazonas (Sindimveis-AM), Mrcia Garcia Cohen, difi cilmente o mercado imobilirio em Manaus retomar o mesmo crescimento do boom de 2008 a 2012, mas acredita em retomada aps a recu-perao econmica do pas.O mercado pode no

    estar no mesmo patamar que estava entre os anos de 2008 a 2012, quan-do houve um verdadeiro boom no setor imobili-rio. Mas, hoje ele est de acordo com o esperado para o quadro econmico. O momento pode no ser

    o propcio, mas para quem quer comprar, quem guar-dou o dinheiro, quem tem condies de passar pelo fi nanciamento do credito imobilirio este melhor momento para adquirir um imvel, aponta Mrcia.Segundo ela, alm da crise

    econmica, o setor imobili-rio sofre tambm em de-corrncia da grande oferta de unidades de imveis disponveis. A demanda se tornou limitada porque quando as instituies que fi nanciaram fi zeram novas regras de crdito, e as pes-soas tiveram uma maior difi culdade em conseguir um fi nanciamento, diz.

    Recuperao vai demorar

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  • [email protected], DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016

    Pas B6ATENTADO

    Paris ainda tenta recuperar o turismoMundo B8

    DIVULG

    AO

    STF analisa autorizar ouso da plula do cncerNa prxima quinta-feira, (19), Supremo coloca em julgamento a liberao do uso da substncia para pacientes com cncer

    O Supremo Tribunal Fe-deral (STF) julga na prxima quinta-feira (19) ao da Associa-o Mdica Brasileira (AMB) contra a lei sancionada h um ms e que autoriza o uso da substncia fosfoetanolamina sinttica, apelidada de plula do cncer. A ao o primeiro item da pauta.Em 13 de abril, a presiden-

    te afastada, Dilma Rousseff , sancionou a lei que autoriza o uso da substncia fosfoe-tanolamina sinttica por pa-cientes diagnosticados com tumores malignos. A substn-cia apontada como cura para diversos tipos de cncer, mas no passou por testes em humanos e, por isso, no considerada um remdio. Ela no tem registro na An-

    visa, que j disse ver com preocupao a liberao da substncia, cujos efeitos nos pacientes so desconhecidos.Ao entrar com a ao, a

    Associao Mdica Brasilei-ra (AMB) pediu liminar para suspenso imediata da lei. O relator, ministro Marco Aur-lio, decidiu levar o tema dire-tamente ao plenrio. A AMB diz que no h informaes concretas sobre a efi ccia e os efeitos colaterais da substn-cia e, portanto, a liberao do medicamento incompatvel com direitos constitucionais fundamentais como o direito sade, o direito seguran-a e vida, e o princpio da dignidade da pessoa humana.Segundo a entidade, a fos-

    foetanolamina sinttica teria sido testada unicamente em

    camundongos, com reao po-sitiva no combate ao cncer de pele, mas sem testes clnicos em humanos.O artigo 2 da lei sancio-

    nada ressalta que s pode-ro fazer uso da fosfoeta-nolamina sinttica, por livre escolha os pacientes que apresentarem laudo mdico que comprove o diagnstico e assinatura de termo de consentimento e responsa-bilidade pelo paciente ou seu representante legal.A chamada plula do cn-

    cer estava sendo fornecida pela Universidade de So Pau-lo (USP) por meio de liminares na Justia. No incio de abril, o presidente do Supremo Tri-bunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowski, de-terminou que a universidade

    forneceria somente enquan-to remanescer o estoque do composto.Pela deciso, depois disso,

    o fornecimento poderia ser suspenso tendo como justi-fi cativa a ausncia de regis-tro na Agncia Nacional de Vigilncia Sanitria (Anvisa), a falta de estudos publicados

    sobre os benefcios de sua utilizao na cura do cncer, a falta de estudos que atestem sua segurana e o desvio de fi nalidade da instituio de ensino. A deciso foi tomada depois de a USP apresentar um pedido ao STF contra uma deciso do Tribunal de Justia de So Paulo que de-terminou o fornecimento da fosfoetanolamina para pa-cientes com cncer sob pena de multa.

    F move montanhas Em sua primeira entrevista

    coletiva frente do Ministrio da Sade, o engenheiro e deputado federal licenciado Ricardo Barros (PP-PR) falou de f. Questionado sobre a lei no Congresso Nacional que liberou o uso da fosfoetano-

    lamina, a chamada plula do cncer, mesmo sem estudos clnicos que comprovem a efi -ccia e segurana do produto, ele arriscou. Pessoalmente, na pior das hipteses tem o efeito placebo. A f move montanhas, resumiu.O ministro afi rmou que,

    agora, caber agncia a incumbncia de tratar o tema da melhor forma. A Anvi-sa est tomando todas as providncias para que no haja risco. Vamos tomar todas as providncias para que no causem problemas, completou, sem especifi car quais medidas seriam estas. Barros afi rmou no ser pos-svel o Ministrio da Sade incentivar a criao de uma regra de aplicao nacional sobre o tema.

    PRAZOS

    Em 13 de abril, a presidente afasta-da, Dilma Rousseff, sancionou a lei que autoriza o uso da substncia fosfoe-tanolamina sintti-ca para pacientes diagnosticados com tumores malignos

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  • MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016B7PasPas

    Grvidas devem evitar vir aos jogos das OlimpadasBrasil o pas mais afetado pelo vrus, por isso OMS aconselha que as mulheres grvidas no venham para os jogos

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    O Brasil um dos 58 pases mais afetados pelo zika vrus. Jogos acontecero em perodo de inverno, o que vem preocupando a OMS

    A Organizao Mun-dial da Sade (OMS) recomendou que as mulheres grvidas no venham para os Jogos Olmpicos e Paralmpicos no Rio de Janeiro, uma vez que o Brasil o pas mais afetado pelo vrus zika. Em um comu-nicado, emitido em conjunto com a Organizao PanAme-ricana da Sade (OPAS), a OMS elaborou uma lista de dicas para os atletas e visi-tantes que vo viajar para o Rio de Janeiro para os jogos, programados de 5 de agosto a 18 de setembro.O Brasil um dos 58 pases e

    territrios afetados pelo vrus da zika, transmitido pelo mos-quito Aedes aegypti e que pode causar microcefalia em fetos, uma malformao grave e ir-reversvel caracterizada por um tamanho anormalmente pequeno do crnio.A OMS e a OPAS enfatizam

    que os jogos sero realizados no inverno no Brasil, estao em que a atividade do mosqui-to menor e onde o risco de picada reduzido. Mas ambas as organizaes continuam a aconselhar as mulheres grvi-das a no viajar para as re-gies de transmisso do vrus zika, incluindo Rio de Janeiro.

    Tambm aconselhvel aos parceiros sexuais das mu-lheres grvidas que passaram por reas afetadas de manter sexo seguro ou abster-se de sexo durante a gravidez, in-dica o comunicado.De fato, vrios casos de

    transmisso sexual do v-rus zika foram registados

    aps um dos parceiros ter visitado uma localidade em risco.OMS e OPAS tambm reco-

    mendam aos atletas e visitan-tes que apliquem vrias vezes ao dia repelentes e que vistam roupas cobrindo o mximo do corpo. Tambm aconselham a usar preservativos ou se abster de sexo por pelo menos quatro semanas aps visitar uma zona de risco.

    NDICE

    O Brasil o pas mais afetado pelo vrus, com cerca de 1 milho e meio de pessoas contami-nadas desde 2015. OMS e OPAS enfa-tizam cuidados para as grvidas

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    MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016

    RISCOS

    Em torno de 80% das pessoas que vivem em zonas urbanas es-to expostas a nveis de qualida-de do ar que no respeitam os limites fi xados pela Organizao Mundial de Sade (OMS). Segun-do o estudo, 98% das cidades com mais de 100 mil habitantes em pases de renda baixa no respeitam as diretrizes.

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    Seis meses aps atentado,Paris tenta se recuperar A cidade mais visitada do mundo vem enfrentando graves crises para atrair de volta os turistas. Abril foi o pior ms

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    No mesmo perodo, se comparado ao ano passado, cidade registrou uma queda de 22% no turismo

    Seis meses depois dos atentados de 13 de novembro, em Paris, a baixa taxa de ocupa-o hoteleira, os restaurantes quase vazios e as lojas com poucos clientes so indcios de que os turistas ainda no voltaram cidade mais visi-tada do mundo.A hotelaria parisiense ain-

    da no conseguiu levantar a cabea, golpeada em janeiro de 2015 pelos ataques con-tra a revista satrica Charlie Hebdo e um supermercado judeu, e em novembro pelo atentado contra a casa de shows Bataclan e outros lo-cais de divertimento.Abril foi o pior ms des-

    de os ataques de novembro, afi rmou a consultora MKG, especializada no setor. Existe um desinteresse dos clientes que vinham por lazer e dos estrangeiros, que preferem o sul da Europa, alm de um temor da abertura do calendrio das frias esco-lares, explicou AFP Van-

    guelis Panayotis, diretor de desenvolvimento da MKG.Em abril, a taxa de ocupa-

    o hoteleira caiu 11 pontos, chegando a 70,4% em com-parao com os 81,4% de um ano atrs. Para compensar, os hotis baixaram os preos

    e no fi nal do faturamento registraram uma queda de 19,6%, segundo o indicador RevPar, que mede o rendi-mento fi nanceiro de um hotel.H ao menos 15 anos que

    no tnhamos uma queda to brusca em Paris, assegurou

    Panayotis. Phillipe Gauguier, da consultoria In Extenso, as-sinalou que a onda de aten-tados de maro, em Bruxelas, tambm impactou negativa-mente a Frana.Phillipe Leboeuf, diretor

    do hotel de luxo Mandarin Oriental, reconheceu que as taxas de ocupao desde o incio de 2016 tm sido mais baixas que o habitual (49% em janeiro e 40% em abril), inclusive levando em conta que esses meses habitual-mente tm menos atividades.E se mostrou pouco oti-

    mista a respeito das prxi-mas semanas. Os turistas estrangeiros no vm, es-pecialmente os japoneses e os chineses, acrescentou o executivo, que aumentou a oferta de passeios para pro-mover Paris.Segundo um estudo do

    escritrio especializado Fo-rwardKeys, publicado em maro, o nmero de visitantes estrangeiros registrou baixa de 22% em relao a 2015.

    QUEDA

    Abril foi o pior ms desde os ataques de novembro, afi rmou a consultoria MKG, especialista no setor hoteleiro. Registro no faturamento dos hs-pedes caiu em 19,6% no ms passado

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    MANAUS, DOMINGO, 15 DE MAIO DE 2016

    Imigrantes sofrem com o despreparo e a crisePesquisa mostra a importncia das redes de apoio aos estrangeiros que chegam em Manaus na busca por uma nova vida

    Mercado informal absorveu a mo de

    obra haitiana

    Em 12 de janeiro de 2010, um terremoto de, aproximadamente, 5.9 graus na escala Rich-ter devastou a capital Porto Prncipe e outras regies do Haiti. Ao atingir um dos pa-ses mais pobres do mundo, o terremoto devastou a j pre-cria regio da capital Porto Prncipe. Desde ento, sem a perspectiva de melhoras, mi-lhares de haitianos tm busca-do, ano aps ano, recomear suas vidas em outros pases, especialmente no Brasil. A proximidade das fronteiras

    colocou o Amazonas como um dos principais centros onde haitianos esto buscando recomear. Para analisar as condies de vida desse grupo na capital, duas estudantes de servio social da faculdade Martha Falco esto elaboran-do o estudo Redes de apoio aos imigrantes da cidade de Manaus, que aborda o tema. Ambas conversaram com o EM TEMPO para compartilhar as suas descobertas.A aluna e coautora do pro-

    jeto, Alline Arajo Maia, des-taca a importncia das insti-tuies no governamentais, que acabam tomando a frente do poder pblico no apoio aos imigrantes. J visitei algumas ONGs e redes de apoio, que so responsaveis por suprir as necessidades mais urgentes dos imigrantes e tm como objetivo prestar apoio e aten-dimento. Os servios ofereci-dos so: atendimento social e psicolgico e assistencial, como tambm servios de orientao jurdica. As redes de apoio representam um impor-tante papel para os imigrantes que chegam em Manaus, sem apoio de parentes ou familia-res, sem condies de vida bsicas, relata a universitria.Quanto participao do po-

    der pblico, no que diz respeito

    questo da imigrao, o pas ainda est despreparado, de acordo com o projeto. Ape-sar do Brasil ter assinado um acordo com Haiti, que facilitou a entrada de muitos haitia-nos atravs do visto humani-trio, esse visto tem carter especial e dado aos haitia-nos apenas quando entram no Brasil, afi rma.A participao do poder p-

    blico ainda se faz muito neces-sria, pois os imigrantes no so assistidos. Os haitianos necessitam da participao do Estado para garantir a defesa dos seus direitos. As institui-es que apoiam e acolhem esses