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As chagas da sociedade vem ao encontro das comunidades. Como encarar essas realidades?
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Embaixador da EsperançaEdição 90. Março 2015
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As chagas da sociedade vem ao
encontro das comunidades, como encarar
essas realidades? Eu
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A Campanha da Fraternidade deste ano traz o lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45) e aborda a relação da Igreja com a sociedade. A
participação da pessoa na vida em comunidade cria oportunidades e proporciona diálogos sobre os pro-blemas e as soluções no convívio social.
Como pessoas atuantes e participativas de uma comunidade, esta abordagem convida a ação de to-dos, que buscam ou trabalham na missão, para servir ao próximo.
Frei Hans Stapel, fundador da Fazenda da Esperan-ça, afirma que “servir o irmão é encontrar algo que nos realiza, nos faz feliz e dá sentido à nossa vida.”
Com a proposta de uma nova vida, a Fazenda da Esperança busca dedicar-se àqueles que foram excluí-dos para mostrar um novo caminho de servidão sem esperar nada em troca. Essa ideia percebe novas rea-lidades e dá abertura para atuação em novos projetos sendo o mais recente a Residência Terapêutica Julião, em Guaratinguetá/SP.
Iraci Leite, fundadora da Fazenda Esperança mos-tra esta força quando diz que “A Fazenda recebeu
este pedido de acolher essas pessoas e recor-dou-se da disponibilidade de amar Jesus do jeito que ele se apresenta, uma nova face que veio ao nosso encontro”.
Essa nova realidade é uma resposta para a cura de uma ferida social que tem poucas ou quase ne-nhuma solução. Cuidar de pessoas que depois de receberem alta dos hospitais psiquiátricos, não têm condições de viverem sozinhas e precisam de acom-panhamento contínuo.
A Residência Terapêutica, com a experiência colo-cada em prática, reacendeu os mesmos ideais do início desta obra e incentivou mais pessoas a participar desse trabalho. A reintegração do grupo ao convívio social provoca também a conversão dos que trabalham na-quele ambiente.
Isso acontece porque o carisma da Esperança está aberto ao chamado de servir, como nos conta Alba Va-léria, responsável pela Residência Terapêutica “Nós, como membros da Família da Esperança, esta-mos aqui para acolher essas pessoas e não te-ria sentido fazer isso se não por amor. A equipe que trabalha se sente diferenciada porque para nós, eles são o caminho para chegarmos a Deus.”
2 - Boletim do Embaixador - Edição 90 - março 2015
Para fazer um gesto de caridade é necessário empenho e dedicação.
Nas diferentes realidades do dia a dia de cada pessoa, existem oportunidades de se aproximar e “servir” o irmão.
Muitos obstáculos foram enfrentados, desde a não aceitação dos vizinhos, até o entendimento de que aquele espaço é um lar que se vive com dig-nidade. Depois do diálogo e do conhecimento do carisma da Esperança, a vizinhança tem a oportu-nidade de fazer atos concretos e verdadeiros como atos de amor ao próximo.
Os moradores da Residência também tiveram se acostumar com o novo estilo de vida, uma realida-de muito diferente do que eles viveram no passado. Agora eles tem resgataram a dignidade e a liberdade que as pessoas têm em suas casas. Esse novo am-biente de convívio auxilia os moradores da Residên-cia Terapêutica a conhecer os valores familiares e reconhecer o valor humano. Por meio do diálogo e da unidade é possível identificar as dificuldades para escolher soluções e assim acolher as limitações dos moradores que retribuem com carinho.
A alegria de participar de eventos com outros membros da Fazenda são exemplos de que a vida dessas pessoas mudou, e para melhor!
Ainda este ano será inaugurada uma Residência Terapêutica, do mesmo modelo da Julião, que vai atender pacientes do sexo feminino e receberá o nome Residência Terapêutica Irmã Assunta.
Dar o testemunho também é uma forma de servir, são muitos os que procuram e podem se sentir anima-dos com essa novidade, que se torna um estilo de vida.
Para o frei Hans Stapel, fundador, “a Família da Esperança, reconhecida pela Igreja como um caris-ma, tem como missão dar a oportunidade a muitas pessoas de servir, de amar de um jeito ou de outro. Talvez um dos projetos que mais se destaca neste carisma é a recuperação de dependentes químicos, mas para nós é a Esperança que Deus quer que nós levemos uns aos outros... Por isso o carisma da Es-perança não tem limite, é aberto para aquilo que o Espirito Santo nos pede e nos impulsiona a fazer”.
Boletim do Embaixador - Edição 90 - março 2015 - 3
Aconteceu comigo
Me recuperei em 2012 e tomei a decisão de fa-zer a escola missionária
em seguida. Uma das atividades
deste tempo foi o envolvimento com a Residência Terapêutica. Eu tive a oportunidade de fazer almoço para o grupo por várias vezes e cada vez que me aproximava daquela realidade, eu me comovia, algo estava sendo traba-
lhado em mim. Alguns já tinham perdido a lucidez e mal conseguiam conversar,
mas sem que soubessem, me ensinaram muitas coisas. As drogas que usei por
muito tempo fez meu coração se fechar e eles mostraram a alegria que faltava
em minha vida.Esse grupo da Residência vinha visitar a Fazenda São Libório a cada 15 dias e era com muita alegria que esperava para fazer o almoço de domingo para eles. Esses pequenos atos de amor me fortaleceram nesta preparação durante a escola missionária e na missão, que
depois fiz na Angola.Doar a vida pelo irmão foi um grande exemplo para não reclamar da vida e nos momentos difíceis lembro-me
dessas ocasiões com a Residência Tera-pêutica.
Peço todos os dias em minhas orações por pessoas que são abandonadas pela suas famílias, o ser humano não nasceu para ficar isolado, perdido no mundo.
Com essas experiências aprendi a valo-rizar meus pais e a todos que encontro pelo meu caminho, sigo a passagem que Jesus nos diz: “Amai-vos uns aos outros,
como eu vos amei”.
Hamilton Alvarenga, 23 anos, São José do
Rio Preto/SP
Maranhão ganha mais uma Fazenda
A-notável
OBRA SOCIAL NOSSA SENHORA DA GLÓRIA - FAZENDA DA ESPERANÇADepartamento Retorno à Vida - Caixa Postal 529 - CEP 12511-970 Guaratinguetá-SP Tel.: (12) 3128 8900 E-mail: [email protected]
www.fazenda.org.brwww.facebook.com/fazendadaesperanca
www.youtube.com/user/fazendaesperanca
twitter.com/retornoavida
Dia 8 de fevereiro a Fazenda da Esperan-ça Dom Rino Carlesi foi inaugurada, segunda unidade feminina do estado.
Iraci Leite, fundadora, nos conta como foi este dia “A inauguração foi um momento de grande graça. As missionárias deram a vida. É um grupo muito unido, harmonioso, generoso e corajoso. A Casa ficou muito acolhedora para receber as recuperandas com uma bonita cape-la que tem Jesus Eucaristia e um jardim bonito e simples. Elas vão se manter com fabricação de pão e biscoitos e artesanato. As missioná-rias disseram que, apesar de muito trabalho, paravam tudo quando recebiam visitas e se lembravam que era para dar esperança a todos que ali estavam. Então, acolheram cada pessoa com amor e cafezinho.
O resultado da inauguração foi a presença de cerca de 500 pessoas, cheias de amor pela Fazenda. Toda comunidade de Angelim, zona rural, onde a fazenda está localizada, estava presente. E também pessoas e autoridades da cidade de Balsas. O almoço foi preparado pelo grupo do terço dos homens com ajuda dos Embaixadores.
Na missa, o bispo falou que uma obra evan-geliza com a própria existência. Ele disse que as missionárias fizeram o trabalho de unir o povo e que começava uma nova etapa da Fa-zenda em Balsas. Dona Lucia fez teve uma bo-nita experiência quando foram pedir doação a um empresário. Ele respondeu que os droga-dos deveriam ser eliminados. Ela, mesmo com dor, respondeu que teve dois filhos dependen-tes, que se recuperaram na Fazenda e hoje são a sua alegria. A missão é mesmo uma ocasião para confirmar que existe esperança, mesmo para as pessoas que não creem mais.
O centro masculino e a comunidade foram uma benção para nós. Ajudaram muito desde a preparação até os trabalhos da inauguração. A missão é algo extraordinária, onde Deus der-rama suas graças, suscitando a generosidade de todos e a conversão de muitos. E nos tor-namos mesmo uma família. Agora, em Balsas, estão presentes todas as nossas realidades: as Fazendas masculina e feminina, os GEVs, os embaixadores e a Família da Esperança”.