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1 http://www.euvoupassar.com.br Eu Vou Passar e você? Emerson Castelo Branco – Direito Penal Mega Curso de Resolução de Questões de Direito Penal Fato típico – Relação de causalidade 82. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2004 – CESPE/UNB) Acerca da relação de causalidade e da imputação objetiva do resultado, em cada um dos itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. João, agindo com animus necandi, desferiu cinco tiros de revólver contra Pedro, que, ferido por um dos projéteis, foi levado ao centro cirúrgico de um hospital, onde veio a falecer em decorrência de uma anestesia aplicada pelo médico. Nessa situação, em face da teoria da equivalência das condições, João responderá pelo crime de homicídio. 83. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) O Código Penal adota o princípio da causalidade adequada, segundo o qual se considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, devendo-se demonstrar, contudo, uma idoneidade mínima da conduta para produzir o resultado. 84. (DEFENSOR PÚBLICO/ES – CESPE/UNB – 2006) Caio atingiu Rosa na região do tórax, com intenção de feri-la. Rosa, por ser diabética, morreu em virtude das complicações advindas do ferimento. Nessa situação, por tratar-se de causa concomitante relativamente independente, Caio responderá por crime de homicídio doloso, na modalidade dolo eventual. 85. (MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Alice, em sua casa, viu o filho da vizinha, de três anos, jogar-se na piscina e afogar-se, o que o levou à morte. Nessa situação, mesmo quedando- se inerte, nada tendo feito para evitar a produção do resultado, Alice não responderá por homicídio, uma vez que não tinha o dever de evitar o resultado. 86. (JUIZ DE DIREITO – PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Nos casos de crimes omissivos próprios, que são aqueles que produzem resultado naturalístico, admite-se a tentativa. 87. (JUIZ DE DIREITO – SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) Quanto à relação de causalidade, o Código Penal (CP) adotou a teoria da equivalência.

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Emerson Castelo Branco – Direito Penal Mega Curso de Resolução de Questões de Direito Penal

Fato típico – Relação de causalidade

82. (JUIZ FEDERAL DA 5.ª REGIÃO – 2004 – CESPE/UNB) Acerca da relação de causalidade e da imputação objetiva do resultado, em cada um dos itens subsequentes, é apresentada uma situação hipotética, seguida de uma assertiva a ser julgada. João, agindo com animus necandi, desferiu cinco tiros de revólver contra Pedro, que, ferido por um dos projéteis, foi levado ao centro cirúrgico de um hospital, onde veio a falecer em decorrência de uma anestesia aplicada pelo médico. Nessa situação, em face da teoria da equivalência das condições, João responderá pelo crime de homicídio.

83. (JUIZ DE DIREITO BAHIA – 2004 – CESPE/UNB) O Código Penal adota o princípio da causalidade adequada, segundo o qual se considera causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido, devendo-se demonstrar, contudo, uma idoneidade mínima da conduta para produzir o resultado.

84. (DEFENSOR PÚBLICO/ES – CESPE/UNB – 2006) Caio atingiu Rosa na região do tórax, com intenção de feri-la. Rosa, por ser diabética, morreu em virtude das complicações advindas do ferimento. Nessa situação, por tratar-se de causa concomitante relativamente independente, Caio responderá por crime de homicídio doloso, na modalidade dolo eventual.

85. (MATO GROSSO – 2004 – CESPE/UNB) Alice, em sua casa, viu o filho da vizinha, de três anos, jogar-se na piscina e afogar-se, o que o levou à morte. Nessa situação, mesmo quedando-se inerte, nada tendo feito para evitar a produção do resultado, Alice não responderá por homicídio, uma vez que não tinha o dever de evitar o resultado.

86. (JUIZ DE DIREITO – PIAUÍ – 2007 – CESPE/UNB) Nos casos de crimes omissivos próprios, que são aqueles que produzem resultado naturalístico, admite-se a tentativa.

87. (JUIZ DE DIREITO – SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) Quanto à relação de causalidade, o Código Penal (CP) adotou a teoria da equivalência.

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88. (JUIZ DE DIREITO – SERGIPE – 2004 – CESPE/UNB) Em viagem de lua-de-mel ao Canadá, Ronaldo, exímio nadador profissional, convidou sua esposa, Érika, nadadora recreativa, para atravessar um grande lago com ele. Érika, no meio do percurso, morreu afogada e Ronaldo completou o percurso. A conduta omissiva de Ronaldo, quanto à morte de Érika, não é penalmente relevante.

89. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Max, exímio nadador, convidou um amigo a acompanhá-lo em longo nado. Em dado momento, percebeu que o companheiro começava a se afogar e não o socorreu, deixando-o morrer. Nessa situação, a omissão de socorro é penalmente relevante, em razão de Max estar em posição de garantidor.

90. (PROCURADORIA FEDERAL – 2007 – CESPE/UNB) Segundo a teoria da causalidade adequada, adotada pelo Código Penal, o resultado, de que depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido.

91. (PROCURADOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO – TCE – PERNAMBUCO – 2004 – CESPE/UNB) O crime omissivo próprio ou puro, de acordo com a doutrina, não admite a tentativa.

92. (PROCURADOR DO TRIBUNAL DE CONTAS – RN – 2002 – CESPE/UNB) Durante uma acirrada discussão, um indivíduo desfechou golpes de faca contra sua esposa, hemofílica, que veio a falecer em consequência dos ferimentos sofridos, a par da contribuição de sua particular condição fisiológica. Nessa situação, tratando-se de causa anterior relativamente independente, o indivíduo não responderá pelo resultado morte.

93. (DELEGATÁRIO DE SERVIÇOS NOTARIAIS – TJMT – 2005 – CESPE/UNB) José, querendo a morte de Paulo, efetuou contra ele 10 certeiros disparos. Paulo foi socorrido por uma ambulância, que o conduziu ao hospital. Durante o trajeto, a ambulância se envolveu em acidente, e Paulo veio a falecer em virtude dos ferimentos adquiridos devido à colisão. José não responderá pelo crime de homicídio consumado.

94. (PROCURADORIA FEDERAL – 2004 – CESPE/UNB) Antônio, após ter sido ferido mortalmente por Pedro, foi transportado para um hospital, onde faleceu em virtude de queimaduras provocadas em um incêndio. Nessa situação, a causa provocadora da morte é relativamente independente em relação à conduta de Pedro, que responderá apenas pelos atos praticados, ou seja, por tentativa de homicídio.

95. Ana e Bruna desentenderam-se em uma festividade na cidade onde moram e Ana, sem intenção de matar, mas apenas de lesionar, atingiu levemente, com uma faca, o braço esquerdo de Bruna, a qual, ao ser conduzida ao hospital para tratar o ferimento, foi vítima de acidente de automóvel, vindo a falecer exclusivamente em razão de traumatismo craniano.

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Acerca dessa situação hipotética, é correto afirmar, à luz do CP, que Ana a) deve responder pelo delito de homicídio consumado. b) deve responder pelo delito de homicídio na modalidade tentada. c) não deve responder por delito algum, uma vez que não deu causa à morte de Bruna. d) deve responder apenas pelo delito de lesão corporal.

96. (JUIZ DE DIREITO DO ESTADO DE TOCANTINS 2007 CESPE/UNB) Geraldo, na festa de comemoração de recém-ingressos na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Tocantins, foi jogado, por membros da Comissão de Formatura, na piscina do clube em que ocorria a festa, junto com vários outros calouros. No entanto, como havia ingerido substâncias psicotrópicas, Geraldo se afogou e faleceu. Tratando-se de crime de autoria coletiva, não é inepta a denúncia que assim narra os fatos: “a vítima foi jogada dentro da piscina por seus colegas, assim como tantos outros que estavam presentes, fato que ocasionou seu óbito”. À luz da teoria da imputação objetiva, a ingestão de substâncias psicotrópicas caracteriza uma auto-colocação em risco, circunstância excludente da responsabilidade criminal, por ausência do nexo causal.

97. (JUIZ DE DIREITO DO ESTADO DE TOCANTINS 2007 CESPE/UNB) Geraldo, na festa de comemoração de recém-ingressos na Faculdade de Direito da Universidade Federal do Tocantins, foi jogado, por membros da Comissão de Formatura, na piscina do clube em que ocorria a festa, junto com vários outros calouros. No entanto, como havia ingerido substâncias psicotrópicas, Geraldo se afogou e faleceu. Tratando-se de crime de autoria coletiva, não é inepta a denúncia que assim narra os fatos: “a vítima foi jogada dentro da piscina por seus colegas, assim como tantos outros que estavam presentes, fato que ocasionou seu óbito”. À luz da teoria da imputação objetiva, a ingestão de substâncias psicotrópicas caracteriza uma auto-colocação em risco, circunstância excludente da responsabilidade criminal, por ausência do nexo causal. Nesse caso, é necessária a demonstração da criação pelos agentes de uma situação de risco não permitido, segundo a teoria da imputação objetiva, fato que não ocorreu na situação hipotética mencionada, visto que é inviável exigir-se de uma comissão de formatura rigor na fiscalização das substâncias ingeridas pelos participantes da festa.

98. (AUDITOR TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SÃO PAULO 2008 FCC) A relação

de causalidade:

a) não é excluída por concausa superveniente absolutamente independente.

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b) não é normativa, mas fálica, nos crimes omissivos impróprios ou comissivos por omissão.

c) é imprescindível nos crimes de mera conduta.

d) é excluída pela superveniência de causa relativamente independente que, por si só,

produz o resultado, não se imputando também ao agente os fatos anteriores, ainda que

típicos.

e) é regulada, em nosso sistema, pela teoria da conditio sine qua non.

99. (PROCURADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO 2008 FCC) Crimes omissivos impróprios

ou comissivos por omissão são aqueles:

a) que decorrem do não fazer o que a lei determina, sem dependência de qualquer

resultado naturalístico.

b) em que a lei descreve a conduta do agente e o seu resultado.

c) em que a lei só descreve a conduta do agente, não aludindo a qualquer resultado.

d) que se consumam antecipadamente, não dependendo da ocorrência do resultado

desejado pelo agente.

e) em que o agente, por deixar de fazer o que estava obrigado, produz o resultado.

100. (DEFENSORIA PÚBLICA MG 2004 FUNDEP) Sobre os crimes comissivos por omissão, é

CORRETO afirmar que:

a) são delitos de mera conduta, dispensável o resultado naturalístico.

b) são delitos que não admitem, regra geral, a tentativa.

c) são delitos que somente admitem a tentativa quando a omissão do agente acarreta, ao

menos, perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.

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d) são delitos que, para caracterizar o núcleo do tipo incriminador, previsto na Parte Especial

do Código Penal, é necessária somente a não obediência ao comando que indica a posição de

garantidor.

e) são delitos de consumação antecipada.

101. (DEFENSORIA PÚBLICA MG 2004 FUNDEP) O princípio da confiança decorrente da teoria

da imputação objetiva atua, na teoria do delito, como;

a) excludente de culpabilidade.

b) causa de extinção de punibilidade.

c) excludente de ilicitude material.

d) excludente de tipicidade.

e) escusa absolutória.

102. (ANALISTA DO MINISTÉRIO PÚBLICO 2009 FCC) Considere:

I. O agente fere a vítima, diabética, que, levada ao hospital vem a falecer em decorrência

de diabete agravada pelo ferimento.

II. O agente fere a vítima num morro coberto de gelo, a qual, impossibilitada de

locomover-se pela hemorragia, vem a falecer em decorrência de congelamento.

III. O agente fere a vítima com um disparo de arma de fogo e esta, levada ao hospital,

vem a falecer em decorrência de veneno que havia ingerido antes da lesão.

IV. O agente fere a vítima com disparo de arma de fogo. A vítima, levada ao hospital, vem a

falecer em decorrência de incêndio.

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Tendo em conta a relação de causalidade física, o agente responderá por homicídio

consumado na situação indicada SOMENTE em:

a) IV

b) I e II

c) I e III

d) III

e) III e IV