8
TIPOS ESPECIAIS DE EMPREGADOS 1 - TRABALHADOR TEMPORÁRIO (Lei nº 6.019/74 e Dec. nº 73.841/74) As regras de proteção social do trabalhador temporário estão definidas na Lei 6.019/74, regulamentada pelo Decreto 73.841/74. Como o próprio nome indica, trabalho temporário é aquele que tem a sua duração marcada pelo tempo (contrato de trabalho de duração determinada) É uma relação de trabalho tripartite: envolvendo: 1- fornecedor da mão de obra temporária; 2 - o tomador da mão de obra temporária e 3 - o trabalhador temporário. Envolve um contrato civil: fornecedor x tomador (escrito) e um contrato de trabalho: fornecedor x trabalhador temporário (escrito). É um contrato peculiar onde o empregado não trabalha na empresa que o contrata e o remunera. A relação jurídica que se estabelece entre o fornecedor e o trabalhador temporário é vínculo de emprego, posto que o fornecedor é o responsável pelos seus direitos trabalhistas. O tomador da mão de obra é responsável solidário pelos direitos do trabalhador temporário em caso de falência do fornecedor e responsável subsidiário em caso de descumprimento das obrigações trabalhistas pelo fornecedor (Súmula 331 do TST). HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR TEMPORÁRIO O trabalhador temporário é aquele contratado por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviços destinado a atender necessidade transitória de 1

Empregados Especiais

Embed Size (px)

DESCRIPTION

RElação de tipos de trabalhadores

Citation preview

Page 1: Empregados Especiais

TIPOS ESPECIAIS DE EMPREGADOS

1 - TRABALHADOR TEMPORÁRIO (Lei nº 6.019/74 e Dec. nº 73.841/74)

As regras de proteção social do trabalhador temporário estão definidas na Lei 6.019/74, regulamentada pelo Decreto 73.841/74.

Como o próprio nome indica, trabalho temporário é aquele que tem a sua

duração marcada pelo tempo (contrato de trabalho de duração determinada)

É uma relação de trabalho tripartite: envolvendo: 1- fornecedor da mão

de obra temporária; 2 - o tomador da mão de obra temporária e 3 - o trabalhador temporário.

Envolve um contrato civil: fornecedor x tomador (escrito) e um contrato de

trabalho: fornecedor x trabalhador temporário (escrito). É um contrato peculiar onde o empregado não trabalha na empresa que o

contrata e o remunera. A relação jurídica que se estabelece entre o fornecedor e o trabalhador

temporário é vínculo de emprego, posto que o fornecedor é o responsável pelos seus direitos trabalhistas.

O tomador da mão de obra é responsável solidário pelos direitos do trabalhador temporário em caso de falência do fornecedor e responsável subsidiário em caso de descumprimento das obrigações trabalhistas pelo fornecedor (Súmula 331 do TST).

HIPÓTESES DE CONTRATAÇÃO DE TRABALHADOR TEMPORÁRIO

O trabalhador temporário é aquele contratado por empresa de trabalho temporário, para prestação de serviços destinado a atender necessidade transitória de SUBSTITUIÇÃO DE PESSOAL REGULAR ou ACRÉSCIMO EXTRAORDINÁRIO de outra empresa.

Quanto à substituição de pessoal regular, significa dizer, substituição de

empregado em férias, afastado por doença, em gozo de licença maternidade, que vai voltar a trabalhar. Mão de obra regular e permanente.

Quanto ao acréscimo de serviços, há de ser extraordinário, ou seja, sazonal, inusitado, fora de qualquer previsão, exigindo trabalho em níveis muito superiores aos normais.

O prazo máximo para contratação de trabalho temporário é de três meses, salvo nos casos de força maior ou necessidade imperiosa de serviço,

1

Page 2: Empregados Especiais

mediante comunicação do fornecedor e/ou do tomador da mão de obra ao Ministério do Trabalho e autorização do referido órgão.

o salário do trabalhador temporário deve ser equivalente ao salário

recebido pelos empregados do tomador de serviços.

É obrigatória a celebração de contrato escrito civil entre a empresa fornecedora e a empresa tomadora e de contrato de trabalho entre a empresa fornecedora e o trabalhador temporário.

2 - TRABALHADOR DOMÉSTICO (Lei nº 5.859/72 e Dec. 71.885/73 e Art. 7º, § Único da CF) O trabalhador doméstico não é regido pela CLT.

A CLT no seu Artigo 7º, Letra “a”, é clara ao dispor que os seus preceitos, salvo quando expressamente determinado em contrário, não se aplicam aos trabalhadores domésticos.

As regras de proteção social do trabalhador doméstico estão definidas na

Lei 5.859/72, regulamentada pelo Decreto 71.885/73 e § único do art. 7º da CF de 88.

Pelo disposto no Artigo 7º, Parágrafo Único, da Constituição Federal o

legislador ampliou o âmbito da proteção social do trabalhador doméstico, estendo-lhe alguns dos direitos que são garantidos ao trabalhador urbano (IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV da CF).

CONCEITO DE TRABALHADOR DOMÉSTICO

O empregado doméstico é aquele que presta serviço de natureza contínua e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial.

Elemento preponderante: empregado doméstico é aquele:→ que presta serviço de finalidade não lucrativa ao empregador.

A referência a distinguir o empregado doméstico é a finalidade não lucrativa para o empregador.

O trabalho doméstico não visa lucro para o empregador.

O empregador doméstico não explora atividade comercial ou industrial.

O empregador doméstico é a pessoa física ou uma família.

3 - TRABALHADOR RURAL (Lei nº 5.889/73 e Decreto nº 73.626 e Art. 7º “caput da CF)

2

Page 3: Empregados Especiais

O trabalhador doméstico não é regido pela CLT.

A CLT no Artigo 7º, Letra “b”, é clara ao dispor que os seus preceitos, salvo quando expressamente determinado em contrário, não se aplicam aos trabalhadores rurais.

As regras de proteção social do trabalhador rural estão definidas na Lei 5.889/73, regulamentada pelo Decreto nº 73.626/74 e Art. 7º da CF de 88.

Pelo disposto no Artigo 7º, caput, da Constituição Federal o trabalhador

rural foi equiparado ao trabalhador urbano, passando a titular os mesmos direitos.

CONCEITO DE TRABALHADOR RURAL Trabalhador rural é o trabalhador que presta serviço em propriedade rural,

continuamente, mediante subordinação e remuneração. São exemplos de trabalhador rural aquele que cultiva a terra, planta,

aduba, cuida, colhe, ordenha e cuida do gado, o tratorista, o peão, o boiadeiro, etc.

CONCEITO DE EMPREGADOR RURAL Empregador rural é a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que

explore atividade agroeconômica, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por meio de prepostos, com auxílio de empregados.

Elemento preponderante: empregador rural é aquele: → que explora atividade agroeconômica.

atividade agroeconômica é a atividade agrícola, pastoril ou pecuária que não se destina, exclusivamente, ao consumo de seus proprietários.

O empregador rural explora atividade agroeconômica com fins econômicos, com vistas à obtenção de lucro.

TRABALHADOR AVULSO (Art. 7º, XXXIV da CF e Lei 5.890/73 e Decreto 90.927/85 e Lei 8.630/93 + Dec. 1.886/96).

3

Page 4: Empregados Especiais

O trabalhador avulso não é regido pela CLT. Os dispositivos da CLT não se aplicam aos trabalhadores avulsos. As regras de proteção social do trabalhador avulso estão definidas nas leis

acima apontadas. Pelo disposto no Artigo 7º, Inciso XXXVI da Constituição Federal o

trabalhador avulso teve estabelecida a igualdade de direitos com o trabalhador que mantém vínculo de emprego permanente.

Por vontade do legislador constituinte o trabalhador avulso foi equiparado

ao empregado urbano para fins da proteção social constitucional.

CONCEITO DE TRABALHADOR AVULSO

Trabalhador avulso é a pessoa física que presta serviço sem vínculo empregatício, de natureza urbana ou rural, a diversas empresas, sendo sindicalizadas ou não, com intermediação obrigatória do sindicato da categoria profissional ou órgão gestor de mão-de-obra.

O trabalhador avulso é aquele que presta serviços, na orla marítima, trabalhando,

sem vínculo empregatício, para várias empresas (tomadoras de serviço), que requisitam esse à entidade fornecedora de mão-de-obra.

O trabalhador avulso presta serviços de movimentação de mercadorias,

carregamento e descarga de embarcações, conferência de carga, vigilância de embarcações, fiscalização de entrada e saída de pessoas das embarcações, limpeza e conservação de embarcações.

O trabalhador avulso é contratado para trabalhar pelo sindicato ou pelo órgão gestor de mão de obra e presta serviço a diversas pessoas e empresas.

O trabalhador avulso não está subordinado nem ao sindicato nem ao

tomador da sua mão-de-obra. Para o tomador da mão de obra o que interessa é a realização do serviço,

não importando quem faça, que determinada pessoa o faça. A relação não é personalíssima, não exige pessoalidade do trabalhador.

As atividades do órgão gestor de mão de obra não implicam em

reconhecimento de vínculo de emprego.

CARACTERÍSTICAS DO TRABALHADOR AVULSO

liberdade na prestação de serviços, pois não tem vínculo nem com o sindicato nem com o órgão gestor de mão de obra e nem com as empresas tomadoras da mão de obra

4

Page 5: Empregados Especiais

Prestação de serviços a várias empresas. O sindicato ou órgão gestor da mão de obra é quem faz a intermediação da

mão de obra, colocando o trabalhador onde é necessário, cobrando e fazendo o rateio às pessoas que prestaram o serviço.

Curto espaço de tempo em que o serviço é prestado.

TRABALHADOR APRENDIZ (Artigos 428 a 438 da CLT) A aprendizagem se caracteriza por atividades teóricas e práticas,

metodicamente organizadas em tarefas de complexidade progressiva desenvolvidas no ambiente de trabalho.

O contrato de aprendizagem se desenvolve a partir de uma relação triparte

composta pela EMPRESA, pelo MENOR e pela ENTIDADE que realiza a aprendizagem.

O contrato de aprendizagem tem natureza jurídica de contrato especial de trabalho.

Ao menor aprendiz, além da profissionalização da mão-de-obra, são assegurados os direitos trabalhistas e previdenciários. No mesmo sentido, o contrato de aprendizagem, para os efeitos da obrigação fiscal, previdenciária e trabalhista, sujeita-se às mesmas regras de um contrato de trabalho comum.

Para a validade do contrato e aprendizagem: a) anotação do vínculo de aprendizagem na Carteira de Trabalho e Previdência Social; b) O aprendiz se torna um empregado para todos os efeitos, gozando, pois, de todos os direitos trabalhistas e previdenciários; c) matrícula e freqüência do aprendiz à escola (caso não haja concluído o ensino fundamental); d) inscrição em programa de aprendizagem desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica).

a contratação do aprendiz poderá efetivada pela empresa onde o mesmo realiza a aprendizagem ou pelas entidades sem fins lucrativos mencionadas no inciso II do artigo 430 da CLT, caso em que não gera vínculo de emprego com a empresa tomadora de serviços.

A norma constitucional estabelece a proibição ao trabalho de aprendizagem aos menores de quatorze anos.

O prazo máximo de duração do contrato de aprendizagem é de dois

anos.

5

Page 6: Empregados Especiais

A jornada de trabalho do menor aprendiz não poderá exceder de seis horas diárias, sendo vedada a prorrogação e a compensação da jornada.

Ao menor aprendiz, salvo condição mais favorável, será garantido o

salário mínimo hora. Os contratos de aprendizagem terão a alíquota do FGTS reduzida de 2%

(dois porcento) sobre o valor da remuneração do aprendiz. os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e a

matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem um número de aprendizes equivalente a cinco por cento, no mínimo, e quinze por cento, no máximo, dos trabalhadores existentes em cada estabelecimento cujas funções demandem formação profissional.

6