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23 Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder. O livro de Atos dos apóstolos é o livro das vitórias dos servos do Senhor Jesus: vitória so- bre o diabo, sobre o mundo, sobre o pecado, sobre a própria morte, e por quê? Porque aqueles crentes viviam de joelhos. Oraram até que os céus se abriram e veio o Pentecostes e 3 mil foram convertidos a Jesus; tornaram a orar e o numero dos convertidos elevou-se para 5 mil; oraram e, cada dia o Senhor lhes acrescentava os que se iam salvando; oraram e as autoridades dos judeus foram confundidas; oraram e aterra tremeu; oraram e Estevão venceu a morte; oraram e Saulo de Tarso se converteu; oraram e a porta para os gentios foi aberta, com a conversão de Cornélio; Oraram e o anjo do Se- nhor tirou Pedro do cárcere; oraram e o Espírito Santo deu mandamento à Igreja de Antioquia da Síria para que Saulo e Barnabé fossem enviados a desfraldar o pendão redentor de Cristo em todas as nações da terra; oraram e Cristo foi glorificado; oraram e o pecado foi vencido, o diabo esmagado, as enfermidades curadas e milhares e milhares de almas resgatadas pelo poderoso sangue de Jesus. E se quisermos o mesmo PODER e as mesmas VITÓRIAS, o caminho a seguir é o mesmo: joelhos em terra, arrependimento, corações purificados no sangue do Cordeiro e vidas no ALTAR do Senhor. Oremos, oremos por um avivamento no Brasil. PREFÁCIO ENCONTROS COM JESUS. É o novo livro que Deus pôs em meu coração e agora, sob as ferventes orações dos servos do Senhor, vai para as suas mãos. Escrito em 1964 uma parte em S. Paulo e outra em Salvador, Bahia. E como nasceu ENCONTROS COM JESUS? Dr. Silas Botelho, de saudosa memória, foi grande e inseparável amigo meu. Trouxe-me de Belo Horizonte para a vice-direção do Colégio Batista de S. Paulo em 1947. Como seu vice-diretor trabalhei nove anos, até 1955, quando passei a diretor geral do mesmo Colégio, onde permaneci até 1960, porque Deus me chamou para o ministério itinerante no Brasil inteiro. Dr. Silas Botelho foi minha ovelha na Igreja Batista de Perdizes desde que cheguei para S. Paulo em 1947, até 2 de abril de 1963 quando faleceu. Era muito estudioso da Bíblia. Advogado que era, atinha-se a pormenores no Livro Santo que ele muito amou e muito bem interpretou. De vez em quando me chamava à atenção para algumas lições preciosas na Palavra de Deus. Um dia, com Mateus 28:10 me disse: “Você já pensou no assunto deste verso: ENCONTROS COM JESUS?” Não, lha respondi, “Então pense , acrescentou. Depois de alguns dias, voltou ao mesmo assunto e me disse: “Encontros com Jesus:

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Muita oração, muito poder; pouca oração, pouco poder; nenhuma oração, nenhum poder. O livro de Atos dos apóstolos é o livro das vitórias dos servos do Senhor Jesus: vitória so-bre o diabo, sobre o mundo, sobre o pecado, sobre a própria morte, e por quê? Porque aqueles crentes viviam de joelhos. Oraram até que os céus se abriram e veio o Pentecostes e 3 mil foram convertidos a Jesus; tornaram a orar e o numero dos convertidos elevou-se para 5 mil; oraram e, cada dia o Senhor lhes acrescentava os que se iam salvando; oraram e as autoridades dos judeus foram confundidas; oraram e aterra tremeu; oraram e Estevão venceu a morte; oraram e Saulo de Tarso se converteu; oraram e a porta para os gentios foi aberta, com a conversão de Cornélio; Oraram e o anjo do Senhor tirou Pedro do cárcere; oraram e o Espírito Santo deu mandamento à Igreja de Antioquia da Síria para que Saulo e Barnabé fossem enviados a desfraldar o pendão redentor de Cristo em todas as nações da terra; oraram e Cristo foi glorificado; oraram e o pecado foi vencido, o diabo esmagado, as enfermidades curadas e milhares e milhares de almas resgatadas pelo poderoso sangue de Jesus. E se quisermos o mesmo PODER e as mesmas VITÓRIAS, o caminho a seguir é o mesmo: joelhos em terra, arrependimento, corações purificados no sangue do Cordeiro e vidas no ALTAR do Senhor. Oremos, oremos por um avivamento no Brasil.

PREFÁCIOENCONTROS COM JESUS. É o novo livro que Deus pôs em meu coração e agora, sob

as ferventes orações dos servos do Senhor, vai para as suas mãos. Escrito em 1964 uma parte em S. Paulo e outra em Salvador, Bahia.

E como nasceu ENCONTROS COM JESUS? Dr. Silas Botelho, de saudosa memória, foi grande e inseparável amigo meu. Trouxe-me de Belo Horizonte para a vice-direção do Colégio Batista de S. Paulo em 1947. Como seu vice-diretor trabalhei nove anos, até 1955, quando passei a diretor geral do mesmo Colégio, onde permaneci até 1960, porque Deus me chamou para o ministério itinerante no Brasil inteiro. Dr. Silas Botelho foi minha ovelha na Igreja Batista de Perdizes desde que cheguei para S. Paulo em 1947, até 2 de abril de 1963 quando faleceu. Era muito estudioso da Bíblia. Advogado que era, atinha-se a pormenores no Livro Santo que ele muito amou e muito bem interpretou. De vez em quando me chamava à atenção para algumas lições preciosas na Palavra de Deus. Um dia, com Mateus 28:10 me disse: “Você já pensou no assunto deste verso: ENCONTROS COM JESUS?” Não, lha respondi, “Então pense , acrescentou. Depois de alguns dias, voltou ao mesmo assunto e me disse: “Encontros com Jesus: 1) no quarto, 2) na fornalha, 3) na igreja etc.. . e acrescentou: que lindo assunto”. Estudei conforme a orientação dele e saiu um sermão que preguei em muitas partes do Brasil com grande bênção. Um dia, Deus pôs em meu coração o desejo de escrever o sermão e o resultado é o livro que o leitor tem em mãos: ENCONTROS COM JESUS. É mais uma contribuição para o Brasil evangélico. Seja Deus servido abençoá-lo em seu poderoso ministério

Nossa oração é para que Deus abençoe ricamente ENCONTROS COM JESUS, para que console muitos corações já resgatados pelo sangue de Jesus e leve outros a aceitarem a Jesus como Salvador eterno e todo-suficiente.

Enéas Tognini

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S. Paulo, 19 de agosto de 1968

DEDICATÓRIA

AO DOUTOR SILAS BOTELHO, companheiro no Colégio Batista de S. Paulo por espaço de nove anos e dezesseis na Igreja Batista de Perdizes, amigo fiel e carinhoso, intérprete feliz da Palavra de Deus e servo dedicado do Senhor;

À Dª ADALGISA WA1SDERLEY VIEIRA CARDOSO, grande colaboradora no Colégio Batista de S. Paulo e na Igreja Batista de Perdizes, amiga de todas as horas, soube chorar comigo e minha Esposa nas horas de problemas è lutas e rir conosco na vitória;

A LAURO BRETONES, meu companheiro por cinco anos no Colégio Batista de São Paulo e na Igreja Batista de Perdizes, e junto comigo fundou a Faculdade de Teologia Batista de S. Paulo, amigo sincero e leal,

DEDICO ESTE HUMILDE TRABALHOEnéas Tognini

ÍNDICE

ConteúdoPREFÁCIO.....................................................................................................................1DEDICATÓRIA................................................................................................................2JESUS MARCA UM ENCONTRO COM SEUS SERVOS...........................................................3

UMA ORDEM......................................................................................................................................4OBEDIÊNCIA...................................................................................................................................... 4

ENCONTRO COM JESUS NO QUARTO...............................................................................6ENCONTRO COM JESUS NA FORNALHA............................................................................9ENCONTRO DE JESUS COM SEUS ADORADORES.............................................................13

O LUGAR.......................................................................................................................................... 13O QUORUM......................................................................................................................................13O ENCONTRO..................................................................................................................................13REALMENTE PRESENTE....................................................................................................................15E OS QUE FALTARAM COMO TOMÉ?................................................................................................16

ENCONTRO COM JESUS NO TRABALHO..........................................................................17O GRANDE ENCONTRO....................................................................................................................17O GRANDE FATO..............................................................................................................................17A GRANDE AUTORIDADE.................................................................................................................18O GRANDE MANDAMENTO...............................................................................................................18O GRANDE PROGRAMA....................................................................................................................19A GRANDE BÊNÇÃO.........................................................................................................................19

ENCONTRO COM JESUS NA GLORIA...............................................................................21UM ENCONTRO COM JESUS NA GLÓRIA...........................................................................................21A GRANDE CEIA...............................................................................................................................22

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CAPÍTULO PRIMEIRO

JESUS MARCA UM ENCONTRO COM SEUS SERVOS

Primeiro dia da semana. Cidade de Jerusalém. Vem raiando o dia. A noite que passa começa a enrolar o seu negro manto. Duas mulheres: Maria Madalena e a outra Maria (Mat. 28:1) passaram a noite em vigília do sábado para o domingo. Ao lusco-fusco da madrugada, correram pressurosas para o monte Calvário, onde Jesus fora sepultado. Iam com grande preocupação na alma sobre quem removeria a pedra, a grande pedra que fechava a boca do sepulcro. Ao chegarem, porém, junto da sepultura, um anjo do Senhor, por meio de um terremoto, removera a pedra, e o mesmo Anjo sobre ela se assentara. Isso produziu terrível espanto nos guardas de Jesus. O Anjo, todavia, voltando-se para as mulheres, disse-lhes: “Não temais: Porque sei que buscais a Jesus, que foi crucificado. Ele não está aqui, ressuscitou, como havia dito. Vinde ver onde ele jazia”. E o Anjo, então, ordenou às Mulheres que transmitissem o recado de Jesus aos discípulos, marcando-lhes um encontro na Galiléia, com as seguintes palavras: “Ide, pois, depressa, e dizei aos seus discípulos que ele ressuscitou dos mortos, e vai adiante de vós para a Galiléia; ALI O VEREIS. É como vos digo”. (Mateus 28:7). E em Mat. 28:10, o próprio Jesus confirma as palavras do Anjo ordenando às Mulheres que avisassem os discípulos que se encontrem com ele na Galiléia.

O Senhor Jesus acabava de se levantar dos mortos. Com seu grande poder, quebrou as cadeias da morte. “Foi morto, mas vive pelos séculos dos séculos e tem as chaves da morte e do inferno”. Jesus vivo e presente, presente e com todo o poder no céu e na terra; com o poder, portanto VITORIOSO; este Jesus, Rei dos reis e Senhor dos senhores, MARCA com seus amados discípulos UM ENCONTRO:

Onde o encontro: O texto de Mateus 28:7 diz incisivamente que é na GALILÉIA. Em Mateus 28:10, o próprio Jesus ordena às Mulheres que avisem os discípulos do encontro com ele na Galiléia.

E por que na Galiléia? Recordação de dezoito meses de atividades constantes do Filho de Deus. Jesus lhes designou um monte (Mat. 28:16) na Galiléia. Teria sido o monte onde proferiu o Sermão conhecido como da “Montanha”? Recordação do palco dos maravilhosos acontecimentos: da Salvação de almas, sublimes ensinos do Mestre, de sua pregação poderosa, dos milagres extraordinários que operou, da sua graça abundante que derramou, das batalhas travadas com inimigos terríveis, dos demônios que expulsou, dos corações que confortou, da vitória que ganhou. Galiléia das grandes multidões! Galiléia das oportunidades, das turbas aflitas, e opressas! Galiléia dos gentios, cujo povo se assenta em trevas e vê o raiar de uma luz de esperança para a salvação! Jesus marcou com seus discípulos UM ENCONTRO na Galiléia.

Quando o encontro: Não se pode mencionar o tempo do encontro com exatidão. Foi num dos quarenta dias (Atos 1:3) em que o Senhor redivivo apareceu aos discípulos nada menos de onze vezes, conforme registra o Novo Testamento. Jesus foi levantado dos mortos pelo Espírito eterno. No mesmo dia, isto é, no domingo, apareceu: a) à Madalena (João 20:15); b) às Mulheres (Mateus 28:9, 10); c) a dois no caminho para Emaús (Lucas 24:13-35); d) a Simão Pedro (Luc. 24:34); e) a Dez Apóstolos (João 20:19-20). Todas essas aparições se verificaram no primeiro dia da ressurreição do Senhor Jesus. João 20:26 diz que “oito dias passados”, isto é, no domingo seguinte, o Mestre tornou a aparecer no cenáculo, agora a onze apóstolos. No interregno dos dois domingos, verificou-se o ENCONTRO DE JESUS com os discípulos, na Galiléia.

Como foi o encontro: No alvorecer de um dia. Pedisse a seus companheiros: “Vou pescar”; no que foi seguido por eles. Trabalharam a noite toda e nada apanharam, Jesus se aproximou dos cansados pescadores, sem, entretanto que eles soubessem que era Jesus, e lhes perguntou se tinham apanhado algum peixe. Diante da negativa deles, o Mestre ordenou-lhe que lancem a rede à direita da barca, o que tendo eles feito, apanharam 153 grandes peixes. Diante desse maravilhoso milagre, os discípulos reconheceram o Mestre

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querido.

Com quem se encontrou: Por Mateus 28:16 sabemos que os onze apóstolos se dirigiram para a Galiléia; por João 21:2, entretanto, sabemos que apenas sete estavam presentes no encontro. Tomé estava presente, pois seu nome aparece em segundo lugar. Quem teria falhado ao encontro marcado com o Mestre? Quanta bênção os faltosos perderam!

Para que o encontro: Em primeiro lugar, no convite que Jesus enviou aos discípulos, incluía um motivo dos mais importantes: LÁ ME VERÃO. Que bênção contemplar o Mestre querido que foi morto mas agora vive para sempre! Em segundo lugar, OUVIRAM, como ouviram, a voz do Senhor, a voz conhecida, a voz querida, a voz poderosa, a voz de comando. Em terceiro lugar, contemplaram o maravilhoso milagre do grande e sensacional fato que contribuiria para fortalecer-lhes a fé no Senhor ressurreto, pois por Mateus 28:17 sabemos que alguns tiveram dúvidas a respeito do Mestre redivivo. Em quarto lugar, COMERAM com Jesus, o que indica aconchego com Jesus, Em quinto lugar assistiram a RESTAURAÇÃO de Pedro, que negara o Senhor diante das autoridades dos Judeus. E em sexto lugar receberam do Senhor Jesus, a GRANDE COMISSÃO de evangelizar o mundo, como vai registrada em Mateus 28:18-20.

X X X

Jesus marcou um encontro com seus discípulos. Marcou na Galiléia nas circunstâncias em que acabamos de descrever. Esse ENCONTRO marcado pelo Mestre foi acima de tudo,

UMA ORDEM

Sim, uma ordem de Jesus. Em Mateus 28:10 o próprio Jesus ordena às Mulheres: “Ide avisar meus irmãos...” A ordem de Jesus foi terminante, clara, precisa e não admitia segundas interpretações. Perdem os crentes em nossos dias, como os de todos os tempos perderam bênçãos e bênçãos por não obedecerem às ordens expressas de Deus em sua palavra. Muitos crentes hoje fazem como Saul no caso dos amalequitas, obedecem a ordem de Deus pela metade, e se escondem por trás de desculpas, exatamente como fez o primeiro rei de Israel; outros aceitam a Bíblia e outros finalmente, pretendem analisar a Bíblia. Longe disso! A Bíblia é a Palavra de Deus e a Palavra de Deus é a Espada do Espírito. Deve, portanto, ser OBEDECIDA, obedecida completamente. A ordem do Senhor Jesus aos seus discípulos foi para que se dirigissem para a Galiléia. Não haveria lugar para segundo entender. Era Galiléia, e somente Galiléia. Entendessem eles outra coisa, julgassem outra coisa, interpretassem deste ou daquele modo, e fossem para outro lugar, poderia ser muito bom e poderiam aduzir razões, justificativas e tudo o que quisessem, mas nunca encontrariam o Mestre. E é por isso que hoje perdemos bênçãos inestimáveis em nossa vida cristã: Porque não obedecemos à palavra de Deus.

O ENCONTRO marcado pelo Mestre foi, além de uma ordem, também para

OBEDIÊNCIA

As Mulheres Transmitiram a ORDEM de Jesus aos onze. Estes, ao receberem tal Ordem, não param para discuti-la, nem se reuniram para mesa redonda, nem levantaram dúvidas, a respeito, e muito menos apresentaram desculpas, tais como, não tenho tempo, não posso ir agora, preciso terminar um trabalho, preciso pregar o evangelho aqui em Jerusalém, não tenho dinheiro para a viagem, não estou bem de saúde, tenho medo dos Judeus, e' espero Jesus aqui mesmo em Jerusalém: Longe disso Mateus 28:16 expressa a obediência plena dos discípulos à ordem do Filho de Deus: Seguiram os onze discípulos para a Galiléia, para o monte que Jesus lhes designara. PARTIRAM. Partiram logo; partiram exatamente para a Galiléia, para o monte, não que escolheram, mas que Jesus lhes designara. Partiram em obediência, fidelidade à ordem do Senhor. Submeteram-se ao Senhor. Obedeceram ao Senhor. E é isso que devemos fazer com toda a Palavra de Deus, que não deixa ser em cada uma de suas portas por mínimas e insignificante que nos pareça, ordem expressa e categórica de Deus para o nosso coração, para a nossa vida. Diante da Palavra do Senhor, só temos um caminho a tomar: o da OBEDIÊNCIA, como fizeram os onze que, ao ouvirem a ordem do Mestre, deixaram tudo, sacrificaram tudo e se

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dirigiram para a Galiléia.

Deus determinou a Abraão que deixasse Ur e fosse a Canaã. Abraão obedeceu e recebeu grandes bênçãos. Deus ordenou que o mesmo Abraão oferecesse Isaque num dos montes de Moriá. Abraão fez o que Deus mandou e viu o Anjo de Deus, ouviu a voz do Senhor e contemplou o grande dia de Jesus (Jó 8:56). Jacó obedeceu o Senhor e fez-se BETEL em sua vida; tornou a obedecer, e teve PENIEL. José obedeceu e venceu seus irmãos; obedeceu a Deus e venceu a Mulher de Potifar; continuou obedecendo, e venceu o cárcere, venceu as dificuldades e se tornou a grande bênção. Moisés obedeceu e deixou Midian; obedeceu ao Senhor e derrotou o Egito, venceu o Mar, o deserto, os inimigos, as dificuldades. Samuel disse a Saul (I Samuel 15:22): “Tem o Senhor porventura tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se OBEDEÇA à sua Palavra? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, e o atender é melhor do que a gordura de Carneiro”.

Jesus disse numa hora significativa de seu ministério terreno (João 15:14): “Vós Sois meus amigos, se fazeis o que Eu Vos Mando”. Para eu receber as grandes bênçãos prometidas na Palavra do Senhor, não preciso correr de um lado para outro, e nem fazer isto ou aquilo segundo plano, mas tão somente, OBEDECER o que o Senhor ORDENA, na sua Palavra.

Os onze foram para a Galiléia, para o monte designado por Jesus e lá receberam as grandes e maravilhosas bênçãos.

Jesus tem um encontro marcado Contigo, meu querido irmão, em um lugar, exatamente num lugar que ele já determinou. Nesse lugar determinado por Ele vai se encontrar contigo, como se encontrou com os onze na Galiléia. O encontro contigo dar-se-á não onde queres nem onde pensas, nem onde gostarias que fosse, mas onde Ele já marcou. Há pelo menos cinco lugares mencionados na Bíblia onde Jesus poderá encontrar-se contigo, meu irmão.

E onde serão esses lugares?

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CAPÍTULO SEGUNDO

ENCONTRO COM JESUS NO QUARTO

O Senhor Jesus tem um encontro marcado com o seu povo. Esse foi, é e será sempre o desejo ardente de seu coração. Quer nos abençoar; quer nos dirigir; quer nos proteger e guardar. Levantando-se dos mortos, pelo poder divino da ressurreição, o Mestre quis privar com seus amados apóstolos. E marcou com eles um encontro na Galiléia, reiterando, aliás, o que dissera antes de ser crucificado. E ali, nas ensolaradas praias de Genesaré, praias que testemunharam grandiosos fatos do desenrolar de seu ministério terreno, Jesus se encontrou com os homens que deveriam continuar o seu glorioso trabalho neste mundo, sob a égide do Espírito Santo.

E o mesmo Jesus, anseia hoje, por um encontro com seus servos fiéis e dedicados. E o Divino Mestre marca um ENCONTRO com seus servos em lugares diversos, não como nós imaginamos, mas como Ele sabe que nós precisamos em realidade. Marca, por exemplo, um encontro com cada um de nós, no QUARTO nosso, ou no aposento.

E em Mateus 6:6, o Senhor ordena: “Tu, porém, quando orares, entra no teu QUARTO, e, fechando a porta, orarás a teu Pai que está em secreto e teu Pai que vê em secreto, te retribuirá”.

Nessa maravilhosa escritura do Sermão do Monte, temos, em primeiro lugar, UMA ORDEM DE JESUS dada aos seus servos, àqueles que foram lavados no sangue que Ele derramou no Calvário. A ordem e de Jesus. Note-se, todavia, que a ordem não é para orarmos; o mandamento da oração vem em outros lugares da Bíblia: a ORDEM é: quando orares, ENTRA. O mandamento do Senhor está expresso no verbo ENTRAR. Quando nos dispusermos a orar, devemos ENTRAR no QUARTO. Então, porta cerrada para o mundo, para as fantasias da vida, para a pressa, para as atividades rotineiras, para os negócios, para as lutas da casa, seja para o que for. Entrar para o QUARTO como se fôssemos dormir, repousar depois de um dia de lutas, de aborrecimentos, de problemas. Fechamos a PORTA do QUARTO, e como Daniel (6:10) ABRIMOS JANELAS para a Jerusalém celestial. À medida que nos desligamos do mundo, da matéria e do pecado, na mesma proporção nos aproximamos de Deus. O mesmo impulso que leva nossa mão a fechar a porta, leva a mão divina a abrir janelas para o alto. Jesus ordena: ENTRA no teu quarto; ENTRA no teu quarto... O amado irmão tem obedecido essa ordem do Filho de Deus?

Jesus está convidando o amado irmão para um ENCONTRO com Ele no lugar SECRETO, longe dos olhos de todos, mesmo dos seus familiares. Jesus quer encontrar-se com o irmão, o irmão sozinho. Daniel gozava dessa bênção três vezes ao dia; três vezes Daniel fechava a porta do seu QUARTO que dava para o mundo e seu turbilhão e abria a JANELA para Jerusalém, e ali ficava com Deus. E o irmão, tem obedecido à voz do Senhor Jesus? Tem entrado no seu QUARTO e, fechada a porta para o mundo e aberto janelas para o céu? Tem se encontrado com o Senhor Jesus no secreto do seu aposento?

Em segundo lugar, na maravilhosa passagem de Mateus 6:6, temos, além da ORDEM do Mestre, o MODO de procedermos para nos encontrarmos com Ele. Jesus manda que na hora em que formos orar, ENTREMOS no nosso QUARTO de dormir. Jesus falava de uma habitação de seus dias em que o aposento era unia das dependências mais íntimas, como o é em nossos dias ainda hoje. Isso, entretanto, não significa, de modo algum, que só podemos obedecer a ordem do Mestre, orando em nosso quarto de dormir. Significa antes um lugar reservado, um lugar dedicado à oração, um refúgio de oração; um quarto, uma sala, um escritório, um paiol, no monte, debaixo de uma árvore, um lugar enfim, onde podemos na realidade FECHAR a porta para o mundo e ABRIR janelas para o alto. O

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importante é ENTRARMOS e FECHARMOS a porta de tudo o que nos importuna, de tudo o que nos perturba, de tudo o que nos impede de estarmos a sós com nosso Pai Celestial. E o Mestre prossegue e diz: ORA... ORA... Novamente o imperativo. E prossegue: A TEU PAI que está em secreto. Contrapõe-se às orações farisaicas dos dias de Jesus, e também dos nossos, longas, vazias, ritualistas, formais, frívolas, cheias de repetições desnecessárias, de fantasias humanas, de hipocrisia. E subentende a oração secreta: do coração do homem para o coração de Deus; quando temos oportunidade de levar ao Pai Celeste nossas mágoas, dissabores, tristezas, problemas e desilusões; aquilo que não podemos contar aos homens; aquilo que os homens não entendem e nem podem entender; o Pai é o Amigo sincero, em quem podemos confiar e, a seus pés, deixarmos tudo: prazeres e pesares e também no seu odre santo, as nossas lágrimas. Subentende ainda a oração diária, talvez feita muitas vezes ao dia; a oração metódica, feita sem pressa nem correria e atropelos; a oração sincera, que parte de um coração falho, porque humano, de carne, mas lavado no precioso sangue do Filho de Deus. “que se achega confiadamente ao TRONO DA GRAÇA, a fim de receber MISERICÓRDIA”; é a doce comunhão com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo, quando a alma cansada das lutas do pecado, fica a sós com o Pai, fala com o Pai, ouve o Pai, sente a sua presença, descansa no seu Braço forte, purifica-se no sangue do Cordeiro Imaculado, retempera suas forças para prosseguir na luta contra as trevas. O prezado irmão e amigo tem OBEDECIDO ao mandamento de Jesus entrando diversas vezes ao dia no lugar SECRETO da oração SECRETA, onde o Pai que vê em SECRETO está pronto para nos receber e abençoar?

A escritura de Mateus 6:6 nos leva a pensar nos muitos exemplos de homens e mulheres, tanto do Velho como do Novo Testamento e também fora da Bíblia, que obedeceram a Deus e foram encontrar-se com o Pai Celestial no lugar secreto da oração, e por isso venceram as batalhas contra o Diabo, contra o pecado, contra o mundo e contra a carne: 1) onde seria o lugar secreto de Noé? Talvez ali mesmo naquela Arca em construção, aquele instrumento de juízo do Senhor, foi refúgio do velho Patriarca; 2) e onde teria sido o lugar secreto de Enoque, o homem que andou com Deus? 3) Abraão falava com Deus debaixo do carvalho de More; ali recebeu anjos muitas vezes; 4) Isaque orava nos campos; 5) Jacó linha a sua Betel e sua Peniel; 6) José buscava o Senhor tanto no cárcere, como do trono de Faraó; 7) Moisés das paragens tranqüilas de Midian, da sarça ardente, do Monte Sinai onde passou 40 dias e 40 noites, a ponto de brilhar o seu rosto; 8) Josué, de madrugada buscava o Senhor; lendo o livro de Josué, fiquei impressionado com o número de vezes em que se afirma que Josué buscou a Deus de madrugada; 9) Davi encontrava-se com Deus no deserto, fugindo á ira de Saul, do vale da sombra da morte, do desespero em que se achou por causa do pecado contra Urias; 10) Jonas orou do ventre do grande peixe nas profundezas do mar; 11) o Senhor Jesus ia, conforme o seu costume, tanto para o deserto, como para o Monte das Oliveiras onde passava noites inteiras em oração; 12) Paulo orava secretamente em casa de Judas em Damasco e Deus o contemplava em secreto; 13) Pedro orava de cima do eirado da casa de Simão curtidor de onde descortinava, pelo Espírito, o mundo perdido e agonizante; 14) o pai de John Patton orava por seus filhos, comprimindo o seu corpo num paiol, dali derramava a sua alma em ardentes súplicas ao Senhor; 15) Suzana Wesley orava do interior de sua pobre casa por seus 16 filhos; 16) John Hyde do secreto de seu aposento pedia a Deus poder para ganhar os perdidos hindus; 17) Davi Brainerd, da sua cabana, em plena selva norte-americana derramava sua alma ao Todo-poderoso Deus em favor dos índios pele-vermelhas. E tu, meu irmão, estás obedecendo a ORDEM do Mestre da oração secreta como eles obedeceram?

E finalmente, em Mateus 6:6, temos um resultado vitorioso: “... e teu Pai que vê em secreto, te retribuirá”. John Hyde viajava dos Estados Unidos para a índia. Era um jovem missionário presbiteriano. Muito culto. Cheio desânimo e de fervor, singrava os mares, com o propósito de ganhar almas. A bordo do navio em que viajava, chegou-lhe um telegrama de um velho e experimentado pastor com estes dizeres: “Estais cheios do Espírito?” Hyde foi para o seu camarote e ali, de joelhos, buscou a face do Pai. Sozinho. Em oração secreta. Entregou tudo ao Senhor. Rendeu-se incondicionalmente a Deus. E no seu camarote naquele navio, travou-se a grande batalha no seu coração. Hyde foi revestido do Espírito Santo. Resultado, o norte da índia foi visitado e sacudido por um poderoso avivamento, cujo fogo foi levado para a Coréia e China, dando como resultado a conversão de milhares

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e milhares de almas. Três grandes avivamentos, porque um homem buscou a Deus em oração e foi cheio do Espírito. E se nós seguirmos o caminho de todos os santos do Senhor e caminharmos diariamente e muitas vezes no dia, para o QUARTO, para nos encontrarmos com o Senhor Jesus, teremos a retribuição do Pai, nos termos exatos do texto de Mateus 6:6: e isso significara para nos: 1) Comunhão com o Pai: Estaremos com Ele; com Ele conversaremos; receberemos o brilho de Sua presença augusta; a graça abundante para o nosso coração; vida nova para a nossa alma cansada. 2) Forcas Renovadoras para a Luta: alguém quis saber o segredo da vida de poder de Moody, e o grande servo de Deus levou o curioso a sua cela de oração, onde se travava o combate contra satanás e suas hostes aguerridas. Se lermos Efésios 6:10-20 nos certificaremos do valor da oração na luta terrível contra o Diabo. Cada um de nós precisa, logo de manhã, buscar o rosto de Deus em oração secreta, no Quarto, onde Deus está a nos esperar com muitas e abundantes bênçãos da sua graça e poder. 3) Gozo Espiritual: Paulo e Silas estavam presos em Filipos; vergastados os seus corpos; pés presos no tronco; vestes rasgadas, brutalmente tratados pelo carcereiro. Apesar disso tudo, cantavam hinos a Deus e oravam e os presos os escutavam. E onde o segredo disso tudo? A cela da oração onde buscavam a Deus secretamente. A presença do Senhor no seu coração garantia-lhes aquele gozo do Espírito e aquela alegria que lhes iluminava o rosto. 4) Orientação Para o Trabalho: Filipe, o evangelista, descobriu o seu campo de trabalho, tanto com o Eunuco, como em Samaria, porque era um homem que buscava a Deus em oração secreta; Paulo foi orientado no trabalho do Senhor através do mundo, porque era um servo que conhecia o refúgio da oração secreta; os moravianos realizaram o grande trabalho no mundo inteiro e incendiaram com fogo do Espírito milhares de corações e reabriram as estradas de MISSÕES a todos os povos, porque cada um deles conhecia o lugar secreto da oração, onde se encontravam com o Senhor Jesus diariamente. William Carey viu a Índia perdida e mergulhada no pecado e almas partindo para o inferno, na sua cela de oração, onde buscava a face de Deus. Adoniran Judson teve uma visão da Birmânia mergulhada em trevas diabólicas, porque era homem que se encontrava com Jesus no QUARTO. Jonathan Edwards e mais tarde Finney revolucionaram os Estados Unidos da América do Norte porque passavam horas e horas no refúgio da oração secreta. Wesley e Whitefield mudaram o rumo da Inglaterra do século 18 porque reconheceram o valor de passar tempo, muito tempo na oração secreta. E se nós quisermos ser úteis nas mãos do Senhor; se quisermos realizar um trabalho que realmente honre ao Senhor, precisamos seguir as pisadas desses gigantes da fé, rumando para o QUARTO, para a oração secreta, para um encontro com o Senhor Jesus. 1) Segredo da Vitória. Nossos irmãos que foram vítimas da intolerância na China e na Coréia destes últimos tempos, tombaram, muitos deles, no campo de batalha da luta cristã, com grito de vitória em seus lábios e empunhando o glorioso pavilhão de Cristo em suas mãos. Derramaram o seu sangue. Pagaram com a vida o preço da sua fidelidade a Jesus. Não recuaram. Assombraram os próprios inimigos. Deixaram na história uma lição imorredoura de coragem, fidelidade, e amor. A causa? Eram homens e mulheres que conheciam o caminho do QUARTO, onde se encontravam sempre com Jesus e de quem recebiam o BRILHO DA VITÓRIA. O apóstolo Paulo diz “que os dias são maus”. E se nós não passarmos, diariamente, pelo menos uma hora no QUARTO, na presença de Jesus, com o Pai Celestial, não venceremos o mundo atroz.

Jesus marcou com o prezado irmão UM ENCONTRO no QUARTO, na oração secreta. O meu prezado irmão, não quer agora mesmo, refugiar-se sozinho no QUARTO para estar a sós com o Filho de Deus? Depois de estar alguns minutos na oração secreta, na presença de Deus, seu rosto brilhará como o de Moisés ao descer do Monte Sinai, e o irmão estará preparado para as grandes batalhas desta vida.

O ENCONTRO com Jesus está marcado. Jesus não falha. Sua palavra é fiel e verdadeira. Depende do amado irmão. Que vai fazer? Jesus o espera cada dia no lugar marcado para um encontro de amor, cordialidade, luz, vida e poder.

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CAPÍTULO TERCEIRO

ENCONTRO COM JESUS NA FORNALHA

O Senhor Jesus marca encontros com seus servos em muitos lugares. Na meditação anterior, estivemos com Ele no QUARTO, na oração secreta, na oração individual.

Hoje, o Filho de Deus Altíssimo marca um NOVO ENCONTRO com seus servos. E onde será o lugar marcado por Ele? Um lugar estranho; realmente estranho. Mas onde será? NA FORNALHA. Mas, na FORNALHA? Sim, na FORNALHA! Mas será possível o Senhor Jesus marcar um encontro conosco na fornalha?

Grande Babilônia de Nabucodonosor. A maior cidade do mundo. Dirige todas as nações da terra. Rica, bonita, suntuosa; seu poderio bélico é o máximo: grandes exércitos, armas terríveis, homens aguerridos esmagaram as nações e os povos; até mesmo os judeus não escaparam de suas mãos perversas. Nabucodonosor assenta-se no seu trono de esplendor. E ao contemplar o brilho, a grandeza e a opulência do seu glorioso reino, enche-se de orgulho. Manda levantar numa das praças da “imortal” Babilônia, uma estátua de ouro. Convidou os povos das nações por ele subjugadas; chamou os músicos; convocou os estadistas, os conselheiros, os grandes da corte. Ele, Nabucodonosor, sentou-se no seu trono de “glória”. Ao som daqueles instrumentos, e por ordem expressa do grande rei, todos, todos, sem exceção, deveriam dobrar seus joelhos diante daquela monstruosa imagem, que representava o rei no seu orgulho e na sua presunção. Os instrumentos feriram os primeiros acordes e todos se genuflexaram diante do ídolo de ouro do grande Nabucodonosor. Foi, sem dúvida alguma, para aquela gente, um grandioso espetáculo de fé.

Entre a multidão, porém, dos milhares de espectadores e adoradores da Imagem do Rei, houve três homens que não adoraram: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego; eram judeus; adoradores do Deus Vivo e Poderoso; do Deus que criou os céus e a terra; do Deus verdadeiro; do Deus que tem poder e que pode salvar os seus fiéis e livrá-los na hora da aflição e da dor; eram, os três servos de Deus, príncipes, homens de qualidade, homens escolhidos, homens fieis e de grande decisão. Na hora em que os instrumentos musicais da Babilônia estrugiram. Enchendo com suas melodias escolhidas as praças da grande cidade, apinhadas de gente, todos, todos se ajoelharam adorando a Imagem de Nabucodonosor, mas eles os três judeus, permaneceram de pé; não se ajoelharam. Constituíram, aos olhos dos fieis do grande rei, ridícula ex-cessão. Instados foram, naturalmente, a se dobrarem diante da imagem do rei. Seria um momento apenas. Agradariam o rei. Estariam em harmonia com os demais E afinal de contas, poupariam a sua vida, pois o decreto do rei era terminante para os rebeldes que pagariam com a própria vida o preço de sua desobediência. Resistiram a todos os apelos. Permaneceram de pé, certos do que lhes aconteceria. Gloriosa FIRMEZA!

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Deram conta do ocorrido ao rei, que se encheu de furor e se acendeu em cólera diante da firmeza dos três homens de Deus: Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Mas o rei os conhecia bem. Teve compaixão deles e deu-lhes nova oportunidade. Os três homens de Deus rejeitaram. Não se ajoelharam. Mais furioso ficou o rei. Abre-lhes caminho, então para a FORNALHA, na sua opinião, o mais terrível castigo a ser dado a homens que desobedecem às ordens expressas do grande rei. Ordena que a fornalha seja acesa sete

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vezes mais do que o costume. E os três servos do Deus Altíssimo são atados com cordas e lançados na terrível fornalha. Os soldados do rei que lançaram os “rebeldes” na fornalha, morreram pela violência das chamas. Nabucodonosor, do seu palácio, contemplava os três judeus revolteando dentro da fornalha, e esperava vê-los consumidos, carbonizados pelas chamas de sua fogueira que talvez não ardesse tanto como a ira do seu perverso coração. Mas os homens não sofriam dano. A princípio, julgou uma dificuldade de visão; atentou bem para o quadro que contemplava; atentou melhor. . . Estranho. . . Estranho o que vejo. . . Vejo quatro homens na FORNALHA. Será que vejo bem? Chamou os conselheiros e lhes perguntou: Não lançamos nós três homens na FORNALHA? Sim, foi à resposta. E como vejo agora quatro em lugar de três? E os seus grandes, quando olharam para a FORNALHA, viram na realidade, quatro personagens resistindo à fúria do fogo. E Nabucodonosor gritou: Vejo quatro homens... e o QUARTO PERSONAGEM assemelha-se ao FILHO DE DEUS. Sadraque, Mesaque e Abede-Nego passeavam pelo fogo e o fogo não teve poder sobre eles. Permaneceram fieis a Deus. Desgostaram ao rei de Babilônia, pelo que receberam o pior castigo que homens poderiam receber. E ali, na FORNALHA de fogo ardente, aquele lugar de aflição, de tormento, de martírio e dor, aqueles três homens justos e fieis, ENCONTRARAM-SE COM JESUS, o Filho de Deus (pois em João cap. 1º nos diz que o VERBO é eterno, apenas SE FEZ CARNE; portanto, quem esteve na fornalha com Sadraque, Mesaque e Abede-Nego, foi o próprio Senhor Jesus pré-encarnado). E quem poderia imaginar que os três judeus tinham um ENCONTRO marcado com o Filho de Deus de maneira tão adversa? Mas o Senhor Deus nos diz em Isaías 55 que “os seus caminhos não são os nossos caminhos, e nem os seus pensamentos os nossos pensamentos...” E nos caminhos do Senhor, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego se encontraram com Jesus num lugar tão estranho, tão perigoso, tão terrível, tão horroroso, mas para eles naquela hora de aflição e de dor, se tornou um paraíso, um lugar de delícias, um lugar maravilhoso.

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E Sadraque, Mesaque e Abede-Nego não foram os únicos homens no mundo a se encontrarem com Jesus em condições de tanta adversidade, sofrimento, dor e morte até. O QUARTO HOMEM que marcou um encontro com os três judeus da Babilônia, marcou também um encontro com Abraão no topo de uma das colinas de Moriá. Deus exigiu do Patriarca o sacrifício de seu Isaque, de seu único filho Isaque. Foi para Abraão uma hora de profunda aflição; mas Deus exigia dele obediência até a morte. E quando o velho Patriarca colocou sobre o altar o que lhe era mais caro, mais precioso e mais amado do que tudo, tudo neste mundo, ardia o seu coração de pai, nas chamas bravias de uma fogueira; e foi nessa hora, exatamente nessa hora que ele se encontrou com o Senhor Jesus. E não foi isso o que séculos mais tarde o Senhor Jesus afirmou em João 8? “Abraão viu o meu dia e se regozijou”.

Jacó se encontrou com O QUARTO HOMEM, naquela noite horrenda e fatídica, nas profundezas do vau de Jaboque, quando lutou e lutou com o ANJO de Deus que não era outro senão o próprio Jesus. E foi ali naquelas condições pouco favoráveis para o homem, que Jacó recebeu de Jesus as mais ricas bênçãos de sua vida.

O QUARTO HOMEM se encontrou com José. E onde marcou ENCONTRO com ele? No fundo de um cárcere egípcio. Vilipendiado pela esposa de Potifar. Caluniado. Anos de amargura suportou; mas o Filho de Deus o sustentou ali e deu-lhe a sabedoria e a graça para suportar tudo até a vitória final.

O QUARTO HOMEM se encontrou com Moisés na sarça ardente, nos duros meses de luta contra Faraó e seus exércitos, nos penosos anos de sofrimento e dor pelo deserto até a entrada de Canaã. E na experiência de sua vida vitoriosa, pôde dizer: “Senhor, tu tens sido a nossa morada de geração em geração”. A FACE do Senhor ia com ele para fortalecê-lo, guardá-lo nas horas de sombra e tristeza na peregrinação do deserto.

O QUARTO HOMEM esteve com Jó naqueles dias de sofrimento, de dor, de tristeza e consideráveis prejuízos materiais. Jó se encontrou com Jesus nesses transes, nesse vale da sombra da morte.

O QUARTO HOMEM esteve com Davi, não no palácio de Saul, nem na glória de suas muitas e significativas batalhas, mas de modo especial naqueles dias de apreensão,

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tristeza, desânimo e abatimento, quando fugia à ira de seu sogro, e viveu errante pelos desertos de Judá, pelas cavernas da terra, faminto e com sede, cansado e desorientado. Foi nessa ocasião que escreveu o Salmo 23 e no 34 afirmou com ênfase: “O Anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem e livra-os” (v.7); e no mesmo Salmo afirmou: “Senhor está perto” (v.18). Se o ANJO do Senhor acampava-se ao redor da sua vida para guardá-lo e protegê-lo, que temores poderia ter?

O QUARTO HOMEM encontrou-se com Daniel, o grande servo do Senhor, numa cova de leões. Mal nenhum tinha feito; iniqüidades não se acharam em suas mãos. Condenado por ter orado ao Todo-Poderoso Deus. A maldade humana o lançou na cova de leões com a finalidade de ser ele ali devorado pelas feras. Mas o Senhor enviou o seu ANJO para fechar a boca aos leões. E que noite maravilhosa e sublime deverá ter passado Daniel naquela cova, rodeado pelos leões, mas sustentado pelo Senhor dos senhores. Creio que Daniel não trocaria a experiência daquela noite por coisa alguma desta vida.

O QUARTO HOMEM se encontrou com Pedro no cárcere em Jerusalém, naquela noite enquanto a igrejinha que se reunia em casa de Maria mãe de João Marcos, orava por ele. Acorrentado, atrás de possantes portões, vigiado por 16 homens. Apesar disso, dormia tranqüilo o sono de um justo. Nessa hora de aflição para quem não tem Cristo no coração, Pedro recebeu a visita do ANJO do Senhor que o despertou, que o libertou, que o fez passar pelos guardas e transpor os portões fechados, que o cobriu com uma capa e o pôs em liberdade. Poderia haver para Pedro, noite mais maravilhosa do que aquela? E trocaria ele a experiência dessa noite, por algo grande e sublime deste mundo?

O QUARTO HOMEM se encontrou com o Apóstolo João na Ilha de Patmos. Eram tempos difíceis. De perseguição cruel. As igrejas da Ásia Menor estão sendo sacudidas pelos ventos da adversidade. João foi banido para a inóspita Ilha de Patmos, no mar Egeu. Prostrado, abatido, vencido. João já velho sente-se sozinho na luta atroz. E num domingo, quando sentia que suas forças minguavam, e já não podia lutar mais, os céus se abriram e o Senhor Jesus estava com ele e sobre ele colocou sua destra de poder. E João, na companhia do Senhor Jesus foi atirado além do tempo e do espaço, transpôs os limites da eternidade e contemplou os conflitos dos séculos e a glória de Jesus no porvir. Confortou o seu coração e animou as igrejas abatidas. E que dia significativo viveu o velho Apóstolo naquela ilha de cativeiro e horror.

O QUARTO HOMEM estava presente, sustentava com sua destra de poder, dava novas forças e vitórias àqueles fiéis soldados de Jesus que pagavam com o próprio sangue o preço de sua fidelidade ao Senhor Jesus, no tempo de Roma Pagã. Diante das feras, das fogueiras, do cutelo frio e impiedoso, cantavam louvores a Deus, desafiavam os inimigos e triunfavam sobre as dificuldades.

O QUARTO HOMEM esteve com os milhares de fiéis de Roma Papal, que foram queimados vivos, torturados por homens iníquos e morrendo num oceano de sofrimento e dor. Mas não recuaram um passo da linha de fidelidade ao Senhor Jesus. Avançavam para o martírio com uma coragem nunca vista, com desassombro, com brilho nos olhos e vitória no coração, porque o QUARTO HOMEM ali estava com eles como estivera com os três na fogueira de Babilônia.

O QUARTO HOMEM esteve com João Bunyan no detestável cárcere de Bedford na Inglaterra, durante doze longos anos. Na umidade do cubículo, na penumbra em que vivia, nas privações por que passava e a tortura que lhe trazia ao coração a condição econômica da família, a ponto de pedir esmolas para viver, Bunyan nunca desanimou. Perto dele estava o ANJO; do Senhor. E aquele cárcere se transformou numa tribuna de luz para o mundo e de glória para Deus.

O QUARTO HOMEM esteve com William Booth o querido fundador do Exército de Salvação na Inglaterra, quando foi expulso da Igreja Metodista por pregar o evangelho nas ruas de Londres e acolher os miseráveis, os bêbados e as meretrizes atirados nas sarjetas. O homem de Deus foi convidado pelos clérigos a se retratar do “crime” que praticava, mas permaneceu firme no seu propósito de trabalhar com os desgraçados. Foi expulso da Igreja. E ao se retirar, exclamou: “Sem níquel e sem amigos”; mas nunca experimentou, ele e sua esposa Catarina, hora mais doce, mais suave e mais abençoada do que aquela, quando

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sentiram a presença do Filho de Deus e sua potente mão a sustentá-los naquela hora e a dirigi-los para um trabalho nobre e abençoado.

X X X

E hoje, não temos UM ENCONTRO MARCADO COM O QUARTO HOMEM numa FORNALHA talvez? Esperamos nos encontrar com o Senhor Jesus em conforto, paz, tranqüilidade; em lugares aprazíveis, em circunstâncias favoráveis; mas o QUARTO HOMEM marca conosco um encontro nas chamas devoradoras de uma fornalha. E não importa onde; se o Filho do Deus Altíssimo ali estiver, será céu para nós.

A oportunidade do QUARTO HOMEM operar em nossa vida é quando estivermos mergulhados nas águas turvas de um infortúnio. Ninguém conosco. Sozinhos. O QUARTO HOMEM virá para nos socorrer e confortar. Saídos do infortúnio, vamos constatar que nenhum dano sofremos. As chamas apenas queimaram as cordas de Babilônia que nos impediam na obra do Senhor e embaraçavam a nossa vida cristã. A vez do QUARTO HOMEM também em nossa vida é quando somos abandonados ou por maridos ou por esposa, ou por pai ou por filhos. E quanto sofremos nessas horas de tristeza e desamparo. Ardemos nas chamas da fornalha. Parece que tudo está perdido; mas é a HORA do QUARTO HOMEM entrar para estar conosco na fornalha. A oportunidade do QUARTO HOMEM em nossa vida e em nosso coração, num encontro providencial e maravilhoso, é quando somos vítimas de um desastre, ou enfrentamos um angustiante problema, ou somos devorados pelas chamas da aflição. Não temos apoio para nossos pés. Sentimos como Paulo no cárcere em Roma: “Todos me abandonaram...” sentimo-nos como os israelitas defronte do Mar Vermelho, cercados de dificuldades por todos os lados. Parece que nos resta mesmo a morte. Essa, porém, é a hora do QUARTO HOMEM. E depois de termos experimentado a sua companhia na FORNALHA, podemos dizer com o Salmista: “Foi-me bom ter sido aflito”. Na hora da enfermidade, muitas vezes, é a HORA do QUARTO HOMEM se encontrar conosco. E na hora da separação para sempre nesta vida? Quando o nosso coração está partido pela espada da dor; quando amigos não adiantam; nem dinheiro, nem conforto material, nem prazeres desta vida, nem mil providências mais do homem; é nessa hora que nos ENCONTRAMOS com o QUARTO HOMEM. E quando somos perseguidos, à semelhança de William Booth, odiados por colegas, desprezados por irmãos, às vezes até por familiares por causa do NOME santo de Jesus e fidelidade à sua Palavra até a morte; escorraçados, enxotados; perdemos amizades das mais caras; púlpitos nos são vedados, também as oportunidades na imprensa; o pão de nossos filhos nos é tirado; arrastados na rua da amargura, caluniados e atirados na lama da mentira, nessa HORA, o QUARTO HOMEM estará presente para nos livrar do fogo da maldade humana, como foram Sadraque, Mesaque e Abede-Nego na Babilônia de Nabucodonosor. Ele nunca falha. Tudo pode falhar, mas o QUARTO HOMEM não falhará. Nossos irmãos na Rússia de Lenin, na China de Mao-Tse-Tung, na Coréia e em tantos lugares, quando ardiam na fornalha da brutal perseguição tiveram um ENCONTRO com o Senhor Jesus. Minha mãe, pouco antes de morrer, teve uma crise quase fatal. Depois voltou. Ela me disse que na hora de crise, viu o céu e viu o QUARTO HOMEM como João o vira no Apocalipse, e que a esperava além do rio. Ela me disse: QUE ENCONTRO MARAVILHOSO EU TIVE COM JESUS!

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CAPÍTULO QUARTO

ENCONTRO DE JESUS COM SEUS ADORADORES“Onde dois ou três estiverem reunidos EM MEU NOME, ali ESTOU EU no meio deles”.

Mateus 18:20

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Notemos bem a escritura que acabamos de ler. E' palavra do Senhor Jesus, o Rei dos reis e Senhor dos senhores, dirigida aos seus servos, seus adoradores; nela há riquezas espirituais; tesouros inesgotáveis; fontes que não se secam; mananciais inexauríveis. Entraremos nesses tesouros infindos para enriquecermos nossa fé; levaremos água que nos dessedente, e receberemos luz que nos guiará em nossa jornada cristã por este mundo.

O LUGAR

Está expresso na palavra “ONDE”. Como se vê, é indeterminado. Não se fixa tamanho. Pode ser um templo majestoso como o de Herodes em Jerusalém dos dias do ministério terreno de Jesus, como também uma casa, talvez humilde como a de Maria, mãe de João Marcos, onde se reuniam alguns discípulos do Mestre, também em Jerusalém. Pode ser um local rico, riquíssimo; e pode ser pobre, muito pobre. Pode ser debaixo de uma árvore, numa gruta e até mesmo debaixo das catacumbas, como fizeram os primitivos cristãos em Roma. Pode ser no Brasil, na Alemanha ou na Rússia; pode ser na Ásia, na Oceania ou na África. Não importa o lugar. Judeus e samaritanos do tempo de Jesus disputavam entre Moriá e Gerizim, o lugar da verdadeira adoração. Jesus, entretanto, disse à mulher samaritana com quem dialogava a respeito deste assunto: “Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” João 4:24. Nenhum vislumbre de racismo, nem de exclusivismo religioso e nenhum preconceito social. As largas avenidas do mundo para Deus acham-se abertas, escancaradas para os pecadores, sem acepção de pessoas, que busquem a Deus em espírito e em verdade com o propósito firme de ADORÁ-LO. Nisso temos a garantia de PRESENÇA do Senhor Jesus em qualquer lugar onde nos reunirmos em SEU NOME para servi-lo de todo o nosso coração. JESUS TEM UM ENCONTRO MARCADO CONOSCO hoje, agora; ONDE? No templo da nossa igreja; no monte; em casa de um crente; debaixo de uma árvore, seja onde for. Estará presente conosco, com a firmeza da sua verdade, se ESTIVERMOS REUNIDOS EM SEU NOME SANTO.

O QUORUM

O número mínimo para que a promessa do Senhor Jesus seja uma gloriosa realidade vem expresso nas palavras: DOIS OU TRÊS. Alguém achou isto um quorum ridículo, inexpressivo. Mas Nosso Senhor não erra. Ele conhece profundamente a natureza humana. Sabe das nossas tendências e fraquezas e das limitações da nossa carne. “O espírito está pronto, mas a carne é fraca”. A inclinação da nossa carne, sempre é sempre para o mundo, como diz o apóstolo Paulo. Para uma festa social ou um pic-nic o número de participantes é enorme; para uma reunião de oração, entretanto, o número é insignificante. Às vezes são

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dois ou três mesmo. Se o Mestre tivesse determinado o quorum de uma reunião de oração trinta ou quarenta; ou então cem ou duzentos poucas vezes poderíamos ter reunião de oração. Não importa o número dos que vêm à reunião; importa antes que o grupo preencha as condições expressas no texto em teta: EM NOME DE JESUS.

O ENCONTRO

Para que o ENCONTRO do Senhor Jesus com seus servos seja uma realidade, não é preciso que nós venhamos a sentir isto ou aquilo; nem que façamos mais alguma coisa; nem que busquemos novidades em outros meios, e nem mesmo que vivamos a mudar de denominações ou de igrejas da mesma fé e ordem. A bênção do Senhor não está nessa direção. Está antes na fidelidade das palavras do Mestre, senão vejamos: “Onde dois ou três estiverem REUNIDOS EM MEU NOME”. Como já vimos, não importa o LUGAR e nem o QUORUM, mas terá que ser EM MEU NOME, isto é, no NOME de Jesus. Vejamos bem: não é nome de anjos, nem de um grande homem, nem de uma instituição, concílio, juntas, convenções, assembléias, e muito menos em nome do diabo; MAS, no NOME DE JESUS, vale dizer: no poder de Jesus, na graça de Jesus, na eficácia do sangue de Jesus, no amor de Jesus, nos méritos de Jesus, na vitória de Jesus, na palavra de Jesus, na confiança absoluta de Jesus, no tempo e no espaço, na vida ou na morte.

Se nos reunimos assim: na letra e no espírito do texto, expressamente em NOME de Jesus, então podemos ter a certeza da presença do Mestre, como Ele mesmo disse: “ALI ESTOU NO MEIO DELES...” Sim, Jesus estará presente nessas reuniões. E sua palavra não falha. Jesus nunca mentiu; não se achou dolo em sua boca jamais. E o tempo do verbo denota a fidelidade de cumprimento: ESTOU. E presente do indicativo. Não só indica uma presença agora, mas continuada, cumprindo-se sempre que a condição imposta for satisfeita. Jesus estará presente como esteve com os dez apóstolos no cenáculo em Jerusalém, num domingo e noutro também com a presença de onze apóstolos; estará presente como estava com os sete discípulos junto ao Mar da Galiléia naquele maravilhoso e significativo crepúsculo; estará presente como esteve com os dois do caminho de Emaús; estará presente como estava com os quinhentos no Horto das Oliveiras; estará presente como esteve nas sete igrejas mencionadas no primeiro capítulo de Apocalipse, andando no meio dos sete candeeiros de ouro, isto é, as sete igrejas da Ásia; sustentando na sua destra as sete estrelas, ou sejam os pastores daquelas igrejas. E seus olhos como chamas de fogo, contemplavam aquelas igrejas nas suas atividades; nos seus erros e na sua fidelidade; nas suas vitórias e nos seus fracassos; no gozo ou na perseguição. Jesus conhecia intimamente cada uma daquelas igrejas, e com que precisão! Corrigia, admoestava, encorajava, aprovava ou reprovava, tudo com muito amor, com o desejo que cada uma daquelas igrejas brilhasse para a glória dos céus.

O meu prezado irmão já pensou na realidade de um Jesus presente em sua igreja, assistindo a todos os trabalhos? Acompanhando todas as atividades de sua igreja? O Dr. A. J. Gordon, pastor batista da outra América, já falecido, no seu livro COMO CRISTO VEIO À IGREJA (traduzido pelo Rev. José de Miranda Pinto e editado pela Casa Publicadora Batista), narra a experiência que Deus lhe concedeu através de um sonho, em que ele. Gordon, pregava na sua igreja, domingo pela manhã e na assistência, notou a presença de um cavalheiro estranho. Sentado humildemente, calado, acompanhando ao desenrolar dos trabalhos, contemplando o pregador, ouvindo com atenção, ali estava em profunda penetração. Logo que os trabalhos do culto terminaram, o desconhecido visitante desapareceu. E o pregador que tanto almejava saber quem era o personagem, começou a perguntar: quem é o homem que assistiu ao culto em nossa igreja hoje? E a resposta daqueles que perto dele se assentaram foi: era Jesus. E o pastor da igreja não o havia reconhecido. Gordon ficou alarmado. Se era Jesus, Ele ouviu as minhas palavras; a piada para iniciar o sermão; as orações mecânicas e rotineiras; o nosso coral constituído de vozes assalariadas e algumas nem regeneradas; viu o luxo e a ostentação dos meus paroquianos; viu aqueles que chegaram tarde; notou a ausência de muitos que ficaram em casa ou ocupam-se em coisas do mundo; viu a pompa e a grandeza da nossa casa de oração. Mas Ele esteve presente porque ESTÁVAMOS REUNIDOS NO SEU NOME: E no dia seguinte (porque Gordon sonhou do sábado para o domingo) com a narrativa do maravilhoso sonho, começou um novo dia para aquela igreja, que foi incendiada pelo fogo do céu e

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experimentou a glória do Senhor dos exércitos.

E meu prezado irmão, quando sais de tua casa na direção da casa do Senhor, vais com consciência plena de te encontrares com o Senhor Jesus? Tu te preparas antes convenientemente? Ou vais de qualquer maneira? Colocas o ENCONTRO com Jesus na casa de oração abaixo do teu emprego, aonde não chegas atrasado por causa do “ponto” que assinas. E quando te encontras na casa do Senhor, os teus pensamentos se voltam para cima onde Cristo está sentado, ou se perdem em coisas distantes, materiais, terrenas, passageiras? Ficas entrando e saindo na casa do Senhor? Ficas sem reverência? Sem respeito à presença do Senhor dos exércitos? Sem atenção ao que se passa no culto? Sem consciência da presença do Senhor, como aconteceu com os dois discípulos a caminho de Emaús? Sem fé? Rindo de tudo e de todos? Chupando balas num requinte de desrespeito ao Senhor que tudo vê, tudo conhece e tudo sonda? Ficas a brincar com um e com outro? Namorando dentro do templo do Senhor? Contando piadas que nada têm com o culto em processo? Cantando sem prestar a mínima atenção ao sentido das palavras? Orando mecanicamente? Lendo a Bíblia ou ouvindo a sua leitura como se estivesse ouvindo a leitura de jornal? Olhando sempre para trás? Jesus está presente. Isaías viu o Senhor “sen-tado num alto e sublime trono; as orlas do seu vestido enchiam o templo”. E os serafins que voavam, um ao outro cantava: “Santo, Santo, Santo é o Senhor dos exércitos...”. Gloriosa realidade da presença santa e eterna do Senhor. E o Senhor está sempre presente assim nas nossas reuniões, quando estamos reunidos em SEU NOME.

REALMENTE PRESENTE

A Palavra do Senhor Jesus não pode falhar. Nunca falhou. Quando nós nos reunimos em seu Santo Nome, Ele está presente entre nós. Presente nos cânticos vivos, espirituais que LOUVEM o nome do Senhor. Cânticos que partem de corações remidos pelo sangue do Senhor; que exaltam a bondade e a misericórdia do Senhor; que exaltam a sua grande salvação; o seu poder contra as trevas, contra o pecado, contra Satã; que exaltem a sua bondade para com os homens, a sua fidelidade, a sua providência, a sua vida. Cânticos bíblicos, onde todos tomam parte. E o louvor de uma congregação assim, se confundirá com o que anjos e serafins cantam no céu. E todos quantos ouvirem tais cânticos, sairão dizendo: O SENHOR ESTEVE PRESENTE entre nós hoje.

Jesus estará realmente PRESENTE nas orações fervorosas que seus servos farão subir ao trono da majestade nas alturas. Não serão orações gritadas, talvez nem muito prolongadas, mas cheias de PODER, sinceras, reais, no Espírito, com consciência plena da presença de Jesus no recinto, um Jesus que está perto, um Jesus que ouve, que atende. Orações como aquela registrada em Atos 4, quando a Igreja de Jerusalém, perseguida pelos judeus, derramou o seu coração diante do Senhor. E o Senhor que estava presente, fez tremer a terra do lugar onde estavam reunidos. E ao saírem daquele lugar, poderia alguém duvidar da presença de Jesus naquela reunião? E hoje, estamos orando assim? E por que não? Simplesmente porque perdemos a consciência da presença de Jesus em nossos cultos, transformados muitas vezes em encontros para brincadeiras.

Jesus está PRESENTE na sua Palavra viva e eficaz. E sua Palavra não será a letra que mata, mas se revestirá do Espírito que a vivificará. A PRESENÇA do Senhor Jesus em nossos trabalhos tornará a sua palavra: viva; poderosa; penetrante; cheia de luz; fogo que arderá em nosso coração, como aconteceu aos dois do caminho de Emaús; será um martelo a despedaçar a rocha de nossa incredulidade, de nossos preconceitos, de nossos pecados, de nossas transgressões; será a espada bigúmea, cortante, que penetrará até o recesso da alma, juntas e medulas e discernirá os pensamentos e propósitos do coração (Hebreus 4:12). Será uma palavra convincente, oportuna. Ao sairmos da reunião, levaremos em nosso coração essa palavra viva e poderosa, posta por Jesus, presente na reunião. Estamos aproveitando da palavra de Jesus em nossas reuniões?

Jesus estará PRESENTE na maravilhosa comunhão do culto santo do Senhor. Aquela comunhão declarada na Primeira Carta de João, capítulo primeiro: primeiramente UNS COM OUTROS e depois com O PAI e SEU FILHO JESUS CRISTO. Só podemos ter comunhão com o Pai se tivermos comunhão com os irmãos. Se tivermos mágoas contra alguém, não podemos gozar a comunhão com o Pai; se tivermos aborrecido nosso irmão, a

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esposa ou o esposo; o pai ou o filho; o empregado ou o patrão; o vizinho, o amigo, o colega, não podemos gozar a comunhão com o Senhor. A comunhão estará interrompida exatamente no ponto onde estamos em falta, em pecado. Podemos aparentar comunhão, mas na realidade, não teremos. Enganamos os homens, mas não enganamos a Deus. Nosso coração permanecerá em trevas e nossa vida será um deserto espiritual. Mas se nosso coração estiver em paz com os irmãos e com eles mantivermos comunhão, o SANGUE DE JESUS NOS PURIFICARÁ de todo o pecado, e então gozaremos a doce comunhão com o Senhor. O culto para nós não será um peso, a olhar para o relógio vinte vezes; um enfado os cânticos; uma monotonia a oração; a Bíblia uma letra morta; mas será uma hora de visitação do Senhor; de recolhimento espiritual; de alegria; de gozo espiritual; um ENCONTRO com o Senhor ressuscitado; e isso será para nós de fortaleza para a nossa fé; de estímulo para o nosso coração; de encorajamento para as nossas lutas; de amor abundante que será derramado em nossos corações; de revivificação para os nossos espíritos abatidos, para as grandes batalhas da vida no lar, no trabalho, na escola, aonde estivermos. E podemos dizer a todos: Estivemos na reunião do Senhor; o Senhor esteve conosco. Encontrei-me com o Senhor. Ouvi o Senhor. Olhou para mim. Pôs a sua mão sobre mim. Purificou-me. Deu-me oportunos e maravilhosos conselhos. Falei com Ele. Esteve perto de mim. Senti o calor da sua presença; vi o brilho dos seus olhos; suas mãos feridas que me purificaram e me acolheram e me guardaram. Estou cheio do seu poder, da sua graça, do seu brilho, do seu amor. E estará satisfeito no Senhor e não se conformará com o mundo.

E OS QUE FALTARAM COMO TOMÉ?

No primeiro domingo da ressurreição do Senhor Jesus, Tome esteve ausente da reunião onde o Mestre esteve com os dez apóstolos. Esteve ausente. Naturalmente poderia, como os faltosos de hoje, multiplicar razões da ausência; mas faltou à reunião. Perdeu as bênçãos. Encheu-se de dúvidas, de tristeza. Enfraqueceu a sua fé. Esfriou espiritualmente. Ficou desanimado e abatido. São limitadíssimos os motivos que justificam a ausência do crente nas reuniões de oração. Maior é o número de desculpas. Mas o prejuízo dos que perdem a reunião onde o Senhor está presente é muito grande. Meu prezado irmão, Jesus tem um encontro marcado contigo HOJE, numa reunião, seja no templo de tua igreja, seja na casa de um servo seu, seja onde for. Não deves faltar. Jesus te espera lá. Jesus quer abençoar-te com sua PRESENÇA gloriosa.

X X X

Isso tudo que comentamos a respeito de Mateus 18:20, deve nos conduzir a uma consciência absoluta da veracidade da Palavra do Senhor Jesus. E devemos, então, nos preparar para nos encontrarmos com o Senhor Jesus nas reuniões de culto. E que farás, irmão, se fores a uma reunião em que Jesus está presente, realmente presente, com os teus maus pensamentos? Com tuas mãos manchadas com os papéis falsos que assinaste, burlando leis, prejudicando o teu próximo? Com teus pés que correram para o mal? Para o cinema? Para o futebol, para as bebidas alcoólicas? Para o fumo? Para a destruição? Para tudo o que é terreno, exceto para a obra do Senhor? Com tua língua ferina que se alegrou em contar piadas imorais em mentiras e mais mentiras? Em ofensas aos teus irmãos? Que exaltou, o diabo? Que cantou para o mundo? Que só falou dos homens? Que farás do teu coração que está dominado pelo ódio, cheio de reservas, de ressentimentos, de amarguras? Que farás daquilo que furtaste, talvez coisas pequeninas, insignificantes, imperceptíveis até, mas furtaste; tiraste o que é do próximo. Ninguém descobriu; ninguém viu, mas o Senhor Jesus que assiste à reunião que assistes, te vê e sonda o teu coração. Que farás de tua vida dentro do teu lar? Em desavença com a Esposa, com o Esposo, com os filhos, com os pais, com os irmãos? Enganas aos homens, mas não a Deus. Vais à casa do Senhor, e como te apresentarás a Ele? Com ofertas? Com longas orações? Com sacrifícios? Com cânticos? Antes de tudo, mãos lavadas no sangue do Senhor Jesus; também o coração. Então te encontrarás com o Senhor Jesus. E esse encontro será uma bênção para a tua vida; será uma bênção para o teu lar, para os teus vizinhos, para os teus amigos; será para a glória do Senhor Jesus, nosso amado Salvador.

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CAPÍTULO QUINTO

ENCONTRO COM JESUS NO TRABALHOO Senhor Jesus marcou um encontro com 03 seus discípulos junto ao mar da Galiléia,

após a sua ressurreição (Mat. 28:10); marcou conosco um encontro no QUARTO, na oração secreta (Mat. 6:6); marcou também um encontro na FORNALHA de fogo ardente como aconteceu com os três companheiros de Daniel na Babilônia (Daniel 3); marcou ainda um encontro com seus legítimos ADORADORES (Mat. 18:20); marcou também um encontro conosco no TRABALHO.

X X X

“Jesus, aproximando-se, falou-lhes dizendo: Foi-me dado todo o poder no Céu e na terra. Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho ordenado. E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos Séculos”. (Mateus 28:18-20).

O GRANDE ENCONTRO — (Mat.28:16-17)

1) O local do encontro — “No Monte que Jesus lhes designara”. O Penhor se encontraria com seus amados discípulos num lugar certo, antecipadamente marcado. Após a ressurreição, o Mestre reitera o local: O MONTE NA GALILÉIA. Amado leitor, Jesus o espera para um encontro, hoje, agora mesmo, como fez com os discípulos após a ressurreição

“No jardim onde Cristo te espera”

“É lugar de delícia e de paz”.

2) Quantos eram — Mateus 28:16 nos diz que eram os onze discípulos. Pelo determinativo “OS” sabemos que eram os apóstolos, o círculo mais íntimo do Senhor Jesus. Os onze foram os primeiros a chegar NO MONTE; hoje, todavia, o caminho está aberto, para todos quantos queiram se encontrar com o Divino Ressurreto.

3) O tempo — Por Mateus 28 concluímos que o grande ENCONTRO de Jesus com os onze se verificou logo após a ressurreição do Senhor.

4) O encontro — Mateus 28:17 expressa muito bem o maravilhoso ENCONTRO, com a expressão: “QUANDO O VIRAM”. Viram a Jesus. Jesus nunca decepcionou alguém. Jesus marcou com os onze o lugar; os onze creram na palavra de Jesus e foram; foram e o acharam; acharam e viram-no. Custou-lhes, entretanto, uma longa viagem e uma penosa escalada, mas valeu-lhes a pena, porque viram o Senhor.

5) O propósito — “O adoraram”, assim nos afirma Mateus 28:17. Maravilhoso encontro; encontro oportuno para adorar Àquele que morrera na cruz por eles, que fora

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esmagado em lugar deles. Subamos ao monte da fé para nos encontrarmos com o Senhor; e quando na sua augusta presença, adoremo-lo de todo o coração, louvando-o, exaltando-lhe o nome e glorificando-o eternamente.

6) O auxílio — Mateus 28:17 adianta que houve duvidosos entre os onze. Se fosse um apenas, diríamos logo: Foi Tomé; mas o plural garante-nos que Tomé teve pelo menos um companheiro e talvez mais. E de que teriam duvidado? Não foi da ressurreição de Jesus, pois estava presente com eles. É possível que a dúvida deles seja a mencionada em Atos 1:6, isto é a respeito da restauração do reino de Israel. De qualquer maneira, o Mestre os repreendeu (Atos 1:7), e apontou-lhes um caminho de PODER, portanto de bênção (Atos 1:8). Passaram pela porta do Pentecoste e chegaram aos inexauríveis mananciais da Graça do Senhor, na colheita maravilhosa de milhares de almas.

O GRANDE FATO — (Mateus 28:18a.)

O Senhor Jesus antes da sua morte, marcou o ENCONTRO com os discípulos na Galiléia, num determinado monte. Quando dos mortos se levantou, pelas mulheres enviou-lhes a reiteração do ENCONTRO.

Os onze foram fielmente ao MONTE designado. E em chegando, cumprindo plenamente a ordem do Mestre, Jesus deles se APROXIMOU. Jesus não se mantém longe dos que lhe obedecem à Palavra e cumprem-lhe a ordem, sempre que nós vamos, Jesus vem. Se Ele não vem, é porque nós não fomos.

Os onze encontraram-se com Jesus; viram-lhes o amado ROSTO; estiveram na sua PRESENÇA; mantiveram COMUNHÃO com Ele; sentiram o calor da sua COMPANHIA; sentiram o PALPITAR do seu coração cheio de amor pelas almas perdidas; ouviram-lhe a VOZ; experimentaram o GOZO do seu poder.

E o mesmo nos está reservado se, como os onze, nos dispusermos a deixar tudo no mundo, nos dirigirmos à Galiléia da sua presença, e subirmos ao monte da sua vontade. E pode ser hoje.

A GRANDE AUTORIDADE — (Mateus 28:18b.).

E o que o Senhor Jesus disse aos onze? “Foi-me dado todo o PODER no Céu e na terra”. Essa palavra foi dirigida a todos, portanto aos duvidosos também; Jesus não parou para discutir problemas deste e daquele; dúvidas, ou questões teológicas; tudo isto, indicava somente a falta de PODER; e a solução seria sempre o PODER. Estavam eles agora, isto é, os onze, junto à fonte do PODER. Restava-lhes apenas beber.

É de notar-se que o Divino Mestre afirmou aos seus queridos discípulos: “Foi-me dado”. E quem lhe teria dado TODO O PODER senão o Pai Celestial, o Pai que amou o seu Filho?

E prossegue o Mestre: “Todo o Poder”; outra tradução diz “Toda a autoridade”. Pela completa Submissão até a morte de Cruz, o Filho recebeu esta AUTORIDADE DO PAI. O seu PODER é ilimitado, infinito: TODO: E se estende a tudo: NO CÉU E NA TERRA.

A cruz foi o ponto final na obra da redenção; a ressurreição de Jesus garantia de que o homem era recebido pelo Pai; resta agora a conquista do que fora usurpado peto maligno: o mundo e o que nele há, e de modo especial o homem com sua alma imortal.

Daqui para frente seria o avanço do Reino do Senhor, no reino do Diabo. Jesus fará esta obra divina com a cooperação de homens resgatados pelo sangue. Homens resgatados, resgatando os outros. Homens que conhecem a Graça de Deus, levando outros à mesma Graça. Deus com o homem, o homem com Deus, na obra de cooperação para recuperação de todas as coisas: “as do Céu, e as que estão sobre a terra”. E o PODER de Jesus se estende: No Céu — sobre tudo, excetuando, naturalmente, “Aquele que lhe Sujeitou todas as coisas”; na terra — sobre os homens que vai usar. Já pensamos no valor e na significação desta obra do Senhor, quando se une à terra para a restauração do homem perdido, pela cruz da reconciliação?

O GRANDE MANDAMENTO — (Mateus 28:19)

O Senhor Jesus terminou de afirmar aos seus discípulos: “Foi-me dado todo o poder no

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Céu e na terra”, deu-lhes o mandamento: “IDE”. E este mandamento está precedido de uma conclusiva “Portanto”. O Pai me deu todo o poder no Céu e na terra, IDE então, e usai este poder; Morri na cruz para salvar o homem, IDE buscá-lo portanto; levai-lhe a minha vida; todo o poder está nas minhas mãos, IDE vencer o Maligno; IDE dissipar as trevas do pecado; IDE para aliviar ao aflito; IDE levar a paz ao desesperado; IDE salvar o perdido; IDE libertar o cativo de Satã; IDE... sob meus olhares e meu PODER.

E Jesus, perto deles, talvez em pé, apontando-lhes com o dedo, ordenou; IDE, com dúvidas ou sem dúvidas, fraco ou forte, IDE; mulheres ou homens, IDE; Judeu ou Gentio, IDE; com cultura ou indouto, IDE; rico ou pobre, IDE.

É um verbo de movimento. Indica necessidade; indica que estavam parados; indica pressa, isto é, Urgência; indica que sendo um mandamento do Senhor, precisavam obedecer; precisavam ir agora; não comportava disensão. Um mundo agonizante os esperava; almas atormentadas o desesperadas os aguardavam. A mensagem do Céu — as Boas Novas ou o Evangelho eterno — já ardia pelo Espírito Santo em seus corações. Agora, nas asas da fé cumpria-lhes voar para o mundo aflito e perdido; nos pés do amor, renunciar a tudo. Sacrificar tudo e caminhar com firmeza e coragem, olhando para o Senhor Jesus, nas estradas dos vícios, dos pecados, da tristeza e de onde transitam as pobres almas, prisioneiros de Satã.

Os onze foram, e nós temos ido? Estamos indo? Temos planos de ir?

O GRANDE PROGRAMA — (Mateus 28:19-20)

O grande mandamento do Senhor Jesus apontou aos onze um grande programa de trabalho. A obra do Mestre não é dispersiva; obedece a um plano do Céu, já se vê. Os programas humanos nem sempre coincidem com os do Espírito Santo. Que os programas devem vir dos Céus não há dúvidas; di-lo com clareza Mateus 18:18. “Tudo o que ligardes na terra, terá sido ligado no Céu...” Céu primeiro e depois terra. Quantas vezes, porém, o homem faz tudo e então leva para Deus aprovar. Até em sermões isso se verifica. Por certo, tais programas nada têm com o Senhor Jesus.

O programa do Mestre, para resgatar o mundo inclui três partes capitais:

1) Discipular entre todas as nações — Não sei se o vulgo tolera e nisso chegamos ao que está na língua ori-vernáculo erudito permite o verbo “disciplinar”; mas o original do NOVO TESTAMENTO. Discipular vale dizer “novo nascimento” vale dizer “regeneração”; vale dizer “Salvação”; vale dizer mudar os homens do jugo do Diabo para o de Cristo; da escola do maligno para a de Deus. Isto não conseguem com ritos, com obra, com dinheiro, com boa vontade, mas pelo Espírito Santo que enxerta no homem decaído e perdido a “Nova natureza”, isto é, a “divina”, é a obra da GRAÇA pelo poder do SANGUE DE JESUS. Não se consegue com artifícios de erudição humana, “mas na demonstração do poder de Deus”. “Discipular” é a obra divina que arranca o homem do poder do inferno e o transporta para a esfera do poder de Deus; do mundo para o Reino dos Céus; do cativo do pecado para a liberdade em Cristo Jesus; das trevas para a luz; da morte para a vida. É obra séria, profunda, radical que só o Espírito Santo pode realizar. Jesus não restringiu o âmbito deste “discipulado”; tornou-o amplo, universal, quando disse: “entre todas as nações”. E tanto isto é real que João viu (Apoc.7:9) no Céu grande multidão que ninguém podia contar de todas as nações, povos tribos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro. Estamos, hoje, discipulando entre as nações como nos ordenou Jesus?

2) Batizando-os... — A ordem do NOVO TESTAMENTO é: Conversão a Cristo e depois batismo. O segundo ponto do programa de trabalho do Senhor Jesus combate dois extremos: a) dos que fundamentam a Sal vação no batismo . Batismo não salva e nem ajuda a Salvar; quem Salva é Cristo somente, b) Dos que desprezam o batismo. Argumentam: Se o batismo não Salva porque batizar? Responda: Simplesmente porque Jesus mandou. Ele mesmo, Jesus, submeteu-se ao batismo. O dever do discípulo é obedecer ao Mestre. O Mestre mandou que o discípulo, isto é, o convertido, fosse batizado, e não há discussão.

3) Ensinando-os... — Maravilhosa ordem: a) Conversão (liga a alma ao Céu pelo Sangue de Jesus); b) Batismo (liga o convertido a uma igreja na terra); c) Ensino (Matricula o convertido na escola de Jesus). Jesus não determina idade para se matricular na sua

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escola, só condição: Conversão e Batismo; Jesus não determina grau de cultura das coisas concernentes ao Reino; requer novo nascimento e obediência no batismo. E a matéria a ser ensinada nessa escola é o REINO DE DEUS expresso no GUARDAR TODAS AS COISAS que vos tenho ordenado. A Escola fiel não omite nada do que o Mestre ordenou. Ponto por ponto, coisa por coisa, tudo deve ser GUARDADO. E que está a sua igreja a ensinar aos novos convertidos? E está ensinando mesmo? “Todas as coisas” ordenadas pelo Mestre? Estarão aprendendo a sã doutrina? Estarão se alimentando com a Bíblia? Estarão crescendo na Graça e no conhecimento do Senhor Jesus Cristo?

A GRANDE BÊNÇÃO — (Mateus 28:20b).

“E eis que eu estou convosco todos os dias até a consumação dos Séculos”.

O Verbo estar é empregado no presente e denota a consumação da presença do Senhor com os discípulos absorvidos na obra de Deus. Se alguém não cumpre a primeira parte da Grande Comissão, não pode contar com a presença do Mestre.

Marcos 16:20 demonstra a grande verdade que estamos comentando: “E eles, tendo partido, pregaram em toda parte, (é a obediência ao IDE de Jesus; eles foram, saíram; pregaram por toda parte) COOPERANDO com eles o Senhor, confirmando a palavra por meio de Sinais que se seguiam”.

E sempre que os discípulos saiam a campo para a obra do Reino o Senhor estava com eles; no trabalho, no serviço do Rei, na atividade da causa, ENCONTRARAM-SE com Jesus.

Pedro e João encontraram-se com Jesus junto à Porta Formosa do templo de Jerusalém, na cura do Coxo e na mensagem que entregaram ao povo na ocasião. E que o Senhor Jesus ali estava, não há dúvida. Estava em grande poder e graça.

Novamente Pedro e João encontram-se com JESUS na presença das Autoridades. Atos 4:13 afirma que as próprias Autoridades reconheceram, pela intrepidez e coragem, que os dois discípulos HAVIAM ESTADO COM JESUS.

Estevão ENCONTROU-SE com Jesus quando mergulhado em trabalhos em Jerusalém. No meio do povo, pregando a Palavra e fazendo prodígios e milagres e testificando do Mestre (Atos 6:8); e quando preso, os homens do tribunal viram-lhe o rosto, como o de um anjo.

Filipe ENCONTROU-SE com Jesus em Samaria (Atos 8:4-13) quando pregava o Evangelho aos gentios e amedrontava do inferno as almas por quem Cristo morreu.

O mesmo Filipe teve maravilhoso ENCONTRO com Jesus na deserta estrada que desce de Jerusalém a Gaza, no trabalho que realizou, ganhando o EUNUCO etíope para o Senhor Jesus.

Pedro ENCONTROU-SE com Jesus em Cesaréia, na casa do Centurião Cornélio, quando ativo na pregação da Palavra, trabalhando para ganhar almas para o Senhor.

Barnebé ENCOUTROU-SE com Jesus quando saiu ao trabalho em Antioquia da Síria. A mão do Senhor foi com ele, de modo que houve naquela cidade uma grande bênção, muita gente serviu ao Senhor e todos se regozijavam em Deus.

Saulo e Barnabé, depois Saulo e Silas ENCONTRARAM-SE com Jesus quando saíram de Antioquia e foram pela Ásia e Europa desfraldando o glorioso pavilhão da redenção em Cristo, o Senhor. Grandes adversidades enfrentaram; sofreram; foram açoitados e presos; maltratados, mas nunca vencidos porque o Senhor estava com eles como prometera.

Paulo no cárcere, tanto em Cananéia como em Roma, apesar das cadeias, estava alegre, porque Jesus estava PRESENTE no cárcere, pois o apóstolo estava na batalha do Senhor.

E através de séculos, a promessa de Jesus de estar PRESENTE, se cumpre naqueles que SAEM para os trabalhos do Reino.

Os Moravianos deixaram a sua terra e se foram para terras distantes e em plena luta, sentiram que estavam com Jesus.

David Livingstone desprezou tudo na Inglaterra e embrenhou-se nas selvas africanas, enfrentando as maiores dificuldades, os maiores perigos, para falar aos africanos do amor de Cristo. Lá nas longínquas selvas, entre feras e gente selvagem, ESTAVA com Cristo.

Carey na índia e Judson na Birmânia, absorvidos na obra do Mestre, pagando pesado tributo de sacrifício, tiveram falta de tudo, menos da PRESENÇA poderosa e consoladora de Jesus.

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David Brainerd deixou a universidade de Yale, a noiva, o conforto nos Estados Unidos e foi aos Pele-Vermelhas, embriagados e dominados pelo Diabo, para levar-lhes a libertação de Cristo. Lá ENCONTROU-SE com Jesus.

E milhares e milhares de homens e mulheres que tudo abandonaram para atender ao IDE de Jesus, passaram privações, fome e sede; perseguidos e maltratados; presos e feridos; alguns foram mortos, outros devorados por canibais, vivendo ou morrendo, sorriam e sentiam-se num oásis porque ali estava Jesus presente como prometera.

E meu prezado leitor, você que vive triste, abatido, tomando calmantes, tratando sempre dos seus nervos, você precisa mais de um ENCONTRO com Jesus. E sabe onde você vai encontrá-lo? Junto ao leito de um hospital falando do seu amor àquele necessitado que logo partirá para a eternidade e precisa de você; vai encontrá-lo naquela casa onde reina tristeza e desespero; Jesus marcou um encontro com você na rua na entrega de um folheto ou evangelho a um miserável pecador; Jesus o espera junto a um coração aflito, a um necessitado, a um órfão, a uma viúva, num cárcere, no meretrício onde dezenas de mulheres vivem escravizadas pelo maligno. Sempre que você se dispuser a obedecer ao IDE de Jesus, você com ele se encontrará com segurança. A palavra do Mestre é certa: “E eis que eu estou convosco sempre”.

CAPÍTULO SEXTO

ENCONTRO COM JESUS NA GLORIAO Senhor Jesus marcou em Mateus 28:10 um ENCONTRO com seus discípulos num dos

montes da Galiléia. E o encontro se consumou. João Cap. 21 nos dá conta de tudo o que passou não só no monte, mas principalmente junto ao mar da Galiléia.

Mas, o Senhor Jesus marcou com seu povo outros encontros, como por exemplo; 1) No QUARTO, isto é na oração secreta, na oração individual; 2) Na FORNALHA, como foi o caso de Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Na dor, na tristeza, no terror e na calamidade, na hora extrema e derradeira, encontrou-se com o Senhor Jesus; 3) Na IGREJA. Por Mateus 18:20, sabemos desta verdade fundamental. Quantos como Tomé (João 20:24), perdem bênçãos preciosas no encontro com Jesus, porque deixam de ir à igreja sempre, mas principalmente no dia do Senhor, isto é, no domingo. 4) No TRABALHO. Segundo Mateus 28:20 o Senhor Jesus marca encontro no trabalho. Não é quando na eterna ociosidade, ou distraídos em praias, piscinas, esportes, sítios e coisas tais que nos encontramos com o Senhor, mas quando na BATALHA, na luta.

Tudo isso, porém, são realidades do mundo da matéria, portanto das limitações; Jesus marca também um encontro conosco NA GLÓRIA DE SEU PAI.

O encontro já foi marcado. Seu registro se acha em Mateus 26:29 e lemos: “E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber de NOVO, CONVOSCO no reino de meu Pai”. Portanto, está marcado.

UM ENCONTRO COM JESUS NA GLÓRIA

O assunto é de suma importância e precisa ser encarado com interesse e muita oração:

1) Por quem foi marcado: Pelo Senhor bendito Filho de Deus, o Rei dos reis e o Senhor dos senhores; aquele que nos amou e deu sua vida no madeiro para nos, salvar de perdição eterna; aquele a quem foi dado o poder no Céu e na terra; aquele que nos comprou pelo precioso Sangue do Calvário, e nos constituiu povo seu, separado para as boas obras e ainda nos fez Sacerdote e Rei para sua Glória. Pelo eterno e imaculado Cordeiro de Deus foi marcado grande encontro.

2) Para quem foi marcado: Para os redimidos do Senhor, pecadores lavados no Sangue do Cordeiro; pecadores tirados do lamaçal do pecado, dos antros da prostituição, da taberna, do jogo, do furto, do crime, da mentira. . . Éramos ovelhas tresmalhadas, distante do aprisco, do bom pastor, mas Ele veio em nosso encalço e, nos seus braços de poder nos tomou, nos tirou das garras do lobo voraz e nos purificou e nos transportou para o seu maravilhoso reino de luz. E conosco marcou, para depois desta vida terrena, um encontro no lar Celestial. Diante de tão grande bênção e profundo mistério, o apóstolo

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Paulo exclama (Romanos 11:33): “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria, como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!” Eu sou de Jesus, já fui lavado no seu precioso Sangue e por isso irei participar da grande Ceia, marcada na Glória do Pai, e tu, leitor, tens esta certeza? Se não tens, abre teu coração aí mesmo onde estás e Cristo em tua alma te dará a certeza de participar da Ceia eterna.

3) Onde foi marrado: Por Mateus 26:19 o encontro foi marcado pelo Senhor Jesus Cristo NA GLÓRIA CELESTIAL. Não mais na terra, nas limitações da matéria, mas no Reino eterno, longe da presença do pecado, longe do poder de Satanás, na luz aurifulgente do Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.

4) Para guando foi marcado: Será após a volta do Filho de Deus, depois do Juízo Final, depois da consumação dos séculos; quando todos os inimigos já tiverem sido vencidos, inclusive a morte; quando todos os remidos do Senhor já foram levantados no poder da ressurreição; quando o Senhor Jesus Cristo tiver sido proclamado Rei dos reis e Senhor dos senhores e, no trono com seu Pai, presidirá a GRANDE CEIA.

5) Como será o encontro: Real, de gozo, grande alegria, com o Pai, com o Filho com o Espírito Santo, com os anjos e arcanjos, com Serafins e Querubins, com os 24 anciãos e as criaturas viventes e com todos os remidos do Senhor.

6) Porque será o encontro: Porque o Senhor assim o prometeu. E como Jesus, nos dias do seu ministério terreno suspirava por comer a última Páscoa com os amados discípulos, agora almeja muito mais BEBER O NOVO VINHO, o vinho da vitória, o vinho do poder, o vinho da glória, o vinho do gozo e da alegria, com todos os redimidos do Senhor, ponto culminante de sua obra redentora.

7) Para que o encontro?: Para comemorar as BODAS do Filho de Deus; para comemorar o triunfo do Senhor Jesus, sobre Satanás e sobre a morte. Haverá festa e regozijo no Céu. Cantaremos glória, aleluia e louvaremos Aquele que morreu na cruz por nós e venceu para sempre!

A GRANDE CEIA

Em Mateus 22:1-14 o Senhor descreve a grande Ceia. O rei que celebrou a Ceia é o próprio Deus. Os primeiros convidados eram os judeus. Tinham direito especial, em virtude da promessa de Deus a Abraão. Eles, porém, não quiseram, rejeitaram o oferecimento do Senhor. Maior número, agora, foi chamado à CEIA. Os servos do grande Rei saíram para as encruzilhadas dos caminhos e convidaram para as Bodas a quantos encontravam: bons e maus, cegos e coxos, até que a sala se encheu. Assim será a grande Ceia no Céu, a que se refere o Senhor Jesus em Mateus 26:29. Por Lucas 13:28-29 sabemos que Abraão, Isaque e Jacó e os profetas tomarão lugar à mesa na grande Ceia no Reino de Deus, e virão participantes do Oriente e Ocidente, do Norte e do Sul, vale dizer: de todas as partes da terra.

O livro de Apocalipse descreve com riqueza de detalhes a grande Ceia e os que dela irão participar.

No cap. 7:9 temos os participantes, com as seguintes palavras: “Depois destas coisas vi, e eis grande multidão que ninguém podia enumerar, de todas as nações, tribos, povos e línguas, em pé diante do trono e diante do Cordeiro, vestidos de vestiduras brancas, com palmas nas mãos”. Posso imaginar nessa multidão, a mulher pecadora, de Lucas 7, o cego Bartimeu, Zaqueu, o Ladrão que se converteu na cruz, homens e mulheres, pretos e brancos, grandes e pequenos, todos transformados pelo Espírito Santo, lavados pelo Sangue do Cordeiro, todos um em Cristo e desfilando vitoriosos diante do trono e do Cordeiro. Meu prezado amigo, tu fazes parte dessa multidão? Já foste lavado no Sangue do Senhor? Examina bem a tua vida! Não te deixes iludir pelos encantos passageiros da terra, nem pelas fantasias da vida presente. Se ainda não tens Cristo no teu coração aceita-o agora, agora mesmo.

Mas para entrar e participar da grande Ceia, deves estar munido de credencial; é ter o nome escrito no LIVRO DA VIDA DO CORDEIRO (Apoc. 13:8); se não tens serás lançado

Page 23: Encontros Com Jesus - Eneas Tognini

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no lago que arde com fogo e enxofre: é a Ceia da morte eterna. O homem da parábola de Mateus 22:11-13 foi lançado nas trevas exteriores por não trajar vestes nupciais, isto é, não ter o seu nome escrito no Livro da Vida do Cordeiro, não te deixes enganar por utopias perdendo assim o direito à grande Ceia do Cordeiro.

Em Apocalipse 19: lemos: “Então o anjo me falou: Bem aventurados aqueles que são chamados à Ceia das Bodas do Cordeiro”. Tens certeza, leitor, que estás convidado para essa Ceia? Não te deixe enganar!

A terceira estrofe do hino 509 do Cantor Cristão diz:

“Nessa pátria de esplendor“Hei de amigos encontrar,“Os amigos mais prezados hei de ter;“Mas primeiro que qualquer,“Quando ali no Céu chegar“Meu Jesus é quem eu mais almejo ver”.

Na grande Ceia o Senhor Jesus apareceu assim (Apoc. 5:6): “Então vi no meio do trono e dos quatro seres viventes, e entre os anciãos, de pé, um CORDEIRO como tinha sido morto. Ele tinha sete chifres, bem como sete olhos que são os sete espíritos de Deus, enviados por toda a terra”.

E Jesus tem todo o poder como disse em Mat. 28:18 e como se declara também em Apoc. 6:1.

Quando por ocasião da grande Ceia, o Senhor Jesus já terá vencido todos os inimigos, como lemos em Apoc. 6:15-17: “Os reis da terra, os grandes, os comandantes, os ricos, os poderosos, e todo escravo e todo livre se esconderam nas cavernas e nos penhascos dos montes, e disseram aos montes e aos rochedos: Caí sobre nós, e esconde-nos da face daquele que se assenta no trono, e da ira do Cordeiro, porque chegou o grande dia da ira deles; e quem é que pode suster-se?”

O Cordeiro estará à direita do trono do Senhor Todo-Poderoso, como nos diz Apoc. 7:10, e dará vitória a todos os que nele confiaram: “Eles, pois, o venceram pelo Sangue do Cordeiro e pela palavra do seu testemunho, e não amaram suas vidas até a morte”. (Apoc. 12:11).

Seguirão o Cordeiro por toda parte, não o deixarão; com Ele estarão e com Ele vencerão; no Céu tudo é Ceia, tudo é gozo, tudo é alegria.

Com os vinte e quatro anciãos, com os quatro seres viventes, iremos nos prostrar diante do Cordeiro, contemplando-lhe as mãos transpassadas pelos cravos, prova de quanto nos amou e de tudo o que fez por nós e, com harpas e taças de ouro cheias de incenso, que são as orações dos santos, entoaremos novo Cântico, dizendo: “DIGNO ÉS DE TOMAR O LIVRO E DE ABRIR-LHE OS SELOS, PORQUE FOSTES MORTO E COM O TEU SANGUE COMPRASTE PARA DEUS OS QUE PROCEDEM DE TODA TRIBO, LÍNGUA, POVO E NAÇÃO E PARA O NOSSO DEUS OS CONSTITUISTE REINO E SACERDOTE; E REINARÃO SOBRE A TERRA” (Apoc. 5:8-10). Eu, pela graça de Deus pelo poderoso Sangue de Jesus, estarei nessa CEIA; encontrar-me-ei com o Senhor Jesus; e tu, meu amigo, estarás também? E tua esposa? E teu esposo? E teus pais? E teus irmãos carnais? E teus cunhados e sobrinhos? E teus patrões? E teus vizinhos? E teus colegas? E teus empregados?

Trabalhemos agora, enquanto é dia, para ganharmos nossos queridos, amigos e vizinhos para Cristo, afim de que seus nomes sejam escritos no Livro da Vida do Cordeiro e tenham lugar à CEIA DO SENHOR JESUS, bebendo assim o novo vinho, na alegria do céu, no gozo do Senhor eternamente! Aleluia!

E Jesus podia dizer: Vou para Jerusalém. Vou pela última vez como homem. Vou agora de modo diferente. Vou para a Jerusalém criminosa, para a Jerusalém que mata os profetas e apedreja os enviados do Senhor; Jerusalém que rejeita a Deus e agora me vai rejeitar; vou para a Jerusalém de Caifás e de Anás; de Pilatos e Herodes; de Judas Iscariotes que me vai trair; vou para a Jerusalém do Getsêmani de agonia, de tristeza de morte e suor de sangue; para a Jerusalém da maldita cruz; da morte de horror; eu vou indo para esse oceano de sofrimento, de miséria e incompreensão. Vou para isso, e não para as facilidades e acomodações dos homens. Eu vou, vou indo. Achei um Bartimeu e ele me segue estrada fora; não queres deixar tudo, tudo mesmo: pai, mãe, esposa, falhos, emprego, dinheiro, posição social e a própria vida? Tens medo? Tremes ao toque da minha trombeta que te conclama? Queres ficar? Mas vais ficar em Jerico! E que será de Jerico amanhã? Pensa bem... decide... vem comigo...

(do livro “Passando por Jerico” de Eneas Tognini)