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DEFINIÇÃO...........................142 HISTÓRIA..........................142 Grécia................................................................. 142 Idade média...................................................... 142 Idade moderna................................................. 142 Revolução industrial......................................... 142 Cidades do séc. 19............................................ 142 Avanços recentes............................................... 142 PERSONALIDADES....................143 John Snow.......................................................... 143 John Graunt....................................................... 143 SAÚDE E DOENÇA......................143 Processo saúde doença.................................... 143 HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA........143 Fase inicial......................................................... 143 Fase patológica pré-clinica.............................. 143 Fase clínica........................................................ 144 Fase de incapacidade residual........................ 144 CONCEITO DE PREVENÇÃO.............144 Prevenção primária.......................................... 144 Prevenção secundária...................................... 144 Prevenção terciária........................................... 144 Conceito de causa............................................. 144 Teoria da unicausalidade..........144 Teoria da multicausalidade........144 PROCESSO EPIDÊMICO..................145 Endemia............................................................. 145 Epidemia............................................................ 145 Pandemia.......................................................... 145 Surto epidêmico................................................ 145 Incidência.......................................................... 145 Frequência absoluta...............145 Frequência relativa...............145 Taxa de incidência................145 Prevalência........................................................ 146 Casos autóctones.............................................. 146 Casos alóctones................................................. 146 TEMPO E ESPAÇO....................147 Tempo................................................................ 147 Distribuição das doenças no tempo. 147 Variações cíclicas................147 Variações sazonais................147 Tendência histórica...............147 Variações irregulares.............147 VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA...........148 NOTIFICAÇÃO.......................148 1

EPIDEMIOLOGIA

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resumo de epidemiologia

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Page 1: EPIDEMIOLOGIA

DEFINIÇÃO.................................................................142

HISTÓRIA...................................................................142Grécia....................................................................142Idade média..........................................................142Idade moderna......................................................142Revolução industrial..............................................142Cidades do séc. 19.................................................142Avanços recentes..................................................142

PERSONALIDADES.....................................................143John Snow.............................................................143John Graunt..........................................................143

SAÚDE E DOENÇA......................................................143

Processo saúde doença.........................................143HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA...............................143

Fase inicial............................................................143Fase patológica pré-clinica....................................143Fase clínica............................................................144Fase de incapacidade residual..............................144

CONCEITO DE PREVENÇÃO........................................144Prevenção primária...............................................144Prevenção secundária...........................................144Prevenção terciária...............................................144Conceito de causa.................................................144

Teoria da unicausalidade...........................................144Teoria da multicausalidade.......................................144

PROCESSO EPIDÊMICO...............................................145

Endemia................................................................145Epidemia...............................................................145Pandemia..............................................................145Surto epidêmico....................................................145Incidência..............................................................145

Frequência absoluta..................................................145Frequência relativa....................................................145Taxa de incidência.....................................................145

Prevalência...........................................................146Casos autóctones..................................................146Casos alóctones....................................................146

TEMPO E ESPAÇO......................................................147Tempo...................................................................147

Distribuição das doenças no tempo..........................147Variações cíclicas.......................................................147Variações sazonais.....................................................147Tendência histórica...................................................147Variações irregulares.................................................147

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA....................................148

NOTIFICAÇÃO............................................................148

SAÚDE PÚBLICA.........................................................149

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)...............................150

CARACTERÍSTICAS.....................................................150Princípios...............................................................150

Universalidade...........................................................150

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Equidade...................................................................150Integralidade.............................................................150

Organização..........................................................150

DEFINIÇÃO Ciência que estuda os padrões de ocorrência de doenças, em populações humanas, fatores determinantes, propondo medidas de prevenção ou controle e erradicação de doenças e indicadores, que sirvam de suporte ao planejamento e avaliação da saúde. É uma disciplina voltada para a compreensão do processo saúde doença no âmbito de populações, que tem por objetivo o estudo desses mesmos processos, mas em termos individuais. Como ciência, fundamenta-se no raciocínio causal, como disciplina preocupa-se em desenvolver estratégias para as ações voltadas para a proteção e promoção da saúde da comunidade. Ela também é um instrumento para o desenvolvimento de políticas no setor da saúde.

HISTÓRIAGrécia

Na antiguidade, religião politeísta acreditava-se que a saúde era dádiva e a doença castigo dos deuses, com o decorrer dos séculos e com o advento das religiões monoteístas a dádiva da saúde e o castigo da doença passou a ser da responsabilidade de um único Deus. A mais de 2000 anos atrás Hipócrates, foi um dos primeiros a fazer observações de que os fatores ambientais influenciavam na ocorrência de doenças. A Teoria dos Humores diziam que o bem estar do indivíduo seria mantido entre os quatro humores: sangue, fleuma, bílis negra e bílis amarela. Cada um desses quatro humores teria uma qualidade o sangue quente e úmido, a fleuma fria e úmida, a bílis negra fria e seca e bílis amarela, quente e seca. As doenças deveriam ser um desequilíbrio entre os humores.

Idade média Com a desintegração do império romano do ocidente, no séc. 5 e com a queda de Constantinopla teve fim o império romano do ocidente, no séc. 15. A doença mais comum na época era a Lepra. As pessoas infectadas eram chamadas de Leprosos e tinham que viverem afastadas das cidades e proibidos de entrarem nelas. Outras doenças como sarampo, tuberculose, disenteria e varíola não tinham cura. A doença mais temida na idade média era a Peste Negra, vinda do oriente, matou de 20 a 40% da população europeia. Na idade média, prevaleceu a Teorias dos Miasmas, a qual considerava que a doença era causada por certos odores venenosos, que se originavam na atmosfera ou a parti do solo.

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Idade modernaTeve início após a tomada de Constantinopla, até seu término com a Revolução Francesa, em 14 de julho de 1789. Com o fim do Feudalismo, veia a formação das cidades e o início da concentração da população por volta do séc. 17 problemas e sanitários começaram a afligir as cidades.

Revolução industrial A partir da segunda metade do séc. 18 iniciou-se a mecanização industrial desviando a acumulação de capitais da atividade comercial para o setor de produção. Nessa época as cidades cresciam desordenadas com precários serviços sanitários e moradias ruins, que facilitavam a proliferação de doenças. O ambiente das fabricas eram sujos, escuros e perigosos. As doenças mais comuns eram a Tuberculose, Cólera, Tifo, Varíola e as DST´s.

Cidades do séc. 19 Cidades como Londres ou Paris, cresceram sem planejamento. Elas foram surgindo em torno das fabricas. As ruas eram estreitas e formavam labirintos, as casas dos operários eram pequenas e miseráveis, grudadas umas as outras, os cômodos não tinham janelas, não havia serviços públicos básicos de saúde, como água limpa ou rede de esgoto. Essas cidades eram feias, sujas, tristes e seus rios imundos.

Avanços recentes Atualmente a epidemiologia é uma disciplina nova e usa métodos quantitativos para estudar a ocorrência de doenças nas populações humanas e para definir estratégias de prevenção e controle.

PERSONALIDADESJohn Snow

Identificou o local de moradia de cada pessoa, que morreu por cólera em Londres, e notou uma associação entre a origem da água usada para beber e as mortes ocorridas. Ele comparou o número de óbitos por cólera em áreas abastecidas por diferentes companhias, e verificou que a taxa de morte foi mais alta entre as pessoas que consumiam água fornecida por uma determinada companhia.O trabalho de Snow relembra que medidas de saúde pública, tais como melhorias nos abastecimento de água e saneamento, trazem enormes contribuições para a saúde das populações.

Figura 1: John Snow (1813-1958) Médico inglês, higienista e pioneiro na utilização da anestesia. Cresceu em um dos bairros mais pobre e sujo da cidade.

John Graunt Estudou a mortalidade da cidade de Londres, assim como a incidência das suas causas, natural ou outras, apresentando, em meados do séc. 17, dados estatísticos sobre o nascimento e mortes, apoiados na observação atenta de dados como taxas de mortalidade, morbidade e desemprego, sexo, origem e tamanho das populações.

Figura 2: Jonh Graunt (1620-1674)Cientista, demográfico e comerciante de pequenos itens de vestuários. Morreu de icterícia.

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SAÚDE E DOENÇA Para a OMS: saúde é o estado de mais completo bem-estar, mental e social, e não apenas a ausência de enfermidade. Apesar de esse conceito ser de dificuldade operacional por requerer uma completa, bem-estar é um horizonte a ser perseguido e norteado da atual epidemiologia. Doença não pode ser compreendida apenas por meio das medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é o sofrimento, a dor, o prazer, enfim os valores e sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece.

Processo saúde doença Ele representa o conjunto de relações variáveis, que produz e condiciona o estado de saúde e doença de uma população, que se modificam diversos momentos históricos e do desenvolvimento cientifico da humanidade.

HISTÓRIA NATURAL DA DOENÇA Leavel e Clarck desenvolveram em 1965, o modelo da história natural da doença e seus três níveis de prevenção, segundo eles a profunda compreensão da história natural da doença, exige conhecimento das condições naturais e específicas que tais distúrbios aparecem e persistem. A história natural da doença é o nome dado ao conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente, do ser suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, deste as primeiras forças que criam o estimulo patológico no meio ambiente, passando pela resposta do homem ao estimulo, até as alterações que levam a um defeito, recuperação ou morte.É dividida em quatro fases:

Fase inicial ou de suscetibilidade; Fase patologica pré-clinica; Fase clínica; Fase de incapacidade residual.

Fase inicial Ainda não há doença, mas condições que a favorecem, dependendo da existência de fatores de risco ou de proteção, alguns indivíduos estarão mais propensos a determinadas doenças do que outros. Como exemplo: crianças que convivem com mães fumantes estão em maior risco de hospitalização no primeiro ano de vida.

Fase patológica pré-clinica A doença não é evidente, mas já há alterações patológicas, como acontece no movimento ciliar da arvore brônquica reduzido pelo fumo e contribuindo, para o aparecimento da DPOC.

Fase clínica Corresponde ao período da doença com sintomas. Ainda no exemplo da DPOC, a fase clínica varia deste os primeiros sinais da bronquite crônica, como aumento da tosse e expectoração, até o quadro de cor pulmonar alecrônica na fase final da doença.

Fase de incapacidade residual Por último se a doença não evolui a morte nem foi causada, ocorrem às sequelas da mesma, ou seja, aquele paciente que iniciou fumando, posteriormente desenvolveu um quadro de DPOC, evolui para a insuficiência respiratória devido a hipoxemia e passara apresentar severa limitação funcional.

CONCEITO DE PREVENÇÃO O conceito de prevenção é definido como ação antecipada, baseada no conhecimento da história natural a fim de tornar improvável o progresso posterior da doença. A prevenção apresenta-se em três fases.

Prevenção primária Seu objetivo é evitar a emergência e estabelecimento de padrões de vida, que aumentam o risco de desenvolver doenças, com ações dirigidas à população ou grupo selecionado. Suas consequências são os efeitos múltiplos em várias doenças:

Legislação sobre o álcool; Política anti-tabagismo.

Prevenção secundária Seu objetivo é a detecção precoce patológico em doentes, seu procedimento é o rastreio. Sua consequência é a diminuição da incidência da doença.

Vigilância da glicemia, da lipidemia. Rastreio de neoplasia.

Prevenção terciária Seu objetivo é limitar a progressão da doença e evitar sua reintegração no meio social. Seus procedimentos são as medicinas curativas e preventivas estreitamente associadas, suas consequências é o aumento da capacidade fundamental do indivíduo:

Reintegração familiar e social; Adaptação de infra-estrutura; Educação social; Políticas de trabalho.

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Conceito de causa O entendimento das causas das doenças e agravos à saúde é importante não apenas para a prevenção, mas também para o correto diagnóstico e tratamento. O conceito de causa é fonte de muita controvérsia em epidemiologia. O processo pelo qual se faz inferência causal, julgamento ligando possíveis causas e seus desfechos, é o principal tema da filosofia geral da ciência, tem diferentes significados em diferentes contextos.

Teoria da unicausalidade Reconhece que a causa única e fundamental da doença situa-se fora do organismo humano acometido. Surgiu quando o homem não dispunha de meios para controlar a Natureza, e buscava as causas das doenças em fatores externos, geralmente de explicação metafísica, que entrando ou saindo do corpo humano por forças sobrenaturais, provocavam distúrbios quase sem qualquer controle pelo próprio homem. A teoria da unicausalidade teve um grande avanço na chamada era bacteriológica onde através da descoberta dos vários agentes etiológicos, principalmente relacionados às doenças transmissíveis, explicava o surgimento da doença.

Teoria da multicausalidade Surgiu nos finais do século passado, porém consolidou-se apenas neste, na década de 60, substituindo a teoria unicausal. Coloca que no seu aparecimento da doença coexistem várias causas. Estes fatores atuam como somatória de causas, sem que um seja mais importante que o outro. Desta maneira, o social é mais um fator no aparecimento da doença, tanto quanto a constituição psicobiológica do homem.

PROCESSO EPIDÊMICOEndemia

É a ocorrência de determinada doença que acomete sistematicamente populações em espaços característicos, e determinados no decorrer de um longo período (temporalmente ilimitado), e que mantém uma incidência relativamente constante, permitindo variações cíclicas e sazonais.

Epidemia É a ocorrência numa comunidade ou região de casos de natureza parecida, claramente excessiva em reação ao esperado. O conceito usado na epidemiologia é uma alteração espacial e cronologicamente delimitada, do estado de saúde-doença de uma população, caracterizada por uma elevação inesperada e descontrolada dos coeficientes de incidência de determinada doença, ultrapassando valores do limiar epidêmico pré-estabelecido para aquela circunstância e doença.

Pandemia Caracterizado por uma epidemia com larga distribuição. Se o gráfico atingir mais de um ou de um continente. Um exemplo é a epidemia da AIDs que atinge todos os continentes do planeta.

Surto epidêmico É a ocorrência de dois ou mais casos epidemiológicos relacionados, alguns autores chamam de surto epidêmico, ou surto, a ocorrência de uma doença ou fenômeno restrita a um espaço extremamente delimitado: colégio. quartel, creches, grupos reunidos numa festa, um quarteirão etc.

Incidência A incidência de uma doença num determinado local e período é o número de casos nos da doença que iniciaram no mesmo local e período. Traz ideia de intensidade com que acontece uma doença numa população, mede a frequência ou probabilidade de ocorrência de casos nos de doença na população. A alta incidência significa alto risco coletivo de adoecer. Coeficiente de incidência= nº de casos de determinada doença num dado local e período/ população do próprio local e período x 10 Indica o número de casos novos ocorridos em certo período de tempo em uma população específica. Refere-se à velocidade com que novos eventos ocorrem em uma determinada população. Levando em conta o período de tempo em que os indivíduos estão livres da doença, ou seja, em risco de desenvolvê-la. Em um estudo realizado nos EUA, foi medida a taxa de incidência de AVC em 118.539 mulheres com idade entre 30-55 anos que, em 1976, não tinham história de doença coronariana, acidente vascular cerebral ou câncer.

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Um total de 274 casos de AVC foi observado ao longo de oito anos de acompanhamento. A taxa de densidade de incidência de AVC para toda a população foi de 30,2 por100 mil pessoas ao ano de observação; a taxa foi maior entre as mulheres fumantes do que entre as não fumantes e intermediárias entre as ex-fumantes. As medidas de incidências são:

Frequência absoluta; Frequência relativa.

Frequência absoluta É a variação da incidência de uma determinada doença por unidade de tempo, não levando em consideração o tamanho da população.

Frequência relativa É a variação da incidência de uma determinada doença por unidade de tempo, e tamanho da população.

Taxa de incidência É a expressão com que surgem novos casos, ou problemas de saúde, por unidade de tempo, e com relação ao tamanho de uma determinada população. Variações do conceito de incidência:

Mortalidade; Letalidade; Sobrevida.

Mortalidade: Essa variação é usada quando o evento de interesse é a morte e não o adoecimento. Em muitos países desenvolvidos, os óbitos e suas causas são registrados nos atestados de óbitos, os quais, também, contem informações sobre idade, sexo, data de nascimento e local de residência. Os dados provenientes das estatísticas de mortalidade são afetados por várias fontes de erros, mas, dentro de uma perspectiva epidemiológica, fornecem dados valiosos sobre o estado de saúde das populações. A utilização dos dados depende, entre outros, do adequado preenchimento dos registros, da acurácia na determinação da causa básica do óbito, especialmente entre idosos, nos quais as taxas de autópsias são frequentemente baixas. Os epidemiologistas utilizam com grande frequência as estatísticas de mortalidade para avaliar a carga de doença nas populações e, também, para avaliar mudanças na ocorrência de doenças ao longo do tempo. Letalidade: Relaciona o número de óbitos por determinada causa e o número de pessoas que foram acometidas por tal doença. Esta relação nos dá ideia da gravidade do agravo, pois indica o percentual de pessoas que morreram. Sobrevida: Estimativa da probabilidade de um individuo não morrer ou não desenvolver o desfecho sob estudo, como uma determinada doença, ao longo de um intervalo de tempo.

Morbidade: As taxas de mortalidade são particularmente úteis na investigação de doenças

com alta letalidade. Entretanto, muitas doenças apresentam baixa letalidade, como, por exemplo, a maioria das doenças mentais, doenças musculoesqueléticas, artrite reumatoide, varicela e cachumba. Nessa situação, dados de morbidade são muito mais úteis do que as taxas de mortalidade. Os dados sobre morbidade são frequentemente úteis no entendimento de certas tendências na mortalidade. Mudanças nas taxas de mortalidade podem ser decorrentes de modificações no padrão de morbidade ou de letalidade de determinada doença. Por exemplo, o recente declínio na mortalidade por doenças cardiovasculares em muitos países desenvolvidos poderia ser decorrente de redução tanto da incidência (por melhoria na prevenção) quanto da letalidade (por melhorias no tratamento). Uma vez que as estruturas etárias mudam com o tempo, as análises de tendências temporais deveriam ser baseadas em taxas de morbidade e mortalidade padronizadas por idade. Outras fontes de dados de morbidade incluem: Admissões e altas hospitalares; Consultas ambulatoriais e de atenção primária; Serviços de especialistas (como tratamentos

para acidentes); Registros de doenças (como câncer e

malformações congênitas).

Prevalência Prevalecer significa ser mais, preponderar, predominar. A prevalência indica qualidade do que prevalece, prevalência implica em acontecer permanecer existindo num momento considerado. Portanto, a prevalência é o número total de casos de uma doença, existentes num determinado local e período.

Casos autóctones São autóctones, ou seja, se reproduzem em seus próprios territórios. O exemplo da gripe suína.

Casos alóctones Quem ou que veio de fora é o caso confirmado que foi detectado em um local diferente daquele onde ocorreu a transmissão.

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TEMPO E ESPAÇO O processo saúde doença em nível coletivo consiste em buscar distribuir a ocorrência do problema, segundo as suas características

representadas por uma ou mais de uma variável circunstancial. Análise de padrões da distribuição das doenças e de seus determinantes nas populações, no espaço e no tempo é fundamental na epidemiologia.

Tempo O conhecimento da evolução temporal pode predizer a sua ocorrência futura. Avaliação da evolução temporal antes e após uma intervenção pode mostrar a efetividade das ações instituídas.

Distribuição das doenças no tempo Fornece inúmeras informações fundamentais para a compreensão, previsão, busca etiológica, prevenção de doenças e avaliação do impacto de intervenções em saúde. Conhecimento da evolução temporal de uma determinada doença. É possível criar modelos de predição de sua ocorrência futura, séries temporais. Avaliação da evolução temporal de uma doença antes e após uma intervenção pode mostrar a efetividade daquela medida. A vigilância epidemiológica das doenças transmissíveis é feita a partir de um acompanhamento temporal das doenças. A análise de um conjunto de observações sequenciais no tempo pode conter flutuações aleatórias, além de quatro componentes principais:

Tendência histórica; Variações cíclicas; Variações sazonais; Variações irregulares.

Variações cíclicas Flutuações na incidência de uma doença ocorridas em um período maior que um ano. ex. em grandes populações suscetíveis, o sarampo tende a ter um aumento na incidência a cada três anos. Esse processo pode ser explicado pelo nascimento de crianças suscetíveis, cujo acúmulo vai provocar um aumento progressivo no número de casos da doença.

Variações sazonais Variação na incidência de uma doença, cujos ciclos coincidem com as estações do ano.Essa variação ocorre dentro de um período de um ano. Ex. sarampo, rubéola, IRA etc. A variação sazonal depende de um conjunto de fatores, tais como,radiações solares, temperatura, umidade do ar, precipitação, concentração de poluentes no ar etc.

Tendência histórica O estudo da tendência histórica se refere à análise das mudanças na frequência (incidência, mortalidade, etc.) de uma doença por um longo período de tempo, geralmente décadas.

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Não existe um critério rígido para definição do tempo mínimo de observação necessário para detectar alterações na evolução da doença.

Tabela 1: ilustra a tendência histórica das taxas de mortalidade da tuberculose padronizadas por idade para a cidade de São Paulo.

A análise da tendência histórica de uma doença deve levar em consideração as possíveis modificações nos critérios diagnósticos, na terminologia da doença, nas taxas de letalidade, etc.

Variações irregulares Alterações inusitadas na incidência das doenças, diferente do esperado para a mesma. Através de técnicas estatísticas é possível conhecer se a evolução temporal de uma doença obedece a um padrão esperado ou apresenta alguma irregularidade.

VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA A expressão vigilância epidemiológica passou a ser aplicada ao controle das doenças transmissíveis na década de 50 para designar uma série de atividades subsequentes, à etapa do

ataque da campanha de erradicação da malaria, indo a designar uma de suas fases constitutivas; As primeiras intervenções estatais no campo da prevenção e controle de doenças desenvolvidas sob bases científicos modernas datam do inicio do séc. 20 e foram orientados pelo avanço da era bacteriológica e pela descoberta dos ciclos epidemiológicos de algumas doenças infecciosas e parasitárias. Essas intervenções consistiram na organização de grandes campanhas sanitárias com vistas ao controle de doenças que comprometiam a atividade econômica, a exemplo da febre amarela, peste e varíola. As campanhas valiam-se de instrumentos precisos para o diagnósticos de casos, combate a vetores, imunização e tratamento em massa com fármacos, dentre outros. A vigilância epidemiológica deve fornecer orientação técnica permanente para os profissionais de saúde que tem a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações controles de doenças e agravos, bem como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica definida. A vigilância epidemiológica constitui-se importantes instrumentos para o planejamento, organização e operacionalização dos serviços de saúde, bem como a normatização das atividades técnicas correlatos.

NOTIFICAÇÃO É a comunicação da ocorrência de determinada doença ou agravo à saúde, feita a autoridade sanitária por profissionais de saúde ou qualquer cidadão, para fins de adoção de medidas de intervenção pertinentes. A notificação compulsória tem sido a principal fonte de vigilância epidemiológica, a partir da qual, se desencadeia o processo informação-decisão-ação, a listagem das doenças de notificação nacional é estabelecida pelo ministério da saúde, entre as considerações de maior relevância sanitária para o país. A escolha dessas doenças obedece a alguns critérios, razão pela qual essa lista é periodicamente revisada, tanto em função da situação epidemiológica da doença, como pela emergência de novos agentes, por alterações no regulamento sanitário internacional e também devido acordos multilaterais entre países. Os dados coletados sobre as doenças de notificações em computadores são incluídos no sistema nacional de agravos notificáveis (SINAN).

Estados e municípios podem adicionar à lista outras patologias de interesse regional ou local, justificada a sua necessidade e definida os mecanismos operacionais correspondentes.

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SAÚDE PÚBLICATodas as pessoas têm direito a um nível de vida suficiente para assegurar a sua saúde, o seu bem-estar e o de sua família, especialmente para a

alimentação, o vestuário, a moradia, a assistência médica e para os serviços sociais necessários. (art. 25 da declaração universal dos direitos humanos). O art. 196 da CF estabelece que: a saúde é direito de todos e dever do estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal igualitário e de outros para sua promoção, proteção e recuperação.

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS) Com o fim da ditadura e o início do processo de redemocratização do país, grupos de sanitaristas, insatisfeitos com os avanços alcançados com as mudanças, e influenciados por profissionais que estiveram em ações relacionadas à pedagogia e

aos movimentos populares e socialistas da América Latina, intensificaram a discussão em busca de novos paradigmas para nortear as programações de saúde e educação e procuraram dar uma nova dimensão às políticas públicas do setor saúde, focalizando os determinantes sócios históricos do processo saúde-doença. O movimento de renovação da saúde pública, naquele momento, foi denominado de Reforma Sanitária Brasileira dos anos de 1980 e teve como consequência o estabelecimento do SUS, como sistema público de saúde, adotado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080 /1990 e nº 8.142 /1990. Profissionais da saúde envolvidos com o movimento sanitário empenharam-se em estabelecer programas conjuntos com os outros ministérios e outros setores da sociedade. Entretanto, se inicialmente a Reforma não concretizou suas propostas, permitiu uma série de mudanças. Vários progressos foram feitos na perspectiva do SUS: descentralizaram-se as decisões de saúde, favorecendo o desenvolvimento de um Movimento Municipalista de Saúde liderado pelos Secretários Municipais de Saúde, fortalecendo a participação e controle social da população nas questões de saúde e ampliando conceitos e práticas de saúde.

CARACTERÍSTICASO Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo de assistência à saúde com o objetivo de promoção, proteção e recuperação da saúde. O SUS é definido como ÚNICO porque segue os mesmos princípios em todo o território nacional; está sob a responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. o SUS é formado pelo conjunto de todas as ações de serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público. a iniciativa privada é permitida participar desse sistema de maneira complementar.

Princípios seus princípios apontam para a democratização nas ações e nos serviços de saúde deixam de ser restritas e passam a ser universais, da mesma forma, deixam de ser centralizadas e passam a nortear-se pela descentralização. Três princípios norteiam o SUS:

Universalidade A saúde é concebida como direito de todo e qualquer cidadão e como um dever do Estado.

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EquidadeAs diferenças individuais (econômicas e sociais) não podem apresentar impedimentos para o consumo de bens e serviços de saúde.

IntegralidadeO homem deve ser visto como um ser integral, portanto as ações de saúde não podem ser compartimentalizadas, mas sim conjugadas de promoção, proteção e recuperação da saúde.

Organização Quanto à organização, os serviços de saúde devem ser dispostos em uma área geográfica delimitada, com uma população definida. As unidades devem ser organizadas em níveis de complexidade crescente e a “porta de entrada” da população para a rede de serviços deve ser através das unidades de nível mais elementar, ou seja, os Centros de Saúde e as Unidades de Emergência. Os problemas que não puderem ser resolvidos nestas unidades devem ser encaminhados aos serviços de maior complexidade do Sistema. Esta forma de organização, regionalizada e hierarquizada por nível de complexidade crescente, permite uma atenção maior aos problemas de saúde de cada região, favorecendo as ações de vigilância sanitária e epidemiológica e a educação em saúde. Uma outra questão da organização do sistema está na descentralização político-administrativa, enfatizada na forma da municipalização dos serviços e ações de saúde, que significa redistribuição de poder, competências e recursos em direção aos municípios, para que ele exerça o seu papel de gestor, para organizar ações de vigilância à saúde, com a participação dos profissionais de saúde, dos usuários, de entidades e movimentos da sociedade civil, atuando no reconhecimento da realidade que se pretende mudar e na definição de prioridades. Aos municípios deve caber a promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos cidadãos.

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