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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

R E L A T Ó R I O D E E S T Á G I O

CARINA DE JESUS MONTEIRO

RELATÓRIO PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE LICENCIADO EM FARMÁCIA

junho|2014

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Escola Superior de Saúde

Instituto Politécnico da Guarda

CURSO FARMÁCIA - 1º CICLO

4º ANO / 2º SEMESTRE

RELATÓRIO DE ESTÁGIO

PROFISSIONAL II

ESTÁGIO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

CARINA DE JESUS MONTE IRO

ORIENTADORA: Dr.ª MARIA JOÃO MADEIRA GRILO

SUPERVISORA: PROFESSORA MARIA DE FÁTIMA ROQUE

junho|2014

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ACSS-Administração Central do Sistema de Saúde

ANF- Associação Nacional de Farmácias

BPF- Boas Práticas de Farmácia

CEDIME- Centro de Informação sobre Medicamentos

CIM- Centro de Informação do Medicamento da Ordem dos Farmacêuticos

CIMI- Centro de Informação do Medicamento e dos Produtos de Saúde

CTT- Correios de Portugal

DCI- Designação Comum Internacional

DL- Decreto-lei

Dr.ª- Doutora

DS- Protocolo Diabetes

EDP- Energias de Portugal

FS- Farmácia da Sé

FEFO – First Expired First Out

FSA – Faça Segundo a Arte

GLINTT- Global Intelligent Tecnologies

INFARMED- Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, IP

IMC- Índice de Massa Corporal

INR- -Razão Normalizada Internacional

IVA- Imposto sobre o Valor Acrescentado

MSRM- Medicamentos Sujeitos a Receita Médica

MNSRM- Medicamentos Não Sujeitos a Receita Médica

Nº- Número

OF- Ordem dos Farmacêuticos

PAD- Pressão Arterial Diastólica

PAS- Pressão Arterial Sistólica

PCHC- Produtos de Cosmética e Higiene Corporal

PIC- Preço Impresso na Cartonagem

PRM- Problemas Relacionados com Medicamentos

PVP-Preço de Venda ao Público

RAM- Reações Adversas dos Medicamentos

RE- Receita Especial

SAMS- Serviços de Assistência Médico-Social

SNS- Serviço Nacional de Saúde

TF- Técnico de Farmácia

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AGRADECIMENTOS:

Gostaria de agradecer a todas as pessoas que contribuíram para que o meu estágio se

tornasse possível e que me acompanharam ao longo desta etapa importante da minha vida.

UM MUITO OBRIGADA:

A todos os Docentes da Escola Superior de Saúde da Guarda que me têm acompanhado ao longo do meu percurso escolar e que a eles lhe devo os conhecimentos

científicos/tecnológicos adquiridos.

À Professora Fátima pela disponibilidade demonstrada ao longo do estágio.

A toda a equipa da Farmácia da Sé pelo acolhimento, pela atenção e apoio prestado

ao longo do estágio e por terem sido incansáveis na transmissão de conhecimentos,

estando sempre disponíveis para qualquer dúvida, e por me acompanharem na realização

das tarefas propostas.

Um especial agradecimento à Dr.ª Maria João por me ter proporcionado o estágio nas suas instalações.

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PENSAMENTOS:

"Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para vitória é o desejo de vencer."

(Mahatma Gandhi)

“Nenhum trabalho de qualidade pode ser feito sem concentração e autossacrifício, esforço e

dúvida”

(Max Beerbohm)

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ÍNDICE DE TABELAS

Tabela 1- Valores de referência da pressão arterial .................................................................. 53

Tabela 2- Valores de referência da glicose ............................................................................... 53

Tabela 3- Valores de referência do colesterol total e triglicerídeos ......................................... 54

Tabela 4- Classificação do risco de comorbilidade segundo o IMC em adultos ...................... 54

Tabela 5- Valores de referência do ácido úrico e da creatinina ................................................ 54

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................9

1. CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA DA SÉ………………………………………...11

1.1.RECURSOS HUMANOS.................................................................................................11

1.2.INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO..............................................................................13

1.2.1.Espaço exterior.............................................................................................................13

1.2.2.Espaço interior.............................................................................................................14

1.2.2.1.Área de atendimento ao público……………………………………………………..14

1.2.2.2.Backoffice…………………………………………………………………………....16

1.2.2.3.Gabinetes de atendimento…………………………………………………………...18

1.3.SISTEMA INFORMÁTICO…………………………………………………………….19

1.4.INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO CIENTÍFICA………………………………..19

1.5.OUTROS RECURSOS………………………………………………………………….21

2.APROVISIONAMENTO..................................................................................................22

2.1.SELEÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E FORNECEDORES......................22

2.2.ELABORAÇÃO DE ENCOMENDAS E SUA TRANSMISSÃO……………………...23

2.3.RECEÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS………………………………….24

2.4.MARCAÇÃO DE PREÇOS.............................................................................................27

2.5.DEVOLUÇÕES…………………………………………………………………………28

3.ARMAZENAMENTO DOS MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE…………………………………………………………………………………...…30

4. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE E CONTROLO DE STOCKS……..32

5. INTERAÇÃO TÉCNICO DE FARMÁCIA- UTENTE-MEDICAMENTO………...33

6. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE……….35

6.1. DISPENSA DE MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA……...35

6.2. DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA.....................37

6.2.1. Dispensa de medicamentos sujeitos a receita especial…………………………….41

7. CONFERÊNCIA E FATURAÇÃO DO RECEITUÁRIO…………………………....43

8. PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS…………………………45

9. ACONSELHAMENTO E DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE SAÚDE..….48

9.1. PRODUTOS COSMÉTICOS E DE HIGIENE CORPORAL………………………….48

9.2. PRODUTOS DIETÉTICOS PARA ALIMENTAÇÃO ESPECIAL, PRODUTOS

DIETÉTICOS INFANTIS E SUPLEMENTOS

NUTRICIONAIS………........................................................................................................49

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Farmácia da Sé- Guarda

9.3. PRODUTOS FITOTERÁPICOS ………………………………………………..…..…49

9.4. PRODUTOS HOMEOPÁTICOS……………………………………………………....50

9.5. MEDICAMENTOS DE USO VETERINÁRIO…………………………………..……50

9.6. DISPOSITIVOS MÉDICOS……………………………………………………………51

10. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA

FARMÁCIA………………………………………………………………………………..52

10.1. DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PARAMÊTROS BIOQUÍMICOS E

FISIOLÓGICOS…………………………………………………………………………….52

10.2. ENTREGAS AO DOMICILIO……………………………………………….……....55

10.3. VENDAS ONLINE…………………………………………………………………...56

11. RECOLHA DE MEDICAMENTOS PARA DEVOLUÇÃO À VALORMED……..59

CONCLUSÃO……………………………………………………………………….……..60

BIBLIOGRAFIA……………………………………………………………………….…..62

ANEXOS

ANEXO I- CERTIFICADO DA FORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS

HOMEOPÁTICOS…………………………………………………………………………...66

ANEXO II- CERTIFICADO DA FORMAÇÃO ACERCA DA NAILNER®……………...67

ANEXO III- NOTA DE ENCOMENDA…………………………………………………....68

ANEXO IV-FATURA…………………………………………………………………….....69

ANEXO V- REQUISIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E SUAS PREPARAÇÕES

COMPREENDIDAS NAS TABELAS I, II, III, IV, COM EXCEÇÃO DA II-A, ANEXAS

AO DECRETO-LEI Nº 15/93, DE 22 DE JANEIRO, COM RECTIFICAÇÃO DE 20 DE

FEVEREIRO………………………………………………………………………………….70

ANEXO VI- NOTA DE DEVOLUÇÃO…………………………………………...………..71

ANEXO VII- REGISTO DAS DEVOLUÇÕES/RECLAMAÇÕES………………………..72

ANEXO VIII- LISTA DO CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE……….……..…..73

ANEXO IX- RECEITA MÉDICA RENOVÁVEL………………………………………....,74

ANEXO X- RECEITA MÉDICA NÃO RENOVÁVEL.......................................................75

ANEXO XI- RECEITA MÉDICA ESPECIAL………………………………...……...…….76

ANEXO XII- RECEITA MÉDICA MANUAL…………….…………………………..…....77

ANEXO XIII- RECEITA MÉDICA ELETRÓNICA COM EXCEÇÃO C……………...….78

ANEXO XIV- GUIA DE TRATAMENTO…………………………………………….........79

ANEXO XVII- COMPROVATIVO DE DISPENSA DOS MEDICAMENTOS

ESTUPEFACIENTES E PSICOTRÓPICOS………………………………………………...80

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Farmácia da Sé- Guarda

ANEXO XVIII- LISTA MENSAL DE SAÍDAS DE ESTUPEFACIENTES E

PSICOTRÓPICOS……………………………………………………………………………81

ANEXO XIX- VERSO DA RECEITA……………………………………………………....82

ANEXO XX- VERBETE DE IDENTIFICAÇÃO DO LOTE……………………………….83

ANEXO XXI- BOLETIM DE ANÁLISE………………………………………………...…84

ANEXO XXII- REGISTO DE UTILIZAÇÃO DAS MATÉRIAS- PRIMAS………..…….85

ANEXO XXIII- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS………………...…….86

ANEXO XXIV- DOCUMENTO DE CONSULTA DO CÁLCULO DO VALOR DAS

MATÉRIAS-PRIMAS, DOS HONORÁRIOS DOS MANIPULADOS E DO MATERIAL

DE EMBALAGEM………………………………….………………………………………..91

ANEXO XXV- CARTÃO DE REGISTO DA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS.…92

ANEXO XXVI- DOCUMENTO ENTREGAS AO DOMICÍCLIO “FARMÁCIA EM

CASA”………….…………………………………………………………………………….93

ANEXO XXVII - FICHA DO CONTENTOR DA VALORMED…………………………..94

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Farmácia da Sé- Guarda

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INTRODUÇÃO

Este relatório foi elaborado no âmbito da unidade curricular Estágio Profissional II-

Estágio em Farmácia Comunitária, do plano de estudos do 4º Ano/2º Semestre, do Curso de

Farmácia – 1º ciclo, da Escola Superior de Saúde, do Instituto Politécnico da Guarda.

O estágio decorreu na Farmácia da Sé na Guarda, entre dia 24 de fevereiro de 2014 e o

dia 13 de junho de 2014, tendo uma duração de quinze semanas, perfazendo assim 500 horas,

sendo a carga diária de 8 horas, com horário rotativo semanalmente. Este decorreu sob

coordenação e supervisão pedagógica da docente Maria de Fátima Roque, sendo orientado no

local de estágio pela Diretora Técnica, Dr.ª Maria João Grilo.

Sendo o estágio uma vertente fulcral de formação e enriquecimento profissional, é

importante referir que há uma integração dos estagiários numa equipa multidisciplinar,

permitindo o contacto com as diversas funções do Técnico de Farmácia, havendo um

desenvolvimento da aprendizagem em contexto real, onde são desenvolvidas e adquiridas

competências de trabalho.

Quanto à profissão Técnico de Farmácia, segundo o Decreto-Lei nº 564/99 de 21 de

dezembro:

(…) o estatuto legal da carreira, refere como conteúdo funcional do Técnico de

Farmácia o desenvolvimento de atividades no circuito do medicamento, tais como

análises e ensaios farmacológicos, interpretação da prescrição terapêutica e de

fórmulas farmacêuticas, sua separação, identificação e distribuição, controlo da

conservação, distribuição e stocks de medicamentos e outros produtos, informação e

aconselhamento sobre o uso de medicamentos [1]

.

O presente relatório tem como finalidade descrever as experiências, atividades,

dificuldades e observações realizadas, bem como, os conhecimentos adquiridos durante o

estágio.

Os objetivos gerais deste estágio consistem em favorecer a integração das

aprendizagens que foram desenvolvidas ao longo do curso, de modo a que sejam adquiridas e

aperfeiçoadas as competências necessárias para um bom desempenho a nível profissional,

dando resposta às exigências da sociedade, promovendo deste modo, a socialização e a

integração profissional.

Com este estágio foi pretendido, o desenvolvimento de competências científicas e

técnicas, a aplicação de princípios éticos e deontológicos na realização de atividades

subjacentes à profissão do Técnico de Farmácia, no enquadramento das várias áreas de

intervenção profissional em farmácia comunitária, o desenvolvimento e avaliação de planos

1 Ministério da Saúde- Decreto-lei nº 564/99 de 21 de dezembro

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Farmácia da Sé- Guarda

10

de intervenção adequadamente integrados numa equipa multidisciplinar, responder aos

desafios profissionais com inovação, criatividade e flexibilidade [2]

.

No que diz respeito aos objetivos planeados com a orientadora de estágio Dr.ª Maria

João, estes estão de acordo com todas as tarefas realizadas na Farmácia da Sé desde a receção

de encomendas ao atendimento, bem como perceber todo o funcionamento dos serviços

entregas ao domicílio e vendas online através do site “Farmácia em casa”.

Quanto à metodologia utilizada para a execução deste relatório é exploratório-

descritiva, baseando-se essencialmente nos conhecimentos teóricos e teórico-práticos que

adquiri ao longo destes quatro anos, de apontamentos recolhidos durante o estágio, bem como

das atividades por mim desenvolvidas.

Este relatório encontra-se dividido em onze capítulos, descrevendo de forma clara e

sucinta todas as atividades desenvolvidas segundo o circuito do medicamento, bem como o

funcionamento, estrutura e organização de cada área da Farmácia da Sé. Como conclusão

abordo os aspetos positivos e negativos, salientando as dificuldades sentidas ao longo do

estágio e ainda se os objetivos propostos pelo estágio foram cumpridos. Por fim apresento em

anexo os documentos cedidos na farmácia.

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Farmácia da Sé- Guarda

11

1. CARATERIZAÇÃO DA FARMÁCIA DA SÉ

A farmácia comunitária é considerada uma porta de entrada no sistema de saúde, uma

vez que se carateriza pela prestação de cuidados de saúde com qualidade à comunidade, em

que os profissionais para além da dispensa de medicamentos têm o papel de promover um uso

racional destes, bem como, informar, aconselhar e ajudar o utente de forma ativa, devendo

obedecer à legislação, ética e deontologia subjacente.

A Farmácia da Sé (FS) foi criada em 28 de março de 1953, com a compra de um

Alvará já existente na época pelo primeiro Diretor Técnico e proprietário, Dr. Manuel

Estevão, que posteriormente é passado aos filhos Dr. José Estevão e Dr.ª Margarida Estevão.

Em 1991 o Alvará é adquirido pela Farmacêutica Dr.ª Maria João Grilo, sendo desde então a

proprietária e Diretora Técnica da FS. A primeira localização da farmácia foi na Praça Luís de

Camões junto da Sé Catedral, em 1997 a farmácia mudou de instalações para a Rua Batalha

Reis devido à deterioração do imóvel.

Presentemente a FS pertence à empresa Farmácia da Sé S.A, que para além desta,

detém a Farmácia Linaida em Lisboa e a Farmácia Europa em Maputo.

A FS tem vindo a destacar-se pelo investimento na modernização das instalações, bem

como de diversos serviços inovadores. As novas instalações são bastante grandes do ponto de

vista físico (380mts2), possuindo estacionamento privado para os utentes, oferecendo assim

condições necessárias para dar uma ótima resposta às necessidades da população.

Atualmente a sua localização é próxima do hospital, centro de saúde, escolas, bem

como de consultórios médicos, havendo assim grande afluência por parte dos utentes.

Esta farmácia abrange a população de todo o concelho da Guarda incluindo os vários

escalões etários e sociais.

Para além da dispensa de medicamentos e outros produtos de saúde a FS realiza a

determinação de parâmetros bioquímicos, físicos e fisiológicos, possuindo ainda entregas de

medicamentos/ produtos farmacêuticos ao domicílio, um site de vendas online “Farmácia em

casa” e uma equipa de enfermagem.

1.1. RECURSOS HUMANOS

A FS é constituída por uma equipa multidisciplinar de catorze profissionais, a

farmacêutica Diretora Técnica e proprietária da farmácia, o gerente administrador, uma

assistente administrativa, o farmacêutico adjunto, três farmacêuticas, um Técnico de Farmácia

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12

(TF) licenciado e duas auxiliares técnicas, uma conselheira de cosmética, uma farmacêutica

especialista em cosmética, uma conselheira de nutrição e dietética e uma senhora responsável

pelas limpezas.

Cumprindo o exposto no artigo 32º do Decreto-lei (DL) n.º 307/2007, de 31 de agosto,

“O pessoal que desempenha funções de atendimento ao público nas farmácias está

devidamente identificado, mediante o uso de um cartão, contendo o nome e o título

profissional” [3]

.

Nesta farmácia todos sabem realizar as variadas funções inerentes ao seu

funcionamento, contudo há tarefas mais específicas para cada profissional. O gerente

administrador tem a responsabilidade de gerir os recursos humanos, a gestão económica da

farmácia, a gestão de stocks e elaboração de grandes encomendas. A assistente administrativa

é responsável pela parte contabilística e administrativa da farmácia. A Diretora

Técnica/farmacêutico adjunto têm a responsabilidade de assumir os atos farmacêuticos

praticados na farmácia, garantir a prestação de esclarecimentos aos utentes acerca do modo de

utilização dos medicamentos, promover o uso racional do medicamento, assegurar que os

Medicamentos Sujeitos a Receita Médica (MSRM) só são dispensados aos utentes que a não

apresentem em casos de força maior (devidamente justificados), manter os medicamentos e

demais produtos em bom estado de conservação, garantir que a farmácia se encontra em

condições de higiene e segurança adequada, assegurar que a farmácia dispõe de um

aprovisionamento suficiente de medicamentos, zelar para que o pessoal que trabalha na

farmácia mantenha, em permanência, o asseio e a higiene, verificar o cumprimento das regras

deontológicas da atividade farmacêutica [3]

, controlar a entrada e saída de psicotrópicos e

estupefacientes, entre outras.

Quanto à elaboração de encomendas diretas aos fornecedores (via telefónica ou

modem), elaboração e transmissão de encomendas de medicamentos, dispensa de

medicamentos e outros produtos farmacêuticos, esclarecimento e aconselhamento ao utente,

de forma a ser feito o uso racional do medicamento, faturação do receituário, preparação de

manipulados, determinação dos parâmetros bioquímicos e fisiológicos, são executados quer

pelos Farmacêuticos, quer pelos TF.

A receção de encomendas e entregas aos domicílios são de responsabilidade de um

TF.

A conselheira de nutrição e dietética para além de ser responsável por estes produtos é

responsável pelo controlo de prazos de validade de todos os produtos existentes na farmácia.

O aconselhamento cosmético é executado pela conselheira e pela farmacêutica

especialista em cosmética.

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Relativamente às vendas através do site “Farmácia em casa”, este é de

responsabilidade de uma farmacêutica.

Para além disso ainda se deslocam diariamente durante 1h o enfermeiro/enfermeira

para administração de injetáveis e tratamentos, bem como uma nutricionista e um podologista

para consultas por marcação.

1.2. INSTALAÇÕES E EQUIPAMENTO

De acordo com as Boas Práticas de Farmácia (BPF) para Farmácia Comunitária, a

realização da atividade farmacêutica necessita de instalações, equipamentos e fontes de

informação apropriadas, pois a sua atividade é dirigida tanto para o medicamento como para o

doente [4]

. Todo o espaço abrangente da FS está apto para um bom atendimento e

funcionalidade laboral.

1.2.1. Espaço exterior

A organização do espaço exterior da FS está de acordo com o referido nas BPF para

a Farmácia Comunitária: “As farmácias devem ter um aspeto exterior característico e

profissional, devendo ser facilmente visíveis e identificáveis” [4]

.

Exteriormente, a FS identifica-se por uma cruz verde luminosa colocada

perpendicularmente à fachada da farmácia, em que passa em rodapé a hora e temperatura,

uma placa identificativa com o nome da farmácia e o logotipo em dimensões adequadas e

identificação da Diretora Técnica como consta no DL n.º 307/2007, de 31 de agosto [3]

.

A FS localiza-se no rés-do-chão de um edifício, em que a porta principal se encontra

instalada ao nível da rua, permitindo a acessibilidade de qualquer utente à farmácia. Nesta

encontra-se afixado o horário de atendimento (segunda-feira à sexta-feira das 9:00 às 21:00 e

aos sábados das 9:00 às 20:00), assim como o mapa de farmácias em regime de serviço

permanente da cidade (incluindo a respetiva localização e contacto).

A farmácia apresenta uma montra paralela à avenida cuja renovação se faz de forma

regular, de modo a acompanhar as tendências sazonais/produtos novos, tendo sempre em

conta as regras do merchandising.

Ainda na zona exterior, encontra-se situado do lado direito da porta de entrada, uma

máquina de venda de preservativos, a indicação de existência de sistema de alarme, o postigo

de atendimento e a campainha utilizados nos dias de serviço permanente, sendo estes

importantes para a segurança dos profissionais e medicamentos durante o serviço noturno.

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No exterior existem ainda dois estacionamentos privativos para utentes da farmácia e

ainda a entrada para a garagem que para além de ser estacionamento privativo para os utentes

é o acesso à entrada de mercadorias.

1.2.2. Espaço interior

As farmácias necessitam de satisfazer diversas exigências quanto às áreas mínimas

obrigatórias descritas no DL n.º 307/2007, de 31 de agosto, devendo existir as seguintes áreas:

área de atendimento ao público, armazém, laboratório e instalações sanitárias [3]

.

A FS é um estabelecimento com uma dimensão considerável possuindo as condições

necessárias de modo a garantir a segurança, conservação e preparação dos medicamentos,

bem como a acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e do respetivo pessoal, de

acordo com os requisitos mínimos legais do artigo 29º DL 307/2007, de 31 de agosto [3]

.

A FS possui assim três grandes áreas, sendo estas a área de atendimento ao público, a

área onde é efetuado todo o trabalho “backoffice”, que não é visível pelos utentes, bem como

os gabinetes de atendimento.

Para além destas áreas a FS possui no piso superior do edifício dois apartamentos com

finalidade de armazenamento, onde são armazenados excessos.

1.2.2.1. Área de atendimento ao público

Esta área trata-se de uma zona ampla, com um ambiente acolhedor, devidamente

iluminada e climatizada, sendo o local de contato entre o profissional de saúde e o utente,

transmitindo desta forma confiança ao utente.

A FS possui três zonas distintas de atendimento ao público. Numa primeira zona, está

localizado um balcão de atendimento, com todo o suporte informático, sendo este direcionado

à área da cosmética e perfumaria, onde se encontram a conselheira e a farmacêutica

especialista em cosmética.

Envolvendo esta zona, a farmácia dispõe de várias áreas definidas, onde são expostos

em lineares, expositores e gôndolas Produtos de Cosmética e Higiene Corporal (PCHC),

organizados por marca, e dentro destes por gama (La Roche-Posay®, Avène®, Vichy®,

Orlane®, Galenic® Lierac® Nuxe®, Caudalie®, Uriage®, entre outras), produtos solares,

produtos capilares (René Furturer®, Ducray®, Klorane®,Phyto®, Inneov®, entre outros),

produtos de cosmética e higiene corporal para bebés (Mustela®, Aderma®, Klorane®),

produtos de podologia (Dr Scholl®), produtos de maquilhagem e perfumaria, produtos

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ortopédicos (Futuro®) e material de penso, papas (Nutriben®), leites (Aptamil®), brinquedos

(Chicco®), entre outros.

Outra zona da FS é a de nutrição e dietética, onde se encontram dispostos todos os

produtos de nutrição e dietética, produtos vitamínicos, produtos fitoterápicos (Arkocápsulas®,

entre outros), produtos de emagrecimento (Depuralina®, entre outros), produtos de

puericultura (grávidas e pós parto), biberões, chupetas (Chicco®, Nuk®), nesta zona existe

um balcão com suporte informático, onde se encontra a Conselheira de Nutrição e Dietética.

A organização e disposição de todos os artigos mencionados são estratégicas, pois têm

em conta o movimento de circulação dos utentes. Considerando as teorias de merchandising,

nas zonas onde estes circulam (designadas de zonas quentes) estão expostos produtos sazonais

(produtos com promoções, entre outros) e produtos solicitados espontaneamente e nas zonas

onde os utentes não circulam (designadas de zonas frias), são aproveitadas para os produtos

mais solicitados, sem necessidade de grande exposição.

A área de atendimento dispõe ainda de uma zona infantil com mesa, cadeiras e uma

televisão para entretenimento das crianças, enquanto os pais são atendidos.

A farmácia tem à disposição dos utentes um sofá que poderão utilizar enquanto

aguardam pelo sua vez, um aparelho de medição de pressão arterial, bem como, uma balança

eletrónica que determina o peso, altura e Índice de Massa Corporal (IMC). Além disso, a

existência de livro de reclamações, sistema de vídeo vigilância e a identificação da Diretora

Técnica são informações que estão bem visíveis e identificadas.

Relativamente à área de dispensa de especialidades farmacêuticas, esta possui cinco

postos de atendimento individualizados, cada um deles com o respetivo computador,

equipado com leitor ótico de código de barras, com a respetiva impressora fiscal (emite os

recibos), multibanco, caixa registadora, o que proporciona um atendimento mais

personalizado, com maior privacidade e de menor tempo de espera por parte do utente [4]

.

Nos balcões de atendimento, encontram-se produtos e folhetos informativos de

pequeno volume e atrás dos balcões estão expostos em lineares vários produtos de venda livre

organizados por indicação terapêutica tais como pastilhas, pomadas, cremes, suplementos

multivitamínicos, medicamentos antiácidos, laxantes, antidiarreicos, anti-histamínicos,

antigripais, analgésicos, antitússicos e expetorantes, descongestionantes nasais, produtos de

higiene oral, produtos sazonais, entre outros.

Em gavetas deslizantes encontram-se armazenados por ordem alfabética os materiais

de penso, contracetivos orais, suplementos alimentares, entre outros.

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1.2.2.2. “Backoffice”

O backoffice como referido anteriormente é o espaço onde é desenvolvido todo o

trabalho inerente ao atendimento não visível pelos utentes. Esta área é composta pelo gabinete

da administração, sala do pessoal, zona da administrativa, zona de atendimento do site

“Farmácia em Casa” e entregas ao domicílio, laboratório, instalações sanitárias, área de

receção e conferência de encomendas, zona de armazenamento, garagem e sala técnica.

Gabinete da Administração

O gabinete da administração encontra-se equipado com um computador, secretárias e

cadeiras, para o desenvolvimento das tarefas de gestão e contabilidade, bem como a atividade

administrativa da farmácia executada pelo gerente administrador e pela Diretora Técnica. No

escritório são também efetuadas as reuniões com a equipa da farmácia e com os delegados de

informação médica.

Sala do pessoal

A sala do pessoal é o local destinado ao descanso da pessoa que fica na farmácia

durante a noite, quando esta se encontra de serviço permanente. No mesmo espaço

encontram-se cacifos onde os profissionais guardam os seus pertences.

Zona da Assistente Administrativa

Nesta zona encontra-se um computador, uma secretária e uma cadeira utilizados na

realização das tarefas da Administrativa, bem como estantes onde se encontram arquivados

documentos da farmácia.

Zona de atendimento “Farmácia em casa”

Esta zona possui uma bancada com um computador, uma impressora multifunções

(fax/fotocopiadora), uma impressora de preços para colocar nas réguas, uma cadeira e uma

secretária com um computador portátil onde é efetuado todo o trabalho inerente ao

atendimento dos utentes “Farmácia em casa”.

Laboratório

Este espaço é o local destinado à preparação de medicamentos manipulados não

estéreis, reconstituição de antibióticos e armazenamento das matérias-primas, encontrando-se

bem equipado, de modo a garantir o acondicionamento e conservação destas.

O laboratório é constituído por uma bancada, um lavatório, gavetas e armários com

instrumentos/materiais necessários à manipulação, uma balança analítica de sistema aberto,

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um agitador e armários onde se encontram armazenadas as matérias-primas. Nesta área existe

ainda uma estante com dossiers, onde estão arquivados os boletins de análise e fichas de

segurança das matérias-primas, bem como as fichas produção dos medicamentos manipulados

preparados e ainda vários documentos científicos para consulta (Farmacopeia Portuguesa VII,

Boas Práticas de Farmácia, Manual e Procedimento de Qualidade, Formulário Galénico

Português, entre outros).

Área de receção e conferência de encomendas

Esta área é composta por uma bancada onde é efetuada a receção de encomendas e

realização de devoluções e reclamações, encontrando-se esta dividida em duas zonas, uma

com a indicação de “produtos não rececionados e outra de “produtos para arrumar”. Esta

possui disponível um computador com o respetivo leitor ótico de código de barras e uma

impressora de etiquetas, utilizados na execução da tarefa. Nesta área encontram-se ainda

estantes onde são arquivadas as faturas e notas de devoluções dos respetivos armazenistas,

faturas do serviço “Farmácia em Casa”, duplicados das receitas de medicamentos

estupefacientes, psicotrópicos e benzodiazepinas e documentos científicos parra consulta.

Zona de armazenamento

Esta zona é constituída por armários com gavetas deslizantes, e armários devidamente

identificados, onde são armazenados os MSRM e os Medicamentos Não Sujeitos a Receita

Médica (MNSRM). Estes medicamentos encontram-se organizados por ordem alfabética da

marca comercial, ordem crescente de dosagem e forma farmacêutica. Esta área possui ainda

lineares e estantes onde são armazenados os excedentes das gavetas, medicamentos em

grandes quantidades e outros produtos farmacêuticos, que não têm espaço nas gavetas, bem

como um frigorífico, onde são armazenados os termolábeis (vacinas, colírios e insulinas) com

temperaturas entre 2º-8ºC e um cofre onde são armazenados os medicamentos estupefacientes

e psicotrópicos. Este espaço é ainda composto por estantes onde se encontram armazenados

os produtos de nutrição e dietética, suplementos vitamínicos, fitoterápicos, material de penso,

PCHC, entre outros.

Instalações Sanitárias

A FS possui duas instalações sanitárias, sendo uma delas para uso dos utentes e a outra

para uso exclusivo dos funcionários.

Garagem

A garagem é destinada aos utentes da farmácia, bem como acesso ao backoffice para

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descargas da mercadoria.

Sala técnica

A sala técnica localiza-se junto da garagem, sendo o local onde se encontram ligados

os servidores dos computadores.

Armazéns

A FS possui ainda dois armazéns no primeiro piso do mesmo edifício, onde são

armazenados excessos de alguns PCHC, dispositivos médicos, excessos de produtos de

nutrição e dietética, funcionando também como arquivo.

1.2.2.3. Gabinetes de atendimento

A FS possui ainda três gabinetes de atendimento reservados a diversas atividades.

Um dos gabinetes é utilizado para avaliação dos parâmetros bioquímicos, biológicos e

fisiológicos (determinação da pressão arterial, glicose, colesterol total, triglicerídeos, ácido

úrico, creatinina, peso corporal, altura, IMC e Razão Normalizada Internacional (INR)).

Neste gabinete são ainda administradas vacinas não incluídas no Plano Nacional de

Vacinação e tratamentos de feridas/queimaduras pelo enfermeiro. Este gabinete possui uma

marquesa, duas cadeiras e uma mesa, bem como armários com todo o material necessário para

a avaliação dos diversos parâmetros. Este serviço permite um melhor seguimento

farmacoterapêutico e, deste modo, um maior apoio ao utente, a nível do aconselhamento de

hábitos alimentares saudáveis, realização de exercício físico, possíveis sugestões de alterações

de medicação e encaminhamento ao médico quando necessário, bem como no esclarecimento

de dúvidas sobre fármacos e/ou patologias e até a nível psicológico em relação à importância

da adesão terapêutica e confiança nos fármacos. Esta área possui ainda um contentor rígido

amarelo, onde é colocado o material perfurante (agulhas e seringas) e um contentor azul onde

são colocadas as tiras, lancetas e capilares, sendo tudo para incineração.

Outro dos gabinetes é utilizado para as diversas consultas de podologia, nutrição,

fisioterapia, uma mesa, um cadeirão e duas cadeiras para auxiliar nas consultas.

Por último o terceiro gabinete é utilizado para tratamentos cosméticos, onde são

efetuadas maquilhagens e massagens. Este gabinete tem um ambiente propício de

relaxamento, com uma marquesa e um espelho.

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1.3. SISTEMA INFORMÁTICO

O sistema informático utilizado na FS é o Sifarma 2000®, da Associação Nacional de

Farmácias (ANF), monitorizado pela GLINTT® (Global Intelligent Tecnologies), sendo

essencial na gestão racional do medicamento, de forma a facilitar a gestão dos stocks e a

administração financeira da farmácia. Este sistema é fundamental à execução das diversas

atividades da farmácia, desde a realização e receção de encomendas, processamento de

devoluções, faturação, inventário, processamento do receituário, análise da rotatividade dos

produtos, controlo dos prazos de validade, controlo de medicamentos psicotrópicos e

estupefacientes, consulta da base de dados de todos os produtos existentes na farmácia,

impressão de etiquetas de preços, até à realização e otimização da dispensa.

O Sifarma 2000® é uma ferramenta determinante na qualidade da prestação dos

serviços de atendimento, pois permite dar uma resposta mais rápida e eficiente aos utentes,

sempre que estes solicitam algum aconselhamento. Este sistema dispõe de informação

atualizada da composição qualitativa e quantitativa, de indicações farmacêuticas, posologias,

contraindicações, reações adversas, precauções de utilização e potenciais interações de cada

medicamento específico, de forma a ser utilizado em condições de segurança.

Todos os produtos existentes na farmácia possuem uma ficha específica no sistema

informático, no qual consta o nome do produto, código do produto, fórmula de apresentação,

fabricante, quantidade encomendada, stock mínimo e máximo, stock atual, família, preço de

custo, Preço de Venda ao Público (PVP), bem como todas as informações referidas

anteriormente.

O Sifarma 2000® permite ainda a inclusão na ficha de dados pessoais dos utentes,

informações relativamente ao perfil farmacoterapêutico, sistemas de comparticipação,

histórico dos medicamentos dispensados e respetiva posologia, bem como o registo de avisos

relevantes em relação ao utente, possibilitando assim um serviço seguro com qualidade.

Todos os equipamentos informáticos são alvo de manutenção, assegurando as

condições ambientais e de funcionamento, garantindo assim o seu correto funcionamento e

integridade da informação.

1.4. INFORMAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO CIENTÍFICA

Uma vez que a atividade farmacêutica requer uma constante atualização a nível do

conhecimento, de forma a acompanhar a evolução técnica e científica a nível da saúde, a FS

dispõe de diversas ferramentas que permitem a rápida consulta de informação.

Como referido anteriormente, a farmácia dispõe de sistema informático, que permite a

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consulta de todas as informações relativas a todos os medicamentos e restantes produtos

farmacêuticos.

As publicações de existência obrigatória numa farmácia comunitária são

regulamentadas pelo DL n.º 307/2007 da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de

Saúde, IP (INFARMED), sendo de existência obrigatória a “Farmacopeia Portuguesa, em

edição papel, em formato eletrónico ou online e o Prontuário Terapêutico”, são ainda

aconselhadas outras publicações tais como o Formulário Galénico Português, entre outros [3]

.

Para além destes documentos a FS possui ainda diversas Farmacopeias Portuguesas (V, VI,

VII, Lusitana), Índice Nacional Terapêutico 2013, Legislação Farmacêutica Compilada,

Simposium Terapêutico, Manual de Antibióticos Antimicrobianos, Direito Farmacêutico

Português, Manual de Pesquisa Farmacêutica, A Farmácia e o Medicamento- Uma História

Concisa, Vetri da Farmácia, Mapa Terapêutico 2008 e 2009, The Merck Index, Manual de

Medicinas Complementares, Viver com Hemofilia, Medical Express, Regime Jurídico do

Exercício Farmacêutico da Farmácia e do Medicamento, Anuário Sanitário Portugal 2002-

2003, Guia Derm 2009, Publicidade e Comunicação, Medicamentos Farmacoterapia, Estudos

Comparativos de Formulários Galénicos, Efeitos Tóxicos no Homem e em Animais

Domésticos provocados por Plantas Espontâneas de Portugal, Medicamentos Genéricos,

Medicamentos que realidade, Atendimento, Técnicas de Venda, Conseils l´officinne,

Nomenclature Homeopathique Dolisos 1993, Farmácia, Medicina e Saúde Pública em

Portugal 1772-1836, Internet Medical Profissional, entre várias publicações de revistas

científicas.

A farmácia pode contar ainda com auxílio de vários centros de informação, tais como o

Centro de Informação sobre Medicamentos (CEDIME), Centro de Informação do

Medicamento e dos Produtos de Saúde (CIMI), Centro de Informação do Medicamento da

Ordem dos Farmacêuticos (CIM), entre outros.

A FS promove ainda a formação contínua dos recursos humanos, sendo-me

possibilitada durante o estágio a presença em formações acerca de medicamentos

homeopáticos (ANEXO I) como Sedatif PC®, Cocculine®, Camilia®, Oscillococcinum®,

Arnigel®, Stodal®, entre outros. Foi-me ainda possibilitada a presença em formações acerca

do Fenilven®, Benegast®, Caladryl®, Nailner® (ANEXO II), Lactacyd®, BioActivo Q10

Forte® e CB12®. Para além das formações referidas tive ainda a oportunidade de assistir à

apresentação de um novo produto o Imedeen®.

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1.5. OUTROS RECURSOS

A FS possui sistema automático de senhas, de forma a facilitar o atendimento ao

público direcionando-o para a área pretendida.

Esta encontra-se equipada com um sistema de videovigilância, um sistema de ar

condicionado, equipamentos de monitorização da temperatura e humidade (sendo esta

efetuada regularmente), sistemas de segurança com alarme, detetores de incêndio, um

frigorífico onde são armazenados os medicamentos termolábeis. A FS possui ainda todos os

equipamentos necessários à avaliação dos parâmetros dos utentes.

Relativamente a programas informáticos, para além do Sifarma 2000® a farmácia

possui um software que permite a criação de cartões cliente ligado a uma impressora para o

efeito, um software utilizado para comprovativos de entregas ao domicílio e ainda um programa

que permite a ligação às fichas dos diversos utentes, de forma a permitir divulgar por telefone ou

e-mail as diversas campanhas da FS.

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2. APROVISIONAMENTO

O aprovisionamento é considerado um sistema organizado, que coordena as atividades

no que diz respeito à gestão e controle de todos os produtos, serviços e equipamentos desde a

sua aquisição até à sua dispensa, sendo essencial para o bom funcionamento da farmácia. Este

tem como objetivo melhorar a eficiência, reduzindo o capital imobilizado em stocks e

aumentando a produtividade do fator trabalho, ao mesmo tempo que assegura um elevado

nível de serviço aos utentes.

Este sistema permite adquirir produtos e materiais necessários no tempo oportuno,

com a qualidade e quantidade desejada ao menor custo possível, utilizando assim os recursos

disponíveis da melhor forma, de modo a satisfazer as necessidades dos utentes, sendo

relevante o conhecimento dos diversos produtos existentes no mercado.

2.1. SELEÇÃO DE PRODUTOS FARMACÊUTICOS E FORNECEDORES

Atualmente, não existe a necessidade de ter grandes quantidades de produtos

farmacêuticos em stock, visto que os armazenistas asseguram a distribuição diária de

encomendas.

A seleção dos produtos farmacêuticos é realizada tendo em conta os custos dos

medicamentos, de forma a adquirir produtos com eficácia, segurança, eficiência e qualidade a

um custo mínimo. Primeiramente é realizada uma análise do histórico de vendas de cada

produto no sistema informático, para posteriormente ser realizada a aquisição destes.

A procura pelos utentes, necessidades, hábitos e preferências, a sazonalidade

(protetores solares, anti-histamínicos, antigripais, descongestionantes nasais, entre outros),

perfil dos utentes, localização, fundo de maneio da farmácia, proximidade dos dias de serviço,

podem condicionar a gestão do stock existente na farmácia. Assim, tendo em conta todas estas

variáveis, que condicionam a rotação dos produtos, é determinado no sistema informático um

stock mínimo e máximo para cada produto.

Relativamente à seleção dos fornecedores, esta é realizada tendo em conta vários

fatores, como a pontualidade de entrega, tipo de produtos fornecidos, vantagens de

pagamento, descontos e bonificações, gestão de devoluções e periodicidade das encomendas.

Os armazenistas que trabalham com a FS são a OCP Portugal, Cooprofar, Udifar,

Alliance Healthcare e Plural.

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2.2. ELABORAÇÃO DE ENCOMENDAS E SUA TRANSMISSÃO

Na FS a aquisição dos produtos é realizada várias vezes ao dia, de forma a assegurar a

reposição de stocks e satisfazer as necessidades dos utentes. Esta é efetuada essencialmente

através de compras aos armazenistas, ou de compras diretas aos laboratórios, sendo as últimas

de periodicidade inferior, mas em maiores quantidades de produtos, dependendo das

vantagens e rotatividade dos diversos produtos farmacêuticos /medicamentos.

A elaboração de encomendas é facilitada pelo sistema informático Sifarma 2000®,

uma vez que este propõe automaticamente a encomenda do produto, quando o stock se

apresenta abaixo do valor mínimo predefinido, de forma a evitar a rutura deste. Esta proposta

de encomenda é analisada de forma a acrescentar ou suprimir pedidos, de acordo com a

previsão das necessidades, ou detetar qual o fornecedor que oferece melhores condições para

os diferentes produtos. Depois de finalizada, a encomenda definitiva é enviada ao fornecedor

via modem, sendo criada uma nota de encomenda (ANEXO III), onde consta o nº e data da

encomenda, a identificação da farmácia e do fornecedor e a identificação dos produtos

(código “CEDIME”, quantidade encomendada, bónus e preço unitário).

O sistema informático permite ainda transferir as encomendas para outros

fornecedores, no caso de haver produtos esgotados.

Este tipo de encomendas diárias é realizado três vezes ao dia, em horário pré-definido

pelo TF responsável pela receção de encomendas.

Nas encomendas diárias pode também recorrer-se ao telefone, quando estão em causa

pedidos urgentes, sendo realizadas ao longo do dia várias encomendas à farmácia, de forma a

manter disponíveis os produtos essenciais às necessidades dos utentes.

Para além das encomendas descritas são ainda efetuadas encomendas diretas aos

laboratórios ou outros fornecedores, em que há contacto direto com os delegados de

informação médica que se deslocam regularmente à FS. Estes emitem uma nota de

encomenda (modelo próprio do fornecedor) em duplicado, ficando o duplicado para a

farmácia e a original para o laboratório, sendo posteriormente passada para o sistema

informático e arquivada no dossier próprio. Estas encomendas são realizadas em grandes

quantidades, de modo a garantir o stock, permitindo à farmácia beneficiar de vantagens

económicas.

As compras diretas podem ser também concretizadas para produtos urgentes que não

estejam disponíveis no armazenista, bem como de produtos novos do mercado.

Quando há medicamentos novos/produtos no mercado, estes são apresentados pelo

delegado de informação médica ou então é recebida a apresentação do produto por correio,

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geralmente encomenda-se apenas um produto e consoante a procura deste, aumenta-se o stock

máximo.

Durante o período de estágio foi-me possibilitada a participação na elaboração e

transmissão de encomendas.

2.3. RECEÇÃO E CONFERÊNCIA DE ENCOMENDAS

A receção dos medicamentos é um procedimento fundamental do circuito do

medicamento, pois tem como objetivo a conferência qualitativa e quantitativa dos

medicamentos e produtos farmacêuticos rececionados, permitindo assim um maior controlo

na gestão de stocks.

A entrega de encomendas na FS ocorre várias vezes durante o dia, em horários pré-

definidos, sendo necessário rubricar a receção destes. As encomendas vêm devidamente

acondicionadas em contentores próprios, fazendo-se acompanhar da respetiva fatura (ANEXO

IV), emitida em duplicado e da guia de transporte. As faturas originais são arquivadas no

respetivo dossier do armazenista e no final do mês são enviadas para a contabilidade, ficando

arquivadas por um período de dez anos, sendo rubricadas pelo responsável da receção da

encomenda e as duplicadas e guia de transporte vão para o lixo.

Nas faturas consta a identificação do armazenista, os dados do armazém, o nome do

proprietário da farmácia, nº de contribuinte e morada da farmácia, data, local de carga e

descarga, nº da fatura, código e designação dos produtos (nome, forma farmacêutica, dosagem

e tamanho da embalagem) quantidade pedida, quantidade enviada, PVP, exceto para produtos

cujo preço é estabelecido na farmácia, preço de faturação, percentagem de Imposto sobre o

Valor Acrescentado (IVA) referente a cada produto, motivo pelo qual não é satisfeito o

pedido de determinado produto (por exemplo produtos inexistentes no stock do fornecedor

aparecem referidos na fatura como “E-esgotado” ou “R-retirado”, permitindo que a gestão

destes produtos seja direcionada noutro sentido, valor total da fatura, bem como total de

embalagens.

Em primeiro lugar são retirados todos os produtos do contentor e colocados na

bancada destinada à conferência de encomendas, sendo confirmada a encomenda, de forma a

garantir que os produtos (nome, forma farmacêutica e dosagem) e quantidades recebidas

coincidem com o debitado na fatura. É realizada a verificação da conformidade dos produtos

recebidos, desde as condições de transporte, às condições de conservação e proteção de cada

medicamento, pois cada produto tem as suas próprias caraterísticas de conservação. Os

medicamentos com prioridade na receção são os medicamentos termolábeis. Estes vêm

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devidamente acondicionados nos contentores dentro de caixas de esferovite com

termoacumuladores e com sinalética apropriada, sendo imediatamente armazenados no

frigorífico, de forma a garantir a sua estabilidade.

Como referido anteriormente existem dois tipos de encomendas, as que são realizadas

via modem (já se encontram inseridas no sistema informático) e as encomendas manuais

(antes de se dar entrada têm que se inserir no sistema), podendo estas ser efetuadas via

telefone ou por nota de encomenda.

A entrada das encomendas é realizada através da opção do sistema informático

Sifarma 2000®, destinada à receção de encomendas, é selecionada a encomenda a rececionar,

inserido o nº da fatura que identifica a encomenda e o valor total da fatura, efetua-se a leitura

ótica do código de barras de cada produto ou o código “CEDIME”, sendo colocados os

produtos do outro lado da bancada para serem armazenados.

Neste processo é importante ter especial atenção na verificação dos prazos de

validade, quantidades recebidas (deve ser superior a três meses), Preço Impresso na

Cartonagem (PIC) e PVP. No caso do stock de um produto se encontrar a zero, o prazo de

validade e/ou preço do produto são alterados, de forma a manter a ficha do produto atualizada.

Desta forma, quando o stock da farmácia é zero, o prazo de validade registado no sistema é o

prazo mais curto de todas as embalagens do produto recebidas. Por outro lado, quando

existem unidades do produto em stock, é também necessário ter em atenção a introdução do

prazo de validade mais curto.

No que diz respeito ao PVP registado no sistema informático caso seja diferente ao

PIC dos produtos rececionados e o stock do produto se encontrar a zero, o PVP é atualizado,

caso o stock não se encontre a zero o PVP é mantido na ficha do produto consoante a data em

vigor, sendo colados post its no código de barras dos produtos com PVP mais recente, de

forma a ser escoado o stock dos produtos com PVP antigo e na altura da dispensa dos

produtos com novos PVP chamar a atenção dos profissionais para a alteração do PVP no

sistema informático.

No final da receção é realizada a conferência e inserção dos preços de faturação

apresentados na fatura de todos os produtos, sendo que nos produtos com PVP pré-definido e

PIC, a margem é automaticamente assumida. Relativamente aos produtos/MNSRM em que

isso não acontece, é necessário efetuar o cálculo, sendo colocada a margem correspondente a

cada produto/medicamento devendo acertar o PVP por aproximação para valores múltiplos de

cinco. Após a conferência dos preços de faturação, deve ser realizada a conferência do valor

da mercadoria (valor bruto), o imposto (total de IVA), o total (valor a liquidar) e as

embalagens recebidas.

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Todos os produtos recebidos em quantidade inferior à encomendada, ou que não foram

recebidos, são retirados sendo transferidos automaticamente para uma lista de esgotados, para

posteriormente ser realizada uma nova encomenda.

O sistema informático no final da receção dá como opção o envio da lista de produtos

esgotados para o INFARMED, de forma a estarem ocorrentes da situação dos produtos do

mercado.

Sempre que um produto novo é rececionado, é criada uma ficha do produto, sendo

todos os campos adequadamente preenchidos, caso o produto não tenha código “CEDIME” é

necessário criar um código interno da farmácia.

Quanto às encomendas manuais, estas têm que se inserir no sistema na opção “ gestão

de encomendas”, “colocar encomenda”, “manual”, posteriormente seleciona-se o fornecedor,

e o tipo de encomenda (geralmente é telefone), insere-se o código “CEDIME” de cada

produto e as quantidades encomendadas, seguidamente a encomenda é aprovada e enviada

para a opção “papel” (para não ser enviada para o fornecedor). No final estas encomendas são

rececionadas da mesma forma das anteriores, mas neste caso não é criada nenhuma lista de

esgotados, uma vez que apenas se rececionam os produtos inseridos no Sifarma 2000®.

É importante ter atenção especial à possível existência de bónus, isto é, à oferta de um

determinado nº de embalagens de um dado produto encomendado, sendo acrescentados no

sistema como bónus.

Relativamente à receção das matérias- primas para além da fatura, estas têm que se

fazer acompanhar obrigatoriamente do boletim de análise, onde constam as caraterísticas

organoléticas e microbiológicas destas, e a conformidade ou não, com o que é exigido pela

Farmacopeia, sendo posteriormente arquivado no laboratório da farmácia.

Quanto ao preço destas, coloca-se no sistema o preço correspondente sem e com IVA.

No caso da receção de benzodiazepinas, medicamentos psicotrópicos e

estupefacientes, para além da fatura fazem-se acompanhar de uma requisição (ANEXO V),

onde conta o nº de requisição, o nº de fatura, a identificação do medicamento (código

“CEDIME”, DCI/ nome comercial, dosagem, forma farmacêutica e quantidades enviadas),

dados da entidade requisitante (farmácia) e dados da entidade fornecedora (armazenista), esta

apresenta-se em duplicado, servindo como prova de envio do medicamento à farmácia.

A receção destes medicamentos é efetuada da mesma forma que os restantes

medicamentos, sendo necessário no final o Diretor Técnico/ Farmacêutico Adjunto rubricar

ambas as requisições, colocar o carimbo da farmácia e o seu nº da Ordem dos Farmacêuticos

(OF).

No final do mês é impressa uma listagem sequencial com as entradas de medicamentos

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psicotrópicos e estupefacientes, sendo conferida com as requisições, onde é verificada a data

de receção, o fornecedor, o nº de fatura, o medicamento rececionado, a dosagem e respetivas

quantidades rececionadas, no caso de se encontrar alguma requisição em falta é solicitada via

telefónica ao armazenista.

As requisições originais ficam arquivadas na farmácia, por um período de três anos e

as duplicadas são enviadas para o fornecedor em envelope no final do mês, comprovando a

sua receção.

No que diz respeito à receção e conferência de encomendas, foi uma das tarefas que

realizei diariamente com total autonomia, realizando os dois tipos de encomendas, bem como

conferência, separação, arquivo das requisições das benzodiazepinas, medicamentos

estupefacientes e psicotrópicos e entrega destas aos armazenistas.

2.4. MARCAÇÃO DE PREÇOS

Segundo o Estatuto do Medicamento que consta no DL n.º 176/2006, de 30 de agosto,

no seu Artigo 103º, “O regime de preços dos MSRM e dos MNSRM comparticipados é

fixado por decreto-lei” [5]

. Muitos dos produtos de saúde rececionados na farmácia, tais como

PCHC, dietéticos, fitoterápicos, dispositivos médicos, entre outros, não possuem na

embalagem o PIC. Estes são então marcados, com etiquetas autocolantes previamente

impressas, em que consta a designação do produto, PVP, código de barras, código

“CEDIME”, preço e taxa de IVA. Tal como referido anteriormente o cálculo do PVP é

realizado tendo em conta o PVF, a margem de comercialização, que varia de acordo o artigo

em causa, e o IVA (6% ou 23%), obedecendo sempre ao critério de preço máximo de venda.

Segundo o DL n.º 112/2011, de 29 de novembro, o PVP do medicamento é constituído

pelo PVF ao armazenista, margem de comercialização do distribuidor grossista, margem de

comercialização do retalhista, taxa sobre a comercialização de medicamentos e IVA [6]

.

Os MNSRM cuja comercialização possa ser efetuada fora de farmácias, têm um

regime de preços livre, salvaguardando as regras da concorrência [7]

.

Todos os produtos expostos que se encontram ao alcance do público é obrigatório por

lei a sua marcação de preço, podendo estar marcados diretamente nos produtos com as

etiquetas ou nas réguas dos lineares, para além disso são colocados alarmes em cada produto

de forma a evitar furtos.

Durante o período de estágio tive a oportunidade de efetuar a impressão de etiquetas

de diversos produtos, bem como de etiquetas para a régua, efetuei também a marcação desses

mesmos produtos e coloquei alarmes.

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2.5. DEVOLUÇÕES

Por vezes há situações em que é necessária a emissão de uma nota de devolução

(ANEXO VI) ao armazenista ou laboratório, tendo sempre em conta os critérios de devolução

de cada fornecedor.

As devoluções de produtos farmacêuticos ou medicamentos podem ser por diferentes

motivos, entre os quais: produto fora de prazo de validade, produto recebido com pouca

validade (inferior a seis meses), embalagem incompleta, produto alterado, embalagem

danificada, engano no pedido ou entrega, preço incorreto, produto faturado e que não veio,

produto retirado no mercado, preço muito elevado ou produto que não foi pedido.

No caso do produto ser enviado e não faturado é pedida a fatura do produto para se dar

entrada, ou é devolvido ao fornecedor sem nota de devolução.

Todas as devoluções/reclamações são comunicadas via modem à autoridade tributária,

dando conhecimento da circulação de medicamentos/produtos farmacêuticos, uma vez que a

nota de devolução serve como guia de transporte.

No caso de ser um possível erro, ou causa do fornecedor/armazenista é reportada a

reclamação via telefone no máximo até dois dias úteis, dando-se o nº da fatura, sendo indicada

pelo fornecedor o nº da reclamação e o nome do operador (comprovativo de reclamação).

Para a realização desta tarefa recorre-se ao sistema informático Sifarma 2000®, onde

se seleciona informaticamente a opção “Encomendas”, “Gestão de devolução”, seleciona-se o

respetivo fornecedor, insere-se o nº da fatura, denominação dos produtos a devolver, a

quantidade a devolver e o motivo de devolução, imprime-se criando assim uma nota de

devolução. Esta apresenta-se em triplicado, sendo entregues a original e o duplicado ao

transportador no ato da recolha da devolução. Por fim, o transportador rubrica a nota de

devolução triplicada e coloca uma vinheta como prova de receção da devolução, ficando esta

arquivada na farmácia.

Após a emissão da nota de devolução é efetuado o registo das devoluções/reclamações

(ANEXO VII), onde se indica o fornecedor, o produto reclamado/devolvido (código

“CEDIME)), o nº da nota de devolução, a data, o motivo da reclamação/devolução, o nº da

reclamação/operador e após a regularização é registada a data de regularização.

O fornecedor/armazenista ao receber a nota de devolução e o produto pode trocá-lo

pelo mesmo produto ou por outro lado, pode devolver à farmácia o valor de compra do

produto, emitindo uma nota de crédito para a farmácia. No caso de não ser aceite a devolução

a farmácia fica com o prejuízo.

Na FS são efetuadas frequentemente notas de devolução de vários produtos

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farmacêuticos da Farmácia Linaida, servindo estas como guias de transporte na transferência

dos produtos de farmácia para farmácia (sendo este o motivo indicado na guia de devolução).

Tive a oportunidade de participar nas devoluções de medicamentos/produtos

farmacêuticos fora de prazo de validade, transferência de produtos farmacêuticos da FS para a

Farmácia Linaida.

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3. ARMAZENAMENTO DOS MEDICAMENTOS E OUTROS

PRODUTOS DE SAÚDE

Após ser dada a entrada dos medicamentos/produtos farmacêuticos no sistema

informático, procede-se ao seu armazenamento. Cada produto é armazenado no seu respetivo

local, conforme a organização da farmácia, de forma a garantir a sua estabilidade e de acordo

com as condições de espaço, luz, humidade (60% ± 5ºC) e temperatura (25ºC± 5ºC), sendo

estas verificadas e registadas periodicamente.

Os medicamentos são armazenados tendo em conta os critérios segundo a regra do

First-Expired-First-Out (FEFO), ou seja, o medicamento com menor prazo de validade é o

primeiro a sair, ficando armazenado de forma mais visível. Como referido anteriormente,

estes são arrumados por ordem alfabética (do nome comercial ou princípio ativo), dosagem,

tamanho da embalagem e forma farmacêutica (colírios, pomadas oftálmicas, supositórios,

pomadas ginecológicas, óvulos, injetáveis, pomadas, geles e cremes, pós e granulados em

saquetas, comprimidos, cápsulas e drageias, pó para preparação extemporânea de suspensões

orais (antimicrobianos), suspensões e soluções orais, loções, loções ginecológicas, gotas e

areossoles, medicamentos homeopáticos, dispositivos médicos do protocolo da diabetes,

produtos veterinários, luvas, seringas, compressas e diversos).

Os medicamentos termolábeis são armazenados no frigorífico pelos mesmos critérios

dos restantes medicamentos, devendo este possuir temperaturas compreendidas entre 2ºC e

8ºC, tendo sondas ligadas com alarme sonoro, de forma a garantir o tempo mínimo de

abertura.

Quanto às matérias-primas são armazenadas no laboratório.

Relativamente aos medicamentos estupefacientes e psicotrópicos, estes são

armazenados no cofre, por ordem alfabética do nome comercial, tendo em conta o prazo de

validade.

No que diz respeito aos PCHC, produtos de nutrição e dietética, dispositivos médicos,

fraldas, brinquedos, sapatos após marcação de preço e inserção de alarme são armazenados

nos devidos locais da zona de atendimento ao público tendo também em conta os prazos de

validade. Os MNSRM são devidamente armazenados em lineares atrás dos balcões.

Os medicamentos ou produtos farmacêuticos que não têm espaço no seu respetivo

lugar são armazenados nas diversas prateleiras/armários destinados para os excedentes.

No caso de produtos com stocks elevados de grande volume como é o caso de alguns

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PCHC, leites, entre outros são armazenados nos armazéns que se encontram no piso superior.

A reposição de stocks é efetuada frequentemente, conforme são dispensados, passando

os medicamentos/produtos farmacêuticos para o respetivo local de armazenamento, de forma

a garantir o fácil acesso e uma boa gestão de stocks, de todos os produtos existentes na

farmácia.

O armazenamento dos medicamentos e outros produtos de saúde foi das atividades que

mais realizei durante o período de estágio.

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4. CONTROLO DOS PRAZOS DE VALIDADE E CONTROLO DE

STOCKS

O prazo de validade é considerado o período de tempo durante o qual as características

físicas, químicas, microbiológicas, galénicas, terapêuticas e toxicológicas não se alteram ou

sofrem modificações dentro de limites aceitáveis e bem definidos [8]

.

É essencial o controlo dos prazos de validade, de forma a garantir a segurança, eficácia

e qualidade dos medicamentos e produtos farmacêuticos.

O controlo dos prazos de validade dos produtos na FS é efetuado mensalmente no

início do mês. Através do sistema informático é emitida uma lista (ANEXO VIII) de todas as

especialidades farmacêuticas, produtos do protocolo da diabetes com prazo de validade de três

meses ou inferior, bem como de outros produtos com prazos de validade consoante os

critérios de devolução de cada fornecedor e acordos efetuados com estes. Este processo só é

possível pois na entrada de encomendas, é inserida a validade de cada produto.

Esta lista indica o código “CEDIME” de cada produto ou medicamento, a designação

destes, a quantidade existente em stock e o suposto prazo de validade.

De seguida, mediante a lista é verificado se os determinados produtos têm realmente a

validade que é indicada, e caso conste algum medicamento com esse prazo de validade ou

com prazo de validade expirado, estes são retirados do stock e colocados no contentor para

devoluções aos fornecedores. Na própria lista são indicados os prazos de validade mais curtos

dos produtos que ficam em stock.

Posteriormente é atualizada a lista de prazos de validade no sistema informático,

atualizando automaticamente as fichas de produto com os prazos de validade dos diversos

produtos, sendo emitidas as notas de devolução para posterior devolução aos fornecedores.

Caso se trate de medicamentos estupefacientes ou psicotrópicos, a nota de devolução é

efetuada isoladamente dos restantes produtos farmacêuticos/medicamentos.

No ato da dispensa é fulcral que se verifique o prazo de validade dos diversos

produtos, assegurando a eficácia do tratamento.

Relativamente ao controlo de stock, apesar de ser controlado na entrada e saída de cada

produto, por vezes ocorrem erros nas quantidades de stock. O controlo deste passa pela

conferência das quantidades existentes no sistema informático com as quantidades reais em

stock, sendo efetuado no caso de suspeita de erro de stock. No caso do stock se encontrar

errado é efetuada a correção no sistema informático. A verificação dos prazos de validade e

stocks foi uma tarefa na qual tive a oportunidade de participar.

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5. INTERAÇÃO TÉCNICO DE FARMÁCIA- UTENTE-

MEDICAMENTO

A atividade do TF numa farmácia comunitária vai mais além da dispensa de

medicamentos, uma vez que este tem a função de promover o uso racional e efetivo do

medicamento, a adesão à terapêutica, bem como educar a população para a saúde

coresponsabilizando-a dos atos.

A educação para a saúde consiste em dotar a comunidade de conhecimentos, atitudes e

valores que possam ajudar a fazer opções e a tomar decisões adequadas à sua saúde e ao seu

bem-estar físico, social e mental, e daqueles que os rodeiam, conferindo-lhes assim um papel

interventivo na sociedade [9]

.

O TF por vezes é o último profissional de saúde em contacto com os doentes, antes de

iniciarem a terapêutica. Por outro, pode ser o primeiro profissional de saúde, a quem o utente

recorre na ocorrência de complicações na sua saúde, daí a importância no aconselhamento do

uso correto, racional e seguro do medicamento.

Na prestação de informação ao utente, o TF deve ter em atenção à adaptação da

linguagem, ao nível sociocultural de cada utente, devendo ser simples, clara, compreensível,

respeitando a capacidade de decisão do utente, de forma a transmitir a informação verbal,

reforçando com a informação escrita do modo de administração, posologia e tratamento a

efetuar de cada medicamento [4]

.

Este deve desenvolver uma relação de confiança com o utente, cumprindo com o sigilo

profissional, que vai de encontro ao código ético e deontológico, devendo ainda transmitir ao

utente a informação relativa às possíveis reações adversas, contraindicações, bem como

preocupações de utilização, dependendo do medicamento em questão ou do estado patológico

ou fisiológico do utente, garantindo que o utente recebe a informação e recomendações

corretas.

A informação ao utente é cada vez mais uma das prioridades dos profissionais de

farmácia, uma vez que apenas o utente bem informado é capaz de garantir o uso correto,

seguro e eficaz do medicamento e adesão à terapêutica.

Considera-se relevante para o TF investigar a ocorrência de interações, efeitos

indesejáveis e reações adversas dos medicamentos. Para tal, recorre-se a duas práticas

profissionais, nomeadamente ao seguimento farmacoterapêutico e a farmacovigilância.

O seguimento farmacoterapêutico é uma prática profissional, em que o responsável pelo

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estudo se responsabiliza pelas necessidades do doente, relacionadas com os medicamentos

mediante a deteção, prevenção e resolução dos Problemas Relacionados com Medicamentos

(PRM) de forma continuada, sistematizada e documentada, em colaboração com o próprio

doente e com os demais profissionais do Sistema de Saúde, com o fim de alcançar resultados

concretos que melhorem a qualidade de vida [10]

.

Relativamente à farmacovigilância, esta tem por objetivo a identificação,

quantificação, avaliação e prevenção dos riscos associados ao uso dos medicamentos em

comercialização, permitindo o seguimento dos possíveis Reações Adversas dos

Medicamentos (RAM), notificando-as [4]

.

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6. DISPENSA DE MEDICAMENTOS E OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

A dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos é uma das principais atividades

realizadas em Farmácia Comunitária.

Como referido no DL nº 176/2006, de 30 de agosto, é considerado medicamento toda

a substância ou associação de substâncias apresentada como possuindo propriedades curativas

ou preventivas de doenças em seres humanos ou dos seus sintomas ou que possa ser utilizada

ou administrada no ser humano com vista a estabelecer um diagnóstico médico ou, exercendo

uma ação farmacológica, imunológica ou metabólica, a restaurar, corrigir ou modificar

funções fisiológicas [5]

.

Os medicamentos são classificados, quanto à dispensa ao público, em MSRM (que

incluem os MSRM renovável, medicamentos de receita médica especial e medicamentos de

receita medica restrita), e MNSRM [5]

.

Na FS foi-me permitida a dispensa dos vários MNSRM, MSRM e produtos de saúde,

pelas diversas formas no sistema informático, bem como a oferta de cartões da FS aos utentes.

6.1. DISPENSA DE MEDICAMENTOS NÃO SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

Segundo o DL n.º 176/2006, de 30 de agosto, os MNSRM, são “todos os produtos que,

destinando-se ao tratamento ou prevenção de certas doenças que não requerem cuidados

médicos, podem ser adquiridos sem receita médica” [5]

.

Os MNSRM, passíveis de automedicação, tal como os MSRM são especialidades

farmacêuticas que possuem na sua constituição, substâncias reconhecidas como seguras,

eficazes e de qualidade.

Atualmente a automedicação é uma prática em crescimento, podendo ser realizada por

iniciativa própria ou por aconselhamento de profissionais de farmácia. Esta prática é efetuada

muitas vezes devido a várias situações, como por exemplo, dificuldade em aceder a consultas

médicas, conselhos de familiares ou amigos, ou porque já tomou determinado medicamento e

teve resultados satisfatórios, entre outros. Esta atitude pode trazer riscos graves para a saúde,

uma vez que estes medicamentos podem ocultar determinados sintomas, que poderiam ajudar

a diagnosticar a patologia responsável, resultando por vezes numa intervenção tardia.

Por outro lado esta prática apresenta diversas vantagens como a libertação dos

profissionais de saúde para se dedicarem a situações clinicas graves, não havendo

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congestionamento a nível de centros de saúde e hospitais por situações ligeiras, redução de

tempo, recursos e custos de tratamento, alívio de situações ligeiras de saúde, autonomia e

responsabilização do doente nos cuidados de saúde [11]

.

O profissional de farmácia tem um papel fulcral neste tipo de dispensa, devendo assim

promover o uso racional destes medicamento alertando os utentes que estes medicamentos

não são inócuos, desprovidos de contraindicações, interações e efeitos secundários,

principalmente quando são utilizados de forma incorreta e abusiva.

Os indivíduos têm diferentes suscetibilidades às substâncias, e isso também deve ser

considerado, bem como a atenção à dispensa de MNSRM a determinados grupos especiais,

que deve ser feita de forma criteriosa, ou então totalmente desaconselhada, como a mulheres

grávidas, mulheres a amamentar, crianças, idosos, doentes crónicos, hipertensos, doentes com

insuficiência cardíaca, e doentes polimedicados, ou seja doentes imunodeprimidos.

O TF tem um papel fundamental na dispensa destes medicamentos, devendo colocar

questões simples e objetivas relativamente aos sintomas, tempo de incidência dos sintomas,

intensidade, aparecimento ou não de novos sintomas, se já tomou alguma coisa, se sim o quê

e de que forma, entre outas questões, de modo a recolher toda a informação que complemente

a história clínica, para que possa fazer uma correta avaliação da situação e da necessidade ou

não do uso de MNSRM.

Assim, ao escolher um MNSRM, o TF deverá ter o cuidado de escolher um

medicamento, constituído preferencialmente por um só princípio ativo, indicar a menor dose

necessária para atingir o efeito terapêutico desejado, que cause o menor número de reações

adversas, interações medicamentosas/alimentares e escolher o medicamento com a melhor

relação custo/benefício.

Como referido anteriormente, é essencial que o TF aconselhe o utente para o uso

racional dos medicamentos, de forma segura e eficaz, transmitindo toda a informação verbal

necessária para a seleção e utilização dos medicamentos de forma responsável (indicações

terapêuticas, modo de administração, dosagem, regime posológico, interações

farmacológicas/alimentares, efeitos secundários e duração da automedicação, medidas não

farmacológicas e condições especiais de armazenamento do medicamento), alertando o doente

para retomar à farmácia para informar sobre a eficácia do tratamento, caso não sinta melhoras

entre três a cinco dias deve ser encaminhado para o médico.

A dispensa deste tipo de medicamentos deve apenas ser efetuada quando não existe

suspeita de nenhuma situação grave, devendo o TF, neste caso, e sempre que os sintomas

agravem ou persistam, encaminhar o utente para o médico [12]

.

A informação verbal deve ser sempre complementada com a informação escrita, no

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caso de serem dispensados MNSRM deve registar-se na embalagem a posologia, indicações

da toma (antes ou após as refeições, ao deitar, ou consoante o medicamento) e duração do

tratamento.

Na FS, tendo em conta a época do ano em que o estágio foi efetuado, os MNSRM com

maior procura foram analgésicos e antipiréticos, antitússicos, expectorantes,

descongestionantes nasais e anti-histamínicos.

Após o aconselhamento ao utente, o TF procede à venda, iniciando a venda na opção

do atendimento, sem comparticipação e fazendo a leitura ótica do código de barras da

embalagem, é solicitado o cartão da FS ao utente, a venda é terminada e o utente efetua o

pagamento, procede-se à emissão da fatura/recibo em nome do utente.

É essencial que no ato da dispensa, o TF alerte o utente a cessar ou interromper o uso

do MNSRM no fim da duração do tratamento aconselhada (entre três a cinco dias).

6.2. DISPENSA DE MEDICAMENTOS SUJEITOS A RECEITA MÉDICA

Segundo o DL n.º176/2006, de 30 de agosto:

“Estão sujeitos a receita médica, os medicamentos que preencham uma das

seguintes condições: constituir um risco para a saúde do doente, direta ou

indiretamente, mesmo quando usados para o fim a que se destinam, caso sejam

utilizados sem vigilância médica; que possam constituir um risco, direto ou indireto,

para a saúde, quando sejam utilizados com frequência em quantidades consideráveis

para fins diferentes daquele a que se destinam; que contenham substâncias, ou

preparações à base dessas substâncias, cuja atividade ou reações adversas seja

indispensável aprofundar ou que se destinem à administração por via parentérica” [5]

.

Conforme o DL nº 176/2006, de 30 de agosto, receita médica é o documento através do

qual são prescritos, por um médico ou, nos casos previstos em legislação especial, por um

médico dentista ou por um odontologista, um ou mais medicamentos [5]

.

As receitas podem ser classificadas como: renovável (ANEXO IX) (constituída por

três vias, com prazo de validade de seis meses e usadas na prescrição de medicamentos, que

se destinam a determinadas doenças crónicas, ou tratamentos prolongados, e que passam pela

segurança da sua utilização, sendo adquiridos mais do que uma vez, sem necessidade de nova

prescrição médica), não renovável (ANEXO X) (com prazo de validade trinta dias, para

tratamentos curtos e/ou agudos ou início de tratamento), especial (ANEXO XI) (contenham

em dose sujeita a receita médica, medicamentos estupefacientes ou psicotrópicos, em caso de

utilização anormal dar origem a riscos de abuso medicamentoso, criar toxicodependência ou

utilizados para fins ilegais) e medicamentos de receita médica restrita (reservada a certos

meios especializados, sendo de uso exclusivo hospitalar, para patologias cujo diagnóstico seja

efetuado em meio hospitalar ou destinados a tratamentos de ambulatório) [5]

.

5 Ministério da Saúde- Decreto - Lei nº 176/2006, de 30 de agosto- Estatuto do Medicamento

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A prescrição médica deve ser obrigatoriamente efetuada por via eletrónica, uma vez

que, aumenta a segurança no processo de prescrição e dispensa, facilitando assim a

comunicação entre os diferentes profissionais de saúde. No entanto, as receitas médicas

podem ser preenchidas manualmente (ANEXO XII), no caso de se uma se tratar de uma

“Exceção”, em que deve constar o motivo (falência informática, inadaptação do prescritor,

prescrição no domicilio ou até quarenta receitas/mês) [13]

.

Antes da concretização da dispensa de medicamentos e produtos prescritos, deve ser

efetuada a validação da prescrição médica, sendo de extrema importância a verificação de

ausência de rasuras e correções, validade, rúbrica do médico, bem como as quantidades de

medicamentos prescritos. Apenas podem ser prescritos em cada receita médica quatro

medicamentos diferentes, com limite máximo de duas embalagens por medicamento, exceto

no caso do medicamento se apresentar sob a forma de dose unitária. Nesta situação, podem

ser prescritas até quatro embalagens iguais, por receita [13]

.

Na receita médica deve ainda constar o número da receita médica (representação em

código de barras), identificação do local de prescrição (no caso de receitas manuais, estas

devem ter uma vinheta da unidade prestadora de cuidados de saúde), identificação do utente

(nome e nº de beneficiário representado em código de barras ou manuscrito, no caso de

receitas manuais), identificação do médico prescritor (nome, nº da cédula profissional,

telefone e especialidade médica, representado por código de barras, no caso das receitas

manuais deve conter vinheta), entidade responsável, regime de comparticipação, data de

prescrição, validade, assinatura do médico prescritor e autorização ou não da dispensa de um

medicamento genérico, ou ainda a opção do doente pretender exercer direito de escolha.

Relativamente aos medicamentos prescritos, a sua designação deve ser através da

Designação Comum Internacional (DCI) da substância ativa (e respetivo código de barras) ou

para além da DCI ser seguida da marca comercial, dosagem (quando não indicada, é

dispensada a menor dosagem comercializada), forma farmacêutica, dimensão da embalagem

(quando não é indicada, é dispensada a embalagem de dimensão menor), número de

embalagens, bem como identificação do despacho que estabelece o regime especial de

comparticipação de medicamentos, se aplicável [13,14,15,16]

.

Quanto às prescrições por designação comercial apenas são possíveis no caso de o

medicamento não dispor de genérico comparticipado ou em que exista apenas medicamento

original de marca e licenças. O médico pode ainda justificar as prescrições de determinados

medicamentos dando exclusividade a determinados laboratórios, colocando a devida exceção

junto de cada medicamento prescrito. As justificações podem conter a “Exceção a) art. 6º.” no

caso de margem estreita ou índice terapêutico estreito, “Exceção b) art. 6.º ” no caso de reação

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adversa prévia ou “Exceção c) art.6º “ no caso de continuidade de tratamento superior a vinte

e oito dias (ANEXO XIII) [17]

.

Caso haja a ocorrência de dúvidas na interpretação da prescrição médica, deve-se

recorrer ao auxílio dos colegas, e se as dúvidas persistirem deve questionar-se o utente e/ou

entrar em contacto com o médico prescritor.

Não havendo exceção na prescrição médica, o profissional de farmácia deve informar

o utente sobre a existência dos medicamentos mais baratos existentes na farmácia, dando a

conhecer ao utente o direito de opção, de forma a cumprir a prescrição, podendo assim

dispensar-se o medicamento prescrito ou um com preço inferior [17]

.

Para além da dispensa de medicamentos, é importante que o TF no ato da dispensa

tenha uma visão crítica e avalie os medicamentos prescritos, confirmando a sintomatologia

apresentada pelo utente, bem como as indicações, contraindicações, interações, posologia do

medicamento, duração do tratamento, alertando o utente de toda essa informação.

É realizado o processamento da receita a nível informático, iniciando-se na área do

atendimento, com a escolha da opção com comparticipação, questionando o utente se possui

cartão da FS (no caso de ter efetua-se a leitura do cartão para os dados do utente serem

automaticamente preenchidos), efetua-se a leitura ótica do código de barras existente em cada

uma das embalagens de cada medicamento, é inserido o código do sistema de

comparticipação correspondente à prescrição, bem como despachos, no caso de estarem

associados, tem de se selecionar o correspondente, seguindo-se a leitura ótica dos códigos de

barras do nº da receita.

Caso o stock da farmácia não possua as quantidades prescritas do medicamento,

questiona-se o utente se quer que seja pedido e se quer deixar pago. No caso de este aceitar, é

efetuado o pedido via telefone ao armazenista, dá-se saída dos medicamentos que o utente

leva e do que não leva mas deixa pago, ficando o stock negativo. Depois é inserida uma

mensagem na ficha do produto para na altura da receção dos medicamentos este ser reservado

no nome do utente como pago. Posteriormente preenche-se um talão destacável com o mesmo

nº nas duas partes, onde é preenchida a quantidade, o nome, forma farmacêutica, dosagem do

medicamento pago, a data e a rubrica do profissional. Um dos destacáveis é entregue ao

utente para entregar no ato do levantamento e o outro guardado junto do computador da

receção de encomendas.

A partir do sistema informático é possível verificar o montante pago pelo utente, bem

como a comparticipação por parte da entidade, este sistema permite ainda o processamento de

mais que uma receita, ou ainda de produtos não comparticipados na mesma venda. Para

finalizar o sistema informático permite fazer a verificação dos medicamentos dispensados de

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forma a prevenir possíveis erro, procede-se à impressão do documento de faturação no verso

da receita, onde consta o nº do lote, nº da venda, identificação da entidade comparticipadora,

os respetivos códigos de barras dos medicamentos comparticipados, designação, quantidade

dispensada, PVP, valor comparticipado e valor pago pelo utente, é pedido ao utente para

assinar a receita no local indicado, em conforme declara que lhe foram cedidos todas as

embalagens de medicamentos e/ou teve direito a opção.

O processamento da receita é conferido, o profissional de farmácia rubrica, insere a

data e o carimbo da farmácia, sendo a receita guardada para posterior conferência e envio para

a entidade comparticipadora. A venda é finalizada com o pagamento por parte do utente e

pela emissão da fatura com a respetiva identificação do utente. É fornecido ao utente o Guia

de tratamento (ANEXO XIV), onde se encontra a respetiva posologia, indicações da toma,

duração do tratamento de cada medicamento, sendo esta transmitida cuidadosamente ao

utente e complementada com o registo nas próprias embalagens, minimizando assim possíveis

erros de administração.

A entidade mais comummente comparticipadora é o Sistema Nacional de Saúde

(SNS), sendo abrangida pelo Regime Geral (01), Regime Especial (48), Produtos do

Protocolo DS (diabéticos), Lupus (67), entre outros.

Para além desta entidade, existem utentes com complementaridades de subsistemas,

como por exemplo Sãvida das Energias de Portugal (EDP), Sistema de Assistência Médico-

Social (SAMS), Caixa Geral de Depósitos, entre outros. Nesses casos é necessário efetuar-se

uma cópia da receita e no verso da cópia é feita a cópia do respetivo cartão de

complementaridade (de apresentação obrigatória), sendo neste caso impresso o documento de

faturação nas duas receitas (original e cópia), na qual a receita original é enviada para o SNS e

a cópia para o subsistema complementar.

A dispensa de medicamentos pode ainda ser efetuada como venda suspensa (suspensa

ou suspensa a crédito), não sendo emitida fatura/recibo, mas sim um comprovativo/fatura

simplificada.

As vendas suspensas são realizadas geralmente quando o utente não leva receita médica

(por impossibilidade de deslocação ao médico), este paga o medicamento na totalidade, e

posteriormente dirige-se à farmácia com a receita médica, para regularizar a venda e ser

reembolsado com a respetiva comparticipação. Este tipo de venda pode ainda ocorrer devido à

impossibilidade, por parte da farmácia, em disponibilizar a totalidade dos medicamentos

prescritos, ou pelo utente não querer levar todos os medicamentos que constam na receita,

ficando a receita guardada numa pasta própria. No caso de o utente ter ficha na farmácia e ser

um utente habitual, este pode pagar a sua parte e posteriormente entregar a receita médica

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para regularização da venda suspensa. Este tipo de vendas é efetuado no sistema informático

na opção “suspensas”, quando o utente regressa à farmácia com a receita para ser

reembolsado, é chamada a venda suspensa e inserido o nº da venda, posteriormente efetua-se

o mesmo processo das vendas com comparticipação.

Relativamente às vendas suspensas a crédito, o utente leva os medicamentos sem pagar,

ficando registado na sua ficha de cliente, é emitido um comprovante de suspensa a crédito que

o utente rubrica, ficando arquivado na ficha do utente, para posteriormente levar receita e

regularizar o pagamento, este tipo de vendas são apenas efetuadas para utentes habituais da

farmácia.

A FS para além da dispensa realizada diariamente tem ainda protocolos com diversos

lares da região para dispensa e entrega dos medicamentos dos vários utentes da instituição,

sendo a dispensa realizada da mesma forma e a faturação regularizada no fim de cada mês.

6.2.1. Dispensa de medicamentos sujeitos a receita especial

Segundo o DL n.º 15/93, de 22 de janeiro estão sujeitos a receita médica especial os

medicamentos que preencham uma das seguintes condições:

“ a) Contenham, em dose sujeita a receita médica, uma substância classificada

como estupefaciente ou psicotrópico, nos termos da legislação aplicável;

b) Possam, em caso de utilização anormal, dar origem a riscos importantes de

abuso medicamentoso, criar toxicodependência ou ser utilizados para fins ilegais;

c) Contenham uma substância que, pela sua novidade ou propriedades, se

considere, por precaução, dever ser incluída nas situações previstas na alinha

anterior” [18]

.

Este tipo de medicamentos é apenas dispensado em farmácias mediante a apresentação

de uma receita médica, onde constam os mesmos dados das outras receitas com a diferença de

possuírem as iniciais RE (Receita Especial).

Nestas receitas não podem constar outros grupos de medicamentos, em cada receita

podem ser prescritos até quatro medicamentos diferentes, não ultrapassando o limite total

embalagens (duas embalagens por medicamento, num total de quatro embalagens por receita).

O processo de dispensa deste tipo de medicamentos é semelhante ao anteriormente

descrito, devendo haver o cuidado de validação pormenorizada da receita, sendo

posteriormente efetuadas duas cópias desta. No entanto neste tipo de dispensa, o sistema

informático gera automaticamente um quadro, que deve ser devidamente preenchido pelo

responsável do atendimento, sendo necessária a apresentação do cartão de identificação do

adquirente. Nesta secção, são preenchidos os campos referentes ao nome, nº e data de emissão

do bilhete de identidade/cartão de cidadão, morada e idade do adquirente, dados do utente e

do médico prescritor.

18 INFARMED- Decreto-Lei n.º 15/93, de 22 de Janeiro- Regime jurídico do tráfico e consumo de

estupefacientes e psicotrópicos

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Depois de finalizada a venda, o documento de faturação é impresso na receita original,

onde o adquirente rubrica. Posteriormente é emitido um comprovativo de dispensa em

duplicado (ANEXO XV) que contém as várias informações, como o nº de registo do

psicotrópico ou estupefaciente, sendo anexados às cópias da receita. Por fim o responsável

pela dispensa, carimba e rubrica com a respetiva data da dispensa as receitas (original e

cópias), colocando a original para conferir, para posteriormente ser enviada para a entidade

comparticipadora com a restante faturação, quanto às cópias são arquivadas no dossier para o

efeito.

Mensalmente é impressa uma lista mensal em duplicado das saídas de medicamentos

estupefacientes e psicotrópicos (ANEXO XVI), onde consta a data de dispensa, o nº da

receita, dados doente (nome, morada e código postal), dados do adquirente (nome, morada,

código postal, idade e nº de identificação), produto (código, DCI/nome comercial, dosagem,

forma farmacêutica e quantidade) e quantidade dispensada, sendo utilizada na conferência das

cópias das receitas.

Após conferência das receitas, as listas são rubricadas e carimbadas pela Diretora

Técnica/ farmacêutico adjunto, sendo uma colocada num envelope juntamente com uma das

cópias das receitas e com uma carta informativa de envio até ao dia oito do mês para o

INFARMED, ficando a outra cópia da listagem, arquivada na farmácia com a outra cópia das

receitas durante um período de três anos. O INFARMED obriga ainda o envio trimestral, até

dia quinze de cada mês, do registo de entradas destes medicamentos e no final do ano, até dia

trinta e um de janeiro, um balanço da sua entrada e saída. No que diz respeito às

benzodiazepinas é apenas necessário que seja enviado o seu balanço anual e o registo de

entrada.

Quanto aos MSRM especial, realizei a conferência do receituário dos medicamentos

estupefacientes e psicotrópicos, com a respetiva lista de entradas e saídas, posteriormente

organizei por ordem de data de dispensa toda a documentação e procedi ao envio desta para o

INFARMED, pelos CTT, bem como a dispensa, realizando todos os procedimentos inerentes.

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7. CONFERÊNCIA E FATURAÇÃO DO RECEITUÁRIO

No ato de dispensa de MSRM, o programa informático organiza por cada receita o

organismo do utente, nº da receita e respetivo nº de lote, ou seja, o sistema numera as receitas

dos diferentes organismos, efetuando lotes de trinta receitas, sendo assim mais fácil de as

ordenar, para posterior envio aos respetivos organismos de comparticipação.

A conferência e correção de receituário é uma tarefa realizada diariamente, sendo de

responsabilidade de toda a equipa, organizada mensalmente por grupos. Esta tarefa passa pela

verificação do preenchimento de todos os itens: nome do utente, organismo, nº de

beneficiário, identificação do médico prescritor, da entidade emissora da receita, prazo de

validade da receita, assinatura do médico. De seguida, é verificado o verso da receita

(ANEXO XVII), conferindo se os medicamentos prescritos coincidem com os dispensados

(DCI, dosagem, apresentação, forma farmacêutica, tamanho da embalagem e nº de

embalagens) e se o organismo de comparticipação colocado informaticamente coincide com o

da receita, procede-se à confirmação da assinatura do utente, e se a receita se encontra

devidamente carimbada, com data e rubricada pelo profissional.

Após conferência das receitas, estas são organizadas por organismo e lote, ordenando-

as desde o nº um até ao nº trinta, sendo guardadas.

Se por algum motivo houver um erro, este deve ser, se possível, corrigido o quanto

antes, alertando o utente da situação, para que não inicie a embalagem e para que seja

realizada a troca (por exemplo, no caso de dispensa da mesma substância, mas com dosagem

diferente, troca de medicamento, entre outras). Se faltar algum dado, ou a receita estiver fora

do prazo de validade, o utente é contactado para resolver estas situações, e no caso de não ser

possível a receita é abatida, para não entrar na faturação, uma vez que o organismo respetivo

irá devolver a receita e não irá efetuar a comparticipação da mesma.

Após o lote estar completo (trinta receitas) e conferido, emite-se o verbete de

identificação do lote (ANEXO XVIII) no sistema informático. Este é carimbado, rubricado e

anexa-se ao lote correspondente, conferindo novamente se todas as receitas estão ordenadas e

em conformidade.

No final do mês, emite-se informaticamente a relação de resumo de lotes,

selecionando o mês em questão e o organismo (uma vez que o resumo nos indica todos os

lotes relativos ao organismo em questão e o valor total por lote que a entidade tem de enviar à

farmácia), sendo também emitida a respetiva fatura.

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Mensalmente uma transportadora desloca-se à farmácia, para buscar o receituário

pertencente ao SNS, transportando-o para o Centro de Conferência de Faturas de Farmácia da

Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) na Maia. O receituário faz-se

acompanhar pela devida documentação (resumo de relação de lotes e fatura).

Após conferência do receituário pela ACSS, a farmácia é reembolsada com o valor das

comparticipações.

Em relação ao receituário dos subsistemas complementares, estes são enviados

diretamente da farmácia para a ANF, para posterior reembolso.

No caso de alguma receita ter alguma inconformidade, é devolvida à farmácia, para se

retificar, criando um novo verso de receita no sistema informático com a devida justificação.

Este processo efetua-se na opção ”Faturação”, onde se faz a gestão de lotes, é introduzido o

organismo, nº de lote e da receita, alterando-se a inconformidade de forma a solucionar o

problema.

Ao longo do estágio efetuei a conferência de receituário e faturação, bem como a

separação destes por organismos, para posterior envio à ACSS e à ANF, o que me permitiu

compreender melhor todos os itens verificados, tanto na conferência como na dispensa de

MSRM.

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8. PREPARAÇÃO DE MEDICAMENTOS MANIPULADOS

No passado, em farmácia comunitária os produtos dispensados eram maioritariamente

preparados, segundo a arte farmacêutica. Com o desenvolvimento da Indústria Farmacêutica,

esta atividade tem vindo a decrescer. Hoje em dia, este tipo de atividade é realizado em

situações específicas da pediatria e dermatologia, sendo feita a preparação individualizada de

medicamentos com as dosagens ajustadas ao utente, permitindo assim dar respostas às

necessidades específicas, tendo em conta as caraterísticas de cada utente.

A FS possui um laboratório de preparação de manipulados, de fácil limpeza,

devidamente iluminado e ventilado, que possui todo o material e equipamento, de existência

mínima obrigatória, regulamentado para as operações de preparação, acondicionamento e

controlo de medicamentos manipulados, como por exemplo almofarizes de vidro e porcelana,

pedra de preparação de pomadas, provetas, entre outros [19]

.

Segundo o DL n.º 95/2004, de 22 de abril, que regula a prescrição e a preparação de

medicamentos manipulados, entende-se por medicamento manipulado “qualquer fórmula

magistral ou preparado oficinal preparado e dispensado sob a responsabilidade de um

Farmacêutico”[20]

, devendo ser assegurada a qualidade de preparação e segurança do

medicamento.

Segundo o DL 72/ 91, de 8 de fevereiro, estas preparações são geralmente preparadas

perante receita médica (fórmula magistral), ou segundo a farmacopeia (preparado oficinal)

[21].

Nas receitas de medicamentos manipulados, consta a indicação expressa pelo médico,

da palavra “Manipulado” ou “f.s.a.” (faça segundo a arte), não sendo permitida a prescrição

nestas receitas de qualquer outro tipo de medicamento, uma vez que a prescrição implica a

descrição das várias matérias-primas.

Como suporte científico de normas de preparação, embalagem, rotulagem e

verificação dos manipulados, normas relativas ao pessoal, instalações e equipamentos, bem

como das especificações das matérias-primas, temos o Formulário Galénico Português, a

Farmacopeia Portuguesa e as Boas Práticas na Preparação de Medicamentos Manipulados,

que vêm padronizar, uniformizar e garantir a qualidade das preparações.

Como foi referido anteriormente, as matérias-primas fazem-se acompanhar por um Boletim

de Análise (ANEXO XIX), onde constam as caraterísticas desta, que comprova que cumprem

os requisitos da farmacopeia, onde a matéria-prima se encontra descrita [4]

.

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Cada matéria-prima para além do boletim de análise também possui a ficha de dados de

segurança, onde consta a identificação da matéria-prima, composição e informação dos

componentes, identificação dos perigos, primeiros auxílios, medidas a tomar no caso de

incêndio, medidas a tomar em caso de verter acidentalmente, manipulação e armazenamentos,

controlos de exposição e proteção pessoal, propriedades físicas, estabilidade e reatividade,

informação toxicológica, informações ecológicas, considerações relativas à sua eliminação,

informação relativa ao transporte, informação regulamentar e outras informações.

Sempre que a matéria-prima é utilizada deve ser efetuado o registo da sua utilização

numa ficha para o efeito (ANEXO XX).

Antes de se iniciar a preparação é verificado o estado de limpeza da bancada do

laboratório, material e equipamento necessário e existência das matérias-primas necessárias,

sendo realizada a higienização da bancada e dos diversos materiais com álcool a 70%,

organizando-o de forma a facilitar a preparação.

Posteriormente consulta-se o suporte científico e procede-se à preparação do

medicamento manipulado, tendo em conta as regras de segurança e higiene, no final da

preparação são realizados testes de controlo de qualidade, de acordo com a Farmacopeia

Portuguesa, tais como verificação das características organoléticas, pH, entre outros, de forma

a garantir a qualidade do manipulado. Estes resultados do controlo de qualidade são

registados na respetiva ficha de preparação (ANEXO XXI), do medicamento manipulado,

onde é registada a designação do medicamento manipulado preparado, o teor em substância

ativa, forma farmacêutica, quantidade a preparar, data de preparação, nº do lote, matérias-

primas utilizadas com o respetivo nº do lote, origem, Farmacopeia segundo as matérias-

primas foram analisadas, quantidade para 100g, quantidade calculada, quantidade pesada.

Prossegue-se o registo do modo de preparação, da aparelhagem usada, das informações acerca

da embalagem (tipo de embalagem, capacidade do recipiente, material de embalagem nº do

lote e origem), das condições de conservação e prazo de utilização, das informações a

considerar no respetivo rótulo, da aprovação ou rejeição do medicamento manipulado e ainda

os dados do doente e prescrito. Para finalizar efetuam-se cálculos do respetivo PVP e rúbrica

do operador e supervisor, sendo posteriormente arquivada por lote, num período mínimo de

três anos.

Uma vez preparado, efetua-se o acondicionamento do respetivo manipulado,

dependendo do seu estado físico, forma farmacêutica e volume.

Para finalizar, é realizada a rotulagem, onde consta a identificação da farmácia e do

Diretor Técnico, endereço e telefone da farmácia, identificação do médico prescritor e do

doente, denominação do medicamento manipulado, teor de substância ativa, quantidade

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dispensada, referência a matérias-primas, cujo conhecimento seja eventualmente necessário

para a utilização conveniente do medicamento, nº do lote atribuído, data de preparação, prazo

de utilização, condições de conservação, instruções especiais (manter fora do alcance das

crianças), advertências indispensáveis para a utilização do medicamento, como, por exemplo,

“agitar antes de usar” ou “uso externo” (em fundo vermelho), via de administração e

posologia.

O prazo de validade dos medicamentos manipulados é definido sob consulta de um

documento existente no laboratório, em que as preparações líquidas não aquosas e

preparações sólidas têm um prazo de utilização de seis meses, preparações líquidas que

contêm água (preparadas com substâncias ativas no estado sólido), com prazo de validade de

catorze dias e as restantes preparações trinta dias.

Quanto ao PVP dos manipulados, é calculado segundo a Portaria nº769/2004, de 1 de

julho, que revoga o Regimento Geral dos Preços dos Medicamentos Manipulados e

Manipulações, com base no valor das matérias-primas, honorários de manipulação e materiais

de embalagem, de acordo com a fórmula: PVP= (valor de matérias-primas+ valor de

honorários +valor de material de embalagem) *1,3+5%IVA [22]

. O cálculo dos honorários da

preparação tem por base um fator F, cujo valor é atualizado automaticamente e anualmente,

sendo o valor atual em vigor 4,54. Este cálculo varia consoante a forma farmacêutica do

produto acabado e as quantidades preparadas, sendo consultado um documento existente na

farmácia para o cálculo (ANEXO XXII) [22]

. Quanto ao cálculo dos valores referentes às

matérias-primas, é determinado pelo valor de aquisição multiplicado por um fator, que varia

consoante a maior das unidades em que foi utilizada. Relativamente aos valores da

embalagem são determinados segundo o preço de aquisição, sem o valor de IVA, multiplicado

pelo fator 1,3 [22]

.

Na FS não são preparados muitos manipulados, uma vez que a procura é cada vez

mais escassa.

Neste setor foi-me apenas possibilitada a preparação da solução alcoólica a 70% de

ácido bórico à saturação, sendo esta utilizada no tratamento tópico de otites externas, podendo

usar-se também, em certos casos, nas otites crónicas e no ouvido já operado. Tendo ainda

visualizado e elaborado o rótulo e a ficha de preparação da pomada de ácido salicílico a 2%,

sendo esta indicada em quadros de dermatite seborreica, caspa, ictiose, psoríase e acne.

No laboratório da FS também se procede à reconstituição de suspensões

extemporâneas de antibióticos, sendo um processo que efetuei com regularidade.

A execução de todos os processos é efetuada com o maior rigor, segundo as Boas

Práticas de Preparação de Manipulados, garantindo a qualidade e eficácia dos manipulados.

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9. ACONSELHAMENTO E DISPENSA DE OUTROS PRODUTOS DE

SAÚDE

Na FS como em qualquer farmácia comunitária, além de medicamentos existe uma

grande variedade de produtos farmacêuticos, particularmente PCHC, bem como produtos de

nutrição e dietética, produtos de veterinária, entre outros, de forma a satisfazer a procura e dar

resposta às necessidades dos utentes. Deste modo, o TF é responsável pelo aconselhamento

dos mesmos, devendo estar apto, de maneira a prestar todas as informações solicitadas.

Quanto a esta atividade tive a oportunidade de dispensar e aconselhar alguns destes

produtos, bem como visualizar a execução da atividade por parte dos profissionais de saúde.

9.1. PRODUTOS COSMÉTICOS E DE HIGIENE CORPORAL

Segundo o DL n.º113/2010, de 21 de outubro entende-se por produto cosmético e de

higiene corporal:

“Qualquer substância ou mistura destinada a ser posta em contacto com as diversas

partes superficiais do corpo humano, designadamente epiderme, sistemas piloso e

capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos, ou com os dentes e as mucosas

bucais, com a finalidade de, exclusiva ou principalmente, os limpar, perfumar,

modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores

corporais” [23]

.

Atualmente verifica-se um crescimento exponencial no mercado cosmético, bem como

a procura por parte da população. Os PCHC para além da estética são utilizados no tratamento

de problemas dermatológicos.

O TF deve apostar na formação contínua, de forma a estar preparado para aconselhar os

utentes, uma vez que estes produtos não são isentos de riscos, podendo desencadear reações

alérgicas, devendo avaliar a situação, distinguindo situações simples, de situações que

necessitem de acompanhamento médico. O aconselhamento destes produtos deve ter em conta

diversos fatores como as necessidades e características dos utentes e as condições

socioeconómicas destes.

A FS tem disponível uma grande variedade de produtos dermatológicos, fotoprotetores,

de higiene íntima, tratamento capilar, podológico, entre outros. Estes produtos apresentam

diferentes funções, sendo usados para tratar situações clínicas específicas, como o tratamento

de dermatites, acne, eritemas, caspa, queda de cabelo, diferentes tipos de idade e de pele

(atópica, sensível, seca, oleosa e mista), entre outros, apresentando desta forma, uma vertente

cosmética combinada com uma vertente terapêutica, bem como linhas específicas para

23 Ministério da Saúde- Decreto-lei n.º113/2010, de 21 de outubro

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homens, para mulheres, bebés e recém-nascidos.

9.2. PRODUTOS DIETÉTICOS PARA ALIMENTAÇÃO ESPECIAL, PRODUTOS

DIETÉTICOS INFANTIS E SUPLEMENTOS NUTRICIONAIS

Segundo o DL nº 74/2010 entende-se por produtos destinados a uma alimentação

especial como:

“ (…) uma categoria de géneros alimentícios destinados a uma alimentação

especial, sujeitos a processamento ou formulação especial, com vista a satisfazer as

necessidades nutricionais de pacientes e para consumo sob supervisão médica,

destinando-se à alimentação exclusiva ou parcial de pacientes com capacidade

limitada, diminuída ou alterada para ingerir, digerir, absorver, metabolizar ou

excretar géneros alimentícios correntes ou cujo estado de saúde determina

necessidades nutricionais particulares” [24]

.

Estes produtos incluem géneros alimentícios, destinados ao controlo do peso, para

desportistas, destinados a diabéticos, alimentos dietéticos e para bebés.

Na FS existem produtos aconselhados para pessoas com condições especiais, tais

como o Fortimel®, entre outros. Para a alimentação infantil, estão disponíveis diversos tipos

de leite e farinhas, consoante as diversas etapas de crescimento ou necessidades dos bebés.

A FS tem ainda elevada procura de produtos de nutrição e dietética como leites,

chocolates, massa, arroz, entre outros.

Quanto aos suplementos nutricionais, são destinados a complementar o regime

alimentar, tendo também bastante procura, essencialmente pelos estudantes em épocas de

exames (Memofante®, Memovital®, Cerebrum shot®, entre outros), e pelos idosos, devido à

carência multivitamínica (Centrum 50+®, Pró cérebro ®, entre outros). Relativamente aos

produtos de dietética são produtos com grande procura nos dias de hoje, sendo importante o

papel do profissional de farmácia no aconselhamento nesta área.

O TF desempenha um papel fundamental, no aconselhamento destes produtos,

devendo assegurar que o consumo seja feito de forma equilibrada e segura.

Relativamente aos produtos dietéticos infantis, o TF deve promover a amamentação do

recém-nascido, com leite materno, no entanto, por vezes deve-se recomendar leites e farinhas

consoante as necessidades nutricionais dos bebés.

9.3. PRODUTOS FITOTERÁPICOS

Os produtos fitoterápicos contêm como substância ativa uma ou mais substâncias,

obtidas a partir das plantas. O TF deve alertar na dispensa destes produtos naturais, que não

são inócuos de efeitos adversos e interações com determinados medicamentos.

24 Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas- Decreto-Lei n.º 145/2009 de 17

de junho

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50

Na FS há bastante procura destes produtos, essencialmente de chás, medicamentos à

base de plantas para situações de insónias, nervosismo e ansiedade, bem como produtos com

ginseng e Ginkgo biloba (Biloban®), para problemas relacionados com a fadiga intelectual,

antioxidantes e para reforçar as defesas imunitárias.

9.4. PRODUTOS HOMEOPÁTICOS

De acordo com o DL n.º 94/95, de 9 de maio, entende-se por produto farmacêutico

homeopático:

“ (…) qualquer produto homeopático que reúna, cumulativamente, as seguintes

características:

a) Administração por via oral ou tópica;

b) Grau de diluição que garanta a inocuidade do produto, não devendo este conter

mais de uma parte por 10000 de tintura-mãe, nem mais de 1/100 da mais pequena

dose eventualmente utilizada em alopatia para as substâncias ativas, cuja presença

num medicamento alopático obrigue a prescrição médica;

c) Ausência de indicações terapêuticas especiais no rótulo ou em qualquer

informação relativa ao produto [ 25]

.”

A FS possui alguma procura de produtos homeopáticos, sendo ainda uma vertente em

crescimento.

Os medicamentos homeopáticos com mais saída na FS são o Stodal® (utilizado como

antitússico), Sedatif PC® (utilizado em estados ansiosos e perturbações ligeiras do sono),

Camilla® (utilizado no alívio doloroso da dentição), entre outros.

O TF tem o papel de divulgar e aconselhar este tipo de produtos, devendo alertar quer para

os benefícios quer para possíveis riscos.

9.5. MEDICAMENTOS DE USO VETERINÁRIO

Segundo o DL n.º 237/2009, de 15 de setembro:

“ É considerado produto de uso veterinário a substância ou mistura de substâncias,

sem indicações terapêuticas ou profiláticas, destinada: i) aos animais, para promoção

do bem-estar e estado higio-sanitário, coadjuvando ações de tratamento, de

profilaxia ou de maneio zootécnico, designadamente o da reprodução; ii) ao

diagnóstico médico-veterinário; e iii) ao ambiente que rodeia os animais,

designadamente às suas instalações” [26]

.

Na FS os medicamentos e produtos de uso veterinário mais frequentemente

procurados são destinados principalmente a animais de estimação, como cães e gatos.

Nesse grupo de produtos, os de mais procura são os desparasitantes ectópicos de uso

externo (ex: Frontline®), os desparasitantes intestinais (ex: Drontal®), os antibióticos (ex:

Terramicina®), coleiras antiparasitárias, anticoncecionais, champôs, entre outros.

25 INFARMED- Decreto-Lei n.º 64/95, de 9 de maio Regime jurídico da introdução no mercado, do fabrico,

da comercialização, da rotulagem e da publicidade dos produtos homeopáticos para uso humano 26

Diário da República- Decreto-Lei n.º 237/2009 de 15 de setembro

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O TF tem o dever como em todos os outros tipos de produtos, fazer o melhor

aconselhamento possível, acerca da sua utilização, não só no que diz respeito à seleção (ter em

conta a espécie animal, porte, peso e idade, conservação e modo de administração), como

também alertar o utente, em relação às doenças passíveis de transmissão (quer no homem quer

em outros animais), podendo desenvolver consequências graves para a saúde pública.

É também importante relembrar aos utentes as medidas profiláticas adequadas aos

animais, que consistem tanto na vacinação e desparasitação periódica destes, como do

agregado familiar, onde reside o animal.

Por último, é importante salientar que estes produtos não são sujeitos a qualquer tipo

de comparticipação, sendo o custo suportado na totalidade pelo utente.

9.6. DISPOSITIVOS MÉDICOS

Dispositivo médico é definido pelo DL n.º 145/2009, de 17 de junho como:

“(…)qualquer instrumento, aparelho, equipamento, software, material ou artigo

utilizado isoladamente ou em combinação, incluindo o software destinado pelo seu

fabricante a ser utilizado especificamente para fins de diagnóstico ou terapêuticos e

que seja necessário para o bom funcionamento do dispositivo médico, cujo principal

efeito pretendido no corpo humano não seja alcançado por meios farmacológicos,

imunológicos ou metabólicos, embora a sua função possa ser apoiada por esses

meios, destinado pelo fabricante a ser utilizado em seres humanos, para fins de

diagnóstico, prevenção, controlo, tratamento ou atenuação de uma doença,

compensação de uma lesão ou de uma deficiência, estudo, substituição ou alteração

da anatomia ou de um processo fisiológico ou controlo da conceção. Estes são

integrados nas classes I (risco baixo), IIa (risco médio), IIb (risco médio/baixo) e III

(risco alto), de acordo com a vulnerabilidade do corpo humano e atendendo aos

potenciais riscos decorrentes da conceção técnica e do fabrico [27]

.

Na FS podemos encontrar uma variedade de dispositivos médicos, sendo alguns

exemplos: artigos de higiene oral (ex: escovas de dentes), material de uso parentérico (ex:

seringas e agulhas), produtos ortopédicos (ex: meias de compressão), produtos destinados a

grávidas (ex: cintas), produtos destinados ao pós-parto (ex: soutiens de amamentação,

extratores de leite, mamilos de silicone, entre outros), material destinado ao tratamento e

proteção de feridas (ex: gases e pensos estéreis), canetas para insulinas, canadianas, cadeiras

de rodas, dispositivos intrauterinos, preservativos, sapatos ortopédicos, entre outros.

27 Ministério da Saúde- Decreto-Lei n.º 145/2009 de 17 de junho

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10. OUTROS SERVIÇOS E CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA

FARMÁCIA

Para além da dispensa de medicamentos e produtos farmacêuticos a FS presta outro

tipo de cuidados de saúde aos seus utentes, nomeadamente a determinação e avaliação de

parâmetros bioquímicos e fisiológicos, tendo como intuito não só de prevenção de doenças ou

monitorização, mas também controlar a terapêutica do doente.

Muitos utentes recorrerem ainda ao serviço de enfermagem para tratamento de feridas,

administração de vacinas não incluídas no Plano Nacional de Vacinação e administração de

medicamentos injetáveis.

A FS possui ainda diversos serviços de estética e bem-estar realizados por marcação

como maquilhagem, cavitação, massagens, diagnóstico cutâneo, drenagem linfática manual,

radiofrequência do rosto, programa anti- aging rosto, plataforma vibratória, consultas de

nutrição e consultas de podologia.

A FS presta ainda outros serviços como entregas ao domicílio “Farmácia em casa” e

vendas através do site “Farmácia em casa”, de forma a satisfazer a necessidade dos utentes,

uma vez que estes muitas vezes têm impossibilidade de se deslocar à farmácia.

10.1. DETERMINAÇÃO E AVALIAÇÃO DOS PARAMÊTROS BIOQUÍMICOS E

FISIOLÓGICOS

Os utentes recorrem a este serviço, geralmente quando se sentem mal, e querem

despistar qualquer dúvida, ou são doentes crónicos que necessitam de controlar regularmente

os valores da pressão arterial, glicose, colesterol total, triglicerídeos, IMC, ácido úrico,

creatinina e INR. Cada utente que realize um teste pela primeira vez recebe um cartão da

farmácia (ANEXO XXIII), onde são registados os valores medidos, juntamente com a data da

medição, permitindo desta forma a análise e seguimento da evolução do utente.

A pressão arterial é a força exercida sobre as artérias por uma onda de sangue

impulsionado a partir do coração [28]

. As medições de pressão arterial são realizadas com

aparelhos digitais, que fornece os valores relativos à Pressão Arterial Sistólica (PAS), Pressão

Arterial Diastólica (PAD) e frequência cardíaca.

Este procedimento envolve algumas normas tais como: relaxamento por parte do utente, o

braço onde é feita a medição deve estar sem roupa, a medição não deve ser feita após a

ingestão de café ou alguma refeição, o utente deve estar sentado e não pode falar, nem se

mexer para não interferir nos resultados.

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Os valores registados devem obedecer aos valores de referência indicados na tabela 1.

Tabela 1- Valores de referência da pressão arterial [29]

A glicémia é a quantidade de glicose no sangue, podendo ser demasiado elevada ou

baixa, devido a distúrbios do metabolismo dos hidratos de carbono, lípidos e proteínas,

resultantes de deficiências na secreção ou ação da insulina, ou de ambas [30]

.

A determinação da glicose é efetuada num aparelho próprio para o efeito. Este

procedimento é geralmente efetuado no dedo anelar do utente, sendo importante a utilização

de luvas por parte do TF, e desinfeção do dedo do utente com álcool a 70%, deixando

evaporar de forma a não alterar os valores da glicose. Posteriormente é introduzida a tira no

dispositivo de leitura e feita uma massagem na extremidade do dedo sendo efetuada uma

punção capilar na parte lateral do dedo, através de uma lanceta descartável sendo depositada

uma gota de sangue na tira. Este parâmetro só deve ser determinado uma hora ou duas após a

ingestão da refeição por parte do utente, devendo estar dentro dos valores descritos na tabela

2.

Tabela 2- Valores de referência da glicose [31]

Glicose em jejum (mg/dl) Glicose pós-prandial (mg/dl)

70-100 70-140

O colesterol e os triglicerídeos são lípidos essenciais existentes no nosso organismo,

tendo duas origens: uma parte produzida pelo próprio organismo, em particular o fígado, e

outra parte obtida através da alimentação, sendo vital para o normal funcionamento de todas

as células do nosso organismo. Estes parâmetros em quantidades elevadas são uma das

principais causas de doenças cardiovasculares [32]

.

A determinação do colesterol total e triglicerídeos é realizada em jejum aos utentes, de

forma semelhante à glicémia, difere apenas no equipamento de leitura, nas tiras e também no

material que recolhe o sangue após a punção, sendo utilizado um capilar com heparina, para

evitar a coagulação do sangue. Nesta avaliação pede-se ao utente que lave as mãos uma vez

que pode ter colocado algum creme e para não interferir com os valores.

Classificação PAS (mmHg) PAD (mmHg)

Ótima <120 <80

Normal 120-129 80-84

Normal-alta 130-139 85-89

HTA Grau I (ligeira) 140-159 90-99

HTA Grau II (moderada) 160-179 100-109

HTA Grau III (grave) ≥180 ≥110

Hipertensão sistólica isolada (muito grave) ≥140 <90

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Os valores de referência do colesterol total e dos triglicerídeos encontram-se descritos

na tabela 3.

Tabela 3- Valores de referência do colesterol total e triglicerídeos [30]

Colesterol Total (mg/dL) Triglicéridos (mg/dL)

<190 < 150

O IMC é o parâmetro mais utilizado para controlo da massa gorda e avaliar o excesso

ou subnutrição, este é calculado a partir da divisão do peso em kg pelo quadrado da altura em

metros.

Como referido anteriormente a FS possui uma balança eletrónica que para além de

determinar o peso e a altura calcula o IMC.

A classificação do estado ponderal do adulto, segundo o IMC e o risco de

comorbilidades apresentada na tabela 4.

Tabela 4- Classificação do risco de comorbilidade segundo o IMC em adultos [33]

IMC (Kg/m2)

Classificação Risco de Comorbilidade

<18,5 Baixo peso Baixo

18,5-24,9 Peso normal

25-29,9 Excesso de peso Aumentado

30-34,9 Obesidade de Classe 1 Moderado

35-39,9 Obesidade de Classe 2 Grave

>= 40 Obesidade de Classe 3 Muito Grave

O ácido úrico é gerado no organismo pela xantina desidrogenase ou xantina oxidase.

Este em excesso pode gerar uricémia ou até cálculo renal, podendo aumentar o risco de

doenças cardiovasculares e insuficiência renal [33]

.

A determinação do ácido úrico é efetuada da mesma forma do colesterol total e

triglicerídeos, sendo também efetuada em jejum e neste caso as tiras encontram-se

armazenadas no frigorífico.

Relativamente à creatinina, esta é produzida pelo metabolismo muscular, sendo

efetuada a sua determinação como rastreio da disfunção renal [35].

A determinação destes parâmetros é efetuada da mesma forma dos restantes testes.

Os valores de referência do ácido úrico e da creatinina encontram-se descritos na

tabela 5.

Tabela 5- Valores de referência do ácido úrico e da creatinina

[34, 35]

Ácido úrico (mg/dL) Creatinina (mg/dL)

Mulher 6 >1,3

Homem 7 >1,5

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Quanto ao INR, este é um padrão internacional que mede a velocidade de coagulação

do sangue, ou seja o tempo de protrombina, sendo comparada com os valores de referência

que se encontram entre dois e três, para doentes que fazem tratamento farmacológico com

varfine (anticoagulante) [36]

.

Os doentes que fazem tratamento com varfine devem fazer a monitorização do tempo

de protrombina, uma vez que pode ser necessário ajustar a dosagem do medicamento de

forma a prevenir os coágulos sanguíneos.

A determinação do INR é efetuada da mesma forma da glicémia, tendo como

diferença a máquina e as tiras, e o sangue deve ser introduzido lateralmente na tira.

Os serviços mais solicitados por parte dos utentes na FS são a determinação da

glicémia, colesterol total, triglicerídeos e medição da pressão arterial.

Todos os materiais cortantes e perfurantes utilizados na determinação dos parâmetros,

são depositados no contentor rígido amarelo para posterior incineração.

Quanto aos diversos aparelhos de medição, é importante ser efetuada a limpeza e

calibração regular.

O aconselhamento aos utentes é fundamental por parte do TF, através de diversas

medidas não farmacológicas, tais como prática de exercício físico, sugestões para uma

alimentação saudável e equilibrada (restrição de sal, café, álcool, redução do teor de gorduras

e açucares ingeridos, aumento do consumo de água, frutas e legumes), comer várias vezes ao

dia a horas regulares, ingerir 1,5-3litros de água por dia, bem como a manutenção do peso

normal.

No caso de o TF achar oportuno deve ainda fazer o encaminhamento para o médico,

para uma melhor avaliação do utente.

Ao longo do estágio, realizei diversas vezes a medição da pressão arterial e

determinação da glicémia, colesterol total e triglicerídeos. Quanto às restantes determinações

tive a oportunidade de visualizar os procedimentos efetuados. É uma atividade bastante

enriquecedora pois, permite o contacto com o utente, bem como o diálogo e aconselhamento

com o mesmo, sendo importante no aperfeiçoamento das técnicas.

10.2. ENTREGAS AO DOMÍCILIO

Como referido anteriormente a FS disponibiliza o serviço entregas ao domicílio

designado “Farmácia em casa”, sendo este um serviço de gratuito na cidade da Guarda.

Este serviço é bastante solicitado, principalmente pelos idosos e pessoas com

dificuldade na deslocação à farmácia.

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A FS faz entregas ao domicílio de MNSRM, outros produtos de saúde e de MSRM

(neste caso a entrega só é realizada se o utente apresentar receita médica).

Os pedidos são solicitados via telefone, sendo as entregas realizadas no próprio dia

(dias úteis) para pedidos até às 16h, sendo entregas até às 18h por um estafeta qualificado.

Na receção do pedido o profissional questiona o utente relativamente aos

produtos/medicamentos que necessita, se tem receita médica ou não. No caso de MSRM o

doente é questionado a dosagem, forma farmacêutica, quantidade e nº de embalagens, é

pedido o código dos medicamentos que se encontram na receita, qual o organismo, questiona-

se ainda se os medicamentos são todos da mesma receita. Posteriormente questiona-se o

utente acerca dos dados para a fatura, se tem ficha na farmácia, modo de pagamento, a morada

e a hora de entrega, sendo feito o registo de todas as informações.

Procede-se à venda dos medicamentos no sistema informático, tendo em conta todas

as informações dadas pelo utente, sendo que geralmente os utentes que solicitam o serviço são

clientes habituais da farmácia. Após a venda no sistema informático é feito o registo do

serviço no programa informático “gestão de entregas”, onde se preenchem diversos campos

(nome, local de entrega, hora da entrega zona, município, indicação a chegar ao local, insere-

se o código dos produtos/medicamentos a entregar, quantidades, se tem receita ou não),

selecionando-se o modo de pagamento, posteriormente emite-se o documento (ANEXO

XXIV).

Posteriormente efetua-se a entrega ao domicílio na hora solicitada e durante a entrega

no caso de o utente possuir receitas, estas são conferidas de forma a verificar se a informação

dada pelo utente corresponde à indicada na receita médica, bem como o prazo de validade,

rubrica do médico, para além disso é feito o aconselhamento dos medicamentos, desde

posologia, possíveis efeitos secundários e contra-indicações, é recebido o dinheiro e entregue

a fatura ao utente, dando-se a assinar o comprovativo de entrega para posteriormente ser

arquivado na farmácia em dossier próprio. Já na farmácia após a entrega ao domicílio é feito o

registo no programa informático de entregue.

Tive a oportunidade de acompanhar todo o procedimento das entregas ao domicílio

desde a receção do pedido à entrega propriamente dita.

10.3. VENDAS ONLINE

Como referido anteriormente a FS dispõe ainda de uma página de internet, onde são

efetuadas vendas online para todo o mundo.

O site é um projeto recentemente criado pela FS, permite a aquisição de produtos

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online, a partir do link: www.farmaciaemcasa.pt de forma cómoda, sendo a entrega feita em

casa ou no local de trabalho.

Este serviço é gratuito em compras superiores a cinquenta euros, no caso do valor ser

inferior a cinquenta euros tem uma taxa adicional de três euros.

Os pedidos por norma são entregue no dia seguinte, relativamente aos pedidos

efetuados durante o fim de semana são enviados na segunda-feira seguinte, chegando ao

destino na terça-feira, sendo apenas validos após pagamento.

O site encontra-se organizado por modalidades como mamã e bebé, cosmética,

capilares, sexualidade, higiene oral, suplementos, ortopedia, diversos, emagrecimento,

veterinária, solares e medicamentos, sendo estes grupos divididos em subgrupos, este permite

o esclarecimento de dúvidas dos produtos que possam surgir através do chat.

O utente antes de iniciar a sua compra pode registar-se ou então fazer a compra sem

criar conta, este após a seleção dos produtos deve preencher uma série de campos obrigatórios

(e-mail, nome, morada de entrega, código postal, localidade e país) e campos opcionais

(telefone e contribuinte), este deve ainda inserir a morada de entrega.

Posteriormente é selecionado o método de envio e a forma de pagamento, podendo ser

por transferência bancária (sendo necessário enviar o comprovativo por e-mail, sendo apenas

válido após receção do pagamento, tendo uma validade de setenta e duas horas), pagamento

no local da entrega (custo adicional de cinco euros), paypal ou cartão de crédito (validade de

setenta e duas horas) ou multibanco (validade de setenta e duas horas), sendo por fim

submetido o pedido.

Os pedidos são rececionados via e-mail, sendo emitido o comprovativo de pagamento

e o pedido, onde conta o nº da encomenda, nome da pessoa, endereço de entrega,

identificação do produto (código, nome, preço quantidade, desconto e total.

Após receção do pedido do utente/cliente são preparados os produtos e algumas

amostras de produtos, sendo estas oferta da farmácia, é dada saída no Sifarma 2000® com o

“código on-line”, sendo emitida a fatura com os dados do utente, a encomenda é

acondicionada devidamente juntamente com a fatura.

Posteriormente é efetuado via on-line o pedido da transportadora, sendo emitida a guia

de transporte. No caso da encomenda ser para Portugal Continental a encomenda é enviada

via Nacex, caso seja para as Ilhas ou Estrangeiro são enviadas via CTT, sendo enviado um e-

mail ao utente/cliente de forma a este acompanhar o processo de transporte da encomenda.

Na farmácia a partir do nº da guia de transporte é possível ver o estado da encomenda

no site da transportadora, colocando a opção de entregue após a entrega desta.

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Após a entrega da encomenda é enviado um e-mail ao cliente a agradecer a sua

preferência e se ficou satisfeito com a encomenda.

Foi-me possibilitado todo o acompanhamento das vendas através do site, desde a

receção do pedido à venda propriamente dita.

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11. RECOLHA DE MEDICAMENTOS PARA DEVOLUÇÃO À

VALORMED

A ValorMed foi criada pela Indústria Farmacêutica, sendo licenciada pelos Ministérios

do Ambiente e da Economia, para a gestão do Sistema Integrado de Gestão de Resíduos de

Embalagens de Medicamentos [37]

.

Esta é responsável pela gestão e recolha dos resíduos de embalagens e medicamentos

fora de uso, ou que estejam fora de validade, para proceder à sua incineração, protegendo

assim o ambiente e as pessoas [37]

.

Quanto ao objetivo da ValorMed é a melhoria do ambiente, eliminando a possibilidade

dos medicamentos contaminarem recursos tão importantes como a água e os solos.

Os profissionais de saúde da FS participam ativamente no processo de recolha dos

resíduos, aconselhando e sensibilizando os utentes, para deixarem na sua farmácia os

medicamentos/produtos não utilizados e fora de prazo de validade.

Na FS encontra-se um contentor da ValorMed, quando este está cheio é selado e é

preenchida a ficha do contentor (ANEXO XXV). Nesta ficha, regista-se o nome da farmácia,

o nºde identificação da farmácia, o peso do contentor (Kg), a rúbrica do responsável pela

selagem, o nº do armazenista que leva o contentor, a data de recolha e a rúbrica do

responsável pela recolha. Posteriormente o armazenista recolhe o contentor deixando uma

cópia da ficha do contentor na Farmácia, sendo esta arquivada.

Durante o estágio tive a oportunidade de recolher dos medicamentos levados pelos

utentes, selar o contentor e preencher a respetiva ficha.

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CONCLUSÃO

A minha escolha de estágio na Farmácia da Sé não poderia ter sido melhor, pois fui

muito bem recebida e integrada pela equipa multidisciplinar.

Os profissionais de saúde mostraram-se sempre disponíveis para me ensinar, ajudar e

acompanhar durante todo o período de estágio.

A experiência foi muito enriquecedora e positiva, pois foi-me permitido o contato com

o mundo profissional, com as principais funções e responsabilidades dos TF e Farmacêuticos,

bem como na participação das várias tarefas, nas diversas áreas da farmácia, aplicando os

princípios éticos subjacentes à profissão, bem como responder a novos desafios profissionais.

Este estágio permitiu-me o desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências

técnicas e científicas, fazendo-me crescer tanto a nível profissional como pessoal.

Relativamente a pontos negativos não tenho nada a apontar, quer as instalações, quer os

recursos materiais e humanos são apropriados, satisfazendo da melhor forma possível as

necessidades dos utentes, verificando ainda um grande espírito de equipa, profissionalismo e

rigor por parte dos profissionais na realização de todas as tarefas.

Perante todas as atividades realizadas posso ainda concluir, que os objetivos

primordiais delineados para este estágio foram alcançados, favorecendo assim a integração

das aprendizagens desenvolvidas ao longo do curso e adquirindo competências para um

desempenho e integração a nível profissional, de forma a dar resposta às necessidades e

exigências da sociedade, intervindo adequadamente na equipa multidisciplinar, respondendo

aos desafios profissionais.

Quanto às atividades planeadas com a orientadora de estágio foram todas cumpridas,

integrando assim todas a etapas do circuito do medicamento desde a elaboração e transmissão

de encomendas, receção e conferência destas, arrumação técnica dos medicamentos e

produtos de saúde, participação nos vários processos de registo desde a entrada até à dispensa

de medicamentos Psicotrópicos e Estupefacientes, atendimento ao público (dispensa de

MSRM, MNSRM, MSRM especial e outros produtos de saúde através do sistema

informático, aconselhamento aos utentes, determinação de parâmetros bioquímicos e

fisiológicos), controlo dos prazos de validade, visualização da preparação de manipulados de

acordo com as Boas Práticas de Preparação de Manipulados, interpretação de prescrições

médicas, conferência do receituário, recolha de medicamentos para devolução à Valormed,

entregas ao domicílio.

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Este período de estágio foi longo e adequado, de forma a tornar-me autónoma na

realização das mais distintas tarefas, a aprofundar e a consolidar os conhecimentos a nível de

farmácia comunitária, sendo um passo fulcral na inserção na vida profissional, de forma a

tornar-me apta a responder a várias situações.

O estágio foi uma experiência muito gratificante, pois apreendi a trabalhar em equipa,

desenvolvendo e adquirindo competências de trabalho, sendo o contacto direto com o público

uma prática satisfatória e que o importante na profissão é chegar a casa ao final do dia com a

consciência que dei o meu melhor na realização de todas as tarefas.

Após ser a segunda experiência a nível de farmácia comunitária constato que a

dificuldade sentida no estágio anterior ainda não foi totalmente ultrapassada, uma vez que

ainda senti alguma dificuldade em associar diversos medicamentos às indicações terapêuticas,

associar nomes de princípios ativos a nomes comerciais, tendo a perfeita noção que ainda

tenho muito trabalho pela frente e que há sempre muito mais para aprender.

O investimento na formação contínua é essencial de forma a responder às necessidades

dos utentes, bem como realização pessoal e profissional.

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Anexos

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ANEXO I- CERTIFICADO DA FORMAÇÃO DE MEDICAMENTOS HOMEOPÁTICOS

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ANEXO II- CERTIFICADO DA FORMAÇÃO ACERCA DA NAILNER®

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ANEXO III- NOTA DE ENCOMENDA

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ANEXO IV- FATURA

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ANEXO V- REQUISIÇÃO DE SUBSTÂNCIAS E SUAS PREPARAÇÕES

COMPREENDIDAS NAS TABELAS I, II, III, IV, COM EXCEÇÃO DA II-A, ANEXAS

AO DECRETO-LEI Nº 15/93, DE 22 DE JANEIRO, COM RECTIFICAÇÃO DE 20 DE

FEVEREIRO

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ANEXO VI- NOTA DE DEVOLUÇÃO

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ANEXO VII- REGISTO DAS DEVOLUÇÕES/RECLAMAÇÕES

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ANEXO VIII- LISTA DO CONTROLO DE PRAZOS DE VALIDADE

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ANEXO IX- RECEITA MÉDICA RENOVÁVEL

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ANEXO X- RECEITA MÉDICA NÃO RENOVÁVEL

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ANEXO XI- RECEITA MÉDICA ESPECIAL

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ANEXO XII- RECEITA MÉDICA MANUAL

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ANEXO XIII- RECEITA MÉDICA ELETRÓNICA COM EXCEÇÃO C

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ANEXO XIV- GUIA DE TRATAMENTO

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ANEXO XV- COMPROVATIVO DE DISPENSA DOS MEDICAMENTOS

ESTUPEFACIENTES E PSICOTRÓPICOS

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ANEXO XVI- LISTA MENSAL DE SAÍDAS DE ESTUPEFACIENTES E

PSICOTRÓPICOS

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ANEXO XVII- VERSO DA RECEITA

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ANEXO XVIII- VERBETE DE IDENTIFICAÇÃO DO LOTE

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ANEXO XIX- BOLETIM DE ANÁLISE

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ANEXO XX- REGISTO DE UTILIZAÇÃO DAS MATÉRIAS- PRIMAS

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ANEXO XXI- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS

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ANEXO XXI- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS (CONT.)

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ANEXO XXI- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS (CONT.)

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ANEXO XXI- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS (CONT.)

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ANEXO XXI- FICHA DE PREPARAÇÃO DE MANIPULADOS (CONT.)

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ANEXO XXII- DOCUMENTO DE CONSULTA DO CÁLCULO DO VALOR DAS

MATÉRIAS-PRIMAS, DOS HONORÁRIOS DOS MANIPULADOS E DO MATERIAL

DE EMBALAGEM

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ANEXO XXIII- CARTÃO DE REGISTO DA DETERMINAÇÃO DE PARÂMETROS

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ANEXO XXIV- DOCUEMNTO DE ENTREGAS AO DOMÍLIO “FARMÁCIA EM

CASA”

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ANEXO XXV- FICHA DO CONTENTOR VALORMED