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Parasitologia Escorpianismo

Escorpianismo - Amazon Web Services · 2020. 5. 1. · Escorpianismo. Pa. rasitologia. Escorpianismo. • INTRODUÇÃO. Os escorpiões pertencem à Classe Arachinida e todas as espécies

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Parasitologia

Escorpianismo

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• INTRODUÇÃO

Os escorpiões pertencem à Classe Arachinida e todas as espécies são veneno-sas e apresentam ferrão. Contudo, nem todos os venenos injetados são capa-zes de causar acidentes com repercussões graves para o homem. São animais que se adaptam com muita facilidade quando encontram um ambiente favorá-vel à sua reprodução e sobrevivência, ou seja, com comida (como são carnívo-ros, alimentam-se de baratas, grilos, aranhas e pequenos vertebrados) e abrigo. Podem ser comumente encontrados em terrenos baldios com mato, entulho ou lixo - onde seu alimento predileto é mais encontrado (as baratas, em regiões urbanas); galerias de águas pluviais e esgoto, canais; em prédios, nas fossas dos elevadores, caixas de passagem e gordura, caixas e pontos de energia, li-xeiras e fossas de detritos. São considerados os principais predadores de inse-tos, como mosquitos, demonstrando sua importância ecológica.

• EPIDEMIOLOGIA NO BRASIL

No território brasileiro, somente em 2018, foram notificados mais de 141.000 casos de acidentes com escorpiões. Suas espécies são encontradas em todas as regiões brasileiras e o crescimento urbano desordenado propicia condições cada vez mais propícios à instalação e proliferação desses animais nos ambien-tes peri e intradomiciliares. No período do verão (Dezembro a Março), temos maior número reportado, uma vez que os escorpiões preferem climas quentes e úmidos.

A população mais vulnerável para ocorrência do escorpionismo é a de traba-lhadores da construção civil, madeireiras, transportadoras, distribuidoras de hortifrutigranjeiros, pois são os mesmos que manuseiam objetos ou alimentos onde esses animais podem se alojar. Ademais, também estão em maior risco, crianças e outras pessoas que passam longos períodos dentro de casa, onde os escorpiões gostam de se esconder.

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No território brasileiro, os escorpiões de importância médica pertencem ao gê-nero Tityus: Tityus serrulatus (“escorpião-amarelo”), Tityus bahiensis (“escor-pião-marrom”), Tityus stigmurus (“escorpião-amarelo do nordeste”) e Tityus obscurus (“escorpião-preto da Amazônia”).

• IDENTIFICAÇÃO

Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus)

Recebe esse nome popular por possuir pernas e cauda amarelo-claro. Sua cau-da apresenta a parte inferior com coloração escura e a presença de serrilhas nos 3º e 4º segmentos. Seu tamanho pode chegar a 7 cm de comprimento. É a espécie que se destaca no Brasil por causar o maior número de acidentes com complicações e é considerada a mais venenosa da América do Sul. Com grande facilidade para se reproduzir e colonizar novos ambientes, podemos encontra-lo espalhado pelo território brasileiro, sendo mais habitual em Minas Gerais (es-tado de maior quantidade de casos pelo escorpião-amarelo), Bahia, Ceará, Dis-trito Federal, Espírito Santo, Goiás, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, São Paulo, Sergipe, Rio Grande do Sul e Paraná. É comum causar quadros graves que podem evoluir ao óbito, sobretudo em crianças.

Escorpião-amarelo.

Imagem pública.

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Escorpião-marrom (Tityus bahiensis)

Apresenta tronco escuro, pernas e palpos com mancha escuras e cauda mar-rom-avermelhada, sem serrilhas. O adulto pode chegar a 7 cm de comprimento. Também pode ser encontrado em diversos estados brasileiros, porém é o prin-cipal causador de acidentes em São Paulo. Normalmente, seu veneno não é tão potente quanto o do escorpião-amarelo.

Escorpião-marrom.

Imagem de Pedro H. Martins(Flickr).

Escorpião-amarelo do Nordeste (Tityus stigmurus)

Também possui pernas, tronco e cauda amarelo-claro, porém com uma faixa escura na parte superior do tronco e uma mancha triangular na parte dianteira do corpo. É encontrado no Nordeste (sua cor serve como uma “camuflagem” para andar no solo arenoso), Paraná e Santa Catarina. Também causa aciden-tes em humanos, principalmente na Bahia.

Escorpião-amarelo do Nordeste. Imagem pública.

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Escorpião-preto da Amazônia (Tityus obscurus)

O adulto dessa espécie tem a coloração preta, algumas vezes avermelhada. Pode chegar até 9 cm de comprimento. Quando mais jovem, apresenta corpo e apêndices castanhos com manchas escuras. Encontramos o escorpião-preto da Amazônia somente na Região Norte.

Escorpião-preto da Amazônia. Imagem pública.

• PRIMEIROS SOCORROS

O que fazer:

- Limpar o local com água e sabão;

- Aplicar compressa morna no local da ferroada no intuito de aliviar a dor até chegar ao hospital;

- Procurar uma unidade de saúde imediatamente;

- Se possível, capturar o animal com cuidado e leva-lo para identificação na emergência e escolha do soro anti-escorpiônico;

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O que NÃO fazer:

- Não utilizar pomadas ou sugar o local;

- Não amarrar ou utilizar torniquetes no local da ferroada.

- Não queimar, perfurar ou cortar a região afetada;

- Não oferecer bebida alcoólica para a vítima.

• PROFILAXIA

- Manter jardins e quintais limpos e organizados;

- Não acumular lixos, entulhos, folhas secas e materiais de construção;

- Evitar folhagens densas próximas aos muros e manter a grama aparada;

- Vedar frestas, buracos, soleiras de portas e janelas;

- Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

- Usar calçados e luvas mais resistentes nas atividades de jardinagem;

- Evitar pendurar roupas nas paredes e encostar roupas de cama e mosquitei-ros no chão;

- Sacudir sapatos e roupas antes de usá-los;

- Em ambiente rural, preservar predadores naturais: aves de hábitos noturnos (coruja, joão-lobo) lagartos e sapos.