158
Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente cardiovascular Inês Oliveira Gonçalves Porto, 2008

Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

  • Upload
    dokiet

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

cardiovascular

Inês Oliveira Gonçalves

Porto, 2008

Page 2: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 3: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

Orientador: Prof. Doutora Susana SoaresCo-Orientador: Prof. Doutora Paula SantosInês Oliveira Gonçalves

Porto, 2008

Monografia realizada no âmbito da disciplina de Seminário do 5º ano da licenciatura em Desporto e Educação Física, na área de Recreação e Lazer, da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto

Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

cardiovascular

Page 4: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente cardiovascular. Porto: I. Gonçalves. Dissertação de Licenciatura apresentada à Faculdade de Desporto da Universidade do Porto.

Palavras-chave: hidroginástica, capacidade anaeróbia, factores de risco cardiovascular

Page 5: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

III

Muito obrigada às minhas estrelas….

aos meus pais

à avó Inês

ao André

“ Se as coisas são inatingíveis…ora! Não é motivo para não querê-las… Que tristes os caminhos se não fora A mágica presença das estrelas!” (Mário Quintana, 1951)

Page 6: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 7: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

V

Agradecimentos “ Para ser grande, ser inteiro; nada teu exagera ou exclui; ser todo em cada

coisa; põe quanto és no mínimo que fazes; assim em cada lago, a lua toda

brilha porque alta vive.” (Fernando Pessoa)

Com este poema exprimo o meu profundo, sincero e sentido agradecimento,

à minha MESTRE, Professora Doutora Susana Soares, que me ensinou tudo

sobre hidroginástica e me tem ensinado muito sobre a vida. Um OBRIGADO

do “tamanho” da sua pessoa.

Ao Professor Doutor Ricardo Fernandes agradeço a amabilidade e a

simpatia com que sempre me recebeu no gabinete de natação e a

disponibilidade manifestada para a utilização do material necessário à

execução deste trabalho.

À professora Paula Santos agradeço a disponibilidade para abraçar a co-

orientação este trabalho.

À Roberta Bgeginski agradeço os preciosos ensinamentos sobre a escala de

Borg e a rapidez de resposta e auxílio, enviados directamente do outro lado

do Atlântico, a cada “grito de socorro”.

À Mestre Suzana Pereira um muito obrigado pela prontidão e paciência no

ensino do manuseamento das câmaras terrestres e subaquáticas.

Aos Professores Doutores José Alberto Duarte, José Magalhães e Alberto

Silva agradeço a disponibilidade e orientação para a interpretação de alguns

resultados referentes às questões fisiológicas.

Um agradecimento especial pela colaboração e paciência EXTRA nos

momentos da recolha de dados: ao Pedro Figueiredo, à Inês Aleixo, ao

Pedro Soares, ao Raul e às minhas enfermeiras e médicas Diana Mota,

Maria José, Patrícia Rosas, Bianca, Margarida Moreira e Marta Freitas.

Page 8: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

VI

Ao Solmaia Health Club, mais especificamente ao professor Carlos Ministro,

um muito obrigado pela confiança e por acreditar neste trabalho,

disponibilizando por completo as instalações do club para a sua realização.

Às minhas amigas Diana Mota, Liane Guedes e Diana Sousa um profundo

agradecimento pela amizade, apoio, cumplicidade e companheirismo que

sempre demonstraram ao longo do curso. Agradeço ainda a grande…

enorme…gigante paciência com que sempre me ouviram. MUITO

OBRIGADA!!!

Às minhas “cobaias”, as meninas desta amostra, a minha eterna gratidão

pela colaboração e amizade, pois sem vocês este trabalho não seria

possível.

A todos os funcionários da biblioteca da FADEUP, em especial à Mafalda

Pereira, à Virgínia Pinheiro e ao Pedro Novais agradeço a simpatia e ajuda

inqualificáveis.

Por fim, expresso um sentimento de especial gratidão àqueles que mais

amo, à mãe Lina, ao Pai Ilídio e ao André Conceição pelo seu apoio e

paciência nos momentos de angústia, mau humor e tristeza. Perdoem-me

pelas tantas semanas e fins-de-semana de ausência...

Page 9: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

VII

Resumo A Literatura na hidroginástica é escassa e tem-se situado predominantemente na

estimação de indicadores da performance aeróbia, embora nesta actividade

também se utilizem tipos de trabalho que solicitam a capacidade anaeróbia (e.g.

treino intervalo e em pirâmide). Aparentemente, o desenvolvimento desta última

capacidade, ao contrário da capacidade aeróbia, tem sido descrito,

dominantemente para o desporto de alto rendimento. Parece-nos, assim, que

esforços de intensidades elevadas e que solicitam a capacidade anaeróbia

necessitam ainda de ser estudados, assim como os riscos associados à sua

execução. Foi objectivo deste estudo caracterizar a resposta fisiológica a dois picos

de esforço de hidroginástica de intensidade distinta associando-os à possibilidade

de ocorrência de acidente cardiovascular. A amostra deste estudo foi constituída

por dez mulheres saudáveis, experientes na hidroginástica, com 38.3 ± 9.4 anos.

Este trabalho comportou dois protocolos de avaliação constituídos por 3 min de

aquecimento, por 5 min de exercícios de intensidade moderada e por um pico de

intensidade máxima com 7 min de duração, no primeiro protocolo, e um pico de

intensidade supramáxima induzido por um exercício aquático intermitente de curta

duração, no segundo protocolo. Os parâmetros avaliados foram o lactato sanguíneo

(La-), a frequência cardíaca (FC), a tensão arterial (TA) sistólica (TAS) e diastólica

(TAD) e a percepção subjectiva de esforço (EPSE). Os principais resultados

relativos à FC, La- e EPSE mostraram que os picos de intensidade correspondentes

aos dois protocolos foram efectivamente máximo e supramáximo, respectivamente.

As concentrações de La- foram superiores no pós-esforço, demonstrando a elevada

participação do metabolismo anaeróbio durante os dois picos. Os valores de TAS

foram superiores enquanto os valores da TAD foram inferiores no pós-esforço.

Como tal a, TA média calculada para repouso e pós-esforço foi a mesma,

mostrando um baixo risco cardiovascular associado à prática dos exercícios

realizados nos dois protocolos. O duplo produto calculado foi superior no pós-

esforço para o pico máximo, demonstrando um maior esforço cardíaco associado a

este exercício. Os resultados da TA e do La- sanguíneo permitiram-nos, concluir

que os exercícios de carácter anaeróbio parecem poder ser realizados, com

segurança, em classes de hidroginástica com praticantes saudáveis.

Palavras-chave: hidroginástica, capacidade anaeróbia, factores de risco

cardiovascular.

Page 10: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 11: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

IX

Abstract

Literature in hydrogymnastics is scarce and is mainly focused on the estimation of

aerobic performance indicators, although types of work requiring the anaerobic

capacity (interval and pyramid training) are involved in this activity as well. It

appears that the development of the latter capacity, in contrast to the aerobic

capacity, has been described, mostly connected to the high performance sport. In

our opinion, it is essential to study efforts of high intensities that involve the

anaerobic capacity as well as the risks associated to its carrying out. This study

aims to describe the physiological response to two peaks of effort of distinct intensity

in hydrogymnastics in association with the possibility of occurrence of

cardiovascular accident. The sample of this study consisted of ten healthy women,

with experience in hydrogymnastics, at the age 38.3 ± 9.4 years old. This work held

two protocols of assessment. The former consisted of a 3 min warm-up, 5 min of

moderate intensity exercises and a peak of maximal intensity of 7 min long. The

latter consisted of a peak of supramaximal intensity induced by a short duration

intermittent exercise. The evaluated parameters were blood lactate (La-), heart rate

(HR), blood pressure (BP), systolic (SBP) and diastolic (DBP), and the Rate of

Perceived Exertion Scale (RPE). The main results regarding the HR, and RPE

revealed that the peaks of intensity in both protocols were in fact maximal and

supramaximal, respectively. The blood La- concentration was higher in after

exercise indicating the high participation of the anaerobic metabolism during the two

peaks. The values of the SBP were higher whereas the values of the DBP were

lower in after effort. Thus the mean BP at rest and after exercise was the same,

which is an evidence for the existence of a low cardiovascular risk associated to the

exercises carried out in both protocols. The double product calculated was higher in

after exercise for the maximal peak, demonstrating a higher cardiac effort

associated to this exercise. The results of BP and of the La- allowed us to conclude

that anaerobic exercise could be safely used in hydrogymnastic classes with healthy

subjects.

Keywords: hydrogymnastics, anaerobic capacity, cardiovascular risk factors

Page 12: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 13: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XI

Résumé

La bibliographie concernant l’aquagym est peu nombreuse. Celle qui existe

se rapporte surtout à l’estimation des indicateurs de performance aérobie, bien que

l’aquagym puisse impliquer des activités exigeant des capacités anaérobies (ex.

entraînement en intervalle et en pyramide). Apparemment, le développement de

cette capacité, contrairement à ce que l’on constate pour la capacité aérobie, est

seulement objet d’étude dans le sport de haute performance. Il nous semble, donc,

qu’il faut focaliser l’attention sur des exercices impliquant la capacité anaérobie,

ainsi que sur les risques associés à leur pratique. Le but de ce travail est donc

caractériser la réponse physiologique à deux moments d’effort d’intensité variable et

leur possible rapport avec l’accident cardiovasculaire. L’échantillon de cette étude

est constitué par dix femmes en bonne santé et expérimentées en aquagym, âgées

de 38.3 ± 9.4 ans. Ce travail a respecté deux protocoles d’évaluation, le premier

constitué par 3 min d’échauffement, 5 min d’exercices d’intensité modérée suivi d’

un pic d’intensité maximum de 7 min de durée et le deuxième incluant un pic

d’intensité supra maximum entraîné par un exercice intermittent de courte durée.

Les items observés ont été le lactate sanguin (La-), la fréquence cardiaque (FC), la

tension artérielle (TA) systolique (TAS) et diastolique (TAD) ainsi que la perception

subjective de l’effort dépensé (EPSE). Les résultats concernant la FC, le La- et la

EPSE montrent que les pics d’intensité de l’effort correspondants aux protocoles en

question ont été, en effet, maximum et supramaximum respectivement. La

concentration de La- a été plus élevée après l’effort, attestant la participation active

du métabolisme anaérobie pendant les deux pics d’effort. Les valeurs de TAS ont

été plus élevées tandis que les niveaux de TAD ont été inférieurs dans la période

après l’effort. Ainsi la TA moyenne calculée en période de détente et après l’effort a

présenté la même valeur, indiquant qu’il y a un risque très bas de problèmes

cardiovasculaires durant les protocoles. Cependant, le produit obtenu après l’effort

exigé au pic maximum a été supérieur, dénotant une surcharge cardiaque

associée à cet effort. Les résultats de la TA e du La- permettent conclure que les

exercices anaérobies semblent pouvoir être réalisés, en conditions de sécurité, par

des pratiquants sains des classes d’aquagym.

Mots-clés : aquagym, capacité anaérobie, facteurs de risque cardiovasculaire.

Page 14: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 15: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XIII

Índice Geral Agradecimentos .............................................................................................V Resumo........................................................................................................VII Abstract ......................................................................................................... IX Résumé.........................................................................................................XI Índice Geral.................................................................................................XIII Lista de abreviaturas................................................................................. XVII Índice de Figuras........................................................................................ XIX Índice de Quadros..................................................................................... XXII Índice de Equações................................................................................... XXV 1. Introdução .................................................................................................. 1 2. Revisão da literatura .................................................................................. 5

2.1. Origem da hidroginástica..................................................................... 5 2.2. Conceito de hidroginástica .................................................................. 6

2.2.1. Hidroginástica, hidroterapia e exercício aquático terapêutico ....... 7 2.3. “Métodos” de hidroginástica ................................................................ 9

2.3.1. Aquatic Exercise Association ........................................................ 9 2.3.2. Aquatic Fitness System............................................................... 12

2.4. Variantes da hidroginástica. .............................................................. 13 2.5. Investigação na hidroginástica .......................................................... 19 2.6. Benefícios da hidroginástica.............................................................. 31

2.6.1.Aptidão física................................................................................ 34 2.6.1.1. Desenvolvimento da capacidade aeróbia............................ 35 2.6.1.2. Desenvolvimento da capacidade anaeróbia........................ 37

2.7. Controlo e avaliação na hidroginástica.............................................. 38 2.7.1. Controlo da intensidade .............................................................. 38

2.7.1.1. Escala de Borg ..................................................................... 39 2.7.1.2. Frequência cardíaca ........................................................... 45

2.8. Avaliação cardiorrespiratória ............................................................. 49 2.9. Avaliação da capacidade anaeróbia.................................................. 51

2.9.1.Avaliação da capacidade anaeróbia em praticantes de hidroginástica........................................................................................ 52

2.10.Factores de risco associados à pratica da hidroginástica e seu controlo 53

2.10.1.Controlo da tensão arterial ......................................................... 54 2.10.2.O Duplo produto como indicador do esforço cardiovascular ...... 58

3.Objectivos e hipóteses .............................................................................. 61 4.Metodologia............................................................................................... 65

4.1. Amostra ............................................................................................. 65

Page 16: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XIV

4.2. Instrumentos e procedimentos .......................................................... 65 4.2.1. Registo da altura, peso e composição corporal .......................... 66 4.2.2. Determinação da tensão arterial sistólica e diastólica de repouso e pós-esforço ........................................................................................... 67 4.2.3. Determinação da lactatemia de repouso e pós-esforço .............. 69 4.2.4. Determinação da frequência cardíaca de repouso (com e sem imersão do corpo) e da frequência cardíaca de esforço ....................... 70 4.2.5. Determinação da Percepção Subjectiva de Esforço ................... 71

4.3. Procedimentos estatísticos................................................................ 72 5.Resultados ................................................................................................ 73

5.1. Resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de intensidade máxima com a duração de 7 minutos.................................... 73

5.1.1. Percepção Subjectiva de Esforço ............................................... 73 5.1.2.Lactatemia de repouso e pós-esforço .......................................... 74 5.1.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço ............ 74

5.1.3.1. Frequência cardíaca de repouso .......................................... 74 5.1.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço ................ 75 5.1.3.3. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência cardíaca máxima estimada................................................................ 76

5.1.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e média de repouso e pós-esforço .................................................................................................. 77

5.2. Resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração ................................................................... 78

5.2.1. Percepção Subjectiva de Esforço ............................................... 78 5.2.2. Lactatemia de repouso e pós-esforço ......................................... 79 5.2.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço ............ 80

5.2.3.1. Frequência cardíaca de repouso .......................................... 80 5.2.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço ................ 80 5.2.3.3. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência cardíaca máxima estimada................................................................ 81

5.2.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e tensão média de repouso e pós-esforço. .......................................................................................... 82 5.2.5. Estimativa do esforço cardíaco durante os exercícios ................ 83

5.3. Comparação da resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de intensidade máxima, com a duração de 7 minutos e a um pico de intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração ................................................................... 84

5.3.1. Percepção subjectiva de esforço ................................................ 84 5.3.2. Lactatemia de repouso e pós-esforço ......................................... 85 5.3.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço ............ 86

5.3.3.1. Frequência cardíaca de repouso .......................................... 86 5.3.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço ................ 87 5.3.3.3. Frequência cardíaca máxima de esforço e frequência cardíaca máxima estimada................................................................ 87 5.3.3.4. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência cardíaca máxima ............................................................................... 88

Page 17: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XV

5.3.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e média de repouso e pós-esforço...................................................................................................... 88

6. Discussão dos resultados ........................................................................ 91 6.1. Características da amostra................................................................ 91 6.2. Percepção Subjectiva de Esforço...................................................... 92 6.3. Lactatemia ......................................................................................... 93 6.4. Frequência cardíaca.......................................................................... 97 6.5. Tensão arterial e duplo produto......................................................... 99

7. Conclusões ............................................................................................ 103 8. Perspectivas futuras............................................................................... 105 Bibliografia ................................................................................................. 107

Page 18: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 19: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XVII

Lista de abreviaturas Abreviatura Descrição

AEA Aquatic Exercise Association

ATP Adenosina-trifosfato

(a – v) O2max Diferença artério-venosa

bpm Batimentos por minuto

cm Centímetros

CO2 Dióxido de carbono

DC Débito cardíaco

DP Duplo produto

EPSE Escala de Percepção Subjectiva de Esforço

E.U.A. Estados Unidos da América

FC Frequência cardíaca

FCmax Frequência cardíaca máxima

FCmaxT Frequência cardíaca máxima teórica

%FCmax Percentagem da frequência cardíaca máxima

FCmed Frequência cardíaca média

HTA Hipertensão arterial

Kcal Quilocalorias

La- Lactato

La Lactatemia

LAN Limiar anaeróbio

MI Membros inferiores

min Minutos

mmHg Milímetros de mercúrio

mmol.l-1 Milimoles por litro

MS Membros superiores

MVO2 Consumo de oxigénio do miocárdio

O2 Oxigénio

P1 Primeiro protocolo de avaliação

P2 Segundo protocolo de avaliação

QR Quociente respiratório

SPEEDO Aquatic Fitness System

TA Tensão arterial

TAS Tensão arterial sistólica

TAD Tensão arterial diastólica

Page 20: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XVIII

TAM Tensão arterial média

μL Microlitros

VO2 Consumo de oxigénio

VO2max Consumo máximo de oxigénio

VS Volume sistólico

Page 21: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XIX

Índice de Figuras

Figura 1. Representação gráfica do treino aeróbio contínuo (AEA, 2001). .. 36

Figura 2. Representação gráfica do treino aeróbio intervalado (AEA, 2001)...................................................................................................................... 37

Figura 3. EPSE escalonada de 6 a 20, proposta por Borg na Suécia em 1966 (Borg, 2000). ................................................................................................ 41

Figura 4. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg, com 15 índices de esforço percebido (Borg, 2000)................................................... 43

Figura 5. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço para Crianças (Williams et al. 1994).................................................................................... 44

Figura 6. Escala de Categoria-Relação, com 10 índices (Robertson et al., 1998) ............................................................................................................ 44

Figura 7.Medição da tensão arterial através do esfigmomanómetro de mercúrio (Powers & Howley, 2007). ............................................................. 56

Figura 8. Picos de intensidade realizados nos dois protocolos; a) polichinelo saltado; b) batimento alternado de membros inferiores; c) estimulo da equipa de investigação. ........................................................................................... 66

Figura 9. Recolha de dados para a caracterização da amostra; a) realização do questionário sobre a saúde e prática desportiva; b) medição da altura; c) determinação do peso e da composição corporal. ....................................... 67

Figura 10. Técnica de medição da tensão arterial em repouso (Carmona, 2006) ............................................................................................................ 68

Figura 11. Recolha dos valores de repouso da TAS e TAD através de um esfigmomanómetro de mercúrio Erka e de um estetoscópio Littman a) ajuste da braçadeira ao perímetro do braço do praticante; b) apoio do antebraço sobre uma mesa; c) coluna de mercúrio do esfigmomanómetro.................. 68

Figura 12. Recolha dos valores pós-esforço da TAS e da TAD através de um esfigmomanómetro de mercúrio Erka e de um estetoscópio Littman a) colocação do antebraço sobre a plataforma, constituída por um step e uma placa de natação; b) compressão da bomba de ar. ..................................... 69

Figura 13. Recolha de sangue para a determinação da lactatemia por punção do lóbulo da orelha; a) limpeza da superfície de análise; b) punção do lóbulo da orelha; c) obtenção da gota de sangue; d) análise com Lactate Pro. .............................................................................................................. 69

Figura 14. Constituintes do cardiofrequêncimetro: a) cinto emissor; b) relógio receptor ........................................................................................................ 70

Page 22: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XX

Figura 15. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço, escalonada de 6 a 20 (Borg, 2000). ........................................................................................... 72

Figura 16. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima com a duração de 7 min. ................................ 73

Figura 17. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia.................................................................................... 74

Figura 18. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm), determinada em terra e na água...................................................................................................................... 75

Figura 19. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) registada em intervalos de 5 s para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s........................ 76

Figura 20. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s........................ 77

Figura 21. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), referentes ao repouso e pós-esforço................................................ 78

Figura 22. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no final de cada repetição (rep) de 30 s de batimento alternado de membros inferiores. ................................................ 79

Figura 23. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol. l-1) de repouso e pós-esforço. .................. 79

Figura 24. Representação gráfica dos valores médios respectivos desvios padrão da frequência cardíaca de repouso (FC, bpm) determinada em terra e na água. .................................................................................................... 80

Figura 25. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) registada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternando de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. ................................................................................... 81

Figura 26. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca estimada (%FCmax) para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternado de

Page 23: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XXI

membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. ................................................................................... 82

Figura 27. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço. .............................................. 83

Figura 28. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão do duplo produto (DP, bpm. mmHg) referentes ao repouso e ao pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação.............. 84

Figura 29. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima de 7min, realizado no primeiro protocolo (P1), e no final de cada repetição (rep) de batimento alternado de membros inferiores, realizado no segundo protocolo (P2)........................................... 85

Figura 30. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão das lactatemias (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. ............................................. 86

Figura 31. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm), obtida em terra e na água, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. ............................... 87

Figura 32. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço. .............................................. 89

Page 24: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XXII

Índice de Quadros

Quadro 1. Quadro sinóptico das diferentes variantes da hidroginástica propostas pela AEA e por diferentes autores............................................... 19

Quadro 2. Quadro sinóptico, cronológico, de estudos realizados na área da hidroginástica. .............................................................................................. 22

Quadro 3. Quadro sinóptico da diminuição da frequência cardíaca (FC) durante a imersão, em exercício. ................................................................. 48

Quadro 4. Relação entre o nível de imersão corporal e a diminuição da frequência cardíaca (FC, bpm) relativamente à condição fora de água. ...... 48

Quadro 5. Relação entre a temperatura da água (ºC) e o decréscimo da frequência cardíaca (FC, bpm)..................................................................... 49

Quadro 6. Quadro de classificação dos valores da tensão arterial sistólica e diastólica, em mmHg, segundo a European Society of Hypertension-European Society of Cardiology (2003). ...................................................... 57

Quadro 7. Quadro de classificação dos valores da tensão arterial sistólica (TAS) e diastólica (TAD), em mmHg, com outros factores de risco de acidente cardiovascular para determinação do nível de risco, segundo European Society of Hypertension-European Society of Cardiology (2003).57

Quadro 8. Resposta cardiovascular, mmHg) num exercício máximo em tapete rolante, em diferentes escalões etários (Daida et al., 1996). ............ 58

Quadro 9. Alterações no duplo produto (bpm. mmHg) durante um teste de exercício incremental, em mulheres saudáveis com 21 anos de idade (Powers & Howley, 2007)............................................................................. 59

Quadro 10. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima com a duração de 7 min............................................................................... 73

Quadro 11. Valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço.............................................................. 74

Quadro 12.Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) de repouso, determinada em terra e na água. ............. 74

Quadro 13. Frequência cardíaca média (FCmed), frequência cardíaca máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s............................. 75

Quadro 14. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada calculada para: a) 5

Page 25: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XXIII

min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s............................. 76

Quadro 15. Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), referentes ao repouso e pós-esforço.................................................................................. 77

Quadro 16. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos nos momentos finais de cada repetição (rep) de 30 s de batimento alternado de membros inferiores.................................................................. 78

Quadro 17. Valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço.............................................................. 79

Quadro 18. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) de repouso, determinada em terra e na água. ............. 80

Quadro 19.Frequência cardíaca média (FCmed), frequência cardíaca máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído pelas 3 repetições de 30 s de batimento alternado de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. ................................................................................... 81

Quadro 20. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternado de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. ................................................................................... 82

Quadro 21.Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço.................................................................................. 82

Quadro 22. Valores médios e respectivos desvios padrão do duplo produto (DP, mmHg. bpm) referentes ao repouso e ao pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. ..................................................... 83

Quadro 23. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima de 7 min, realizado no primeiro protocolo (P1) e no final de cada repetição (rep) de batimento alternado de membros inferiores, realizado no segundo protocolo (P2)............................................................................................... 85

Quadro 24. Valores médios e respectivos desvios padrão das lactatemias (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolo de avaliação. ................................................................................ 85

Page 26: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XXIV

Quadro 25. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca de repouso (FC, bpm), obtida em terra e na água, no primeiro (P1) e no segundo (P2) protocolos de avaliação. ................................................ 86

Quadro 26. Frequência cardíaca média (FCmed) e máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm, no primeiro (P1) e no segundo (P2) protocolos de avaliação, para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercícios de intensidade máxima e supramáxima; c) período de recuperação de 30 s. ............................................................. 87

Quadro 27. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca máxima de esforço (FCmax), registada em bpm, durante o primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação e frequência cardíaca máxima teórica (FCmaxT), estimada pela equação de Tanaka (2001) ..................... 88

Quadro 28. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação, para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercícios de intensidade máxima e supramáxima; c) período de recuperação de 30 s. ............................................................. 88

Quadro 29. Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), no primeiro (P1) e segundo protocolos de avaliação (P2), em repouso e pós-esforço.............. 89

Page 27: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

XXV

Índice de Equações VO2max = DC x (a-v) O2max FCmax = 208 – 0,7 * idade TAM = [0,33 (TAS - TAD)] + TAD

Page 28: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 29: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

1

1. Introdução

A hidroginástica foi definida por alguns autores como uma actividade

aquática constituída por exercícios que utilizam a resistência da água,

utilizando posições do corpo e dos segmentos corporais que o tornam muito

pouco hidrodinâmico (1989; Sanders & Rippe, 2001). No entanto, as aulas de

hidroginástica têm sido conotadas, de forma sistemática, como “aulas para

velhinhos”, aulas de baixa intensidade e, portanto, algo desmotivantes para a

população mais jovem e mais activa que, de um modo geral, procura aulas

fisicamente mais desafiantes. Esta falta de intensidade nas aulas de

hidroginástica poderá ter diferentes causas, nomeadamente a falta de força

aplicada pelos praticantes nos movimentos ou alguma(s) falha(s)

metodológica(s) do professor que retiram eficiência à própria aula. Tal vez por

esta razão, as aulas de hidroginástica sejam, de uma forma geral, preferencial

e predominantemente, frequentadas por pessoas pertencentes a grupos que

vulgarmente designamos como populações especiais (e.g. idosos, grávidas ou

indivíduos com problemas a nível do aparelho locomotor). Por sua vez, os

professores, perante este tipo de populações, por receio ou desconhecimento

dos limites de intensidade a aplicar tendem, regra geral, a balizar a intensidade

das suas aulas num nível muito baixo. Apesar da tendência anterior, parece

claro que na hidroginástica é possível trabalhar com intensidades elevadas,

desde que as opções metodológicas do professor e a execução dos alunos

sejam correctas. Na verdade, na hidroginástica existem tipologias de trabalho

tão intenso, como o treino em pirâmide e o treino intervalado, que requerem

inclusive uma importante participação do metabolismo anaeróbio. Todavia, em

termos da investigação científica verificamos que os estudos realizados na

hidroginástica têm-se situado predominantemente na estimação de indicadores

de desempenho aeróbio. Na hidroginástica, tal como nas restantes actividades

que visam a saúde, o desenvolvimento da capacidade anaeróbia parece ser

negligenciado, ao contrário dos desportos de alto rendimento (e.g. natação,

remo, atletismo, futebol etc.) nos quais são planeados exercícios de treino

específicos para esta capacidade. Contudo, a solicitação do metabolismo

anaeróbio não é exclusiva do treino ou das provas típicas dos atletas de alta

competição. Nas tarefas do quotidiano, por vezes, são também realizados

Page 30: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

2

esforços de curta duração e máxima intensidade, nomeadamente em situação

de stress ou lazer onde, subitamente é necessário fazer uma corrida curta e

rápida. Neste sentido, parece legítimo que esta capacidade sejam desenvolvida

à semelhança de todas as outras.

Estudos recentes têm demonstrado a importância do exercício vigoroso

para saúde, afirmando inclusive que as actividades físicas vigorosas possuem

mais benefícios para a saúde do que as actividades de intensidade moderada

(Jjogaard et al., 2008; Swain & Franklin, 2006). Não raro, este denominado

exercício vigoroso (ACSM, 2006) comporta repetições ou séries de trabalho

anaeróbio.

Um dos problemas que se coloca à utilização de trabalhos de intensidade

máxima advém da heterogeneidade das classes de hidroginástica e

principalmente do desconhecimento relativo à possível falta de aptidão de

alguns dos sujeitos para a prática de exercício intenso. Sabe-se que a

hipertensão arterial (HTA) é considerada um dos maiores factores de risco de

doença cardiovascular e de mortalidade nos países desenvolvidos (Hagberg et

al., 2000; Penco et al., 2006; Pescatello et al., 2004). Em Portugal, a doença

vascular cerebral com a sua expressão mais grave, o acidente agudo, é a

maior causa de morte e um dos maiores causadores de incapacidade e

deterioração da qualidade de vida (Ramalhinho, 2006). Segundo Lewington et

al. (2002), a relação entre os valores de tensão arterial e o risco cardiovascular

é contínua, gradual, consistente e independente de outros factores de risco,

estendendo-se até valores de normotensão. De acordo com os dados da WHO

(2002), 62% dos acidentes vasculares cerebrais e 49% da doença cardíaca

esquémica são atribuíveis a valores tensionais sub-óptimos (tensão arterial

sistólica > 115 mmHg). Todavia, a HTA é tipicamente assintomática e como tal

a maioria dos indivíduos desconhece a sua existência. Este facto salienta a

importância da sensibilidade do professor de hidroginástica para a regulação

da intensidade do exercício.

Com o presente estudo pretendemos concretizar dois grandes objectivos.

Primeiro, caracterizar, do ponto de vista da resposta fisiológica, dois picos de

intensidade distinta, um máximo e um supramáximo, induzidos por exercícios

de hidroginástica. Segundo, despistar a possibilidade de ocorrência de acidente

Page 31: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

3

cardiovascular em indivíduos aparentemente saudáveis, na sequência da

realização dos referidos picos.

Page 32: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 33: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

5

2. Revisão da literatura “A multireferêncialidade é uma pluralidade de olhares dirigidos a uma realidade e, em segundo lugar, uma pluralidade de linguagens para traduzir esta mesma realidade e os olhares dirigidos a ela”

(Barbosa, 1998)

A presente revisão foi organizada em dez grandes sub-capítulos. Nos

primeiros quatro procuramos, de forma mais generalista, caracterizar a

hidroginástica em termos da sua história, conceito, variantes e metodologias.

Os sub-capítulos subsequentes foram desenvolvidos de forma mais

aprofundada, já que da sua análise surge a fundamentação para os fenómenos

que nos propusemos observar.

2.1. Origem da hidroginástica

Os motivos da procura do meio líquido pelos seres humanos não parecem

ser arbitrários. O homem procura a água, porque através dela revive a sua

origem (Lopes et al., 1997). Considerando a primordial interacção do homem

com a água, podemos entender que as actividades aquáticas não possuem um

passado recente, sendo difícil indicar, de forma precisa, uma data para o seu

começo. Segundo alguns autores (Figueiredo, 1996; Morgado, 2003) a

modalidade hidroginástica terá surgido de um conjunto de actividades com

finalidades terapêuticas, hoje designadas por hidroterapia. O início da utilização

da água com fins terapêuticos data, do período de 430 a 375 A.C., tendo sido

empregada pela primeira vez por Hipócrates (Figueiredo, 1996; Gonçalves,

1996; Skinner & Thompson, 1985). A civilização romana utilizava a água, das

termas e banhos, para fins curativos e recreativos. Estes banhos subdividiam-

se em quatro categorias, de acordo com a sua temperatura, humidade e

objectivos: Frigidarium – banho frio direccionado para as actividades

recreativas; Trepidarium – banho tépido num recinto com ar aquecido;

Caldarium – banho quente; Sudatorium – recinto de ar húmido e quente

vocacionado para o aumento da sudação (Gonçalves, 1996; Skinner &

Thompson, 1985). Em 1697, Sir John Flyer pública um tratado intitulado “An

Inquiry into the right use and abuse of hot, cold and temperature bath”, que

constitui um mote para estudos e publicações subsequentes (Weir et al., 1997).

Page 34: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

6

Em 1830, o salesiano Vincent Prassnitz criou um centro onde usava a água fria

conjugada com o exercício físico vigoroso, acreditando nos seus benefícios

para o corpo (Gonçalves, 1996; Skinner & Thompson, 1985). Mais tarde, em

1903, surgiu nos Estados Unidos da América (E.U.A.) um centro de reabilitação

na água (Gonçalves, 1996). Kruel (1994) refere que a hidroterapia adquiriu um

maior relevo após a segunda guerra mundial.

De acordo com Mendes (1991), a hidroginástica ter-se-á desenvolvido, de

forma mais vincada, no início do século XX nos spas da Inglaterra e terá sido

levada para os E.U.A., há mais de 30 anos através da Mocidade. A

hidroginástica ter-se-á difundido pelos diversos países e locais de prática, isto

é, terá abandonado a exclusividade dos spas, expandindo-se para locais como

Hotéis, Health Clubs, Ginásios e Academias, de tal modo que, hoje, parece

difícil encontrar uma piscina que não ofereça a hidroginástica como uma

alternativa às tradicionais aulas de natação. A atribuição da origem da

hidroginástica à hidroterapia, parece contudo ser um assunto que merece

alguma discussão. Se, por um lado, do ponto de vista histórico parece ser

relativamente fácil encontrar entre elas alguma relação, por outro lado a

comprovação da veracidade dessa mesma relação não é fácil. De um modo

particular, parece ser mais ou menos legítimo pensar que a hidroginástica é

simplesmente uma nova modalidade aquática que nasceu com expansão do

fenómeno do fitness, que busca, dia a dia, novas formas de expansão do

exercício físico, seja ele aquático ou terrestre. Analisando com algum cuidado

aquilo que são as origens da hidroterapia, nomeadamente a balneário terapia

dos romanos e as características actuais da hidroginástica parece existir uma

linha divergente entre ambas. No fundo, parece existir uma necessidade de

justificar a origem desta actividade relativamente recente através de outra com

um passado verdadeiramente remoto.

2.2. Conceito de hidroginástica

Os autores Gonçalves (1996) e Yázigi (2000) referem que a palavra

hidroginástica possui uma origem grega, significando “ginástica/exercícios na

água”. Segundo Yázigi (2000) esta definição deve ser delimitada através do

Page 35: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

7

acréscimo da palavra “verticais” (exercícios verticais na água), evitando assim

a inclusão da natação. Autores como Grimes e Krasevec (s/d) definem-na

como uma actividade física que alia o trabalho aeróbio e a musculação com a

massagem. De acordo com Koszuta (1989), a hidroginástica pode ser

entendida como uma forma alternativa de condicionamento físico, constituída

por exercícios aquáticos específicos, baseados no aproveitamento da

resistência da água como sobrecarga. Sanders e Rippe (2001) referem-se à

hidroginástica, como uma actividade de fitness aquático, constituída por

conjuntos de exercícios realizados fundamentalmente com orientação vertical,

em águas profundas ou rasas. Ainda segundo os mesmos autores, este género

de programas normalmente não requer aptidão para a natação pura, que se

baseia numa eficiente propulsão horizontal na água. Pelo contrário, a

hidroginástica baseia-se em movimentos em que a resistência da água é

amplificada através de posicionamentos pouco hidrodinâmicos do corpo e dos

segmentos corporais.

2.2.1. Hidroginástica, hidroterapia e exercício aquático terapêutico

Nas pesquisas efectuadas em várias bases de dados internacionais, como

a Pubmed, Ebsco, Scopus, ProQuest e a Scielo, verificamos que não existe

uma uniformização relativamente à terminologia utilizada para definir a

hidroginástica. Assim, quando procuramos informação acerca desta

modalidade, são enumeras as palavras-chave utilizadas para a designar:

hydrogymnastic; hydroaerobic; aqua aerobics; water aerobics; aquatic exercise;

water exercise; aquatic fitness; aquatic training program; aqua running; shallow

water exercise; deep water exercise. Atendendo a esta pluralidade de

designações, consideramos fundamental distinguir, sobretudo, hidroginástica,

hidroterapia e exercício aquático terapêutico, de forma a evitar algumas

confusões conceptuais. Como anteriormente mencionado, a hidroginástica é

uma actividade aquática que conjuga exercícios com uma orientação

fundamentalmente vertical, aproveitando as propriedades físicas do meio para

criar resistência ao movimento. Kosonen et al. (2006) referem também que as

metas da hidroginástica poderão ser entendidas como próximas das restantes

Page 36: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

8

“ginásticas” (leia-se ginásticas de academia ou ginásticas de grupo), isto é a

recreação, socialização e a melhoria e manutenção das capacidades físicas e

mentais.

Segundo Skinner e Thompson (1985) e Cunha et al. (1998), o termo

hidroterapia é derivado das palavras gregas hydro – água e therapia – cura.

Para Yázigi (2000) a hidroterapia, também denominada fisioterapia em meio

aquático, envolve um programa de exercícios na água direccionados para uma

reabilitação específica, sob prescrição médica, em casos de pós-operatório,

pós traumático, ou de determinadas patologias que necessitem de um trabalho

específico individualizado. De acordo com Caromano e Candeloro (2001), a

hidroterapia constitui um recurso fisioterapêutico que utiliza os efeitos físicos,

fisiológicos e cinésiológicos advindos da imersão do corpo em água quente,

como recurso auxiliar da reabilitação ou prevenção de alterações funcionais.

O exercício aquático terapêutico, segundo Bates e Hanson (1998) ,

consiste na união dos exercícios aquáticos com a terapia física, ou seja, é uma

abordagem abrangente que utiliza os exercícios aquáticos para ajudar na

reabilitação de várias patologias. A definição realizada por Bates e Hanson

(1998) e as definições de hidroterapia citadas anteriormente parecem

convergentes, pelo que em nossa opinião hidroterapia e exercício aquático

terapêutico são equivalentes. Gimenes et al. (2005) referem a ausência de um

consenso sobre a terminologia mais adequada para denominar o procedimento

fisioterapêutico, quando executado no meio aquático. Entre os vários termos

utilizados (reabilitação aquática, hidrocinésioterapia, exercícios aquáticos)

estes autores salientam o termo “fisioterapia aquática” como mais adequado.

Quanto às definições de hidroginástica e hidroterapia expostas estas

permitem identificar duas linhas divergentes, em termos dos objectivos e da

formação dos profissionais envolvidos nestas duas actividades. Assim

enquanto a hidroginástica envolve um conjunto de objectivos mais

abrangentes, como a melhoria da aptidão física, devendo ser orientada por um

professor de hidroginástica, a hidroterapia possui objectivos muito específicos e

sobretudo individualizados, devendo o programa ser aplicado por um

fisioterapeuta/cinesiologista. Com a distinção de ambos os conceitos, é

Page 37: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

9

possível compreender com maior clareza os limites de actuação do profissional

de hidroginástica e de hidroterapia.

2.3. “Métodos” de hidroginástica

A distinção dos conceitos de método, programa e variante da

hidroginástica parece pouco clara, havendo autores que utilizam o termo

método, ou programa para se referirem, na verdade, a uma variante. Deste

modo, consideramos que será fundamental entender, em primeiro lugar o

significado destas palavras. De acordo com Almeida e Melo (1998) o método,

derivado da palavra latina methodu, significa estratégia, modo de proceder. O

programa, do latim programma, refere-se a um plano, projecto ou actividade ou

conjunto de actividades planeadas para um dado período. Enquanto a variante,

do latim variante, significa modificação, diversidade, algo que se desvia de um

modelo ou padrão estabelecido. Partindo destas definições podemos entender

a existência de diferentes métodos de abordagem da hidroginástica, em termos

daqueles que são os princípios fundamentais a respeitar na estruturação de

uma aula, sendo que a partir desta base, as aulas poderão ser apresentadas

sob diversas formas, denominadas variantes, como referem Barbosa e Queirós

(2005).

Centrando-nos nos métodos de abordagem da hidroginástica, podemos

distinguir duas metodologias amplamente divulgadas e bastante reconhecidas

entre os profissionais de hidroginástica: Aquatic Exercise Association (AEA), e

Aquatic Fitness System (SPEEDO). Importa sublinhar que as metodologias

anteriormente referidas possuem uma origem comercial.

2.3.1. Aquatic Exercise Association

Esta metodologia terá herdado seu nome de uma associação sedeada

nos E.U.A., a AEA. No manual da AEA (2001) podemos encontrar alguns dos

princípios defendidos para a estruturação de uma aula de hidroginástica.

Segundo esta metodologia, a música constitui uma forma de motivação,

de estímulo e até mesmo um meio para alcançar a intensidade objectivada,

embora a utilização da música não seja obrigatória. No caso da opção pela

Page 38: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

10

utilização de música, sugere-se para as tradicionais actividades aeróbias em

água rasa a utilização de um ritmo de aproximadamente 125 a 150 batimentos

por minuto (bpm). No que se refere à velocidade de execução do movimento,

este método salienta que a água é um ambiente com propriedades únicas e,

como tal, é necessário que o profissional conheça os princípios que o regem

respeitando-os aquando da selecção dos exercícios. Assim a escolha do ritmo

do exercício deverá ser realizada em função dos tipos de movimentos, da

forma da aula, da idade, do nível dos alunos e da utilização ou não de

equipamentos resistivos. O método considera dois ritmos essenciais do

movimento o tempo de água e o meio tempo de água, cuja alternância e

combinação permitirá a realização de movimentos amplos e completos

garantindo, assim, a manutenção de uma intensidade adequada ao longo da

parte aeróbia da aula. Para a AEA (2001) uma “instrução com segurança”

implica que o professor deverá evitar a tentação de, ao conduzir a aula no cais,

utilize movimentos em ritmo de terra esperando que os alunos realizem os

ajustes necessários. Neste ponto, este método sublinha ainda a importância do

professor utilizar palavras de ordem e focalizar a direcção do movimento

pretendido, de forma a alternar a incidência dos grupos musculares e instruir os

alunos sobre o tipo de trabalho pretendido. De acordo com AEA (2001),

existem poucos movimentos contra-indicados para as aulas de fitness aquático,

mas vários de alto risco que devem ser cuidadosamente avaliados antes da

sua utilização numa aula: os exercícios de alto impacto – que impulsionam o

corpo para cima e para fora da água; os movimentos muito rápidos (tempo de

terra) – que devem apenas ser utilizados em movimentos que utilizam

pequenas alavancas; a utilização prolongada dos exercícios acima da cabeça –

que conduzem a uma falsa percepção da intensidade aeróbia; o desequilíbrio

muscular – utilizar sempre a mesma direcção na marcha, realizar apenas

trabalho de força negligenciando a flexibilidade e as aulas aeróbias que utilizam

a flexão da anca e o movimento dos membros superiores (MS) para a frente

conduzindo a uma postura incorrecta; o batimento de membros inferiores (MI)

em decúbito ventral com apoio na parede – provoca hiperextensão das

vértebras lombares e/ou cervicais; os exercícios que utilizam a parede como

apoio – o apoio prolongado das costas contra a parede pode constituir uma

Page 39: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

11

sobrecarga para as articulações dos ombros, dos pulsos e dos dedos; o

trabalho abdominal versus flexão da anca – a maioria dos exercícios utilizados

trabalham os abdominais apenas como estabilizadores ou assistentes, ou seja

o movimento principal é realizado pelo flexor da anca; hiperextensão dos

joelhos – o alongamento do quadricipte que comprime a articulação do joelho,

devido a uma flexão exagerada (acima dos 90º) poderá originar uma lesão – e

por fim exercícios que comprometem a integridade da coluna, como

movimentos circulares do pescoço. Por outras palavras, existem movimentos

cujos benefícios são tão específicos, que devem ser considerados de alto risco,

se incluídos numa aula para alunos comuns. Da mesma forma, um movimento

novo deverá ser sempre analisado sobre o seu nível segurança, antes de ser

introduzido numa aula.

De acordo com a AEA (2001) há cinco estilos ou tipos de coreografia: a

progressão linear ou estilo livre – em que uma série de movimentos é

executada sem um padrão definido; em pirâmide – em que o número de

repetições para cada movimento de uma combinação é gradativamente

diminuído ou aumentado; a inclusão – a construção gradual de padrões,

havendo um reforço da aprendizagem através da repetição das sequências

apreendidas; a pura repetição ou padronizada – em que se ensina um padrão

de movimentos desde o início; a técnica de sobreposição – em que se começa

com um padrão e se sobrepõe alterações gradualmente, sendo alguns

movimentos substituídos por outros, um de cada vez, podendo ser retirados

todos de novo e retornar ao padrão inicial. Estes cinco estilos coreográficos

não devem ser entendidos, segundo a AEA (2001), como uma limitação mas

como uma proposta.

Segundo a AEA (2001) a utilização de material aquático permite tornar a

aula mais atractiva, aumentando a resistência, flutuabilidade e a variedade,

sendo que a selecção dos materiais deverá sempre ser feita tendo como

horizonte os objectivos pretendidos.

No que respeita às populações especiais, a AEA (2001) inclui neste grupo

indivíduos idosos, obesos, gestantes, portadores de deficiência ou de doenças

respiratórias (e.g. asma, doença pulmonar obstrutiva crónica), cardiovasculares

(e.g. HTA, arteriosclerose), articulares (e.g. artrite, síndrome da fibromialgia) e

Page 40: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

12

ortopédicas (e.g. anormalidades anatómicas e funcionais dos sistemas

músculo-esqueléticos). De acordo com esta metodologia se nas populações

“ditas normais” o respeito pela individualidade biológica do aluno é

fundamental, nas populações especiais este princípio ganha ainda mais relevo.

Nesta medida, o processo de individualização do trabalho requer um

conhecimento aprofundado do historial médico do aluno, podendo ser

necessário um trabalho conjunto com o médico ou terapeuta do próprio

praticante.

2.3.2. Aquatic Fitness System

O método SPEEDO foi elaborado por Mary Sanders, professora na

Universidade de Nevada (Reno), sob o patrocínio da empresa internacional de

equipamentos aquáticos – SPEEDO – a qual deu o nome ao referido método.

Segundo o método da SPEEDO (2001), a utilização de música nas aulas

permite criar uma atmosfera agradável e divertida envolvendo professor e

alunos. Para tal, a escolha do ritmo musical deverá situar-se entre os 110 e 160

bpm. Em termos da velocidade de execução dos movimentos, a SPEEDO

(2001) considera que deverá existir uma sincronização entre a velocidade da

demonstração do exercício no cais e o exercício executado pelos alunos dentro

de água, defendendo que o professor deverá optar preferencialmente por uma

demonstração do exercício em tempo de água. No que respeita aos exercícios

utilizados na aula esta metodologia, propõe que a sua selecção deverá

responder aos objectivos pretendidos, considerando as propriedades físicas da

água e a segurança dos praticantes. Relativamente a este ponto, é ainda

mencionado que a variação da intensidade e impacto do exercício poderá ser

realizada através da modificação de seis movimentos básicos, em substituição

de uma coreografia complexa, propondo uma fórmula cujas siglas estão

relacionadas com as variáveis combináveis para a criação de um novo

movimento. Assim na fórmula S.W.E.A.T., o “S” – speed e surface – significa

velocidade e área de superfície, o “W” – working position – refere-se às três

posições corporais básicas (deslize, salto e suspensão), o “E” – enlarge –

indica a passagem de movimentos restritos para maiores amplitudes, o “A” –

Page 41: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

13

around – significa o trabalho em diferentes planos e por fim o “T” – travelling –

indica o deslocamento nos exercícios.

Entre o material aquático desenhado para proporcionar fluatuabilidade,

resistência ou ambas, a SPEEDO (2001) recomenda a utilização de luvas,

calçado específico, steps e cintos flutuadores.

Quanto ao termo populações especiais a SPEEDO (2001) ressalva que

cada indivíduo deve ser considerado como uma entidade única.

2.4. Variantes da hidroginástica.

Consequência das muitas possibilidades de trabalho na água, fruto da

multiplicidade de variáveis a combinar, vários autores têm indicado propostas

de aula diferenciadas em número, terminologia e objectivos. Estas diferentes

formas de propor uma aula de hidroginástica são, usualmente, designadas

como variantes (Barbosa & Queirós, 2005).

Segundo Sánchez et al. (s/d) existem onze variantes para a

hidroginástica: cardio-aguagym, aquabuilding, aquastretching, andar en el

agua, carrera en agua poco profunda, aeróbico acuático de potência, aeróbic

com step, hip-hop aquático, aquagym, gymswin, aquafic e aquaerobic. O

cardio-aguagym consiste numa continuidade de deslocamentos, combinando a

marcha e a corrida clássicas com outro tipo de actividades. Para além disto,

realizam-se, em simultâneo, movimentos de MI e MS, conseguindo-se, assim,

uma maior solicitação do aparelho cardiorrespiratório, graças à utilização de

grandes grupos musculares. O autor refere-se ao aquabuilding como um

trabalho dominantemente muscular de carácter localizado. O aquastretching é

descrito por Cabello e Navacerra (citado por Sánchez et al., s/d) como um

conjunto de técnicas que visam o alongamento muscular e uma melhoria da

mobilidade articular. As variantes andar en el agua e carrera en agua poco

profunda, consistem na realização de caminhadas ou corridas dentro de água,

diferindo apenas no saltitar introduzido no movimento da segunda variante. O

aeróbico acuático de potência, descrito por Piget (citado por Sánchez et al.,

s/d) baseia-se na conjugação de dois tipos de trabalho o

cardiorrespiratório/aeróbio e a força. O aeróbic com step é um trabalho que se

Page 42: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

14

caracteriza pela utilização de uma plataforma elevada no fundo da piscina, para

onde se sobe e desce alternadamente. O aquagym consiste na exercitação de

um grupo muscular específico através da realização de 15 a 60 repetições de

um movimento. Os exercícios direccionados para a parte superior e inferior do

corpo são alternados com exercícios da parte média do corpo. O gymswin, de

acordo com o autor, é uma nova variante composta por partes de outras

modalidades como o judo, boxe, a ginástica, a dança, a natação, o streching, o

yoga, utilizando um fundo musical concordante com o tipo de aula. O hip-hop

acuático é desenvolvido em piscinas rasas através de um ritmo dançado

alicerçado no rap. A penúltima variante apresentada é o aquafic, cujas aulas

são organizadas por níveis de condição física, sendo cada aluno sujeito a uma

avaliação antes do ingresso na prática. Este é um tipo de aula localizada, onde

é utilizada a exercitação intervalada, ou seja, são combinados segmentos de

alta, média e baixa intensidade. Por último o aquaerobic é formado por um

conjunto de actividades aeróbias realizadas na água e acompanhadas por

música.

A autora Yázigi (2000) refere que o sucesso das aulas dependente do

grau de conhecimento e criatividade do professor, aliado à capacidade de

adaptar cada uma das variantes às necessidades dos seus alunos. Neste

sentido, a autora apresenta 17 variantes da hidroginástica: hidrosport,

hidroaeróbica, hidro-step, jogging/water walking, deep water, deepwater

running, water kickboxing, workout com equipamentos adicionais, interval

trainning, cross training, circuit training, strech e relaxation, watsu, water dance,

aichi, water tai-chi, water ioga. A water dance, descrito por Georgeakopoulos

(citado por Yázigi, 2000), contrariamente ao que a designação parece

significar, refere-se não à aplicação de movimentos de dança dentro de água,

mas a uma técnica de movimento dinâmico de aplicação individual, alternando-

se entre posições de superfície e imersão). A variante de deep water é descrita

por Ivens (citado por Yázigi, 2000) como a execução de exercícios verticais

suspensos com auxílio de equipamento de flutuação. As variantes de

jogging/water walking, deep water running referem-se à realização de

movimentos de marcha ou corrida, em apoio ou suspensão, respectivamente.

No circuit trainning a classe é dividida em grupos por estações, onde são

Page 43: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

15

realizados exercícios específicos. Os alunos passam por todas as estações do

circuito, o qual pode ter um carácter aeróbio ou de força. A variante de hidro-

step, apresentada por Yázigi (2000) é semelhante à descrita por Sánchez et al.

(s/d), baseando-se nos princípios do step training. O strech e relaxation é

descrito pela autora como um programa de relaxamento análogo ao

aquastretching descrito por Cabello e Navacerra (citado por Sánchez et al.,

s/d). A hidroaeróbica, ou a aquaerobic de Sánchez et al. (s/d), é definida como

uma aula coreografada realizada ao ritmo da música. O hidrosport é descrito

por Aborrage (citado por Yázigi, 2000) como uma modalidade de treino

complementar para atletas, com o objectivo de reduzir o volume de treino de

campo. O interval training é caracterizado pela alternância da intensidade de

esforço, a qual poderá oscilar dentro de uma zona alvo de trabalho aeróbio, até

séries anaeróbias alternadas com séries aeróbias. Esta descrição é congruente

com a apresentada por Sánchez et al. (s/d), podendo estabelecer-se uma

correspondência entre as variantes interval training e aquafic. As variantes de

ai-chi, water tai-chi, water yoga, watsu, water kickboxing e workout-

equipamentos adicionais (Yázigi, 2000) são todas englobadas por uma variante

anteriormente mencionada por Sánchez et al. (s/d) denominada gymswim. O

cross training é descrito como alternância de técnicas de diferentes

modalidades, com o intuito de variar os sistemas energéticos solicitados

(Yázigi, 2000) e não apresenta semelhanças com as variantes já referidas.

A AEA (2001) define doze variantes da hidroginástica: treino em circuito,

treino intervalado, coreografia aquática, condicionamento em profundidade,

step aquático, caminhada em passos largos, condicionamento muscular,

kickboxing aquático, tai-chi aquático, ai-chi e programas para gestantes e para

indivíduos com artrite. O treino em circuito referido pela AEA (2001), consiste

na alternância de etapas de condicionamento muscular e aeróbio,

apresentando semelhanças com a actividade de o circuit training referida por

Yázigi (2000). A coreografia aquática incorpora movimentos das danças e

aproxima-se do hip-hop aquático descrito por Sánchez et al. (s/d).

Relativamente ao condicionamento em água profunda a AEA (2001) refere que

a sua prática decorre em águas profundas com o auxilio de variados

equipamentos de flutuação. Esta descrição é semelhante à realizada para o

Page 44: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

16

deepwater por Ivens (citado por Yázigi, 2000). A caminhada em passos largos,

proposta pela AEA (2001), apresenta uma correspondência em termos da sua

descrição com o carrera en aqua poco profunda, andar en el agua e o

jogging/water walking, referidas por Sánchez et al. (s/d) e Yázigi (2000),

respectivamente. No que respeita ao condicionamento muscular, este privilegia

as actividades de força e/ou resistência muscular, podendo recorrer-se a

equipamentos auxiliares para aumentar sobrecarga muscular, tal como

acontece no aquabuilding descrito por Sánchez et al. (s/d). A AEA (2001)

descreve a variante de step aquático da mesma forma que Sánchez et al. (s/d)

e Yázigi (2000). No treino intervalado a AEA (2001) refere, mais uma vez, a

alternância de exercícios de alta e baixa intensidade, também mencionados no

interval training de Yázigi (2000) e no aquafic de Sánchez et al. (s/d). O

kickboxing aquático, corresponde a uma transferência dos padrões de

movimento da modalidade de kickboxing para a água, aproximando-se da

variante de water kickboxing descrita por Yázigi (2000). O ai-chi, corresponde a

um grupo de exercícios simples de relaxamento aquático, que combinam a

respiração profunda com movimentos amplos de MS e MI. O tai-chi aquático,

realizado através de movimentos lentos envolve equilibrio, coordenação,

agilidade, flexibilidade e coordenação mental. As duas últimas variantes

mencionadas pela AEA (2001) apresentam aspectos comuns com o ai-chi e

water tai-chi referidos por Yázigi (2000). Relativamente à variante de gestantes

a AEA (2001) refere que as etapas de aquecimento e de relaxamento devem

ser mais longas e as mudanças de intensidade realizadas de forma mais

gradual. Para além disto, a coreografia deve ser simples permitindo manter o

equilíbrio e a postura. Por último, na variante para indivíduos portadores de

artrite o objectivo é recuperar e manter a amplitude dos movimentos e a

capacidade funcional do corpo. Para esta variante a AEA (2001) sugere um

aquecimento mais prolongado, uma limitação do número de repetições para

cada grupo muscular e a imersão da articulação lesionada durante o

movimento.

Para Barbosa e Queirós (2005), existem dezassete variantes possíveis

para uma aula de hidroginástica: dança aquática, deepwater, jogging aquático,

step aquático, localizada, actividades em estações, técnicas de relaxamento,

Page 45: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

17

aqua-sport, aqua-combat e aqua-bike, hidro-kids, gestantes, Idosos, treino

pliométrico, hip-hop aquático e aqua-gym. Relativamente às variantes dança

aquática/hip-hop aquático estas são similares a uma aula tradicional de

hidroginástica, com a diferença de serem realizadas sequências coreografias

mais complexas, podendo incorporar movimentos que têm por base os

movimentos característicos das diversas expressões da dança (e.g. hip-hop) e

da aeróbica. A descrição desta variante apresenta alguma similaridade com o

hip-hop aquático e coreografia aquática referidas por Sánchez et al. (s/d) e pela

AEA (2001), respectivamente. A aula de deepwater proposta por Barbosa e

Queirós (2005), apresenta uma correspondência, em termos de descrição, com

o deep water de Yázigi (2000) e o condicionamento em água profunda da AEA

(2001). No jogging aquático, tal como no andar en el agua, carrera em agua

poco profunda (Sánchez et al., s/d), jogging/water walking, deepwater running

(Yázigi, 2000) e caminhada em passos largos (AEA, 2001) são realizadas

caminhas ou corridas, em piscinas rasas ou profundas, estando o praticante

sujeito a uma carga susceptível de produzir benefícios, principalmente a nível

cardiorrespiratório. A variante de step aquático, descrita pelos autores Barbosa

e Queirós (2005) como a execução de movimentos de subida e descida dos MI

relativamente a uma plataforma localizada no fundo da piscina, converge, no

seu significado, com as variantes de aeróbic com step, hidro-step e step

aquático, apresentadas por Sánchez et al. (s/d), Yázigi (2000) e AEA (2001),

respectivamente. Na aula de localizada pretende-se trabalhar especificamente

um determinado grupo muscular, sendo que o trabalho deverá basear-se

essencialmente no desenvolvimento de capacidades motoras como a força

resistente e a flexibilidade. Nestas aulas é recorrente a utilização de diversos

materiais auxiliares (e.g. esparguetes, caneleiras, halteres etc.). A variante

anteriormente descrita apresenta aspectos comuns com o aquabuilding de

Sánchez et al. (s/d) e o condicionamento muscular referido pela AEA (2001).

Nas actividades em estações organiza-se um circuito com diferentes etapas

distribuídas, por toda a piscina, cada uma poderá ter por objectivo desenvolver

a capacidade cardiorrespiratória ou a força resistente. Existem três formas de

organização das actividades por estações: (1) alternadamente em cada

estação (30 a 60 s) trabalha a capacidade cardiorrespiratória e a força

Page 46: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

18

resistente; (2) alternadamente em cada estação (30 a 60 s) trabalha a força

resistente em diferentes segmentos corporais e; (3) em períodos de tempo pré-

definidos (3 min) alternam-se os exercícios aeróbios com exercícios de força

resistente. Esta forma de exercitação aproxima-se da descrita para o circuit

training e treino em circuito descritas por Yázigi (2000) e pela AEA (2001)

respectivamente.

As técnicas de relaxamento referem-se a várias técnicas de massagem

relaxante no meio aquático, inspiradas no ai-chi, shiatsu e outras actividades

similares. Nestas aulas, de uma forma geral, o praticante é sustentado pelo

professor ou por um colega que realiza movimentos lentos e fluidos. No aqua-

sport, ou hidro-sport de Yázigi (2000), o objectivo é o treino de habilidades

motoras específicas de determinadas modalidades no meio aquático,

sobretudo como forma de recuperação activa das cargas de treino. O aqua-

combat consiste na realização de um trabalho aeróbio através da utilização de

várias técnicas das diversas artes marciais (e.g. boxe, karaté, kickboxing, etc.).

Esta variante aproxima-se do water kickboxing e o kickboxing aquático descrito

por Yázigi (2000) e pela AEA (2001) respectivamente. A aqua-bike, realizada

com o cicloergómetro aquático, consiste em pedalar a diferentes ritmos com

posições corporais variadas. Quanto à variante de hidro-kids, tal como o nome

indica, a sua população alvo são as crianças e jovens. Nestas aulas existe um

maior predomínio do trabalho intervalado e tal como em todas as aulas deve

existir uma grande preocupação com a selecção musical e coreográfica. Na

variante de gestantes o tipo de trabalho proposto é similar ao anteriormente

descrito pela AEA (2001). A variante de idosos privilegia, para além das

componentes principais da aptidão física (e.g. resistência, força, flexibilidade e

composição corporal) as suas componentes secundárias (e.g. equilíbrio,

coordenação, velocidade, potência, agilidade e tempo de reacção). O treino

pliométrico, baseia-se num trabalho de potência muscular, velocidade e

impulsão através da realização de saltos e multi-saltos no meio aquático. Por

fim, a variante aqua-gym, também descrita por Sánchez et al. (s/d), consiste

num trabalho da condição física (semelhante à “ginástica de manutenção”) no

meio aquático.

Page 47: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

19

Como pode ser observado no Quadro 1, os vários autores sugerem

variantes de aula semelhantes, diferindo, maioritariamente, na sua subdivisão e

na nomenclatura utilizada para as designar.

Quadro 1. Quadro sinóptico das diferentes variantes da hidroginástica propostas pela AEA e por diferentes autores.

AEA (2001) Barbosa e Queirós (2005) Yázigi (2000) Sánchez et al. (s/d) coreografia

aquática dança aquática/hip-hop aquático --- hip-hop aquático

condicionamento em água profunda deepwater deep water ---

caminhada em passos largos jogging aquático jogging/water walking

deep water running

carrera en agua poco profunda

andar en el agua step aquático step aquático hidro-step aeróbic com step

condicionamento muscular localizada --- aquabuilding

treino em circuito actividades em estações circuit training --- treino intervalado --- interval trainning aquafic

aichi técnicas de relaxamento aichi tai chi aquático --- water tai-chi

kickboxing aquático aqua-combat water kickboxing --- --- water yoga --- --- watsu

--- --- workout-equipamentos adicionais

gymswin

gestantes gestantes --- --- artrite --- --- ---

--- aqua-sport hidrosport --- --- aqua gym --- aqua gym; --- aqua-bike --- --- --- --- water dance --- --- --- strech e relaxation aquastretching --- --- hidroaeróbica aquaerobic. --- --- --- --- --- --- cross training --- --- --- --- cardio-aquagym

--- --- --- aeróbico acuático de potência;

2.5. Investigação na hidroginástica

Quando concentramos a nossa atenção nos estudos científicos realizados

no âmbito da hidroginástica verificamos que a literatura referente a esta área é

relativamente escassa. Após um levantamento exaustivo dos diversos estudos

realizados sobre esta modalidade (Quadro 2), observamos uma tendência nas

linhas de investigação para a análise dos efeitos prática da hidroginástica na

aptidão física relacionada com a saúde (Alves, 2001; Hanai et al., 2006;

Saavedra et al., 2007; Saavedra et al., 2006; Takeshima et al., 2002). Sobre

esta temática foram realizadas várias pesquisas que procuraram avaliar as

alterações da força (Cardoso et al., 2004; Fontes, 2004; Kruel et al., 2005;

Page 48: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

20

MacDougall et al., 1985; Muller et al., 2002; Puhlmann et al., 2002; Taunton et

al., 1996), da flexibilidade (Puhlmann et al., 2002; Tauton et al., 1996), da

composição corporal (Gubiani et al., 2001; Melo & Giovani, 2004; Pereira,

1999) e da capacidade cardiorrespiratória (Bedford et al., 1996; Kaneda et al.,

2008; Pariser et al., 2006; Pereira, 1999; Taunton et al., 1996) em praticantes

de hidroginástica. Pela revisão realizada constatamos, ainda, que os estudos

realizados no âmbito da hidroginástica têm utilizado, predominantemente,

indicadores de estimação do desempenho aeróbio, como o consumo de

oxigénio (VO2) (Cassady & Nielsen, 1992; Kosonen et al., 2006; Nagle et al.,

2007; Ono et al., 2006; Pariser et al., 2006; Pinto et al., 2006; Pinto et al., 2007;

Pohl & McNaughton, 2003; Silvers et al., 2007) o consumo máximo de oxigénio

(VO2max) (Barbosa et al., 2007; Bedford et al., 1996; Broman et al., 2006;

Dowzer et al., 1999; Pereira, 1999; Saavedra et al., 2007; Saavedra et al.,

2006) e a frequência respiratória (Scartoni et al., 1998; Silvers et al., 2007).

Dentro da revisão realizada, apenas nove estudos recorreram a um indicador

usualmente utilizado para a avaliação da participação do sistema anaeróbio

num dado esforço, o lactato (La-) sanguíneo (Barbosa et al., 2007; Benelli et al.,

2004; Colado et al., 2006; Costa et al., 2008; Kosonen et al., 2006; Nakanishi et

al., 1999; Silvers & Dolny, 2008; Svedenhag & Seger, 1992). Todavia nenhum

destes estudos teve por objectivo analisar parâmetros anaeróbios em

hidroginástica. Pelo contrário os exercícios realizados nos diferentes protocolos

foram de carácter aeróbio.

Benelli et al. (2004) procuraram comparar as respostas fisiológicas de

frequência cardíaca (FC) e La- em exercícios aeróbios realizados em terra e em

água a diferentes profundidades (em águas rasas e profundas). Estes autores

concluíram que o exercício aeróbio realizado dentro de água induz menores

valores de FC e La- . Colado et al. (2006) procuraram comparar as exigências

cardiovasculares e metabólicas de exercícios de resistência muscular

localizada, realizados em água e em terra. No final deste estudo concluíram

que as respostas fisiológicas (FC e La-) nos dois meios são semelhantes.

Kosonen et al. (2006) caracterizaram, em termos cardiorrespiratórios e

metabólicos (FC, VO2 e La-), seis exercícios aquáticos básicos para indivíduos

saudáveis e portadores de doenças pulmonares. Os autores deste estudo

Page 49: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

21

concluíram que os exercícios seleccionados e aplicados parecem ser de

carácter aeróbio com uma intensidade moderada/elevada para ambos os

grupos. Num estudo de caso Pariser et al. (2006) procuraram estudar o efeito

de um programa de hidroginástica, com 8 semanas, na aptidão cardiovascular

e na fadiga de duas pessoas portadoras de esclerose múltipla. Para a

avaliação dos referidos efeitos foi aplicado um teste incremental máximo,

através do qual foram mensurados os valores de VO2 e La-, foi ainda utilizada

uma escala de fadiga, antes e pós a realização do programa. No final deste

estudo os autores concluíram que a hidroginástica contribuiu para a melhoria

da aptidão cardiorrespiratória em portadores de esclerose múltipla.

Relativamente à fadiga apenas um dos indivíduos apresentou melhorias neste

parâmetro. Barbosa et al. (2007) procuraram comparar as adaptações

fisiológicas agudas, VO2max, a FC máxima (FCmax) e La-, a um exercício

básico de hidroginástica realizado a diferentes profundidades (imersão ao nível

do apêndice xifóide versus ao nível da articulação coxo-femoral). Estes

autores, concluíram que as adaptações fisiológicas agudas observadas durante

a exercitação em imersão ao nível da articulação coxo-femoral são mais

próximas das verificadas no meio terrestre do que à profundidade usualmente

adoptada nas sessões de hidroginástica, ou seja, ao nível do apêndice xifóide.

Costa et al. (2008) procuraram comparar as adaptações fisiológicas agudas de

três variantes do mesmo exercício básico de hidroginástica (acção exclusiva

dos MI, acção simultânea dos MI e dos MS, acção simultânea MI e dos MS

usando halteres flutuantes). Com este estudo, concluíram que o incremento do

número de segmentos em acção simultânea, assim como a utilização de

halteres flutuantes, tendem a aumentar significativamente a resposta fisiológica

aguda em hidroginástica. Para além disto, estes autores referem ainda que

prática de exercícios básicos de hidroginástica sem a utilização de materiais

auxiliares será um meio óptimo de promover o desenvolvimento de

componentes da aptidão física associada ao estímulo do sistema oxidativo.

Com a inclusão dos halteres flutuantes parece que o sistema aeróbio não

consegue suprir completamente as necessidades de ressíntese da adenosina-

trifosfato (ATP), pelo que o sistema anaeróbio intervirá de forma a fornecer a

energia suplementar exigida. Nakanishi et al. (1999) compararam as respostas

Page 50: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

22

metabólicas de um teste de corrida máximo realizado em tapete rolante (em

terra) e em águas profundas. Os resultados obtidos, em termos de FC, VO2,

ventilação máxima por minuto, quociente respiratório (QR) e La- foram

significativamente mais baixos no teste máximo de corrida em águas

profundas. Como tal, a exigência metabólica deste exercício aquático parece

ser menor em relação ao seu equivalente em terra. Svedenhag e Seger (1992)

elaboraram um estudo sobre as respostas cardiorrespiratórias e lactatemias,

em imersão, em corrida submáxima (em quatro intensidades diferentes) e

máxima, tendo concluído que, além das alterações cardíacas agudas

provocadas pela imersão, existe um aumento a participação do metabolismo

anaeróbio na corrida aquática. Por fim, Silvers e Dolny (2008) procuraram

determinar a validade de um protocolo de máximo esforço em tapete rolante

aquático, tendo concluído que este protocolo parece ser equivalente ao

protocolo de tapete rolante realizado em terra. Estes autores acrescentam

ainda que o tapete rolante aquático poderá ser um meio alternativo para manter

e melhorar os níveis de aptidão física de atletas lesionados. Atendendo aos

estudos desenvolvidos, parece-nos que a avaliação do desenvolvimento da

capacidade anaeróbia tem sido negligenciada na área do “fitness” aquático,

assim como a sua investigação.

Para além das tendências nas linhas de investigação evidenciadas

anteriormente, importa também salientar as tendências metodológicas

verificadas nos diferentes estudos, nomeadamente no que se refere às

características da amostra. Em geral, os estudos realizados no âmbito da

hidroginástica parecem utilizar, predominantemente, sujeitos do sexo feminino

numa elevada faixa etária (próxima dos 50-60 anos de idade).

Quadro 2. Quadro sinóptico, cronológico, de estudos realizados na área da hidroginástica. Legenda: ♂ sexo masculino; ♀ sexo feminino;

Autor (ano) Amostra Objectivo Conclusões Cassady e Nielsen (1992)

20 ♂ e 20 ♀ 25.0 ± 3.6 anos

Comparar as respostas fisiológicas (consumo de oxigénio e da frequência cardíaca máxima) de exercícios com diferentes cadências (60, 80 e 100 contagens por minuto), para membros superiores e inferiores, realizados na água e em terra

O incremento da cadência do movimento e a realização de exercícios direccionados para os membros inferiores determinaram um aumento do consumo de oxigénio e da frequência cardíaca máxima. Relativamente ao meio de exercitação, o consumo de oxigénio foi superior na água, comparativamente com o meio terrestre, e a frequência cardíaca máxima foi inferior.

Page 51: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

23

Svedenhag e Seger (1992)

10 ♂ corredores 26 anos ( x )

Investigar o efeito da imersão nas respostas cardiorrespiratórias e de lactatemia durante a corrida, em quatro níveis de intensidade submaximais diferentes e num nível de intensidade máxima

A corrida em imersão induz respostas cardiorrespiratórias inferiores e respostas lactatemias superiores, que se mantêm até ao nível máximo do exercício

Wilder et al. (1993)

10 ♂ e 10 ♀ Investigar a relação entre a frequência cardíaca e a cadência do movimento, num teste incremental de corrida aquática

A cadência do movimento pode ser usada como uma medida de intensidade para a prescrição da corrida aquática

Capela (1996) 40 ♂ ♀ 25 a 45 anos

Conhecer os motivos que levam as pessoas a praticar hidroginástica

O motivo mais valorizado para a prática da hidroginástica foi o “Aumentar do bem-estar geral”

Bedford et al. (1996)

2 ♂ 16 ♀ Grupo de terra 28 anos ( x ) Grupo de água 33 anos ( x )

Compara a eficácia de um programa de hidroginástica e de um programa de dança, com 8 semanas, na melhoria da capacidade aeróbia (consumo máximo de oxigénio)

Os programas de hidroginástica e dança, com 8 semanas, mostraram ser igualmente eficazes no desenvolvimento da capacidade aeróbia em adultos sedentários

Taunton et al. (1996)

41 ♀ 70.0 ± 3.2 anos

Comparar a eficácia de um programa de exercícios aquáticos com um programa de exercícios de terra na melhoria da aptidão cardiorrespiratória, força, flexibilidade e composição corporal em idosos

Os programas de exercícios realizados em terra e na água tiveram efeitos semelhantes na força, flexibilidade, composição corporal e aptidão cardiorrespiratória dos idosos

Santos (1997) 5 ♂ (32.5 ± 5.6 anos) 4 ♀ (33.8 ± 1.3 anos)

Avaliar a intensidade do exercício numa aula de hidroginástica

Na aula de hidroginástica realizada foram encontrados valores de frequência cardíaca compatíveis com as recomendações do ACSM em 1990 para o desenvolvimento da aptidão física e fisiológica dos indivíduos saudáveis. Foi também observada uma forte correlação entre a frequência cardíaca e escala de percepção subjectiva de esforço.

Scartoni et al. (1998)

10 ♀ 15 a 30 anos

Comparar a frequência cardíaca e respiratória numa aula de ginástica aeróbica e numa aula de hidroginástica

Os valores de frequência cardíaca e respiratória são semelhantes nas duas aulas (hidroginástica e ginástica aeróbia), exceptuando intervalo de 15-20 min de exercitação, onde foram encontrados valores de frequência respiratória significativamente superiores na hidroginástica

Dowzer et al. (1999)

15 ♂ Comparar respostas fisiológicas máximas (consumo máximo de oxigénio e frequência cardíaca) na corrida

Os valores de frequência cardíaca e de consumo máximo de oxigénio são superiores na corrida em tapete rolante (terra) comparativamente com a corrida

Page 52: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

24

realizada em tapete rolante (terra) e em águas rasas e profundas

em águas rasas e profundas.

Kent et al. (1999)

18 ♀ 21 a 36 anos

Comparar os efeitos da imersão estática e da hidroginástica na diminuição do edema provocado pela gestação

A hidroginástica possui um efeito semelhante à imersão estática na diminuição do edema provocado pela gestação, pelo que a hidroginástica poderá ser utilizada para o seu tratamento.

Nakanishi et al. (1999)

20♂ 28.0 ± 9.2 anos

Comparar as respostas metabólicas (consumo de oxigénio, quociente respiratório e frequência cardíaca) de um teste de corrida máximo em tapete rolante (terra) e em águas profundas

As respostas metabólicas (consumo de oxigénio, quociente respiratório e frequência cardíaca) ao teste de corrida máximo realizado em águas profundas foram menores, comparativamente com a corrida realizada em tapete rolante (terra)

Pereira (1999) 11♀ 42.4 ± 5.9 anos

Avaliar os benefícios da prática de um programa de 12 semanas de hidroginástica na promoção da saúde (aptidão cardiorrespiratória, composição corporal e perfil sanguíneo.

O programa de hidroginástica, com 12 semanas, induziu melhorias significativas na aptidão cardiorrespiratória e na composição corporal dos sujeitos. No perfil lipídico sanguíneo não foram observadas diferenças significativas. Em suma, a pratica regular hidroginástica poderá auxiliar na promoção da saúde.

Alves (2001) 74 ♀ Grupo controlo 78.0 ± 3.0 anos Grupo experimental 79.0 ± 5.0 anos

Verificar o efeito de um programa de hidroginástica na aptidão física associada à saúde

A prática de um programa de hidroginástica, com 12 semanas, contribui para a melhoria da aptidão física associada à saúde (força, resistência, flexibilidade dos membros superiores e inferiores, agilidade e equilibrio)

Gubiani et al. (2001)

62 ♀ 60 a 80 anos

Analisar os efeitos de um programa de hidroginástica, com 32 semanas, sobre indicadores antropométricos de idosas

O programa de hidroginástica, com 32 semanas, proporcionou reduções significativas na massa corporal e nos perímetros da cintura, glúteos e gémeos das idosas

Silva (2001) 48 ♀ > 54 anos

Analisar os resultados de um programa de hidroginástica, com 12 meses, na massa mineral óssea, de portadores de osteopenia ou osteoporose

O programa de hidroginástica de 12 meses permitiu equilibrar a diminuição de massa óssea. Com efeito, apesar da hidroginástica ser uma actividade de baixo impacto possui efeito osteogénico.

Heithold e Glass (2002)

7 ♀ 61.0 ± 3.2 anos

Comparar a frequência cardíaca e a percepção subjectiva de esforço em exercícios aeróbios, standard, realizados na água e em terra.

A frequência cardíaca foi mais elevada em todos os exercícios terrestres comparativamente com os exercícios realizados em meio aquático. Na percepção subjectiva de esforço não foram observadas diferenças entre os dois meios.

Muller et al. (2002)

27 ♀ Idosas

Analisar os efeitos de um programa de treino de força muscular realizado na hidroginástica

A hidroginástica possibilita um aumento da força máxima dinâmica dos flexores horizontais do ombro, em idosas, após um treino específico

Page 53: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

25

Puhlmann et al. (2002)

5 ♀ (65.4 ± 2.9 anos) 5 ♀ (66.0 ± 1.9 anos)

Comparar a flexibilidade e a força muscular dos flexores horizontais do ombro de idosas praticantes de hidroginástica e de outras actividades (caminhada e ginástica)

A hidroginástica parece proporcionar um aumento da força máxima dos flexores horizontais do ombro. Enquanto os valores de flexibilidade encontrados são similares para os praticantes de hidroginástica e de outras modalidades (caminhada e ginástica)

Soares e Nasser (2002)

51 ♀ 30 a 60 anos

Identificar factores de risco para o desenvolvimento da doença arterial coronária em praticantes de hidroginástica de águas profundas

Foram identificados como factores risco da doença arterial coronária, o colesterol, a tensão arterial, o peso, o stress, a ansiedade e os hábitos tabágicos, em praticantes de hidroginástica de águas profundas

Sugano et al. (2002)

4 ♂ e 11 ♀ 61.8 ± 9.5 anos

Investigar os efeitos fisiológicos e psicológicos de um programa exercício aquático, com 8 semanas, em indivíduos com dor crónica lombar, averiguando a manutenção dos efeitos com a continuidade ou descontinuidade da prática

Os efeitos psicológicos e fisiológicos resultantes da participação num programa de hidroginástica, com 8 semanas, tendem manter-se se o exercício for realizado de forma continua

Takeshima et al. (2002)

30 ♀ 60 a 75 anos

Determinar o efeito de um programa de exercícios aquáticos na força, flexibilidade, aptidão cardiorrespiratória, gordura corporal e colesterol de um grupo de idosas

O programa de exercícios aquáticos aplicado melhorou significativamente a força, a aptidão cardiorrespiratória e permitiu reduzir os níveis de gordura corporal e o colesterol das idosas

Wininger (2002)

29 ♀ 66.4 anos ( x )

Estudar os efeitos da prática de hidroginástica na ansiedade

A prática hidroginástica contribuiu para uma redução significativa dos níveis de ansiedade dos praticantes

Nunes (2003) 12 ♀ 66.2 ± 1.5 anos

Caracterizar as respostas agudas ao exercício aquático, realizado em diferentes profundidades

A intensidade do esforço, nas aulas de hidroginástica, relaciona-se inversamente com a altura do nível da água. Neste sentido, aconselha-se a realização das aulas com água o nível das axilas

Morgado (2003)

3 ♂ 5 ♀ Grupo controlo 52.0 ± 7.2 anos Grupo experimental 45.0 ± 7.3 anos

Efeito de um programa aeróbio de hidroginástica, com 12 semanas, na redução dos níveis tensionais de indivíduos hipertensos

Não foram encontradas evidências significativas de que o programa de hidroginástica realizado possa reduzir os níveis tensionais de indivíduos hipertensos

Pohl e McNaughton (2003)

6 23.2 ± 2.9 anos

Comparar as respostas fisiológicas (consumo de oxigénio, quociente respiratório e frequência

Os valores de consumo de oxigénio e frequência cardíaca foram superiores na marcha e na corrida em água, nas duas

Page 54: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

26

cardíaca) na marcha e na corrida realizada em tapete rolante (terra) e na água em duas profundidades diferentes (ao nível da cintura e coxa)

profundidades (ao nível da cintura e coxa), comparativamente com os valores obtidos na corrida em tapete rolante (terra).

Reilly et al. (2003)

---

Respostas fisiológicas na corrida em águas profundas

Artigo de revisão

Benelli et al. (2004)

10 ♀ 27.4 ± 3.6 anos

Comparar as respostas fisiológicas (frequência cardíaca e lactatemia) em exercícios aeróbios realizados em terra e em água (rasa e profunda)

Nos exercícios aeróbios realizados em água (rasa ou profunda) os valores de frequência cardíaca e lactato foram significativamente inferiores aos obtidos em terra.

Cardoso et al. (2004)

34 ♀ 35 a 75 anos

Analisar o efeito de um programa de exercícios em águas profundas, com e sem ênfase trabalho de força muscular e com e sem equipamento resistivo, nos flexores e extensores do cotovelo e adutores da anca

O programa de exercícios aquáticos em águas profundas, com ênfase no trabalho de força e com a utilização de equipamento resistivo permitiu melhorar significativamente a força nos flexores e extensores do cotovelo e adutores da anca

Fontes (2004) 34 ♀ ♂ Grupo de hidroginástica 66.0 ± 2.8 anos Grupo de ginástica de manutenção 68.0 ± 5.4 anos Grupo controlo 69.0 ± 4.9 anos

Determinar e comparar os efeitos de dois programas (ginástica de manutenção e hidroginástica) nos índices de força isocinética dos músculos quadrícípedes e isquiotibiais

Os programas de ginástica de manutenção e hidroginástica parecem não ser suficientes para induzir alterações significativas na força isocinética dos músculos flexores do idoso

Melo e Giovan (2004)

63♀ 65.8 ± 5.2 anos

Comparar os efeitos da prática de ginástica aeróbia e de hidroginástica na composição corporal

A prática de ginástica aeróbia, durante 12 semanas, produziu resultados mais positivos na composição corporal (redução do peso e percentagem de gordura dos membros inferiores e aumento da massa magra) do que a hidroginástica

Fontes (2005) 14 ♀ 54.3 ± 5.5 anos

Investigar a influência de um programa de hidroginástica, com seis meses, no comportamento motor e psicológico de mulheres mastectomizadas

O programa de hidroginástica, de 6 meses, contribuiu para melhorar alguns aspectos do comportamento motor (destreza manual e sensibilidade proprioceptiva) e do comportamento psicológico (satisfação com a imagem corporal e auto-estima) de mulheres mastectomizadas, elevando o seu bem-estar e qualidade de vida.

Kruel et al. (2005)

34 ♀ 38 a 67 anos

Averiguar os efeitos do trabalho de força na

O trabalho de força realizado nas aulas de hidroginástica permitiu

Page 55: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

27

hidroginástica

aumentar significativamente os níveis desta capacidade em todos os grupos musculares avaliados, com e sem uso de equipamento resistivo. Em suma, a hidroginástica com ênfase no trabalho de força permite melhorar esta capacidade motora.

Broman et al. (2006)

29 ♀ 69.0 ± 4.0 anos

Verificar os efeitos do exercício aquático intervalado de alta intensidade, em águas profundas com cinto flutuador, na potência aeróbia.

O treino intervalado de alta intensidade em águas profundas, com cinto flutuador, promoveu um aumento da capacidade submáxima de trabalho, da potência aeróbia máxima e da ventilação máxima.

Colado et al. (2006)

5 ♂ 25.7 ± 1.5 anos

Comparar as respostas cardiovasculares e metabólicas (frequência cardíaca e lactatemia) em exercícios de força resistente realizados em água e em terra.

As respostas cardiovasculares e metabólicas (frequência cardíaca e lactatemia) foram semelhantes para os exercícios de força resistente realizados em água e em terra.

Finkelstein et al. (2006)

7 ♀ 29.9 ± 3.1 anos

Avaliar o comportamento da frequência cardíaca ao longo da gestação, antes, durante e após as aulas de hidroginástica, e da tensão arterial antes e após exercício.

As gestantes submetidas a aulas de hidroginástica apresentaram um comportamento constante da frequência cardíaca e da tensão arterial ao longo dos três trimestres gestacionais (11ª/13ª até 38ª semana de gestação)

Hanai et al. (2006)

19 Grupo controlo 62.1 ± 8.5 anos Grupo experimental 59.4 ± 9.2 anos

Investigar os efeitos de um programa de exercícios aquáticos de curta duração, na tensão arterial, força, flexibilidade e tempo de reacção de idosos de uma região gelada

O programa de exercícios aquáticos, de curta duração, teve efeitos positivos na tensão arterial sistólica, flexibilidade e tempo de reacção dos idosos. A força e o equilibrio não revelaram aumentos significativos

Kosonen et al. (2006)

20 ♀ 52.7 ± 5.9 anos

Caracterizar em termos cardiorrespiratórios e metabólicos (frequência cardíaca, consumo de oxigénio e lactatemias) seis exercícios aquáticos básicos em sujeitos saudáveis e portadores de doenças cardiopulmonares.

Os seis exercícios aquáticos seleccionados e aplicados parecem ser de carácter aeróbio e em termos de esforço foram classificados com uma intensidade moderada/elevada para ambos os grupos.

Ono et al. (2006)

10 ♂ (22.6 ± 1.1 anos) 8 ♀ (61.8 ± 4.3 anos)

Comparar o tempo necessário para gastar 80 Kcal durante a caminhada em tapete rolante na água, em jovens e idosos

Os indivíduos jovens e idosos apresentam semelhanças no tempo necessário para gastar 80 Kcal, tornando possível a prescrição de exercícios aquáticos para indivíduos idosos diabéticos através da unidade dos jovens (80 Kcal)

Pariser et al. (2006)

2 ♀ 40 e 51 anos

Descrever o efeito de um programa de hidroginástica, com 8 semanas, na aptidão

O programa de hidroginástica, com 8 semanas, produziu efeitos positivos na aptidão cardiovascular dos sujeitos portadores de

Page 56: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

28

cardiovascular e na fadiga de duas pessoas portadoras de esclerose múltipla

esclerose múltipla. Na fadiga apenas houve melhorias num dos sujeitos.

Pinto et al. (2006)

10 ♀ 21.9 ± 1.0 anos

Comparar a frequência cardíaca e o consumo máximo de oxigénio em exercícios de hidroginástica com e sem uso de equipamento resistivo

O uso do equipamento resistivo poderá ser eficaz para ampliar as respostas cardiorrespiratórias (frequência cardíaca e consumo máximo de oxigénio) associadas ao exercício realizado em meio aquático

Saavedra et al. (2006)

22 ♀ 20.6 ± 1.0 anos

Conhecer a influência de um programa de hidroginástica, de curta duração, na aptidão física associada à saúde

O programa de hidroginástica, de curta duração, demonstrou ser eficaz na melhoria de algumas componentes da aptidão física associada à saúde, nomeadamente a redução da massa gorda, a melhoria da flexibilidade, a força manual e abdominal, o equilibrio e a potência aeróbia

Silva e Maranhão (2006)

135 ♀ 49.5 ± 15.1 anos

Propor um teste de corrida com 12 minutos, em água rasa, que permita classificar os indivíduos de acordo com a distância percorrida e verificar a validade do mesmo

O teste de corrida com 12 minutos em água rasa, proposto é valido para aferir a capacidade aeróbia dos praticantes de hidroginástica

Tartaruga e Kruel (2006)

---

Limites e possibilidades da utilização da corrida, realizada em águas profundas, no treino de corredores de alto rendimento

Artigo de revisão

Vicentin et al. (2006)

30 ♀ 43.4 ± 7.8 anos

Analisar os efeitos fisiológicos e psicológicos de um programa de 13 semanas de hidroginástica

O programa de 13 semanas de hidroginástica induziu, apenas, alterações na flexibilidade e nos aspectos psicológicos dos sujeitos, como a inclusão social e as acções individuais e colectivas

Wei et al. (2006)

26 ♀ e 11 ♂ 3.7 ± 1.0 anos

Comparar os efeitos psicológicos de um programa de caminhada, de hidroginástica e de yoga em estudantes

A caminhada, a hidroginástica e o yoga possuem efeitos psicológicos similarmente benéficos, nomeadamente na ansiedade

Barbosa et al. (2007)

14 ♀ ♂ 23.8 ± 2.5 anos

Comparar as adaptações fisiológicas agudas a um exercício básico de hidroginástica a diferentes profundidades (apêndice xifóide e articulação coxo-femoral)

As adaptações fisiológicas agudas (frequência cardíaca máxima, consumo de oxigénio e lactatemia), durante a exercitação com imersão ao nível da coxo-femoral, são mais próximas das verificadas em meio terrestre do que durante a exercitação com imersão ao nível do apêndice xifóide

Page 57: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

29

Kaneda et al. (2007, in press)

9 ♂ 24.9 ± 2.2 anos

Caracterizar a actividade muscular dos membros inferiores (através da electromiografia) durante a corrida em águas profundas e a caminhada em terra e na água, a diferentes velocidades de passada (lenta, moderada e rápida)

A corrida em águas profundas, a diferentes velocidades de passada (lenta, moderada e rápida) estimulou os músculos flexores e extensores da anca.

Nagle et al. (2007)

44 ♀ 40.3 ± 6.8 anos

Comparar o efeito de um programa combinado de caminhada e exercício aquático, com um programa de caminhada isolado, no peso de obesas

A combinação do exercício aquático e da caminhada constitui uma alternativa eficaz à caminhada realizada de forma isolada, por obesas durante períodos de perda de peso

Neves e Doimo (2007)

12 ♀ 51.1 ± 1.6 anos

Comparar a percepção subjectiva de esforço e a frequência cardíaca durante as aulas de hidroginástica, em três momentos diferentes (10, 20 e 30 min)

Nas três aulas de hidroginástica realizadas observou-se apenas uma relação entre a frequência cardíaca e a percepção subjectiva de esforço nas duas primeiras aulas aos 30 min. Com efeito, a escala de percepção subjectiva de esforço de Borg não foi um bom método para o controlo da intensidade durante as aulas de hidroginástica para o grupo estudado.

Reis et al. (2007)

1 ♀ 68 anos

Verificar os efeitos de um programa de hidroginástica, com 4 meses, nas variáveis espaço-temporais da marcha de uma portadora de Parkinson

O programa de hidroginástica de 4 meses, de uma maneira geral, parece não ter sortido efeitos na alteração da marcha da portadora de Parkinson

Saavedra et al. (2007)

20 ♀ 43.1 ± 9.7 anos

Analisar o efeito de um programa de hidroginástica, de médio impacto na qualidade de vida e aptidão física associada à saúde

O programa de hidroginástica de médio impacto contribuiu para uma melhoria da qualidade de vida (vitalidade e dor corporal) e da aptidão física associada à saúde (redução da massa corporal total, da percentagem de massa gorda e melhoria da aptidão cardiorrespiratória)

Silvers et al. (2007)

23 ♂ Comprar a resposta cardiorrespiratória num protocolo de esforço máximo em tapete rolante, realizado na água e em terra

Os dois protocolos de esforço máximos em tapete rolante realizados em terra e na água tiveram efeitos positivos na aptidão cardiorrespiratória de indivíduos treinados, apresentando semelhanças no consumo de oxigénio, frequência cardíaca, lactato, volume de ar e percepção subjectiva de esforço

Pinto et al. (2007)

7 ♀ 22.3 ± 1.4 anos

Comparar a frequência cardíaca, consumo de oxigénio e ventilação em exercícios de hidroginástica, realizados

A utilização de equipamento resistivo na hidroginástica aumentou significativamente a resposta cardiorrespiratória para as situações nas quais o

Page 58: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

30

com e sem uso de equipamento resistivo (aquaffins TM)

equipamento é colocado só nos membros inferiores e nos membros superiores e inferiores. O mesmo não se verificou para a exercitação com o equipamento nos membros superiores.

Aoba et al. (2008)

130 ♀ ♂ Grupo controlo 57.0 ± 12.5 anos Grupo experimental 59.1 ± 10.0 anos

Observar o efeito de um programa de exercícios aquáticos de curta duração (8 semanas) na tensão arterial

O programa de curta duração (8 semanas) de exercícios aquáticos permitiu reduzir os níveis de tensão arterial do grupo de idosos

Costa et al. (2008)

16 ♀ 23.3 ± 2.4 anos

Comparar as adaptações fisiológicas agudas de variantes do mesmo exercício de hidroginástica

O incremento do número de segmentos em acção simultânea, assim como a utilização de halteres flutuantes, tendem a aumentar significativamente a resposta fisiológica aguda em hidroginástica

Hanai et al. (2008)

19 Grupo controlo 62.1 ± 8.5 anos Grupo experimental 59.4 ± 9.2 anos

Analisar os efeitos de um programa de exercícios aquáticos de curta duração (6 semanas) no perfil sanguíneo de idosos de regiões geladas

O programa de curta duração (6 semanas) parece não ter efeitos marcados no perfil sanguíneo dos idosos de uma região gelada

Kaneda et al. (2008)

46 ♀ ♂ Grupo de corrida em águas profundas 60.7 ± 4.1 anos Grupo de caminhada na água 60.8 ± 5.3 anos

Analisar os efeitos de um programa de corrida em águas profundas e de um programa de caminhada na água e em terra

O programa de corrida em águas profundas permitiu aumentar a aptidão cardiorrespiratória e o equilibrio dinâmico dos idosos.

Silvers e Dolny (2008)

13 ♂ 11 ♀ 25.0 ± 3.0 anos

Determinar a validade de um protocolo de máximo esforço em tapete rolante aquático

O protocolo de máximo esforço em tapete rolante aquático parece ser equivalente ao protocolo de tapete rolante realizado em terra. Com efeito, a utilização de um tapete rolante aquático poderá ser um meio de treino alternativo para manter e melhorar a aptidão física de atletas lesionados.

Yoshioka et al. (2008)

7 ♂ 24.6 ± 1.5 anos

Analisar a influência do exercício aeróbio aquático realizado em duas profundidades diferentes (110 e 150 cm) na velocidade da onda de pulso

Os efeitos do exercício aquático, na velocidade da onda de pulso, dependem não só da intensidade do exercício mas também profundidade da água.

Page 59: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

31

2.6. Benefícios da hidroginástica

Vários autores afirmam que a expressividade do número de praticantes de

actividades físicas aquáticas tem-se tornado cada vez mais relevante, fruto dos

benefícios que lhes são habitualmente associados e da possibilidade da sua

adequabilidade aos diferentes tipos de população (Costa et al., 2008; Eckerson

& Anderson, 1992; Frangolias & Rhodes, 1996; Graef et al., 2005; Kruel, 2000;

L. Kruel et al., 2002; Silva & Maranhão, 2006). Todavia a tendência defendida

não é justificada por estudos específicos que permitam fundamentar tais

conclusões.

Relativamente aos benefícios da hidroginástica, importa distinguir aquilo

que são as alterações fisiológicas, psicossomáticas e sociais pela exercitação

no meio aquático, daquilo que são as vantagens inerentes à exercitação neste

meio específico. A este respeito, Morgado (2003) refere que quando

investigamos os efeitos fisiológicos da hidroginástica devemos compreender o

meio aquático como detentor de um conjunto de características específicas

relacionadas com a imersão do corpo, como a pressão hidrostática, a força de

impulsão hidrostática, a densidade da água e a temperatura. Pois, a acção da

água sobre o corpo humano conduzirá a algumas alterações fisiológicas que

podem, apenas, ser entendidas como uma consequência da imersão corporal e

não como um benefício. A pressão hidrostática, definida como a pressão

exercida pelas moléculas da água sobre um corpo submerso, contribui para um

retorno venoso facilitado e para a uma redução do edema, através de uma

melhoria da circulação periférica (AEA, 2001; Barbosa & Queirós, 2005;

Gonçalves, 1996; Sanders e Rippe, 2001). Esta pressão constitui, também,

uma resistência aos movimentos respiratórios, que poderá contribuir para um

fortalecimento dos músculos inspiratórios e expiratórios e para a maximização

do volume pulmonar (AEA, 2001; Barbosa & Queirós, 2005; Gonçalves, 1996;

Sanders e Rippe, 2001). A resultante vectorial de todas as forças de pressão

hidrostática, produz uma outra força – a força de impulsão hidrostática. No

meio aquático o Homem está sob acção do peso, assim como no meio

terrestre, todavia dado que esta força tem a mesma direcção e sentido oposto

à impulsão hidrostática, a intensidade das cargas mecânicas sob o aparelho

locomotor é menor (Adami, 2003; Barbosa & Queirós, 2005; Gonçalves, 1996).

Page 60: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

32

Para além, das referidas características o meio aquático apresenta ainda uma

densidade superior à do ar. Esta densidade é um factor que influencia a

intensidade da força de arrasto o que se repercute numa maior resistência ao

deslocamento no meio aquático e consequentemente num aumento do

dispêndio energético (Barbosa & Queirós, 2005).

Vários autores apontam como benefícios, resultantes da prática de

exercícios aquáticos, a redução da carga mecânica sobre a estrutura

locomotora (Adami, 2003; Barbosa & Queirós, 2005; Bonachela, 1994), a

tonificação rápida e efectiva devido à resistência oferecida pela água (Barbosa

& Queirós, 2005), o aumento do consumo calórico (Barbosa & Queirós, 2005;

Figueiredo, 1996), o “prolongamento da sensação de frescura” e conforto

(Adami, 2003; Barbosa & Queirós, 2005), a atenuação das dores musculares

resultantes do suposto “efeito massajador” da água (Adami, 2003; Bonachela,

1994; Figueiredo, 1996) e a promoção do estabelecimento de relações

interpessoais em indivíduos com um baixo nível de auto-estima, devido à

insatisfação com o seu corpo, uma vez que o corpo imerso não está sujeito à

exposição a terceiros (Adami, 2003; Barbosa & Queirós, 2005). Importa no

entanto, salientar que todos os benefícios anteriormente descritos consistem

apenas em afirmações de carácter especulativo, dada ausência de

fundamentação científica. Para além disto, alguns dos benefícios indicados não

resultam de alterações fisiológicas, psicossomáticas ou sociais decorrentes da

exercitação em si, mas das características do próprio meio. Assim para alguns

dos benefícios apontados, parece mais sensato falar de vantagens que a

prática no meio aquático oferece (e.g. o estabelecimento relações

interpessoais). A natureza especulativa dos benefícios apontados pelos

anteriores autores parece ter contribuído para o aparecimento algumas

indicações, em nossa opinião, caricatas e desprovidas de rigor científico,

referindo-se como benefícios “não precisar de molhar o cabelo”; “o exercício na

água está na moda” e “trabalha músculos que raramente são usados fora de

água e que, consequentemente, são flácidos” (Adami, 2003); “ melhora e até

elimina os problemas cardiorrespiratórios”, “retarda o envelhecimento”, “reduz a

flacidez e as gorduras, portanto ajuda a regular o patamar dos colesteróis” e “

possui exercícios que melhoram a flexibilidade e força nas regiões do corpo

Page 61: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

33

mais usados durante a actividade sexual, dando melhores condições de

desempenho” (Figueiredo, 1996).

No que respeita a possíveis contra-indicações para a prática do

exercício aquático dentro da revisão realizada, apenas a AEA (2001) e dois

autores, reflectiram sobre este aspecto. De acordo com a AEA (2001) existe

um conjunto de nove exercícios considerados de alto risco nas aulas de

hidroginástica: os exercícios de alto impacto – que impulsionam o corpo para

cima e para fora de água; os movimentos muito rápidos (tempo de terra) – que

devem apenas ser utilizados em movimentos que utilizam pequenas alavancas;

a utilização prolongada dos exercícios acima da cabeça – que conduzem a

uma falsa percepção da intensidade aeróbia; desequilíbrio muscular – utilizar

sempre a mesma direcção na marcha, realizar apenas trabalho de força

negligenciando a flexibilidade e as aulas aeróbias que utilizam a flexão da anca

e o movimento de MS para a frente conduzindo a uma postura incorrecta; o

batimento de MI em decúbito ventral com apoio na parede – provoca

hiperextensão das vértebras lombares e/ou cervicais; exercícios que utilizam a

parede como apoio – o apoio prolongado das costas contra a parede pode

constituir uma sobrecarga para as articulações dos ombros, dos pulsos e dos

dedos; o trabalho abdominal versus flexão da anca – a maioria dos exercícios

utilizados trabalham os abdominais apenas como estabilizadores ou

assistentes, ou seja o movimento principal é realizado pelo flexor da anca; a

hiperextensão dos joelhos – o alongamento do quadricipte que comprime a

articulação do joelho, devido a uma flexão exagerada (acima dos 90º) poderá

originar uma lesão – e por fim exercícios que comprometem a integridade da

coluna, como movimentos circulares do pescoço. Para Figueiredo (1996) a

prática de hidroginástica deve ser contra-indicada para indivíduos portadores

de infecções de pele, gastrointestinais, febre tifóide, cólera, poliomielite,

desinteria, doenças renais ou vasculares periféricas, epilepsia, incontinência

urinária ou fecal. À semelhança dos benefícios, também as contra-indicações

apontadas parecem não ser satisfatoriamente fundamentadas por estudos com

suporte científico reconhecido. Consequentemente as contra-indicações

apresentadas parecem ter um carácter muito subjectivo e levantam algumas

dúvidas quanto à sua credibilidade. Por exemplo, não parece fazer muito

Page 62: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

34

sentido que um sujeito com epilepsia deva ser inibido da prática desta

modalidade se não tiver crises na sequência da prática de exercício físico e se

não estiver em fase aguda da doença. Segundo Sanders e Rippe (2001) a

prática exercício aquático é contra-indicado para indivíduos com uma

capacidade respiratória diminuída, infecções da bexiga ou vaginais, HTA ou

hipotensão severa, doenças infecciosas, alergias conhecidas como doenças

infecciosas e feridas abertas pós-operatório.

2.6.1.Aptidão física

Muller et al. (2005) justificam o aumento da prática de actividades

aquáticas apontando-as como a resposta a uma necessidade manifesta do

homem em melhorar a sua aptidão física e assim garantir uma vida com

qualidade. Segundo Maia (2001), em termos genéricos, a aptidão física pode

ser entendida como o ajustamento dos sujeitos ao meio físico e social,

subdividindo-se em duas vertentes, uma associada ao rendimento e outra à

saúde. O mesmo autor refere que a aptidão física associada à saúde é

geralmente definida como a capacidade de realizar tarefas diárias com vigor e

caracterizada por traços de capacidades que estão associados a um baixo

risco de desenvolvimento de doenças hipocinéticas. Entre as capacidades

motoras habitualmente mais avaliadas na vertente da aptidão física associada

à saúde, Maia (2001) salienta a flexibilidade, a força, a resistência

cardiorrespiratória e a composição corporal. Maia (1999) refere que existem

dois tipos de avaliação da aptidão física associada à saúde, uma referenciada

à norma utilizada para classificar os indivíduos em relação aos pares e outra

referenciada ao critério utilizada para identificar o estado ou nível em relação a

um critério anteriormente estabelecido, considerado fundamental para

expressar um estado de saúde.

Investigações realizadas por vários autores sobre as respostas do

organismo aos exercícios aquáticos comprovam uma melhoria das diferentes

componentes da aptidão física associada à saúde, como a força (Alves, 2001;

Cardoso et al., 2004; Kruel et al., 2005; Muller et al., 2002; Puhlmann et al.,

2002; Takeshima et al., 2002), a flexibilidade (Alves, 2001; Hanai et al., 2006;

Page 63: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

35

Vicentin et al., 2006), a composição corporal (Gubiani et al., 2001; Melo &

Giovani, 2004; Pereira, 1999; Takeshima et al., 2002) e a aptidão

cardiorrespiratória (Alves, 2001; Bedford et al., 1996; Kaneda et al., 2008;

Pariser et al., 2006; Pereira, 1999; Takeshima et al., 2002; Taunton et al.,

1996). Outros autores relatam também a ausência de melhorias significativas

em algumas componentes como a força (Fontes, 2004; Taunton et al., 1996) a

flexibilidade (Taunton et al., 1996) e a composição corporal (Taunton et al.,

1996).

2.6.1.1. Desenvolvimento da capacidade aeróbia

O desenvolvimento da capacidade aeróbia, componente da aptidão física

associada à saúde, tem sido indicado não só para atletas, cujas modalidades a

solicitam (Santos, 2002b), mas também para a população em geral. Os

resultados das investigações sobre exercício e saúde têm-se traduzido em

recomendações específicas para as diferentes populações. Assim, segundo

Haskell et al. (2007) para o desenvolvimento da capacidade aeróbia em

indivíduos saudáveis com idades compreendidos entre os 18 e os 65 anos é

recomendável uma prática de intensidade moderada, com a duração mínima

30 min, 5 vezes por semana ou uma actividade de intensidade vigorosa com

uma duração mínima de 20 min, 3 vezes por semana. Alguns autores referem

que as actividades de intensidade vigorosa, comparativamente com as de

intensidade moderada possuem mais benefícios na redução de doenças

cardiovasculares e na mortalidade prematura (Lee et al., 1995; Slattery et al.,

1989; Swain & Franklin, 2006). Outros autores, porém, referem que o risco de

ocorrência de acidentes cardiovasculares ou enfartes do miocárdio é muito

reduzido, em adultos saudáveis, durante actividades de intensidade moderada

(Vuori, 1986; Whang et al., 2006). Neste sentido, alguns autores têm

demonstrado que o risco de complicações cardiovasculares aumenta durante

esforços físicos vigorosos em pessoas sedentárias e com doenças arteriais

coronárias latentes ou conhecidas (AHA & ACSM, 2007).

Page 64: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

36

Segundo Balady et al. (1998), o esforço físico moderadamente extenuante

( ≥ 94% da FCmax) poderá desencadear situações de isquemia cardíaca,

especialmente em indivíduos que não realizam uma prática física regular.

As recomendações do ACSM para sujeitos clinicamente saudáveis, em

2006, apontam para actividades que promovam esforços cardíacos entre os

70% e os 94% da FCmax.

O desenvolvimento da capacidade aeróbia pode ser realizado recorrendo

a diferentes metodologias (AEA, 2001). Estas metodologias são o treino

contínuo (Figura 1), em intervalo (Figura 2) e em circuito (AEA, 2001; Tavares

& Marques, 2003). O treino contínuo refere-se à manutenção relativamente

constante da intensidade de uma série de exercícios durante um determinado

período de tempo (AEA, 2001) e é utilizado em actividades como caminhadas,

jogging, aeróbica, step e hidroginástica (Tavares & Marques, 2003). O treino

intervalado, sobretudo popular entre os atletas, caracteriza-se pela alternância

de esforços fortes com intervalos de recuperação, classificados como treinos

muito intensos para o sistema cardiovascular (AEA, 2001; Tavares & Marques,

2003). O treino em circuito é geralmente realizado por estações que podem ser

constituídas por exercícios unicamente aeróbios, de força ou resistência

muscular, ou a combinação de ambas (AEA, 2001).

Figura 1. Representação gráfica do treino aeróbio contínuo (AEA, 2001).

85%

Frequência cardíaca de

reserva

50%

Descanso Tempo Fim da sessão

Page 65: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

37

Figura 2. Representação gráfica do treino aeróbio intervalado (AEA, 2001).

2.6.1.2. Desenvolvimento da capacidade anaeróbia

O desenvolvimento da capacidade anaeróbia, ao contrário da capacidade

aeróbia, tem sido descrito, aparentemente, apenas para o desporto de alto

rendimento (natação, remo, atletismo, futebol, etc.). Na natação, várias

propostas têm sido apresentadas para elaboração de séries de treino da

potência anaeróbia láctica e aláctica (Maglischo, 1986; Olbrecht & Mader,

2006; Troup & Trappe, 1994; Vilas-Boas, 2000). No atletismo, Colaço (2002)

refere que as competições de velocidade (sobretudo na de 400 m) e as provas

de meio-fundo curto possuem uma grande dependência do sistema anaeróbio

láctico, o responsável pela obtenção de boas marcas nas referidas distâncias.

De acordo com Medbo e Burgers (1990), a capacidade de rendimento dos

atletas não está apenas dependente de reservas energéticas e mecanismos de

compensação metabólica, mas também da sua capacidade de produzir e

tolerar grandes concentrações de La-. Nesta medida, a planificação do

treinador assume-se como uma tarefa difícil, assim como a avaliação da

capacidade anaeróbia como indicador do sucesso do treino (Colaço, 2002). Em

consequência, muitos estudos têm sido desenvolvidos nesta área (Housh et al.,

1992; Nummela et al., 1996; Vuorimaa et al., 1996). Nas actividades que

objectivam a saúde, como a hidroginástica, o desenvolvimento da capacidade

anaeróbia não parece ser contemplado. A este respeito Barbosa et al. (2007)

referem mesmo que solicitação de vias metabólicas anaeróbias, em

hidroginástica, terá um contributo percentual muito reduzido. Os mesmos

Treino intervalado aeróbio

Calma Aquecimento

LIMIAR ANAERÓBIO

Descanso Tempo em minutos Fim da sessão

Page 66: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

38

autores sublinham, ainda, que este é um facto desejável para uma actividade

marcadamente aeróbia, no âmbito da prevenção primária da saúde. No

entanto, não raras vezes estas aulas apresentam uma estrutura de trabalho em

pirâmide, indicado pela AEA (2001) como um possível estilo coreográfico.

Segundo Tavares (2003a), o treino em pirâmide, na musculação, é uma

metodologia de desenvolvimento da força muscular que pode ter um sentido

ascendente ou descendente. Numa pirâmide ascendente, ao longo das séries a

carga aumenta e o número de repetições diminui, podendo ser realizada até

uma repetição máxima. O mesmo parece acontecer com trabalho em pirâmide

ascendente na hidroginástica na medida em que, partimos de um grupo de

exercícios com uma intensidade baixa e um tempo de exercitação maior e ao

longo da pirâmide vamos aumentando o nível de intensidade e reduzindo o

tempo de exercitação. No final, desta pirâmide os sujeitos poderão alcançar o

nível 20 da escala de percepção subjectiva de esforço (EPSE) de Borg. Um

esforço com esta intensidade e duração conduzirá, provavelmente, a uma

maior solicitação do metabolismo anaeróbio para a ressíntese do ATP. No

trabalho intervalado realizado nas aulas de hidroginástica é também descrita

uma maior solicitação do metabolismo anaeróbio. Segundo a AEA (2001) o

trabalho intervalado baseia-se na alternância de ciclos de baixa e alta

intensidade. No caso dos alunos avançados é referida a possibilidade de

trabalhar aerobiamente durante ciclos de curta duração.

2.7. Controlo e avaliação na hidroginástica

2.7.1. Controlo da intensidade

A actividade física, quando devidamente estruturada, conduz a alterações

anatómicas, fisiológicas, bioquímicas e psicológicas (Tavares, 2003b) . Com

efeito, no momento da prescrição do exercício existe um conjunto de

componentes a serem consideradas como o volume, a duração, a frequência, a

densidade, o modo, a progressão e a intensidade do exercício (ACSM, 2006),

que devem ser combinadas e aplicadas de acordo com as características e

necessidades dos praticantes. Entre as referidas componentes, a intensidade

tem sido apontada como a mais importante para a prescrição do exercício

Page 67: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

39

(Evans, 1999; Fletcher et al., 1996). Segundo Tavares (2003b), a intensidade é

uma variável qualitativa que expressa a exigência com que um exercício ou

série de exercícios são executados em relação ao máximo de possibilidades do

praticante nesse exercício. As directrizes do ACSM (2006), como anteriormente

mencionado, recomendam a utilização de intensidades de exercício entre 70%

a 94% da FCmax.

A mensuração da intensidade do esforço pode ser realizada de diferentes

formas, de acordo com a tipologia dos exercícios, utilizando-se, para tal,

diversos indicadores fisiológicos. Entre os métodos de quantificação da

intensidade do exercício encontramos a monitorização da FC e VO2, a

aplicação da EPSE e lactatemia (La) (Benelli et al., 2004; Graef & Kruel, 2006;

Tavares, 2003b; Wilmore & Costill, 2001).

Quando estabelecemos uma comparação entre os exercícios realizados

em terra e na água podemos perceber uma diferenciação das respostas

fisiológicas (VO2, FC, La-) para os dois meios (Nakanishi et al., 1999;

Svedenhag & Seger, 1992). Esta diferença deverá ser considerada no

momento do planeamento da aula, repercutindo-se na determinação da

intensidade do esforço. Desta forma, o controlo da intensidade de esforço

realizado apenas a partir de simples extrapolações dos indicadores fisiológicos

obtidos em terra deverá ser evitado, pois conduzirá a erros grosseiros em

termos da prescrição do exercício aquático (AEA, 2001).

Entre os métodos referidos para a avaliação da intensidade de esforço a

FC e a EPSE apresentam-se como os mais utilizados pelos profissionais que

prescrevem exercício aquático. Alguns dos motivos apontados para este facto

são o baixo custo e facilidade de aplicação (AEA, 2001; Graef & Kruel, 2006;

Tavares, 2003b) em comparação com outros indicadores, como por exemplo o

La- sanguíneo e o VO2 (Svedenhag & Seger, 1992; Town & Bradley, 1991).

2.7.1.1. Escala de Borg

A individualização da prescrição do exercício é realizada, muitas vezes,

com o auxílio da EPSE de Borg. Em primeiro lugar, com o objectivo definir as

zonas alvo de trabalho e, em segundo lugar com o objectivo de regular ou

Page 68: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

40

manter a intensidade estabelecida para uma dada sessão de exercícios

(Robertson et al., 1998). A percepção subjectiva de esforço é uma das

variáveis psico-fisiológicas mais avaliadas nas actividades aquáticas,

especialmente em hidroginástica (Barker et al., 2003; Melton-Rogers et al.,

1996; Shono et al., 2001)

Quando Borg, em 1940, inicia o seu estudo na psicológica, lança a ideia

de utilizar o sistema sensitivo do Homem como instrumento para a mensuração

dos sintomas somáticos, algo até ai inexistente, assim como as teorias,

métodos e aplicações da classificação progressiva que então criou. O conceito

de esforço percebido foi apenas introduzido na década de 50, surgindo, pela

primeira vez, nos estudos piloto realizados por Borg e Dahlstrom em 1958.

(Borg, 2000). Desde então a EPSE tem sido aplicada a diferentes populações e

tipos de exercícios (Taylor & Maclaren, 1998). Inicialmente as EPSE foram

criadas com o objectivo de establecer relações entre a percepção subjectiva de

esforço e os dados objectivos da carga externa, ou de stress fisiológico (Borg,

1982), considerando-se que esta percepção resulta da integração de sinais

aferentes (periféricos e centrais) provenientes dos músculos esqueléticos e do

sistema cardiorrespiratório (Borg, 2000). Segundo Robertson et al. (1986) a

percepção de esforço físico é definida como a intensidade de esforço e ou

desconforto sentido durante o exercício por cada sujeito. Para Borg (2000), o

conceito de esforço percebido refere-se ao trabalho muscular que envolve uma

tensão relativamente grande sobre os sistemas músculo-esquelético,

cardiovascular e respiratório estando, assim, intimamente associado ao

conceito de intensidade do exercício. Este autor sublinha ainda que a

percepção do esforço está dependente de vários factores, em interacção, como

sintomas somáticos, emocionais, indícios sensoriais, avaliações de

comportamento etc. A primeira EPSE criada, foi uma escala de classificação

constituída por 7 índices ligados a expressões verbais simples (1- muito muito

leve até 7 - muito muito intenso). Nos estudos de validação da escala foram

encontradas fortes correlações entre os referidos índices e os valores da FC

(Borg, 2000). Todavia, os investigadores entenderam que o número de índices

era muito reduzido para a classificação da intensidade pelo que propuseram

uma escala com 21 índices, utilizada durante vários anos na década de 60.

Page 69: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

41

Apesar de possuir um maior número de índices, esta escala, não possuía uma

relação linear com os índices e a intensidade do exercício. Atendendo a este

facto Borg criou uma nova escala (Figura 3) relacionada com a intensidade do

trabalho e com os valores da FC.

Figura 3. EPSE escalonada de 6 a 20, proposta por Borg na Suécia em 1966 (Borg, 2000).

Segundo Williams et al. (1994) multiplicando os valores de cada índice

por uma constante 10, obteremos valores aproximados da FC para um

determinado esforço, ou seja os valores da escalda de 6 a 20 “correspondem”

à variação da FC de 60 a 200 bpm. O número 6 foi escolhido como o ponto de

partida por ser considerado o valor mais baixo da FC em adultos (Borg, 2000).

Segundo Russell (1997), apesar de terem sido encontradas correlações

elevadas entre os índices da escala e a FC, a sua relação é pouco clara,

atendendo à diversidade de factores que condicionam a FC, como a idade, o

tipo de exercício, a temperatura, a ingestão medicamentosa e a ansiedade.

Num estudo realizado, em hidroginástica, por Neves e Doimo (2007) a relação

entre FC e EPSE foi apenas verificada durante os primeiros 30 min de aula. De

facto, sabe-se que a FC, enquanto indicador da intensidade de esforço, parece

estar limitada pela sua sensibilidade aos factores anteriormente descritos,

assim como a EPSE, uma vez que construção desta escala tem como

6 7 Muito, Muito leve 8 9 Muito leve 10 11 Razoavelmente leve 12 13 Um pouco intenso 14 15 Intenso 16 17 Muito intenso 18 19 Muito, Muito intenso 20

Page 70: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

42

referência a FC. Apesar das limitações apontadas à FC, estes continuam a ser

os indicadores de intensidade do esforço mais facilmente aplicados, tal vez por

isso a sua utilização continue a ser muito frequente em estudos na área da

hidroginástica. Além da FC, tem sido investigada a relação da EPSE de Borg

com outros indicadores fisiológicos, como por exemplo a La, tendo sido

observada forte correlação entre ambas (Li, 2005; Satchidanand et al., 2007;

Steed et al., 1994; Taylor & Maclaren, 1998). Vários estudos têm demonstrado

esta forte relação entre a EPSE e a resposta láctica ao exercício, não

parecendo esta relação ser afectada pelo género, nível de treino, tipo de

exercício, especificidade do treino ou intensidade (Boutcher et al., 1989;

Demello et al., 1987; Hetzler et al., 1991; Seip et al., 1991; Steed et al., 1994).

Boutcher et al. (1989) procuraram investigar os efeitos da especificidade do

treino na relação da EPSE com as concentrações de La-, não tendo sido

observadas diferenças entre os valores de La- e os índices indicados na escala.

Seip et al. (1991) estudaram a relação entre o nível de treino, a resposta láctica

ao exercício e a EPSE, tendo concluído que, independentemente do nível de

treino as concentrações de La- estavam associadas aos valores da escala.

Outro estudo, realizado por Hetzler et al. (1991), procurou analisar os efeitos do

tipo de exercício na relação entre a EPSE e as concentrações de La-, tendo-se

observado que o tipo de exercício não afecta a relação entre a EPSE e as

concentrações de La-. Também Haskvitz et al. (1992) realizaram pesquisas

nesta área com o intuito de perceber os efeitos da intensidade do treino na

relação entre a EPSE e o La-. Estes autores à semelhança dos anteriores,

concluíram que apesar de existirem diferenças entre as várias intensidades e

os valores de La- obtidos, não foram encontradas diferenças entre grupos para

os valores de La- em determinados índices da escala. À semelhança da FC foi

também evidenciada, ainda que de forma indirecta, uma boa relação de

correspondência entre o VO2 e a EPSE, num estudo desenvolvido por Gearhart

(2008).

No sentido de melhorar a precisão das expressões verbais em meados

da década de 80, Borg introduz algumas alterações à escala anteriormente

apresentada (Figura 4). Foi introduzido no índice 6 a designação “sem nenhum

esforço”, foi substituído o termo “muito muito intenso” por “extremamente

Page 71: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

43

intenso” e o termo “razoavelmente leve” pelo “leve”. Ao índice 20 foi atribuída a

expressão verbal de “máximo esforço”. Este último patamar refere-se a um

género de “máximo absoluto”, uma intensidade que a maioria das pessoas

jamais terá atingido. No fundo, este índice constitui um patamar hipotético.

Deste modo, de acordo com a definição e instruções fornecidas, o 19 deve ser

o índice mais elevado que o indivíduo experimenta (Borg, 2000).

Figura 4. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg, com 15 índices de esforço percebido

(Borg, 2000).

Williams et al. (1994) referem, que a EPSE de Borg de 6 a 20 foi

desenhada para indivíduos do sexo masculino e de meia-idade, pelo que

propuseram a elaboração de uma nova escala que consideraram mais

apropriada para as crianças. Esta escala, que pode ser observada na Figura 5,

foi denominada Escala de Percepção Subjectiva de Esforço para Crianças.

6 Sem nenhum esforço 7 Extremamente leve 8 9 Muito leve 10 11 Leve 12 13 Um pouco intenso 14 15 Intenso (pesado) 16 17 Muito intenso 18 19 Extremamente intenso

20 Máximo esforço Gunar Borg, 1970, 1985,

1998

Page 72: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

44

Figura 5. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço para Crianças (Williams et al. 1994)

Para além das referidas escalas, Borg, elaborou ainda a designada Escala

de Categoria-Relação (Figura 6), constituída por 10 índices Borg (citado por

Russel, 1997).

Figura 6. Escala de Categoria-Relação, com 10 índices (Robertson et al., 1998)

Borg (citado por Williams et al., 1994) refere que a EPSE de 6 a 20 é a

mais utilizada e a mais conhecida de todas. Independentemente da escala

seleccionada, importa sublinhar a sensibilidade deste método de avaliação,

uma vez que os avaliados, por várias razões (como, por exemplo, alterações

emocionais) poderão fornecer informações inválidas. Para evitar interferências

externas que coloquem em causa a fiabilidade do método, é fundamental

respeitar as regras estabelecidas para a sua aplicação. Em primeiro lugar, o

1 Muito, muito fácil 2 Muito fácil 3 Fácil 4 Algum esforço

5 Inicio do Forte 6 Um pouco mais Forte 7 Forte

8 Muito Forte 9 Muito, muito forte

10 Tão forte que vou parar

0 Absolutamente nada “Nehuma intensidade” 0,5 Extremamente fraca Apenas perceptível 1 Muito fraca 2 Fraca Leve 3 Modera 4 5 Forte Pesada 6 7 Muito forte 8 9 10 Extremamente forte “mais intensa” • Máximo A mais alta possível

Page 73: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

45

avaliado deverá ser informado sobre o porquê da sua aplicação, quando e

como decorrerá. As informações dadas sobre o funcionamento da escala

devem ser simples, claras e de fácil interpretação (Borg, 2000). Podem ser

utilizados dois protocolos para a EPSE, o protocolo de resposta e o protocolo

de reprodução. No primeiro o investigador coloca o sujeito perante vários

exercícios e pede para que este atribuía um índice da escala ao esforço

percebido. No segundo protocolo o investigador propõe um dado índice da

escala e o sujeito ajusta o exercício para atingir a intensidade proposta

(Russell, 1997).

Um estudo desenvolvido por Robertson et al. (1996) procurou verificar a

validade da EPSE de Borg (6 a 20) na exercitação em ergómetro de MS e MI

em meio aquático. Após a sua concretização os autores concluíram que a

escala de EPSE de Borg (6 a 20) é válida para medir a percepção de esforço

nos referidos exercícios realizados no meio aquático. Na revisão de literatura

realizada verificamos que esta escala tem sido frequentemente utilizada em

exercícios aquáticos para avaliação da intensidade de esforço (Barbosa et al.,

2007; Costa et al., 2008; Dowzer et al., 1999; Finkelstein et al., 2006; Graef &

Kruel, 2006; Grebe, 1994; Heithold & Glass, 2002; Nakanishi et al., 1999;

Neves & Doimo, 2007; Nunes, 2003; Rutledge et al., 2007; Scartoni et al.,

1998; Shono et al., 2000; Silva et al., 2007; Silvers et al., 2007; Svedenhag &

Seger, 1992) . De acordo com o ACSM (2000) para sujeitos jovens e

clinicamente saudáveis, durante um programa de actividade física orientada

para a saúde, a percepção subjectiva de esforço deve variar entre os 14 e os

16 valores.

2.7.1.2. Frequência cardíaca

A FC pode ser definida como o número de contracções ventriculares do

coração por minuto (ACSM, 2005; Astrand & Rodahl, 1987). A sua medição

poderá ser realizada por diferentes técnicas, que incluem a palpação arterial, a

auscultação com estetoscópio, a realização de electrocardiogramas e ainda a

medição por sistemas de telemetria, ou seja, por cardiofrequêncimetros

(ACSM, 1998, 2005, 2006; Astrand & Rodahl, 1987; Magel, 1970). Como

Page 74: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

46

referimos anteriormente, numa aula podem ser utilizados vários indicadores

fisiológicos para avaliar a intensidade do esforço. A FC surge como um dos

indicadores mais utilizados e mais descritos, facto que poderá ser justificado

pela facilidade e reduzido custo da sua medição, comparativamente com outros

métodos (Barbosa et al., 2007; Graef & Kruel, 2006). A sua relação directa com

a intensidade do exercício tem sido descrita por inúmeros autores (Gastin,

1994; Holmer & Bergh, 1974; Wilmore & Costill, 2001). Segundo o ACSM

(2006), a FC tem sido utilizada como um indicador da intensidade do exercício

devido à sua relativa relação de linearidade com VO2max. Esta relação foi

observada por Bell e Bassey (1994), num estudo realizado, com dez mulheres,

em diferentes estilos de dança e num teste de step. Outro estudo desenvolvido

Berry et al. (1992), comparou a dança aeróbica e a corrida em tapete rolante,

tendo sido observada uma relação de linearidade entre a FC e VO2max.

Segundo Thomsen e Ballor (1991) a referida linearidade é comprometida para

valores de FC superiores a 90% da FCmax. Relativamente ao exercício

aquático, McArdel et al. (1971) referem a existência de uma relação de

linearidade entre FC e VO2max em água, á semelhança do que acontece em

terra. Em estudos realizados Sheldahl et al. (1984) concluíram que, em

repouso, a relação entre VO2 e FC é semelhante na água e em terra. Eckerson

e Anderson (1992), realizaram um estudo com 60 mulheres, comparando a FC

e o VO2max obtido em exercício aquático aeróbio e um teste incremental em

tapete rolante. Os resultados deste estudo demonstram a inexistência de uma

relação de linearidade entre a FC e o VO2max. Segundo Gastin (1994) a

relação de linearidade da FC com a intensidade do exercício só é mantida para

esforços, com uma intensidade compreendida entre 45-90% do esforço

máximo.

Actualmente, a utilização da FC enquanto indicador de intensidade de

esforço, parece estar limitada pela sua sensibilidade a factores como a idade, a

posição corporal, o nível de aptidão cardiorrespiratória, os estados emocionais

e as influências ambientais (Kruel, 1994). Em termos ambientais, sabe-se que

o sistema cardiorrespiratório reage de forma diferenciada em situação de

imersão, de repouso ou exercício resultado da especificidade das propriedades

físicas da água, como por exemplo a força hidrostática (Avellini et al., 1983;

Page 75: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

47

Barbosa & Queirós, 2005; Kruel, 2000; Reilly et al., 2003), de tal modo que a

imersão de seres humanos constitui uma área de estudo da fisiologia

cardiovascular (Begin et al., 1976; Epstein et al., 1976). Entre as alterações

sofridas pelo sistema cardiovascular aquando da imersão, a FC tem sido alvo

de varias pesquisas, existindo alguma controvérsia nos resultados encontrados

por diferentes autores. Enquanto alguns estudos relatam a existência de uma

diminuição da FC em imersão, também denominada bradicardia reflexa de

mergulho (Epstein et al., 1976; Heigenhauser et al., 1977; Holmer & Bergh,

1974; Irving, 1963; Kruel, 2000; L. F. M. Kruel et al., 2002; Magel & Faulkner,

1967; McArdle et al., 1971; Olsen et al., 1962; Scholander et al., 1962;

Svedenhag & Seger, 1992; Town & Bradley, 1991) outros estudos relatam

valores de FC superiores em imersão, denominada taquicardia, (Denison et al.,

1972; Johnson et al., 1977; Kenny et al., 1996) ou nenhuma alteração (Begin et

al., 1976). Apesar das diferenças nas conclusões dos diferentes autores, a

maioria dos estudos parece tender para a existência de uma bradicardia reflexa

de mergulho. Este efeito é explicado pelo aumento do volume sanguíneo

central, devido a um aumento do retorno venoso (dos MI para a região central),

induzido pela acção da pressão hidrostática sobre as regiões do corpo imerso

(Avellini et al., 1983; Barbosa & Queirós, 2005; Kruel, 2000; Reilly et al., 2003)

e pela vasoconstrição periférica decorrente da reduzida temperatura da água

(McArdle et al., 1976). Com o aumento do volume plasmático central, ocorre

um aumento do débito cardíaco (DC) que, por sua vez leva, à estimulação dos

baroreceptores que determinam uma diminuição das resistências periféricas e

consequentemente uma diminuição da FC (Watenpaugh et al., 2000). Em

alguns estudos onde foi verificada uma redução da FC em imersão (Holmer,

Lundin et al., 1974; Holmer, Stein et al., 1974; Kruel, 2000; Magel & Faulkner,

1967; McArdle et al., 1971; Ritchie & Hopkins, 1991), foram observadas

diferentes magnitudes desta redução em exercício (Quadro 3), a diferentes

profundidades (Quadro 4) e a diferentes temperaturas da água (Quadro 5).

Page 76: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

48

Quadro 3. Quadro sinóptico da diminuição da frequência cardíaca (FC) durante a imersão, em exercício. Autor e Ano Área de estudo

McArdel et al. (1971)

FC média inferior 9 a 13 bpm na natação comparativamente com a caminhada em tapete rolante FCmax inferior 22 bpm na natação comparativamente com a caminhada em tapete rolante

Dixon e Faulkner (1971)

FCmax inferior 12 bpm para atletas e 22 bpm para não atletas, no nado amarrado comparativamente com a corrida em tapete rolante

Holmer et al. (1974)

FCmax inferior 15 bpm num teste de esforço máximo na natação em piscina de fluxo (swimming flume) comparativamente com um teste de esforço máximo de corrida em tapete rolante

Holmer et al. (1974)

FC inferior a 12 bpm em testes submáximos e máximos na natação em piscina de fluxo (swimming flume) comparativamente com testes submáximos e máximos realizados na corrida em tapete rolante

Ritchie e Hopkins (1991)

FC media inferior 17 bpm durante a corrida em águas profundas comparativamente com a corrida em tapete rolante

Kruel (2000)

FC inferior 9 a 25 bpm para os exercícios de hidroginástica com imersão até à cicatriz umbilical e ombro comparativamente com os mesmos exercícios realizados fora de água

Quadro 4. Relação entre o nível de imersão corporal e a diminuição da frequência cardíaca (FC, bpm) relativamente à condição fora de água.

Pescoço Ombro com membros superiores fora de água Ombro Apêndice

xifóide Cicatriz umbilical Anca Joelho

Kruel (1994)

16 12 17 16 13 9 2

Coertijens et al. (2000) 13 13 13 13 11 8 0

Kruel et al. (2002)

14 13 13 14 11 8 1

Page 77: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

49

Quadro 5. Relação entre a temperatura da água (ºC) e o decréscimo da frequência cardíaca (FC, bpm).

Autor e ano Área de estudo Temperatura de água Diminuição da FC

Holmer e Bergh (1974) Natação De 34 para 26 De 26 para 18 De 34 para 18

7 8

15

McArdel et al. (1976) Cicloergômetro De 33 para 25 De 25 para 18 De 33 para 18

10 5

15

McMurray e Horvath (1979) Cicloergômetro

De 35 para 30 De 30 para 25 De 25 para 20 De 35 para 20 De 30 para 20

6 11 2

19 13

2.8. Avaliação cardiorrespiratória

Do ponto de vista da fisiologia, todas as actividades físicas com duração

superior a 2 min estão dependentes da presença de oxigénio (O2) no músculo

activo, uma vez que a produção de energia é maioritariamente assegurada pela

mitocôndria. Deste modo, a capacidade de transporte de O2 para o músculo

activo e a sua extracção nesse tecido, constituem-se como factores limitativos

do sistema oxidativo (Brooks et al., 2000). De acordo com Santos (2002a), a

capacidade humana para desenvolver esforços prolongados esta directamente

relacionada com a potência do metabolismo oxidativo, cujo conceito chave é o

VO2max. Vários autores têm defendido a utilização do VO2max, como o melhor

indicador da capacidade cardiorrespiratória de um sujeito (ACSM, 2005; Brooks

et al., 2000; Shephard, 1987; Taylor et al., 1955; Wilmore & Costill, 2001). Para

Ekblom (1986), o VO2max corresponde ao mais alto pico de consumo de

oxigénio que um sujeito pode obter durante um exercício dinâmico, solicitando

grandes massas musculares, durante alguns minutos, em condições normais

ao nível do mar. Santos (2002a) define o VO2max, como a taxa máxima de

captação e utilização do O2 durante um exercício, que se prolongue mais ou

menos no tempo. De acordo com o mesmo autor, o VO2max está directamente

relacionado com o DC, que é, por sua vez, função do volume sistólico (VS) e

da FC, e com a diferença artério-venosa (a - v O2max) [VO2max = DC x (a - v)

O2max]. Quando comparamos as definições apresentadas sobre VO2max e a

proposta pelo ACSM (2006) e por Marques (2003) para a capacidade

cardiorrespiratória parecem existir semelhanças entre ambas. Segundo o

Page 78: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

50

ACSM (2006) e Marques (2003), a capacidade cardiorrespiratória pode ser

definida como a capacidade de realizar exercício, dinâmico, de intensidade

moderada, com a solicitação de grandes massas musculares, durante um

período de tempo prolongado. A capacidade cardiorrespiratória é,

simultaneamente, uma componente da aptidão física associada à saúde e ao

rendimento, como tal parece fazer sentido que a sua avaliação seja feita tanto

para exercícios que visam a saúde como para aqueles que objectivam a

performance. Pois, em ambos os casos será permitida uma prescrição mais

precisa e individualizada do exercício (Shephard, 1987). Brooks et al. (2000)

referem que o VO2max representa, não só um importante parâmetro do

metabolismo aeróbio, mas também uma boa medida da aptidão física na

sociedade contemporânea, na qual as doenças cardiovasculares constituem a

maior ameaça a saúde dos indivíduos. A este respeito o ACSM (2005)

apresenta três razões que justificam a avaliação da capacidade

cardiorrespiratória, nomeadamente a sua importância na prescrição e

programação do exercícios, na motivação induzida aos praticantes através dos

feedbacks acerca do seu estado inicial e evolução e ainda na prevenção de

eventuais problemas de saúde (e.g. doenças cardiovasculares).

A estimação do VO2max poderá ser realizada de forma directa ou

indirecta. A avaliação directa do VO2max é realizada através de ergómetros

variados e espirómetros com sensores electrónicos de gases determinando,

em intervalos regulares, os volumes ventilatórios, O2 consumido e o dióxido de

carbono (CO2) produzido, entre outros factores dependentes destes

parâmetros respiratórios. Esta avaliação é processada em ambiente

laboratorial, solicitando, como tal, a presença de profissionais especializados

(Brooks et al., 2000). Os resultados obtidos podem ser analisados em termos

qualitativos, com base em tabelas de valores normativos de VO2max para as

diferentes idades. No entanto, atendendo ao elevado custo e dificuldade de

aplicação, da ergoespirometria, os testes indirectos são, habitualmente, mais

utilizados (Brooks et al., 2000; Fletcher et al., 1996; Powers & Howley, 2007;

Rondon et al., 1998; Wilmore & Costill, 2001).

Page 79: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

51

2.9. Avaliação da capacidade anaeróbia

De uma forma geral, a investigação com vista à melhoria da saúde e

aptidão física revela uma orientação tendencial para a avaliação da capacidade

aeróbia. Segundo Ribeiro (2007), o principal motivo para a escassez de

estudos sobre a resposta a esforços de natureza anaeróbia parece dever-se à

natureza invasiva das metodologias mais directas (ressonância magnética

nuclear e análises histoquímicas e bioquímicas de amostras musculares

recolhidas por biopsia) e à dificuldade de validação das metodologias

indirectas, sejam elas laboratoriais ou de terreno. A mesma autora refere que

estas avaliações tornam-se ainda mais difíceis no meio aquático, devido às

suas características específicas e à necessidade de adaptação de

equipamentos e instrumentos desenvolvidos para aplicação em seco e em

situações laboratoriais. Entre os problemas apontados à avaliação da

capacidade anaeróbia Inbar e Bar-Or (1986) relatam a falta de critérios

aceitáveis que permitam definir o que constituem os vários tipos de habilidade

anaeróbia e as diferenças existentes entre os vários instrumentos de medida,

tornando mais difícil a comparação de resultados. Medbo e Tabata (1989)

acrescentam ainda as dificuldades relacionadas com a forte participação

aeróbia em esforços intensos, que pode atingir até 70% ou 80% em esforços

contínuos de 2 min de duração ou em esforços repetidos. A descrição dos

principais métodos directos e indirectos de medição da capacidade anaeróbia

tem sido realizada por vários autores (Green, 1995; Malina et al., 2004;

Rowland, 1996; Van Praagh & Dore, 2002). Entre os métodos mais directos,

anteriormente referidos, a biopsia muscular e a ressonância têm sido utilizadas

em estudos sobre a capacidade anaeróbia em vários escalões etários, não só

em desportistas mas também em sedentários (Bell et al., 1980; Hancock et al.,

2005; Inbar et al., 1983; Jacobs et al., 1982; Miller et al., 1988; Zanconato et al.,

1993). Os marcadores utilizados para a avaliação da capacidade anaeróbia

habitualmente mensurados são os substratos deplecionados e os produtos

intermédios ou finais das cadeias metabólica, enzimas alostéricas e o equilibrio

àcido-base do meio ambiente intra-celular (Ribeiro, 2007). Segundo Shephard

(1987) a capacidade anaeróbia pode ser determinada pela acumulação dentro

do músculo activo de uma metabolito denominado La-. A produção de La-

Page 80: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

52

resulta da degradação de um substrato energético, a glicose, em hipoxia, daí

que as suas concentrações máximas pós-exercício sejam utilizadas como

indicadores da participação do metabolismo anaeróbio na produção de energia

para a contracção. No entanto, importa sublinhar que, as concentrações de La-

sanguíneo medidas não são apenas o reflexo da sua produção no músculo,

mas o resultado de três processos, a produção de La- no músculo, o seu

transporte para a corrente sanguínea e a sua remoção sanguínea ou clearence

(Weltman, 1995). Assim, o La- pode ser entendido, apenas, como uma medida

parcial da quantidade de trabalho anaeróbio realizado, podendo ainda ser

afectado por factores que contribuem para a desvalorização da informação

dada por este metabolito. Entre os diversos factores mencionados, podemos

destacar a dieta alimentar (consumo de café e hidratos de carbono), factores

ambientais (temperatura, altitude) e o nível de treino (Weltman, 1995). Ribeiro

(2007) refere ainda que o La- é uma medida global, ou seja, não existe uma

distinção entre a produção realizada nas diferentes partes do corpo, mas

apenas o seu somatório. Esta informação diferenciada sobre a produção de La-

poderá ser importante, sobretudo em modalidades onde a fadiga localizada é

permanente.

Apesar de todas as limitações apresentadas relativamente à utilização do

La- como indicador, ele constitui o metabolito resultante do metabolismo

anaeróbio, mais facilmente doseável. E tal vez por esse motivo, muito dos

estudos, até hoje, continuem a utilizá-lo com esta função.

2.9.1. Avaliação da capacidade anaeróbia em praticantes de hidroginástica

Nos anos 90 as guidelines sobre a actividade física atribuíram maior

relevo às actividades de intensidade moderada, em detrimento das actividades

vigorosas (Pate et al., 1995). Estudos mais recentes têm demonstrado a

importância das actividades vigorosas na redução incidência de acidentes

cardiovasculares (Manson et al., 2002) assim como redução do índice de

mortalidade (Lee & Paffenbarger Jr., 2000). O'Donovan et al. num estudo,

realizado em 2005, demonstram que o exercício de intensidade elevada parece

ser mais eficaz no desenvolvimento da capacidade cardiorrespiratória do que o

Page 81: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

53

exercício moderado, para o mesmo custo energético. Todos os autores

anteriormente referidos apresentaram dados que justificam a possibilidade e a

importância da prática de exercícios vigorosos. Todavia, é necessário algum

cuidado na interpretação do termo vigoroso, pois por vezes é utilizado para

definir um esforço aeróbio de intensidade elevada e não um esforço anaeróbio.

De facto, na literatura parece existir um vazio referente ao desenvolvimento e

avaliação da capacidade anaeróbia na área do exercício para a saúde. Por

conseguinte, na investigação realizada em hidroginástica a estimação de

indicadores de desempenho anaeróbio é, de igual forma, escassa.

2.10. Factores de risco associados à pratica da hidroginástica e seu

controlo

Do ponto de vista do exercício em geral, o ACSM (2003) refere alguns

riscos associados à prática de exercício vigoroso, nomeadamente a ocorrência

de eventos cardiovasculares em pessoas com cardiopatia conhecida ou oculta.

Segundo Thompson (1996), os aumentos bruscos da FC e da tensão arterial

(TA), o espasmo induzido das artérias coronárias em segmentos arteriais

enfermos e o acotovelamento das artérias coronárias epicárdias, induzidos pelo

exercício físico vigoroso, poderão desencadear a ruptura da placa

aterosclerótica vulnerável e oclusão trombótica de um vaso coronário. O

aumento da activação das plaquetas, que poderá desencadear uma trombose

coronária, foi também relatado em indivíduos sedentários que realizam de

forma esporádica exercício de alta intensidade (Kestin et al., 1993). Segundo o

ACSM (2006) o risco da prática de exercício para qualquer população depende

da prevalência de doenças cardiovasculares dos sujeitos.

Neste sentido, a medição da TA e a estimação do duplo produto (DP)

parecem ser dois métodos importantes no controlo da intensidade do exercício

físico e de eventuais riscos associados a sua prática. Segundo o ACSM (2003),

é considerada uma resposta normal ao exercício a elevação progressiva da

tensão sanguínea, tipicamente de 10 ± 2 mmHg por equivalente metabólico,

com um possível platô durante o exercício máximo. Num teste de esforço, o

seu término deverá ocorrer quando os valores de TA sistólica (TAS) forem >

250 mmHg. A ocorrência de uma hipotensão durante o esforço (TAS não sobe

Page 82: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

54

nem desce [> 10 mmHg ]) pode significar isquemia do miocárdio e/ou na

disfunção ventricular esquerda. Quanto à TA diastólica (TAD) a sua resposta

normal ao exercício consiste numa ausência de mudança ou queda. Num teste

de esforço uma TAD > 115 mmHg representa o término do mesmo. Um

aumento da TAD > 15 mmHg durante um teste em tapete rolante poderá

sugerir uma doença arterial coronária grave. Segundo White (1999), a

ocorrência de eventos cardiovasculares como a isquemia miocárdia transitória,

o enfarte agudo do miocárdio parecem estar relacionados com o insuficiente

fornecimento de O2 ao miocárdio, em situações de grande solicitação deste

músculo. O mesmo autor refere, ainda, que o consumo de oxigénio pelo

miocárdio (MVO2) tem uma correlação positiva com o DP.

De acordo com a revisão da literatura realizada e como mencionado sub-

capítulo 2.6. referente aos benefícios da hidroginástica, poucos autores

parecem ter reflectido a cerca dos factores de risco associados à prática desta

actividade. Aparentemente apenas, AEA (2001), Figueiredo (1996) e Sanders e

Rippe (2001) referiram-se a alguns exercícios menos aconselhados e a contra-

indicações para a prática da hidroginástica.

2.10.1.Controlo da tensão arterial

A TA é definida como a força exercida pelo sangue, por unidade de

superfície da parede vascular, traduzindo a interacção do DC com a resistência

periférica sistémica. A TA é expressa pela TAS e pela TAD, enquanto a

primeira se refere à mais alta tensão nas artérias, intimamente associada à

sístole ventricular, a segunda reflecte a menor tensão nas artérias, resultado da

diástole ventricular cardíaca (Powers & Howley, 2007; Wilmore & Costill, 2001).

A TA média (TAM) representa a tensão média exercida pelo sangue, quando

este percorre as artérias, podendo ser calculada através da seguinte equação

matemática: TAM = [0,33 (TAS – TAD)] + TAD. A medição da TA é

fundamental, uma vez que doenças como a HTA são verdadeiros “assassinos

silenciosos”, ou seja, como a HTA é tipicamente assintomática, a maioria dos

indivíduos desconhece a sua existência. Para além disto, esta doença constitui

um dos mais importantes problemas actuais de saúde pública sendo, a doença

Page 83: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

55

cardiovascular mais comum e o factor de risco quantitativamente mais influente

no desenvolvimento da doença coronária e da insuficiência cardíaca (Polónia et

al., 2006). Segundo Chobanian et al.(2003), a HTA constitui a forma mais

prevalente da doença cardiovascular, afectando aproximadamente um bilião de

pessoas em todo o mundo.

Em Portugal a prevalência da HTA na população adulta ultrapassa os

40% e o acidente vascular cerebral, relacionado com a mesma, constitui a

principal causa de morte (Polónia et al., 2006). A avaliação da TA pode ser

realizada de forma indirecta através do método auscultatório, sendo a sua

fiabilidade cerca de 10%, por comparação com a avaliação directa realizada

por introdução de cateter de pressão na artéria (ACSM, 2005). A avaliação

indirecta é realizada com recurso a um esfigmomanómetro e a um estetoscópio

(Figura 7). O esfigmomanómetro é constituído por uma braçadeira e um

manómetro, de mercúrio ou aneróide (ACSM, 2005; Carmona, 2006). Devido à

toxicidade ambiental do mercúrio, os esfigmomanómetros deste tipo têm sido

substituídos por esfigmomanómetros aneróides ou digitais (ACSM, 2005;

Carmona, 2006). Os esfigmomanómetros de mercúrio são utilizados mais em

exercício, enquanto os aneróides são utilizados sobretudo em repouso (ACSM,

2005). Os dois aparelhos estão sujeitos a erros de medição, associados ao

aparelho em si e ao observador. Todavia os esfigmomanómetros de mercúrio,

comparativamente com os aneróides, têm sido apontados como mais fiáveis

(Carmona, 2006). Aquando de uma avaliação é necessário considerar alguns

aspectos que poderão influenciar os resultados da TA obtidos, nomeadamente

a temperatura da sala que deve estar entre os 21 e 23 ºC, a posição corporal

do indivíduo (MI descruzados e MS relaxado), o consumo de estimulantes nos

30 min anteriores à avaliação (café, álcool, tabaco etc.) e a realização de

exercício extenuante nos 60 min anteriores à medição (ACSM, 2005; Carmona,

2006).

Page 84: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

56

Figura 7.Medição da tensão arterial através do esfigmomanómetro de mercúrio (Powers & Howley, 2007).

No momento da medição da TA, o avaliador coloca a braçadeira na zona

superior do MS, ao nível do bicípite. Posteriormente, o avaliador faz insuflar a

braçadeira através da compressão da bomba de ar, de tal modo que a pressão

dentro da braçadeira bloqueia a circulação de sangue na artéria braquial.

Assim que a pressão na braçadeira é superior à TAS, a artéria mantém-se

fechada (não passando nenhum sangue no local do seu fecho) e nenhum som

é ouvido através do estetoscópio, colocado sobre a fossa anterocubital.

Quando a pressão da braçadeira (por saída do ar) diminui e iguala a pressão

na artéria, ouve-se um primeiro som através do estetoscópio, que corresponde

à TAS. O som de Korotkoff, ouvido através do estetoscópio durante a medição

da TA deriva da turbulência do sangue na artéria, causada pelo movimento do

sangue de uma zona de alta pressão para uma zona de baixa pressão. Quando

o som de Korotkoff desaparece significa que a artéria está completamente

aberta e nesse momento encontramos a TAD (ACSM, 2005). Para interpretar

os valores obtidos na avaliação da TA é possível recorrer a diferentes tabelas,

as quais permitem classificar dos valores obtidos (Quadro 6), ou que conjugam

a classificação destes valores com outros factores de risco cardiovascular

indicando o respectivo nível (Quadro 7).

Braçadeira insuflável

Válvula de controlo do ar

Bomba de ar com válvula

Coluna de mercúrio

Page 85: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

57

Quadro 6. Quadro de classificação dos valores da tensão arterial sistólica e diastólica, em mmHg, segundo a European Society of Hypertension-European Society of Cardiology (2003).

Quando os valores da tensão arterial sistólica e diastólica de um indivíduo se situam em diferentes escalões, atribui-se a classificação de hipertensão correspondente ao escalão mais elevado. A tensão arterial sistólica isolada também pode ser graduada (grau 1,2,3) de acordo com os valores da tensão arterial sistólica nos limites indicados, sendo os valores diastólicos fornecidos < 90. Quadro 7. Quadro de classificação dos valores da tensão arterial sistólica (TAS) e diastólica (TAD), em mmHg, com outros factores de risco de acidente cardiovascular para determinação do nível de risco, segundo European Society of Hypertension-European Society of Cardiology (2003).

Outros factores de risco e história de doença prévia

Normal (TAS* 120-129 ou TAD** 80 –

84)

Normal Alta (TAS 130-139 ou TAD 85-89)

Grau 1 (TAS 140-159 ou TAD 90-99)

Grau 2 (TAS 160-179 ou TAD 100-

109)

Grau 3 (TAS ≥ 180 ou

TAD ≥ 110)

Sem outros factores de risco

Risco na média

Risco na média

Baixo risco acrescido

Moderado risco acrescido

Alto risco acrescido

1-2 factores de risco

Baixo risco acrescido

Baixo risco acrescido

Moderado risco acrescido

Moderado risco acrescido

Muito alto risco acrescido

2 ou mais factores de risco ou lesão do órgão alvo ou diabetes

Moderado risco acrescido

Alto risco acrescido

Alto risco acrescido

Alto risco acrescido

Muito alto risco acrescido

Doenças associadas com manifestações clínica

Alto risco acrescido

Muito alto risco acrescido

Muito alto risco acrescido

Muito alto risco acrescido

Muito alto risco acrescido

A medição da TA torna-se mais difícil quando realizada durante o

exercício (ACSM, 2005), sobretudo em água devido, à dificuldade de

impermeabilização do material. De acordo com ACSM (2005) os valores da

TAS deverão aumentar durante o exercício aeróbio enquanto, os valores da

TAD deverão manter-se ou diminuir ligeiramente. Uma resposta anormal da

TAS durante o exercício poderá predizer uma futura HTA de repouso. Daida et

al. (1996) apresentam uma tabela detalhada sobre a resposta cardiovascular

(FC e TA) a um exercício máximo em tapete rolante (Quadro 8).

Escala Sistólica (mmHg) Diastólica (mmHg) Óptima <120 <80 Normal 120-129 80-84 Normal – alta 130 – 139 85 - 89 Grau 1 – Hipertensão ligeira 140 – 159 90 – 99 Grau 2 – Hipertensão moderada 160 – 179 100 – 109 Grau 3 – Hipertensão severa ≥180 ≥110 Tensão arterial sistólica isolada > 140 <90

Page 86: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

58

Quadro 8. Resposta cardiovascular, mmHg) num exercício máximo em tapete rolante, em diferentes escalões etários (Daida et al., 1996). Legenda: TAS – tensão arterial sistólica; TAD – tensão arterial diastólica. Homens Mulheres Idades TAS TAD TAS TAD 18-29 182 ± 22 69 ± 13 155 ± 19 67 ± 12 30-39 182 ± 20 76 ± 12 158 ± 20 72 ± 12 40-49 186 ± 22 78 ± 12 165± 22 76 ± 12 50-59 192 ± 22 82 ± 12 175± 23 78 ± 11 60-69 195 ± 23 83 ± 12 181± 23 79 ± 11 70-79 191± 27 81 ± 13 196± 23 83 ± 11

De acordo com Wilmore e Costill (2001), nas actividades de resistência

que envolvem todo o corpo, a TAS aumenta proporcionalmente com a

intensidade do exercício, de tal modo que, TAS de repouso de 120 mmHg

poderão ultrapassar os 200 mmHg. Em desportistas saudáveis, com a

realização de exercícios máximos, foram já registrados valores de TAS de 240

e 250 mmHg. A variação da TAD em exercício é reduzida quando comparada

com a TAS e a FC (Pollock et al., 2000) de tal forma que, incrementos da TAD

iguais ou superiores 15 mmHg são consideradas respostas anormais ao

exercício, sendo uma das várias indicações de que é necessário cessar o

mesmo (Wilmore & Costill, 2001). Segundo pesquisas realizadas por

MacDougall et al. (1985) em exercícios de levantamento de pesos, a TA poderá

atingir valores superiores às registradas em actividades aeróbias, tendo sido

obtidos valores de 480/350 mmHg, numa amostra onde o valor médio foi de

320/250 mmHg. Os mesmos autores observaram ainda que durante os

exercícios de força tanto a TAS como a TAD tendem aumentar, provocando um

aumento expressivo da TAM, ainda que por pouco tempo. Este estudo

demonstrou, ainda, uma resposta tensional superior nos exercícios realizados

com os MS, para o mesmo VO2. Este facto dever-se-á, provavelmente, a uma

menor massa muscular, um menor número de vasos, uma maior resistência e

consequentemente, a um aumento da TA para vencer esta resistência (Daida

et al., 1996).

2.10.2.O Duplo produto como indicador do esforço cardiovascular

Powers e Howley (2007) referem que o aumento da FC e da TAS, que

ocorre durante o exercício provoca um aumento do trabalho cardíaco. Este

Page 87: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

59

aumento da exigência cardíaca, durante o exercício, poderá ser estimado

através do DP. Assim sendo, o DP constitui-se como o produto da FC e da TAS

(DP = FC x TAS x 10 -2)(ACSM, 2005; Hermida et al., 2001; Powers & Howley,

2007). A literatura parece consensual relativamente à positiva correlação

existente entre o DP e o MVO2, podendo o DP ser interpretado como a

expressão da potência do coração (ACSM, 2005; Globel et al., 1978; Hermida

et al., 2001; Katz & Feinberg, 1958; Wilmore & Costill, 2001). O DP tem sido,

assim, considerado o melhor indicador não invasivo de avaliação do trabalho

do miocárdio, durante o repouso ou o exercício, podendo ser também utilizado

como indicador da sobrecarga cardíaca em exercícios de força (McCartney,

1999; Polito et al., 2004). Observando o Quadro 9 apresentado por Powers e

Howley (2007), podemos verificar que aumentando a intensidade do exercício,

e consequentemente, a FC e a TAS, o trabalho do coração também aumenta,

de tal forma que, em repouso, o valor do DP é cinco vezes menor do que em

exercício.

Quadro 9. Alterações no duplo produto (bpm. mmHg) durante um teste de exercício incremental, em mulheres saudáveis com 21 anos de idade (Powers & Howley, 2007).

Condições Frequência cardíaca (bpm)

Tensão arterial sistólica (mmHg) Duplo Produto

Repouso 75 110 8.250 Exercício 25% VO2max 100 130 13.000 50% VO2max 140 160 22.400 75% VO2max 170 180 30.600 100% VO2max 200 210 42.000

O cálculo do DP, como medida do esforço cardíaco, pode ser utilizado

como uma guideline para o acompanhamento e prescrição do exercício em

populações de risco (Powers & Howley, 2007). Contudo, o comportamento do

DP não depende apenas da intensidade, mas também do tipo e duração do

esforço (Polito et al., 2004). A ideia de que as actividades aeróbias são mais

seguras para indivíduos com problemas cardíacos foi sendo consolidada ao

longo dos tempos, de tal forma que os exercícios de força chegavam a ser

contra-indicados (ACSM, 1993). Contudo segundo Pollock et al. (2000) a taxa

de trabalho imposta ao miocárdio é menor em exercícios resistivos do que nos

aeróbios, representada por um menor DP. Benn et al. (1996) num estudo

realizado com homens idosos observaram que o DP correspondente a tarefas

Page 88: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

60

realizadas em escadas foi cerca do dobro do valor obtido no exercício de flexão

do cotovelo, com 70% da carga máxima. Do mesmo modo, Bermon et al.

(2000), num estudo realizado com idosos, corroboram esta ideia concluindo

que idosos saudáveis, toleram exercícios com pesos sem sinais de isquemia

cardíaca. Outros autores relatam, ainda, que o DP será menor em contracções

estáticas máximas e em exercícios dinâmicos resistidos, em comparação com

actividades aeróbias de intensidade moderada (DeBusk et al., 1978; Pollock et

al., 2000). A este respeito Wilmore e Costill (2001) referem também que em

exercícios estáticos ou dinâmicos de levantamento de pesos, ou utilizando a

parte superior do corpo, o DP é mais elevado, o que indica um esforço cardíaco

superior.

Page 89: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

61

3. Objectivos e hipóteses

Com este trabalho pretendemos caracterizar a resposta fisiológica a dois

picos de exercício aquático de intensidade distinta, associando-os à

possibilidade de ocorrência de acidente cardiovascular em indivíduos

aparentemente saudáveis. A partir da revisão da literatura realizada

estabelecemos os seguintes objectivos:

i) Caracterizar a resposta láctica a um pico de intensidade máxima, com

a duração de 7 min, e a um pico de intensidade supramáxima induzido

através de um exercício aquático intermitente de curta duração;

ii) Caracterizar a FC de esforço correspondente a um pico de

intensidade máxima, com a duração de 7 min, e a um pico de

intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático

intermitente de curta duração;

iii) Caracterizar a resposta tensional a um pico de intensidade máxima,

com a duração de 7 min, e a um pico de intensidade supramáxima

induzido através de um exercício aquático intermitente de curta

duração e associá-la ao risco de ocorrência de acidente

cardiovascular;

iv) Determinar o esforço percepcionado subjectivamente durante um pico

de intensidade máxima, com a duração de 7 min, e durante um pico

de intensidade supramáxima induzido através de um exercício

aquático intermitente de curta duração;

v) Comparar a resposta láctica observada a um pico de intensidade

máxima, com a duração de 7 min e a um pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente

de curta duração;

Page 90: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

62

vi) Comparar a FC de esforço correspondente a um pico de intensidade

máxima, com a duração de 7 min e a um pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente

de curta duração;

vii) Comparar a respostas tensionais a um pico de intensidade máxima,

com a duração de 7 min, e a um pico de intensidade supramáxima

induzido através de um exercício aquático intermitente de curta

duração;

viii) Comparar o esforço percepcionado subjectivamente durante um

pico de intensidade máxima de 7 min, e durante pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente

de curta duração;

Considerando a revisão de literatura realizada, a partir do conjunto de

objectivos anteriores geraram-se as seguintes hipóteses:

1: O esforço de intensidade máxima com a duração de 7 min e o esforço de

intensidade supramáxima de curta duração realizados induzem respostas

lácticas elevadas.

Tendo em conta que a participação relativa de cada sistema metabólico

depende da duração e intensidade do esforço espera-se, após realização do

pico de intensidade máxima, uma acumulação de La- próxima ou coincidente

com as concentrações lácticas ao V02max. No pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de

curta duração espera-se que os valores de La- sejam superiores às

concentrações correspondentes ao limiar anaeróbio (LAN).

2: O esforço de intensidade máxima com a duração de 7 min e o esforço de

intensidade supramáxima de curta duração realizados induzem respostas da

FC muito elevadas ou próximas do máximo.

Page 91: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

63

3: A resposta da TAS e da TAD após a realização do pico de intensidade

máxima, com a duração de 7 min e do pico de intensidade supramáxima

induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração, é

inversa.

Espera-se que após a realização do pico de intensidade máxima, com a

duração de 7 min e do pico de intensidade supramáxima induzido através de

um exercício aquático intermitente de curta duração que os valores da TAS

aumentem e os valores de TAD diminuam. Tendo em conta esta relação

compensatória entre a TAD e TAS espera-se que o risco de ocorrência de

acidentes cardiovascular nesta amostra seja reduzido.

4: O pico de intensidade supramáxima com 7 min de duração é

percepcionado como máximo e o pico de intensidade máxima induzido

através de um exercício aquático intermitente de curta duração é

percepcionado como extremamente intenso.

Espera-se a relação descrita atendendo ao tempo total de esforço realizado.

5: As concentrações de La- obtidas no pico de intensidade máxima com a

duração de 7 min são superiores às registadas no pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de

curta duração

Prevê-se que no pico intermitente de intensidade supramáxima a duração do

esforço não seja suficiente para o esgotamento do sistema anaeróbio e é

provável que os momentos de pausa permitam a remetabolização de parte

do La- produzido. Por outro lado, prevêem-se concentrações de La- inferiores

no pico intermitente pela aparentemente menor quantidade de massa

muscular envolvida no movimento.

6: Os valores de FC obtidos no pico de intensidade máxima com a duração

de 7 min são superiores aos valores correspondentes ao pico de intensidade

supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de

curta duração.

De acordo com a literatura os valores de FC são menores na posição

corporal horizontal comparativamente com a vertical e diminuem com a

Page 92: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

64

redução da quantidade de massa muscular envolvida no movimento. Como

tal, considerando que o pico de intensidade supramáxima de curta duração

será realizado na posição horizontal e com acção exclusiva dos MI, espera-

se que os valores de FC registados sejam inferiores.

7: Os valores de TA obtidos após o pico de intensidade máxima com a

duração de 7 min são superiores aos valores obtidos após o pico de

intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático

intermitente de curta duração.

À semelhança da FC, a TA é igualmente sensível a variações da posição

corporal e à quantidade de massa muscular envolvida no movimento. Tendo

em conta que o pico intermitente de intensidade supramáxima de curta

duração será realizado na posição horizontal e com acção exclusiva dos MI,

espera-se que os valores de TA registados sejam inferiores. Como tal,

espera-se que o esforço cardiovascular e o risco cardíaco associado sejam

superiores no esforço de intensidade máxima.

8: O pico de intensidade máxima com a duração de 7 min é percepcionado

pelos sujeitos como mais intenso do que o pico de intensidade supramáxima

induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração.

Espera-se a relação descrita atendendo ao tempo total de esforço realizado.

Page 93: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

65

4. Metodologia 4.1. Amostra

Para a realização do presente estudo foi utilizada uma amostra de 10

indivíduos adultos saudáveis, do sexo feminino, com uma média de 38.3 ±

9.4 anos. O grupo amostral, em termos antropométricos, apresentou em

média 160.2 ± 6.2 cm de altura e 50.0 ± 8.5 kg de peso. Todos os elementos

da amostra eram praticantes regulares de hidroginástica, apresentando uma

boa capacidade de execução dos movimentos. O grupo participou

voluntariamente no estudo, tendo-se informado e solicitado o consentimento

dos mesmos por escrito. Toda a amostra foi informada sobre a necessidade

de evitar a prática de actividade física intensa nas 24 horas anteriores à

recolha de dados.

4.2. Instrumentos e procedimentos

O presente estudo comportou dois protocolos de avaliação. No primeiro

e no segundo protocolos os indivíduos foram submetidos, durante 15 min, a

vários exercícios, distribuídos por três partes distintas. Na primeira parte foi

realizado um aquecimento, com 3 min de duração e numa intensidade

correspondente ao índice 11 da EPSE de Borg. De seguida foram realizados

5 min de exercícios de intensidade moderada, correspondentes aos índices

13 a 15 da EPSE de Borg. Na terceira parte, no primeiro protocolo foi

realizado um pico de esforço, com 7 min de duração a uma intensidade

correspondente aos índices 18 a 20 da EPSE de Borg. Este pico foi

constituído por um grupo de quatro exercícios caracterizados por uma

grande amplitude do movimento de MS e MI e saltos. Os quatro exercícios

foram: sky saltado, com MS realizando movimentos de ante e retropulsão

com as palmas das mãos em supinação; chuto alto saltado, com MS

executando movimentos frontais alternados; polichinelo saltado e salto com

elevação simultânea dos joelhos, com MS em movimento descendente com

as palmas das mãos em pronação. A terceira parte do segundo protocolo foi

constituída por três repetições de batimento alternados de MI, com a

duração de 30 s alternadas com um intervalo de recuperação com a mesma

Page 94: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

66

duração (Figura 8). Durante os dois protocolos os alunos estiveram sujeitos

a uma forte estimulação verbal por parte da equipa de investigação. Todos

os exercícios foram realizados em tempo de água com um ritmo musical de

132 bpm.

Figura 8. Picos de intensidade realizados nos dois protocolos; a) polichinelo saltado; b) batimento alternado de membros inferiores; c) estimulo da equipa de investigação.

Antes da realização dos exercícios foi medida a TA, o La- sanguíneo de

repouso e a FC de repouso em terra e com os sujeitos imersos. Durante a

realização dos exercícios foi registada a FC e os índices da EPSE atribuídos

pelos sujeitos imediatamente após o pico de intensidade máxima e após

cada repetição do exercício aquático intermitente. No final dos exercícios

foram novamente avaliados os níveis de TA e La- sanguíneo.

Os testes foram realizados numa piscina de 25 m de comprimento por

10 m de largura e com uma profundidade, no local onde foi realizada a

avaliação, de 1.10 m (sensivelmente ao nível do apêndice xifóide dos

sujeitos da amostra). A água encontrava-se entre os 30 e os 31ºC.

4.2.1. Registo da altura, peso e composição corporal

Na primeira sessão de avaliação foi realizado o registo das medidas do

peso, altura e composição corporal. A recolha de dados de saúde e prática

desportiva foi feita através de um questionário, cujo preenchimento foi

realizado por um dos membros da equipa de investigação (Figura 9). A

altura (distância, em cm, entre o solo e o ponto anatómico mais elevado –

vértex) foi medida com os praticantes descalços utilizando uma régua

a c b

Page 95: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

67

marcada (Figura 9). A determinação da composição corporal foi realizada

pelo método da bioimpedância, utilizando uma balança da marca Tanita-

Inner Scan™, modelo BC531 (Figura 9). O peso dos sujeitos foi determinado

usando a mesma balança.

Figura 9. Recolha de dados para a caracterização da amostra; a) realização do questionário sobre a saúde e prática desportiva; b) medição da altura; c) determinação do peso e da composição corporal.

4.2.2. Determinação da tensão arterial sistólica e diastólica de repouso e pós-esforço

A medição dos valores da TAS e da TAD foi realizada indirectamente,

em repouso e pós-esforço, por dois profissionais de saúde. Para a

determinação dos referidos valores foi utilizado um esfigmomanómetro de

mercúrio Erka, modelo D-83646, por ser considerado mais fiável que o

aneróide (Carmona, 2006), e um estetoscópio Littman Quality ™ (Figura 10).

No repouso foi utilizado o método de medição indicado por Carmona

(2006) para a prática de consultório (Figura 11). Atendendo a estas normas,

os praticantes permaneceram sentados, em repouso, pelo menos durante 5

min. De seguida, o antebraço foi apoiado sobre uma mesa, evitando

esforços isométricos responsáveis pelo aumento significativo dos níveis

tensionais. Para além disto, foi requerido a todos os avaliados que não

falassem aquando da medição, uma vez que este factor influencia os valores

da TA. Os profissionais ajustaram as braçadeiras ao perímetro do braço de

cada praticante com a extremidade inferior acima da fossa anterocubital e

a c b

Page 96: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

68

com o seu centro na artéria umeral. Procedeu-se também à colocação do

estetoscópio sobre a artéria umeral, na fossa anterocubital.

Em virtude da impossibilidade de medição da TA em contínuo durante o

exercício, a recolha dos seus valores foi realizada imediatamente após o

esforço (Figura 12). Os sujeitos, no final do esforço máximo de 7 min e da

terceira repetição do exercício aquático intermitente, deslocaram-se

rapidamente para o bordo, colocando o antebraço de medição sobre um step

e uma placa de natação, procurando, deste modo, colocar o braço numa

posição “neutra”, evitando possíveis alterações da TA.

Figura 10. Técnica de medição da tensão arterial em repouso (Carmona, 2006)

Figura 11. Recolha dos valores de repouso da TAS e TAD através de um esfigmomanómetro de mercúrio Erka e de um estetoscópio Littman a) ajuste da braçadeira ao perímetro do braço do praticante; b) apoio do antebraço sobre uma mesa; c) coluna de mercúrio do esfigmomanómetro

a b c

Sentado numa cadeira encostado

Antebraço pousado numa mesa

Centro da braçadeira ao nível do coração

Pés apoiados no solo

Page 97: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

69

Figura 12. Recolha dos valores pós-esforço da TAS e da TAD através de um esfigmomanómetro de mercúrio Erka e de um estetoscópio Littman a) colocação do antebraço sobre a plataforma, constituída por um step e uma placa de natação; b) compressão da bomba de ar. 4.2.3. Determinação da lactatemia de repouso e pós-esforço

Os valores de La de repouso e pós-esforço foram determinados

utilizando os mesmos procedimentos para ambos. Os valores de La- foram

determinados pelo método de química seca, utilizando um analisador e La-

da marca Lactate Pro (Arkay, Inc.) e respectivas tiras reactivas. As tiras

reactivas funcionam por meio de uma reacção enzimática. A recolha de

sangue capilar (5 μL) realizou-se através da punção do lóbulo da orelha com

uma lanceta (Heinz Herenz, Germany). A determinação da La pós-esforço

foi realizada imediatamente após o esforço e aos 1 e 3 min de recuperação.

Após os 3 min foram recolhidas amostras de sangue de 2 em 2 min, até ser

encontrado o valor máximo (Figura 13).

Figura 13. Recolha de sangue para a determinação da lactatemia por punção do lóbulo da orelha; a) limpeza da superfície de análise; b) punção do lóbulo da orelha; c) obtenção da gota de sangue; d) análise com Lactate Pro.

a b

b a c d

Page 98: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

70

4.2.4. Determinação da frequência cardíaca de repouso (com e sem imersão do corpo) e da frequência cardíaca de esforço

As frequências cardíacas de repouso (com e sem imersão do corpo) e

de exercício foram registadas com um cardiofrequêncimetro da marca Polar,

modelo Vantage NVTM (Finland). Este aparelho é constituído por um cinto

emissor, que é colocado à volta do peito dos indivíduos, sensivelmente ao

nível do apêndice xifóide, e por um relógio receptor, colocado no pulso dos

mesmos (Figura 14).

Figura 14. Constituintes do cardiofrequêncimetro: a) cinto emissor; b) relógio receptor

A FC de repouso foi registada, em terra, com os praticantes sentados

em ambiente calmo após um período de repouso de 5 min. A FC de

repouso, com imersão do corpo, foi registada com os praticantes colocados

de pé, com apoio no bordo, após um período de repouso de 5 min. A

frequência cardíaca de exercício foi registrada de 5 em 5 s. Para análise

gráfica dos registos da FC foram cronometrados os tempos de começo e

término do pico de intensidade de 7 min e do início e término de cada uma

das repetições do exercício aquático intermitente.

No final dos protocolos, os dados armazenados no receptor foram

transferidos para um computador por meio de uma unidade de interface

(Polar Advantage Interfac TM), ligada ao primeiro por meio de um cabo de

conexão. Posteriormente, os dados foram analisados utilizando o software

a b

Page 99: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

71

da Polar Precision Performance (Polar Sports Diary e Polar HR Analysis

SW).

A FCmax teórica de cada indivíduo foi estimada de forma a calcular a

percentagem de variação da FC de esforço em relação à FCmax. Para tal foi

utilizada a equação de Tanaka et al. (2001) (FCmax = 208 – 0,7 * idade).

4.2.5. Determinação da Percepção Subjectiva de Esforço A EPSE foi utilizada como forma complementar de determinação da

intensidade do exercício, tendo sido adoptada a escala de Borg, de 6 a 20

(Figura 15). A aquisição da capacidade de utilização desta escala necessita

de um período de aprendizagem e de adaptação à tabela, para que os

indivíduos sejam capazes de classificar a intensidade do esforço de acordo

com cada um dos índices. Neste sentido, sujeitos desta amostra foram

“treinados” em cerca de 8 sessões com a EPSE de Borg, tendo sido utilizado

primeiramente o protocolo de reprodução, ou seja o investigador propôs aos

sujeitos exercícios em diferentes índices da escala e pediu para que os

mesmos sujeitos mantivessem a intensidade do esforço indicada pelo

respectivo índice. Posteriormente, a partir da sexta sessão, foi requerido aos

sujeitos que indicassem a intensidade do esforço percebido, para os

diferentes exercícios propostos. No dia da aplicação dos protocolos foi

requerido aos sujeitos que no momento, inicial, intermédio e final do pico de

intensidade máxima de 7 min e no final de cada repetição do exercício

aquático intermitente classificassem, sem verbalizar, a intensidade do

esforço percebido.

Page 100: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

72

Figura 15. Escala de Percepção Subjectiva de Esforço, escalonada de 6 a 20 (Borg, 2000).

4.3. Procedimentos estatísticos

Para caracterização da amostra, relativamente à idade, peso, altura e

ao tempo de prática de hidroginástica, foi utilizada estatística descritiva com

recurso à média e ao desvio padrão.

A análise exploratória dos dados da amostra precedeu a realização de

todos os testes comparativos de médias. As distribuições foram

consideradas normais quando os valores de prova do teste Shapiro-Wilk

foram superiores a 0.05. Nos casos que obrigaram à comparação de mais

do que dois grupos, foram testados, ainda, os pressupostos de esfericidade.

Nos testes para comparação de médias foram utilizados a priori os

testes não-paramétricos de Wilcoxon e Friedman, uma vez que, a amostra

possui um n <30. Contudo, verificamos que aplicando os testes paramétricos

Paired Sample t-test e ANOVA de medidas repetidas, o significado dos

resultados obtidos era o mesmo. Este facto levou-nos a recorrer,

preferencialmente, aos resultados da estatística paramétrica, o que nos

permitiu obter resultados de leitura mais fácil, baseados em valores médios.

Em ambos os testes o nível de significância foi estabelecido em 5%.

6 Sem nenhum esforço

7 Extremamente leve

8

9 Muito leve

10

11 Leve

12

13 Um pouco intenso

14

15 Intenso (pesado)

16

17 Muito intenso

18

19 Extremamente intenso

20 Máximo esforço

Gunar Borg, 1970, 1985, 1998

Page 101: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

73

5. Resultados 5.1. Resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de

intensidade máxima com a duração de 7 minutos

5.1.1. Percepção Subjectiva de Esforço

No Quadro 10 podem ser observados os valores médios referentes aos

índices da EPSE atribuídos pelos sujeitos, no momento inicial, intermédio e

final do pico de intensidade. Os mesmos valores encontram-se expressos

graficamente na Figura 16. Entre o momento inicial e o momento final do

esforço observou-se um aumento significativo do esforço percebido pelos

sujeitos. Este aumento da percepção de esforço foi mais acentuado entre a

fase inicial e a fase intermédia do pico de intensidade (Figura 16). Como se

pode observar pela proximidade existente entre os valores dos desvios

padrão também apresentados no Quadro 10, a percepção de esforço entre

os sujeitos foi muito similar, sobretudo no final do pico de intensidade.

Quadro 10. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima com a duração de 7 min.

Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: afim; bmeio

Figura 16. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima com a duração de 7 min. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05

Início Meio Fim

EPSE 15.4 ± 1.8a,b 18.7 ± 0.7a 19.8 ± 0.4

6789

1011121314151617181920

Inicio Meio Fim

EPSE

***

Page 102: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

74

5.1.2.Lactatemia de repouso e pós-esforço

No Quadro 11 e na Figura 17 encontram-se representados os valores

médios da La de repouso e pós-esforço dos sujeitos da amostra. A La

máxima pós-esforço foi significativamente mais elevada que a de repouso,

sendo a dispersão, relativamente à média, reduzida.

Quadro 11. Valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço.

Repouso Pós-esforço

La 0.8 ± 0.1* 12.0 ± 3.4

*Significativamente diferente, para p ≤ 0.05 Figura 17. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05 5.1.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço 5.1.3.1. Frequência cardíaca de repouso

O Quadro 12 e a Figura 18 apresentam a variação da FC de repouso

com o meio, ou seja, quando a sua medição é realizada em terra ou em

água. A inspecção visual da Figura 18 permite observar valores de repouso

em água significativamente inferiores aos obtidos em terra. A variação

interindividual foi similar nos dois meios.

Quadro 12.Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) de repouso, determinada em terra e na água.

Terra Água FC 75.7 ± 11.6* 69.9 ± 11.6

*Significativamente diferente para, p ≤ 0.05

0

2

4

6

8

10

12

14

Repouso Pós-esforço

La (m

mol

.l-1)

*

Page 103: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

75

Figura 18. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm), determinada em terra e na água. *Significativamente diferente, para p ≤ 0.05 5.1.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço

A Figura 19 ilustra o perfil de variação da FC correspondente aos 5 min

de exercícios de intensidade moderada (a), aos 7 min de exercícios de

intensidade máxima (b) e aos 30 s de recuperação (c). Na Figura 19 são

apresentados os valores de FC para uma frequência de aquisição de 5 em 5

s. Os resultados apresentados no Quadro 13 permitem observar valores de

frequência cardíaca média (FCmed) significativamente superiores durante o

pico de intensidade (b). O mesmo padrão de resposta é observado para os

valores de FCmax, também expressos no referido quadro.

Quadro 13. Frequência cardíaca média (FCmed), frequência cardíaca máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s.

Exercícios de intensidade moderada (a)

Exercícios de intensidade máxima (b) Recuperação (c)

FCmed (bpm) 159.4 ± 16.8ª,b 179.3 ± 12.1 180.9 ± 13.2 FCmax (bpm) 171.0 ± 15.2ª,b 184.9 ± 11.4b 182.6 ± 13.5

Significativamente diferente, para p≤0.05, de: aexercícios de intensidade máxima; brecuperação.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Terra Água

FC (b

pm)

*

Page 104: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

76

Figura 19. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) registada em intervalos de 5 s para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s. 5.1.3.3. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência cardíaca máxima estimada

No Quadro 14 encontram-se expressos os valores da percentagem de

frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimados para cada momento de

exercitação, sendo a respectiva representação gráfica apresentada na

Figura 20. O momento de realização do pico de intensidade parece ter sido

aquele em que as repercussões cardíacas do esforço foram superiores,

tendo-se encontrado diferenças com significado estatístico.

Quadro 14. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada calculada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s. Exercícios de intensidade

moderada (a) Exercícios de intensidade

máxima (b) Recuperação (c)

%FCmax 88.1 ± 9.3ª,b 99.0 ± 5.3 99.8 ± 5.6 Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aexercícios de intensidade máxima; brecuperação.

110

120

130

140

150

160

170

180

190

200

5 55 105 155 205 255 305 355 405 455 505 555 605 655 705

Tempo (s)

FC (b

pm)

b c a

Page 105: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

77

Figura 20. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) 7 min de exercícios de intensidade máxima; c) período de recuperação de 30 s. 5.1.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e média de repouso e pós-

esforço

Os resultados apresentados no Quadro 15 referem-se à TAS e TAD,

medidas em repouso e após esforço, e à TAM calculada a partir dos seus

valores. A representação gráfica correspondente é apresentada na Figura

21. Como se pode observar, os valores mais elevados de TA obtidos pelos

sujeitos reportaram-se à TAS pós-esforço, enquanto os valores mais baixos

de TA obtidos remetem-se à TAD pós-esforço. Os valores de TA pós-esforço

foram significativamente diferentes dos de repouso, excepto a TAM, cujos

valores de repouso e pós-esforço foram similares.

Quadro 15. Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), referentes ao repouso e pós-esforço.

Repouso Pós-esforço TAS 119.9 ± 19.2* 146.3 ± 20.7 TAD 73.3 ± 10.1* 52.0 ± 13.4 TAM 88.8 ± 12.2 83.4 ± 14.4

*Significativamente diferente, para p ≤ 0.05

60

70

80

90

100

110

5 55 105 155 205 255 305 355 405 455 505 555 605 655 705Tempo (s)

%Fc

max

a b c

Page 106: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

78

Figura 21. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), referentes ao repouso e pós-esforço. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05

5.2. Resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração 5.2.1. Percepção Subjectiva de Esforço

No Quadro 16 e na Figura 22 encontram-se expressos os valores

médios dos índices de esforço percepcionado pelos sujeitos no final de cada

repetição da série de batimento alternado de MI. Observou-se, um aumento

significativo do esforço percebido pelos sujeitos no decurso das três

repetições. A proximidade existente entre os valores dos desvios padrão,

apresentados no Quadro 16, permite verificar uma similaridade entre sujeitos

na percepção de esforço, sobretudo no final da última repetição.

Quadro 16. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos nos momentos finais de cada repetição (rep) de 30 s de batimento alternado de membros inferiores.

Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: afinal da 2ª rep; b final da 3ª rep.

Final da 1ª rep Final da 2ª rep Final da 3ª rep EPSE 16.7 ± 2.6a 18.1 ± 1.7a,b 19.4 ± 1.0

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

TAS TAD TAM

mm

Hg

Repouso Pós-esforço *

*

Page 107: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

79

Figura 22. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no final de cada repetição (rep) de 30 s de batimento alternado de membros inferiores. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05 5.2.2. Lactatemia de repouso e pós-esforço

Os valores médios de La- sanguíneo obtidos em repouso e pós-esforço

encontram-se no Quadro 17. A representação gráfica correspondente pode

ser visualizada na Figura 23. Os valores máximos de La- obtidos pós-esforço

foram significativamente superiores aos de repouso. A observação dos

valores da medida de dispersão, permite verificar uma menor variação

interindividual do La- de repouso, comparativamente com os valores de pós-

esforço.

Quadro 17. Valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço.

Repouso Pós-esforço

La- 0.9 ± 0.1* 10.7 ± 2.7

*Significativamente diferente para, p ≤ 0.05

Figura 23. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da lactatemia (La, mmol. l-1) de repouso e pós-esforço. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05

02468

101214

Repouso Pós-esforço

La(m

mol

.l-1)

*

6789

1011121314151617181920

1º rep 2º rep 3º repEP

SE

*

* *

Page 108: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

80

5.2.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço 5.2.3.1. Frequência cardíaca de repouso

A alteração da FC de repouso de acordo com o meio em que o sujeito

se encontra (terra e água) é apresentada no Quadro 18 e na Figura 24. A

observação da Figura 24 permite verificar a tendência para encontrar valores

inferiores de FC quando o sujeito se encontra em meio aquático. Esta

tendência é comprovada pelos testes estatísticos, que mostram que os

valores médios de FC obtidos com os sujeitos imersos, em repouso no meio

líquido, foram significativamente inferiores aos obtidos para os mesmos

sujeitos em terra. A variação interindividual foi similar nos dois meios.

Quadro 18. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) de repouso, determinada em terra e na água.

Terra Água FC 74.6 ± 6.5 * 70.8 ± 5.9

*Significativamente diferente, para p ≤ 0,05

Figura 24. Representação gráfica dos valores médios respectivos desvios padrão da frequência cardíaca de repouso (FC, bpm) determinada em terra e na água. *Significativamente diferente, para p ≤ 0.05 5.2.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço

Na Figura 25 estão representados os perfis de variação da FC

correspondentes aos 5 min de exercícios de intensidade moderada (a), ao

exercício de intensidade supramáxima, constituído por três repetições de 30

s de batimento alternado de MI intervalado com 30 s de recuperação (b) e ao

período de recuperação de 30 s (c). A inspecção visual dos traçados e os

resultados apresentados no Quadro 19 permitem observar valores médios

*

64

66

68

70

72

74

76

78

80

82

Terra Água

FC(b

pm)

Page 109: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

81

de FC significativamente superiores durante o exercício intermitente (b),

quando incluídos os intervalos de recuperação de 30 s. Observa-se o

mesmo padrão de resposta para a FCmax, expressa no mesmo Quadro.

Quadro 19.Frequência cardíaca média (FCmed), frequência cardíaca máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído pelas 3 repetições de 30 s de batimento alternado de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s.

Exercícios de intensidade moderada (a)

Exercício de intensidade supramáxima (b) Recuperação (c)

FCmed 152.7 ± 14.4ª,b 169.1 ± 10.2b 165.3 ± 12.6 FCmax 163.1 ± 14.9ª,b 178.2 ± 10.4b 171.6 ± 11.4 Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aexercício de intensidade supramáxima; brecuperação. Figura 25. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm) registada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternando de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. 5.2.3.3. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência cardíaca máxima estimada

No

Quadro 20 e na Figura 26 é observada a %FCmax tradutora das

repercussões cardíacas do esforço exigido aos sujeitos em cada momento

de exercitação. O intervalo temporal correspondente à realização das três

repetições de batimento alternado de MI parece ter sido aquele em que as

110

120

130

140

150

160

170

180

190

5 55 105 155 205 255 305 355 405 455 505Tempo (s)

FC (b

pm)

a b c

Page 110: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

82

repercussões cardíacas do esforço foram superiores, tendo a diferença sido

estatisticamente significativa. Quadro 20. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternado de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. Exercícios de intensidade

moderada (a) Exercício de intensidade

supramáxima (b) Recuperação (c)

%FCmax 84.7 ± 8.9a,b 93.8 ± 6.0b 91.7 ± 7.4 Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aexercício de intensidade supramáxima; brecuperação. Figura 26. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca estimada (%FCmax) para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercício de intensidade supramáxima, constituído por 3 repetições de 30 s de batimento alternado de membros inferiores intervaladas com 30 s de recuperação; c) período de recuperação de 30 s. 5.2.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e tensão média de repouso e

pós-esforço.

Os valores médios e respectivos desvios padrão da TAS e TAD

(Quadro 21), expressos graficamente na Figura 27, foram significativamente

diferentes em repouso e pós-esforço. A TAS apresentou valores no pós-

esforço significativamente superiores aos de repouso, enquanto os valores

de TAD pós-esforço foram significativamente inferiores. O mesmo não se

verificou para a TAM, cujos valores de repouso e pós-esforço foram

similares.

Quadro 21.Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço.

60

65

70

75

80

85

90

95

100

105

5 55 105 155 205 255 305 355 405 455 505

Tempo (s)

%FC

max

a b c

Page 111: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

83

Repouso Pós-esforço TAS 111.1 ± 14.5* 138.7 ± 15.5 TAD 63.3 ± 7.1* 47.8 ± 9.7 TAM 79.3 ± 8.1 78.1 ± 9.8

*Significativamente diferente, para p ≤ 0.05

Figura 27. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05 5.2.5. Estimativa do esforço cardíaco durante os exercícios

No Quadro 22 e na Figura 28 encontram-se expressos os valores

médios do DP, que representam uma estimativa do esforço cardíaco

realizado, nos momentos de repouso e pós-esforço em cada protocolo de

avaliação. Quer no primeiro (P1), quer no segundo protocolo (P2) os valores

do DP referentes ao pós-esforço foram significativamente superiores aos de

repouso. Os resultados permitem ainda observar que os valores de DP pós-

esforço referentes ao P1, foram significativamente superiores aos do P2.

Quadro 22. Valores médios e respectivos desvios padrão do duplo produto (DP, mmHg. bpm) referentes ao repouso e ao pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação.

DP repouso DP pós-esforço P1 9113.1 ± 2248.4*a 26188.2 ± 3955.1 P2 8278.9 ± 1227.7* 21899.1 ± 2696.4

Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: *pós-esforço; aP2

0

20

40

60

80

100

120

140

160

TAS TAD TAM

mm

Hg

Repouso Pós-esforço

*

*

Page 112: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

84

Figura 28. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão do duplo produto (DP, bpm. mmHg) referentes ao repouso e ao pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. *Significativamente diferente para p ≤ 0.05 5.3. Comparação da resposta fisiológica e factores de risco associados a um pico de intensidade máxima, com a duração de 7 minutos e a um pico de intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático intermitente de curta duração 5.3.1. Percepção subjectiva de esforço

Os valores médios do índice de esforço percepcionado pelos sujeitos

nos momentos inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima com

a duração de 7 min, realizado no P1, e no final de cada repetição de

batimento alternado de MI, realizado no P2, encontram-se expressos no

Quadro 23 e na Figura 29. Não se observaram diferenças significativas entre

os índices da EPSE registados nos momentos inicial, intermédio e final do

P1 e no fim de cada repetição do P2, apesar das diferenças no tempo de

duração dos exercícios. Para além disto, importa sublinhar que os valores do

índice de esforço percepcionado pelos sujeitos, em cada momento do pico

0

5000

10000

15000

20000

25000

30000

35000

P1 P2

DP

(mm

Hg.

bpm

)

Repouso Pós-esforço

*

*

*

Page 113: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

85

de intensidade, estão de acordo com o intervalo de valores estabelecido no

protocolo.

Quadro 23. Valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima de 7 min, realizado no primeiro protocolo (P1) e no final de cada repetição (rep) de batimento alternado de membros inferiores, realizado no segundo protocolo (P2).

Figura 29. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão dos índices da Escala de Percepção Subjectiva de Esforço de Borg (EPSE) atribuídos pelos sujeitos no momento inicial, intermédio e final do pico de intensidade máxima de 7min, realizado no primeiro protocolo (P1), e no final de cada repetição (rep) de batimento alternado de membros inferiores, realizado no segundo protocolo (P2). 5.3.2. Lactatemia de repouso e pós-esforço

No Quadro 24 e na Figura 30 podem ser visualizados os valores

médios de La- sanguíneo obtidos em repouso e pós-esforço, no P1 e no P2.

Os valores de La- obtidos em repouso e pós-esforço foram semelhantes nos

dois protocolos.

Quadro 24. Valores médios e respectivos desvios padrão das lactatemias (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolo de avaliação.

La Repouso Pós-esforço P1 0.8 ± 0.1 12.0 ± 3.4 P2 0.9 ± 0.1 10.7 ± 2.7

EPSE Início/1ª rep Meio/2ª rep Fim/3ª rep P1 15.4 ± 1.8 18.7 ± 0.7 19.8 ± 0.4 P2 16.7 ± 2.6 18.1 ± 1.7 19.4 ± 1.0

6789

1011121314151617181920

Inicio/1ªrep Meio/2ªrep Fim/3ªrep

EPSE

P1 P2

Page 114: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

86

Figura 30. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão das lactatemias (La, mmol.l-1) de repouso e pós-esforço, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. 5.3.3. Frequência cardíaca de repouso, esforço e pós-esforço 5.3.3.1. Frequência cardíaca de repouso

No Quadro 25 e na Figura 31 é apresentada a FC de repouso

determinada com os sujeitos em terra e na água, no P1 e no P2. De acordo

com os resultados apresentados, os valores de FC obtidos com os sujeitos

em terra e na água nos dois protocolos parecem ser semelhantes em ambos

os protocolos.

Quadro 25. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca de repouso (FC, bpm), obtida em terra e na água, no primeiro (P1) e no segundo (P2) protocolos de avaliação.

FC Terra Água P1 75.7 ± 11.6 69.9 ± 11.6 P2 74.6 ± 6.5 70.8 ± 5.9

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Repouso Pós-esforço

La- (

mm

ol.l-

1 )P1 P2

0102030405060708090

100

Terra Água

FC (b

pm)

P1 P2

Page 115: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

87

Figura 31. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca (FC, bpm), obtida em terra e na água, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação. 5.3.3.2. Frequência cardíaca média e máxima de esforço

No Quadro 26 são apresentados os valores da FCmed e da FCmax

correspondentes aos 5 min de exercícios de intensidade moderada (a), aos

exercícios de intensidade máxima e supramáxima (b) e ao período de

recuperação de 30 s (c), correspondentes aos P1 e P2. Os resultados

apresentados permitem observar valores de FCmed significativamente

superiores no P1, durante o esforço de intensidade elevada e a recuperação.

Relativamente à FCmax, foram observados valores significativamente

superiores no P1, nos três momentos de avaliação.

Quadro 26. Frequência cardíaca média (FCmed) e máxima (FCmax) e respectivos desvios padrão registados em bpm, no primeiro (P1) e no segundo (P2) protocolos de avaliação, para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercícios de intensidade máxima e supramáxima; c) período de recuperação de 30 s. Exercícios de intensidade

moderada (a) Exercícios de intensidade

máxima e supramáxima (b) Recuperação (c)

FCmed (P1) 159.4 ± 16.8 179.3 ± 12.1 a 180.9 ± 13.2a FCmed (P2) 152.7 ± 14.4 169.1 ± 10.2 165.3 ± 12.6 FCmax (P1) 171.0 ± 15.2b 184.9 ± 11.4b 182.6 ± 13.5b FCmax (P2) 163.1 ± 14.9 178.2 ± 10.4 171.6 ± 11.4 Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aFCmed (P2); bFCmax (P2) 5.3.3.3. Frequência cardíaca máxima de esforço e frequência cardíaca máxima estimada

No Quadro 27 são apresentados os valores da FCmax de esforço e da

FCmax de estimada pela equação de Tanaka (2001), para o P1 e P2. Não

se verificaram diferenças significativas entre a FCmax de esforço e a FCmax

estimada pela equação de Tanaka (2001), demonstrando que em ambos os

protocolos os sujeitos realizaram o exercício a uma intensidade muito

próxima da máxima. É contudo, de evidenciar que o valor médio da FCmax

de esforço correspondente ao P1 é superior ao valor médio da FCmax

estimada, mostrando que houveram sujeitos para os quais o valor da FCmax

Page 116: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

88

de exercício foi superior ao teórico, o que indica que a equação de Tanaka

(2001) poderá, nalguns casos, subestimar o valor real da FCmax.

Quadro 27. Valores médios e respectivos desvios padrão da frequência cardíaca máxima de esforço (FCmax), registada em bpm, durante o primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação e frequência cardíaca máxima teórica (FCmaxT), estimada pela equação de Tanaka (2001) 5.3.3.4. Resposta cardíaca ao esforço em percentagem de frequência

cardíaca máxima

A %FCmax, reflectora das repercussões cardíacas do esforço exigido

aos sujeitos em cada momento de exercitação e em cada protocolo de

avaliação é apresentada no Quadro 28. O P1 parece ter sido aquele em que

as repercussões cardíacas, durante o esforço de intensidade elevada, foram

superiores, tendo-se encontrado diferenças com significado estatístico. O

mesmo padrão de resposta foi observado para o momento seguinte, ou seja,

para recuperação. No esforço de intensidade moderada a %FCmax parece

ter sido semelhante nos dois protocolos.

Quadro 28. Valores médios e respectivos desvios padrão da percentagem da frequência cardíaca máxima (%FCmax) estimada, no primeiro (P1) e segundo (P2) protocolos de avaliação, para: a) 5 min de exercícios de intensidade moderada; b) exercícios de intensidade máxima e supramáxima; c) período de recuperação de 30 s.

%FCmax Exercícios de intensidade moderada (a)

Exercícios de intensidade máxima e supramáxima (b) Recuperação (c)

P1 88.1 ± 9.3 99.0 ± 5.3a 99.8 ± 5.6a P2 84.7 ± 8.9 93.8 ± 6.0 91.7 ± 7.4

Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aP2 5.3.4. Tensão arterial sistólica, diastólica e média de repouso e pós-esforço

Os valores médios e respectivos desvios padrão da TAS, TAD e TAM

de repouso e pós-esforço, no P1 e no P2, estão expressos no Quadro 29 e

na Figura 32. Observou-se que os valores da TAS, TAD e TAM no repouso

foram significativamente superiores no P1. No pós-esforço as respostas

tensionais são semelhantes nos dois protocolos.

FCmax P1 FCmax P2 FCmaxT 184.9 ± 11.4 178.2 ± 10.4 181.1 ± 6.7

Page 117: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

89

Quadro 29. Valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM), no primeiro (P1) e segundo protocolos de avaliação (P2), em repouso e pós-esforço.

Significativamente diferente, para p ≤ 0.05, de: aTAS (P2); bTAD (P2); cTAM (P2). Figura 32. Representação gráfica dos valores médios e respectivos desvios padrão da tensão arterial (mmHg) sistólica (TAS), diastólica (TAD) e média (TAM) registados em repouso e pós-esforço. *Significativamente diferentes para p ≤ 0.05.

Repouso Pós-esforço TAS (P1) 119.9 ± 19.2a 146.3 ± 20.7 TAS (P2) 111.1 ± 14.5 138.7 ± 15.5 TAD (P1) 73.3 ± 10.1b 52.0 ± 13.4 TAD (P2) 63.3 ± 7.1 47.8 ± 9.7 TAM (P1) 88.8 ± 12.2c 83.4 ± 14.4 TAM (P2) 79.3 ± 8.1 78.1 ± 9.8

0

20

40

60

80

100

120

140

160

180

TAS repouso TAS pós-esforço

TAD repouso TAD pós-esforço

TAMrepouso

TAM pósesforço

mm

Hg

P1 P2 *

* *

Page 118: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 119: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

91

6. Discussão dos resultados

A discussão dos resultados, propriamente dita, será precedida de uma

justificação de algumas das opções metodológicas, nomeadamente no que

se refere à dimensão e características da amostra.

6.1. Características da amostra

Nos estudos de carácter científico, um dos factores limitativos,

particularmente quando se pretendem realizar comparações é, sem dúvida,

a variabilidade inter e intraindividual dos sujeitos da amostra. De uma forma

geral, esta limitação é ultrapassada através da utilização de amostras com

um número elevado de sujeitos, uma vez que um maior número de

respostas permite minimizar o erro e, consequentemente, aumentar a

probabilidade de melhor explicar o fenómeno estudado. No presente estudo

não foi possível reunir uma amostra superior a dez indivíduos, por motivos

relacionados com a disponibilidade individual ou por incumprimento de

alguma das exigências protocolares.

Um dos aspectos condicionantes da constituição da amostra, com

consequente influência no reduzido número final de sujeitos, foi a

necessidade dos sujeitos serem capazes de realizar os movimentos

aquáticos de forma correcta. Esta exigência prende-se com o facto de, na

hidroginástica, a intensidade dos exercícios ser condicionada pela amplitude

do movimento e pelo posicionamento dos segmentos, corporais que se

repercutem na produção de força nos movimentos.

Em termos das exigências protocolares, foram ainda despistados,

através da informação fornecida em questionário, eventuais problemas de

saúde (e.g. a HTA) e a ingestão crónica de medicamentos (e.g.

betabloqueadores) que pudessem enviesar os resultados do estudo,

nomeadamente ao nível da TA e FC.

Page 120: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

92

6.2. Percepção Subjectiva de Esforço

Entre os diversos indicadores fisiológicos que podem ser usados no

controlo da intensidade de esforço, a EPSE de Borg constitui um meio

prático e económico (AEA, 2001; Graef & Kruel, 2006; Tavares, 2003b),

apresentando uma correlação positiva com outros indicadores como a FC,

La- e VO2max (Boutcher et al., 1989; Demello et al., 1987; Gearhart, 2008;

Hetzler et al., 1991; Seip et al., 1991; Steed et al., 1994). A EPSE reúne uma

considerável popularidade na hidroginástica, enquanto indicador da

intensidade do exercício, algo que pode ser observado pela sua frequente

utilização nos diversos estudos realizados no âmbito do exercício aquático.

Apesar da relação descrita entre os índices da EPSE e alguns parâmetros

indicadores da intensidade do exercício, como o La- e o VO2max, a escala

deve ser considerada com algum cuidado, por motivos de labilidade. A sua

construção baseia-se num outro indicador fisiológico, a FC, que, por sua vez,

é sensível a múltiplos factores extrínsecos e intrínsecos ao próprio indivíduo.

No primeiro protocolo de avaliação, durante o pico de intensidade

máxima, com a duração de 7 min, a percepção dos sujeitos ao exercício foi

muito similar, ou seja houve uma reduzida variação interindividual. Estes

resultados, parecem demonstrar que os sujeitos conseguiram um bom

domínio da utilização da EPSE, não comprometendo, deste modo, os

resultados da avaliação. Para além disto, durante o pico de intensidade

máxima os sujeitos percepcionaram um aumento significativo da intensidade

do esforço, tendo terminado o exercício muito próximo do índice máximo

(20), que corresponde, teoricamente a 200 bpm.

No segundo protocolo de avaliação a variação interindividual na

percepção da intensidade do esforço foi reduzida, após cada repetição de

batimento alternado de MI. No decurso das três repetições, à semelhança do

pico de intensidade máxima realizado no primeiro protocolo, os sujeitos

percepcionaram um aumento significativo da intensidade do esforço. No final

da última repetição o índice indicado pelos sujeitos foi igualmente próximo

do máximo.

Em síntese, o pico de intensidade máxima, com a duração de 7 min, e o

pico de intensidade supramáxima induzido através de um exercício aquático

Page 121: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

93

intermitente de curta duração foram percepcionados pelos sujeitos

similarmente como dois esforços de intensidade máxima. Neste sentido,

parece-nos que a percepção da intensidade do esforço é independente do

tempo de duração desse mesmo esforço, sendo ele máximo.

6.3. Lactatemia

Ascensão e Santos (2002) referem que o La- é um metabolito dinâmico

que em repouso e em exercício moderado é produzido e removido em

quantidades similares, mantendo nestas circunstâncias uma concentração

sanguínea estável. Contudo à medida que a intensidade do exercício

aumenta, a produção e a remoção deste metabolito também aumentam,

ainda que o equilibrio produção/remoção vá sendo cada vez menor, na

medida em que o valor do La- acumulado no sangue vai aumentando até um

determinado limiar, denominado LAN. A partir deste ponto a produção é tal

que se observa um incremento evidente das concentrações sanguíneas de

La-. O valor médio das concentrações de La- do limiar de transição da

predominância de regime metabólico aeróbio para o anaeróbio, situa-se,

para adultos, em torno das 4 mmol.l-1 (Heck et al., 1985; Mader, 1991). Este

valor deve, contudo, ser entendido com alguma reserva, dado que cada

indivíduo possui características muito distintas (e.g. aptidão física, tipo de

fibras musculares, nível de treino), que se repercutem no valor do LAN,

desviando as 4 mmol.l-1 para valores que lhe são mais ou menos próximos.

Segundo Maughan et al. (1997), a intensidade do exercício é o factor mais

decisivo na selecção dos substratos energéticos responsáveis pelo trabalho

muscular. Como tal, incrementos nas concentrações de La- estão

associados a uma maior participação do metabolismo anaeróbio (Bogdanis

et al., 1996). Em resumo, quanto maior a concentração sanguínea de La- ,

maior terá sido a intensidade do exercício, e assim, a intervenção do

metabolismo anaeróbio. No entanto, importar sublinhar que cargas pouco

intensas também induzem uma pequena formação de La-, uma vez que os

sistemas energéticos funcionam de forma integrada e nunca de forma

isolada. Withers et al. (1991) referem que, mesmo em esforços máximos de

Page 122: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

94

curta duração (30 s), o metabolismo aeróbio participa na produção de

energia.

Neste estudo o La-, assim como a EPSE, foram recolhidos com vista à

melhor aferição da intensidade do exercício. Segundo Maglischo (1993), a

determinação do La- máximo após a competição constituí o melhor método

para controlar a participação do metabolismo anaeróbio na natação. Madsen

e Lohberg (1987) para as diferentes provas de natação apresentam as

seguintes La- máximas pós-competitivas: 12-14 mmol.l-1 para provas de 50

m, 16-18 mmol.l-1 para 100 m, 16-20 mmol.l-1 para os 200 m, 12-14 mmol.l-1

para 400 m e 10-12 mmol.l-1 para 1500 m. Deste conjunto de provas de

natação, os 400 m parecem ser aqueles cuja duração se aproxima mais do

pico de intensidade máxima realizado no primeiro protocolo de avaliação.

Segundo Maglischo (2003), Rodriguez e Mader (2003), e Troup (1984), as

provas de 400 m apresentam uma duração de 4-6 min, com uma

participação de 35 a 55% do metabolismo anaeróbio.

No primeiro protocolo de avaliação, após o esforço máximo, foi

encontrado o valor médio de 12 mmol.l-1 de La- nos sujeitos avaliados,

observando-se um aumento exponencial deste metabolito relativamente ao

repouso. Apesar das diferentes evidencias entre o nado e o exercício

aquático da hidroginástica, estas concentrações de La- estão próximas do

intervalo referido por Madsen e Lohberg (1987) para as provas de 400 m

natação. Todavia, considerando que a nossa amostra foi constituída por

indivíduos não atletas, a elevada intensidade do esforço induzido torna-se

ainda mais evidente, pois, segundo a literatura, o La- é sensível a um

conjunto de factores, entre os quais o nível de treino. Brooks et al. (2000)

referem que indivíduos treinados possuem uma maior capacidade

produção/remoção deste metabolito. Para além disto, considerando que as

concentrações de La- correspondentes ao limiar de transição da

predominância do metabolismo aeróbio para o anaeróbio equivalem a cerca

de 4 mmol.l-1, parece claro que os valores de 12 mmol.l-1 encontrados

traduzem uma elevada participação do metabolismo anaeróbio. Apesar da

distância entre os valores ser pouco expressiva, esperava-se que um

esforço com esta intensidade e duração produzisse concentrações de La-

próximas do V02max, ou seja, entre as 4.5 e 10 mmol.l-1 (Alves, 2000).

Page 123: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

95

Segundo Alves (2000), na natação, as concentrações de La- ao

VO2max correspondem a uma zona de intensidade correspondente à

potência aeróbia. Bouchard et al. (1991) referem que quando se avalia o

desempenho dos vários sistemas de produção de energia, é importante

distinguir a capacidade da potência do sistema. Assim, a maior ou menor

quantidade de energia disponível para o trabalho muscular é designada por

capacidade dos sistemas fornecedores de energia, enquanto que a

respectiva velocidade de produção é normalmente designada por potência

dos sistemas. Assim, de uma forma genérica, a potência refere-se à

velocidade de produção de energia de origem oxidativa, disponível para o

trabalho muscular (Balonas, 2006). Para Alves (2000), em termos

metabólicos a zona de intensidade referida anteriormente é mista, ou seja,

possui um carácter aeróbio intensivo próximo ou coincidente com a

intensidade de esforço correspondente ao VO2max, o que significa que uma

importante percentagem de energia utilizada será proveniente da via

glicolítica anaeróbia. Os resultados encontrados no primeiro protocolo

permitem-nos, no entanto, observar que as concentrações de La- obtidas

foram superiores ao intervalo de valores apresentado por Alves (2000) para

a zona de intensidade correspondente à potência aeróbia. Este facto poderá

eventualmente ser justificado pela duração do esforço induzido.

Considerando que o tempo limite, definido como tempo durante o qual a

intensidade do exercício correspondente ao VO2max pode ser mantida (Billat

& Koralsztein, 1996), para nadadores assume valores de 4.8 ± 2.7 min

(Billat et al., 1996), 5.0 ± 2.3 min (Faina et al., 1997), 6.3 ± 0.6 min (Demarie

et al., 2001) e de 5.4 ± 1.3 min (Fernandes et al., 2003), parece claro que os

sujeitos da amostra do presente estudo não terão, durante os 7 min,

alcançado o VO2max e cumprido o tempo limite. Possivelmente, nos

momentos finais do pico de intensidade, terá ocorrido uma maior solicitação

do metabolismo anaeróbio, de forma a suprir as necessidades energéticas

para a sustentação do exercício. Esta parece ser uma das justificações

plausíveis para os valores de La- encontrados se situarem acima dos

apontados por Alves (2000) para uma intensidade de exercício

correspondente ao VO2max.

Page 124: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

96

Em suma, face aos resultados encontrados, confirma-se que, no

primeiro protocolo, os sujeitos da amostra realizaram efectivamente um

esforço máximo, com uma forte componente anaeróbia.

No segundo protocolo, apesar das características dos exercícios e da

sua duração serem diferentes, as respostas lácticas observadas foram

similares. Estes resultados convergem com a similaridade obtida na

percepção subjectiva de esforço dos sujeitos para ambos os esforços.

Entre as diferentes provas de natação, a de 50 m, parece ser a mais

semelhante, em termos de duração e posição corporal, ao exercício

realizado no segundo protocolo. Segundo Gastin (2001), na natação a prova

de 50 m conta com uma participação de cerca de 73% do metabolismo

anaeróbio. Maglisho (2003) refere, para a mesma prova uma participação do

metabolismo anaeróbio de apenas 70%. Madsen e Lohberg (1987), como já

anteriormente referido, propõe para a prova de 50 m La- máximas pós-

competitivas entre 12 e 14 mmol.l-1. No nosso estudo, as concentrações

deste metabolito foram sensivelmente mais baixas, 10.7 mmol.l-1 . Contudo,

importa salientar que, no presente estudo, o exercício foi repetido três vezes

com intervalos de recuperação de igual duração (30 s) e que, contrariamente

à natação, não houve acção dos MS. Assim, se por um lado, os momentos

de pausa poderão ter permitido uma ressíntese do La- e consequentemente

a sua remoção da corrente sanguínea, por outro lado, a redução da massa

muscular envolvida no exercício poderá ter determinado uma diminuição do

número de unidades motoras recrutadas e de fibras musculares envolvidas,

nomeadamente do Tipo II (glicolíticas), e por conseguinte uma redução da

quantidade de lactato produzido. Para além disto, não nos podemos alienar

do facto deste estudo ter sido realizado com uma população não atleta.

Em suma, face às concentrações de La- encontradas e à duração do

exercício confirma-se, que os sujeitos realizaram, no segundo protocolo um

esforço de domínio anaeróbio. As concentrações obtidas estão longe da

acumulação máxima de La-, uma vez que o tempo de exercício não foi

suficiente para esgotar o sistema anaeróbio, mas a sobrecarga anaeróbia foi

muito grande.

Page 125: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

97

6.4. Frequência cardíaca

De acordo com a literatura a FC tem sido um dos indicadores de

intensidade de esforço, conjuntamente com a EPSE, mais utilizados na

investigação em hidroginástica. Contudo, a FC apresenta alguma

sensibilidade a factores intrínsecos (e.g. a idade, estados emocionais, nível

de aptidão cardiorrespiratória, posição corporal) e extrínsecos (e.g.

influências ambientais) aos sujeitos. Clapp e Little (1994) afirmam que a

intensidade da resposta fisiológica ao exercício está dependente das

características individuais de cada um. Relativamente aos factores

intrínsecos, sabe-se que a FCmax tende a diminuir com idade (ACSM, 2006;

Brooks et al., 2000), algo que é vísivel pelas próprias equações matemáticas

de estimação da FCmax teórica, como por exemplo a de Tanaka (2001). Ao

nível dos estados emocionais, vários autores têm verificado que o mesmo

exercício realizado em situações de elevada carga emocional produz valores

de FC e TA mais elevados do que quando realizado em situações

emocionalmente estáveis (Astrand & Rodahl, 1987; Hainsworth, 1991).

Segundo Kruel (2000), a posição corporal constitui também um factor

determinante da alteração da FC. Na natação os valores de FC são

geralmente menores, devido a um aumento do volume sistólico ocasionado

pela posição corporal de decúbito ventral (Dixon & Faulkner, 1971). Quanto

aos factores extrínsecos, mais especificamente na hidroginástica, a FC é

influenciada pela temperatura da água e pela acção da pressão hidrostática

(Sheldahl, 1986).

A maioria dos autores (Epstein et al., 1976; Heigenhauser et al., 1977;

Holmer & Bergh, 1974; Irving, 1963; Kruel, 2000; L. F. M. Kruel et al., 2002;

Magel & Faulkner, 1967; McArdle et al., 1971; Olsen et al., 1962; Scholander

et al., 1962; Svedenhag & Seger, 1992; Town & Bradley, 1991) da revisão,

parece estar de acordo com a existência de uma bradicardia reflexa de

mergulho, ou seja, uma diminuição da FC em imersão. Os resultados do

nosso estudo, nos dois protocolos, relativamente à alteração da FC repouso

em imersão são congruentes com os dados da literatura.

Em exercício, os valores de FCmed e FCmax referentes ao primeiro

protocolo foram significativamente superiores no pico de intensidade máxima

Page 126: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

98

de 7 min, tendo sido registados valores médios de 179 bpm. A comparação

dos valores de FC encontrados com a média de idades desta amostra

parece mostrar a elevada intensidade do esforço produzido, uma vez que os

valores de FC de esforço foram próximos do máximo estimado para o grupo.

Para além disto, considerando que os valores de FC de repouso ou exercício

em imersão são menores (Green et al., 1990; Scartoni et al., 1998; Sheldahl

et al., 1987; Shono et al., 2001; Yamaji et al., 1990), os resultados obtidos

evidenciaram uma intensidade de esforço efectivamente elevada. Segundo

Alves (2000), enquanto a zona de potência aeróbia se caracteriza por

valores de FC superiores a 180 bpm, a zona de acumulação láctica máxima

caracteriza-se por valores de FC máximos. Tendo em conta que os valores

médios de FC obtidos foram de 179 bpm e a FCmax teórica estimada para o

grupo foi de 181 bpm, parece legitimo localizar este esforço numa zona

próxima da potência aeróbia.

A %FCmax observada durante o esforço de 7 min variou entre os 94 e

os 104% da FCmax que os sujeitos são capazes de atingir e que foi

estimada através da equação de Tanaka et al. (2001). De acordo com estes

valores parece que alguns dos sujeitos fizeram o exercício proposto com

uma FC acima da sua FCmax teórica. Este facto poderá ser justificado pela

labilidade imputada às equações matemáticas utilizadas para a estimação

da FCmax. Na nossa amostra, a equação de Tanaka (2001) subestimou o

valor da FCmax de alguns sujeitos.

Os valores da FC de esforço encontrados foram superiores aos

prescritos pelo ACSM (2006) para a intensidade do exercício (70 a 94% da

FCmax). De acordo com ACSM (2006) um esforço com uma %FCmax entre

94 e 100% é classificado como máximo, pelo que parece legítimo afirmar

que o pico de intensidade realizado no primeiro protocolo foi realmente

máximo, induzindo como tal uma elevada sobrecarga cardíaca.

No segundo protocolo, os valores de FCmed, FCmax e %FCmax foram

significativamente inferiores aos obtidos no primeiro protocolo. Este facto

poderá ter resultado das características específicas do exercício

intermitente, da posição corporal adoptada e da utilização exclusiva dos MI.

Segundo a literatura, existem reduções da FC entre 9 e 22 bpm em

exercícios realizados na posição horizontal, comparativamente com

Page 127: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

99

exercícios realizados na posição vertical (Dixon & Faulkner, 1971; Holmer,

Stein et al., 1974; McArdle et al., 1971; Ritchie & Hopkins, 1991). Para além

disto, nalguns estudos realizados em hidroginástica e em terra (Butts et al.,

1995; Costa et al., 2008; Darby & Yaekle, 2000) foi observado que a acção

isolada dos MI está associada a menores valores de FC, comparativamente

com acção simultânea dos MS e dos MI. A explicação para este facto parece

residir no aumento da percentagem de tecido músculo-esquelético

metabolicamente activo, pela inclusão dos MS, e portanto um maior aporte

de oxigénio que se traduzirá num incremento do esforço cardíaco.

Acrescentamos, ainda, que existe uma clara tendência para a continuação

da aceleração do ritmo cardíaco logo após o término do esforço, mais

especificamente nos 5 a 10 s seguintes, uma vez que não há nenhum tipo

de bloqueio do funcionamento cardíaco que faça desacelerar o seu

funcionamento de forma abrupta.

Relativamente à %FCmax importa sublinhar que apesar dos valores

serem significativamente inferiores no esforço intermitente,

comparativamente com o esforço de 7 min, ultrapassam também as

directrizes do ACSM (2006) para a intensidade do exercício, situando-se

entre os 88 e os 100% da FCmax. Parece, assim, claro que a sobrecarga

cardíaca foi superior no pico de intensidade máxima com a duração de 7

min.

6.5. Tensão arterial e duplo produto Os problemas imputáveis à utilização da FC como indicador isolado da

intensidade de esforço ou da funcionalidade cardiovascular levaram-nos a

analisar, também, as respostas tensionais induzidas pelo exercício. Por um

lado, porque através os valores da TAS poderemos especular as possíveis

variações que ocorrem no DC. Por outro lado, através do cálculo da TAM é

possível diagnosticar se os exercícios realizados constituem algum tipo de

sobrecarga para a actividade cardíaca, possivelmente perigosa, em casos

de pessoas com história clínica de debilidade cardiovascular. A estes

indicadores da funcionalidade cardiovascular acrescentamos, ainda, o

cálculo do DP, que representa uma medida do esforço cardiovascular,

Page 128: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

100

conjugando os valores da TAS e da FC para um determinado esforço e

espaço temporal.

De acordo com a literatura, a HTA é a doença cardiovascular mais

comum e o factor de risco quantitativamente mais influente no

desenvolvimento da doença coronária e da insuficiência cardíaca. Segundo

Pickering et al. (2005), nos vários estudos desenvolvidos sobre HTA têm

sido encontradas correlações fortes e directas entre a TAM e a morte por

acidente vascular em adultos. De facto, o perigo do aumento da TA advém

da sua relação directa com a ocorrência de acidentes cerebrais ou

cardiovasculares, particularmente em indivíduos de risco. Todavia, nem

sempre a HTA ou a propensão para o desenvolvimento desta doença está

diagnosticada. Segundo Miura et al. (2001), 15% das mortes ocasionadas

por acidentes coronários relacionados com a TA ocorrem em indivíduos com

pré-hipertensão (TAS de 120 a139 mmHg e TAD de 80 a 89 mmHg). Um

dos problemas que se coloca, aos indivíduos não atletas, que vão praticar

actividade física pela primeira vez advém do desconhecimento da sua

aptidão para realização de exercício físico. Este desconhecimento associado

a um estilo de vida que promove o desenvolvimento de doenças do foro

cardiovascular, sublinha a importância da sensibilidade dos professores de

Educação Física, que trabalham com actividades de fitness, para o

doseamento da intensidade do exercício. Vários autores descrevem que, em

situação de esforço, a TAS aumenta e a TAD tende a diminuir (ACSM, 2005;

Brooks et al., 2000; Polito, 2003). O incremento da TAS resulta do aumento

do DC e, consequentemente, do aumento da pressão sanguínea exercida

sobre as paredes das artérias, induzindo uma resposta tensional mais

elevada por parte das mesmas (Guyton, 1992). Brooks et al. (2000) referem

que resposta da TAD está preferencialmente dependente das resistências

vasculares periféricas, as quais por sua vez são condicionadas pela massa

muscular activa, pela intensidade da força desenvolvida por unidade de

tempo e pelo tipo de contracção muscular realizada (isométrica/dinâmica).

Nos exercícios dinâmicos quanto maior a quantidade de massa muscular

solicitada, menores as resistências periféricas e, consequentemente, maior

facilidade do sangue ejectado pelo coração percorrer os diferentes vasos

sanguíneos.

Page 129: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

101

Os resultados dos dois protocolos do presente estudo estão de

acordo com os descritos na literatura para a situação de exercício, ou seja,

houve um aumento da TAS e uma diminuição da TAD. Esta alteração

proporcionalmente inversa das duas expressões da TA determinou a

obtenção de uma TAM em repouso e pós-exercício similar. Na literatura, a

TAM tem sido descrita como um indicador de risco para a ocorrência de

acidentes cardiovasculares, pelo que o facto dos exercícios realizados de

acordo com os protocolos descritos, por não terem induzido alterações da

TAM, parece ser indicador da ausência de perigo para praticantes saudáveis

de hidroginástica. Contudo, não nos podemos alienar do facto de, por

exemplo, em indivíduos hipertensos, não medicados, a TA de repouso ser

superior e, consequentemente, o “disparo” agudo da TA pós-esforço ser

igualmente mais elevado. Acrescentamos também que, indivíduos com uma

história de hipertensão relativamente longa desenvolvem alterações dos

vasos sanguíneos, ou seja, ocorre uma fragilização da sua estrutura. Esta

alteração estrutural associada a um esforço de elevada intensidade (indutora

de um aumento pronunciado da TAS), como o realizado neste estudo,

poderá eventualmente desencadear a ocorrência um acidente

cardiovascular.

Na comparação dos dois protocolos constituídos por exercícios

indutores de elevada intensidade de esforço, verificamos que as respostas

tensionais pós-exercício foram semelhantes. No entanto, importa salientar

que no primeiro protocolo os valores tensionais de partida, isto é de repouso,

foram superiores, o que poderá ter determinado o aparecimento de valores

tensionais pós-esforço igualmente mais elevados. As variações observadas

na TA de repouso podem ser explicados pelos inúmeros factores que

condicionam este parâmetro fisiológico, como por exemplo as alterações

psicológicas/emocionais induzidas pela própria situação de avaliação.

Os resultados do cálculo do duplo produto permitiram observar um

aumento significativo do MVO2. Estes resultados eram esperados, uma vez

que a FC aumenta em resposta ao aumento da intensidade do exercício

aumentando também, consequentemente, a necessidade de melhor irrigar o

músculo cardíaco. Segundo Polito (2003), existe uma relação entre MVO2 e

o fluxo coronário sanguíneo, pois, em exercício o aumento MVO2 é

Page 130: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

102

compensado por um aumento do fluxo coronário sanguíneo. O mesmo autor

salienta, no entanto, que um sujeito que possua uma doença obstrutiva

coronária provavelmente não consegue manter o fluxo sanguíneo necessário

às exigências metabólicas do miocárdio, nomeadamente em actividades de

intensidade crescente, ocorrendo isquemia cardíaca. Tendo em conta a

correlação positiva descrita na literatura entre o DP e o MVO2, vários autores

têm considerado o DP como um indicador da sobrecarga cardíaca.

A comparação dos valores do DP, calculados para os dois protocolos,

permitem-nos concluir que do ponto de vista do esforço cardíaco, o pico de

intensidade máxima de 7 min realizado no primeiro protocolo é mais

exigente e, como tal, eventualmente mais perigoso para sujeitos com alguma

debilidade cardíaca.

Page 131: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

103

7. Conclusões

Com base nas hipóteses formulas e nos resultados encontrados,

concluímos que:

1: O pico de intensidade máxima, com a duração de 7 min, induziu uma

resposta láctica superior à indicada na literatura para esforços realizados ao

VO2max. O pico de intensidade supramáxima induzido através do exercício

aquático intermitente de curta duração gerou concentrações lácticas

superiores ao LAN, caracterizando-o assim como um esforço anaeróbio.

Concluímos que o fornecimento energético necessário aos dois esforços

inclui uma forte componente anaeróbia.

2: O pico de intensidade máxima, com a duração de 7 min, induziu uma FC

próxima do máximo e, em alguns casos, acima da FC máxima teórica

estimada. No pico de intensidade supramáxima, induzido através do

exercício aquático intermitente de curta duração os valores da FC

encontrados foram igualmente próximos do máximo estimado.

3: Após a realização do pico de intensidade máxima, com a duração de 7

min, e do pico de intensidade supramáxima induzido através do exercício

aquático intermitente de curta duração, os valores da TAS aumentaram e os

valores da TAD diminuíram proporcionalmente. Por conseguinte, os valores

da TAM calculada mantiveram-se semelhantes ao repouso, evidenciando um

baixo risco de ocorrência de acidentes cardiovasculares nesta amostra.

4: O pico de intensidade máxima, com a duração de 7 min, e o pico de

intensidade supramáxima induzido através de exercício aquático intermitente

de curta duração, foram percepcionados pelos sujeitos da amostra como

dois esforços máximos.

5: A resposta láctica ao exercício foi inferior no pico de intensidade

supramáxima induzido através de exercício aquático intermitente de curta

Page 132: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

104

duração comparativamente com o pico de intensidade máxima, com a

duração de 7 min.

6: Os valores de FC encontrados foram inferiores no pico de intensidade

supramáxima, induzido através de exercício aquático intermitente de curta

duração, comparativamente com o pico de intensidade máxima, com a

duração de 7min.

7: Os valores da TAS e TAD obtidos após o pico de intensidade máxima,

com a duração de 7 min, e o pico de intensidade supramáxima induzido

através de exercício aquático intermitente de curta duração são

semelhantes. Contudo, após o cálculo do DP, observamos que o esforço

cardiovascular é superior no pico de intensidade máxima e

consequentemente, também o eventual risco cardíaco.

Page 133: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

105

8. Perspectivas futuras

Do ponto de vista metodológico, poderíamos complementar este estudo

com a utilização de outros instrumentos, no sentido de avaliar novos

parâmetros fisiológicos. Entre os referidos instrumentos sugerimos a

utilização de um oxímetro (e.g. K4).

Ainda sob a perspectiva metodológica, parece-nos importante o estudo

de amostras com outros tipos de características, como por exemplo

portadores de doenças cardiovasculares, ainda que com uma adaptação dos

protocolos realizados, pois só assim poderemos encontrar resultados que

nos permitam concluir sobre a aplicabilidade deste género de esforços a

pessoas com alguma debilidade do foro cardiovascular.

A aparente novidade da utilização esforços anaeróbios no exercício

físico para a saúde abre um vasto leque de possibilidades para estudos

futuros a realizar neste âmbito, nomeadamente no que se refere aos

benefícios associados ao trabalho nestas intensidades e à importância do

desenvolvimento da capacidade anaeróbia em indivíduos não atletas.

Page 134: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente
Page 135: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

107

Bibliografia

ACSM. (1993). ACSM position stand: physical activity, physical fitness, and

hypertension. Med Sci Sports Exerc, 25(10), i-x.

ACSM. (1998). ACSM position stand: the recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Med Sci Sports Exerc, 30(6), 975-991.

ACSM. (2000). ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription. Baltimore, Maryland: Lippincott Williams & Wilkins.

ACSM. (2003). Benefícios e riscos associados com o exercício. In Diretrizes do ACSM para os testes de esforço e sua prescrição (pp. 5-10). Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

ACSM. (2005). ACSM's health-related physical fitness assessment manual. Phildelphia: Lippincott Williams & Wilkins.

ACSM. (2006). ACSM's guidelines for exercise prescription. Philadelphia: Lippincott Williams & Wilkins.

Adami, M. R. (2003). Aquafitness: o treino completo de fitness de baixo impacto. Porto: Civilizações Editores.

AEA. (2001). Manual do profissional de fitness aquático. Rio de Janeiro: Shape.

AHA, & ACSM. (2007). Exercise and acute cardiovascular events: placing the risks into perspective. Med Sci Sports Exerc, 39(5), 886-897.

Almeida, J., & Melo, A. S. (1998). Dicionário da Língua Portuguesa (8ª ed.). Porto: Porto Editora.

Alves, F. (2000). O treino da resistência e as zonas de intensidade. Revista de Natação, 8(2), 1-7.

Alves, R. V. (2001). Aptidão física relacionada à saúde de idosos - influência da hidroginástica Porto: R. Alves. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Aoba, T., Hanai, A., & Nomura, T. (2008). Effects of water exercise on blood pressure at elderly subjects. In T. Nomura & B. E. Ungerechts (Eds.),

Page 136: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

108

The book of proceedings of the 1st International Scientific Conference of Aquatic Space Activities (pp. 197- 202). Tsukuba, Japa: University of Tsukuba.

Ascensão, A., & Santos, P. (2002). Determinação do estado de equilíbrio máximo de lactato sanguíneo em jovens corredores do sexo masculino. In P. J. M. Santos & J. A. R. Santos (Eds.), Investigação aplicada em atetismo: um contributo da FCDEF-UP para o desenvolvimento do meio-fundo e fundo (pp. 46-54). Porto: FCDEF-UP.

Astrand, P., & Rodahl, K. (1987). Tratado de Fisiologia do exercício. Rio de Janeiro: Editora Guanabara.

Avellini, B. A., Shapiro, Y., & Pandolf, K. B. (1983). Cardio-respiratory physical training in water and on land. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 50(2), 255-263.

Balady, G. J., Chaitman, B., Driscoll, D., Foster, C., Froelicher, E., Gordon, N., et al. (1998). Recommendations for cardiovascular screening, staffing, and emergency policies at health/fitness facilities. Circulation, 97(22), 2283-2293.

Balonas, A. A. (2006). Relação entre as variações intracíclicas da velocidade do centro de massa e o tempo limite à velocidade mínima de VO2máx: estudo nas quatro técnicas de nado em nadadores de elevado nível desportivo Porto: A. Balonas. Dissertação de Mestre apresentada à FADEUP.

Barbosa, J. G. (1998). Multireferêncialidade nas ciências da educação. São Carlos: Ed.UFSCar.

Barbosa, T., & Queirós, T. (2005). Manual prático de actividades aquáticas e hidroginástica. Lisboa: Xistarca, Promoções e Publicações Desportivas.

Barbosa, T. M., Garrido, M. F., & Bragada, J. (2007). Physiological adaptations to head-out aquatic exercises with different levels of body immersion. J Strength Cond Res, 21(4), 1255-1259.

Barker, K. L., Dawes, H., Hansford, P., & Shamley, D. (2003). Perceived and measured levels of exertion of patients with chronic back pain exercising in a hydrotherapy pool. Arch Phys Med Rehabil, 84(9), 1319-1323.

Bates, A., & Hanson, N. (1998). Exercícios aquáticos terapêuticos. São Paulo: Manole.

Page 137: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

109

Bedford, T. L., Dusterwinkle, T. A., & Hoppman, D. J. (1996). Comparison of the effects of aerobic dance to water aerobic training on maximal oxygen consumption. Allendale, Michigan: T. Bedford. Dissertação de Mestrado apresentada à Grand Valley State University.

Begin, R., Epstein, M., Sackner, M. A., Levinson, R., Dougherty, R., & Duncan, D. (1976). Effects of water immersion to the neck on pulmonary circulation and tissue volume in man. J Appl Physiol, 40(3), 239-299.

Bell, J. M., & Bassey, E. J. (1994). A comparison of the relation between oxygen uptake and heart rate during different styles of aerobic dance and a traditional step test in women Eur J Appl Physiol, 68(1), 20-24.

Bell, R. D., MacDougall, J. D., Billeter, R., & Howald, H. (1980). Muscle fiber types and morphometric analysis of skeletal muscle in six-year-old children. Med Sci Sports Exerc, 12(1), 28-31.

Benelli, P., Ditroilo, M., & Vito, G. (2004). Physiological responses to fitness activities: a comparison between land-based and water aerobics exercise. J Strength and Cond Res, 18(4), 719-722.

Benn, S. J., McCartney, N., & McKelvie, R. S. (1996). Circulatory responses to weight lifting, walking, and stair climbing in older males. J Am Geriatr Soc, 44(2), 121-125.

Bermon, S., Rama, D., & Dolisi, C. (2000). Cardiovascular tolerance of healthy elderly subjects to weight-lifting exercises. Med Sci Sports Exerc, 32(11), 1845-1848.

Berry, M. J., Cline, C. C., Berry, C. B., & Davis, M. (1992). A comparison between two forms of aerobic dance and treadmill running. Med Sci Sports Exerc, 24(8), 946-951.

Billat, L. V., & Koralsztein, J. P. (1996). Significance of the velocity at VO2max and time to exhaustion at this velocity. Sports Med, 22(2), 90-108.

Billat, V., Faina, M., Sardella, F., Marini, C., Fanton, F., Lupo, S., et al. (1996). A comparison of time to exhaustion at VO2 max in elite cyclists, kayak paddlers, swimmers and runners. Ergonomics, 39(2), 267-277.

Bogdanis, G. C., Nevill, M. E., & Boobis, L. H. (1996). Contributions of phosphocreatine and aerobic metabolism to energy supply during repeated sprint exercise. J Appl Physiol, 80(3), 876-884.

Bonachela, V. (1994). Manual básico de hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint.

Page 138: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

110

Borg, G. (1982). Ratings of perceived exertion and heart rates during short-term cycle exercise and their use in a new cycling strength test. Int J Sports Med, 3(3), 153-158.

Borg, G. (2000). Escalas de Borg para dor e esforço percebido. São Paulo: Manole.

Bouchard, C., Taylor, A. W., & Simoneau, J. (1991). Testing anaerobic power and capacity. In J. D. McDougal, H. A. Wender & H. J. Green (Eds.), Physiological testing of high-performing athelete (pp. 175-221). Champaign, Illions: Human Kinetics Publishers, Canadian Association of Sport Science.

Boutcher, S. H., Seip, R. L., Hetzler, R. K., Pierce, E. F., Snead, D., & Weltman, A. (1989). The effects of specificity of training on rating of perceived exertion at the lactate threshold. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 59(5), 365-369.

Broman, G., Quintana, M., Lindberg, T., Jansson, E., & Kaijser, L. (2006). High intensity deep water training can improve aerobic power in elderly women. Eur J Appl Physiol, 98(2), 117-123.

Brooks, G. A., Fahey, T. D., Wite, T. P., & Baldwin, K. M. (2000). Exercise physiology: human bioenergetics and its applications. Boston: McGraw-Hill.

Butts, N. K., Knox, K. M., & Foley, T. S. (1995). Energy costs of walking on a dual-action treadmill in men and women. Med Sci Sports Exerc, 27(1), 121-125.

Capela, M. I. G. (1996). Estudo das motivações para a prática de hidroginástica. Porto: M. Capela. Dissertação de Licenciatura apresentada à FCDEF-UP.

Cardoso, A. S., Tartaruga, L. A. P., Barella, R. E., Brentano, M. A., & Kruel, L. F. M. (2004). Effects of deep water training program on women's muscle strenght. FIEP Bulletin, 74, 590-593.

Carmona, J. P. (2006). Medição da pressão arterial: medição no consultório In Hipertensão arterial na prática clínica (pp. 45-66). Lisboa: Córtex - Publicações Técnicas e Científicas.

Caromano, F. A., & Candeloro, L. J. M. (2001). Fundamentos da hidroterapia para o idoso. Arq. Ciênc. Saúde Unipar 5(2), 187-195.

Page 139: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

111

Cassady, S. L., & Nielsen, D. H. (1992). Cardiorespiratory responses of healthy subjects to calisthenics performed on land versus in water. Phys Ther, 72(7), 532-538.

Chobanian, A. V., Bakris, G. L., Black, H. R., Cushman, W. C., Green, L. A., Izzo, J. L., Jr., et al. (2003). Seventh report of the Joint National Committee on Prevention, Detection, Evaluation, and Treatment of High Blood Pressure. Hypertension, 42(6), 1206-1252.

Clapp, J. F., 3rd, & Little, K. D. (1994). The physiological response of instructors and participants to three aerobics regimens. Med Sci Sports Exerc, 26(8), 1041-1046.

Coertjens, M., Dias, A. B. C., Silva, R. C., Rangel, A. C. B., Tartaruga, L. A. P., & Kruel, L. F. M. (2000). Determinação da bradicardia durante imersão vertical no meio liquido. Comunicação apresentada em XII Salão de Iniciação Cêntífica, Porto Alegre, Rio Grande do Sul.

Colaço, P. (2002). Métodos de avaliação da prestação anaeróbia: uma breve revisão. In P. J. M. Santos & J. A. R. Santos (Eds.), Investigação aplicada em atetismo: um contributo da FCDEF-UP para o desenvolvimento do meio-fundo e fundo (pp. 35-46). Porto.

Colado, J. C., Tella, V., & F., L. (2006). Response to resistance exercise performe in water versus on land. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 6(supl 2), 361-363.

Committee., E. S. o. H.-E. S. o. C. G. (2003). 2003 European Society of Hypertension-European Society of Cardiology guidelines for the management of arterial hypertension. J Hypertens, 21(6), 1011-1053.

Costa, G., Afonso, S., Bragada, J. A., Reis, V. M., & Barbosa, T. M. (2008). Estudo comparativo das adaptações fisiológicas agudas durante a execução de três variantes de um exercício básico de hidroginástica. Rev Bras Cinen Desemp Hum, 10(2), 1-14.

Cunha, M. C. B., Labronici, R. H. D. D., Oliveira, A. S. B., & Gabbai, A. A. (1998). Hidroterapia. Revista de Neurociências 6(3), 126-130.

Daida, H., Allison, T. G., Squires, R. W., Miller, T. D., & Gau, G. T. (1996). Peak exercise blood pressure stratified by age and gender in apparently healthy subjects. Mayo Clin Proc, 71(5), 445-452.

Page 140: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

112

Darby, L. A., & Yaekle, B. C. (2000). Physiological responses during two types of exercise performed on land and in the water. J Sports Med Phys Fitness, 40(4), 303-311.

DeBusk, R. F., Valdez, R., Houston, N., & Haskell, W. (1978). Cardiovascular responses to dynamic and static effort soon after myocardial infarction: application to occupational work assessment. Circulation, 58(2), 368-375.

Demarie, S., Sardella, F., Billat, V., Magini, W., & Faina, M. (2001). The VO2 slow component in swimming. Eur J Appl Physiol, 84(1-2), 95-99.

Demello, J. J., Cureton, K. J., Boineau, R. E., & Singh, M. M. (1987). Ratings of perceived exertion at the lactate threshold in trained and untrained men and women. Med Sci Sports Exerc, 19(4), 354-362.

Denison, D. M., Wagner, P. D., Kingaby, G. L., & West, J. B. (1972). Cardiorespiratory responses to exercise in air and underwater. J Appl Physiol, 33(4), 426-430.

Dixon, R. W., Jr., & Faulkner, J. A. (1971). Cardiac outputs during maximum effort running and swimming. J Appl Physiol, 30(5), 653-656.

Dowzer, C. N., Reilly, T., Cable, N. T., & Nevill, A. (1999). Maximal physiological responses to deep and shallow water running. Ergonomics, 42(2), 275-281.

Eckerson, J., & Anderson, T. (1992). Physiological response to water aerobics. J Sports Med Phys Fitness, 32(3), 255-261.

Ekblom, B. (1986). Factors determining maximal aerobic power. Acta Physiol Scand Suppl, 556, 15-19.

Epstein, M., Levinson, R., & Loutzenhiser, R. (1976). Effects of water immersion on renal hemodynamics in normal man. J Appl Physiol, 41(2), 230-233.

Evans, W. J. (1999). Exercise training guidelines for the elderly. Med Sci Sports Exerc, 31(1), 12-17.

Faina, M., Billat, V., Squadrone, R., De Angelis, M., Koralsztein, J. P., & Dal Monte, A. (1997). Anaerobic contribution to the time to exhaustion at the minimal exercise intensity at which maximal oxygen uptake occurs in elite cyclists, kayakists and swimmers. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 76(1), 13-20.

Page 141: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

113

Fernandes, R., Billat, V., & Vilas-Boas, J. P. (2003). Time limit at v V02max and VO2max slow component in swimming:a pilot study in university students. In J.-C. Chatard (Ed.), Biomechanics and Medicine in Swimming IX (pp. 331-336). Saint-Étienne: Publications de L'Université de Saint-Étienne.

Figueiredo, S. A. S. (Ed.). (1996). Hidroginástica. Rio de Janeiro: Sprint.

Finkelstein, I., Bgeginski, R., Tartaruga, M. P., Alberton, C. L., & Kruel, L. F. M. (2006). Comportamento da frequência cardíaca e da pressão arterial, ao longo da gestação, com treinamento no meio líquido. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12(5), 376-380.

Fletcher, G. F., Balady, G., Blair, S. N., Blumenthal, J., Caspersen, C., Chaitman, B., et al. (1996). Statement on exercise: benefits and recommendations for physical activity programs for all Americans. A statement for health professionals by the Committee on Exercise and Cardiac Rehabilitation of the Council on Clinical Cardiology, American Heart Association. Circulation, 94(4), 857-862.

Fontes, C. M. M. (2005). A influência de um programa de hidroginástica no comportamento psicomotor de mulheres mastectomizadas. Porto: C. Fontes. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Fontes, S. F. O. (2004). A força muscular e o idoso: efeito de dois programas de actividade física - hidroginástica vs ginástica de manutenção. Porto: S. Fontes. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Frangolias, D. D., & Rhodes, E. C. (1996). Metabolic responses and mechanisms during water immersion running and exercise. Sports Med, 22(1), 38-53.

Gastin, P. B. (1994). Quantification of anaerobic capacity. Scandinavian Journal of Medicine & Science, 4(2), 91-102.

Gastin, P. B. (2001). Energy system interaction and relative contribution during maximal exercise. Sports Med, 31(10), 725-741.

Gearhart, R. F. (2008). Ratings of perceived exertion and oxygen consumption during maximal, graded, treadmill exercise following different anchoring procedures. European Journal of Sports Science, 8(1), 35-40.

Gimenes, R. O., Fontes, S. V., Fukujima, M. M., Matas, L. S. A., & Prado, G. F. (2005). Análise crítica de ensaios clínicos aleatórios sobre fisioterapia

Page 142: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

114

aquática para pacientes neurológicos. Revista de Neurociências, 13(1), 5-10.

Globel, F. L., Norstrom, L. A., Nelson, R. R., Jorgensen, C. R., & Wang, Y. (1978). The rate-pressure product as an index of myocardial oxygen consuption during exercise in patients with angina pectoris. Circulation 57(3), 549-556.

Gonçalves, V. L. (Ed.). (1996). Treinamento em hidroginástica. Rio de Janeiro: Ícone.

Graef, F., Tartaruga, L., Alberton, C., & Kruel, L. (2005). Frequência cardíaca em homens imersos em diferentes temperaturas de água. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 5(3), 266-273.

Graef, F. I., & Kruel, L. F. M. (2006). Frequência cardíaca e percepção subjectiva do esforço no meio aquático: diferenças em relação ao meio terrestre e aplicações na prescrição do exercício - uma revisão. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12(4), 221-228.

Grebe, T. L. (1994). A comparison of heart rate and perceived exertion between land and water dance aerobics. Mount Plesant, Michigan: T. Grebe. Dissertação de Mestrado apresentada à Central Michigan University

Green, J. H., Cable, N. T., & Elms, N. (1990). Heart rate and oxygen consumption during walking on land and in deep water. J Sports Med Phys Fitness, 30(1), 49-52.

Green, S. (1995). Measurement of anaerobic work capacities in humans. Sports Med, 19(1), 32-42.

Grimes, D. C., & Krasevec, J. A. (Eds.). (s.d.). Hidroginástica. São Paulo: Hemus Editora.

Gubiani, G. L., Neto, C. S. P., Petroski, E. L., & Lopes, A. S. (2001). Efeitos da hidroginástica sobre indicadores antropométricos de mulheres entre 60 e 80 anos de idade. Revista Brasileira de Cineantropometria & Desempenho Humano, 3(1), 34-41.

Guyton, A. C. (1992). Tratado de fisiologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Hagberg, J. M., Park, J. J., & Brown, M. D. (2000). The role of exercise training in the treatment of hypertension: an update. Sports Med, 30(3), 193-206.

Page 143: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

115

Hainsworth, R. (1991). Reflexes from the heart. Physiol Rev, 71(3), 617-658.

Hanai, A., Morita, N., Okita, K., & Nomura, T. (2008). Effects of short term water exercise on the blood profile of elderly subjects from cold snowy region. In T. Nomura & B. E. Ungerechts (Eds.), The book of proceedings of the 1st International Scientific Conference of Aquatic Space Activities (pp. 203-206). Tsukuba, Japa: University of Tsukuba.

Hanai, A., Yamamoto, K., Hatakeyama, Hareyama, S., Morita, N., Okita, K., et al. (2006). Short-term water exercise effects on the physical fitness of elderly subjects from cold snowy region. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 6(supl 2), 363-365.

Hancock, C. R., Brault, J. J., Wiseman, R. W., Terjung, R. L., & Meyer, R. A. (2005). 31P-NMR observation of free ADP during fatiguing, repetitive contractions of murine skeletal muscle lacking AK1. Am J Physiol Cell Physiol, 288(6), 1298-1304.

Haskell, W. L., Lee, I. M., Pate, R. R., Powell, K. E., Blair, S. N., Franklin, B. A., et al. (2007). Physical activity and public health: updated recommendation for adults from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Med Sci Sports Exerc, 39(8), 1423-1434.

Haskvitz, E. M., Seip, R. L., Weltman, J. Y., Rogol, A. D., & Weltman, A. (1992). The effect of training intensity on ratings of perceived exertion. Int J Sports Med, 13(5), 377-383.

Heck, H., Mader, A., Hess, G., Mucke, S., Muller, R., & Hollmann, W. (1985). Justification of the 4-mmol/l lactate threshold. Int J Sports Med, 6(3), 117-130.

Heigenhauser, G. F., Boulet, D., Miller, B., & Faulkner, J. A. (1977). Cardiac outputs of post-myocardial infarction patients during swimming and cyclic. Med Sci Sports, 9(3), 143-147.

Heithold, M. S. K., & Glass, S. C. (2002). Variations in heart rate and perception of effort during land and water aerobics in older women. Journal of Exercise Physiology, 5(4), 22-28.

Hermida, R. C., Fernandez, J. R., Ayala, D. E., Mojon, A., Alonso, I., & Smolensky, M. (2001). Circadian rhythm of double (rate-pressure) product in healthy normotensive young subjects. Chronobiol Int, 18(3), 475-489.

Page 144: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

116

Hetzler, R. K., Seip, R. L., Boutcher, S. H., Pierce, E., Snead, D., & Weltman, A. (1991). Effect of exercise modality on ratings of perceived exertion at various lactate concentrations. Med Sci Sports Exerc, 23(1), 88-92.

Holmer, I., & Bergh, U. (1974). Metabolic and thermal response to swimming in water at varying temperatures. J Appl Physiol, 37(5), 702-705.

Holmer, I., Lundin, A., & Eriksson, B. O. (1974). Maximum oxygen uptake during swimming and running by elite swimmers. J Appl Physiol, 36(6), 711-714.

Holmer, I., Stein, E. M., Saltin, B., Ekblom, B., & Astrand, P. O. (1974). Hemodynamic and respiratory responses compared in swimming and running. J Appl Physiol, 37(1), 49-54.

Housh, T., Johnson, G., McDowell, S., Housh, D., & Pepper, M. (1992). The relationship between anaerobic running capacity and peak plasma lactate. J Sports Med Phys Fitness, 32(2), 117-122.

Inbar, O., & Bar-Or, O. (1986). Anaerobic characteristics in male children and adolescents. Med Sci Sports Exerc, 18(3), 264-269.

Inbar, O., Rotstein, A., Jacobs, I., Kaiser, P., Dlin, R., & Dotan, R. (1983). The effects of alkaline treatment on short-term maximal exercise. Journal of Sports Science, 1(2), 95-104.

Irving, L. (1963). Bradycardia in human divers. J Appl Physiol, 18(3), 489-491.

Jacobs, I., Bar-Or, O., Karlsson, J., Dotan, R., Tesch, P., Kaiser, P., et al. (1982). Changes in muscle metabolites in females with 30-s exhaustive exercise. Med Sci Sports Exerc, 14(6), 457-460.

Jjogaard, G., Pedersen, M., Blangsted, A., Andersen, L., Jorgensen, M., & Hansen, E. (2008). Physical-activity and health in a cross-sectional population study and the effect of subsequent worksite interventions with contrasting physical-exercise programs on specfic health outcome measures In J. Cabri, F. Alves, D. Araújo, J. Barreiros, J. Diniz & A. Veloso (Eds.), 13th Annual Congress of the European College of Sports Science: Book of abstracts. Estoril, Portugal.

Johnson, B. L., Stromme, S. B., Adamczyk, J. W., & Tennoe, K. O. (1977). Comparison of oxygen uptake and heart rate during exercises on land and in water. Phys Ther, 57(3), 273-278.

Page 145: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

117

Kaneda, K., Sato, D., Wakabayashi, H., Hanai, A., Uekusa, T., & Nomura, T. (2008). Suggestion of “NEW” application of deep-water running in the elderly. In T. Nomura & B. E. Ungerechts (Eds.), The book of proceedings of the 1st International Scientific Conference of Aquatic Space Activities (pp. 191- 196). Tsukuba, Japa: University of Tsukuba.

Kaneda, K., Wakabayashi, H., Sato, D., Uekusa, T., & Nomura, T. (2007, in press). Lower extremity muscle activity during deep-water running on self-determined pace. J Electromyogr Kinesiol.

Katz, L. N., & Feinberg, H. (1958). The relation of cardiac effort to myocardial oxygen consumption and coronary flow. Circ Res, 6(5), 656-669.

Kenny, G. P., Giesbrecht, G. G., & Thoden, J. S. (1996). A comparison of human thermoregulatory response following dynamic exercise and warm-water immersion. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 74(4), 336-341.

Kent, T., Gregor, J., Deardorff, L., & Katz, V. (1999). Edema of pregnancy: a comparison of water aerobics and static immersion. Obstet Gynecol, 94(5 Pt 1), 726-729.

Kestin, A. S., Ellis, P. A., Barnard, M. R., Errichetti, A., Rosner, B. A., & Michelson, A. D. (1993). Effect of strenuous exercise on platelet activation state and reactivity. Circulation, 88(4 Pt 1), 1502-1511.

Kosonen, T., Malkia, E., Keskinen, L. K., & Keskinen, P. O. (2006). Cardiorespiratory responses to basic aquatic exercise - a pilot study. Advances in Physiotherapy, 8(2), 75-81.

Koszuta, L. E. (1989). From sweaats to swinsuits: Is water exercise the wave of the Future? The Phys and Sports Med, 17, 203-206.

Kruel, L. (1994). Peso hidrostático e frequência cardíaca em pessoas submetidas a diferentes profundidades de água. Santa Maria (RS): L. Kruel. Dissertação de Mestrado apresentada à Universidade Federal de Santa Maria (RS).

Kruel, L. (2000). Alterações fisiológicas e biomecânias em indivíduos particando exercícios de hidroginástica dentro e fora de àgua. Santa Maria, RS: L. Kruel. Dissertação de Doutoramento apresentada à Universidade Federal de Santa Maria (RS).

Kruel, L., Coertjens, M., Peyré, L., Tartaruga, L., & H., P. (2002). Validade e fidedignidade do consumo máximo de oxigénio predito pelo

Page 146: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

118

frequêncimetro Polar M52. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercicio, 2, 147-150.

Kruel, L. F. M., Barrella, R. E., Graef, F., Brentano, M. A., Figueiredo, P. P., Cardoso, A., et al. (2005). Efeitos de um treinamento de força aplicado em mulheres praticantes de hidroginástica. Revista Brasileira de Fisiologia do Exercício, 4(1), 32-38.

Kruel, L. F. M., Tartaruga, L. A. P., Dias, A. C., Silva, R. C., Picanço, P., & Rangel, A. B. (2002). Frequência cardiaca durante imersão no meio aquático. Fitness & Performance Journal, 1(6), 46-51.

Lee, I. M., Hsieh, C. C., & Paffenbarger, R. S., Jr. (1995). Exercise intensity and longevity in men. The Harvard Alumni Health Study. Jama, 273(15), 1179-1184.

Lee, I. M., & Paffenbarger Jr., R. S. (2000). Association of light, moderate, and vigorous intensity physical activity with longevity: the Havard Alumni Health Study. AM. J. Epidemiol, 151(3), 293-299.

Lewington, S., Clarke, R., Qizilbash, N., Peto, R., & Collins, R. (2002). Age-specific relevance of usual blood pressure to vascular mortality: a meta-analysis of individual data for one million adults in 61 prospective studies. Lancet, 360(9349), 1903-1913.

Li, Z. J. (2005). Relation between blood Lactate levels, heart rate, and rating of perceived exertion in kickboxing. Med Sci Sports Exerc, suppl 37(5), S79.

Lopes, M. A., Farias, S. F., & Souza, E. R. (1997). Hidroginástica na terceira idade - contextualizando a hidroginástica. In Hidroginástica e ginástica participativa na terceira idade (pp. 11-14). Florianópolis: CEITEC.

MacDougall, J. D., Tuxen, D., Sale, D. G., Moroz, J. R., & Sutton, J. R. (1985). Arterial blood pressure response to heavy resistance exercise. J Appl Physiol, 58(3), 785-790.

Mader, A. (1991). Evaluation of the endurance performance of marathon runners and theoretical analysis of test results. J Sports Med Phys Fitness, 31(1), 1-19.

Madsen, O., & Lohberg, M. (1987). The lowdown on lactates. Swimming technique, 24, 21-26.

Page 147: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

119

Magel, J. R. (1970). Propelling force measured during tethered swimming in the four competitive swimming styles. Res Q, 41(1), 68-74.

Magel, J. R., & Faulkner, J. A. (1967). Maximum oxygen uptakes of college swimmers. J Appl Physiol, 22(5), 929-933.

Maglischo, E. W. (1986). The aplication energy metabolism to swimming training. In B. E. Ungerechts, K. Wilke; & R. Reischel (Eds.), Biomechanics and Medicine in Swimming V (pp. 209-218). Champaign, Illinois: Human Kinectics Books

Maglischo, E. W. (1993). Swimming even faster. Montain View, Califórnia: Mayfield Publishing Company.

Maglischo, E. W. (2003). Swimming fastest. USA: Human Kinectics.

Maia, J. (1999). A ideia da Aptidão Física. Conceito, operacionalização e implicações. Boletim SPEF, 17/18, 17-30.

Maia, J. (2001). Actividade física e aptidão física associada à saúde : um estudo de epidemiologia genética em gémeos e suas famílias realizado no arquipélago dos Açores. Porto: FCDEF-UP.

Malina, R. M., Bouchard, C., & Bar-Or, O. (2004). Growth, maturation, and physical activity Champaign, Illions:Human Kinetics.

Manson, J. E., Greenland, P., LaCroix, A. Z., Stefanick, M. L., Mouton, C. P., Oberman, A., et al. (2002). Walking compared with vigorous exercise for the prevention of cardiovascular events in women. N Engl J Med, 347(10), 716-725.

Marques, R. (2003). Avaliação do perfil de saúde e actividade física In Prescrição de exercício em health club (pp. 77-105). Cacém: Ciência Gráfica.

Maughan, R., Gleeson, M., & Greenhalf, P. L. (1997). Biochemistry of exercise and training. Oxford: Oxford University Press.

McArdle, W. D., Glaser, R. M., & Magel, J. R. (1971). Metabolic and cardiorespiratory response during free swimming and treadmill walking. J Appl Physiol, 30(5), 733-738.

McArdle, W. D., Magel, J. R., Lesmes, G. R., & Pechar, G. S. (1976). Metabolic and cardiovascular adjustment to work in air and water at 18, 25, and 33 degrees C. J Appl Physiol, 40(1), 85-90.

Page 148: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

120

McCartney, N. (1999). Acute responses to resistance training and safety. Med Sci Sports Exerc, 31(1), 31-37.

McMurray, R. G., & Horvath, S. M. (1979). Thermoregulation in swimmers and runners. J Appl Physiol, 46(6), 1086-1092.

Medbo, J. I., & Burgers, S. (1990). Effect of training on the anaerobic capacity. Med Sci Sports Exerc, 22(4), 501-507.

Medbo, J. I., & Tabata, I. (1989). Relative importance of aerobic and anaerobic energy release during short-lasting exhausting bicycle exercise. J Appl Physiol, 67(5), 1881-1886.

Melo, G. F., & Giovani, A. (2004). Comparação dos efeitos da ginástica aeróbica e da hidroginástica na composição corporal de mulheres idosas. Revista Brasileira de Ciência e Movimento, 12(2), 13-18.

Melton-Rogers, S., Hunter, G., Walter, J., & Harrison, P. (1996). Cardiorespiratory responses of patients with rheumatoid arthritis during bicycle riding and running in water. Phys Ther, 76(10), 1058-1065.

Mendes, R. A. (1991). Hidroginástica: uma alternativa. Comunicação apresentada em III Seminário de Medicina Desportiva, Rio de Janeiro.

Miller, R. G., Boska, M. D., Moussavi, R. S., Carson, P. J., & Weiner, M. W. (1988). 31P nuclear magnetic resonance studies of high energy phosphates and pH in human muscle fatigue. Comparison of aerobic and anaerobic exercise. J Clin Invest, 81(4), 1190-1196.

Miura, K., Daviglus, M. L., Dyer, A. R., Liu, K., Garside, D. B., Stamler, J., et al. (2001). Relationship of blood pressure to 25-year mortality due to coronary heart disease, cardiovascular diseases, and all causes in young adult men: the Chicago Heart Association Detection Project in Industry. Arch Intern Med, 161(12), 1501-1508.

Morgado, M. A. M. (2003). Respostas da pressão arterial a um programa de condicionamento físico realizado na água Porto: A. Morgado. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Muller, E. S. M., Black, G. L., Figueiredo, P. P., Kruel, L. F. M., Hanisch, C., & Appell, H. J. (2005). Comparação electromiográfica do exercício abdominal dentro e fora de água. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 5(3), 255-265.

Page 149: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

121

Muller, F. G., Puhlmann, A. C., Lima, W. C., Pinto, R. S., & Kruel, L. F. M. (2002). A treinabilidade da força muscular em idosas praticantes de hidroginástica. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(5), 190.

Nagle, E. F., Robertson, R. J., Jakicic, J. J., Otto, A. D., Ranalli, J. R., & Chiapetta, L. B. (2007). Effects of aquatic exercise and walking in sedentary obese women undergoing a behavioral weight-loss intervention. International Journal of Aquatic Research and Education, 1(1), 43-56.

Nakanishi, Y., Kimura, T., & Yokoo, Y. (1999). Maximal physiological responses to deep water running at thermoneutral temperature. Appl Human Sci, 18(2), 31-35.

Neves, A. R. M., & Doimo, L. A. (2007). Avaliação da percepção subjectiva de esforço e da frequência cardíaca em mulheres adultas durante aulas de hidroginástica. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano, 9(4), 386-392.

Nummela, A., Mero, A., Stray-Gundersen, J., & Rusko, H. (1996). Important determinants of anaerobic running performance in male athletes and non-athletes. Int J Sports Med, 17 (Suppl 2), S91-96.

Nunes, M. F. C. (2003). Caracterização do esforço agudo de indivíduos idosos em aulas de hidroginástica com diferentes níveis de água. Porto: M. Nunes. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

O'Donovan, G., Owen, A., Bird, S. R., Kearney, E. M., Nevill, A. M., Jones, D. W., et al. (2005). Changes in cardiorespiratory fitness and coronary heart disease risk factors following 24 wk of moderate- or high-intensity exercise of equal energy cost. J Appl Physiol, 98(5), 1619-1625.

Olbrecht, J., & Mader, A. (2006). Individualisation of training based on metabolic measures. In Proceedings of First International Symposium Sciences and Practices in Swimming (pp. 109-115). Atlatica, Biarritz, France.

Olsen, C. R., Fanestil, D. D., & Scholander, P. F. (1962). Some effects of breath holding and apneic underwater diving on cardiac rhythm in man. J Appl Physiol, 17, 461-466.

Ono, K., Nishimura, K., & Onodera, S. (2006). Duration of one unit (80kcal) during treadmill walking in water. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 6(supl 1), 52.

Page 150: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

122

Pariser, G., Madras, D., & Weiss, E. (2006). Outcomes of an aquatic exercise program including aerobic capacity, lactate threshold, and fatigue in two individuals with multiple sclerosis. J Neurol Phys Ther, 30(2), 82-90.

Pate, R. R., Pratt, M., Blair, S. N., Haskell, W. L., Macera, C. A., Bouchard, C., et al. (1995). Physical activity and public health: a recommendation from the Centers for Disease Control and Prevention and the American College of Sports Medicine. Jama, 273(5), 402-407.

Penco, M., Petroni, R., Pastori, F., Fratini, S., & Romano, S. (2006). Should sports activity be encouraged or contraindicated in hypertensive subjects? Journal of Cardiovascular Medicine, 7(4), 288-295.

Pereira, P. L. A. (1999). A prática da hidroginástica na promoção da saúde. Porto: P. Pereira. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Pescatello, L. S., Franklin, B. A., Fagard, R., Farquhar, W. B., Kelley, G. A., & Ray, C. A. (2004). American College of Sports Medicine position stand. Exercise and hypertension. Med Sci Sports Exerc, 36(3), 533-553.

Pickering, T. G., Hall, J. E., Appel, L. J., Falkner, B. E., Graves, J., Hill, M. N., et al. (2005). Recommendations for blood pressure measurement in humans and experimental animals: part 1: blood pressure measurement in humans: a statement for professionals from the Subcommittee of Professional and Public Education of the American Heart Association Council on high blood pressure research. Hypertension 45(1), 142-161.

Pinto, S., Alberton, C., Becker, M., Olkoski, M., & Kruel, L. (2006). Respostas cardiorespiratórias em exercícios de hidroginástica executados com e sem o uso de equipamento resistivo. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 6(3), 336-341.

Pinto, S. S., Alberton, C. L., Figueiredo, P. A. P., & Kruel, L. F. M. (2007). Cardiorespiratory Reponses to a hydrogymastic exercise performed in differente situations with the use of Aquafins TM. Medicine & Science in Sports & Exercise, 39(supl 5), S347.

Pohl, M. B., & McNaughton, L. R. (2003). The physiological responses to running and walking in water at different depths. Research in Sports Medicine, 11(2), 63-78.

Polito, D. M. (2003). Respostas da frequência cardíaca, pressão arterial e duplo-produto ao exercício contra-resistência: uma revisão de literatura. Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 3(1), 179-191.

Page 151: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

123

Polito, D. M., Simão, R., Nóbrega, A. C. L., & Farinatti, P. T. V. (2004). Pressão arterial, frequência cardíaca e duplo-produto em séries sucessivas do exercício de força com diferentes intervalos de recuperação Revista Portuguesa de Ciências do Desporto, 4(3), 7-9.

Pollock, M. L., Franklin, B. A., Balady, G. J., Chaitman, B. L., Fleg, J. L., Fletcher, B., et al. (2000). AHA Science Advisory. Resistance exercise in individuals with and without cardiovascular disease: benefits, rationale, safety, and prescription: An advisory from the Committee on Exercise, Rehabilitation, and Prevention, Council on Clinical Cardiology, American Heart Association; Position paper endorsed by the American College of Sports Medicine. Circulation, 101(7), 828-833.

Polónia, J., Carmona, J., & Saavedra, J. (2006). Prefácio. In Hipertensão arterial na prática clínica. Lisboa: Cortex - Publicações Técnicas e Científicas.

Powers, K. S., & Howley, E. T. (2007). Circulatory adaptations to exercise. In Exercise Physiology: theory and application to fitness and performance (pp. 164-187). Boston: McGraw - Hill.

Puhlmann, A. C., Muller, F. G., Pelissari, M. F., Lima, W. C., & Carvalho, T. (2002). Flexibilidade e força muscular em idosas praticantes de hidroginástica e outras actividades físicas. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(5), 185-205.

Ramalhinho, V. (2006). Hipertensão arterial generalidades. In J. Polónia, J. Carmona & J. Saavedra (Eds.), A hipertensão arterial na prática clínica (pp. 16). Lisboa: Cortex - Plublicações Técnicas e Científicas

Reilly, T., Dowzer, C. N., & Cable, N. T. (2003). The physiology of deep-water running. J Sports Sci, 21(12), 959-972.

Reis, D. C., Antunes, B. M., Dias, F. F., Bem, M. F. L., Ferreira, G. M. L., Santos, S. G., et al. (2007). Efeitos da hidroginástica na marcha de uma portadora da doença de parkinson. Comunicação apresentada em VI Congresso Brasileiro de Actividade Física e Saúde, Florianópolis - Santa Catarina.

Ribeiro, S. M. S. (2007). Avaliação indirecta da funcionalidade anaeróbia de nadadores de diferente estatuto maturacional com recurso a testes laboratoriáis e de terreno. Porto: S. Ribeiro. Dissertação de Doutoramento apresentada à FADEUP.

Page 152: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

124

Ritchie, S. E., & Hopkins, W. G. (1991). The intensity of exercise in deep-water running. Int J Sports Med, 12(1), 27-29.

Robertson, R., Goss, F., Michael, T., Moyna, N., Gordon, P., Visich, P., et al. (1996). Validity of the Borg perceived exertion scale for use in semirecumbent ergometry during immersion in water. Percept Mot Skills, 83(1), 3-13.

Robertson, R. J., Falkel, J. E., Drash, A. L., Swank, A. M., Metz, K. F., Spungen, S. A., et al. (1986). Effect of blood pH on peripheral and central signals of perceived exertion. Med Sci Sports Exerc, 18(1), 114-122.

Robertson, R. J., Goss, F. L., & Metz, K. F. (1998). Perception of physical exertion during dynamic exercise: a tribute to Professor Gunnar A. V. Borg. Percept Mot Skills, 86(1), 183-191.

Rodriguez, F., & Mader, A. (2003). Energy metabolism during 400m and 100m crawl swimming: computer simulation based on free swimming measurement. In J.-C. Chatard (Ed.), Biomechanics and and Medicine in Swimming IX (pp. 373-378). Saint-Étiene: Pulications de l'Université de Saint-Étiene.

Rondon, M. U. P. B., Forjaz, M. L. C., Nunes, N., Amaral, S. L., Barretto, C. P., & Negrão, C. E. (1998). Comparação entre a prescrição de intensidade de treinamento físico baseada na avaliação ergométrica convencional e na ergoespirométrica. Arq Bras Cardiol, 70(3), 159-166.

Rowland, T. W. (1996). Developemental exercise physiology. Illinois: Human Kinectis.

Russell, W. D. (1997). On the current status of rated perceived exertion. Percept Mot Skills, 84(3 Pt 1), 799-808.

Rutledge, E., Silvers, W. M., Browder, K., & Dolny, D. (2007). Metabolic-cost comparison of submaximal land and aquatic treadmill exercise. International Journal of Aquatic Research and Education, 1(2), 118-133.

Saavedra, J. M., De La Cruz, E., Escalante, Y., & Rodriguez, F. A. (2007). Influence of a medium-impact aquaerobic program on health-related quality of life and fitness level in healthy adult females. J Sports Med Phys Fitness, 47(4), 468-474.

Saavedra, J. M., Escalante, Y., Pino, J., De la Cruz, E., & Rodriguez, F. A. (2006). Aplicación de un programa de aquaerobic de muy corta duration

Page 153: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

125

(4 semanas) en la mejora de la condición física saludable en mujeres jóvenes sanas. Apunts. Educació Física i Esports, 86, 14-20.

Sánchez, J. C. C., Murcia, J. A. M., & Vidal, J. V. (s/d). Fitness acuático: una alternativa a las gimnasias de mantenimento [Versão electrónica], 1-21 disponível em http://www.um.es/univefd/fitness.pdf.

Sanders, M., & Rippe, N. (2001). Fitness aquático, manual do instrutor: água pouco profunda. Madrid: Gymnos Editorial Deportiva.

Santos, M. P. M. (1997). Avaliação da intensidade do exercício numa aula de hidroginástica. Porto: M. Santos. Dissertação de Licenciatura apresentada à FCDEF-UP.

Santos, P. (2002a). Consumo máximo de oxigénio: uma breve revisão. In P. J. M. Santos & J. A. R. Santos (Eds.), Investigação aplicada em atletismo: um contributo da FCDEF-UP para o desenvolvimento do meio-fundo e fundo (pp. 7-18). Porto: FCDEF-UP.

Santos, P. (2002b). Limiar anaeróbio: uma breve revisão. In P. J. M. Santos & J. A. R. Santos (Eds.), Investigação aplicada em atletismo: um contributo da FCDEF-UP para o desenvolvimento do meio-fundo e fundo (pp. 19-24). Porto: FCDEF-UP.

Satchidanand, N., Nagle, E. F., Aaron, D. J., & Robertson, R. J. (2007). Gender Differences in the Relation between Blood Lactic Acid Concentrations and Rating of Perceived Exertion during Submaximal Exercise. Med Sci Sports Exerc, suppl 39(5), S484.

Scartoni, F. R., Brandão, C., Vale, G., & Dantas, E. H. M. (1998). Heart rate and respiratory freguency responses during aerobic and hydroaerobic classes In K. Keskinen, P. Komi & A. P. Hollander (Eds.), Biomechanics and Medicine in Swimming VIII (pp. 397-399). University of Jyväskylä, Finland.

Scholander, P. F., Hammel, H. T., Lemessurier, H., Hemmingsen, E., & Garey, W. (1962). Circulatory adjustment in pearl divers. J Appl Physiol, 17, 184-190.

Seip, R. L., Snead, D., Pierce, E. F., Stein, P., & Weltman, A. (1991). Perceptual responses and blood lactate concentration: effect of training state. Med Sci Sports Exerc, 23(1), 80-87.

Sheldahl, L. M. (1986). Special ergometric techniques and weight reduction. Med Sci Sports Exerc, 18(1), 25-30.

Page 154: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

126

Sheldahl, L. M., Tristani, F. E., Clifford, P. S., Hughes, C. V., Sobocinski, K. A., & Morris, R. D. (1987). Effect of head-out water immersion on cardiorespiratory response to dynamic exercise. J Am Coll Cardiol, 10(6), 1254-1258.

Sheldahl, L. M., Wann, L. S., Clifford, P. S., Tristani, F. E., Wolf, L. G., & Kalbfleisch, J. H. (1984). Effect of central hypervolemia on cardiac performance during exercise. J Appl Physiol, 57(6), 1662-1667.

Shephard, R. J. (1987). Exercise Physiology. Toronto: B. C. Decker

Shono, T., Fujishima, K., Hotta, N., Ogaki, T., & Masumoto, K. (2001). Cardiorespiratory response to low-intensity walking in water and on land in elderly women. J Physiol Anthropol Appl Human Sci, 20(5), 269-274.

Shono, T., Fujishima, K., Hotta, N., Ogaki, T., Ueda, T., Otoki, K., et al. (2000). Physiological responses and RPE during underwater treadmill walking in women of middle and advanced age. J Physiol Anthropol Appl Human Sci, 19(4), 195-200.

Silva, J. (2001). A influência da hidroginástica na massa mineral óssea de mulheres acima de 54 anos comprovadamente portadoras de osteopenia ou osteoporose Porto: J. Silva. Dissertação de Mestrado apresentada à FCDEF-UP.

Silva, M. H. A., & Maranhão, N. G. A. (2006). Proposta de teste de corrida em piscina rasa para mulheres praticantes de hidroginástica: fidedignidade e classificação da distância percorrida. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12(4), 206-210.

Silva, P. R., Novaes, J., Oliveira, J. R., Gentil, P., Wagner, D., & Bottaro, M. (2007). High-velocity resistance exercise protocols in older women: effects on cardiovascular response. Journal of Sports Science and Medicine, 6(4), 560-567.

Silvers, W. M., & Dolny, D. G. (2008). Reliability of peak cardiorespiratory responses during aquatic treadmill exercise. International Journal of Aquatic Research and Education, 2(2), 140-150.

Silvers, W. M., Rutledge, E. R., & Dolny, D. G. (2007). Peak cardiorespiratory responses during aquatic and land treadmill exercise. Med Sci Sports Exerc, 39(6), 969-975.

Skinner, A. T., & Thompson, A. M. (Eds.). (1985). Duffield: exercícios na água. São Paulo: Editora Manole.

Page 155: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

127

Slattery, M. L., Jacobs, D. R., Jr., & Nichaman, M. Z. (1989). Leisure time physical activity and coronary heart disease death: the US railroad study. Circulation, 79(2), 304-311.

Soares, T., & Nasser, J. (2002). A prática da hidroginástica na meia idade: intervenção aos factores de risco no desenvolvimento da doença arterial coronária. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 8(5), 192.

Steed, J., Gaesser, G. A., & Weltman, A. (1994). Rating of perceived exertion and blood lactate concentration during submaximal running. Med Sci Sports Exerc, 26(6), 797-803.

Sugano, A., Wakabayashi, H., Aoba, T., & Nomura, T. (2002). Physical and psychological changes in chronic low back pain after participation in 8-week water exercise: 12 month follow-up. In K. Keskinen, P. Komi & A. Hollander (Eds.), Biomechanics and Medicine in Swimming VIII (pp. 155-158).

Svedenhag, J., & Seger, J. (1992). Running on land and in water: comparative exercise physiology. Med Sci Sports Exerc, 24(10), 1155-1160.

Swain, D. P., & Franklin, B. A. (2006). Comparison of cardioprotective benefits of vigorous versus moderate intensity aerobic exercise. Am J Cardiol, 97(1), 141-147.

Takeshima, N., Rogers, M. E., Watanabe, E., Brechue, W. F., Okada, A., Yamada, T., et al. (2002). Water-based exercise improves health-related aspects of fitness in older women. Med Sci Sports Exerc, 34(3), 544-551.

Tanaka, H., Monahan, K. D., & Seals, D. R. (2001). Age-predicted maximal heart rate revisited. J Am Coll Cardiol, 37(1), 153-156.

Tartaruga, L. A. P., & Kruel, L. F. M. (2006). Corrida em piscina funda: limites e possibilidades para o alto desempenho. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, 12(5), 286-290.

Taunton, J. E., Rhodes, E. C., Wolski, L. A., Donelly, M., Warren, J., Elliot, J., et al. (1996). Effect of land-based and water-based fitness programs on the cardiovascular fitness, strength and flexibility of women aged 65-75 years. Gerontology, 42(4), 204-210.

Tavares, C. (2003a). Treino de força. In Prescrição de exercício em health club (pp. 151). Cacém: Ciência Gráfia.

Page 156: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

128

Tavares, C. (2003b). Varáveis dos exercícios de treino. In Prescrição de exercício em health club (pp. 121-127). Cacém: Ciência Gráfia.

Tavares, C., & Marques, R. (2003). Treino resistência cardiorespiratória. In Prescrição de exercício em health club (pp. 165-166). Cacém: Ciência Gráfia, Lda.

Taylor, H. L., Buskirk, E., & Henschel, A. (1955). Maximal oxygen intake as an objective measure of cardio-respiratory performance. J Appl Physiol, 8(1), 73-80.

Taylor, S. R., & Maclaren, D. P. M. (1998). The relationship betwen blood lactate concentration and rate of perceived exertion in competitive swimmers. In K. Keskinen, P. Komi & A. P. Hollander (Eds.), Biomechanics and Medicine in Swimming VIII (pp. 359-362). University of Jyväskylä, Finland.

Thompson, P. D. (1996). The cardiovascular complications of vigorous physical activity. Arch Intern Med, 156(20), 2297-2302.

Thomsen, D., & Ballor, D. L. (1991). Physiological responses during aerobic dance of individuals grouped by aerobic capacity and dance experience. Res Q Exerc Sport, 62(1), 68-72.

Town, G. P., & Bradley, S. S. (1991). Maximal metabolic responses of deep and shallow water running in trained runners. Med Sci Sports Exerc, 23(2), 238-241.

Troup, J. P. (1984). Review: energy systems and trainning considerations. J Swim Res, 1(1), 13-16.

Troup, J. P., & Trappe, S. (1994). Applications of research in swimming. In M. Miyashita, Y. Mutoh & A. B. e. Richardson (Eds.), Medicine and Science in Aquatic Sports. Proceedings of the 10th FINA Wold Sport Medicine Congresse (pp. 155-165). Karger, Kyoto, Japan.

Van Praagh, E., & Dore, E. (2002). Short-term muscle power during growth and maturation. Sports Med, 32(11), 701-728.

Vicentin, A. P. M., Padovani, C. R., & Gonçalves, A. (2006). The physiolgical and psychosocial effects of a 13 week hydrogymnastics program on healthy brazilian women. Physical Education and Sport, 4(1), 73-79.

Vilas-Boas, J. P. (2000). Aproximação biofísica ao desempenho e ao treino de nadadores Rev. Paul. Educ. Fisic, 14(2), 107-117.

Page 157: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

129

Vuori, I. (1986). The cardiovascular risks of physical activity. Acta Med Scand Suppl, 711, 205-214.

Vuorimaa, T., Hakkinen, K., Vahasoyrinki, P., & Rusko, H. (1996). Comparison of three maximal anaerobic running test protocols in marathon runners, middle-distance runners and sprinters. Int J Sports Med, 17 Suppl 2, S109-113.

Watenpaugh, D. E., Pump, B., Bie, P., & Norsk, P. (2000). Does gender influence human cardiovascular and renal responses to water immersion? J Appl Physiol, 89(2), 621-628.

Wei, B., Kilpatrick, M., Naquin, M., & Cole, D. (2006). Psychological perceptions to walking, water aerobic and yoga in college students. American Journal of Health Studies, 21(3), 142-147.

Weir, C. J., Bolster, A. A., Tytler, S., Murray, G. D., Corrigall, R. S., Adams, F. G., et al. (1997). Prognostic value of single-photon emission tomography in acute ischaemic stroke. Eur J Nucl Med, 24(1), 21-26.

Weltman, A. (1995). Lactic acid metabolism and the blood lactate response to exercise In The blood lactate response to exercise (pp. 15-19). Champaign: Human Kinetics

Whang, W., Manson, J. E., Hu, F. B., Chae, C. U., Rexrode, K. M., Willett, W. C., et al. (2006). Physical exertion, exercise, and sudden cardiac death in women. Jama, 295(12), 1399-1403.

White, W. B. (1999). Heart rate and the rate-pressure product as determinants of cardiovascular risk in patients with hypertension. Am J Hypertens, 12(2 Pt 2), 50S-55S.

WHO. (2002). World Health Organization report 2002: reducing risks, promoting healty life [Versão electrónica], 1-157. Consult. 9 Jul 2008, disponível em http://epsl.asu.edu/ceru/Documents/whr_overview_eng.pdf.

Wilder, R. P., Brennan, D., & Schotte, D. E. (1993). A standard measure for exercise prescription for aqua running. Am J Sports Med, 21(1), 45-48.

Williams, J. G., Eston, R., & Furlong, B. (1994). CERT: a perceived exertion scale for young children. Percept Mot Skills, 79(3 Pt 2), 1451-1458.

Wilmore, J. H., & Costill, D. L. (2001). Fisiologia del esfuerzo y del deporte. Barcelona: Paidotribo.

Page 158: Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica ... · Gonçalves, I. (2008). Esforço máximo e supramáximo na hidroginástica. Caracterização e avaliação do risco de acidente

130

Wininger, S. R. (2002). The anxiolytic effect of aqua aerobics in elderly women. Percept Mot Skills, 94(1), 338-340.

Withers, R. T., Sherman, W. M., Clark, D. G., Esselbach, P. C., Nolan, S. R., Mackay, M. H., et al. (1991). Muscle metabolism during 30, 60 and 90 s of maximal cycling on an air-braked ergometer. Eur J Appl Physiol Occup Physiol, 63(5), 354-362.

Yamaji, K., Greenley, M., Northey, D. R., & Hughson, R. L. (1990). Oxygen uptake and heart rate responses to treadmill and water running. Can J Sport Sci, 15(2), 96-98.

Yázigi, F. (2000). A versatilidade da hidroginástica. News Letter do Centro de Estudos de Fitness, 3, 7.

Yoshioka, A., Nakada, Y., Nishimura, K., Kremenik, M., & Onodera, S. (2008). Effects of aquatic exercise in different water depth on arterial stiffness. In T. Nomura & B. E. Ungerechts (Eds.), The book of proceedings of the 1st International Scientific Conference of Aquatic Space Activities (pp. 427-431). Tsukuba, Japa: University of Tsukuba.

Zanconato, S., Buchthal, S., Barstow, T. J., & Cooper, D. M. (1993). 31P-magnetic resonance spectroscopy of leg muscle metabolism during exercise in children and adults. J Appl Physiol, 74(5), 2214-2218.