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ESPAÇO HOSPITALAR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: Uma Proposta Inclusiva Joice Ferreira Cardoso 1 Elias Pascoal* RESUMO Pretende-se neste artigo, mostrar a importância do pedagogo e da pedagogia no espaço hospitalar, que tem como finalidade e desafio darem continuidade aos conteúdos escolares à pacientes com tratamento prolongado, possibilitando o aluno retornar a seu percurso escolar sem nenhum prejuízo. As classes hospitalares foram criadas com a finalidade de assegurar as crianças, adolescentes e adultos nenhuma perda de sua escolarização durante as fases de internação. A pedagogia hospitalar não fica centrada apenas no conteúdo pedagógico, mas alcança outras áreas importantes e necessitadas de acompanhamento, que é o caso do atendimento psicológico, tanto do educando que está passando por uma fase de enfermidade prolongada, como também da sua família que necessita desse apoio. Assim o atendimento educacional na classe hospitalar tem como objetivo profícuo, o atendimento pedagógico a criança e adolescente com necessidades imediatas. Palavras - Chave: Educação. Inclusão. Classe Hospitalar. Pedagogia Hospitalar. Introdução O presente artigo tem como objetivo de estudo entender e apresentar uma apreciação crítica a respeito da pedagogia hospitalar e da atuação do pedagogo em hospitais, possibilitando que o estudante hospitalizado não tenha nenhum déficit ao voltar à sala de aula convencional. Este estudo é o resultado de uma pesquisa bibliográfica e tem como tema central “O espaço hospitalar e a prática pedagógica: uma proposta inclusiva”. O interesse por esta temática nasceu devido a uma visita no Hospital das Clinicas de Goiás, HC, em que pedagogas desenvolviam projetos educacionais com as crianças e adolescentes ali internados. Discute-se aqui, neste artigo, numa perspectiva etimológica que compreende a escolarização hospitalizada como um espaço de diálogo e de interrelação entre as áreas de educação e saúde, cujo objetivo é oferecer um atendimento de mais qualidade e humanização a discentes em situação de internação prolongada. 1 Acadêmica do curso de Pedagogia do Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser UNIFAN. * Professor Orientador da UNIFAN.

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ESPAÇO HOSPITALAR E A PRÁTICA PEDAGÓGICA: Uma Proposta Inclusiva

Joice Ferreira Cardoso1

Elias Pascoal*

RESUMO

Pretende-se neste artigo, mostrar a importância do pedagogo e da pedagogia no espaço

hospitalar, que tem como finalidade e desafio darem continuidade aos conteúdos escolares à

pacientes com tratamento prolongado, possibilitando o aluno retornar a seu percurso escolar

sem nenhum prejuízo. As classes hospitalares foram criadas com a finalidade de assegurar as

crianças, adolescentes e adultos nenhuma perda de sua escolarização durante as fases de

internação. A pedagogia hospitalar não fica centrada apenas no conteúdo pedagógico, mas

alcança outras áreas importantes e necessitadas de acompanhamento, que é o caso do

atendimento psicológico, tanto do educando que está passando por uma fase de enfermidade

prolongada, como também da sua família que necessita desse apoio. Assim o atendimento

educacional na classe hospitalar tem como objetivo profícuo, o atendimento pedagógico a

criança e adolescente com necessidades imediatas.

Palavras - Chave: Educação. Inclusão. Classe Hospitalar. Pedagogia Hospitalar.

Introdução

O presente artigo tem como objetivo de estudo entender e apresentar uma apreciação

crítica a respeito da pedagogia hospitalar e da atuação do pedagogo em hospitais,

possibilitando que o estudante hospitalizado não tenha nenhum déficit ao voltar à sala de aula

convencional.

Este estudo é o resultado de uma pesquisa bibliográfica e tem como tema central “O

espaço hospitalar e a prática pedagógica: uma proposta inclusiva”.

O interesse por esta temática nasceu devido a uma visita no Hospital das Clinicas de

Goiás, HC, em que pedagogas desenvolviam projetos educacionais com as crianças e

adolescentes ali internados.

Discute-se aqui, neste artigo, numa perspectiva etimológica que compreende a

escolarização hospitalizada como um espaço de diálogo e de interrelação entre as áreas de

educação e saúde, cujo objetivo é oferecer um atendimento de mais qualidade e humanização

a discentes em situação de internação prolongada.

1 Acadêmica do curso de Pedagogia do Instituto Superior de Educação da Faculdade Alfredo Nasser – UNIFAN.

* Professor Orientador da UNIFAN.

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O Brasil é um país laico e democrático que tem por definição a pluralidade, a boa

convivência e a interlocução na diversidade. O direito à educação no espaço escolar (ou fora

deste) e processos comuns de ensino realizados pela escola está previsto na legislação, e as

políticas educacionais devem estar compatíveis com esses pressupostos, que garantem o

acesso pleno e a igualdade no sistema educacional.

Esta pesquisa tem como objetivo geral Identificar princípios norteadores dos trabalhos

de pedagogia hospitalar desenvolvidos aqui no Brasil e em Goiânia, seus alvos e objetivos. E

neste pormenor, apresenta os seguintes objetivos específicos:

(A) Chamar atenção para os vários entendimentos a respeito da prática da

pedagogia hospitalar e das contribuições do pedagogo frente a estes projetos;

b) Reunir pontos divergentes e convergentes a respeito do trabalho inclusivo que

a educação fora do espaço escolar propõe para aproximar a vivencia da criança no hospital à

sua rotina diária anterior ao internamento, utilizando o conhecimento como forma de

emancipação e formação humana.

Para melhor compreensão da abrangência do tema este trabalho foi estruturado em um

tema central e desenvolvido em subtemas, Políticas educacionais brasileiras: um breve

retrospecto; contexto histórico da educação no Brasil; políticas educacionais (1889-1983): um

longo caminho rumo à democratização; plano nacional de educação PNE, e os desafios

educacionais; garantias legais e atuação do pedagogo nessas classes; pedagogia e inclusão

escolar; a atuação do pedagogo no espaço hospitalar e o projeto hoje.

O trabalho desenvolveu-se a partir de procedimentos típicos de pesquisa bibliográfica,

desenvolvida com livros, revistas científicas, periódicos, artigos e livros sobre esta temática,

tendo balizamentos em diversos autores cujas obras correspondem ao tema pesquisado.

Nesta pesquisa busca-se mostrar a classe hospitalar como modalidade de ensino em

educação especial. Entende-se que a classe hospitalar não pode ser vista e nem aceita apenas

como um simples espaço de sala de aula, mas como atendimento pedagógico especializado.

O trabalho do pedagogo em uma classe especial caracteriza-se pela diversificação e

atividades, por ser uma classe multisseriada que atende a estudantes internados em

enfermarias ou em ambulatórios pediátricos.

Esta investigação pautou-se no aspecto metodológico de pesquisa bibliográfica e

sustentou-se teoricamente nos conceitos e visão dos seguintes pesquisadores: Nóvoa (1991)

Paulo Freire (1996), José Carlos Libâneo (1999), Matos e Muggiati (2001), Eneida Simões

(2003), Barros (2010) dentre outros.

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Chega-se ao entendimento a respeito da pluralidade de ideias em torno desta temática

que converge para pensar, divulgar e, talvez apontar caminhos que possam possibilitar mais

debates e entendimentos sobre este assunto tão importante e pertinente na sociedade atual.

Políticas Educacionais Brasileiras: um breve retrospecto

A Educação é um processo que atua na formação do homem que está presente em

todas as sociedades, é inerente ao homem como ser social e histórico. Sua existência está

fundamentada na necessidade de formar as gerações mais novas, transmitindo-lhes seus

conhecimentos, valores e crenças dando-lhes possibilidades para novas realizações. O próprio

conceito de Educação está sujeito a um evoluir histórico, conforme o modo de existir e de

pensar das diferentes épocas (GONÇALVES, 1997).

A Educação no Brasil está inserida num processo de crescimento, de transformação e

evolução rumo ao entendimento de saber qual é o seu real papel? E que rumos deve seguir

frente a esta sociedade globalizada exigente e em constante mudança. A qual não foi sempre

assim, e para chegar a tal crescimento passou por várias rupturas e complexidades.

Desse modo, até nos anos 1960 do século XX a educação era apenas uma ação

pedagógica sobre o sujeito exercida de fora para dentro. Em um determinado tempo e

exclusivamente no ambiente escolar, produziu diferentes graus de escolarização. Sem contar

que nesse período o Brasil passou por diversas mudanças, no campo econômico e social.

Além disso, em 1964 sofre o golpe militar, momento de incertezas e revoluções civis em todo

território nacional. E a educação passa a ser politécnica e controlada pela ditadura.

O movimento pela revalorização da educação pública, surgido por volta dos anos 80,

busca saídas para a crise até então vivida pela educação no Brasil, como também a partir de

um posicionamento crítico em relação ao capitalismo. Aquele movimento inicialmente

sustentado pela ANDE – Associação Nacional de Educação atua como contraponto do de

cunho reprodutivista. Mostra a escola como um terreno fértil para reprodução das

contradições sociais, portanto um lugar de lutas miogênicas de classe, resistência, conquista

da cultura e da ciência como instrumento contra desigualdades sociais.

O final do decênio de 1970 (ainda na época militar) e início de 1980 a melhoria dos

indicadores educacionais, mostraram a quantidade de educação da população brasileira.

Explicava-se principalmente por razões ligadas à mudança da estrutura demográfica da

população. Não só a diminuição dos cortes em idade escolar redundou em menor demanda

agregada por educação, mas também o processo de urbanização e o maior interesse das

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classes de menor poder aquisitivo em melhorar a escolarização. Essa nova atitude contribuiu

para o aumento do número de anos de educação completados, principalmente por crianças e

jovens mais pobres.

Assim, no início dos anos de 1990, já era bastante significativa a melhoria dos mesmos

indicadores a respeito da educação brasileira. Esse avanço foi uma resposta, principalmente à

maior eficácia interna do sistema educacional (Silva, Hasenbalg, 2000). A educação brasileira

passa por novos paradigmas e já era vista e tratada pelas autoridades com maior zelo e

responsabilidade, porém o índice de desistência e reprovações ainda era bastante significativo.

Os anos 90 foram marcados por acontecimento legais e importantes para a educação:

ações/programas do Ministério da Educação – MEC –, as quais tiveram repercussões na

implementação de políticas educacionais nos estados e municípios relacionadas à, por

exemplo, organização da escolarização (ciclos e ensino fundamental de nove anos); educação

infantil; sistemas de avaliação; processos de escolha de diretores; autonomia financeira e

formação de professores.

Hoje, a educação escolar não é mais ministrada apenas e tão somente no espaço

escolar e regida com toda tradicionalidade que a história da educação no Brasil trilhou. Tem-

se hoje uma escola aberta à inclusão, interagindo com as famílias dos discentes e a sociedade,

gestão democrática e dentro da visão legal da inclusão, que traz o trabalho do pedagogo nas

classes hospitalares, sendo esse o assunto norteador deste trabalho.

Adicionalmente serão contextualizadas informações importantes sobre esta temática

todas ancoradas pelos pesquisadores consultados.

Contexto Histórico da educação no Brasil

A efeméride dos “500 anos” teve vários aspectos positivos, como o de trazer para

ordem do dia reflexões sobre a nação brasileira, sua trajetória, cultura, educação dentre outras.

Para a escola toda essa ebulição acaba suscitando também a imperiosa necessidade de revisão

das práticas vigentes do ensino, as políticas educacionais e a evolução dessa história e do seu

povo.

A formação da nação brasileira implica necessariamente na base estrutural da

educação porque desde os primeiros anos da presença dos portugueses por aqui, a falta de

estrutura e de investimento foram e continuam sendo problemas reais. Contudo, além de

componente histórico, que parece ser de comum aceitação, aparece o problema do modelo

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pedagógico adotado, falta de investimento na carreira docente, políticas educacionais dentre

outros.

Segundo Xavier,

de um lado está a escola tradicional, aquela que dirige, modela que é

“comprometida” do outro lado está a nova, a verdadeira escola, a que não dirige

mais abre ao homem todas suas possibilidades de ser, é portanto,

”descompromissada”. E ao produzir contra ou ao deixara de ser, é a escola

escravisadora contra a escola libertadora; e é o compromisso dos tradicionais que

deve ceder lugar à neutralidade dos jovens educadores esclarecidos (XAVIER, 1992,

p.13).

Fica subentendido que o grande problema da deficiência educacional no Brasil

resume-se ao problema da rigidez do modelo tradicional de ensino, mas à medida que a

pesquisa vai avançando, constata-se que a precária qualidade do ensino, as dificuldades do

corpo docente e tantas outras complexidades existentes hoje no sistema educacional brasileiro

têm raízes profundas e de longas datas.

Saviani (1999) defendia que a escola tradicional procurava ensinar e transmitir

conhecimento, a escola nova preocupava em apenas considerar o aprender a aprender. Mais

tarde a escola técnica detinha-se em considerar necessário o ensino da técnica. Segundo ele

até o inicio do século XX a educação brasileira não tinha alvo nem rumo certo era

simplesmente abandonada, no entender de Romanelli,

a economia colonial brasileira fundada na grande propriedade e não na mão-de-obra

escrava teve implicações de ordem social e política bastante profundas. Ela favorece

ao aparecimento da unidade básica do sistema de produção, de vida social e do

sistema do poder apresentado pela família patriarcal (ROMANELLI, apud

BERNARDO, 1998).

Então, a educação brasileira trilhou por caminhos complexos desde seu início,

reservado para uma classe de branco totalmente exploradora e sempre voltada à estratificação

e dominação social, para governar os pobres, negros e aborígenes. Assim, foi arraigada por

muitos séculos, a idéia de dominação cultural de uma parte minúscula, em que os brancos

europeus acreditavam que a educação era apenas para uma pequena classe de privilegiados e,

por isso, os demais não precisavam aprender.

Portanto, as oligarquias do período colonial e monárquico eram fundamentadas na

denominação do controle do saber. Havia nesses períodos, um modelo de importação de

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pensamento, principalmente da Europa e consequentemente a matriz da aprendizagem escolar

que fora introduzida no mesmo momento.

Assim, a classe dominante era detentora do conhecimento e do saber. O modelo

educacional era gerido por dois fatores fundamentais: “a organização social” “e o conteúdo

cultural implantado na colônia pelos padres jesuítas.” Entretanto, nesse período a educação

religiosa era conveniente às classes dominantes e aos burgueses, por isso ela fica a mercê dos

colonizadores, servindo aos seus interesses ideológicos e não de formação de pessoas.

Políticas Educacionais (1889 – 1983): um longo caminho rumo a democratização

Para Di Pierro apud Haddad (2000), o período republicano foi caracterizado pela

grande quantidade de reformas educacionais que, de alguma forma, procuraram um princípio

de normatização e preocuparam-se com o estado precário do ensino básico. Entretanto, as

reformas não distinguiam como fonte de pensamento ideológico ou de políticas educacionais

específicas, isso só vindo a acontecer nos meados da década de 1940, estando associada às

mudanças sociais na indústria e na urbanização no Brasil.

Para tanto, as elites que já haviam se adiantado no estabelecimento constitucional do

direito à educação para todos – sem propiciar as condições necessárias para sua realização -

viam agora esse direito unido a um dever que cada brasileiro deveria assumir perante a

sociedade.

Segundo Beisiegel; Di Pierro,

ao direito de educação que já se afirmara nas leis do Brasil, com as garantias do

ensino primário gratuito para todos os cidadãos, virá agora associar-se, da mesma

forma como ocorrerá em outros países, a noção de um dever do futuro cidadão para

com a sociedade,um dever educacional de preparar-se para o exercício das

responsabilidades da cidadania. (BEISIEGEL apud DI PIERRO; HADDAD, 2000,

p.110).

Contudo, essa conquista que estava dando às pessoas ainda não passava de uma

garantia legal irrealizável, porque as dificuldades enfrentadas, em particular pela classe pobre,

e uma ação efetiva do estado não acontecia conforme os trâmites desta lei. Além disso, uma

sociedade que privilegiava sempre os mais ricos dificilmente iria fazer valer o direito à

educação de todos.

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Não obstante, a era Vargas, com a Revolução de 1930, foi um marco na reformulação

do papel do Estado no Brasil, manifestando-se de maneira inequívoca na Constituição de

1934, criando-se uma nova concepção educacional.

a idéia de um Estado de direito, entendido apenas como o Estado destinado a

salvaguarda as garantias individuais e dos direitos subjetivos, para pensar se no

Estado aberto para problemática econômica, de um lado e para a problemática

educacional e cultural, de outro. (FERRAZ et al, apud DI PIERRO; HADDAD,

2000, p.110)

Em meio à agitação popular, já era de se esperar mudanças na organização escolar. O

modelo de escolarização que estava sendo assimilada era da escola nova, em que Nagle

(1974, p.101) vai dizer, “o entusiasmo pela educação e o otimismo pedagógico, que tão bem

caracterizam a década dos anos 20, começaram por ser, no decênio anterior”, uma atitude

pautada no positivismo europeu, viabilizando a instrução e uma escola que pudesse inserir o

homem na sociedade.

Segundo Zilma, (2002, p. 98) a burguesia opunha à oligarquia rural na questão do

ensino tradicional. A burguesia apoiava a nova orientação pedagógica, que suplantava as

propostas educacionais anarquistas da época, porque também a atendia a classe trabalhadora.

Assim, em 1924, educadores interessados no Movimento das Escolas novas fundaram a

Associação Brasileira de Educação. Em 1929, Lourenço Filho publica o livro “Introdução ao

estudo da escola nova”, divulgando as novas concepções entre os educadores brasileiros.

Conforme Paiva,

[...] a indispensabilidade da consciência do processo de desenvolvimento por parte

do povo e da emersão deste povo na vida pública nacional como interferência em

todo o trabalho de elaboração, participação e decisão responsáveis em todos os

momentos da vida pública: sugeriam os pernambucanos a revisão dos transplantes

que agiram sobre o nosso sistema educativo, a organização de cursos que

correspondessem a realidade existencial dos alunos, o desenvolvimento de um

trabalho educativo “com” o homem e não “para” o homem, a criação de grupos de

estudo e de ação dentro do espírito de auto-governo, o desenvolvimento de uma

mentalidade nova no educador, que deveria passar a sentir-se participante no

trabalho de surgimento do país; propunha finalmente , a renovação dos métodos e

processos educativos, substituindo o discurso pela discussão e utilizando as

modernas técnicas de educação de grupos com a ajuda de recursos audiovisuais

(PAIVA, 1973, p.210).

Para Di Pierro; Haddad (2000), o quadro de renovação pedagógica deve ser

considerado dentro das condições gerais de turbulência do processo político daquele momento

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histórico, em que diversos grupos buscavam junto às camadas populares apoio para suas

propostas.

Assim que foi atribuída ao Estado a responsabilidade de promover o acesso à

escolarização de nível básico, obrigatória a todas as crianças em idade escolar, o fazer escolar,

em todo mundo, passou a ser entendido e medido por políticas Educacionais, cujas tônicas

explicitam projetos políticos sociais capazes de articular entre forças sociais e políticas de

presença (PLANO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, 1996-1999, p.25).

De sorte que levando em consideração a história educacional e a política no Brasil, é

importante investigar ou pelo menos, ter melhor entendimento sobre o que acontecia no início

de 1980, momento áureo da conquista das “eleições diretas” quando se consolidava na

sociedade maior entendimento e importância da educação escolar para a construção da

democracia.

É importante lembrar, entretanto, que em meados de 1970 era possível notar a

influência de tal pensamento democrático (embora tímido e um tanto opaco), em políticas

educacionais, em alguns municípios por prefeitos que não passaram pelo voto secreto, mas

sim pela indicação, conforme a legislação então em vigor.

Entretanto só em 1983 que a sociedade brasileira pôde de fato e de verdade gozar das

benesses da democracia na essência da palavra, tendo políticas educacionais mais delimitadas

e implementadas em consonância com a produção e o debate acadêmico, que ganhava espaço

e credibilidade em nível nacional.

Assim, a melhoria dessas políticas, exigiu cada vez mais a consolidação de novos

canais de comunicação dentro e fora da gestão educacional, impondo-se a institucionalização

de articulação governamentais relativas à educação escolar, a exemplo do CONSED2 e da

UNDIME3. Requereu também, a reorganização da dinâmica da escola por intermédio de

eleições para diretores escolares.

De forma que esse cenário ganhou importância tanto nas estâncias formadoras e

associações científicas como nas entidades representativas dos docentes. Entre as quais se

destaca a CNTE4, o papel do professor na oferta de uma escolarização de qualidade,

generalizando - então a preocupação com a sua formação inicial e continuada e com as

condições de trabalho oferecidas. É nesse momento que as preocupações e entendimento

voltam-se também para as questões de inclusão social.

2 Conselho Nacional de secretários da Educação Silker Weber (2003).

3 União dos Dirigentes Municipais de Educação Id Ibid.

4 Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Soares, (2007)

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O Plano Nacional de Educação PNE e os desafios educacionais

O ponto áureo das discussões sobre o Plano Nacional de Educação é o Manifesto dos

Pioneiros, um proposta da sociedade civil, elaborada, em 1932, por um grupo de intelectuais

brasileiros preocupados com a reconstrução da educação.

Nos tempos atuais fatos semelhantes aconteceram, pois a sociedade civil,

representada pelas as associações reunidas no Fórum em defesa da Escola Pública participou

de modo efetivo da elaboração do Plano Nacional de Educação, apresentando uma

contraproposta ao PNE do executivo que foi elaborado pelo MEC.

O documento que saiu desse encontro (Fórum), intitulado de PNE Proposta da

sociedade Brasileira foi protocolado na câmara de Deputados, em 10de fevereiro de 1998, por

meio de uma ação popular, e recebeu a nomenclatura de PL 4.155. A esse projeto de lei, foi

anexado o PNE do Executivo, protocolado na Câmara dos Deputados em 11 e fevereiro de

1998, como PL 4.173.

Embora em vigor, o PNE que aguarda aprovação do novo projeto 8.035/2010 continua

com uma pauta de luta do mundo real, que deseja a revogação de novos vetos presidenciais.

Tais vetos são entendidos pelos estudiosos de educação como uma afronta e descaso às

expectativas da melhoria da qualidade social da educação brasileira, pois segundo denuncia

feita pela Campanha Nacional pelo Direito a Educação (2001,p.1) Eles foram definidos por

uma equipe econômica do governo federal ,cuja intenção foi de impedir a aplicação de

recursos para a educação.

Assim, os recursos a ser aplicado na educação brasileira pública, o novo PNE

aprovado (2011-2020) prevê que pode a proporção atingir 7% do PIB, contando com o

esforço conjunto da União, Estados, Distrito Federal e Município. Esse índice contraria os

intelectuais de educação que defende um índice de 10% do PIB para a educação, com vistas

ao alcance da qualidade social, permanência e melhoria da educação oferecida aos estudantes

de todos os níveis.

É importante também lembrar que não adianta prever recursos para qualquer política

governamental desordenadamente sem que se tenha ultrapassado a improvisação. Torna-se

necessário estabelecer planos de proposição e de ação que articule o prever como prover. Esse

pressuposto é norteador do PNE op.cit., já que o relator ao apresentar o diagnóstico adotou a

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vinculação de recursos para a educação como primeira diretriz básica para seu financiamento

do PNE. Oxalá que tal indicação constitua avanço para o mundo oficial5.

Logo, das trinta metas propostas para o Ensino Fundamental, duas requerem da

iniciativa da União, doze exigem ajuda do MEC e de outros setores governamentais e

dezesseis são somente de responsabilidade dos Estados ou das organizações da sociedade

civil.

Quanto à política de formação de professores e valorização do magistério da educação

básica, é visível o descompromisso da União com esse importante aspecto, balizador da

qualidade do ensino: das 27 metas, nenhuma será de responsabilidade da União, dez delas

exigem a parceria do MEC com outros setores governamentais e dezessete são de exclusiva

responsabilidade dos estados ,Municípios,ou de organizações civis.

Em síntese, aqui está um quadro panorâmico da educação brasileira do presente

século, e suas metas a serem alcançadas. A complexidade aqui, reside na importância que as

políticas publicas dão à educação,que sem sombra de dúvidas ainda são bastante íngremes os

caminhos que a educação brasileira tem que trilhar.

A Educação como Direito

“A concepção de educação inclusiva, com base nos princípios do direito de todos à

educação e valorização da diversidade humana fundamenta a política de educação

especial que orienta os sistemas de ensino para garantir o acesso de todos às escolas

comuns da sua comunidade e o atendimento às necessidades educacionais especiais

dos alunos” (Pierro, 1999).

A escola é a instituição criada e legitimada pela sociedade com função privilegiada e

direcionada, mas não exclusivamente de perpetuar em todos os sentidos a educação intelectual

do ser humano. Assim, é por meio da escola que a criança tem a oportunidade de entrar em

contato com várias habilidades necessárias à sua cidadania.

Portanto, a educação para evoluir e alcançar os seus alvos e objetivos necessita ser de

boa qualidade, mas percebe-se claramente a lentidão no que diz respeito o desenvolvimento

tanto qualitativo quanto quantitativo da educação que tem sido oferecida por décadas à

população brasileira.

Conforme a LDB 9394/96 (Lei de Diretrizes e Base), sancionada pelo presidente

Fernando Henrique Cardoso juntamente com o ministro da educação Paulo Renato, em 1996,

5 Por se tratar de um Projeto de Lei advindo do Congresso Nacional, o PNE aprovado é considerado como plano

do mundo oficial. (LISITA, 2002)

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fundamentado no princípio do direito universal que administra a educação para todos, bem

como uma série de importantes mudanças voltadas para a garantia da educação básica e que

muito vem se fazendo desde longas datas, mas mesmo assim com muito a ser melhorado e

conquistado.

Para Cezar (2007, p.87) um país não pode progredir se a educação não for um item

(pasta) importante, capaz de receber toda atenção e investimentos necessários para a sua

expansão e melhorias necessárias. A aprovação da LDB (op.cit) propiciou avanços

significativos, porém ainda tem muito a ser realizado em prol da educação no Brasil.

A Constituição Federal, quando adota como princípio a “igualdade de condições para

o acesso e permanência da criança na escola”, apresentado como ideário e objetivo

republicano de promover o bem a todos, sem distinção de origem, raça, sexo, cor, religião e

qualquer outra forma de intolerância e discriminação”, prevê - uma sociedade com educação

escolar ao alcance de todos de fato e de verdade.

A necessidade e a importância de fazer do direito de toda educação um movimento

coletivo de mudança aponta para a adoção de políticas púbicas inclusivas, cujo objetivo é a

transformação dos sistemas educacionais e das práticas sociais capazes de envolver famílias e

comunidade com os mesmos objetivos e alvos.

De modo que, o processo de formação para a cidadania implica em generosidade,

tolerância, ações afirmativas, liberdade, respeito ao próximo, dentre outros. Segundo Ferreira

(1993) o homem adquire certos conhecimentos, se instrui e se educa se modifica e vai para

além de si mesmo. De sorte que, o conhecimento intelectual é um pressuposto na formação

cidadã.

Nesse entendimento, a questão já mostra uma possível e segura abordagem, pois

admite uma relação de excludência entre o conteúdo e a prática social, predominando entre

eles uma relação interativa. Aparece aqui o velho entendimento sobre educação e instrução,

que hoje já não são mais sinônimos, pois ninguém instrui sem educar, e toda educação exige

níveis de instrução. É temerosa a afirmação de que tal formação está contida apenas no nível

do saber, porque assim será excluído os outros saberes, afastando tudo aquilo que é entendido

por uma consciência ingênua e pura.

Ao passo que, negar o saber sistemático ao indivíduo é deixá-lo a mercê das

contingências impostas pelas ideologias sociais. Embora pareça refutável tal questão, o saber,

quando é tencionado pela a necessidade material pode incorporar no cidadão muito mais do

que domínio do conhecimento, mas pode aliená-lo, isso sobre a ótica da educação bancária.

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Por outro lado, assegura-lhe a concepção dos meios pelos os quais está inserido, decide

livremente o melhor para si e para a sociedade.

Conforme Freire, (1979, p. 13) o homem só se expressa convenientemente quando

colabora com todos na construção comum – só se humaniza no processo dialógico de

humanização do mundo. Por isso, para alcançar a liberdade social, o homem deve agir para o

bem da coletividade e observar os parâmetros legais sobre os quais esteja inserido. Além

disso, ninguém vive sem regras ou normas, afinal as regras garantem a liberdade individual e

coletiva. Por isso, as construções da cultura e dos hábitos sociais têm que passar pelos

meandros do saber.

Garantias Legais e Atuação do Pedagogo nessas Classes

A visão e a prática da Pedagogia Hospitalar vêm se expandindo no atendimento à

criança hospitalizada (por longo período). E em muitos hospitais por todo Brasil tem se

enfatizado a visão da inclusão e de melhor qualidade de vida para o estudante que se encontra

impossibilitado de frequentar a escola devido a problemas de adoençamento. Assim, na

prática este trabalho humanitário tem no seu cerne o ser global, e não somente o corpo e as

necessidades físicas, emocionais, afetivas, e sociais do individuo.

Conforme, o embasamento legal, contido na legislação vigente que ampara e legitima

o direito à educação, os hospitais devem dispor a esses discentes um atendimento educacional

de qualidade e igualdade de condições de desenvolvimento intelectual e pedagógico.

Em meados de 1935 tem início, a Classe Hospitalar e o responsável por essa façanha

foi Henri Sellier que inaugura a primeira escola para crianças inadaptadas, nos arredores de

Paris. Este paradigma foi seguido na Alemanha, em toda a França, na Europa e nos Estados

Unidos, com o objetivo de suprir as dificuldades escolares de crianças tuberculosas.

No Brasil, a legislação reconheceu através do estatuto da Criança e do Adolescente

Hospitalizado, através da Resolução nº. 41 de outubro e 1995, no item 9, o “Direito de

desfrutar de alguma forma de recreação, programas de educação para a saúde,

acompanhamento do currículo escolar durante sua permanência hospitalar”.

Em 2002 o Ministério da Educação, por meio de sua Secretaria de Educação Especial,

elaborou um documento de estratégias e orientações para o atendimento nas classes

hospitalares, assegurando o acesso à educação básica. Em Santa Catarina, a SED baixou

Portaria que “Dispõe sobre a implantação de atendimento educacional na Classe Hospitalar

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para crianças e adolescentes matriculados na Pré-Escola e no Ensino Fundamental, internados

em hospitais” (Portaria nº. 30, SER, de 05/ 03/2001).

A proposta na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (MEC, 1996) é a de

que toda criança disponha de todas as oportunidades possíveis para que os processos de

desenvolvimento e aprendizagem não sejam suspensos.

Deste modo, o Conselho Nacional de Educação, por meio da Resolução nº 2, de 11/09/

2001, ressalta, dentre os estudantes com necessidades educacionais especiais, aqueles que

apresentam dificuldades de acompanhamento das atividades curriculares por condições e

limitações específicas de saúde (art. 13, § 1º e 20º), o poder público criará formas alternativas

de acesso aos diferentes níveis de ensino, podendo organizar-se de diferentes formas para

garantir a aprendizagem desses estudantes.

Assim, é importante o entendimento que a existência de atendimento pedagógico-

educacional em hospitais em nada impede que novos conhecimentos e informações possam

ser adquiridos pela criança ou jovem e venha contribuir tanto para o desenvolvimento escolar,

quanto outras áreas de desenvolvimento e de conhecimento.

Pedagogia e Inclusão Escolar

A inclusão é uma inovação que implica um esforço de modernização e

reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas – especialmente as

de nível básico -, ao assumirem que as dificuldades de alguns alunos não são apenas

deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado e de como

a aprendizagem é concebida e avaliada. (MANTOAN, 2006, p. 40).

Em muitas instituições de ensino superior, por todo o Brasil o curso de pedagogia

continua na pauta de discussões devido ao seu valor e a sua atuação: onde trabalhar? Com

quem trabalhar? Ou trabalhar apenas em sala de aula? Os estudos referentes a historia desse

curso mostram uma serie de ambiguidades e indefinições na forma de atuação do profissional

de pedagogia.

Os movimentos e organizações de educadores vêm sustentando o debate a respeito de

valorização do profissional da educação. No entanto têm conseguido muito pouco,

principalmente na importância da atuação do pedagogo em outro espaço fora da sala de aula,

que é o caso da pedagogia hospitalar: no Brasil essa prática ainda é vista como novidade.

Porem nos países mais desenvolvidos (considerados como primeiro mundo) o pedagogo atua

em classe hospitalar a décadas, exercendo também a inclusão dessa criança que se encontra

em estado de doença crônica ou prolongada.

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Desse modo,a educação especial, também conhecida por inclusiva, tem a sua base

legal na (LDB) Lei de Diretrizes e Bases nº. 9394/96. É uma modalidade de educação escolar,

oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para pessoas portadoras de algum tipo

de necessidade especial.

Porém, nos últimos anos a educação especial vem passando por um movimento de

transição, abandonando a abordagem integrativa e adotando a abordagem inclusiva. Esse

processo é louvável devido ao expressivo número de crianças fora da sala de aula, as quais

apresentam alguns sinais de exclusão.

Nos anos 70, a educação inclusiva já era bastante divulgada e praticada nos Estados

Unidos, mas só em 1994, que o termo inclusão foi oficializado com a Declaração de

Salamanca. No Brasil, entrava em vigor o PNEE, que buscava garantir atendimento

educacional aos alunos com necessidades educativas especiais através da modalidade de

integração.

O desejo de inclusão surgiu a partir de crítica ao “sistema de cascata” que visa

somente o esforço do aluno com necessidades educacionais especiais em se adaptar ao

sistema do ensino, buscando fugir da segregação rumo à integração.

Já a inclusão tem como alvo principal o esforço coletivo, pois a inclusão implica uma

mudança de perspectiva educacional, ela não atinge apenas os alunos com deficiência e os que

apresentam dificuldades de aprender. Mas todos os demais e, principalmente aqueles que

estão em situação de risco (abandono familiar, rua, drogas, doença dentre outros), ou seja,

todas as crianças e adolescentes, que se encontra em situação de exclusão.

Os alunos com deficiência constituem uma grande preocupação para os educadores

inclusivos. Todos sabem, porém, que a maioria dos que fracassam na escola são alunos que

não vêm do ensino especial, mas que possivelmente acabarão nele. (MONTOAN, 1999

apud MONTOAN, 2006).

O discurso inclusivo e a sua prática, já é realidade em mais de 60% das escolas

brasileiras, mas ainda tem muito a ser feito. É importante registrar aqui, as dificuldades

enfrentadas pelos professores do ensino regular, pois eles consideram-se incompetentes para

lidar com as diferenças em sala de aula, e acabam delegando as suas funções aos colegas

especializados e estas atitudes têm gerado desentendimento e desconforto em sala de aulas.

Para MANTOAN (2006, p. 17). Para muitos educadores, a inclusão em educação [...],

é entendida como sinônimo de movimentação de todos os alunos das classes ou das escolas

especiais para o ensino regular, pressupondo-se que a simples inserção desses alunos nas

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turmas ditas comuns significa que estão incluídos e integrados com seus pares “normais” e

exercendo seu direito de cidadania de apropriação e construção do saber e do saber fazer.

O entendimento aqui, é que não basta tão somente a conscientização dos professores do

ensino regular, mas de todo contexto social e político voltado para o apoio à criança e ao

adolescente, pois é isso que reza a Constituição brasileira, mas especificamente o ECA6.

A Atuação do Pedagogo no Espaço Hospitalar

A doença é um processo biológico que pode prevalecer, dias, meses, anos ou até pela

vida inteira de um indivíduo, impedindo-lhe seu desenvolvimento intelectual, cognitivo,

social e individual. Para tanto, na sociedade hoje, existem as classes hospitalares que

desempenham um trabalho de cunho inclusivo humanitário, em que a criança internada é

subsidiada por professores, que ministram aulas correspondentes às séries nas quais ela esteja

cursando, evitando prejuízos, atrasos e evasão.

Assim, o pedagogo tem função peculiar para que essas crianças se recuperem

rapidamente e sem prejuízos escolares. Para Ceccim; Carvalho (1997) a criança, mesmo

doente, pode brincar, aprender, criar e principalmente, continuar interagindo socialmente, pois

na maioria das vezes, essas atividades ajudam na sua recuperação, levando-a a ter uma atitude

mais ativa diante da situação.

Neste sentido, a classe hospitalar além de recuperar a sociabilização da criança, inclui-

a na esfera social interativa e do saber. Fazendo um intercâmbio com o social, a presença dos

familiares e colegas de turma, devolve-lhe a alegria e o ânimo, contribuindo para que sua

recuperação seja mais rápida.

Desse modo, a escola faz ligação com os fatores externos, e a criança que tem essas

aulas durante sua internação está participando dos acontecimentos atuais, não se sente

excluída, mas incluída, pois está cercada de cuidados e sendo vista como capaz de exercer

suas atividades educativas. Além disso, a escola é provedora de saúde e o hospital pode ser

mantedor de escolarização, desde que sejam organizadas equipes especializadas dentro dos

dois pólos.

Sem contar que no período de escolarização, hábitos são desenvolvidos, respeito à

rotina, práticas de atividades que estimulem a capacidade cognitiva e sua autoestima. Assim,

6 Estatuto da Criança e do Adolescente-Lei 8.069, de 13-7-1990.

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o pedagogo deve estar atento aos padrões cotidianos, desenvolvendo atividades que tenham

início, meio e fim com planejamentos estratégicos e flexíveis.

Além do mais, o ambiente da classe hospitalar tem que ser diferenciado, com retoques

visuais, brinquedos, jogos, porque é pela diversão que as crianças internadas vão encontrar

maneiras positivas e criativas de superar a doença, diminuindo também um comprometimento

de suas funções psicológicas.

Contudo, o professor tem que coordenar essas atividades que dão suporte e garantia ao

trabalho da escola, com conteúdos programáticos conforme o grau de escolaridade de cada

criança, pois o maior objetivo é de reintegrá-la à sua escola de origem sem que a prejudique.

Segundo Rezende (2001), as universidades têm criado estágio multiprofissional e

interdisciplinar da área da saúde, para mostrar aos alunos as necessidades urgentes de

participação de todas as áreas do saber para assegurar a tranquilidade e direito a educação de

todos.

Sendo assim, a prática do pedagogo em hospitais pode ser incrementada pelos

projetos e programas subsidiados pelas universidades nas alas de internação, recreação,

contribuindo para que as crianças internadas não fiquem sem aprendizagem durante esse

período. Além disso, são oferecidos assessoria e atendimento emocional e humanístico tanto

para estudante quanto para sua família.

Entretanto, Franco (2001) fala sobre a capacidade formativa do pedagogo, que nesse

momento histórico da pedagogia vem superando paradigmas antigos com um novo perfil,

onde surge um pedagogo, com uma nova práxis educativa com novas perspectivas formativas

para o fazer corajoso no campo do conhecimento.

Entretanto, o grande desafio é para sua formação nos cursos de pedagogia, uma vez

que as constantes mudanças sociais aceleradas exigem uma abertura dos parâmetros

curriculares, viabilizando fundamentos teóricos práticos para o cenário educacional. Assim, a

atuação do pedagogo nas classes hospitalares é fundamental para a recuperação da criança no

meio escolar.

O Projeto Hoje

Iniciado em 1999, pela Superintendência de Ensino Especial da Secretaria da

Educação, o Projeto Hoje é uma realidade no estado de Goiás cujo objetivo pedagógico é

atender as crianças em classes hospitalares, dando assessorias escolares, acompanhamento

especializado aos educandos e familiares.

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Seu primeiro momento inaugural foi com aulas no Hospital Araújo Jorge para crianças

com câncer internadas na pediatria, assegurando-lhes durante o tratamento a continuidade dos

estudos, para que, no seu retorno à sala de aula, elas estivessem em situação de igualdade com

os colegas. O projeto atende aos estudantes, mesmo os que estão fora de escolas ou que nunca

tenham sido alfabetizados, inclusive quando deixam o hospital e precisam ficar em casa para

restabelecer a saúde.

Este projeto está com 30 classes em hospitais e clínicas de Goiânia e do interior do

estado e atualmente faz 24 atendimentos a domicílio. Esta proposta é tão positiva que está

sendo ampliada, para a garantia do cumprimento do currículo escolar e da qualidade do

ensino.

Sendo assim, o importante para a criança, ao retornar à sala de aula normal, é que ela

possa estar nos mesmos patamares dos outros colegas de classe, evitando serem caracterizadas

por defasagem de conteúdo. Além disso, conforme a coordenadora geral desse projeto, Zilma

Rodrigo Neto, a equipe pedagógica tem constatado que a criança hospitalizada, em contato

com a professora e com o conteúdo da escola, melhora sua auto-estima, o que é incentivo

natural para a volta à vida normal.

Ao voltar à sala de aula, os professores que trabalham no projeto podem comprovar o

acerto do atendimento que vem sendo oferecido. Segundo a coordenadora, a criança atendida

pedagogicamente de forma personalizada, tanto no individual como no coletivo, leva toda

uma documentação ao retornar à classe, ou seja, declaração de frequência, relatório avaliativo

e ficha de continuidade, cabendo à escola aprovar ou reprovar. E o resultado é magnífico,

criança que tinha dificuldade com alguma disciplina acaba voltando mais interessada, com

recuperação surpreendente.

Conforme AGECOM7, hoje em Goiânia existem quase 30 classes hospitalares: 2 no

Araújo Jorge, 7 no Hospital das Clínicas, 6 no HGG, 2 no HDT, 1 na Casa de Eurípedes, 2 no

Materno-Infantil, 1 na Santa Casa de Misericórdia, 2 na Nefroclínica, e 2 no Crer. Em

Itumbiara são duas classes no Hospital Cisme.

Os atendimentos pedagógicos domiciliares são feitos em pacientes da Casa de Apoio

São Luiz (Lar Caminho da Luz), da Casa de Quirinópolis e da Casa de Apoio Renafé, além de

vários educandos de Goiânia, Aparecida de Goiânia, Trindade, Campos Verdes, Bom Jardim,

Morrinhos, Palmeiras, Itaberaí, Rubiataba, Caldas Novas e Quirinópolis.

7 AGECOM – Agência goiana de comunicação

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Só em 2006, foram atendidos 2.173 educandos matriculados na rede estadual de

ensino. Desde a sua criação, o Hoje realizou 24.621 atendimentos pedagógicos, dados da

AGECOM, 02/10/2007. Do total de beneficiados, 67% eram estudantes vinculados à escola,

26% não eram matriculados e outros 7% nunca haviam ido à escola.

A construção e a formação de professores de classe hospitalar em Goiás são frutos da

necessidade pessoal. A maioria que participa desse projeto foi por convite feito por amigos ou

por gostar do ambiente hospitalar, e por querer mudar algo em sua vida.

Quanto à formação do profissional para atuar nessas unidades, embora eles tenham

uma boa formação pedagógica, na graduação eles não tiveram nenhum aprendizado específico

sobre pedagogia hospitalar. E em Goiás é desconhecido cursos de pedagogia ou licenciatura

que contemplem conhecimento sobre essa área. Visto que as Diretrizes Curriculares ressaltam

que para os cursos de formação de professores os conteúdos desses conhecimentos têm que

fazer parte das grades dos cursos.

Sabendo da situação do professorado que deseja atuar sua prática pedagógica em

hospitais de Goiânia e outras cidades de Goiás, a SEE8 sob a coordenação do “Projeto Hoje”,

no início de cada ano, proporciona um curso intensivo de capacitação para profissionais que

desejam trabalhar nessas classes. O curso tem cerca de 40 horas, onde são discutidas questões

pertinentes sobre a pedagogia hospitalar e sua prática.

A equipe do Projeto Hoje conta com 50 professores preparados exclusivamente para o

atendimento pedagógico hospitalar. Este é um dos projetos da Superintendência de Ensino

Especial da Educação em Goiás, que tem dado muito certo e tem mais alvos a serem

alcançados no interior do Estado.

Considerações Finais

Este trabalho teve como eixo de pesquisa a classe hospitalar como modalidade de

ensino em educação especial. Uma vez que o professor precisa quebrar paradigma para atuar

nessa modalidade de ensino. Além disso, o profissional, durante sua graduação não tem uma

formação que contemple esse conhecimento.

O atendimento pedagógico em hospitais tem a finalidade de continuar o processo

pedagógico da criança e do adolescente hospitalizado, iniciado na escola convencional. Esse

8 SEE – Superintendência do Ensino Especial

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processo de ensino é um esforço advindo da demanda pessoal, e para evitar evasão nas

escolas públicas, resgatando assim, o estudante, que durante o estágio da doença pode desistir

dos estudos.

Foi tematizado e desenvolvido também nesta pesquisa, a questão da inclusão escolar

por ser na atualidade uma questão importante para a sociedade e de responsabilidade também

da educação. Entende-se que, a inclusão é antes de tudo, uma busca por uma educação de

qualidade para todos, que enriquece todos os envolvidos no processo educativo: alunos,

professores, escola, pais e sociedade.

As crianças e adultos com necessidades educacionais especiais foram durante séculos

segregados da sociedade sendo impedidos de exercerem a cidadania com direitos e deveres.

Somente a partir dos anos 70 é que se buscou integrá-las na sociedade, foi nesta década que

surgiu a sala de recursos. Porém nos últimos anos esse conceito de integração não satisfaz

mais a sociedade que exige a inclusão irrestrita desses cidadãos.

Este estudo mostrou a importância e a necessidade das classes hospitalares como um

espaço que cuida da educação (fora do espaço escolar), com certa naturalidade,

posicionamento muito importante, devido à fragilidade psicológica e física que fica uma

criança e um adolescente quando passam por internamentos a longo prazo e ficam longe da

família e dos amigos, que como conseqüência acabam entristecidos e desinteressados em dar

continuidade com suas vidas e ocupações.

Além disso, cabe ao pedagogo resgatar esse aluno, como também a sua dignidade e

vontade de prosseguir os seus estudos sem nenhum prejuízo. Ele deve utilizar suas

ferramentas, entre elas a criatividade e, certamente conseguirá tal intento.

Porém, ainda são muitas as dificuldades enfrentadas pelos pedagogos para

desenvolverem os seus trabalhos nessas classes especiais. Mesmo sendo amparadas por lei

existem os que não acreditam nessa modalidade de ensino e procuram obstacular ao máximo.

Outra dificuldade que os profissionais de educação enfrentam também é a falta de preparo

acadêmico, pois as universidades brasileiras ainda não preparam o professor para esta

modalidade de ensino.

Entende-se que, o diálogo entre posições e correntes diferentes sempre serviram para

o enriquecimento e discussão e faz também o papel da dialética, tão importante e

imprescindível para o desenvolvimento acadêmico, social, político, cultural e educacional da

sociedade vigente no que se refere à temática central desta pesquisa, que é a importância da

atuação do pedagogo fora da sala de aula tradicional e o trabalho inclusivo que ele pode

desenvolver.

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Contudo, mesmo diante deste quadro desanimador para o professor, ele deve reagir

positivamente, com ética, esperança e amor, pois os caminhos que a educação brasileira

trilhou foram de grandes rupturas, divergências e quebra ou desobservâncias de leis

importantes e de intolerâncias, porém têm acontecido avanços importantes.

Com este artigo, espera-se, de certa forma, ter contribuído para o debate acadêmico

cientifico do tema proposto. Vale lembrar que a temática deste trabalho não está esgotada,

devido à importância do assunto e inúmeras leituras que podem ser realizadas, aqui seria

como uma breve introdução ao tema, mesmo porque esta temática de certa forma, ainda é um

tanto desconhecida para uma parcela importante da sociedade brasileira.

ABSTRACT: The aim of this study show the importance of teacher and pedagogy in the

hospital, which aims to challenge and pursue their educational content to patients with

prolonged treatment, allowing the student to return to their schooling without prejudice. The

hospital classes were created with the aim of providing children, adolescents and adults is no

loss of their schooling throughout the period of hospitalization. The teaching hospital is not

only focused on teaching content, but embraces other important areas in need of monitoring,

that is the case for psychological treatment, both the student who is going through a phase of

prolonged illness, but also of his family who needs this support. Thus the educational services

in class hospital aims fruitful, the pedagogic assistance to children and adolescents with

immediate needs.

Key - words: Education. Inclusion. Hospital class. Teaching hospital.

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