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Universidade Técnica de Lisboa
Instituto Superior Técnico
Mestrado em Engenharia do Ambiente
Estratégia Nacional Para As Alterações Climáticas
Cadeira: Políticas do Ambiente (2 semestre 2008/2009)
Docente: António Nuno Fernandes Gonçalves Henriques
Alunos:
Ana Frutuoso N: 54518
João Drumond N: 46241
07/05/2009
1
ÍNDICE: Introdução ..................................................................................................................................... 2
O Tema: ..................................................................................................................................... 2
Os gases de efeito de estufa: ..................................................................................................... 3
O painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC) ..................................................... 3
A Convenção-Quadro das Alterações Climáticas:...................................................................... 4
O Protocolo de Quioto:.............................................................................................................. 4
Portugal e a Comunidade Europeia: .......................................................................................... 5
Objectivo: ...................................................................................................................................... 5
Palavras Chave: Protocolo de Quioto, Convenção-Quadro das Alterações Climáticas, O painel
Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC), Os gases de efeito de estufa, alterações
climáticas. .................................................................................................................................. 6
Análise das políticas e estratégia nacional de prevenção as alterações climáticas: ..................... 6
Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), 2001-2007: ................................... 6
Secção 1 – Energia ................................................................................................................. 7
Secção 2 – Transportes .......................................................................................................... 8
Secção 3 – Gases Fluorados ................................................................................................. 10
Secção 4 – Agricultura e Pecuária........................................................................................ 10
Secção 5 – Floresta .............................................................................................................. 11
Secção 6 – Resíduos ............................................................................................................. 11
Outros mecanismos criados face ao Protocolo de Quioto ...................................................... 13
Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) e Plano Nacional de Atribuição de Licenças
de Emissão (PNALE) ................................................................................................................. 13
Fundo Português de Carbono: ................................................................................................. 14
Projecto Extensity: ................................................................................................................... 14
Projecto SIAM (Scenarios, Impacts and Adaptation Measures): ............................................. 15
Conclusões: .................................................................................................................................. 15
Sites de consulta: ......................................................................................................................... 16
Bibliografia: .................................................................................................................................. 16
Anexos: ........................................................................................................................................ 17
2
Introdução
O Tema:
As alterações climáticas são um tema global que reporta a um processo ambiental de longo
prazo, desde da era Hadeano onde a Terra se formou há cerca de 4500 milhões de anos até
aos dias de hoje, em que este processo foi intensificado nas últimas décadas. As alterações
climáticas constituem uma forte ameaça ao planeta e por consequentes para as espécies que o
habitam. As notícias sobre o tema foram sendo dadas desde os anos oitenta, tendo um maior
impacto no mundo a nível das preocupações públicas e científicas, com a cimeira da Terra em
1992, no Rio de Janeiro. Mais recentemente com o Protocolo de Quioto em 1997. Este
protocolo tem sofrido algumas negociações e ratificações para incluir cada vez mais países,
visto ser um acordo internacional, e como tal tem algumas problemáticas. Este protocolo é um
tratado que ocorreu no Japão sobre as mudanças climáticas.
O Planeta Terra ao longo dos tempos, desde os milhões de anos que o planeta existe, tem
sofrido alterações, assim como a nível da ecologia, geologia, e mudou também as suas
características físico-químicas. Este facto prende-se a factores naturais que podem ser
previsíveis como a inclinação da terra e a radiação solar na Terra. As perturbações
antropogénicas neste ciclo da terra, de aquecimento e arrefecimento, ou seja a entrada e
saída das eras glaciares, têm contribuído para a tendência da subida da temperatura, num
espaço temporal de 250 anos, como podemos verificar através da figura 1 onde mostra esta
tendência. A tendência exemplificada já vinha de trás com a saída da última era glaciar, cerca
de dez mil anos. Estas perturbações antropogénicas em parte são atribuídas aos gases de
efeito de estufa, devido a sua concentração na atmosfera e seu aumento em concentração. O
gás mais importante e conhecido devido à ênfase que se tem dado tanto a nível científico
como a nível da comunicação social é o dióxido de carbono (CO2). Este gás é expelido pelas
diversas actividades da vida humana, tais como a indústria, desde de 1860 – data fiável desde
que se começou a usar termómetros para medições fiáveis – os escapes de automóvel, queima
de florestas, etc. Ou seja o homem está a alterar a o ciclo natural do carbono na terra, em
muita parte devido aos combustíveis fosseis. Este efeito chama-se “efeito de estufa”, mas
também sem ele o planeta Terra teria uma temperatura muito inferior a actual, a volta de 30
graus. Estes gases têm a particularidade de poderem absorver a radiação solar e criam a
denominada “ estufa”.
O clima também como ciência ainda não está totalmente estudado, pois há cerca de trinta
anos os cientistas ainda discutiam se a Terra estava a arrefecer ou aquecer, ou seja se vinha da
era glaciar ou de uma estufa, por exemplo ainda há que estudar que papel tem as nuvens e
como interactuam neste contexto. Os modelos matemáticos que são usados para explicar este
fenómeno como o clima tem limitações e não são perfeitos, pois a modelação de qualquer
modelo tem as suas limitações tanto dadas no inicio como no fim do processo para que
possam produzir resultados, na mesma podem muito bem simular a realidade, os primeiro
modelos matemáticos sobre o clima datam de 1975. Com base nestes simuladores
matemáticos e nos seus resultados é que se tem discutido esta problemática das alterações
climáticas.
3
Os gases de efeito de estufa:
A definição mais simplista e generalista destes gases é a seguinte, são substâncias presentes
na nossa atmosfera, que se pode chamar o grande oceano aério, que têm uma capacidade de
permitir a passagem dos raios solares pelas diferentes camadas da atmosfera até a Terra, e por
consequência de reter o calor depois de irradiado pela superfície do planeta Terra, são gases
que absorvem e emitem radiação infravermelha. Um dos gases mais importantes é o vapor de
água, que a contribuição humana neste caso é mínima, comparando com o ciclo natural da
água na terra. Outros gases que são contribuidores para o efeito de estufa são os seguintes, o
dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4), o óxido nitroso (N2O), estes são de origem de
ciclos naturais existentes na Terra. Outros tais como os hidrofluorcarbonetos (HFC), os
perfluorcarbonetos (PFC), o ozono troposférico (O3) e por fim o hexafluoreto de enxofre (SF6),
estes gases já são criados artificialmente pelo homem para as diversas aplicações tanto a nível
da indústria como a nível da refrigeração. Como já foi referido o mais importante e mais
abundante para a temática ambiental é o dióxido de carbono (CO2), sendo a ocupação deste
na atmosfera cerca de 0,04% na atmosfera, por exemplo o oxigénio ocupa cerca de 20%. O
dióxido de carbono tem uma contribuição de cerca de 60% para o aquecimento global.
As actividades humanas nas suas diferentes acções levam à formação destes gases tais como a
queima de combustíveis fosseis, tais como o petróleo e seus derivados o gás e carvão. A
destruição de florestas para a aquisição de madeiras para diversas industria e não só, estes
dois componentes conjuntos levam a alteração do ciclo do carbono. Um que retira carbono do
ar, absorvido pelas árvores através de fotossíntese e outro que liberta carbono para o ar com o
uso dos combustíveis fosseis. O metano por outro lado é produzido na natureza através de,
por exemplo da decomposição da matéria orgânica, e antropogénica como a agricultura. O
óxido nitroso vem do processo da transformação da amónia em nitrogénio. Esta contribuição
pode vir das plantas através de processos de nitrificação/desnitrificaçao ou como fertilizantes
usado na agricultura. Finalmente os hidrofluorcarbonetos e os perfluorcarbonetos são
substitutos dos CFC, por causa da camada de ozono, são usados como referido na indústria.
De todos os gases referidos, de efeito de estufa, o dióxido de carbono é apontado como o mais
importante por duas razoes, é tido como o que mais beneficia para a aceleração do aumento
da temperatura global do planeta nestes últimos anos, serve também como indicador para
medir os gases que contribuem para o efeito de estufa, cujas emissões são contabilizadas em
equivalência de dióxido de carbono. Exemplificando esta equivalência temos que uma
molécula de metano equivale a 21 moléculas de dióxido de carbono. Ver figura 6 para o
aumento de CO2 na atmosfera vs a temperatura.
O painel Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC)
O IPCC foi estabelecido em 1988 pelas organizações, a Organização Metrológica Mundial e
pelas Nações Unidas. Foi criado para fornecer informações científicas, analisando-as
sistematicamente, técnicas e sócio económicas importantes para que se possa entender as
mudanças no clima terrestre, e naturalmente as suas consequências. O IPCC não faz os estudos
propriamente dito, a sua missão é organizar e interpretar os estudos da comunidade cientifica
a nível das experiencias e a modelação matemática para o clima. Estes relatórios assumem
então um ponto de referência importante para a comunidade internacional pois expressam as
duvidas e os consensos sobre o tema em questão.
4
Os documentos que o IPCC produz de relevância são os relatórios de avaliação que são
publicados de cinco em cinco anos, com a inclusão de cerca de 2000 especialistas, tanto na sua
elaboração como na sua revisão dos documentos. Tendo então como grupos de trabalho os
seguintes:
Grupo de Trabalho I: avalia os aspectos científicos do sistema climático e de mudança do clima Grupo de Trabalho II: avalia a vulnerabilidade dos sistemas socioeconómicos e naturais diante da mudança climática assim como as possibilidades de adaptação a elas Grupo de Trabalho III: avalia as opções que permitiriam limitar as emissões de GEE. O primeiro documento foi divulgado em 1990 sendo depois o segundo em 1995,o terceiro em
2001 e o ultimo foi lançado em 2007. Os dados então estão actualizados neste ultimo
documento sobre a questão do aquecimento global. O que nos leva a conclusão que as
alterações climáticas estão associadas as actividades humanas. Outras conclusões podem ser
obtidas sobre alguns temas tais como a temperatura, o nível médio do mar, os extremos
meteorológicos, os ecossistemas, a agricultura e a saúde inerente a estas transformações
climáticas. Estas projecções dão assim uma ideia dos potenciais efeitos da acção do homem no
clima e por consequente o clima sobre o homem e restante planeta Terra.
A Convenção-Quadro das Alterações Climáticas:
Com toda a discussão sobre este tema durante os anos 80 e seguintes, houve o debate de
tratar este efeito humano no clima e que materializou-se em 1992 com a adopção da
Convenção-Quadro para as Alterações Climáticas, durante a cimeira da Terra. O grande
objectivo deste acordo é conseguir estabilizar as concentrações de gases de efeito de estufa,
tentando tirar as contribuições antropogénicas a um nível de perigo deste sistema climático.
Não tendo nem dando os valores das concentrações nem quando devem ser atingidas as
metas de redução. Esta convenção só mostra que os países devem ter medidas de precaução
para antecipar e minimizar as causas antropogénicas nesta problemática. Existe porém o
conhecimento que as nações evoluídas são as responsáveis pela concentração de gases de
efeito de estufa na atmosfera. Assim estes países evoluídos devem estabilizar as suas emissões
aos níveis que tinham em 1990. Historicamente esta convenção entra em vigor em 1994 e
desde esta altura todos os anos cerca de 180 países encontram-se, que se conhece como a
“conferência das partes”.
O Protocolo de Quioto:
Este surge através da consciência do compromisso da Convenção Quadro das Alterações
Climáticas, em que se viu que não era suficiente. Foi então que surge um projecto muito mais
ambicioso. Nasce assim o Protocolo de Quioto em 1997 na cidade que deu o nome ao
protocolo. O protocolo é um tratado ligado a convenção quadro tendo como base os seus
princípios. O que nos leva aos primeiros passos para prevenir o aquecimento global e
desenvolver alternativas mais verdes e limpas de forma a minimizar impactos no planeta
Terra, com a ratificação dos países. A novidade embutida neste protocolo é o facto de obrigar
os países desenvolvidos a limitar ou a reduzir as suas emissões de gases com efeito de estufa.
Cada um destes países tem metas diferentes inerentes as suas próprias dificuldades
económicas e sociais.
5
No cálculo dos gases de efeito de estufa de cada país entra em conta os sumidouros de
carbono através da fixação do carbono em plantas, ou arvores. Ou seja é um potencial a ser
investido, por cada membro do protocolo, pois o abate de árvores diminui esta parcela da
equação, aumentando as emissões inerentes a cada país, pois o balanço é feito através do que
é produzido pelo homem menos o que é capturado por estes sumidouros. Esta redução de
gases, cerca de 5,2 por cento, leva a um esforço elevado de cada membro deste protocolo,
sendo por isso necessário introduzir alguns mecanismos para que se possa cumprir com estas
metas, levando em conta os custos sociais e económicos, pois sem estes dois é impossível
andar com o protocolo. Estes mecanismos vão desde ao comércio de emissões ao mecanismo
de desenvolvimento limpo entre outros.
Alguns problemas foram apontados pois a factura cai sobre alguns sectores fortes a nível
económico como a indústria do petróleo e a indústria automobilística. Dai o desafio ser
político internacional. Outro problema levantado ao protocolo de Quioto, pondo-o mesmo em
causa, foi os Estados Unidos Da América desistirem do protocolo em 2001, pois as medidas
implementadas ponham em causa a sua economia.
Portugal e a Comunidade Europeia:
De acordo com o Protocolo de Quioto a União Europeia tem como missão a redução das
emissões de gases de efeito de estufa em cerca de 8%, num primeiro período, que vai de 2008
a 2012. Aqui os estados-membros tal como Portugal podiam ainda aumentar as suas emissões,
outros porém devem estabilizá-las ao nível de 1990 como a França. Isto acontece devido a
industrialização de cada estado membro e ao nível de desenvolvimento de cada. Nesta divisão
de esforços o nosso país até saiu a ganhar numa fase inicial, podendo ainda aumentar as suas
emissões, mas também a contribuição é diminuta pois a representação de Portugal no total é
muito baixa. Entretanto já em 2001 Portugal já ultrapassou a sua cota em 36%, dados de 2001,
aqui este problema está associado ao sector da energia e transportes.
Se a problemática for mesmo certeira e se não conseguirmos vencer o aquecimento global,
Portugal vai ser muito afectado pela subida do nível do mar por ser um país costeiro e ter as
suas populações mais representativas nesta costa. Levando a outros problemas como o
ordenamento do território, outro problema será o da seca.
Objectivo:
O objectivo deste trabalho passa pela análise de documentos e politicas relevantes da
estratégia nacional para as alterações climáticas, que incluem um esforço enorme dos factores
socioeconómicos do nosso país. O objectivo também passa pela análise dos projectos de
Portugal nos diversos acordos em que está vinculado, e qual o futuro que tem nos cenários
produzidos. Sendo o objectivo final de Portugal de abrandar as suas emissões de gases de
efeito de estufa e diminuir por consequência o aquecimento global e suas implicações no clima
global e local. Será portanto um esforço conjunto de nações.
6
Palavras Chave: Protocolo de Quioto, Convenção-Quadro das Alterações Climáticas, O painel
Internacional para as Alterações Climáticas (IPCC), Os gases de efeito de estufa, alterações
climáticas.
Análise das políticas e estratégia nacional de prevenção as alterações
climáticas:
Programa Nacional para as Alterações Climáticas (PNAC), 2001-2007: O PNAC é o primeiro programa nacional de “combate” às alterações climáticas e de modo a
atingir os objectivos aos quais Portugal se comprometeu no Protocolo de Quioto e no Acordo
de Partilha de Responsabilidades no seio da União Europeia. Este programa actua através do
controle e redução da emissão de GEE, visando também a antecipação dos impactes das
alterações climáticas bem como medidas de adaptação e intervenção para reduzir os efeitos
negativos desses impactes.
A primeira versão do PNAC foi realizada em 2001, sendo posto em discussão pública. Durante
os anos seguintes, O PNAC foi sujeito a várias revisões, alterações e adições, com cada
elemento analisado e aceite, nomeadamente em Concelho de Ministros, com a aprovação da
Resolução do Conselho de Ministros nº 119/2004 que estabeleceu a sua adopção e entrada em
vigor. O PNAC sofreu nova revisão em 2005, resultante desta a final versão até os dias de hoje,
o PNAC 2006, aprovado a Resolução do Conselho de Ministros nº104/2006, com alterações
efectuadas em 2007 e inseridas no PNAC 2006, e cuja constituição inclui as políticas, medidas e
instrumentos para a redução efectiva da emissão de GEE.
O PNAC 2006 tem então o intuito de:
- Implementar medidas nos sectores não abrangidos pelo comércio Europeu de Licenças de
Emissão (CELE);
- Reforçar a monitorização nos diversos sectores de modo a garantir a execução das medidas;
- Reforçar a verba do Fundo Português do Carvão.
Para atingir os seus objectivos, O PNAC encontra-se dividido em seis secções, cada uma delas
representando factores importantes e relevantes para o programa, juntamente com conjuntos
de medidas a realizar de modo a cumprir os objectivos de redução de emissões de GEE a que
Portugal de propôs. Estes “Anexos Sectoriais” são os seguintes:
- Secção 1 - Energia
- Secção 2 - Transportes
- Secção 3 - Gases Fluorados
- Secção 4 - Agricultura e Pecuária
- Secção 5 - Floresta
- Secção 6 - Resíduos
A Resolução de Conselho de Ministros 104/2006 determinou que cada medida integrante do
PNAC 2006 deve ser acompanhada de um plano de acção contendo as características dos
7
projectos a desenvolver, como fundos, meios e datas de implementação a ser apresentados
pelos ministérios proponentes.
Secção 1 – Energia Esta secção engloba os sectores de procura e oferta de energia, exceptuando os transportes,
aplicado aos sectores da Indústria, Construção e Obras Públicas, Agricultura, Florestas e Pescas
bem como Combustão no Residencial e Serviços. Para calcular as estimativas de emissões de
GEE de cada um destes elementos, foram criados cenários de referência recorrendo a
informações de indicadores de actividade, níveis de produção e consumo, de evolução
demográfica, económica, social, tecnológica e energética, utilizando a metodologia do National
Inventory Report (NRI1), publicado pela Agência Portuguesa do Ambiente (antigo Instituto do
Ambiente).
Para a implementação do PNAC 2006, foram delineadas várias políticas e medidas para os
cenários de referência, sintetizadas de seguida.
Oferta e Procura
de Energia
Meta - 2010 Observações
MRe1. Programa E4, E-FRE
Potência eólica: 4500MW -2010, (REN Junho 2005)
O cenário de produção de electricidade a partir de FRE representa 39% do consumo bruto de electricidade em 2010. As metas constantes na RCM nº63/2003 de 28 de Abril (e.g. componente eólica de 3750MW em 2010) foram integradas no cenário BAU.
MRe1- (Novo) Plano de expansão do sistema electroprodutor
O cenário de novas unidades de ciclo combinado a gás natural(CCGN) com um consumo específico de 0,1656m3N/kWh para os 3 primeiros grupos (central do Ribatejo) e 0,158m3N/kWh para os grupos seguintes em vez de 0,175m3N/kWh, foi integrado no cenário BAU.
MRe2- Eficiência Energética nos Edifícios
Adopção dos novos regulamentos (substituindo o RCCTE e o RSECE em vigor) até final de 2005, com o aumento da eficiência térmica dos novos edifícios em 40%. Efeito a partir de 2007.
Regulamentos adoptados através dos DL nº79/2006 de 4 de Abril
MRe3- Programa Água Quente Solar para Portugal
i)2005 e 2006: 13000m2/ano ii) 2007-2020: instalação de 100.000 m2/ano, com o efeito da entrada em vigor plena em 2006 de nova legislação sobre edifícios
MRe4- Directiva PCIP
Implementação da Directiva PICP Sem avaliação (tal como em PNAC 2004)
Tabela 1: Políticas e Medidas do Cenário de Referência para a Energia – PNAC2006
8
A monitorização destas políticas e medidas foram definidas no âmbito de duas perspectivas:
- Produção de electricidade a partir de fontes renováveis de energia representando 39% do
consumo bruto de electricidade em 2010;
- Aumento da eficiência energética no sector electroprodutor coma a introdução de novas
unidades de ciclo combinado a gás natural mais eficientes.
Além destas políticas e medidas foram posteriormente adicionadas outras em 2007 inseridas
no PNAC 2006:
- MA2007e1- Programa E4, E-FRE que visa a implementação de mais sistemas de produção de
energia eléctrica a partir de Energias Renováveis além do potencial eólico, nomeadamente
potência hídrica (5575 MW com o Plano Nacional de Barragens); Biomassa (com a criação de
uma rede de Centrais com capacidade de 250MW); Energia das Ondas (Aumento de 200MW);
Biogás (100MW) e Microgeração (com a instalação de 50000 sistemas).
- MA2007e2- Que visa a entrada em funcionamento de centrais de ciclo combinado a gás
natural juntamente com o encerramento das centrais a fuelóleo existentes.
- MA2007e3- Que consiste na substituição da utilização de carvão nas centrais termoeléctricas
por biomassa ou CDR.
Ainda para além destas medidas concretas implementadas, criou-se uma série de medidas
adicionais (Apresentadas em quadro em ANEXO, tabela 3) para os sectores de procura e oferta
de energia, de modo a uma maior redução das emissões de GEE.
Secção 2 – Transportes Aplicado aos transportes, o PNAC 2006 foca-se nas emissões de GEE associados à tracção (CO2,
CH4 e N2O) de veículos rodoviários, ferroviários, fluviais, marítimos e aéreos, excluindo as
emissões resultantes dos sistemas de refrigeração que serão abordados na secção seguinte.
O cálculo da estimativa da emissão de GEE para os transportes baseia-se maioritariamente no
consumo de combustíveis, e como tal, nos totais de venda desses combustíveis nos casos de
transportes terrestres (com motores de combustão interna), e em dados de actividade
fornecidos pelos operadores para os restantes casos, fluvial, marítimo, aéreo e ferroviários de
tracção eléctrica, aplicando sempre a metodologia do NIR aos dados adquiridos.
De seguida apresenta-se a tabela de políticas e medidas aplicadas em função do PNAC para o
cenário de referência considerado para os transportes.
P&M integrados no Cenário de Referência do PNAC 2006
Meta Observações
MRt1 – Acordo voluntário com as associações de fabricantes de automóveis (ACEA, JAMA, KAMA)
Redução do factor de emissão dos veículos novos vendidos: 2010: 120gCO2e/vkm
MRt2 – Expansão do Metropolitano de Lisboa (ML) – linha azul (Pontinha-Falagueira)
Transferência modal para o ML: 2010: 94.538.447 pkm
9
MRt2 – Expansão do Metropolitano de Lisboa (ML) – Linha Amarela (Campo Grande- Odivelas)
Transferência modal para o ML: 2010: 181.032.000 pkm
MRt2 - Expansão do Metropolitano de Lisboa (ML) – Linha Vermelha (Alameda-Campolide-Campo de Ourique)
Transferência modal para o ML: 2010: 122.458.000 pkm
MRt3 – Construção do Metro Sul do Tejo (MST)
Transferência modal para o MST: 2010: 115.500.000 pkm
MRt4 – Construção do Metro do Porto (MP)
Transferência modal para o MP: 2010: 570.279.594 pkm
MRt5 – Construção do Metro Ligeiro do Mondego (MLM)
Transferência modal para o MLM: 2010: 51.564.663 pkm
MRt6 – Alteração da oferta da CP; Redução dos tempos de viagem.
Lx-Porto-2010: 852.031.000 pkm Lx-Algarve-2010: 177.900.000 pkm Lx-Ct.Branco-2010: 70.000.000 pkm
MRt7 – Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural (GN) na Carris
Substituição de 50 veículos diesel por veículos a GN (desde 2001)
MRt7 – Ampliação da frota de Veículos a Gás Natural (GN) naSTCP
Substituição de 270 veículos diesel por veículos a GN (desde 2001)
MRt8 – Programa de incentivo ao abate de veículos em fim de vida (VFV)
Abate de 4 200 veículos, com mais de 10 anos, anualmente (a partir de 2005)
Decreto-lei nº196/2003, de 23 de Agosto
MRt9 – Redução das Velocidades Praticadas em AE
Redução da velocidade média de circulação em AE, para 118km/h.
MRt10 – Directiva de biocombustíveis rodoviários
Introdução de biocombustíveis no modo rodóviário – 2010: 5,75%
Decreto-lei nº62/2006, de 21 de Março
Tabela 2: Síntese das Políticas e Medidas do Cenário de Referência para os Transportes, PNAC
2006
Em Portugal, o sector dos transportes caracteriza-se pelo aumento do consumo energético que
se tem vindo a verificar no decorrer dos últimos anos, nomeadamente no que diz respeito ao
caso rodoviário que apresenta um crescimento superior em relação aos restantes, com o
aumento do número de veículos ligeiros de 215 para 475 veículos para cada 1000 habitantes
somente em 2005, número que tem a tendência em aumentar.
Em anexo, figura 7, está representado um gráfico de estimativas sobre a evolução das
emissões de GEE no sector dos transportes, bem como um conjunto de medidas adicionais às
referidas com o intuito de reduzir as emissões de GEE, tabela 4.
Com base nestes dados e projecções do Cenário de referência, prevê-se um aumento de 110%
(3,8%/ano) de emissões de GEE, entre 1990 e 2010.
10
Secção 3 – Gases Fluorados Os gases fluorados (Hidrofluorcarbonetos-HFC, Perfluorcarbonetos- PFC, e Hexafluoreto de
Enxofre- SF6) resultam de actividades humanas, nomeadamente na produção, operação e
abate de equipamentos de refrigeração e ar condicionado, espumas, equipamentos de
protecção contra incêndios e inaladores (HFC) bem como de perdas nos sistemas de
transporte de energia eléctrica, disjuntores e substações blindadas (SF6). São GEE e como tal, a
sua emissão causa efeitos ambientais adversos e como tal, no PNAC 2006, são abordadas
medidas para a sua redução de emissão.
Para a contabilização das emissões das actividades referidas, é estimada nomeadamente a
produção e utilização desses vários elementos muitos dos quais essenciais no dia-a-dia. (Em
Anexo apresenta-se a tabela 5 com a distribuição das emissões provenientes de gases
fluorados.)
As políticas e medidas adoptadas para lidar com as emissões de gases fluorados, propostas
pela Comissão ao Conselho em Agosto de 2003, foram as seguintes:
- Proceder à confinação de gases fluorados a partir de medidas obrigatórias para prevenir e
minimizar fugas, realizando inspecções periódicas às instalações de confinamento;
- Entrega de um relatório anual à Comissão Europeia com dados da produção, importação,
exportação, reciclagem e destruição de gases fluorados;
- Controlo da utilização e colocação no mercado de equipamentos que contenham gases
fluorados.
Em 2005, avançou uma proposta da Directiva f-gases, relativa às emissões provenientes de
sistemas de ar condicionado nos veículos a motor, que altera a Directiva 70/156/CE. Esta
directiva foi votada e aprovada com os seguintes intuitos:
- Eliminação dos gases fluorados nas espumas até 2009;
- Eliminação dos gases fluorados em sistemas de ar condicionado até 2010;
- Eliminação dos gases fluorados em frigoríficos domésticos até quatro anos após a publicação
da Directiva;
- Eliminação dos gases fluoradosem frigoríficos comerciais e industriais até 2010;
- Eliminação dos gases fluorados nos aerossóis até 2006;
- Eliminação do SF6 como gás isolante até 2006, excepto em equipamentos de transporte de
energia eléctrica, que deverá ser efectuado até 2008.
Em Portugal prevê-se que, caso os objectivos sejam atingidos, as emissões de gases fluorados
na produção de equipamentos de refrigeração serão reduzidos cerca de 4kt de CO2e em 2010.
Secção 4 – Agricultura e Pecuária Para a Agricultura e a Pecuária, o cálculo de emissões de GEE suporta-se, como em outros
sectores, no relatório anual do inventário nacional (NIR 2006). Os dados para este cálculo
cingem-se a variáveis de actividade, definidas pelo azoto aplicado no solo (fertilizantes), áreas
e produção agrícolas, efectivos pecuários, entre outros; mas também recorre a parâmetros de
sistemas de gestão de estrumes e para a determinação de azoto em leguminosas, e ainda a
11
factores de emissão, como gases relativos a fermentação entérica (CH4), aos Sistemas de
Gestão de Estrumes (N2O) e azoto excretado pelos animais.
Estes factores, juntamente com a análise do NIR, proporcionam estimativas sobre as emissões
de GEE não só para tipos de práticas agrícolas e pecuárias diferentes, mas também para
espécies animais e vegetais dessas culturas. Em Anexo apresenta-se a Tabela 4 com os valores
estimados para as actividades agrícolas e pecuárias.
Como políticas e medidas para esta vasta área, apenas se considera a Directiva Europeia de
Prevenção e Controlo Integrado de Poluição (PICP). No entanto, e como medidas adicionais,
sugere-se a melhoria dos sistemas de gestão de estrume de origem suína, de momento pouco
eficiente e com potencial para utilização em sistemas de biodigestores anaeróbios, para
produção de energia. Esta medida já se verifica em explorações portuguesas, resultando numa
redução considerável de emissões de GEE quer directamente quer indirectamente por
substituição da utilização de combustíveis fósseis.
Secção 5 – Floresta As florestas são consideradas fontes e sumidouros de Carbono e como tal, a sua área pode ser
contabilizada para efeitos de mitigação da quantidade de emissões de GEE. De acordo com o
Artº3.3 do Protocolo de Quioto, as actividades de florestação, reflorestação e desflorestação
que resultam na emissão ou remoção de CO2e, deverão ser obrigatoriamente indicadas para o
cumprimento dos limites de emissões impostos. Em adição, o Artº3.4 também do Protocolo de
Quioto diz que a emissão/remoção de CO2e resultante de actividades de Gestão Florestais em
áreas existentes desde o princípio de 1990 pode ser contabilizada para efeitos de
cumprimento do mesmo Protocolo.
A contabilização do efeito de mitigação das áreas florestais para as emissões de GEE é
efectuada através da constante no Good Practice Guidance for Land Use, Land-Use Change and
Forestry (LULUCF). Para este efeito, são considerados os valores de “biomassa viva” presente
nos vários tipos de arboredo: aérea, matos de subcoberto e subterrânea (raízes). Em anexo
apresenta-se a Tabela em anexo com valores de emissão e remoção de CO2e atribuída às
zonas florestais, incluindo novas áreas flores, tais, desflorestação e actividades.
As políticas e medidas aplicadas em Portugal cingem-se aos Artºs 3.3 e 3.4 do Protocolo de
Quioto, tendo as medidas adicionais o intuito da melhoria da gestão florestal em povoamentos
existentes em 1990. Outras medidas incluem a gestão agrícola e de pastagens que
representam um alto teor de matéria orgânica no solo e como tal, apresentam grande
potencial de acumulação de carbono caso geridas convenientemente. Estas medidas são
consideradas no PNAC 2006 e foram adoptadas por Portugal para efeitos de cumprimento dos
objectivos pretendidos pelo Protocolo de Quioto.
Secção 6 – Resíduos O sector de resíduos abrange um vasto leque de tipos de resíduos, técnicas e equipamento de
tratamento e como tal, no âmbito do PNAC, procedeu-se á organização da informação
segundo a estrutura da submissão nacional (Common Reporting Format – CRF), cujos
resultados se encontram em anexo, Tabela 5.
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Mais uma vez recorreu-se ao NIR como método de cálculo de emissões de GEE para os vários
elementos da tabela 7, sendo que as informações sobre o estado de tratamento dos resíduos
são fornecidas por duas entidades responsáveis pelos instrumentos de gestão: o Instituto de
Resíduos (INR) para os resíduos sólidos, e o Instituto da Água (INAG) para as águas residuais.
Para consolidar as alterações decorrentes do PNAC, sistematizou-se as questões mais
relevantes no PNAC 2006. Em Anexo, figura 8, está representada de um modo muito
esquemático, a metodologia do cálculo de emissões.
Além da utilização do NIR, outros métodos foram utilizados devido, em parte, á especialização
dos vários elementos a analisar, como por exemplo: No caso da Deposição no Solo e
Incineração, procedeu-se apenas à revisão dos níveis de actividade, respectivos parâmetros e
factores de emissão, utilizando o método First Order Decay (FOD) para a estimativa de
emissões de metano (CH4); para a Gestão e tratamento de Águas Residuais foi redefinida a
metodologia adaptada de IPCC1996 e suas actualizações. Desta análise resultaram cenários de
previsão de produção, gestão e tratamento até 2020, representados nas figuras 9 a 13 em
Anexo.
Para os resíduos hospitalares, o cenário de incineração foi estimado com base em taxas
assumidas para os resíduos sólidos urbanos devido à ausência de projecções quantitativas. Os
resultados da estimativa apresentam-se na figura 14 em Anexo.
No Cenário de gestão de biogás, foram actualizados os dados com os pressupostos: cobertura
dos sistemas de gestão de RSU com recuperação/queima de biogás determinada com base na
representatividade populacional; recuperação de biogás em lixeiras encerradas, substituídas
por aterros sanitários. Os resultados da estimativa estão representados em Anexo, figura 15.
As Políticas e Medidas aplicadas em Portugal consistem apenas na aplicação de 3 directivas
tendo em conta as características únicas do tratamento de Resíduos. Servindo também como
sistemas de monitorização, as seguintes directivas foram implementadas no PNAC 2006:
- Directiva 96/61/CE (Directiva PCIP), transposta pelo DL nº 194/2000 de 21 de Agosto, que
constitui uma medida sem eficácia directa de redução de GEE visto não impor limites de
emissões às instalações licenciadas mas apenas a obrigatoriedade de monitorização periódica;
- Directiva 00/31/CE (Directiva Aterros), transposta pelo DL nº152/02 de 23 de Maio,
estabelece a necessidade de redução dos resíduos urbanos biodegradáveis (FUB) destinados
aos aterros;
- Directiva 94/62/CE (Directiva Embalagens), transposta pelo DL nº366-A/97 de 20 de
Dezembro, que controla o fluxo de embalagens e seus resíduos com o objectivo de valorização
e reciclagem de embalagens.
Para as metas definidas para a Directiva Aterros, Portugal comprometeu-se a uma deposição
equivalente a 82% face à produção de RUB em 1995 para atingir em 2003, dos quais apenas se
atingiu uma quantidade equivalente a 65%. Em relação à Directiva Embalagens, Portugal
atingiu as metas definidas para 2005, em 2003 já apresentava a taxa de valorização e
reciclagem para os vários tipos de embalagens, P&C, vidro, metal e madeira com valores
cumpridores com a única excepção dos plásticos, tal como apresentado na tabela 8 em Anexo.
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Outros mecanismos criados face ao Protocolo de Quioto Portugal integrou por completo os objectivos do Protocolo de Quioto e do Acordo de Partilha
de Responsabilidades da União Europeia comprometendo-se a um aumento de emissões de
GEE em apenas 27% face aos valores verificados em 1990.
Com o intuito de atingir os objectivos impostos pelo PQ, os países devem diminuir as suas
emissões em GEE, tendo de proceder a agir sobre as suas actividades económicas. No caso de
Portugal, as áreas onde se pode e se planeia actuar são:
- Reformar os sectores de energia e transportes;
- Promover o uso de fontes energéticas renováveis;
- Limitar as emissões de GEE na gestão de resíduos e de sistemas energéticos;
- Proteger florestas e outros sistemas de sequestro de carbono;
- Reduzir emissões internamente;
- Adquirir créditos de emissão recorrendo ao comércio de licenças criado para este propósito.
A grande aposta para a redução efectiva da emissão de GEE encontra-se na correcta aplicação
das políticas e medidas presentes no PNAC. No entanto, as estimativas nele presentes indicam
que os objectivos a que Portugal se comprometeu para o Protocolo de Quioto e para o Acordo
de Partilha de Responsabilidades da União Europeia não serão atingidos.
De modo a conseguir cumprir o que foi proposto, Portugal dispõe ainda de outros
instrumentos, tal como proposto no Protocolo de Quioto.
Comércio Europeu de Licenças de Emissão (CELE) e Plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão (PNALE) Em 2003, e para criar condições para o cumprimento dos intuitos à redução de emissões
estabelecida pelo Protocolo de Quioto, a União Europeia aprovou a Directiva 2003/87/CE que
visa a criação de um mecanismo intermédio de comércio de licenças de emissão. O CELE trata-
se então de um mecanismo de troca, compra e venda entre empresas e países de licenças de
emissão de GEE de modo a possibilitar uma via de escape para países que não consigam atingir
os objectivos a que foram propostos. Na situação em que um país ou empresa se encontra
acima dos limites propostos, há sempre a possibilidade de adquirir licenças extra e assim
poder ter mais emissões de GEE e não ter de tomar medidas drásticas e mais dispendiosas.
Esta Directiva foi adaptada em Portugal com o Decreto-lei nº 233/2004, de 14 de Dezembro,
com alterações introduzidas pelo Decreto-lei nº 243-A/2005 de 31 de Dezembro. Neste
Decreto-lei admite-se que “todas as instalações de combustão, independentemente de
pertencerem ou não aos sectores indicados no Anexo I da Directiva, com uma potência térmica
nominal superior a 20MWth (excepto as de resíduos perigosos e municipais) estão abrangidas
pela Directiva”.
A Directiva 2003/87/CE visa também a elaboração de um Plano Nacional de Atribuição de
Licenças de Emissão (PNALE) que deve indicar o limiar de emissões previsto e a distribuição
das licenças de emissão pelos vários sectores e instalações abrangidos pela Directiva. Cada
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PNALE terá de ser avaliado e aprovado pela Comissão Europeia previamente à sua
implementação e terá de ser formulado de acordo com os objectivos de Quioto estipulados.
Em Portugal, o PNALE I foi aprovado em Outubro de 2004 pela Comissão Europeia, sendo após
publicado da Resolução do Conselho de Ministros, no qual se estipulou que só se incluiriam os
“equipamentos cujo calor produzido seja usado noutro equipamento através de um meio tal
como a electricidade, vapor ou termoflúido.”
Fundo Português de Carbono: O Fundo Português de Carbono é um diploma criado baseado num Decreto-Lei nº 71/2006
criado a 24 de Março de 2006 pelo Ministério do Ambiente, do Ordenamento do Território e
do Desenvolvimento Regional. A finalidade deste documento é a de financiar algumas medidas
que facilitem o cumprimento de certos compromissos no âmbito do Protocolo de Quioto. Estas
medidas reflectem o plano Nacional de Atribuição de Licenças de Emissão, tema que foi
abordado no trabalho, impondo-se agora proceder à constituição do Fundo e seu regime
jurídico. A actividade deste fundo baseia-se essencialmente na obtenção de créditos de
emissão por via dos mecanismos de flexibilidade previstos no Protocolo de Quioto, esta
flexibilidade refere-se ao mercado de carbono e aos mecanismos de Desenvolvimento Limpo
aos projectos de Implementação Conjunta. Os princípios relevantes para este fundo são a
maximização do seu retorno em termos de equivalentes de carbono, entrosar as políticas
sectoriais e os investimentos a financiar e sua transparência de gestão financeira ou seja a
pareceria conjunta de finanças economia e ambiente. Então a base deste fundo alimenta-se
nos 5 artigos deste Decreto de Lei, onde inclui a designação âmbito e natureza jurídica, seus
objectivos e actividade, as entidades gestoras e regulamento de gestão, as despesas, etc.
Assim com este fundo haverá mais projectos financiados em Portugal.
Projecto Extensity: No seguimento da redução de gases de efeito de estufa temos o projecto extensity, em que
consiste em sistemas e gestão ambiental e de sustentabilidade na agricultura extensiva. Em
que com a participação do estado e coordenação feita pelo Instituto Superior Técnico
pretende-se uma optimização de explorações agrícolas. Esta optimização inclui os factores,
económico, social e ambientais. Utiliza acima de tudo a sustentabilidade juntamente com
políticas para o desenvolvimento rural. Os agricultores aqui são ajudados tecnicamente na
adopção de técnicas plausíveis com o desenvolvimento sustentável, tendo como base a
remuneração dos produtos junto aos consumidores, usando um sistema de certificação. A
nível ambiental evita-se os seguintes problemas tais como o abandono da actividade agrícola,
que pode levar a perda da biodiversidade, a degradação do solo e da água, a destruição da
paisagem levando a uma ruptura a nível de ordenamento do território, e por fim á redução de
emissão de gases de efeito de estufa como por exemplo o metano dos animais. Em Portugal
cerca de 90 explorações agrícolas nacionais aderiram ao projecto, com uma área global de 70
mil hectares, cerca de 0,7% do território nacional. O que contribui para a redução da emissão
dos gases com efeito de estufa. Um dos objectivos principais deste projecto é ajudar Portugal a
cumprir o Protocolo de Quioto e optimizar e dinamizar o aspecto sócio económico. Outra
capacidade deste projecto foi a capacidade de fixação de carbono através de pastagens
permanentemente semeadas biodiversas e a sementeira directa. O que passa pelos
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sumidouros opcionais de carbono “gestão de pastagens “ e “gestão agricula” que estão no
Protocolo de Quioto no Artigo 3.4.
Projecto SIAM (Scenarios, Impacts and Adaptation Measures):
O projecto SIAM tem como grande objectivo a análise da vulnerabilidade e adaptabilidade de
sistemas naturais e sociais relativamente a mudança climática global. Foi um projecto iniciado
em Junho de 1999 com este intuito. A sua operação resulta na observação do clima e dai fazer
cenários e relativiza-los a nível nacional, para poder minimizar os impactos de tal mudança
climática e mitigar os problemas que podem dai advir. Tem uma análise de sítios no nosso
território sobre a sua vulnerabilidade. Este projecto está dividido em duas fases, sendo a
primeira com duração de dois anos que publicou os seus resultados em 2002, tendo como
responsáveis a Fundação Calouste Gulbenkian e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia, a
segunda fase prosseguiu com a primeira pesquisa e contabilizou mais dois componentes,
Outreach e caso de estudo, tendo como responsável o Ministério das Cidades, Ordenamento
do Território e Ambiente. Então neste ultimo projecto entrou-se com os impactos nos
diferentes sectores, como por exemplo, socioeconómico, turístico, pescas, saúde humana,
recursos hídricos e energia.
Em Portugal podemos observar algumas mudanças relativamente ao clima, a temperatura tem
aumentado, principalmente a temperatura mínima, havendo menos contraste térmico diário.
A precipitação tornou-se anómala, levando algum prejuízo a nível da agricultura, e
consequente diminuição da precipitação nos últimos meses de inverno. Este factor tem
impacto relevante, pois juntamente com o aumento da temperatura temos um risco associado
a seca e a desertificação dos solos. Como se pode ver no anexo as figuras 2 e 3.
Os cenários são criados para modelar o futuro, mas têm alguma incerteza a seu cargo, como
podemos ver na figura 4 e 5, que nos leva a uma projecção de temperaturas com alguma
incerteza para o ano 2100, neste caso temos duas, que vão da própria simulação para áreas
locais, e incertezas relativas as emissões dos gases de efeito de estufa.
A consulta deste projecto para o nosso país leva-nos a conclusão que, as observações da
temperatura e precipitação vão de encontro com a teoria do aquecimento global,
apresentando taxas de aquecimento superiores a media. Os cenários realizados mostram as
alterações climáticas locais, com o devido impacto, tanto no continente e ilhas. Sendo este
aquecimento mais acentuado no continente do que nas ilhas. A Precipitação está a diminuir e
todo o país, redução de precipitação nos meses de chuva ou seja de inverno.
Conclusões: Portugal depois de ter a consciência ambiental desde o Protocolo de Quioto, adoptou várias
estratégias de adaptação, uma adaptação progressiva ao longo destes últimos anos, tentando
levar esta adaptação para uma de precaução, o que seria ideal. Com os documentos analisados
podemos verificar que ao acontecer o aquecimento global, o impacto é desastroso a nível das
zonas costeiras, agricultura a pesca e por consequência na saúde humana. Temos planos a ser
implementados e outros que já estão a decorrer como o Projecto Extensity, que tem como
mote diversos objectivos face a problemática ambiental e social da ruralidade portuguesa e do
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país em geral, tal como o Fundo Português de Carbono, que foi criado para o Comércio
Europeu de Licenças de Emissões (CELE).
A verdade é que maioria dos portugueses parecem preocupados com as alterações climáticas
e de entre esses alguns agem “contra” elas, mas também é verdade que muita gente ainda não
acordou para a realidade dos dias de hoje. Os portugueses, nomeadamente os nossos políticos
e ministros, têm muitas estratégias e planos bons para Portugal, cabe a todos nós aplicar-nos
para os concretizar.
Sites de consulta: http://www.siam.fc.ul.pt/SIAM_SumarioExecutivo.pdf
http://www.confagri.pt/Ambiente/AreasTematicas/AltClimaticas/Documentos/doc35.htm
http://www.cele.pt/
http://www.apambiente.pt/Paginas/default.aspx
http://www.portugal.gov.pt/Portal/PT
http://unfccc.int
http://www.solplus.com.pt/
Bibliografia: JACKSON, Andrew; JACKSON, Julie M. – Environmental Science. London : Longman, 1996.
ISBN: 0-582-22709-7.
ODUM, Eugene P. – Fundamentos de Ecologia. Lisboa : Fundação Calouste Gulbenkian, 2004.
ISBN: 972-31-0158-X.
GARCIA, Ricardo – Sobre a Terra. Lisboa : Público, 2004. ISBN: 972-8179-85-5.
FLANNERY, Tim – Os Senhores do Tempo. Lisboa : Editorial Presença, 2005. ISBN: 972-23-
3641-X.
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Anexos:
Figura 1:Variaçao da temperatura na superfície da terra nos últimos 140 anos (Fonte IPCC).
Figura 2: Apresentação da variação de dias em que esta excede os 35º (Fonte Projecto SIAM)
Figura 3: Precipitação entre os anos 1961-90, com as simulações de controlo HadRM3 corr e
HadRM3. (Fonte Projecto SIAM)
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Figuras 4 e 5: Temperatura média na península ibérica (Com incerteza térmica). (Fonte
Projecto SIAM) e Temperatura média do ar em Portugal continental: média regional no
período 1931 - 2000
Figura 6: Aumento da temperatura Vs o aumento do CO2 em concentração na atmosfera.
Figura 7: Evolução das emissões de GEE no sector dos transportes para o período 1990 a 2020
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Figura 8: Metodologia de cálculo de emissões para o sector de resíduos
Figuras 9 e 10: Cenário de Produção e gestão de RSU para o período de 2004 a 2020
Figura 11: Cenário de Deposição de resíduos Industriais orgânicos para o período 2004 a 2020
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Figuras 12 e 13: Cenários de tratamento e gestão de AR domésticas e de produção de AR
industriais
Figura 14: Resíduos hospitalares
Figura 15: Cenário de gestão de biogás (quantitativos recuperados/queimados)
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Tabela 3 – Politicas e medidas adicionais para os sectores de procura e de oferta de energia
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Tabela 4: Políticas e medidas adicionais para o sector dos transportes
Tabela 5: Resumo das emissões por subsector considerado para a secção de gases fluorados
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Tabela 6: Emissões de GEE para o sector agrícola e da pecuária
Tabela 7: Formato de apresentação do elementos da secção de resíduos
Tabela 8: Monitorização do cumprimento da Directiva “Embalagens”