Estudio Eor - Sagd

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  • 8/10/2019 Estudio Eor - Sagd

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    Tese de Doutorado:

    ESTUDO DA RECUPERAO DE LEO POR

    DRENAGEM GRAVITACIONAL ASSISTIDA POR

    INJEO DE VAPOR

    M. Sc. Eng. Jennys Lourdes Meneses Barillas

    Natal, Fevereiro / 2008

    Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    Centro de Tecnologia

    Departamento de Engenharia Qumica

    Programa de Ps Graduao em Engenharia Qumica

  • 8/10/2019 Estudio Eor - Sagd

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    Tese de doutorado

    ESTUDO DA RECUPERAO DE LEO PORDRENAGEM GRAVITACIONAL ASSISTIDA POR

    INJEO DE VAPOR

    MM..SScc..JJeennnnyyssLLoouurrddeessMMeenneesseessBBaarriillllaass

    Tese de Doutorado Apresentada ao Corpo Docente do

    Programa de Ps-graduao em Engenharia Qumica

    da Universidade Federal do Rio Grande do Norte

    como Requisito Parcial para a Obteno do

    Ttulo de Doutor em Cincias.

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    Diviso de Servios Tcnicos

    Catalogao da Publicao na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede

    Barillas, Jennys Lourdes Meneses.Estudo da recuperao de leo por drenagem gravitacional assistida

    por injeo de vapor / Jennys Lourdes Meneses Barillas. Natal, RN,2008.

    165 p.

    Orientador: Tarcilio Viana Dutra Junior.

    1. Engenharia de processo - Tese. 2. Simulao de reservatrios

    Tese. 3. Modelagem (Engenharia qumica) Tese. 4. Injeo de vaporpor drenagem gravitacional (SAGD) Tese. 5. Recuperao melhoradado leo (IOR) Tese. 6. Mtodos trmicos - Produo de leos pesados -Tese. I. Dutra Junior, Tarcilio Viana. I. Ttulo.

    RN/UF/BCZM CDU 66.01(043.2)

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    Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    BARILLAS, Jennys Lourdes Meneses - Estudo da recuperao de leo por drenagemgravitacional assistida por injeo de vapor. Tese de doutorado, UFRN, Programa de Ps-Graduao em Engenharia Qumica. rea de Concentrao: Pesquisa e Desenvolvimento deTecnologias Regionais Engenharia de Processos Sub rea: Modelagem e Simulao de

    Processos, Natal-RN, Brasil.

    Orientadores: Prof.: Ph.D. Tarcilio Viana Dutra Junior e Prof. Dr. Wilson da Mata

    RESUMOO processo de drenagem gravitacional com injeo contnua de vapor (SAGD)

    envolve dois poos horizontais paralelos localizados em uma mesma vertical, onde o poosuperior usado como injetor de vapor e o inferior como produtor. A fora dominante neste

    processo a gravitacional. Este mtodo de recuperao avanada tem sido demonstrado sereconomicamente vivel em projetos comerciais de recuperao de petrleo pesado e extra

    pesado, mas ainda no foi implementado no Brasil. O estudo desta tecnologia em

    reservatrios com caractersticas das bacias regionais necessrio para analisar como seadqua o processo para minimizar a demanda de vapor obtendo a maior rentabilidade do

    processo. Neste estudo foi usado um modelo homogneo com caractersticas de reservatriosdo Nordeste Brasileiro. As simulaes foram realizadas em um programa comercial daComputer Modelling Group, o STARS, mdulo usado para realizar estudos de mtodosde recuperao avanada de reservatrios de leo. Neste trabalho, foi realizada umaotimizao do vapor em reservatrios com diferentes caractersticas fsicas e em diferentescenrios, atravs de uma anlise tcnico-econmica. Tambm foi estudada a injeo de vaporsemi-contnua ou com paradas. Os resultados obtidos mostraram que possvel utilizar umaequao simplificada do valor presente lquido, que incorpora os ganhos e gastos na produode leo e os gastos na injeo de vapor, para otimizar a demanda do vapor obtendo um maiorvalor presente lquido no processo. Observou-se que o mtodo (SAGD) pode ser ou norentvel dependendo das caractersticas do reservatrio. Encontrou-se tambm que anecessidade de vapor pode ainda ser diminuda utilizando esquemas de injeo de vapor com

    paradas em intervalos de tempo otimizados, e isto permitiu minimizar as perdas de calor emelhorar a recuperao.

    Palavras-Chave: SAGD, IOR, simulao de reservatrios, VPL, mtodos trmicos.

    Banca Examinadora

    Presidente: _____________________________________________

    Prof. Ph.D. Tarcilio V. Dutra Jr. UFRNMembros: _____________________________________________

    Prof. Dr. Wilson da Mata UFRN

    _____________________________________________

    Prof. Dr. Denis Jos Schiozer UNICAMP

    _____________________________________________

    Dra. Ana Paula de Arajo Costa Petrobras

    _____________________________________________

    Prof. Dr. Aderson do Nascimento UFRN

    _____________________________________________

    Prof. Dr. Adriano dos Santos UFRN

    Data de defesa da tese: 22 Fevereiro 2008

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    ABSTRACT

    Steam assisted gravity drainage process (SAGD) involves two parallel horizontal wellslocated in a same vertical plane, where the top well is used as steam injector and the bottom

    well as producer. The dominant force in this process is gravitational. This improved oil

    recovery method has been demonstrated to be economically viable in commercial projects of

    oil recovery for heavy and extra heavy oil, but it is not yet implemented in Brazil. The study

    of this technology in reservoirs with characteristics of regional basins is necessary in order to

    analyze if this process can be used, minimizing the steam rate demand and improving the

    process profitability. In this study, a homogeneous reservoir was modeled with characteristicsof Brazilian Northeast reservoirs. Simulations were accomplished with STARS, a

    commercial software from Computer Modelling Group, which is used to simulate improved

    oil recovery process in oil reservoirs. In this work, a steam optimization was accomplished in

    reservoirs with different physical characteristics and in different cases, through a technical-

    economic analysis. It was also studied a semi-continuous steam injection or with injection

    stops. Results showed that it is possible to use a simplified equation of the net present value,

    which incorporates earnings and expenses on oil production and expenses in steamrequirement, in order to optimize steam rate and obtaining a higher net present value in the

    process. It was observed that SAGD process can be or not profitable depending on reservoirs

    characteristics. It was also obtained that steam demand can still be reduced injecting in a non

    continuous form, alternating steam injection with stops at several time intervals. The

    optimization of these intervals allowed to minimize heat losses and to improve oil recovery.

    Key-words:SAGD, IOR, reservoir simulation, VPL, thermal recovery.

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    Dedicatria

    Andr Eduardo voc o melhor da minha vida.

    Aos meus pais, meus irmos, meus sobrinhos.

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    Agradecimentos

    Para realizar um trabalho sempre necessria a ajuda de outras pessoas ou instituiesque oferecem novas idias, nos ajudam com suporte financeiro, ou tcnico ou simplesmente

    nos do uma ajuda emocional, permitindo assim um projeto melhor em todos os sentidos. Por

    isso eu quero agradecer a todos os que de alguma maneira colaboraram na execuo deste

    trabalho:

    Aos meus orientadores Prof. Tarcilio e Prof. Wilson, que com pacincia, colaborao

    tcnica e idias me ajudaram na realizao deste trabalho.

    A todos os professores que oferecem as disciplinas do PPGEQ que tm colaborado na

    compreenso de novos conceitos, necessrios para o conhecimento geral da Engenharia

    Qumica.

    Ao PRH-ANP14 que financiou meu estudo de doutorado por meio de uma bolsa.

    Ao PPGEQ e UFRN instituies muito valiosas pelo seu nvel acadmico que deram

    para mim a oportunidade de aprender algo novo e interessante.

    Ao LEAP, NUPEG, PRH-ANP 14 que me deram tambm apoio tcnico e a infra-

    estrutura necessria para a elaborao do trabalho.

    Petrobras tambm pelo apoio tcnico.

    A todos os que no me conheciam, mas acreditaram em min.

    A todos os que me incentivaram e apoiaram nos momentos mais difceis.

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    SUMRIO

    Captulo I

    1

    Introduo ............................................................................................................................ 2

    Captulo II

    2

    Aspectos tericos ................................................................................................................. 7

    2.1

    Mtodos avanados de recuperao de leo (IOR) ....................................................... 7

    2.2

    Processos trmicos de recuperao de petrleo ............................................................ 8

    2.3

    Injeo contnua de vapor ............................................................................................. 9

    2.4

    Injeo cclica de vapor ............................................................................................... 10

    2.5

    Combusto in situ .................................................................................................... 11

    2.6

    Drenagem de leo por diferencial gravitacional assistida com vapor (Processo

    SAGD) ................................................................................................................................... 11

    2.6.1

    Histrico de aplicao do processo SAGD em campo ....................................... 14

    2.6.2

    Solvente expandido- SAGD (ES-SAGD) ........................................................... 18

    2.6.3

    Extrao com solvente Vapex ......................................................................... 18

    2.7

    Planejamento e otimizao de experimentos .............................................................. 19

    2.8

    Anlise tcnico-econmica ......................................................................................... 23

    2.8.1

    Valor presente lquido ........................................................................................ 23

    Captulo III

    3

    Estado da arte ..................................................................................................................... 28

    Captulo IV

    4

    Materiais e Mtodos ........................................................................................................... 33

    4.1

    Programa utilizado: Modulo STARS ...................................................................... 33

    4.2

    Modelo da malha ......................................................................................................... 33

    4.3

    Propriedades do reservatrio ....................................................................................... 35

    4.4

    Propriedades da rocha ................................................................................................. 35

    4.5

    Viscosidade do leo .................................................................................................... 35

    4.6

    Permeabilidades relativas ............................................................................................ 36

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas viii

    4.7

    Descrio das condies de operao ......................................................................... 37

    4.8

    Descrio dos casos a serem simulados ...................................................................... 38

    Captulo V

    5

    Resultados e discusses ..................................................................................................... 41

    5.1

    Modelos de reservatrios estudados ............................................................................ 41

    5.1.1

    Sistema 1: modelo base reservatrio sem aqfero numrico e sem capa de gs ...

    ............................................................................................................................ 41

    5.1.1.1

    Comparao do processo SAGD e sem injeo de vapor ............................... 42

    5.1.2

    Sistema 2: Reservatrio com aqfero numrico ................................................ 43

    5.1.3

    Sistema 3: Reservatrio com capa de gs ........................................................... 48

    5.2

    Estudo de sensibilidade dos atributos de reservatrio ................................................. 51

    5.2.1

    Sistema 1: Reservatrio sem aqfero e sem capa de gs................................... 52

    5.2.1.1

    Estudo de sensibilidade da vazo de vapor com os parmetros de reservatrio .

    ........................................................................................................................ 60

    5.2.2

    Sistema 2: Reservatrio com aqfero de fundo ................................................. 70

    5.2.2.1

    Estudo de sensibilidade da vazo de vapor com os parmetros de reservatrio .

    ........................................................................................................................ 75

    5.2.3

    Sistema 3: Reservatrio com capa de gs ........................................................... 84

    5.2.3.1

    Estudo de sensibilidade da vazo de vapor com os parmetros de reservatrio .

    ........................................................................................................................ 87

    5.2.4

    Resumo da anlise de sensibilidade ................................................................... 95

    5.3

    Anlise dos parmetros operacionais relativos ao vapor ............................................ 96

    5.3.1

    Estudo de sensibilidade ...................................................................................... 96

    5.3.2

    Otimizao do vapor ......................................................................................... 104

    5.3.2.1

    Anlise tcnico - econmica ......................................................................... 106

    5.3.2.2

    Variao da espessura do reservatrio .......................................................... 112

    5.3.2.3

    Anlise do VPL de diferentes cenrios dos trs sistemas ............................. 115

    5.4

    Injeo de vapor com paradas no processo SAGD ................................................... 130

    5.4.1

    Injeo de vapor com intervalos de paradas usando um limite mximo de

    produo de lquidos de 120 m3/dia com presso no fundo do poo mnima de 193 kPa

    (28 psi) .......................................................................................................................... 130

    5.4.1.1

    Valor presente lquido do processo de injeo de vapor com paradas ......... 145

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    5.4.2

    Injeo de vapor com intervalos de paradas usando um limite mximo de

    produo de lquidos de 300 m3/dia com presso no fundo do poo mnima de 193 kPa

    (28 psi) .......................................................................................................................... 145

    5.4.2.1

    Comparao do valor presente lquido ......................................................... 151

    6

    Concluses e recomendaes ........................................................................................... 153

    6.1

    Concluses ................................................................................................................ 153

    6.2

    Recomendaes ......................................................................................................... 154

    7

    Referncias ....................................................................................................................... 156

    8

    Anexos ............................................................................................................................. 164

    8.1

    Comparao entre modelos de malha de 21840 e 44720 blocos .............................. 164

    8.2

    Comparao da presso de fundo do poo entre modelos com e sem aqfero ........ 165

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    NDICE DE FIGURAS

    Captulo I

    Captulo II

    Figura 2-1: Conceito da drenagem de leo assistida por gravidade. ........................................ 12

    Figura 2-2: Conceito bsico do processo ES-SAGD. ............................................................... 18

    Captulo III

    Captulo IV

    Figura 4-1: Modelo do reservatrio 3D. ................................................................................... 34

    Figura 4-2: Viscosidade do leo. .............................................................................................. 36

    Figura 4-3: Permeabilidade relativa gua-leo e lquido gs. ............................................... 36

    Figura 4-4: Mapa de saturao inicial de leo no modelo base. ............................................... 37

    Captulo V

    Figura 5-1: Produo acumulada de leo e vazo de leo versus tempo - Comparao entre o

    modelo base com e sem injeo contnua de vapor. .......................................................... 43

    Figura 5-2: Produo acumulada de gua e vazo de gua versus tempo - Comparao entre o

    modelo base com e sem injeo contnua de vapor. .......................................................... 43

    Figura 5-3: Influxo de gua e calor lquidos para o aqfero para determinados blocos dentro

    da malha do reservatrio. ................................................................................................... 44

    Figura 5-4: Comparao entre o modelo base com e sem aqfero- Produo acumulada de

    leo e vazo de leo em funo do tempo. ........................................................................ 45

    Figura 5-5: Comparao entre o modelo base com e sem aqfero - Produo acumulada degua e vazo de gua em funo do tempo. ....................................................................... 46

    Figura 5-6: Mdia da razo de mobilidades entre a gua e o leo, para os modelos com e sem

    aqfero. ............................................................................................................................. 47

    Figura 5-7: Comparao da Np no tempo entre os modelos sem e com aqfero. Poo produtor

    a 10,5 m da camada de gua. ............................................................................................. 48

    Figura 5-8: Diagrama ternrio de saturaes nos reservatrios com capa de gs de 5 m e 20 m

    no inicio da produo. ........................................................................................................ 49

    Figura 5-9: Fator de recuperao versus tempo - Modelo com capa de gs sem injeo

    contnua. ............................................................................................................................. 49

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    Figura 5-10: leo recuperado no tempo - Modelo com capa de gs. ....................................... 50

    Figura 5-11: Diagrama de Pareto dos efeitos padronizados - Atributos do reservatrio em trs

    diferentes tempos de produo 5, 10 e 15 anos. ................................................................ 53

    Figura 5-12: Permeabilidade do sistema gua leo, para diferentesKrwro............................. 55

    Figura 5-13: Permeabilidades relativas do sistema gua-leo para duas saturaes residuais da

    gua (Swr). ......................................................................................................................... 56

    Figura 5-14: Diagrama de Pareto dos efeitos padronizados - FR 15 anos de produo. .......... 61

    Figura 5-15: Diagrama de Pareto dos efeitos padronizados - ROV 15 anos de produo. ...... 62

    Figura 5-16: Anlise da interao entre a vazo de vapor (Qv) e a permeabilidade horizontal

    (Kh) no FR e na ROV. ....................................................................................................... 63

    Figura 5-17: Anlise da interao entre a vazo de vapor (Qv) e relao kv/kh (Mkv) no FR ena ROV. ............................................................................................................................. 65

    Figura 5-18: FR e ROV em 5, 10 e 15 anos de produo - Interao entre a vazo de vapor

    (Qv) e a porosidade (). ..................................................................................................... 67

    Figura 5-19: Diagrama de Pareto dos efeitos padronizados-Parmetros de reservatrio modelo

    com aqfero. ..................................................................................................................... 71

    Figura 5-20: Diagrama de Pareto para o FR aps 15 anos de produo - Modelo com aqfero.

    ........................................................................................................................................... 76

    Figura 5-21: Diagrama de Pareto da ROV em 15 anos de produo. ...................................... 77

    Figura 5-22: FR e ROV em 5, 10 e 15 anos de produo, interao entre a vazo de injeo

    (Qv) e a permeabilidade horizontal (Kh) Modelo com aqfero de fundo. .................... 78

    Figura 5-23: FR e ROV em 5, 10 e 15 anos de produo para a interao entre a vazo de

    injeo (Qv) e a porosidade () Modelo com aqfero de fundo. ................................... 80

    Figura 5-24: Diagrama de Pareto em 5, 10 e 15 anos para o Fator de recuperao do leo em

    um modelo com capa de gs. ............................................................................................. 85

    Figura 5-25: FR e ROV aps 5, 10 e 15 anos de produo- Interao entre a capa de gs e a

    vazo de vapor (Qv). .......................................................................................................... 88

    Figura 5-26: FR e ROV aps 5, 10 e 15 anos de produo- Interao entre a permeabilidade

    horizontal (Kh) e a vazo de vapor (Qv). .......................................................................... 89

    Figura 5-27: FR e ROV aps 5, 10 e 15 anos de produo - Interao entre a porosidade () e

    a vazo de vapor (Qv). ....................................................................................................... 91

    Figura 5-28: Diagrama de Pareto- Parmetros operacionais- Fator de recuperao aps 5, 10 e15 anos de produo........................................................................................................... 97

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    Figura 5-29: Superfcie de resposta da ROV e do FR aps 5, 10 e 15 anos de produo-

    Interao entre a qualidade do vapor (Xv) e a vazo de vapor (Qv). ................................ 99

    Figura 5-30: Superfcie de resposta da ROV e do FR aps 5, 10 e 15 anos de produo-

    Interao entre a temperatura do vapor (T) e a vazo de vapor (Qv). ............................. 100

    Figura 5-31: Superfcie de resposta da ROV e do FR aps 5, 10 e 15 anos de produo-

    Interao entre a temperatura do vapor (T) e a qualidade do vapor (Xv). ....................... 103

    Figura 5-32: Produo acumulada de leo no tempo-Espessura da zona de leo 30 m -

    Diferentes vazes de injeo de vapor. ............................................................................ 105

    Figura 5-33: Diagrama de pareto para o VPL em 5, 10 e 15 anos de produo. .................... 107

    Figura 5-34: VPL em funo do tempo - Variao do custo de produo do leo (Fp). ....... 108

    Figura 5-35: VPL em funo do tempo - Variao da relao de custo entre o vapor gerado eo leo produzido (C1). ...................................................................................................... 110

    Figura 5-36: VPL em funo do tempo - Variao da taxa de desconto anual (k). ............... 111

    Figura 5-37: VPL em funo do tempo - Variao do preo do petrleo (Xleo). ................ 112

    Figura 5-38: Valor presente lquido em funo do tempo - Variao da espessura do

    reservatrio. ..................................................................................................................... 113

    Figura 5-39: Comparao do valor presente lquido versus o volume poroso injetado em trs

    espessuras de reservatrio: 15, 20 e 30m - Vazo de injeo tima. ............................... 114

    Figura 5-40: Razo leo/vapor no tempo para os trs modelos de reservatrio otimizados. . 115

    Figura 5-41: VPL versus tempo para a simulao Exp 3 h da zona de leo 15m. .............. 117

    Figura 5-42: VPL versus tempo para a simulao Exp 11 h da zona de leo 15m. ............ 117

    Figura 5-43: VPL versus tempo para a simulao Exp 30 h da zona de leo 15m. ............ 118

    Figura 5-44: Comparao do VPL versus tempo para os cenrios de alta, mdia e baixa

    recuperao de leo para uma zona de leo de 15m. ....................................................... 118

    Figura 5-45: VPL versus tempo para a simulao Exp 35 h da zona de leo 30m. ............ 119

    Figura 5-46: VPL versus tempo para a simulao Exp 43 h da zona de leo 30m. ............ 120

    Figura 5-47: VPL versus tempo para a simulao Exp 42 h da zona de leo 30m. ............ 120

    Figura 5-48: Comparao do VPL versus tempo para os cenrios de alta, mdia e baixa

    recuperao de leo para uma zona de leo de 30m. ....................................................... 121

    Figura 5-49: Otimizao do vapor atravs do VPL do modelo base com aqfero

    (hleo=20m). .................................................................................................................... 122

    Figura 5-50: VPL versus tempo para a simulao Exp 3 h da zona de leo 15m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 123

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas xiii

    Figura 5-51: VPL versus tempo para a simulao Exp 27 h da zona de leo 15m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 123

    Figura 5-52: VPL versus tempo para a simulao Exp 30 h da zona de leo 15m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 124

    Figura 5-53: VPL versus tempo para a simulao Exp 35 h da zona de leo 30m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 124

    Figura 5-54: VPL versus tempo para a simulao Exp 63 h da zona de leo 30m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 125

    Figura 5-55: VPL versus tempo para a simulao Exp 42 h da zona de leo 30m Modelo

    com aqfero. ................................................................................................................... 125

    Figura 5-56: Comparao do VPL versus tempo para os cenrios de alta, mdia e baixarecuperao de leo para uma zona de leo de 30m em um modelo com aqfero. ....... 126

    Figura 5-57: Otimizao do vapor do modelo base com capa de gs. ................................... 127

    Figura 5-58: VPL versus tempo para a simulao Exp 2 Modelo com capa de gs. .......... 128

    Figura 5-59: VPL versus tempo para a simulao Exp 6 Modelo com capa de gs. .......... 128

    Figura 5-60: VPL versus tempo para a simulao Exp 5 Modelo com capa de gs. ......... 129

    Figura 5-61: Comparao do VPL versus tempo para os cenrios de alta, mdia e baixa

    recuperao de leo para reservatrio com capa de gs. ................................................. 129

    Figura 5-62: Comparao da produo acumulada de leo com injeo alternada de vapor, 1

    ms, 6 meses, 1 ano, 2 anos e o modelo base (IC). .......................................................... 131

    Figura 5-63: Perda de calor total no reservatrio para diferentes injees de vapor alternadas

    (um perodo sim e outro perodo no).............................................................................. 132

    Figura 5-64: Vazo de produo de leo no tempo. ............................................................... 133

    Figura 5-65: Mapa de temperatura em 6 meses, 1 ano, 2 anos e 3 anos para o modelo de

    injeo contnua de vapor. ............................................................................................... 135

    Figura 5-66: Mapa de temperatura em 6 meses, 1 ano, 2 anos e 3 anos para o modelo de

    injeo c/6meses. ............................................................................................................. 136

    Figura 5-67: Mapa das perdas de calor na camada subjacente do reservatrio em J/dia para 1,

    2 anos e 16 anos de produo. Modelo de injeo c/6meses (J/dia) (esquerda) e modelo de

    injeo contnua (direita). ................................................................................................ 138

    Figura 5-68: Produo acumulada de gua no tempo............................................................. 139

    Figura 5-69: Vazo de gua no poo produtor no tempo. ...................................................... 140

    Figura 5-70: Presso no fundo do poo produtor no tempo. .................................................. 141

    Figura 5-71: Temperatura e viscosidade no bloco 11, 21, 17 centro do poo produtor ...... 142

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas xiv

    Figura 5-72: Razo de vapor leo acumulada em 16 anos para cada perodo estudado. .... 143

    Figura 5-73: Produo acumulada de leo em 16 anos para cada perodo estudado. ............ 143

    Figura 5-74: Perdas de calor em 16 anos para cada perodo estudado. .................................. 144

    Figura 5-75: Valor presente lquido obtido para diferentes esquemas de injeo de vapor com

    paradas. ............................................................................................................................ 145

    Figura 5-76: Vazo de produo de lquidos (gua + leo) no tempo. Limite mximo de

    produo de lquidos de 300 m3std/dia. BHP = 193 kPa (28 psi). .................................. 146

    Figura 5-77: Presso no fundo do poo produtor no tempo. Limite mximo de produo de

    lquidos de 300 m3std/dia. BHP = 193 kPa (28 psi). ...................................................... 147

    Figura 5-78: Presso em um bloco do produtor no tempo. Limite mximo de produo de

    lquidos de 300 m3std/dia. BHP = 193 kPa (28 psi). ...................................................... 148

    Figura 5-79: Produo acumulada de leo no tempo. Limite mximo de produo de lquidos

    de 300 m3std/dia. BHP = 193 kPa (28 psi). .................................................................... 149

    Figura 5-80: Vazo de produo de leo no tempo. Limite mximo de produo de lquidos

    de 300 m3std/dia. BHP = 193 kPa (28 psi). .................................................................... 149

    Figura 5-81: Vazo de produo de leo no tempo - Comparao sistema de IC e sistema com

    paradas cada 6 meses. Limite mximo de produo de lquidos de 300 m3std/dia. BHP =

    193 kPa (28 psi). .............................................................................................................. 150

    Figura 5-82: Comparao do valor presente lquido (VPL) no tempo para diferentes esquemas

    de injeo de vapor com paradas. .................................................................................... 151

    Figura 8-1: Comparao da Produo acumulada de leo, gua (Np, Wp,), da vazo de

    produo, da presso do fundo do poo, e da presso no bloco no tempo dos modelos de

    reservatrios. .................................................................................................................... 164

    Figura 8-2: Comparao da presso no fundo do poo produtor dos modelos com e sem

    aqfero. ........................................................................................................................... 165

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas xv

    LISTA DE TABELAS

    Captulo I

    Captulo II

    Tabela 2-1: Dados operacionais de projetos SAGD reportados na literatura. .......................... 16

    Tabela 2-2: Caractersticas dos reservatrios e fluidos de aplicaes do processo SAGD. ..... 17

    Tabela 2-3: Planejamento 22do efeito de um catalisador e da temperatura no rendimento de

    uma reao. ........................................................................................................................ 20

    Captulo III

    Captulo IV

    Tabela 4-1: Modelos da malha. ................................................................................................ 34

    Tabela 4-2: Propriedades do reservatrio. ................................................................................ 35

    Tabela 4-3: Propriedades da rocha. .......................................................................................... 35

    Tabela 4-4: Condies de operao no processo SAGD. ......................................................... 37

    Captulo V

    Tabela 5-1: Parmetros de reservatrio e operacionais utilizados no modelo base. ................ 41

    Tabela 5-2: Caractersticas do modelo de reservatrio com capa de gs. ................................ 48

    Tabela 5-3: Atributos de reservatrio ....................................................................................... 51

    Tabela 5-4: Modelo de estudo da espessura da zona de leo ................................................... 51

    Tabela 5-5: Fator de recuperao de leo aps 5, 10 e 15 anos de produo - Atributos de

    reservatrio em modelo sem aqfero e sem capa de gs - Espessura da zona de leo 15

    m. ....................................................................................................................................... 58

    Tabela 5-6: Fator de recuperao de leo aps 5, 10 e 15 anos de produo - Atributos de

    reservatrio em modelo sem aqfero e sem capa de gs - Espessura da zona de leo 30 m

    ........................................................................................................................................... 59

    Tabela 5-7: Intervalo de estudo de parmetros de reservatrio e vazo de vapor injetada. ..... 60

    Tabela 5-8: Simulaes realizadas no estudo da vazo de vapor injetada e os parmetros de

    reservatrio e fator de recuperao em 15 anos de produo. ........................................... 69

    Tabela 5-9: Fator de recuperao de leo aps 15 anos de produo - Atributos de reservatrioem modelo com aqfero sem capa de gs. Espessura da zona de leo 15 m. .................. 73

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    Tabela 5-10: Fator de recuperao de leo aps 15 anos de produo - Atributos de

    reservatrio em modelo com aqfero sem capa de gs. Espessura da zona de leo 30m 74

    Tabela 5-11: Intervalo de estudo de parmetros de reservatrio e vazo de vapor injetada -

    sistema com aqfero de fundo. ......................................................................................... 75

    Tabela 5-12: Fator de recuperao de leo aps 5, 10 e 15 anos de produo para as

    simulaes realizadas no modelo com aqfero - Parmetros de reservatrio e vazo de

    injeo de vapor. Espessura do reservatrio de 15m. ........................................................ 82

    Tabela 5-13: Fator de recuperao de leo aps 15 anos de produo para as simulaes

    realizadas no modelo com aqfero - Parmetros de reservatrio e vazo de injeo de

    vapor. Espessura do reservatrio de 30m. ......................................................................... 83

    Tabela 5-14: Parmetros analisados no modelo com capa de gs na otimizao do vapor ..... 84

    Tabela 5-15: Fator de recuperao de leo aps 15 anos de produo para as simulaes

    realizadas no modelo com capa de gs. ............................................................................. 86

    Tabela 5-16: Simulaes realizadas no modelo com capa de gs na otimizao do vapor-

    Espessura da capa de gs 5m ............................................................................................. 93

    Tabela 5-17: Simulaes realizadas no modelo com capa de gs na otimizao do vapor-

    Espessura da capa de gs 20 m. ......................................................................................... 94

    Tabela 5-18: Influncia das variveis de incerteza do reservatrio no fator de recuperao deleo. .................................................................................................................................... 95

    Tabela 5-19: Parmetros operacionais ...................................................................................... 96

    Tabela 5-20: Intervalo dos parmetros de VPL analisados .................................................... 106

    Tabela 5-21: Valores utilizados para o clculo do VPL ......................................................... 112

    Tabela 5-22: Fator de recuperao de leo aps 5, 10 e 15 anos de produo - Atributos de

    reservatrio em modelo sem aqfero e sem capa de gs - Espessura da zona de leo 15

    m. ..................................................................................................................................... 116

    Tabela 5-23: Cenrios estudados no modelo com aqfero para a anlise de VPL,

    reservatrios de 15 e 30m de zona de leo. ..................................................................... 122

    Tabela 5-24: Cenrios estudados no modelo com capa de gs para a anlise de VPL. ......... 127

    Tabela 5-25: Esquemas interrompidos de injeo no processo SAGD. ................................. 130

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    Lista de smbolos

    Lista por ordem alfabtica

    B Expoente da equao de Cardwell e Parsons parapermeabilidades relativas, Kr=Sb

    C Capacidade calorfica da rocha J/(m3*C)C1 Relao preo do vapor/preo do leo (Yvapor/Xleo)Cinicial Custo de investimento inicial US$Dwoc Contato gua leo mF1 Relao entre o custo de produo e preo de venda do leoFp Denominado fator de produo lquido (Fp=1-F1)FR Fator de recuperao do leo, ou leo recuperado com respeito

    ao VOIP%

    g Constante gravitacional (9,8 m/s2) m/s2

    H Altura da cmara de vapor mHgs Espessura da capa de gs mHleo Espessura da zona de leo no reservatrio mHvapor Altura da cmara de vapor mK Condutividade trmica da rocha J/(m*s*C)K Permeabilidade absoluta mD, m2

    k Taxa de desconto anualKh Permeabilidade horizontal (i, j) mDKo Permeabilidade efetiva ao leo mDKrg Permeabilidade relativa ao gs

    Kro Permeabilidade relativa ao leoKrw Permeabilidade relativa guaKrwro Permeabilidade relativa gua na saturao residual do leoKv Permeabilidade vertical mDM Coeficiente adimensional que relaciona a viscosidade com a

    temperatura em forma empricaMkv Relao entre a permeabilidade vertical e a horizontal (Kv/Kh)

    Np Produo acumulada de leo m3

    Npanual Produo anual acumulada de leo m3

    Pinj Presso de injeo MPaQ Vazo volumtrica de leo m3/dia

    Qv Vazo de injeo de vapor m3/dia ou t/diaRCFt Fluxo de caixa anual US$RVOac Razo anual entre o vapor injetado e o leo produzido t/m3ou m3/m3

    Sl Saturao da fase lquidaSo Saturao inicial do leoSor Saturao residual do leoSw Saturao inicial da guaSwr Saturao residual da guaT Temperatura C, KT Tempo s ou anosT* Temperatura adimensional, ((T-TR)/(TS-TR))t* Tempo adimensional, ((u2*t)/)TR Temperatura do reservatrio C, KTS Temperatura da interface com a cmara de vapor C, K

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    U velocidade m/sVinj Quantidade de vapor injetado anualmente m3ou tVOIP Volume original de leo in place m3

    VPinj Volume poroso injetado

    VPL Valor presente lquido US$X Distncia no eixo x mXleo Preo do petrleo US$/m3 ou

    US$/bblXv Qualidade ou ttulo do vapor admY Distncia no eixo y mYvapor Custo do vapor por tonelada US$/m3 ou

    US$/tZ Altura de rea de drenagem do reservatrio m

    Lista por palavras gregas e outros smbolos Varivel para medir a distncia desde a frente de avano m Varivel adimensional para medir a distncia desde a frente de

    avanom

    Difusividade trmica, (K/(C)) m2/s Densidade da rocha Kg/m3

    g Densidade da fase gs Kg/m3ou

    Kgmol/m3

    o Densidade da fase leo Kg/m3ou

    Kgmol/m3

    Viscosidade cinemtica do leo na temperatura T m

    2

    /sR Viscosidade cinemtica do leo na temperatura doreservatrio

    m2/s

    s Viscosidade cinemtica do leo na temperatura da interfacecom o vapor

    m2/s

    Porosidade efetiva do reservatrio Frao ou %So Diferena entre a saturao inicial do leo e a saturao

    residual do leoadm

    Viscosidade do leo cP, Kg/(m*s)

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    Capitulo 1: Introduo Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 1

    CAPTULO I:

    INTRODUO

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    Capitulo 1: Introduo Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 2

    1 Introduo

    O petrleo uma das principais fontes de energia do mundo, ocupando no Brasil o

    primeiro lugar na matriz energtica nacional. Por isso, tecnologias que envolvem o

    desenvolvimento e aplicao de tcnicas capazes de aumentar a rentabilidade de campos

    petrolferos so importantes e necessitam de estudos mais aprofundados. No Brasil, j foi

    alcanada a auto-suficincia na produo de petrleo, porm necessrio que as tecnologias

    dos processos avanados de recuperao do petrleo sejam continuamente estudadas para

    manter a produo atual e a at increment-la. Regionalmente, o Rio Grande do Norte conta

    com grandes reservas de petrleo pesado e as atividades de explorao nas Bacias de Campos,

    Santos e Esprito Santo tm levado descoberta de grandes volumes de leos pesados que,

    por enquanto, no podem ser includos nas reservas devido ao custo e s dificuldades tcnicas

    para extrao. possvel aumentar a recuperao de leo em alguns destes reservatrios com

    a ajuda dos processos de recuperao avanada de petrleo, melhorando a produtividade e

    rentabilidade nos campos e sua rentabilidade.

    Para melhorar a capacidade de escoamento e aumentar a recuperao dos leos pesados

    tm sido desenvolvidos diferentes mtodos trmicos. Os mais utilizados envolvem injeo de

    vapor, por ser mais seguro e eficiente que outros processos como combusto in situ ou

    injeo de gua. O vapor usado com o intuito de reduzir a viscosidade do leo em

    conseqncia melhorar a mobilidade da fase no meio poroso de forma a conseguir um

    escoamento mais eficiente at o poo produtor.

    O avano recente de certas tecnologias como MWD (em ingls measuring while

    drilling), medindo enquanto perfura, tem facilitado o desenvolvimento de novas tecnologiasde produo que envolvem poos horizontais. Entre estas novas tecnologias se encontram

    processos como: drenagem de leo por diferencial gravitacional assistida com vapor (SAGD),

    solvente expandido ES-SAGD e extrao com solvente VAPEX, o que tem melhorado

    significativamente o contato dos fluidos, as eficincias de varrido, a produo de leo, e

    reduzido os custos de produo.

    O processo SAGD (steam assisted gravity drainage) um derivado da injeocontnua de vapor e est sendo muito utilizado atualmente em pases com reservas de leo

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    Capitulo 1: Introduo Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 3

    pesado ou extra-pesado, devido s altas eficincias de recuperao encontradas no sistema.

    Este mtodo envolve dois poos horizontais paralelos localizados em uma mesma vertical; o

    poo superior usado como injetor de vapor e se recomenda que esteja prximo do inferior,

    que o produtor de leo. A fora dominante neste processo a gravitacional. Este mtodo de

    recuperao avanada mais efetivo para leos com alta viscosidade, ou para betume, e tem

    sido demonstrado ser economicamente vivel em projetos comerciais de recuperao de

    petrleo. Esta tecnologia est sendo atualmente muito estudada em funo da alta recuperao

    de leos pesados e devido possibilidade de ser mais eficiente que a injeo contnua de

    vapor, o que pode permitir maiores recuperaes do leo de um reservatrio.

    O processo SAGD ou drenagem de leo com assistncia de vapor se apresenta como

    uma alternativa bem apropriada j que usa o calor para a diminuio da viscosidade do leo e

    utiliza poos horizontais o que permite uma maior produo e deslocamento dos fluidos, em

    especial do leo. Este processo oferece uma cobertura de vapor mais sistemtica para o

    reservatrio, proporciona maior contato de volume de leo e, adicionalmente, neste processo

    o leo mantm-se quente durante a produo do poo o que permite aumentar a sua

    recuperao. Com este processo possvel aumentar em mais de 10% o fator de recuperao

    de reservatrios de leos pesados (Rose e Deo, 1995; Serhat e Bagci, 2001).

    Este processo j foi comercialmente aplicado no Canad e na Venezuela, obtendo-se uma

    elevada recuperao de leo (as recuperaes obtidas neste processo podem oscilar entre 50-

    70% do volume de leo inicial ou in place). No Brasil ainda no foi aplicado este tipo de

    processo, mas a tecnologia inicialmente pode ser aplicada em reservatrios que necessitem de

    uma recuperao avanada para produzir o leo pesado ou extra pesado e onde se disponha de

    vapor para injeo, mas sempre necessria uma avaliao da rea onde pode ser implantado

    o projeto para verificar se o mtodo o mais conveniente e o que obtm a melhor vantagemtcnico-econmica.

    O estudo desta tecnologia no Brasil fundamental para se conhecer em quais campos de

    produo a mesma pode ser implementada com vantagens, assegurando rentabilidade maior e

    com menor demanda de injeo de vapor. O passo inicial deste tipo de estudo a simulao

    numrica, que permitir uma avaliao tcnica da aplicao deste mtodo.

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    Capitulo 1: Introduo Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    O objetivo principal deste trabalho aplicar o processo SAGD em um modelo de

    reservatrio homogneo que contenha como caractersticas principais do reservatrio as da

    regio do Nordeste para verificar atravs de uma anlise tcnico-econmica a adequao do

    mtodo minimizando as necessidades de vapor e aumentando a rentabilidade do processo.

    Para cumprir com o objetivo principal foi necessrio:

    Realizar um estudo de sensibilidade de alguns dos parmetros mais relevantes do

    reservatrio;

    Obter uma funo de valor presente lquido que dependa de fatores como:

    produo acumulada de leo, injeo de vapor, custos do vapor, custos de

    produo, preo do leo e taxa de desconto anual;

    Analisar o valor presente lquido para diferentes cenrios;

    Otimizar a quantidade de vapor injetada de vapor para diferentes cenrios;

    Diminuir as perdas de calor no processo atravs de uma injeo semi-contnua

    de vapor;

    Os modelos foram analisados em um programa comercial de processos trmicos,

    conhecido como STARS da firma Computer Modelling Group que tem sede no Canad.

    Este mdulo um simulador trifsico de mltiplos componentes foi desenvolvido com a

    finalidade de simular recuperaes trmicas de leo no reservatrio, entre as quais se encontra

    a injeo de vapor.

    Esta tese de doutorado est composta por sete captulos, sendo esta introduo parte do

    Captulo I. No Captulo II se apresenta a teoria principal que envolve o processo de

    drenagem de leo por diferencial gravitacional (processo SAGD) e, foi mostrada a deduo

    matemtica das principais equaes que regem o mtodo. Foi descrita a equao que foidesenvolvida e utilizada na anlise tcnico-econmica para o clculo de valor presente

    lquido. No Captulo III foi apresentado um histrico dos trabalhos relacionados ao processo

    SAGD desde 1980 at a atualidade mostrando os principais tpicos de cada artigo cientfico

    que utilizou o mtodo. O Captulo IV apresenta o modelo de reservatrio analisado e as

    principais consideraes realizadas neste estudo, assim como tambm mostra as principais

    caractersticas do reservatrio analisado, tais como: propriedades da rocha-reservatrio,

    propriedades dos fluidos e da rocha-fluido, so oferecidas uma descrio das condies deoperao e dos casos que foram simulados. No Captulo Vforam apresentados os resultados

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    Capitulo 1: Introduo Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 5

    obtidos, que foram discutidos medida que foram apresentados. Foram comparados, quando

    possvel, com alguns dos resultados obtidos na literatura. No Captulo VI foram apresentadas

    as concluses mais importantes obtidas neste trabalho e as recomendaes para trabalhos

    futuros. E por ltimo no Captulo VII foram apresentadas as referncias bibliogrficas

    utilizadas no trabalho e os trabalhos publicados decorrentes desta tese de doutorado.

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    CAPTULO II:

    ASPECTOS TERICOS

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    2 Aspectos tericos

    2.1 Mtodos avanados de recuperao de leo (IOR)

    Os mtodos especiais de recuperao surgem da necessidade de aumentar a vida til

    de um reservatrio, aumentando assim, o lucro do processo, e utilizado, muitas vezes,

    quando a recuperao por mtodos convencionais pouco vantajosa. Estes processos

    envolvem um agente externo que pode ajudar a diminuir a viscosidade do petrleo, a melhorar

    os canais porosos, a diminuir a tenso interfacial entre os fluidos ou aumentar a mobilidade do

    leo que vai ser produzido, e pode abranger mtodos trmicos (injeo de vapor ou

    combusto in situ), qumicos, (injeo de surfactantes), miscveis (injeo de CO2) oumicrobiolgicos.

    Na recuperao convencional, as baixas recuperaes iniciais podem ser devido alta

    viscosidade do leo do reservatrio e s altas tenses interfaciais entre o fluido injetado e o

    leo. Se o fluido injetado tem uma viscosidade muito menor que a do leo possvel que o

    fluido deslocante se movimente melhor dentro dos canais porosos, encontrando caminhos

    preferenciais at os poos produtores, ficando o leo retido, porque o fluido injetado no se

    propagou adequadamente no reservatrio. Como conseqncia, se tem grandes volumes da

    rocha com leo porque o deslocamento no ocorreu.

    No caso de elevadas tenses interfaciais, a capacidade do fluido injetado de desalojar o

    leo para fora dos poros da rocha muito baixa, deixando saturaes residuais de leo muito

    altas nas regies que j tiveram contato com o fluido deslocante.

    Estas situaes definem o mtodo que deve ser utilizado para o processo de recuperao

    especial. Os mtodos de recuperao podem ser divididos em trs categorias:

    Mtodos miscveis;

    Mtodos qumicos;

    Mtodos trmicos.

    O mtodo a ser utilizado vai depender das caractersticas do reservatrio, da rocha, do

    fluido e do retorno monetrio do reservatrio. E antes de por em prtica algum dos mtodos,

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 8

    necessrio um projeto minucioso que incluam simulaes numricas e uma anlise econmica

    do processo. Neste trabalho sero de interesse os processos trmicos.

    2.2 Processos trmicos de recuperao de petrleo

    No mundo, existe ainda uma reserva grande de petrleo pesado e extra pesado, com as

    maiores reservas encontradas na Venezuela e no Canad, no entanto no Brasil, o Rio Grande

    do Norte conta com grandes reservas de leo pesado on shore. Em reservatrios com leos

    pesados ou extrapesados que so muito viscosos, no muito conveniente a utilizao de

    mtodos convencionais de recuperao, devido ao fato da alta viscosidade do leo dificulta

    seu movimento dentro do meio poroso, deixando passar o fluido injetado, resultando em

    eficincias de varrido baixas. O leo ao ser aquecido diminui a viscosidade e este oprincipio bsico do mtodo trmico de recuperao de leo. Inicialmente a busca dessa

    diminuio de viscosidade era feita com o aquecimento do leo para aumentar a produo. Os

    processos foram evoluindo no tempo at os mtodos atuais. Nos mtodos trmicos tm-se

    duas categorias sobressalentes: a combusto in situ, no qual o calor gerado dentro do

    prprio reservatrio a partir da combusto de parte do leo ali existente, e a injeo de

    fluidos aquecidos, que a gerao de calor na superfcie e transferida para um fluido que logo

    injetado no poo.

    Na injeo de fluidos aquecidos usa-se gua como meio de transportar o calor desde a

    superfcie at a zona de leo, e que pode ser injetada na forma de vapor ou a uma temperatura

    bem elevada, porm ainda no estado lquido, tendo-se ento dois processos: injeo de vapor

    e injeo de gua quente.

    Os mtodos de recuperao trmica de leo so na maioria das vezes bem sucedidos.

    Isto pode ser devido a que a viscosidade diminuda em grande proporo por estes

    processos. Mas por enquanto no se tem um mtodo timo de recuperao de leo. O mtodo

    escolhido deve ser avaliado com extremo cuidado e vai depender das condies fsicas do

    reservatrio, dos resultados achados em reservatrios semelhantes, da experincia da equipe

    de trabalho e dos resultados das simulaes realizadas.

    Diversas tecnologias tm sido desenvolvidas com o intuito de extrair o leo pesado e

    extra-pesado encontrado nas diferentes jazidas petrolferas. Processos como injeo de gua

    quente, injeo contnua de vapor, injeo cclica de vapor e combusto in situ, tm sido

  • 8/10/2019 Estudio Eor - Sagd

    28/184

    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 9

    aplicados com sucesso no Brasil e no mundo. Devido ao avano recente de certas tecnologias

    como MWD, medindo enquanto perfura, (measuring while drilling), se tem facilitado o

    desenvolvimento de novos mtodos de recuperao, tais como os processos: drenagem de

    leo por diferencial gravitacional assistida com vapor (SAGD), solvente expandido ES-SAGD

    e extrao com solvente VAPEX, o que tem melhorado significativamente o contato dos

    fluidos no poo, as eficincias de varrido, a produo de leo, e reduzido os custos de

    produo.

    2.3 Injeo contnua de vapor

    A injeo de vapor como mtodo de recuperao de leo pesado tem sido utilizada por

    muitos anos em campos localizados em pases como Estados Unidos, Canad, Brasil eVenezuela. Este processo envolve a injeo de vapor proveniente de um poo injetor vertical

    que arrasta o leo at um poo produtor de leo.

    Neste processo o vapor injetado continuamente em um ou mais poos verticais,

    chamados poos injetores, e o leo empurrado para os poos de produo. Como este

    processo requer poos injetores e produtores, uma maior rea dentro do reservatrio

    abrangida, obtendo-se altas recuperaes do leo, maiores que na injeo cclica de vapor(Farouq, 2003). Os fatores de recuperao de leo neste processo podem chegar a 50% ou

    mais. Apesar de se obter altas recuperaes a eficincia trmica neste processo menor que

    na injeo cclica de vapor (Nasr e Ayodele, 2005).

    Recentes projetos para recuperao de leo tm usado uma combinao de poos

    verticais e horizontais, mas ainda existem alguns problemas tcnicos como a minimizao do

    impacto da capa de gs e de influxo de gua (Nasr e Ayodele, 2005).

    Os mtodos de injeo contnua e cclica de vapor so freqentemente combinados e

    usados, onde os poos produzem leo por estimulao cclica antes de se iniciar a injeo

    contnua. Se for desejado produzir leos muito viscosos, a estimulao antes da injeo

    contnua essencial para se obter comunicao de fluxo entre os poos injetores e produtores.

    Esta comunicao pode ser estabelecida atravs da criao de uma fratura entre os poos, a

    qual pode ser feita por meio de uma injeo de vapor a uma presso suficientemente alta

    (Briggs et al., 1987).

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas 10

    A injeo de vapor tem sido aplicada na Venezuela, em escala piloto e comercial, mas

    no foi mais rentvel do que a estimulao com injeo cclica de vapor. Em Cold Lake,

    Alberta (Canad), este processo no tem sido comercialmente bem sucedido, devido s

    fraturas e s comunicaes causadas pelas injees cclicas de vapor precedentes. Algumas

    das operaes que envolvem injeo contnua de vapor que tm sido bem sucedidas esto

    localizadas na Indonsia e no Brasil (Farouq, 2003).

    2.4 Injeo cclica de vapor

    A estimulao cclica (tambm conhecida como huff n puff) foi descoberta no leste da

    Venezuela por acidente em 1959 (Nasr e Ayodele, 2005). Neste processo, se injeta vapor com

    uma elevada presso e temperatura. A alta presso de injeo dilata ou fratura o reservatrio ea alta temperatura ajuda a reduzir a viscosidade do leo. A injeo cclica se realiza em trs

    etapas:

    Etapa 1, perodo de injeo: Vapor injetado em um poo, por um determinado

    perodo de tempo (dias ou at semanas).

    Etapa 2, perodo de soaking: Depois do perodo de injeo, o poo permanece

    fechado por alguns dias, tempo chamado de perodo de soaking.

    Etapa 3, perodo de produo: por ltimo o mesmo poo usado na injeo usado para comear a produzir o leo aquecido.

    No incio o leo produzido em vazes altas depois estas vazes comeam a diminuir

    rapidamente. O ciclo pode ser repetido depois de um perodo de tempo enquanto seja

    economicamente rentvel. Este processo tem como principal vantagem o retorno rpido

    durante o perodo de produo, porm o fator de recuperao do leo neste processo pode

    estar entre 10 e 20 % do volume original de leo (Farouq, 2003).

    Este processo pode utilizar tanto poos horizontais como verticais, dependendo da

    espessura da formao. A injeo cclica de vapor tem sido usada em diversos campos

    petrolferos com sucesso, como foi em um campo da provncia de Alberta, no Canad, onde a

    viscosidade do leo no reservatrio de cerca de 100.000 cP. Na Venezuela e no Brasil, nos

    campos de petrleo pesado tambm se usa com muito xito este mtodo de recuperao

    trmica. Na Califrnia usado como primeira etapa antes da injeo contnua de vapor

    (Farouq, 2003). Recentemente, esta tecnologia tambm est sendo utilizada em poos

    horizontais, principalmente na Venezuela e na Provncia de Alberta (Canad).

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 11

    2.5 Combusto in situ

    A combusto in situ se inicia por meio de injeo de ar aquecido, ocorrendo um

    processo de oxidao do leo que quem vai gerar o calor. medida que ocorre a oxidao o

    processo se intensifica at chegar a uma temperatura chamada de ponto de ignio, a partir

    da qual est estabelecida a combusto. Nesse ponto necessria a injeo de ar frio e o

    processo tem continuidade (Briggs et al., 1987; Thomas et al., 2001). A frente de combusto

    empurra ou desloca os fluidos contidos no reservatrio (incluindo gases injetados e resultantes

    da combusto) at o poo produtor. Neste processo se deve ter cuidado com parmetros como

    temperatura da combusto e segregao gravitacional dos gases. No processo convencional

    so usados poos verticais, tal como na injeo de gua ou na injeo contnua de vapor.

    Existe uma variao do processo de combusto in situ conhecida como THAI (Toe-

    to-Heel-Air-Injection) e neste processo se usa um poo horizontal como produtor e um poo

    vertical como injetor de ar. Neste processo ar injetado em um poo vertical e a frente de

    combusto criada, sendo o leo queimado para gerar calor. O calor reduz a viscosidade do

    leo dentro do reservatrio, permitindo um fluxo pelo efeito gravitacional at o poo

    horizontal localizado na parte inferior da cmara de combusto. A frente de combusto varre

    desde o final do poo horizontal (Toe) at o inicio da curvatura onde comea a verticalidadedo poo (Heel), o que permite altas recuperaes de leo de at 80% (Nasr e Ayodele, 2005).

    2.6 Drenagem de leo por diferencial gravitacional assistida com vapor

    (Processo SAGD)

    O processo de drenagem de leo por diferencial gravitacional assistida com vapor

    (processo SAGD) e suas variaes so tecnologias consideradas atualmente eficazes na

    recuperao de leo pesado e de areias betuminosas.

    A drenagem de leo pelo processo SAGD um mtodo efetivo para a produo de leo

    pesado e betume e envolve dois poos horizontais paralelos separados verticalmente por uma

    distncia, recomendada de 5m, onde o poo superior serve como injetor de vapor e o inferior

    recolhe a gua da formao, a gua condensada e o leo aquecido. A fora gravitacional a

    fora atuante neste processo. Quando o vapor continuamente injetado no poo superior o

    leo aquecido e forma uma cmara de vapor a qual cresce para cima e para os arredores

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

    Jennys Lourdes Meneses Barillas 12

    (Butler, 1991), como observado na Figura 2-1. A temperatura dentro da cmara se torna

    essencialmente igual temperatura do vapor injetado. O vapor condensa na interface com o

    leo frio e calor transferido ao leo. Ento, o leo aquecido e a gua condensada drenam por

    gravidade, at o produtor horizontal localizado na parte inferior do reservatrio.

    Reservatriode

    leoPoo Injetor de vapor

    Poo produtor

    Vapor flui paraa interfase e

    condensa

    leo aquecidoFlui para o Poo

    Produtor

    Figura 2-1: Conceito da drenagem de leo assistida por gravidade.

    (Butler, 1991).

    Neste processo a cmara de vapor comea a crescer para cima at o topo do reservatrio

    e depois se estende em forma horizontal (Butler, 1991), e pode continuar a crescer com a

    contnua injeo de vapor. Se o poo injetor localizado bem prximo ao produtor

    completado, na base do reservatrio, o vapor tender a subir e o condensado a descer ento a

    tendncia do vapor fluir diretamente para o poo produtor ser reduzida. O esquema de

    operao do processo SAGD permite que uma grande rea do reservatrio seja drenada. Este

    processo depende principalmente da diferena de densidades entre a cmara de vapor e da

    fase lquida, tambm da permeabilidade efetiva vertical do reservatrio (Nasr e Ayodele,

    2005)

    Butler (1991) desenvolveu a teoria de recuperao de leos pesados pelo processo

    SAGD. A Eq (2.1), mostra a relao entre a vazo de leo e os parmetros do reservatrio,

    segundo a teoria inicial de recuperao por SAGD.

    1,5 o o vapor

    s

    S k g hq

    m

    (2.1)

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    m

    Rs

    Rs

    TT

    TT

    (2.2)

    1

    11

    S

    R

    T

    TRs TT

    dTm

    (2.3)

    Nas Equaes (2.1), (2.2) e (2.3):

    q: Vazo do leo drenado

    : Porosidade

    So: Diferena entre a saturao inicial do leo e a saturao residual do leo

    ko: Permeabilidade efetiva ao leo

    g: constante gravitacional

    : Difusividade trmica da rocha

    hvapor: altura da cmara de vapor

    m: coeficiente adimensional que relaciona a viscosidade com a temperatura em forma

    emprica.

    s: Viscosidade cinemtica do leo na temperatura da interface com o vapor

    : Viscosidade cinemtica do leo na temperatura T

    TS: Temperatura da interface com a cmara de vapor

    TR: Temperatura do reservatrio

    Segundo Serhat e Bagci, (2001) as conseqncias desta teoria podem ser que o

    crescimento da cmara de vapor necessrio para a produo de leo, ou seja, a produo de

    leo ocorre enquanto o vapor injetado; quanto maior a temperatura do vapor maior vai ser atemperatura do leo, obtendo-se uma maior produo deste; a produo de um leo de baixa

    viscosidade pode ser aumentada.

    Devido ao fato de que a vazo de produo de leo no processo SAGD depende

    basicamente da drenagem gravitacional, poos com grandes comprimentos garantem boas

    produes e aumenta, em conseqncia, na economicidade do projeto. Comparado ao

    processo de injeo contnua convencional, o SAGD apresenta uma vantagem muitosignificativa: na injeo contnua o leo empurrado para uma zona fria, e a sua mobilidade

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    baixa medida que se afasta da zona de vapor. Porm no processo SAGD, o leo drenado

    com fluxo aproximadamente paralelo cmara de vapor, chegando ao poo produtor ainda

    aquecido e em conseqncia mvel, alm de que a tendncia do vapor criar um caminho

    atravs do leo utilizada a favor do processo (Butler, 2001).

    Em adio aos benefcios da drenagem pelo efeito gravitacional, este processo prev

    uma cobertura de vapor mais sistemtica para o reservatrio, proporciona maior contato de

    volume de leo e, adicionalmente, o SAGD mantm o leo quente durante a produo do

    poo. O desempenho do processo SAGD pode ser significativamente afetado pela seleo da

    geometria e pelos parmetros operacionais. Exemplos disto podem ser: a distncia vertical

    entre os poos, o comprimento horizontal, tanto do poo injetor quanto do produtor, os

    folhelhos, a permeabilidade, a viscosidade, o aqfero e a capa de gs entre outros.

    2.6.1 Histrico de aplicao do processo SAGD em campo

    Em 1985 foi feita a primeira implantao de um processo SAGD em Undeground Test

    Facility (UTF) em Fort Mc Murray, Alberta , Canad (Nasr et al., 1998), esta unidade foi

    instalada pela AOSTRA (Alberta Oil Sands Technology and Research). Esta primeira

    operao de campo foi bem sucedida e levou implantao do processo em outros campos deleo pesado e betume, tanto no Canad como na Venezuela. Na Tabela 2-1 se apresentam os

    dados operacionais e na Tabela 2-2 as principais caractersticas dos reservatrios e dos fluidos

    obtidos em alguns dos projetos reportados na literatura.

    Em 1993, o processo foi implantado no campo de Peace River (Alberta, Canad), mas

    os resultados obtidos no foram satisfatrios (Geneau, 2003), devido a que a quantidade de

    leo produzida foi muito baixa. O insucesso pode ser atribudo existncia de duas areias de

    diferentes caractersticas no reservatrio. No topo do reservatrio a rocha tem baixa

    permeabilidade (40 a 400 mD) e na base a rocha tem uma alta permeabilidade (400 mD a

    2000 mD). Os poos produtores foram instalados na zona de alta permeabilidade e acredita-se

    que o vapor no conseguiu passar na zona de baixa permeabilidade. Outros projetos instalados

    com sucesso foram em Alberta e nos campos de Christina Lake e Foster Creek, e tambm no

    campo de Tia Juana, na Venezuela.

    Dos projetos realizados, alguns foram bem sucedidos e outros no, estes insucessos

    podem ser devidos s incertezas geolgicas, problemas nas instalaes, problemas no poo,

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    Capitulo 2: Aspectos tericos Tese de doutorado. PPGEQ-UFRN

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    etc. Por isso so necessrios uma boa compreenso do processo, uma caracterizao adequada

    do campo e um estudo dos parmetros que envolvem o SAGD.

    Neste trabalho o reservatrio utilizado baseou alguns dos parmetros operacionais e de

    reservatrio em dados obtidos destas tabelas. Por exemplo, a distncia entre poos foi fixada

    em 5m e o comprimento dos poos foi fixada em 510m, que esto dentro dos trabalhos de

    campo j publicados.

    Com o avano da perfurao horizontal e o intuito de melhorar a eficincia trmica do

    processo SAGD, outros processos j esto sendo estudados, exemplos disto so o processo de

    solvente expandido SAGD ou expanding solvent SAGD (ES-SAGD) e o processo Vapex.

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    JennysLourdesMenesesBarillas

    16

    Tabela2-1:DadosoperacionaisdeprojetosSAGDreportadosnaliteratura.

    Campo

    Athabasca

    (Zhaoet

    al.,

    2003)

    S

    enlac

    (B

    oyleet

    al.,

    2003)

    Foster

    Creek

    (Chachula,

    2003)

    Peace

    River

    (Geneau,

    2003)

    Ugnu

    (Sharmaet

    al.,

    2002)

    LongLake

    (Kerret

    al.,

    2002)

    Christina

    Lake

    (Suggetet

    al.,

    2000)

    T

    iaJuana

    (Vsquez

    etal.,

    1999)

    Hilda

    Lake

    (Donnelly

    1999)

    Burnt

    Lake

    (Kismanet

    al.,

    1995)

    UTF

    (Edmunds

    etal.1991)

    Comprimentodos

    poos(m)

    500

    500a600

    750

    1000

    --

    --

    500a750

    424

    900

    1000

    60,500,

    750

    Distanciaentreo

    produtoreabaseda

    zonadeleo(m)

    0,5

    2a5

    --

    --

    --

    --

    2a5

    3

    --

    --

    --

    Distanciaentreo

    produtoreoinjetor

    (m)

    5

    5a7

    5a7

    --

    --

    5

    5a7

    5

    6

    5

    5

    Distanciaentre

    paresdepocos(m)

    100

    135

    --

    --

    --

    150

    --

    100

    100

    90

    --

    Vazodeinjeo

    (t/dia)

    500

    --

    --

    200

    160

    --

    550

    1

    20a140

    164

    --

    --

    Vazodeproduo

    deleo(m3/dia)

    --

    140a240

    160a240

    --

    --

    150

    230a330

    110

    64

    --

    --

    Fatorde

    Recuperaoda

    zonadoProjeto(%)

    --

    70

    50a70

    50a55

    70

    --

    50a70

    52a60

    40

    --

    >50

    BSW(

    %)

    --

    60a70

    --

    --

    10a60

    71(mx)

    --

    50

    --

    --

    --

    ROV

    --

    0,4a0,5

    0.42

    0,1a0,18

    --

    0,28

    0,52

    0,6

    0,25a0,33

    --

    0,37

    16

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    Capitulo2:Aspectostericos

    Tese

    ded

    outora

    do.P

    PGEQ-UFRN

    Jenn

    ysLourdesMenesesBarillas

    17

    Tabela2-2:CaractersticasdosreservatriosefluidosdeaplicaesdoprocessoSAGD.

    Campo

    Athabasca

    (Zhaoet

    al.,

    2003)

    Se

    nlac

    (Bo

    yleet

    al.,

    2003)

    Foster

    Creek

    (Chachula,

    2003)

    Peace

    River

    (Geneau,

    2003)

    Ugnu

    (Sh

    armaet

    al.,

    2002)

    LongLake

    (Kerret

    al.,

    2002)

    Christina

    Lake

    (Suggetet

    al.,

    2000)

    TiaJuana

    (V

    asquez

    etal.,

    1999)

    Hilda

    Lake

    (Donnelly

    1999)

    Burnt

    Lake

    (Kismanet

    al.,

    1995)

    UTF

    (Edmunds

    etal.1991)

    Viscosidadedo

    leoaTdo

    Reservatrio

    2x106

    5000

    190000

    70000

    50000a

    1

    MM

    --

    300000

    20.000

    26000

    26.000

    1a5x106

    APIdoleo

    13

    a14

    10

    7,0a10,0

    7,0

    a11,5

    --

    7,5a9

    9a11

    11a12

    11a12

    --

    Permeabilidade

    (mD)

    3000

    8

    00

    2000

    40a200e

    400a200035

    a1500

    7000

    3000a

    10000

    1000a

    2000

    --

    --

    5000a

    12000

    Porosidade(%)

    --

    33

    30

    --

    34a37

    33a35

    32,5

    --

    --

    --

    35

    Saturaodoleo

    (%)

    81

    85

    --

    --

    66a72

    >80

    --

    85

    --

    --

    85

    Profundidade(m)

    --

    7

    50

    480

    600

    690a970

    210

    400

    300

    430

    500

    150

    Espessuradazona

    deleo(m)

    25

    16

    25

    25

    --

    30

    20a60

    12a26

    --

    20a30

    20

    Presenade

    Aqfero

    --

  • 8/10/2019 Estudio Eor - Sagd

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    Jennys Lourdes Meneses Barillas 18

    2.6.2 Solvente expandido- SAGD (ES-SAGD)

    Este processo uma combinao da injeo de solvente com vapor no qual soaproveitados os benefcios do calor oferecido pelo vapor e da miscibilidade do solvente na

    recuperao de leos pesados e/ou betuminosos. Esta uma nova patente que j tem sido

    testada em campo e tem resultado em um melhoramento das vazes de produo de leo e na

    razo leo-vapor (ROV), tendo uma necessidade energtica e de gua menor que o processo

    convencional SAGD. O conceito bsico do processo ES-SAGD pode ser observado na Figura

    2-2. A idia neste processo injetar um aditivo de hidrocarboneto em baixa concentrao em

    conjunto com o vapor, em um processo onde a fora dominante a gravidade. O aditivo

    selecionado de forma tal que possa se evaporar e condensar nas condies da fase gua. Desta

    forma, o solvente pode condensar junto ao vapor na interface da cmara formada pelo vapor.

    O hidrocarboneto adicionado injetado em forma de vapor. O solvente condensado se dilui

    no leo e ajudado com o calor reduz a sua viscosidade no reservatrio (Nasr e Ayodele,

    2005).

    Reservatriode

    leo

    Poo Injetor

    Poo produtor

    Vapor

    Solvente condensado

    Solvente vaporizado

    Reservatriode

    leo

    Poo Injetor

    Poo produtor

    Vapor

    Solvente condensado

    Solvente vaporizado

    Figura 2-2: Conceito bsico do processo ES-SAGD.

    2.6.3 Extrao com solvente Vapex

    Este um processo no trmico que tambm similar ao SAGD, exceto que em vez de

    se utilizar vapor no poo injetor usado somente um hidrocarboneto ou uma mistura deles

    vaporizado como solvente. O solvente se difunde no leo promovendo uma reduo da

    viscosidade, permitindo um deslocamento do leo at o poo produtor. Neste processo

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    necessrio manter o solvente na fase vapor, o mais perto possvel da presso de vapor. A

    vantagem adicional deste processo que o solvente ajuda a melhorar a qualidade do leo

    produzido devido a que ocorre no processo uma de-asfaltenizao. Uma desvantagem deste

    processo a baixa produo de leo quando comparada ao SAGD.

    2.7 Planejamento e otimizao de experimentos

    Normalmente a estatstica lembrada quando se tm grandes quantidades de

    informao, e a atividade estatstica mais importante no a anlise dos dados e sim os

    planejamentos dos experimentos em que esses dados devem ser obtidos, por isso um bomplanejamento consiste em projetar experimentos de forma tal que ele seja capaz de oferecer a

    informao que se est procurando (Barros Neto et. al, 2003).

    No planejamento de qualquer experimento o primeiro que deve ser realizado decidir

    quais os fatores e as resposta de interesse no estudo. Os fatores normalmente podem ser as

    variveis que podem ser controladas ou atributos de incerteza de um sistema, e podem ser

    qualitativos ou quantitativos. As respostas so as variveis de sada do sistema nas quais se

    tem interesse, e que podero ser afetadas por modificaes devido a mudanas nos fatores,

    estas respostas tambm podem ser qualitativas ou quantitativas.

    Um planejamento fatorial completo considera as possveis combinaes que se podem

    obter entre os diferentes fatores que sero analisados. Por exemplo, se os fatores so:

    temperatura e concentrao de HCL, o nmero de experimentos pode ser 4, realizando uma

    analise linear em dois nveis: mnimo (-1) e mximo (+1), mas quando se acrescenta outra

    varivel como o tipo de catalisador, as possveis combinaes entre os nveis mnimo e

    mximo das variveis pode aumentar at 8, e a cada nova varivel as simulaes ou

    experimentos dobram (22=4, 23=8, 24=16, 25=32, 26=64,....,2k). Se as variveis so muitas

    podem ser utilizados planejamentos fatoriais fracionados que permitem fazer uma triagem

    para se conhecer as principais variveis que afetam o processo. Se existem 4 nveis em um

    fator e 3 em outro so necessrios 4 x 3 = 12 ensaios diferentes e o planejamento ser

    chamado de fatorial 4 x 3. Em geral se houver n1nveis do fator 1, n2do fator 2, ...,nkdo

    fator k, o planejamento ser um fatorial n1x n2x ... x nk. Isso no necessariamente significa

    que sero realizados apenas n1 x ....x nk experimentos, j que esse o nmero mnimo de

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    ensaios requeridos para um planejamento fatorial completo. Se for necessrio estimar o erro

    experimental podem ser necessrios ensaios repetidos o que aumentaria o numero de

    experimentos. O planejamento mais simples aquele em que todos os fatores so estudados

    apenas em dois nveis, e pode ser chamado de planejamento fatorial 2k.

    Por exemplo, a Tabela 2-3 mostra um planejamento fatorial 22, para estudar o efeito

    da temperatura e de um tipo de catalisador sobre o rendimento da reao (Barros Neto et. al,

    2003). Segundo esta tabela quando se utiliza o catalisador A e a temperatura aumenta de 40

    C at 60C (exp. 1 e 2), o rendimento mdio se incrementa de 59% para 90%, isto mostra um

    aumento de 31%. Analisando o tipo catalisador B (exp. 3 e 4) pode ser observado que a

    resposta do rendimento aumenta 14% (de 54 para 68%). Os resultados mostram que oaumento de temperatura tem o efeito maior no rendimento que a mudana de catalisador, pelo

    que pode ser considerado o efeito principal do processo. Mas os resultados tambm mostram

    que o rendimento do catalisador depende da temperatura, a 40C (exp. 1 e 3) se observa que a

    mudana do catalisador promove uma diminuio do rendimento da reao em 5%. A 60 C

    (exp 2 e 4) a reduo do rendimento de 22%. Ento pode ser observado que estas variveis

    dependem uma da outra, e se diz que estas variveis interagem, e o efeito da interao pode

    ser calculado.

    Tabela 2-3: Planejamento 22do efeito de um catalisador e da temperatura no rendimento de

    uma reao.

    Exp. Temperatura(C)

    Catalisador Rendimentomdio (%)

    1 40 A 592 60 A 903 40 B 54

    4 60 B 68

    O efeito principal (neste caso da temperatura) por definio a mdia dos efeitos da

    temperatura nos dois nveis do catalisador. Usando a letra T para representar esse efeito, e

    sendo iy a resposta mdia observada no i-simo experimento, se pode escrever segundo a

    equao (2.4):

    2 1 4 3

    2

    y y y yT

    (2.4)

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    90 59 68 5822,5%

    2T

    Este valor de 22,5% mostra que o rendimento da reao sobe 22,5% em mdia quando

    a temperatura passa de seu nvel inferior at o nvel superior. Contudo, esta concluso no

    est completa, j que anteriormente se observou que o catalisador e a temperatura interagem e

    necessrio incluir tambm ao catalisador, ento necessria uma interpretao em conjunto

    dos fatores.

    Nos planejamentos de dois nveis podem ser identificados os nveis superior e inferior

    com os sinais (+) e (-) respectivamente. Com esta nova notao pode ser observado naTabela 2-3 que os experimentos 2 e 4 esto no nvel mximo (+) e os ensaios 1 e 3 no nvel

    mnimo (-). Esta atribuio tambm pode ser realizada em termos qualitativos como o caso

    do catalisador, e neste exemplo o catalisador B est correspondendo ao nvel mximo e no

    afetam os resultados. Ento, a equao (2.4) pode ser reescrita como uma diferena entre duas

    mdias nos nveis mximos e mnimos:

    2 4 1 32 2

    y y y yT (2.5)

    T y y (2.6)

    A equao (2.6) vlida para o clculo de qualquer efeito principal de um

    planejamento experimental de dois nveis.

    Para o clculo do efeito do catalisador ser utilizada a equao (2.6): 3 4 1 2

    2 2

    y y y yC y y

    (2.7)

    13,5%C

    Pode ser observado que o efeito do catalisador negativo o que significa que quando

    se troca o catalisador do A pelo catalisador B, o rendimento da reao cai em 13,5% em

    mdia. Se a escolha dos nveis do catalisador tivesse sido ao contrrio (catalisador A nvel

    mximo (+) e catalisador B nvel mnimo (-)), a resposta seria um incremento de 13,5% ao

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    mudar de catalisador. Mas na prtica a concluso a mesma, o rendimento do catalisador B

    menor em 13,5% em media que o catalisador A.

    Se no existisse interao, o efeito da temperatura deveria ser o mesmo, em ambos

    catalisadores, mas j se observou que no assim, por isso existe a necessidade de avaliar a

    interao entre os dois fatores. O efeito da temperatura +31% com o catalisador A e cai para

    +14% para o catalisador do tipo B. Como na ausncia de interao estes parmetros deveriam

    ser idnticos possvel tomar a diferena entre eles como uma medida da interao entre os

    fatores T e C. Na realidade, por uma questo de consistncia com a definio dos outros

    efeitos, a metadeda diferena que por definio o efeito de interao entre os dois fatores.

    Usando TxC para representar a interao dos efeitos, possvel escrever:

    4 3 2 32 1 1 4

    2 2 2 2

    y y y yy y y yTxC

    (2.8)

    14 318,5%

    2TxC TC

    As equaes (2.5), (2.7) e (2.8) mostram que para calcular qualquer efeito se usamtodas as respostas observadas. Cada efeito a diferena de duas mdias, metade das

    observaes contribui para uma das mdias, e a metade restante aparece na outra mdia. Esta

    caracterstica importante nos planejamentos fatoriais de dois nveis (Barros Neto et. al,

    2003).

    No mercado, j se tm a disposio diferentes programas que permitem o clculo dos

    efeitos principais e da interao entres duas ou trs variveis. Estes programas tm surgido

    devido necessidade de eliminar o erro humano ao trabalhar com uma quantidade muito

    grande de dados e respostas. Interaes entre mais de trs variveis podem ser analisadas

    atravs de redes neurais, mas neste estudo no sero considerados efeitos entre mais de trs

    variveis, devido ao fato de que so mais complexos e precisam de programas mais

    elaborados.

    O programa computacional que ser utilizado na anlise dos efeitos principais e suas

    interaes ser o STATITICA 6.0 que permite fazer clculos estatsticos, grficos, e

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    procedimentos para manipular experimentos com o intuito de analisar dados e respostas

    obtidas de diferentes sistemas, inclusive de aplicao em engenharia.

    Para analisar os parmetros ou fatores envolvidos no processo tambm foi utilizada a

    metodologia de superfcies de resposta (ou RSM de Response Surface Methodology) que

    uma tcnica de otimizao baseada em planejamentos fatoriais introduzida por G. E. Box nos

    anos cinqenta, e tem sido utilizada com sucesso em diferentes aplicaes na modelagem de

    processos industriais e tambm na pesquisa acadmica. Esta metodologia consta de duas

    etapas: modelagem e deslocamento, que so repetidas tantas vezes quantas forem necessrias,

    com o objetivo de atingir uma regio tima da superfcie investigada. A modelagem pode ser

    realizada ajustando-se modelos simples, que podem ser lineares ou quadrticos, a respostasobtidas de planejamentos fatoriais. O deslocamento se d sempre ao longo do caminho de

    mxima inclinao de um determinado modelo, que a trajetria na qual a resposta varia em

    forma mais significativa.

    2.8 Anlise tcnico-econmica

    2.8.1 Valor presente lquido

    Neste trabalho foi necessria uma anlise tcnico-ecnomica para realizar a

    otimizao do vapor em funo da produo de leo, do preo do leo por barril e da relao

    entre o custo de gerao de vapor e o preo de venda do petrleo, que foi realizada atravs do

    clculo do valor presente lquido.

    Para o clculo do valor presente lquido (VPL) foi considerado: o preo de venda do

    petrleo, o custo de gerao do vapor e o custo da produo do leo, sem considerar custos

    relacionados ao capital inicial nem outros custos adicionais. O custo inicial pode ser

    acrescentado em qualquer momento o que modificaria o VPL no primeiro ano.

    A Eq. (2.9) mostra o clculo do VPL, esta equao foi mostrada no modelo estudado

    por Holcomb e Alcocer (1985).

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    1 1

    n

    tt

    RCFtVPL Cinicial

    k

    (2.9)

    onde:

    VPL: Valor presente lquido (US$)

    t: tempo (anos)

    RCFt: Fluxo de caixa anual (US$)

    Cinicial: Custo de investimento inicial (US$), no vai ser considerado neste estudo

    k: Taxa de desconto anual

    O fluxo de caixa pode ser calculado segundo a Eq. (2.10)

    RCFt = ganho na produo de leo ($)

    - gastos em produo ($)

    - gastos de gerao de vapor($)

    (2.10)

    anualganho na produo de leo= Np * Xleo (2.11)

    Onde:

    Npanual= Produo anual acumulada de leo (m3)

    Xleo=Preo do petrleo (US$/m3)

    1 anual gastos em produo ($)= F Np Xleo (2.12)

    onde:

    F1: Relao entre o custo de produo e o custo do leo

    gastos de gerao de vapor($)= Vinj Yvapor (2.13)

    onde:

    Vinj: Quantidade de vapor injetado anualmente (m3)

    Yvapor: Custo do vapor por tonelada (US$/m3)

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    O custo de gerao de vapor pode ser relacionado com o preo de petrleo, segundo a

    Eq. (2.14)

    1Yvapor C Xleo (2.14)

    Substituindo a Eq. (2.11), (2.12) e (2.13) na Eq. (2.10) se obtm a Eq. (2.15)

    anual 1 anual RCFt = Np * Xleo - F Np Xleo -Vinj Yvapor (2.15)

    O custo de gerao de vapor (Yvapor) pode ser substitudo na Eq. (2.15) pela Eq.

    (2.14):

    1anual 1 anual RCFt = Np * Xleo- F Np Xleo -Vinj C Xleo

    1anual 1 anual RCFt =