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Luiz Carlos de Brito Filho CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS Goiânia 2010

Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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Estudo das Formas de Apuração do IRPJ - Simples Nacional / Lucro Presumido / Lucro Real / Lucro Arbitrado

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Page 1: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

Luiz Carlos de Brito Filho

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS

Goiânia 2010

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Luiz Carlos de Brito Filho

CONTRIBUIÇÃO AO ESTUDO DA APURAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS

Goiânia 2010

Artigo apresentado como parte

integrante da avaliação do Curso de

Especialização em Auditoria e Gestão

de Tributos da Pontifícia

Universidade Católica de

Goiás/IPECON, sob orientação do

Prof. Msc. Lúcio de Souza Machado.

Page 3: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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Contribuição ao Estudo da Apuração do Imposto de Renda das Pessoas Jurídicas

Luiz Carlos de Brito Filho¹

Resumo

O imposto de renda é um tributo de competência federal, onde cada pessoa, física ou jurídica, deduz um percentual de seus rendimentos e o repassa para o governo. Na Pessoa Jurídica dá-se o nome a este tributo de Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), e o mesmo têm formas diferentes de apurações observados os ramos de atividades de cada ente tributante.

O contribuinte, na apuração do imposto pode estar em utilização de legislações e regimes de tributação específicos e de incentivos fiscais para o cálculo e recolhimento do mesmo. Os incentivos ou benefícios que podem ser utilizados para o cálculo do IRPJ são assim definidos por se tratarem de regimes que tornam diferenciada a tributação e que envolvem uma vantagem ou simplesmente um desagravamento fiscal. Isso possibilita à Pessoa Jurídica cumprir com sua responsabilidade social, e, ao mesmo tempo, ter o abatimento fiscal perante o desembolso para com determinados programas de incentivos e projetos sociais regulamentados por Lei.

Palavras – Chave: IRPJ, Pessoa Jurídica, Regime de Tributação, Incentivo Fiscal, Legislação. Introdução O Imposto de Renda Pessoa Jurídica (IRPJ), na gestão de tributos voltada para estratégias de economia tributária, com observância da legislação, permite ao contribuinte optar pelo melhor regime de tributação aplicável à atividade exercida pela Pessoa Jurídica. Do contrário, quando não existem opções, o fisco define obrigatoriamente qual é o regime de tributação ou estabelece o Lucro Arbitrado em casos de não cumprimento de obrigações principais e obrigações acessórias no decorrer de suas exigibilidades e fatos geradores, e de indícios de fraudes, vícios ou erros, conforme dispostos do Art. 530 RIR/99. Dos regimes de tributação que determinam o cálculo e recolhimento do IRPJ, destacam-se quatro: Simples Nacional; Lucro Presumido; Lucro Real; Lucro Arbitrado.

Perante o sistema tributário nacional, o empresário poderá estabelecer a gestão de tributos focada em uma economia tributária legal, a chamada elisão fiscal. Nesta, utilizando de comparativos e de uma estrutura que analise a atividade empresarial e o faturamento da mesma, pode-se definir claramente qual o meio mais viável de se apurar e recolher o IRPJ, e de amenizar o imposto utilizando de benefícios que reduzem a carga tributária, os chamados incentivos fiscais, e possuem cunho social e econômico. 1Luiz Carlos de Brito Filho. Graduado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Goiás-UEG. Pós-Graduando em Auditoria e Gestão de Tributos pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás-PUC-GO/IPECON.

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Os incentivos fiscais aplicáveis ao IRPJ são estabelecidos em Lei, e para sua participação e adoção é necessário seguir os pré-requisitos que os tornem válidos e utilizáveis. Um incentivo fiscal de cunho econômico é fundamentado na economia com o pagamento do imposto por meio da elisão fiscal a partir do seu uso como abatimento do imposto a pagar. Já o incentivo fiscal de cunho social é aquele em que a Pessoa Jurídica passa a ser solidária e mantenedora de projetos sociais dos quais o responsável pela execução dos mesmos, o governo, compartilha com o empresário participante responsabilidades antes atribuídas a ele, como por exemplo, as citações do Art. 6º da Constituição Federal sobre os direitos sociais resguardados pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios.

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Emenda Constitucional nº 26/2000). (Constituição Federal, 1988, Art. 6º).

Através de procedimentos bibliográficos, este artigo tem como objetivo

conceituar os fatos geradores do IRPJ de acordo com a realidade em faturamento das empresas, com finalidade de aplicar a melhor forma de tributação do imposto baseado em análises dos sistemas tributários existentes. Da mesma forma, conceitua-se os incentivos fiscais do IRPJ evidenciando sua utilização e existência em determinados regimes de tributação, evidenciando também as penalidades cabíveis nos casos do não cumprimento das obrigações principais e acessórias aplicáveis ao IRPJ.

Por essa razão, torna-se imprescindível analisar e buscar a melhor gestão tributária para a apuração do IRPJ, visto que a forma como pode ser conduzido o cálculo e o recolhimento do mesmo é passível de opções e de implementos de incentivos fiscais. A aplicação de um modelo estruturado de tributação concede ao empresário a ferramenta do planejamento do seu negócio, visando o progresso e o conhecimento de suas obrigações para com o recolhimento de tributos em proporção de um universo de escolhas, estratégias e responsabilidades. 1. Regimes de Tributação São quatro os regimes de tributação que podem ser definidos para a apuração do IRPJ, dentre os quais a regulamentação de cada um atribui requisitos que devem ser cumpridos para que se possa fazer a opção. São os regimes de tributação: Simples Nacional; Lucro Presumido; Lucro Real; Lucro Arbitrado.

A Pessoa Jurídica com finalidade econômica definida, independentemente do montante da receita bruta pode ser tributada com base no Lucro Real, porém a mesma sistemática não se aplica à tributação pelo Lucro Presumido ou pelo Simples Nacional, tornando necessária a análise do montante da receita bruta,

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atividade ou condição da Pessoa Jurídica. A tributação pelo Lucro Arbitrado aplica-se pelo contribuinte facultado a este regime de tributação e pela autoridade fazendária em casos de indícios de fraudes, vícios ou erros, e descumprimento das obrigações acessórias relativas ao lucro real ou presumido pelo contribuinte. 2. Simples Nacional

O sistema simplificado de recolhimento de impostos é garantido pela Constituição Federal em seu Art. 179 e é regulamentado pela Lei Complementar nº 123/2006, alterada pela Lei Complementar nº 127/2007 e Lei Complementar nº 128/2008. É aplicável para Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP), em que de acordo com a atividade e faturamento mensal, aplica-se o percentual conforme percentuais de tabelas de tributações anexas à Lei Complementar 123/2006, originando um único recolhimento que abrange os impostos federais, estaduais e municipais.

Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a incentivá-las pela simplificação de suas obrigações administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela eliminação e ou redução destas por meio de lei. (Constituição Federal, 1988, Art. 179).

Com a opção de tributação pelo Simples Nacional, no que diz respeito ao

IRPJ, o mesmo é tributado conforme os dispostos das tabelas constantes nos Anexos I, II, III e IV da Lei Complementar 123/2006, em que são definidas as alíquotas dos impostos. São estabelecidas as tabelas dos anexos I para aplicação de seus percentuais para as atividades do Comércio; II para aplicação de seus percentuais para as atividades da Indústria; III para aplicação de seus percentuais para as atividades da prestação de serviços e locação de bens móveis; IV para aplicação de seus percentuais para as atividades da prestação de serviços. As alíquotas do IRPJ variam de 0,00% a 6,12%, analisando o faturamento e a atividade exercida pela Pessoa Jurídica, que para ser optante do Simples Nacional deve ter o faturamento de R$ 120.000,00 à R$ 2.400.000,00.

Para o Simples Nacional, não se aplicam incentivos fiscais do IRPJ, visto que o sistema simplificado de recolhimento de impostos, por si só já se enquadra como sendo o incentivo. Nos demais regimes de tributação, a alíquota do IRPJ é 15%, obedecendo ainda à sistemática do adicional do imposto no excedente a R$ 20.000,00 mensais sobre a parcela tributável do lucro real ou presumido aplicando a alíquota de 10% como o adicional de IRPJ.

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ANEXO I

Partilha do Simples Nacional – Comércio

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS

Até 120.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25%

De 120.000,01 a 240.000,00

5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86%

De 240.000,01 a 360.000,00

6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33%

De 360.000,01 a 480.000,00

7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56%

De 480.000,01 a 600.000,00

7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58%

De 600.000,01 a 720.000,00

8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82%

De 720.000,01 a 840.000,00

8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84%

De 840.000,01 a 960.000,00

8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95%

Page 7: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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ANEXO II

Partilha do Simples Nacional – Indústria

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS IPI

Até 120.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50%

De 120.000,01 a 240.000,00

5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50%

De 240.000,01 a 360.000,00

7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50%

De 360.000,01 a 480.000,00

8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50%

De 480.000,01 a 600.000,00

8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50%

De 600.000,01 a 720.000,00

8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50%

De 720.000,01 a 840.000,00

8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50%

De 840.000,01 a 960.000,00

8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50%

Page 8: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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ANEXO III

Partilha do Simples Nacional – Serviços e Locação de Bens Móveis

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS

Até 120.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00%

De 120.000,01 a 240.000,00

8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79%

De 240.000,01 a 360.000,00

10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50%

De 360.000,01 a 480.000,00

11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84%

De 480.000,01 a 600.000,00

11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87%

De 600.000,01 a 720.000,00

12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23%

De 720.000,01 a 840.000,00

12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26%

De 840.000,01 a 960.000,00

12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31%

De 960.000,01 a 1.080.000,00

13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00%

Page 9: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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ANEXO IV

Partilha do Simples Nacional – Serviços

Receita Bruta em 12 meses (em R$)

ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP ISS

Até 120.000,00 4,50% 0,00% 1,22% 1,28% 0,00% 2,00% De 120.000,01 a 240.000,00 6,54% 0,00% 1,84% 1,91% 0,00% 2,79% De 240.000,01 a 360.000,00 7,70% 0,16% 1,85% 1,95% 0,24% 3,50% De 360.000,01 a 480.000,00 8,49% 0,52% 1,87% 1,99% 0,27% 3,84% De 480.000,01 a 600.000,00 8,97% 0,89% 1,89% 2,03% 0,29% 3,87% De 600.000,01 a 720.000,00 9,78% 1,25% 1,91% 2,07% 0,32% 4,23% De 720.000,01 a 840.000,00 10,26% 1,62% 1,93% 2,11% 0,34% 4,26% De 840.000,01 a 960.000,00 10,76% 2,00% 1,95% 2,15% 0,35% 4,31% De 960.000,01 a 1.080.000,00

11,51% 2,37% 1,97% 2,19% 0,37% 4,61%

De 1.080.000,01 a 1.200.000,00

12,00% 2,74% 2,00% 2,23% 0,38% 4,65%

De 1.200.000,01 a 1.320.000,00

12,80% 3,12% 2,01% 2,27% 0,40% 5,00%

De 1.320.000,01 a 1.440.000,00

13,25% 3,49% 2,03% 2,31% 0,42% 5,00%

De 1.440.000,01 a 1.560.000,00

13,70% 3,86% 2,05% 2,35% 0,44% 5,00%

De 1.560.000,01 a 1.680.000,00

14,15% 4,23% 2,07% 2,39% 0,46% 5,00%

De 1.680.000,01 a 1.800.000,00

14,60% 4,60% 2,10% 2,43% 0,47% 5,00%

De 1.800.000,01 a 1.920.000,00

15,05% 4,90% 2,19% 2,47% 0,49% 5,00%

De 1.920.000,01 a 2.040.000,00

15,50% 5,21% 2,27% 2,51% 0,51% 5,00%

De 2.040.000,01 a 2.160.000,00

15,95% 5,51% 2,36% 2,55% 0,53% 5,00%

De 2.160.000,01 a 2.280.000,00

16,40% 5,81% 2,45% 2,59% 0,55% 5,00%

De 2.280.000,01 a 2.400.000,00

16,85% 6,12% 2,53% 2,63% 0,57% 5,00%

Adiante temos o cálculo do Simples Nacional, considerando uma empresa

de atividade comercial. Ela obteve um faturamento mensal de R$ 5.000,00 e, caso continue a faturar esse valor até dezembro/2010, pagará na guia DAS R$ 200,00 por mês, considerando que sua base de cálculo é de R$ 60.000,00 em 12 meses. Portanto, utilizando do Anexo I da Lei Complementar 123/2006 temos:

Faturamento Mensal – R$ 5.000,00 Faturamento Acumulado em 12 Meses – R$ 5.000,00 x 12 = R$ 60.000,00 Impostos Pagos Mensalmente – R$ 5.000,00 x 4% = R$ 200,00 Impostos Pagos Até Dezembro/2010 – R$ 60.000,00 x 4% = R$ 2.400,00

Nem sempre a opção pela tributação pelo Simples Nacional é mais vantajosa do que a tributação pelo Lucro Real ou Presumido. Se nestes outros regimes tributáveis existe a imunidade, isenção ou outras formas de benefícios

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fiscais incidentes sobre os demais impostos, federais ou estaduais, a comparação do Simples Nacional e da tributação em outro regime, agregando o benefício fiscal existente, torna-se rentável de forma paliativa em favor do outro regime. Esta comparação aplicável em maior grau de análise e realidade com o Lucro Presumido. 3. Lucro Presumido

Lucro Presumido é o regime tributário onde se presume a base de cálculo para tributação do IRPJ e CSLL, com base em percentuais aplicados sobre o montante da receita bruta após analisado o objeto social da entidade e especificadas suas receitas, definidos pelo Art. 15 da Lei nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995, demonstrados abaixo:

� 1,6% na revenda, para consumo, de combustível derivado de petróleo,

álcool etílico carburante e gás natural; � 8% na venda de mercadorias e produtos; � 8% na prestação de serviços de transportes de cargas; � 8% na prestação de serviços hospitalares; � 8% na venda de imóveis das empresas com esse objeto social (art. 3º, §

7º, da IN nº 93/97); � 8% nas indústrias gráficas; � 8% na construção civil por empreitada com emprego de materiais; � 16% na prestação de serviços de transportes, exceto de cargas; � 16% na prestação de serviços em geral pelas pessoas jurídicas com

receita bruta anual de até R$ 120.000,00, exceto de serviços hospitalares, transportes e profissões regulamentadas (Art. 40 da Lei nº 9.250/95);

� 32% na prestação de demais serviços não incluídos nos incisos anteriores.

Podem optar pelo regime de tributação do Lucro Presumido os

contribuintes que obtiverem o montante de receita bruta do ano-calendário anterior até o limite de R$ 48.000.000,00 ou R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses do ano-calendário anterior, quando este for inferior ao período do exercício de doze meses. A Pessoa Jurídica que não se enquadrar no Art. 14 da Lei nº 9.718 de 27 de novembro de 1998 não poderá optar pela tributação pelo Lucro Presumido.

Art. 14. Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: I - cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de meses do período, quando inferior a 12 (doze) meses; (Redação dada pela Lei nº 10.637, de 2002) II - cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas,

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sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; III - que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior; IV - que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto; V - que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma do art. 2º da Lei nº 9.430, de 1996; VI - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). VII - (Vide Medida Provisória nº 472, de 15 de dezembro de 2009). (Lei nº 9.718, 1998, Art. 14).

O período de apuração do IRPJ é determinado por períodos de apurações trimestrais num total de quatro no decorrer do ano-calendário. Uma vez encerrado o período, os resultados advindos destes não mais interferem na tributação dos demais.

A opção da tributação pelo Lucro Presumido ocorre no ato do recolhimento da primeira ou única quota do imposto de renda, através do código de recolhimento que indique a forma de apuração no campo 04 do Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais). Nesta ocasião, o código de receita é 2089, cuja descrição é “IRPJ – Lucro Presumido”, sendo considerada a opção deste regime de tributação para todo o ano-calendário a partir do recolhimento que a identifique.

A Instrução Normativa SRF nº 672, de 30 de agosto de 2006, em seu Art. 11, V, estabelece que sejam indeferidos os pedidos de retificação de Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais) que versem sobre a alteração do código de receita correspondente à mudança do regime de tributação. É definitiva para todo o ano-calendário a escolha por determinada forma de apuração do imposto.

Com a opção pela tributação pelo Lucro Presumido, para o regime de reconhecimento de receitas, tanto com a emissão da nota fiscal, quanto com a alienação, resgate ou cessão do título ou aplicação, a Instrução Normativa SRF nº 104, de 24 de agosto de 1998, permitiu que, facultativamente, as empresas poderão reconhecer suas receitas utilizando do regime de caixa para determinação da base de cálculo para a tributação do IRPJ, da CSLL, da contribuição ao PIS/PASEP e da COFINS. Este pode ser adotado para as Pessoas Jurídicas que mantêm apenas a escrituração do Livro Caixa e para as demais que mantêm a escrituração contábil.

Para fins de determinação da receita bruta, não se inclui nesta, as vendas canceladas, os descontos incondicionais concedidos (constante na nota fiscal de venda dos bens ou da fatura de serviços e não dependente de evento posterior a emissão deste documento) e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante dos quais o vendedor dos bens ou o prestador dos serviços seja mero depositário.

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Com a aplicação do percentual de presunção sobre o montante da receita bruta, se faz as adições das demais receitas à base apurada. Deverão ser somadas à base de cálculo do IRPJ as receitas com ganhos de capital, os rendimentos de aplicações de renda fixa e ganhos líquidos de aplicações financeiras de renda variável, e as variações cambiais.

Conforme dispostos do Art. 3º da Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995, a alíquota do imposto de renda das Pessoas Jurídicas é de quinze por cento (15%), agregados dez por cento (10%) de adicional à parcela excedente a R$ 20.000,00 mensais sobre a base de cálculo, conforme Art. 4º da Lei 9.430 de 27 de dezembro de 1996, a ser recolhido integralmente.

Para efeito de pagamento do imposto, a Pessoa Jurídica poderá deduzir o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), bem como pode ser compensado o imposto de renda pago indevidamente ou a maior em períodos anteriores.

Nos termos do Art. 526 RIR/99, e do Art. 10 da Lei 9.532 de 10 de dezembro de 1997, não se aplicam a dedução de qualquer incentivo fiscal no imposto devido no regime de tributação do Lucro Presumido.

Os incentivos fiscais dedutíveis do imposto de renda devidos pelas pessoas jurídicas foram alterados pela Lei nº 9.532/97 e Medida Provisória nº 2.189-49/01, com vigência a partir de 01-01-98. O art. 10 da Lei nº 9.532/97 dispõe que do imposto apurado com base no lucro arbitrado ou no lucro presumido não será permitida qualquer dedução a titulo de incentivo fiscal. Com isso os incentivos fiscais do imposto de rendo só podem ser utilizados pelas empresas tributadas com base no lucro real. (HIGUCHI, 2010, p. 34).

Adiante temos o cálculo do IRPJ com opção pelo regime de tributação do

Lucro Presumido, considerando uma empresa comercial com receita bruta de R$ 1.200.000,00; ganho na venda de imobilizado no valor de R$ 9.500,00; rendimentos de aplicações financeiras no valor de R$ 12.000,00; IRRF sobre receitas computadas na base de cálculo do trimestre R$ 2.400,00, ocorridos no primeiro trimestre do ano-calendário: (+)Presunção da Base de Cálculo (R$ 1.200.000,00 x 8%) ........ R$ 96.000,00 (+)Ganho de capital ...................................................................... R$ 9.500,00 (+)Rendimentos financeiros ......................................................... R$ 12.000,00 (=)Base de Cálculo do IRPJ .......................................................... R$ 117.500,00 IRPJ e Adicional de IRPJ: (+)IRPJ (R$ 117.500,00 x 15%) .................................................... R$ 17.625,00 (+)Adicional de IRPJ ( R$ 57.500,00 x 10%) ................................. R$ 5.750,00 (=)Imposto devido ......................................................................... R$ 23.375,00 (-)IRRF .......................................................................................... R$ 2.400,00 (=)Imposto a pagar ........................................................................ R$ 20.975,00 O Art. 45 da Lei 8.981 de 20 de janeiro de 1995 destaca as obrigações acessórias que a Pessoa Jurídica optante pelo Lucro Presumido deverá cumprir:

Art. 45. A pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro presumido deverá manter: I - escrituração contábil nos termos da legislação comercial;

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II - Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pelo regime de tributação simplificada; III - em boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica que, no decorrer do ano-calendário, mantiver livro Caixa, no qual deverá estar escriturado toda a movimentação financeira, inclusive bancária. (Lei nº 8.981, 1995, Art. 45).

Outra obrigação acessória, cuja exigência não é descartada quando da qual a opção pelo Lucro Presumido, é a apresentação anual da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ. 4. Lucro Real O Art. 14 da Lei nº 9.718 de 27 de novembro de 1998 define as Pessoas Jurídicas obrigadas a optar pelo regime de tributação do Lucro Real, por estas estarem impedidas de utilizarem de outras formas de tributação. Porém, para qualquer empresa, independente do ramo de atividade ou receita bruta, a tributação pelo Lucro Real é opcional. Lucro Real é definido pelo Art. 247 RIR/99 como sendo o lucro líquido do período de apuração, ajustado pelas adições, exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas na legislação. Segundo SANTOS (2010, p. 103), “em outras palavras, “lucro real” é, na verdade, “lucro fiscal”, ou seja, aquele sobre o qual efetivamente incidirá o Imposto de Renda Pessoa Jurídica, para as empresas tributadas nessa modalidade (por opção ou por estarem obrigadas)”.

O Lucro Real pode ser apurado por meio de balanço anual levantado no dia 31 de dezembro ou mediante o levantamento de balancetes trimestrais. A forma de apuração é definida no momento do pagamento do IRPJ conforme código da receita preenchido no campo 04 do Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais). Tem-se como recolhimento o pagamento mensal com levantamento mensal de balancete de suspensão, o pagamento mensal por estimativa sobre o montante da receita bruta mensal e o pagamento trimestral com levantamento de balancete trimestral.

A alíquota do imposto de renda das Pessoas Jurídicas é de quinze por cento (15%), agregados dez por cento (10%) de adicional à parcela excedente a R$ 20.000,00 mensais sobre a base de cálculo, conforme dispostos das Leis 9.249 de 26 de dezembro de 1995 e 9.430 de 27 de dezembro de 1996 respectivamente.

Assim como no Lucro Presumido, a opção da forma de apuração e pagamento do imposto, mensal ou trimestral, uma vez definida é válida para todo o ano-calendário. É impedida sua alteração conforme Instrução Normativa SRF nº 672, de 30 de agosto de 2006, em seu Art. 11, V.

Os percentuais a serem aplicados na estimativa do montante da receita bruta são os mesmos aplicados ao regime de tributação do Lucro Presumido, definidos pelo Art. 15 da Lei nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995, obedecendo à mesma sistemática a ser observada sobre o objeto social da entidade.

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Para os recolhimentos por estimativa, durante ou ao final do ano-calendário, deve-se levantar o balancete ou balanço de suspensão com a finalidade de abatimento de valores pagos a maior ou recolhimento de valores pagos a menor, quando confrontadas as duas formas de pagamento mensal do imposto no regime de tributação do Lucro Real.

O pagamento do imposto pode ser suspenso em casos que se comprove o recolhimento maior, não modificando, porém, o código de recolhimento, seguindo a mesma sistemática de pagamento com o mesmo código de receita no campo 04 do Darf (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), ou seja, uma vez optado pelo pagamento por estimativa, o código de pagamento deverá ser sempre o de pagamento estimado em todo o ano-calendário.

Na forma de apuração por levantamento de balancete de suspensão, o pagamento do imposto apenas ocorrerá quando de fato se existir um lucro real tributável, pois se não o tem, se tem prejuízo no período de apuração, não têm o que tributar. Sendo assim, fica suspenso o pagamento do imposto e mantêm o valor do resultado do exercício acumulado para a apuração do período seguinte dentro do mesmo ano-calendário. Caso ocorra de concluir o ano-calendário com prejuízo acumulado ou pagamento de imposto maior no recolhimento por estimativa, estes deverão ser escriturados na parte B do Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real) para seu aproveitamento ou abatimento, no período seguinte, limitando-o a 30% do resultado do exercício ou ao limite de sua totalidade caso este não ultrapasse o limite estabelecido pela legislação.

Quando optado por Lucro Real com recolhimento e levantamento do balancete trimestral, a cada trimestre é finalizado um período, ou seja, o lucro do trimestre anterior não pode ser compensado com o prejuízo fiscal de trimestres seguintes, ainda que dentro do mesmo ano-calendário. Porém, se o trimestre é finalizado com prejuízo, o mesmo é escriturado na parte B do Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real), seguindo os mesmos parâmetros de compensações deste, com o recolhimento mensal.

O reconhecimento da receita obedece ao critério de reconhecimento por regime de competência.

Note-se que a legislação do imposto de renda adota o regime de competência para tributação do resultado das empresas. Com isso, se não tiver uma disposição em sentido contrário, as receitas, os rendimentos e ganhos terão que ser reconhecidos pelo regime de competência, isto é, independentemente de recebimento em dinheiro. (HIGUCHI, 2010, p. 32).

Para as empresas optantes pela tributação do Lucro Real, os incentivos fiscais são aplicáveis e dedutíveis do imposto ou de sua base de cálculo, conforme legislação que os regulamente e também através de projetos que são vinculados às entidades beneficiárias participantes.

As Pessoas Jurídicas que apóiam os projetos sociais para incentivos fiscais aplicados e incidentes ao IRPJ devem seguir, criteriosamente, as exigências propostas para os efeitos destes em seu regime de abatimentos tributários. Logo, deve-se designar formalmente o desembolso e a forma como são financiados tais projetos, bem como devem ser analisados os limites que se possa ser aproveitado na apuração do imposto.

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Existem outras formas de incentivos fiscais que não dependem do financiamento de projetos sociais. Estes são aplicados diretamente pela particularidade de cada fato ocorrido na empresa beneficiada, em seu funcionamento, ou formas de inovações tecnológicas desenvolvidas pela mesma.

As modalidades de incentivos fiscais aplicáveis à apuração do IRPJ no regime de tributação do Lucro Real, bem como a parcela ou percentual utilizável como abatimento ou dedução de base de cálculo do imposto são:

Espécie de Incentivo

Cálculo do Incentivo Limite de Dedução Isolada

Limite de Dedução

Cumulativa

Fundamentação Legal

Programa de Alimentação do

Trabalhador (PAT)

15% das despesas de custeio do PAT, líquidas da parcela

cobrada dos empregados, ou 15% de R$ 1,99 x número de

refeições fornecidas no período, o que for menor

4% do IRPJ

normal

4% do IRPJ normal

RIR/1999, arts. 504, I, 526, 540, 543 e 581 a 588

Programa de Desenvolvimento

Tecnológico, Industrial ou Agropecuário (PDTI/PDTA) aprovados até

31.12.2005

15% dos dispêndios com PDTI/PDTA incorridos no

período-base

4% do IRPJ

normal

Operações de Caráter Cultural

e Artístico

Projetos aprovados com base no art. 26 da Lei nº 8.313/1991:

até 40% das doações e 30% dos patrocínios

4% do IRPJ

normal

4% do IRPJ normal,

respeitados os limites

específicos para as

atividades audiovisuais

Lei nº 11.437/2006; MP nº 2.228-

1/2001; RIR/1999; arts.

475 a 489 e 543; Decreto nº 5.761/2006; IN SE-MinC/SRF nº 1/1995; e IN's SRF nºs

56/1994, 62/1995 e 267/2002

Page 16: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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Quadro: Dedução de Incentivos Fiscais. Fonte: SANTOS (2010, p.44)

Operações de Caráter Cultural e

Artistico

Projetos aprovados com base no art. 18 da Lei nº 8.313/1991

(alterada pela Lei nº 9.874/1999), e projetos

aprovados pela Ancine nos termos do § 6º do art. 39 da MP nº 2.228-1/2001, produzidos com os recursos de que trata o inc. X do mesmo art. 39: até 100% do

somatório das doações e patrocínios

4% do IRPJ normal

4% do IRPJ normal,

respeitados os limites

específicos para as

atividades audiovisuais

Atividade Audiovisual

Valores efetivamente aplicados na aquisição primária de

certificados de investimentos em projetos aprovados pela Ancine

(RIR/1999, art. 484) e na aquisição de quotas dos

Funcines (MP nº 2.228-1/2001, art. 44; Lei nº 11.437/2006, art.

7º)

3% do IRPJ normal

Quantias referentes ao patrocínio à produção de obras cinematográficas brasileiras de produção independente, cujos

projetos tenham sido previamente aprovados pela

Ancine (Lei nº 8.685/1993, art. 1º-A, incluido pelo art. 9º da Lei

nº 11.437/2006)

4% do IRPJ normal

Doações aos Fundos dos Direitos da

Criança e do Adolescente

Doações efetivamente realizadas

1% do IRPJ normal

Não há

RIR/1999, arts. 543 e 591; Decreto nº

794/1993, art. 1º; e IN's SRF nºs 86/1994 e

267/2002

Atividades de caráter desportivo

Valores despendidos a título de patrocínio ou doação, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos previamente aprovados pelo Ministério do

Esporte

1% do IRPJ normal

Não há Leis nºs

11.438/2006 e 11.472/2007

Page 17: Estudo das Formas de Apuração do IRPJ

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Além de estabelecidas exigências e limites de abatimentos dos incentivos fiscais no imposto a pagar, a Instrução Normativa nº 789 de 30 de novembro de 2007 instituiu a DBF (Declaração de Benefícios Fiscais) a ser apresentada obrigatoriamente pelos seguintes órgãos ou entidades:

� os Conselhos Municipais, Estaduais ou Nacionais, referentes as

doações efetuadas aos Fundos dos Direitos da Criança e Adolescente;

� o Ministério da Cultura, referentes às doações e patrocínios efetuados ao Fundo Nacional da Cultura (FCN) e aos projetos culturais aprovados;

� a Agência Nacional do Cinema (Ancine), referente às doações e patrocínios e aos projetos culturais aprovados;

� a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), referente aos registros de emissão e distribuição de certificados de investimentos em obras audiovisuais;

� o ministério do esporte, referentes às doações e patrocínios, no apoio direto a projetos desportivos e paradesportivos aprovados.

Com a entrega da DBF (Declaração de Benefícios Fiscais), o fisco passa

a ter dados que comprovem da existência, permissão para utilização e utilização dos incentivos fiscais, estabelecendo assim o cumprimento da legislação que regulamenta cada qual, e seus limites de abatimentos.

Adiante temos o cálculo do IRPJ com opção pelo regime de tributação do Lucro Real com levantamento de balancete em 31 de dezembro, considerando uma empresa comercial com receita bruta de R$ 9.900.000,00; devoluções de vendas em R$ 105.000,00; impostos incidentes sobre vendas em R$ 370.000,00; custo de mercadorias vendidas em R$ 2.900.000,00; despesas operacionais no total de R$ 233.000,00; ganho na venda de imobilizado no valor de R$ 70.000,00; rendimentos de aplicações financeiras no valor de R$ 42.000,00; IRRF sobre receitas computadas em R$ 15.800,00; gasto mensal com alimentação de 43.550 funcionários em R$ 100.000,00 líquidos da parcela descontada dos empregados.

Receita bruta da venda de mercadorias ...................................... R$ 9.900.000,00 (-)Impostos Sobre Vendas ............................................................ R$ 370.000,00 (-)Devoluções de Vendas ............................................................ R$ 105.000,00 (=)Receita Líquida de Vendas ..................................................... R$ 9.425.000,00 (-)Custo de Mercadorias Vendidas .............................................. R$ 2.900.000,00 (=)Lucro Bruto ............................................................................. R$ 6.525.000,00 (-)Despesas Operacionais ........................................................... R$ 233.000,00 (=)Lucro Operacional ................................................................... R$ 6.292.000,00 (+)Ganho na venda de imobilizado ............................................ R$ 70.000,00 (+)Rendimentos de aplicações Financeiras ............................... R$ 42.000,00 (=)Lucro Antes do IRPJ e CSLL ................................................. R$ 6.404.000,00 (+)IRPJ (R$ 6.404.000,00 x 15%) ............................................... R$ 960.600,00 (+)Adicional de IRPJ ( R$ 6.164.000,00 x 10%) .......................... R$ 616.400,00 (-)IRRF ......................................................................................... R$ 15.800,00

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(=)Imposto devido ........................................................................ R$ 1.561.200,00 (-)PAT (43.550 x 1,99) x 15% ...................................................... R$ 12.999,68 (=)IRPJ a pagar ........................................................................... R$ 1.548.200,32

Neste exemplo, a empresa tributada pelo IRPJ no Lucro Real utilizou do incentivo fiscal do PAT. A dedução do imposto em R$ 12.999,68 resultou da memória de cálculo utilizando do número de 43.550 refeições multiplicado por R$ 1,99 aplicado o percentual de 15%, onde o resultado foi menor que 15% multiplicado pelas despesas de custeio do PAT, R$ 15.000,00, e inferiores a 4% do IRPJ normal R$ 38.424,00. A título de dedução cumulativa, deverá ser escriturada na parte B do Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real), a diferença entre a aplicação de 15% sobre o IRPJ normal e a aplicação de 15% sobre o custeio líquido sobre a alimentação, ou seja, R$ 25.424,33.

A Pessoa Jurídica tributada pelo Lucro Real, além da obrigação principal de apurar e pagar o imposto tem como obrigação acessória, em observância do Art. 241 RIR/99 manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais.

Art. 251. A pessoa jurídica sujeita à tributação com base no lucro real deve manter escrituração com observância das leis comerciais e fiscais (Decreto-Lei nº 1.598, de 1977, art. 7º). Parágrafo único. A escrituração deverá abranger todas as operações do contribuinte, os resultados apurados em suas atividades no território nacional, bem como os lucros, rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior (Lei nº 2.354, de 29 de novembro de 1954, art. 2º, e Lei nº 9.249, de 1995, art. 25). (Regulamento do Imposto de Renda, 1999, Art. 251).

Da mesma forma que se exige no regime de tributação do Lucro Presumido, é indispensável à apresentação anual da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica – DIPJ na tributação do Lucro Real, podendo também ser agregadas outras formas de informações e declarações impostas pela Receita Federal do Brasil (RFB), ou demais órgãos fiscalizadores e regulares, a fim de validar e apurar o Lucro Real, a apuração e o pagamento do imposto, quando da mudança da legislação que os regulem. A empresa tributada pelo Lucro Real tem como obrigação acessória o dever de escriturar as adições, exclusões, e compensações de prejuízo fiscal de exercícios anteriores no Lalur (Livro de Apuração do Lucro Real), evidenciando a memória de cálculo utilizada na apuração do IRPJ. 5. Lucro Arbitrado Definido pela Receita Federal do Brasil (RFB), Lucro Arbitrado é uma forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade tributária ou pelo contribuinte. É aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixar de cumprir as obrigações acessórias relativas à determinação do lucro real ou presumido, conforme o caso.

Art. 530. O imposto, devido trimestralmente, no decorrer do ano-calendário, será determinado com base nos critérios do lucro arbitrado, quando (Lei nº 8.981, de 1995, art. 47, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º):

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I - o contribuinte, obrigado à tributação com base no lucro real, não mantiver escrituração na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixar de elaborar as demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal; II - a escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem imprestável para: a) identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive bancária; ou b) determinar o lucro real; III - o contribuinte deixar de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da escrituração comercial e fiscal, ou o Livro Caixa, na hipótese do parágrafo único do art. 527; IV - o contribuinte optar indevidamente pela tributação com base no lucro presumido; V - o comissário ou representante da pessoa jurídica estrangeira deixar de escriturar e apurar o lucro da sua atividade separadamente do lucro do comitente residente ou domiciliado no exterior (art. 398); VI - o contribuinte não mantiver, em boa ordem e segundo as normas contábeis recomendadas, Livro Razão ou fichas utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os lançamentos efetuados no Diário. (Regulamento do Imposto de Renda, 1999, Art. 530).

O Lucro Arbitrado tem caráter punitivo para optantes de outras formas de tributação, Lucro Real e Lucro Presumido, porém é aplicável diretamente à atividades de entidades financeiras, e em atividades imobiliárias, conforme dispostos do Art. 533 e 534 RIR/99.

Art. 533. Nas atividades desenvolvidas por bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta, o percentual para determinação do lucro arbitrado será de quarenta e cinco por cento (Lei nº 9.249, de 1995, art. 16, parágrafo único, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 27, inciso I). (Regulamento do Imposto de Renda, 1999, Art. 533). Art. 534. As pessoas jurídicas que se dedicarem à venda de imóveis construídos ou adquiridos para revenda, ao loteamento de terrenos e à incorporação de prédios em condomínio terão seus lucros arbitrados, deduzindo-se da receita bruta trimestral o custo do imóvel devidamente comprovado (Lei nº 8.981, de 1995, art. 49, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). Parágrafo único. O lucro arbitrado será tributado na proporção da receita recebida ou cujo recebimento esteja previsto para o próprio trimestre (Lei nº 8.981, de 1995, art. 49, parágrafo único, e Lei nº 9.430, de 1996, art. 1º). (Regulamento do Imposto de Renda, 1999, Art. 534).

Para determinação da base de cálculo do imposto de renda na tributação

pelo Lucro Arbitrado, esta será estabelecida por percentuais aplicados sobre a receita bruta conhecida, definidos pelo Art. 15 da Lei nº 9.249 de 26 de dezembro de 1995 acrescidos de 20% sobre o percentual fixado na Lei. Sobre a receita bruta não conhecida, a mesma é determinada por procedimentos de

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ofício, conforme Art. 51 da Lei 8.981 de 20 de janeiro de 1995, e segundo HIGUCHI (2010), são oito alternativas que podem ser o lucro real do último período em que a empresa manteve a escrituração, soma dos ativos, patrimônio líquido, compra de mercadorias, folha de pagamentos, valor de aluguel, etc.

O IRPJ no regime tributário do Lucro Arbitrado é apurado trimestralmente com recolhimento em quota única até o ultimo dia do mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.

Os percentuais aplicados para a arbitragem do lucro nas atividades da Pessoa Jurídica, segundo Art. 532 RIR/99 e Art. 41 da Instrução Normativa SRF nº 93 de 24 de dezembro de 1997, são:

� 1,92% na revenda, para consumo, de combustível derivado de

petróleo, álcool etílico carburante e gás natural. � 9,6% na venda de mercadorias ou produtos (exceto revenda de

combustíveis para consumo); serviços hospitalares; transporte de carga; industrialização com materiais fornecidos pelo encomendante; qualquer outra atividade (exceto prestação de serviços) para a qual não esteja previsto percentual específico.

� 19,2% na prestação de serviço de transporte (exceto de carga); atividade rural; serviços (exceto hospitalares, de transporte e de sociedades civis de profissões regulamentadas) prestados com exclusividade por empresas com receita bruta anual não superior a R$ 120.000,00.

� 38,4% na prestação, pelas sociedades civis, de serviços relativos ao exercício de profissão legalmente regulamentada; intermediação de negócios; hotelaria e estacionamento; administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de qualquer natureza; construção por administração ou por empreitada unicamente de mão de obra; prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); prestação de qualquer outro tipo de serviço não mencionado anteriormente.

� 45% nos bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras de valores mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada abertas.

Em ações de arbitramento do lucro por iniciativa do fisco, ao imposto

devido será aplicada a multa de ofício de 75% ou 150%, prevista no Art. 44 da Lei 9.430 de 27 de dezembro de 1996.

As alíquotas aplicadas neste regime de tributação, Lucro Arbitrado, são as mesmas definidas pela Lei 9.249 de 26 de dezembro de 1995 e Lei 9.430 de 27 de dezembro de 1996, em seus Arts. 3º e 4º respectivamente.

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Adiante temos o cálculo do IRPJ com opção pelo regime de tributação do Lucro Arbitrado, considerando as atividades de uma empresa de venda de mercadorias com receita de venda de R$ 3.500.000,00, rendimento de aplicações financeiras de R$ 67.000,00, ganho de capital na alienação de bem em R$ 45.000,00, IRRF em R$ 5.000,00:

(+)Arbitramento da Base de Cálculo (R$ 3.500.000,00 x 9,6%) . R$ 336.000,00 (+)Ganho de capital ...................................................................... R$ 45.000,00 (+)Rendimentos financeiros ......................................................... R$ 67.000,00 (=)Base de Cálculo do IRPJ .......................................................... R$ 448.000,00 IRPJ e Adicional de IRPJ: (+)IRPJ (R$ 448.000,00 x 15%) .................................................... R$ 67.200,00 (+)Adicional de IRPJ ( R$ 388.000,00 x 10%) ............................... R$ 38.800,00 (=)Imposto devido ......................................................................... R$ 106.000,00 (-)IRRF .......................................................................................... R$ 5.000,00 (=)Imposto a pagar ........................................................................ R$ 101.000,00

Na apuração do IRPJ pelo Lucro Arbitrado pode ser abatido do imposto devido o imposto pago ou retido na fonte. Não é permitida a dedução de incentivos fiscais, conforme dispostos do Art. 540 do RIR/99, e Art. 10 da Lei 9.532 de 10 de dezembro de 1997.

Os incentivos fiscais dedutíveis do imposto de renda devidos pelas pessoas jurídicas foram alterados pela Lei nº 9.532/97 e Medida Provisória nº 2.189-49/01, com vigência a partir de 01-01-98. O art. 10 da Lei nº 9.532/97 dispõe que do imposto apurado com base no lucro arbitrado ou no lucro presumido não será permitida qualquer dedução a titulo de incentivo fiscal. Com isso os incentivos fiscais do imposto de rendo só podem ser utilizados pelas empresas tributadas com base no lucro real. (HIGUCHI, 2010, p. 34).

Considerações Finais Como se pode notar existe opções as quais os empresários podem se orientar para garantir o melhor desempenho das atividades da Pessoa Jurídica na apuração e recolhimento de seus tributos. A elisão fiscal é válida, legal, porém deve ser minuciosamente planejada e programada para que nas entrelinhas deste processo não seja extrapolada a utilização da legislação, em ações que podem se voltar contra o objetivo fim de sua aplicação. Manter conservados e organizados os documentos que dão respaldo para a apuração de impostos é ação preventiva e evita sanções de arbitramento do imposto pelo fisco, além de manter históricos da metodologia contábil e tributária adotada por meio destes para a apuração dos impostos. Referente ao registro contábil, as informações advindas de outros departamentos segregam uma série de resultados onde a qualidade de como são geradas e repassadas deve ser trabalhada para o entendimento correto de seus efeitos.

Para a aplicação eficiente de sistemas de tributação voltados para a economia tributária se deve conhecer intrinsecamente a atividade empresarial e

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suas perspectivas de crescimento e expansão, realizando projeções, direcionando a atividade para um plano de médio e longo prazo, tendo como ponto de partida os efeitos pretéritos.

Dessa forma, comparando sistemas tributários e situações diversas, em atividades diversas de atuação, pode-se conhecer e avaliar alternativas a serem adotadas para a condução de uma gestão tributária eficiente, em que o objetivo de se economizar na apuração e pagamento de impostos se concretize.

Por fim, em se falando de incentivos fiscais, estes partem além da atividade empresarial em que a obtenção de lucros é o foco. A utilização do benefício fiscal traz às partes envolvidas um duo de oportunidades, para uma o incentivo fiscal na forma de abatimento e redução tributária, para outra o desenvolvimento e continuidade de projetos voltados para o interesse social. Referências Bibliográficas HIGUCHI, Hiromi, HIGUCHI, Fábio Hiroshi e HIGUCHI, Celso Hiroyuki. Imposto de Renda das Empresas, Interpretação e prática. 35º. ed. São Paulo: Saraiva, 2010. SANTOS, Cleônimo dos e BARROS, Sidney Ferro. Imposto de Renda Pessoa Jurídica para Contadores. 5º. ed. São Paulo: IOB, 2010. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 de outubro de 1988. Atualizada com as Emendas Constitucionais Promulgadas.

BRASIL. Regulamento do Imposto de Renda - RIR/1999. Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999.

BRASIL. Lei Federal nº 8.981/1995. Altera a legislação tributária Federal e da outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9.249/1995. Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas, bem como da contribuição social sobre o lucro líquido, e dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9.430/1996. Dispõe sobre a legislação tributária federal, as contribuições para a seguridade social, o processo administrativo de consulta e dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9.532/1997. Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.

BRASIL. Lei Federal nº 9.718/1998. Altera a legislação tributária federal e dá outras providências.

BRASIL. Lei Complementar nº 123/2006. Institui o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte; altera dispositivos das Leis nos 8.212 e 8.213, ambas de 24 de julho de 1991, da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943, da Lei no 10.189, de 14 de fevereiro de 2001, da Lei Complementar no 63, de 11 de janeiro de 1990; e revoga as Leis nos 9.317, de 5 de dezembro de 1996, e 9.841, de 5 de outubro de 1999.

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BRASIL. Lei Complementar nº 127/2007. Altera a Lei Complementar nº123, de 14 de dezembro de 2006.

BRASIL. Lei Complementar nº 128/2008. Altera a Lei Complementar no 123, de 14 de dezembro de 2006, altera as Leis nos 8.212, de 24 de julho de 1991, 8.213, de 24 de julho de 1991, 10.406, de 10 de janeiro de 2002 – Código Civil, 8.029, de 12 de abril de 1990, e dá outras providências.

BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 93/1997. Dispõe sobre a apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas a partir do ano-calendário de 1997.

BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 104/1998. Estabelece normas para apuração do Lucro Presumido com base no regime de caixa.

BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 672/2006. Dispõe sobre a retificação de erros no preenchimento de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) e de Documento de Arrecadação do Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Darf-Simples) e dá outras providências.

BRASIL. Secretaria da Receita Federal. Instrução Normativa nº 789/2007. Dispõe sobre a Declaração de Benefícios Fiscais (DBF).