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Wagner Magalhães da Rocha Estudo sobre o comportamento tensão – deformação de um solo residual Dissertação de Mestrado Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós- graduação em Engenharia Civil do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio. Orientador: Prof. Vinod Kumar Garga Rio de Janeiro Março de 1975

Estudo sobre o comportamento tensão – deformação de … e Gibson (1972). Diversos trabalhos têm sido realizados objetivando o conhecimento da variação das características

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Wagner Magalhães da Rocha

Estudo sobre o comportamento tensão – deformação de um solo residual

Dissertação de Mestrado

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil do Departamento de Engenharia Civil da PUC-Rio.

Orientador: Prof. Vinod Kumar Garga

Rio de Janeiro

Março de 1975

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Wagner Magalhães da Rocha

Estudo sobre o comportamento tensão- deformação de um

solo residual

Dissertação apresentada como requisito parcial para obtenção do título de Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil da PUC-Rio. Aprovada pela Comissão Examinadora abaixo assinada.

Prof. Vinod Kumar Garga

Orientador University of Alberta e

Ex-Professor da PUC-Rio

Prof. Raymundo D’Araújo Costa IN MEMORIAM

Prof. Pedro Paulo Veloso IN MEMORIAM

Prof. José Eugenio Leal Coordenador Setorial do

Centro Técnico Científico – PUC-Rio

Rio de Janeiro, 26 de março de 2013.

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Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial do trabalho sem autorização do autor, do orientador e da universidade.

Wagner Magalhães da Rocha

Graduou-se em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Concluiu Mestrado em Engenharia Civil na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC – RJ) em 1975. É professor da disciplina de Fundações e Estruturas de Contenção da UFMG.

Ficha Catalográfica

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

CDD: 624

             

 

                                                                                                                     

Rocha, Wagner Magalhães da Estudo sobre o comportamento tensão-deformação de um solo residual / Wagner Magalhães da Rocha; orientador: Vinod Kumar Garga. – 1975. 83 f. ; 30 cm Dissertação (mestrado) – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Departamento de Engenharia Civil, 1975. Inclui bibliografia 1. Engenharia civil – Teses. 2. Tensão. 3. Deformação. 4. Variação da elasticidade. 5. Anisotropia.  I. Garga, Vinod Kumar. II. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Departamento de Engenharia Civil. III. Título.

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Para Vera, meus pais e irmãos.

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Agradecimentos

A todos aqueles que colaboraram para a realização do presente trabalho

meus sinceros agradecimentos.

Em especial aos professores Sandro S. Sandroni, Franklin Antunes e ao

professor Vinod Kumar Garga, pela eficiente orientação.

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Resumo

Rocha, Wagner Magalhães da; Garga, Vinod Kumar (Orientador). Estudo sobre o comportamento tensão – deformação de um solo residual. Rio de Janeiro, 1975. 83p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

Pretende-se neste trabalho mostrar alguns aspectos do comportamento

tensão x deformação de um solo residual. A variação da elasticidade com a

profundidade é mostrada, bem como sua importância na estimativa de recalques.

A anisotropia observada é analisada, concluindo-se pela não importância dessa

característica nas divergências apresentadas entre os recalques estimados e

medidos em fundações sobre solos residuais. A relação entre deformações

imediatas e a longo prazo é utilizada para interpretar o comportamento satisfatório

de fundações em solos residuais.

Palavras-chave

Aspectos do Comportamento Tensão x Deformação de um Solo Residual;

Variação da Elasticidade; Anisotropia; Relação entre Deformações imediatas e a

longo prazo.

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Abstract

Rocha, Wagner Magalhães da; Garga, Vinod Kumar (Abstract). Studies on the Stress-Strain Behaviour of a Residual Soil. Rio de Janeiro, 1975. 83p. Dissertação de Mestrado - Departamento de Engenharia Civil, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.

It´s our intention to show in this work some aspects of stress-strain

behaviour of a residual soil. Elasticity-depth variation is shown as well as its

importance in settlement analysis. Analysing the observed anisotropy, it´s our

conclusion it does not have much importance in the disagreement between

estimated and measured settlements. The ratio between immediate and long-term

strains is used to show satisfactory behaviour of foundations on residual soils.

Keywords

Aspects of stress – Strain behaviour of residual soil; Elasticity – depth

variation; Anisotropy; Ratio between immediate and long term strain.

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Sumário

1. Introdução 14 2. Definição do Problema

15

3. Fundamentos dos Métodos de Análise de Recalques

17

3.1 Método de Terzaghi 17 3.2 Método de Skempton e Bjerrum 17 3.3 Método de Trajetórias de Tensões 19 3.4 Métodos Elásticos 19 3.5 Método de Janbu 20 3.6 Métodos Empíricos 21 4. Características Geológicas Do Maciço

22

5. Ensaios de Caracterização

24

5.1 Granulometria 24 5.2 Peso Específico 25 5.3 Limites de Atterberg 25 5.4 Dados Geotécnicos do Perfil 26 6. Investigações Geotécnicas

27

6.1 Provas de Carga 27 6.2 Provas de Carga Vertical 27 6.3 Provas de Carga horizontal 28 6.4 Amostragem 29 6.5 Ensaios de Compressão Simples 30 6.6 Ensaios de Penetração Dinâmica e Estática 31 7. Apresentação e Análise dos Resultados

32

7.1 Ensaios de Compressão Simples 32 7.2 Provas de Carga 34 7.3 Comparação entre Resultados obtidos “In Situ” e em Laboratório Variação da Elasticidade com a Profundidade

36

7.4 Comparação entre Resultados dos Ensaios de Penetração 38 7.5 Efeito do Tempo de Aplicação do Carregamento 39 8. Conclusões

41

9. Referências Bibliográficas

42

10. Anexos

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Lista de Figuras

Figura 1 – Placa Circular assente no semi-espaço elástico. 45

Figura 2 – Curva tensão x deformação obtida em ensaios triaxiais; módulo de deformação M (Janbu – 1967) -

45

Figura 3 – Variação do expoente “a” segundo o comportamento do solo (Janbu – 1967).

46

Figura 4 – Acréscimo de Tensões devido ao carregamento (Janbu – 1967).

46

Figura 5 – Seção de uma parede do poço de testes. 47

Figura 6 – Sill de quartzo observado no poço de testes a 7,00 metros. 47

Figura 7 – Curvas granulométricas. 48

Figura 8 – Variação das porcentagens das frações areia, silte e argila com a profundidade.

49

Figura 9 – Variação dos limites de liquidez e plasticidade com a profundidade.

50

Figura 10 – Esquema da montagem para execução de provas de carga vertical.

51

Figura 11 – Conjuntos componentes do aparelho para provas de carga horizontal.

52

Figura 12 – Aparelho de prova de carga horizontal. 53

Figura 13 – Esquema de execução de prova de carga horizontal. 54

Figura 14 – Bloco de amostra indeformada preparado para ser retirado. 54

Figura 15 – Orientação das direções dos corpos de prova obtidos. 55

Figura 16 – Curvas tensão x deformação obtidas em ensaios de compressão simples com amostras compactadas.

56

Figura 17 – Localização das sondagens em relação ao poço de testes. 57

Figura 18 – Curvas tensão x deformação típicas dos ensaios de compressão simples.

58

Figura 19 – Curva tensão x deformação; definição do módulo secante Es. 59

Figura 20a – Variação do módulo secante horizontal com a profundidade.

60

Figura 20b – Variação do módulo secante a 30º com a profundidade. 61

Figura 20c – Variação do módulo secante a 45º com a profundidade. 62

Figura 20d – Variação do módulo secante a 60º com a profundidade. 63

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Figura 21a – Variação do módulo secante vertical com a tensão de ruptura.

64

Figura 21b – Variação do módulo secante a 30º com a tensão de ruptura. 65

Figura 21c – Variação do módulo secante a 45º com a tensão de ruptura. 66

Figura 21d – Variação do módulo secante a 60º com a tensão de ruptura. 67

Figura 21e – Variação do módulo secante horizontal com a tensão de ruptura.

68

Figura 22 – Módulo secante em diagrama polar. 69

Figura 23 – Curva tensão x recalque típica de provas de carga. 70

Figura 24 – Curva tensão x recalque da prova de carga PC – IV. 71

Figura 25 – Variação do módulo inicial Ei obtido em provas de carga vertical e horizontal com a profundidade.

72

Figura 26a – Comparação entre o módulo inicial Ei obtido em provas de carga vertical e o módulo secante Es obtido em ensaios de compressão simples com corpos de prova verticais.

73

Figura 26b – Comparação entre módulo inicial Ei obtido em provas de carga horizontal e o módulo secante Es obtido de compressão simples com corpos de provas horizontais.

74

Figura 27 – Resultados dos ensaios de penetração dinâmica (S.P.T.). 75

Figura 28a – Resultados dos ensaios de penetração estática (Resistência de Ponta _ Rp).

76

Figura 28b – Resultados dos ensaios de penetração estática (Resistência de Ponta - Rp).

77

Figura 29 – Correlação entre índices de resistência á penetração (S.P.T.) e resistência de ponta Rp.

78

Figura 30a e 30b – Variação da porcentagem do recalque medido nas provas de carga com o tempo de aplicação do carregamento - PC- 2V.

79

Figura 30c e 30d – Variação da porcentagem do recalque medido nas provas de carga com o tempo de aplicação do carregamento - PC- 2V.

80

Figura 30e – Variação da porcentagem do recalque medido nas provas de carga com o tempo de aplicação do carregamento - PC- 2V.

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Lista de Tabelas

Tabela 1 – Índices físicos do perfil até a profundidade de 8.00 m. 81

Tabela 2 – Módulos em Provas de Carga. 82

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Siglas

PUC - Pontifícia Universidade Católica

S.P.T. - Standard Penetration Test

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‘ Todo conhecimento humano começa com intuições,

Destas passa a conceitos e termina com idéias’.

(Immanuel Kant)

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INTRODUÇÃO

Uma das linhas de Pesquisa atualmente em desenvolvimento na Pontifícia

Universidade Católica do Rio de Janeiro constitui-se no estudo dos solos

residuais.

Azevedo (1972), Miranda (1972), Sandroni (1973), Castro (1974),

Sheraphin (1974) e Campos (1974) são os trabalhos até então realizados,

abordando distintamente aspectos de compressibilidade, resistência ao

cisalhamento e caracterização desses solos.

O presente trabalho é objeto de pesquisas sobre o comportamento tensão x

deformação de um solo residual localizado no Campus da Universidade, situado

no bairro da Gávea, Rio de Janeiro.

As investigações geotécnicas constaram de: provas de carga sobre placas,

realizadas no interior de um poço de secção quadrada (1.50 m x 1.50 m) até a

profundidade de 8 metros, nas direções vertical e horizontal; ensaios de

compressão simples em amostras indeformadas; ensaios de penetração dinâmica

(S. P. T.) e estática (Deepsounding).

São abordados principalmente aspectos da não-homogeneidade,

anisotropia, deformações imediatas e dependentes do tempo de aplicação do

carregamento, e comparados os resultados obtidos “in situ” e em laboratório.

Apresenta-se uma breve revisão dos principais métodos de análise de

recalque cujos conceitos são utilizados na interpretação de alguns resultados.

Além das características geológicas e climáticas locais, são mostrados os

resultados dos ensaios de caracterização do maciço e os dados geotécnicos do

mesmo.

Em sua fase preliminar a pesquisa consistiu em se projetar e construir um

aparelho para a execução das provas de carga horizontais, e na construção das

instalações e dispositivos de reação das provas de carga verticais. Todos os

detalhes são mostrados posteriormente.

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DEFINIÇÃO DO PROBLEMA

Um dos principais problemas da Mecânica dos Solos é o estudo do

comportamento tensão x deformação de um maciço quando solicitado por um

carregamento. A teoria da elasticidade clássica tem sido empregada, embora

limitada pelas hipóteses básicas introduzidas e que na maioria das vezes não

correspondem ao comportamento real dos solos. O maciço é considerado um

semi-espaço elástico homogêneo e isotrópico, isto é, possuindo parâmetros

elásticos E e µ constantes em qualquer profundidade ou direção.

É muito comum na natureza, entretanto, a ocorrência de solos em que a

“elasticidade” varia com a profundidade, limitando assim o emprego da teoria

clássica.

Em certos depósitos sedimentares ocorre a variação linear em função da

pressão de terra efetiva, tendo Gibson (1967) apresentado uma solução para esses

casos. Outras importantes contribuições sobre o efeito da não – homogeneidade na

distribuição de tensões e deformações foram apresentadas:

Som (1968); Gibson, Brown e Andrews (1971); Gibson e Sills (1972);

Brown e Gibson (1972).

Diversos trabalhos têm sido realizados objetivando o conhecimento da

variação das características elásticas dos solos “in situ” por meio de provas de

carga:

Hanna e Adams (1967); Soderman, Kim, MiIigan (1967); Burland e Lord

(1971); Hobbs e Dixon (1971); Wakeling (1971); Lake e Simons (1971); Garga e

Quin (1974); etc.

A influência da anisotropia na distribuição de tensões e deformações em

um semi- espaço elástico parece não ter sido convenientemente estudada. Barden

(1963) apresentou uma solução teórica estudando o efeito, apresentada e discutida

nesse trabalho.

Dos solos residuais, muito pouco se conhece quantitativa ou mesmo

qualitativamente sobre a sua não-homogeneidade.

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Sowers (1963) chama atenção para a necessidade de pesquisas sobre essas

características, o que constitui-se num dos objetivos do presente trabalho.

Azevedo (1972) mostra que os recalques em solos residuais estimados por

diferentes métodos são em geral superiores aos recalques medidos. Serão

discutidos os principais fatores que influem nesses resultados.

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FUNDAMENTOS DOS MÉTODOS DE ANÁLISE DE

RECALQUES

3.1

Método de Terzaghi

A Teoria Terzaghi permite calcular os recalques por adensamento de um

maciço saturado com auxílio de resultados de ensaios de compressão confinada.

No caso em que a espessura da camada compressível é pequena em relação

às demais da área carregada, ou seja, as deformações horizontais desprezíveis, o

emprego do método apresenta resultados satisfatórios.

O método admite ∆ e ∆ o recalque é estimado pela fórmula:

= mv.Δs’.dz eq. (1)

recalque total por adensamento

mv – coeficiente de compressibilidade

∆ ’ – acréscimo de pressão efetiva

∆ – acréscimo da pressão neutra

– espessura da camada compressível

3.2

Método de Skempton e Bjerrum

No caso mais geral, em que as dimensões de área carregadas são tais que

as deformações horizontais não são desprezíveis o método anterior não se aplica,

pois ∆ ∆ Skempton e Bjerrum (1957) propuseram um método separando os

recalques em dois componentes: ײrecalque imediatoײ, no qual as deformações

ocorrem em condições não drenadas, para argilas saturadas; ײrecalque por

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adensamentoײ no qual as deformações ocorrem devido à dissipação do excesso de

pressão neutra.

O ײrecalque imediatoײ é estimado pela Teoria da Elasticidade; para placa

circular rígida estima-se pela fórmula:

²)1(4 u Eu

dqu

eq. (2)

d - diâmetro de placa

q- pressão de contato

µu- coeficiente de Poisson em condições não drenadas

Eu- módulo de Elasticidade em condições não drenadas

Skempton e Bjerrum propuseram o emprego dos parâmetros A e B, para

estimar o excesso de pressão neutra induzido pelo carregamento, dado pela

equação.

∆ B[∆ 3 + ∆ (∆ 1- ∆ 3) ] eq. (3)

As variações ∆ 1 e ∆ 3 em qualquer ponto abaixo do centro da área

carregada são estimadas pela Teoria da Elasticidade e os parâmetros em

laboratório.

Mantendo a aplicabilidade do ensaio de compressão de compressão

confinada na determinação de mv, o ײrecalque por adensamentoײ é estimado pela

expressão:

z

va dzum0

.. eq. (4)

na qual é uma função da forma da superfície carregada, da profundidade da

camada compressível e do parâmetro A.

O método é, entretanto inconsistente, pois as deformações são

consideradas unidimensionais (Lambe - 1964).

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3.3

Método de Trajetórias de Tensões

Lambe (1964) propôs o método no qual a análise é feita em função de

resultados de ensaios triaxiais. Consiste em se selecionar um ou mais pontos

abaixo da área carregada e estimar a trajetória de tensões imposta pelo

carregamento, admitindo a distribuição pela teoria da elasticidade. Promovem-

se ensaios triaxiais com amostras obtidas nos pontos considerados, seguindo a

trajetória de tensões estimadas. Com as deformações obtidas nos ensaios estimam-

se os recalques na fundação por meio de uma integração simples, da fórmula:

2

1

21.,

z

z

vzz dz eq. (5)

21 ,zz – recalque da camada entre z1.z2 (Fig.1)

v – deformação medida no ensaio triaxial

3.4

Métodos Elásticos

A estimativa do recalque imediato pela teoria da elasticidade já foi

anteriormente descrita no método de Skempton e Bjerrum. Para se estimar o

recalque total é necessário definirem-se os parâmetros E e µ apropriados às

condições drenadas. O recalque é dado pela equação (2), com os parâmetros

acima definidos. O uso da equação (2) implica em se admitir o meio homogêneo e

isotrópico.

Gibson (1967) apresentou uma solução considerando o semi-espaço

dotado de módulo de elasticidade crescente linearmente com a profundidade.

Barden (1963) investigou a influência da anisotropia. Esses aspectos são

posteriormente comentados.

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3.5

Método de Janbu

Janbu (1967) apresentou um método de estimativa de recalques baseado no

conceito de módulo de deformação (M). Esse parâmetro é definido como a

inclinação da tangente à curva tensão x deformação obtida em ensaios de

compressão confinada ou triaxial com relação 31 / constante (figura (2).

Após extensa pesquisa Janbu estabeleceu três tipos de comportamento,

enquadrando todos os materiais, desde rochas até solos de grande porosidade. O

módulo de deformação M é dado pela expressão:

M= m.pa ( ) 1-a eq.(6)

M - número do módulo

a - expoente da tensão

p’ - pressão vertical efetiva

Pa – pressão de referência = 10 tf / m2

O expoente da tensão varia de 0 a 1 em função do comportamento do solo

(figura 3).

O número do módulo m é obtido por meio da expressão:

10ln.

1 0

cc

em

eq. (7)

0e – índice de vazios inicial

cc – índice de compressão

O recalque de uma fundação apoiada sobre uma camada de espessura H

obtém-se pela integração seguinte:

H

0 dz. sendo, eq. (8)

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pp

p

0

0

'

'

M

dp '

eq. (9)

0'p – pressão efetiva devida á sobrecarga existente a uma profundidade Z

∆p – acréscimo de pressão efetiva devido á fundação a uma profundidade Z

A distribuição de tensões no método de Janbu é estimada por uma

aproximação da teoria da plasticidade, por consideração das tensões cisalhantes

verticais ao longo das faces da fundação,( figura. 4).

O acréscimo de tensões ∆p obtém-se por:

LB

BLzqp n .

)(

z

v dzt0

.. eq. (10)

tv – tensão cisalhante vertical

B,L – largura e comprimento da fundação

O método apresenta uma solução geral tv em função da profundidade z e do

ângulo de atrito

tv

3.6

Métodos Empíricos

Existem diversos métodos empíricos estabelecendo correlações entre

recalque e ensaios de placa, ensaios de penetração dinâmica e ensaios de

penetração estática.

Embora em uso na prática brasileira, tais métodos ainda carecem de algum

fundamento, especificamente no caso dos solos residuais, fugindo, portanto ao

objetivo do trabalho sua apresentação.

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CARACTERÍSTICAS GEOLÓGICAS DO MACIÇO

O intemperismo constitui-se no conjunto de processos que ocasionam a

decomposição dos minerais das rochas pela ação dos agentes atmosféricos e

biológicos. Os processos de decomposição são complexos e dependem da

natureza da rocha matriz, das condições climáticas, da umidade e da temperatura (

Vargas – 1917).

Resultantes da ação do intemperismo originam-se os solos que, quando

encontrados no local de sua formação, denominam-se solos residuais.

As “características herdadas” como textura, forma dos minerais, e

coloração, vão sendo transformadas com o desenvolvimento do intemperismo,

passando o material a apresentar novas “características adquiridas”.

Os solos residuais são denominados jovens quando conservam a

orientação dos minerais de rocha original; correspondem à “Zona Intermediária”

do perfil definido por Sowers (1963).

O mesmo autor define a “Zona Superior” como sendo aquela em que o

intemperismo apresenta-se no mais avançado estágio, não se identificando mais as

características da rocha original. A “Zona Parcialmente Intemperizada”,

sobrejacente à rocha, é definida pela presença de veios e blocos de rochas

envolvidos por material decomposto.

O embasamento da região (bairro da Gávea- Rio de janeiro) é constituído

por plagioclásio-quartzo-biotita gnaisse do pré- cambriano, coloração escura,

passando a tipos ricos em granada denominado Gnaisse-kinzigítico. É freqüente a

ocorrência de intrusões de pegmatito sob a forma de sills e diques.

O clima quente e úmido, com intensa precipitação no verão, é um dos

fatores que aceleram os processos de decomposição das rochas, apresentando

como produto final espessos mantos de intemperismo.

O perfil estudado é constituído desde a superfície por um solo residual

jovem, em avançado grau de intemperismo, evidenciado pela presença de

feldspato, biotita e granada quase totalmente intemperizados.

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A figura no5 mostra uma secção de escavação realizada, cuja característica

se repete até a profundidade de 9m. Não ocorre a ″Zona Superior″ definida por

Sowers, anteriormente descrita.

A grande ocorrência de concreções, observadas na figura 5 como pontos

escuros, permite identificar-se a rocha de origem como sendo Gnaisse-

Kinzigítico. A análise mineralógica, qualitativa e semi-quantitativa das

concreções, revelou as seguintes porcentagens em volume:

Fragmentos de quartzo, matéria orgânica e mica unidos por óxidos de ferro....... 50%

Quartzo... ............................................................................................................... 35%

Granada.................................................................................................................. 5%

Agregados cauliníticos envolvidos por óxido de ferro........................................... 10%

A 7 metros constatou-se a presença de um sill de quartzo, observado na

figura 6. Como será mostrado posteriormente, a granulometria do material nessa

região apresentou-se bastante diferente do restante do perfil.

Atualmente se dispõe de sondagens até a profundidade de 10 metros, não

sendo portanto conhecida a espessura do manto intemperizado. Pelas observações

locais e principalmente da escavação, supõe-se ser superior a 20 metros.

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5

ENSAIOS DE CARACTERIZAÇÃO

Realizaram-se ensaios de granulometria, peso específico e limites de

Atterberg, com 8 amostras obtidas de metro em metro ao longo do poço escavado

para execução dos testes.

5.1

Granulometria

A fim de padronizar o procedimento, adotou-se em todos os ensaios a

mesma rotina, e tomou-se sempre a mesma quantidade de material. O

peneiramento foi feito com 1.500 gramas de amostra seca ao ar e a sedimentação

com 70 gramas da mesma, passando na peneira n40 (0.42mm). Usou-se como

agente dispersor o hexametafosfato de sódio na concentração de 45.7 gramas por

litro; o tempo de repouso foi de 24 horas e dispersão mecânica feita durante 15

minutos.

Observou-se uma discordância entre as curvas correspondentes ao

peneiramento e as obtidas na sedimentação, fato relatado anteriormente (Castro –

1974). A ocorrência não deve restringir a solos residuais; Bowles (1970) a

observa como inerente à metodologia empregada.

Adotou-se como correta a curva de peneiramento até a peneira

n200(0.74mm) e a sedimentação a partir de 4 minutos, interpolando-se o

trecho intermediário. O procedimento parece ser razoável uma vez que o regime

de sedimentação nos instantes iniciais pode não ser laminar, devido à agitação da

proveta, invalidando a aplicação da lei de Stokes, e a permanência do densímetro

no interior da proveta modifica as condições iniciais de sedimentação.

Na figura 7 encontram-se as curvas de granulometria enumeradas de

acordo com a profundidade da amostra. Nota-se uma mudança mais sensível da

granulometria na profundidade de 7 metros, devido à presença do sill de quartzo,

anteriormente mencionado.

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25

Na figura 8 é mostrada a variação das frações mecânicas argila, (< 2

micras), silte e areia com a profundidade. O gráfico evidência a ação do

intemperismo profundo, com a fração da argila aproximadamente constante

exceto a 6 e 7 metros. Como já foi dito, é comum no embasamento da região a

presença de intrusões, o que revela existência de caminhos preferenciais de

percolação da água e a conseqüente ação do intemperismo.

5.2

Peso Específico

Executaram-se os ensaios com 50 gramas da fração utilizada no ensaio de

sedimentação.

Para fins comparativos, foram realizados paralelamente ensaios utilizando-

se a amostra natural destorroada e passando na peneira no10, tendo sido

encontrados resultados diferindo de menos 1% daqueles. A deaeração foi

promovida mediante aplicação de vácuo durante 15 minutos. Os valores obtidos

são apresentados na figura 8; correspondem ao peso específico referido à

temperatura de 20o C e representam a média de duas determinações, diferindo de

no máximo 0.009g/cm3.

5.3

Limites de Atterberg

Na figura 9 são mostrados os limites de liquidez (LL), plasticidade (LP) e

umidade natural (W). As amostras de 6 e 7 metros não apresentaram plasticidade,

concordando com o ensaio de granulometria que revelou nestas profundidades

uma percentagem de argila da ordem de apenas 5%. A umidade natural

apresentou-se sempre inferior ao limite de plasticidade, caracterizando o estado

semi-sólido em que freqüentemente são encontrados os solos residuais, (Vargas -

1970).

Os valores determinados pelo referido autor concordam com aqueles da

figura 9.

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26

As observações de Sowers (1963) foram verificadas nos ensaios

realizados: deslizamento ao invés de fluência do solo no aparelho de Casagrande e

a extrema dificuldade na obtenção de cilindros de 1mm de diâmetro na

determinação dos limites de plasticidade. Seraphin (1974) constatou que o

deslizamento do solo na determinação do limite de liquidez não se verificava

quando o ensaio era realizado com teores de umidades decrescentes.

Tem sido objeto de discussões o significado dos limites de Atterberg de

solos residuais. Vargas (1971) sugere o uso dos resultados apenas em termos

comparativos, não devendo ser interpretados como valores absolutos e

independentes da forma com se conduzem os ensaios.

A metodologia é a mesma utilizada para solos sedimentares, e, constitui-se

em importante aspecto a se pesquisar, o significado dos limites

convencionalmente e determinados, e uma possível modificação nos métodos de

ensaios para solos residuais.

5.4

Dados Geotécnicos do Perfil

O solo residual em estudo apresenta alternadamente camada de areia

siltosa pouco argilosa e silte arenoso pouco argiloso, pertencente aos grupos SM,

ML e MC do Sistema Unificado de Classificação.

A tabela I mostra os valores calculados, a partir de 120 observações, do

peso específico natural ( ), grau de saturação (S) e de índice de vazios (e).

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6

INVESTIGAÇÕES GEOTÉCNICAS

6.1

Provas de Carga

Foram executadas 16 provas de carga no interior de um poço de secção

quadrada de 1,50m x 1,50m, convenientemente escavado e protegido, entre as

profundidades de 1 e 8 metros.De metro em metro realizaram-se 2 provas de carga

(vertical e horizontal),sobre placa de diâmetro 30cm,observando-se sempre, em

cada par de provas de carga, o centro das placas no mesmo nível.As dimensões da

escavação foram fixadas em função da placa, segundo critério de Terzaghi,

eliminando-se assim o efeito da profundidade. Protegeu-se a escavação com uma

cobertura de 3,50 x 3,50m.

6.2

Provas de Carga Vertical

a- Instalação e Equipamentos

As cargas foram aplicadas por meio de um macaco hidráulico para 10

toneladas, reagindo contra uma viga I de 12” ancorada no solo, transmitindo-as à

placa por um conjunto de tubos de 4” acoplados por flanges. “Para a ancoragem

do sistema de reação foram executadas duas estacas de concreto, escavadas a

trado de diâmetro 20 cm, contendo no núcleo um ferro de ¾” provido de alça,

solidarizados à viga por cabos de aço. A fim de minimizar a excentricidade,

colocou-se entre a placa e a extremidade inferior da tubulação uma esfera de aço.

A regularização da superfície de contato da placa foi feita aplicando-se

gesso nas irregularidades.

As cargas foram controladas por meio de manômetro (precisão 250 gf

/cm2) e as deformações medidas com extensômetros (precisão 0.01 mm)

instalados em pontos diametralmente opostos sobre a placa (figura 10).

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28

Desprezou-se o peso de tubulação uma vez que a máxima tensão

produzida, isto é, a 8m de profundidade, é de apenas 0,1kgf /cm2.

b- Procedimento

O carregamento obedeceu a uma seqüência de 4 ciclos de compressão e

descompressão.

1° Ciclo - compressão correspondente à sobrecarga de terra aliviada; nas

profundidades em que essa é menor que 0,9 kgf /cm2, adotou-se arbitrariamente

esse valor;

2o Ciclo - descompressão;

3° Ciclo - recompressão até o limite do 1° e em seguida até a pressão máxima,

com acréscimo entre dois estágios inferior a 2 kgf/cm2; a pressão máxima variou

de 8 a 10 kgf / cm2, e em dois ensaios atingiu 5kgf/cm2;

4° Ciclo- descompressão em estágios correspondentes à recompressão.

As deformações foram medidas nos tempos sucessivos de

0,1,2,4,6,8,10,15,20,25,30... minutos, decorridos após a aplicação do estágio de

carga até a estabilização. Adotou-se como critério de estabilização a ocorrência de

três leituras consecutivas iguais.

Para pressões inferiores a 2kgf /cm2, a duração mínima de cada estágio foi

de 10 minutos, entre 2 e 4kgf /cm2 de 40 minutos, e para pressões superiores, foi

de 1 hora.

6.3

Provas de Carga Horizontal

a- Aparelhagem

Para execução das provas de carga horizontal, foi projetado e construído

um aparelho especial semelhante ao aparelho apresentado por Vold (1967). O

dispositivo é constituído por três conjuntos mostrados na figura 11. O primeiro

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29

deles compõe-se de uma placa circular de diâmetro 30 cm e 1.25cm de espessura,

à qual foram adaptados três tubos de aço de diâmetro interno 2,2cm e 90 cm de

comprimento, e um tubo de aço de diâmetro externo 6cm e 92cm de

comprimento, o qual transmite as cargas ao centro da placa. O conjunto

intermediário compõe-se de duas placas de diâmetro 30 cm e 1.25cm de

espessura, contendo três furos de 21mm, placas essas soldadas a uma mola em

espiral de 21 cm de comprimento e espiras de 2,5cm de diâmetro. O terceiro

conjunto é constituído por uma placa com as mesmas dimensões das demais

placas do aparelho, acoplada a um macaco hidráulico de capacidade para 10 tf e

solidarizada a três hastes de diâmetro 2cm e 65cm de comprimento. O aparelho

montado em condições de uso é visto na figura 12, e na figura 13 apresenta-se um

desenho esquemático de uma prova de carga horizontal. A finalidade de mola é

minimizar a perda de carga devida à deformação do solo e permitir a transmissão

gradativa dos esforços, evitando choques bruscos. A vantagem apresentada pela

prova de carga horizontal é a não necessidade do sistema de reação necessário na

prova de carga vertical, uma vez que as próprias paredes de escavação oferecem a

reação desejada.

b- Procedimento

Embora a prova de carga horizontal possa ser realizada bilateralmente,

optou-se pela medição de deformações em apenas uma das placas. Deveu-se isso à

dificuldade de se prepararem as duas superfícies de contato rigorosamente

paralelas, imposta pelas dimensões do poço. Os demais critérios de procedimento

foram os mesmos já descritos no parágrafo anterior.

6.4

Amostragem

Foram obtidas amostras indeformadas em blocos cúbicos de 30 cm de

aresta. A 20 cm abaixo do nível de cada par de provas de carga foram

retirados dois blocos escavando-se cuidadosamente em torno dos mesmos. Os

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30

blocos foram parafinados, acondicionados em caixotes, envolvidos por serragem e

transportados para a câmara úmida.

Vargas (1969) descreve o processo como o mais eficiente na obtenção de

amostras indeformadas, de solos residuais que ocorrem acima do lençol freático,

quer pela qualidade das amostras obtidas, como também pela facilidade da

escavação de poços, desprovidos de escoramentos, a grandes profundidades. Na

figura 14 vê-se um bloco escavado já preparado para ser parafinado, antes de ser

retirado.

6.5

Ensaios de Compressão Simples

Realizaram-se inicialmente 8 ensaios com corpos de prova de 2,5” x 5”

(diâmetro x altura), moldando-se no torno paralelepípedos de 3” x 3” x 5,5”,

obtidos nos blocos de amostras indeformadas. Face à grande quantidade de

material não aproveitada, inerente ao processo, optou-se pela adoção de corpos de

prova de 2,5” x 2,5”, realizando-se um total de 123 ensaios. Os corpos de prova

foram preparados cravando-se suavemente nos blocos um amostrador de parede

fina, simultaneamente à talhagem promovida com espátula cortante. O processo

permite a obtenção de elementos de dimensões bastante precisas e faces planas

rigorosamente paralelas.

A não uniformidade das condições de tensão nesses ensaios é sabido

dever-se ao atrito desenvolvido entre o solo e o aparelho (Lee-1968). Foi corrigida

adaptando-se no aparelho, base e topo de alumínio de diâmetros 3,5″ e superfícies

lisas, utilizando-se entre cada uma dessas peças e o corpo de prova duas

membranas de borracha lubrificadas com silicone. Rowe e Barden (1964)

mostraram que o procedimento elimina os efeitos de atrito, e, corpos de prova de

altura igual ao diâmetro comportam-se de maneira semelhante àqueles de altura

igual ao dobro do diâmetro.

A fim de estudar efeitos de anisotropia obtiveram-se corpos de provas nas

direções vertical, horizontal, 30°, 45°, 60° conforme a figura 15. Os ensaios foram

do tipo deformação controlada; a velocidade da ordem de 0.3% por minuto,

estabelecida estudando-se a influência da mesma nos ensaios com corpos de prova

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31

compactados na unidade natural, tendo sido verificado ser o efeito, sobre o

módulo de deformação, desprezível para velocidade da ordem de 0.1% a 0.5%

(figura 16).

Em todos os ensaios foram determinados o peso específico natural,

umidade do corpo de prova, e registradas observações sobre as características da

superfície de ruptura.

6.6

Ensaios de Penetração Dinâmica e Estática

Completando as investigações geotécnicas, realizaram-se 4 sondagens com

penetração estática (Deepsounding ).

O ensaio de penetração Dinâmica consiste em se cravar 45 cm, um

amostrador padronizado, por meio de golpes sucessivos de um peso de 65 kg

caindo de 75 cm de altura, registrando-se um número de golpes correspondentes à

penetração, do amostrador em 3 intervalos de 15 cm.

O ensaio de penetração estática consiste na determinação de resistência

oferecida pelo solo à cravação de um cone de 10 cm2 de área e com aresta

formando um ângulo de 60° com a horizontal, (resistência de ponta), e à cravação

do cone solidarizado às hastes (resistência total).

Na figura 17 apresenta-se a localização das sondagens realizada.

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7

APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

7.1

Ensaios de Compressão Simples

As curvas obtidas nos ensaios de compressão simples enquadram-se numa

das três curvas típicas mostradas na figura 18.

A- Curvas em que o ײpicoײ é bem definido.

B- Curvas em que não ocorre o ײpicoײ.

C- Curvas apresentando pontos de inflexão e ײpicoײ.

O comportamento definido pela curva C foi constatado em 40% dos

ensaios; é possível tratar-se de uma característica do material, e não inerente ao

ensaio como se supôs inicialmente. Em igual proporção registrou-se o

comportamento pela curva A. Em sua maioria, as curvas assemelham-se portanto

às de argilas pré- adensadas, pelo ײpicoײ de ruptura.

As observações dos corpos de prova após cada ensaio revelaram que na

maioria das vezes a superfície de ruptura não se apresentou plana; a inclinação

média em relação à vertical foi da ordem de 15° a 25° embora em alguns ensaios,

aproximadamente verticais, e em geral cortando o corpo de prova desde o topo até

a base. Sempre que o corpo de prova apresentou superfícies de fraqueza visíveis, a

ruptura deu-se segundo essas; a não ser quando tais superfícies eram horizontais,

constituindo-se em um plano principal. Os planos preferenciais de ruptura são

geralmente identificados pelo contraste de minerais, definindo uma superfície de

fraqueza no contato.

As deformações de ruptura variaram de 1% a 4%,sendo que em 120

observações, 90% variaram de 1,5% a 2,5%.

O módulo de elasticidade Es ( módulo secante), determinado no ensaio de

compressão simples, pode ser definido como numericamente igual à inclinação da

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33

secante à curva tensão x deformação, reta esta que passa pela origem e pelo ponto

correspondente à metade da tensão de ruptura (Hanna e Adams -1967) – figura 19.

As figuras 20a, 20b, 20c, 20d apresentam a variação do módulo Es com a

profundidade nas diferentes direções ensaiadas.

Os limites da relação Es (vertical) / Es (direção) calculados a partir da

média de três ensaios foram as seguintes:

Es (V) / Es (H) = 0.7 a 2.1. Valor médio 1.

Es (V) / Es (30° ) = 0.7 a 1.3 valor médio 0.9

Es (V) / Es (45° ) = 0.6 a 1.2 valor médio 1.0

Es (V) / Es (60° ) = 0.8 a 1.7 valor médio 1.1

O módulo secante vertical, apresentou-se portanto, em valores médios,

maior que o módulo secante horizontal e a 60°, menor que o módulo a 30° e

aproximadamente igual ao módulo a 45°. Hanna e Adams (1967) em argilas pré-

adensadas de Londres observaram o módulo vertical ligeiramente inferior ao

módulo horizontal e a 45°, com os dois últimos aproximadamente iguais. A

conclusão dos referidos autores era de se esperar, uma vez que o pré-adensamento

desenvolve uma maior resistência a deformações na direção horizontal.

Nesse aspecto o comportamento do solo residual estudado diferiu do

comportamento de um solo pré-adensado.

Nas figuras 21a, 21b, 21c, 21d, 21e são mostrados os gráficos de variação

do módulo Es com a tensão de ruptura σr. Em todas as direções ensaiadas observa-

se uma tendência de aumento do módulo secante com resistência à compressão

simples. A relação Es (25 a100) σr abrange todos os ensaios realizados. Bjerrum

(1964) registra o Es ( 125 a 250) σr para argilas normalmente adensadas de

Noruega; Hanna e Adams (1967) para argilas pré-adensadas no Canadá

verificaram Es = ( 50 a 200 ) σr , resultado esse semelhante àquele obtido no solo

residual estudado.Os resultados dos ensaios são também mostrados no gráfico

polar (figura 22) cujo objetivo é apresentar a variação do módulo Es com a

direção ensaiada.

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34

7.2

Provas de Carga

O comportamento tensão x recalque obtido em provas de carga pode ser

representado pela curva ideal mostrada na figura 23. No primeiro ciclo de carga a

curva apresenta um trecho linear para pressões ligeiramente superiores à

sobrecarga aliviada q0, exibindo uma curvatura no fim do ciclo. A curva da figura

24 refere-se à prova de carga PC-1V.

Definiu-se o “Módulo de elasticidade inicial Ei,” a partir da equação (2)

abaixo transcrita explicitando o parâmetro desejado; adotou-se µ = 0,3, valor esse

a ser justificado posteriormente.

²)1(4

.

0

0

dq

Ei

eq. (10)

No segundo ciclo de carga definiu-se o ″Módulo de elasticidade na

recompressão″ a partir da equação:

²)1(

4

.

1

0

dq

Er

eq.(11)

Na Tabela II estão reproduzidos os valores de e obtidos. O módulo

inicial apresentou-se sempre menor que o módulo da recompressão, evidenciando

que, para o nível de tensões adotado na definição dos parâmetros, desenvolve-se

um aumento da ″resistência às deformações ″ no carregamento cíclico.

Os módulos de elasticidade acima definidos estão relacionados pela

expressão seguinte:

= (1.3 a 2.5) Ei eq. (12)

Soderman, Kim e Milligan (1967) em pesquisa semelhante em argilas

glaciais pré-adensadas obtiveram

1.5 eq. (13)

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35

Burland e Lord (1971) realizaram provas de carga sobre placa profunda de

30cm de diâmetro em rocha decomposta (chalk), tendo obtido o módulo inicial

maior que o módulo de recompressão. Comentam os autores que o fato se deveu

ao atrito desenvolvido entre a placa sobre o solo. Os referidos autores mediram o

módulo de elasticidade E através das deformações da fundação de um tanque, o

qual comparado com o módulo de elasticidade na recompressão apresentou a

relação:

0.5 eq. (14)

tendo sido definido no trecho elástico da curva tensão x deformação.

Na opinião do autor o módulo inicial deve aproximar-se mais do módulo

na condição virgem do solo, uma vez que o primeiro ciclo constitui na verdade

uma recompressão até o limite da sobrecarga e, quanto maior o número de ciclos

de carregamento aplicados, o módulo de recompressão tende a aumentar. Por isso,

os resultados doravante apresentados referem-se ao módulo inicial.

Os valores do módulo inicial Ei vertical e horizontal são comparados na

figura 25. A dispersão de alguns resultados revela a heterogeneidade do maciço,

embora se deva ressaltar que muitas críticas possam ser feitas aos métodos

utilizados no campo e sua interpretação analítica, posteriormente comentada neste

trabalho. A relação Ei (vertical) / Ei (horizontal) = 0.4 a 2.4. é compatível com a

relação obtida entre ensaios de laboratório verticais e horizontais, apresentados no

item anterior (figura 16a).

O efeito da anisotropia foi discutido por Barden (1963), que verificou serem os

recalques devidos a carregamentos superficiais afetados somente em 25%, dentro

da variação E (H) / E(V) =1.5 a 2.5. È possível, portanto, que a anisotropia

apresentada pelo solo residual não seja um fator de grande importância na

estimativa de recalques.

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36

7.3

Comparações entre Resultados Obtidos “in situ” e em Laboratório -

Variação da Elasticidade com a Profundidade

O módulo Ei obtido no campo comparado com obtido no laboratório é

apresentado nas figuras 26a e 26b. Em 70% das observações a relação Ei / Es

variou de 1.5 a 9.5 e em 90% variou de 1.5 a 15. Os resultados mostram que a

adoção do módulo secante Es obtido no laboratório na determinação de recalques,

constituiu-se em um procedimento conservador.

Em termos quantitativos os resultados apresentam sensíveis discordâncias,

verificadas também por outros autores. Hanna e Adams (1967) atribuíram como

principais causas das divergências:

a) Limitação da teoria de distribuições de tensões;

b) Inexato conhecimento das condições iniciais das tensões efetivas existentes

no maciço;

c) Amolgamento das amostras na retirada e no preparo dos corpos de prova;

d) Variabilidade do maciço.

É provável que nos solos residuais a última causa tenha maior influência;

os ensaios de laboratórios revelaram freqüentes variações no comportamento de

corpos de prova obtidos no mesmo bloco de amostra indeformada, e na mesma

direção, evidenciando assim variações do maciço de ponto para ponto. A menor

divergência observada nos resultados de laboratório deve-se ao grande número de

ensaios realizados, mostrando assim que a “média” apresenta uma tendência de

uniformização e segundo Vargas (1970) é representativa:

Os resultados apresentados na figura 25 evidenciam:

a) Variação do módulo de elasticidade ″in situ″(vertical e horizontal) com a

profundidade não obedece a uma tendência de aumento, constância ou

diminuição;

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37

b) A relação entre os módulos ″in situ″ vertical e horizontal varia

aleatoriamente, não se observando também qualquer tendência (ver

comentário) a seguir:

Esta análise revela a dificuldade de um dos principais problemas da

Mecânica dos Solos, que se constitui na extrapolação de resultados de provas de

carga sobre placas para a estimativa de recalques. Considerando-se duas placas de

diâmetros 1d e 2d submetidas à mesma pressão q, despertariam no solo os

recalques 1 e 2 . Através da equação (10) chega-se à expressão seguinte:

2

1

2

1

d

d

eq.(15)

Entretanto a experiência tem mostrado que,com o aumento da área de

contato a relação que se verifica é da forma:

2

1

2

1

d

d

  eq. (16)

em que < 1 . Gibson (1967) estudou o efeito do aumento da elasticidade

linearmente com a profundidade, tendo mostrado que, com o aumento da área de

contato, o recalque sob a mesma pressão diminui em função da lei de variação de

elasticidade. É importante, pois, observar que para fundações de grandes

dimensões, a variação do módulo de elasticidade governa predominantemente os

recalques ocorridos. Som (1968) mostrou que a estimativa pode ser feita com

satisfatória precisão, admitindo-se a distribuição de tensões no maciço

considerado homogêneo, tomando-se o módulo real nas diversas profundidades

envolvidas.

Esta deve ser, portanto a orientação a ser seguida na solução dos

problemas de recalques em solos residuais, para fundações de grandes dimensões:

a) estimar as tensões no maciço considerado homogêneo;

b) determinar o módulo ao longo da profundidade da zona de influência das

tensões;

c) calcular os recalques nas diferentes profundidades com os valores das tensões

calculadas e dos módulos determinados.

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38

Os resultados mostrados na figura 25, somados às considerações acima

permitem concluir, tentativamente, ser a variação de elasticidade dos solos

residuais uma das principais causas das divergências entre os recalques medidos e

observados.

Há ainda a se considerar que a aplicação dos métodos elásticos é aceitável,

quando a solicitação permanece no regime elástico do solo. Parte-se então dessa

premissa, o que pode não ser representativo em certos casos, por exemplo, no caso

de fundações que possam sofrer deformações maiores que as fundações

convencionais, onde admitem-se em geral recalques máximos da ordem de 25mm.

Cabe a aqui então ressaltar a importância que futuramente poderá assumir o

método de Janbu cujos conceitos foram anteriormente apresentados.

Comentário

Na opinião do autor, a variação de elasticidade nos solos residuais depende

fundamentalmente do grau de intemperismo e, consequentemente, da

natureza e características da rocha matriz, e das condições climáticas. Os

horizontes mais jovens dos solos residuais de gnaisse revelam-se, através de

ensaios de penetração dinâmica e estática, menos compressíveis, à medida em que

se aproxima da rocha ou seja, quando se tornam mais presentes as características

da rocha matriz.

Fica, portanto a sugestão para uma pesquisa visando ao estudo da

compressibilidade dos solos residuais à luz da variação do grau de intemperismo.

7.4

Comparação Entre Resultados dos Ensaios de Penetração

Os resultados observados nos ensaios de penetração dinâmica (S.P.T)

estão plotados na figura 27. Os gráficos revelam algumas variações do número de

golpes nos ensaios realizados a pequenas distâncias, confirmando as mesmas

observações registradas nos ensaios de laboratório e provas de carga.

Nas figuras 28a e 28b encontram-se os resultados dos ensaios de

penetração dinâmica (S.P.T) e estática.

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Embora não se pretenda estabelecer uma correlação, a partir de apenas

dois ensaios, os gráficos sugerem a realização de análise estatística entre os dois

tipos de ensaios utilizados, o que deveria ser feito a partir de uma amostragem

representativa.

A correlação mostrada na figura 29 escreve-se:

Rp (Kgf/ cm2) = (2-5) S.P. T eq. (17)

7.5

Efeito do Tempo de Aplicação do Carregamento

A variação das porcentagens dos recalques, medidos ao longo do tempo de

duração dos estágios de carga, é mostrada nas figuras 30a, 30b, 30c, 30d e 30e. Os

resultados referem-se à prova de carga PC-2V e representam o comportamento

típico observado nos testes. A relação percentual entre o recalque imediato e o

recalque total corresponde à ordenada medida no tempo zero. A variação

mostrou-se da ordem 70% a 80 % para os vários níveis de tensão aplicados.

Evidencia-se então, ser a grande porcentagem dos recalques no solo residual

despertada imediatamente após a aplicação do carregamento.

Burland e Wroth (1974) apresentaram importantes considerações relativas

ao comportamento tempo-deformação, analisadas sob o ponto de vista da reação

estrutural:

a) Quanto maior a relação mais se afasta a possibilidade de ocorrência de

danos á construção.

b) Quanto menor a diferença ρt -ρu menores os recalques diferenciais.

Com efeito, a estrutura, seja ela de concreto ou metálica, apresenta

condições de absorver e redistribuir as tensões de tração provenientes de recalques

diferenciais, o que já não acontece com os revestimentos (tijolos, argamassa, etc.).

Assim sendo, os recalques que ocorrem em fase de construção não se manifestam

através de trincas ou fissuras após a conclusão da obra.

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Somente os recalques após a construção, isto é, proveniente das

deformações a longo prazo, são perceptíveis através dos danos causados.

Burland e Wroth (1974) relatam que os danos estruturais são pouco

freqüentes, e no caso geral, os danos verificados nas obras de engenharia são

predominantes de caráter arquitetônico.

As considerações acima são coerentes com o que o autor tem verificado na

prática de fundações em solos residuais jovens:

a) Raramente as obras apresentam trincas ou fissuras;

b) O controle de recalques quando realizado após a construção da estrutura não

revela a ocorrência de deformações.

Os resultados de observações em solos pré-adensados revelam ,

variando de 0.55 a 0.70 (Burland e Wroth – 1974).

A relação se expressa em função coeficiente de Poisson em

condições drenadas:

)1(2

1

t

u

eq. (18)

O valor de = 0.3 adotado no presente trabalho fica, portanto justificado,

uma vez que esse valor levado na expressão acima fornece = 0.7,

compatível com os resultados obtidos.

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8

CONCLUSÕES

1- O módulo de elasticidade determinado ″in situ″ ( ) por meio de provas de

carga é sempre maior que o módulo obtido em ensaios de compressão simples

( ).

A relação / varia em geral de 1.5 a 9.5 tendo sido observado alguns valores

mais elevados.

2- A variação do módulo de elasticidade com a profundidade, no solo residual

estudado, é aleatória, não tendo sido observada uma relação que defina uma

tendência de aumento ou diminuição.

3- A anisotropia inerente aos solos residuais não deve ser o fator mais importante

nas discordâncias que se observam entre valores de recalques estimados e

medidos.

4- A não-homogeneidade apresentada é a provável causa das referidas

discordâncias.

5- O solo residual estudado apresenta características semelhantes à de solos pré-

adensados, quanto ao comportamento tensão x deformação, constituindo-se em

material de comportamento favorável ao assentamento de fundações.

6- O controle de recalques em solos residuais, com a finalidade de obtenção de

dados reais sobre o seu comportamento, deve ser promovido desde a fase de início

de construção, pois os recalques são despertados rapidamente.

7- Somente um grande número de observações em solos residuais pode conduzir à

interpretação correta de seu comportamento. Pela simplicidade e baixo custo

apresentados pelo S.P.T., tais ensaios devem ser extensivamente estudados e

comparados os resultados com observações de recalques em verdadeira grandeza.

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ANEXOS

Figura 1: Placa Circular Assente no Semi-Espaço Elástico.

Figura 2: Curva Tensão x Deformação obtida em ensaios Triaxiais; Módulo de Deformação M (Janbu – 1967).

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Figura 3: Variação do Expoente a segundo o Comportamento do Solo

(Janbu – 1967).

Figura 4: Acréscimo de Tensões devido ao Carregamento (Janbu-1967).

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Figura 5: Secção de uma Parede do Poço de Testes.

Figura 6: Sill de Quartzo observado no Poço de Testes a 7,00m.

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Figura 7: Curvas Granulométricas.

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Figura 8: Variação das Porcentagens das Frações de Areia, Silte e Argila com Profundidade.

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Figura 9: Variação dos Limites de Liquidez e Plasticidade com a Profundidade.

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Figura10: Esquema da Montagem para Execução de Provas de Carga Vertical.

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                          Figura 11: Conjuntos Componentes do Aparelho para Provas de

Carga Horizontal.

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Figura 12: Aparelho de Prova de Carga Horizontal.

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Figura 13: Esquema de Execução de Prova de Carga Horizontal.

Figura 14: Bloco de Amostra Indeformada.

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Figura 15: Orientação das Direções dos Corpos de Prova Obtidos.

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Figura 16: Curvas Tensão x Deformação obtidas em ensaios de compressão simples com amostras compactadas.

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Figura 17: Localização das Sondagens em Relação ao Poço de Testes.

Ten

são

Axi

al (

kgf

/cm

²)

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Figura 18: Curva Tensão x Deformação Típicas dos Ensaios de Compressão Simples.

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Figura 19: Curva Tensão x Deformação; Definição do Módulo Secante Es.

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Figura 20a: Variação do Módulo Secante Horizontal com a Profundidade.

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Figura 20b: Variação do Módulo Secante a 30° com a Profundidade

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Figura 20c: Variação do Módulo Secante a 45° com a Profundidade.

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Figura 20d: Variação do Módulo Secante a 60° com a Profundidade.

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Figura 21a: Variação do Módulo Secante Vertical com a Tensão de Ruptura.

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Figura 21b: Variação do Módulo Secante a 30º com a Tensão de Ruptura.

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Figura 21c: Variação do Módulo Secante a 45° com a Tensão de Ruptura.

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Figura 21d: Variação do Módulo Secante a 60° com a Tensão de Ruptura.

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Figura 21e: Variação do Módulo Horizontal com a Tensão de Ruptura.

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Figura 22: Módulo Secante em Diagrama Polar.

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Figura 23: Curva Tensão x Recalque Típica de Provas de Carga.

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Figura 24: Curva Tensão x Recalque da Prova de Carga – PC- IV.

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Figura 25: Variação do Módulo Inicial Ei obtidos em Provas de Carga Vertical e

Horizontal com a Profundidade

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 Figura 26a - Comparação entre o Módulo Inicial Ei obtido em Provas de Carga

Vertical e o Módulo Secante Es obtidos em Ensaios de Compressão Simples com Corpos de Provas Verticais.

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Figura 26b: Comparação entre o Módulo Inicial Ei obtido em Prova de Carga Horizontal e o Módulo Secante Es obtidos em Ensaios de Compressão Simples

com Corpos de Provas Horizontais.

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Figura 27: Resultado dos Ensaios de Penetração Dinâmica (S.P.T.).

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Figura 28a: Resultados dos Ensaios de Penetração Estática

(Resistência de Ponta- Rp).

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Figura28b: Resultados dos Ensaios de Penetração Estática (Resistência de Ponta - Rp)

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Figura 29: Correlação entre Índices de Resistência à Penetração (S.P.T.) e

Resistência de Ponta - Rp.

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Figura 30a e 30b: Variação da Porcentagem do Recalque Medido nas Provas de Carga com o Tempo de Aplicação do Carregamento PC-2V.

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Figura 30c e 30d:Variação da Porcentagem do Recalque Medido nas Provas de Carga Com o Tempo de Aplicação do Carregamento- PC-2V

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Figura 30e: Variação da Porcentagem do Recalque Medido nas Provas de Carga

com o Tempo de Aplicação do Carregamento – PC- 2V.

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Tabela 1: Índices Físicos do Perfil até a Profundidade de 8.00 m.

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Tabela 2: Módulos obtidos em Provas de Carga

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