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Estudos Em Foco

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Revista acadêmica das Faculdades Atibaia - FAAT. Ano I, número 1. 2015.

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  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

    Revista Eletrnica dos Alunos da FAATFOCO

    ANO I - N 1 - Junho de 2015

    E S T U D O S E M

  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

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  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

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    O discurso da autoajuda: uma perspectiva de mercado editorialDanielle Guglieri Lima, Raquel Vaccari e Cristiane da Silva Ferreira

    Ensino do empreendedorismo: potencialidades e desafiosRodrigo Vieira de Freitas

    A insero da mulher no mercado de trabalhoHorcio Ferraz, Bianca Alves e Marcel Gonalves

    A Leitura e a Sala de Aula Profa. Dra. Marli Amlia Lucas de Oliveira

    A leitura feita pelo aluno: relato de uma experinciano projeto Bolsa AlfabetizaoGraziela Aparecida Ramos

    Desenvolvimento de comportamentos leitores: a experincia com alunos em fase de alfabetizao Silvana Saraid da Silva

    O uso da receita como estratgia de leitura com alunos que no leem convencionalmente: um relato de experinciaMichele Rocha Gerage de Melo

    As possibilidades do Jogo A Largada na resoluo de situaes-problema em matemticaAdriana Batista Pasini Iijim e Nancy de Ftima Alves Luciano

    A essncia dos Relatos das ExperinciasProf. Dra. Keli Cristina Conti*

    O aluno com deficincias mltiplas: o desafio do professorSueli Aparecida Bianchi

    Ps-GraduaoGrandezas e medidas do cotidiano no contexto escolarAracy de Oliveira

    Arte e educao no-formal: reflexes sobre o papel do arte-educador na incluso socialPatrcia Anfra

    SUMRIO

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  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

    Revista Eletrnica dos Alunos da FAATFOCO

    ANO I - N 1 - Maio 2015

    E S T U D O S E M

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  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

    A revista eletrnica da FAATFoi um grande passo para a FAAT a criao da Revista Estudos em Foco,

    pois se sabe o quo difcil tem sido para as instituies de ensino brasileiras, fazer com que seus alunos se interessem por escrever e, principalmente, por publicar o que escrevem.

    Neste primeiro nmero a Estudos em Foco nossa revista j pode contar com dez publicaes de nossos alunos da graduao e ps, alm de um arti-go de trs professores doutorandas, sendo uma, da FAAT.

    A versatilidade das modalidades de textos escritos o que marca esta produo; a publicao de um TCC, de artigos e de relatos de experincias so pontos de grande relevncia para quem inicia na pesquisa acadmica, visto que se pode interagir com os objetivos de escrita mais diferentes.

    A partir deste primeiro nmero a nossa Revista, Estudos em Foco passa a ser sua tambm, pois que ser a sua possibilidade de mostrar FAAT os seus melhores trabalhos; Pea ao seu professor que encaminhe seu trabalho cientfico; pois ser um enorme prazer receber suas produes.

    Ser aluno no s frequentar aula, se preparar para provas ou fazer tra-balhos para a nota, mas consiste em reflexo contnua sobre a profisso que voc escolheu, por isso to importante para a comunidade acadmica que voc mostre as ideias que povoam seus pensamentos.

    Quer estar no prximo nmero? Fale com seu professor e mande seu texto para nossos pareceristas.

    Professor Gilvan Elias PereiraEditor

    PENSATA

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    6 IMAGEM: MARTA ALVIM

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    A Revista Estudos em Foco um espao dedicado, inicialmente, aos alunos da FAAT e, posteriormente, aos de outras faculdades, que de-sejam apresentar seus melhores trabalhos acadmicos.

    Este espao contar tambm com textos de professores da insti-tuio e convidados, a fim de que os diferentes saberes sejam arti-culados e dialoguem entre nossos pesquisadores e os de outras insti-tuies; de forma que tais conheci-mentos possam estar ao alcance de toda a comunidade acadmica.

    Neste primeiro nmero, a Estu-dos em Foco conta com o artigo O discurso da autoajuda: uma pers-pectiva de mercado editorial das professoras Danielle Guglieri Lima, Raquel Vaccari e Cristiane da Silva Ferreira, doutorandas da PUC/SP e bolsistas da CAPES, o qual trata do estudo do discurso da autoajuda sobre o prisma da Anlise do Dis-curso de linha Francesa, postulada por Dominique Maingueneau.

    A seguir, a revista conta com o TCC, apresentado no segundo semestre de 2013, pelo, agora administrador Rodrigo Vieira de Freitas, intitulado Ensino do em-preendedorismo: potencialidades

    e desafios, o qual obteve nota mxima, por abranger um tema de relevncia especial; tal texto versa sobre a questo da reflexo sobre o ensino da administrao infor-mal, pensamento que j ocupa a cabea de nossos gestores, uma vez que a Ps-Graduao da FAAT j oferece, sob forma de cursos de extenso, a possibilidade da ex-panso desses conhecimentos to importantes.

    Sobre a questo empreende-dora, h ainda a produo dos alu-nos Horcio Ferraz, Bianca Alves e Marcel Gonalves, que refletem sua preocupao no artigo A in-sero da mulher no mercado de trabalho, produzido no ano de 2013, momento em que cursavam o segundo ano do curso de Admi-nistrao.

    PALAVRA DA EDITORA

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    A revista tcnico-cientfica Estudos em Foco, editada pela FAAT Faculdades, publicada anualmente e destina-se a veicular produes, principalmente artigos cientficos, relatos de pesquisas, ensaios e resenhas, na rea de Cincias Humanas. O peridico baseado principalmente na produo oriunda do corpo discente da FAAT, mas tambm traz contedos produzidos em outras instituies. Diretores da Mantenedora da FAATMarilisa PinheiroHercules Brasil VernalhaJoo Carlos da SilvaJlio Csar RibeiroManoel FerrazDiretor Geral de AdministraoSaulo Brasil Ruas VernalhaDiretor AcadmicoGilvan Elias PereiraDiretor Administrativo-FinanceiroElias dos Santos ReisDiretora de ComunicaoMaria Gorette Loureno NobreDiretor de Manuteno, TI e Projetos PrediaisAngel Henrique Rodrigues de SouzaEditora Danielle Guglieri LimaConselho EditorialGiuliano Tosin; Hercules Brasil Vernalha; Keli Cristina Conti; Marli Amlia Lucas Pereira; Marcos Roberto de Faria Bernardi; Glria Aparecida de Oliveira.BibliotecriaAline de Freitas. 8 Regio - CRB n 8860Projeto grfico e diagramao: Osni Tadeu DiasImagem de capa: Marta Alvim

    EXPEDIENTE

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    DISCURSO DE AUTOAJUDA: UMA POSSIBILIDADE DE MERCADO EDITORIAL

    Danielle Guglieri Lima1

    Raquel Vacari2

    Cristiane da Silva Ferreira3

    RESUMO

    Este artigo tem como objetivo examinar a constituio do ethos discursi-vo no discurso de autoajuda, sob a perspectiva da Anlise do Discurso, mais especificamente sob as propostas de Dominique Maingueneau, analista do discurso de linha francesa. O interesse pela categoria ethos discursivo justifi-ca-se pelo fato de ser possvel, por meio dela, construir a imagem do sujeito do discurso. Ressalta-se, entretanto, que este sujeito no emprico, mas enunciativo. Com isso, podemos verificar quais os mecanismos discursivos utilizados pelo enunciador para se manifestar e conquistar a adeso dos seus co-enunciadores. Como corpus de anlise foi selecionado o captulo A vida um verbo, do livro Faa o seu corao vibrar, de autoria de Osho e publicado em 2005.

    PALAVRAS-CHAVE: Anlise do Discurso, autoajuda, Osho.

    CONSIDERAES INICIAISTendo em vista que o gnero

    autoajuda vem se expandido na so-ciedade e conquistando um espao expressivo no mercado editorial, torna-se necessrio analisar este gnero como uma prtica discur-siva, cuja apreenso se d em sua materialidade lingustica e em suas condies de produo.

    Associada ao gnero do discur-so, Maingueneau postula as cate-

    1. Doutoranda PUC-SP e bolsista CAPES no programa de Lngua Portuguesa. Professora Universitria das disciplinas de Introduo e Recursos de Marketing da FAAT e de Comunicao Empresarial da ESAGS/FGV.2. Doutoranda PUC-SP e bolsista CAPES no programa de Lngua Portuguesa. Professora Universitria das disciplinas de Lngua e Literatura no programa de ps-graduao da Faculdade SABERES e FAESA.3. Doutoranda PUC-SP e bolsista CAPES no programa de Lngua Portuguesa. Professora Universitria das disciplinas de Leitura e interpretao de textos da Faculdade Baro de Piratininga Polo So Roque.

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    A questo da Educao e Lei-tura no poderia ficar de fora e, dessa forma a professora Marli Amlia Lucas Pereira, Professora e coordenadora do curso de Pe-dagogia da FAAT- Faculdades Ati-baia; orientadora no Projeto Bolsa Alfabetizao, disponibilizou para este nmero trs artigos de suas orientandas que se complemen-tam, a saber: Desenvolvimento de comportamentos leitores: a expe-rincia com alunos em faze de alfa-betizao, de autoria da aluna do terceiro ano de Pedagogia, Silvana Saraid da Silva; O uso da recei-ta como estratgia de leitura com alunos que no leem convencional-mente: um relato de experincia, de autoria da aluna Michele Rocha Gerage de Melo; e, finalmente, A leitura feita pelo aluno: relato de uma experincia no projeto Bolsa Alfabetizao, de autoria de Gra-ziela Aparecida Ramos.

    Da mesma forma que a profes-sora Marli rene pesquisas atuais e relevantes sobre a leitua, a pro-fessora Keli Conti, Doutoranda em educao, pela Universidade Esta-dual de Campinas e professora da FAAT tambm o faz apresentando trs relatos de experincias de suas alunas da Ps-Graduao da FAAT em Metodologia de Ensino dos Anos Iniciais do Ensino Fundamen-tal na FAAT, a saber: O aluno com deficincias mltiplas: o desafio do

    professor, de autoria de Sueli Apa-recida Bianchi, a qual trabalha na rede municipal de Atibaia na EMEF. Dr. Jos Aparecido Ferreira Franco; As possibilidades do Jogo A Larga-da na resoluo de situaes-pro-blema em matemtica, produzi-dos pelas alunas Adriana Batista Pasini Iijim e Nancy de Ftima Alves Luciano; bem como o texto Gran-dezas e medidas do cotidiano no contexto escolar, produzido pela aluna Aracy de Oliveira, aluna da Ps-Graduao e Professora da E. M. E. F. Dr. Jos Aparecido Ferrei-ra Franco

    Finalizando este nmero da Es-tudos em Foco, apresentamos um artigo que no pode ser deixado de ler, uma vez que trata sobre a ques-to da incluso na perspectiva da arte, sob autoria de Patrcia Anfra, aluna do curso de Artes da FAAT Fa-culdades, orientada pelo professor Giuliano Tosin que escreve Arte e educao no-formal: reflexes sobre o papel do arte-educador na incluso social.

    Leia, interaja e aproveite esta publicao que de todos ns. Quem sabe o prximo artigo no seja o seu? Converse com seu pro-fessor.

    Espero que todos tenham uma excelente e inspiradora leitura.

    Profa. Danielle Guglieri Lima - Editora [email protected]

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    Segundo o site oficial de Osho no Brasil4, h a indicao de que ele no seria um ser humano co-mum pois, desde sua infncia, na ndia, mostrava-se diferente por no seguir as convenes do mun-do sua volta.

    Ele passou seus primeiros sete anos de sua vida com os avs ma-ternos, que lhes permitiram que no seguisse tais convenes, uma vez que era diferente, pois

    (...) nunca fugia de contro-vrsias. Para Osho, a verda-de no pode fazer conces-ses, pois assim deixa de ser verdade. E a verdade no uma crena, mas uma expe-rincia. Ele nunca pede s pessoas para acreditarem no que ele diz, mas, ao contr-rio, pede que experimentem e percebam por si mesmas se o que ele est dizendo verdadeiro ou no. Ao mes-mo tempo, ele implacvel ao encontrar meios e manei-ras de revelar o que as cren-as de fato so meros con-solos para amenizar nossas ansiedades frente ao desco-nhecido, e barreiras para o encontro de uma realidade misteriosa e inexplorada (www.oshobrasil.com.br).

    Aps sua iluminao, nomen-clatura muito sugestiva, aos 21 anos de idade, Osho completou seus es-tudos acadmicos e passou vrios anos ensinando Filosofia, viajando e palestrando por toda a ndia e por muitos outros pases, desafiando diversos lderes religiosos, em deba-tes pblicos, e pessoas de todas as posies sociais. Leitor nato; estu-dou tudo o que pde para expandir sua compreenso dos sistemas de crena e da psicologia do homem contemporneo.

    Permeando como um fio todos os aspectos do trabalho de Osho, est uma viso que engloba tan-to a sabedoria perene do Oriente, como o potencial mais elevado da cincia e da tecnologia ocidentais. Osho tambm conhecido pela sua revolucionria contribuio cincia da transformao interior, com uma abordagem de medita-o que leva em considerao o rit-mo acelerado da vida contempor-nea. Suas meditaes ativas so estruturadas de modo a primeiro aliviar as tenses acumuladas no corpo e na mente, para que ento fique mais fcil experimentar o es-tado de meditao relaxado e livre de pensamentos.

    Apesar de o discurso do texto por ns aqui selecionado para anli-se ser considerado por muitos como

    4. http://www.oshobrasil.com.br/osho.htm.

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    gorias de cenas enunciativas, as quais formam uma trade: cena en-globante, cena genrica e cenogra-fia, pelo fato de este autor defender o pressuposto de que todo discurso encenado quando de sua enuncia-o. Alm das cenas enunciativas, interessa-nos tambm observar a categoria interdiscurso, que, segun-do Maingueneau, visto como um espao de embates ou de trocas entre os discursos que perpassam o interdiscurso. Dessa forma, para compreender o funcionamento dis-cursivo do gnero autoajuda, faz-se necessria a verificao dos vrios discursos que perpassam o discurso de autoajuda.

    O artigo est organizado da se-guinte forma: primeiramente foi feita uma abordagem das condi-es de produo do corpus sele-cionado, depois consideraes so-bre o gnero autoajuda e o aporte terico e por fim a anlise do ethos discursivo do enunciador.

    CONDIES DE PRODUO DO CORPUSO autor do texto A vida um

    verbo, Osho, era um lder espiri-tual indiano, muito em evidncia nas dcadas de 60-70. Com pen-samentos muito frente de sua poca, no final da dcada de 60, comeou a desenvolver tcnicas de meditao ativa e ficou sendo mais conhecido no Ocidente no incio

    dos anos 70.Osho era formado em Filosofia,

    e seus ensinamentos desafiavam categorizaes, abrangendo desde buscas individuais por significados at assuntos sociais e polticos mais urgentes da sociedade poca. Seus livros no foram escritos por ele, mas transcritos de gravaes em udio e vdeo de suas conver-sas e palestras, muitas vezes feitas de improviso a plateias do mundo inteiro, por um perodo de 35 anos.

    Alguns crticos literrios con-sideravam Osho como o homem mais perigoso desde Jesus Cristo. Sobre seu prprio trabalho, Osho dizia que estava ajudando a criar as condies para o nascimento de um novo tipo de ser humano. Frequentemente, ele caracterizava esse novo ser humano como Zor-ba, o Buda capaz tanto de des-frutar os prazeres da terra, como um Zorba, o Grego, quanto de desfrutar a silenciosa serenidade, como Gautama Buda.

    Em 1974, uma comuna estabe-leceu-se volta de Osho, em Puna, ndia, e logo aos poucos visitantes do Ocidente tornaram-se bastante numerosos. Ele ficou conhecido no mundo todo e morreu na d-cada de 90, embora, segundo seu site Osho nunca nasceu, nunca morreu. Apenas visitou este plane-ta Terra entre 11 de dezembro de 1931 e 19 de janeiro de 1990.

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    logia do Estado de So Paulo, ba-seado nos dados da Cmara Brasi-leira do Livro, mostra que, no que diz respeito s vendas,

    Em 1994, elas no ultrapas-savam a 411,9 mil exem-plares. No ano 2000 o seg-mento das obras gerais, no qual se inserem os livros de autoajuda, cresceu 7%. En-tre 1997 e 1998, as vendas desse segmento dobraram, passando de 1,1 milho para 2,1 milhes de exemplares vendidos.

    As promessas sedutoras das obras de autoajuda garantem de modo fcil um pblico cati-vo, pois garantem, de um modo simples, por meio de receitas, a realizao de desejos e a solu-o de problemas comuns a to-dos ns. Entretanto, vale lembrar, que essas tcnicas de autoajuda no tm qualquer comprovao de eficcia. De concreto, sabe-se que os discursos de autoajuda vendem falsas esperanas, iludin-do uma camada desesperada da populao, e que seus autores e as editoras que publicam os livros lucram rpido e facilmente com a vendagem.

    Do ponto de vista editorial, um livro desse formato construdo para um leitor menos crtico e com

    problemas de relacionamento, que deseja uma leitura fcil e com res-postas rpidas, na forma de recei-tas para seus problemas, enquan-to que, do ponto de vista comercial, um livro que vende muito e est preocupado com o que as pessoas querem ouvir, no com a qualidade do contedo abordado.

    Importante ainda ressaltar que, no poucas vezes, os autores dos discursos de autoajuda pretendem pass-los ao leitor como tcnicas cientficas, esotricas ou religiosas. Segundo Arnaldo Chagas, psiclo-go, e membro do Conselho Regio-nal de Psicologia do Estado de So Paulo, [...] o discurso de autoaju-da funciona, em geral, de forma semelhante ao discurso religioso: evoca certezas, no lida com dvi-das, vulnerabilidades ou insuficin-cias humanas (CRPSP, 2012).

    Segundo Pereira (2005), im-portante, tambm, num livro de autoajuda a disposio dos ele-mentos grficos da capa, a qual deve ser simples e direta, com um ttulo orientador, ou seja, que v ao encontro imediato do que est no contedo.

    Ressalta-se ainda que do con-senso, entre os autores desse g-nero, que a vida deve ser encarada de forma positiva. De forma sim-ples e reducionista, eles pregam que pensamentos positivos trazem realizaes em todas as esferas de

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    um discurso espiritual, ns o enten-demos tambm como um discurso de autoajuda, portanto condizente com a anlise em questo.

    O discurso de autoajudaDe acordo com um conceito

    dicionarizado, o substantivo fe-minino autoajuda refere-se a: 1. Procedimento que consiste em fa-zer uso dos prprios recursos para atingir objetivos prticos ou resol-ver dificuldades; 2. Srie de orien-taes e conselhos que tm por fim permitir este procedimento. A ttulo de exemplo para o primeiro conceito, podemos citar os servi-os de autoajuda, ou autoservi-os, muito difundidos atualmente, como os servios de self-services e os sistemas de pagamento banc-rio automatizados, cujos objetivos so a economia de tempo e a redu-o de custos. Quanto ao segundo conceito, exemplificamos como o discurso dos livros de autoajuda, discursos esses literalmente intitu-lados de autoajuda, e que objeto de anlise deste artigo.

    O discurso de autoajuda ser aqui considerado como aquele que fundado na ideia de que basta o indivduo acreditar em si mesmo para que ele possa atingir seus ob-jetivos de vida, seja uma melhora espiritual, emocional, intelectual ou financeira, ou se transformar como pessoa.

    A grande maioria das publica-es de autoajuda baseada na valorizao da estima do homem, propagando a ideia de que o suces-so depende apenas das aes de cada um, como tambm o fracasso. Est ao alcance de todos e contra-ria a realidade econmica desigual e a competitividade no mercado de trabalho (CRPSP, 2012). jus-tamente pelo fato de que h um nmero crescente de pessoas com ansiedade, depresso e outros pro-blemas consequentes do quadro atual desenfreado de competitivi-dade por um lugar no mercado de trabalho, que h um aumento sig-nificativo de vendas dos livros de autoajuda.

    O Conselho Regional de Psico-

    Danielle Guglieri Lima

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    enunciao. Diante do exposto, por meio da

    anlise do interdiscurso, utilizan-do-se das cenas de enunciao, possvel construirmos um ethos do sujeito que enuncia; no um sujei-to emprico, de carne e osso, mas um sujeito enunciativo, desvelado por meio do ethos discursivo.

    2.1 O primado do interdiscursoComo j dito anteriormente,

    Maingueneau (2008a) ressalta que todo discurso constitutivo por outros discursos, seja por uma he-terogeneidade mostrada (como os discursos citados entre aspas, au-tocorrees, os ditos etc.), seja por uma heterogeneidade constitutiva, que no explcita, mas que per-ceptvel devido nossa competncia genrica.

    Segundo Maingueneau (2008a), o primado do interdiscurso inscre-ve-se exatamente [...] nessa pers-pectiva de uma heterogeneidade constitutiva, que amarra, em rela-o inextricvel, o Mesmo do dis-curso e seu Outro. Assim, justa-mente o que vem deste Outro que importa a AD, porque inesgot-vel. Se pensarmos nas diferentes possibilidades de atravessamentos discursivos, fcil entender as in-meras possibilidades de anlise, uma vez que no h e nunca ha-ver um discurso neutro, porque todo discurso est marcado por um

    posicionamento do sujeito.Se tal posicionamento represen-

    ta a viso que se tem do mundo, e este, de certa forma, promove um assujeitamento, preciso liberar-se dessa ideia e aceitar que no exis-tem discursos originais, mas reedi-tados e essa reedio denomina-se interdiscursividade, a qual compor-ta a identidade de campos discur-sivos e os embates, que podem ser do mesmo campo social.

    Maingueneau (2008a), para fa-cilitar a compreenso do que para ele venha a ser interdiscurso, divi-de-o numa trade: universo discur-sivo, campo discursivo e espao discursivo.

    O universo discursivo [...] o conjunto de formaes discursivas de todos os tipos que interagem numa conjuntura dada (MAIN-GUENEAU, 2008a, p. 33). Esse con-junto de possibilidades finitas, no importando, em sua forma totalitria, ao analista do discurso.

    Por campo discursivo, entende-se [...] um conjunto de formaes discursivas que se encontram em concorrncia, delimitam-se reci-procamente em uma regio de-terminada do universo discursivo (MAINGUENEAU, 2008a, p. 34). Salienta-se que concorrncia, nes-se caso, inclui tanto um confronto aberto entre os discursos, quanto suas alianas, neutralidades apa-rentes.

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    nossa vida, da o nome autoajuda: ajudar se a si mesmo, ou seja, fazer algo que j sabido, ou seja:

    A maioria das publicaes de autoajuda baseia-se na valorizao da estima do in-divduo, pregando a ideia de que o sucesso depende de aes que esto ao alcan-ce de todos, contrariando a prpria realidade econmica e culturalmente competitiva e desigual de nossa socieda-de. A facilidade prometida por essas tcnicas atraente, fazendo com que os leitores percam o senso crtico e des-considerem a falta de funda-mentao (CRPSP, 2012).

    Aps essas prvias, interessa-nos neste espao observar e ana-lisar o discurso de autoajuda aqui escolhido tomando como metodo-logia as categorias de anlise pro-postas por Dominique Maingue-neau, a saber: o interdiscurso e as cenas de enunciao, para, dessa forma, construirmos o ethos dis-cursivo do enunciador do discurso de A vida um verbo.

    QUADRO TERICO DA ANLISE DO DISCURSOO quadro terico da Anlise do

    Discurso atualmente no Brasil bem variado por comportar teorias

    de diversificados autores, no mais constitudo daqueles que perten-ciam ao ncleo duro, que opera-vam a partir dos conceitos de P-cheux e Althusser. Por isso, dentre os autores da AD atual, elegemos aqui Dominique Maingueneau, que reformulou e ampliou muitos con-ceitos da anterior AD.

    Maingueneau (2008a) prope que o discurso seja observado sob a perspectiva de uma semntica global, composta por algumas ca-tegorias de anlise, que permitem compreender o funcionamento discursivo, tanto na ordem do enun-ciado, quanto da enunciao, res-saltando-se que essas categorias relacionam-se entre si durante a produo do discurso. Nesse espa-o, para a anlise do corpus esco-lhido, elegemos trs categorias, a saber: o interdiscurso, as cenas de enunciao e o ethos discursivo.

    Considera-se aqui uma das mais importantes categorias: o primado do interdiscurso. Para Maingueneau (2008a), o discurso ultrapassado por diversos discursos, passando aquele a ser um local de embate e concorrncia desses ltimos. Dessa forma, esse autor entende que o in-terdiscurso precede o discurso.

    Outro fator a considerar que ,para Maingueneau (2008b) todo discurso encenado e, assim sendo, esse analista postula outra categoria de anlise: as cenas de

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    A articulao entre o lingustico e o social tambm est presente nos estudos de Maingueneau acer-ca dos gneros do discurso, pois eles pertencem aos inmeros tipos de discursos vinculados s ativida-des sociais. O autor agrega a no-o de contrato, advindo do Direi-to, para tratar de gneros, porque toda enunciao regida pela pr-tica social do sujeito que enuncia. No podemos, portanto, dizer o que queremos, em qualquer lugar para todo indivduo, porque essa prtica, que emerge como gnero, presume um contrato.

    Segundo Maingueneau (1997, p. 35), a existncia de um gnero ocorre a partir do momento em que vrios textos se submetem a um conjunto de coeres comuns. Essas coeres no se restringem ao aspecto formal dos gneros, conforme j apontamos, pois tais aspectos esto ligados s condi-es de enunciao que envolvem o estatuto do enunciador e s cir-cunstncias histrico-sociais em que se manifesta o gnero.

    Maingueneau (1997, p. 33) afir-ma tambm que os gneros so associados a uma cena enunciati-va, pois a teoria do discurso no uma teoria do sujeito antes que esse enuncie, mas uma teoria da instncia da enunciao. Ele clas-sifica, dessa maneira, os gneros a partir da relao estabelecida en-

    tre a cena genrica e a cenografia.Desse modo, a concepo de

    gnero no se limita , segundo o autor, a um conjunto de carac-tersticas formais. Maingueneau prope a articulao do como dizer aos fatores da enunciao. Esse como dizer est associado presena de uma voz, um ethos investido historicamente de valo-res partilhados socialmente. Esse conceito, portanto, est ligado questo da identidade social.

    2.3 Cenas da enunciaoPara Maingueneau (1997, 2001,

    2008b, 2011), a enunciao dos dis-cursos se desenrola dentro de um quadro cnico, que , ao mesmo tempo, um quadro e um processo. Sendo assim, para esse autor, todo discurso encenado, e sero as ce-nas de enunciao as responsveis por comporem esse quadro cni-co. Da mesma forma, os sujeitos da enunciao enunciador e co--enunciador so os responsveis pela encenao do discurso quando do processo de comunicao.

    Concernente s cenas de enun-ciao, Maingueneau (2011) postula uma tripartio, a saber: cena englo-bante, cena genrica e cenografia.

    A cena englobante, corres-ponde ao tipo de discurso. Para exemplificar, utilizamos o mesmo exemplo de Maingueneau (2011, p. 86):

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    Por fim, o espao discursivo, o recorte que o analista faz do cam-po discursivo, objetivando seu ob-jeto de anlise. naquele espao que o discurso do Outro se mani-festa, no sendo esse um fragmen-to localizvel, uma citao ou uma entidade externa que se d a ver.

    Em suma, para a AD todos os discursos, quando articulados, dei-xam espaos que so atravessados por outros discursos e que essas inmeras possibilidades heterog-neas buscam, dentro de vrias pos-sibilidades, certa autonomia, de-terminada pela reelaborao dos saberes imbricados, ou seja, para a AD todas as diferenas, por meno-res que sejam, so incorporadas ao interdiscurso, pois a partir dessa constituio, que outras categorias podero ser analisadas.

    2.2 Gneros do discursoPara Maingueneau (2011, p.

    59, grifo do autor), todo texto pertence a uma categoria de dis-curso, a um gnero de discurso. No entanto, vale lembrar, que esse postulado tem sua origem em Ba-khtin (2010), um dos autores mais citados em se tratando do concei-to de gnero do discurso, pois sua abordagem feita por um ngulo scio-histrico, articulando as di-menses histrica e normativa dos gneros.

    Bakhtin (2010) define os g-

    neros como tipos relativamen-te estveis de enunciados que se constituem historicamente a partir das situaes de interao verbal. Como as possibilidades da ativida-de humana so inesgotveis, te-mos, com isso, uma variedade de gneros.

    Assim, a cada nova situao de interao, surgem novos gneros que refletem as condies e as fina-lidades dessas situaes por meio de trs elementos que se fundem: o contedo temtico, o estilo ver-bal e a construo composicional. Todavia, Bakhtin (2010) no se limi-ta a reconhecer o gnero somente pela sua dimenso lingustica, pois leva em considerao o papel dos sujeitos no uso e na construo de sentidos.

    Cristiane da Silva Ferreira

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    ridade ao que dito, constitudo pelo carter e pela corporalidade. Segundo Maingueneau (1997, p. 47),

    O carter corresponde aos traos psicolgicos que o leitor-ouvinte atribui es-pontaneamente figura do enunciador em funo do seu modo de dizer e a corpo-ralidade representao do corpo do enunciador da for-mao discursiva.

    Sob a concepo de Maingue-neau, o ethos um processo in-terativo de influncia sobre o ou-tro em que o co-enunciador tem condies de formar, pelos ndices fornecidos pelo texto e pela com-petncia discursiva, uma represen-tao do sujeito-enunciador. Este, por sua vez, desempenha o papel de um fiador responsvel pelo que se enuncia no discurso. No , por-tanto, o sujeito emprico que se manifesta na enunciao.

    O CORPUSO corpus selecionado para

    essa anlise o texto A vida um verbo, de autoria de Osho, e que faz parte de sua obra Faa seu corao vibrar.

    A VIDA UM VERBOA linguagem criada para o uso

    dirio, criada para a vida munda-

    na. No que diz respeito a isso, ela boa. perfeitamente adequada para o mercado, mas, quando voc comea a mergulhar em guas mais profundas, ela se torna cada vez mais inadequada no apenas inadequada: ela comea a ficar ab-solutamente incorreta.

    Por exemplo, pense nestas duas palavras: experincia e experien-ciar. Quando voc usa a palavra experincia, ela lhe transmite uma sensao de concluso, como se algo tivesse chegado a um ponto final. Na vida no existem pontos finais. A vida no sabe absoluta-mente nada sobre pontos finais ela um processo contnuo, um rio eterno. O objetivo nunca chega. Est sempre chegando, mas nunca chega. Portanto a palavra expe-rincia no correta. Ela transmite uma noo falsa de concluso, de perfeio. Faz com que voc sinta que chegou. Experienciar muito mais verdadeiro.

    No que diz respeito vida de verdade, todos os substantivos so errados, s os verbos so ver-dadeiros. Quando voc diz Isto uma rvore, est fazendo uma afirmao errada do ponto de vista existencial. No do ponto de vista lingustico ou gramatical, mas do ponto de vista existencial voc est fazendo uma afirmao errada, porque a rvore no uma coisa esttica. Ela est crescendo. Ela

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    Quando recebemos um fo-lheto na rua, devemos ser capazes de determinar a que tipo de discurso ele pertence: religioso, poltico, publicitrio etc., ou seja, qual a cena englobante na qual preciso que nos situemos para inter-pret-lo, em nome de qu o referido folheto interpela o leitor, em funo de qual fi-nalidade ele foi organizado.

    Por sua vez, a cena englobante, por exemplo, a poltica, implica um cidado dirigindo-se a outro ci-dado. Porm, o cidado recep-tor, melhor dizendo, o co-enun-ciador, no trata diretamente com o poltico, o religioso ou o filsofo empricos, mas com o gnero do discurso oriundo desses enuncia-dores, ou seja, com os gneros de discurso especficos.

    Todavia no diretamente com o quadro cnico que o leitor (co--enunciador) ir se confrontar, mas com uma cenografia oriunda desse quadro, sendo ela a responsvel pela legitimao da enunciao. Ressalta-se ainda que por meio da cenografia que um enuncia-do ir se legitimar, sendo que, ao mesmo tempo, esse deve legitimar a cenografia, construindo-se, por esse modo, um processo de enla-amento paradoxal. Desse modo, utilizando-se das palavras de Main-

    guenau (2011, p. 87, grifo do au-tor), [...] a cenografia ao mesmo tempo a fonte do discurso e aquilo que ele engendra [...].

    Outra caracterstica da ceno-grafia que deve ser salientada sua plasticidade. Existem alguns gne-ros discursivos que podem se uti-lizar de cenografias variadas como por exemplo, os gneros publicit-rios; j outras so mais estanques como, por exemplo, a cenografia de um epitfio.

    2.4 Ethos enunciativoA AD passou a contemplar em

    seu quadro, a partir da dcada de 80, a noo de ethos discursivo, ao constatar que todo discurso, seja oral ou escrito, inseparvel de uma vocalidade, por meio da qual construmos uma imagem e, consequentemente, uma persona-lidade do enunciador. Por isso, a AD se apropriou da noo de ethos advinda da retrica antiga, porm dentro do quadro enunciativo.

    Na perspectiva de Maingue-neau, o ethos discursivo conce-bido como uma noo sociodiscur-siva que compreende o social e se manifesta no discurso. Portanto, deve ser apreendido em situaes de comunicao. Assim, o que dito e o tom com que dito so in-separveis.

    O tom, cuja funo dar auto-

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    O catlico acredita em Deus, o comunista acredita em um no deus: ambos so crentes. V para a Caaba ou v para o Comintern, v para a Kailasa ou para o Kremlin tudo a mesma coisa. O crente acre-dita que assim, o descrente acre-dita que no . E pelo fato de os dois j terem chegado a uma con-cluso, sem se darem ao trabalho de ir l e descobrir por si mesmos, quanto mais forte for a crena, maior ser a barreira. Eles nunca faro uma peregrinao, no pre-ciso. Vivero cercados pela prpria iluso, criada e sustentada por eles mesmos. Pode ser reconfortante, mas no libertador. Milhes de pessoas esto desperdiando a vida com a crena e a descrena.

    A busca pela verdade comea quando voc deixa de lado todas as crenas. Voc diz: Eu gostaria de encontrar a verdade por mim mesmo. No acreditarei em Cris-to e no acreditarei em Buda. Eu gostaria de me tornar eu mesmo um cristo ou um Buda. Gostaria de ser uma luz para mim mesmo. Por que voc no deveria ser cristo? Seja um Cristo se voc puder, mas no seja um cristo. Seja um Buda se tiver algum respeito por si mes-mo, mas no seja um budista. O budista acredita. O Buda sabe.

    Se voc pode saber, se poss-vel saber, ento por que se conten-tar em acreditar?

    Voc tem que entender a di-ferena entre conscincia moral e conscincia.

    A conscincia sua.A conscincia moral transmi-

    tida pela sociedade. Ela uma im-posio sobre a sua conscincia.

    Cada sociedade impe um tipo de ideia sobre sua conscincia, mas todas elas impem alguma coisa. E depois que algo imposto sobre a sua conscincia, voc no mais capaz de escut-la ela fica muito distante. Entre a sua conscincia e voc se ergue uma parede espessa de dever e de moral que a socieda-de lhe imps desde sua mais tenra infncia.

    XXXA menos que voc faa uma pes-

    soa se sentir culpada, voc no con-segue escraviz-la psicologicamen-te. E impossvel aprision-la a uma certa ideologia, a um certo sistema de crena.

    Mas depois que voc cria culpa na mente da pessoa, toma tudo o que havia de coragem nela. Destri tudo o que havia de aventureiro nela. Reprime todas as possibili-dades de que ela seja, um dia, um indivduo por seus mritos.

    Com a ideia de culpa, voc quase extirpa o potencial humano dessa pessoa. Ela nunca poder ser independente. A culpa a forar a depender de um messias, de um

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    nunca est em um estado de au-sncia de ser, est sempre se tor-nando algo. De fato, cham-la de rvore no est correto. Ela est ar-borescendo. O rio est enriezando.

    Se voc olhar a vida a fundo, os substantivos desaparecem e s fi-cam os verbos. Mas isso criar um problema no mundo l fora. Voc no pode dizer s pessoas: Eu fui a um enriezando. Ou Esta manh vi uma linda arborescendo. Elas iriam achar que voc ficou louco! Mas nada esttico na vida. Nada est em repouso.

    XXXMaturidade nada tem a ver

    com as experincias exteriores da vida. Tem algo a ver com a sua jor-nada interior, com as experincias do seu interior. Maturidade um outro nome para a realizao: voc chegou plenitude do seu poten-cial, tornou-se voc de verdade. A semente empreendeu uma longa jornada e floresceu.

    XXXO crente no algum que bus-

    ca. O crente no quer buscar nada. por isso que ele acredita. O crente quer evitar a busca, por isso ele acre-dita. O crente quer ser levado, salvo. Ele precisa de um salvador, ele est sempre em busca de um messias algum que possa comer por ele, mastigar por ele, digerir por ele.

    Mas, se eu comer, a fome que voc tem no ser saciada. Nin-gum pode salv-lo, a no ser voc mesmo.

    A crena no tem nada a ver com a verdade. Voc pode acreditar que noite, mas o dia no vai anoi-tecer s porque voc acredita nisso. Ele no vai tornar-se noite. Voc est vivendo um tipo de alucinao.

    Existe este perigo na crena: ela faz voc achar que conhece a verdade. E como faz voc achar que conhece a verdade, isso se tor-na uma grande barreira na busca. Acredite ou desacredite, e voc estar bloqueado porque a des-crena nada mais do que a crena numa forma negativa.

    Raquel Vacari

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    o novo, ou seja, cria verbos como experienciar, enriezando e arbo-rescendo, que podem ser conside-rados como nuances de poesia. Te-mos, portanto, o atravessamento do discurso potico.

    Tal ethos, porm, se revela con-traditrio, porque pede para seu co-enunciador empregar tais ver-bos no dia a dia quando, na realida-de, sabe que isso no ser acatado pelos demais, visto que provocar um estranhamento. importante que se examine as linhas seguintes:

    Quando voc diz Isto uma rvore, est fazendo uma afirma-o errada do ponto de vista exis-tencial. (l.14); Mas isso criaria um problema no mundo l fora. Voc no pode dizer s pessoas: Eu fui a um enriezando. Ou Esta manh vi uma linda arborescendo. Elas iam achar que voc ficou louco! (l.19)

    A seguir, o enunciador delimita bem a posio que o outro ocupa no discurso, por meio do prono-me demonstrativo sua e seu. Com isso, o enunciador se coloca, na linha 24, em uma posio supe-rior, j que ele no se depara com esses problemas. E nem poderia, pois no gnero autoajuda o enun-ciador o aconselhador, represen-ta a fora maior, tal como se per-cebe em tem algo a ver com a sua jornada interior, com as experin-cias do seu interior. Maturidade um outro nome para a realizao:

    voc chegou plenitude do seu potencial.

    No que se refere cena englo-bante (tipo de discurso) do discur-so em anlise, o quadro cnico perpassado por vrias cenas englo-bantes, como as pertencentes ao tipo de discurso didtico, potico, da natureza, mstico e religioso. Diante disso, no se pode dizer que a cena englobante nica, na me-dida em que ela vai se construindo e se modificando ao longo da inte-rao dialgica entre enunciador e co-enunciador.

    Adiante, h claramente a pre-sena do discurso religioso, pelo uso reiterado da palavra crente e suas flexes, assim como a iden-tificao da religio catlica, como na linha 40 quando diz o catlico acredita em Deus. Tambm faz a mesma analogia para preferncias polticas, dizendo que o comu-nista acredita em um no Deus. Nesse ponto, o enunciador trata de posturas antagnicas, mas que se complementam para explicar que o fato de crer e descrer implica, ne-cessariamente, no fato de ter uma percepo terminada das suas opi-nies, postura essa, muito criticada pelo enunciador.

    Diferentemente do mstico, o discurso religioso tem outra cono-tao e outros termos de perten-cimento. Enquanto o mstico trata de questes da espiritualidade hu-

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    ensinamento religioso, de Deus, de conceitos de cu e inferno, de toda essa coisa. E para criar a culpa voc s precisa de algo muito simples: comece a falar de erros, enganos pecados.

    3.1 Anlise do CorphusMuitos discursos permeiam uns

    aos outros, dessa forma, com o tex-to em questo, no ser diferente, uma vez que, como j mencionado, o discurso possui inmeros espaos por onde transitam outros discur-sos: o primado do interdiscurso sobre o discurso. No discurso de au-toajuda em anlise, podemos visua-lizar outros discursos perpassados, como o da didtica, quando o sujei-to se prope a ensinar o que fazer para ser feliz; o discurso lingustico, quando h o tratamento das classes gramaticais, claramente expressas nas palavras substantivo e verbo, ambas presentes na linha 19.

    Outro discurso muito marcado o da Biologia, quando trata de flora, ao explicar a questo da r-vore arborescendo ou do rio que vai enriezando, presentes nas linhas 18 e 21, dentre outras; e, fala da fauna, quando trata de ns, seres humanos, que habitamos o planeta.

    Ao empregar o discurso da Bio-logia, o enunciador trata do ciclo da vida, por meio do uso da pa-lavra maturidade, (linha 22) que

    implica todo o resto da vivncia de uma pessoa, pois a maturidade s aparece depois da infncia e da ju-ventude.

    O enunciador instala o prono-me voc, com quem se dirige di-retamente. Isso consiste em uma estratgia eficaz, pois o enuncia-dor tem em mente a imagem do co-enunciador pr-construda: um sujeito com problemas de relacio-namento, financeiro, profissional, que est em busca de solues rpidas. O co-enunciador, por sua vez, tambm constri uma repre-sentao desse enunciador, por meio de ndices oferecidos pelo texto.

    nesse sentido que o ethos discursivo concebido por Main-gueneau como um processo inte-rativo, que age sobre o outro. O co-enunciador se depara com um ethos seguro de si, decidido, que vem para solucionar todos os seus problemas. O gnero autoajuda, de certa forma, prev a manifestao desse tipo de ethos. Da vem a con-testao de crticos e estudiosos sobre a qualidade desses livros, pois no h cientificidade naquilo que dito. H, na verdade, uma frmula, uma espcie de receita seguida pelos enunciadores desse gnero discursivo.

    No caso desse recorte, o enun-ciador, com o intuito de impressio-nar seu co-enunciador, tenta dizer

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    Com a ideia de culpa, (l.72) voc quase extirpa o potencial humano dessa pessoa. Ela nunca poder ser independente. A culpa a forar a depender de um messias, de um ensinamento religioso, de Deus, de conceitos de cu e inferno, de toda essa coisa.

    Ledo engano pensar que o discurso de enunciador no te-nha uma ideologia; justamente o contrrio que ocorre, pois, por mais livre que as pessoas sejam, precisam de algo que as centralize em um grupo. O ser humano preci-sa de um grupo para viver e, den-tro da sociedade do enunciador, os adeptos seguiriam a ideologia dele, que a de no ter a ideolo-gia alheia, conforme seu discurso nas linhas 68-72 a culpa a forar a depender de um messias, de um ensinamento religioso, de Deus, de conceitos de cu e inferno, de toda essa coisa. E para criar a culpa voc s precisa de algo muito simples: comece a falar de erros, enganos pecados.

    H uma falsa ideia de liberdade e de vivncia natural e soberana, pois, quando filosofa sobre a ques-to do messias, se refere a um deus e a seus ensinamentos, mas quem o deus? A quem os homens devem reverenciar? A algum que no os deixa culpados? Conforme trata em a menos que voc faa um a pessoa se sentir culpada, voc no

    consegue escraviz-la psicologica-mente. E impossvel aprision-la a certa ideologia, a certo sistema de crena. Nas linhas 64-66.

    O enunciador critica a culpa e enaltece a liberdade, a reviso de atos como erros e enganos, no prega a questo do pecado, mas trabalha com uma palavra muito forte, presente na fala de Jesus, que verdade nos remetendo ao famoso Eu sou o caminho, a ver-dade e a vida.

    Se Jesus a verdade e Ele o cone da maior religio do mundo, o enunciador, que apresenta uma nova verdade, sem amarras e sem culpa, que mostra o que no deve ser temido, que desmistifica a cul-pa incutida em ns pela sociedade em que vivemos, e nos parece, primeira vista, totalmente zen, exatamente o qu? E o que o seu discurso pretende em um universo de pessoas que tm medo e que querem se livrar dele?

    Temos o ethos de um enun-ciador desprovido de sentimentos humanos como a culpa, o medo, os erros, pois coloca-se em uma posi-o superior, cobra do outro o des-prendimento desses sentimentos.

    O discurso de autoajuda no aprofunda questes existenciais do ser humano; mas age no intuito de torn-las simples para o outro. Por isso apela para o imediatismo. Tal procedimento pode gerar certa

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    mana interior, o religioso aborda temas das ideologias s quais se subordinam s Igrejas de um modo geral. Diante disso, as formaes discursivas dos posicionamentos religiosos esto sempre ligadas Bblia. Assim sendo, pode-se afir-mar que h cenas englobantes do tipo de discurso religioso, como na linha 28, quando explica que o crente quer ser levado, salvo. Ele precisa de um salvador, ele est sempre em busca de um messias.

    O ethos desvelado nesse dis-curso o de uma fora maior que Cristo e Buda e, para isso, ele res-significa alguns conceitos cristaliza-dos na sociedade. Como exemplo, temos a palavra crente cujo novo significado pejorativo. Na con-cepo do enunciador, o crente no algum que busca. O crente no quer buscar nada. por isso que ele acredita. O crente quer evi-tar a busca, por isso ele acredita (l.26), ou seja, o crente algum passivo, que espera acontecer e que no tem compromisso ne-nhum com a verdade.

    Quando o sujeito trata da cren-a ou no crena, usa discursos an-tagnicos para provar que a busca pela verdade comea quando voc deixa de lado todas as crenas (l.48), o que torna a aceitao de seu discurso mais fcil para quem l ou escuta.

    O ser humano tem um amplo le-

    que de culpa porque diferente dos outros e, por vezes, pode no se enquadrar no que lhe impos-to pela sociedade. Ao tratar desse ponto, na linha 63, o enunciador diz que cada sociedade impe um tipo de ideia sobre sua conscincia, mas todas elas impem alguma coisa e, com isso chega ao ponto fundamental de seu discurso que trazer todos os que se sentem cul-pados, por no estarem dentro do padro social, para uma esfera de crescimento e maturidade, com a mente s algo que pode parecer uma despreocupao com o que os outros pensam.

    O enunciador prope que o co--enunciador se torne, ele mesmo, um Cristo ou um Buda. uma pos-tura autossuficiente, na qual basta acreditar em si mesmo para ter uma vida satisfatria. Outra carac-terstica do gnero autoajuda o fato de se trabalhar com a imagem do co-enunciador, com sua estima, pois se acredita que a origem dos problemas est centrada no su-jeito. Vem da, ento, o termo au-toajuda, conforme mencionamos anteriormente.

    O enunciador v a crena em algo superior como sinal de fraque-za. A fora, segundo ele, est dentro de cada um. No preciso recorrer a nenhum messias, a um ensina-mento religioso, a um Deus, mas se forte, recorre-se a si mesmo.

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    Embora nosso objetivo princi-pal deste trabalho tenha consisti-do em examinar a constituio do ethos discursivo no discurso de au-toajuda, foi comprovado tambm que as outras categorias levanta-das na anlise agem em conjunto na organizao do discurso de au-toajuda, sendo, portanto, indisso-civeis uma das outras.

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICASBiografia de Osho. Disponvel em: . Acesso em: 25 out. 2012.BAKTHIN, Mikhail. Esttica da cria-o verbal. So Paulo: Martins Fon-tes, 2010.Conselho regional de Psicologia de So Paulo: Disponvel em: . Acesso em: 26 out. 2012.MAINGUENEAU, Dominique. No-vas tendncias em anlise do dis-curso. Traduo de Freda Indursky. 3. ed. Campinas, SP: Universidade Estadual de Campinas, 1997.______________, Dominique. Ter-mos-chave da anlise do discurso. Traduo de Mrcio Vencio Barbo-sa e Maria Emlia Amarante Torres

    Lima. Belo Horizonte - MG: UFMG, 1998.______________, Dominique. G-nese dos discursos. Traduo de Srio Possenti. So Paulo: Parbola, 2008a.______________, Dominique. Ce-nas de enunciao. POSSENTI, Srio Possenti e Maria Ceclia Prez de Souza-e-Silva (Orgs.). So Paulo: Parbola, 2008a.______________, Dominique. Do-ze conceitos em anlise do discur-so. Traduo de Adail Sobral et al. So Paulo: Parbola, 2010.MAINGUENEAU, Dominique. Anli-se de textos de comunicao. Tra-duo de Ceclia P. de Souza-e-Silva e Dcio Rocha. 6. ed. So Paulo: Cortez, 2011.PEREIRA, Jlio Neves. Gnero au-toajuda: estratgias lingustico- discursivas. PUC-SP, 2005. (Tese de Doutorado).OSHO. A Vida um verbo. In: OSHO. Faa o seu corao vibrar. Traduo de Denny ZuBca. Rio de Janeiro: Sextante, 2005.

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    frustrao no co-enunciador, cujo ethos condizente com a socieda-de em que atua, ou seja, provido de falhas, erros, desacertos etc.

    A cenografia que representa esse quadro cnico, que com-posto pelas cenas genricas e en-globante, est ligada didtica, ou seja, a um mestre (tanto no sentido do docente, quanto no espiritual) cheio de sabedoria, en-sinando sobre a vida, sobre o que ela verdadeiramente , sob o vis da espiritualidade.

    CONSIDERAES FINAISA anlise que empreendemos

    mostrou-nos que o ethos discursi-vo de fato uma categoria produti-va no que concerne manifestao do sujeito enunciador e na organi-zao do discurso de autoajuda e, em nosso ver, mediante a tal an-lise, se fez como a mais importan-te de todas as categorias a serem estudadas.

    Ficou comprovado que esse dis-curso no tem como objetivo nico uma reflexo, mas visa mobilizar o outro, agindo de forma que con-quiste a adeso do co-enunciador. Dessa forma e mediante tais fatos, o ethos que emerge na cenografia o de um conselheiro, de um lder que, didaticamente, prope solu-es simples e imediatistas para os problemas da vida que no tm so-lues em forma de receita.

    O enunciador, que o lder es-piritual, tem a imagem do co-enun-ciador, ou seja, do leitor, pr-cons-truda e, a partir de uma vocalidade e uma corporalidade, se mostra, de forma didtica, na enunciao, no s no discurso analisado como em toda a obra, bem como em outras obras de sua autoria, que refletem as suas reflexes acerca da vida.

    Ainda que a categoria ethos discursivo seja considerada, por vezes, intuitiva, ficou ntida duran-te o estudo que o enunciador cons-tri seu discurso tendo em vista a imagem que ele quer passar para o outro e, dessa forma, cada vez que o outro ouvir algo sobre esse enun-ciador, ter a sua imagem mental e poder at caracteriz-lo por meio de inmeros adjetivos.

    foco do enunciador que seja lembrado pelos outros, por meio de caracterizaes que ele buscou para compor seu ethos. por esse motivo que o conceito de ethos, na atualidade, no pode ser tratado de forma depreendida da enunciao.

    Tais caractersticas so trazidas no s no objeto de anlise aqui trabalhado, ou seja, o captulo A vida um verbo, do livro Faa o seu corao vibrar, publicado em 2005, como podem ser resgata-das em qualquer outro ttulo, obra ou pronunciamento que levem o nome ou assinatura do lder espiri-tual, o indiano Osho.

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    ENSINO DO EMPREENDEDORISMO: POTENCIALIDADE E DESAFIOS

    RESUMO

    O presente trabalho tem como objetivo realizar um estudo rela-cionado ao ensino do empreendedorismo presente na instituio de ensino superior FAAT, Faculdades Atibaia. A partir do referencial te-rico e das principais caractersticas acerca do assunto, foi elaborada e aplicada uma pesquisa de campo, que consiste na avaliao dos alunos do curso de administrao da faculdade sobre o ensino do empreende-dorismo dentro da instituio e suas expectativas. Por meio dos dados obtidos, foi possvel levantar informaes relevantes, referentes ao fo-mento do empreendedorismo suas potencialidades e desafios.

    PALAVRAS-CHAVE: ensino, empreendedorismo, alunos de administrao.

    Rodrigo Vieira de Freitas

    CONSIDERAES INICIAISO presente trabalho foi apre-

    sentado pela primeira vez em for-ma de TCC e visa tratar a importn-cia da educao empreendedora no curso superior de administra-o, envolvendo aspectos relevan-tes no que diz respeito formao dos acadmicos interessados em criar novas empresas. Aqui, so-freu pequenas transformaes de cunho estrutural a fim de adequar-

    se s normas desta revista;Busca-se, portanto, abordar os

    conceitos de empreendedorismo e as suas finalidades e desafios, alm de apresentar uma pesquisa de campo acerca do interesse dos alunos de administrao em saber mais sobre o empreendedorismo na instituio de ensino.

    Segundo dados recentes do Ins-tituto Brasileiro de Geografia e Es-tatstica (IBGE) e Servio Brasileiro

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    Rodrigo Vieira de Freitas

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    fora pensado por elas, mas hoje pensam e executam suas prprias ideias; isso se d por meio da ino-vao e das oportunidades geradas por esse novo contexto.

    Os mestres no assunto apontam para uma tendncia importante no Brasil que o desenvolvimento do potencial do indivduo empreen-dedor por meio da educao supe-rior, o qual j ocorre em pases de-senvolvidos de forma obrigatria, constante e em alta escala.

    A qualidade do empreendedo-rismo no Brasil est mudando ao longo dos ltimos anos, porque est crescendo em um momento no qual o nvel de emprego est alto. Hoje, de cada 10 empresas abertas, 7 delas so por oportuni-dade e no por necessidade, como ocorria no passado, (GEM 2012).

    O questionamento que permea-r este estudo consiste na seguinte pergunta: possvel ensinar em-preendedorismo no curso superior de administrao de empresas?

    Provavelmente, sim, e foi esta afirmativa que promoveu a escolha do tema a ser tratado aqui, uma vez que a convivncia em uma fa-mlia de empreendedores torna-se uma experincia real na rea de empreendedorismo.

    Observao da ausncia de m-todos e tcnicas administrativas, voltadas para alunos que preten-dem abrirem seus prprios neg-

    cios foi o que chamou ateno, bem como a carncia do ensino do empreendedorismo no curso de administrao de empresas; hoje muito mais focado na formao de empregados, do que em gestores que buscam no curso superior um conhecimento tcnico para abrir ou gerenciar seus pequenos negcios.

    Segundo especialistas da admi-nistrao e psiclogos, o empreen-dedor pode ser: fundador, proprie-trio, gestor ou executivo, desde que consiga observar as oportu-nidades e visualizar as mudanas futuras.

    Com o estudo do tema preten-de-se disseminar conhecimentos a fim de encontrar alternativas para questes pessoais e profissionais, pois em algum momento da car-reira o administrador ter que em-preender.

    Pretende-se aqui apresentar uma pesquisa de campo sobre o ensino do empreendedorismo no curso de administrao da FAAT, servindo de base para fomentar cultura empreendedora nesta ins-tituio de ensino superior e pes-quisa de administradores e univer-sitrios que buscam desenvolver e aprimorar a gesto de empresas.

    FUNDAMENTOS DO EMPREENDEDORISMOA erradicao da pobreza ,

    sem dvida, o maior desafio da hu-

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    de Apoio s Micro e Pequenas Em-presas (SEBRAE) as Micros e Peque-nas Empresas (MPEs) representam 20% do Produto Interno Bruto (PIB) e so responsveis por 60% dos 94 milhes de empregos no pas. A maioria dos empreendimentos no Brasil est localizada na regio Sudeste, com aproximadamente trs milhes de empresas. O setor preferencial o comrcio, seguido de servios, indstria e construo civil, fator relevante para estimulo da educao empreendedora.

    Desde o ano 2000, o Brasil par-ticipa da Pesquisa GEM Global Entrepreneurship Monitor, pes-quisa de mbito mundial iniciada em 1999, por duas instituies: Babson College e London Business School. No Brasil, a pesquisa con-duzida pelo Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP) e conta com a parceria tcnica e fi-nanceira do SEBRAE. Em 2011, pas-sou a contar com o apoio tcnico do Centro de Empreendedorismo e Novos Negcios da Fundao Ge-tlio Vargas.

    A pesquisa GEM de 2012 rela-ta que, no ano passado, 30,2% das pessoas adultas da populao bra-sileira estavam envolvidas com em-preendedorismo, o que representa aproximadamente 36 milhes de brasileiros de 18 a 64 anos. Isso evidencia a relevncia econmica e social deste estudo e a necessidade

    de aes acadmicas no que tange a influenciar e preparar os alunos para gerenciarem suas prprias empresas.

    Estudiosos do empreendedo-rismo afirmam que professores e alunos universitrios apresentam alto potencial de inovao e cria-o de novos empreendimentos baseados no conhecimento. A eles se faz necessria a capacitao cui-dadosa e adequada, que d conta dos pequenos negcios.

    O modelo ensino contempor-neo, centralizado na formao de empregados para grandes corpo-raes pblicas e privadas est em colapso, pois, com o surgimento da nova viso mundial, preocupada com escassez dos recursos naturais e com a sustentabilidade, promove alteraes nas relaes de trabalho e produo, estimulando o desen-volvimento do empreendedorismo.

    Pesquisadores e estudiosos afirmam que o empreendedorismo no apenas j se firmou como uma realidade na economia mundial, como apresenta indcios claros de que est se tornando cincia, apro-fundando cada vez mais como ten-dncia de negcios. A formao de uma economia nica e de um mer-cado global, devida aos avanos tecnolgicos, potencializa o surgi-mento de novos negcios criados por pessoas que, antes, eram trei-nadas para cuidar de algo que no

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    por exemplo: uma atividade au-tnoma, uma nova empresa ou a expanso de um empreendimento existente, (GEM, 2012).

    Drucker (2000, p.27), baseado na definio do economista fran-cs J.B Say, explana que o em-preendedor por volta de 1.800 transfere recursos econmicos de um setor de produtividade mais baixa para um setor de produtivi-dade mais elevada e de mais ren-dimento.

    O termo definido por Say h quase duzentos anos no esclarece se essa conduta , de fato, de um empreendedor, uma vez que tem havido uma total confuso sobre a definio de empreendedor e empreendimento.

    O Servio Brasileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas, infor-ma em seu site:

    O conceito de empreende-dorismo vem sofrendo cons-tantes inovaes. Ainda rela-cionado a prticas proativas e inovadoras, gradativamente se abandona uma viso redu-cionista do empreendedoris-mo associado exclusivamente ao exerccio de uma atividade econmica e se passa a lhe associar a qualquer ativi-dade humana; como, alis, pode-se observar em todas as reas do saber, que pau-

    latinamente fazem do ser humano sua razo e seu fim. Os empreendedores so en-contrados, agora, em casa, na comunidade, dentro de uma organizao ou no meio de uma assembleia sindical, ou seja, em qualquer lugar onde existam pessoas (www.sebrae.com.br).

    Segundo estudiosos do tema, o conceito de empreendedorismo, de certa forma, depende de muitos fatores, como a poca, instituio, atuao profissional ou do perfil das pessoas.

    De acordo com dicionrio Houaiss 2005, empreendedorismo se define por:

    1- Disposio ou capacidade de idealizar, coordenar e rea-lizar projetos, servios, neg-cios.2- Iniciativa de implementar novos negcios ou mudana em empresas j existentes com alteraes que envol-vem inovao e riscos.3- Conjunto de conhecimen-to relacionado a essa forma de agir.

    Portanto, o empreendedorismo um tema polmico pela simples razo de a palavra compreender vrios elementos e/ou aspectos

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    manidade, e o empreendedorismo, surge como uma das formas de di-minuir significativamente a pobre-za do mundo, uma vez que o auxilio em forma de renda, sob forma de programas governamentais, no uma soluo sustentvel.

    A populao de baixa renda necessita estar exposta s informa-es e oportunidades de gerao de recursos financeiros, que, na maioria das vezes, so criadas por empreendedores mediante o sur-gimento de novos negcios autos-sustentveis.

    1.1 O que empreendedorismo?O termo empreendedorismo

    no algo novo como atividade ou nomenclatura. Muito se tem escrito a respeito, pesquisadores e estudiosos sobre o tema atri-buiem-lhe diversas definies. Robert Hirsh, (1980, apud. Boas e Diehl. 2012, p.25) descrevem o empreendedorismo como a cria-o de algo diferente e com valor ao qual o agente dedica tempo e esforo, assumindo os riscos fi-nanceiros, psicolgicos e sociais correspondentes e recebendo as recompensas da satisfao eco-nmica e pessoal.

    Timmons (1994 apud. Dolabela, 1999), o empreendedorismo uma revoluo silenciosa que ser para o sculo 21 mais do que revoluo in-dustrial foi para o sculo 20.

    J Dolabela (1999, p.43), gran-de estudioso da rea, afirma que o termo empreendedorismo um neologismo derivado da livre traduo da palavra entrepre-neurship, sendo utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas ori-gens, seu sistema de atividade, seu universo de atuao.

    De acordo com Dornelas (2008, p. 29)

    definio de empreendedo-rismo, pode ser creditado a Marco Plo, que tentou es-tabelecer uma rota comer-cial para o Oriente. Como empreendedor, Marco Plo assinou um contrato com um homem que possua dinheiro (hoje mais conhecido como capitalista) para vender as mercadorias deste. Enquanto o capitalista era algum que assumia risco de forma pas-siva, o aventureiro empreen-dedor assumia papel ativo, correndo os riscos fsicos e emocionais.

    O Global Entrepreneurship Mo-nitor (GEM), considerada a maior e mais importante pesquisa de Empreendedorismo do mundo, expe que empreendedorismo qualquer tentativa de criao de um novo empreendimento, como,

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    desenvolvimento da palavra em si.

    O termo empreendedor de relevncia mundial que, em 1982, a Organizao das Na-es Unidas (ONU) encomen-dou uma pesquisa com trs focos distintos: identificar o que seria um empreendedor; desenvolver uma forma de identificar empreendedores; desenvolver um treinamento que estimulasse as compe-tncias empreendedoras dos indivduos. A pesquisa re-sultou, dentre outras coisas, em caractersticas prprias de pessoas que tm um grau de realizao superior s de-mais, com motivaes e ati-tudes diferenciadas em rela-o aos desafios que surgiam diante de si.(http://www.ead.sebrae.com.br/Cursos/AE2011/docs/modulo3.pdf ).

    Degen (1989) explica, embasado em Schumpeter (1947), que, o em-preendedor o agente do processo de destruio criativa, o impulso fundamental que aciona e mantm em marcha o motor capitalista.

    Filion (1991 apud. Dolabela, 1999 p.28) relata que empreen-dedor uma pessoa que imagi-na, desenvolve e realiza vises, no entanto percebe-se que essa

    uma definio abrangente pois, em imaginar a essncia do ser humano em constante desenvolvimento, tal imaginao que se v a de reali-zao dos sonhos. Um ser humano sem imaginao, sem objetivos no nada.

    Dolabela (1999, p.29)coloca exemplos do que seja um em-preendedor;

    Indivduo que cria uma empre-sa qualquer que seja ela;

    Pessoa que compra uma em-presa e introduz inovaes, as-sumindo riscos seja na forma de administrar, vender, fabricar, distri-buir, seja na forma de fazer propa-ganda, dos produtos e/ou servios, agregando novos valor;

    Empregado que introduz ino-vao em uma organizao, pro-vocando o surgimento de valores adicionais.

    Contudo, no se considera em-preendedor uma pessoa, que, por exemplo, adquira uma empresa e no introduza nenhuma inovao quer na forma de vender, de pro-duzir, quer na maneira de tratar os clientes, mas somente gerencie o negcio.

    Drucker (2000) afirma que o empreendedor toda a pessoa que inicia um novo negcio, o qual deve ser pequeno e pode ser de qualquer natureza; enquanto o empreendimento a representa-o de um empreendedor ou seu

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    distintos, cujas mltiplas formas possuem relaes de interdepen-dncia; muitas vezes de difcil com-preenso.

    Mediante os conceitos citados, percebe-se que, qualquer defini-o de empreendedorismo est intimamente relacionada a algo inovador e negcios inovadores, uma concentrao de uma cultura altamente comprometida com a criatividade e renovao e desen-volvimento de competncias para

    criar produtos e servios excep-cionais, pois Fazer o que ningum faz ainda , segundo o site do SE-BRAE, a palavra de ordem.

    1.2 Quem empreendedor?Antes de expor os conceitos

    mais utilizados e aceitos acerca do empreendedor, importante ob-servar a anlise histrica do desen-volvimento de todo o processo cria-do por Hisrish (1986, p.21), ou seja, observemos a seguir o quadro do

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    daquele pas o ensino de empreen-dedorismo obrigatrio.

    Dornelas (2008, p. 23),

    (...) acreditava-se que o em-preendedorismo era inato, que empreendedor nascia com diferencial e era pre-destinado ao sucesso nos negcios. Pessoas sem essas caractersticas eram desenco-rajadas a empreender. Como j se viu, isto um mito. Hoje em dia, esse discurso mudou e, cada vez mais, acredita-se que o processo empreende-dor pode ser ensinado e en-tendido por qualquer pessoa e que o sucesso decorrente de uma gama de fatores in-ternos e externos ao neg-cio, (...).

    No Brasil, a primeira disciplina de que se tem notcia surgiu em 1981, na escola de superior de ad-ministrao de empresas, da FGV, segundo Dolabela, (1999).

    Segundo o site www.spell.org.br, estudiosos e pesquisadores do tema, o primeiro a ensinar em-preendedorismo no Brasil, foi o professor suo Ronald Degen.

    O autor chegou ao Brasil nos anos 70 e encontrou pobreza extre-ma nas favelas e uma das maiores desigualdades de renda entre ricos e pobres do mundo. Convidado a

    dar aula na FGV, iniciou em 1980 o ensino do empreendedorismo com o objetivo de incentivar os alunos a empreender e assim promover o crescimento econmico para redu-zir a pobreza e a desigualdade de renda.

    Em 1981, a EASP resolveu criar o curso de Novos Negcios para atender a demanda dos alunos e assim iniciou oficialmente o ensino do empreendedorismo no Brasil.

    Para Dornelas (2008, p.10),

    O movimento do empreen-dedorismo no Brasil come-ou a tomar forma na dcada de 1990, quando entidades como SEBRAE (Servio Bra-sileiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Ex-portao de Software) foram criadas. Antes desse perodo, no se falava em empreende-dorismo e nem da criao de pequenas empresas.

    Embora haja divergncia na data do incio do ensino do em-preendedorismo no Brasil, os arti-gos e livros apontam a FGV como pioneira na criao da disciplina. Alguns autores relatam que esse incentivo foi porque a universi-dade tinha forte influncia norte americana.

    Para Dornelas (2008, p. 23),

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    pequeno negcio. Dornelas (2001) descreve o em-

    preendedor como aquele que faz as coisas acontecerem, se antecipa aos fatos e tem uma viso futura da organizao.

    Pesquisas apontam que exis-tem dois tipos de empreendedor: os voluntrios que tm motivao e interesse para empreender, pois, vivem em um ambiente em que ser empreendedor algo instrutivo ou conhecem algum que teve suces-so com empreendimento, ento ter motivao para abrir seu ne-gcio.

    Os involuntrios, que so for-ados a empreender por motivos alheios sua vontade: desempre-gados, deficientes, dona de casa, imigrantes etc.

    Mediante essas definies per-cebe-se que o empreendedor uma pessoa diferenciada, pr ati-va. No consegue ser apenas mais um, pois independente do ambien-te em que atua, transforma ideia em oportunidade. Raramente se preocupa com retorno financeiro, pois sabe que a boa remunerao, que certamente vir, consequn-cia de um bom trabalho.

    Em sntese, qualquer definio de empreendedorismo encontra pelo menos os seguintes aspectos referentes ao empreendedor: ini-ciativa para criar, inovar e paixo pelo que faz; transformao do

    ambiente social e econmico onde vive, utilizando recursos disponveis de forma criativa; gerao de risco financeiro, psicolgico, sem medo do insucesso; fazer do fracasso ex-perincia e conhecimento para pr-ximo empreendimento e a no de-sistncia fcil de seus sonhos.

    1.3 O ensino do empreendedorismoO incio do ensino de empreen-

    dedorismo, segundo VESPER; GARTNER, 1997, no site da Scielo teve origem nos Estados Unidos, com Myles Mace lecionando o pri-meiro curso com este nome, em fevereiro de 1947, na Escola de Ad-ministrao de Harvard.

    Interessante notar o propsito da criao desse curso, comple-tamente diferente dos objetivos atuais: qualificar ex-combatentes da Segunda Guerra Mundial para o mercado de trabalho, principal-mente no que diz respeito ge-rao do autoemprego, visto que sua economia estava em transio devido ao colapso da indstria de armas

    De acordo com professor Dola-bela (1999, p.36), no mundo todo, o empreendedorismo uma febre. O nmero de instituies univer-sitrias que oferecem esse tipo de contedo nos Estados Unidos passou de 50, em 1975, para mais de mil em 1988. Em cinco estados

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    GEM 2012, SEBRAE e MEC, segun-do o site da Folha de S. Paulo, foi assinada uma parceria, durante o Encontro Nacional de Educao Empreendedora que ocorreu en-tre os dias 27 a 29, maio de 2013, em Braslia, estando presentes no evento o vice-presidente da Rep-blica, Michel Temer, Aloizio Merca-dante ministro da Educao, Luiz Barretto presidente do SEBRAE, alm dos educadores, reitores de universidades e especialistas inter-nacionais.

    O objetivo principal do encon-tro foi debater com educadores de relevncia nacional e internacional a importncia da insero do em-preendedorismo no ensino formal, j que, ao estudarem a disciplina, os alunos se preparam para o mer-cado de trabalho, seja seguindo carreira em uma empresa, seja abrindo o prprio negcio.

    Segundo o mesmo site, a meta atingir 1,5 milho de estudantes de todo o pas e a parceria prev tambm a capacitao de sete mil professores at 2014, ofertando aproximadamente mil bolsas de estudo para os professores interes-sados em cursos de especializao e/ou mestrado em educao em-preendedora.

    Levar a disciplina do empreen-dedorismo a mais de 5 milhes de alunos dos Ensinos Fundamen-tal, Mdio e Superior at 2016

    a meta do Sebrae. Uma das estra-tgias para vencer esse desafio contar com parceiros como a Ju-nior Achievement, com quem a ins-tituio assinou no dia 6 de agosto convnio para desenvolvimento de projetos voltados educao em-preendedora.

    A Junior Achievement expe-riente em promover a integrao entre a classe empresarial e a co-munidade escolar, estimulando nas empresas a responsabilidade social, nos empresrios, o volun-tariado e nos jovens o esprito empreendedor. O ensino prtico sobre negcios e economia res-paldado por uma metodologia uni-versal e de eficcia comprovada segundo noticias do site www.ad-ministradores.com.br

    O Presidente do Conselho Con-sultivo da Junior Achievement Brasil, Jorge Gerdau Johannpeter relata que:

    Participar do movimento Ju-nior Achievement uma ati-vidade muito especial para qualquer cidado ou organi-zao que valorize uma edu-cao empreendedora e a igualdade de oportunidades para crianas e jovens. Com uma trajetria que j mobi-lizou milhes de pessoas em todo o mundo e no Brasil, o movimento se dedica a for-

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    h 15 anos era considerado loucura um jovem recm-for-mado aventurar-se na criao de um negcio prprio, pois empregos oferecidos pelas grandes empresas nacionais e multinacionais, bem como a estabilidade que se conse-guia nos empregos em repar-ties pblicas, eram muito convidativos, com bons sal-rios, status e possibilidade de crescimento dentro da orga-nizao.

    De acordo com Dolabela (1999, p.23),

    dcada tem sido marcada pelo aumento da opo pelo auto emprego e pelo surgi-mento de empreendedores involuntrios, representados principalmente por recm-formados e por trabalhadores demitidos de corporaes e rgos pblicos em virtude de reestruturao, fechamento, privatizaes, fuses etc.

    No entanto, relevante, bas-tante abrangente e muito clara a viso de Dolabela, em 1999, de que o ensino no Brasil ainda no sinalizava totalmente para o em-preendedorismo, uma vez que per-manecera em grande parte voltado para formao de profissionais que

    iriam buscar emprego no mercado de trabalho.

    Degen (2008) ratifica que a maioria das escolas tcnicas e uni-versidades que promovem o em-preendedorismo, o fazem focadas exclusivamente na tecnologia e na administrao do negcio.

    De acordo com os especialistas da Global Entrepreneurship Mo-nitor, divulgado no relatrio GEM 2012, o Brasil deve expandir o ensi-no do empreendedorismo no so-mente no nvel superior, mas tam-bm no primeiro e segundo graus.

    Os pesquisadores relatam tam-bm que as universidades brasi-leiras ainda esto formando seus alunos sem uma viso empreende-dora, muito mais voltada para se-rem empregados do setor privativo e pblico, no entanto destacam que o governo brasileiro e insti-tuies de ensino tm observado e considerado de forma relevante os dados divulgados na pesquisa GEM, promovem aes em mbito nacional com apoio internacional a fim de estimular a cultura em-preendedora, principalmente por meio do ensino pblico e privado.

    Em nenhum outro perodo da histria da administrao o ensi-no de empreendedorismo foi to discutido e disseminado por meio de mdias e instituies de ensino tcnico e superior.

    Em resposta ao relatrio da

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    cursos em que esto matricula-dos. O exame obrigatrio para os alunos selecionados condi-o indispensvel para a emisso do histrico escolar. A primeira aplicao ocorreu em 2004, e a periodicidade mxima com que cada rea do conhecimento avaliada trienal.

    Percebe-se que o ensino em-preendedorismo vai chegar s uni-versidades; se no for por iniciativa da prpria instituio, ser por for-a maior. A Comisso de Educao, Cultura e Esporte (CE) aprovou, dia 17 de outubro, projeto de lei que disciplina a criao e a organizao de Empresas Jniores, associaes formadas por estudantes de gra-duao e ligadas s instituies de ensino superior.

    O Projeto de Lei do Senado (PLS) 437/2012, de autoria do senador Jos Agripino (DEM--RN), visa estimular o esprito empreendedor dos estudantes, incentivar o desenvolvimento tcnico, em razo do contato aca-dmico, pessoal e profissional dos membros associados com o mercado de trabalho.

    A relatora da matria, senado-ra Ktia Abreu (PSD-TO), ressaltou a necessidade de norma que dis-cipline o assunto, para dar segu-rana jurdica s Empresas Junio-res e multiplicar essas iniciativas. (http://www12.senado.gov.br)

    2.0 ENSINO DO EMPREENDEDORISMO NA INSTITUIO EDUCACIONAL ATIBAIENSEA mantenedora da FAAT a Ins-

    tituio Educacional Atibaiense S/C Ltda, fundada em 1971 por em-preendedores de famlias tradicio-nais de Atibaia: professores Joo Pereira Dias, Celiza de Lima Pereira Dias, Sidney Cotrin Malmegrim e Jos Calazans da Silva.

    A nova diretoria assumiu a FAAT em setembro de 1999, disposta a encarar o desafio de revitalizar uma faculdade que enfrentava srios problemas de ordem insti-tucional; os cinco novos diretores ento arregaaram as mangas e envolveram funcionrios e profes-sores na reconstruo, aprimora-mento e ampliao das atividades da instituio.

    2.1 HistricoA Instituio Educacional Ati-

    baiense Instituio de Ensino Su-perior, que oferece Cursos de Gra-duao Superior, com o ttulo de estabelecimento ou nome fantasia de FAAT - Faculdades, com sede na cidade de Atibaia/SP, situada na Estrada Juca Sanches n. 1.050, Bairro Boa Vista, inscrita no CNPJ 44.705.705/0001 - 80.

    Uma das caractersticas da insti-tuio que os mantenedores so professores e tambm do aulas.

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    mar uma nova gerao de empreendedores, com foco em uma atitude comprome-tida com o desenvolvimento sustentado da sociedade.

    O empreendedorismo ganhou espao nas universidades com as parcerias entre SEBRAE e institui-es de ensino superior, que come-aram em 2010 com apenas seis escolas. Em So Paulo, a Escola Su-perior de Propaganda e Marketing (ESPM); em Braslia, Universidade Catlica de Braslia (UCB), Univer-sidade de Braslia (UNB), e o Cen-tro de Ensino Unificado de Braslia (UNICEUB); em Minas Gerais, Fun-dao Dom Cabral (FDC); na Bahia, Faculdade Social da Bahia (FSB).

    Atualmente 14 instituies de ensino superior oferecem a seus alunos, de forma indita, edu-cao voltada ao empreendedo-rismo e, fazer parte desse grupo seleto, consiste em um diferencial competitivo.

    O SEBRAE anunciou, no dia 25 de setembro de 2013, a criao da primeira escola de empreendedo-rismo no pas. A escola denomina-da Escola de Negcios SEBRAE-SP uma parceria da entidade com o Centro Paula Souza, autarquia do Governo do Estado de So Paulo, responsvel pelas Escolas Tcnicas (Etecs) e Faculdades de Tecnologias (Fatecs).

    A primeira escola est localiza-da nos Campos Elseos, regio cen-tral de So Paulo. Alm da escola sede na capital. H um projeto de implementao de uma rede pro-fissionalizante em todo estado e um sistema de ensino a distncia em meados de 2014.

    O diretor superintendente do SEBRAE-SP, Bruno Caetano, afirma que hoje quase 45% dos brasileiros sonham em ter sua prpria em-presa. Com a Escola de Negcios, nossa misso ser cada vez mais preparar o futuro empreendedor e ajud-lo a transformar sonho em realidade. A Escola ser um ambiente criativo para fomentar o empreendedorismo paulista. (http://www.infomoney.com.br)

    Embora o ensino da disciplina de empreendedorismo no seja obrigatrio nas universidades, o MEC tem demonstrado estar fo-mentando o ensino nos cursos superiores. Uma evidncia desse apoio o aumento de questes so-bre empreendedorismo nas provas do Exame Nacional de Desempe-nho de Estudantes (ENADE), princi-palmente aplicada entre os alunos de administrao de empresas.

    O ENADE uma ferramen-ta criada pelo MEC que avalia o rendimento dos alunos dos cur-sos de graduao, ingressantes e concluintes, em relao aos contedos programticos dos

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    Administrao de Empresas, em ra-zo de estar entre os melhores do Brasil e ser considerado pelos pes-quisadores de empreendedorismo o curso mais adequado para inser-o da disciplina, embora a matria de empreendedorismo possa ser ensinada em toda e qualquer rea acadmica.

    Ao consultar o site da faculda-de, no foram identificadas infor-maes a respeito da disciplina de empreendedorismo e, por esse motivo, passou-se a considerar outras matrias derivadas, como laboratrio da micro e pequena empresa, jogos empresariais e planejamento estratgico, o que no o ideal, mas um bom come-o no que diz respeito questo, pois admite-se que essas discipli-nas no sejam diretamente vin-culadas ao entendimento sobre empreendedorismo, porm so consideradas, porque, de algum modo, fazem meno criao de novos negcios.

    Constata-se que a FAAT utiliza a flexibilidade que possui de adequa-o em favor do empreendedoris-mo de forma sucinta, ao contrrio do que ocorre nas faculdades dos Estados Unidos da Amrica, onde h intenso trabalho, fomentado pelas Instituies de ensino supe-rior, promovendo a disseminao de uma cultura em torno do em-preendedorismo para gerao de

    novos negcios, renda, emprego e aumento do produto interno bruto (PIB).

    2.3 Entrevista com os membros da Empresa Jnior FAATO nico indicador do ensino

    do empreendedorismo de fato, na instituio, a Empresa Jnior (EJ), uma importante ferramenta no es-tmulo do espirito empreendedor para os alunos da faculdade.

    A Empresa Jnior da Faculdade de Atibaia uma associao civil, doravante denominada Faculdades Atibaia Jnior, ou simplesmente, FAAT Jnior. Foi criada em 2003, tendo como propsito promover o conhecimento dos seus integran-tes por meio de participao em uma empresa real.

    A referida empresa est inscrita sob o Cdigo Nacional de Pessoa Jurdica, nmero 05.852.170/0001-18, razo social FAAT Empresa Jnior, telefone (11) 4414-4140, situada na Estrada Municipal Juca Sanches, n 1050, Sala E22, CEP: 12.954-070 Bairro da Boa Vista, municpio de Atibaia, estado de So Paulo.

    Administrada por universitrios via estgio na rea tcnica, propicia projetos e gesto, mescla conceitos aprendidos em sala de aula com a prtica empresarial, incentivando a excelncia no desenvolvimento de projetos sustentveis e fazendo

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    Esse diferencial permite que este-jam em contato direto com a vida acadmica, facilitando a percep-o de mudanas necessrias para aperfeioar o modelo adotado, um trabalho em constante evoluo.

    A organizao conta com um grupo de professores bem pre-parado para agir como mediador eficiente no processo de aprendi-zagem. Nela a titulao e a expe-rincia so uma das principais fer-ramentas.

    Alunos dos cursos da rea finan-ceira dispem da Empresa Jnior para exercitar os conhecimentos tericos, e os de Comunicao So-cial aproveitam a estrutura do sofis-ticado laboratrio de Rdio e TV.

    A biblioteca outra ferramen-ta imprescindvel, com acervo de mais de 12.000 ttulos, nmero al-canado, na quase totalidade, por exemplares adquiridos nos ltimos quatro anos.

    Em relao aos projetos peda-ggicos, a FAAT visa a contemplar da forma mais eficiente a prepa-rao do aluno para ingressar no mercado de trabalho e, to logo isso ocorra, ascender na carreira.

    O sistema de avaliao, nor-teado pelo Projeto de Desenvol-vimento Institucional, reflete os parmetros das correes de rota necessrios. Na mais recente inicia-tiva, as caractersticas e objetivos dos cursos, o perfil do profissional

    a ser formado e o planejamento curricular foram submetidos ava-liao de profissionais de atuao destacada. Essa iniciativa de envol-ver a sociedade nos processos ava-liativos aproveita a experincia de pessoas que j esto no mercado de trabalho para aprimorar o con-tedo programtico das disciplinas dos cursos.

    Em uma integrao efetiva com a comunidade, a FAAT estimula vrias iniciativas que requerem esforos conjuntos. Os alunos so incentivados a buscar a integrao com a comunidade por meio de ati-vidades que contemplem a sade, arte, lazer, esporte e outras. E, por iniciativa prpria, eles promovem aes solidrias que beneficiam a populao carente da cidade.

    A nota "A" do curso de Adminis-trao e em Cincias Contbeis por cinco anos consecutivos fazem da FAAT uma das cinco melhores par-ticulares do Estado.

    Segundo o site www.faat.com.br, o objetivo da instituio bus-car, incessantemente, a qualidade total: projeto perfeito, preo justo, satisfao de todos os envolvidos no processo: alunos, professores, funcionrios e comunidade.

    2.2 Pesquisa no site da FAAT sobre disciplina de empreendedorismoPara este trabalho foi conside-

    rado especificamente o curso de

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    na rea de consultoria de marke-ting, tambm tem um empreen-dimento na rea da reviso de textos e consultoria educacional; j o diretor de recursos humanos e marketing, Jullien Damacena, graduando em administrao, pre-tende atuar como consultor inde-pendente.

    Mediante essas realizaes dos membros da Empresa Jnior FAAT, evidencia-se que o ensino do em-preendedorismo de fato pratica-do na faculdade por iniciativa da prpria instituio, uma vez que, ainda no obrigatria uma insti-tuio de ensino superior manter uma empresa de jniores.

    Percebe-se que o interesse pelo empreendedorismo acontece me-diante a influncia por modelo de empresa real, fruto de uma relao que envolve conceito e prtica ne-cessrios ao desenvolvimento do empreendedorismo, porque esti-mulam a inovao e a criatividade, elementos indispensveis para ge-rao de novos negcios autossus-tentveis e relevantes para cresci-mento humano, social e econmico.

    2.4 Estudos de campo na insti-tuio de ensino superior FAATSegundo dados recentes do

    Instituto Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE) e Servio Brasi-leiro de Apoio s Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), e a maioria

    dos empreendimentos do Brasil, segundo www.brasil.gov.br est localizada na regio Sudeste com aproximadamente trs milhes de empresas e o setor preferencial o comrcio, seguido de servios, in-dstria e construo civil, fator re-levante para estimulo da educao empreendedora.

    Buscando aprofundamento no tema estudado, foi realizada uma pesquisa quantitativa com o intuito de identificar alguns pontos que os alunos de administrao entendem ser relevantes para formao pro-fissional e tambm para atender suas expectativas como alunos em relao ao empreendedorismo.

    A pesquisa foi apresentada na FAAT, por meio impresso, aplicada-nas salas de aulas do curso de ad-ministrao diurno e noturno, no perodo de 26 de agosto a 29 agos-to de 2013. Participaram alunos do 1 ao 4 ano, de forma voluntria, o que favoreceu o enriquecimento do estudo, que ser analisado a se-guir.

    3.0 PESQUISA e Anlise dos ResultadosPara a averiguao acerca do

    ensino do empreendedorismo, fo-ram aplicados 136 questionrios com cinco questes fechadas, re-lacionadas ao tema. Foram obtidos os resultados a seguir.

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  • REVISTA TCNICO-CIENTFICA DA FAAT FACULDADES ATIBAIA

    com que os alunos adquiram expe-rincia profissional antes mesmo de sarem da faculdade.

    No site h uma referncia ao Blog da EJ, uma forma de apresen-tar o que j realizado e disponi-bilizar todos os projetos de autoria de seus membros, conforme www.faat.com.br

    Atualmente, a Jnior consti-tuda por um grupo de cinco alunos e dois professores, que coordenam as atividades. As reunies so sema-nais, e nelas cada membro tem uma atribuio especfica, de acordo com sua rea preferida de estudos.

    Conversando com os integrantes da Empresa Jnior, constatou-se que trs dos integrantes e um coordena-dor da EJ esto envolvidos com a ati-

    vidade empreendedora e j abriram seus prprios negcios; os outros dois membros tambm pretendem abrir empreendimentos.

    O presidente da Jnior, Everton Poloni, aluno da engenharia, est abrindo uma confeco de camise-tas e uniformes personalizados, O diretor administrativo da EJ, Vagner Oliveira, graduando em administra-o de empresas, abriu mini merca-do, o diretor de pesquisa e desen-volvimento, autor deste trabalho, abriu uma pequena empresa de de-corao de casamentos e o coorde-nador, prof. Elias Reis, est abrindo uma consultoria financeira.

    A professora Danielle Guglieri Lima, que orienta os membros da empresa jnior, empreendedora

    Fonte: www.faat.com.br

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    Grfico 4 - Voc pensa que o ensino do Empreendedorismo...

    Fonte: Elaborado pelo autor.

    Apenas 8 % dos alunos no tm uma ideia clara sobre o ensino do empreendedorismo. J 80% dos entrevistados consideram o ensino do empreendedorismo fundamen-tal para sua formao, enquanto 10% no acham que no funda-mental para formao, mas impor-tante e apenas 2% tm pouco inte-resse na disciplina.

    importante ressaltar que o fato de 80% dos alunos pesquisa-dos terem interesse no empreen-dedorismo sinal que esse um campo que constitui um diferencial competitivo para a FAAT, uma das maiores do Brasil.

    Fazer com que os 8% dos alu-nos que no tm uma ideia clara do assunto o conheam tarefa da educao, pode ser ensinado; en-to esse nmero aumentar.

    Grfico 5 - Voc gostaria de sa-ber mais sobre empreendedoris-mo em sua instituio de ensino?

    Fonte: Elaborado pelo autor.O empreendedorismo tema

    de grande interesse dos futuros administradores e, como se pode perceber, 98% gostaria de saber mais sobre empreendedorismo na instituio.

    A pesquisa ratifica o que disse-