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Ano 4 Número 19 | Recife(PE), setembro/outubro de 2014 Jornal Bimestral do Ministério Público do Trabalho em Pernambuco 7 6 6 Caravana leva informação a trabalhadores Especialistas se reúnem para falar de cuidados Entidades querem maior rigor na legislação

Trabalho em Foco

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Jornal bimestral do Ministério Público do Trabalho (MPT) em Pernambuco

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Ano 4 Número 19 | Recife(PE), setembro/outubro de 2014

Jornal Bimestral do Ministério Público do Trabalho em Pernambuco

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Caravana leva informação a trabalhadores

Especialistas se reúnem para falar de cuidados

Entidades querem maior rigor na legislação

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Trabalho em Foco - setembro/outubro 2014

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EDITORIALEDITORIAL

José Laízio Pinto JúniorProcurador-chefe

EXPEDIENTE

Trabalho em Foco | Ano 4 Nº 19 - MPT em Pernambuco

Procurador-chefeJosé Laízio Pinto Júnior

Procurador-chefe substitutoPedro Luiz Gonçalves Serafim da Silva

Procuradores Regionais do TrabalhoWaldir de Andrade Bitu Filho; Maria Angela Lobo Gomes; Elizabeth Veiga Chaves

Procuradores do TrabalhoJorge Renato Montandon Saraiva; Melícia Alves de Carvalho Mesel; Débora Tito Farias;

Adriana Freitas Evangelista Gondim; Lívia Viana de Arruda; Leonardo Osório Mendonça; Janine Rego de Miranda; Chafic Krauss Daher; Lorena Pessoa Bravo; Marcelo Crisanto

Souto Maior; Rogério Sitônio Wanderley; Jailda Eulídia da Silva Pinto; Maria Roberta Melo Komuro da Rocha; Ulisses Dias de Carvalho; José Adílson Pereira da Costa; Vanessa Patri-

ota da Fonseca; Gustavo Luís Teixeira das Chagas; Gabriela Tavares Miranda Maciel

Chefe de GabineteWalquíria Mendes de Andrade Santos

Assessoria de ComunicaçãoMariana Banja

jornalista (DRT/PE - 4345)

Redação e ediçãoMariana Banja

Marina Maciel/Samila Melo - estagiárias

Projeto gráfico e diagramaçãoLeopoldina Mariz Lócio

Fotografia - Arquivo MPTImpressão - CCS Gráfica Ltda

Endereços e contatosRecife

Rua Quarenta e Oito, 600Espinheiro | 81 2101 3200

Caruaru Rua Rádio Clube de Pernambuco, 47

Maurício de Nassau | 81 3721 4336

PetrolinaAvenida Gilberto Freire, s/nVila Mocó | 87 3861 6864

www.prt6.mpt.gov.brwww.twitter.com/mpt_pernambuco

www.facebook.com/mpt.br

Foi realizado, pelo Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (TRT-PE), de 25 a 27 de novembro no Recife o 1º Congresso Per-nambucano do Trabalho Seguro. O evento, destinado a estudantes das áreas de Direito, Engenharia do Trabalho e Segurança do Trabalho, contou com o apoio do Grupo de Trabalho Interins-titucional da 6ª Região (Getrin6), o qual faz parte o MPT. O procurador-chefe substituto do MPT-PE, Pedro Serafim, pales-trou no evento.

Trabalho seguroCURTAS

Nos dias 1 e 2 de dezembro, foi promovido pelo MPT em Campinas o seminário Juntos pelos direitos de quem sonha ser atleta. Em pauta, a proteção de crianças e adolescentes na formação desportiva e as alternativas viáveis para a melhoria da Lei Pelé. O encontro foi gratuito e destinado a acadêmi-cos, advogados, conselheiros tutelares, estudantes universitá-rios, gestores de clubes, jogadores profissionais, promotores e servidores públicos.

Seminário

Caros Amigos,

O Ministério Público do Trabalho avança cada vez mais no desenvolvimento de mecanismos que tornem mais ágil, rápida e eficiente a prestação de serviços à comunidade de trabalha-dores do Estado. Em setembro, entrou em funcionamento, em todas as unidades do MPT no País, o Sistema de Peticiona-mento Eletrônico (Pele), que permite a advogados protocolar, utilizando assinatura eletrônica, petições digitais e anexos, dis-pensando o uso de papel.

Outrossim, agentes públicos e interessados, em geral, desde que credenciados no sistema, podem utilizar a ferramenta para acompanhar o andamento de procedimentos, denúncias e in-vestigações a cargo do MPT. Essa ferramenta pode ser utilizada do escritório, de casa ou de qualquer outro lugar, indepen-dentemente do horário de atendimento, otimizando o tempo, evitando filas e deslocamentos para o protocolo de petições e encaminhamento de documentos.

Conjugado ao Pele, estabeleceu-se que a autuação, a tramita-ção, o trânsito, o encerramento e o arquivamento de procedi-mentos finalísticos do MPT (notícias de fato, inquéritos civis, mediações, etc.) ocorrerá, exclusivamente, em meio eletrônico e em autos digitais. Além das vantagens no que diz respeito à mobilidade, agilidade, ganho de tempo e economia de espaço físico, fator particularmente crítico, essas inovações caracteri-

zam-se como medidas ambientalmente sustentáveis.

Afora essa novidade, registramos, ainda, nossa satisfação em receber, no âmbito do MPT em Pernambuco, as procurado-ras do Trabalho Lívia Arruda, Gabriela Tavares e Jaílda Pinto, aquelas duas removidas da PRT-1ª Região, com sede no Rio de Janeiro, e esta última, da PTM de Caruaru, que recebeu, em seu lugar, o membro José Adilson. Ao tempo em que damos as boas-vindas, desejamos-lhes boa sorte e bastante sucesso no desempenho de suas atribuições.

No mais, o ano de 2014 prossegue, já perto do seu término, como havíamos previsto no primeiro contato, ainda no mês de janeiro: um ano repleto de fatos marcantes, alguns já es-perados, como a Copa do Mundo e as eleições, e outros ini-magináveis, como o falecimento do ex-governador Eduardo Campos.

O País também realizou eleições para os cargos de presidente, governador, senador, deputados federais e estaduais, e 2015 dará início a uma nova legislatura, renovando-se as expecta-tivas de que os poderes constituídos cumpram, cada qual, a sua missão, melhorando as condições de vida de toda a popu-lação, trabalhadores, empresários, profissionais liberais, etc., distribuindo justiça e concretizando a paz social.

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Empresa é acionada por submeter motoristas a jornada exaustiva

Trabalhadores não tinham qualquer registro do horário laboral

Às 5h da manhã, girar a chave do caminhão e pisar o acelerador. Uma pausa de 30 minutos para o almoço. De volta ao volante, ver os quilômetros passarem até as 21h. Apesar de a lei garantir intervalo mínimo de uma hora para refeição, repouso diário de 11 horas e folgas semanais, é a essa jornada exaustiva, de quase 16 horas, que os cerca de 50 motoristas que trabalham na empre-sa Asa Indústria e Comércio são submetidos. Buscando protegê-los, o Ministério Público do Trabalho (MPT) ajuizou Ação Civil Pública (ACP) no dia 6 de outubro.

De acordo com o procurador do Trabalho à frente do caso, Gus-tavo Luís Teixeira das Chagas, os trabalhadores, além de não terem qualquer registro do horário laboral ou seguro contra aci-

dentes, não recebem pagamento pelas horas extras nem adicio-nal noturno. Devido às mesmas reclamações, a empresa já foi, anteriormente, acionada na Justiça do Trabalho, individualmen-te, por onze empregados. Com a ACP, o MPT almeja decisão judiciária que obrigue a Asa a se regularizar perante a totalidade dos motoristas.

No documento, é expresso o pedido de pagamento de R$ 2 mi-lhões por danos morais coletivos, para financiamento de cam-panhas e projetos de interesse dos trabalhadores, para doações a entidades de relevância social ou para o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT). Ainda, é prevista multa diária de R$ 10 mil por trabalhador prejudicado, reversíveis ao FAT.

A jornada de trabalho pode ser prorrogada

por, no máximo, 2 horas, excepcionalmente.

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3O motorista profissional deve ter um intervalo mínimo de 1

hora para refeição.

O intervalo interjornada deve ser

de, no mínimo, 11 horas.

Quando a duração da viagem for superior a 7 dias, o motorista tem direito a 36 horas de descanso por semana ou fração.

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Jovens músicos da Orquestra Criança Cidadã viajaram ao Vaticano para se apresentar para o Papa Francisco. No aeroporto do Recife, vestiram a camisa contra o trabalho infantil em reportagem para o Bom Dia Pernambuco, da Rede Globo.

Durante a 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, vários times de futebol aderiram à campanha Trabalho infantil não é legal. A iniciativa do MPT foi destaque no site do São Paulo Futebol Clube.

A procuradora do Trabalho Janine Miranda participou de entrevista sobre trabalho infantil no programa Assunto do Dia, da Rede Brasil.

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Chuva não foi impedimento

para a 2ª edição da marcha

“Lutar contra o trabalho infantil.” Essa foi a res-posta de Luiz Guilherme, de 11 anos, quando per-guntado sobre o que veio fazer na 2ª edição da Marcha Contra o Trabalho Infantil. A passeata, promovida pelo Fórum Estadual de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil em Pernambu-co (Fepetipe), foi realizada no dia 10 de outubro, para marcar a semana da criança.

Mesmo embaixo de chuva, mais de 1.500 pesso-as de diversas instituições participaram da cami-nhada, que teve concentração na praça Oswaldo Cruz, seguindo pela ponte Duarte Coelho, ave-nidas Guararapes e Dantas Barreto, com encerra-mento no Pátio do Carmo. Os presentes puderam acompanhar ao longo do trajeto, apresentações culturais de teatro e dança. Houve ainda a realiza-ção de vários flash mobs.

Destacando a importância da marcha, o procura-dor do Trabalho Leonardo Osório Mendonça co-mentou que o objetivo é dar visibilidade ao tema. “Queremos multiplicar a Campanha e envolver outras instituições, para que juntos possamos aca-bar com o trabalho infantil”, pontuou.

A mobilização buscou chamar a atenção da so-ciedade sobre a responsabilidade no combate ao trabalho infantil, sobretudo quando o assunto é o consumo. “Se tem uma criança vendendo bala na rua, é porque alguém compra. Quem contrata serviço de criança achando que está fazendo um

Crianças dizem não ao trabalho infantil

O catavento, símbolo da luta contra o trabalho infantil, esteve presente na marcha

favor, está na verdade contribuindo, privando a criança de um futuro melhor, por isso cada vez mais temos que atuar na área”, concluiu o procu-rador Leonardo.

Times - Também estiveram na concentração do evento os jogadores Natan, do Santa Cruz Fute-bol Clube, e Ewerton Páscoa do Sport Club do Recife, clubes que aderiram à campanha Trabalho infantil não é legal. Não “compre”.

Dados - Só em Pernambuco mais de 146 mil crian-ças trabalham, de acordo com Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD 2013), divul-gada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Es-tatística (IBGE). O número é considerado alto. No entanto a mesma pesquisa teve um resultado animador, apontando a redução no número de jovens de 5 a 17 anos que trabalham no Brasil. A queda foi de 330 mil, levando em consideração o ano anterior de 2012. Ao todo, atualmente, há 3,188 milhões de crianças e adolescentes traba-lhando.

Fórum - O Fórum Estadual de Prevenção e Erradi-cação do Trabalho Infantil em Pernambuco (Fepe-tipe) foi fundado no ano de 2000 e é um espaço permanente como também democrático de articu-lação, sensibilização e mobilização composto por instituições governamentais e não-governamentais da sociedade civil para a prevenção e erradicação do trabalho infantil em Pernambuco.

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O papel da vigilância em saú-de de populações expostas a agrotóxicos e as ações e medi-das adotadas para prevenção dos fatores de risco foram te-mas abordados no 6ª painel de discussões da 14ª Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (Expoepi), realizada em outu-bro.

A mesa, coordenada pelo re-presentante da Organização Pan Americana de Saúde (OPAS), Carlos Corvalan, contou com a presença do co-ordenador do Departamento de Vigilância em Saúde Am-biental e Saúde do Trabalha-dor da Secretaria de Vigilân-

cia da Saúde (DSAST/SVS), Carlos Augusto Vaz, da presi-dente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, e do procu-rador Regional do Trabalho, coordenador Nacional de Fó-rum de Combate aos Agrotó-xicos, Pedro Serafim.

O Brasil se destacou em 2008 como o maior consumidor mundial de agrotóxicos. Em 2010, seu consumo represen-tou 19% do mercado mun-dial. A taxa de crescimento do mercado brasileiro de agrotó-xicos, entre 2000 e 2010, foi de 190%, contra 93% do mer-cado mundial. “O agrotóxico tem uso indiscriminado no País, e, por meio de controles

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MPT participa de caravana do trabalho seguro

legais, essa realidade deve mu-dar, contando com o apoio do terceiro setor e dos órgãos públicos”, explicou Pedro Se-rafim.

A Presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro de Souza, falou sobre o papel da Anvi-sa no contexto atual de agri-cultura familiar e o trabalho do Ministério da Saúde. “É necessário um olhar diferente da Agência Nacional de Vi-gilância Sanitária (Anvisa) e da Vigilância em Saúde para a agricultura familiar, que é uma das principais atividades geradoras de novas fontes de trabalho na América Latina. Além disso, é extremamente

Uso indiscriminado prejudica principalmente os trabalhadores

importante reconhecer a luta do Ministério da Saúde nas ações realizadas para melhorar a saúde da população expostas a agrotóxicos.”

Experiência – A representan-te da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Aline Gurgel, falou sobre a atuação da Secretaria de Saúde de Pernambuco no combate a intoxicação por agrotóxicos, destacando o estado como um modelo de referência na vigilância. “É importante que tenhamos o envolvimento dos movimentos sociais e traba-lhadores, porque estes são os primeiros afetados pelo uso indiscriminado de agrotóxi-cos”, disse.

Cuidados para populações expostas a agrotóxicos são tema de painel

Com o objetivo de conscien-tizar empregadores e trabalha-dores rurais da região sobre a utilização de agrotóxicos, o Tribunal Regional do Traba-lho da 10ª Região promoveu uma caravana sobre trabalho seguro.

A iniciativa, que faz parte da campanha A vida muda quando você muda, passou pelas cida-des de Araguaína, Gurupi e Palmas, respectivamente, nos dias 20, 21 e 23 de outubro.

O Ministério Público do Traba-lho (MPT) participou da ação por meio do procurador Regio-nal do Trabalho, coordenador nacional do Fórum de Comb-te aos Agrotóxicos, Pedro Se-rafim, que proferiu palestra. “Buscamos a sensibilização com os profissionais presentes para fomentar a criação de nú-cleos ou comitês regionais não burocráticos e envolver os prin-cipais atores nos problemas. A ideia é que possam propor ini-ciativas pontuais ou continua-

O grupo passou por Araguaína, Gurupi e

Palmas

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das acerca da questão do uso de agrotóxicos”, disse.

Além de Serafim, palestraram o representante do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Felis-mino Coelho Alves Filho; o superintendente Regional do Trabalho e Emprego do To-cantins, Celso Cezar da Cruz Amaral Jesus; e o diretor do Sindicato dos Servidores Pú-blicos do Tocantins, Paulo An-tônio Pereira.

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A situação do uso de agrotó-xicos em Pernambuco é preo-cupante e precisa ser urgente-mente revertida. O modelo de desenvolvimento do agronegó-cio induz o uso dos venenos agrícolas, que expressam uma forma de violência à vida. Pes-quisas comprovam forte rela-ção do aumento de doenças e mortes com a utilização de agrotóxicos. São muitos casos de intoxicações, de câncer, de suicídios, de alteração do de-senvolvimento das crianças e adolescentes e de muitos ou-tros impactos na saúde, além de desrespeito à legislação que protege os trabalhadores, rea-lidade observada também em Pernambuco, notadamente na fruticultura irrigada no Vale do São Francisco e outras re-giões produtoras de hortifruti-granjeiros.

O Brasil é o maior consumi-dor de agrotóxicos do mundo, sem considerar o contrabando de outros países. Este escanda-loso aumento do uso de agro-tóxicos, relacionado também com a liberação de sementes transgênicas, aparece nos ali-mentos e na água que bebe-mos, na contaminação de ani-mais e plantas, solos, ar e das fontes e mananciais de água. Análises feitas em laborató-rios, coordenadas pela Anvisa, mostram irregularidades em 91% do pimentão, 35,5% da

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Fórum publica manifesto pedindo banimento de substâncias

uva, 41,7% do repolho, 33,3% do alface e 40% do couve-flor que apresentaram agrotóxicos acima dos níveis permitidos ou não autorizados pela legisla-ção. Os agrotóxicos ameaçam a vida no planeta, são uma questão de saúde pública e de segurança alimentar, por isso reafirmamos que não existe uso seguro dessas substâncias. Vamos combater a ideia de níveis aceitáveis de contamina-ção dos alimentos, da água e do corpo dos trabalhadores e trabalhadoras.

Precisamos reforçar a agroe-cologia, que propõe um novo modelo de agricultura, bus-cando o equilíbrio humano e ecológico e, o fim do uso de ve-nenos na agricultura. É impos-sível avançar na construção da agroecologia sem reverter a situação dos agrotóxicos no Brasil. É preciso brecar a ex-pansão do agronegócio sobre os territórios da agricultura fa-miliar, indígena, quilombola e camponesa, exigindo a demar-cação de zonas livres de agrotó-xicos e transgênicos pautadas pela agroecologia, valorizando o conhecimento, experiências e iniciativas de abastecimento de produtos agroecológicos.

Queremos o fim da pulveri-zação aérea, o banimento dos agrotóxicos proibidos em ou-tros países, o fim da isenção de

impostos para agrotóxicos com destinação dos recursos arreca-dados para o fortalecimento da agroecologia e a recuperação dos ecossistemas degradados. Não aceitamos o relaxamento da legislação e nem o desmon-te das instituições de regulação e controle dos agrotóxicos: são obrigações da Anvisa e do Iba-ma proteger a saúde da popula-ção e o ambiente.

O Fórum Pernambucano de Combate aos efeitos do Uso de Agrotóxicos conclama os pernambucanos, organizações governamentais e não gover-namentais e demais setores sociais a priorizarem o enga-jamento sistemático e perma-nente na luta contra os agro-tóxicos. Assim convocamos todos e todas para:

1. Denunciar a este fórum si-tuações de uso de agrotóxicos que ameçam a saúde da popu-lação e ambiente.

2. Promover fóruns locais, mu-nicipais e brigadas de combate aos efeitos dos agrotóxicos na saúde do trabalhador, ambien-te e sociedade.

3. Promover a exibição públi-ca dos filmes O veneno está na mesa e O veneno está na mesa 2, disponíveis na internet através do site www.contraosagrotoxi-cos.org.

O Fórum Pernambucano de Combate aos Efeitos do Uso de Agrotóxicos, que tem o Ministério Público do Trabalho (MPT) como entidade participante, lançou manifesto no mês de outubro contra o uso indiscriminado de substâncias. O documento visa proteger trabalhadores e consumi-dores. Leia o manifesto na íntegra abaixo:

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Por meio de Termo de Ajus-tamento de Conduta (TAC), com o Ministério Público do Trabalho (MPT), o restau-rante Antiquário se compro-meteu a proibir o uso de ci-garros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto derivado de fumo no estabelecimento.

A medida, de autoria do pro-curador do Trabalho Rogé-rio Sitônio Wanderley, tem como objetivo preservar a saúde dos funcionários do local que não devem ser ex-postos à fumaça de cigarros e afins.

Restaurante se compromete a não expor funcionários à fumaça de cigarro

Somente as áreas externas, abertas, com arejamento ade-quado e destinadas exclusiva-mente para esse fim poderão ser utilizadas para o uso de cigarros. O termo estabelece que a proibição do fumo deve ser divulgada entre todos os frequentadores, inclusive, ar-tistas, prestadores de serviços, clientes, empregados, proprie-tários e sócios, que compare-cerem ao local.

Caso o TAC seja descumprido, está prevista multa de R$ 10 mil, por item desrespeitado. O valor será reversível ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).

Feira de máquinas é alvo de fiscalização

Nos dias 22 e 23 de outubro, o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) realizaram ação conjunta de fiscalização na 20ª Feira da Indústria Mecâni-ca, Metalúrgica e de Material Elétrica de Pernambuco (Fimmepe). O objetivo da ação foi verificar se as empresas estavam expondo máquinas de acordo com a Norma Regulamentadora nº 12, que trata da proteção de máquinas e equipamentos. Como saldo, houve a interdição de máquina da empresa Hidromisa Indústria e Comércio.

De acordo com a fiscalização, a empresa, que vende produtos para a indústria da reciclagem, expunha equipamento em desa-cordo com as normas de segurança. “Conforme informações da própria empresa, a máquina era comercializada e o sistema de proteção exigido pela NR 12 era vendido separadamente, caso o comprador quisesse”, disse o procurador do Trabalho, titular da Coordenadoria Nacional de Defesa do Meio Ambiente de Trabalho, Philippe Jardim.

Ainda segundo o procurador, o MPT deverá abrir inquérito ci-vil após receber o laudo de interdição do MTE, para apurar a conduta da empresa. Em se comprovando que a Hidromisa con-tinua a comercializar máquinas sem estarem em conformidade

com a legislação, o órgão buscará o impedimento da ida dessas peças ao mercado.

Balanço – Na avaliação do MPT, o trabalho de fiscalização em feiras de equipamentos já mostra resultados importantes. Um deles é que duas empresas, recentemente autuadas em eventos do tipo em São Paulo e em Caxias do Sul, participaram da Fim-mepe e não estavam expondo máquinas irregulares. Participaram da ação no Recife o procurador do Trabalho Gustavo Chagas e o servidor Marcos Lira, além dos fiscais do MTE.

Empresa Hidromisa foi autuada

Riscos - O Instituto Nacional de Câncer (Inca) explica que o ar poluído pelos compostos ativos do fumo, contém, em média, três vezes mais nicoti-na, três vezes mais monóxido de carbono, e até cinquenta vezes mais substâncias cance-rígenas. Em bares, boates e restaurantes, trabalhadores, submetidos ao ambiente con-taminado, têm 30% a mais de chance de desenvolver câncer de pulmão e 24% a mais de chance de um infarto em re-lação a outros trabalhadores não fumantes, que desempe-nham atividades em locais livres de fumo.

Caso o TAC seja descumprido, está prevista multa de

R$ 10 mil, por item desrespeitado

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Grupo de trabalho avaliou como positiva a ação no evento

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