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ESTUDOS FENOLOGICOS DE ALGUMAS ESpECIES LENHOSAS E HERBACEAS DA CAATINGA RAYMUNDO MAURO DE A. PEREIRA * JOÃO AMBRÓSIO DE ARAÚJO FILHO ** ROSÃNGELA VIANA LIMA **** FRANCISCO D. G. PAULINO ***** AFONSO OD~RIO NOGUEIRA LIMA **** ZELMA BASTOS DE ARAÚJO *** SUMMARY RESUMO Este trabalho, desenvolvido na Fazenda Experi- mental do Vale do Curu, Pentecoste,Ceará,teve por objetivo estudar a fenologia de espécies lenhosas e herbáceas da caatinga com ênfase nasde interesse ap(- cola. A área experimental foi demarcada por quatro transetos que se originaram a partir de um apiário e se- guiram a direcão dos pontos cardeais.Ao longo destes transetos 10 plantas arbóreasdas espécies mais impor- tantes foram identificadas e etiquetadas. Também, 20 parcelas de 0,5m2 cada, foram marcadaspermanente- mente para estudos da vegetação herbácea.Durante as estações seca e úmida dos anos de 1986 a 1988 foram feitas avaliações feno lógicas da vegetaçãoa intervalos semanais, no período úmido e quinzenais, no seco. Das espécies lenhosas,o marmeleiro (Croton sonderianus Mül. Arg.), o pau-branco (Auxemma oncocalyx Taub.), o pereiro (Aspidosperma pirifolium Mart.) o sabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Bentn.J floresceram no período das cnuvas, enquanto o anglco (Anadenanthe- ra macrocarpa (Benth.) Brenan), a jurema preta (Mi- mosa acutistipula Benth.) e o Juazeiro (Zizyphus joa- zeiro Mart.) o fizeram ao longo da estação s.e_ca. Todas as espécies herbáceas, que eram anuais, floresceram no período úmido, concentrando sua florada nos meses de abril e maio. Os resultados sugeremque a ocorrên- cia de floradas ao longo de todo o ano torna a vegeta- ção da caatingaadequadamente adaptadaà exploração apícola sustentável. PHENOLOGIC STUDIES OF WOODY AND HERBACEOUS SPECIES OF,THE CAATINGA This work was developed at the Fazenda Experimental do Vale do Curu, Pentecoste, Ceará, with the objectives of studying the phe- nology of the woody and herbaceous plant species of the caatinga, particularly those of apicultural interest. The experimental area was limited by four. transects that originated from an apiary and followed the direction of the car- dinal points. On the transects, ten plants of each of the most important woody species were identified and marked. Also, 20 permanent 0,5m2 quadrats were, permanently, set for the studies of the annual herbaceousplants. During the drv and the wet seasons of 1986 througt 1988, phenological evluations were made at weekly intervals in the rainy season and 15 day intervals in the dry period. The woody species marmeleiro (Croton sonderianus Mül. Arg.), pau-branco (Auxemma oncocalyx Taub.) perei- * Prot. Adjunto IV da UFC e Coordenador do ro (Aspidosperma pirifolium Mart.) and sabiá Projeto de Apicultura - PDCT/NE (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.) flowered in ** Pesquisador da EMBRAPA . the rainy season, while angico (Anadehanthera *** Pro!.a Assistente e Pesquisadora do Projeto macrocarpa (Benth.) Brenan) jurema preta ApIcultura - PDCT/NE .. . '.. **** Engenheira Agrônoma, Técnica do Projeto (Mimosa acutlstlpula Benth.) and juazelro PDCT/NE (Zizyphus joazeiro Mart.) did so in the dry ***** Engenheiro Agrônomo, Técnico do Projeto período AI I theherbaceous annual species flowe- PDCT/NE red in the wet season, concentrating their flo- ****** Engenheiro Agrônomo, Bolsista do . . . PDCT/10 werlng In the months of Aprll and May.The Ciên. Agron., Fortaleza, 20(1/2): pág. 11-20 junholdezembro/l989 11

ESTUDOS FENOLOGICOS DE ALGUMAS ESpECIES LENHOSAS E …ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/28419/1/... · 2015. 3. 10. · das chuvas, o angico permanece em fase de ve-getação

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ESTUDOS FENOLOGICOS DE ALGUMAS ESpECIES LENHOSAS EHERBACEAS DA CAATINGA

RAYMUNDO MAURO DE A. PEREIRA *JOÃO AMBRÓSIO DE ARAÚJO FILHO **ROSÃNGELA VIANA LIMA ****FRANCISCO D. G. PAULINO *****AFONSO OD~RIO NOGUEIRA LIMA ****ZELMA BASTOS DE ARAÚJO ***

SUMMARYRESUMO

Este trabalho, desenvolvido na Fazenda Experi-mental do Vale do Curu, Pentecoste, Ceará, teve porobjetivo estudar a fenologia de espécies lenhosas eherbáceas da caatinga com ênfase nas de interesse ap(-cola. A área experimental foi demarcada por quatrotransetos que se originaram a partir de um apiário e se-guiram a direcão dos pontos cardeais. Ao longo destestransetos 10 plantas arbóreas das espécies mais impor-tantes foram identificadas e etiquetadas. Também, 20parcelas de 0,5m2 cada, foram marcadas permanente-mente para estudos da vegetação herbácea. Durante asestações seca e úmida dos anos de 1986 a 1988 foramfeitas avaliações feno lógicas da vegetação a intervalossemanais, no período úmido e quinzenais, no seco. Dasespécies lenhosas, o marmeleiro (Croton sonderianusMül. Arg.), o pau-branco (Auxemma oncocalyxTaub.), o pereiro (Aspidosperma pirifolium Mart.) osabiá (Mimosa caesalpiniaefolia Bentn.J floresceram noperíodo das cnuvas, enquanto o anglco (Anadenanthe-ra macrocarpa (Benth.) Brenan), a jurema preta (Mi-mosa acutistipula Benth.) e o Juazeiro (Zizyphus joa-zeiro Mart.) o fizeram ao longo da estação s.e_ca. Todasas espécies herbáceas, que eram anuais, floresceram noperíodo úmido, concentrando sua florada nos mesesde abril e maio. Os resultados sugerem que a ocorrên-cia de floradas ao longo de todo o ano torna a vegeta-ção da caatinga adequadamente adaptada à exploraçãoapícola sustentável.

PHENOLOGIC STUDIES OF WOODY ANDHERBACEOUS SPECIES OF,THE CAATINGA

This work was developed at the FazendaExperimental do Vale do Curu, Pentecoste,Ceará, with the objectives of studying the phe-nology of the woody and herbaceous plantspecies of the caatinga, particularly those ofapicultural interest. The experimental area waslimited by four. transects that originated froman apiary and followed the direction of the car-dinal points. On the transects, ten plants ofeach of the most important woody species wereidentified and marked. Also, 20 permanent0,5m2 quadrats were, permanently, set for thestudies of the annual herbaceous plants. Duringthe drv and the wet seasons of 1986 througt1988, phenological evluations were made atweekly intervals in the rainy season and 15 dayintervals in the dry period. The woody speciesmarmeleiro (Croton sonderianus Mül. Arg.),pau-branco (Auxemma oncocalyx Taub.) perei-

* Prot. Adjunto IV da UFC e Coordenador do ro (Aspidosperma pirifolium Mart.) and sabiáProjeto de Apicultura - PDCT/NE (Mimosa caesalpiniaefolia Benth.) flowered in

** Pesquisador da EMBRAPA . the rainy season, while angico (Anadehanthera*** Pro!.a Assistente e Pesquisadora do Projeto macrocarpa (Benth.) Brenan) jurema preta

ApIcultura - PDCT/NE .. . '..**** Engenheira Agrônoma, Técnica do Projeto (Mimosa acutlstlpula Benth.) and juazelro

PDCT/NE (Zizyphus joazeiro Mart.) did so in the dry***** Engenheiro Agrônomo, Técnico do Projeto período AI I theherbaceous annual species flowe-

PDCT/NE red in the wet season, concentrating their flo-****** Engenheiro Agrônomo, Bolsista do . . .

PDCT/10 werlng In the months of Aprll and May.The

Ciên. Agron., Fortaleza, 20( 1/2): pág. 11-20 junholdezembro/l989 11

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result suggest that the occurrence of floweringalong the entire year make the caatinga ve"geta-tion adequately adapted for a sustaining apicul-tural exDloration.

Este estudo, tem por objetivo conhecer afenologia de espécies lenhosas e herbáceas da-quelas que têm interesse ap(cola, seja do pontode vista da produção de néctar e pólen, e, tam-bém, porque suas floradas ocorrem em épocasde carência alimentar (estação seca).

PALAVRAS-CHAVE: Fenologia, ForrageirasAp(colas, espécies lenhosas e herbáceas, calen-dário ap(cola. 2. MATERIAIS E M~TODOS

1. INTRODUÇÃO

o estudo foi conduzido na Fazenda Experi-mental do Vale do Curu, da Universidade Fede-ral do Ceará, Pentecoste, Ceará, e teve a dura-ção de três anos, com in ício na estação seca de1986. A área experimental foi consideradacomo uma circunferência de 3,0 Km de raio,tendo ao centro um apiário. Quatro transetosde, aproximadamente, 3,0 Km cada forammarcados, permanentemente, seguindo a dire-ção dos pontos cardeais. Ao longo desses, 10plantas de cada uma das espécies lenhosas pere-nes, mais importantes na área foram etiquetadaspara acompanhamento de suas fenofases aolongo do período experimental. Com respeito àvegetação herbácea anual, a avaliação foi feitaem quadrados de O,5m2 distribu{dos sistemati-camente nos transetos. As visitas, para tomadade informações sobre o ciclo feno lógico dasplantas eram feitas quizenalmente na estaçãoseca e semanalmente na úmida.

Para as espécies. lenhosas perenes foramobservadas as seguintes fenofases: in{cio da re-brota, vegetação plena, floração, frutificação,queda dos frutos, queda das flores e in{cio dadormência. Além dessas, a folhosidade ou co-bertura foliar em percentagem foi avaliada aolongo de cada ciclo feno lógico. Quanto às espé-cis herbáceas a mais, foram verificadas as fasesde crescimento, floração, antese, frutificação,queda de frutos e feneclmento.

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Precipitações pluviais

A Tabela 1 apresenta a distribuição mensaldas precipitações pluviais nos anos de 1986,1987 e 1988. Em termos de total anual, 1986superou os demais com 1200,3 mm, seguido de1988 com 898,5 mm de 1987 com 551,2. Estesvalores colocam os anos de 1986 e 1988 acimada média anual esperada para a região que é de898,1 mm. Em termos de distribuição mensal,os anos de 1986 e 1988 foram também os quemais se aproximaram dos valores esperados,enquanto que 1987 apresentou uma estacão das

Fenologia é o estudo da relação entre osfenômenos do ciclo de uma planta e as flutua-ções climáticas estacionais (DAUBENMIRE4).Todavia, fatores endógenos do vegetal influen-ciam, também, profundamente a seqüência esincronização de sua fenologia (ROWE8).

As plantas perenes, árvores e arbustos, têmo início e o fim de suas atividades de crescimen-to determinados por fatores cimáticos, taiscomo, luz, temperatura e umidade, apresentan-do forte efeito de fotoperiodismo (I). No casodas anuais, a periodicidade está geralmente au-sente, estando aptas a iniciar o crescimento, tãologo as condições ambientais sejam favoráveis (I).

Nas regiões tropicais, onde as flutuaçõesestacionais da temperatura e do comprimentodo dia são insignificantes a alternância deperíodos úmidos e secos, assim como, as varia-ções da intensidade da luz solar estariam asso-ciadas com os fenômenos periódicos de cresci-mento e reprodução dos vegetais perenes eanuais (ALVIM1 e HOPKINS6). Neste caso, ocrescimento vegetativo das espécies lenhosasperenes dar-se-ia predominantemente durante aestação úmida (Juxley & Van Heck7), enquantoa queda das folhas, floração e frutificação, noper(odo seco (FRANKIE5). O estímulo à flora-ção poderia ser provocado pelo surgimento denovas folhas (ALVIM1), embora algumas espé-cies tropicais de regiões semi-áridas apresentemas fases de floração e frutificação após a quedad~ suas folhas.

O conhecimento da fenologia dos compo-nentes de uma vegetação proporciona importan-tes suqs(dios para racionalização das atividadesagropecuárias na região. Assim, considerando aexploração apícola, a sucessão dos eventos fe-nológicos é de fundamental importância paraidentificação do ciclo de floradas ao longo doano, podendo-se, portanto, traçar o perfil dadisponibilidade anual de néctar e pólen para asabelhas.

12 Ciên. Agron.. Fortaleza, 20(1/2): pág. 11-20 junhofdezembro/1989

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TABELA I

Precipitações pluviais normais observadas na Fazenda Experimental do Vale do Curu, Pentecoste, Ceará, Brasil.Estação Seca de 1986 e estação das chuvas de 1987.

-1986

-1987

-1988Mês/ Ano Esperado

-92,6

244,2295,0261,6136,299,423,78,60,03,09,0

27,0

-10,8

44,8

273,1

47,0

4,8149,4

15,7

0,05,6

0,00,0

0,0

-75,598,0

241,1290,0157,146,822,4

1,20,01,26,8

25.2

-56,7

128,1282,0216,0111,944,226,1

7,33,42,44,6

15.4

JANEIROFEVEREIROMARÇOABRILM.4.IOJUNHOJULHOAGOSTOSETEMBROOUTUBRONOVEMBRODEZEMBRO

chuvas irregular com valores abaixo dos espera-dos, principalmente a partir do mês de abril,quando a estação foi virtualmente encerrada.(Tabela 1).

os diferentes sítios ecológicos da paisagem ser-taneja.

Os dados fenológicos obtidos para as espé-cies lenhosas ao longo dos períodos 1986 -1988 estão sumariados nas tabelas 2, 3 e 4.

Angico - o angico 'é uma árvore que nãoentra em dorméncia na região da caatinga. Asprimeiras fases feno lógicas, isto é, rebrota e ve-getação plena acontecem ao início da estaçãoúmida ou fim da seca, dependendo da ocorrên-cia de chuvas, Em 1986 esta espécie botânicainiciou o enfolhamento no més de dezembro,enquanto que em 1988 o fenômeno só se verifi-cou a partir de fevereiro. Nos meses de estaçãodas chuvas, o angico permanece em fase de ve-getação plena, com folhosidade alcançando va-lores de 90-100% (Tabelas 6 e 7), iniciando aqueda das folhas nos primeiros dias do período

Fenologia de aígumas espécies lenhosas

Foram acompanhadas ao longo do períodoem estudo as fenofases de algumas espécies le-nhosas, que apresentavam significante ocorrên-cia na área de estudo. Duas delas, o marmeleiroe a jurema preta são conhecidas espécies coloni-zadoras, dominantes em áreas desbravadas. Asrestantes, o juazeiro, o angico a catingueira(Caesalpinea pyramidalis Tul.), o pau branco, opereiro e o sabiá são árvores que aumentam suaparticipação na composição da vegetação nativaà medida em que esta se aproxima do clímax.Todavia. a dominância destas espécies varia com

TABELA 2

Fenologia de Alqumas Espécies Lenhosas da Caatinga Pentecoste-Ce - Estação Seca de 1966

ESPÉCIE DATA07-08 19-08 03-09 15-10 30-10

-26-11 15-12 30-1212.11

-5-622365-645-6

-5-622465-645-6

-5-6224O55-65-0

-3-5625O55-65-0

-3-562-35-6O5-05-0O

-3-5635-6O5-05-0O

-4-5636O5-0OO

-4-5O46OOOO

-1-5O46OO1O

-2-5141

ANG ICOCATINGUEIRAJUAZEIROJUREMA PRETAMARMELEIROPAU BRANCOPEREIROSABIÁ

-42236

5-64

5-6

121

LEGENDA

o. Dorméncia1. Rebrota

2. Vegetação plena 4. Frutificação3. Floração 5. Queda de frutos

6. Queda de folhas

13Ciên. Agron., Fortaleza, 20( 1/2): pág. 11-20 junho/dezembro/I989

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seco. Por ocasião da floração que ocorre no mésde outubro (Tabelas 5 e 7) a árvore se encontracom folhosidade variando de 10,5 a 4O%..A fru-tificação tem lugar a partir do fim de novembroseguida da maturação e queda dos frutos. Sendoas vagens deiscentes persistem na planta comqueda gradativa ao longo do ano. Se na estaçãoseca não ocorrer chuvas, a frutificação se pro-longa até os primeiros meses da estação daschuvas do ano seguinte.

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Catingueira - A maioria das fenofases dacatingueira ocorre no período das chuvas. To-davia, durante os três anos de execução da pes-quisa, nenhuma das árvores amostradas alcan-çou a fase de floração. A catingueira é uma dasprimeiras árvores a rebrotar com o in ício daschuvas. Em, aproximadamente, 30 dias após ocomeço da estação, as plantas alcançam vegeta-ção plena (Tabelas 3 e 4), com percentual decobertura foliar acima de 90 (Tabela 6 e 7). Oinício da queda das folhas pode ocorrer a partirde maio nos anos secos (Tabela 3) ou de agostoa outubro (T_a!>elas 2 e 4), estando a planta emdormência .de outubro a. novembro, com aqueda total das folhas (Tabelas 5 e 7).

Juazeiro - É uma das poucas árvores quese mantém com folhagem verde ao longo detodo o ano, nas regiões sertanejas do nordeste,podendo apresentar alguma redução da folha-gem nos anos mais secos, ou antes do início dafloração (Tabelas 3 e 4). A floração acontecenormalmente em outubro (Tabelas 2 e 4), po-dendo a irregularidade das chuvas em algunsanos (Tabelas 1 e 3), antecipar o evento para omês de julho. Em novembro a planta frutifica,fenô~eno que se prolonga até os primeirosmeses do ano seguinte. Durante a estação daschuvas, o juazeiro se mantém em fase de vegeta-ção plena, com folhosidade próxima dos100% (Tabelas 5 e 6).

Jurema preta - Como o juazeiro, a juremapreta sofre redução de sua folhosidade ao fimdo período seco, sem contudo entrar em dor-mência. Esta árvore sertaneja é uma colonizado-ra, ocupando extensas regiões do sertão nordes-tino. Costuma surgir em áreas cuja vegetaçãolenhosa original foi removida, ou ocupar aque-las sob efeito de manejo inadequado da terra.Nas fases iniciais da sucessão secundária suadensidade é elevada, podendo atingir valoresacima de 10.000 pilha. Todavia, à medida que asucessão progride, a jurema preta tem sua popu-lação reduzida até focarem uns poucos indiví-duos esparsamente distribuídos.

Ciên. AQron.. Fortaleza. 20(1/2): oáQ. 11-20 iunho/dezembro/l9891/1

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TABELA 4

Fenologia de Algumas Espécies Lenhosas da Caatinga - Pentecoste - Ce - 1988

Data/Espécie Angico Catingueira Juazeiro JuremaPreta

Marmeieiro-PauBranco

-Pereira

-Sabiá

14/01/8828/01/8810/02/8825/03/8810/03/8826/03/8808/04/8823/04/8810/05/8826/05/8814/06/8828/06/8812/07/8826/07/8805/08/8819/08/8803/09/8817/09/8814/10/8828/10/8811/11/8827l11/8809/12/8829/12/88

-4.64.61-41.41.52-53-5

5555555

5-65.65.65-63-53-53-54-54-54-5

-1111222222222666666OOOO1

-2-42-42-44-54-54-5

5522226

1-61-61-61-62-32-334444

-11122222

2-32-3

44

4.55-6

61-33-43-44.55-65.6661

-11112

2-33-444455

5-6666OOOOOO11

-77112

2-33

3-42-42-4

44

4-555

5-65-65-65-60O-O.6-0

OO1

-111122

2-33

3-42-4

444444

4-55-65-65-65-6611

-111122

2.33

3.44

4-55-65.65.6666OOOOOO.

LEGENDA1. REBRDTA2. VEGETA.Ç,lt> PLENA3. FLDRAÇÃO4. FRUTIFICAÇÃO

5. QUEDA DE FRUTOS6. QUEDA DE FOLHAS7. DORM~NCIA

TABELA 5

Folhagem de Algumas Espécies Lenhosas da Caatinga - Estação Seca de 1986

ESPÉCIES DATA-07/08

-19/08 03/05 18/09 01/10 16/10 30/10

-12/11

-26/11

-30/12

---

ANG ICO 87,0CATINGUEIRA 90,0JUREMA PRETA 55,0MARMELEIRO 35,5PAU BRANCO 74,0PEREIRO 89.0SABIÁ 28.5

-46,S85,048,023,054,S86,021,0

-52,080,044,06,0

-50,078,512,0

-31,575,538,50,0

40,539,54.5

-21,1060,032,50,0

27,021,5

2,0

-10.530,025,50,0

22,514,00,5

-13,515,015,00,04,57,00,0

~

15,05,0

10,50,00.0

14.60.0

-20,5

0,01:3,00,00,0

14,00,0

-47,557,576,011,54,5

78,51,5

Ciên. Agron., Fortaleza. 20( 1{2): pág. 11-20 junhofdezembro{1989 15

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Com o início das chuvas, a jurema pretainicia a rebrota, alcançando rapidamente a fased~ vegetação plena (Tabelas 3 e 4), quandoapresenta acima de 90% de cobertura foliar(Tabelas 6 e 7), .A floração se verifica ao fim daestação úmida (Tabela 2) ou início da seca (Ta-belas 3 e 4). ErT1 alguns anos, apresenta aspectosespetaculares, tingindo a caatinga de branco, emplena seca. A frutificação acontece nos mesesd~é agosto e setembro, seguindo-se da queda dosfrutos. Ao fim do período seco, acentua-se aqueda das folhas, alcançando, em alguns anos,valores de 10-15%. Todavia, a planta não entraem dormência e poderá rebrotar de imediato, àmenor ocorrência de chuvas.

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Marmeleiro - Juntamente com a juremapreta, o marmeleiro é um colonizador de áreasdesbravadas, ou invasor de áreas degradadas.Todavia, enquanto a primeira espécie ocupaárea com .solos de baixa fertilidade e algumaslimita,;:ões físicas (drenagem, por exemplo), omarmeleiro predomina nos sítios de solos maisférteis e de drenagem adequada.

O marmeleiro é uma planta que inicia afase de queda das folhas, logo no in ício da esta-ção seca, entrando em dormência já a partir desetembro (Tabelas 2, 3 e 4), quando observa-sua perda total das folhas (Tabelas 5, 6 e 7). Po-rém, nas primeiras chuvas, rebrota vigorosamen-te (Tabela 3 e 4), alcançando sua folhosidadepercentuais superiores a 90% (Tabelas 6 e 7). Afloração, frutificação e queda dos frutos se veri-ficam em plena estação das chuvas, nos mesesde março, abril e maio (Tabelas 3 e 4). Estaespécie é considerada pelos apicultores comouma melífera por excelência, produzindo ummel de cor, sabor e odor muito apreciados.

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Pau branco - Como o marmeleiro, a maior

parte dos eventos feno lógicos do pau-brancoocorre durante a estação das chuvas. A rebrotaé rápida, acontecendo com as primeiras chuvas,alcançando a planta a fase de vegetação plena,de 30-35 dias após o in(cio da estação (Tabelas3 e 4). Nesta fase, a folhosidade atinge perten-tuais em torno de 100% (Tabelas 6 e 7). A flo-ração tem lugar ainda na primeira metade do

J

per(odo das chuvas, perdurando por, aproxima-damente, 30 dias. Segue-s~ a frutificação. Como término das chuvas e in(cio da seca os frutosmaduros e as folhas começam a cair. As duasfases se completam pelos últimos dias de outu-

bro, quando a planta entra em dormêncla, como percentual de folhosidade ieduzido a zero.

Ciên. Agron.. Fortaleza. 20( 1/2): pág. 11-20 junhofdezembro/198916

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TABELA 7

Folhagem (%) de Algumas Espécies Lenhosas da Caatinga Pentecoste - Ce - 1988

Pereira - É, também, uma árvore em que amaioria das fenofases acontece durante o perío-do das chuvas. A rebrota se dá no in ício daschuvas, alcançando a fase de vegetação plenamais rapidamente que o pau-branco, ou seja,dentro de 20 a 25 dias, após o inrcio do inverno(Tabelas 2, 3 e 4) com o percentual de folhosi-dade acima de 90. A floração ocorre ainda naprimeira metade da estação, seguida imediata-mente da frutificação. As folhas começam a cairmais tardiamente do que no pau-branco. O pe-reiro não entra em dormência com a perda totaldas folhas. Ao fim do período seco, as plantassempre apresentavam acima de 10% de folhosi-dade (Tabelas 5 e 7). ~ a árvore mais precoce,entrando em floração, quando às demais estãocompletando o fim da rebrota.

Sabiá - Entre as árvores, o sabiá é a que

entra em dormência mais cedo, na estação seca,com perda total de suas folhas. Seus ciclos decrescimento e reprodução ocorrem durante aestação úmida. A vegetação plena é alcançadaem aproximadamente, 60 dias após o início daschuvas. Segue-se a floração, que pode perdurarpor quase dois meses. I: a primeira árvore a ini-.ciar a perda das folhas e entra em dormência, oque pode acontecer de agosto a setembro, de-pendendo da data do fim do período chuvoso.

FENOLOGIA DE ALGUNS COMPONENTESHERBAcEOS DA CAATINGA

A caatinga é rica em espécies, principal-

mente dicotiledôneas. Na área do estudo foram

identificadas cerca de 46, embora um trabalho

mais minucioso possa elevar consideravelmente

este número. Sabe-se que o total de espécies

herbáceas presentes varia com o ano e com o

local. Nos anos mais secos, diminui,substancial-

mente a ocorrência das dicotiledôneas herbá-

ceas, embora não tenha sido observado igual

efeito sobre as gram (neas.

Das espécies presentes na área do estudo,

26 completaram seus ciclos feno lógicos durante

os per(odos das chuvas de 1987 e 1988 (Tabelas

8, 9 e 10). Convém salientar que praticamente

todas as espécies herbáceas encontradas são

anuais e completam seu ciclo na estação das

chuvas.Embora haja uma certa diferença de preco-

cidade entre as espécies herbáceas, quanto à

ocorrência dos eventos feno lógicos, pode-se

afirmar que, via de regra, as primeiras comple-

tam seu ciclo até a primeira metade da estação,

enquanto as dicotiledôneas, mais tardias o

fazem a partir da segunda metade. Assim, os

meses de abril e maio concentram a floração e

frutificação da maioria das ervas da caatinga.

Ciên. Agron., Fortaleza. 20( 1/2): pá!!. 11-20 iunho/dezemhm/1 Qs!Q 17

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TABELA 8

Ciclo Fenológico de Espécies Herbáceas na Estação Úmida de 1987 Pentecoste - Ce

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LEGENDA:1. Crescimento2. Floração~ Ante.e

4. Frutificação5. Queda dos Frutos6. Fenecimento

No início da estação seca, meses de junho ejulho, essas espécies, havendo completado seuciclo fenológico, fenecem, deixando no solo umabundante banco de sementes.

e a diferença de precocidade faz com que hajasempre alguma espécie em floração em qualquerdos meses da estação. Mas, o mais importante éque, mesmo durante a seca, há floradas abun-dantes e diferenciadas no tempo na área dacaatinga. Assim, a júrema preta flora nos pri-meiros meses do período seco, seguida do angi-co e por fim do juazeiro. Haverá, pois, semprealguma espécie em floração ao longo da estação.Isto só é possível, graças à diversidade florísticada caatinga, característica que deve ser levadaseriamente em consideração todas as vezes quese planeja a exploração racional deste importan-te complexo florístico do Nordeste brasileiro.

CONCLUSÃO

As diferenças dos eventos feno lógicos doscomponentes da vegetação da caatinga podemproporcionar condições adequadas à produçãoapícola em base anual. Durante o período daschuvas, toda a vegetação herbácea e algumasespécies lenhosas produzem abundante florada

18 Ciên. A2ron.. Fortaleza. 20(1/2): Ma 11-?n ;I1nhnl.lp7pmh",/IORO

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TABELA 10

Lista com os Nomes Vulgar e Científico das Espécies Herbáceas mais Encontradas em Pentecoste-Ceará.

NOME CIENTíFICONOME VULGAR~

1.Azedinha2. Beldroega3. Berba de bode4. Bamburral5. Capim Buffel6. Capim Colonião7. Carrapicho de Agulha8. Ervanço9. Favita

10.Jitirana11.Junco12. Língua de Vaca13. Mariana14. Marianinha1 5. Mata-pasto16. Quebra Pedra1 7. Quebr? Panela18. Retroz19. Sabão de Soldado20.Chanana21.Salsa22. Vassourinha de Botão23. Vassourinha24. Melosa25. Milhã Branca26. Pega-Pinto

1.0xalissp.2.Portulacaoleracea Linn.

3. Andropogon virginicus Linn.

4. Hyptis suaveolens Poit.

5.Cenchrus ciliaris L.

6.Panicum maximum Jacq.

7. Bidens pilosus Linn.

8. Froellchia lanata Moq.

9. Rhynchosia mínima DB.

1 O.lpomoea glabra Choisy

11.Cyperus amabilis Vahl.

12.Chaptalia integrifolia Bak.

13. Commelina deficiens Kunth.

14.Commelina nudiflora Linn.

15.Cassia sericea... Swartz

16.Phyllantus lathyroides H.B.K.

17 .Gomphrena demissa Mart.18.Sida sp.

19. Basella rubra Linn.

20. Turnera guianesis Aubl.

21 .Ipomea asarifolia Roem. & Schult22.Scoparia dulcis Linn.

23.Stylosanthes anqustifolia Vogo24. Hyptis sp.

25. Brachiaria plantaglnea Hitche.

26. Boerhaavia coccinea Mill.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

1. ALVIM, P. de T. - Periodicidade do Crescimentodas Árvores em Clima Tropicais. Itabuna,Centro de Pesquisa do Cacau, 1965 15p.

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3. BONNISTE R, Peter - Introduction to Physiologi-cal Plant Ecolo9Y Blockwell Scientific Publ;ca-tions Osney Mead Oxford, 1976 - p. 88-89.-

4. DAUBENMIRE, R.F. Plant Communities. ATextlook of synecoloQY. Harper & Row,NewYork, Publishers, 1968.

5. FRANKIE, G.W. - Comparative phenological stu-dies of trees in tropical wet and dry forests inthe lowlands of Costa Rica. J. Ecol, 62: 881 -919,1974.

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20 Ciên. Aamn. Fortalez~ 20(1/2): náa. 11-20 iunholdezembro/1989