ET-015 Leila Marcia Ghedin

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    Eje: Subeje: TurismoSINALIZAO TURSTICA: UMA PROPOSTA DE USO TURSTICO PARA A

    SERRA DO TEPEQUM

    Leila Marcia Ghedin1

    Carla Duarte Sevalho2

    Tainah da Silva Level3

    Janaina Bezerra do Nascimento4

    RESUMOA sinalizao turstica, componente de infraestrutura turstica, oferece

    facilidade de orientao aos visitantes para se direcionarem com seguranaaos destinos pretendidos e contribui para o planejamento e a melhoria dodesenvolvimento turstico da localidade, alm de valorizar o patrimnio naturale cultural da regio. Com o aumento da procura dos atrativos da Serra doTepequm, localizada no municpio do Amajari, a 213 quilmetros da capital do

    estado de Roraima, Boa Vista, tornou-se necessrio promover aes paraatender s necessidades da demanda turstica e da comunidade,principalmente no que se refere infraestrutura. Dessa forma, props-se oplanejamento da implantao de sinalizao turstica na Serra do Tepequm,de acordo com os objetivos e princpios bsicos do Guia Brasileiro deSinalizao Turstica, visando o desenvolvimento sustentvel da regio. Omtodo determinado para orientao geral da pesquisa foi o Estudo de caso.Dentre os resultados obtidos tem-se a elaborao do Plano Funcional deSinalizao Turstica da Serra do Tepequm.

    Palavras-chave: Turismo. Infraestrutura turstica. Sinalizao Turstica.

    1 INTRODUO

    Possuidor de grande potencial turstico devido sua extensa rea

    natural e vasta diversidade tnica e cultural, o estado de Roraima, localizado

    no Extremo Norte do Brasil, apresenta atrativos suficientes para o

    desenvolvimento de atividades tursticas. Dentre tais atrativos, destaca-se aSerra do Tepequm, no municpio de Amajari, a 213 quilmetros da capital do

    Estado, Boa Vista. A Serra, um lugar rico em belezas naturais exticas, foi

    1 Mestre em Planejamento Turstico, Especialista no Uso dos Recursos Naturais;Licenciada em Pedagogia; Professora de Cursos Superior e Tcnico em Turismo doIFRR, Lder do Grupo de Pesquisa GEPTTEC; [email protected] Tecnologa em Gesto de Turismo; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa GEPTTEC;IFRR-Boa Vista Roaraima - Brasil3 Tecnologa em Gesto de Turismo; Pesquisadora do Grupo de Pesquisa GEPTTEC;

    IFRR-Boa Vista Roraima-Brasil4 Tecnologa em Gesto de Turismo; Pesquisadora do Grupo de PesquisaGEPTTEC;IFRR-BOA VISTA-RORAIMA -bRASIL

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    palco da grande explorao de diamante entre os anos 1930 e 1980, atraindo

    centenas de imigrantes de todas as regies do Brasil, principalmente

    nordestinos e estrangeiros dos pases vizinhos, Guiana e Venezuela.

    Com a proibio do garimpo, a comunidade encontrou no turismo umaalternativa sustentvel para o incremento da economia local, considerando que

    o turismo devidamente gerenciado serve como base para a proteo dos

    atrativos, preservao da cultura e desenvolvimento econmico, poltico e

    social da localidade receptora.

    Devido a m condio da nica via de acesso a Serra, a RR-203, suas

    visitaes eram limitadas s pessoas com interesse cientfico, eco turstico e de

    aventura. Porm, com o asfaltamento realizado no ano de 2008, houve

    aumento significante do nmero de turistas na Serra do Tepequm, tornando

    necessrios estudos e aes para que a atividade turstica, de fato, se

    desenvolva de acordo com os princpios da sustentabilidade e para que esta

    possa vir satisfazer tanto a comunidade quanto aos turistas.

    O sistema virio e de transportes so de grande importncia para o

    desenvolvimento econmico de uma localidade, pois promovem a expanso eo desenvolvimento do turismo. A sinalizao turstica, ferramenta desse

    sistema, oferece facilidade de orientao aos visitantes para se direcionarem

    com segurana aos destinos pretendidos, contribuindo com o planejamento e a

    melhoria da prtica do turismo, alm de valorizar o patrimnio natural e cultural

    da regio.

    Diante da problemtica como implantar a Sinalizao Turstica na

    Serra do Tepequm, visando o planejamento e o desenvolvimento sustentvelda atividade turstica local?, props-se a elaborao do Plano Funcional de

    Sinalizao Turstica na Serra do Tepequm, de acordo com os objetivos e

    princpios bsicos do Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica, visando o

    desenvolvimento sustentvel da regio.

    Contudo, neste trabalho foram utilizadas as pesquisas bibliogrfica,

    documental, descritiva e de campo para a elaborao o Plano Funcional de

    Sinalizao Turstica da Serra do Tepequm, o objetivo determinado.

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    2 TURISMO E SUSTENTABILIDADE

    Tratando-se de desenvolvimento sustentvel, depara-se com muitos

    conceitos, os quais todos enfatizam seu principal objetivo, o de satisfazer

    vontades humanas, e que em sua essncia :

    Um processo de transformaes no qual a explorao dos recursos, adireo dos investimentos, a orientao do desenvolvimentotecnolgico e a mudana institucional se harmonizam e reforam opotencial presente e futuro, a fim de atender s necessidades easpiraes humanas, sendo regido pelos seguintes princpios:econmico, social, ambiental, cultural e poltico (CMMAD5, 1991, p.49)

    Ressalta-se que desenvolvimento sustentvel no um estado fixo de

    harmonia, um processo em que so geridas, de modo coerente, asnecessidades presentes e futuras.

    Com a intensa degradao do meio ambiente, profissionais de diversas

    reas preocupados com a atual situao propuseram-se a modificar vises

    distorcidas ligadas a prticas de atividades tursticas, estudando e trabalhando

    o turismo sustentvel como alternativa de promover melhorias. O turismo

    sustentvel, de acordo com o Manual de Municipalizao do Turismo (2001),

    supervisiona, avalia e gere impactos que tem sobre o ambiente, desenvolve

    mtodos confiveis para definir responsabilidades e combater quaisquer efeitos

    negativos.

    Como defende Ruschmann (1997) o turismo serve como base para a

    proteo da atratividade das destinaes pela preservao do meio ambiente e

    se empreendido por rgos governamentais e empresas privadas o seu

    desenvolvimento pode ampliar o ciclo de vida das destinaes e dos

    equipamentos tursticos.

    Segundo Ghedin (2006), o desenvolvimento sustentvel dos atrativos

    tursticos deve ocorrer em etapas e, por causa de sua diversidade, permite a

    sua implantao de forma gradual com o intuito de favorecer o

    acompanhamento e o controle de sua evoluo. Deve-se adotar uma postura

    responsvel para a integridade do meio ambiente, uma vez que o

    desenvolvimento do turismo consolidar-se- com a lucratividade adequada dos5 CMMAD: Comisso Mundial o sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentvel.

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    investimentos realizados em uma localidade.

    3 PLANEJAMENTO TURSTICO

    Para a conquista do sucesso de determinado objetivo necessrio

    utilizar o planejamento para que possveis transtornos ou resultados

    indesejados sejam evitados. De acordo com Petrocchi (1998, p. 19)

    planejamento consiste na definio de um futuro desejado e de todas as

    providncias necessrias sua materializao. Assim, para que a prtica do

    turismo seja sustentvel, necessrio um planejamento turstico eficaz, que

    seja capaz de minimizar os impactos negativos causados pela ao do homem

    na natureza. De acordo com Ruschmann (1997, p. 87):

    Planejar, desenvolver os espaos e as atividades que atendam aosanseios das populaes locais e dos turistas constitui a meta dospoderes pblicos que, para implant-los, vem-se diante de doisobjetivos conflitantes: o primeiro, que o de prover oportunidade eacesso s experincias recreacionais ao maior nmero de pessoaspossvel, contrape-se ao segundo, de proteger e evitar adescaracterizao dos locais privilegiados pela natureza e dopatrimnio cultural das comunidades.

    Diante do pensamento de Ruschmann percebem-se as diversas

    situaes que comprovam a necessidade de agregar ao turismo um bomplanejamento. Para Ghedin (2006, p. 54) o planejamento deve ser integrador,

    englobando todos os aspectos de uma sociedade, tais como: culturais, sociais,

    psicolgicos, polticos legais, ecolgicas e econmicas. Pois so estes os

    fatores que regem o nvel e o modo de vida da sociedade.

    De acordo com Angeli (1996, p. 63) o planejamento de turismo pode se

    dividir em vrios nveis, obedecendo a um critrio de complexidade crescente.

    So eles:

    1. Planejamento de primeiro nvel eventos, excurses, viagens.2. Planejamento de segundo nvel transformao de cidades em

    ncleos tursticos; ativao de ncleos tursticos preexistentes;criao de complexos ou cidades tursticas (construo deequipamentos tursticos).

    3. Planejamento de terceiro nvel polticas nacionais para incentivara atividade turstica no pas e organiz-la, abrangendo os outrosdois nveis.

    Agregado ao anteriormente citado observa-se que todo planejamento

    sustenta-se na concretizao de objetivos, o planejamento turstico no

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    diferente, tambm sustentado pela realizao de objetivos bsicos que

    podem determinar seu desenvolvimento.

    4 PLANEJAMENTO DA INFRAESTRUTURA TURSTICA

    Ao referir-se infraestrutura turstica necessrio diferenci-la da

    infraestrutura bsica urbana. De acordo com Beni (2002), a primeira d-se

    devido ao fluxo turstico na localidade em questo, a fim de facilitar a prtica do

    turismo (sinalizao turstica, por exemplo); e a segunda, trata-se de

    investimento pblico bsico, fundamental para a qualidade de vida de todo e

    qualquer cidado: rede viria e de transporte, sistema de telecomunicaes, de

    distribuio de energia, de captao de esgotos e outros.

    Para Angeli (1996, p. 51-2) a infraestrutura turstica especificamente:

    [...] conjunto de bens e servios que esto disposio do turista,como parte integrante, fundamental ou acessria, do fenmenoturstico. A infra-estrutura turstica de um ncleo abrange ainfraestrutura de acesso, a infra-estrutura bsica urbana, osequipamentos e servios tursticos, os equipamentos e servios deapoio e os recursos tursticos.

    De acordo com Angeli (1996), caracteriza-se infraestrutura de acesso

    os meios que permitem o acesso ao destino pretendido, infraestrutura bsicaurbana todo e qualquer objeto necessrio para a seguridade da qualidade de

    vida do cidado. Os equipamentos tursticos so as instalaes quase

    exclusivamente construdas para o turismo e compreendem-se equipamentos

    de apoio as instalaes que existem para atender outras necessidades da

    sociedade e so de muita utilidade.

    E ainda segundo Angeli (2006), entende-se como servios tursticos os

    guias, hospedagem, transporte, recreao, e servios de apoio, os

    desempenhos que se direcionam a sociedade de forma geral, como bombeiros,

    telefones, servio mecnico e de socorro. Os recursos tursticos so as

    matrias-primas com as quais se planeja as atividades tursticas, dividem-se

    em naturais e culturais, por exemplo, litoral e museus.

    As infraestruturas bsica e turstica so elementos que influenciam

    diretamente o desenvolvimento turstico de uma localidade receptora, e seuplanejamento deve ocorrer em funo da melhoria organizacional de seus

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    espaos. O planejamento da infraestrutura turstica pode partir da iniciativa da

    comunidade e dos profissionais de turismo, mas deve, principalmente, ser

    compreendida em aes do poder pblico.

    Contudo, a iniciativa da comunidade e dos profissionais de turismo

    primordial para o desenvolvimento deste. Porm, se isolado, no h garantia

    de ascenso, uma vez que estes dependem de incentivos governamentais de

    apoio ao turismo, conquistados atravs de polticas pblicas.

    5 SINALIZAO TURSTICA

    Segundo o Guia de Sinais e Smbolos (2003, p. 11), ideias podem ser

    amplamente compreendidas se forem simples e atenderem s necessidadesuniversais por meio da representao de signos e smbolos, estes facilitam e

    asseguram a velocidade de transferncias de mensagens para a maioria das

    pessoas.

    A Sinalizao compromete-se com certos fatores indubitveis:

    Ocorre por meio de placas, deve se dar da forma mais abrangentepossvel e estar em total conformidade com os demais sistemas decirculao e sinalizao viria local. Deve ainda ser integrada aosespaos urbano e rural de forma harmnica, com o mnimo deinterferncia sobre o meio, compondo com o ambiente de modo a nocausar impactos indesejveis, nem tornar-se obstculo de qualquernatureza, especialmente os visuais e os relacionados livrecirculao de pedestres e veculos" (GUIA BRASILEIRO DESINALIZAO TURSTICA, 2001, p. 14).

    As placas abordadas pelo Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica -

    GBST (2001, p. 48) so compostas por elementos fixos e variveis e devem

    conter orlas interna e externa, tarja, seta e pictograma, seguindo o modelo

    padro:

    Figura 01: Elementos de composio da placa

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    Fonte: Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (2001)

    De acordo com Beni (2002), com o incio da viagem em massa, a

    sinalizao turstica, componente da infraestrutura turstica, surgiu em muitos

    lugares ao mesmo tempo - assim como a classificao de estradas e

    instalaes tursticas, como hotis, restaurantes, pousadas, etc. - como

    ferramenta que auxilia na orientao dos visitantes e exerce funo

    fundamental para a organizao da localidade receptora. O GBST (2001, p. 20)

    define sinalizao turstica como:

    Comunicao efetuada por meio de um conjunto de placas desinalizao, implantada sucessivamente ao longo de um trajetoestabelecido, com mensagens escritas ordenadas, pictogramas e

    setas direcionais. Esse conjunto utilizado para informar os usuriossobre a existncia de atrativos tursticos e de outros referenciais,sobre os melhores percursos de acesso e, ao longo destes, adistncia a ser percorrida para se chegar ao local pretendido.

    A Sinalizao Turstica no desvaloriza o atrativo turstico ou deprecia

    seu prestgio ou natureza de carter exclusivo, ela objetiva inseri-lo em um

    sistema universal de comunicao e permitir uma traduo em linguagem que

    pode ser entendida pela maioria das pessoas, como defende o GBST.

    O GBST (2001) expe que o deslocamento do turista a um

    determinado espao desconhecido requer atendimento especfico devido

    perda de referncias, s quais est familiarizado em seus deslocamentos

    cotidianos. Os signos e smbolos facilitam e asseguram a velocidade de

    transferncias de mensagens importantes para a segurana e o conforto do

    visitante, tornando a viagem mais gratificante.

    A importncia da implantao da sinalizao de orientao turstica

    evidenciada pelo GBST (2001), como forma de proporcionar informaes,

    contribuir de maneira fundamental para a difuso do conhecimento dos

    atrativos e para o desenvolvimento da atividade turstica, potencializando a

    gerao de empregos e divisas, alm de permitir a democratizao do aceso

    ao bem cultural e sua consequente valorizao pela comunidade qual

    pertence.

    De acordo com o GBST (2001, p. 16), a Sinalizao de OrientaoTurstica faz parte do conjunto de sinalizao de indicao de trnsito e, desse

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    modo, deve seguir os mesmos objetivos e princpios fundamentais para

    garantir a eficincia e a segurana do sistema virio para os usurios das vias

    urbanas e rurais, como apresentado no quadro abaixo:

    Quadro 01:Princpios e Objetivos da Sinalizao TursticaPrincpio ObjetivoLegalidade Cumprir o estabelecimento no Cdigo de Trnsito Brasileiro CTB e nas

    Resolues do Conselho Nacional de Trnsito - CONTRAN.Cumprir a legislao de preservao de stios tombados pelo Instituto doPatrimnio Histrico e Artstico nacional - IPHAN e protegidos pela Lei deArqueologia.

    Padronizao Seguir um padro preestabelecido quanto a: formas e cores dos sinais;letras, tarjas, setas e pictogramas; aplicao - situaes idnticas sinalizadasda mesma forma; colocao na via ou nas localidades.

    Visibilidade Ser visualizada e lida a uma distncia que permita segurana e tempo hbil

    para a tomada de deciso, de forma a evitar hesitao e manobras bruscas.Selecionar trajetos de fcil compreenso para os usurios, com o objetivo devalorizar os aspectos de interesse cultural e turstico, levando em conta asegurana do trnsito.Garantir a integridade dos monumentos destacados e impedir que asinalizao interfira em sua visualizao.Resguardar as peculiaridades dos stios.

    Suficincia Oferecer as mensagens necessrias a fim de atender aos deslocamentosdos usurios.Auxiliar a adaptao dos usurios s diversas situaes dirias.

    Continuidadee Coerncia

    Assegurar a continuidade das mensagens at atingir o destino pretendido,mantendo coerncia nas informaes.Ordenar a cadncia das mensagens, para garantir preciso e confiabilidade.

    Atualidade eValorizao

    Acompanhar a dinmica dos meios urbano e rural, adequando a sinalizaoa cada nova realidade.Assegurar a valorizao da sinalizao, mantendo-a atualizada e evitandogerar desinformaes sucessivas.

    Manuteno eConservao

    Estar sempre conservada, limpa, bem fixada e, quando for o caso,corretamente iluminada.

    Fonte: GBST (2001) - Adaptao prpria

    A Sinalizao Turstica est diretamente ligada ao planejamento

    regional e urbano e, ainda segundo o GBST (2001), o macroplanejamento tem

    por objetivo interferir no processo de crescimento de uma regio ou cidade,

    sendo a sinalizao turstica uma importante ferramenta a ser avaliada. O

    macroplanejamento permite a insero do plano ou projeto de sinalizao

    turstica em conformidade com as diretrizes de desenvolvimento para o local

    estabelecido. A sinalizao turstica deve ento ser parte dos programas de

    turismo referentes informao, promoo e desenvolvimento regional.

    O GBST (2001) apresenta os seguintes tipos de placas de sinalizao

    de orientao turstica:

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    Placa de Identificao de Atrativo Turstico: tem porfinalidade indicar aos usurios a localizao dos destinos procurados.

    Placa Indicativa de Direo: garante orientao aos destinospretendidos, subdivididos em quatro tipos de placas com setasdirecionais.

    Placa Indicativa de Distncia: indica distncias at osatrativos tursticos situados na diretriz da via sinalizada, tem comofuno confirmar os trajetos dos fluxos de passagem e novos fluxosveiculares oriundos de outras vias.

    Placa Interpretativa: objetiva destacar e disseminarinformaes e tentar mudar comportamentos, ser atraentes eplanejadas para durar, com estrutura consistente e contedo preciso.

    No planejamento da sinalizao turstica realizada a escolha do tipo

    de placa a ser implantada, cada qual deve apresentam certas caractersticas

    especficas, tais como mostram as figuras a seguir:

    Figura 02: Placa de Identificao de Atrativo Turstico

    Fonte: Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (2001)

    Figura 03: Placa Indicativa de Sentido

    Fonte: Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (2001)

    Figura 04: Placa Indicativa de Distncia

    Fonte: Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica - 2001

    Figura 05: Placa Interpretativa

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    Fonte: Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica - 2001

    As placas de identificao de atrativo, indicativa de sentido e de

    distncia assemelham-se por possurem cores iguais, sendo obrigatoriamente

    marrom (Pantone 4695), branca e preta. Diante disso, de acordo com o GBST

    (2001, p. 57, 112 e 113):

    As placas de identificao de atrativo turstico possuem formaquadrada (1,0m x 1,0m), as de indicativas de distncia e de sentidodevem ter forma retangular com lado maior na horizontal e as placasinterpretativas devem conter 125 cm x 70cm quando planificada ou80cm x 60cm, se instalada em rea de pouca circulao, obedecendoaos critrios de acessibilidade distinguindo-se das demais porapresentar na rea de informao com bege (Pantone 155).

    Segundo o Guia Brasileiro de sinalizao Turstica, para a implantao

    de sinalizao turstica numa localidade, necessrio iniciar este processo

    pela elaborao do Plano Funcional (em anexo). De acordo com o GBST

    (2001), o Plano Funcional de Sinalizao Turstica indica por onde so feitos os

    acessos aos atrativos tursticos, por onde so feitos os deslocamentos de

    interrelao com demais atrativos ou outras reas de interesse, indica tambm

    de onde os atrativos de maior abrangncia so sinalizados e a partir de onde

    os demais referenciais so sinalizados e por onde so sinalizadas as sadas.

    O esquema do Plano Funcional define-se em funo da marcao dereferenciais nas principais vias do Sistema Virio de Acesso, composto porlinks e ns. Segundo o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica (2001, p. 36),linke n definem-se:

    Entende-se linkcomo o trecho de via definido entre a interseo deduas ou mais vias de acesso selecionadas, configurando n dereferncia. O n o ponto de referncia para distribuio dos fluxosde veculos e pedestres, podendo englobar uma ou mais interseesvirias.

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    Como visto, o Plano Funcional de Sinalizao Turstica nada mais

    que a base para o Plano Executor de Sinalizao Turstica, pois nele consta a

    localizao dos elementos necessrios a serem sinalizados, bem como as vias

    que do acesso a eles.

    6 SERRA DO TEPEQUM

    No Estado de Roraima, especificamente no municpio do Amajari, a

    213 quilmetros da capital Boa Vista, encontra-se a Serra do Tepequm. Na

    dcada de 1930 apareceram os primeiros habitantes da Serra. Eram

    garimpeiros sonhadores que se deslocaram de seus lugares de origem em

    busca de ouro e diamante. Mas, em 1985, por Decreto de Lei Federal foi

    proibido o garimpo de qualquer espcie em Roraima, em virtude dos danos

    irreparveis que a minerao causa na natureza; entretanto, a lei no estava

    sendo cumprida pelas grandes empresas mineradoras. Por essa razo e pelas

    dificuldades enfrentadas pela populao local de cultura puramente garimpeira,

    o Congresso Nacional aprovou, no ano de 2001, uma lei complementar que

    autorizou aos residentes o garimpo manual, que causa danos mnimos ao meio

    ambiente.

    Os atrativos naturais presentes na Serra do Tepequm so compostos

    pelas cachoeiras do Paiva, Barata, Funil, Cabo Sobral e Miudinho, Paredo do

    Tilim, Igarap do Paiva, Plat, Laje Verde, Laje Preta, Enseada da Anta,

    Mirante do Paiva, Caminho da Pedra Sabo, grutas e, como atrativo cultural, a

    Vila do Cabo Sobral. A localidade possui equipamentos e servios tursticos e

    de apoio, como campo de futebol, bares, restaurantes, mercearias, reas de

    camping, pousadas, centro de artesanato, servios de conduo local, escola,

    posto mdico, energia, saneamento bsico, telefone pblico.

    Dentre os tipos de placas de sinalizao de orientao turstica placa

    de identificao de atrativo turstico, placa indicativa de direo, placa indicativa

    de distncia e placa interpretativa - foi decidido junto comunidade da Serra a

    no utilizao de placas indicativa de direo e de distncia, pois consideram

    que prejudicaria os servios de conduo local.

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    A sinalizao turstica, de acordo com o Plano Funcional elaborado,

    deve iniciar-se na Bifurcao da Vicinal do Trairo, na RR-203, em direo

    Serra. A Estncia Ecolgica do Servio Social do Comrcio - Sesc, as

    cachoeiras do Paiva, Barata e Funil, o Paredo do Tilim , o Igarap do Paiva, o

    Plat, os mirantes da Ladeira da Garrafa e do Paiva e a Vila do Cabo Sobral

    so os atrativos mais populares entre os visitantes atualmente, e devero ser

    sinalizados de acordo com o Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica. Destaca-

    se a Vila do Cabo Sobral dos demais elementos a serem sinalizados, por ser o

    nico elemento a constar de placa do tipo interpretativa, alm da de

    identificao.

    Os equipamentos e servios tursticos e de apoio, que tambm devemseguir o padro, so 06 (seis) pousadas, 04 (quatro) reas de camping, 01

    (um) centro de artesanato, 03 (trs) restaurantes, 01 (um) campo de futebol, 01

    (um) pista de pouso, 01 (um) posto mdico.

    O Plano Funcional (em apndice), elaborado ao fim da pesquisa em

    forma de esquema, de acordo com os objetivos e princpios do Guia Brasileiro

    de Sinalizao Turstica, consta de todos os pontos diagnosticados necessrios

    de sinalizao turstica, as vias que lhe do acesso e os ns existentes na

    localidade.

    7 CONSIDERAES FINAIS

    A Serra do Tepequm destaca-se por suas verdes paisagens, quedas

    dgua, plantas e animais exticos, atraindo cada vez mais visitantes. O lugar

    que por quase cinco dcadas foi palco de mquinas e homens procura de

    diamantes, hoje morada de famlias que participam direta e indiretamente dodesenvolvimento do turismo, alternativa sustentvel encontrada para gerao

    de renda na localidade.

    O interesse da comunidade local em participar das decises e aes

    no que se refere prtica do turismo na Serra elemento essencial para a

    melhoria na qualidade de seus produtos e servios, porm, deve-se levar em

    considerao, tambm, o apoio do poder pblico, pois necessidades, projetos e

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    comunidade ativa sero insuficientes se no haver o incentivo governamental,

    seja de esfera federal, estadual ou municipal.

    De fato, a Serra do Tepequm ainda no um produto turstico

    consolidado, so necessrias ainda investimentos em infraestrutura bsica eturstica. Comprovou-se que a sinalizao turstica parte dessa necessidade,

    esta detectada atravs dos resultados obtidos da aplicao dos questionrios

    aplicados com moradores e turistas e do diagnstico da localidade. A

    sinalizao turstica tem sido uma preocupao recente no planejamento de

    destinos de todo o mundo. No Brasil, acredita-se que este processo ainda

    discreto por ter-se dado somente a partir de 2001, com a produo do Guia

    Brasileiro de Sinalizao Turstica, porm de muita importncia devido aosbenefcios gerados no s ao turista, como tambm a comunidade.

    Foi possvel perceber que a Serra do Tepequm apresenta carncia

    quanto sinalizao turstica, como as placas improvisadas que identificam as

    cachoeiras do Paiva e do Barata e as que contm dicas de comportamento

    ambiental, todas elaboradas pelo Sesc, que trabalha com o turismo na Serra. O

    Plano Funcional busca sanar esta carncia de identificao dos atrativos, de

    acordo com os princpios contidos no Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica.

    Com o desenvolvimento do trabalho foi possvel perceber que h

    preocupao da comunidade com os servios de conduo local em relao

    implantao de sinalizao turstica, o que foi determinante para a definio

    dos tipos de placas a serem implantas. A comunidade acredita que as placas

    indicativas de direo e de distncia diminuiriam a contratao de condutores

    locais e que esta ferramenta poder ser til no futuro, quando os visitantes

    tornarem-se esclarecidos quanto importncia destes profissionais e no mais

    se aventurarem a descobrir os atrativos da Serra do Tepequm sem

    segurana.

    Muitos so os atrativos naturais na Serra do Tepequm, contudo, a

    determinao dos atrativos naturais a serem sinalizados foi decidida em

    comum acordo com o que a comunidade explora turisticamente nos dias de

    hoje. Considerando que a comunidade pretende agregar mais atrativos a

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    visitao de turistas nos prximos anos, tonar-se- necessrio para a execuo

    do Plano, a verificao dos atrativos visitados no perodo referente.

    Portanto, sabido que a sinalizao turstica no solucionar todos os

    problemas existentes na Serra do Tepequm quanto infraestrutura, porm uma ferramenta que contribuir para a organizao da localidade e para o

    recebimento de turistas, proporcionando maior segurana e praticidade em

    suas visitaes. Acredita-se ser o Plano Funcional de Sinalizao, um

    elemento necessrio para o processo de planejamento da implantao de

    sinalizao turstica desta localidade que tanta estima tem pelo turismo.

    REFERNCIAS

    ANGELI, Margarita N. Barretto. Planejamento e organizao do turismo. 2.ed. Campinas, SP: Papirus, 1996

    BENI, Mrio Carlos. Anlise estrutural do turismo. 7. ed. So Paulo: SENACSo Paulo, 2002.

    BRASIL. Guia Brasileiro de Sinalizao Turstica. 2001.

    ______. Comisso Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento. NossoFuturo Comum. 2 ed. Rio de Janeiro: FGV, 1991.

    GHEDIN, Leila Mrcia. Plan de Gestin Comunitaria del Turismo para La

    Sierra de Tepequm, municpio Amajari, estado del Roraima, Brasil.Dissertao, 2006. Maracaibo (Venezuela): Universidade del Zulia. FAD-LUZ,(no publicado).

    ______. Manual de Municipalizao do Turismo. 2001.

    PETROCCI, Mrio. Turismo: Planejamento e gesto. So Paulo: Futura,1998.

    RUSHMANN, Doris. Turismo e planejamento sustentvel: a projeo domeio ambiente. Campinas: Papirus, 1997.

    ______. Sinais e smbolos turstico: Guia Ilustrado e Descritivo. So Paulo:

    Roca, 2003.

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    APENDICE 01

    PLANO FUNCIONAL PARA A SINALIZAAO TURSTICA DA SERRA DOTEPEQUEM, MUNICPIO AMAJARI-RORAIMA-BRASIL.

    Fonte: GEPTTEC (2010).