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EVANGELHO DE JOÃO – BIB 234 DOCENTE: Pr. CARLOS FONTES DISCENTE: DANIEL MOREIRA
1º SEMESTRE - 3º ANO - TEOLOGIA E BÍBLIA FANHÕES 19 DE NOVEMBRO DE 2012
1 INTRODUÇÃO
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.............................................................................................................. 2
....................................................... 3
1. O VERBO É ETERNO E ELE É DEUS ......................................................................... 3
2. O VERBO É A LUZ DO MUNDO ............................................................................... 3
3. O VERBO TORNOU-SE HOMEM ............................................................................... 4
............................... 4
1. TRANSFORMAÇÃO DA ÁGUA EM VINHO – 2.1-11 ................................................... 4
2. A CURA DO FILHO DO OFICIAL DO REI .................................................................. 4
3. A CURA DE UM PARALÍTICO DE BETESDA 5.1-15 ................................................... 5
4. MULTIPLICAÇÃO DO PÃES E PEIXE 6.1-15 ............................................................. 5
5. JESUS ANDA SOBRE O MAR 6.16-21 ........................................................................ 6
6. A CURA DE UM CEGO DE NASCENÇA 9.1-41 .......................................................... 6
7. A RESSURREIÇÃO DE LAZARO 11.1-44 .................................................................. 7
.............................................................................................................................. 7
1. JESUS É O “EU SOU” (JOÃO 8.58-59) ..................................................................... 7
a) “Eu Sou o Pão da Vida”(6.35, 41, 48 e 51) ..................................................... 8
b) “Eu Sou a Luz do Mundo” (8.12, 9.5) ............................................................. 8
c) “Eu Sou a Porta”(10.7,9)................................................................................. 9
d) “Eu Sou o Bom Pastor” (10.11,14) .................................................................. 9
e) “Eu Sou a Ressurreição e a Vida” (11.25) ...................................................... 9
f) “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (14.6) .......................................... 10
g) “Eu Sou a Videira Verdadeira” (15.1-5) ....................................................... 10
2. JESUS E O PAI SÃO UM (JOÃO 10.30-38) .............................................................. 10
3. JESUS POSSUI A MESMA GLÓRIA QUE O PAI (JOÃO 17.5) ...................................... 11
11
1. JOÃO ERA UMA TESTEMUNHA OCULAR ................................................................ 12
2. JOÃO BATISTA TAMBÉM AFIRMA QUE JESUS É O FILHO DE DEUS ......................... 12
3. NATANAEL RECONHECE JESUS COMO FILHO DE DEUS ......................................... 12
4. A DECLARAÇÃO DE PEDRO - 6:69 ........................................................................ 12
5. O CEGO QUE FOI CURADO - 9:35-38 ..................................................................... 13
6. MARTA - 11:27 .................................................................................................... 13
7. TOMÉ - 20:28 ....................................................................................................... 13
............................................................................................................... 15
.......................................................................................................... 16
2 INTRODUÇÃO
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No âmbito da cadeira dos Evangelho de João, do 3º ano do curso em regime presencial
do Monte Esperança – Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, foi proposto aos
alunos um trabalho cujo tema estivesse relacionado com os conteúdos da disciplina.
“Evidências da Deidade de Jesus” foi o tema escolhido para a monografia.
Um tema de tamanha relevância hodiernamente, pois trata questões muito abrangentes
no que diz respeito a divindade de Cristo, muito questionada por cientistas e Filósofos,
mas aceite por todos aqueles que professam o Cristianismo como sua religião
independente de seus credos, mesmo assim há inúmeras divergências.
A abordagem desta monografia trata-se de um grande desafio pois o Evangelho de João,
é considerado o mais teológico de todos os demais evangelhos. Neste evangelho, João
trata com certa peculiaridade as características divinas de Jesus, demonstrando em seus
escritos a sua Pré-existência, a divindade de Cristo através dos milagres, a divindade
através das declarações de Jesus e também através de testemunhas que creram e
declararam Jesus como Deus, seu objectivo é levar as pessoas a crer no Senhor Jesus
como diz o versículos-chaves deste livro.
“Jesus, pois, operou também, em presença de seus discípulos, muitos outros
sinais, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo,
tenhais vida em seu nome.” (João 20.30,31)
Serão usadas como pano de fundo para o trabalho, citações do evangelho de João , para
além de outros livros da Bíblia Sagrada e literatura de referência.
3 A DIVINDADE DE JESUS NO PRÓLOGO
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Como disse o Dr. F.F. Bruce, “João conferiu a máxima importância à verdade eterna,
que ele identificou com a auto-manifestação divina, o Verbo que existia no princípio
com Deus”.1 Isso está em harmonia com João 1:1-4 e 14.
Se Jesus não fosse DEUS com o Pai, não haveria necessidade de João dizer que Jesus é
o Deus que revelou o Pai, por meio da encarnação. E, além disso, se Cristo fosse uma
criatura, a salvação por meio de Jesus, no evangelho de João (e no restante da
Bíblia) perderia o seu valor. Sim, pois o valor da salvação está no facto de que não foi
uma criatura quem veio salvar o ser humano, mas o próprio Deus esteve aqui em carne
para solucionar o nosso problema. É por isso que Jesus Cristo é chamado em Isaías 7:14
de “Emanuel”, que significa “Deus connosco”. Deus “não ausentou-se”; Ele mesmo
veio resolver o problema do pecado.
O prólogo ao Evangelho não é um mero prefácio ou introdução, mas uma declaração do
tema central e básico no ensino do Filho de Deus, a saber, a encarnação do Verbo. O
evangelista pinta o pano de fundo necessário para a revelação do evento redentor, isto é,
o Verbo feito carne. O prólogo é poético na sua forma e estrutura, e constitui um hino à
Palavra de Deus. 2
1. O Verbo é Eterno e ele é Deus
Esta sublime passagem faz-nos lembrar as palavras iniciais de Génesis. Jesus é aí
expressamente chamado "Deus" e "Criador". João declara muito positivamente que
Jesus era uma pessoa existente desde a eternidade. O próprio Jesus falou da glória que
tivera com o Pai "antes de existir o mundo", Jo 17:5. Uma das coisas que implica o
nome VERBO, dado a Jesus, é ser Ele a expressão pessoal de Deus para a humanidade.
Jesus era Deus. Jesus era como Deus Jesus é a mensagem de Deus para a humanidade.3
2. O Verbo é a Luz do Mundo
João ouviu Jesus dizer isto muitas vezes, 8:12; 9:5; 12:46. É um de seus pensamentos
predominantes acerca de Jesus, 1 Jo 1:5-7. Uma das ideias da palavra "Luz", aplicada a
Jesus, é ser Ele quem aclara o sentido e o destino da existência humana.4
1 BRUCE, F. F. João – Introdução e Comentário, p. 8
2 DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia, p.1941
3 HALLEY, Henry H. Manual Bíblico, p. 466
4 Idem, p. 466
4 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DOS MILAGRES
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3. O Verbo tornou-se Homem
Nos versículos 14 a 18 "O Verbo [o Eterno Deus Criador) se fez carne [homem)". O
mistério dos séculos! Deus se fez homem, o homem-Deus. A divindade uniu-se à
humanidade em uma Pessoa gloriosa e habitou em um tabernáculo de carne entre nós,
Aqueles que viram o homem Deus viram "a sua glória, como a glória do unigénito do
Pai", conforme testemunhou João Batista. Eles, na verdade, viram a Deus, invisível, no
"unigénito" que revelou a Deus, e introduziu uma nova era de graça e de verdade.5
1. Transformação da Água em vinho – 2.1-11
Kuzmic declara que o significado do milagre reside no resultado por ele produzido: “Os
seus discípulos creram nele” (2.11). A crença originada pelo sinal não era o desejo
absoluto de Jesus. Era, todavia, mais um passo para além da crença inicial que era
apenas teórica. As pessoas observaram o milagre com os seus próprios olhos e puderam
concluir que se encontrava entre eles um ser superior que substanciava as suas
reivindicações em actos de misericórdia e de poder.6 E neste milagre podemos
contemplar que aquilo que Jesus faz, ele faz com qualidade.
2. A Cura do Filho do Oficial do Rei
Vemos a fé deste homem, crendo na palavra, e que creu na pessoa de Jesus, por causa
do milagre que Jesus fizera no dia anterior às sete horas, curando o seu filho dizendo: O
teu filho vive nesta mesma hora. Jesus demonstra aqui a sua divindade sobre o espaço,
ou seja não há limites para a sua acção poderosa.
Davidson descreve da seguinte maneira que um régulo7 da corte de Herodes, que
provavelmente ouviu algo acerca do sinal realizado em Caná da Galileia. Viajou desde
Cafarnaum, que distava aproximadamente 30 quilómetros, e pediu a Jesus que descesse
à cidade e curasse seu filho. Jesus porém repreendeu a fé que se baseia apenas em
presenciar sinais e maravilhas. Não obstante, o oficial insistiu em seu pedido, a favor do
5 Idem, p.440
6 KUZMIC, Peter. Sebenta: O Evangelho de João, p.30
7 Ou Oficial do rei
5 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DOS MILAGRES
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seu filho, certo de que a cura viria pela presença de Jesus. Jesus não rejeitou a pouca fé
que tinha, e ordenou-lhe que voltasse, dizendo, “teu filho vive”. O oficial aceitou a
palavra de Jesus, como fidedigna. Na manhã seguinte, quando voltava para sua casa,
encontrou os seus servos, que lhe informaram da cura do seu filho. Perguntou, então, a
que hora o filho mostrou-se recuperado e verificou que a febre o deixara exactamente no
momento em que Jesus lhe havia declarado: “teu filho vive”. A consequência da cura foi
que “creu ele e toda a sua casa”. 8
3. A Cura de um paralítico de Betesda 5.1-15
Neste contexto vemos o relato deste homem que sofreu cerca de 38 anos, estava
paralítico, e este problema tinha já tornado um estilo de vida. Ninguém jamais o ajudou.
Ele não tinha esperança de ajudar a si próprio. A situação dele parecia não ter jeito.
Porém Jesus apareceu num dia de Sábado e realizou um grande milagre na vida daquele
homem curando-o, demonstrando assim a sua divindade sobre o tempo.
Em sequência disto vemos o início da controvérsia provocada pelo facto de o milagre
ter sido feito no Sábado. Os judeus criticaram o homem por ter carregado a cama no
sábado.9
Porém Jesus declara-se como Filho de Deus (Jo 5.19), e no exercício destas
prerrogativas, o Filho é a máxima revelação do Pai, que quer que todos, finalmente,
honrem ao Filho. Quem rejeita o Filho, desonra o próprio Deus Pai (23).
Carson diz que em um universo teístico, tal declaração pertence a alguém que deve ser
tratado como Deus.10
Outra expressão do Carson, ele diz porque alguém que pode fazer
o que o Pai faz deve ser tão grande quanto o Pai e tão divino quanto ele.11
4. Multiplicação do Pães e Peixe 6.1-15
Este episódio também registado nos sinópticos. Narra um grande milagre realizado por
Jesus, que com cinco pães e dois peixinhos, fez o milagre da multiplicação alimentando
uma multidão. O objectivo era leva-los uma vez mais a crerem que realmente Jesus era
o Filho de Deus, e demonstrar que através da multiplicação Jesus é o Senhor da
quantidade.
8 DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia, p. 1946
9 KUZMIC, P. Sebenta: O Evangelho de João, p. 45
10 CARSON, D.A. O Comentário de João, p. 256
11 Idem, p.252
6 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DOS MILAGRES
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Gundry ressalta que a identificação do monte reforça o simbolismo, ao lembrar Moisés
no Monte Sinai. Como Deus encarnado, Jesus toma a iniciativa e mostra sua
omnipotência.12
Já Kuzmic procura enfatizar mais em haver várias razões para ser um episódio marcante
em João. Foi uma ocasião de provar as reacções pessoais dos discípulos.13
Pois o texto
denota um pouco a incredulidade de alguns dos discípulos de Jesus, mesmo eles
contemplando a manifestação divina de Cristo.
Carson comenta que a atenção deles estava centrada no alimento (v. 26) e vitória (v.15)
– não na Auto manifestação divina mediada por meio do Filho encarnado, não sobre o
Filho como Pão da vida, nem em uma avaliação realista da própria necessidade deles. 14
5. Jesus anda sobre o mar 6.16-21
Segundo Moody os Sinópticos contam-nos que, nesta ocasião, Jesus andou sobre as
águas. Seu poder miraculoso manifestou-se também na remoção da barreira da
distância. A gravidade e o espaço, ambos estão sob o seu controlo. João não acrescenta
nenhuma interpretação à sua narrativa.15
Kuzmic diz que João não regista reacção imediata da parte dos discípulos. O milagre
revelou o seu poder sobre a natureza, contribuindo assim para o quadro completo da sua
deidade.16
Com estas duas afirmações juntamente com o relato bíblico não a sombra de Dúvida da
divindade de Cristo sobre a natureza, com isso também lembramos da tempestade
relatado nos sinópticos (Mt 8.23-27; Mc 4.35-41 e Lc8.22-25) ao qual evidencia ainda
mais o poder de Jesus sobre a natureza.
6. A Cura de um Cego de Nascença 9.1-41
Na realização deste sinal, Jesus viu o homem e a sua necessidade; então os discípulos
perguntaram a respeito dele. O interesse de Jesus animou o deles, mas de um ponto de
vista diferente. Para os discípulos o cego fornecia ocasião para especulações teológicas;
para Jesus era um ser humano digno de pena e que precisava de ajuda. E no qual Jesus
12
GUNDRY, Robert H. Panorama do Novo Testamento, pp. 342-343 13
KUZMIC, Peter. Sebenta: O Evangelho de João, p. 48 14
CARSON, D.A. O Comentário de João, pp. 272-273 15
HARRISON, Everett F. Comentário Bíblico Moody - Mateus a Apocalipse. Vol. 2, p. 37 16
KUZMIC, Peter. Sebenta: O Evangelho de João, p. 50
7 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE DECLARAÇÕES PESSOAIS DE
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uma vez mais manifestou a sua divindade sobre o infortúnio, concedendo cura a este
homem.
Crês tu no Filho de Deus? Era um desafio à fé e uma declaração de divindade. A
pergunta encontrou o coração aberto do homem e pronto a crer. Jesus simplesmente
pediu a identificação desse Alguém enviado por Deus. Foi o momento da auto-
revelação, tal como no caso da mulher de Samaria (4:26). Dessa vez o uso da palavra
Senhor pelo homem foi certamente mais significativo. Ele pensara em seu benfeitor
como alguém que adorava a Deus; agora estava preparado para adorá-lo. Era muito mais
do que deferência para com um grande homem; era adoração religiosa.17
7. A Ressurreição de Lazaro 11.1-44
Esta narrativa inclui a doença, morte e ressurreição do amigo de Jesus e a reacção do
Judaísmo oficial diante do milagre. Conclui com a notícia do despertamento do
interesse popular por este homem que estava emocionando a nação. Esse Alguém que
provara ser a Luz do mundo restaurando a vista de um cego provou agora ser a Vida dos
homens, o Vencedor da morte. Portanto uma vez mais Jesus prova sua divindade através
de seu poder sobrenatural demonstrando o seu senhorio sobre a morte.
Vemos a confissão de Marta, mas ela não compreendeu as implicações de sua própria
declaração. Para ela, Cristo ainda não era o Senhor absoluto da vida e morte, um
Salvador completo.18
Mas depois do milagre ela entendeu quem era Jesus e creu na sua
palavra. E também os Judeus creram como resultado do milagre em uma resposta
caracteristicamente diferente. “Muitos... dentre os judeus... creram; outros foram ter
com os fariseus e contaram o que tinha acontecido”.
1. Jesus é o “Eu Sou” (João 8.58-59)
O Evangelho de João tem várias feições especiais que fortalecem a apresentação do seu
tema principal. As reivindicações de Jesus de sua deidade são realçadas por sete
princípios “Eu Sou”.
17
HARRISON, E. F. Comentário Bíblico Moody - Mateus a Apocalipse. Vol. 2, p. 57 18
Ver também TESTEMUNHAS OCULARES
8 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE DECLARAÇÕES PESSOAIS DE
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a) “Eu Sou o Pão da Vida” (6.35, 41, 48 e 51)
Esta grande revelação usando o “Eu Sou” por Jesus foi o primeiro das sete grandes
revelações acerca de sua divindade. Jesus identificou-se como o pão da vida. Além dEle
ter vida em Si mesmo, pode também transmiti-la aos outros. Mas esse pão não é algo
externo, algo separado dEle. É preciso ir a Ele, que é o equivalente a crer nEle. Àqueles
que vem a Ele terão a fome espiritual banida para sempre. 19
A vantagem do maná era
pouca, somente servia para esta vida; mas o Pão de vida é tão excelente que o homem
que se alimenta dele nunca morrerá. Este pão é a natureza humana de Cristo que tomou
para apresentar ao Pai como sacrifício pelos pecados do mundo; para adquirir todas as
coisas correspondentes à vida e à piedade, para que se arrependam e creiam nEle os
pecadores de toda nação.20
b) “Eu Sou a Luz do Mundo” (8.12, 9.5)
Jesus uma vez mais declara a sua divindade dizendo aos fariseus que ele era a Luz do
mundo. O discurso foi feito na festa dos Tabernáculos. Parte do cerimonial era acender
os quatro grandes candelabros no pátio das mulheres. Estas lâmpadas comemoravam a
direcção de Deus favorecida ao seu povo por meio da coluna de fumo e de fogo no
deserto.21
Jesus sai da legalidade abstracta para o princípio da sua competência pessoal,
pois ele mesmo podia testificar de si mesmo, porque a luz não precisa de testemunha,
aonde ela está, brilha por si mesmo, Jesus ao declarar como luz ele diz sobre de onde
veio a sua missão e seu destino, ou seja colocando em exposição pela sua luz o
verdadeiro caminho.
Ainda nesta narrativa do Evangelho de João, há mais uma grande afirmação da
divindade de Jesus. Ele disse, no versículo 58, “Eu Sou”, mas neste caso não é uma
simples resposta directa à uma pergunta directa. Os judeus estavam interrogando, nos
versículos anteriores, como Jesus, se não tinha nem cinquenta anos, já tinha visto
Abraão. Com a resposta “Eu Sou”, Jesus afirmou ser Deus. Novamente Jesus apoia
sua declaração no AT. Ao afirmar que sabia quem era Abraão, Jesus fazia menção de
sua eternidade, atributo divino, relacionando assim sobre quem Ele era antes da
encarnação. João 8.58 está directamente ligado a Êxodo 3.14: “E disse Deus a Moisés:
19
HARRISON, E. F. Comentário Bíblico Moody - Mateus a Apocalipse. Vol. 2, p. 38-39 20
HENRY, M. Comentário Bíblico de Matthew Henry, (p. 1680 - Ebook) 21
KUZMIC, P. Sebenta: O Evangelho de João, p. 62
9 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE DECLARAÇÕES PESSOAIS DE
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EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me
enviou a vós”.
A evidência que os judeus entenderam que Jesus afirmou ser o “Eu Sou” de Êxodo
3.14, está na imediata reacção dos mesmos, quando quiseram apedrejar Jesus por
blasfémia (v. 59). Desta forma estava sendo o Senhor acusado de blasfémia pois
declarou, com suas próprias palavras, ser Deus.
c) “Eu Sou a Porta”(10.7,9)
Quando vemos este texto, compreendemos que Jesus está usando uma parábola para
falar de um lugar murado e que só podia entrar pela porta e Jesus se identifica com o ser
está a porta, a porta do redil onde as ovelhas entram a noite para descansar, ou seja Ele
próprio está a falar do cuidado que ele tem com as suas ovelhas e numa linguagem que
seus discípulos conhecia pois o rebanho e o Pastor é uma ocupação comum na palestina.
d) “Eu Sou o Bom Pastor” (10.11,14)
Ao usar a expressão “Bom Pastor”, Jesus estava Se referindo à Sua posição diante do
Seu povo. Ele é o “pastor das ovelhas”, Aquele que orienta, conduz, protege e cuida das
ovelhas, as quais são inteiramente dependentes Dele. Aqui, podemos ver uma alusão ao
Salmo 23, no qual Davi diz: “O Senhor é o meu pastor, nada me faltará”.
Jesus em continuação da Parábola defende a sua autoridade como pastor da nação e as
“ovelhas” representavam o “remanescente” espiritual, que pode ser equacionado como o
“remanescente” do verdadeiro Israel.22
e) “Eu Sou a Ressurreição e a Vida” (11.25)
A ressurreição de Lazaro foi o maior milagre de Jesus registado por João, demonstrando
assim que até da morte Jesus Cristo é o Senhor.
A esperança da humanidade é não morrer permanentemente, porém reviver. Jesus fez a
declaração a Marta “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja
morto, viverá.”, Cujo irmão Lázaro estava morto há quatro dias. Jesus havia adiado Sua
chegada ali, de propósito, a fim de mostrar a glória de Deus.
Jesus tem todo o poder sobre a morte, até mesmo sobre a Sua própria morte, o que
nenhum homem ou profeta jamais poderia afirmar. Seu poder é tão grande que
22
KUZMIC, P. Sebenta: O Evangelho de João, p. 71
10 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE DECLARAÇÕES PESSOAIS DE
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desmonta os grilhões da morte e somente Alguém que não seja apenas um ser criado,
mas um Ser Divino, poderia comprovar tal afirmação. Jesus é o Senhor sobre a morte.
f) “Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida” (14.6)
Jesus em resposta aos seus discípulos. Expressa Ser o caminho, a verdade e a vida,
enfatizando características de Deus e de Sua graça, a fim de que a humanidade seja
reconciliada com o Pai. Ele disse que iria para a casa do Pai. Ele não é apenas “um
caminho”, mas o Único Caminho. Ou seja não existe outro meio de se chegar a Deus, a
não ser pelo reconhecimento da morte vicária de Cristo e de sua ressurreição.
g) “Eu Sou a Videira Verdadeira” (15.1-5)
“EU sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador”. (João 15:1). Esta é a última
declaração de Jesus como o “EU SOU”, a qual foi feita no cenáculo. Ele se une ao Pai,
no verso 1 e ao crente, no verso 5:“Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e
eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer”.
Sendo a vinha uma das ocupações mas comum da palestina naquela época, podiam ser
encontradas por toda parte e é possível que passassem pelo caminho do Getsémani e a
videira era o emblema da nação de Israel. Portanto Jesus identificou como a videira
verdadeira que significa “genuína” ou “real” para demonstrar que só Ele é a fonte da
vida celestial, da videira espiritual.23
2. Jesus e o Pai são Um (João 10.30-38)
“Eu e o Pai somos um” (v. 30).Assim como em João 8.58, quando Jesus afirmou sua
divindade e a reacção e repercussão foram imediatas, nesta passagem não poderia ser
diferente. Os judeus pegaram em pedras para apedrejar Jesus (v. 31), acusando-o de
blasfémia (v. 33).
Assim como as demais afirmações de Jesus temos aqui uma passagem que demonstra
que Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo possuem personalidades próprias, tendo
unidade de natureza, e essa unidade é exactamente a pedra fundamental da doutrina da
Trindade. O Deus triúno possui uma só essência, mas três pessoas distintas.
Jesus não recuou de sua afirmação pois Ele é o Messias prometido no AT, Deus
encarnado, o Verbo eterno.
23
Idem, p. 104
11 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE TESTEMUNHAS OCULARES
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3. Jesus possui a mesma Glória que o Pai (João 17.5)
“E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo
antes que o mundo existisse”.
Vejamos o seguinte, Deus disse em Isaías 42.8 que “a minha glória, pois, a outrem não
darei”, e Jesus reivindica glória, além de declarar que já existia e que esta existência se
dava junto ao Pai vemos isto em João 1.1. Isso implica em que, 1) Jesus é Deus, pois
possui a mesma glória que o Pai; 2) Implica novamente na exposição da Trindade; 3)
Demonstra um atributo divino na pessoa de Jesus: a eternidade.
Portanto, ao contrário do que os críticos têm defendido, Jesus afirmou de maneira clara
que é Deus. Isso demonstra que os críticos carecem de boa interpretação das claras e
objectivas declarações de Jesus. Ele não é um mero líder revolucionário ou um simples
fundador de uma nova religião. Ele é Deus e afirmou isso. Ele é o caminho, a verdade e
a vida (João 14.6).
Segundo Mcdowell e Stewart, “Buda não reivindicou ser Deus; Moisés nunca disse ser
Jeová; Maomé não se identificou como Alá; e em nenhum lugar encontramos Zoroastro
reivindicando ser Ahura Mazda. Mas Jesus, o carpinteiro de Nazaré, disse que quem
visse a Ele (Jesus) via o Pai (João 14.9) ”. 24
É isso que faz Jesus diferente, sua plena divindade. Nas demais religiões o que importa
são os ensinos e não o mestre. No cristianismo o centro de tudo é a pessoa de Jesus
Cristo.
João 16.30 – “Agora conhecemos que sabes todas as coisas, e não necessitas de que
alguém te interrogue. Por isso cremos que saíste de Deus”(ARA). Ou seja, Jesus como
Deus Filho, sabe de todas as coisas; Omnisciência:
24
MCDOWELL, J.; STEWART, D. Respostas àquelas perguntas: O que os Cépticos Perguntam
sobre a fé Cristã, p.55
12 A DIVINDADE DE JESUS ATRAVÉS DE TESTEMUNHAS OCULARES
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1. João era uma testemunha ocular
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua
glória, glória como do unigénito do Pai (1.14)
Aquele que isto viu testificou, sendo verdadeiro o seu testemunho; e ele sabe que diz a
verdade, para que também vós creiais (19.35)
Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e
sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Há, porém, ainda muitas outras coisas que
Jesus fez. Se todas elas fossem relatadas uma por uma, creio eu que nem no mundo
inteiro caberiam os livros que seriam escritos (21.24-25)
2. João Batista também afirma que Jesus é o Filho de Deus
João Batista atesta o mesmo facto: “Pois eu, de facto, vi e tenho testificado que ele é o
Filho de Deus” (Jo.1.34).
Davidson comenta que o aparecimento de uma pomba que Lucas afirma ter sido um
facto objectivo (Lc 3.22), serviu de confirmação celestial da descida do Espírito Santo
sobre o Filho de Deus. Através deste sinal, João teve certeza que Jesus era, realmente, o
Messias. Assim sendo, João interpreta o seu ministério messiânico em termos de
filiação. 25
3. Natanael reconhece Jesus como Filho de Deus
Outra situação que pode testificar a Pessoa de Cristo como Filho de Deus é encontrada
no encontro de Natanael com Cristo (Jo.1.44-51). No exercício de sua omnisciência,
Jesus demonstra que o que Felipe disse a Seu respeito é verdadeiro, e Natanael afirma:
“Então, exclamou Natanael: Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o Rei de Israel!”
(Jo.1.49). Ao ouvir isso, Jesus garante que Natanael veria sinais mais evidentes de que
Ele o é (Jo.1.50). A cena que segue a esse diálogo nos conta seu primeiro milagre (sinal;
gr. semeion), com o qual Ele manifestou sua Glória (Jo.2.11).
4. A declaração de Pedro - 6:69
Nesta passagem bíblica vemos um período de conflito entre a crença e a descrença em
Jesus em que muitos discípulos o abandonaram a fé entretanto vemos a atitude de Pedro
em relação a Jesus reconhecendo a sua divindade expressando“E nós temos crido e
25
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia, p. 1946
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conhecido que tu és o Cristo, o Filho de Deus”. Carson nos diz que Pedro e os outros
membros dos doze nutriam, naquele tempo, uma concepção significativamente mais
sombria do significado da expressão do que foi o caso depois da ressurreição e da
exaltação de Jesus. Era o bastante que suas primeiras esperanças messiânicas (1.41,45)
estivessem sendo confirmadas, para que eles vissem em Jesus aquele que era maior que
um profeta, maior que Moisés, ninguém menos que o “Santo de Deus”.26
5. O cego que foi curado - 9:35-38
Quando Jesus ouviu dos resultados da controvérsia dos Judeus ficou movido de pena,
procurou o Homem fez-lhe uma pergunta pessoal27
“Crês tu no Filho de Deus?” Carson
comenta que o que Jesus queria dizer é, “você põe sua confiança no Filho do
Homem”.28
E o cego pergunta quem era para poder adorar e Jesus declarou ao cego que
era Ele o próprio “Filho de Deus” e ele o adorou.
6. Marta - 11:27
Segundo Davidson, Marta declara a Jesus que, de facto, crê “Sim, Senhor, creio que tu
és o Cristo”. Sua confissão corresponde fielmente à sua compreensão das funções do
Messias, mas é aquém da declaração que Jesus faz sobre sua Pessoa.29
Já Werner de Boor diz que em sua confissão a Jesus, Marta deu o passo de um futuro
meramente doutrinário (O Messias, que há de vir ao mundo) em direcção a um presente
vivo: ―Eu cheguei a crer que tu és o Messias.30
Portanto vemos que Marta entendeu correctamente, ainda que não reagiu directamente
às palavras de Jesus.
7. Tomé - 20:28
Segundo Moody tendo suas dúvidas completamente removidas, Tomé mostrou-se à
altura de uma grandiosa declaração de fé diante do desafio de Jesus. Senhor meu, e
Deus meu! Ele sabia que se encontrava na presença da divindade. Carson diz que a
26
CARSON, D.A. O Comentário de João, p. 305 27
KUZMIC, Peter. Sebenta: O Evangelho de João, p. 70 28
CARSON, D.A. O Comentário de João, p. 377 29
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia, p. 1984 30
BOOR, W. D. Evangelho de João: Comentário Esperança, p. 170
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confissão de Tomé é a exemplificação máxima do que significa honrar o Filho como o
Pai é honrado (Jo 5.23).31
Segundo Norman Geisler: “Todas essas pessoas adoraram a Jesus sem uma palavra de
repreensão por parte Dele. Jesus não apenas aceitou essa adoração, como até mesmo
elogiou aqueles que reconheceram sua divindade (Jo 20.29; Mt 16.17). Isso só poderia
ser feito por uma pessoa que considerava seriamente ser Deus.”32
31
CARSON, D.A. O Comentário de João, p. 660 32
GEISLER, N.; TUREK, F. Não tenho fé suficiente para ser ateu, p. 354
15 CONCLUSÃO
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Qualquer grupo que alegue que Jesus não tenha dito ser Deus, que alegue que as
profecias não foram cumpridas Nele e que afirme que os discípulos não adoraram Jesus
como Deus, trata-se de um grupo que perverteu a ortodoxia cristã e que, através dos
falsos ensinos estão levando os seus seguidores por caminhos tortuosos que conduzirão
a perdição eterna. Muitos destes grupos têm utilizado a Bíblia de maneira distorcida e
negado algo que está mais que provado em suas páginas: a plena divindade de Jesus.
O Cristianismo tem o seu centro, o seu coração em Jesus Cristo e prega a comunhão
com Ele como o único meio de alcançar a salvação. Colocar nossa fé em Jesus e
entregar nossas vidas à Ele resulta em plena comunhão com Deus; resulta em vida. A fé
em Jesus produz no cristão o pleno sentimento de realização, já que Ele é o tudo em
quem crê Nele. Isso não é fruto de alienação, mas de uma fé muito bem fundamentada
nos ensinamentos de Jesus, que leva aquele que crê a aceita-lo em plenitude como
Senhor e Salvador (Jo 14.20; 15.4). Desta forma, aceitar doutrinas estranhas quanto a
quem é Jesus, implica em comprometer o relacionamento com Ele.
Portanto este trabalho inspirador no tocante a divindade de Jesus, que possa levar-nos a
aumentar a nossa fé no Filho de Deus e a cada dia servi-lo da melhor maneira possível
com gratidão por tudo nas nossas vidas.
16 BIBLIOGRAFIA
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