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Mauro Del Ciello advogado
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENDA PÚBLICA
CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO, brasileira, oficial administrativo, portadora do RG n°. 12.959.377, CPF n°. 011.077.498-16; com endereço na Rua Labatut, n°. 144 apto.182- São Paulo - SP e OUTROS (devidamente qualificados na relação em anexo), por seu advogado infra-assinado (procurações em anexo), vêm, com o devido respeito e acatamento, à presença de Vossa Excelência, propor a presente
AÇÃO ORDINÁRIA
contra a FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos:
DOS FATOS
1. Os autores, conforme demonstrado nos inclusos documentos, são servidores públicos do Estado de São Paulo, contratados alguns pela Lei 500/74, outros pela Consolidação das Leis Trabalhistas — CLT e ainda outros aposentados, conforme se verifica dos holerites acostados e das certidões de contagem de tempo de serviço.
Mauro Del Cicio advogado
2. Confoime se depreende das inclusas Certidões expedidas pela Secretaria do Estado, constam períodos de licenças prêmio não usufi tildas pelos autores.
3. Desta forma, objetiva a presente ação o reconhecimento do direito dos autores a usufruir o beneficio cuidado, bem como sua conversão em pecúnia para os aposentados.
DOS FUNDAMENTOS
4. A Lei estadual n° 10.261/68, em sua seção X, mais precisamente no seu artigo 209, dispõe o seguinte:
"O funcionário terá direito, como prêmio de assiduidade, a licença de 90 (noventa) dias em cada período de 05 (cinco) anos de exercício ininterrupto, em que não haja sofrido qualquer penalidade administrativa."
5. Como se vê trata-se de uma vantagem ex facto temporis, instituída por lei, que visa premiar o servidor pela assiduidade e disciplina no cargo público aferidas durante determinado período de tempo.
9. Muito embora tenham os autores preenchido todos os requisitos legais para a concessão da benesse, a Administração Pública não lhes concedeu o direito de usufruir do benefício sob o pálio de serem admitidos pela Lei 500/74 ou por serem contratados sob a égide da CLT.
10. Porém, a Administração Pública deve reconhecer o direito das autores, sob pena de afrontar ao princípio do direito adquirido, sendo certo que não se pode empregar diferente tratamento aos servidores não estatutário, ou ainda porque a inatividade não tem o condão de afastar a indenização pecuniária, pois se trata de vantagens "ex facto temporis ".
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Mauro Dei Cicio advogado
11. Assim a concessão do repouso remunerado, assegurado pela lei 10.261/68, deveria ser incorporado ao patrimônio dos servidores, definitivamente, não desaparecendo nem mesmo com o término da relação estatutária de trabalho
Não se pode negar tal beneficio aos servidores requerentes, sob o escopo da Lei 500/74, uma vez que o direito ao uso e gozo do beneficio é assegurado pelo princípio constitucional da isonomia, contido no artigo 39, da Constituição Federal.
12. Entendimento em sentido contrário, como já observado acima, redundaria em afronta ao direito adquirido e ainda em enriquecimento sem causa por parte da Administração que usufruiu dos serviços prestados pelos autores sem o correspondente beneficio/pagamento.
13. Além do amparo legal, claro e cristalino, a Jurisprudência de nossos tribunais também é pacífica, no sentido de que todos os servidores, sem distinção, têm os mesmos direitos, assegurados pelo princípio constitucional da isonomia.
Eis o que ficou decidido, pelo Colendo Superior Tribunal de Justiça, nos autos do RESP n° 221709/ES, Relator HAMILTON CARVALHIDO:
ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. EX-CELETISTA. ANUENIO. LINCENÇA PREMIO POR ASSIDUIDADE. 1. É firme o constructo jurisprudencial deste Superior
Tribunal de Justiça, na esteira do Excelso Pretório, no sentido de que o servidor celetista, remetido à condição de servidor estatutário, tem direito à contagem do tempo pretérito para todos os fins legais, inclusive para percepção de anuênio e licença prêmio por assiduidade.
14. Também o Egrégio Tribunal de Justiça tem o mesmo entendimento:
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"Logo, se o funcionário, como aposentado ou reformado, já não pode gozar da licença a que tem direito, a questão somente pode ser resolvida por meio de indenização em pecúnia de seu valor correspondente. A omissão da ré, no caso, ficou clara, já que, apesar de ter conhecimento do direito de seu servidor ao gozo licença-prêmio, concedeu-lhe a aposentadoria sem antes observar a fruição daquela. Verifica-se, portanto, que quando o funcionário pede sua aposentadoria, incumbe ao Poder Público primeiro deferir-lhe o gozo da licença para, depois, conceder-lhe a aposentadoria pretendida. Não o fazendo, à evidência que há culpa por omissão por parte da Administração, o que a obriga a indenizar o valor correspondente, posto que não resta outra forma de fruição desse direito já adquirido pelo funcionário."
(Apelação Cível n° 157.652.5/4 — Relator Desembargador AFONSO FARO).
15. Convém lembrar que o pagamento em dinheiro correspondente aos dias de férias e licença-prêmio não usufruídos pelos autores tem a natureza jurídica de INDENIZAÇÃO, motivo pelo qual não poderá incidir Imposto de Renda quando do levantamento das respectivas importâncias, a teor da Súmula 136 do Superior Tribunal de Justiça.
DO PEDIDO
16. Ante o exposto, é a presente para, com devido respeito e acatamento, requerer a Vossa Excelência se digne determinar a citação da Fazenda do Estado de São Paulo, no endereço conhecido desse D. Juízo, a fim de contestar os termos da presente e acompanha-la em todos os seus atos e termos, que a foral deverá ser julgada procedente para o fim de condenar a ré:
a) conceder aos autores os benefícios da Justiça Gratuita, nos termos da Lei n° 1060/50, por ser pobre na acepção jurídica do termo e
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não ter condições financeiras de arcar com as despesas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, conforme as declaração e cópia do holerite em anexo;
b) Declarar o direito subjetivo material que assiste aos autores de obter e usufruir, em forma de licença remunerada, o beneficio da LICENÇA-PRÉMIO relativamente aos períodos não usufruídos, conforme as certidões em anexo, impondo-se à ré a obrigação de proceder ao respectivo a ostilamento e concessão do referido beneficio, com a fixação de multa diária no caso de descumprimento de sua condenação a ser fixada de acordo com o entendimento de Vossa Excelência. Outrossim, requerem a conversão do benefício em pecúnia no caso dos autores já aposentados ou no caso da aposentadoria vier a ocorrer no curso do processo, sendo que, neste caso de condenação em pecúnia, a condenação deverá tomar por base os vencimentos do demandante por ocasião da respectiva aposentadoria, reconhecendo-se aí o caráter alimentar da obrigação para que seja solvida de uma só vez, declarando-se ainda sua natureza INDENIZATÓRIA para efeito de isenção do Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), a teor da Súmula 136 do Colendo Superior Tribunal de Justiça;
c) a reembolsar as custas e despesas processuais que tiverem sido despendidas, atualizando-se monetariamente os valores, com os juros moratórios legais, bem como pagar honorários advocatícios a serem arbitrado de acordo com o entendimento de Vossa Excelência.
Protestam provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos, sem exceção, em especial expedição de ofícios, requisição de documentos e informações às autoridades competentes.
Dá-se à presente o valor de R$ 1.000,00 (mil e r‘Qeu-1)
Nestes termos, Pedem deferimento.
São Paulo, 19 de junho de 2007.
MAURO DEIS, CIELLO O.A.B./SP 32.599
CLAUDIO FILENO, brasileiro, agente penitenciário, portador do RG
\.823.817, CPF n°. 682.542.378-91;
TA JUVENCIO MODESTO, brasileira, auxiliar de serviços
ra do RG no. 10.341.969, CPF n°. 014.399.158-22;
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RELAÇÃO DE AUTORES
. CELY. APARECIDA DA COSTA MATTOSO, brasileira, oficial
admin. rativo, portadora do RG no. 12.959.377, CPF n°. 011.077.498-16;
MARTA DEODATO, brasileira, auxiliar de serviços, portadora do RG
845.173, CPF n°. 007.652.048-00;
ANNA CLAUDIA GUEDES LAPORTA, brasileira, biologista, portadora
do RG n°. 11.493.295-1, CPF n°. 099.638.408-17;
6 ELIZA KEIKO ODA MOROI, brasileira, enfermeira, portadora do RG
n°.4.784.043, CPF no.007.359.588-82;
CLAUDIO TUDECH WIERING, brasileiro, medico, portador do RG
no. 20$10.281, CPF n°. 150.959.148-67;
RIC RDO PERIEA COELHO, brasileiro, medico, portador do RG n°.
15.83 92, CPF n°. 152.319.738-23;
9. MARIA VALDECI MOREIRA FEITOZA AMORIM, brasileira, agente
dministrativo, portadora do RG n°. 10.664.106, CPF n°. 006.856.608-50;
1 KARINA RIBEIRO DA SILVA, brasileira, auxiliar de laboratório
portadora do RG n°. 25.993.771-X, CPF n°. 270.218.878-84;
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
COMARCA DE SÃO PAULO ia VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Pauline, 80, 4° andar - sala 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 R2100, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]
ris
SENTENÇA
Processo n°
053.08.130754-0 - Procedimento Ordinário (em Geral)
Requerente:
Cely Aparecida da Costa Mattoso e outros
Requerido: Fazenda do Estado de São Paulo
VISTOS.
Anna Claudia Guedes Laporta, Cely Aparecida da Costa Mattoso, Claudio Fileno, Claudio Tudech Wiering, Eliza Keiko Oda Moroi, Karina Ribeiro da Silva, Maria Valdeci Moreira Feitoza Amorim, Manieta Juvencio Modesto, Marta Deodato e Ricardo Pereira Coelho moveram a presente AÇÃO, pelo rito ordinário, em face da Fazenda do Estado de São Paulo, alegando que são servidores públicos estaduais aposentados, admitidos nos termos da Lei n° 500/74, e completaram blocos aquisitivos qüinqüenais para fins de licença-prêmio, sem ocorrência de mais de 30 interrupções e sem ter sofrido penalidades administrativas. Aduziram que pleitearam administrativamente a concessão da licença-prêmio, mas tiveram o pedido indeferido por não serem servidores públicos estatutários. Requereram seja declarado o direito dos autores, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, de perceberem a vantagem da licença-prêmio e que o beneficio seja concedido através do pagamento de indenização em pecúnia, em razão de estarem aposentados, acrescidos de correção monetária e juros de mora, custas e despesas processuais.
Regularmente citada, a ré ofereceu contestação, alegando, preliminarmente, a prescrição qüinqüenal. No mérito, aduziu que não há lei alguma a garantir aos servidores admitidos pelo regime da Lei 500/74 o beneficio da licença-prêmio, que é privativo dos funcionários públicos. Requereu a improcedência da ação.
É o relatório.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO COMARCA DE SÃO PAULO 1' VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Paulína, 80, 4° andar - saia 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 R2100, São Paulo-SP - sp I [email protected]
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DECIDO.
Trata-se de ação, pelo rito ordinário, em que se pleiteia o reconhecimento do direito à licença-prêmio aos admitidos nos termos da lei 500/74 e o pagamento em pecúnia em razão de estarem aposentados.
Os autores são funcionários públicos admitidos nos termos da lei 500/74, um CLT estável, todos com qüinqüênios incorporados, pretendem ver declarado o direito à licença prêmio, desde que preenchidos os requisitos legais, condenando a ré ao pagamento de períodos já preenchidos.
O pedido de gozo de licença prêmio para os admitidos pela lei 500 sequer era apreciado pela Administração, o que a autora pretende é ver superado o obstáculo que considera indevido.
No mérito, a ação é procedente.
Merece transcrição trecho do v. acórdão relatado pelo Desembargador Silveira Neto, em 08.06.89, no julgamento da Apelação Cível n° 109.431-1:
"Com a promulgação da nova ordem constitucional, não faz qualquer sentido distinguir servidor de funcionário, importando atentar para o disposto no art. 124, § 1°, da Constituição Estadual: a lei assegurará aos servidores da administração direta isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder, ou entre servidores dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou local do trabalho".
Na lição de Celso Antonio Bandeira de Mello (Apontamentos sobre os Agentes Públicos, RT, p. 8), servidores são todos aqueles que mantém com o Poder Público relação de trabalho, de natureza profissional e caráter não eventual, sob vínculo de dependência. É, pois, na condição de profissionais que comparecem para se relacionarem com o Poder Público. O que os caracteriza é a conjunção dos seguintes traços: a.
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COMARCA DE SÃO PAULO 1' VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Paulina, 80, 4° andar - sala 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 R2100, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]
Jo
profissionalidade, e b. relação de dependência, típica dos que prestam serviços sem caráter de eventualidade.
A Constituição previu tratamento jurídico unificado para todos os servidores, em sentido lato, da administração pública direta, autarquias e fundações públicas. Não se pode admitir que os servidores admitidos por concurso pela lei 500/74, que adquiriram estabilidade por força de dispositivo constitucional, estão subordinados a regime próprio de trabalho, distinto do regime a que está sujeito o funcionalismo propriamente dito.
Neste sentido, a jurisprudência:
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL — Admissão pela Lei 500/74. Licença prêmio pleiteada — Admissibilidade — Inteligência dos artigos 124 da Constituição do Estado e 39 da Constituição da República —Segurança concedida — Recurso não provido — A expressão servidor público, na Constituição, é designativo genérico abrangente de todos que, sob o regime de cargo ou emprego, estão vinculados por relação de caráter profissional à Administração direta, indireta ou fundacional em quaisquer dos Poderes, ou órbitas de Governo. (Apelação cível n. 231.687-1 — Bauru — 4a Câmara Civil. Relator: Toledo Silva — 29.07.95 — v.u.).
O artigo 129 da Constituição Estadual estabelece que: 'Ao servidor público estadual é assegurado o
percebimento do adicional por tempo de serviço, concedido no mínimo por qüinqüênio, e vedada a sua limitação, bem como a sexta-parte dos vencimentos integrais, concedida aos vinte anos de efetivo exercício, que se incorporarão aos vencimentos para todos os efeitos, observado o disposto no artigo 115, XVI, desta Constituição".
A norma em exame não dá margem a dúvida, nem
permite distinção entre os tipos de servidor. Nesse sentido, a jurisprudência:
"Mandado de Segurança — Sexta parte e licença
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prêmio... Inexiste motivação bastante para restringir dimensionamento da expressão servidor público estadual, contida no art. 129 da Constituição do Estado, que a ele assegura a sexta parte dos vencimentos integrais, concedidos aos vinte anos de efetivo exercício, incorporada para todos os efeitos. Quer os celetistas, quer os admitidos em conformidade da lei 500 de 1974, são servidores públicos. É o que atesta o art. 205 da Lei Complementar n. 180, de 12.5.78. Quanto aos aposentados, a extensão do beneficio decorre do § 4 ° do art. 40 da Constituição da República e do parágrafo do mesmo número, do art. 126 da Carta magna do Estado." (Apelação Cível n. 231.404, E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, Lex n. 178/96, pág. 160/162).
Importante salientar que a orientação administrativa reconhece que a questão está pacificada, embora persista a postura de não dispensar a propositura da ação, nem reconhecer a procedência do pedido:
LICENÇA-PRÉMIO — Lei Estadual n° 10.261/68, artigo 209 - Lei Complementar n° 180/78, artigo 205 e Constituição Estadual, artigo 129 que estenderam o beneficio aos servidores admitidos pela Lei 500/74. —Orientação Normativa Subg/Contencioso n. 3, em setembro de 2005, da Procuradoria Geral do Estado. (Apelação cível n. 258.577-5/8-00 — São Paulo — 8' Câmara "A" de Direito Público — Relator: Reinaldo Cintra — 29.03 .2006 — v.u.).
O pagamento em pecúnia não é efetuado enquanto em atividade o funcionário. E, a partir da inativação, quanto aos por ela atingidos, não decorreram mais de cinco até a propositura da ação.
(
Nesse sentido, ementa de julgado abaixo colacionado:
SERVIDORES PÚBLICOS APOSENTADOS —LICENÇA PRÊMIO EM PECÚNIA — ADMISSIBILIDADE — não foram gozadas pelas autoras, quando estavam em atividade. A legislação citada pela Fazenda Estadual não se aplica ao caso vertente. Não há previsão legal para o pagamento em dinheiro do beneficio pleiteado, no entanto, trata-se de direito adquirido, deve-se aplicar os princípios gerais de direito — enriquecimento ilícito e de que quem trabalha deve receber. PRESCRIÇÃO — ocorrência em
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la VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Paulina, RO, 4° andar - sala 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 R2100, São Paulo-SP - E-mail: splfaz®tj.sp.gov.br
relação a uma autora. Ajuizou a ação após 5 anos de sua inatividade. HONORÁRIOS ADVOCATICIOS — majoração para 10% sobre o valor da condenação. DERAM PROVIMENTO, PARCIAL AO RECURSO DAS AUTORAS E AO REEXAME, E NEGARAM AO DA FAZENDA ESTADUAL. (Apelação Cível 269.963-5/5, 4' Câmara de Direito Público — jul/02 — Relator Desembargador VIANA SANTOS).
Com a aposentadoria, é certo que a questão se resolve em indenização. Não se nega que no período em que o autor fazia jus à licença-prêmio, permaneceu prestando serviço à Administração, não se justificando que, não podendo, agora, dela usufruir, em razão da aposentadoria, não receba o correspondente em pecúnia.
A hipótese não é propriamente de ilícito administrativo, mas enriquecimento sem causa por parte da Administração Pública que em caso de improcedência da ação, se locupletaria indevidamente do trabalho de seu servidor.
Não há como atribuir ao autor culpa pela impossibilidade criada para o gozo do questionado descanso. A aposentadoria, dentro dos requisitos estabelecidos pela lei, é um direito do servidor, que não está obrigado a permanecer na ativa apenas com o propósito de gozar férias ou licença-prêmio, mais se diga na hipótese de aposentadoria compulsória quando a dedicação ao serviço público perdura por quanto tempo quanto a lei permite.
Neste sentido, a jurisprudência:
Licença-prêmio e férias - Policial Militar reformado —Ação de indenização julgada procedente.
Licença-prêmio e férias — Benefícios não gozados durante o período em que o autor permaneceu em atividade —Responsabilidade do Estado que não pode enriquecer, indevidamente, em detrimento de seu funcionário —Indenização devida.
Férias — Gozo de licença-saúde durante parte do período aquisitivo deste beneficio —Inexistência de direito ao gozo de férias e,
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COMARCA DE SÃO PAULO P VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Paulina, 80, 4° andar - sala 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 P2100, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]
em conseqüência, da indenização respectiva, relativa ao mesmo período. Prescrição —Inocorrência, uma vez que a licença-prêmio e as férias podem ser concedidas e gozadas até a aposentadoria do funcionário.
Honorários de advogado — Sucumbência recíproca —Redução —Não cabimento porque o autor decaiu de parte mínima do pedido —Responsabilidade integral da ré, na forma do art. 21, parágrafo único, do Código de Processo Civil — Recursos do autor, da Fazenda do Estado e reexame necessário não providos. (Apelação cível n. 330.415.5/4-00 — São Paulo — 8a Câmara "A" de Direito Público — Relator: Marcelo Tossi —06.09.2006 — v.u.).
FUNCIONÁRIO PÚBLICO INATIVO. Licença prêmio em pecúnia. ADMISSIBILIDADE. Forma de pagamento de acordo com o artigo 100/CR e 57, § 3°/CE. Recursos desprovidos. (Apelação cível n. 72.193-5/0, da comarca de São Paulo, j. da Sexta Câmara de Direito Privado do E. Tribunal de Justiça, tendo como relator o Desembargador OLIVEIRA SANTOS).
FUNCIONÁRIO PÚBLICO — Licença prêmio. Servidor falecido em atividade — Alegação de que ela não seria indenizável —improcedência — Enriquecimento indevido do Estado que assim se evita —Tempo de serviço que se incorpora aos vencimentos, sendo perceptível até mesmo após a aposentadoria — Direito que se estende aos herdeiros — Ação julgada parcialmente procedente — Apelo da ré parcialmente provido, apenas para alterar o critério da fixação dos honorários advocatícios (TJSP, Apelação Cível n° 252.674-1/2, Comarca de São Paulo).
Em face do exposto, e considerando tudo o mais que dos autos consta, JULGO PROCEDENTE a ação que Cely Aparecida da Costa Mattoso e outros moveram contra a Fazenda do Estado de São Paulo e o faço para reconhecer o direito dos autores à licença prêmio, desde preenchidos os demais requisitos legais, condenando a ré a expedir a certidão_' respectiva e apostilar os título, indenizando, quanto aos que passaram à 7„,,-'" inatividade sem o correspondente gozo, por ato que não se lhes pode imputar. A referida indenização deve ser calculada com base nos proventos vigentes à época da liquidação da sentença, acrescido de juros de mora de 6 % ao ano a
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COMARCA DE SÃO PAULO ia VARA DE FAZENDA PÚBLICA Viaduto Dona Pauline, 80, 4° andar - sala 413, Centro - CEP 01501-908, Fone: 32422333 R2100, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]
partir da citação e correção monetária nos termos da Lei 6.899/81.
Arcará a ré, pela sucumbência, com as custas processuais e honorários advocatícios de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação.
P. R. I.
São Paulo, 30 de setembro de 2008.
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
6" CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
J5
Registro: 2011.0000117872
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053, da Comarca de São Paulo, em que é apelante FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO sendo apelados CLAUDIO TUDECH WIERING, CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO (E OUTROS(AS)), KARINA RIBEIRO DA SILVA, MARIA VALDECI MOREIRA FEITOZA AMORIM, RICARDO PEREIRA COELHO, ELIZA KEIKO ODA MORDI, MARIETA JUVENCIO MODESTO, CLAUDIO FILENO, ANNA CLAUDIA GUEDES LAPORTA e MARTA DEODATO.
ACORDAM, em 6° Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: "Rejeitada a preliminar, deram provimento parcial, nos termos que constarão do acórdão. V.U.", de conformidade com o voto do Relator, que integra este acórdão.
O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores OLIVEIRA SANTOS (Presidente) e EVARISTO DOS SANTOS.
São Paulo, 1 de agosto de 2011.
Israel Góes dos Anjos RELATOR
Assinatura Eletrônica
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
6a CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
16
VOTO no. 7491 APELAÇÃO CÍVEL n°. 990.10.250180-9 — SÃO PAULO APELANTE: FAZENDA DO ESTADO DE SÃO PAULO. APELADOS: CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO E OUTROS.
SERVIDORES PÚBLICOS ESTADUAIS EM ATIVIDADE — Admitidos pelo regime da Lei 500/74 e da CLT, Pretensão ao reconhecimento do direito de fruição do benefício da licença prêmio. ADMISSIBILIDADE EM PARTE — A licença prêmio é um benefício próprio do regime estatutário, que não pode ser concedido a trabalhador regido pela CLT —Beneficio exclusivo dos funcionários públicos estatutários, que é extensivo somente aos servidores regidos pela Lei 500/74. O servidor público estadual admitido pelo regime da Lei n° 500/74 tem direito à licença-prêmio por força do regime único previsto no artigo 124 da Constituição Estadual e a fruição do benefício poderá ser exercida pelo servidor em atividade enquanto não se aposentar, inclusive nos termos da Súmula 28 aprovada pelo Órgão Especial desta E. Corte — Sentença parcialmente reformada.
LICENÇA-PRÊMIO Prescrição. NÃO CABIMENTO: O pedido de reconhecimento de licença-prêmio tem natureza declaratória e por isso não se consuma a prescrição do direito de fruição do beneficio enquanto o servidor ou funcionário público mantiver o vínculo com a administração pública.
INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM —Alegação de que a Justiça Comum não é competente para decidir acerca de direito pleiteado por servidores contratados pela CLT. NÃO CABIMENTO: O direito pleiteado não está estabelecido na CLT e sim em legislação estadual, o que justifica a apreciação da demanda pela Justiça Comum.
HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS — Pretensão de redução para 10% sobre o valor dado à causa ou para valor fixo. INADMISSIBILIDADE - Pedido prejudicado diante do acolhimento dos Embargos de Declaração interpostos pelos autores e a alteração da verba honorária arbitrada para valor fixo.
PRELIMINAR REJEITADA E RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
Apelação o° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 2
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
6a CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
Vistos.
Trata-se de apelação interposta pela
Fazenda do Estado de São Paulo contra a r. sentença de fls. 86/92,
cujo relatório se adota, que julgou procedente a ação movida por
servidores públicos estaduais admitidos nos termos da Lei 500/74 e da
CLT com o objetivo de ter reconhecido o direito à licença prêmio.
Apela a Fazenda do Estado de São
Paulo pretendendo a reforma da r. sentença (104/128). Alega a
ocorrência da prescrição do fundo de direito com relação aos blocos
vencidos antes dos cinco anos anteriores à propositura da ação e a
incompetência da Justiça Comum para decidir sobre direito pleiteado
por servidor contratado pela CLT. Assevera que não existe lei que
ampare o pedido dos autores de reconhecimento do direito ao
beneficio da licença prêmio. Sustenta que o beneficio em questão está
previsto apenas para os funcionários públicos. Afirma que também
não têm razão quanto ao pedido de conversão do beneficio em
pecúnia para os casos de servidores aposentados. Insurge-se contra a
fixação dos honorários advocatícios em 10% sobre o valor da
condenação
Foram interpostos Embargos de
Declaração pelos autores (fls. 95/96), que restaram conhecidos e
providos para alterar a fixação da verba honorária para o valor fixo de
R$ 1.000,00, nos termos do art. 20, § 4° do CPC. Também interpôs
Embargos de Declaração a Fazenda do Estado de São Paulo (fls.
Apelação n° 0130754-90.2008_816.0053 - São Paulo 3
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
6' CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
1€.
98/99), que restaram rejeitados (fls. 100).
Os autores não apresentaram
contrarrazões ao recurso, conforme certidão de fls. 131.
É o relatório.
Preambularmente, não há que se falar
em prescrição da pretensão. O pedido de reconhecimento da licença
prêmio tem natureza declaratória e por isso não há que se falar em
prescrição.
Não pode ser reconhecida a prescrição
quinquenal, nem a prescrição do fundo de direito em relação à licença
prêmio não gozada enquanto o servidor ou funcionário público
mantiver o vínculo com a administração pública:
Trata a questão de um prêmio pela
assiduidade do servidor e o pagamento se dá de uma só vez. O prazo
da prescrição quinquenal só poderia ser considerado a partir da
aposentadoria dos autores.
Fica rejeitada a preliminar de
incompetência da Justiça Comum para decidir sobre direito pleiteado
por servidores celetistas.
O benefício da licença prêmio foi
Apelação ri° 0130754-90.2008.826.0053 - São Paulo 4
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6° CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
estabelecido por legislação estadual e é um direito de exclusividade
dos servidores públicos. É um beneficio próprio do regime estatutário.
Direito igual não existe no regime da CLT, portanto a relação dos
autores é de natureza administrativa.
Neste sentido:
"COMPETÊNCIA - Servidor público
celetista - Benefícios pleiteados
estabelecidos em legislação estadual -
Inaplicabilidade do artigo 114 da
Constituição da República - Competência
da Justiça Comum - Interpretação do § 3°
do artigo 205 da Lei Complementar
Estadual n. 180, de 1978 - Recurso não
provido." (JTJ 134/285);
"PROCESSO CIVIL — Reconhecimento
da competência da Justiça comum para o
julgamento do feito, com relação aos
autores celetistas, e não da Justiça
Trabalhista — O benefício da licença-
prêmio é exclusivo de servidores públicos,
não existindo na Justiça trabalhista
benefício similar — Precedentes". (AC n°
941.530-5/9-00, Rel. Des. CARLOS
EDUARDO PACHI).
E ainda: AC n° 990.10.120714-1, Rel.
Des. EVARISTO DOS SANTOS, j. de 3.5.2010.
Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 5
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6° CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
Os documentos juntados a fls. 15, 19,
23, 31, 36/37, 40, 44 e 48 demonstram que os autores foram admitidos
pelo regime da Lei 500/74 e estão em atividade, com exceção da
autora Marieta Juvêncio Modesto (fls. 27) que foi admitida ao serviço
público pelo regime da CLT, além de prestar contribuição
previdenciária ao INSS. Aliás, a própria petição inicial (fls. 02, item
1) informa a admissão de referida autora nos termos da CLT.
Isso mostra que a autora em questão
não é funcionária pública estatutária e nem servidora admitida pelo
regime híbrido da Lei 500/74.
A autora tem seus direitos garantidos e
protegidos pela Consolidação das Leis Trabalhistas e por ter também
direito ao Fundo de Garantia Por Tempo de Serviço, ela não pode ser
contemplada com benefícios exclusivos dos funcionários estatutários,
extensivos somente aos admitidos pelo regime da Lei 500/74, que não
estão abrigados pelo manto da legislação trabalhista
O beneficio da licença prêmio foi
criado pela Lei n° 10.261/68, em seu artigo 178, com o propósito de
premiar o funcionário público pela sua assiduidade. É um beneficio
próprio do regime estatutário, que não pode ser concedido a
trabalhador regido pela CLT.
As diferenças de direitos e garantias
entre os regimes supracitados (estatutário e CLT) impedem a
Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 6
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6° CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
invocação do artigo 39 da Constituição Federal, em beneficio da
citada autora, mesmo porque a emenda Constitucional n° 19/98
deixou de exigir o regime único.
Haveria violação ao princípio da
isonomia se fosse concedida a licença-prêmio para a autora Manieta
Juvêncio Modesto, em detrimento dos funcionários públicos que não
têm o beneficio do FGTS.
De rigor, portanto a reforma parcial da
r. sentença para improcedência da ação somente em relação a autora
admitida pelo regime da CLT.
Os demais autores poderão fruir da
licença prêmio a qualquer tempo enquanto não se romper o vínculo
funcional com a Administração Pública. Uma vez aposentados,
poderão requerer o beneficio em pecúnia.
Cumpre esclarecer que, no caso, fica
garantido aos autores admitidos pelo regime da Lei 500/74 somente o
reconhecimento de seu direito a licença-prêmio, cabendo à
Administração Pública a verificação específica de cada bloco e dos
requisitos para a concessão do beneficio, inclusive o da ininterrupção
da prestação de serviço dentro de cada cinco anos.
A Lei Complementar n° 180, que
instituiu o Sistema de Administração de Pessoal do Estado, classificou
como servidores públicos aqueles admitidos em caráter temporário, nos
Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 7
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6a CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
termos do artigo 1°. da Lei n° 500 de 13 de novembro de 1974: "Art.
205. Para fins desta Lei Complementar passam a ser considerados
servidores:
I — os admitidos em caráter temporário
nos termos do art. 1° da Lei n° 500, de 13 de novembro de 1974".
A referida Lei Complementar considerou
os servidores do regime da Lei 500, que prestavam serviços ao Estado,
mediante remuneração e com subordinação hierárquica, como sendo
servidores.
A partir da Constituição de 1988, os
servidores contratados nos termos da Lei 500/74 passaram a receber
tratamento jurídico semelhante ao dos funcionários públicos titulares de
cargos, nos termos do artigo 39 da Lei Maior, que criou o regime jurídico
único.
Mesmo após a Emenda Constitucional
número 19/98, que deixou de exigir o regime único, esse regime
continuou a vigorar no Estado de São Paulo, por força do que dispõe o
artigo 124 da Constituição Estadual, que assim diz:
"Art. 124 — Os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações
instituídas ou manadas pelo Poder Público terão regime jurídico
único e planos de carreira".
A antiga redação do artigo 39 da
Constituição Federal voltou a vigorar após liminar parcialmente
concedida pelo Supremo Tribunal Federal na Ação Direta de
Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 8
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
62 CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
Inconstitucionalidade: "A União, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios instituirão, no âmbito de sua competência, regime
jurídico único e planos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e das fundações
públicas".
Não há necessidade de lei própria
criando o regime único de servidores públicos, porque o artigo 124 da
Constituição Paulista é auto-aplicável e também há os princípios
constitucionais como o da isonomia.
Dessa forma, os autores são
equiparados a funcionários públicos para todos os efeitos e por isso
têm direito à licença-prêmio.
Toda a legislação vigente indica a total
paridade de direitos entre funcionários públicos e servidores admitidos
com base na Lei 500/74.
Sobre o tema, há precedentes desta C.
Câmara:
"A bem da verdade, as disposições constitucionais (artigo 39 da Carta Federal, o artigo 24, do ADCT, bem como o artigo 124 da Constituição Estadual) estabeleceram tratamento jurídico igualitário aos servidores da Administração Pública. Por conseguinte, não se admite que os servidores admitidos nos termos da Lei 500/74 possuam regime jurídico diverso daquele estabelecido ao
Apelação n° 0130754-90.2008.826.0053 - São Paulo 9
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62 CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
funcionalismo. Em assim sendo, conclui-se que a Constituição do Estado de São Paulo conferiu vantagens aos servidores públicos, sem qualquer diferenciação entre os servidores da administração direta, indireta e os contratados nos termos da Lei 500/74". (AC. 513.354.5/9-00, Rel. Des. LEME DE CAMPOS)".
No mesmo sentido outras decisões
desta Eg. 6a Câmara de Direito Público (AC n° 176.009.5/0 — v.u. j. de
09.02.04; AC n° 186.246.5/9 — v.u. j. de 22.03.04; AC n° 151.121.5/8
— v.u. j. de 10.05.04; AC n° 191.246.5/0 — v.u. j. de 16.08.04 — Rel.
Des. EVARISTO DOS SANTOS, AC n° 233.171-5/2 e AC n°
233.055-5/3 — v.u. j. de 28.08.06 — Rel. Des. RODRIGUES NOVAES,
dentre inúmeros outros arestos no mesmo sentido).
Os autores admitidos pelo regime da
Lei 500/74 têm a possibilidade de usufruir a licença-prêmio a que
fazem jus, preenchidos os requisitos para tanto.
Além do mais, trata-se a licença-prêmio
de vantagem ex facto temporis, que integra o patrimônio funcional do
servidor. O fato dos autores terem sido admitidos pela Lei 500/74 não
impede a concessão do beneficio.
A licença-prêmio deixou de ser
contemplada ao funcionário público que optasse pelo décimo terceiro
salário a partir de 1.978 e só foi restabelecida cumulativamente com a
Apelação n° 0130754-90.2008.8.26.0053 - São Paulo 10
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6° CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
gratificação natalina após a Constituição Federal de 1.988.
Dessa forma, deve ser observado que só
é cabível a contagem dos blocos a partir da Constituição Federal de
1.988 e tal particularidade deverá ser observada quando da posterior
execução do julgado e apostilamento.
Deve ser observado, ainda, que a
concessão fica condicionada à discricionariedade da administração
quanto ao gozo oportuno do beneficio.
Além do mais, a Súmula 28 aprovada
pelo Órgão Especial desta E. Corte assim diz: "Aos admitidos na
forma da Lei n° 500/74 são devidas sexta-parte e licença-prêmio.".
Cumpre observar que fica prejudicado
o pedido da apelante em relação à alteração da verba honorária fixada
na r. sentença, em virtude do acolhimento do pedido dos autores
efetuado em Embargos de Declaração (fls. 95/96) que alterou a r.
sentença para fixar os honorários advocatícios em R$ 1.000,00, nos
termos do artigo 20, § 4° do CPC.
O valor fixado nos embargos de
declaração não é elevado e se mostra razoável e a fixação em 10%
sobre o valor da causa se mostraria irrisória e descabida.
Por fim, já é entendimento pacífico de
que não está obrigado o julgador a citar todos os artigos de lei e da
Constituição Federal para fins de prequestionamento. Sendo assim,
ficam consideradas prequestionadas toda matéria e disposições legais
Apelação n° 0130754-90.2008.826.0053 - São Paulo I I
PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO
6' CÂMARA DE DIREITO PÚBLICO
discutidas pelas partes.
Ante todo o exposto, rejeitada a
preliminar, DÁ-SE PARCIAL PROVIMENTO ao recurso da
Fazenda do Estado para julgar improcedente a ação somente em
relação à co-autora Manieta Juvêncio Modesto que foi admitida pelo
regime da CLT. Fica a autora condenada ao pagamento de honorários
advocatícios ora fixados em R$ 200,00, observada a gratuid e
concedida às fls. 66. No mais fica mantida a r. sentença.
ISRAEL GÓES DOS ANJOS
RELATOR
Apelação n° 0130754-902008.8.26.0053 - São Paulo 12
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO PROCURADORIA JUDICIAL — PJ 1
Rua Maria Paula, 172, São Paulo — SP Telefone 3291-7100
Ref.: Dispensa de Recurso — PORTARIA GPJ 4, DE 3 DE SETEMBRO DE 2008 — anexo II
Autor(es): CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO E OUTROS PJ n° 19721/2008
n Dispensa de Recurso Especial e/ou Extraordinário. 1. Abono-Fepasa - Dissídio Coletivo 618.417/1999 2. Adicional de insalubridade - retroação à data de admissão ou vigência da LC 432/85 3. Atribuição de aulas 4. Complementação de Pensão - 100% dos proventos do falecido 5. Concurso público - requisitos no momento da posse - Sumula 266 do STJ 6. Contribuição previdenciária dos inativos - não incidência/resfituição dos valores cobrados entre a EC
20/98 e a EC 41/03. 7. Correção Monetária de vencimentos pagos em atraso (art. 116 da CE). Data base mês do efetivo
pagamento 8. Diárias - pagamento a juizes e promotores (não compreende a inclusão de juros anteriores à citação e
a verificação da prescrição) 9. FAM - Prescrição das parcelas (não compreende a inclusão de juros anteriores à citação). 10. Férias e licença prêmio de servidores inativos - indenização 11. Férias indenizadas - servidores inativos - incidência de adicional constitucional de 1/3 12. Gratificações - extensão a inativos. (Súmula 280 do STF): GASS/ GSAE/ GAP (Atividade Policial)/GAP
(Atividade Penitenciária)/ GTE/ GASA/ GEA/ GSAP/GAM 13. Gratuidade judiciária 14. Honorários de sucumbência (Súmula 7 do STJ) 15. Imposto de Renda - não incidência sobre indenização por férias e/ou licença-prêmio não gozadas-
Orientação Normativa SubG/Contencioso n° 05 16. Juros - Cálculo sobre parcelas previdenciárias (IPESP/IAMSPE)
X 17. Licença-prêmio — concessão a servidores Lei 500/74 — prescrição dos blocos aquisitivos (Súmula 280 STF — Orientação Normativa SubG /Contencioso n° 03)
18. Licença-saúde - expedição de guia a admitido pela Lei 500/74 19. Licenciamento de veiculo - renovação - exigência de pagamento prévio de multa (Súmula SubG
/Contencioso n° 01 e Orientação Normativa SubG/Contencioso n° 01) 20. Obrigação de fazer - fixação de multa 21. Pensão por morte - 100% da totalidade dos proventos do servidor falecido ou da remuneração do
servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento (art. 40, § 7° da CF) 22. P.I.Q. - Incidência sobre o 13° salário e férias 23. Policial Militar - desconsideração de penalidades para o cômputo de licença-prêmio. 24. Precatório - diferenças - necessidade de nova citação (exceto execuções superiores a R$500.000,00,
que devem ser submetidas ao GPJ) 25. Prêmio de valorização - incidência sobre o 13° salário. 26. Professor - dispensa ou redução da carga horária durante licença-saúde. 27. Professor/Carreiras da Secretaria da Educação - Bônus/Bônus Gestão/Bônus Mérito - extensão aos
inativos. 28. Sexta-parte: concessão da sexta-parte a servidores contratados pelo regime da Lei 500/74 (Súmula 280
STF - Orientação normativa SubG/ Contencioso n° 03
OBSERVAÇÃO: A ação foi julgada improcedente com relação aos contratados pela CLT.
Marina Benevides Soares Procuradora do Estado PJ-1, 05 de agosto de 2011
Ch fe de Seccional/De acordo/data
2U 11
Chefe à Sub/De acordo/data
1
a
AASP Associação dos Advogadas de 55o Paulo
Data impressão: sexta-feira, 08 de março de 2013 - 12h47 Associado: GEORGIA TOLAINE MASSETTO TREVISAN OAB: 039711
1. T]-SP Disponibilização: sexta-feira, 8 de março de 2013. Arquivo: 2018 Publicação: 77
Fóruns Centrais Fórum Hely Lopes la Vara da Fazenda Pública Processo 0130754-90.2008.8.26.0053 (053.08.130754-0) - Procedimento Ordinário - Licença-Prêmio - Cely Aparecida da Costa Mattoso e outros - Fazenda do Estado de São Paulo - Vistos. Fls. 161 - Intime-se a ré a dar cumprimento à sentença, comprovando o apostilamento, e apresentando as planilhas relativas aos pagamentos para instruir a execução nos termos do art. 730 do CPC, no prazo de 90 dias, sob pena de multa diária de R$ 1.000,00 até o limite de R$ 15.000,00, sem prejuízo de oportuna majoração ou redução da sanção caso inadequada aos fins a que se destina. A presente decisão vale como ofício, devendo os exequentes encaminha-la, comprovando nos autos em 15 dias. Fls. 163/164 - Diante do transito em julgado, indefiro o pedido formulado pela coautora Eliza Keiko Oda Moroi. Int. - ADV: GEORGIA TOLAINE MASSETTO TREVISAN (OAB 98692/ SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP), MAURO DEL CIELLO (OAB 32599/SP)
11B
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Procuradoria Judicial
URGENTE
PJ no 19721/2008 Processo n° 0130754-90.2008.8.26.0053 Interessado(a)(s): CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO E 00
Secretaria/Órgão/Entidade onde se dará o cumprimento: SECRETARIA DA SAÚDE
Doutor Procurador Chefe,
Trata-se de cumprimento de obrigação de fazer em
demanda movida por servidores públicos, admitidos pela Lei 500/74, por meio
da qual pretenderam o reconhecimento do direito à licença-prêmio.
O E. Tribunal de Justiça de São Paulo deu parcial
provimento ao recurso de apelação da Fazenda Estadual para julgar
improcedente o pedido em relação à autora MARIETA JUVÊNCIO
MODESTO, em razão de ter sido admitida pelo regime da CLT.
Em relação aos demais autores, a demanda foi julgada
procedente para lhes reconhecer o direito ao benefício da licença prêmio,
desde que preenchidos os requisitos legais de assiduidade e ausência de
penalidade administrativa.
Restou decidido ainda que, uma vez aposentados, os
autores poderão requerer o benefício em pecúnia.
PROCURADORIA GERAL DO ESTADO Procuradoria Judicial
Em 08/03/2013, a Fazenda do Estado de São Paulo foi
intimada para o cumprimento da obrigação de fazer no prazo de 90 (noventa)
dias, sob pena de aplicação de multa diária.
Tratando-se de execução definitiva, proponho a remessa
do presente PJ-F ao órgão de pessoal da SECRETARIA DA SAÚDE, para que
seja, com urgência, apostilado o título dos autores, nos termos das r. decisão
exequenda.
À consideração superior.
PJ-1, 19 de Março de 2013.
FÁBIO WU
Procurador do Estado
OAB/SP 282.807
Encaminhe-se à Secretaria/Órgão/Entidade supramencionado(a) - com tramitação pela respectiva Consultoria Jurídica, se necessário -solicitando a adoção das providências necessárias, nos termos da representação retro.
São 19 d- de 2.013.
LUIZ EDUARDO PORTILHO D'ANTINO Procurador(a) do Estado Chefe da ia Subprocuradoria
(De ordem do Sr. Procurador Chefe da PJ)
2
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE COORDENADORIA GERAL DE ADMINISTRAÇÃO
CENTRAL DE PROTOCOLO EXPEDIÇÃO E ARQUIVO
PROCESSO N°. O o941
1000c2 32J 90
TERMO DE APENSAMENTO
NESTA DATA, FOI APENSANDO O PROCESSO NR. 004 000y900 12A 4)0 (3
l3 AA-efsêt..0; V.—e-- DATA A INATURA
Marin h Clária Q. Saraiva RG 12 854 877
Diretor 1
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
CONSULTORIA JURÍDICA
FLS.32
N° DO PROCESSO---001/0941/000.272/2013
DATA DE ENTRADA :----03/04 /2013..
DISTRIBUIDO AO DR (a) _NUHAD
EM 03 / 04 / 2013--
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE
CONSULTORIA JURÍDICA
Processo n° 001/0941/000.272/2013 (Apenso 001/0001/001.175/2013).
Interessado: CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO E OUTROS.
(Ação Ordinária n° 0130754.90.2008.8.26.0053 da 18 Vara da Fazenda Publica/SP-RJ n° 19721/08-Banca: 11-B.
À GGP-NAA,
para cumprimento da OBRIGAÇÃO DE FAZER, em
caráter de URGÊNCIA, devendo ser a eles juntados todos os elementos hábeis à defesa do
Estado em Juízo, inclusive cópias de todos os documentos, processos ou expedientes referentes
ao assunto.
C.J., em 04 de abril de 2013.
NUHAD SAID OIJIVER Procuradora do Esta o Chefe da
Consultoria Ju idica
sb
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE Fls. COORDENADORIA DE RECURSOS HUMANOS
GRUPO DE GESTÃO DE PESSOAS CENTRO DE LEGISLAÇÃO DE PESSOAL
GGP/CLP
INTERESSADO:
ASSUNTO:
PROCESSO N°. 001/0941/000.272/2013 (AP N°. 001/0001/001.175/2013)
CELY APARECIDA DA COSTA MATTOSO E OUTROS
AÇÃO ORDINÁRIA
Encaminhem-se os autos ao Centro de Controle de
Recursos Humanos para que seja providenciada a competente Portaria, DECLARANDO, à
vista da decisão judicial transitada em julgado em 28/09/2011, constante do Processo n°.
0130754-90.2008.8.26.0053 (P Vara de Fazenda Pública/SP), PJ/F n°. 0272/13, PJ/V n°.
19721/2008 e AP n°. 001/0001/001.175/2013, em nome de CELY APARECIDA DA
COSTA MATTOSO E OUTROS, em cumprimento ao v. acórdão prolatado pela Sexta
Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo em sede de
Apelação Cível, que os interessados (contra capa) fazem jus ao "reconhecimento do direito
ao beneficio da licença prêmio, correspondente a 90 (noventa) dias a cada 5 (cinco) anos
de efetivo exercício e sem mais de 30 (trinta) interrupções ou penalidades
administrativas, a partir da vigência da Constituição Federal (05/10/1988), ficando o
gozo no deferimento discricionário da Administração e assegurado o direito à
indenização aos que passaram à inatividade sem o correspondente gozo".
CLP, em 03 de maio de 2013
t'
ANDIZE PEREIRA DA SILVA DIRETOR TECIVICO II
Hsf/.