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CASO PRÁTICO Arlindo, 22 anos, é conhecido na localidade em que reside por ser traficante. Todos os sábados, Luiz, Clécio, Felipe e Daniel vão à Comunidade de Itaperim no intuito de conseguir as substâncias entorpecentes. Por diversas vezes, a Polícia já invadiu a localidade, mas nunca achou nada de concreto para que houvesse a prisão de Arlindo, bem como dos envolvidos. Fred, Policial Militar, resolveu, sozinho, investigar o caso, para achar a melhor maneira de prender a organização criminosa, já que tem conhecimento de que Arlindo não trabalha sozinho em Itaperim. Com isso, na sexta-feira, dia 21 de novembro de 2014, Fred decide ir até Arlindo pedir a substância entorpecente. Ao encontrar-se com o traficante, provoca-o requerendo 10 papelotes da droga ilícita, ocasião em que Arlindo informa não a possuir em depósito, já que a demanda é muito grande pro início do fim de semana. Fred então, continua provocando Arlindo, no intuito de conseguir prendê-lo em flagrante, momento em que pede ao traficante que vá pegar a droga em outro lugar, oferecendo o dobro do valor estipulado Arlindo então, motivado por Fred, resolve buscar a substância já que não tinha em depósito para vender a Fred a quantia desejada. Quando Arlindo retorna com a droga, o policial o prende em flagrante delito pelo crime de Tráfico de Entorpecente, previsto no art. 33 da Lei 11.343/06. Conduzido à Delegacia Especializada, foram cumpridas as formalidades de praxe, com a remessa do flagrante ao juízo competente, ao Ministério Público, bem como ao Advogado indicado por Arlindo, além da comunicação imediata à família do preso. Todavia, o delegado deixou de entregar nota de culpa ao preso, bem como de tomar-lhe o devido recibo. Na qualidade de advogado contratado pela família de Arlindo, com base nas informações acima expostas, elabore a peça cabível no intuito de garantir a liberdade do seu cliente, excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas Corpus.

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Page 1: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Arlindo, 22 anos, é conhecido na localidade em que reside por ser traficante.

Todos os sábados, Luiz, Clécio, Felipe e Daniel vão à Comunidade de Itaperim no

intuito de conseguir as substâncias entorpecentes. Por diversas vezes, a Polícia já

invadiu a localidade, mas nunca achou nada de concreto para que houvesse a prisão

de Arlindo, bem como dos envolvidos. Fred, Policial Militar, resolveu, sozinho,

investigar o caso, para achar a melhor maneira de prender a organização criminosa, já

que tem conhecimento de que Arlindo não trabalha sozinho em Itaperim. Com isso, na

sexta-feira, dia 21 de novembro de 2014, Fred decide ir até Arlindo pedir a substância

entorpecente. Ao encontrar-se com o traficante, provoca-o requerendo 10 papelotes da

droga ilícita, ocasião em que Arlindo informa não a possuir em depósito, já que a

demanda é muito grande pro início do fim de semana. Fred então, continua

provocando Arlindo, no intuito de conseguir prendê-lo em flagrante, momento em que

pede ao traficante que vá pegar a droga em outro lugar, oferecendo o dobro do valor

estipulado Arlindo então, motivado por Fred, resolve buscar a substância já que não

tinha em depósito para vender a Fred a quantia desejada. Quando Arlindo retorna

com a droga, o policial o prende em flagrante delito pelo crime de Tráfico de

Entorpecente, previsto no art. 33 da Lei 11.343/06. Conduzido à Delegacia

Especializada, foram cumpridas as formalidades de praxe, com a remessa do flagrante

ao juízo competente, ao Ministério Público, bem como ao Advogado indicado por

Arlindo, além da comunicação imediata à família do preso. Todavia, o delegado deixou

de entregar nota de culpa ao preso, bem como de tomar-lhe o devido recibo.

Na qualidade de advogado contratado pela família de Arlindo, com base nas

informações acima expostas, elabore a peça cabível no intuito de garantir a liberdade

do seu cliente, excetuando-se a possibilidade de intento do Habeas Corpus.

Page 2: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Caio, estava passeando pela rua quando se deparou com Nanda, parada à

espera do ônibus para chegar em casa. Percebendo que Nanda estava distraída, Caio

resolveu subtrair o celular do bolso de trás da calça da vítima e saiu correndo pelas

ruas do bairro Beta, ocasião em que Nanda começou a gritar “pega ladrão, pega

ladrão”. Nesse momento, dois policiais chegaram à localidade e logo empreenderam

perseguição ao acusado que foi capturado a 500 metros do local do crime. Ao ser

levado para a Delegacia, o delegado de plantão, Tício, começou a lavrar o auto de

prisão em flagrante pela prática de furto, nos termos do art. 155, do Código Penal. Ao

pegar a identificação do acusado, percebeu que Caio só faria aniversário um dia

depois do ocorrido, verificando também ser o agente menor de 18 anos na época do

fato. Sendo assim, resolveu deixar Caio na cadeia até a data do aniversário para então

lavrar o APF.

No dia 22 de junho, logo pela manhã, na data de aniversário de 18 anos de Caio,

Tício terminou de digitar o auto de prisão em flagrante, informando a Caio que ele não

teria direito a nenhum tipo de benefício e que ficaria preso até que contratasse algum

advogado. Ao longo das 24 horas, comunicou a prisão em flagrante ao juiz de plantão

e ao representante do Ministério Público. Todavia, como já tinha passado da hora do

seu plantão, não realizou as demais formalidades, requerendo que tal atitude fosse

realizada pelo Delegado substituto, que assim o fez, mas apenas 48 horas após a

prisão em flagrante do agente. Em face dessa situação hipotética, na condição de

advogado(a) contratado(a) por Caio, redija a peça processual que atenda aos interesses

de seu cliente.

Page 3: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Dante de Oliveira, lanterneiro da Oficia do Barão em São Luiz/MA, depois de um

dia longo de trabalho, aceitou o convite de seu primo Henrique Bezerra para tomar

uma cerveja. No encontro, Henrique Bezerra conta que tem uma plano de roubar o

carro forte que faz o carregamento do dinheiro do Banco X, e convida seu primo Dante

para empreitada criminosa.

Num primeiro momento, Dante negou o convite, dizendo que não poderia

realizar o assalto pois tem dois filhos pequenos para criar e não gostaria de se

envolver em confusão. Porém, depois de muita insistência de seu primo em arrecadar

muito dinheiro, Dante aceitou o convite.

No dia 03/06/2015, às 14:00 h, Dante e seu primo Henrique ficam esperando o

carro forte chegar ao Banco X. Logo após os seguranças do carro forte recolherem o

dinheiro do banco, Dante e seu primo Henrique rendem o motorista e anunciam o

assalto.

Logo após o êxito na empreitada, Dante e Henrique saem em disparada para o

local onde acordaram guardar o dinheiro. Como os seguranças do carro forte

acionaram a polícia relatando o ocorrido, é imediatamente iniciada a perseguição.

Ocorre que, 32 horas após o intento criminoso e de perseguição ininterrupta dos

policiais militares, a polícia encontra Dante em um galpão com a quantia roubada do

Banco X. Dante, foi preso em flagrante pela prática do crime previsto no art. 157, §2º,

II e III do Código Penal.

Dante foi então encaminhado à delegacia mais próxima, onde foi lavrado o auto

de prisão em flagrante, com a assinatura do condutor e de duas testemunhas que

presenciaram a apresentação do preso.

Houve a comunicação imediata ao juiz, ao Ministério Público. Porém, após 40 h

em sede policial, a esposa de Dante foi comunicada da sua prisão. Diante da confusão

que se instalou na delegacia em decorrência do assalto que parou a cidade, não houve

a entrega da nota de culpa ao preso dentro do prazo legal.

Na qualidade de advogado contratado pela família de Dante de Oliveira, redija a

peça prático-profissional com o intuito de restabelecer a liberdade de seu cliente,

excetuando o intento do Habeas corpus.

Page 4: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Gabriel, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua Alfa, nº 10, casa 15,

na cidade de X, Estado de Beta numa comunidade dominada pelo tráfico de drogas.

Como seu pai sempre viveu nessa localidade, decidiu também não se mudar, no

intuito de ficar mais perto da família.

Como todos os dias, sempre saía pela manhã para trabalhar como frentista no

posto de gasolina localizado a pouco mais de 500 metros da sua residência e voltava

no final da noite, já que depois do trabalho ia para a faculdade, pois estava cursando o

5º período do curso de Administração.

Em uma noite não movimentada em que estava voltando para casa depois de ter

ido à faculdade, encontrou-se com Ernesto, chefe do tráfico da sua comunidade, tendo

este pedido para Gabriel levar duas sacolas cheias de entorpecentes para a pessoa de

Flavinho, comparsa de Ernesto.

Por medo de represálias, resolveu levar a bolsa conforme requerido por Ernesto

até o local informado. Quando Gabriel estava chegando à localidade, foi surpreendido

por policiais que o prenderam em flagrante pela prática de crime tipificado ao teor no

art. 33, caput da Lei 11.343/06, pois foi encontrado na posse de dois tijolos de

maconha, cada qual pesando aproximadamente 1.500g (um quilo e quinhentos

gramas).

Em sede policial, Gabriel prestou depoimento informando ter conhecimento do

constante na bolsa e que estava levando a pedido de Ernesto, por medo de represálias

já que morava na localidade há mais de 25 anos. Além disso, esclareceu nunca ter

sido indiciado nem processado por nenhum crime, trabalhar como frentista no posto

de gasolina há 05 anos e residir na comunidade desde o seu nascimento, morando

sozinho na casa 15 há pouco mais de 04 anos.

Durante as formalidades do auto de prisão em flagrante, o Delegado comunicou

imediatamente ao Juiz e ao representante do Ministério Público, ao pai de Gabriel e ao

Defensor Público, formalizando o auto de prisão em flagrante e remetendo as cópias

necessárias.

Além disso, entregou nota de culpa ao preso, que prestou devido recibo nos

termos da lei, informando-lhe sobre o motivo da prisão, o nome do condutor e os das

testemunhas, tudo conforme preceitua o artigo 306 do Código de Processo Penal. Por

fim, encaminhou cópia do auto de prisão em flagrante ao juiz de plantão da Comarca

Page 5: EXERCÍCIOS OAB

X, do Estado de Beta no mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda não se

manifestou sobre a referida prisão, tendo todavia, o representante do Ministério

Público requerido a conversão da prisão em flagrante pela prisão preventiva com base

na gravidade em abstrato do crime e pelo fato de ser o delito equiparado a hediondo.

Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado

por Gabriel, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus, no

intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

Page 6: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Joana estava em uma festa acompanhada de seu namorado João, em Salvador,

quando uma ex-namorada do seu atual companheiro começou a conversar com ele

por várias horas. Em razão disso, Joana, já bastante enciumada, começou uma

discussão calorosa com Lavínia, ex-namorada de João, e, após alguns minutos,

desferiu golpes de faca na mesma, vindo a vítima a falecer no local, motivo pelo qual

Joana foi presa em flagrante delito pela prática do crime tipificado no art. 121, caput,

do Código Penal e conduzida até a delegacia mais próxima. Em sede policial, prestou

depoimento informando que de fato ficou enciumada por Lavínia ter passado muito

tempo conversando com o seu namorado, mas que não tinha a intenção de matá-la.

Além disso, esclareceu nunca ter sido indiciada nem processada por nenhum crime,

residir com os seus pais porque ainda não tem condições de sustentar a sua própria

casa com os trabalhos esporádicos que possui. Durante as formalidades do auto de

prisão em flagrante, o delegado comunicou imediatamente ao juiz e ao representante

do Ministério Público, ao pai de Fernando e ao Defensor Público, formalizando o auto

de prisão em flagrante e remetendo as cópias necessárias. Por fim, encaminhou cópia

do auto de prisão em flagrante ao juiz de plantão da Comarca X, do Estado de Beta,

no mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda não se manifestou sobre a referida

prisão. Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado

contratado, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus, no

intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou

por Fernando, seu desafeto. Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o

mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos

seus integrantes tentou evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistência,

Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou entrando no citado carro. Para

tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do veículo levaram Fernando para um

município próximo onde o mesmo foi cruelmente assassinado com um tiro na testa.

Após aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo de

Fernando amarrado a um tronco de uma árvore.

Durante o inquérito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou

que ouviu falar que Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante

do crime. Após as investigações, o Ministério Público denunciou Mévio, Vicente,

Augusto e Renato por homicídio qualificado.

Page 7: EXERCÍCIOS OAB

A denúncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Júri da Comarca X decretou a

prisão de Mévio fundamentando-a na garantia da ordem pública e na conveniência da

instrução criminal.

Ocorre que durante a instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem

como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas

ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia

passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo.

Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local

dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam.

Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça processual pertinente na busca

por sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus.

Page 8: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Paulo foi denunciado pelo crime tipificado no art. 250 do Código Penal, pois

teria, dolosamente, provocado incêndio na casa de Josefa, no dia 26 de fevereiro de

2014. O juiz da 14ª Vara Criminal da Comarca X recebeu a denúncia e decretou a

prisão preventiva, para assegurar a aplicação da lei penal, uma vez que restou

acostado aos autos que Paulo estava tentando evadir-se da cidade da ocorrência do

delito. Durante a instrução criminal, ficou demonstrado que Paulo não teve a intenção

de provocar incêndio na casa de Josefa. Ocorreu, na realidade, que por negligência,

Paulo deixou um dos fios expostos, gerando o incêndio. Além disso, em momento

algum Paulo teve a intenção de ausentar-se do distrito da culpa. Sabe-se ainda que

Paulo tem bons antecedentes, residência fixa e trabalha como ajudante de pedreiro.

Na qualidade de advogado contratado por Paulo, elabore a peça processual privativa

de advogado no intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

Page 9: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Nikson da Silva Junior, 20 anos de idade, morador do Complexo do Alemão,

comunidade carente no Rio de Janeiro, no dia 10/06/2015, logo após sair do curso

técnico de eletricista, resolveu curtir o final do dia na Lagoa Rodrigo de Freitas, Zona

Sul da cidade. Ao desembarcar do ônibus da linha 171, avistou Wanderley Araújo,

médico cardiologista parado na ciclovia com uma bicicleta importada, com custo

proximado de R$ 20.000,00 (vinte mil reais). Percebendo que o médico estava distraído

falando ao celular, Nikson da Silva Junior tenta furtar a bicicleta, que estava

encostada em um muro, para custear os exames de sua mãe que estava acamada.

Neste momento, o médico Wanderlei percebe a movimentação estranha do agente e

entra em luta corporal com o mesmo, na tentativa de evitar a perda do bem.

Nikson, consegue pegar a bicicleta e empreender fuga.

Neste momento, transeuntes tentaram socorrer a vítima, que, em virtude da luta

corporal com Nikson, sofreu graves lesões.

Algumas pessoas que presenciaram o fato se dirigiram até uma cabine de polícia

que ficava a 200 metros do local e relataram o fato, e, imediatamente, a polícia

começou a perseguição ao agente.

Depois de 45 minutos de perseguição, policiais militares encontraram Nikson

parado em frente a uma padaria, capturando-o e dando-lhe voz de prisão.O agente foi

preso em flagrante pelo crime previsto no art. 157, §3º, primeira parte, do Código

Penal. Nikson foi então encaminhado à delegacia mais próxima do local da captura.

Em sede policial, Nikson prestou depoimento, informando não ter a intenção de

causar as lesões sofridas pelo médico. Além disso, esclareceu nunca ter sido indiciado

nem processado por nenhum crime, que estuda em uma escola técnica e reside com a

sua família.

Durante as formalidades do auto de prisão em flagrante, o delegado comunicou

imediatamente ao juiz e ao representante do Ministério Público, ao pai de Nikson e ao

Defensor Público, formalizando o auto de prisão em flagrante e remetendo as cópias

necessárias.

Além disso, entregou nota de culpa ao preso, que prestou devido recibo nos

termos da lei, informando-lhe sobre o motivo da prisão, o nome do condutor e os das

testemunhas, tudo conforme preceitua o artigo 306 do Código de Processo Penal.

Page 10: EXERCÍCIOS OAB

Por fim, encaminhou cópia do auto de prisão em flagrante ao juiz competente no

mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda não se manifestou sobre a referida

prisão.

Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado

por Nikson, redija a peça cabível, excetuando-se a utilização do Habeas Corpus, no

intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

Page 11: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

No dia 5 de fevereiro, Mévio, de 25 anos, enquanto caminhava pela rua, passou

por Fernando, seu desafeto. Dez minutos após Mévio ter passado por Fernando, o

mesmo foi surpreendido por um carro escuro e ao perceber que seria abordado pelos

seus integrantes tentou evadir-se do local. Contudo, depois de grande resistência,

Fernando, ao levar um tiro na perna esquerda, acabou entrando no citado carro. Para

tentar garantir o sigilo do fato, os integrantes do veículo levaram Fernando para um

município próximo onde o mesmo foi cruelmente assassinado com um tiro na testa.

Após aparentes 24 horas do ocorrido, a autoridade policial encontrou o corpo de

Fernando amarrado a um tronco de uma árvore.

Durante o inquérito policial, apenas uma testemunha, de nome Maria, relatou

que ouviu falar que Mévio era desafeto de Fernando, e que teria sido ele o mandante

do crime. Após as investigações, o Ministério Público denunciou Mévio, Vicente,

Augusto e Renato por homicídio qualificado.

A denúncia foi recebida e o juiz do Tribunal do Júri da Comarca X decretou a

prisão de Mévio fundamentando-a na garantia da ordem pública e na conveniência da

instrução criminal.

Ocorre que durante a instrução criminal, a testemunha de nome Maria, bem

como as demais testemunhas arroladas, Rodolfo e Pedro, relataram que apenas

ouviram dizer que Mévio era desafeto da vítima Fernando, e que o mesmo havia

passado por ele minutos antes do mesmo ser capturado pelos integrantes do veículo.

Afirmaram também as testemunhas que não viram Mévio dentro do carro ou no local

dos fatos, e que realmente só ouviram dizer que os dois não se davam.

Na qualidade de advogado de Mévio, elabore a peça processual pertinente na

busca por sua liberdade, excetuando-se o intento do Habeas Corpus.

Page 12: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Robson, famoso empresário do ramo hoteleiro da cidade H foi denunciado pela prática

do crime de omitir informação às autoridades fazendárias, com a finalidade de

suprimir tributo estadual devido (art. 1º, inciso I, da Lei nº 8.137/1990). Robson

impugnou administrativamente o lançamento do tributo, tendo em vista que, no seu

entender, este não ocorreu. O juiz criminal da 5ª Vara Criminal da Comarca X recebeu

a denúncia e citou o réu para apresentar defesa, alegando a independência da via

judicial frente à administrativa.

Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Robson,

apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado.

Page 13: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Juliano cometeu o crime de roubo na cidade Sossego, uma pacata cidade no

interior da Paraíba que nunca tinha tido nenhuma ocorrência de um crime desta

gravidade. Como o crime teve uma grande repercussão social, apesar de ter havido

uma condenação com pena mínima de 3 anos de reclusão e multa, o juiz estabeleceu o

regime prisional mais gravoso para o réu, o regime fechado, alegando a gravidade em

abstrato do delito. Ocorre que a decisão transitou em julgado.

Em face da situação hipotética, na qualidade de advogado contratado por Juliano,

apresente a medida processual mais rápida para impugnar a decisão do magistrado.

Page 14: EXERCÍCIOS OAB

CASOS PROPOSTO

Romero, brasileiro, solteiro, residente e domiciliado na Rua W, no Rio de

Janeiro, foi preso em flagrante delito pela prática de furto, tendo em vista que por

volta das 20.00h subtraiu, sem violência ou grave ameaça, um celular no valor de R$

1.000 (mil) reais.

O réu foi preso em flagrante, convertendo o juiz da 10ª Vara Criminal da

Comarca do Rio de Janeiro a prisão em flagrante em preventiva, com base na

gravidade em abstrato do crime de furto. Inconformado com a decretação da prisão

preventiva, o réu impetrou, através de advogado constituído, Habeas Corpus perante o

Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, alegando que o fundamento da

preventiva não era válido e que era réu primário e tinha bons antecedentes, devendo

responder ao processo em liberdade. O Tribunal denegou a ordem com base nos

mesmos fundamentos do juízo a quo.

Considerando a situação hipotética acima, na qualidade de advogado contratado

por Romero, redija a peça cabível, para impugnar a decisão do Tribunal.

Page 15: EXERCÍCIOS OAB

CASOS PROPOSTO

Marcelo foi indiciado pela Polícia Federal pela prática por crime político, em

virtude de ter aliciado indivíduos do País X para invadir o território do Brasil, mais

precisamente da cidade de Cuiabá, expondo a perigo de lesão a soberania nacional,

nos temos do Art. 10 e 1º, inciso, I, da Lei nº 7.170/ 1983. Durante a fase inquisitiva,

o réu alegou que na verdade era um refém do Grupo Paramilitar Z, e que foi obrigado

a acompanhar o grupo paramilitar, não tendo participação no crime, depoimento

confirmado na instrução criminal. O Meritíssimo Juiz da 1ª Vara Federal de Cuiabá

condenou o réu pelo crime político referido.

Na qualidade de advogado contratado por Marcelo, apresente o recurso cabível para

atacar a sobredita decisão.

Page 16: EXERCÍCIOS OAB

CASOS PROPOSTO

Emerson Carbone, microempresário do ramo de alimentos reside com sua

esposa Isabel Carbone e com sua filha Patrícia, 8 anos de idade, fruto do primeiro

casamento em São Paulo.

Isabel sempre teve um relacionamento amistoso com sua enteada. Porém,

depois de uma áspera discussão com Patrícia, Isabel não suportando mais os

questionamentos e as brincadeiras de Patrícia, pede a separação ao seu marido.

Emerson, no intuito de resolver o problema com sua esposa, diz que também

não aguenta mais Patrícia. No dia 20/06/2015, Emerson, ao retornar do shopping

center, começa um discussão com sua filha na sacada de seu apartamento, no afã do

momento Emerson levanta uma das mãos no intuito de dar uma palmada na menina.

Neste momento, Patrícia se desequilibra e acaba caindo do 8º andar do edifício onde

residiam.

Emerson, arrependido do que fez vai até o pátio do prédio para tentar socorrer a

filha, porém Patrícia faleceu no local. Emerson foi preso em flagrante pelo crime de

homicídio, tipificado no art. 121 do Código Penal. Depois de todas as formalidades de

praxe, o juiz da 2ª Vara do Tribunal do Júri de São Paulo converteu a prisão em

flagrante em preventiva, por conveniência da instrução criminal, com apenas o

objetivo que as provas periciais fossem realizadas sem a interferência do casal.

Todas as provas foram produzidas e a denúncia foi recebida nos termos da

exordial acusatória. Até o presente momento Emerson se encontra preso no presídio

de segurança máxima.

Na qualidade de advogado contratado pela família de Emerson, elabore a peça

processual privativa de advogado no intuito de restituir a liberdade do seu cliente.

Page 17: EXERCÍCIOS OAB

CASO PRÁTICO

Em 15/05/2015, Leonardo Moura Ribeiro foi preso em flagrante por policiais

militares por ter praticado o crime de receptação qualificada, previsto no art. 180, §1º,

do Código Penal, em virtude de ter em depósito e vender em sua oficina, peças e

chassis de automóveis e motos roubados. Encaminhado à 10º Delegacia de Polícia,

Leonardo informou à autoridade policial que desconhecia que as referidas peças eram

produto de crime e que era apenas revendedor das mercadorias.

Além disso, esclareceu em sede policial nunca ter sido indiciado nem processado

por nenhum crime, que trabalha como mecânico há 15 anos e reside com a sua

família.

Durante as formalidades do auto de prisão em flagrante, o delegado comunicou

imediatamente ao juiz e ao representante do Ministério Público, à esposa de Leonardo

e ao Defensor Público, formalizando o auto de prisão em flagrante e remetendo as

cópias necessárias.

Na oportunidade, entregou nota de culpa ao preso, que prestou devido recibo

nos termos da lei, informando-lhe sobre o motivo da prisão, o nome do condutor e os

das testemunhas, tudo conforme determina o artigo 306 do Código de Processo Penal.

Por fim, encaminhou cópia do auto de prisão em flagrante ao juiz competente no

mesmo dia da prisão em flagrante, o qual ainda não se manifestou sobre a referida

prisão, proferindo decisão apenas para manter Leonardo preso em flagrante por mais

tempo do que determina a lei.

Considerando a situação fática acima descrita, na qualidade de advogado

contratado pela esposa de Leonardo Moura Ribeiro, redija a medida cabível no intuito

de restituir a liberdade do seu cliente.