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Roteiro experimental para Aula de Física I
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Experimento: Pêndulo Simples
Introdução
O pêndulo simples é um sistema mecânico ideal constituído de uma partícula de
massa m suspensa por um fio inextensível e sem massa de comprimento L, conforme
mostrado na Fig. 1. Quando o pêndulo está em repouso (Fig. 1a), as duas forças que agem
sobre a partícula, o seu peso (mg) e a tensão aplicada pelo fio (τ), se equilibram. Porém, se o
pêndulo for afastado de sua posição de equilíbrio (Fig. 1b), de modo que a direção do fio faça
um ângulo θ com a vertical, o componente do peso perpendicular ao fio, de módulo
P⊥=mgSenθ, agirá no sentido de restaurar o equilíbrio, fazendo o pêndulo oscilar, sob a ação
da gravidade.
Figura 1 - (a) Pêndulo simples em repouso. (b) Pêndulo simples em pequenas oscilações.
Todo movimento oscilatório é caracterizado por um período T, que é o tempo
necessário para se executar uma oscilação completa. Para pequenas amplitudes de oscilação,
tais que Senθ≈θ (θ < 15º), o período de oscilação do pêndulo simples não depende do ângulo
θ, e é dado pela equação:
2L
Tg
em que g é a aceleração local da gravidade. A demonstração desse resultado requer
conhecimento de matemática de nível superior ao exigido nesta disciplina mas,
experimentalmente, é simples ser verificado.
Elevando ao quadrado os dois lados desta equação, obtemos a seguinte expressão:
2
2 2
2
44 .
L LT g
g T
O pêndulo simples é um sistema mecânico caracterizado pelo seu período T, e este,
por sua vez, depende apenas dos parâmetros L e g, para pequenas oscilações.
Usando os valores do comprimento do pêndulo e do período, junto com as incertezas
desses, é possível calcular a melhor estimativa de g e a melhor estimativa da incerteza.
2
Experimento 1: Pêndulo simples de comprimento fixo
O resultado de uma medida possui uma incerteza que decorre da limitação da precisão
de qualquer instrumento de medida utilizado. De um modo geral, se a menor divisão de um
instrumento de medida é Δx, haverá um incerteza de 0,5Δx. Por exemplo, se usamos uma
régua milimetrada para medir o comprimento de uma corda, provavelmente conseguiremos
dizer (por exemplo) que essa mede entre 585mm e 586mm, mas não conseguiremos ser mais
precisos. Assim, seria razoável relatar o comprimento com a incerteza instrumental como
585,5mm±0,5mm.
Além da incerteza intrínseca ao equipamento (± metade da menor divisão), existem
outros fatores que influem no resultado de uma medida. Para exemplificar os problemas que
podem surgir em fazer uma medição simples, nesta experiência iremos medir o período de
um pêndulo.
Objetivo
Usar um cronômetro para obter a melhor estimativa do período de um pêndulo de
comprimento fixo, bem como a melhor estimativa da incerteza nesse valor;
Investigar a possibilidade de diminuir a incerteza no período medindo vários períodos
juntos;
Encontrar o valor da aceleração da gravidade local e a incerteza nesse valor utilizando
um pêndulo de comprimento fixo.
Material utilizado
Fio fino;
Uma haste de metal;
Cronômetro;
Régua
Procedimento
Passo 1
Monte um pêndulo simples com o equipamento disponível em sua bancada, usando um fio de
comprimento de aproximadamente 60 cm (não precisa ser esse comprimento exato). Anote o
comprimento do pêndulo (indicando a incerteza nessa medida) no espaço reservado no início
da Guia do Experimento.
Passo 2
Solte o pêndulo de tal forma que o ângulo inicial entre o fio e o vertical não seja muito
grande (θ < 15º). Meça com o cronômetro um período do pêndulo (o tempo gasto para ir e
voltar da posição inicial). Anote o valor que você obteve na Tabela 1 da Guia do
Experimento. (Repare que a unidade de medida, no caso segundos (s), aparece em cada
coluna da tabela).
Passo 3
Repita o passo 2 um total de 10 vezes, procurando soltar o pêndulo sempre da mesma altura,
assim tentado evitar que as condições da experiência sejam modificadas. Provavelmente os
valores obtidos para o período do pêndulo serão diferentes. Em outras palavras, as variações
3
encontradas entre as medidas são maiores do que a incerteza (desvio) do instrumento de
medida (o cronômetro). Podemos ver que nem sempre a incerteza da experiência corresponde
à incerteza instrumental. Há ainda uma margem de erro, não devida ao instrumento apenas,
mas devida ao próprio processo de experimentação, que podemos chamar de incerteza ou
desvio experimental.
Às vezes, algumas medidas do valor do período coincidem. Pode ser que todas
coincidam. Mas mesmo se todas as medidas fossem iguais (digamos 1,45s) isso não significa
que não haveria uma incerteza associada a esse valor. Na verdade, seria razoável concluir que
o período fosse entre 1,445s e 1,455s, ou seja (1,450±0,005)s. Em geral, não podemos esperar
medir uma grandeza com uma precisão maior (incerteza menor) do que o instrumento de
medida!
Deixando de lado a incerteza instrumental por enquanto, em face dos valores
diferentes para "o período", surge a questão do qual é o valor "verdadeiro" do período.
Devem estar começando a perceber que nunca saberemos o valor "verdadeiro" do período (se
é que isso existe), então seria melhor perguntar qual é nossa melhor estimativa do período.
O consenso é que a melhor estimativa do valor de uma grandeza é a média das
medições feitas. Assim se medirmos uma grandeza física t, digamos, n vezes, obtendo valores
t1, t2, ..., tn, a melhor estimativa de t é
1
1 n
i
i
Valor Médio de t t tn
(É comum escrever t ou t para denotar o valor médio de t.)
Passo 4
Usando suas medidas do período do pêndulo, calcule a melhor estimativa do período e
escreva esse resultado no espaço reservado em baixo da Tabela 1. Por enquanto mantenha
todos os algarismos, uma vez que só saberemos onde fazer o arredondamento quando
conhecemos a incerteza experimental.
Após decidir qual é a melhor estimativa do período, devemos fornecer também uma
ideia da incerteza em nosso resultado, ou a melhor estimativa da incerteza. Um bom ponto de
partida é calcular quanto cada medição difere do valor médio, ou seja o valor de i it t t
(e comum usar o símbolo para denotar o desvio no objeto seguinte). Chamamos essa
diferença o desvio da medida. Se uma medição for maior que a média, essa medição terá um
desvio positivo; se for menor do que a média terá um desvio negativo.
Passo 5
Preencha coluna 3 de Tabela 1 com os desvios, it t , de cada medição da média.
Parece que um valor razoável para a melhor estimativa da incerteza no período seria a média
dos desvios. Porém, já que o desvio mede a diferença (com sinal) de cada valor da média, e
haverá aproximadamente tantos valores acima da média quanto abaixo, os valores positivos e
negativos dos desvios se cancelam e a média dos desvios será zero. Para se convencer disso,
tente isso com seus resultados (devido a arredondamento pode ser que essa média não seja
exatamente zero.)
Pensando bem, o que nos interessa é a magnitude da incerteza, que podemos entender
como o valor absoluto da incerteza, assim dispensando o sinal. Portanto propomos como a
melhor estimativa da incerteza, a media dos valores absolutos dos desvios individuais. Sendo
assim, preencha coluna 4 de Tabela 1 com os valores absolutos dos desvios, it t .
4
Passo 6
Calcule a melhor estimativa da incerteza como a média dos valores na coluna 4. Escreva esse
valor no lugar reservado em baixo da Tabela 1. Assim como a incerteza instrumental, o
desvio médio deve ser arredondado para conter apenas um algarismo significativo.
Passo 7
Já que a incerteza experimental não pode ser menor do que a incerteza instrumental, compare
o desvio médio e a incerteza instrumental. Escolhendo o maior, coloque esse valor à direita
da última linha em baixo de Tabela 1.
Passo 8
Arredonde o valor do período para que o último algarismo significativo do período seja na
mesma casa decimal da incerteza do experimento. Essa linha é sua melhor estimativa do
período do pêndulo, com a melhor estimativa da incerteza.
Passo 9
Usando os valores do comprimento do seu pêndulo e do período, junto com as incertezas
desses, calcule a melhor estimativa de g e a melhor estimativa da incerteza de g, g . Sabendo
que
2 22L T
g gL T
,
em que ,g L Te são as incertezas da aceleração da gravidade, do comprimento do fio e
do período do pêndulo, respectivamente.
Reduzindo a Incerteza na Medição do Período
Não podemos contornar diretamente o limite de precisão imposto por nosso
instrumento de medida, mas às vezes (dependendo do experimento) é possível contornar esse
limite indiretamente. O experimento do pêndulo é um dos casos onde isso é possível.
A ideia é a seguinte: em vez de incluir somente um período do pêndulo em nossa
medida, medimos dez períodos contínuos. A incerteza instrumental continua a ser ±0,005s
para a medida no total. Mas, já que essa medida abrange dez períodos, a incerteza cai para
±0,0005 s por período.
Se repetirmos essa medida dez vezes (isto é deixamos o pêndulo balançar ida-e-volta
dez vezes, e fazemos isso dez vezes), podemos usar o mesmo raciocínio para diminuir o
desvio médio por período. Idealmente, a incerteza experimental no período deve diminuir por
um fator de dez.
Passo 10
Repita os passos anteriores mas, desta vez, medindo 10 períodos juntos dez vezes. Anote os
resultados na Tabela 2. A partir desse valores, calcule sua melhor estimativa de um período
(com melhor estimativa da incerteza) e a melhor estimativa aceleração local da gravidade
(com a melhor estimativa da incerteza).
5
Experimento 2: Pêndulo simples com diferentes comprimentos de fio
Procedimento
Passo 1
Repita os passos anteriores, medindo 10 oscilações para então obter o período. Desta vez,
meça com mais 3 comprimentos de fios diferentes (por exemplo, com 15, 30 45L e cm ).
Anote os resultados nas Tabela 3, 4 e 5.
Passo 2
Coloque os dados de T e de L em uma tabela.
L (m) T (s) T2 (s
2)
Passo 3
Usando papel milimetrado, construa um gráfico T2 versus L.
Passo 4
Trace, no gráfico, a reta que melhor se ajusta visualmente aos pontos. Essa reta deve ser do
tipo: y ax b .
Passo 5
Obtenha os valores dos coeficientes angular e linear da reta que melhor se ajusta aos pontos
do gráfico 2T L .
Passo 6
Com estes valores, encontre o valor da aceleração da gravidade local, g, com sua respectiva
incerteza, g . Discuta seus resultados, tendo como base o valor médio aproximado do valor
da aceleração da gravidade, 29,8mgs
.
Passo 7
O valor encontrado para o coeficiente linear b está de acordo com o esperado?
6
GUIA DO EXPERIMENTO
Nome: RA:
Nome: RA:
Nome: RA:
Nome: RA:
Nome: RA:
Tabela 1: Medindo Dez Período do Pêndulo L = ± mm
Medida nº i Período it s Desvio it t s it t s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Melhor estimativa do período, t : s
Incerteza instrumental: s
Desvio médio: s
Melhor estimativa do período (com incerteza): ± s
2________ _____ mgs
Tabela 2: Medindo Dez Período do Pêndulo L = ± mm
Medida nº i 10 Período iT s 1 Período it s Desvio it t s it t s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Melhor estimativa de 1 período, t : s
Incerteza instrumental: s
Desvio médio de 1 período s
Melhor estimativa do período (com incerteza): ± s
2________ _____ mgs
7
Tabela 3: Medindo Dez Período do Pêndulo L = ± mm
Medida nº i 10 Período iT s 1 Período it s Desvio it t s it t s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Melhor estimativa de 1 período (com incerteza): ± s
Tabela 4: Medindo Dez Período do Pêndulo L = ± mm
Medida nº i 10 Período iT s 1 Período it s Desvio it t s it t s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Melhor estimativa de 1 período (com incerteza): ± s
Tabela 5: Medindo Dez Período do Pêndulo L = ± mm
Medida nº i 10 Período iT s 1 Período it s Desvio it t s it t s
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Melhor estimativa de 1 período (com incerteza): ± s