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MONTEPIO
Departamento de Estudos / / novembro 2015
NORUEGA Previsões económicas e indicadores sociais e demográficos
Superfície
323 802 Km2
Densidade Populacional
16 Hab/Km2
Reserv as Ex ternas
60,288 10^9 $
Unidade: taxa de crescimento % 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB 0,4 -1,6 0,6 1,0 2,7 0,7 2,2 0,9 1,3 1,6 1,9 2,0 2,0
PIB Nominal 10,9 -6,7 6,6 7,8 6,2 3,5 2,6 0,3 2,4 5,6 5,6 4,7 4,0
PIB Nominal (10^9) 2 605,4 2 429,7 2 590,1 2 792,0 2 965,2 3 068,8 3 149,7 3 160,4 3 236,5 3 416,9 3 606,9 3 774,6 3 926,0
PIB Nominal (10^9 $) 461,9 386,4 428,5 498,2 509,7 522,3 499,8 397,6 394,8 415,2 436,5 453,4 471,0
Deflator do PIB 10,4 -5,2 6,0 6,8 3,4 2,7 0,4 -0,5 1,1 3,9 3,6 2,6 1,9
Inflação (IPC) 3,8 2,2 2,4 1,3 0,7 2,1 2,0 2,3 2,3 2,3 2,5 2,5 2,5
Investimento (% PIB) 26,0 24,8 25,4 25,8 26,5 28,3 28,4 28,2 28,5 28,2 28,1 28,3 28,8
Poupança Nacional Bruta (% PIB) 41,7 35,4 36,3 38,2 39,0 38,3 37,9 35,2 33,9 34,5 34,8 35,1 34,7
Dívida Pública (% PIB) 47,3 42,0 42,4 28,9 29,9 30,3 28,1 28,1 28,1 28,1 28,1 28,1 28,1
Receitas Públicas (%) 12,7 -10,0 5,9 10,1 5,4 0,9 1,4 0,7 0,1 6,5 5,7 4,7 3,8
Despesas Públicas (%) 9,4 7,9 4,4 5,1 4,3 6,2 6,3 7,0 -0,6 5,5 5,0 4,7 4,6
Receitas Públicas (% PIB) 57,4 55,4 55,0 56,2 55,8 54,4 53,7 53,9 52,7 53,2 53,3 53,3 53,2
Despesas Públicas (% PIB) 38,9 45,0 44,1 43,0 42,2 43,3 44,9 47,9 46,5 46,4 46,2 46,2 46,5
Saldo Orçamental (% PIB) 18,5 10,3 10,9 13,2 13,5 11,0 8,8 6,0 6,2 6,7 7,0 7,0 6,7
Saldo Orçamental Estrutural (% PIB) -3,4 -5,7 -5,5 -4,6 -5,1 -5,3 -6,1 -7,0 -7,5 -7,3 -7,2 -7,2 -7,3
Saldo Primário (% PIB) 15,5 8,0 8,8 11,1 11,7 9,2 6,7 3,9 4,1 4,6 4,9 4,9 4,5
Balança Corrente (10^9 $) 72,4 41,1 46,8 61,5 63,4 52,4 47,1 27,7 21,5 26,1 29,1 30,5 28,0
Balança Corrente (% PIB) 15,7 10,6 10,9 12,4 12,4 10,0 9,4 7,0 5,4 6,3 6,7 6,7 6,0
População (10^6) 4,8 4,8 4,9 5,0 5,0 5,1 5,2 5,2 5,3 5,3 5,4 5,4 5,5
População (%) 1,4 1,2 1,3 1,3 1,3 1,2 1,2 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1 1,1
População 15-64 anos (% total) 66,1 66,2 66,2 66,1 65,9 65,5 - - - - - - -
Taxa de Desemprego 2,6 3,2 3,6 3,3 3,2 3,5 3,5 4,2 4,3 4,0 3,9 3,8 3,8
Emprego 3,3 -0,6 0,0 1,4 1,9 0,7 1,1 0,8 0,8 - - - -
PIB PPP (10^9 $) 299,1 296,5 302,0 311,2 325,6 333,4 346,3 352,8 361,5 373,8 388,7 405,2 422,3
PIB per capita PPP $ 62 490 61 231 61 520 62 571 64 630 65 415 67 166 67 671 68 586 70 143 72 158 74 395 76 700
PIB per capita $ 96 500 79 787 87 309 100 172 101 169 102 496 96 930 76 266 74 903 77 919 81 022 83 256 85 537
Exportações (%) 0,1 -4,1 0,7 -0,8 1,4 -3,0 2,7 1,5 1,4 1,4 1,4 1,5 1,5
Bens (%) 0,6 -4,1 -3,1 -2,4 -0,3 -4,7 1,8 0,8 0,9 0,9 0,9 1,0 1,0
Importações (%) 3,2 -10,0 8,3 4,0 3,1 4,3 1,9 1,7 2,4 2,8 2,8 2,8 2,8
Bens (%) 2,7 -11,6 7,5 4,5 0,2 4,2 -0,2 1,4 2,1 2,6 2,6 2,6 2,6
Agricultura (% PIB) 1,2 1,4 1,7 1,4 1,2 1,5 - - - - - - -
Indústria (% PIB) 45,2 38,8 39,3 41,6 42,0 40,8 - - - - - - -
Serviços (% PIB) 53,6 59,9 59,0 57,0 56,8 57,7 - - - - - - -
Esperança Vida à nascença (anos) 80,6 80,8 81,0 81,3 81,5 81,5 - - - - - - -
F o nte : FMI (Wo rld Eco no mic Outlo o k - o utubro de 2015); Banco Mundia l (res tantes dado s his tó rico s s em previs õ es ).
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Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)
27 Combustíveis minerais, óleos e produtos de destilação 92,0 75,2
03 Peixes, crustáceos, moluscos, invertebrados aquáticos entre outros 10,6 8,6
84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 7,5 6,1
99 Mercadorias não-especificadas 4,7 3,8
76 Artigos em alumínio 4,2 3,5
Outros produtos 3,4 2,8Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais EXPORTAÇÕES (2014)
Código Descrição Valor (mM$) Peso (%)
84 Máquinas, reatores nucleares e caldeiras 13,1 30,5
87 Comboios e veículos elétricos 9,1 21,2
85 Equipamento elétrico e eletrónico 8,3 19,2
27 Combustíveis minerais, óleos e produtos de destilação 4,7 10,9
73 Artigo em aço e ferro 4,6 10,6
Outros produtos 3,3 8,2
Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais IMPORTAÇÕES (2014)
País Valor (mM$) Peso (%) País Valor (mM$) Peso (%)
Reino Unido 32,75 22,9 Suécia 10,97 12,3
Alemanha 24,16 16,9 Alemanha 10,57 11,9
Holanda 18,35 12,8 China 8,45 9,5França 8,64 6,0 Reino Unido 5,77 6,5Suécia 8,15 5,7 EUA 5,53 6,2Outros países 50,8 35,6 Outros países 47,9 53,7
Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas Fo nte : Inte rna tio nal Trade Centre (ITC) - Naçõ es Unidas
Principais Parceiros Comerciais de IMPORTAÇÕES (2014)Principais Parceiros Comerciais de EXPORTAÇÕES (2014)
Tipo de Produto Valor (€)Share
(%)
TCMA09-14
(%)Tipo de Produto Valor (€)
Share
(%)
TCMA09-14
(%)Coque e produtos petrolíferos refinados 26 764 629 46,3 -8,7 Produtos da industria do tabaco 26 186 074 17,7 -Serviços de recolha, tratamento e deposição
de resíduos; serviços de valorização de
materiais
13 576 778 23,5 48,5 Minérios metálicos 17 789 583 12,0 -
Produtos alimentares 6 626 811 11,5 -16,8 Produtos têxteis 14 186 349 9,6 12,9
Produtos químicos 4 163 971 7,2 -28,3 Couro e produtos afins 13 396 683 9,0 7,9Produtos informáticos, electrónicos e
ópticos 2 444 440 4,2 -17,7 Artigos de vestuário 11 548 353 7,8 -4,7
Outros produtos das indústrias extractivas 1 071 975 1,9 -20,7Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento 9 229 045 6,2 22,7
Papel e cartão e seus artigos 650 195 1,1 -8,0 Artigos de borracha e de matérias plásticas 8 080 584 5,5 -1,0
Máquinas e equipamentos, n.e. 439 395 0,8 6,9 Máquinas e equipamentos, n.e. 7 920 601 5,3 42,6
Metais de base 423 315 0,7 -70,4 Outros produtos minerais não metálicos 7 852 295 5,3 4,8
Produtos metálicos transformados, excepto
máquinas e equipamento 381 590 0,7 23,4 Bebidas 7 275 669 4,9 1,8
Fonte: INE. Fonte: INE.
TOP 10 DAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL da NORUEGA (2014) TOP 10 DAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL PARA a NORUEGA (2014)
2012 2013 2014 2012 2013 2014
Importações de Portugal deste país (milhares €) 148 345 117 631 57 791 Exportações de Portugal deste país (milhares €) 104 197 106 897 148 202
Importações totais de Portugal (milhares €) 56 374 083 57 012 825 58 853 826 Exportações totais de Portugal (milhares €) 45 213 016 47 302 913 48 177 135
Peso das importações do país (%) 0,3 0,2 0,1 Peso das exportações do país (%) 0,2 0,2 0,3
Fonte: INE. Fonte: INE.
PESO da NORUEGA NAS IMPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14) PESO da NORUEGA NAS EXPORTAÇÕES DE PORTUGAL (2012/14)
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Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
CONJUNTURA
PIB deverá abrandar em 2015 menos do que o
inicialmente esperado
ENQUADRAMENTO
Sistema de governo: monarquia constitucional
Primeira-Ministra: Erna Solberg
Presidente do Parlamento (Storting): Olemic
Thommessen
Capital: Oslo (647 676 habitantes)
Moeda: coroa norueguesa (NOK)
A Noruega é um país onde impera a social-democracia,
com um nível de bem-estar social elevado, uma
combinação modelar de atividades de mercado livre e de
economia mista e, por isso, com grandes propriedades
estatais em determinados setores chave. O Estado tem
fortes posições acionistas nos principais setores, tais
como o estratégico setor de petróleo (Statoil), a
produção de energia hidroelétrica (Statkraft), a produção
de alumínio (Norsk Hydro), o maior banco norueguês
(DNB) e as telecomunicações (Telenor). Através dessas
grandes empresas, o Governo controla
aproximadamente 30% do valor das ações na Bolsa de
Valores de Oslo. Considerando as empresas não cotadas
na bolsa, o Estado tem uma participação ainda maior na
propriedade (principalmente através da participação
direta em licenças de petróleo).
Na 2.ª metade do século XX, com o desenvolvimento da
indústria do petróleo (descoberto em 1969 e com início
da extração em 1971, no campo Ecofisk), a Noruega
emergiu como um dos países mais desenvolvidos do
mundo, fortaleceu a sua moeda e desenvolveu políticas
de bem-estar social. É também uma nação voltada para a
navegação, pois tem uma das maiores frotas mercantes
mundiais, com mais de 1 400 embarcações mercantes de
bandeira norueguesa e para a pesca (não sendo dos
mais representativos, Portugal é um dos clientes, devido
à captura e/ou importação de bacalhau).
Exportações de petróleo e gás
natural, economia mista e
saudável, substancial riqueza
acumulada e segurança
geracional futura assegurada
pelo “Government Pension Fund
Global”, tornam a Noruega um
país com excelentes perspetivas
A população norueguesa rejeitou duas vezes (referendos
de 1972 e 1994), o convite de adesão à União Europeia
(UE). Contudo, atualmente, a Noruega disponibiliza
financiamento para ajudar a reduzir as disparidades
sociais e económicas na Europa, tendo no período
2009/2014 financiado projetos em 16 países europeus,
num total de 1,8 mil milhões de euros (mM€) e em 2014
contribuído com 306 milhões de euros (M€) para o
orçamento da UE. É um dos principais investidores de
longo prazo na UE. Desde janeiro de 2014, o
Government Pension Fund Global (até 2006,
denominado por Fundo do Petróleo) investiu um total de
235 mM€ em ações e títulos nos países da UE. Além de
consideráveis investimentos no setor imobiliário,
aproximadamente 40% de ações e títulos de
investimentos globais do Fundo são realizados na UE.
Quase 200 000 cidadãos da UE estão atualmente a
trabalhar na Noruega (cerca de 7% da força de
trabalho).
A Noruega é o 2.º maior fornecedor de produtos
energéticos (depois da Rússia), incluindo petróleo e gás
natural da UE, sendo o 3.º maior exportador mundial de
gás e o 10.º maior exportador de petróleo. Quase todo o
gás norueguês é vendido no mercado europeu.
Os níveis de produtividade por hora, bem como o
salário médio por hora na Noruega, estão entre os
NORUEGA / PREVISÕES ECONÓMICAS DO DEPARTAMENTO DE ESTUDOS DO MONTEPIO
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 2018 2019 2020
PIB 0,4 -1,6 0,6 1,0 2,7 1,0 2,2 1,8 1,4 1,8 2,1 2,2 2,2
Inflação 3,8 2,2 2,4 1,3 0,7 2,1 2,0 2,2 2,3 2,4 2,5 2,5 2,5
Taxa de Desemprego 2,5 3,2 3,6 3,3 3,2 3,5 3,5 4,0 4,5 4,4 4,2 4,0 3,8
Balança Corrente (% PIB) 15,7 10,6 10,9 12,4 12,4 10,0 9,4 8,1 8,5 8,9 9,3 9,3 8,5
Saldo Orçamental (% PIB) 18,7 10,3 11,0 13,4 13,8 10,8 9,1 8,3 7,7 7,5 7,8 7,8 7,4
No tas : To do s o s dado s his tó rico s s eguem a meto do lo gia da Co mis s ão Euro peia .
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Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
HAROLDO V
Rei da Noruega
mais elevados do mundo. Os valores igualitários da
sociedade norueguesa garantem que a diferença salarial
entre o trabalhador assalariado com rendimentos mais
baixos e o diretor executivo da maioria das empresas seja
muito menor do que em economias ocidentais
comparáveis, facto que, como corolário, se traduz no
baixo coeficiente de Gini do país (indicativo de que a
desigualdade na distribuição do rendimento é baixa).
A continuidade das exportações de petróleo e gás, por
mais algumas décadas, a manutenção de uma economia
saudável e a substancial riqueza acumulada, levam à
conclusão de que a Noruega irá permanecer entre os
países mais ricos do mundo no futuro, ideia fortemente
alicerçada nas condições e estádio civilizacional do país e,
principalmente, na segurança geracional imprimida pelo
fundo acima referido, cujos enormes ativos são geridos e
investidos numa perspetiva de “perpetuar” o bem-estar
da nação.
Este país tem vindo a ocupar lugares de topo a nível
mundial, entre outros aspetos, ao nível do PIB per
capita nominal, do PIB per capita em Paridade do
Poder de Compra (PPC), do Índice de
Desenvolvimento Humano (IDH; PNUD – Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento), de
indicadores mais recentes que medem o
desenvolvimento através do grau de digitalização das
economias e das sociedades a nível mundial, tais como o
Global Information Technology Report 2015 (ICTs for
Inclusive Growth, integrado pelo World Economic Forum,
o INSEAD e a Cornell University), o Open Data
Barometer Global Report (World Wilde Web
Foundation) e, ainda, ao nível do Doing Business, uma
análise elaborada pelo Banco Mundial sobre a
dificuldade/facilidade de as pequenas empresas fazerem
negócios em cada um dos 186 países analisados (ocupa
o 9.º lugar).
POLÍTICA INTERNA
Segundo a Constituição, aprovada em 17 de maio de
1814 e inspirada pela Declaração de Independência dos
EUA e pela Revolução Francesa, de 1776 e 1789,
respetivamente, a Noruega é uma monarquia
constitucional unitária com um sistema parlamentar de
governo, onde o Rei é o chefe de Estado e o Primeiro-
ministro é o chefe de Governo. O poder é repartido entre
os poderes legislativo, executivo e judiciário, tal como
definido pela Constituição, que serve como documento
legal supremo do país.
A monarquia, oficialmente, retém o poder executivo, no
entanto, após a introdução de um sistema parlamentar
de governo, os deveres do monarca tornaram-se
estritamente representativos e cerimoniais, como a
nomeação formal e a demissão do Primeiro-ministro e
outros ministros do Governo. Assim, o monarca é o
comandante/chefe das Forças Armadas, é a autoridade
suprema da Igreja da Noruega e atua como principal
representante diplomático no exterior e um símbolo da
unidade nacional. Na prática, o Primeiro-ministro é
responsável pelo exercício do poder executivo.
Monarquia constitucional
Constitucionalmente, o poder legislativo é exercido pelo
Governo e pelo Parlamento, de câmara única, sendo o
legislador supremo. Uma proposição pode tornar-se lei
por maioria simples entre os 150 representantes, que são
eleitos com base na representação proporcional de 19
circunscrições para mandatos de quatro anos. Um
adicional de 19 lugares (“lugares de nivelamento”) é
alocado numa base nacional para fazer com que a
representação no Parlamento corresponda melhor aos
votos dos cidadãos.
Como tal, a Noruega é fundamentalmente uma
democracia parlamentar (Storting, o que significa Grande
Assembleia) em que os membros do Parlamento podem
ratificar tratados, mas também acusar membros do
Governo se os seus atos forem declarados
inconstitucionais e como tal têm o poder de retirá-los do
cargo (impeachment).
A posição de Primeiro-ministro é atribuída ao membro
do Parlamento que consegue a confiança de uma
maioria no Parlamento, que pode ser o líder do partido
político mais votado, ou que consiga uma maioria
através de uma coligação de partidos. Registe-se que a
Noruega tem sido governada por governos de minoria.
5
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
POLÍTICA EXTERNA
Em 1814, enfraquecida, a Noruega entra sob domínio da
Dinamarca ficando subordinada até ao fim das Guerras
Napoleónicas, quando a conquista sueca sobre os
dinamarqueses fez com que a Noruega entrasse em
união com Suécia. Apesar de o poder ter ficado na mão
dos monarcas suecos, a união foi igualitária e os
noruegueses desfrutaram de grande liberdade política e
sociocultural. O reino teve duas línguas, o norueguês e o
sueco, e duas capitais, Cristiânia (atual Oslo) e
Estocolmo. Refira-se que 91 anos depois (1905), a união
teve fim, pacificamente.
Durante a II Guerra Mundial, a Alemanha levou a cabo a
Operação Weserübung, através da qual invadiu a
Noruega e a Dinamarca, simultaneamente (9 de abril de
1940). A Dinamarca rendeu-se, mas a Noruega, que
possuía uma das maiores frotas marítimas europeias,
bem como uma localização próxima à costa britânica, foi
manipulada pelos britânicos, que encararam a resistência
dos noruegueses aos alemães como crucial. Para tal, os
ingleses e franceses enviaram tropas para desocupar os
principais portos do país e resgatar a marinha
norueguesa ao poder alemão.
Referendos realizados em 1972 e
1994 rejeitaram aderir à UE
Durante dois meses de intensa resistência, tropas
soviéticas entram em solo norueguês para atuarem
contra os finlandeses na Guerra de Inverno e, enquanto
cidades como Narvik, Oslo e Stavanger se viam entre o
poder britânico e alemão, cidades como Kirkenes e
Vadsø eram disputadas pelos soviéticos e pelos alemães.
Em 1949, a Noruega torna-se um dos membros
fundadores da NATO. Mantém embaixadas em quase 90
países, enquanto mais de 60 países mantêm embaixada
na Noruega, todos eles na capital. Além disso, a Noruega
é um dos membros fundadores da Organização das
Nações Unidas (ONU), do Conselho da Europa e da
Associação Europeia de Comércio Livre (EFTA).
Através da EEA a Noruega é um
parceiro privilegiado no
mercado interno da UE
Após o referendo de 1994, a Noruega manteve a sua
participação na European Economic Area (EEA),
acordo que concede o acesso do país ao mercado
interno da UE, com a condição de que implemente os
atos legislativos para tal relevantes. Desde 1994,
sucessivos governos noruegueses solicitaram a
participação em partes da cooperação da UE que vão
além das disposições do acordo EEA. A participação sem
direito a voto para a Noruega foi concedida, por
exemplo, na Política de Defesa e de Segurança Comum,
no Acordo de Schengen e na Agência Europeia de
Defesa.
A EEA é o esteio da cooperação entre a Noruega e a UE.
Através dela, a Noruega, a Islândia e o Liechtenstein são
parceiros iguais no mercado interno da UE, nas mesmas
condições que os Estados-membros da UE, o que inclui
ter acesso a quatro liberdades do mercado interno: a
livre circulação de mercadorias, pessoas, serviços e
capitais.
Cerca de 80% das exportações e
de 60% das importações
norueguesas vão para, e têm
origem, na UE
Na verdade, cerca de 80% das exportações norueguesas
vão para a UE e cerca de 60% das suas importações têm
origem em países da UE. Além disso, o acordo também
abrange a cooperação em outras áreas importantes, tais
como a investigação e o desenvolvimento, a educação, a
política social, o ambiente, a proteção dos consumidores,
o turismo e a cultura. A energia e o clima, as pescas, os
assuntos do mar, a investigação e educação são outras
áreas importantes de cooperação, não estando cobertas
pelo acordo a política agrícola comum e das pescas, da
união aduaneira, a política comercial comum, a política
externa e de segurança comum, justiça e assuntos
internos ou da união monetária.
Sob o acordo da EEA, indivíduos e empresas gozam de
liberdade de estabelecimento e de livre prestação de
serviços em toda a EEA em igualdade de condições.
Permite a livre circulação de investimento de capital
transfronteiriços por residentes e empresas na EEA, sem
discriminação em razão da nacionalidade, local de
residência ou local de estabelecimento. Os cidadãos e as
empresas têm o direito de transferir dinheiro entre os
Estados da EEA e para abrir contas bancárias, investir em
ações e fundos e pedir empréstimos no espaço da EEA.
Um dos princípios fundamentais do Acordo EEA é a
homogeneidade, o que significa que as mesmas regras e
condições de concorrência se aplicam a todos os
operadores económicos no âmbito da EEA. Para manter
a homogeneidade, o Acordo EEA é continuamente
atualizado para garantir que a legislação dos estados está
em linha com a legislação do mercado interno da UE.
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Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
ATIVIDADE
Nas duas primeiras décadas após a II Guerra Mundial, o
país experimentou um rápido crescimento económico
devido ao transporte marítimo, à marinha mercante e à
industrialização e a partir da década de 1970 o
crescimento foi suportado pela descoberta e exploração
de grandes jazidas de petróleo no Mar do Norte e no
Mar da Noruega. Depois da crise económica de 2008/09
a coroa norueguesa tem vindo a ser considerada uma
das mais sólidas moedas e o país é classificado como um
dos mais ricos, pois, através do Government Pension
Fund Global (ex-Fundo do Petróleo; desenvolvido no
capítulo seguinte), possui a maior reserva de capital per
capita do mundo. Além do petróleo, a Noruega possui
ricos recursos em campos de gás, hidroeletricidade,
peixe, floresta e minerais, ocupando o 2.º lugar como
exportador de produtos do mar (em valor, depois da
República Popular da China). Outras principais indústrias
do país incluem o processamento de alimentos,
construção naval, metais, produtos químicos, mineração
e produtos de papel.
Nação marítima, com grande
parte da sua população a viver
ao longo da costa e dependendo
do mar (petróleo, gás natural,
construção naval, transporte
marítimo e pesca)
Uma abordagem integrada para a gestão dos oceanos e
assuntos marítimos, como estipulado pela política
marítima da UE, está em linha com o pensamento e a
política da Noruega. A UE lançou a sua política marítima
integrada em dezembro de 2007 e a Noruega coopera
estreitamente com a UE neste domínio, podendo a nova
legislação da UE aplicar-se à Noruega, através do acordo
EEA.
Em geral, a Noruega e a UE cooperam estreitamente na
gestão dos recursos marinhos, incluindo o
acompanhamento e a aplicação dos regulamentos nos
esforços comuns para combater o problema da pesca
ilegal, não declarada e não regulamentada, que tem
apresentado resultados animadores, e, além disso, a
Noruega coopera estreitamente com a UE em matéria de
gestão dos recursos e proteção do ambiente marinho,
participa em programas relevantes da UE e atua como
parceiro no desenvolvimento das políticas marítimas
europeias. A gestão dos recursos marinhos vivos não está
incluído no Acordo EEA, mas navios de pesca
noruegueses e da UE capturam peixe e outros produtos
do mar nos mesmos oceanos.
A Noruega é um dos maiores exportadores mundiais de
peixe. Cerca de 60% do total das exportações de
produtos do mar noruegueses vão para a UE. Um
protocolo do Acordo EEA regulamenta o comércio entre
a Noruega e a UE na área de peixe e marisco. Em 2014,
a Noruega exportou produtos marítimos para 140 países,
manteve a 2.ª posição a nível mundial como exportador
destes produtos (33% com origem marítima e 66%
provenientes de aquacultura), perfazendo 2,7 milhões de
toneladas e 69 mM NOK, tendo como principais países
destino: Polónia, França, Reino Unido, Rússia, Suécia,
China, Japão, Holanda e Alemanha.
É um dos maiores armadores do mundo, com cerca
de 5% da frota mundial, possuindo mais de 15 milhões
de toneladas brutas de navios sob a sua bandeira
[Norway International Ship Registration (NIS)]. Os navios
do NIS desfrutam de benefícios por terem bandeiras de
conveniência norueguesa e não têm que ser tripulados
por noruegueses. A infraestrutura costeira é operada
pelo Norwegian Coastal Administration, enquanto os
portos são operados pelos municípios.
A produção de petróleo e gás natural na plataforma
norueguesa utiliza pipelines para o transporte destes
produtos para a Noruega e outros países europeus, que,
globalmente, atingem os 10 000 Km de comprimento. A
Gassco, propriedade do Governo, opera todos os
pipelines de gás natural, sendo que anualmente são
transportados perto de 100 mil milhões de m3, o que
corresponde a cerca de 15% do consumo europeu.
Sistema orçamental garante que
a maior parte das receitas
líquidas da extração do petróleo
reverta para o Estado,
contribuindo, de forma
relevante, para o financiamento
do Estado Social
Outro meio de transporte crucial na Noruega é o Ferrie,
utilizado intensivamente para transporte de passageiros e
de mercadorias entre ilhas e fiordes. O Coastal Express
(conhecido como Hurtigruten) opera ferries de cruzeiro
diários que circulam entre mais de 35 portos e operam
desde o sul da Noruega para a Dinamarca, Alemanha e
Suécia.
7
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
O setor petrolífero gera grandes, mas flutuantes, receitas
para a Noruega. Desde 1970, esta indústria tem sido
fortemente desenvolvida e o seu valor acrescentado, ao
longo dos últimos 10 anos, tem oscilado entre 23% e
33% do PIB. Por outro lado, a indústria do petróleo
contribui, consideravelmente, através da sua dinâmica de
procura de outros bens e serviços, para a atividade e
para a criação de postos de trabalho no resto da
economia.
O crescimento da procura agregada do setor de petróleo
foi particularmente acentuado a partir de meados dos
anos 1970 e prolongou-se até meados dos anos 1980.
Posteriormente, flutuou em torno de um nível estável em
termos de percentagem do PIB e voltou a crescer ao
longo do período 2005/13. Em 2014 deixou de crescer e
estima-se que cairá nos próximos três anos.
Em 2014 os investimentos petrolíferos corresponderam a
cerca de 9% do valor acrescentado da economia. A
produtividade no setor é elevada e o emprego direto da
indústria é responsável por cerca de 1% do emprego
total na Noruega. Os custos salariais são baixos em
relação aos investimentos associados à indústria (capital
intensiva). No entanto, o nível salarial é claramente
superior ao nível médio praticado na restante economia
do país.
A economia norueguesa observou durante a 1.ª metade
deste ano uma forte perda de ímpeto económico após
vários anos de ritmos de crescimento relativamente
elevados. A maior parte deste forte abrandamento pode
ser explicado por desenvolvimentos a nível externo,
embora as taxas de juro baixas e o aumento dos preços
dos imóveis também tenham provocado um aumento da
procura interna e originado uma acumulação de alguns
riscos para a economia norueguesa.
A economia cresceu em cadeia apenas 0,2% no 1.º
trimestre e estabilizou no 2.º trimestre. As exportações
líquidas e o investimento foram os componentes que
mais condicionaram o comportamento da economia na
primeira metade do ano. As exportações contraíram
2,8% no 1.º trimestre, tendo depois subido apenas 0,3%
no 2.º trimestre, ao passo que o investimento em capital
fixo (FBCF) contraiu 0,9% no 1.º trimestre e subiu uns
meros 0,1% no trimestre seguinte. Esta deterioração da
atividade económica durante o 1.º semestre esteve
diretamente relacionada com a evolução do preço do
petróleo, que deverá continuar a condicionar economia
nos próximos trimestres.
Forte e inesperada subida do PIB
no 3.º trimestre leva-nos a
esperar um abrandamento
inferior da atividade em 2015
No entanto, os dados preliminares do PIB respeitantes ao
3.º trimestre acabaram por trazer algumas surpresas,
pela positiva, dando conta de um acréscimo em cadeia
da economia norueguesa de 1,8%, em forte aceleração
(0,0% no 2.º trimestre), e com esse acréscimo a refletir
essencialmente o forte crescimento apresentado pelo PIB
associado às atividades petrolíferas, que expandiu 7,5%
segundo estes dados, apresentando o 1.º crescimento
em cadeia este ano (-0,5% e -1,0% nos dois primeiros
trimestre de 2015), com o PIB “continental” (isto é,
excluindo as atividade off-shore, nomeadamente, a
extração de petróleo) a crescer apenas 0,2%, em ligeira
desaceleração face aos 0,3% observados nos dois
primeiros trimestres do ano. O PIB total no 3.º trimestre
foi suportado pela procura interna, onde se observou
crescimento na generalidade das principais componentes
– consumo privado (+0,1%), consumo público (+0,6%) e
FBCF (+0,2%) –, mas essencialmente pela procura
externa líquida, que apresentou um forte contributo
positivo, decorrente tanto de um forte acréscimo das
exportações (+4,6%), como de uma queda das
importações (-2,3%).
Antes destes dados do PIB do 3.º trimestre, a nossa
expectativa era de que atividade económica
permanecesse relativamente fraca até final do ano, com
estes dados a acabarem por nos levar a rever em alta a
nossa previsão de médio crescimento anual da economia
norueguesa para este ano, mesmo admitindo uma
natural correção deste forte acréscimo do PIB no
derradeiro trimestre do ano. Assim, depois do
crescimento 2,2% observado em 2014, em aceleração
face aos 1,0% registados em 2013, passamos a prever
um abrandamento apenas para 1,8% (antes destes
dados do PIB do 3.º trimestre, a OCDE, por exemplo,
previa um acréscimo de 1,2%). A economia deverá voltar
a desacelerar em 2016, ano para o qual se prevê um
acréscimo de 1,4%, devendo então posteriormente
encetar uma gradual aceleração do crescimento,
apontando-se para um crescimento médio em torno de
2,1% no período 2017/20. De notar que subsistem
riscos significativos para estas previsões, refletindo a
incerteza sobre a intensidade dos efeitos de contágio na
economia continental do declínio dos preços do
petróleo, e com a atividade económica e sentimento dos
agentes económicos do país a deverem nos próximos
anos estar intimamente ligados à evolução dos mercados
globais de energia.
8
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
OPORTUNIDADES
O fator língua não é um impedimento para a
concretização de negócios na Noruega, dado que cerca
de 90% da população fala fluentemente inglês, mas,
quem pretenda investir na Noruega terá que ter
consciência do enorme peso que o Estado tem na
economia, visível em todas as áreas e, com especial
incidência, no petróleo, na energia e no setor bancário.
Em geral, a Noruega posiciona-se muito bem em
diferentes indicadores e dimensões de bem-estar. Em
comparação com outros países da OCDE, a Noruega tem
rendimentos médios elevados e segurança no trabalho
(medida em termos de probabilidade de ficarem
desempregados), bem como uma baixa taxa de
desemprego de longa duração.
Entre 2009 e 2014 o rendimento bruto aumentou 8,2%,
o maior aumento proporcional na área da OCDE. A
Noruega também se posiciona muito bem em outras
dimensões da vida. Por exemplo, o nível médio de
satisfação com a vida na Noruega é um dos mais
elevados na OCDE.
O rendimento disponível per capita médio das famílias é
elevado, mas a riqueza financeira líquida das famílias
está abaixo da média da OCDE. Em termos de educação,
as habilidades cognitivas dos noruegueses jovens de 15
anos estão abaixo da média da OCDE.
Uma série de fatores indicia que
a economia norueguesa está em
movimento, rumo a um “New
Normal”
O envelhecimento da população proporciona um baixo
crescimento da força de trabalho e o nível de imigração
laboral nos próximos anos é incerto. A imigração líquida
inferior pode moderar o impacto da redução da procura
de mão-de-obra resultante do declínio dos preços do
petróleo. Ao mesmo tempo, a procura da indústria de
petróleo vai perder peso em relação ao tamanho da
economia “continental”, desenvolvimento que tem sido
acelerado pelo declínio do preço do crude, fenómeno
que exigirá a reestruturação, especialmente de indústrias
fornecedoras de produtos e serviços utilizados nas
plataformas off shore (equipamentos pesados,
transportes, máquinas, entre outros).
Crescimento da produtividade
perdeu fôlego desde meio da
década anterior e o crescimento
será menor nos próximos anos
A redução do preço do petróleo, de cerca de 110 dólares
por barril no verão de 2014 para menos de 50 dólares
por barril desde agosto de 2011, está a tornar a Noruega
uma nação um pouco menos rica. O Estado absorve uma
grande parte da perda sob a forma de menores receitas
do setor petrolífero, o que significa transferências
inferiores para o Global Government Pension Fund.
Se o preço do petróleo continuar em baixa, uma série de
projetos de investimento podem ser alterados, adiados
ou cancelados, mas, por outro lado, a redução do preço
do petróleo irá, quando olhada isoladamente, estimular
o crescimento da economia mundial. As baixas taxas de
juro e outras medidas de política monetária,
especialmente nos países tradicionalmente
industrializados, também apoiam o crescimento
económico (a recuperação é moderada na Europa, ao
passo que as perspetivas são mais otimistas para a
economia dos EUA e, embora o crescimento esteja em
declínio na China e na maioria das economias dos países
emergentes, esses países vão continuar a fazer
contribuições significativas para o crescimento
económico mundial).
A Noruega é um país de oportunidades. Além do que se
expõe no capítulo Perspetivas de Médio e Longo
Prazo sobre o Global Government Pension Fund – o
maior fundo de investimento do mundo – que
proporciona de per si uma riqueza per capita atual na
ordem dos180 000 dólares, é um país onde é apetecível
fazer negócios, pois tem um ambiente muito propício
para tal. Seguem-se alguns exemplos.
O Doing Business é uma análise/relatório anual do
Banco Mundial, que avalia aspetos da regulamentação de
negócios que interferem com a facilidade de pequenas e
médias empresas fazerem negócios em áreas como
iniciar um negócio, lidar com licenças de construção,
aceder à eletricidade, registar propriedades, obter
crédito, proteção de investidores minoritários,
pagamento de impostos, negociação inter fronteiras,
cumprimento de contratos e celeridade de um processo
de insolvência, e, além disso, mede também as
características mais marcantes ao nível da regulação do
mercado de trabalho, mas não considera outros aspetos
do ambiente de negócios, como a segurança, a dimensão
do mercado, a estabilidade macroeconómica e o grau de
disseminação do suborno e da corrupção.
No estudo Doing Business 2016, publicado em
27/10/2015, a Noruega posiciona-se em 9.º lugar,
com 81,61 pontos (que compara com os 87,34 de
Singapura, o país líder, com os 81,72 da Suécia, o 8.º
lugar, e os 84,4 da Dinamarca, o 3.º lugar), sendo de
referir que, regra geral, ocupa lugares do top 20, com
exceção de três indicadores parciais –
9
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
facilidade/dificuldade em obter crédito (70.º); pagar
impostos (37.º) e celebrar contratos (24.º). De 2014 (8.º)
para 2015 desceu uma posição no ranking e, entre 2008
e 2015, a posição mais baixa atingida foi em 2009 (10.º)
e a melhor posição (6.º) em 2011.
Por outro lado, em cada vez um maior número de países,
a “política económica digital” é encarada como um
desígnio transversal e a sua visão culmina com particular
ênfase nos países digitalmente mais avançados,
como é o caso da Noruega, em patamares de bem-
estar de nível superior e numa espiral civilizacional
positiva que se vislumbra sem paralelo e sem retrocesso,
estando, pelo menos indiretamente, a serem dados
passos muito firmes no sentido de reforçar o crescente
envolvimento do cidadão, na tomada de decisão, já que
cada vez mais se apresenta como “Digital Omnivore”
(utiliza tablet, smartphone e laptot) e como “cidadão
sensor”, que, como tal, está cada vez mais informado e
fornece cada vez mais informação.
No âmbito do open data movement dá-se como
adquirido que o direito público à informação existe e que
inclui: i) a divulgação pró-ativa de informações; ii) a
internet, como meio privilegiado para tal divulgação; iii)
informações disponíveis para acesso e para reutilização
gratuita; e iv) informações disponíveis em formatos, fácil
e mecanicamente legíveis, para permitir a reutilização
baseada em computadores.
Demonstrando a atualidade deste movimento, em
meados de 2013, o G8 veio reforçar a tendência de cada
vez maior abertura dos governos e das suas políticas,
com a assinatura da G8 Open Data Charter e, no ano
seguinte, os países do G20 comprometeram-se a avançar
na abertura de dados como arma contra a corrupção.
Entretanto a ONU reconheceu a necessidade de uma
"revolução de dados" (Data Revolution) para alcançar os
objetivos de desenvolvimento global para 2016 – 2030
(Sustainable Development Goals – SDGs).
Nessa senda, a World Wilde Web Foundation elaborou,
no início de 2015, a 2ª edição do Open Data
Barometer Global Report, na qual repartiu os países
analisados (86) em quatro clusters: i) alta capacidade –
países com políticas de dados abertos, geralmente com
um forte apoio político e onde existe uma cultura de
dados abertos em diferentes agências governamentais, e
cada vez mais a nível dos governos locais. Governo,
sociedade civil e indústria privada beneficiam
conjuntamente desta política; ii) emergentes e
avançados – os países neste cluster têm vários pontos
fortes e têm grande potencial para inovar, mas
enfrentam ainda desafios para institucionalizar a
abertura de dados como uma prática sustentável; iii)
fraca capacidade - os países neste agrupamento
enfrentam desafios em estabelecer iniciativas nesta área,
pois existem limitações inclusive ao nível do acesso à
internet a preços acessíveis e da recolha de dados digitais
e da sua gestão; e iv) iniciativas unilaterais – países
com libertação de dados orientada, nos quais as
liberdades políticas são restritas.
Olhando para a composição de cada um dos grupos, é
evidente que, grosso modo, replicam os níveis de
desenvolvimento de cada um dos países que o
constituem, sendo que a Noruega surge no 1.º grupo
(7.ª posição no ranking, liderado pelo Reino Unido),
significando que o Governo norueguês é um dos que
gere a “abertura de dados” e, ele próprio, a pratica de
forma recorrente, fazendo com que os dados gerados na
sua atividade (pública) fiquem disponíveis de forma
acessível, de fácil tratamento e (re)utilizáveis por
terceiros, ajudando a reunir as condições para a
criação de novas empresas, novos negócios, novos
produtos e mais emprego.
Na Europa, localizam-se algumas das economias
digitalmente avançadas e orientadas para a inovação
no mundo, em particular, os países nórdicos, entre os
quais a Noruega, que mantém a sua posição em 5.º
lugar, estando por detrás desta posição um desempenho
notável e em melhoria: posiciona-se no top 10 em seis
dos 10 pilares e a posição inferior que ocupa, não vai
além da 27.ª.
O Global Information Technology Report 2015 (ICT
for Inclusive Growht), integrado pelo World Economic
Forum, o INSEAD e a JOHNSON (Cornell University),
examina o papel das TIC no crescimento inclusivo em
143 países a nível mundial e evidencia que as mesmas
estão cada vez mais “poderosas”, mais acessíveis e
distribuídas de forma menos desigual, que se revelam
cruciais em termos de competitividade de
desenvolvimento e que induzem progresso em todos os
níveis da sociedade (havendo, no entanto, o risco de os
“desligados” se tornarem cidadãos de 2.ª classe, o que
reclama a tomada de medidas corretivas desses riscos,
sob pena de o contributo das TIC poder exacerbar
desigualdades em vez de as mitigar).
Especificamente, a Noruega é o melhor país do mundo
ao nível da infraestrutura (1.º). Os noruegueses são
ávidos utilizadores das TIC (3.º no pilar de uso
individual): 95% da população utiliza a internet (2.º, a
seguir à Islândia) e cerca de 93% dos lares estão
equipados com um computador (5.º lugar). O acesso à
banda larga fixa e móvel para internet é generalizado (5.º
e 13.º, respetivamente). O Governo tem sido muito bem-
sucedido na promoção das TIC (18.º) e na prestação de
serviços on-line para empresas e cidadãos (21.º). A
economia e a sociedade da Noruega como um todo
são positivamente afetados pela tecnologia da
informação: i) as empresas são capazes de adotar novos
modelos de organização, aumentando assim a
capacidade de adaptação do ambiente de trabalho (3.º),
10
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
ii) empregam quase metade dos seus trabalhadores em
postos de trabalho intensivo em conhecimento (7.º);
iii) as TIC contribuem igualmente para a melhoria
do acesso aos serviços básicos (6.º) e são
amplamente usados no sistema de educação do país
para melhorar os resultados de aprendizagem (3.º). Além
disso, possui um dos melhores quadros políticos e
regulamentares (6.º) e um ambiente de negócios e
de inovação extremamente favoráveis (7.º).
INFLAÇÃO
A inflação manteve-se relativamente elevada nos últimos
meses, com a taxa anual de inflação subjacente, que
exclui os preços de energia e os impostos, a diminuir
ligeiramente em outubro, de 3,1% para 3,0%, mas
encontrando-se apenas ligeiramente abaixo do máximo
de cinco anos (+3,2%) registado em junho e bem acima
do objetivo de inflação de médio prazo de 2,5% do
Banco Central da Noruega (Norges Bank).
Previsões apontam para inflação
média anual de 2,2% em 2015 e
de 2,4% para o período 2016/20
Por seu lado, a taxa de inflação (medida pela variação
homóloga do IPC geral) subiu de 2,1% para 2,5%,
acelerando pelo 3.º mês consecutivo e atingindo um
máximo de quatro meses. Os preços dos bens
alimentares e bebidas não alcoólicas diminuíram em
termos mensais (-1,0%, que compara com os +0,4% do
IPC geral), mas continuaram a ser os maiores
contribuintes para a taxa de inflação (+3,3% vs +4,2%
em setembro), seguido dos preços dos acessórios,
equipamento doméstico e manutenção da habitação
(+6,4% vs +6,3% em setembro).
A contínua pressão ascendente sobre os preços
resultantes ou que resultam das importações de bens,
refletindo a depreciação da coroa norueguesa, não
deverá aliviar no curto prazo, dadas as perspetivas de
novo alívio da política monetária.
Prevemos uma inflação média anual de 2,2% para 2015,
ligeiramente acima da observada no ano passado
(+2,0% em 2014), devendo acelerar ligeiramente nos
anos seguintes, apontando-se para uma inflação média
de 2,4% no período 2016/20.
POLÍTICA MONETÁRIA
Desde junho de 1993, a taxa de depósito do Banco
Central da Noruega (Norges Bank) tem sido usada como
a sua principal taxa de intervenção, que a utiliza para
sinalizar a política aos participantes no mercado
monetário.
Inflação baixa, perspetivas de
ténue crescimento, baixos
preços do petróleo,
endividamento elevado das
famílias e fraco investimento,
constituem um cenário pouco
tranquilizante para as
autoridades e intervenientes no
mercado monetário
Na última reunião de política monetária, que decorreu a
5 de novembro, o Banco Central da Noruega manteve as
taxas de juro inalteradas num mínimo histórico, num
contexto em que os preços do petróleo abaixo de 50
dólares continuam a condicionar as perspetivas de
crescimento do maior produtor de petróleo da Europa
ocidental. Assim, a taxa de juro diretora foi mantida em
0,75%, depois de ter sido reduzida na anterior reunião
em 25 p.b.. Segundo referiu o banco central em
comunicado, os efeitos da queda dos preços do petróleo
e da descida do investimento no setor petrolífero estão a
tornar-se gradualmente mais evidentes, especialmente
nos países e regiões do globo mais ligados à indústria do
petróleo. Segundo a autoridade monetária, assistiu-se,
como esperado, a um aumento do desemprego,
enquanto o consumo de bens de consumo tem sido
inferior ao projetado. Em termos gerais, o banco central
referiu que as expectativas de taxas de juro diretoras
entre parceiros comerciais da Noruega diminuíram um
pouco. Por seu lado, a taxa de câmbio da coroa tem-se
apresentado mais fraca do que o previsto, e uma política
orçamental mais expansionista contribuirá para incentivar
a procura de bens e serviços.
11
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
Recorde-se que em setembro o Banco Central da
Noruega tinha decidido reduzir a taxa de juro diretora
em 0,25 p.p., surpreendendo as expectativas do
mercado e baseando a sua decisão no facto das
perspetivas de crescimento para a economia norueguesa
terem enfraquecido e da inflação dever diminuir nos
meses seguintes. É provável que, devido à queda dos
preços do petróleo, o crescimento da economia
norueguesa se mantenha baixo por um período mais
longo do que o previsto anteriormente. Na altura, o
Governador do banco central, Øystein Olsen, também
tinha justificado a descida da taxa de juro de referência
para um mínimo histórico com o facto de terem passado
a perspetivar uma queda do investimento no setor
petrolífero superior à que tinham previsto em junho,
prevendo que a menor procura de bens e serviços desse
setor acabasse por reduzir a atividade noutras áreas da
economia. A autoridade referiu também em setembro
que a inflação nos preços da habitação tem sido um
pouco superior à prevista, embora com grande dispersão
regional, tendo a dívida das famílias continuado a crescer
a um ritmo mais rápido do que o rendimento, situação
que começa a ser preocupante para as autoridades.
Em termos prospetivos, note-se que o Governador do
Banco Central da Noruega tem realçado o efeito
ascendente que a depreciação da coroa tem tido sobre
os preços no consumidor, tendo designadamente na
reunião de política monetária de setembro referido que
as perspetivas atuais para a economia norueguesa
sugerem que a taxa de juro diretora poderá voltar a ser
reduzida ao longo de 2016, sendo o atual consenso um
corte de 0,25 p.p., para 0,50%.
POLÍTICA CAMBIAL
Depois de ter passado a maior parte do 1.º semestre de
2015 em valorização em relação ao euro, como
resultado, em especial, da decisão do Banco Central
Europeu (BCE) para a implementação de seu programa
alargado de compra de ativos (Quantitative Easing), a
coroa norueguesa tem vindo a depreciar de forma
constante (desde o final de maio).
Coroa norueguesa tem vindo a
depreciar de forma constante ao
longo dos últimos meses
Existem duas razões principais para a fragilidade que tem
empurrado a moeda para uma baixa de seis anos face ao
euro. Os receios dos investidores sobre a China e a
desaceleração mais ampla nos mercados emergentes,
que têm agravado a tendência de queda dos preços do
petróleo, desencadeando um sell-off da coroa
norueguesa devido à importância do petróleo para a
economia deste país.
O impacto do prolongado período de preços do petróleo
em baixa induz um acentuado abrandamento da
atividade económica, o que levou, em setembro, o
Norges Bank a estimular a economia através do corte da
taxa de referência para 0,75%, mantendo-se,
entretanto, inalterada em novembro, mas com a
perspetiva de mais um corte em 2016.
Mais no longo prazo será possível um reforço da coroa
norueguesa, dependendo da previsível recuperação do
preço do petróleo, cenário que poderá levar, então, o
banco central a aumentar as taxas, de modo a, por esta
via, interferir na correção dos preços do imobiliário.
POLÍTICA ORÇAMENTAL
Governo definiu dar prioridade
no OE 2016 às medidas de
promoção do emprego para
responder à desaceleração
cíclica no curto prazo
Na proposta de orçamento de estado para 2016 (OE
2016) o Governo definiu dar prioridade às medidas de
promoção do emprego, para responder à desaceleração
cíclica no curto prazo e para preparar o caminho para a
inevitável reestruturação de longo prazo da indústria do
petróleo que, cada vez mais, se deverá tornar um motor
menos importante para a economia.
As iniciativas orçamentais estão focadas em oito áreas
distintas: i) reforçar a competitividade; ii) reforçar as
infraestruturas; iii) criar oportunidades para todos na
área do conhecimento; iv) simplificar a vida das pessoas;
v) reforçar a segurança; vi) dar um impulso no bem-
estar dos doentes e idosos; vii) fortalecer a rede da
12
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
segurança social; viii) caminhar rumo a uma democracia
vibrante.
Tal como a política monetária, também a política
orçamental está focada em reforçar a economia em
resposta ao declínio acentuado dos preços globais da
energia desde meados de 2014. Em concreto, o atual
Governo adotou uma postura mais favorável às empresas
do que o anterior executivo, avançando com uma série
de reformas e cortes de impostos destinados a
incrementar o emprego e a produtividade.
A peça central de um projeto de lei de reforma tributária
que foi apresentado ao mesmo tempo que a proposta de
OE 2016, no início de outubro, é a estratégia plurianual
de diminuir a principal taxa do Imposto sobre o
Rendimento das Pessoas Coletivas (IRC) dos atuais 27%
para 22% até 2018. Esta alteração irá colocar o sistema
tributário das empresas na Noruega mais em linha com o
apresentado pelos seus vizinhos, a Dinamarca, a
Finlândia e a Suécia, onde as taxas do IRC são de 23,5%,
20% e 22%, respetivamente. Inicialmente, o imposto vai
cair para 25% em 2016, em sintonia com uma redução
no Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares
(IRS) e os limites à nova taxa de imposto introduzida para
combater as distorções fiscais marginais que anteriores
reformas fiscais não conseguiram resolver.
O saldo orçamental das administrações públicas foi
de 9,1% do PIB em 2014, diminuindo face aos 10,8%
de 2013 e aliviando pelo 2.º ano consecutivo do maior
excedente desde 2008 que tinha sido observado em
2012 (13,8%). Decorrente designadamente da quebra
de receitas do setor do petróleo, e das utilities em geral,
antecipa-se uma nova redução do excedente orçamental
em 2015, para 8,3%, devendo voltar a diminuir em
2016 e 2017 e prevendo-se um excedente médio anual
de 7,6% para o período 2016/20.
O rácio da dívida pública, praticamente estabilizado em
cerca de 29% do PIB em 2012 e 2013, desceu para os
26,6% em 2014, mas prevendo-se que suba ao longo do
horizonte de previsão, decorrentes da já referida quebra
de receitas do setor do petróleo, e das utilities em geral,
já que o Estado absorve, por essa via, uma grande parte
das perdas naquele. Prevemos uma subida do rácio para
27,4% em 2015 e para que este se encontre abaixo dos
30,0% no final do período de previsão (2020).
CONTAS EXTERNAS
A Noruega tem como principais clientes para as suas
exportações de bens (dados de 2014), o Reino Unido
(quota de 22,9%), a Alemanha (16,9%), os Países Baixos
(12,8%) e a França (6%), reservando para Portugal a
25.ª posição, com uns meros 0,4% de quota. Já como
principais fornecedores a Noruega tem a Suécia (quota
de 12,3%), a Alemanha (11,9%), a China (9,5%) e o
Reino Unido (6,5%), ocupando Portugal a 36.ª posição,
com uma quota de 0,4%.
Como principais produtos exportados surgem os
combustíveis minerais, óleos e produtos de destilação
(75,2%), os peixes, crustáceos, moluscos invertebrados
aquáticos entre outros (8,6%) e as máquinas, reatores
nucleares e caldeiras (6,1%). Do lado das importações,
destaque para as máquinas, reatores nucleares e
caldeiras (30,5%), os comboios e veículos elétricos
(21,2%) e o equipamento elétrico e eletrónico (19,2%).
Superavit da balança corrente
deverá cair para 8,1% do PIB em
2015, mas rondar, em média, os
8,9% no período 2016/20
Em 2014 as importações e as exportações cresceram
1,8% e 1,7%, respetivamente, estimando-se que, em
2015, que as importações estabilizem e que as
exportações mantenham sensivelmente o ritmo de
crescimento do ano transato.
A balança comercial vai piorar significativamente este
ano, como corolário da queda das receitas “não
continentais” (o petróleo é extraído em plataformas
marítimas), que arrastam para baixo o valor das
exportações. Os dados do 1.º semestre do ano
evidenciam uma deterioração de 42% na balança
comercial em comparação com 2014. Embora a
depreciação da coroa tenha ajudado, as importações
estão a crescer a um ritmo mais rápido, o que aumenta o
impacto causado pela queda na ordem dos 30% nas
exportações de petróleo. O aumento das exportações
“do continente” satisfaz o Governo e o Banco Central da
Noruega, pois ambas as entidades querem reduzir a
dependência da economia dos combustíveis fósseis.
Assim, depois de já se ter assistido a uma redução do
excedente da balança corrente no ano passado, dos
10,0% do PIB observados em 2013 para 9,4%,
prevemos uma nova redução deste excedente em 2015,
para 8,1%, devendo depois subir para 8,5% em 2016 e
apresentar um valor médio de cerca de 8,6% no período
2016/20. Mesmo admitindo a hipótese de um período
prolongado de preços do petróleo ultrabaixos – não é
esse o nosso cenário central – não conseguiria empurrar
a balança corrente norueguesa para terreno negativo. No
13
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
longo prazo, as exportações de petróleo deverão
continuar a diminuir, na medida em que a produção já
terá ultrapassado o seu pico máximo, mas a produção e
exportação de gás deverá assistir a algum
recrudescimento.
POPULAÇÃO
A população da Noruega ronda os 5,2 milhões. A maioria
dos noruegueses é de origem autóctone, descendentes da Germânia setentrional. Os lapões (povo Sami) habitam, tradicionalmente, as regiões central e norte da
Noruega. Outra minoria nacional é o povo Kven, descendente de povos de língua finlandesa, que se mudaram para o norte da Noruega entre os séculos XVIII e o século XX. Tanto os Sami como os Kven foram
submetidos a uma forte política de assimilação pelos governos noruegueses do século XIX até aos anos 1970. Outros grupos reconhecidos como minorias nacionais da
Noruega são os judeus, os skogfinns e os romanis (um ramo do povo Romani).
A imigração, nos últimos anos,
tem sido responsável por mais
de metade do crescimento da
população da Noruega
O número de migrações dentro de municípios (448 000)
e entre municípios (238 000) atingiram ambos níveis recorde. Todos os condados tiveram uma imigração líquida, mas a imigração líquida do exterior compensa a
perda de migração interna e o défice de nascimentos em muitos municípios.
Um total de 70 mil imigrações foram registadas em
2014, quase menos 10 mil do que no ano de pico de 2011, mas maior do que em todos os anos anteriores a 2010. O número de cidadãos estrangeiros que imigram
foi de 61,4 mil e dois terços deles eram cidadãos europeus. Desde 2007, o emprego tem sido a principal razão para a imigração. Os cidadãos polacos, lituanos e
suecos constituem metade da imigração europeia. Para os polacos, como para os suecos, esta foi uma redução de 600 imigrantes em relação ao ano anterior e para os
lituanos a redução correspondente foi de 1 100. Para os cidadãos europeus em conjunto, a imigração foi de 3 900 inferior.
MERCADO LABORAL
Entre o 3.º trimestre de 2014 e o 3.º trimestre de 2015
observou-se um aumento de 25 mil no número de
pessoas desempregadas, dos quais 23 mil do género
masculino.
O 3.º trimestre de 2015 fechou com 127 mil
desempregados, de acordo com o Labour Force Survey (LFS). O aumento do desemprego entre os homens foi significativo tanto entre os jovens (15-24 anos), como no
grupo etário seguinte (25-54).
Número de desempregados
aumentou, em termos
homólogos, em 25 mil no 3.º
trimestre e essencialmente (92%)
entre os homens
A percentagem de desempregados de longa duração diminuiu de 32% para 27% durante o mesmo período, sendo de notar que os desempregados de longa duração
são as pessoas que tenham estado desempregadas por
mais de 26 semanas. Devido a um relativamente elevado
afluxo de novos desempregados durante os últimos seis meses, a duração média do desemprego diminuiu de 26,7 para 25,4 semanas.
O LFS mostrou uma diminuição de 13 mil pessoas empregadas na indústria extrativa (petróleo e gás natural), o que corresponde a um decréscimo de 17% da
população empregada no setor.
No total, para todas as indústrias, o LFS registou um
aumento de 20 mil pessoas empregadas no ano passado, tendo sido o comércio a retalho o setor responsável pela maior parte desse crescimento.
Ao nível da taxa de desemprego, depois de ter
estabilizado em 2013/14 nos 3,5%, prevê-se uma subida
neste ano de 2015 para 4,0% e em 2016 para 4,5%,
devendo posteriormente encetar uma gradual trajetória descendente ao longo do restante período de previsão, devendo apresentar um valor médio de 4,1% no período
2017/20.
14
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
PERSPETIVAS DE MÉDIO LONGO PRAZO
A população do país tem reunidas condições para viver e encarar o futuro com boas perspetivas. Com efeito e atentos também a tudo o resto que, de positivo, é referido nesta análise, o futuro dos noruegueses pode ser encarado tranquilamente graças à gestão parcimoniosa que o país tem vindo a fazer de um fundo – Global Government Pension Fund – criado em 1990, com base na riqueza proveniente das receitas do petróleo (maior fundo soberano do mundo) e gerido pelo Norges Bank Investment Management [http://www.nbim.no/en/the-fund/about-the-fund/. Em 18 de novembro, o valor de mercado do Global Government Pension Fund era de 7 380 mM NOK, podendo a sua evolução e composição da carteira ser acompanhadas em http://www.nbim.no/en/the-fund/.
Futuro tranquilo, dada a enorme
dotação do fundo soberano
O objetivo do fundo é investir numa ampla gama de países, empresas (Néstle, Aplle, Novartis, Roche Holding, Royal Dutch Shell, HSBC Holdings, Black Rock, Microsoft, Google, Sanofi, entre outros títulos) e outros ativos para obter o maior retorno possível com risco moderado, tal como estabelecido pelo Ministério das Finanças. O fundo não pode investir na Noruega e tem como estratégia base de investimento participações (flexíveis) de até 60%, 35% e 5% em ações, ativos de rendimento fixo e imobiliário, posições que, em 30 de setembro de 2015, ascendiam a 59,7%, 37,3% e 3,0%, respetivamente.
O Norges Bank Investment Management administra o fundo em nome do Ministério das Finanças, que, por sua vez, possui o fundo em nome do povo. O Ministério determina a estratégia de investimento, seguindo os conselhos de, entre outros, Norges Bank Investment Management. O Ministério transfere regularmente receitas petrolíferas para o fundo, sendo o capital investido no exterior, para evitar o super aquecimento da economia norueguesa e para o proteger contra os efeitos das flutuações dos preços do petróleo, investindo em mercados de ações e de rendimento fixo internacionais e imobiliário, de forma a ter um mix de investimentos, que lhe dará a maior rendibilidade possível ajustada ao risco, dentro das orientações definidas pelo Ministério.
O fundo é parte integrante do orçamento do Estado e as dotações líquidas para o mesmo refletem o excedente do orçamento total, incluindo da receita do petróleo. A política fiscal é baseada na diretriz que ao longo do tempo o défice estrutural orçamental, não petrolífero, deve corresponder ao retorno real do fundo, estimado em 4%. Esta regra, de acordo com a qual não mais de 4% do fundo, ao longo do tempo, deve ser gasto no orçamento nacional anual, foi estabelecida, pela 1.ª vez, em 2001.
Apesar do seu nome, o fundo não tem responsabilidades formais na área das pensões futuras, dado que ainda nenhuma decisão política foi tomada a respeito de quando o fundo pode ser usado para cobrir esses custos, minimizando, assim, a probabilidade de grandes retiradas do fundo, o que lhe confere o caráter de longo prazo que tem associado.
Desde a sua fundação, acumulou a sua vasta riqueza no intuito de assegurar o futuro das gerações futuras, nomeadamente quando a população envelhecer e os poços de petróleo forem descontinuados, tendo recentemente alterado um pouco a sua estratégia de forma a investir mais na área do imobiliário e nos mercados emergentes, aumentando, dessa forma, o rendimento e, assim, fazer crescer, ainda mais, o seu valor. Entre 1998 e 2014 a rendibilidade bruta anual foi de 5,8%. Depois de custos de gestão e inflação, o retorno foi, no mesmo período, de 3,8%.
A Noruega ocupa o 2.º lugar dos 34 países em todas as dimensões do índice Sustenaible Development Goals
(SDGs/ONU; 2016 – 2030). Está entre os três principais países na promoção sustentável do crescimento
económico e do emprego produtivo, com 75,3% dos
noruegueses em idade ativa no mercado de trabalho (2014). A Noruega é também um dos países da OCDE mais generosos em contribuições financeiras para os países em desenvolvimento, doando um louvável 1,1% do seu Rendimento Nacional Bruto (cerca de 5 mM$ em 2014).
Além disso, a Noruega está entre os cinco melhores países numa série de medidas ambientais. O país é 2.º, atrás da Suécia, em termos de emissões de gases com efeito de estufa. Com emissões por PIB de apenas 109,3 toneladas por milhão de dólares (muito melhor do que a média da OCDE, de 352,1 mil toneladas). O país também se classifica em 2.º lugar em termos de energia renovável, atrás de Islândia, com um admirável consumo bruto de 56,9% de energia proveniente de fontes renováveis (quase inteiramente hidro). Também é o 2.º país quando se trata de água, retirando apenas 0,8% dos seus recursos totais de água doce renovável e posiciona-se em 5.º lugar no Índice de Saúde dos Oceanos (que avalia os ecossistemas marinhos).
No entanto, entre os 34 países analisados, apenas o Chile e a Austrália apresentam desempenho mais fraco em termos de resíduos domésticos (a média da OCDE é de 19 toneladas de material per capita). As atuais 35,6 toneladas per capita representam um grande desafio para a Noruega. Por outro lado, utiliza fertilizantes em excesso, nomeadamente nitrogénio e fósforo, que poluem o meio ambiente, ameaçando ecossistemas e a qualidade da água e colocam Noruega na 28.ª de 34 posições para este indicador.
15
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
ÍNDICE DE LIBERDADE ECONÓMICA
- The Heritage Foundation
A Noruega é a 27.ª economia mais
livre dos países que compõem o
índice em 2015
A pontuação da Noruega ao nível da liberdade económica é de 71,8 pontos, correspondendo à 27.ª economia mais livre dos países que compõem o índice
em 2015. Trata-se de um resultado que fica 0,9 pontos acima do observado no ano anterior, com melhorias sólidas em seis das 10 liberdades económicas, incluindo a
liberdade laboral, monetária e a gestão dos gastos públicos, que mais do que compensaram um declínio na liberdade de corrupção. A Noruega está em 15.º lugar
entre os 43 países da Europa, estando a sua pontuação muito acima da média regional e mundial. As melhorias no enquadramento regulatório e na liberdade de comércio fizeram com que o índice de liberdade
económica aumentasse 1,1 pontos nos últimos cinco
anos. O único declínio ocorreu na gestão dos gastos públicos, tendo o Governo respondido ao menor crescimento económico com um aumento da despesa pública. A melhoria gradual nas 10 liberdades
económicas tem refletido o desenvolvimento da Noruega e das suas fortes instituições. Sendo a Noruega uma pequena economia aberta, possui baixas barreiras à
entrada de empresas estrangeiras e um regime de investimento que incentiva o investimento direto estrangeiro. O bom ambiente de negócios tem atraído
novos empresários, embora o código laboral continue rígido. Os impostos elevados e os gastos do Governo são compensados pelo maior fundo soberano do mundo. O
regime de direitos de propriedade é o 2.º melhor do mundo.
Enquadramento
A Noruega é membro da NATO desde 1949. Os eleitores
rejeitaram por duas vezes a adesão à União Europeia (UE), mas a Noruega é parte integrante de um acordo de comércio livre com a UE (European Economic Area –
EEA). O Primeiro-ministro, Erna Solberg, do Partido Conservador, foi eleito em setembro de 2013 para liderar uma nova coligação de centro-direita de um
Governo minoritário. O Governo de Solberg prometeu baixar os impostos, diminuir a dependência da produção de petróleo, aumentar o investimento em infraestruturas
e reduzir a imigração. A Noruega é um dos países mais
prósperos do mundo. As pescas, o metal e o petróleo são
os produtos mais importantes. A Noruega guarda uma grande parte da receita do setor do petróleo, inclusive os dividendos pagos pela empresa parcialmente estatal
produtora de petróleo, a Statoil, bem como os impostos de empresas que incidem sobre a indústria de petróleo e gás que operam na Noruega, no seu Government
Pension Fund Global (que até 2006 era designado de Fundo do Petróleo).
Estado de Direito Eficácia da Regulação Em 2013, a Noruega ficou classificada em 5.º lugar entre os 177 países que compunham o Índice de Perceções de Corrupção de Transparência. As medidas de anticorrupção bem estabelecidas reforçaram uma maior cultura de integridade do Governo. O sistema jurídico é independente dos tribunais, sendo que estes operam de forma justa e equitativa tanto a nível local, como nacional. Os direitos de propriedade privada estão bem protegidos e os contratos comerciais são aplicados de forma confiável.
A estrutura de negócios eficiente e transparente tem apoiado o desenvolvimento do setor privado. Abrir uma empresa custa cerca de 1% do rendimento médio do país
e envolve apenas quatro procedimentos. O custo não-salarial de empregar um trabalhador é elevado, mas o pagamento de indemnizações não é excessivamente oneroso. A estabilidade monetária tem sido bem mantida,
embora o Governo subsidie inúmeros projetos de energia renovável.
Intervenção do Governo Abertura Económica
A taxa máxima de IRS é de 47,8% e a de IRC de 27%.
Outros impostos incluem o IVA, um imposto sobre a riqueza
e impostos sobre o meio ambiente. A carga fiscal é de
42,2% do PIB. Os gastos públicos equivalem a 43,3% do PIB
e a dívida pública a 30%.
A Noruega tem uma pauta aduaneira média de 0,3%, mas o setor agrícola é subsidiado e protegido da concorrência. Existem poucas barreiras governamentais ao comércio e ao investimento internacional e os investidores estrangeiros geralmente recebem o mesmo tratamento que os investidores nacionais. O sistema financeiro bem desenvolvido fornece uma ampla gama de serviços. O setor bancário permanece bem capitalizado. O Estado detém a propriedade das maiores instituições financeiras.
16
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
INDICADORES DE RISCO
COUNTRY’S SCORE OVER TIME COUNTRY COMPARISONS
R a t i n g d a s A gê n c i as
SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015
Overall Score 64,5 67,9 67,9 68,6 70,2 69,4 70,3 68,8 70,5 70,9 71,8
Property Rights 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0 90,0
Freedom from Corruption 88,0 89,0 89,0 88,0 87,0 79,0 86,0 86,0 90,0 88,1 86,0
Government spending 28,3 34,9 37,6 46,3 50,5 49,8 51,5 35,3 40,3 42,2 43,8
Fiscal Freedom 50,4 50,8 50,6 50,3 50,3 50,5 51,6 52,5 51,0 50,6 52,1
Business Freedom 70,0 91,4 91,1 89,1 88,1 88,8 88,3 88,4 92,6 90,9 92,1
Labor Freedom 49,3 50,6 49,0 49,5 48,6 47,1 45,8 46,3 44,7 44,6 48,2
Monetary Freedom 85,5 88,7 82,5 76,1 78,1 74,2 75,1 75,1 76,9 78,7 81,7
Trade Freedom 83,6 84,2 89,2 86,2 89,2 89,2 89,4 89,3 89,3 89,1 89,4
Investment Freedom 50,0 50,0 50,0 60,0 60,0 65,0 65,0 65,0 70,0 75,0 75,0
Financial Freedom 50,0 50,0 50,0 50,0 60,0 60,0 60,0 60,0 60,0 60,0 60,0
F o nte : The Heritage Fo undatio n.
Rating Heritage Foundation
SCORE % 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2014 2015
Country Risk - 10,0 9,0 14,0 18,0 13,0 15,0 14,0 15,0 11,0 15,0 AA AA
Sovereign* - 5,0 3,0 8,0 11,0 4,0 6,0 6,0 7,0 3,0 7,0 AAA AAA
Currency* - 13,0 11,0 16,0 20,0 16,0 18,0 17,0 20,0 13,0 18,0 AA AA
Economic - 12,0 13,0 16,0 16,0 21,0 21,0 21,0 20,0 20,0 20,0 A A
Political - 4,0 4,0 5,0 11,0 4,0 4,0 6,0 7,0 4,0 4,0 AAA AAA
Banking* - 11,0 12,0 19,0 24,0 20,0 22,0 20,0 18,0 16,0 20,0 AA A
F o nte : EIU. No ta (*): Utilizado na co ntrução do "Co untry Ris k".
Rating EIU (The Economist Inteligence Unit)
Rating
S&P AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
Moody's AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
Fitch AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
Compósito AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA AAA
N o ta : O rating co mpó s ito res ulta da média das 3 agências .
20062005 2010200920082007 20152014201320122011
17
Departamento de Estudos // Noruega // novembro 2015
CHART BOOK
-2
-1
0
1
2
3
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
GDP Growth (%)
Norw ay - GDP Grow th%
Source: IMF (October 2015)
65,000
70,000
75,000
80,000
85,000
90,000
95,000
100,000
105,000
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Per Capita GDP
Norw ay – Per Capita GDP$
Source: IMF (October 2015)
22
23
24
25
26
27
28
29
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
Norw ay – Investment (% GDP)%
Source: IMF (October 2015)
33
34
35
36
37
38
39
40
41
42
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
Norw ay – Gross National Saving (% GDP)%
Source: IMF (October 2015)
4
6
8
10
12
14
16
18
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
Norw ay – Current Account (% GDP)%
Source: IMF (October 2015)
0.5
1.0
1.5
2.0
2.5
3.0
3.5
4.0
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Inflation Rate
Norw ay – Inflation Rate%
Source: IMF (October 2015)
2.4
2.8
3.2
3.6
4.0
4.4
4.8
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Unemployment Rate
Norw ay – Unemployment Rate%
Source: IMF (October 2015)
24
28
32
36
40
44
48
52
56
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
Norw ay – Public Debt (% GDP)%
Source: IMF (October 2015)
4
6
8
10
12
14
16
18
20
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
% GDP
Norw ay – Budget Balance (% GDP)%
Source: IMF (October 2015)
4.6
4.7
4.8
4.9
5.0
5.1
5.2
5.3
5.4
5.5
5.6
0.6
0.7
0.8
0.9
1.0
1.1
1.2
1.3
1.4
1.5
1.6
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Population Growth Rate (%)
Norw ay - Population10^6 %
Source: IMF (October 2015)
-5
-4
-3
-2
-1
0
1
2
3
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Exports Growth (%)
Norw ay - Exports Grow th%
Source: IMF (October 2015)
-12
-8
-4
0
4
8
12
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
2018
2019
2020
Imports Growth (%)
Norw ay - Imports Grow th%
Source: IMF (October 2015)
18
Departamento de Estudos // Canadá //maio 2015
Departamento de Estudos //Noruega//novembro 2015
DEPARTAMENTO DE ESTUDOS
Rui Bernardes Serra Chief Economist
José Miguel Moreira Senior Economist
Margarida Filipe Economist
Caetano Ferreira Economist
DEPARTAMENTO NEGÓCIO INTERNACIONAL Florbela Cunha Head of Unit
Rita Marques Trade Finance
Luis Carvalho Africa Business
Alexandra Neves International Business Advisor [email protected]
AD VERTÊNCIA Este documento foi elaborado pelo Departamento de Estudos da Caixa Económica Montepio Geral e é disponibilizado com intuito e
para fins exclusivamente informativos.
Todos os dados, análises e considerações nele contidas estão simplesmente baseadas no que estimamos ser as melhores
informações disponíveis, recolhidas a partir de fontes oficiais e outras consideradas credíveis, não assumindo, todavia, qualquer
responsabilidade por erros, omissões ou inexatidões das mesmas.
As opiniões e previsões expressas refletem somente a perspetiva e os pontos de vista dos autores na data da sua elaboração,
podendo ser livremente modificadas a todo o tempo e sem aviso prévio.
Neste contexto, o presente documento não pode, em circunstância alguma, ser entendido como convite ao investimento, seja de
que natureza for, nem como proposta ou oferta de negócio de qualquer tipo.
Qualquer decisão de investimento deve ser devidamente ponderada, fundamentada na análise crítica, pelo investidor, de toda a
informação publicamente disponível sobre os ativos a que respeita, suas características e adequação ao perfil de risco assumido, e
devem ter em conta todos os documentos emitidos ao abrigo da regulamentação das entidades de supervisão, nomeadamente da
Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Nem o Montepio, na qualidade de emitente do documento, nem nenhuma entidade sua dominante ou dominada ou qualquer
outra integrante do Grupo Montepio em que se insere, pode, consequentemente, ser responsabilizada por eventuais perdas ou
prejuízos decorrentes de decisões de investimento que, quem quer que seja, tenha tomado, mesmo que por levar em conta
elementos constantes deste documento.
Por outro lado, uma vez que este documento não contempla qualquer tipo de informação privilegiada ou reservada, nem constitui
nenhum conselho ou convite ao investimento, as empresas do Grupo Montepio mantêm o direito de, nos limites da lei, transacionar
ou não, ocasional ou regularmente, qualquer ativo direta ou indiretamente relacionado com o âmbito deste relatório.
O relatório pode ser reproduzido, desde que seja citada a fonte.