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EXTINÇÃO OE REFLEXOS PATOLÓGICOS EM ODONTOLOGIA - CONTR18UIÇ.AO DA HlPNODON TIA NA SOLUÇÃO DE CASOS DE INTO LCRANCIA A PRÓTESE TOTAL * Dr. Enio L1 ma** e Dr. Pyro Vieira de Lima*** Paciente : F, M. R. Idade : 56 anos Nacional Idade: brasileira Sexo : feminino Anamnese: A paciente apresentou-se ã nossa clínica muito intranquila, trajando-se com ves tido um tanto antiquado a absolutamente sem vaidades. Vinha com um problema que a atormen tiva havia 10 anos e que a cada dia se agravava mais. Tratava-se de um caso de inadapta- ção i prótese total dupla, tendo a paciente se submetido a inúmeras Intervenções cirflrgi cas, aprofundamento do vestíbulo, alveolotomias, e t c , e já possuindo nada menos de 2B dentaduras. JS havia tentada o tratamento psicanalítico, porém sem o menor resultado. A pa Ciente se sentia cada vei "ia1s nervosa, nao podendo receber nem fazer visitas, não conse- gui* sair »»1s de casa par» fazer compras, quase nao conversava, tendo que viver ã expen Sas dOS filhos, pois foi earigada a despedir-se do seu emprego. . Sente-se desesperada ê velo proeurar-nos como último recurso pois, caso não conseguisse melhorar, desistiria da vida. Inicialmente a dentadura cortava o tecido, principalmente a inferior,o que obri gou a paciente a faier aprofundamento do vestíbulo com um especialista de renome. Mais tarde fel uma exodôntl* em um siso incluso no maxilar inferior, com curetagem óssea, tam bim com o mesma profissional. As dentaduras causam ânsias, espirros, tosse, rouquidão, mal estar geral, dor de ouvido, nevralgia do lado direito da face (lado em que foi extraído o siso incluso 10 anos). Durante a mastMgaça°a se inicia a dor de ouvido que vai sempre crescendo. As den taduras ainda machucam suas gengivas e mucosas por todos os lados, t acometida de insónia qusndo põe as dentaduras na boca na hora de dormir, recrudescendo, então, os acessos de tosse.Ao primeiro contato das dentaduras com as mucosas, a abobada palatina e garganta vão ficando secos (Inibição do reflexo incondicionado salivar]. Inicia-se então a tosse, sen- da a paciente obrigada a retirar as dentaduras e colocar agua na boca para sentir algum alTvIo. Muitas veies consegue fazer movimentos com os músculos mastigadores afim de deslo ear as dentaduras, o que lhe traz, momentaneamente, algum alívio. De tanto recorrer a es- te expediente, jâ faj estes movimentos automaticamente (reflexo condicionado), se consti- tuindo um falso t1c nervoso. Verificamos pela enamnese, -pelo exame clínico e posteriormente por condiciona - mentos de reflexos condicionados experimentais, que se tratava de condicionamentos de re flexos patológicos em cadeia (Estereótipos dinâmicos patológicos). Tratamento Iniciamos O tratamento visando a extinção dos reflexos condicionados patológi - COS em cadela (estere6ti pos dinâmicos patológicos). Procedemos do seguinte modo: a) Sono reflexo condicionado b) estruturação do estereót i podinãmico patológico cj Extinção do estereótipo dinâmico patológico. ) SSSS R .?. F J 6 Condicionado Usamos a hipnose para obtê-lo. Empregamos o processo usual e em 4 tronsultas foi passível estabilitl-lo (20.6.958. 21.6.958 e 27.6.958). Estruturação do estereótipo dinâmico patológico Foi possível descobrir a sua estruturação através da anamnese em vigília e sob hipnose. Pudemos, então, concluir que todos aqueles incómodos atuais eram derivados dos 4 * * - Trabalho apresentado nos l i s Congressos Pan Americano e Brasileiro de Hipnologia(Rio, 16 - 22, julho, 1961), - Rresldente-Fundador da Associação Brasileira de Hipnodontla. - Membro Fundador da A.B.H. 8

EXTINÇÃO OE REFLEXOS PATOLÓGICOS EM … · te e para tras, sobrevindo tosse e mau estar geral ligados as sensações de secura da garga£ ta, que persistiram até chegar em casa

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EXTINÇÃO OE REFLEXOS PATOLÓGICOS EM ODONTOLOGIA - CONTR18UIÇ.AO DA HlPNODON TIA NA SOLUÇÃO DE CASOS DE INTO

LCRANCIA A PRÓTESE TOTAL *

Dr. Enio L1 ma** e Dr. Pyro V i e i r a de Lima***

P a c i e n t e : F, M. R. Idade : 56 anos N a c i o n a l Idade: b r a s i l e i r a Sexo : feminino

Anamnese: A p a c i e n t e apresentou-se ã nossa clínica muito i n t r a n q u i l a , t r a j a n d o - s e com ves

t i d o um t a n t o antiquado a absolutamente sem vaidades. Vinha com um problema que a atormen t i v a h a v i a 10 anos e que a cada d i a se agravava mais. T r a t a v a - s e de um caso de inadapta­ção i prótese t o t a l d u p l a , tendo a p a c i e n t e se submetido a inúmeras Intervenções c i r f l r g i c a s, aprofundamento do vestíbulo, a l v e o l o t o m i a s , e t c , e já possuindo nada menos de 2B dentaduras.

JS havia tentada o tratamento psicanalítico, porém sem o menor r e s u l t a d o . A pa C i e n t e se s e n t i a cada v e i "ia1s nervosa, nao podendo r e c e b e r nem f a z e r v i s i t a s , não conse­g u i * s a i r »»1s de casa par» f a z e r compras, quase nao c o n v e r s a v a , tendo que v i v e r ã expen Sas dOS f i l h o s , pois f o i earigada a d e s p e d i r - s e do seu emprego. . Sente-se desesperada ê v e l o proeurar-nos como último r e c u r s o p o i s , caso não c o n s e g u i s s e melhorar, d e s i s t i r i a da v i d a .

I n i c i a l m e n t e a dentadura c o r t a v a o t e c i d o , p r i n c i p a l m e n t e a i n f e r i o r , o que o b r i gou a p a c i e n t e a f a i e r aprofundamento do vestíbulo com um e s p e c i a l i s t a de renome. Mais tarde f e l uma exodôntl* em um s i s o i n c l u s o no m a x i l a r i n f e r i o r , com curetagem óssea, tam bim com o mesma p r o f i s s i o n a l .

As dentaduras causam ânsias, e s p i r r o s , t o s s e , rouquidão, mal e s t a r g e r a l , dor de o u v i d o , n e v r a l g i a do lado d i r e i t o da face (l a d o em que f o i extraído o s i s o i n c l u s o hã 10 anos).

Durante a mastMgaça°a se i n i c i a a dor de ouvido que v a i sempre crescendo. As den taduras ainda machucam suas gengivas e mucosas por todos os l a d o s , t acometida de insónia qusndo põe as dentaduras na boca na hora de dormir, recrudescendo, então, os acessos de tosse.Ao p r i m e i r o contato das dentaduras com as mucosas, a abobada p a l a t i n a e garganta vão f i c a n d o secos (Inibição do r e f l e x o i n c o n d i c i o n a d o s a l i v a r ] . I n i c i a - s e então a t o s s e , sen­da a p a c i e n t e obrigada a r e t i r a r as dentaduras e c o l o c a r agua na boca para s e n t i r algum a l T v I o . Muitas v e i e s consegue f a z e r movimentos com os músculos mastigadores afim de deslo ear as dentaduras, o que lhe t r a z , momentaneamente, algum alívio. De t a n t o r e c o r r e r a es­te e x p e d i e n t e , jâ f a j estes movimentos automaticamente ( r e f l e x o c o n d i c i o n a d o ) , se c o n s t i ­t u i n d o um f a l s o t1c nervoso.

V e r i f i c a m o s pela enamnese, -pelo exame clínico e p o s t e r i o r m e n t e por condiciona -mentos de r e f l e x o s condicionados e x p e r i m e n t a i s , que se t r a t a v a de condicionamentos de re f l e x o s patológicos em cadeia (Estereótipos dinâmicos patológicos).

Tratamento

Iniciamos O tratamento visando a extinção dos r e f l e x o s condicionados patológi -COS em c a d e l a ( e s t e r e 6 t i pos dinâmicos patológicos). Procedemos do s e g u i n t e modo:

a) Sono r e f l e x o condicionado b) estruturação do estereótipodinãmico patológico c j Extinção do estereótipo dinâmico patológico.

• ) SSSS R . ? . F J 6 * ° Condicionado

Usamos a hipnose para obtê-lo. Empregamos o processo usual e em 4 tronsultas f o i passível e s t a b i l i t l - l o (20.6.958. 21.6.958 e 27.6.958).

Estruturação do estereótipo dinâmico patológico

Foi possível d e s c o b r i r a sua estruturação através da anamnese em vigília e sob hipnose. Pudemos, então, c o n c l u i r que todos aqueles incómodos a t u a i s eram derivados dos

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- Trabalho apresentado nos l i s Congressos Pan Americano e B r a s i l e i r o de Hipnologia(Rio, 16 - 22, j u l h o , 1961),

- Rresldente-Fundador da Associação B r a s i l e i r a de H i p n o d o n t l a . - Membro Fundador da A.B.H.

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incómodos normais de todos os pacientes que se I n i c i a m no uso de dentaduras duplas, No entanto, nesta g a c i e n t e , devido ao seu t i p o nervoso (débil, a s s o c i a d o ao t i p o artístico), e com a sua dinâmica c o r t i c a l d e s e q u i l i b r a d a provocada p e l a n e c e s s i d a d e de e x t r a i r os seus dentes, ocorreu um estado de f a s e paradoxal (que é a mais propícia ao condicionamen­to de r e f l e x o s ) . Como consequência, se estruturaram estereótipos dinâmicos patoiãgicos que são, em última análise, grupos de r e f l e x o s i n t e r l i g a d o s , como e l o s de uma extensa c a d e i a . São r e f l e x o s que respondem a uma mesma sinalização, e é comum, de n t r o deste s i s t e m a , que um r e f l e x o seja por s i o estímulo-sinal do r e f l e x o s e g u i n t e , c) Extinção do estereótipo dinâmico patológico

0 p r i n c i p a l o b j e t i v o do nosso tratamento hipnodõntico é justamente provocar a extinção dos r e f l e x o s patológicos em c a d e i a , o que se consegue c r i a n d o - s e r e f l e x o s condi cionados i n i b i d o r e s dos patológicos e que respondem ã mesma sinalização d e s t e s . É, por conseg u i n t e , a formação de um "estereótipo dinâmico terapêutico", antítese do patológico e que, se sobrepondo a e s t e , provoca sua inibição e p o s t e r i o r m e n t e sua extinção. Para me l h o r compreensão acompanharemos as seguintes sessões clínicas:

Era 25-6-958: Havíamos notado pela anmnese e pelo exame clínico que o r e f l e x o sa l i v a r i n c o n d i c i o n a d o e s t a v a s e n d o i n i b i d o pela prótese dentária.. Por i s s o a paciente sen­t i a a boca seca e também a garganta. I n i c i a m o s , então, a desinibição des t e r e f l e x o , c r i a n do um r e f l e x o condicionado s a l i v a r tendo por estímulo-sinal a própria prótese dentária.Dei. te modo, já na segunda c o n s u l t a da paciente era constituído sob hipnose ( t e r c e i r a fase ou profunda) o r e f l e x o s a l i v a r condicionado experimental d e s i n i b i d o r . Obtivemos o seguinte re s u l t a d o : aumento da secreção sílivar, que durou 20 horas aproximadamente, seguindo-se, en tão, t o s s e fortíssima, boca e garganta secas, que obrigaram a p a c i e n t e a r e t i r a r as denta duras e descansar por 24 horas^ Passado este tempo, a p a c i e n t e novamente r e c o l o c o u as den tad u r a s , notando que a salivação era normal agora, a t o s s e apareceu somente ã tarde e de modo g e r a l a p a c i e n t e se s e n t i a bem d i s p o s t a . Reforçamos, então, o r e f l e x o condicionado sa l i v a r experimental e o r e f l e x o condicionado do bem e s t a r g e r a l l i g a d o s ao uso da prótese. Assim procedendo, estamos trabalhando somente com a ação v e s t i g i a l das excitações.

Em 27-6-958: A pa c i e n t e nos r e l a t o u que logo após a sessão a n t e r i o r , em que ha­víamos reforçado os r e f l e x o s experimentais-, s e n t i u que as dentaduras a i r r i t a v a m e que h£ v i a t o s s e , porém pouca. A salivação ora d i m i n u i a , ora aumentava. S e n t i a - s e em ge r a l me­lhor,.porém i n q u i e t a e angustiada ( d i f i c u l d a d e s na inibição de diferenciação).

Desde o início do tratamento a p a c i e n t e só conseguia manter na boca uma das dentaduras em posição estável, a o u t r a f i c a v a sempre s o l t a . E s t a e s t a b i l i d a d e ora se apre sentava na dentadura s u p e r i o r , ora na i n f e r i o r . Agora, com o aumento da salivação as denta duras se acomodaram um pouco melhor. No entanto, quando e l a s se empurram mutuamente sobre vem a t o s s e .

Depois da sessão a n t e r i o r a p a c i e n t e notou que as c h a p a s f a z i a m jogo para f r e n ­te e para t r a s , sobrevindo tosse e mau e s t a r g e r a l l i g a d o s as sensações de secura da garga£ t a , que p e r s i s t i r a m até chegar em casa. Tendo se d e i t a d o , notou a p a c i e n t e que á s a l i v a -ção aumentava e que aqueles sintomas começavam a desaparecer. Nesta n o i t e dormiu com as dentaduras, sono calmo e t r a n q u i l o , porém amanheceu com a dentadura i n f e r i o r numa das mãos. Na n o i t e s e g u i n t e suportou muito bem as dentaduras na boca dur a n t e toda a n o i t e , tendo dormido normalmente. Na n o i t e que se seguiu a p a c i e n t e se d e i t o u e dormiu a n o i t e i n t e i ­ra como se e s t i v e s s e sob o sono r e f l e x o c o n d i c i o n a d o , acordando p e l a manhã muito arimada, a l e g r e , encarando a vi d a sob outr o prisma.

Novamente reforçamos os reflexos inibidores experimentais.agindo ainda sob a ação v e r t i g i a l . Em 4-7-958: Nesta sessão a paciente d e c l a r o u novamente que não t i n h a ido muito

bem durante o t r a j e t o do consultório ã sua cas a , e s e n t i u que as dentaduras jogavam den­t r o da boca como se procurassem uma outra pcsição. Chegando em casa f o i obrigada a r e t i ­r a r a dentadura i n f e r i o r e assim se acomodou. Passou a n o i t e bem, porém usando somente a s u p e r i o r ^ Pela manhã acordou bem d i s p o s t a e pode usar as duas dentaduras sem d i f i c u l d a -des até ãs 12 horas, momento em que se c o n t r a r i o u com problemas de empregada que não cuia pr1u suas determinações na ausência de sua f i l h a . A c r e s c e , a i n d a , que recebeu pelo t e l e ~ fone notícias desagradáveis l i g a d a s ã sua mãe que estava muito doente e de seu irmão cem diagnóstico de câncer. A p a c i e n t e teria,em consequência, de v o l t a r ao seu estado n a t a l para tomar conta de sua mãe doente e em idade avançada.

Estas excitações f o r t e s determinaram um desequilíbrio dos processos básicos cor t i c a i s , t r a d u z i d o por c r i s e s nervosas de choro, sobrevindo então toda a s i n t o m a t o l o g i a ~ patológica l i g a d a ã sua prótese. A f a l t a de circulação nos membros agravou de t a l modo o seu e s t a d o , que enquanto perdurava a c r i s e de choro não podia d e i t a r - s e ( s i c ) .

Nesta circunstância, ocorreu novo desequilíbrio na dinâmica c o r t i c a l da pac i e n t e , p o i s , se de um lado d e v e r i a p r e s t a r assistência m a t e r i a l e moral ã sua família, por outro lado desejava permanecer no Rio de J a n e i r o para p r o s s e g u i r seu tra t a m e n t o .

A p a c i e n t e entrou em estado de f a s e ; a inibição por diferenciação não se podia t o r n a r e f e t i v a e então a p a c i e n t e entrou numa f r a n c a situação de neurose.

Diante destas ocorrências, a família da p a c i e n t e s o l u c i o n o u o Impasse c r i a d o , com a deliberação de que a p a c i e n t e d e v e r i a permanecer no Rio de J a n e i r o e c o n t i n u a r seu tratamento. V i n t e e quatro horas depois desta deliberação a p a c i e n t e começou a melhorar e toda a s i n t o m a t o l o g i a patológica desapareceu.

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Em 11-7-9S8: A salivação tem aumentado, já não tem a boca seca e a tosse também melhorou, sendo que, de quando em vez, ainda t o s s e no momento em que as dentaduras se des locam para trás. Quando e l a s se deslocam para a f r e n t e começam a f e r i r o lábio i n f e r i o r ( o que não havia o c o r r i d o a i n d a ) , guando as dentaduras tomam aquela posição a salivação au­menta e a t o s s e desaparece. Porem, quando e l a s recuam para a posição p r i m i t i v a , a boca e garganta secam e a tosse sobrevêm.

Repetimos o condicionamento de r e f l e x o s i n i b i d o r e s dos patológicos, sempre a-c r e s c e n t a n d o novos r e f l e x o s i n i b i d o r e s ã medida que íamos d e s c o b r i n d o novos componentes do e s t e r e o t i p o dinâmico patológico.

Em 18-7-958: Nesta sessão preparamos uma gravação de uma hora, em gravador de f i t a , contendo as sugestões para a obtenção de todos os r e f l e x o s c o ndicionados i n i b i d o r e s dos r e f l e x o s c o ndicionados patológicos em c a d e i a (estereótipos patológicos).

A gravação f o i f e i t a na seg u i n t e ordem:

]} Estímulo-sinal de r e f l e x o condi c i onado para o sono r e f l e x o já condicionado com a f i n a l i d a d e de l e v a r a p a c i e n t e õTFetamente a t e r c e i r a f a s e hipnótica ou sono hipnó­t i c o profundo;

2) indução do sono r e f l e x o c ondicionado com a f i n a l i d a d e de manter o sono r e f l e ­xo d u r a n t e o tratamento e provocando surdez f u n c i o n a l aos ruídos a m b i e n t a i s ;

3) estímulos imediatos - metrônomo a 60 b a t i d a s por minuto com a f i n a l i d a d e de manter e aprofundar o sono r e f l e x o ;

4j reflexo inibidor da hiposecreçâo sal i v a r , que provocava secura na boca e gartanta; 5) r e f l e x o i n i b i d o r do desequilíbrio das d e n t a d u r a s ;

6) r e f l e x o i n i b i d o r do movimento que f a z com que as dentaduras se desloquem e f i r a m o lábio i n f e r i o r e taça pressão exagerada nos m a x i l a r e s ;

7) r e f l e x o de a n e s t e s i a condicionada das mucosas e do alvéolo ósseo, s i n a l i z a d o p e l a s próprias dentaduras"; —

8} r e f l e x o c o n d i c i o n a d o e s t i m u l a d o r do aumento da resistência das gengivas e mu cosas ãs pressões normais das dentaduras;

9) r e f l e x o de concentração nos exercícios - utilização do r e f l e x o concentra -dor ou de Investigação;

10) r e f l e x o c o n d i c i o n a d o de equilíbrio das dentaduras ;

11) r e f l e x o condicionado estabelecendo o sono n a t u r a l como estímulo-sinal do sono r e f l e x o condi c i onado, sendo reforçados"todos os r e f l e x o s c o n d i c i o n a d o s terapêuticos duran te o mesmo.

12) r e f l e x o c o n d i c i o n a d o de bem e s t a r g e r a l s i n a l i z a d o p e l a prótese.

Em 1-8-958: A p a c i e n t e apresentou sensíveis melhoras, comparecendo ãs duas sessões c o n s e c u t i v a s com v e s t i d o s novos e cabelos penteados.

Em 9-11 -958: A p a c i e n t e já usa a sua prótese normalmente, se n t i n d o - s e al_egre,bem d i s p o s t a , já recebe e f a z v i s i t a s , procurando se t r a j a r com m a i s - a p u r o e gosto. Pudemos c o n s t a t a r a extinção do estereótipo patológico s i n a l i z a d o pelas dentaduras, e r e i n t e g r a -ção da p a c i e n t e na v i d a normal.

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S U « M A R r

The authors attended a p a c i e n t w i t h a problem t h a t had been tormenting her f o r ten years a l r e a d y . It was a case of i n a d a p t a t i o n to a double t o t a l p r o t h e s i s , havlng the p a c i e n t been submitted to s e v e r a l s u r g i c a l i n t e r v e n t i o n s , owning a l r e a d y nothing l e s s than 28 s e t s of teeth.'

The dentures caused a n x i e t y , s n e e z i n g , cough, raucousness, general i n d i s p o s i t i o r ; , o t a l g i a , and f a c i a l n e u r a l g i a on the r i g h t s i d e .

The treatment was raade aiming at the e x t i n c t i o n of the p a t h o l o g i c c o n d i t i o n e d rçflexs i n ch a i n . For t h i s they made use of: hy p n o s i s ; of the d i s c o v e r y of the s t r u c t u r e of the p a t h o l o g i c dynamic s t e r e o t y p e through anamnesis at wake and under hypn o s i s ; and of the e x t i n c t i o n of the p a t h o l o g i c dynamic s t e r e o t y p e by c r e a t i n g a t h e r a p e u t i c dynamic s t e r e o t y p e which, o v e r l a p p i n g the p a t h o l o g i c one ( p a t h o l o g i c c o n d i t i o n e d r e f l e x e s i n c h a i n ) causes i t s i n h i b i t i o n and, at l a s t , i t s e x t i n c t i o n .

' R E S U M E

Les auteurs ont soigne unepatiente a f f l i g e e , i l y avõit deja d i x ans, par uri problême de manque d'adaptation ã une double prothêse t o t a l e . Cette femme s ' a v a i t dejã soumisè ã p l u s i e u r s i nterven t i ons c h i rurg i ca 1 es (comine approf ondi ssement du v e s t i b u l e , alvéolothomies, e t c ) et p o s s i d a i t pas moins de 28 d e n t i e r s !

Les d e n t i e r s l u i c a u s a i e n t des haut-1e-coeurs, des éternuements, de l a toux, de 1 1enrouement, des douleurs aux o u i e s , de l a n e v r a l g i e f a c i a l e d r o i t e . . .

On a soumis 1 ' i n f i r m e ã un t r a i t e m e n t , qui v i s a i t ã 1 ' e x t i n c t i o n des r e f l e x e s conditionnées pathologiques en chaíne. On a employé pour o b t e n i r ce résultat: 1'hypnose; l a decouverte de i a s t r u c t u r a t i o n du s t e r e o t y p e dynamique p a t h o l o g i q u e , par l e moyen de 1'anamnèse dans l'état de v e i l l e et dans 1'hypnose; et de 1 ' e x t i n c t i o n du s t e r e o t y p e dynamique p a t h o l o g i q u e , par 1 ' e x t i n c t i o n du s t e r e o t y p e dynamique t h e r a p e u t i q u e , qui se superposant au pathologique ( r e f l e x e s conditionnés p a t h o l o g i q u e s en chaíne) provoque sen i n h i b i t i o n e t , f i n a l e m e n t , son e x t i n c t i o n .

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