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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Curso de Enfermagem
FABÍOLA DE FARIAS TELEKEN
FERNANDO CARDOSO DE OLIVEIRA
PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM ACERCA DOS FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
Bragança Paulista 2015
FABÍOLA DE FARIAS TELEKEN - RA: 001201100926 FERNANDO CARDOSO DE OLIVEIRA - RA: 001201100286
PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM ACERCA DOS FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
Monografia apresentado ao Curso de Enfermagem, do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde, da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro. Orientadora: Profa Especialista Denise de Souza Ribeiro
Bragança Paulista 2015
FABÍOLA DE FARIAS TELEKEN FERNANDO CARDOSO DE OLIVEIRA
PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM ACERCA DOS FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO
Monografia defendida e aprovada na Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção do título de Enfermeiro. Data de aprovação: ___/___/___
Banca examinadora:
___________________________________________________________________
Profª Especialista Denise de Souza Ribeiro (Orientadora Temática)
Universidade São Francisco
___________________________________________________________________
Profª Dra. Alecssandra de Fátima Silva Viduedo (Orientadora Metodológica)
Universidade São Francisco
___________________________________________________________________
Profª Ms. Gisleide Carvalho Góes Fernandes (Examinadora)
Universidade São Francisco
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus,
ao meu esposo Bruno e aos meus
professores pelo incentivo e motivação, para
que eu alcançasse meu objetivo.
Fabíola de Farias Teleken
Dedico este trabalho, primeiramente a Deus,
que esteve comigo em todos os momentos, a
minha mãe Maria Rosa e ao meu pai José
Roberto, por terem me concedido a vida, e
em especial à minha esposa Luciana pela
paciência e cooperação, sem a qual jamais
teria conseguido vencer esta importante etapa
da minha vida.
Fernando Cardoso de Oliveira
AGRADECIMENTOS
À Deus por ter nos dado a oportunidade, habilidade, capacidade e conhecimento.
À Universidade São Francisco por ter nos proporcionado um ensino superior de
qualidade.
Ao Dr. Carlos Augusto Real Martinez, Presidente do Centro de Estudos e Pesquisa
Dr. João Baptista de Andrade, do Hospital Universitário São Francisco na Providência de
Deus, que nos permitiu coletar os dados para apresentação do presente estudo.
À Profª Especialista Denise de Souza Ribeiro, orientadora temática, pelas ideias,
pelo rigor científico e acima de tudo pela pessoa humana que é, trazendo até nós o
diferencial de um agente de saúde, que é olhar todos com carinho amor e atenção,
oferecendo o que temos de melhor em nossa profissão.
À Profª Dra. Alecssandra de Fátima Silva Viduedo, orientadora metodológica, pelas
discussões científicas, contribuições, sugestões e críticas a este trabalho.
Aos nossos professores, familiares e amigos que direta ou indiretamente
contribuíram para a concretização deste trabalho, a todos somos imensamente gratos!
“Que os vossos esforços desafiem as
impossibilidades, lembrais-vos de que as grandes coisas do homem foram
conquistadas do que parecia impossível”, Charles Chaplin
RESUMO
A infecção do sítio cirúrgico (ISC) é algo que tem causado preocupação dentro dos hospitais, pois representa altos índices de morbidade e mortalidade e altos custos referentes ao tratamento. Assim, o presente estudo objetivou analisar a percepção acerca dos fatores que favorecem a ocorrência da ISC em uma equipe de enfermagem, de um centro cirúrgico de um hospital universitário. Trata-se de uma pesquisa de campo de natureza qualitativa do tipo exploratório descritiva. Participaram do estudo 37 profissionais, que incluíram técnicos de enfermagem, instrumentadores cirúrgicos e enfermeiros. O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário elaborado e aplicado aos participantes do estudo. Para análise de dados destas foi utilizado a técnica do discurso do sujeito coletivo (Lelevre e Lelevre, 2000). Os resultados sugerem que a percepção da enfermagem acerca dos fatores de risco da ISC ainda é bastante deficiente dentro da instituição. Conclui-se que é de extrema urgência a implantação de programas de educação continuada e permanente dentro da instituição, uma vez que, é algo considerado muito importante pelos funcionários e que poderia sanar todas essas deficiências encontradas dentro do centro cirúrgico. Conclui-se também que o papel do enfermeiro acerca da prevenção de ISC envolve várias esferas, que incluem o enfermeiro da SCIH, da educação continuada e permanente e dos enfermeiros que atuam na unidade, visto que são possuidores de conhecimento técnico e cientifico e juntos podem contribuir de forma relevante para o treinamento e capacitação de toda a equipe, de modo a prestar uma assistência de mais qualidade.
Palavras-chave: infecção de sítio cirúrgico. educação continuada. enfermagem.
ABSTRACT
The surgical site infection (SSI) is something that has caused concern within hospitals, as is high morbidity and mortality and high costs for the treatment. Thus, this study aimed to analyze the perception of the factors that favor the occurrence of SSI in a nursing staff, a surgical center of a university hospital. It is a qualitative field research of descriptive exploratory type. The study included 37 professionals, which included nursing technicians, surgical scrub nurses and nurses. The instrument used for data collection was a questionnaire developed and applied to study participants. For data analysis of the speech was used technique of collective subject (Lelevre and Lelevre, 2000). The results suggest that the perception of nursing about the SSI of risk factors is still rather poor within the institution. In conclusion, it is of utmost urgency the implementation of continuous and permanent education programs within the institution, since it is something considered very important by the staff and it could remedy all these deficiencies found in the operating room. Also conclude that the role of nurses about SSI prevention involves various spheres, including the nurse's SCIH, the continued and permanent education and nurses working in the unit, as they are technical and scientific knowledge holders and together can contribute significantly to the development and training of all staff in order to provide a more quality service. Key words: surgical site infection. continuing education. nursing.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 – Caracterização da amostra, segundo gênero........................................... 24
Tabela 1.1 – Caracterização da amostra, segundo faixa etária..................................... 24
Tabela 1.2 – Caracterização da amostra, segundo o tipo de função do participante ... 25
Tabela 1.3 – Caracterização da amostra, segundo o tempo de função do
participante................................................................................................
25
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 – Percepção do profissional acerca da infecção do sítio cirúrgico, tendo em
vista as normas da NR32..............................................................................
26
Gráfico 2 – Nível de conhecimento dos profissionais acerca do índice de infecção do
sítio cirúrgico da instituição...........................................................................
27
Gráfico 3 – Dificuldade dos profissionais quanto à lavagem das mãos.......................... 28
Gráfico 4 – Protocolo de lavagem das mãos e uso de álcool gel.................................... 29
Gráfico 5 – Periodicidade da realização de ações educativas sobre prevenção de
infecção do sítio cirúrgico..............................................................................
30
Gráfico 6 – Medidas utilizadas para prevenção de infecção do sítio cirúrgico dentro da
instituição durante as atividades...................................................................
31
Gráfico 7 – Índice de conhecimento dos funcionários acerca do Checklist para
Cirurgia Segura e a importância desse instrumento para o controle de
infecção do sítio cirúrgico..............................................................................
32
Gráfico 8 – Contribuição do técnico de enfermagem na prevenção da infecção do
sítio cirúrgico.................................................................................................
33
Gráfico 9 – Contribuição do enfermeiro na prevenção da infecção do sítio
cirúrgico.........................................................................................................
34
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
COFEN – Conselho Federal de Enfermagem
CNS – Conselho Nacional de Saúde
CONEP – Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
EPI – Equipamento de proteção individual
HM – Higienização das mãos
HUSF – Hospital Universitário São Francisco
IES – Instituição de Ensino Superior
IH – Infecção hospitalar
ISC – Infecção do sítio cirúrgico
MS – Ministério da Saúde
NR – Norma Regulamentadora
OMS – Organização Mundial de Saúde
RDC – Resolução da Diretoria Colegiada
RN – Recém nascido
RPA – Recuperação pós-anestésica
SCIH – Serviço de Controle de Infecção Hospitalar
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO................................................................................................................ 14
2. JUSTIFICATIVA.............................................................................................................. 18
3. OBJETIVOS.................................................................................................................... 19
3.1 Objetivo Geral............................................................................................................... 19
3.2 Objetivos Específicos.................................................................................................... 19
4. METODOLOGIA............................................................................................................. 20
5. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA...................................... 22
5.1 O Hospital Universitário São Francisco......................................................................... 22
5.2 Capacidade de Atendimento......................................................................................... 22
5.3 Recursos Humanos....................................................................................................... 22
5.4 Planta Física do Centro Cirúrgico................................................................................. 22
5.5 Procedimentos Cirúrgicos............................................................................................. 23
6.6 Educação Continuada no Centro Cirúrgico................................................................... 23
6. RESULTADOS................................................................................................................ 24
7. DISCUSSÃO................................................................................................................... 35
8. CONCLUSÃO................................................................................................................. 45
REFERÊNCIAS................................................................................................................... 46
APÊNDICES....................................................................................................................... 50
APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados............................................................... 50
ANEXOS............................................................................................................................. 53
ANEXO A – Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos......................... 53
ANEXO B – Parecer Consubstanciado do CEP.................................................................. 54
ANEXO C – Termo de Consentimento Livre Esclarecido................................................... 56
ANEXO D – Carta de Autorização...................................................................................... 57
ANEXO E – Autorização do Centro de Estudos................................................................. 58
14
1. INTRODUÇÃO
Infecções do sítio cirúrgico (ISC) são infecções que ocorrem em decorrência da
manipulação cirúrgica, acometendo tecido subcutâneo, tecidos moles profundos,
órgão e cavidades manipuladas. Enquadra-se como aquelas que ocorrem até o 30º
dia de pós-operatório ou até um ano nos casos de cirurgias com implante de próteses
(APECIH, 2009).
A Infecção hospitalar (IH) constitui um grave problema de saúde pública no
país e no mundo, entre elas, salientamos a ISC que é a infecção mais comum entre os
pacientes cirúrgicos, sendo que dois terços delas envolvem a incisão e um terço
envolve órgãos e espaços abordados durante o procedimento (POVEDA; GALVÃO,
2005).
A ISC, devido a seus altos índices de morbidade e mortalidade e altos custos
referentes ao tratamento é considerada uma das maiores e mais importantes
complicações pós-operatórias, além de estar diretamente ligada a uma assistência de
qualidade (MORAES; GALVÃO, 2006).
Este tipo de infecção representa um subgrupo de um conjunto de infecções
conhecidas como infecções associadas aos serviços de saúde. A ISC é a principal
causa de infecção relacionada aos serviços de saúde nas enfermarias cirúrgicas;
ocupa a terceira posição entre todas as infecções relacionadas aos serviços de saúde,
correspondendo de 14% a 16% das infecções encontradas em pacientes
hospitalizados (BRASIL, 2009b).
É importante identificar os fatores de risco aos quais os pacientes estão
expostos e os fatores relacionados ao período perioperatório, além de minimizar sua
ocorrência durante seu período de internação e processo de reabilitação cirúrgica
(AGUIAR et al., 2012).
A maior parte das ISC são causadas por microrganismos provenientes do
próprio paciente. A profilaxia com antibióticos não é capaz de prevenir a infecção se
não houver cuidados adequados para minimizar a presença de bactérias no campo
operatório (CASSETTARI et al, 2009).
A equipe cirúrgica também é uma importante fonte de patógenos. Frente a isso
o uso da paramentação cirúrgica é uma forma coerente de prevenção de transmissão
de contaminação e de infecção, tanto para o profissional como para o paciente, e o
uso adequado está relacionado, também, com a garantia da manutenção da assepsia
(CATANEO et al., 2004).
Durante o procedimento anestésico-cirúrgico, a chance de uma contaminação
ambiental é muito grande devido ao número e trânsito de pessoas na sala de
15
operação, abertura de portas constantemente, o que promove a turbulência do ar e
aumenta a quantidade e o movimento de microrganismos no ambiente, e por estar à
ferida cirúrgica exposta ao contingente microbiano proveniente do ambiente e da
equipe cirúrgica. Assim, fatores de risco de IH, no paciente cirúrgico, são múltiplos e
interligados (NOBRE et al., 2001).
Por isso, o ambiente físico hospitalar é de extrema relevância, sendo
necessário que as normas estabelecidas pela RDC (Resolução da Diretoria Colegiada)
Nº 50 no que tange a atenção à ventilação, iluminação, limpeza, entre outros, sejam
rigorosamente seguidas, pois estes aspectos, quando adequados, são capazes de
manter o organismo em condições favoráveis para o restabelecimento da saúde do
paciente (SILVA; ALVIN, 2010).
As infecções podem ser classificadas como evitáveis e não evitáveis. Infecções
evitáveis são aquelas em que se pode interferir na cadeia de transmissão dos
microrganismos através de medidas reconhecidamente eficazes como a lavagem das
mãos, o processamento dos artigos e superfícies, a utilização dos equipamentos de
proteção individual, no caso do risco laboral e a observação das medidas de assepsia.
Já as infecções não evitáveis são aquelas em que não se pode interferir, pois mesmo
utilizando-se todas as precauções padrão elas se instalam, uma vez que, são
infecções que acometem pacientes imunologicamente comprometidos (PEREIRA et
al., 2005).
Todo paciente tem direito a um atendimento de qualidade e o profissional de
enfermagem desempenha um papel muito importante neste contexto, pois se este
profissional é capaz de prestar um cuidado atencioso, sério e competente, muito
sofrimento pode ser amenizado e mortes podem ser evitadas, contudo para isso é
preciso uma constante atualização para conhecer o que melhor e mais eficaz a
Medicina e a prática da Enfermagem podem, hoje, oferecer (SILVA; SEIFFERT, 2009).
Segundo Carvalho (2010), não bastam somente investimentos maciços nos
hospitais, é necessário também investir nos profissionais de saúde, qualificá-los para
que desenvolvam práticas de controle de infecções ajudando na assistência segura e
qualificada, que minimizem as internações, os altos custos hospitalares, o sofrimento
tanto dos pacientes como dos familiares, trazendo uma boa repercussão para toda a
sociedade, visando à redução dos casos de morbidade e mortalidade envolvidas nas
infecções pós-operatórias.
Oliveira e Muruyama (2008), defendem que os investimentos em altas
tecnologias em saúde não são suficientes quando não se leva em consideração a
importância de se investir no potencial humano como um elemento fundamental para a
o desenvolvimento de práticas de controle de infecção que culminem numa assistência
16
segura e qualificada, que minimiza a permanência na internação, o aumento dos
custos hospitalares, o sofrimento dos pacientes e de suas famílias, trazendo
repercussões para toda a sociedade.
Segundo Nobre et al. (2001), é necessário que haja nas instituições
hospitalares uma reavaliação constante das práticas utilizadas, bem como a
atualização, através da educação continuada, sobre os avanços técnico científicos
para o controle da ISC.
Neste contexto de novas técnicas empregadas na prevenção da ISC, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) defende que para se ter uma cirurgia segura, é
necessário se elaborar um protocolo, ou seja, um conjunto de regras estabelecidas em
um consenso com o objetivo de tornar as intervenções cirúrgicas mais seguras para
paciente de todo mundo. De forma prática, trata-se de um Checklist Padrão que deve
ser seguido pela equipe cirúrgica – anestesista, cirurgião, assistente e profissionais de
enfermagem (BRASIL, 2009a).
A maioria dos hospitais busca fazer a maioria das coisas certas, na maioria dos
pacientes, na maior parte do tempo, com o Checklist cirúrgico pode-se fazer todas as
coisas certas para todos os pacientes, todo o tempo. Este instrumento é muito eficaz e
sua implantação está associada à redução de complicações cirúrgicas e de
mortalidade nos hospitais em que é utilizado (VASCONCELLOS; HUTTER, 2009).
Outro ponto importante a ser abordado no que tange a prevenção da ISC é o
papel que o enfermeiro desempenha neste processo, este profissional atua na
educação continuada e deve conhecer o processo produtivo em saúde, a fim de
identificar os problemas do trabalho e as necessidades concretas de aprimoramento
do conhecimento de sua equipe. A grande maioria dos profissionais de saúde acha
importante a participação deste profissional neste processo, devido ao seu
conhecimento da realidade, atualização profissional, habilidade/domínio de
determinado assunto, motivação/participação, integração/continuidade (SILVA;
SEIFFERT, 2009).
Por meio do ensino, o enfermeiro deve propor programas educativos
periódicos, para todas as equipes do centro cirúrgico, buscando promover a
conscientização da importância da aplicação de medidas para a prevenção da ISC,
isso levará a melhoria da assistência prestada ao cliente e as condições de trabalho
na unidade, bem como a diminuição dos custos hospitalares (CATANEO et al., 2004).
Para Kunzle et al. (2006), há entre os profissionais de saúde diversos mitos e
rituais praticados no centro cirúrgico relacionado ao controle da IH. Para que se possa
gradualmente desmistificar estas questões, é necessário investir nos programas de
educação permanente, propiciando uma melhor capacitação dos recursos humanos,
17
refletindo numa importante melhoria dos resultados de controle de infecção,
assistência ao paciente e otimização de recursos hospitalares e novas pesquisas
científicas.
Para que a educação dos profissionais de enfermagem seja um processo
permanente, o trabalho diário deve ser considerado como eixo do processo educativo,
fonte de conhecimento e objeto de transformação que privilegia participação coletiva e
interdisciplinar (SILVA; SEIFFERT, 2009).
18
2. JUSTIFICATIVA
A ISC sempre foi algo que preocupou a equipe dentro dos hospitais. Mesmo
com todos os avanços da medicina esse problema é algo recorrente e que costuma
trazer sérias complicações ao paciente (CARVALHO, 2010).
Algumas instituições investem seriamente em educação continuada de sua
equipe para evitar este tipo de problema, promovendo frequentemente palestras e
reavaliações das práticas utilizadas para se combater esse tipo de infecção, contudo
na grande maioria dos hospitais o que se vê é um grande despreparo dos profissionais
de saúde, que muitas vezes já vem de uma formação insuficiente dos cursos de
enfermagem o que é agravado pela falta de investimento em educação dentro do
ambiente de trabalho.
Este despreparo pode ser percebido no processo de lavagem, desinfecção e
esterilização dos instrumentos, assim como, nas técnicas incorretas de antissepsia e
do manuseio de materiais e medicamentos utilizados na cirurgia.
O profissional de saúde tem o dever de zelar pelo bem estar de seu paciente
evitando que complicações ocorram, contudo para que este profissional possa
desenvolver seu papel com eficácia e eficiência é necessário dar suporte a ele,
fornecendo educação continuada de qualidade, possibilitando assim, a melhora na
assistência e proporcionando um ambiente mais seguro aos pacientes.
Com base nisso, justificou-se a importância desse estudo, pois ao realizarmos
um levantamento da percepção dos profissionais de enfermagem sobre os fatores que
favorecem a ocorrência da ISC, pudemos identificar as principais deficiências da
equipe e demonstrar os aspectos importantes no controle da infecção que devem ser
levados em consideração. Com o estudo foi possível ainda demonstrar o papel de
relevância que o enfermeiro desempenha no processo de controle da ISC, além da
sua atuação na educação continuada, através da qual pode contribuir para que a
equipe esteja sempre bem treinada e bem preparada, fator este que além de
proporcionar uma assistência de melhor qualidade também pode diminuir os custos do
hospital.
19
3. OBJETIVOS
3.1 Objetivo Geral
Analisar a percepção acerca dos fatores que favorecem a ocorrência da ISC em
uma equipe de enfermagem, no Hospital Universitário São Francisco na Providência
de Deus.
3.2 Objetivos Específicos
Conhecer o perfil da amostra em estudo.
Identificar a contribuição da educação continuada acerca da prevenção de ISC.
Evidenciar o papel do enfermeiro no processo de controle de ISC.
20
4. METODOLOGIA
O presente estudo tratou-se de uma pesquisa de campo de natureza qualitativa
do tipo exploratório descritiva, que foi realizado no centro cirúrgico do Hospital
Universitário São Francisco na Providência de Deus (HUSF), situado no município de
Bragança Paulista, SP.
A implantação da proposta ocorreu no período de fevereiro e março de 2015.
Participaram do estudo 37 (trinta e sete) profissionais, sendo 30 (trinta) técnicos de
enfermagem e 4 (quatro) instrumentadores cirúrgicos e 3 (três) enfermeiros. Os
critérios de inclusão foram profissionais técnicos de enfermagem e enfermeiros que
atuam no centro cirúrgico, sem restrição de faixa etária ou sexo. Sendo os critérios de
exclusão a recusa em participar do estudo, colaboradores que atuem a menos de 6
(seis meses) no centro cirúrgico e colaboradores que estejam de licença médica.
O instrumento utilizado para coleta de dados foi um questionário (Apêndice A)
elaborado e aplicado pelos próprios pesquisadores aos colaboradores de enfermagem
participantes do estudo. O mesmo constitui-se de cinco questões fechadas e quatro
questões abertas onde, para a análise de dados destas foi utilizado a técnica do
discurso do sujeito coletivo (Lelevre e Lelevre, 2003) que é uma proposta de
organização e tabulação de dados qualitativos de natureza verbal, obtidos por meio de
depoimentos. A abordagem aos participantes ocorreu conforme a disponibilidade dos
profissionais e aceitação do campo de pesquisa deste trabalho.
A pesquisa foi cadastrada no Conselho Nacional de Ética em Pesquisa
(CONEP) (Anexo A), e posteriormente submetida à aprovação do Comitê de Ética da
Universidade São Francisco (Anexo B), sendo devidamente autorizada. A pesquisa
também necessitou da autorização da instituição concedente.
Após, liberada pela instituição foi realizada a pesquisa, as pessoas
entrevistadas foram orientadas quanto aos objetivos e propósitos do estudo e quando
houve concordância conforme Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde
(CNS) assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Anexo C) e ficaram
com uma cópia do mesmo, para início da coleta dos dados. Não houve qualquer forma
de coação, constrangimento aos entrevistados ou qualquer tipo de prejuízo para as
pessoas participantes da pesquisa. Para manter o sigilo, anonimato e preservar a
identidade dos participantes, os mesmos foram identificados apenas pelas iniciais dos
nomes segundo a concordância de cada participante.
Em um primeiro momento, foi realizada uma leitura não interpretativa, no
sentido apenas de tomar conhecimento total dos dados obtidos. Em seguida, os dados
foram tabulados e se constituíram dos dados da pesquisa. Posteriormente e como
21
última fase da pesquisa, foi realizada a análise dos dados obtidos quando a essência
do fenômeno foi desvelada, sendo, então, compreendida a interrogação originária da
pesquisa.
22
5. BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO DO CAMPO DE PESQUISA
5.1 O Hospital Universitário São Francisco
O HUSF iniciou suas atividades em 1974, atrelado às necessidades da
Faculdade de Medicina da Universidade São Francisco. Hoje, com mais de 35 anos de
vida, é reconhecido como Hospital de Ensino pelo Ministério da Saúde e da Educação
e conta com 169 leitos para pacientes internados em tratamento clínico, cirúrgico e
maternidade.
O HUSF é o Hospital Geral mais importante para as comunidades da região
bragantina em razão de suas atividades de alta complexidade, desenvolvimento de
pesquisas e intervenções de elevada especialização, é considerado também como
referência regional para atendimento de urgência e emergência, atendimento
ambulatorial especializado, cirurgia cardíaca, transplante renal e parto de alto risco,
numa área com população de aproximadamente 500 mil habitantes.
5.2 Capacidade de Atendimento
Com capacidade anual para realizar mais de 78 mil horas de cirurgias e 60 mil
diárias de internação, a atuação do HUSF é reconhecidamente de suma importância
para a saúde da região de Bragança Paulista (SP) e Sul de Minas.
5.3 Recursos Humanos
Toda essa estrutura funciona com o apoio de 760 funcionários, além de
médicos, residentes, professores e alunos, dedicados aos pacientes, seus amigos e
familiares.
5.4 Planta Física do Centro Cirúrgico
A planta física do centro cirúrgico da instituição em questão é composta por:
05 salas cirúrgicas de médio porte;
04 salas cirúrgicas de grande porte;
01 sala de recepção do recém-nascido (RN);
01 sala de recuperação pós-anestésica (RPA);
01 farmácia para atendimento exclusivo do centro cirúrgico;
23
01 sala da coordenação;
01 sala da escrituração;
01 sala de laboratório;
02 salas de equipamentos;
01 sala de materiais e insumos;
01 copa;
01 rouparia;
02 vestiários com banheiros;
01 conforto médico.
5.5 Procedimentos Cirúrgicos
Segundo dados informados pela instituição, foram realizados no mês de
dezembro de 2014, 591 procedimentos cirúrgicos, no mês de janeiro de 2015 foram
realizados 657 procedimentos cirúrgicos e no mês de fevereiro chegou a 610
procedimentos cirúrgicos que resulta numa média de 619,33 procedimentos/mês.
6.6 Educação Continuada no Centro Cirúrgico
Segundo a enfermeira da SCIH a educação continuada é realizada
mensalmente com temas gerais, na sala de treinamento, por três enfermeiros, contudo
a adesão é muito baixa, com abrangência de 30 a 40%.
A educação permanente atualmente não existe, porém existe um projeto para
início ainda neste ano, no qual pretendem realizar sendo uma reunião quinzenal com
os enfermeiros de todos os setores, onde serão abordados diversos temas que
posteriormente deverão ser repassados pelos responsáveis para os técnicos de
enfermagem diariamente.
24
6. RESULTADOS
O presente estudo teve início com 48 participantes, contudo 11 foram
excluídos da pesquisa (1 por ser ele o autor do estudo, 2 por estarem de licença
maternidade, 2 por serem funcionários a menos de 6 meses e 6 que se recusaram a
responder o questionário). Com isso o estudo foi concluído com 37 participantes.
Para análise dos dados da caracterização da amostra foi feita uma tabulação
referente ao gênero, à faixa etária, à função e ao tempo de função dos enfermeiros,
técnicos de enfermagem e instrumentadores cirúrgicos envolvidos na pesquisa,
conforme as tabelas 1, 1.1, 1.2 e 1.3.
Também foram elaborados gráficos e quadros referentes às respostas dadas
pelos colaboradores sobre as principais contribuições da educação continuada acerca
da prevenção de ISC e também sobre o papel do enfermeiro no processo de controle
de ISC, com o intuito de atingir os objetivos propostos.
Tabela 1 – Caracterização da amostra, segundo gênero (n=37). Bragança Paulista, 2015. Com pode-se observar na Tabela 1, a maioria dos participantes da pesquisa era do sexo feminino (29 ou 78,4%).
GÊNERO NÚMERO PORCENTAGEM
FEMININO 29 78,4%
MASCULINO 8 21,6%
TOTAL 37 100,0%
Tabela 1.1 – Caracterização da amostra, segundo faixa etária (n=37). Bragança Paulista, 2015.
Quanto à idade, a variação foi de 18 a 69 anos, a maior parte dos participantes
tem idade entre 20 e 29 anos (20 ou 54,1%), seguida por participantes com idade
entre 30 e 49 anos (12 ou 32,4%), apenas 2 participantes tem idade entre 50-59 anos
e 1 com idade entre 60-69 anos.
IDADE NÚMERO PORCENTAGEM
< 20 AN0S 2 5,4%
20 - 29 ANOS 20 54,1%
30 - 39 ANOS 6 16,2%
40 - 49 ANOS 6 16,2%
50 - 59 ANOS 2 5,4%
60 - 69 ANOS 1 2,7%
TOTAL 37 100,0%
25
Tabela 1.2 – Caracterização da amostra, segundo o tipo de função do participante n=37). Bragança Paulista, 2015.
Com relação à função exercida pelos participantes a grande maioria exerce a
função de técnico de enfermagem (30 ou 81,1%), seguido pelos instrumentadores
cirúrgicos (4 ou 10,8%) e por fim pelos enfermeiros (3 ou 8,1%).
FUNÇÃO NÚMERO DE
PROFISSIONAIS PORCENTAGEM
ENFERMEIRO 3 8,1%
TÉCNICO DE ENFERMAGEM 30 81,1%
INSTRUMENTADOR CIRÚRGICO 4 10,8%
TOTAL 37 100,0%
Tabela 1.3 – Caracterização da amostra, segundo o tempo de função do participante (n=37). Bragança Paulista, 2015.
Quanto ao tempo que cada profissional exerce a função no centro cirúrgico, a
variação foi de 7 meses à 29 anos, a maior parte dos participantes trabalha no setor
entre 7 meses e 4 anos (25 ou 67,6%), seguidos pelos que tem de 10 a 19 anos de (5
ou 13,5%) e por fim os que exercem a função de 20 a 29 anos (4 ou 10,8%) e 5 a 9
anos (3 ou 8,1%), respectivamente.
TEMPO DE FUNÇÃO NÚMERO DE
PROFISSIONAIS PORCENTAGEM
6 MESES - 4 ANOS 25 67,6%
5 - 9 ANOS 3 8,1%
10 - 19 ANOS 5 13,5%
20 - 29 ANOS 4 10,8%
TOTAL 37 100,0%
Quanto à aplicação do questionário sobre a percepção do profissional acerca
da ISC, segundo as normas da NR32, obteve-se os seguintes resultados, para as
perguntas fechadas, conforme os gráficos 1, 2, 3, 4 e 5.
26
Gráfico 1 – Percepção do profissional acerca da ISC, tendo em vista as normas da NR32. Bragança Paulista, 2015.
Ao ser questionado sobre a percepção acerca da ISC, tendo em vista as
normas da NR32, a maioria dos participantes (21 ou 56,7%) respondeu que algumas
equipes respeitam as normas e outras não. Quatorze participantes (37,8%)
responderam que todas as equipes respeitam as normas parcialmente, um
participante (2,7%) disse que todas as equipes respeitam rigorosamente e um (2,7%)
respondeu que as normas NR32 não são respeitadas.
2,7%
37,8%
56,7%
2,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Todas as equipes respeitam
rigorosamente
Todas as equipes respeitam
parcialmente
Algumas equipes respeitam e outras
não
As normas da NR32 não são respeitadas
27
Gráfico 2 – Nível de conhecimento dos profissionais acerca do índice de ISC da instituição. Bragança Paulista, 2015.
No segundo item do questionário foi perguntado aos participantes se eles
conheciam o índice de ISC da instituição em que trabalham. Vinte e cinco participantes
(67,6%) responderam que não, e doze (32,4%) disseram que conhecem estes índices.
32,4%
67,6%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
SIM NÃO
28
Gráfico 3 – Dificuldade dos profissionais quanto à lavagem das mãos. Bragança Paulista, 2015.
Na terceira pergunta os participantes foram questionados sobre a dificuldade
de lavagem de mãos no setor. A grande maioria (26 ou 70,3%) respondeu que não
tem dificuldades para realizar a lavagem das mãos durante o trabalho, dez
participantes (27%) disseram que às vezes tem dificuldade de lavar as mãos, devido à
rotina intensa e ao pouco número de colaboradores do setor, um participante (2,7%)
disse que não há dificuldade na lavagem das mãos, o que falta é mais conscientização
por parte das equipes. Nenhum participante respondeu que tem dificuldade no acesso
aos dispensadores de álcool gel e as pias e que estes são inadequados e distantes.
70,3%
27,0%
0,0% 2,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
Não tem dificuldade As vezes com a rotina intensa ou poucos colaboradores não
tem tempo
O acesso de dispensadores de
álcool em gel e pia são inadequados/distantes
Outros
29
Gráfico 4 – Protocolo de lavagem das mãos e uso de álcool gel. Bragança Paulista, 2015.
Na quarta pergunta os participantes foram questionados sobre a maneira como
é realizada a lavagem das mãos e a utilização do álcool gel. Dezenove participantes
(51,4%) responderam que realizam a lavagem das mãos conforme protocolo interno
sempre que possível, treze (35,1%) disseram que às vezes não conseguem realizar a
lavagem das mãos, cinco participantes (13,5%) disseram que realizam a lavagem das
mãos nos cinco momentos preconizados pelo Ministério da Saúde (MS).
51,4%
13,5%
35,1%
0,0% 0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Realizo conforme protocolo interno
sempre que possível
Realizo nos cinco momentos
preconizados pelo MS
As vezes não consigo realizar
outros
30
Gráfico 5 – Periodicidade da realização de ações educativas sobre prevenção de ISC. Bragança Paulista, 2015.
Na pergunta de número cinco os participantes foram questionados sobre a
frequência em que são realizadas as ações educativas sobre prevenção de ISC. A
maioria dos entrevistados (20 ou 54,1%) disseram que não recebem educação
continuada acerca da ISC na instituição, quatro participantes (10,8) disseram que
recebem ações educativas mensalmente, outros quatro (10,8%) disseram que
participam das ações educativas semanalmente, seis (16,2%) informaram que
recebem anualmente e três funcionários (8,1%) responderam outras, dentre as
respostas destes colaboradores obtivemos: dois deles relatam que recebe ações
educativas, contudo não há uma frequência definida, um dos colaboradores disse que
as ações na instituição são mais frequentes através de cartazes e manuais.
10,8% 10,8%
16,2%
54,1%
8,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
Mensal Semanal Anual Não recebe Outra
31
Para as perguntas abertas, obtivemos as seguintes respostas conforme os
gráficos 6, 7, 8 e 9.
Gráfico 6 – Medidas utilizadas para prevenção de ISC dentro da instituição durante as
atividades. Bragança Paulista, 2015.
Na sexta pergunta os participantes foram questionados sobre as medidas que
utilizam para prevenir ISC dentro da instituição durante suas atividades. A grande
maioria dos entrevistados (32 ou 86,5%) respondeu que a lavagem das mãos é a
medida mais utilizada, dezenove participantes (51,3%) respondeu que utiliza
Equipamentos de proteção individual (EPI), dezoito (48,6%), disseram que realizam a
limpeza concorrente e terminal da sala, onze (29,7%) responderam que se utilizam de
outras medidas, as quais não estavam descritas no questionário, dez (27%) realiza a
abertura correta dos materiais estéreis, oito (21,6%) realiza a assepsia e degermação
da pele, cinco funcionários (13,5%) fizeram referência a não utilização de adornos e
por fim três (8,1%) falaram da organização da sala, três (8,1%) disseram que orientam
outras equipes e outros três colaboradores (8,1%) disseram que realizam a
conferência do prazo de validade e de esterilização dos materiais como medida de
prevenção de ISC.
86,5%
51,3% 48,6%
29,7% 27,0% 21,6%
13,5% 8,1% 8,1% 8,1%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
80,0%
90,0%
100,0%
32
Gráfico 7 – Índice de conhecimento dos funcionários acerca do Checklist para Cirurgia
Segura e a importância desse instrumento para o controle de ISC. Bragança Paulista,
2015.
Na pergunta número 7 os funcionários foram questionado se conheciam o
Checklist para Cirurgia Segura e se sabiam a importância desse instrumento para o
controle de ISC. Vinte colaboradores (54%), responderam que conhecem e dezessete
(45,9%) disseram que desconhecem o Checklist. Quanto à importância do instrumento
seis participantes (16,2%) relataram que o instrumento é importante para orientação,
avaliação e prevenção de infecção no pós-operatório, diminuindo os riscos para o
paciente, cinco (13,5%) disseram que é importante, pois não permite a quebra de
barreiras de segurança, três (8,1%) disseram que é importante, pois assim a equipe
pode reconhecer e se preparar para os riscos no pré, trans e pós-cirurgia, três (8,1%)
disseram que é importante para evitar o uso incorreto de materiais, mais três (8,1%)
relataram que é importante na padronização das ações dentro do centro cirúrgico
minimizando as infecções e outros três (8,1%) não souberam responder, dois
participantes do estudo (5,4%) não quiseram opinar e por fim um deles (2,7%) disse
que o instrumento é importante, pois promove mais aperfeiçoamento aos
colaboradores.
54,0%
45,9%
16,2% 13,5%
8,1% 8,1% 8,1% 8,1% 5,4%
2,7%
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
33
Gráfico 8 – Contribuição do técnico de enfermagem na prevenção da ISC. Bragança
Paulista, 2015.
Na oitava questão foi perguntado aos colaboradores de qual maneira o técnico
de enfermagem pode contribuir na prevenção da ISC. Dez funcionários (27%)
responderam que esses profissionais tem uma contribuição primordial, pois é quem
permanece mais tempo com o paciente e é o responsável pela sala cirúrgica, sete
(18,9%) disseram que os técnicos de enfermagem contribuem mantendo o ambiente
limpo e organizado, sete (18,9%) disseram que contribuem lavando as mãos e outros
sete (18,9%) não opinaram, seis (16,2%) disseram que esta contribuição se dá quando
os técnicos desempenham suas funções com dedicação e responsabilidade, seguindo
todas as normas e protocolos para evitar infecção, quatro (10,8%) disseram que
contribuem quando utilizam-se dos EPIs, outros quatro (10,8%) relataram que a
contribuição dos técnicos se faz presente quando estes utilizam as técnicas
apropriadas, aplicando seus conhecimentos, tomando medidas de prevenção e
estimulando os demais a fazer o mesmo, dois (5,4%) disseram que a contribuição se
faz presente quando os técnicos encaminham os materiais contaminados ao expurgo,
um colaborador (2,7%) disse que a contribuição ocorre quando este profissional
realiza curativo com técnica correta, um outro (2,7%) descreve que os técnicos de
enfermagem tem uma grande contribuição, pois são os maiores manipuladores dentro
do centro podendo assim fazer uma maior prevenção, um (2,7%) fala sobre a
higienização de materiais e equipamentos e um último (2,7%) relata que a contribuição
do técnico se dá quando este auxilia a equipe médica no preparo da cirurgia, apenas
um participante (2,7%) não soube responder a questão.
27,0%
18,9% 18,9% 18,9% 16,2%
10,8% 10,8%
5,4% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7%
0,0%
5,0%
10,0%
15,0%
20,0%
25,0%
30,0%
34
Gráfico 9 – Contribuição do enfermeiro na prevenção da ISC. Bragança Paulista,
2015.
Na última pergunta aberta do estudo os participantes foram questionados sobre
a contribuição do enfermeiro na prevenção da ISC. Dezesseis colaboradores (43,2%)
disseram que a contribuição do enfermeiro se dá através da realização de educação
permanente e continuada, traçando medidas educativas, orientando e treinando sua
equipe, oito (21,6%) não souberam responder, sete (18,9%) relataram que essa
contribuição ocorre quando os enfermeiros fiscalizam sua equipe atentando-se para
utilização das medidas preconizadas pela instituição, três (8,1%) disseram que o
enfermeiro contribui orientando sobre lavagem das mãos, outros três (8,1%)
responderam que a contribuição pode ocorrer também de outras formas que não
estavam descritas no questionário do estudo, dois (5,4%) disseram que este
profissional contribui na constante observação sobre os fatores de risco de ISC,
orientando e direcionando os demais profissionais, dez participantes, sendo cada um
deles equivalente a 2,7% da amostra responderam respectivamente que o enfermeiro
contribui revisando instrumentais e a paramentação correta e adequada, participando
das comissões internas, aplicando e averiguando as técnicas para evitar infecções,
instalando protocolos, verificando a administração profilática de antibióticos,
orientando sobre uso correto de EPIs e sobre a não utilização de adornos,
supervisionando se as normas para evitar infecção estão sendo cumpridas, atentando-
se para as inadequações estruturais e comunicando aos responsáveis, realizando uma
melhor distribuição de cirurgias por sala para que se possa fazer uma boa desinfecção
da mesma e um deles disse ainda que nem todos os enfermeiros contribuem para
prevenção da ISC e que sua atuação poderia ser mais intensa e rigorosa.
43,2%
21,6% 18,9%
8,1% 8,1% 5,4%
2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7% 2,7%
0,0% 5,0%
10,0% 15,0% 20,0% 25,0% 30,0% 35,0% 40,0% 45,0% 50,0%
35
7. DISCUSSÃO
Quando temos uma ferida cirúrgica, o risco de infecção aumenta face à barreira
da pele interrompida, manipulação de órgãos e espaços e presença de dispositivos
implantáveis, por isso, é de grande importância a realização de estudos para identificar
fatores de risco relacionados às ISC, uma vez que, estas podem trazer implicações
diretas para a prática de enfermagem. Sendo assim, a prevenção do problema, a partir
da monitorização dos fatores de risco e a implementação de ações para a minimização
da ISC, é de grande relevância (ERCOLE et al., 2011).
Por tudo isso o presente estudo buscou analisar o conhecimento da equipe de
enfermagem que atua no centro cirúrgico do Hospital Universitário São Francisco na
Providência de Deus, acerca dos fatores que favorecem a ocorrência da ISC, além de
identificar a contribuição da educação continuada acerca da prevenção de ISC e
descrever o papel do enfermeiro no processo de controle de ISC. Para isso foi
aplicado um questionário contendo questões pertinentes à prevenção da ISC a estes
colaboradores.
Quanto à caracterização da amostra os resultados demonstraram que a grande
maioria da equipe se constitui por mulheres (78,4%), o que já era esperado, uma vez
que há um predomínio do sexo feminino no campo da enfermagem no Brasil. Segundo
o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) no ano de 2010 o número de
profissionais da enfermagem do sexo feminino era de 1.264.641 (87,4%) contra
apenas 184.942 (12,76%) do sexo masculino (BARRETO; KREMBEL; HUMEREZ,
2011).
Quanto à idade a maior parte dos participantes tem entre 20 e 29 anos (20 ou
54,1%), seguida por participantes com idade entre 30 e 49 anos (12 ou 32,4%),
demonstrando um perfil de jovens e de adultos jovens da população do estudo.
Com relação a função exercida pelos participantes a grande maioria exerce a
função de técnico de enfermagem (30 ou 81,1%), seguido pelos instrumentadores
cirúrgicos (4 ou 10,8%) e por fim pelos enfermeiros (3 ou 8,1%). Nota-se com isso que
um centro cirúrgico tem sua base estruturada no trabalho dos técnicos de
enfermagem, que compõem a maioria dos trabalhadores deste setor, daí cabe
ressaltar a importância dessa categoria de profissionais no processo de prevenção de
ISC.
Os resultados demonstraram ainda que a grande maioria da equipe se constitui
de funcionário ainda com pouco tempo de experiência profissional dentro do centro
cirúrgico, sendo poucos os colaboradores com mais de 5 anos na função.
36
O estudo se iniciou com as perguntas fechadas, sendo a primeira delas sobre a
percepção do profissional acerca da infecção do sítio cirúrgico, tendo em vista as
normas da NR32, a maioria dos entrevistados (56,7%) respondeu que apenas
algumas equipes respeitam as normas e 37,8% disseram que todas as equipes
respeitam parcialmente as normas. Isso demonstra que tal norma no geral não é
totalmente respeitada pelos colaboradores da instituição. O que corrobora com o
estudo realizado por Marzialle, et al. (2012), dentro de um hospital universitário a fim
de correlacionar a implantação das normas NR32 com o controle dos acidentes de
trabalho. No estudo os autores identificaram que as normas NR32 também não eram
totalmente cumpridas e isso se deu em grande parte devido a falta adesão dos
trabalhadores às diretrizes da norma e a não implementação de dispositivos de
segurança em todos os setores do hospital. Gallas e Fontana (2010), também
obtiveram resultados parecidos em seu estudo, no qual os mesmos constataram que
algumas condições sanitárias ou de segurança do ambiente de trabalho pesquisado
também não estavam sendo respeitadas conforme determina a NR32. Os autores
verificaram em seu trabalho a frequente falta de sabonete líquido, toalha descartável e
lixeiras com sistema de abertura sem contato manual; verificaram também a presença
de furos, sulcos e reentrâncias nos colchões que dificultam a limpeza, além do
consumo de alimentos e bebidas no posto de enfermagem. Robazzi e Marzialle
(2004), também chamam a atenção em seu estudo para as frequentes situações
dentro do trabalho da enfermagem que estão em desacordo com as normas NR32,
tais como: ausência de EPIs apropriados; transporte inadequado de seringas, agulhas
e outros instrumentos pelos corredores, até esses serem depositados em caixas de
descarte, que muitas vezes também se encontram cheias e fora dos limites
estipulados pelo fabricante, presença de trabalhadores com calçados abertos, bem
como portando adornos, trabalhadores que deslocam-se dos seus locais de trabalhos
até suas casas trajando uniformes, sem ter tido oportunidades de mudar as suas
roupas após a jornada laboral.
No segundo item ao serem questionados se conheciam os índices de ISC da
instituição em que trabalham 67,6% responderam que não e 32,4% disseram que
conhecem estes índices. Nota-se que a maioria não está a par destes índices, algo
preocupante, pois é difícil se combater algo sobre o qual não se tem conhecimento.
Entre as IH, a ISC constitui uma das principais infecções relacionadas à
assistência à saúde no Brasil e a mais importante causa de complicação pós-
operatória no paciente cirúrgico. A ISC ocupa a terceira posição entre todas as
infecções em serviços de saúde e compreende 14,0 a 16,0% daquelas encontradas
em pacientes hospitalizados (BRASIL, 2009b). Como se vê a ISC tem alta incidência e
37
por isso é muito importante que todos os colaboradores conheçam os índices da
instituição em que trabalham, contudo, para isso é preciso que tais dados estejam
sempre bem atualizados e cadastrados de forma correta. Estudos realizados por
Oliveira e Carvalho (2007), demonstraram que os números registrados de ISC dentro
das instituições podem não ser fidedignos, uma vez que, na maioria das vezes são
relatados apenas os casos ocorridos dentro do período de internação, não se levando
em conta as ISC ocorridas no pós-alta, o que compromete os resultados confiáveis
das taxas de ISC que viabilizem a implementação de medidas direcionadas à sua
prevenção e controle. Outro estudo realizado por Batista e Rodriguês (2012), também
demonstraram a deficiência nos relatos de notificação de ISC. No hospital em que
realizaram seu estudo também verificaram que não existe ainda controle de egresso
cirúrgico. Em sua grande maioria, as infecções superficiais são normalmente tratadas
no ambiente de ambulatório e não são notificadas pelo cirurgião. Assim, essas não
são computadas pelo serviço de vigilância epidemiológica da instituição, o que se
constitui em subnotificação desse evento. O enfermeiro em sua atuação é o
responsável direto pelas notificações dos casos de infecção, cabe a ele identificar e
comunicar todas as ocorrências de infecção ao Serviço de Controle de Infecção
Hospitalar (SCIH), contribuindo dessa forma para controle e melhora desses índices.
Por tratar-se de um assunto de extrema relevância dentro do controle de
infecções na terceira pergunta do questionário foi sobre a dificuldade de lavagem das
mãos no setor. A grande maioria dos colaboradores, 70,3%, responderam que não
tem dificuldades para realizar a lavagem das mãos durante o trabalho e 27% disseram
que às vezes tem dificuldade de lavar as mãos, devido à rotina intensa e ao pouco
número de colaboradores do setor. Esta última situação corrobora com o que foi
descrito por Stumm; Maçalai e Kirchner (2006), em um estudo realizado com 4
enfermeiros do centro cirúrgico de um hospital de grande porte. No estudo foi descrito
pelos entrevistados que o número reduzido de profissionais de enfermagem que
atuam no centro cirúrgico tem repercussões tanto no desempenho quanto na
qualidade da assistência prestada aos pacientes, isso engloba a execução correta das
medidas de prevenção de ISC, tais como, a lavagem correta das mãos. Santos (2002),
descreve em seu estudo que a higienização das mãos é a ação isolada mais
importante no controle de infecções em serviços de saúde. Contudo, ressalta que ao
longo dos anos foi se percebendo cada vez mais a falta de adesão dos profissionais
de saúde a esta prática tão importante e indispensável na prevenção da ISC.
Dando seguimento ao questionário, na quarta questão os participantes foram
questionados sobre a maneira como é realizada a lavagem das mãos e a utilização do
álcool gel. A maioria dos entrevistados, 51,4%, respondeu que realiza a lavagem das
38
mãos conforme protocolo interno sempre que possível, 35,1% disseram que às vezes
não conseguem realizar a lavagem das mãos e 13,5% disseram que realizam a
lavagem das mãos nos cinco momentos preconizados pelo MS. Percebe-se com isso
que apenas um número bem reduzido dos funcionários realiza e conhece efetivamente
a lavagem das mãos de forma correta e nos 5 momentos que o Ministério da Saúde
preconiza, ou seja, antes do contato com o paciente, antes da realização de
procedimentos assépticos, após risco de exposição a fluidos corporais, após contato
com o paciente e após contato com as áreas próximas ao paciente (Brasil, 2008).
Esse dado é bastante preocupante, uma vez que, esse procedimento é a base
primordial para se evitar a ISC. Um estudo realizado por Barreto et al.(2012), com o
objetivo de observar e analisar a prática da antissepsia cirúrgica das mãos em um
centro cirúrgico de um hospital de ensino de Goiânia, observou 54 antissepsias das
mãos, e em 87% houve escovação errônea de antebraços e dorso das mãos, em
94,5% não foram mantidos movimentos unidirecionais, e 31,5% dos profissionais
contaminaram as mãos após a antissepsia. Outra pesquisa realizada por Tipple et
al.(2010), com graduandos de enfermagem do último semestre de uma Instituições de
Ensino Superior (IES) em Goiás, com objetivo de avaliar a técnica de Higienização das
Mãos (HM) descrita por estes e identificar a contribuição das IES na formação do
aluno sobre HM observou-se que a abordagem feita pelas IES com relação à técnica
de HM, não foi suficiente para que o acadêmico descrevesse os passos de realização
da técnica de forma correta. Esse dado pode demonstrar que o seu ensino não foi
capaz de proporcionar a sedimentação do conhecimento. Isso deve ser levado em
consideração, pois muitas vezes os profissionais que atuam no centro cirúrgico,
podem não ter tido a devida formação pelas instituições de ensino, o que nos remete a
pensar na necessidade de se avaliar o porquê desta técnica não estar sendo realizada
efetivamente e de forma correta dentro do setor, e, se constatado a deficiência na
formação destes colaboradores se faz necessário à imediata intervenção por parte da
chefia, de modo a promover o treinamento adequado e a devida fiscalização dentro do
setor, buscando-se assim sanar esse problema tão grave. Em outro estudo, Tipple e
Souza (2011), ainda defende que a adesão, quando todos os fatores pró-adesão se
fizerem presentes, só depende do profissional. Este terá que decidir higienizar ou não
as mãos, utilizar ou não um equipamento de proteção, e essa decisão certamente não
provém apenas da formação profissional, mas, principalmente, de sua formação
enquanto pessoa, seus princípios e seus valores. Pensando na questão anterior onde
70,3% da equipe relata não ter dificuldades para lavar as mãos, nos chamou a
atenção que somente 13,5% relata realizar esse procedimento nos 5 momentos
preconizado pelo Ministério da Saúde, o que nos leva a sugerir que na verdade, eles
39
desconhecem efetivamente os momentos em que a mesma deve ser realizada. Isso
novamente nos remete a pensar sobre a importância da educação continuada e
permanente dentro da instituição que pode, além de ensinar o modo correto de realizar
a lavagem das mãos, também promover a conscientização da equipe sobre a
importância deste ato.
Na pergunta de número cinco os participantes foram questionados sobre a
frequência em que são realizadas as ações educativas sobre prevenção de ISC. A
maioria dos entrevistados, 54,1%, disseram que não recebem educação continuada
acerca da ISC na instituição. Um estudo realizado por Jesus et al.(2011), com 114
trabalhadores da enfermagem em oficinas de capacitação, demonstrou que esses
profissionais também não costumam receber com frequência cursos de educação
continuada devido a falta de flexibilidade do trabalho para a capacitação, muitos dos
entrevistados relataram ainda que tem vontade de se capacitar, contudo existem
dificuldades que interferem na realização das ações educativas e em grande parte
também na aplicação do que se aprende. Os profissionais admitem ser difícil colocar
em prática o que é aprendido e apontam as questões administrativas como fatores que
interferem na realização das ações. Silva e Seiffert (2009), ressaltam em seu estudo
que para se ter uma educação continuada de qualidade é preciso focar na realidade
do profissional de enfermagem, levantar suas necessidades e expectativas,
problematizar, discutir, oferecer suporte teórico para que o próprio sujeito perceba
suas potencialidades e limitações, reafirmam ainda que é preciso que os gestores da
instituição entendam como prioridade os processos educativos do profissional de
enfermagem e invistam nesse conceito.
Na sexta questão iniciamos com as perguntas abertas e a primeira delas foi
sobre as medidas utilizadas pelos colaboradores para prevenir ISC dentro da
instituição durante suas atividades. Dentre as respostas dadas 86,5% dos
participantes citaram como medida utilizada para prevenir a ISC a lavagem das mãos.
Pesquisas recentes demonstraram que a adesão dos profissionais de saúde à
higienização das mãos não é maior que 60%, um dado preocupantes, pois isso
permite afirmar que mesmo nos dias de hoje, as mãos são o principal veículo de
transmissão de microorganismos no ambiente hospitalar (BRASIL, 2009b). Um estudo
realizado por Kunzle et al. (2006), com 51 auxiliares e técnicos de enfermagem em 3
hospitais de pequeno, médio e grande porte corrobora com este resultado, pois ao
serem questionados sobre a importância da lavagem das mãos, 100% concordaram
que esse procedimento é de suma importância. Motta; Ramos e Souza (2012),
ressaltam em um manual elaborado por ele e seus colaboradores, que a higienização
das mãos é a principal medida na prevenção das infecções hospitalares e que é
40
preciso que essa medida se torne um hábito para os profissionais, contudo para que
isso ocorra é necessário que eles tenham a percepção de que suas mãos podem, de
fato, transmitir agentes infecciosos de um paciente a outro. Neste manual eles trazem
ainda as principais indicações da lavagem das mãos, tais como: quando houver sujeira
visível nas mãos; antes e após contato com qualquer paciente; entre diferentes
procedimentos em um mesmo paciente; antes e após realização de atos pessoais (ex.:
alimentar-se, assuar o nariz, ir ao toalete, pentear os cabelos, etc.); antes de calçar
luvas; após retirá-las e após manipulação de materiais e equipamentos contaminados.
Sendo assim, o estudo evidencia mais uma vez a importância do enfermeiro como
educador, que através de seus conhecimentos pode alertar sobre a importância da
lavagem das mãos além de cobrar da equipe a execução deste ato tão importante.
Dando prosseguimento as respostas, dezenove participantes (51,3%)
responderam que para prevenir as ISC utilizam EPIs, ou seja, um pouco mais da
metade dos participantes vêm nos EPIs uma boa forma de prevenção. Kunzle et al.
(2006), em seu estudo demonstrou que o uso de EPIs é um elemento considerado
pelos profissionais como importantes na prevenção da ISC, contudo, os autores
ressaltam que ainda não são todos que tem essa consciência, pois em seu estudo dos
51 participantes, 29% não consideraram o uso de EPIs como algo relevante na
prevenção da ISC. Bocardi (2015), em seu trabalho relembra os principais EPIs que
devem ser utilizados pelo profissional da saúde, sendo eles: óculos para amparar os
olhos contra secreções, luvas para proteger conta riscos biológicos e físicos, avental
ou capote e gorro para evitar contato com partículas. Este autor ressalta também que
os EPIs são equipamentos imprescindíveis para proteção dos profissionais que
trabalham com a saúde e que apesar de todos eles saberem da importância dos EPIs
ainda existem aqueles que oferecem resistência em utilizá-los, o que implica no
desrespeito a essa prática prevencionista.
Outro item apontado como importante na prevenção da ISC por 48,6% dos
participantes foi à limpeza concorrente e terminal da sala. Nesse procedimento estão
incluídas a limpeza de todas as superfícies horizontais, de mobiliários e equipamentos,
portas e maçanetas, parapeitos de janelas, limpeza do piso e instalações sanitárias,
teto, painel de gases, luminárias, filtros e grades de ar condicionado (OLIVEIRA et al.,
2011).
Além destes itens, alguns outros foram citados pelos colaboradores, como
utilizadas por eles na prevenção da ISC, entre eles estão: a abertura correta dos
materiais estéreis, a assepsia e degermação da pele, a não utilização de adornos, a
organização da sala, a orientação de outras equipes e a conferência do prazo de
validade e de esterilização dos materiais, sendo que os três primeiros foram os que
41
mais tiveram relevância, sendo citados por 27%, 21,6% e 13,5% dos participantes,
respectivamente. Por fim onze participantes (29,7%) responderam que se utilizam de
outras medias, as quais não estavam descritas no questionário.
O que se percebe com as respostas dadas é que vários métodos de prevenção
de ISC foram lembrados pelos colaboradores, contudo alguns deles que são de suma
importância só foram citados por uma pequena parcela dos entrevistados. Batista
(2004), ressalta que a capacitação dos profissionais da saúde em relação à prevenção
e ao controle de infecções é fundamental. É necessário que tenham conhecimento
adequado dos métodos, o que só é possível por meio do treinamento, de divulgação
dos manuais, das rotinas e padronizações que possibilitam propagação do
conhecimento para todos os profissionais de saúde.
Na sétima questão foi perguntado aos participantes se eles conheciam o
Checklist para Cirurgia Segura e se sabiam a importância desse instrumento para o
controle de ISC. Vinte colaboradores (54%), responderam que conhecem e dezessete
(45,9%) disseram que desconhecem o Checklist. Em janeiro de 2007 a OMS lançou o
segundo Desafio Global para a Segurança do Paciente: Cirurgias Seguras Salvam
Vidas, direcionado à segurança da assistência cirúrgica. Especialistas prepararam um
Checklist composto de três etapas, sendo elas: Identificação (antes da indução
anestésica), Confirmação (antes da incisão cirúrgica – pausa cirúrgica, com a
presença de todos os membros da equipe na sala cirúrgica) e Registro (antes de o
paciente sair da sala cirúrgica) (BRASIL, 2009a). Um estudo realizado por Motta Filho
et al.(2013), com 3.231 ortopedistas com o objetivo de analisar o grau de
conhecimento do Protocolo de Cirurgia Segura da OMS, demonstrou que, apesar de o
Brasil ter aderido, em 2008, à campanha Cirurgia Segura Salva Vidas ele é
desconhecido por 65,3% dos ortopedistas brasileiros. Assim como no caso dos
ortopedistas, o presente estudo também demonstrou que o nível de conhecimento
sobre o Checklist para Cirurgia Segura pelos participantes ainda é bem reduzido, isso
deixa claro que tanto a equipe médica quanto a de enfermagem não tem
conhecimento deste instrumento, fazendo-se necessário não só o reconhecimento do
mesmo como importante ferramenta para melhorar a segurança em ambiente
cirúrgico, como também o treinamento das equipes e o incentivo ao uso desse
protocolo por todos que compõe a equipe cirúrgica.
Quanto à importância do instrumento duas respostas se sobressaíram, sendo
que, 16,2% dos funcionários relataram que o instrumento é importante para
orientação, avaliação e prevenção de infecção no pós-operatório, diminuindo os riscos
para o paciente e 13,5% disseram que é importante, pois não permite a quebra de
barreiras de segurança. Um estudo realizado por Pancieri et al.(2013), em um hospital-
42
escola, corrobora com os resultados do presente estudo. Neste trabalho os autores
verificaram que 100% dos sujeitos relataram que o checklist traz mais segurança ao
paciente, prevê complicações, evita o erro e é um meio de organizar o ato cirúrgico.
Outro ponto apontado pelos autores é a dificuldade na implantação desta ferramenta
em hospitais de ensino, especialmente, no que se refere à aceitação da equipe
cirúrgica, por isso, o papel do enfermeiro é muito importante, uma vez que ele como
líder da unidade pode adotar esta ferramenta e encorajar a participação de todos
nessa nova iniciativa.
Outras respostas como: é importante, pois assim a equipe pode reconhecer e
se preparar para os riscos no pré, trans e pós-cirurgia; é importante para evitar o uso
incorreto de materiais; é importante na padronização das ações dentro do centro
cirúrgico minimizando as infecções; e é importante, pois promove mais
aperfeiçoamento aos colaboradores, também foram citadas, contudo por um número
bem pequeno de participantes.
Na oitava questão foi perguntado aos colaboradores de qual maneira o técnico
de enfermagem pode contribuir na prevenção da ISC. Obtiveram-se nesta questão
várias respostas, as mais citadas pelos participantes, contudo foram: que esses
profissionais têm uma contribuição primordial, pois é quem permanece mais tempo
com o paciente e é o responsável pela sala cirúrgica, sendo esta resposta dada por
27% da amostra. Um estudo realizado por Fonseca e Peniche (2009), chama a
atenção para esse ponto e ressalta que em geral tem-se o cuidado ao paciente crítico
delegado aos auxiliares e técnicos de enfermagem e que a equipe de enfermagem
está em tempo integral com o paciente e sua família, e tem condições de observar e
intervir para minimizar situações de ansiedade e medo, assim como orientar e
estimular a participação da família para colaborar na recuperação do paciente. Sete
participantes (18,9%) disseram que os técnicos de enfermagem contribuem mantendo
o ambiente limpo e organizado e outros sete (18,9%) disseram que contribuem
lavando as mãos, seis (16,2%) disseram que esta contribuição se dá quando os
técnicos desempenham suas funções com dedicação e responsabilidade, seguindo
todas as normas e protocolos para evitar infecção, quatro (10,8%) disseram que
contribuem quando utilizam-se dos EPIs, outros quatro (10,8%) relataram que a
contribuição dos técnicos se faz presente quando estes utilizam as técnicas
apropriadas, aplicando seus conhecimentos, tomando medidas de prevenção e
estimulando os demais a fazer o mesmo. Como-se vê muitos pontos foram citados
pelos entrevistados sobre as maneiras como eles podem contribuir na prevenção da
ISC, sem dúvidas todas elas são relevantes, contudo vale a pena aqui reforçar o papel
que este profissional desempenha dentro do centro cirúrgico, pois uma vez que ele é
43
conhecedor de todas as suas atribuições, com certeza contribuirá muito mais na
prevenção da ISC, pois terá claro qual é sua real função dentro deste setor. O técnico
de enfermagem é o auxiliar direto da enfermeira e entre suas tarefas podemos citar a
montagem da sala cirúrgica, a verificação do funcionamento, conservação e
manutenção de todos os equipamentos necessários ao funcionamento do centro
cirúrgico, o encaminhamento das peças cirúrgicas aos laboratórios especializados e o
controle do material esterilizado, verificando seus prazos de validade. Pode também
exercer as atividades de instrumentador cirúrgico ou de circulante de sala (SOUZA et
al., 2007).
Na nona e última questão os participantes foram questionados sobre a
contribuição do enfermeiro na prevenção da ISC. Dentre as respostas dadas
dezesseis colaboradores (43,2%) disseram que a contribuição do enfermeiro se dá
através da realização de educação permanente e continuada, traçando medidas
educativas, orientando e treinando sua equipe. Um estudo realizado por Cataneo et
al.(2004), cujo objetivo foi tecer considerações sobre o papel do enfermeiro no controle
da contaminação ambiental no centro cirúrgico, corrobora com o presente estudo, pois
ressalta que o enfermeiro tem papel crucial no controle de infecção, pois compete a
ele promover assistência, prevenindo as complicações inerentes ao procedimento
anestésico cirúrgico e que para isso esse profissional deve propor programas
educativos periódicos, visando à conscientização da importância da aplicação de
medidas para a prevenção da ISC. Sete participantes (18,9%) relataram que essa
contribuição ocorre quando os enfermeiros fiscalizam sua equipe atentando-se para
utilização das medidas preconizadas pela instituição. Um estudo realizado por Ercole
et al.(2011), que objetivou identificar fatores de risco associados às ISC em um
hospital público de Minas Gerais, verificou que o conhecimento do enfermeiro sobre a
ISC é muito relevante para o monitoramento e implementação de cuidados de
enfermagem nos períodos pré, trans e pós-operatório e que esse profissional pode
contribuir muito planejando e direcionando a assistência de enfermagem para o
controle da ISC. Dentre as respostas dadas pelos participantes chamou a atenção o
número de profissionais que não souberam respondê-la (21,6%), algo preocupante,
uma vez que, se espera que a função desse profissional esteja bem clara dentro do
setor. O papel do enfermeiro e sua contribuição dentro do centro cirúrgico precisam
estar bem definidos para que ele possa comandar bem sua equipe e desempenhar
com eficiência seu trabalho. Por isso vale ressaltar que dentro da equipe de
enfermagem, o enfermeiro exerce tanto a função administrativa como assistencial.
Quanto coordenador é ele quem planeja, gerencia, administra e realiza atividades e
procedimentos que ocorrem na unidade, sendo de sua competência prever, prover,
44
implementar, avaliar e controlar os recursos humanos e também os materiais
(BIANCHI; LEITE, 2006). Quanto à parte assistencial, em geral a maioria das ações
que o enfermeiro realiza é para o paciente, ele é responsável pela elaboração do
plano de cuidados, de modo a prestar sempre uma assistência individualizada a cada
indivíduo (FREITAS et al., 2011).
45
8. CONCLUSÃO
De acordo com os estudos realizados podemos concluir que a percepção da
enfermagem acerca dos fatores de risco da ISC ainda é bastante deficiente dentro da
instituição. Viu-se que os funcionários pouco sabem sobre os índices de infecção do
hospital e que ainda há um desrespeito das normas NR32 pelas equipes, além de uma
deficiência quanto à realização de forma correta de medidas básicas como a lavagem
das mãos, uso de EPIs e utilização dos métodos de prevenção de ISC.
Viu-se também que muitos dos colaboradores desconhecem o Checklist para
cirurgia segura, um instrumento já utilizado desde 2008 aqui no Brasil por vários
hospitais, e que pode contribuir de forma muito relevante na prevenção da ISC, mas
que por enquanto não faz parte da realidade da instituição aqui estudada.
Outro ponto que parece não estar claro é o papel do enfermeiro na prevenção
da ISC, pois um número muito grande de participantes não soube descrevê-lo. Algo
que preocupa, pois se espera que esse profissional tenha seu papel bem definido
dentro do setor para que possa desempenhar com eficiência seu trabalho evidenciado
em vários momentos nos resultados obtidos no estudo.
Observou-se também que a educação continuada e permanente é algo
considerado de muita importância pelos profissionais entrevistados, contudo verificou-
se que na instituição existe uma deficiência quanto à realização de ações educativas.
Isso pode estar interferindo no conhecimento e no preparo dos funcionários no que
tange a prevenção da ISC.
Desta forma conclui-se que é de extrema urgência a implantação de programas
de educação continuada dentro da instituição, uma vez que, é algo considerado de
muita importância pelos funcionários e que poderia sanar todas essas deficiências
encontradas dentro do centro cirúrgico. Os programas de educação continuada e
permanente podem promover uma melhora na capacitação dos recursos humanos,
acarretando na melhoria dos resultados de controle da ISC.
Conclui-se também que o papel do enfermeiro acerca da prevenção de ISC
envolve várias esferas, que incluem o enfermeiro da SCIH, da educação continuada e
permanente e dos enfermeiros que atuam na unidade, visto que são possuidores de
conhecimento técnico e cientifico e juntos podem contribuir de forma relevante para o
treinamento e capacitação de toda a equipe, de modo a prestar uma assistência de
mais qualidade.
46
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49
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50
APÊNDICE A – Instrumento de Coleta de Dados
Tema: Percepção da Enfermagem sobre os fatores associados à Infecção do Sítio
Cirúrgico.
Objetivo: Analisar o conhecimento da equipe de enfermagem acerca dos fatores que
favorecem a ocorrência da infecção do sítio cirúrgico.
Orientação para preenchimento: Leia atentamente e marque a alternativa que
melhor retrate a sua realidade.
Agradecimento: Agradeço pela sua participação e que este estudo venha contribuir
para uma melhor assistência de enfermagem.
Nº do Questionário ____
DATA: __/__/__
INICIAIS DO NOME (NÃO OBRIGATÓRIO):
CARGO QUE OCUPA NO HOSPITAL:
I – Perfil do participante do estudo
Sexo: ( ) Feminino
( ) Masculino
Idade:
Função:
Tempo exerce sua função no Centro Cirúrgico?
II - Percepção do profissional acerca Infecção de Sítio Cirúrgico
1. De modo geral, quanto normas da NR32:
( ) Todas as equipes respeitam rigorosamente.
( ) Todas as equipes respeitam parcialmente.
( ) Algumas equipes respeitam e outras não.
( ) As normas da NR32 não são respeitadas.
2. Você conhece o índice de infecção do sítio cirúrgico da instituição em que
trabalha?
( ) Sim
( ) Não
51
3. Quanto à dificuldade de lavagem de mãos:
( ) Não tem dificuldade.
( ) As vezes com a rotina intensa ou poucos colaboradores não tenho tempo.
( ) O acesso a dispensadores de álcool gel e pia são inadequados/distantes.
( ) Outros:____________________________________________________________
4. Quanto à lavagem das mãos e o uso de álcool gel, responda:
( ) Realizo conforme protocolo interno sempre que possível.
( ) Realizo nos cinco momentos preconizados pelo MS.
( ) As vezes não consigo realizar.
( ) Outro:_____________________________________________________________
5. As ações educativas sobre prevenção de infecção do sítio cirúrgico são
realizadas com que frequência?
( ) Mensal
( ) Semestral
( ) Anual
( ) Não recebe
( ) Outra. Qual?________________________________________________________
6. Quanto são as medidas você utiliza para evitar prevenção de infecção do sítio
cirúrgico dentro da instituição durante suas atividades?
7. Você conhece o checklist utilizado para Cirurgia Segura? Na sua opinião qual
a importância desse instrumento para o controle de infecção de sítio cirúrgico?
52
8. Na sua opinião, qual a contribuição do técnico de enfermagem na prevenção
da infecção do sítio cirúrgico?
9. Na sua opinião, qual a contribuição do enfermeiro na prevenção da infecção
do sítio cirúrgico?
53
ANEXO A - Folha de Rosto para Pesquisa Envolvendo Seres Humanos
54
ANEXO B - Parecer Consubstanciado do CEP
55
56
ANEXO C - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
TERMO DE CONSENTIMENTO ESCLARECIDO (1ª via)
PERCEPÇÃO DA ENFERMAGEM SOBRE FATORES ASSOCIADOS À INFECÇÃO DO SÍTIO
CIRÚRGICO
Eu,...................................................................................................................................................................,
RG.................................................., abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para
participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade do(s)
pesquisador(es) Denise de Souza Ribeiro, CPF: 262393738-93 e RG: 33.241.113-X, Fabíola de Farias
Teleken, CPF: 357.190.538-59 e RG: 41.172.628-6 e Fernando Cardoso de Oliveira, CPF: 226.420.548-
29 e RG: 34.269.470-4 do Curso de Enfermagem da Universidade São Francisco.
Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:
1 - O objetivo da pesquisa é analisar o conhecimento da equipe de enfermagem acerca dos fatores que
favorecem a ocorrência da infecção do sítio cirúrgico;
2- Durante o estudo o instrumento utilizado para coleta de dados será um questionário confeccionado e
aplicado pelos próprios pesquisadores aos profissionais de enfermagem que atuam no centro cirúrgico a
mais de seis meses. A abordagem aos participantes do estudo ocorrerá conforme a disponibilidade dos
profissionais e aceitação do campo de pesquisa deste trabalho. A coleta de dados ocorrerá durante dois
meses;
3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente sobre a minha
participação na referida pesquisa;
4- A resposta a este(s) instrumento(s)/ procedimento(s) não causam riscos conhecidos à minha saúde
física e mental;
5 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na pesquisa, o que não me
causará nenhum prejuízo;
6 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos na pesquisa serão
utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos acima, incluída sua publicação na
literatura científica especializada;
7 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São Francisco para apresentar
recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone: (11) 2454-8981;
8 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Denise de Souza Ribeiro, sempre que
julgar necessário pelo telefone número (11) 99733-0600;
9- Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma permanecerá em meu poder e
outra com o pesquisador responsável.
Local,_________________________data ___/___/___
Assinatura do Sujeito de Pesquisa ou Responsável:____________________________
Assinatura do Pesquisador Responsável:____________________________________
OBS: O sujeito de pesquisa ou seu representante, quando for o caso, deverá rubricar todas as folhas do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE – apondo sua assinatura na última página do referido Termo.
O pesquisador responsável deverá da mesma forma, rubricar todas as folhas do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido – TCLE– apondo sua assinatura na última página do referido Termo.
57
ANEXO D - Carta de Autorização
58
ANEXO E - Autorização do Centro de Estudos