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FACULDADE ASSIS GURGACZ
ANA CLAUDIA WENDLAND LETÍCIA KLEIN DE CARLI
LUIS FERNANDO ZANCANARO GIACOMINI MAURICIO PRATA DALL’OGLIO
ANALISE FINANCEIRA EM UM POSTO REVENDEDOR DE COMBUSTÍVEIS
CASCAVEL - PR 2012
ANA CLAUDIA WENDLAND LETÍCIA KLEIN DE CARLI
LUIS FERNANDO ZANCANARO GIACOMINI MAURICIO PRATA DALL’OGLIO
ANALISE FINANCEIRA EM UM POSTO REVENDEDOR DE COMBUSTÍVEIS
Trabalho de conclusão de Curso, apresentado como requisito parcial para obtenção do titulo de Bacharel em Administração da Faculdade Assis Gurgacz.
Orientadora: Professora Mônica Virgínia Missau
CASCAVEL - PR 2012
ANA CLAUDIA WENDLAND LETÍCIA KLEIN DE CARLI
LUIS FERNANDO ZANCANARO GIACOMINI MAURICIO PRATA DALL’OGLIO
ANALISE FINANCEIRA EM UM POSTO REVENDEDOR DE COMBUSTÍVEIS
Trabalho apresentado ao Curso de Administração, da Faculdade Assis Gurgacz/
Dom Bosco, como requisito parcial para a obtenção do título de Bacharel Licenciado
em Administração, sob a orientação da Professora Monica Virginia Missau.
BANCA EXAMINADORA
___________________________
Professor (a) Orientadora Monica Virginia Missau
Faculdade Assis Gugacz
Especialista
___________________________
Luciana Maria Santos Ferraz
Instituição a que pertence
Titulação
___________________________
Leonardo Levi Soares
Instituição a que pertence
Titulação
Cascavel, 3 de Dezembro de 2012
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a Deus, que nos guiou até esse presente momento.
Aos nossos pais, que nos apoiaram e nos presentearam para obter
conhecimentos.
À nossa professora orientadora Monica Virginia Missau, à professora Luciana
Ferraz e a todos os nossos professores que nos auxiliaram nessa caminhada, rumo
a essa conquista.
À Faculdade Assis Gurgacz, por propiciar uma estrutura adequada de estudo.
E à empresa que confiou em nós e cedeu as informações necessárias para a
formulação desse trabalho.
RESUMO Este trabalho de conclusão de curso teve como objetivo buscar informações sobre o capital de giro da empresa. Devido à necessidade de informação financeira, para a organização, a pesquisa possibilitou o aprofundamento do assunto, tanto na parte teórica como prática. Assim sendo, o problema foi buscar saber qual a importância do capital de giro para a empresa e os objetivos consistem na análise do capital de giro, dos relatórios contábeis e dos recursos próprios, bem como da análise financeira. Na parte teórica foram apresentados conceitos de administração, funções do administrador, administração financeira, a ligação da administração e a contabilidade, os quocientes financeiros e o capital de giro, sendo que os autores principais foram Gitman e Assaf Neto. Na parte metodológica foi feita pesquisa exploratória, bibliografias, quantitativa, qualitativa e analisados os relatórios contábeis, dados primários e secundários, complementada com entrevista não estruturada. Já na apresentação de análise de dados é primeiramente feita uma análise vertical e horizontal do balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício da empresa dos últimos cinco anos, depois feita uma análise dos índices financeiros da empresa demonstrando como encontra-se as finanças da empresa como um todo tratando de sua liquidez, atividade, endividamento e a lucratividade e por último feito uma análise do capital de giro da empresa, muitas dessas análises sendo respondidas e acrescentadas por meio da entrevista que foi feita com a diretora da empresa. Por último são apresentadas as considerações finais, uma conclusão a respeito do estudo feito, mostrando o que foi obtido com a pesquisa e fazendo uma série de sugestões a instituição analisada.
PALAVRAS-CHAVE: Capital de Giro, Análise Financeira, Liquidez.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Cronograma para Elaboração da Pesquisa ........................................... 38
Tabela 2 - Cronograma para Elaboração da Pesquisa ........................................... 38
Tabela 3 - Balanço Patrimonial ............................................................................... 40
Tabela 4 - Demonstração de Resultado do Exercício - DRE ................................... 43
Tabela 5 - Análises Financeiras .............................................................................. 44
Tabela 6 - Idade Média de Estoque ........................................................................ 47
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Análise Vertical...................................................................................... 41
Gráfico 2 - Análise do Patrimônio Líquido e do Ativo Circulante .............................41
Gráfico 3 - Análise do Ativo Permanente e do Exigível a Longo Prazo ..................42
Gráfico 4 - Análise do Passivo Circulante .................................................................42
Gráfico 5 - Análise do Índice de Liquidez Corrente e Seco...................................... 45
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 9
1.1 TEMA .................................................................................................................... 9
1.2 PROBLEMA ........................................................................................................ 10
1.3 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10
1.3.1 Objetivo geral .................................................................................................. 10
1.4.2 Objetivos específicos........................................................................................ 10
1.4 JUSTIFICATIVA .................................................................................................. 11
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO .............................................................................. 12
2.1 HISTÓRICO E ABRANGÊNCIA .......................................................................... 12
2.2 HIERARQUIA, PLANOS E AÇÕES .................................................................... 13
3 REFERENCIAL TEÓRICO ..................................................................................... 14
3.1 ADMINISTRAÇÃO .............................................................................................. 14
3.1.1 Quatro funções da administração ................................................................... 15
3.1.2 O novo administrador e as novas escolas de administração .......................... 15
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ....................................................................... 16
3.3 RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO ....................... 18
3.3.1 Demonstração do resultado do exercício........................................................ 18
3.3.2 Balanço patrimonial ........................................................................................ 19
3.4 QUOCIENTES .................................................................................................... 21
3.4.1 Índices de liquidez .......................................................................................... 21
3.4.2 Índices de atividades ...................................................................................... 22
3.4.3 Rentabilidade .................................................................................................. 24
3.4.4 Endividamento ................................................................................................ 25
3.4.5 Lucratividade .................................................................................................. 26
3.5 Análise vertical e horizontal ............................................................................... 29
3.6 Capital de giro .................................................................................................... 29
3.6.1 Importância da administração de capital de giro ............................................. 30
3.6.2 Fatores que atuam sobre a análise do capital de giro .................................... 31
4 METODOLOGIA ..................................... ............................................................... 33
4.1 ESTUDO DE CASO ............................................................................................ 33
4.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA ......................................................... 36
4.3 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS ................................................... 36
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ....................................................... 36
4.5 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS,
RISCOS, DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS ...................................... 37
4.6 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA ............................................ 37
4.7 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES .................................. 37
4.8 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES ................................. 37
4.9 ANÁLISE DOS DADOS ...................................................................................... 37
4.10 ORÇAMENTO E REMUNERAÇÃO ................................................................... 38
4.11 CRONOGRAMA ................................................................................................ 38
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ................ ....................................... 39
5.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL ............................................................... 39
5.2 ANÁLISES DE ÍNDICES FINANCEIROS............................................................ 44
5.2.1 Análise de liquidez .......................................................................................... 45
5.2.2 Análise de atividade ........................................................................................ 46
5.2.3 Análise de endividamento ............................................................................... 49
5.2.4 Análise da Lucratividade ................................................................................. 50
5.3 CAPITAL DE GIRO ............................................................................................. 51
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 53
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56
APÊNDICE ................................................................................................................ 59
9
1 INTRODUÇÃO
A administração de capital de giro auxilia o administrador no contexto
decisório das finanças empresariais, permitindo visualizar melhor como as empresas
formam, aplicam e gerenciam seus recursos financeiros.
A atividade financeira necessita constantemente de um acompanhamento em
seus resultados, para ter seu desempenho avaliado e fazer as correções. Dessa
forma, uma boa análise das demonstrações financeiras, bem como o levantamento
da necessidade de capital de giro auxilia no planejamento e no controle dos recursos
financeiros da organização.
O comércio de combustíveis envolve uma relação comercial com grandes
empresas fornecedoras. Após fixado uma bandeira, o revendedor só poderá adquirir
o produto da mesma, o que reduz o poder de barganhar preços junto a outros
fornecedores. Mas, esse não pode ser um empecilho para a empresa, é necessário
que o posto revendedor consiga se sobressair na gestão de seu
negócio, possuindo um diferencial na hora da venda.
Diante de um mercado extremamente competitivo, ter uma visão objetiva e
clara das finanças da empresa é de suma importância, pois através do estudo
das finanças é possível enxergar a realidade da empresa e projetar ações futuras.
Com isso, é necessário obter conhecimento das ferramentas da área
financeira como o capital de giro, que está atrelado ao contexto decisório das
organizações.
Neste trabalho, levantou-se a importância dessa ferramenta para a
organização, através dos relatórios contábeis fornecidos pela empresa revendedora
de combustível. Também foi analisada qual a necessidade real de capital de giro na
empresa.
Após essa avaliação foi possível observar como está a empresa
financeiramente. Foi possível ainda analisar se a empresa está caminhando de
maneira correta, crescendo e buscando os melhores resultados.
1.1 TEMA
O administrador da empresa revendedora de combustível, localizada na
cidade de Capitão Leônidas das Marques/PR, após observar os relatórios contábeis,
10
perceberam a necessidade de uma maior análise financeira. Para tanto, foi proposto
o presente trabalho, sobre o qual os administradores buscam obter informações
específicas acerca do capital de giro, da liquidez e da rentabilidade da empresa.
1.2 PROBLEMA
Os administradores buscam conhecer o montante de capital de giro,
necessário para o desenvolvimento da atividade, como forma de garantir a
operacionalização da empresa e propiciar condições adequadas para a
sobrevivência e o crescimento da mesma. Diante disso o problema que norteia a
pesquisa é: Qual a importância de capital de giro para empresa?
1.3 OBJETIVOS
Nesta seção são apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos que
orientaram o desenvolvimento do trabalho.
1.3.1 Objetivo geral
Elaborar uma analise financeira do posto revendedor de combustíveis,
através dos índices financeiros.
1.3.2 Objetivos específicos
a) Analisar o capital de giro da empresa a forma que se encontra.
b) Analisar os balanços patrimoniais e as demonstrações de resultado do
exercício dos últimos cinco anos;
c) Verificar a situação financeira da empresa com relação ao capital de
giro;
d) Verificar o volume de recursos próprios que possa determinar a liquidez
da empresa.
11
1.4 JUSTIFICATIVA
Para o bom andamento de uma empresa é necessário um estudo
aprofundado em suas finanças, o qual consiga identificar a melhor alternativa para
as necessidades da organização. Através de uma boa administração
financeira pode-se traçar vários objetivos e espera-se que eles se cumpram. Muitas
vezes, a sobrevivência da empresa está atrelada à disponibilidade de recursos para
investir em suas operações. Surge, então, a importância do capital de giro. Mediante
isso, faz-se necessário um maior aprofundamento na área, tanto no âmbito teórico,
como no prático.
Para o êxito da administração financeira da empresa, é necessário que se
analise informações sobre o capital, a liquidez, a rentabilidade, o endividamento, os
prazos médios, bem como o capital de giro necessário. Essas informações são
retiradas dos índices financeiros dos demonstrativos contábeis e, trata-se de uma
ferramenta que auxilia o gestor na tomada de decisões.
A tomada de decisões baseada nessas informações permite ao administrador
agir sobre a real necessidade da organização. Dessa forma, aumenta-se a chance
de sucesso da empresa. Portanto, possuir habilidade de tomar decisões eficazes é
uma das competências mais importantes que uma pessoa pode desenvolver.
Como forma de agregar valor na justificativa deste trabalho, as atividades de
pesquisa e coleta de dados focam no curso de administração e ainda na
oportunidade de fundamentar os conhecimentos teóricos na prática.
12
2 ORGANIZAÇÃO EM ESTUDO
Nesta seção é caracterizada a organização em estudo, a partir de um
histórico da empresa, localização, descrição das atividades e do número de
funcionários, bem como da hierarquia, planos e ações.
2.1 HISTÓRICO E ABRANGÊNCIA
O posto revendedor de combustíveis está há mais de 12 anos no ramo
varejista de combustíveis. Em 2011 foi implantada a bandeira IPIRANGA, voltado a
atender às necessidades diárias dos consumidores, ofertando desde combustíveis e
lubrificantes até produtos de conveniência. A empresa está localizada na PRT-163,
na cidade de Capitão Leônidas Marques, Paraná, em uma rodovia que atende
automóveis e caminhões que transitam no sentido Mato Grosso do Sul ao Rio
Grande do Sul.
A empresa busca manter sua tradição e a qualidade dos produtos ofertados,
visando a se manter forte nessa região pela credibilidade no mercado. Seu slogan é
oferecer o melhor e o mais confiável serviço para as transportadoras e os motoristas.
O posto disponibiliza de uma área de 24.000m2, com amplo pátio para
estacionamento, com sistema de monitoramento, borracharia, auto-elétrica,
mecânica, lanchonete e banheiros com duchas – disponível aos consumidores
gratuitamente.
O posto revendedor também tem o selo de garantia RODO REDE, fornecido
pela IPIRANGA aos postos que têm excelência em seu atendimento e na infra-
estrutura, permitindo com que os caminhoneiros e demais clientes possam encontrar
um posto limpo, seguro e que ofereça diversos serviços aos mesmos.
Ainda conta com sistemas informatizados, bombas automatizadas para a
emissão de cupons fiscais, o que impossibilita fraudes. Além disso, os produtos
comercializados possuem qualidade da distribuidora IPIRANGA.
A IPIRANGA possui em torno de 70 mil funcionários, tendo por volta de 5,9 mil
postos em todo território brasileiro. A distribuidora é a maior empresa privada do
segmento de distribuição de combustíveis no Brasil e a segunda entre todas as
distribuidoras. A marca está entre as melhores bandeiras do país.
13
2.2 HIERARQUIA, PLANOS E AÇÕES
A hierarquia administrativa pressupõe o exercício de determinados poderes
pelo superior hierárquico, tais como dar ordens ao subordinado e controlar sua
atividade.
Hoje o nível hierárquico dentro das empresas é cada vez menor para dar mais
agilidade nas decisões. No caso da empresa em estudo, ela é constituída em sua
forma hierárquica pelos proprietários, um gerente administrativo, um gerente de
pista, um auxiliar administrativo, quatro caixas, quinze frentistas, dois lavadores e
dois zeladores. O quadro de funcionários pode ter alterações conforme a
sazonalidade, como épocas de escoamento de safra. Isso ocorre em função do
aumento ou redução da safra, pois as vendas variam conforme a demanda, o que
exige uma readequação no quadro de funcionários.
Esse quadro de funcionários tem um custo para empresa, o qual envolve
salários, férias, décimo terceiro, comissões, hora-extra, adicional noturno, adicional
de periculosidade, adicional de insalubridade, vale alimentação, vale transporte,
seguro de vida, sendo esses custos considerados como obrigações financeiras.
A empresa tem como planejamento um estudo sobre a necessidade do capital
de giro, visando a uma maior liquidez. Com isso, busca-se deixar a empresa
financeiramente viável e ao mesmo tempo com a possibilidade de um fluxo de caixa
maior.
14
3 REFERENCIAL TEÓRICO
Nesta seção são apresentadas as bases teóricas que fundamentam e
orientam o desenvolvimento da pesquisa. Primeiramente, é abordado o conceito de
administração e as funções do administrador. Na sequência, explicita-se o conceito
de administração financeira, demonstrativo do resultado de exercício, balanço
patrimonial e quocientes financeiros.
3.1 ADMINISTRAÇÃO
Para Maximiano (2000), administração é o processo de tomar decisões sobre
objetivos e utilização de recursos.
Segundo Chiavenato (2002), administrar cabe a qualquer empresa de
pequeno, médio e grande porte. Assim toda administração precisa ter seus objetivos
alcançados, obtendo resultados para a organização.
Chiavenato (1999) disserta que o administrador precisa saber lidar com
recursos organizacionais para obter a eficiência e eficácia, com alto grau de
satisfação entre o cliente que recebe e as pessoas que fazem o trabalho.
E assim, administrar é ter eficiência, atingindo os objetivos sem perdas de
recursos. Já ser eficaz é atingir os objetivos organizacionais (THOMAS e SNELL,
1998).
O administrador é a pessoa que busca, com responsabilidade, o desempenho
de uma organização, contando sempre com a ajuda das pessoas que nela
trabalham. Com planejamento, ele organiza, dirige pessoas e controla recursos
materiais, financeiros, de informação e tecnologia, alcançando os objetivos traçados
(CHIAVENATO, 1999).
Na administração os objetivos e um elevado desempenho podem ser
atingidos quando se integra quatro ações: planejar, organizar, dirigir e controlar o
uso dos recursos organizacionais. Essas ações possibilitam alcançar os objetivos
traçados de maneira eficiente e eficácia, e constituem as quatro funções do
administrador.
15
3.1.1 Quatro funções da administração
O planejamento é a primeira função administrativa. É o que a empresa
precisa verificar para ver sua situação no futuro e para analisar como chegar a
atingir um objetivo e meta, utilizando-se da melhor maneira dos recursos disponíveis,
bem como alcançando outros recursos necessários. A falta de planejamento pode ter
consequências graves, podendo levar uma empresa a abrir falência. (DAFT, 2005).
A segunda função do administrador é a organização. Ela segue o
planejamento. É a parte que estrutura o plano para realização do mesmo. A
organização do planejamento é obtida por meio de agrupamento de tarefas dos
departamentos. (DAFT, 2005).
A terceira função é a liderança. Esta é uma função administrativa muito
importante nos dias atuais, e demanda por parte do administrador uma influência
sobre as pessoas, os colaboradores, a fim de motivá-los a alcançarem as metas
delimitadas pela organização. (DAFT, 2005).
O controle é a quarta função do administrador e se refere à ação de controlar
os resultados dos funcionários da organização, verificando se estão no caminho
certo para atingirem as metas. Quando necessário, é preciso intervir e fazer
correções e readequações. Com a tecnologia esse controle pode ser feito
virtualmente. (DAFT, 2005).
Em qualquer escala que dispõem de recursos, administrar é um processo
muito importante e envolve decisões. Toda atividade tem certo conteúdo
administrativo, nas mais variadas escalas de utilização de recursos. Assim, as
funções administrativas são importantes para qualquer pessoa que tome decisões
sobre a utilização de recursos, ou que esteja em ambientes onde essas decisões
são tomadas. (MAXIMIANO, 2000).
3.1.2 O novo administrador e as novas escolas de administração
Marcondes e Bernardes (2003) afirmam que a nova administração do século
XXI engloba dois princípios: uma visão de mundo exterior orientada pelo mundo
interior da organização; e um perfil de administrador do terceiro milênio.
Quanto à visão do mundo exterior orientado pelo mundo interior da
organização, os autores observam que a organização tem que se antecipar dos
16
acontecimentos do mundo, pois as mudanças estão cada vez mais rápidas. Assim a
forma de se obter isso é buscar oportunidades, inovar e aproveitar tais
oportunidades dentro da empresa, ou seja, ser um empreendedor, que se mantém
atualizado através de jornais, revistas, sites e tudo o que o mundo virtual pode
proporcionar.
Por fim, o administrador do terceiro milênio precisa saber influenciar as
pessoas, ter o poder de negociar os benefícios para organização e liderá-los. Porém,
tem que aprender a ouvir mais quando houver necessidade e ser liderado quando
necessário, por isso trabalhar em equipe sempre é a melhor forma de ação. Também
é necessário saber bem sobre administração e as ciências nela estudada para se
posicionar perante a equipe quando houver a necessidade.( MARCONDES E
BERNARDES, 2003).
3.2 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA
Groppelli e Nikbakht (1999) observam que a administração financeira possui
vários termos chaves para sua denominação, como a compensação entre risco e
retorno, macro fatores, maximização da riqueza, finanças, micro decisões e
planejamento financeiro. Assim, definem finanças como a aplicação de uma série de
princípios econômicos e financeiros como o objetivo de se obter o lucro mais
elevado com o menor risco possível, maximizando a riqueza de uma empresa.
Os autores, ainda, defendem a ideia de que quanto mais conhecimento uma
pessoa adquire, ela estará mais capacitada para as tomadas de decisões,
planejamento e controle dentro de uma organização. Assim, para um administrador,
quanto mais ele souber sobre contabilidade, menos desvantagens terá na
compreensão dos dados contábeis, podendo, então, evitar medições negativas.
Os administradores devem ter em vista que as recompensas e os
desempenhos dos mesmos podem depender das medições contábeis. Com o auxílio
de normas e práticas contábeis, os administradores, de vários tipos de
organizações, terão mais conhecimento dos princípios contábeis que os ajudará na
gestão da empresa. (SALAZAR e BENEDICTO, 2004).
Braga (1989) afirma que todas as atividades empresariais envolvem recursos
financeiros e são orientadas para a obtenção de lucros. Cada empresa pode ser
visualizada como um sistema que multiplica os recursos financeiros nela investidos.
17
O autor ainda relata que os fundos movimentados por todas as áreas da
empresa compreendem um conjunto de atividades relacionadas à função financeira.
Essa função fica responsável pela obtenção dos recursos financeiros, tanto o
numerário movimentado pela empresa, quanto os direitos e as obrigações
decorrentes das transações realizadas a crédito.
A Administração Financeira diz respeito às responsabilidades do administrador financeiro numa empresa. Os administradores financeiros administram ativamente as finanças de todos os tipos de empresas, financeiras ou não financeiras, privadas ou públicas, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos. (GITMAN, 2002, p. 04, grifo do autor).
Independente de qual seja a área escolhida, a administração financeira é
importante em todos os tipos de negócios, sejam eles bancos ou outras instituições
financeiras. Também é importantíssima para as operações governamentais, escolas,
hospitais e departamentos de estrada de rodagem. A tomada de decisões nessas
áreas abrange desde um planejamento de expansão de determinado investimento
até a escolha de como financiar essa expansão. (BRIGHAM e HOUSTON, 1999).
A administração financeira tem o mesmo campo de atuação da contabilidade,
pelo fato do administrador financeiro extrair informações de demonstrativos
contábeis, principais fontes de informações da empresa, com o cuidado de analisá-
los sob o ponto de vista de fluxo de caixa. Adota-se o regime de caixa, preocupando-
se apenas com o fluxo de recursos, que são as receitas e as despesas, somente
quando acontecem entradas e saídas de caixa em reais. (MACHADO,2002).
[...] a Administração Financeira tem como funções básicas: o planejamento, a administração e o controle das entradas e saídas de fundos, ou seja, os investimento e financiamentos necessários à sustentação das atividades da empresa. (MACHADO, 2002, p.4, grifo do autor)
Lemes Junior, Rigo e Cherobim (2002) exemplificam que a administração
financeira tem por objetivo maximizar a riqueza dos acionistas da empresa. O
administrador financeiro é o responsável pela criação de valor da empresa. Sua área
de abrangência é gigantesca, ocupando-se do processo financeiro, dos mercados e
das instituições financeiras, dos instrumentos financeiros e das finanças pessoais,
governamentais e corporativas. Os administradores possuem grandes oportunidades
de contribuírem com o sucesso da empresa, pois, no campo das decisões de
18
investimentos, as organizações criam, recebem e desenvolvem inúmeras
alternativas buscando sempre a maximização da riqueza dos acionistas.
3.3 RELAÇÃO ENTRE A CONTABILIDADE E A ADMINISTRAÇÃO
Nesta seção é tratado a respeito da relação entre a contabilidade e
administração, dados da contabilidade que facilitam e auxiliam o administrador para
suas tomadas de decisões, será tratado sobre assuntos de demonstração do
resultado do exercício e balanço patrimonial.
3.3.1 Demonstração do resultado do exercício
A Demonstração de Resultado do Exercício (DRE) define os resultados das
operações da organização em um período específico. Nas empresas, esse período
refere-se aos últimos doze meses e trata-se dos aumentos e reduções que se obtém
do patrimônio líquido das operações. (MATARAZZO, 2003).
Para Marion (1998), os relatórios são elaborados de acordo com as
necessidades da empresa de maneira resumida e ordenada, formando os relatórios
contábeis, que são necessários para demonstração do resultado do exercício.
Esses relatórios, segundo descrevem Marion e Iudícibus (2000), são
ordenamentos das receitas e despesas, onde as despesas são subtraídas das
receitas para obtenção do resultado, podendo este resultar em lucro ou prejuízo.
Esse é o DRE simples, mas há o DRE que o governo pede e este demanda de
informações mais detalhadas, como será tratado abaixo:
a) a Receita Bruta é o total geral da vendas realizadas na empresas.
Não estão incluídos os impostos sobre as vendas e não foram
deduzidas as vendas canceladas e os descontos.
b) a Receita Líquida são somente os gastos da organização, para
obtê-la basta subtrair as deduções (impostos cobrados do
consumidor no momento da venda) da receita bruta.
c) o Lucro Bruto é obtido da receita líquida menos os custos do
período (gastos de produção).
d) o Lucro Operacional é o cálculo do lucro bruto menos despesas
(gastos de escritório).
19
e)o Lucro Antes da Distribuição obtém-se através da subtração do
lucro operacional das perdas (gastos imprevisíveis).
f) o Lucro Líquido é obtido através da subtração do lucro antes da
distribuição da participação de terceiros.
g) o Lucro líquido retido na empresa: é a subtração do lucro líquido
da participação dos donos.
Segundo Salazar e Benedicto (2004), o DRE mede o desempenho da
empresa. Essa demonstração financeira analisa a administração da organização
durante um período indicado pela mesma. E essa identificação se tem através dos
ativos líquidos, que são as receitas, diminuídos de outros ativos de recursos, que
são as despesas.
A demonstração do resultado do exercício visa fornecer, de maneira esquematizada, os resultados (lucro ou prejuízos) auferidos pela empresa em determinado exercício social, os quais são transferidos para conta do patrimônio líquido. O lucro (ou prejuízo) é resultante de receitas, custos e despesas incorridos pela empresa no período e apropriados segundo o regime de competências, ou seja, independentemente de que tenham sido esses valores pagos ou recebidos. (ASSAF NETO, 2000, p. 75)
3.3.2 Balanço patrimonial
“O balanço patrimonial representa a demonstração resumida da posição
financeira da empresa em determinada data.” (GITMAN, 2002, p. 72, grifo do autor).
O balancete, como também pode ser chamado, é o ponto de partida dentro da
empresa na sua parte financeira, principalmente no fim do ano ou da data que está
especificada. Trata-se de um importante relatório contábil, que ajuda a identificar a
viabilidade financeira e econômica da organização.
Para Braga (1989), o balanço patrimonial é todos os bens e direitos que
formam o ativo da empresa, e as dívidas e compromissos que formam o passivo,
bem como o capital próprio que é denominado patrimônio líquido.
No ativo relacionam-se recursos disponíveis e todos os valores que serão
transformados em dinheiro como duplicatas a receber e estoques, assim
denominados pela sua alta rotação. No ativo está relacionado ativo circulante e ativo
não circulante, realizável ao longo prazo, investimento, imobilizado,
intangível.(BRAGA,1989).
20
O autor relata que o passivo relaciona as obrigações da empresa, evidencia
todas as dívidas com terceiros que serão pagas a curto prazo. E estão relacionados
o passivo circulante e o passivo não circulante.
Já o patrimônio líquido para Braga(1989) é o que tem direito dos proprietários.
São valores sobre os ativos da organização, após subtraído as obrigações que
podem ser com terceiros (passivos). Em outras palavras, o Patrimônio líquido é igual
ao ativo menos o passivo, que estão relacionados com o capital social, as reservas
de capital, ajuste de avaliação patrimonial, reservas de lucro, ações em tesouraria,
prejuízos acumulados.
A base do balanço patrimonial são os ativos, passivos e o patrimônio líquido.
Em termos estruturais, segundo Salazar e Benedicto (2004). Conforme descreve a
Lei 11.638/07, o balanço patrimonial ficou com as características que são
apresentadas a seguir (LENZA, 2011).
O ativo circulante são os valores e bens que a empresa transforma em
dinheiro dentro de um ano, que é considerado a curto prazo. (SALAZAR e
BENEDICTO, 2004).
O Ativo permanente é composto por ativo realizável a longo prazo, como
investimentos, imobilizado e intangível. Realizáveis a longo prazo são os títulos a
receber a longo prazo, são ativos de menor liquidez (SALAZAR e BENEDICTO,
2004). Os investimentos são participações permanentes, ou seja, resultados
positivos para organização (LENZA, 2011). O imobilizado são bens e direitos que
tem por objeto o bem tangível (LEZA, 2011). E o intangível são objetos de bens
incorpóreos, destinados à manutenção da empresa (LENZA, 2011).
Para Lenza (2011) o passivo circulante são as obrigações de curto prazo; o
passivo não circulante, ao contrário do primeiro, são as obrigações de longo prazo.
Quanto ao patrimônio líquido, Lenza (2011) observa o seguinte: O Capital
Social representa o compromisso dos sócios com a organização. Já, as Reservas de
Capital são recursos dados por terceiros gratuitamente à empresa. E, vale lembrar
que os ajustes de avaliação Patrimonial têm por objetivo tentar acertar as aplicações
financeiras que não podem ter variações positivas ou negativas levadas ao
resultado. Ainda, verifica-se que as Reservas de Lucros se referem à parte que os
diretores optaram por deixar guardado na organização, para qualquer eventualidade.
Desse modo, as ações em tesouraria são as ações da própria empresa, ou seja, não
21
podem ser considerados ativos.
Ainda sobre o patrimônio líquido, vale ressaltar que os prejuízos acumulados,
que antes eram chamados de lucro acumulado, deixaram de existir depois da Lei
11.638/2007, a qual prescreve que os lucros têm que ser distribuídos aos sócios. De
acordo com a referida Lei, na última parte do Balanço Patrimonial os lucros tem que
serem disseminados entre os sócios, portanto, apenas os prejuízos podem ser
expostos, caso existam. (LENZA, 2011).
3.4 QUOCIENTES
Nesta seção será tratado dos conceitos de quocientes, como capital de giro
circulante líquido, liquidez, giro de estoque, rentabilidade, prazo médio de
recebimento e endividamento.
3.4.1 Índices de liquidez
Para Vieira (2008), a liquidez nada mais é que verificar a capacidade de a
empresa pagar os compromissos financeiros assumidos. A avaliação é feita através
de indicadores encontrados em demonstrações financeiras.
Conforme descreve Gitman (2002), a liquidez envolve três medidas básicas:
1) O Capital circulante líquido, utilizado para medir a liquidez na empresa;
2) Índice de liquidez corrente, que mede a capacidade da empresa para
satisfazer obrigações de curto prazo; e
3) Índice de liquidez seco, é semelhante à liquidez corrente, porém, exclui-se
os estoques do ativo circulante, por ser geralmente o ativo de menor liquidez.
Desse modo, a liquidez é vista como os recursos disponíveis para pagar as
obrigações da empresa em um curto prazo, conforme datas pré-dispostas. Envolve a
velocidade e a facilidade de transformar em dinheiro os ativos. (GITMAN, 2002).
A Liquidez Corrente mostra quanto a empresa possui no Ativo Circulante para
cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. Quanto maior for esse índice, melhor será para
a empresa. Fórmula:
Liquidez Corrente = Ativo Circulante
Passivo Circulante
22
Se o valor exceder de R$ 1,00 significa que a empresa pode pagar suas
dívidas totais, com os recursos que possui no Ativo Circulante. Caso for menor a
empresa terá que gerar recursos para pagar suas dívidas, pois os atuais recursos
circulantes são insuficientes. (GITMAN, 2002).
Gitman (2002), ainda relata, esse índice pode ser considerado um teste para
a empresa, pois visa a medir o grau de excelência da sua situação financeira. De um
lado, abaixo de certos limites, obtidos segundo os padrões do ramo, pode indicar
alguma dificuldade de liquidez, mas raramente tal conclusão será mantida quando o
índice de liquidez corrente for satisfatório.
A Liquidez Seco demonstra quanto a empresa possui de Ativo Líquido para
cada R$ 1,00 de Passivo Circulante. Quanto maior for esse indicativo melhor a
situação financeira da empresa conforme. (GITMAN, 2002).
Liquidez Seco = Ativo circulante - estoques
Passivo Circulante
Ainda para Gitman (2002), o índice de liquidez seco é semelhante ao índice
de liquidez corrente, com a única diferença que o primeiro exclui os estoques do
ativo circulante da empresa, por ser geralmente o ativo de menor liquidez.
3.4.2 Índices de atividades
O giro de estoque é o tempo de espera para o produto ser vendido na
empresa, ou seja, a rotatividade dos produtos. Quanto maior a rotatividade de
produto, maior será a liquidez da organização, assim é uma relação entre consumo
anual e o estoque médio do produto. Giro de estoques é calculado da seguinte
forma: (DIAS, 2005).
Giro de estoque = Custo dos produtos vendidos
Estoques
Para Moura (2004), a preparação do balanço para a área contábil da empresa
envolve o conhecimento do giro de estoque. Assim, o colaborador terá que ter
23
informação para eliminar os excessos de estoques e obter os cálculos precisos.
O que interessa aqui é quanto dinheiro está associado a cada item, pois quanto mais matéria-prima houver, mais tempo se levará para transformá-la em dinheiro, com custo incidindo ao longo do percurso. Mercadorias acabadas são mais seguras (possuem maior liquidez). O estoque é o ativo circulante de menor liquidez. (MOURA, 2004, p. 34).
O giro de estoques pode ser convertido na idade média do estoque, ao ser
dividido por 360 (números de dias do ano). ( GITMAN, 2002)
Idade média do estoque = 360 Giro do estoque
No entender de Gitman (2002), o prazo médio de recebimento pode ser
chamado, também, de período médio de cobrança, ou de idade média das
duplicatas a receber; o que significam o tempo/prazo em média que a empresa leva
para conseguir cobrar suas duplicatas. Esse prazo é obtido da seguinte maneira:
divisão entre as duplicatas a receber pelas vendas médias por dia (vendas anuais
divididas por 360 dias).
O autor, ainda, relata que o período médio de recebimento (PMR) está
atrelado diretamente às condições de crédito. Dependendo dos prazos de crédito
adotados, o PMR permite que o gestor saiba se o departamento de cobranças e de
crédito da empresa está sendo efetivo, dando o crédito no prazo certo, caso as
duplicatas sejam recebidas conforme os prazos oferecidos, fazendo com que o caixa
da empresa esteja sadio. Calcula-se da seguinte forma:
Prazo médio de recebimento= Duplicatas a receber
Venda media por dia
Período médio de pagamento
Para Gitman (2002), o período médio de pagamento pode ser denominado
também como idade média das duplicatas a pagar. É calculado do mesmo modo que
o período médio de cobrança, ou seja, duplicatas a pagar divididas pelas compras
médias por dia.
O autor ainda relata que a dificuldade para calcular esse índice decorre da
24
necessidade de se determinar às compras anuais, um valor não disponível nas
demonstrações financeiras.
Segundo Padoveze (2000, p.155) “a finalidade desse indicador é mostrar o
prazo médio que a empresa consegue para pagar seus fornecedores de materiais e
serviços”.
Período médio de pagamento = __Duplicatas a pagar__
Compras anuais/360
Gitman (2002), relata que os giros são como um índice de atividade para
medir rapidez das várias compras, as quais são revertidas em vendas ou em caixa.
Para Gitman (2002), o giro do ativo permanente indica com que eficiência a
empresa tem utilizado ativos permanentes para a geração de vendas. É calculado da
seguinte forma:
Giro do ativo permanente = Vendas
Ativo permanente líquido
O Giro do Ativo Total mede como a empresa usa todos os seus ativos para a
efetuação de vendas. (GITMAN, 2002)
Giro do ativo total = Vendas
Ativos totais
Quanto maior o giro do ativo total da empresa, mais eficientemente em seus
ativos foram utilizados. (GITMAN, 2002).
3.4.3 Rentabilidade
Para Gitman (2002), existem diversas maneiras de medir a rentabilidade de
uma empresa pelas suas vendas, seus ativos, seu patrimônio ou valor da ação. O
estudo da rentabilidade permite analisar os lucros da empresa em confronto com o
investimento dos proprietários, o valor da ação, o nível de vendas e de ativos.
Para se analisar os resultados da empresa, deve-se comparar o lucro de um
25
empreendimento com algum valor que expresse a dimensão relativa do mesmo. Há
diversas variantes que podem ser empregadas ao lucro: lucro operacional; lucro
líquido; lucro antes ou após imposto de renda. Os quocientes de retorno devem ser
analisados de maneira similar, pois procura-se saber a rentabilidade de um ativo
líquido, deve-se compará-lo com o lucro líquido e não operacional. (MARION e
IUDÍCIBUS, 2000).
A demonstração da composição percentual do resultado é uma ferramenta na
qual se permite avaliar a lucratividade em relação às vendas. Possuí uma fácil
avaliação de receitas e despesas específicas, visto que as mesmas são expressas
em porcentagens. São muito úteis na avaliação dos rendimentos da empresa entre
um ano e outro. (GITMAN, 2002).
3.4.4 Endividamento
De acordo com Marion e Iudícibus (2000), o quociente de endividamento tenta
demonstrar como decorrem as finanças entre a relação do capital próprio da
empresa e o capital de terceiros, mostrando a dependência da mesma.
Demonstrando a parte/porcentagem que o endividamento representa perante os
fundos totais.
Conforme observa Gitman (2002, p. 155), "a situação do endividamento de
uma empresa indica o montante de recursos de terceiros que está sendo usado, na
tentativa de gerar lucros".
Segundo Marion e Iudícibus (2000), a taxa de endividamento na maioria dos
casos não pode ser muito grande, pois está diretamente ligada aos aumentos de
despesas financeiras comprometendo a rentabilidade da empresa. Porém, isso
depende da taxa de retorno ganha pelo giro no ativo dos recursos tomados de
empréstimo. Se ela for maior que a taxa de despesas financeiras sobre o
endividamento médio, é viável a utilização de capitais de terceiros na empresa,
desde que não seja insustentável a situação de liquidez em algumas datas.
Já para Gitman (2002), quanto maior for a alavancagem financeira (utilização
de capital de terceiros a custos fixos) maior serão seus riscos, porém permite que o
retorno obtido, caso ocorra, seja maior também. Para que esse risco seja
acompanhado, tanto por parte dos administradores como dos credores, existem
certos índices que ajudam na análise do endividamento: endividamento geral, que
26
mede a quantidade dos ativos totais financiados pelos credores; exigível a longo
prazo, o qual trata-se da relação exigível a longo prazo e o patrimônio líquido da
empresa; cobertura de juros, que mede a capacidade da empresa de pagar os juros;
e, por fim, a cobertura de pagamentos fixos, que mede a capacidade da empresa de
pagar as obrigações e os pagamentos fixos.
Para Gitman (2002), o índice de endividamento geral mede proporção dos
ativos da organização, que são financiados pelos próprios diretores da organização
ou mesmo por instituições bancárias, ou seja, quanto maior o índice de
endividamento, maior sua dívida com capital de terceiros.
Índice de endividamento geral= Exigível total
Ativo total
O índice de cobertura de juros é utilizado para analisar a capacidade da
organização para pagamento dos juros contratuais. Assim sendo, quanto maior o
índice de cobertura de juros, maior será a probabilidade do pagamento das
obrigações desses juros, segundo Gitman (2002). Para calcular o índice de
cobertura de juros aplica-se a seguinte fórmula:
Índice de cobertura de juros = Lucro antes dos juros e do imposto de renda
Despesa anual em juros
O índice exigível a longo prazo mede a relação entre os recursos a longo
prazo fornecidos por terceiros ou proprietários. É utilizado para medir grau de
alavancagem financeira da empresa, relata Gitman (2002). Para realizar seu cálculo,
aplica-se a seguinte fórmula:
Índice exigível a longo prazo- patrimônio líquido = Exigível a longo prazo
Patrimônio líquido
3.4.5 Lucratividade
Os lucros da empresa podem ser avaliados de diferentes formas, através dos
27
ativos, das suas próprias vendas, por meio do patrimônio líquido e do valor da ação.
Sem obter lucros a empresa não iria atrair o capital de terceiros, assim os
proprietários poderiam ficar preocupados com o futuro da organização e tentar
readquirir os seus fundos investidos, segundo descreve
A Margem Bruta demonstra a porcentagem da receita operacional líquida,
após deduzir os custos das vendas, ou seja, mostra o total que a empresa está
ganhando do seu produto, conforme afirma (GITMAN, 2002).
Margem bruta= Lucro bruto
Vendas
Segundo descreve Gitman (2002), a margem operacional demonstra o lucro
puro da matéria-prima vendida, ou seja, é sem despesas obrigatórias (juros ou
impostos), que são considerados somente os lucros obtidos pela empresa.
Margem operacional= Lucro operacional
Vendas
Conforme Gitman (2002), a margem líquida é a melhor para ser calculada,
porque quanto maior, melhor é o resultado da empresa, ou seja, tirando todas as
despesas e impostos, a empresa consegue verificar o lucro real obtido.
Margem líquida = Lucro líquido após o imposto de renda
Vendas
A taxa de retorno sobre o ativo total ajuda a identificar a eficiência da
administração na geração de lucros com seus ativos totais. Quanto mais alta for
essa taxa melhor, relata Gitman (2002). É calculada pela seguinte fórmula:
Taxa de retorno sobre o ativo total= Lucro líquido depois do imposto de renda
Ativo total
Gitman (2002) salienta que a taxa de retorno sobre o patrimônio líquido mede
28
o retorno obtido sobre o investimento (ações preferenciais e ordinárias) dos
proprietários da empresa. Quanto mais alta for essa taxa melhor para os
proprietários da empresa. A taxa é calculada como segue:
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido = Lucro líquido após imposto de renda
Patrimônio líquido
Ciclo operacional
Conforme Gitman (2002), o ciclo operacional (CO) em uma organização é a
definição do tempo que leva desde o princípio da matéria prima, mesmo utilizando
mão-de-obra no processo produtivo, até o recebimento das vendas efetuadas.
O ciclo é composto pela seguinte fórmula, a soma de dois componentes:
Ciclo operacional = idade media dos estoques(IME) + período médio de cobrança (PMC)
“Na consecução de suas atividades operacionais, a empresa persegue
sistemicamente a produção de bens ou serviços e, consequentemente, vendas e
recebimentos.” (ASSAF NETO, 2000, p. 177). Assim a empresa busca a obtenção
de lucros, os quais possam saciar as expectativas de retorno do financiamento.
Ciclo de caixa
O ciclo de caixa é definido pelo prazo entre as saídas de caixa (pagamentos
de fornecedores) e as entradas de caixa (recebimento de clientes). (VIEIRA, 2008).
Para Gitman (2002), o ciclo de caixa é o período de tempo em que os
recursos da empresa estão comprometidos em efetuar o pagamento dos insumos
comprados dos fornecedores e o recebimento pela venda dos produtos acabados.
É calculado da seguinte forma:
CC = CO – PMP = IME + PMC – PMP
29
3.5 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
A análise vertical demonstra a participação de cada item de uma
demonstração financeira perante o total da demonstração, sua porcentagem perante
o total. Ao mesmo tempo oferece uma maior facilidade na comparação dos valores
apresentados, conforme afirma Machado (2002).
Já a análise horizontal calcula a variação percentual ocorrida de um período
para o outro. E através da análise dos dados que foi possível evidenciar se houve
aumento ou diminuição do item analisado (PADOVEZE, 2010).
3.6 CAPITAL DE GIRO O capital de giro envolve o processo de tomadas de decisões voltadas para a
preservação da liquidez da empresa. Ele é formado basicamente pelos estoques,
contas a receber e disponibilidades que correspondem aos recursos aplicados no
ativo circulante. (BRAGA, 1989).
Vieira (2008) relata que o capital de giro busca o equilíbrio e a estabilidade
financeira da organização.
Desse modo, a administração do capital de giro pode ser caracterizada como
o campo de estudo que trata da gestão dos ativos e passivos que compõem os
grupos circulantes do balanço patrimonial – ativo circulante e passivo circulante –, e
se preocupa em buscar respostas para duas questões principais: (1) quanto deveria
ser investido nas contas do ativo circulante, e (2) como esses investimentos
deveriam ser financiados. (VIEIRA, 2008)
A expressão capital de giro, para Ching (2010), refere-se aos recursos
próprios e de terceiros, necessários para suprir as atividades operacionais no dia a
dia das empresas. O capital de giro é definido como Ativo circulante (caixa, bancos,
aplicações financeiras, contas a receber e estoques) menos o Passivo circulante
(financiamentos e empréstimos, fornecedores e contas a pagar). A gestão de capital
de giro é vital nas atividades operacionais de qualquer empresa.
De acordo com Mott (1996), o sucesso para administrar o capital de giro de
uma empresa é encontrar o equilíbrio certo entre liquidez e lucratividade. Assim, a
empresa deve buscar uma compensação entre esses indicativos, tendo em mente
que eles marcham em direções opostas, conforme observa o autor.
30
Uma firma precisa ter liquidez suficiente para pagar remunerações e outras contas, quando necessário, mas, por outro lado, precisa manter estoques suficientes para que a produção não seja indevidamente interrompida e evitar que os clientes fiquem descontentes com a “falta de estoque”. (MOTT, 1996, p. 200).
O termo giro vem da concepção de movimentação sucessiva dos principais
elementos formadores das transações da organização, onde ela basicamente forma
seus lucros, ou seja, da movimentação dos capitais aplicados no giro é que há a
formação do lucro. (PADOVEZE, 2010).
Portanto, o Capital Circulante Líquido (CCL) apresenta-se a partir da seguinte
fórmula:
Capital circulante líquido = Ativo circulante - Passivo Circulante
Para Matarazzo (2003), a necessidade de capital de giro pode ser financiada
por três fontes: duplicatas descontadas e empréstimo bancários em curto prazo,
financiamentos bancários de longo prazo e capital circulante próprio.
Percebe-se que o capital circulante líquido nada mais é que o volume de
recursos a longo prazo da empresa, o qual se encontra aplicado no ativo circulante,
que, porém, deve dar sustentação e crescimento nas atividades da empresa.
Matarazzo (2003) define a análise da necessidade capital de giro como a
chave para a administração financeira de uma empresa, porém ela não é apenas
fundamental para o ponto de vista financeiro da empresa, mas também de
estratégias de financiamento, crescimento e lucratividade.
3.6.1 Importância da administração de capital de giro
Na administração do capital de giro de uma empresa considera-se a inter-
relação entre ativos e passivos a curto prazo da empresa, individualmente através
de seus itens ou de forma integrada, procurando melhor nível de capital de giro a ser
mantido, bem como as melhores formas de financiamentos de capital de giro.
Para Braga (1989), a administração de capital de giro envolve um processo
contínuo de tomada de decisões, voltadas principalmente para a preservação da
liquidez da empresa, mas que, também, afetam a sua rentabilidade.
31
Pode-se perceber que no cotidiano as falências e concordatas das empresas
se dão pelas falta de um conhecimento capaz de ajudar a tomar decisões
adequadas quanto ao uso de capital de giro. Observa-se que os administradores
desviam para outras finalidades os recursos que deveriam ser investidos no capital
de giro.
Segundo Assaf Neto (2000, p.190), a administração de capital de giro é de
suma importância.
[...] constitui-se no fundamento básico da avaliação do equilíbrio financeiro de uma empresa. Pela análise de seus elementos patrimoniais são identificados os prazos operacionais, o volume de recursos permanentes (longo prazo) que se encontra financiando o giro, e as necessidades de investimento operacional.
O autor ainda relata que a administração do capital de giro é uma área de
extrema importância no contexto da administração da empresa, envolvendo
decisões frequentes e repetitivas. Através do capital de giro o administrador
financeiro obtém um maior envolvimento operacional, sobre o qual a empresa só
tende a ganhar.
Para Assaf Neto (2000), uma boa administração do capital de giro envolve
imprimir alta rotação (giro) ao circulante, tornando mais dinâmico o fluxo de
operações. Portanto, pode-se afirmar que o capital de giro possui as características
de curta duração e rápida conversão em outras contas do mesmo grupo.
3.6.2 Fatores que atuam sobre a análise do capital de giro
Os fatores que atuam sobre o capital de giro de uma empresa podem ser
identificados como as atividades cujos os resultados estão expressos nos saldos das
contas, que compõem o ativo permanente e o patrimônio líquido.
Olinquevith e Santi Filho (1993) descrevem as atividades que atuam sobre o
capital de giro, dividindo-as em dois grupos: as atividades que enfraquecem o capital
de giro e as atividades que fortalecem o capital de giro.
Segundo os autores, as atividades que reduzem o capital de giro são:
prejuízos; aquisição de ativo imobilizado; aquisição de investimentos; aplicações de
recursos no ativo deferido; distribuição de lucros.
32
Já as atividades que aumentam o capital de giro são: lucros; venda de bens
do ativo permanente; aporte de recursos de sócios para aumento de capital;
depreciação, amortização e exaustão.
Na análise do capital de giro da empresa é importante observar o
comportamento desses fatores. Para Olinquevith e Santi Filho (1993) a análise do
capital de giro tem por finalidade identificar os fatores que contribuem para sua
evolução e tais fatores expressam as decisões tomadas pela empresa.
Percebe-se que através da análise do capital de giro fica fácil observar
variáveis que podem significar ameaças e oportunidades no estudo do giro da
empresa.
33
4 METODOLOGIA
Nesta seção são descritos os procedimentos metodológicos para o
desenvolvimento da pesquisa.
4.1 ESTUDO DE CASO
O presente estudo caracteriza-se como uma pesquisa exploratória, com
métodos bibliográficos e documentais, seguida de pesquisa quantitativa e qualitativa.
Os dados foram coletados a partir de relatórios contábeis fornecidos pela própria
empresa. Por tanto, envolveu dados primários e secundários.
Foram adotados os instrumentos de estudo para análise da documentação e
realização de pesquisa bibliográfica. Também, utilizou-se a consulta de livros que
abrangem a área financeira, visando à realização de estudos teóricos.
Sob esse ponto de vista, a pesquisa bibliográfica foi feita com base em
material já elaborado, constituídos em livros e artigos científicos que se utilizam
fundamentalmente das contribuições dos diversos autores sobre os conceitos
abordados no referencial teórico. (GIL, 2002).
No que compete ao objetivo da pesquisa exploratória, essa visou ao
fornecimento de critérios amplos e versáteis sobre a situação-problema enfrentada
pelo pesquisador e sua compreensão. Para tanto, caracterizada pela flexibilidade e
versatilidades com respeito aos métodos. (MALHOTRA, 2001).
A pesquisa em geral possui conhecimento sistematizado, considerando que a
empresa precisa estabelecer capital de giro adequado para um bom fluxo de caixa.
O capital de giro é o principal conceito deste trabalho, pois se busca saber qual a
melhor forma de utilizá-lo dentro da organização.
Vergara (2000) contextualiza que a pesquisa exploratória é o método que
consiste em área ou tema que possui pouco conhecimento sistemático. Já no
entender de Gil (2002, p. 45), “a pesquisa exploratória visa a proporcionar maior
familiaridade com o problema com vistas e torná-lo explícito ou a construir
hipóteses”.
Neste trabalho foi analisado documentos tais como: relatórios de pesquisa,
relatórios da empresa, tabelas estatísticas a fim de visualizar o elemento chave da
empresa, ou seja, o capital de giro.
34
Gil (2002) relata que o estudo documental assemelha-se a pesquisa
bibliográfica. A pesquisa documental é oriunda de matérias que não receberam ainda
uma análise, assim não possuem um olhar analítico. O autor, ainda, relata que as
pesquisas documentais constituem-se de documentos de fonte rica e estável de
dados como os de segunda mão. Neste estudo, foram analisados documentos tais
como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresa, tabelas estatísticas entre
outros.
O presente trabalho buscou ainda avaliar a necessidade de implantação do
capital de giro no posto revendedor de combustível, assim demandou de análise
documental.
Segundo Mattar (1996) a análise documental preocupa-se em estudar
profundamente algumas situações, como conhecer a relação entre as variáveis que
resultam um fenômeno ou problema. Na visão de Gil (2002), esse estudo possui
semelhança com o levantamento de dados.
O estudo de campo procura aprofundar as questões propostas numa
pesquisa, tendo como base uma instituição. Assim, teve-se por objetivo estudar um
único grupo ou comunidade (não necessariamente geográfica), como, por exemplo,
uma comunidade de trabalho, ressaltando a interação entre seus componentes.
Segundo Mattar (1996) a pesquisa de campo se preocupa em estudar
profundamente algumas situações, como conhecer a relação entre as variáveis que
resultam um fenômeno ou problema.
Na visão de Gil (2002), o estudo de campo possui semelhança com o
levantamento. O estudo de campo possui maior profundidade, procura muito mais o
aprofundamento das questões propostas do que a distribuição das características da
população.
Gil (2002), ainda relata, que o estudo apresenta maior flexibilidade mesmo
ocorrendo reformulação de seus objetivos ao longo da pesquisa. Estuda um único
grupo ou comunidade (não necessariamente geográfica) já que pode ser uma
comunidade de trabalho, ressaltando a interação entre seus componentes. Assim o
estudo tende a usar muito mais técnicas de observação do que de interrogação.
Assim, o estudo de caso tende a usar muito mais técnicas de observação do
que de interrogação. O autor ainda relata que o estudo apresenta uma maior
flexibilidade, o que poderia levar a reformulação de seus objetivos ao longo da
35
pesquisa.
Dentre outros dados utilizados para a pesquisa, foi realizada uma entrevista
não estruturada, ou seja, o objetivo básico foi a coleta de dados com perguntas que
apresentavam uma flexibilidade para o entrevistado e que possibilitassem levantar
dados para a pesquisa (GIL, 2002).
Segundo Malhotra (2001), a pesquisa qualitativa é desestruturada e de
natureza exploratória, baseada em amostras pequenas.
Foram utilizados, ainda, pesquisas qualitativas para definir o problema ou
elaborar uma abordagem. Na elaboração da abordagem foi utilizada a pesquisa
qualitativa para gerar hipóteses e identificar variáveis que deveriam ser incluídas nas
pesquisas. No problema a pesquisa qualitativa proporciona melhor visão e
compreensão.
O propósito da pesquisa qualitativa é descobrir o que o consumidor tem em mente. É realizada para que se possa ter uma idéia de suas perspectivas, e ajuda o pesquisador a compreender o escopo e a complexidade das atividades e preocupações dos consumidores. (AAKER, KUMAR e DAY, 2004, p. 206).
Quanto à pesquisa quantitativa, trata-se de um método em que se utilizam
técnicas estatísticas sobre os dados coletados nos relatórios. De acordo com
Malhotra (2001), a pesquisa quantitativa procura numerar os dados e aplicar uma
análise estatística. A pesquisa quantitativa é indicada para medir tanto opiniões,
atitudes e preferências, como comportamentos.
Com isso, a função da pesquisa quantitativa é descobrir quantas pessoas de
uma determinada população compartilham uma característica ou um grupo de
características. Ela é especialmente projetada para gerar medidas precisas e
confiáveis que permitam uma análise estatística. (MALHOTRA, 2001).
Em determinadas pesquisas existe a necessidade de coletas de dados para
análises financeiras, sendo dados primários e secundários. Os dados primários são
originados pelo pesquisador para a finalidade específica de solucionar o problema
em pauta. A coleta de dados primários pode ser dispendiosa e demorada. São dados
coletados ou produzidos por um pesquisador com a finalidade específica de resolver
o problema de pesquisa. (MALHOTRA, 2001).
Para Aaker, Kumar e Day (2004) os dados primários são coletados para
36
fornecer informações extraídas de demonstrações do resultado do exercício e do
balanço patrimonial da empresa revendedora de combustível. Para tanto, foram
verificados e analisados os numerários, visando a propor soluções para problemas
que possam ser observados e entrevista.
Para Malhotra (2001), os dados secundários são coletados de forma rápida e
barata a um custo relativamente baixo, ultilizados para fins diferentes do problema
em pauta. Dados secundários podem não ser exatos ou podem não estar
completamente atualizados.
Para Aaker, Kumar e Day (2004), os dados secundários podem fornecer
informações suficientes para solucionar o problema que está sendo investigado. Ele
ajuda a definir o problema e formular hipóteses para uma solução, quase sempre
esse exame traz um novo entendimento sobre o problema.
Os objetivos em estudos tornam-se visíveis por meio dos dados secundários,
assim foram analisados os dados primários e, após, comparados com os
secundários. Vale observar que esta pesquisa visou a avaliar a necessidade da
implantação do Capital de Giro.
4.2 LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA
A coleta de dados foi feita na empresa revendedora de Combustível,
localizada na cidade de Capitão Leônidas Marques/PR, a qual pertence a uma rede
de postos distribuídos pelo Paraná.
4.3 PROCEDIMENTOS DA COLETA DE DADOS
O trabalho de coleta de dados só teve início após a aprovação do Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP). A partir de então, foram solicitados os resumos financeiros
da empresa; Balanço Patrimonial e o Demonstrativo de Resultado do Exercício dos
últimos cinco anos, 2011, 2010, 2009, 2008 e 2007.
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
A pesquisa a qualquer momento poderia ter sofrido inclusão e exclusão de
dados por vontade própria das pessoas envolvidas. Porém, isso não ocorreu.
37
4.5 GRAU DE VULNERABILIDADE DOS SUJEITOS – BENEFÍCIOS, RISCOS, DESCONFORTOS E MEDIDAS PROTETORAS
Esta pesquisa não teve risco algum quanto à sua vulnerabilidade, pois os
pesquisadores estavam pré-dispostos para resolver qualquer complicação e dar
esclarecimentos acerca de quaisquer dúvidas sobre os métodos utilizados para este
projeto, tendo, assim, toda a medida protetora.
4.6 CRITÉRIOS PARA INTERROMPER A PESQUISA
Caso a empresa se recusasse a fornecer dados que suprissem as
necessidades da pesquisa e caso algum integrante do grupo se retirasse do projeto
de pesquisa poderia haver o interrompimento da mesma. Porém, isso não ocorreu.
4.7 SIGILO E CONFIDENCIALIDADE DAS INFORMAÇÕES
Os dados foram tratados de forma sigilosa tendo confiabilidade de todos
envolvidos na pesquisa e a proteção da identidade da empresa pesquisada. Para
tanto, os documentos foram requisitados ao setor de contabilidade, com o consenso
da diretoria da organização.
4.8 PROPRIEDADE, GUARDA E USO DAS INFORMAÇÕES
Os documentos fornecidos pela empresa foram coletados sem identificação
de CNPJ, endereço, assinatura, ou seja, sem identificação alguma. Assim, caso
houvesse algum extravio de documentos de pesquisa, a empresa não seria
prejudicada. Após a finalização da pesquisa em estudo, os dados fornecidos foram
destruídos para evitar a identificação e exposição.
4.9 ANÁLISE DOS DADOS
Os dados foram analisados por meio da pesquisa exploratória e documental
juntamente com a quantitativa, sendo coletados os dados primários e secundários.
Para tanto, utilizou-se cálculos financeiros, gráficos demonstrativos, quocientes
38
contábeis financeiros e tabelas estatísticas.
4.10 ORÇAMENTO E REMUNERAÇÃO
A empresa pesquisada está localizada a 60 km da cidade de Cascavel/PR e o
central de atendimento a 120 km de Cascavel/PR, tendo os pesquisados um gasto
de 24 litros de gasolina por viagem.
Todas as quartas-feiras do mês a equipe se reunia para a orientação de
pesquisa e as segundas-feiras e sextas-feiras para a elaboração do projeto,
formando um custo com a alimentação, comunicação e internet. A revisão ortográfica
e gramatical é importantíssima para que o trabalho não perca seu valor e também
gerou custos para a pesquisa.
Tabela 1 - Cronograma para Elaboração da Pesquisa ITENS QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL
Cartuchos para impressora 1 45,00 45,00 Resmas de Sulfite - Folhas A4 4 12,00 48,00 Envelopes 12 0,80 9,60 Encadernação 10 3,00 30,00 Combustível 3500,00 Canetas 10,00 Alimentação 2000,00 Internet 200,00 Comunicação 350,00 Revisão ortográfica e gramatical 600,00 Pen Drive 2 18,00 36,00 TOTAL R$ 6.828,60 FONTE: Dados de pesquisa.
4.11 CRONOGRAMA
Tabela 2 - Cronograma para Elaboração da Pesquisa ATIVIDADES EM 2012 Mar Abr Maio Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Início da pesquisa X Desenvolvimento da pesquisa X X Protocolo do projeto de pesquisa X Protocolo junto ao Comitê de Ética X Defesa em banca do projeto de pesquisa
X
Coleta de dados X X Tabulação dos dados X X Análise dos dados X Resultados e discussão X Considerações finais X X Término da pesquisa X Protocolo do TCC X Defesa em banca do TCC X FONTE: Dados de pesquisa.
39
5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP), a empresa
pesquisada forneceu seus relatórios contábeis como o Balanço Patrimonial e a
Demonstração do Resultado do Exercício dos últimos cinco anos. Após recebermos
os documentos, iniciou-se o processo de organização dos dados, realizando-se,
primeiramente, uma análise vertical e horizontal dos mesmos, o qual permitiu
analisar a variação de cada dado ao longo dos anos.
Depois foi feita uma análise dos índices financeiros como liquidez, atividade,
endividamento e lucratividade, fornecendo um parecer geral da situação financeira
da empresa.
Finalizada a análise dos índices financeiros foi realizada uma entrevista não
estruturada com a diretora da empresa, de maneira que ajudasse na busca de
respostas para uma melhor análise das variações financeiras da empresa.
Por último, realizou-se um aprofundamento no capital de giro da empresa, um
dos objetivos cruciais do trabalho.
Os valores financeiros analisados não foram divulgados no trabalho, apenas
suas porcentagens. Levou-se em consideração uma questão ética, visando a não
comprometer a empresa pesquisada. Esses dados foram disponibilizados à banca
durante a defesa, porém logo após foram devolvidos aos pesquisadores para devido
encaminhamento.
5.1 ANÁLISE VERTICAL E HORIZONTAL
40
Tabela 3 - Balanço Patrimonial
BALANÇO PATRIMONIAL
PERÍODO 2007 2008 2009 2010 2011
DESCRIÇÃO VERT HOR VERT HOR VERT HOR VERT HOR VERT HOR
ATIVO
ATIVO CIRCULANTE 87,63 100,00 80,39 0,90 86,30 1,34 85,39 0,92 85,04 1,05
Caixa 77,93 100,00 64,38 0,81 72,76 1,41 70,82 0,91 69,32 1,03
Banco conta movimento 0,29 100,00 0,00 0,00 0,09 0,00 0,22 2,33 0,49 2,38
Duplicatas a Receber / Créditos 5,34 100,00 6,17 1,13 9,01 1,82 9,38 0,97 8,76 0,99
Tributos a Recuperar 0,07 100,00 0,07 1,04 0,05 0,82 0,14 2,70 0,31 2,35
Estoque 4,00 100,00 9,77 2,39 4,39 0,56 4,84 1,03 6,16 1,35
Combustíveis 1,51 100,00 6,62 4,29 2,32 0,44 3,20 1,29 4,68 1,54
Lubrificantes 1,41 100,00 1,82 1,26 1,10 0,75 0,53 0,45 0,82 1,63
Peças e Acessórios 1,08 100,00 1,33 1,20 0,98 0,92 1,10 1,05 0,67 0,64
ATIVO PERMANENTE 12,37 100,00 19,61 1,55 13,70 0,87 14,61 1,00 14,96 1,08
Máquinas e Equipamentos 0,70 100,00 0,75 1,04 0,66 1,10 0,76 1,07 0,89 1,23
Veículos 8,66 100,00 15,77 1,78 10,55 0,83 11,04 0,98 9,84 0,94
Móveis e Utensílios 1,03 100,00 1,07 1,01 0,86 1,00 0,92 1,00 0,87 1,00
Instalações 1,78 100,00 1,83 1,00 1,47 1,00 1,57 1,00 1,49 1,00
Automação 0,19 100,00 0,20 1,00 0,16 1,00 0,17 1,00 0,16 1,00
Crédito ICMS Ativo Permanente 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,14 0,00 0,03 0,20
Ativo realizável – comodato 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 1,69 657,58
TOTAL DO ATIVO 100,00 100,00 100,00 0,98 100,00 1,24 100,00 0,93 100,00 1,06
PASSIVO
PASSIVO CIRCULANTE 2,39 100,00 4,27 1,74 1,85 0,54 1,81 0,91 2,03 1,18
Empréstimos 0,00 100,00 1,09 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Fornecedores 0,40 100,00 0,23 0,56 0,30 1,58 0,13 0,42 0,17 1,38
Obrigações Fiscais 1,36 100,00 2,20 1,58 1,09 0,62 1,07 0,92 0,79 0,78
Salários a pagar 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,40 1,34 0,36 0,94
Obrigações Sociais 0,62 100,00 0,74 1,16 0,46 0,78 0,21 0,42 0,22 1,09
Outras Obrigações 0,01 100,00 0,01 1,21 0,00 0,70 0,00 0,00 0,50 0,00
EXIGIVEL A LONGO PRAZO 0,00 100,00 0,00 0,00 4,09 0,00 3,18 0,73 3,66 1,21
PATRIMÔNIO LÍQUIDO 97,61 100,00 95,73 0,96 94,05 1,22 95,00 0,94 94,31 1,05
Capital Social 15,42 100,00 63,15 4,00 50,76 1,00 54,34 1,00 51,46 1,00
Lucros ou Prejuízos acumulados 82,18 100,00 32,58 0,39 43,29 1,65 40,66 0,88 42,85 1,11
Reservas 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1,00 0,00 0,00
Passivo realizável 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
TOTAL DO PASSIVO 100,00 100,00 100,00 0,98 100,00 1,24 100,00 0,93 100,00 1,06
FONTE: Dados da pesquisa
41
Gráfico 1 - Análise Vertical
FONTE: Dados de pesquisa.
Gráfico 2 - Análise do Patrimônio Líquido e do Ativo Circulante
FONTE: Dados de pesquisa.
De 2007 para 2008 pode ser analisada uma queda de 7,24% na variação
percentual do ativo circulante, o que apesar do aumento de estoques, contas a
receber, refletiu num caixa com forte queda, fazendo com que o ativo circulante
42
diminuísse no ano de 2008. De 2008 para 2009 esse percentual do ativo circulante
aumentou 5,91%. Apesar de o estoque ter diminuído, observa-se que o caixa, as
duplicatas a receber aumentaram significantemente. Porém, de 2009 a 2010 e 2010
a 2011 o ativo circulante se manteve, com uma pequena queda.
Gráfico 3 - Análise do Ativo Permanente e do Exigível a Longo Prazo
FONTE: Dados de pesquisa.
Já o ativo permanente de 2007 a 2008 apresenta um aumento de 7,24%, pelo
fato de ter sido feita a aquisição de um veículo para transporte de combustíveis em
2008, conforme a diretora comprova na entrevista que segue em apêndice. Já no
ano de 2008 e 2009 teve uma queda de 5,91%, a qual fez com que o ativo
permanente voltasse a sua linha padrão de aproximadamente 14%, seguindo nessa
linha nos demais anos estudados.
Gráfico 4 - Análise do Passivo Circulante
FONTE: Dados de pesquisa.
43
No passivo circulante de 2007 a 2008 pode-se perceber que existe um
aumento de 1,88%, devido ao fato do aumento de empréstimos e obrigações fiscais.
Porém, no ano de 2008 e 2009 o passivo circulante tem uma queda de 2,42%
referente às obrigações fiscais que reduziram e os empréstimos que diminuíram no
passivo circulante, pelo fato de tornarem-se exigíveis a longo prazo, havendo assim
um aumento significativo do exigível a longo prazo, visto que nos anos de 2007 e
2008 eram nulos e tornando-se estáveis sem grandes variações nos demais anos
estudados. Ao mesmo tempo o patrimônio líquido vem se mantendo ao longo dos
anos quase estável, com pequenas variações que podem ser desconsideráveis.
Tabela 4 - Demonstração de Resultado do Exercício - DRE
DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADO DO EXÉRCICIO - DRE
Período 2007 2008 2009 2010 2011
Descrição AV AHOR VERT HOR VERT HOR VERT HOR
VERT HOR
Receita operacional bruta 100,00 100,00 100,00 1,37 100,00 0,75 100,00 0,94 100,00 1,10
Venda de combustíveis 98,39 100,00 98,80 1,37 98,76 0,75 98,46 0,94 98,79 1,10
Venda de peças e acessórios 0,36 100,00 0,32 1,20 0,37 0,86 0,41 1,06 0,42 1,12
Venda de lubrificantes 1,23 100,00 0,87 0,97 0,87 0,75 1,13 1,22 0,75 0,73
Venda de serviços 0,02 100,00 0,01 0,81 0,01 0,47 0,00 0,64 0,04 9,12
Impostos sobre vendas brutas 0,08 100,00 0,06 0,95 0,05 0,71 0,03 0,50 0,01 0,43
Receita líquida 99,92 100,00 99,94 1,37 99,95 0,75 99,97 0,94 99,99 1,10
Custo das mercadorias vendidas 89,63 100,00 88,90 1,35 88,51 0,74 87,23 0,93\ 87,43 1,10
Lucro bruto 10,29 100,00 11,04 1,46 11,44 0,77 12,75 1,05 12,56 1,08
Despesas gerais 5,51 100,00 4,52 1,12 4,74 0,78 4,73 0,94 10,58 2,46
Despesas com vendas 1,76 100,00 1,58 1,23 1,94 0,92 0,00 0,00 0,00 0,00
Despesas administrativas 0,87 100,00 0,68 1,08 0,88 0,97 4,63 4,93 10,47 2,48
Despesas tributárias 0,03 100,00 0,03 1,20 0,03 0,87 0,00 0,00 0,00 0,00
Despesas financeiras 0,47 100,00 0,14 0,40 0,19 1,03 0,10 0,48 0,00 0,00
Outras despesas operacionais 2,38 100,00 2,09 1,20 1,69 0,60 0,00 0,00 0,00 0,00
Receitas financeiras 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,11 0,00
Resultado operacional 4,79 100,00 6,53 1,86 6,70 0,77 8,02 1,13 2,20 0,30
Despesas não operacional 0,00 100,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,42 0,00
Contribuição social 1,08 100,00 1,08 1,37 1,08 0,75 1,08 0,94 0,16 0,16
Resultado líquido antes ir 3,71 100,00 5,45 2,01 5,62 0,77 6,94 1,16 1,62 0,26
Imposto de renda 0,26 100,00 0,28 1,51 0,25 0,67 1,34 4,98 0,32 0,26
Lucro líquido do exercício 3,45 100,00 5,16 2,04 5,37 0,78 6,68 1,17 1,30 0,21
FONTE: Dados da pesquisa
Conforme a análise da demonstração de resultado de exercício pode-se
constatar que a venda de combustíveis é o principal gerador de receitas para
44
empresa, visto que representa aproximadamente 98% da receita operacional bruta
nos últimos cinco anos.
O lucro bruto apresentou um crescimento acumulado de 2,46% até o ano de
2010, pelo fato de o custo das mercadorias vendidas perante a receita líquida total
ter diminuído. Porém, no ano de 2011 houve um aumento no custo das mercadorias
vendidas, diminuindo o lucro bruto em 0,19%. Esse aumento é justificado na
entrevista, pelo fato de, em 2011, a empresa ter passado para a bandeira IPIRANGA
e não conseguir barganhar tanto seu preço de compra.
Nos dois primeiros períodos estudados se observa que houve uma redução
nas despesas gerais por conta da diminuição das despesas com vendas, despesas
administrativas e financeiras. Do terceiro ao quarto período constata-se que houve
uma variação quase que imperceptível. Entretanto de 2010 a 2011 a variação
percentual disparou de 4,73% para 10,58%, um aumento expressivo que influenciou
diretamente no lucro líquido que vinha num crescimento acumulado de 3,23% de
2007 a 2010 e pelo fato das despesas gerais terem aumentado em 2011, caiu
5,38%.
Outro fator relevante para o lucro líquido do exercício de 2011 ter caído foi o
fato de ter uma despesa não operacional de 0,42%. De acordo com dados
fornecidos pela entrevista ocorreu o furto de uma carga de combustíveis.
5.2 ANÁLISES DE ÍNDICES FINANCEIROS
Os índices financeiros servem para o administrador saber realmente como
anda a saúde de sua empresa, medindo aspectos financeiros e econômicos da
organização, conforme discorre Matarazzo (2003).
Tabela 5 - Análises Financeiras
ANÁLISES FINANCEIRAS
DESCRIÇÃO 2007 2008 2009 2010 2011
ANÁLISE DE LIQUIDEZ
Capital de Giro -12,77% 38,03 -7,56 4,87
Índice de Liquidez Corrente 36,6 18,83 46,55 47,06 41,85
Índice de Liquidez Seco 34,93 16,54 44,18 44,4 38,82
ANÁLISE DE ATIVIDADE
Giro de Estoques 85,03 48,27 64,21 57,95 47,4
45
Índice Médio de Estoque 4,23 7,46 5,61 6,21 7,6
Período Médio de Cobrança 5,07 4,19 10,17 10,51 9,43
Período Médio de Pagamento 0,43 0,18 0,38 0,17 0,21
Giro do Ativo Permanente 30,67 27,05 23,28 22 22,33
Giro do Ativo Total 3,79 5,3 3,19 3,21 3,34
Ciclo Operacional 9,3 11,65 15,78 16,72 17,03
Ciclo de Caixa 8,87 11,47 15,4 16,55 16,82
ANÁLISE DO ENDIVIDAMENTO
Índice de Endividamento Geral 2,39% 4,27% 5,95% 5,00% 5,69%
Índice Exigível a Longo Prazo - Patrimônio Líq. 4,35% 3,35% 3,88%
Índice de Cobertura de Juros 22,03 79,78 59,9 130,99
ANÁLISE DE LUCRATIVIDADE
Margem Bruta 10,30% 11,05% 11,44% 12,75% 12,56%
Margem Operacional 4,79% 6,53% 6,70% 8,02% 2,20%
Margem Líquida 3,45% 5,17% 5,37% 6,68% 1,30%
Taxa de Retorno Sobre o Ativo Total 13,09% 27,38% 17,11% 21,47% 4,35%
Taxa de Retorno Sobre o Patrimônio Líquido 13,41% 28,60% 18,19% 22,60% 4,61%
FONTE: Dados da pesquisa
5.2.1 Análise de liquidez
Para Brigham e Houston (1999), a análise por índices é uma maneira fácil e
rápida de se obter a medida da liquidez da empresa.
A análise de liquidez foi dividida em três índices: Liquidez Corrente, Liquidez
Seca e o Capital de giro, que não foi averiguado junto com os demais, sendo
examinado mais a fundo mais a frente no trabalho.
Gráfico 5 - Análise do Índice de Liquidez Corrente e Seco
FONTE: Dados de pesquisa.
Pode-se notar que do ano de 2007 a 2008 houve uma queda expressiva do
46
índice de liquidez corrente. Uma variação negativa de - 17,77% pelo fato do passivo
circulante ter crescido em função de empréstimos de curto prazo realizados e
aumento das obrigações fiscais. E, também pelo fato do ativo circulante ter
diminuído em função da redução do caixa. Já do ano de 2008 a 2009 pelo fato de o
ativo circulante aumentar e o passivo circulante diminuir houve um aumento de
27,72%, o ativo aumentou em função de ter mais caixa, duplicatas a receber e o
passivo circulante, o fato de a empresa optar por financiamentos a longo prazo, que
permitiram que a empresa ficasse mais líquida.
Relata Padoveze (2010), o índice de liquidez seco é mais próximo da
realidade que o corrente pelo fato da exclusão dos estoques do ativo circulante,
demonstrando apenas os valores recebíveis do total do ativo dividido pelos valores a
pagar.
Como demonstra no gráfico que, assim como o índice de liquidez corrente do
primeiro período para o segundo, tem uma forte queda, tendo a mesma justificativa
do índice de liquidez corrente, e tendo uma diferença ainda maior que o índice de
liquidez corrente no segundo período pelo fato de o estoque ter aumentado. Já no
terceiro período o estoque foi reduzido 5,38%, mantendo-se no quarto período e
aumentando no quinto.
Foi analisado que as taxas da liquidez corrente e a seca foram bem próximas
pelo fato de o estoque não interferir tanto nas variações se comparado com o ativo
circulante e o passivo circulante em função do giro de estoque.
5.2.2 Análise de atividade
Para Brigham e Houston (1999), a análise da atividade mede a eficácia que é
gerenciada os ativos da empresa. Já para Gitman (2002), com os índices de
atividade mede-se a velocidade que as várias contas se transformam em vendas ou
caixa.
Desta forma obter uma análise da atividade pesquisada sobre os seguintes
índices: giro estoque, período médio de cobrança, período médio de pagamento, giro
do ativo permanente, giro do ativo total, ciclo operacional e ciclo de caixa.
A respeito do giro de estoque, nota-se que teve uma variação percentual de -
43,23% de 2007 a 2008, pelo fato de ter uma mudança grande no estoque
47
aumentou de 4,00% para 9,77%. De 2008 a 2009 teve um crescimento de 33,02%
pelo fato de o estoque diminuir, seguindo em 2009 a 2010 o giro de estoque teve
uma variação negativa de -9,75% devido a um leve crescimento do estoque. Já no
ano de 2010 a 2011 o giro de estoque teve uma variação percentual negativa de -
18,21%, pelo fato de o estoque ter um aumento de 4,84% para 6,16%.
Tabela 6 - Idade Média de Estoque
PERÍODO ANO IGE IME
2007 360 85,03 4,23 DIAS
2008 360 48,27 7,46 DIAS
2009 360 64,21 5,61 DIAS
2010 360 57,95 6,21 DIAS
2011 360 47,4 7,6 DIAS
FONTE: Dados da pesquisa
Conforme a tabela acima demonstra, o ano que apresentou melhor resultado
foi 2007, no qual a cada 4,23 dias o estoque estava sendo renovado.
Quanto ao período médio de cobrança, do primeiro período analisado para o
terceiro há um acréscimo de 3,67 dias do PMC, em decorrência do aumento das
duplicatas a receber, o que é um dado negativo para a empresa, pois quanto mais
tempo a empresa demora para receber mais necessitará de capital de giro em seu
fluxo de caixa. Já do terceiro período ao último houve uma redução no PMC de 0,74
dias o que melhorou o fluxo de caixa da empresa.
Conforme Gitman (2002), o PMC deve ser analisado se é satisfatório ou não
conforme as condições que a empresa trabalha. Através da entrevista, a diretora
informou que o prazo oferecido pela empresa é de até 30 dias, porém há poucos
clientes, a maioria dos pagamentos é à vista. Ou seja, os períodos médio de
cobrança apresentados pela empresa são satisfatórios perante ao prazo estipulado
pela mesma.
Quanto ao período médio de pagamento, para Padoveze (2010), a empresa
depende da política de prazo do fornecedor, quanto maior for a política de crédito
melhor para a empresa, necessita menos capital circulante.
O prazo médio de pagamento é praticamente nulo. Não é zero pelo fato de na
compra de lubrificantes, peças e acessórios a empresa conseguir prazos. Porém, a
grande maioria são compras à vista. Diante desse quadro, infere-se que não
48
representa a melhor estratégia financeira a ser tomada. Nesse caso, deixa-se de
utilizar os recursos do fornecedor para custear a necessidade de capital de giro,
refletindo perdas financeiras.
O ciclo operacional vem aumentando no decorrer dos anos: do primeiro ao
segundo ano houve um aumento de 2,35 dias, o que apesar de o PMC diminuir 0,88
dias o IME em compensação ter subido 3,23 dias. Do segundo ao terceiro período
houve um crescimento ainda maior de 4,13 dias, agora ocorrendo o contrário apesar
do IME diminuir 1,86, o PMC teve um grande aumento de 5,98 dias. Do terceiro
período em diante o ciclo operacional seguiu crescendo, porém de maneira mais
controlada, do terceiro ao último período cresce 1,25 dias.
Esse crescimento é preocupante, pois, quanto maior for o ciclo operacional da
empresa maior será a necessidade de capital de giro da empresa.
A diferença entre o ciclo operacional e o ciclo de caixa é a diminuição do
período médio de pagamento. No caso da empresa analisada, por ela ter um PMP
extremamente baixo, pagar suas contas praticamente à vista, não vai ter grandes
alterações do ciclo operacional para o ciclo de caixa. Da mesma maneira ele
apresenta um crescimento ao longo de todos os anos, com crescimentos acelerados
no intervalo de 2007 e 2008, 2008 e 2009, mantendo depois um crescimento
continuo.
No ano de 2007 para 2008 o giro do ativo permanente diminuiu 3,62 vezes,
isso devido ao fato de o ativo permanente ter variado nesse mesmo período 7,24%,
devido a aquisição do veículo. Do ano 2008 para 2009 ele novamente diminuiu para
3,77%, Devido ao ativo permanente ter caído, o total de vendas caiu mais ainda. Nos
próximos períodos o GAP ficou na casa dos 22 23 giros ao ano, se mantendo.
Segundo Gitman (2002), na maioria das vezes, giros mais altos de ativos
permanentes são preferidos, visto que refletem uma maior eficiência na utilização
desses ativos.
As variações apresentadas no giro do ativo total foram entre os anos de 2007
e 2008, ocorrendo um crescimento de 1,51 giros ao ano e de 2008 a 2009, uma
queda de 2,11 giros ao ano. Essas variações ocorreram decorrentes a grande
variação das vendas no ano de 2008, não podendo ser constatada na análise
vertical visto que trabalha com porcentagem do total, apenas se analisando os
valores do DRE.
49
Para Padoveze (2010), o giro do ativo total mostra a velocidade com que o
investimento total se transforma em volume de vendas. Quanto mais vendas, mais
rápido é o ciclo operacional, maior as possibilidades de incrementar a rentabilidade.
5.2.3 Análise de endividamento
Para o conhecimento geral das finanças da empresa se faz necessário um
estudo sobre seu endividamento. Saber como anda a influência do capital de
terceiros na empresa e como eles têm afetado sobre ela.
Ao mesmo tempo em que o grau de endividamento oferece um risco da
empresa, pode oferecer um grau de retorno maior, aumenta o potencial do retorno,
conforme Gitman (2002).
Quanto ao índice de endividamento geral, do primeiro ao segundo ano,
ocorreu um crescimento de 1,88%, devido a dois fatores. Primeiro, por não existir
exigível a longo prazo nos dois anos. E em segundo lugar, o passivo circulante teve
um aumento de 1,88%. Mas, observa-se que o crescimento continua do segundo ao
terceiro período variando 1,68%. Apesar de o passivo circulante ter caído, surge o
exigível a longo prazo que sai de 0% e vai a 4,09% aumentando o IEG. Do terceiro
ao quarto período demonstra uma queda de 0,95%, pelo fato do exigível total
(exigível a longo prazo + passivo circulante) cair de 5,94% para 4,99%. Volta-se a
crescer do quarto ao quinto período, pelo aumento do exigível total, aumentando
para 5,69% a taxa de endividamento geral.
Concluí-se que a empresa não possuía empréstimos de longo prazo nos
períodos de 2007 e 2008, sucessivamente, não possuía nada exigível a longo prazo.
Contudo no ano de 2009 começou a utilizar empréstimos a longo prazo, tendo uma
variação percentual negativa de -1,00% em seu índice exigível a longo prazo (IELP)
do ano de 2009 a 2010, devido o exigível a longo prazo ter tido uma queda 0,91% e
o patrimônio líquido ter apresentado um aumento de 0,95%.
No que diz respeito ao índice de cobertura de pagamento de juros, a
empresa, no primeiro período analisado, para cada R$1,00 em juros contratuais
possuía R$22,03 para cumprir com esses contratos. Já no segundo período esse
valor aumentou para R$79,78, devido à diminuição das despesas financeiras em -
0,33% e o lucro bruto ter apresentado um aumento de 0,75%. Do segundo período
para o terceiro o valor para saciar os contratos de juros diminuiu para R$59,90. Essa
50
queda se deu devido ao fato de que as despesas aumentaram em uma proporção
muito maior do que o lucro bruto. Do terceiro ao quarto período as despesas
financeiras seguiram diminuindo e o lucro bruto seguiu aumentando, chegando a
R$130,99 para cada R$1,00 comprometido.
No último período o índice de cobertura de pagamento de juros não pode ser
calculado visto que as despesas financeiras foram nulas.
5.2.4 Análise da Lucratividade
Padoveze (2010), uma empresa possui diversas formas para uma análise de
lucratividade. Podem ser avaliadas pelas suas vendas, seus ativos e pelo seu
patrimônio líquido. Essas medidas podem avaliar os lucros da mesma, que podem
afetar o desenvolvimento da organização.
De acordo com Gitman (2002),
A margem bruta mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda que restou, após a empresa ter pago seus produtos. Quanto mais alta a margem bruta, tanto melhor, e menor o custo relativo dos produtos vendidos (GITMAN, 2002, p. 121) .
Pode-se observar que do ano 2007 a 2010 a instituição veio apresentando um
crescimento em sua margem bruta, tendo um lucro bruto em relação a suas vendas
maior, já de 2010 a 2011 houve uma pequena queda de -0,19%. Um fato
preocupante para empresa, pois o custo relativo dos produtos vendidos tiveram um
crescimento maior em relação às vendas nesse período.
Para Gitman (2002), o lucro operacional é puro, pelo fato de ignorar despesas
financeiras ou obrigações governamentais, considerando apenas os lucros auferidos
pela empresa em suas operações. Quanto mais alta a margem operacional melhor.
Conforme demonstrado na Tabela 5, a margem operacional de 2007 a 2010
apresentou crescimento. Porém, de 2010 para 2011 apresentou uma forte queda, o
que é preocupante para a empresa, visto que, quanto maior for a margem
operacional melhor é para empresa.
Em 2010 a empresa apresentou sua maior margem líquida de 6,68%, sendo
que a cada venda da empresa, 6,68% era destinada aos sócios.
Já em 2011, o posto revendedor de combustíveis apresenta sua margem
líquida mais baixa, tendo uma queda brusca entre 2010 e 2011. O que é
51
preocupante, visto que a margem líquida está ligada diretamente com a lucratividade
da empresa.
Para Gitman (2002), a Taxa de Retorno sobre o Ativo Total (ROA) mede a
eficiência global da administração na geração de lucros com seus ativos disponíveis,
demonstrando o retorno sobre o investimento dos sócios.
Pode-se analisar que não há uma estabilidade na taxas de retorno sobre o
ativo total nos anos analisados. Por exemplo, no ano de 2008 obteve-se uma taxa de
27,38%, já no ano de 2011 esta taxa caiu para 4,35%, que apresentou taxa de
retorno menor que o da poupança. Se em 2011 esse montante houvesse sido
investido na caderneta de poupança seria mais rentável para os sócios.
Assim como a taxa de retorno sobre o ativo total demonstra a rentabilidade
dos proprietários da empresa. E a taxa de retorno do patrimônio líquido faz o
mesmo, porém no lugar de analisar o ativo total, analisa-se o patrimônio líquido da
empresa.
Pode-se analisar que de 2007 a 2008 a empresa apresentou um crescimento
de 15,19%, já de 2008 para 2009 uma queda de -10,41%, mostrando-se bastante
variável conforme os anos. Porém, apresentando ainda taxas menos rentáveis no
ano de 2011.
5.3 CAPITAL DE GIRO
Apesar de não ser um índice financeiro, capital de giro busca saber qual é o
montante necessário que a empresa precisa para cumprir com seu ciclo operacional
empresarial, segundo Gitman (2002). É utilizada para medir a liquidez da
organização. A necessidade de capital de giro é verificada pelo volume de vendas da
organização e a forma do seu ciclo financeiro, relata Vieira (2008).
Conforme analisado na Tabela 5, o período de 2007 a 2008 teve uma queda
de -12,77%, pelo fato do ativo circulante ter apresentado uma variação percentual
negativa de -7,24%. Já o passivo circulante teve um crescimento de 1,88%. O ativo
circulante de 2007 foi maior pelo fato de possuir mais valor em caixa. Já o passivo
circulante de 2007 foi, principalmente, menor pelo fato de não haver empréstimos e
as obrigações fiscais eram menores.
Com maior valor em caixa disponível a curto prazo e menores obrigações a
curto prazo, a empresa conseguiu ter uma melhor liquidez, tendo assim um capital
52
de giro melhor que o ano seguinte.
Se comparar 2008 com 2009 o capital de giro cresceu 38,03%. Isso se deu
devido o caixa ter uma apresentado uma retomada positiva de 8,38%, ao mesmo
tempo as duplicatas a receber também aumentaram fazendo com que o capital
circulante ficasse maior e, por não haver empréstimos e as obrigações fiscais caírem
quase pela metade, o passivo circulante foi reduzido, aumentando o capital
circulante líquido.
A análise de 2009 a 2010 revela que, apesar de as demais partes do ativo
circulante terem aumentado, quem ditou a redução do ativo circulante foi o caixa, por
conta de ter maior influência na porcentagem total do ativo circulante. Ao mesmo
tempo, o passivo circulante acompanhou essa redução, pelo fato dos fornecedores e
as obrigações sociais terem apresentado uma queda, fazendo com que o capital de
giro varia-se -7,56%.
Nos dois últimos períodos estudados pode-se perceber um crescimento
positivo no capital circulante líquido, o que apesar de o ativo circulante ter caído o
passivo circulante aumentou proporcionalmente, fazendo com que o capital de giro
cresce-se 4,87%.
53
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme a análise do balanço patrimonial e a demonstração do resultado do
exercício pode-se fazer algumas considerações sobre a situação da empresa nos
últimos cinco anos analisados, os quais correspondem de 2007 a 2011.
Em resposta ao primeiro objetivo específico da pesquisa, foi realizada uma
análise financeira da empresa através dos índices financeiros, no qual verificou-se o
seguinte.
Com a Análise de liquidez, pode-se concluir que a empresa apresentou uma
liquidez excelente, devido ao fato de possuir altos índices de liquidez corrente e
seco. Apesar de haver uma grande variação nos anos estudados, quedas e
crescimentos bruscos, ela ainda apresentou um grau de liquidez satisfatório.
Quanto à análise de atividade, verificou-se que a empresa apresentou um
histórico de giro de estoque alto. Nos anos estudados teve grandes variações,
porém no último ano esse índice teve uma grande queda, o que é preocupante para
a empresa, visto que quanto maior o giro de estoque, maior sua rentabilidade.
A empresa apresentou ainda um período de pagamento muito pequeno. A
maioria das compras é à vista. Isso interfere diretamente no capital de giro da
empresa. Uma sugestão é tentar conseguir prazos maiores, se possível, fazendo
com que se necessite de menos dinheiro em caixa.
Seu período médio de cobrança é muito bom, tendo em vista que grande
parte de suas vendas são realizadas à vista. Para o caixa da empresa essa
realidade é muito importante, pois faz com que a empresa tenha maior liquidez e, ao
mesmo tempo, consiga cumprir com suas obrigações de curto prazo.
Já o giro do ativo permanente é bem alto, se comparado com outras áreas. A
empresa possuía um viável giro do ativo em 2007 e 2008. Porém, apesar de ter uma
queda ainda apresentou um giro muito satisfatório e que demonstra vir se
normalizando nos últimos anos.
Seu giro de ativo total se manteve em uma média de 3,77 durante os cinco
anos. Com uma variação no ano de 2008, em função de um grande número de
vendas. Um giro bem considerável.
Seu ciclo operacional e ciclo de caixa foram curtos, porém demonstraram um
crescimento ao decorrer dos anos estudados. Diante desse fato fica uma resalva
para atenção nos próximos anos, visto que quanto menor for o ciclo operacional e
54
ciclo de caixa da empresa menos a empresa necessita de liquidez e capital
circulante líquido.
Na análise de endividamento, no geral, a empresa possuí muito pouco capital
de terceiros, e o endividamento geral vem aumentando. Entretanto, o índice de
cobertura de juros ao mesmo tempo tem aumentado. Pode-se perceber que a
empresa nos primeiros anos utilizava de empréstimos a curto prazo, já a partir de
2009 começa a utilizar de empréstimos a longo prazo, o que na grande maioria dos
casos é favorável à empresa, visto que geralmente empréstimos a curto prazo
oferecem taxas de juros maiores.
Na Análise de Lucratividade, apesar de sua margem bruta estar normatizada
ao longo dos anos, as margens operacionais e líquidas já demonstram grandes
variações e um fator muito preocupante é que a lucratividade da empresa no último
ano caiu drasticamente. Isso ocorreu em função da troca de bandeira e refletiu em
custos elevados de adaptação, fazendo com que diminuísse nos últimos anos os
seus lucros. Suas taxas de retorno, tanto do ativo total, quanto sobre o patrimônio
líquido, merecem uma grande atenção, visto que nos quatro primeiro anos
apresentava taxas bem aceitáveis e no último ano teve uma queda, ficando abaixo
do rendimento da poupança. Ou seja, se os proprietários tivessem investido esse
montante na poupança seu retorno seria maior.
Já o segundo objetivo foi realizar uma análise do balanço patrimonial e da
Demonstração do resultado do exercício. Para tanto, foi feita uma análise vertical e
horizontal, permitindo uma comparação ao longo dos anos, estudando-se as
variações dos itens dessas demonstrações financeiras.
Conforme o foco principal da pesquisa, o capital de giro aparece como o
terceiro objetivo específico, que em decorrer da análise pode-se notar que o capital
de giro da empresa é de alto valor em função da grande liquidez que a empresa
apresenta grande quantidade de ativos circulantes perante ao passivo circulante.
Através do giro de estoque, do período médio de cobrança, do período médio
de pagamento, do ciclo operacional e ciclo de caixa, percebe-se que a empresa tem
um giro muito alto, o que permite com que ela consiga trabalhar com um capital de
giro menor, do até então utilizado, podendo utilizar desse dinheiro em outras áreas,
fazendo novos investimentos.
O quarto objetivo específico visou verificar os recursos próprios que possam
55
determinar a liquidez da empresa. A pesquisa possibilitou concluir que a empresa
não tem necessidade de uma maior liquidez. Já possuí uma liquidez bem
interessante e, como comentado acima, até para seu capital de giro ela possuí
dinheiro sobrando. Sugere-se utilizar essa alta liquidez para fazer novos
investimentos, permitindo um crescimento maior.
56
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59
APÊNDICE
Entrevista realizada com a sócia proprietária da em presa revendedora de
combustível
1-Bom você considera sua empresa rentável?
Olá bom dia, para uma empresa ser rentável ela deve ser lucrativa, vejo que minha
empresa poderia ser mais, mas os gastos nunca acabam.
2- O que a senhora me diz da rotatividade do giro de estoque?
Nosso fluxo é intenso na parte operacional, temos vários caminhões para comportar
a demanda.
3 - As vendas realizadas na sua empresa são a maioria à vista?
Vendemos com até 30 dias de prazo, porém a poucos clientes mais a maior parte da
venda é realizada à vista.
4 - A empresa utiliza muitos empréstimos em bancos, ou seja, capital de terceiros?
Em alguns anos a empresa utilizou de pequenos financiamentos saciados ao longo
do período e mais tardar vem utilizando financiamentos a longo prazo que viam
oferecendo uma taxa melhor.
5- A empresa tem pontuado metas que permite alcançar?
Sim, ainda mais após adquirir uma bandeira.
6- Devido a essa mudança de bandeira branca para Ipiranga, você acha que teve
alguma alteração no seu resultado líquido da empresa?
Sim, diminuiu em relação a 2010, fixando uma bandeira a margem ficará menor e os
custos de combustíveis aumentaria, assim acarretando uma baixa de lucros. Ao
mesmo tempo oferece uma organização melhor para empresa.
7- Nosso estudo está sendo realizado na sua organização, você acredita que
ajudará a ter alguma melhoria no posto?
Com certeza, pois os relatórios utilizados são com valores reais e assim que
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terminar o estudo avaliaremos, para dar continuidade nessa parte. Assim verificando
melhor o capital de giro da empresa.
8-Por que de 2010 a 2011 ocorreu uma queda tão grande no lucro do exercício?
Com a mudança da bandeira, teve despesas administrativas, porque teve o custo da
adaptação da para Ipiranga, assim, tendo muitas reformas dentro desse período.
9-Em algum dos anos pesquisados teve alguma aquisição de automóvel realizada
pela a empresa?(2008)
Sim, teve uma aquisição de um veículo, tendo um custo para empresa.