73
0 FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL RAFAEL BERTON LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS EM PLATAFORMA BIM: COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE UM PROJETO UNIFAMILIAR/COMERCIAL PASSO FUNDO-RS 2019

FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

  • Upload
    others

  • View
    0

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

0

FACULDADES IMED

ESCOLA POLITÉCNICA

GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

RAFAEL BERTON

LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS EM PLATAFORMA BIM: COMPARATIVO

DE CUSTOS ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE UM PROJETO

UNIFAMILIAR/COMERCIAL

PASSO FUNDO-RS

2019

Page 2: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

1

RAFAEL BERTON

LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS EM PLATAFORMA BIM: COMPARATIVO

DE CUSTOS ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE UM PROJETO

UNIFAMILIAR/COMERCIAL

Projeto de Pesquisa, apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, no curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica, da IMED.

Orientador: Prof. Me. JULIANO LIMA DA SILVA

PASSO FUNDO-RS

2019

Page 3: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

2

RAFAEL BERTON

LEVANTAMENTO DE QUANTITATIVOS EM PLATAFORMA BIM: COMPARATIVO

DE CUSTOS ENTRE SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE UM PROJETO

UNIFAMILIAR/COMERCIAL

Projeto de Pesquisa, apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso II, no curso de Engenharia Civil, Escola Politécnica, da IMED.

Passo Fundo, 01 de julho de 2019.

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Juliano Lima da Silva – Engenheiro Civil – UPF

Me. Paola Zardo – Engenheira Civil – UPF

Prof. Me. Laércio Stolfo Maculan – Arquiteto e Urbanista – UFPEL

PASSO FUNDO-RS

2019

Page 4: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

3

AGRADECIMENTOS

Aos meus pais Solange e Rudimar, pelo incentivo e suporte incondicional neste

período.

E aos colegas, amigos e professores que me apoiaram e contribuíram de alguma

forma para essa formação.

Page 5: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

4

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Ciclo de vida de uma edificação modelada em BIM ................................... 16

Figura 2: As diferentes qualificações de LOD’s. ........................................................ 17

Figura 3: Consistência dos parâmetros de área e volume de uma parede com

elementos vinculados. ............................................................................................... 18

Figura 4: Curva de McLeamy, comparativo entre o processo tradicional de

desenvolvimento de projetos (CAD) e o processo BIM. ............................................ 19

Figura 5: Mapa mundial, identificando os principais países com iniciativas BIM. ...... 20

Figura 6: Top três “Top Three” dos benefícios observados pela adoção de BIM. ..... 23

Figura 7: Exemplos de objetos parametrizados e extração de quantidades. ............ 25

Figura 8: Interface do software Revit. ........................................................................ 26

Figura 9: Interface do software Archicad ................................................................... 27

Figura 10: Fluxograma das etapas de orçamentação. .............................................. 31

Figura 11: Interface do software Sienge. ................................................................... 33

Figura 12: Interface do plugin – Orçabim, com a vista 3D do objeto orçado. ............ 34

Figura 13: Exemplo de adição de parâmetros geométricos para criação de blocos. 37

Figura 14: Fluxograma das etapas da pesquisa. ....................................................... 39

Figura 15: Vista 3D da fachada norte e sul. .............................................................. 41

Figura 16: Planta baixa dos pavimentos térreo e superior. ....................................... 42

Figura 17: Estrutura da parede em planta (medidas em centímetros). ..................... 44

Figura 18: Quantitativo de janelas (medidas em metros). ......................................... 44

Figura 19: Quantitativo de portas (medidas em metros). .......................................... 45

Figura 20: Legenda dos blocos estruturais utilizados na modulação (medidas em

centímetros). ............................................................................................................. 46

Figura 21: Área de trabalho do Revit, com campos para a geração de tabelas. ....... 47

Figura 22: Subtração de áreas no modelo 3D. .......................................................... 48

Figura 23: Planta baixa do pavimento térreo, para o Experimento A. ....................... 49

Figura 24: Planta baixa do pavimento superior, para o Experimento A. .................... 49

Figura 25: Modelagem da fiada de blocos na vista de elevação. .............................. 50

Figura 26: Tela de trabalho do Revit, com o uso do comando matriz. ...................... 51

Figura 27: Vista de elevação de parede, com a inserção das aberturas. .................. 52

Page 6: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

5

Figura 28: Vista representativa, da estrutura de concreto armado alocada abaixo das

paredes em alvenaria estrutural da semi-suíte. ......................................................... 53

Figura 29: Tela demonstrativa para a modelagem do graute. ................................... 54

Figura 30: Detalhamento da parede 01. .................................................................... 54

Figura 31: Tela de propriedades da tabela de quantitativo de janelas. ..................... 55

Figura 32: Quantitativo de paredes, gerado no Revit. ............................................... 56

Figura 33: Tela de edição de tabelas no Revit, para o quantitativo do quadro estrutural.

.................................................................................................................................. 56

Figura 34: Tabela quantitativa de blocos, extraída do Revit. ..................................... 59

Figura 35: Trabalho em vistas simultâneas de tabela e 3D. ...................................... 59

Figura 36: Tabela quantitativa das vigas, extraída do Revit. ..................................... 60

Figura 37: Tabela quantitativa dos pilares, extraída do Revit. ................................... 60

Figura 38: Vista 3D da fachada da edificação, primeiramente para o Experimento A e

na sequência para o Experimento B. ........................................................................ 64

Figura 39: Aplicação filtros de projeção aos blocos. ................................................. 65

Page 7: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

6

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Quantitativo das aberturas. ....................................................................... 52

Tabela 2: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Parede de

vedações do Experimento A. ..................................................................................... 57

Tabela 3: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Estrutura de

concreto do Experimento A. ...................................................................................... 58

Tabela 4: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Paredes

estruturais do Experimento B. ................................................................................... 61

Tabela 5: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Quadro

estrutural do Experimento B. ..................................................................................... 62

Page 8: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

7

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas

AEC - Arquitetura, Engenharia e Construção

AIA - American Institute of Architects

BDI - Benefícios e Despesas Indiretas

BIM - Building Information Modeling

CAD - Computer-Aided Design

CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção

CO2 - Dióxido de Carbono

CUB - Custo Unitário Básico

DNIT - Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

LOD - Level of Development

NBR - Associação Brasileira de Normas Técnicas

PtD - Prevention through Design

QTO - Autodesk Quantity Takeoff

SINAPI - Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso

TCPO - Tabelas de Composições de Preços para Orçamentos

TCU - Tribunal de Contas da União

UFRGS - Universidade Federal do Rio Grande do Sul

UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina

Page 9: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

8

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 14

2.1 BUILDING INFORMATION MODELING (BIM) .................................................... 14

2.1.1 Cenário Atual .................................................................................................. 19

2.1.1.1 Vantagens ..................................................................................................... 21

2.1.1.2 Dificuldades ................................................................................................... 23

2.1.2 Levantamento de Quantitativos em Softwares BIM .................................... 24

2.1.3 Ferramentas BIM ............................................................................................ 25

2.1.3.1 Revit .............................................................................................................. 25

2.1.3.2 Archicad e outros softwares .......................................................................... 26

2.2 ORÇAMENTO ..................................................................................................... 28

2.2.1 Etapas da Orçamentação ............................................................................... 30

2.2.2 Graus do Orçamento ...................................................................................... 32

2.2.2.1 Estimativa de custos...................................................................................... 32

2.2.2.2 Orçamento preliminar .................................................................................... 32

2.2.2.3 Orçamento analítico ou detalhado ................................................................. 32

2.2.3 Softwares para Orçamento ............................................................................ 33

2.2.3.1 Sienge ........................................................................................................... 33

2.2.3.2 Orçafascio ..................................................................................................... 34

2.2.3.3 Volare ............................................................................................................ 35

2.2.3.4 Microsoft Office Excel .................................................................................... 35

2.2.3.5 Pleo e outros softwares ................................................................................. 35

2.3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE VEDAÇÃO .................................................... 36

2.3.1 Alvenaria Convencional ................................................................................. 36

2.3.2 Alvenaria Estrutural ....................................................................................... 36

3 MÉTODO DE PESQUISA ...................................................................................... 39

3.1 ETAPAS DA PESQUISA ..................................................................................... 39

3.1.1 Revisão Bibliográfica ..................................................................................... 40

3.1.2 Modelagem 3D ................................................................................................ 40

3.1.3 Exploração dos Sistemas Construtivos ....................................................... 43

Page 10: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

9

3.1.3.1 Experimento A ............................................................................................... 43

3.1.3.2 Experimento B ............................................................................................... 45

3.1.4 Levantamento dos Quantitativos e Orçamentação ..................................... 46

4 RESULTADOS ....................................................................................................... 48

4.1 PROCESSOS DE MODELAGEM – EXPERIMENTO A ...................................... 48

4.2 PROCESSOS DE MODELAGEM – EXPERIMENTO B ...................................... 50

4.3 PROCESSOS DE ORÇAMENTAÇÃO – EXPERIMENTO A ............................... 55

4.4 PROCESSOS DE ORÇAMENTAÇÃO – EXPERIMENTO B ............................... 58

4.5 ANÁLISES E REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA ....................................... 63

5 CONCLUSÃO ........................................................................................................ 67

REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 69

Page 11: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

10

RESUMO

O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na

interpretação de tabelas com informações fragmentadas e imprecisas, dificulta a

compatibilização das informações, podendo ocasionar em orçamentos inflexíveis. Por

este motivo, torna-se necessário buscar alternativas por meio de softwares BIM,

capazes de automatizar alguns processos, como a escolha do sistema construtivo e

sua incidência no orçamento, o vínculo das informações e visualização das situações

do projeto, de modo a auxiliar na tomada de decisão e diminuir a margem de erro do

profissional. Para estudar este cenário, se propõe desenvolver um modelo de

informação de uma edificação de ocupação mista, com o objetivo geral analisar o

potencial do BIM para processos de orçamentação. Trata-se de uma pesquisa

exploratória, no qual se realiza a modelagem 3D de uma edificação primeiramente em

alvenaria convencional e na sequência em alvenaria estrutural – designados na

pesquisa como “Experimento A” e “Experimento B”, respectivamente – logo, é

realizado o levantamento dos quantitativos e a orçamentação com a demonstração

dos processos e, por fim a análise e reflexão da experiência. Os resultados

demonstram que para ambos os experimentos a geração de tabelas com o

levantamento dos dados de forma automática proporcionada pelo software Revit foi

de suma importância e eficácia quando comparados ao tradicional método de

levantamento de quantitativos com base na leitura de modelos 2D. Ressalta-se

também que a possibilidade de se trabalhar em vistas de desenho em paralelo, auxilia

na detecção de interferências no projeto. Porém, atenta-se necessidade de criação de

plug-in com capacidade de gerar a modulação das fiadas dos blocos estruturais de

forma automatizada.

Palavras-chave: BIM. Orçamento. Levantamento de quantitativos. Alvenaria

estrutural.

Page 12: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

11

ABSTRACT

The current budgeting model, based on reading 2D projects, as well as interpreting

tables with fragmented and imprecise information, makes it difficult to reconcile the

information, which can lead to inflexible budgets. For this reason, it is necessary to

search for alternatives through BIM software, capable of automating some processes,

such as choosing the construction system and its incidence in the budget, linking the

information and visualizing the situations of the project, in order to help in the decision-

making and reduce the professional's margin of error. To study this scenario, it is

proposed to develop an information model of a mixed occupation building, with the

general objective of analyzing BIM potencial for budgeting processes. This is an

exploratory research, in which the 3D modeling of a building is carried out first in

conventional masonry and in the sequence in structural masonry - designated in the

research as "Experiment A" and "Experiment B" respectively – therefore, is carried out

the collection of the quantitative and the budgeting with the demosntration of the

processes and, finally the analysis and reflection of the experience. The results

demonstrate that for both experiments, the generation of tables with the automatic data

collection provided by Revit software was of great importance and efficiency when

compared to the traditional method of quantitative survey based on the reading of 2D

models. It is also worth noting that the possibility of working in parallel drawing views

helps to detect interferences in the design. However, it is necessary to create a plug-

in capable of generating the modulation of the rows of the structural blocks in an

automated way.

Key words: BIM. Construction budget. Material takeoff. Structural masonry.

Page 13: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

12

1 INTRODUÇÃO

Levando-se em consideração o atual cenário da indústria da construção, onde

a regra geral é reduzir custos, a orçamentação de um empreendimento torna-se uma

etapa fundamental. Por esse motivo a indústria da construção civil se empenha em

buscar uma gestão de processos adequada, contendo como foco a redução, bem

como a eliminação de atividades que não agregam valor ao empreendimento

(COSTA; SERRA, 2014).

Para Santos et al. (2009), no setor da construção civil, os orçamentos

consideram o levantamento de quantitativos, seus respectivos preços unitários e os

preços globais da obra. Desta forma, são caracterizados em planilhas nas quais

apresentam a descrição dos serviços junto às respectivas unidades de medidas e

quantidades, a composição dos preços unitários abrangendo mão-de-obra e

materiais, o preço unitário de cada serviço, bem como os valores totais e globais da

obra (COELHO, 2001).

Segundo Eastman et al. (2014), a modelagem da Informação da Construção

(em inglês, Building Information Modeling – BIM) é o progresso mais promissor da

indústria relacionada à arquitetura, engenharia e construção (AEC). Com a tecnologia

BIM, um modelo virtual preciso de uma edificação é construído de forma digital. O

autor também afirma que, o modelo gerado computacionalmente contém a geometria

exata e os dados relevantes, necessários para dar suporte à construção, fabricação e

ao fornecimento de insumos para a execução da obra.

A tecnologia BIM proporciona suporte e inovação às práticas atuais de projetar

um empreendimento, através de melhorias claras na organização de informações, na

colaboração entre profissionais e na visualização e coordenação do projeto

(EASTMAN et al., 2014; FONTANA, 2017).

Assim, a modelagem em BIM aponta para um cenário no qual é possível obter

projetos com maior nível de confiabilidade, pois o modelo paramétrico contribui para

obtenção de projetos com maior qualidade, com compatibilização de projetos, bem

como a interdisciplinaridade dos profissionais envoltos, melhor intercâmbio de

informações, levantamento mais preciso de quantitativos, possibilidades de simulação

do planejamento, entre outros aspectos (EASTMAN et al., 2014).

Page 14: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

13

Conforme a Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2016), a

funcionalidade das ferramentas BIM assegura consistência, precisão e agilidade de

acesso às informações das quantidades, que serão utilizadas de acordo com as fases

definidas no planejamento e na programação de execução dos serviços. Além disto,

a garantia da consistência e da integridade das soluções projetadas, inclusive da

documentação do projeto – desenhos, detalhes, tabelas – se deve a atualizações

automáticas do modelo. Diferentemente do que acontece nos processos baseados

em desenhos 2D, em que as mudanças impostas nos documentos – plantas, cortes e

detalhes – dependem unicamente da atenção humana para sua atualização.

Para estudar este cenário, se propõe desenvolver um modelo de informação

de uma edificação de ocupação mista, com o objetivo geral de analisar o potencial do

BIM para processos de orçamentação. Para isso, os objetivos específicos

estabelecidos são:

I. Explorar diferentes sistemas construtivos de vedação em relação aos seus

custos, e viabilidade de implantação;

II. Extrair e vincular as informações de planilhas de custos de bases de dados

orçamentários com o software BIM;

III. Apontar vantagens e limitações da tecnologia BIM atual voltadas para

orçamento;

Page 15: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

14

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1 BUILDING INFORMATION MODELING (BIM)

Os modelos BIM são composições inteligentes de representações geométricas

e seus componentes construtivos, tal como um banco de dados integrado, onde tudo

está interconectado. Esta funcionalidade possibilita atividades importantes como

análise estrutural, visualização de projetos, simulações da construção e extração de

quantitativos para estimativa de custos da edificação a partir do modelo tridimensional

(AUTODESK, 2018a).

Esta seção engloba, o contexto envolto a tecnologia BIM como ferramenta de

apoio para a realização de orçamentos, automatizando o processo de extrair

quantitativos do modelo paramétrico. Assim, neste capítulo são apresentados tópicos

como o ciclo de vida das edificações na ferramenta; as dimensões BIM; o nível de

desenvolvimento – LOD; a interoperabilidade da tecnologia; e por fim, as ferramentas

que compreendem a modelagem da informação da construção.

Segundo Kumar (2015), o tradicional trabalho fragmentado, baseado em

desenhos 2D da indústria da construção gera muitas questões sobre os desafios do

fluxo e intercâmbio das informações que contemplam um empreendimento. A

plataforma BIM é uma competência que está atraindo cada vez mais profissionais das

áreas de arquitetura, engenharia e construção (AEC). As questões gerais que

melhoram ou pioram as mudanças positivas que essa tecnologia oferece dependem

de quão bem e em que estágio a equipe do empreendimento trabalha de forma

colaborativa sobre o modelo digital. Quanto mais cedo o modelo puder ser

desenvolvido e compartilhado, mais útil ele será (EASTMAN et al., 2014).

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção - CBIC (2016), conceitua a

caracterização de projetos BIM, de modo que o modelo combine um conjunto de

políticas, processos e tecnologias capazes de gerar uma metodologia para gerenciar

o processo de projetar e planejar uma edificação. De modo que possibilite gerar a

modelagem tridimensional vinculando dados, objetos paramétricos e inteligentes com

atualizações automáticas. Assim, configura uma única plataforma de informações que

Page 16: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

15

pode atender todo seu ciclo de vida. Para Eastman et al. (2008) a parametrização de

dados é uma maneira de manter a consistência e relevância das informações da

modelagem em pranchas de desenho, visto que o processo atual de projeto incorpora

erros, com modelagem em linhas avulsas e desconexas.

Conforme Eastman et al. (2014), na proporção em que o projeto é modelado,

extrações de tabelas com quantidades de componentes, áreas, volumes de espaços

e materiais para estimativas de custos auxiliam ao projetista e o proprietário, na

prevenção e solução de problemas, ocasionando em uma construção com

orçamentos mais eficazes.

Desta forma, dentro do conceito BIM os modelos se dividem em diferentes

dimensões de trabalho. Batista (2015), enfatiza que mesmo não sendo considerado

BIM, a dimensão 2D foi o passo inicial que aproximou os profissionais ao sistema

computadorizado.

Para Mattos (2014), o BIM 3D consiste nos projetos tridimensionais com

elementos paramétricos num mesmo ambiente, permitindo a visualização 3D e

simulação da construção, destacando uma das vantagens no chamado “clash

detection” (detecção de conflitos), capaz de identificar incompatibilidades, como por

exemplo, quando uma porta não se enquadra a alvenaria ou lugar, e quando uma

tubulação colide com a estrutura.

Na dimensão BIM 4D, Batista (2015) destaca que é a integração da modelagem

3D ao fator tempo. Dessa forma, o cronograma e as respectivas tarefas do

planejamento da obra complementam os componentes do modelo tridimensional. Este

vínculo permite aos gestores acompanhar e apresentar rápidas respostas ao avanço

físico da obra (MATTOS, 2014).

Segundo Carvalho (2017), a modelagem 5D engloba o modelo 4D com

vinculação dos dados de custos e insumos para produção. Desta forma, gerando

estimativas de custos e levantamento de quantitativos de materiais de forma rápida e

precisa, através dos objetos paramétricos do modelo. Além disso, atualizações

automáticas do cronograma e orçamento, quando realizadas alterações na planta.

As definições encontradas na literatura para as dimensões do BIM 4D e 5D são

as mais conclusivas. Embora novas dimensões e definições possam surgir, desde que

estas agreguem ainda mais informações ao modelo tridimensional. É o caso das

Page 17: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

16

dimensões: 6D, que incorpora a sustentabilidade e a avaliação energética do modelo

(SANHUDO, 2016; HARDIN, 2009); 7D, direcionada ao modelo construído e o

gerenciamento do ciclo de vida da construção (SANHUDO, 2016); e 8D, voltada à

Prevenção através do Design (PtD – Prevention through Design) e segurança do

trabalho (KAMARDEEN, 2010).

Na Figura 1, observa-se o ciclo de vida de uma edificação modelada em BIM,

desde a concepção do projeto, à manutenção da edificação.

Figura 1: Ciclo de vida de uma edificação modelada em BIM

Fonte: Adaptado de Silva (2018) e Advenser (2018).

Junto a classificação do BIM, verifica-se o Level of Development – LOD, em

português, nível de desenvolvimento. Disposições que orientam os profissionais da

AEC acerca dos conteúdos e os níveis de confiabilidade durante os vários estágios

do processo de projeto e construção de uma edificação. CBIC (2016) descreve os

cinco diferentes níveis de desenvolvimento, com base na publicação da American

Institute of Architects – AIA, conforme a Figura 2, partindo do (LOD 100) que

corresponde ao projeto conceitual, até projeto esquemático, produção, detalhamento

e nível final de desenvolvimento, que equivalente ao As-built (LOD 500).

Page 18: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

17

Figura 2: As diferentes qualificações de LOD’s.

Fonte: BIMetica (2018).

Paralelo a estes conceitos, Succar (2009) define os estágios de maturidade do

BIM. O autor explicita o progresso do BIM nas etapas Pré-BIM: evidenciando o

processo tradicional de projetar, que a principal forma de projetar é baseada em

desenhos 2D; Estágio BIM 1: salientando a Modelagem Baseada em Objetos, e início

do processo colaborativo; Estágio BIM 2: evidenciando a Colaboração Baseada em

Modelos, e a integração de novas dimensões como o BIM 4D (análises de prazos) e

5D (estimativas de custo); Estágio BIM 3: Integração Baseada em Redes, com

modelos detalhados e análises de sustentabilidade, custo do ciclo de vida, lean

construction, segurança e manutenção; e Estágio Pós-BIM: a percepção do

amadurecimento dos processos e integração de pessoas, sistemas, estruturas de

negócios e melhores práticas.

Afim de exemplificar a veracidade dos dados extraídos da tecnologia BIM, Silva

(2018) modelou um elemento de parede por camadas no software Revit, logo a

ferramenta calculou automaticamente os parâmetros de área e volume da camada de

alvenaria (Figura 3). Na sequência, foi incrementado ao modelo o elemento porta, que

integrado ao elemento parede, subtraiu a área e volume da abertura da área e volume

da parede. Então, foram adicionados um pilar e uma viga, que da mesma forma

reduziu a área e volume da parede de alvenaria. Com isso, se torna visível a precisão

dos dados extraídos do software Revit.

Page 19: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

18

Figura 3: Consistência dos parâmetros de área e volume de uma parede com

elementos vinculados.

Fonte: Silva (2018).

Eastman et al. (2008) também apresentam a interoperabilidade da plataforma

BIM, que está ligada à capacidade de conversão e comunicação dos modelos. Por

exemplo, o estudo realizado por Khaja, Seo e McArthur (2016) onde os autores

avaliaram o potencial da ferramenta para transferir levantamentos das planilhas para

o modelo BIM, no processamento e automação de preenchimento de parâmetros de

informações.

Devido à modelagem BIM permitir atividades multidisciplinares, Eastman et al.

(2008) evidenciam o processo colaborativo de projeto, focado na presença do gerente

ou coordenador do modelo, responsável pelas regras de comunicação entre

projetistas BIM, definição de padrões de informação, checagem de interferências e

compatibilização da modelagem. Isto permite a atualização e consistência de todas

as disciplinas e fatores técnicos como: escopo, tempo, integração, qualidade,

comunicação e custos na equipe de projeto (GARBINI; BRANDÃO, 2014).

Desta forma, visto as funcionalidades e benefícios que a tecnologia visa

proporcionar com a sua adoção, desde o início das etapas de projeto. Torna-se

necessário apresentar o cenário atual envolto à aplicabilidade da tecnologia, bem

como as vantagens e dificuldades evidenciadas pelos profissionais.

Page 20: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

19

2.1.1 Cenário Atual

O atual processo de formulação de uma edificação é fragmentado, dependendo

de formas de comunicação baseadas em documentos que, durante o ciclo de projeto,

incorporam erros e omissões que frequentemente resultam em custos imprevistos,

atrasos e eventuais litígios judiciais. Assim, o problema mais comum associado à

comunicação baseada em papel é o tempo considerável e o gasto requerido para se

obter uma avaliação da proposta de projeto, bem como estimativas de custo e análise

de uso de energia. Análises imprescindíveis que, contrapondo a metodologia atual,

deveriam ser estudadas na fase inicial do projeto (EASTMAN et al., 2014).

Este posicionamento pode ser observado na curva de McLeamy (Figura 4),

apresentada pela CBIC (2016), que compara as fases de desenvolvimento do projeto

ao longo do tempo. Na análise, é visível que antes do início das obras a capacidade

de obter reduções de custos e definir racionalização é mais eficaz, visto que após o

início das obras as principais decisões já terão sido tomadas, e que alterações de

projetos implicariam num aumento expressivo de custos. Contudo, o BIM em sua

inteira aplicabilidade – através de análises precisas desde a fase conceitual de um

projeto, permitindo aos projetistas visualizarem e anteciparem os problemas – tende

a trabalhar a baixo da curva (1).

Figura 4: Curva de McLeamy, comparativo entre o processo tradicional de

desenvolvimento de projetos (CAD) e o processo BIM.

Fonte: Adaptado de Câmera Brasileira da Indústria da Construção – CBIC (2016).

Page 21: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

20

Porém, Silva (2018, p.32) faz a seguinte ressalva: “a curva McLeamy não

retrata as mudanças nos processos advindas do BIM [...] com inclusão de novas

etapas”. Assim, o comparativo da curva se torna aproximado, visto que as etapas do

desenho 2D e do BIM, se diferenciam. Contudo, impulsionando a tecnologia a um

patamar que ainda se encontra em fase de maturação.

Kumar (2015) enfatiza 3 categorias, classificadas como falhas no setor da

construção civil: fracas práticas de organização e gerenciamento de projeto; objetivos

de projeto mal definidos ou ausentes; e planejamento ineficiente de projeto. Contudo,

segundo o autor, estas causas relacionadas à inexistência de informações de

qualidade na evolução dos projetos, representam cerca de 71% das falhas.

A Câmera Brasileira da Indústria da Construção (2016), apresentou o mapa

abaixo (Figura 5) em sua publicação, identificando os principais países com

evidencias notáveis de iniciativas BIM. Dentre eles, Reino Unido, Cingapura e Chile,

que tiveram o BIM definido como uma política estratégica nacional, onde todas as

obras beneficiadas com dinheiro público, precisam ser desenvolvidas em modelagem

BIM, desde o ano de 2016.

Figura 5: Mapa mundial, identificando os principais países com iniciativas BIM.

Fonte: Câmera Brasileira da Indústria da Construção – CBIC (2016).

Page 22: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

21

No Brasil, o Decreto nº 9377 de 17 de maio de 2018 (BRASIL, 2018) instituiu a

Estratégia BIM BR - Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information

Modeling no Brasil. O objetivo do documento é a disseminação do BIM no país, com

a adoção da tecnologia nos processos públicos, pelo desenvolvimento de normas

técnicas, guias e protocolos, bem como o impulso à concorrência no mercado por

meio de padrões neutros de interoperabilidade.

A McGraw Hill Construction (2014) publicou um estudo relatando uma análise

sobre a implementação do BIM nos maiores mercados de construção do mundo,

incluindo o Brasil, a pesquisa realizada comparou a utilização do BIM em mercados

com diferenças entre si, nos aspectos de tempo e nível de implementação da

tecnologia no respectivo país no ano de 2014. Um ponto do estudo, apontou que o

uso do BIM no Brasil é relativamente novo, onde 70% das empresas consultadas,

desfrutam da tecnologia no período de tempo de 1 ou 2 anos. Quando comparado aos

Estados Unidos e Canadá, 8% das empresas consultadas, desfrutam da tecnologia

no período de tempo de 11 anos ou mais. A pesquisa também concluiu que o tipo de

projeto com maior adoção no setor brasileiro, são os projetos comerciais

representando 53% dos projetos para obras modeladas em BIM.

2.1.1.1 Vantagens

Dentre os aspectos fundamentais que a tecnologia BIM oferece, Garbini e

Brandão (2014) ressaltam: a modelagem paramétrica para o desenvolvimento de um

modelo único; a interoperabilidade para integração, colaboração e troca de

informações entre os projetistas; e, a possibilidade de gestão e avaliação do projeto

em todo o seu ciclo de vida. Fatores que aumentam a qualidade e a produtividade dos

escritórios.

Com o desenvolvimento da tecnologia BIM, Eastman et al. (2014) do mesmo

modo, lista alguns benefícios esperados com a aplicação:

I. Visualização antecipada e mais precisa de um projeto, a partir de modelos 3D

e vistas com dimensões consistentes;

Page 23: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

22

II. Correções automáticas de baixo nível quando mudanças são feitas no projeto,

através de objetos paramétricos;

III. Geração de desenhos 2D precisos e consistentes em qualquer etapa do

projeto, que quando requeridas modificações no projeto, desenhos e vistas são

geradas instantaneamente, reduzindo tempo e falhas associados a retrabalhos;

IV. Colaboração antecipada entre múltiplas disciplinas de projeto, reduzindo

problemas de projeto e consequentemente, custos com retrabalhos e

correções;

V. Verificação facilitada das intenções de projeto, com avaliações automáticas e

visualização com as áreas dos espaços e outras quantidades;

VI. Extração de estimativas de custo durante a etapa de projeto, por permitir extrair

precisas listas de quantitativos e de espaços. Para realizar o orçamento, é

gerado um levantamento baseado nos quantitativos para todos os objetos

contidos dentro do modelo.

VII. Acréscimo da eficiência energética e da sustentabilidade, a partir de análises

do uso de energia das fases da construção;

O estudo realizado pela McGraw Hill Construction (2014), obteve como

resultado do chamado “Top Three”, Top Três dos benefícios trazidos junto a

modelagem BIM, para as empresas. Como pode ser observado na Figura 6, dentre os

maiores benefícios visto pelos profissionais é de 41% de redução de erros e omissões

de projetos, seguido da melhor colaboração entre clientes e projetistas ao marketing

para novos negócios.

Page 24: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

23

Figura 6: Top três “Top Three” dos benefícios observados pela adoção de BIM.

Fonte: Adaptado de McGraw Hill Construction (2014).

2.1.1.2 Dificuldades

Devido ao fato de que a indústria da construção possui um caráter conservador,

a implementação de avanços tende a sofrer um retardo diante das demais industrias.

Segundo estudo realizado por Garbini e Brandão (2016), o pleno aproveitamento da

modelagem BIM é ainda inicial, pois grande parte dos escritórios analisados até então

desenvolvem apenas projetos de arquitetura, não havendo a participação colaborativa

de projetistas, para almejar interoperabilidade para integração em apenas um modelo

paramétrico. Sobretudo, encontrar profissionais qualificados para executar e

desenvolver a modelagem paramétrica também não é uma tarefa fácil.

Eastman et al. (2014) aponta os principais desafios, que as empresas devem

esperar com a implementação do BIM:

I. Desafios de colaboração e equipes, quanto ao adequado compartilhamento

das informações;

Page 25: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

24

II. Mudanças na prática e no uso da informação, transformação que exigirá tempo

e educação;

III. Questões ligadas à implantação, por requerer um entendimento e um plano de

implantação para melhor gerir a plataforma;

Santos, Antunes e Balbinot (2014) salientam que o orçamentista que for utilizar

BIM para extrair quantidades ainda deverá realizar alguns cálculos de forma manual,

pois não tem como incorporar alguns serviços ao modelo. Outra consideração é que

o projetista deverá optar por qual a unidade de medida desejada para extrair cada

quantidade, no momento de geração das tabelas dentro do software BIM.

2.1.2 Levantamento de Quantitativos em Softwares BIM

Quanto a funcionalidade de levantamento de quantitativos, Eastman (2014)

evidencia que, durante a concepção de projeto iniciado em software BIM, as

quantidades disponíveis de extração de quantitativos e a realização de estimativas de

custos paramétricas se baseiam em áreas, volumes, perímetros e comprimentos,

ambos nos principais parâmetros da construção e no nível de desenvolvimento da

modelagem. Quantitativos que, ao amadurecer do projeto, se tornam detalhados em

termos de espaços e materiais, em função do aprimoramento do nível de

desenvolvimento da modelagem. Contudo, segundo o autor, os orçamentistas devem

adotar o uso da modelagem BIM, pois propicia facilitar e agilizar a trabalhosa tarefa

de levantamento de quantitativos, auxiliando na identificação e avaliação das

condicionantes do projeto, ação que permite aos orçamentistas mitigar risco, e reduzir

custos.

Entretanto é possível obter uma perspectiva da extração automática das

quantidades de uma modelagem BIM, na Figura 7. A partir de modelos paramétricos,

como exemplo, o pilar de concreto prevendo a utilização das fôrmas para sua

execução, visando a extração de quantidades dos componentes ou do conjunto de

componentes. Logo, garantindo funcionalidade, precisão e agilidade de acesso às

informações (CBIC, 2016).

Page 26: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

25

Figura 7: Exemplos de objetos parametrizados e extração de quantidades.

Fonte: Câmera Brasileira da Indústria da Construção – CBIC (2016).

2.1.3 Ferramentas BIM

A modelagem BIM, pode ser desenvolvida em diferentes softwares, nos quais

cada um possui suas finalidades e capacidades especiais. Desta forma cabe ao

profissional caracterizar seu projeto, sua finalidade de trabalho, e equipe colaborativa

para gerir uma modelagem inteligente e eficaz.

2.1.3.1 Revit

Desenvolvido para a Modelagem de Informação da Construção, o software

Revit inclui recursos para arquitetos e engenheiros trabalharem de forma colaborativa

e multidisciplinar desde o planejamento até projetar, construir e gerenciar edifícios e

Page 27: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

26

infraestrutura. Ainda, possibilita análises e simulações com os modelos

tridimensionais (AUTODESK, 2018b).

A empresa proprietária da ferramenta Autodesk (2018b), ressalta que com o

uso do software Revit (Figura 8) é possível: projetar com elementos paramétricos e

inteligentes, e gerar plantas de piso, elevações, cortes, tabelas, vistas 3D e

renderizações; otimizar o desempenho da construção, com estimativas de custos e

monitoramento do desempenho durante todo seu ciclo de vida; coordenação

multidisciplinar, com o compartilhamento de dados do modelo.

Figura 8: Interface do software Revit.

Fonte: Adaptado de Autodesk (2018b).

2.1.3.2 Archicad e outros softwares

O Archicad foi desenvolvido pela empresa Graphisoft, o software permite a

modelagem em vistas 3D ou em 2D, com desenhos interligados que quando realizado

modificações, automaticamente são replicadas ao restante da modelagem. A

ferramenta também permite aos projetistas trabalharem de forma colaborativa, em um

Page 28: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

27

único modelo inteligente (GRAPHISOFT, 2018). A Figura 9 abaixo apresenta a

interface do software Archicad.

Figura 9: Interface do software Archicad

Fonte: Graphisoft (2018).

No mercado existem, vários outros softwares com suporte à tecnologia BIM.

Dentre eles o Vectorworks Architect, Tekla BIMsight e Bentley AECOsim.

Page 29: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

28

2.2 ORÇAMENTO

No livro “Como preparar orçamentos de obras”, por Aldo Dórea Mattos (2006,

p.20) torna-se possível compreender o processo e algumas características

fundamentais de orçamentação. O autor salienta que “orçamento não se confunde

com orçamentação. Aquele é o produto; este, o processo de determinação”. Assim,

orçamento se refere ao objeto extraído, o documento gerado. E orçamentação, à

atividade e o processo para definir tal documento, consistindo nos cálculos e métodos

para geração do orçamento.

Segundo Cardoso (2014), o orçamento reúne, sinteticamente ou

analiticamente, as especificações e informações de todos os projetos. O documento

gerado pelo orçamento se torna uma excelente fonte de informações, que poderá

auxiliar na tomada de decisão dos projetistas.

Geralmente o orçamento é obtido pela soma dos custos diretos – mão de obra

de operários, material, equipamento – e custos indiretos – equipes de supervisão e

apoio, despesas gerais do canteiro de obras, taxas. Para se chegar ao preço de venda

são acrescidos os impostos e o lucro (MATTOS, 2006).

Para obras de edificações, há um indicador bastante difundido pelos

profissionais da AEC, o Custo Unitário Básico (CUB), em conformidade com a NBR

12.721 o parâmetro é publicado mensalmente, e demostra o valor por m² da

construção por região. Entretanto, o parâmetro não considera os custos referentes às

especificidades da obra como: o valor do terreno, fundações especiais, elevadores,

instalações e equipamentos diversos, impostos, dentre outros (CBIC, 2018).

A indústria da construção também conta com as bases de dados, como o

Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI), sob

gestão da Caixa e IBGE. O SINAPI é indicado pelo Decreto 7983/2013 e pela Lei

13.303/2016, divulgada mensalmente e regionalmente a composição abrange,

materiais, mão de obra e equipamentos (CAIXA, 2018).

Outra base de dados relevante da indústria, são as Tabelas de Composições

de Preços para Orçamentos (TCPO), da editora PINI. Na 15ª edição, apresenta ao

lado de cada composição, o código referente a ABNT para garantir o acesso aos

objetos paramétricos da modelagem BIM (PINI, 2018). Dentre outras bases de

Page 30: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

29

composições, pode-se citar a SICRO – regida pelo Departamento Nacional de

Infraestrutura de Transportes (DNIT), e o Informativo SBC.

Para as decorrentes falhas de orçamentação e controle das obras, Mattos

(2006) aponta, para as empresas que designam o cargo de orçamentista para

estagiário e profissionais recém-formados. Já os experientes vão para a parte de

produção, criando uma lacuna entre o compartilhamento dos conhecimentos e eficácia

das medidas adotadas.

Afim de verificar a precisão dos quantitativos levantados de um projeto, Santos,

Antunes e Balbinot (2014) desenvolveram o levantamento por meio dos experimentos

“A, B e C”, respectivamente: o primeiro de forma tradicional (manual), a partir da leitura

de arquivos 2D no software AutoCAD; em seguida por meio da ferramenta BIM (Revit);

e por fim, no software Autodesk Quantity Takeoff (QTO). Feito os experimentos, foi

realizado a análise comparativa dos dados, verificando não haver diferenças nos

métodos “B e C”, pelo fato de os dois serem extraídos do mesmo modelo BIM, e de

forma automática. Já o comparativo, quanto ao experimento A, demonstrou-se falho

em vários componentes, visto as maiores diferenças nos quantitativos elétricos e

hidráulicos, com 42,3% para tubulações de PVC de diâmetro 25 mm, e 13,4% para

eletrodutos. Tal resultado, indica a presença de falhas, proveniente pela propagação

de erros no levantamento manual.

Quanto a uma metodologia automatizada de orçamentação, Winter (2017)

realizou um estudo afim de desenvolver um método, no qual fosse possível extrair

dados, ao máximo, da tecnologia BIM visando o planejamento integrado do orçamento

analítico de dois empreendimentos. Assim, um dos casos chegou a apresentar 78%

do valor do orçamento, sendo 88% obtido através dos dados do modelo. Salientando

que a tecnologia BIM oferece vantagens, visto que os dados são extraídos de forma

automática, todavia para obter sucesso no processo de orçamentação é necessário

também que o modelo seja corretamente planejado, seguindo padrões de

classificações dos objetos e com diálogo aberto entre os envolvidos.

Fenato et al. (2018), também apresenta um estudo sobre metodologia de

modelagem BIM, este, para orçamento operacional (aliado ao BIM 5D). O qual destaca

inicialmente, a demanda de conhecimento avançado do software Revit para extração

de quantitativos dos objetos 3D, pela demanda de classificação dos objetos, para

Page 31: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

30

suprir as demandas do orçamento operacional. Deste modo, os autores

estabeleceram diretrizes para modelagem, por meio de parâmetros calculados,

exemplificado nos objetos personalizados, que é o caso dos vidros das janelas, que

requerem a inserção de formulas dentro do objeto janela.

Por outro lado, os parâmetros calculados não permitem, em alguns casos, a

visualização 3D das operações e atualizações automáticas dos elementos

dependentes destes objetos. Da mesma forma, para se obter o BIM 5D, se faz

necessário desenvolver objetos devidamente classificados, de acordo com os

parâmetros dos profissionais envolvidos na modelagem dos projetos. Desta forma, em

sintonia, a tecnologia BIM pode proporcionar aos usuários os benefícios propostos

(FENATO et al., 2018).

O orçamento não se detém especificamente a custos, pois, segundo Mattos

(2006), serve de subsídio para outras aplicações, listadas abaixo:

I. Levantamento dos materiais e serviços, descrevendo e quantificando;

II. Obtenção de índices para acompanhamento, obtenção dos insumos;

III. Dimensionamento de equipes, quantidade de hora-homem requerida pelas

atividades;

IV. Possibilita a atualização de valores e índices, como novos preços de insumos

índices de produção;

V. Realização de simulações, análise de diferentes cenários;

VI. Geração de cronogramas físico e financeiro, retratando a evolução dos serviços

e quantificação mensal dos custos e receitas;

VII. Análise da viabilidade econômico-financeira, balaço entre custos e receitas.

2.2.1 Etapas da Orçamentação

Mattos (2006), esquematizou a orçamentação em três grandes etapas de

trabalho: estudo das condicionantes (condições de contorno), composição de custos

e determinação do preço. Na Figura 10, é possível observar as etapas e respectivas

atividades associadas.

Page 32: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

31

Figura 10: Fluxograma das etapas de orçamentação.

Fonte: Adaptado de Mattos (2006).

Tisaka (2011) descreve a etapa correspondente ao levantamento de

quantitativos, como a responsável pelo estudo dos projetos básicos e executivos. A

extração dos serviços e respectivos quantitativos, pode ser obtida de forma manual

ou por meio de softwares, ambas as formas, gerando planilhas que possibilitem

conferências.

As planilhas do orçamento, compreendem várias colunas com a discriminação

dos serviços, quantidades e respectivas unidades de medida, seguido pelo preço

unitário e subtotal de cada item (TISAKA, 2011).

Page 33: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

32

2.2.2 Graus do Orçamento

A necessidade de se obter uma noção do custo total do empreendimento,

preliminar ao projeto executivo, ocorre tanto na iniciativa privada quanto na pública.

Em função da idealização do porte da obra, que pode definir sua viabilidade de

execução (MATTOS, 2006).

A classificação de um orçamento, conforme Mattos (2006) varia de acordo com

o grau de detalhamento em função das informações agregadas. Entretanto, as três

categorias: estimativa de custo, orçamento preliminar e orçamento analítico ou

detalhado.

2.2.2.1 Estimativa de custos

A estimativa de custos é uma avaliação baseada em custos históricos e

comparações com projetos similares, com o intuito de gerar uma ideia aproximada do

porte da obra. Os indicadores mais utilizados é o custo por metro quadrado construído

- Custo Unitário Básico da Construção Civil (CUB) e Custo Unitário PINI de Edificações

(MATTOS, 2006).

2.2.2.2 Orçamento preliminar

O orçamento preliminar é mais detalhado que a estimativa de custos, com

maior quantidade de indicadores, levantamento de quantitativos e pesquisas de preço

dos insumos e serviços mais relevantes, contudo reduzindo o grau de incerteza e

permitindo as empresas gerar os seus próprios indicadores (MATTOS, 2006).

2.2.2.3 Orçamento analítico ou detalhado

Orçamento realizado na etapa de projeto básico ou projeto executivo, inclui os

benefícios e despesas indiretas – BDI (TISAKA, 2011). Segundo Mattos (2006), o

orçamento analítico ou detalhado, o mais completo, é elaborado com a composição

de custos unitária para cada serviço da obra, realizada ampla pesquisa de preços dos

Page 34: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

33

insumos e incorporando os custos diretos e indiretos. Assim, são obtidos valores

próximos ao real, por ter uma reduzida margem de incerteza.

2.2.3 Softwares para Orçamento

2.2.3.1 Sienge

O software Sienge foi desenvolvido pela Sotfplan em 1990, empresa de

tecnologia com sede em Florianópolis – SC. A plataforma é subdividida em 12

módulos interligados. Entre eles: engenharia – com ferramentas para planejamento,

orçamento, acompanhamento e execução de obras; e integração BIM - que permite

integração com as informações delimitadas no software Revit para gerar orçamentos

de forma automática no Sienge (SOFTPLAN, 2018). A Figura 11 apresenta a interface

do Sienge integrando os dados exportados da modelagem BIM.

Figura 11: Interface do software Sienge.

Fonte: Adaptado de SIENGE Sotfplan (2018).

Page 35: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

34

2.2.3.2 Orçafascio

Com o software Orçafascio, é possível realizar orçamentos de acordo com as

regras do TCU. O software dispõe de 17 bases de composições, dentre elas a SINAPI,

SICRO E SBC. Possui módulos interligados ao orçamento, como o Medição, Diário

de obra, Gerenciamento do compras e materiais e Orçabim. Este último, um plugin

para ferramentas BIM – no software Revit, que garante a integração dos bancos de

dados BIM e de custos; atualizações dinâmicas por meio de critérios de

orçamentação; sincronização integrada com a nuvem e visualização de elementos

orçados (ORÇAFASCIO, 2018). Na Figura 12, pode-se observar a interface do Plugin

– Orçabim, na tela “editor de critério”, apresentando uma vista 3D do objeto orçado.

Figura 12: Interface do plugin – Orçabim, com a vista 3D do objeto orçado.

Fonte: Adaptado de Orçafascio, 2018.

Page 36: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

35

2.2.3.3 Volare

O software Volare desenvolvido pela PINI, permite executar orçamentos,

planejar e controlar obras. A base de dados padrão, é a TCPO – Tabela de

Composição de Preços, também desenvolvida pela PINI. Promete assertividade nos

orçamentos, redução de custo operacional, controle de desperdício, padronização dos

orçamentos e codificação BIM para integração com sistemas CAD (PINI, 2018).

2.2.3.4 Microsoft Office Excel

O programa Excel criado pela Microsoft Office, permite trabalhar com tabelas e

gráficos de forma compartilhada em tempo real. Possibilita criar planilhas com base

em modelos ou por conta própria, também permite criar as mais variadas fórmulas e

fazer análise de dados. Possui sua aplicabilidade bem difundida na área da

construção civil, inclusive para elaborar planilhas para orçamentos (MICROSOFT,

2018).

2.2.3.5 Pleo e outros softwares

O software Pleo, de propriedade da Franarin é uma ferramenta específica para

elaboração de orçamentos na construção civil, cronogramas físico-financeiros, curvas

ABC e gerenciamento básico de obras. Apresenta como vantagens: banco de dados

atualizado, mais de 2.000 insumos e composições unitárias, imprime variados tipos

de relatórios, acompanhamento da obra, entre outros (FRANARIN, 2018).

A área de orçamentação dispõe de vários sotfwares para geração e

acompanhamento de obras e respectivos orçamentos. Como por exemplo: o

TronOrrc, da empresa Tron; Arquimedes, da empresa Multiplus; e o EngWhare

Magma, da empresa EngWhere.

Page 37: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

36

2.3 SISTEMAS CONSTRUTIVOS DE VEDAÇÃO

Para o experimento do presente estudo, a proposta é extrair os quantitativos

da modelagem BIM e realizar o comparativo de custos para os sistemas de vedação

em Alvenaria Convencional e Alvenaria Estrutural. Assim, se faz necessário

contextualizar brevemente tais sistemas.

2.3.1 Alvenaria Convencional

A alvenaria convencional é composta por blocos cerâmicos, argamassa – com

espessura média das juntas horizontais e verticais, de 1,0cm - e revestimentos –

reboco, pedras, azulejo, entre outros. É o sistema de vedação mais usual do mercado

brasileiro. Atualmente apresenta desgaste às duras críticas sobre sustentabilidade,

pelas altas perdas de materiais, bem como o elevado gasto energético aliado ao seu

ciclo de execução (AUTOR, 2019).

Os blocos cerâmicos são produzidos a partir da conformação plástica de

matérias-primas argilosas, seguido da queima sob elevadas temperaturas, formando

elementos vazados. A alvenaria intercala vãos de estruturas de concreto armado com

a função de vedação interna ou externa, no entanto se difere do sistema construtivo

de alvenaria estrutural, que além da função de vedação tem a função estrutural

(CERÂMICA ROQUE, 2018).

2.3.2 Alvenaria Estrutural

O sistema compreende, blocos cerâmicos industrializados de elevado padrão

de fabricação, o que permite, exercerem a função de simples vedação, assim como

resistências capazes de suportar as cargas estruturais da edificação. Os blocos

possuem furos verticais, que permitem a introdução das instalações, evitando rasgos

nas paredes e consequentemente, desperdícios de materiais (PAULUZZI, 2018).

Machado (2017) apresenta um estudo de caso sobre o desenvolvimento de um

projeto de alvenaria estrutural em BIM. Num primeiro momento desenvolvendo o

modelo estrutural no software TQS, e na sequencia exportando o modelo para o

Page 38: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

37

software Revit. O estudo ressalta que neste processo se obtém um grau de

detalhamento LOD 200 (com muitas informações gráficas, mas poucas informações

paramétricas), por outro lado as informações estruturais (lajes, vigas, grauteamento,

aberturas...) se mantiveram. O autor também se dirige ao modelo exportado como um

esboço de modelo BIM, pela falta de informações não geométricas. Afim de aumentar

o LOD em grau 300 ou superior, foram substituídos os blocos exportados por blocos

criados pelo autor (Figura 13), agregando a eles detalhes geométricos e não-

geométricos.

Figura 13: Exemplo de adição de parâmetros geométricos para criação de blocos.

Fonte: Adaptado de Machado, 2017.

Na pesquisa bibliográfica relativa à alvenaria estrutural em plataformas BIM,

são encontrados estudos sobre o desenvolvimento de plug-ins, com a intenção de

automatizar o processo. Desta forma, afim de contextualizar a presente pesquisa são

descritos a seguir dois estudos sobre o assunto:

Romcy et al. (2014) desenvolveram um estudo sobre coordenação modular em

BIM, realizando em um primeiro momento a modulação da alvenaria racionalizada, e

aplicando uma versão inicial de um plug-in capaz de automatizar a paginação do

sistema (não considerando a interface entre subsistemas – lajes, instalações e

Page 39: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

38

esquadrias). Realizando constantes verificações de recorrências, afim de assegurar

consistência ao estudo, e inibir problemas de projeto e execução, como por exemplo

as juntas prumo. A modulação, segundo o estudo, permite a compatibilização

dimensional da estrutura por meio das juntas e ajustes modulares. Dessa forma,

facilitando a compreensão dos objetos a partir de uma visualização clara do modelo,

e a criação de parâmetros de entrada a plataforma BIM.

Pinheiro, Cardoso e Bertinio (2015) apresentaram parte de um trabalho de

dissertação de mestrado, com o intuito de desenvolver um digrama para automação

de projeto em alvenaria racionalizada em plataforma BIM. O estudo contemplou a

interface de modulação com componentes complementares como, vãos de aberturas

e blocos canaletas em “U” – que funcionam como componentes estruturais, as vergas

e contravergas das aberturas. Os autores constatam que o caminho de automação

definido possui menor fluxo de ações quando comparado a estudos anteriores.

Page 40: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

39

3 MÉTODO DE PESQUISA

Neste item será apresentado a metodologia para realização da presente

pesquisa, que tem por objetivo analisar o potencial do BIM para processos de

orçamentação, através da modelagem BIM de uma residência unifamiliar/comercial

em plataforma BIM, e explorar a extração automática dos quantitativos referentes ao

projeto. Afim de qualificar o estudo, a residência será modelada em dois diferentes

sistemas construtivos – alvenaria convencional e alvenaria estrutural – com isso, será

realizado o orçamento estimativo para cada sistema, a partir do levantamento

automático dos quantitativos, proporcionado pela tecnologia BIM.

3.1 ETAPAS DA PESQUISA

A metodologia da pesquisa, vai seguir o fluxograma da Figura 14, a seguir:

Figura 14: Fluxograma das etapas da pesquisa.

Fonte: Autor, 2019.

Page 41: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

40

3.1.1 Revisão Bibliográfica

Afim de contextualizar o cenário envolto ao BIM, como ferramenta de apoio a

orçamentação, a revisão bibliográfica baseou-se em apresentar periódicos de

diversos repositórios institucionais, dentre eles: Universidade Federal do Rio Grande

do Sul (UFRGS), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e repositórios

virtuais como o Google Scholar. Ainda, se baseou em livros como: “Manual de BIM:

Um guia de modelagem da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes,

construtores e incorporadores” (Eastman et al., 2014) e “Como preparar orçamentos

de obras” (Mattos, 2006).

Para realizar o embasamento do presente trabalho, a pesquisa se conteve em

temas que envolvam BIM, orçamento, e os sistemas construtivos: convencional e

alvenaria estrutural.

3.1.2 Modelagem 3D

Para a sustentação do presente trabalho, foi realizada a modelagem de uma

residência de ocupação mista (unifamiliar e comercial) de padrão médio a alto, esta,

objeto base da pesquisa. Cujo o projeto arquitetônico é de autoria do autor,

desenvolvido sob as diretrizes da disciplina de Estágio Profissionalizante I, no decorrer

da graduação. O projeto arquitetônico inicial do modelo é representado na (Figura 15)

e (Figura 16), a residência possui aproximadamente 300,00 m², dispostos em dois

pavimentos, sendo que o térreo compreende: para a ocupação unifamiliar, salas de

estar e jantar, cozinha, lavanderia, banheiro e varanda gourmet; ainda, uma sala

comercial com copa e banheiro. Já o pavimento superior dispõe de escritório, varanda,

3 quartos, sendo uma suíte master, e 2 banheiros.

A modelagem foi realizada em ferramenta BIM, no software Revit – versão

estudante, ano 2018, português, da empresa Autodesk. Uma importante ferramenta,

que proporciona a interdisciplinaridade dos projetos e profissionais em apenas um

modelo, este que, possibilita projetar com elementos paramétricos e inteligentes,

gerando plantas de piso, elevações, cortes, tabelas e vistas 3D de forma

Page 42: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

41

automatizada. Tal funcionalidade, permite análises e simulações da edificação como,

estimativas de custos e monitoramento do desempenho durante todo o ciclo de vida

do empreendimento.

Figura 15: Vista 3D da fachada norte e sul.

Fonte: Autor, 2019.

Page 43: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

42

Figura 16: Planta baixa dos pavimentos térreo e superior.

Fonte: Autor, 2019.

Page 44: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

43

3.1.3 Exploração dos Sistemas Construtivos

Com base no projeto arquitetônico inicial, foram realizadas adequações

(somente as essenciais, afim de se manter a concepção arquitetônica inicial) na planta

baixa da edificação, como a retirada da área destinada a varanda gourmet, visto se

tratar de uma área de lazer coberta e aberta nas laterais adjacentes a edificação, bem

como a limpeza dos detalhes arquitetônicos não relevantes ao presente estudo. Desta

forma, sendo preservada a representação da escada de ligação entre os pavimentos,

afim de localizar a situação das plantas, também sendo priorizado as paredes de

vedação internas e externas da residência, considerando os respectivos vãos de

aberturas, argamassa de assentamento dos blocos e a concepção estrutural da

edificação. Desta forma, também foram preservadas as dimensões lineares, e os

níveis da edificação, sendo 3,50m para o pavimento térreo e 3,00m para o pavimento

superior, resultando em um nível final para edificação de 6,50m.

Para melhor entendimento do estudo, as atividades e análises relacionadas aos

sistemas construtivos “Alvenaria Convencional” e “Alvenaria Estrutural” serão

designados respectivamente como: “Experimento A” e “Experimento B”.

3.1.3.1 Experimento A

Para o experimento, a edificação foi primeiramente modelada em “Alvenaria

Convencional”, conhecida por ser composta por blocos cerâmicos vazados na

horizontal, com a função de vedação, intercalando as vigas e pilares de concreto

armado.

Sendo considerada a espessura padrão de 20cm tanto para as paredes

externas quanto para as paredes internas afim de assegurar que a espessura central

da parede seja igual para ambos os experimentos (A e B), ou seja 15cm. A Figura 17

mostra a estrutura central da parede, composta por 15cm de alvenaria e 2,5cm de

revestimento e pintura em ambas as faces de acabamento.

Na modelagem, também foram considerados os vão de aberturas do projeto

arquitetônico inicial, que possuíam dimensões variadas projetadas para melhor

Page 45: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

44

atender os ambientes, como é possível observar no quantitativo de janelas (Figura 18)

o no quantitativo de portas (Figura 19).

Figura 17: Estrutura da parede em planta (medidas em centímetros).

Fonte: Autor, 2019.

Figura 18: Quantitativo de janelas (medidas em metros).

Fonte: Autor, 2019.

Na concepção estrutural da edificação, foram padronizadas as dimensões de

15x25cm para as vigas e 15x30cm para os pilares, estruturas estas de concreto

armado com a finalidade apenas de representar um quadro estrutural a edificação,

respeitando regras básicas da ABNT NBR 6118 – Projeto de estruturas de concreto -

Procedimento, como a área mínima da secção transversal para os pilares. Sendo

assim, as dimensões adotadas não levam em consideração os cálculos estruturais

Page 46: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

45

necessários, visto que não faz parte do escopo deste trabalho. Por este motivo,

também não foram modeladas as taxas de armaduras para a estrutura.

Figura 19: Quantitativo de portas (medidas em metros).

Fonte: Autor, 2019.

3.1.3.2 Experimento B

Para o Experimento B, que compreende o sistema construtivo em “Alvenaria

Estrutural”, composto de blocos cerâmicos vazados verticalmente e blocos cerâmicos

canaleta. Tal sistema permite a passagem do grauteamento no interior dos próprios

blocos, descartando quase por completo a necessidade de se utilizar fôrmas na obra.

Outra característica é o alto padrão de fabricação dos mesmos, resultando na alta

qualidade de acabamento e resistência característica capaz de oferecer resistência

estrutural as edificações.

Logo, para a modelagem do experimento, foi utilizado a biblioteca BIM da

família de blocos de modulação de 15cm da fabricante Selecta, produtos que

oferecem resistência característica a compressão de Fbk = 6,0 Mpa. Limitando-se a

modulação com blocos das respectivas dimensões de largura x altura x comprimento:

meio bloco 14x19x14cm, bloco padrão 14x19x29cm, bloco e meio 14x19x44cm, bloco

padrão canaleta 14x19x29cm e o bloco e meio canaleta 14x19x44cm. Os blocos

Page 47: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

46

estruturais (Figura 20), foram denominados no modelo respectivamente como: B15,

B30, B45, C30 e C45.

Figura 20: Legenda dos blocos estruturais utilizados na modulação (medidas em

centímetros).

Fonte: Autor, 2019.

Na concepção estrutural, foram padronizadas as dimensões de 15x25cm para

as vigas e 15x30cm para os pilares, sendo também previstos os grauteamentos de

paredes e vigas de respaldo. Similar ao experimento A, estas estruturas possuem

apenas a finalidade de representar um quadro estrutural a edificação, e não sendo

feita a modelagem para as armaduras. Sendo assim, as estruturas adotadas não

levam em consideração os cálculos necessários, visto não fazerem parte do escopo

deste trabalho.

3.1.4 Levantamento dos Quantitativos e Orçamentação

A partir dos experimentos descritos acima, a simulação dos sistemas

construtivos visa explorar as características de cada sistema, introduzindo análises

sobre a viabilidade financeira de implantação dos casos. A geração automática de

Page 48: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

47

tabelas (Figura 21), foi obtida por meio do comando “tabelas”, na aba “vista”. Alternando

entre as tabelas “levantamento de material” e “tabela/quantidades” responsáveis pelo

levantamento dos quantitativos dos experimentos modelados no software Revit,

Figura 21: Área de trabalho do Revit, com campos para a geração de tabelas.

Fonte: Autor, 2019.

Para extrair as tabelas referente ao levantamento dos quantitativos no software

BIM, foi realizado a exportação das mesmas para o software Excel, da Microsoft

Office. O programa permite dentre outras funcionalidades, trabalhar com tabelas, e

criar planilhas para a orçamentação. Assim, os dados das tabelas foram agrupados

em planilhas, sendo separadas por experimento. Com isso, os dados do software BIM

foram vinculados com os índices de composição de custos analíticos, não

desonerados, relativos ao mês de abril de 2019 do SINAPI para o estado do Rio

Grande do Sul, afim de se obter o orçamento estimativo para os sistemas construtivos

e não sendo previstas despesas com mão de obra e com os revestimentos das

vedações, visto a alta variedade de aplicabilidade dos itens.

Page 49: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

48

4 RESULTADOS

4.1 PROCESSOS DE MODELAGEM – EXPERIMENTO A

A modelagem das paredes foi realizada basicamente através da vista de planta,

com o suporte do comando “parede”, localizado na aba “arquitetura” da ferramenta

BIM. Também sendo utilizadas as vistas 3D e cortes para a verificação dos elementos

modelados.

Na ferramenta BIM quando adicionados elementos, como no caso das portas e

janelas no objeto parede, as áreas correspondentes às aberturas são subtraídas

automaticamente, diminuindo assim a área relativa das paredes que é de suma

importância para o orçamento estimativo do experimento.

Semelhante ao caso das aberturas, as áreas referentes aos elementos

estruturais (vigas e pilares), também foram subtraídos das áreas do objeto parede de

forma automática quando, utilizado o comando “unir” os elementos, localizada na aba

“modificar”, e com suporte da vista 3D do software Revit. A Figura 22 apresenta uma

captura do modelo, onde é possível observar os objetos - viga, pilar e aberturas -

subtraindo a área do objeto parede.

Figura 22: Subtração de áreas no modelo 3D.

Fonte: Autor, 2019.

Page 50: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

49

Com o modelo concluído, a planta baixa da edificação para os pavimentos

térreo e superior (Figura 23 e Figura 24, respectivamente), são os norteadores para a

geração de vistas de desenho, bem como as tabelas de quantitativos.

Figura 23: Planta baixa do pavimento térreo, para o Experimento A.

Fonte: Autor, 2019.

Figura 24: Planta baixa do pavimento superior, para o Experimento A.

Fonte: Autor, 2019.

Page 51: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

50

4.2 PROCESSOS DE MODELAGEM – EXPERIMENTO B

Para a modulação das paredes, diferentemente do Experimento A, os blocos

de ambas as dimensões utilizadas foram inseridos na planta baixa através do

comando “componente” da aba “arquitetura” do Revit. Na concepção geral, a

modulação se fez de forma tradicional para a primeira fiada, posicionando-se os

blocos de forma individual. Em decorrência do sistema construtivo impor medidas

múltiplas de 15cm lineares, teve-se que adequar as medidas das paredes das plantas

baixas, afim de se obter a modulação correta e evitar que os blocos da segunda fiada

em diante ficassem sobrepostos, as chamadas juntas prumo.

A partir da 2ª fiada, a modulação não se deu mais na tradicional vista de planta,

em função da poluição visual causada pela sobreposição das fiadas. Assim,

aproveitando a praticidade de se trabalhar em diversas vistas de desenho que a

ferramenta BIM proporciona, a modulação passou a ser realizada na vista de

elevações (Figura 25). A vista de desenho, foi gerada a partir da criação de eixos nas

extremidades externas dos blocos ao longo das secções de paredes, e através do

comando “elevação de moldura” localizado na aba “vista” do Revit, que permite a

visualização frontal, da lateral das fiadas da parede. Ainda, foram inseridos

deslocamentos horizontais (da base) e verticais (entre blocos) na espessura de 1cm

destinado a argamassa de assentamento.

Figura 25: Modelagem da fiada de blocos na vista de elevação.

Fonte: Autor, 2019.

Page 52: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

51

Com a segunda fiada devidamente finalizada, e em harmonia com a primeira,

respeitando as medidas modulares e juntas prumo, as fiadas subsequentes se deram

através do comando “matriz”, da aba “modificar”, que permite fazer a cópia múltipla

dos elementos com o suporte de offsets (Figura 26) até se chegar ao nível final de

cada pavimento, para cada parede. Da mesma forma que tiveram alterações nas

medidas lineares das paredes, houve um acréscimo de 10cm na altura final das

paredes do pavimento térreo, e em função da altura dos blocos utilizados possuírem

dimensões múltiplas de 20cm. Resultando para o pavimento térreo o nível final de

3,60m, mantendo-se o nível de 3,00m para o pavimento superior e ocasionando no

nível final da edificação em 6,60m.

Figura 26: Tela de trabalho do Revit, com o uso do comando matriz.

Fonte: Autor, 2019.

Com a modulação das paredes concluída, ainda na vista de elevação foram

inseridos os vão relativos as aberturas (Tabela 1), para cada parede. Sendo assim, os

vãos também tiveram que ser adequados as modulações múltiplas de 20cm de altura

e 15cm de comprimento, sendo arbitrado para as janelas as dimensões padrões de

largura x altura / peitoril, respectivamente: 1,51x1,21/1,00m – e para as portas foram

definidas as dimensões padrões de largura x altura respectivamente: 0,76x2,21m.

Page 53: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

52

Tabela 1: Quantitativo das aberturas.

Quantitativo das Aberturas (m)

Descrição – Portas Largura Altura Peitoril

Padrão 0,76 2,21 -

Duas folhas 1,81 2,21 -

Hall 0,90 2,21 -

Comercial 1,21 2,41 -

Descrição – Janelas Largura Altura Peitoril

Padrão 1,51 1,21 1,00

Varanda 1,96 1,61 0,60

Fundos do comercial 1,81 1,21 1,00

Sala de estar 2,11 1,21 1,00

Escada – frontal/lateral 1,21 1,81 0,40

Fachada do comercial 2,26 2,01 0,20

Poço de luz 1,21 2,21 0,40

Fonte: Autor, 2019.

A modulação das aberturas (Figura 27), foram inseridos através da exclusão e

ajustando os blocos localizados nos vãos e inserindo nas fiadas ligeiramente acima e

abaixo, os blocos canaleta correspondentes as vergas e contra vergas.

Figura 27: Vista de elevação de parede, com a inserção das aberturas.

Fonte: Autor, 2019.

Page 54: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

53

Na concepção estrutural do experimento B, foram utilizadas estruturas de

concreto armado empregadas nas vigas de baldrame e sacadas, e ligeiramente

abaixo das paredes do pavimento superior que não continham sequência abaixo, para

o pavimento térreo, representadas no vista da Figura 28, a seguir:

Figura 28: Vista representativa, da estrutura de concreto armado alocada abaixo das

paredes em alvenaria estrutural da semi-suíte.

Fonte: Autor, 2019.

Também foram previstos os grauteamentos de paredes e vigas de respaldo. A

modelagem (Figura 29) para ambos os casos foi criada na vista 3D, através do

comando “componente - modelar no local”, localizado na aba “arquitetura”, e para

cada ponto de graute, foi preciso utilizar o comando “extrusão”.

Page 55: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

54

Figura 29: Tela demonstrativa para a modelagem do graute.

Fonte: Autor, 2019.

A ferramenta BIM permite que sejam extraídos vários detalhamentos, de

diversas vistas, como é apresentado a seguir para a parede do modelo denominada

de PAR-01. As fiadas são separadas através da “faixa de vista”, localizada na barra

lateral “propriedades”. Também sendo possível aplicar diferentes cores aos blocos,

de modo a destaca-los.

Figura 30: Detalhamento da parede 01.

Fonte: Autor, 2019.

Page 56: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

55

4.3 PROCESSOS DE ORÇAMENTAÇÃO – EXPERIMENTO A

A geração das tabelas de quantitativos para o experimento, partiram do

levantamento das aberturas já apresentado no decorrer do presente estudo. Deste

modo com o intuito de contextualiza-las, as mesmas foram obtidas a partir da tabela -

“tabela/quantidades” alternando entre as categorias “janelas” e “portas”. Sendo feitas

a partir da adição dos campos com importância de serem apresentados na tabela, e

também criando o parâmetro calculado (Figura 31) para o campo “área” em função

dos campos “largura” e “altura”.

Figura 31: Tela de propriedades da tabela de quantitativo de janelas.

Fonte: Autor, 2019.

Para as tabelas de levantamento das paredes e do quadro estrutural, foi

utilizada para ambas, a tabela “levantamento de material”. Desta forma, foram geradas

as tabelas de quantitativos de forma automática a partir do direcionamento do que era

relevante ao estudo. Para as paredes, a partir da seleção da categoria “paredes”, e

dos campos apresentados na Figura 32, foram considerados os valores totais contidos

no modelo, sendo que os campos “comprimento” e “altura desconectada” estão em

centímetros e o campo “contador” é unitário.

Page 57: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

56

Figura 32: Quantitativo de paredes, gerado no Revit.

Fonte: Autor, 2019.

Da mesma forma, para o quadro estrutural (Figura 33), a partir da seleção da

categoria “quadro estrutural” e dos campos relevantes, também foram considerados

os valores totais.

Figura 33: Tela de edição de tabelas no Revit, para o quantitativo do quadro

estrutural.

Fonte: Autor, 2019.

A partir disso, o orçamento estimativo apresentado na Tabela 2 teve seu início

fundamentado com base na área de parede extraído da ferramenta BIM. Chegando-

se no número de blocos cerâmicos e o volume de argamassa de assentamento em

função da multiplicação da área de 477,39m² de parede pelos coeficientes da

Page 58: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

57

composição de custos de 55,85un. (cód. 7267) e 0,0135m³ (cód. 87292)

respectivamente.

Tabela 2: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Parede de

vedações do Experimento A.

PAREDE BÁSICA DE VEDAÇÃO – INTERNA E EXTERNA

Dados obtidos no sofware Revit, sobre as paredes do modelo

Contador Família Tipo Área (m²)

69 Parede básica 20cm 477,39

Bloco cerâmico de vedação (6 furos)

Descrição Unidades Custo unitário

(R$) Custo (R$)

Bloco cerâmico de vedação 9x14x19cm

26662 R$ 0,35 R$ 9.331,78

Argamassa de assentamento - Traço 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA)

Descrição Volume (m³) Custo p/ m³

(R$) Custo (R$)

Argamassa, com preparo na betoneira 6 R$ 400,12 R$ 2.578,68

Total geral R$ 11.910,46

Fonte: Autor, 2019.

Para a estrutura de concreto (Tabela 3), foi utilizado o volume extraído do

modelo BIM, e a área de fôrmas é em função das dimensões das famílias multiplicado

pelo número de existência. Sendo os custos calculados pelos indicativos do SINAPI -

códigos 87509 e 95953, respectivamente para as vedações e quadro estrutural.

Page 59: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

58

Tabela 3: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Estrutura de

concreto do Experimento A.

ESTRUTURA DE CONCRETO

Concreto FCK = 25Mpa

Contador Tipo Família Volume (m³) Custo p/ m³

(R$) Custo (R$)

30 15x30cm Pilar Retangular 9,32 R$ 341,47 R$ 3.182,50

82 15x25cm Viga Retangular 11,60 R$ 341,47 R$ 3.961,05

112 Total 20,92 R$ 7.143,55

Montagem e desmontagem de fôrma de pilares

Contador Tipo Família Área Total

(m²) Custo p/ m²

(R$) Custo (R$)

30 15x30cm Pilar Retangular 1,35 R$ 99,05 R$ 133,72

Montagem e desmontagem de fôrma de vigas

Contador Tipo Família Área Total

(m²) Custo p/ m²

(R$) Custo (R$)

82 15x25cm Viga Retangular 3,075 R$ 108,57 R$ 333,85

Total geral R$ 7.611,12

Fonte: Autor, 2019.

Assim, para os quantitativos apresentados referentes as paredes de vedação

no sistema construtivo de alvenaria convencional proposto para a edificação base do

estudo, contemplando também o quadro estrutural apresentado, obteve-se o custo

estimativo de R$ 19.521,58 para sua concepção.

4.4 PROCESSOS DE ORÇAMENTAÇÃO – EXPERIMENTO B

Para este experimento, partiu-se da geração da tabela – “tabela/quantidades”

– de quantitativos dos blocos (Figura 34), estes, pertencentes a categoria “modelos

genéricos” por serem inseridos no modelo como componentes, e sendo atribuído

somente o campo “contador” (como quantificador) para cada tipo de bloco e seu

respectivo pavimento de base. Visto que os campos “área” e “volume” não

apresentavam dados coesivos, em função de fazer a soma de todas as arestas dos

blocos.

Page 60: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

59

Porém, esta etapa foi submetida a retrabalhos em função de os blocos estarem

vinculados à níveis trocados, falha advinda da cópia de blocos e fiadas pelo comando

matriz, e só sendo descoberta quando a tabela apresentou diferenças discrepantes

entre os números de blocos para cada pavimento, sendo visível por meio do trabalho

simultâneo entre as vistas da tabela e do 3D (Figura 35), que quando pressionado um

campo da tabela relativa ao bloco, o mesmo era destacado na vista 3D. O problema

foi solucionado, através da seleção individual das fiadas na vista 3D do modelo e

realizada a troca de “nível base” e “deslocamento”, para as mesmas na barra de apoio

“propriedades”.

Figura 34: Tabela quantitativa de blocos, extraída do Revit.

Fonte: Autor, 2019.

Figura 35: Trabalho em vistas simultâneas de tabela e 3D.

Fonte: Autor, 2019.

Page 61: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

60

A criação das tabelas relativas ao quadro estrutural, também se deu pela tabela

– “tabela/quantidades” – por conta do graute ser modelado como componente. Desta

forma, foi selecionado a categoria “quadro estrutural” para os quantitativos das vigas

(Figura 36), e a categoria “pilares estruturais” para os pilares (Figura 37). Para ambos

foi escolhido o campo “marca de tipo” como identificador, afim de contornar uma falha

ortográfica na nomenclatura dos grautes, que só poderia ser resolvida criando outro

componente e consequentemente sendo preciso refazer toda a modelagem do graute.

Figura 36: Tabela quantitativa das vigas, extraída do Revit.

Fonte: Autor, 2019.

Figura 37: Tabela quantitativa dos pilares, extraída do Revit.

Fonte: Autor, 2019.

Neste experimento não foi possível extrair de forma automática a área

destinada a vedação na ferramenta BIM. Assim, sendo encontrada no software Excel

a partir da área de cada bloco multiplicado pela quantidade de blocos apontado pelo

campo contador, conforme Tabela 4. Sendo os custos unitários dos blocos, obtidos

em contato com a fabricante dos blocos utilizados da modulação.

Page 62: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

61

Assim, a argamassa de assentamento foi ponderada em função do coeficiente

de 0,0141m³ de argamassa do SINAPI (cód. 87286), bem como o custo por metro

cúbico.

Tabela 4: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Paredes

estruturais do Experimento B.

PAREDES DE ALVENARIA ESTRUTURAL

BLOCOS CERÂMICOS ESTRUTURAIS - MODULAÇÃO DE 15CM

Contador Nível Família e tipo Área (m²)

Custo unitário (R$)

Custo (R$)

220 Térreo Bloco Estrutural de 15cm (L14): BE15

6,60 R$ 0,68 R$ 149,16

3716 Térreo Bloco Estrutural de 30cm (L14): BE30

222,96 R$ 1,29 R$ 4.793,64

125 Térreo Bloco Estrutural de 45cm (L14): BE45

11,25 R$ 1,72 R$ 215,00

488 Térreo Canaleta (L14): C30 29,28 R$ 1,80 R$ 878,40

32 Térreo Canaleta (L14): C45 2,88 R$ 2,15 R$ 68,80

193 1º

Pavimento Bloco Estrutural de 15cm (L14): BE15

5,79 R$ 0,68 R$ 130,85

3273 1º

Pavimento Bloco Estrutural de 30cm (L14): BE30

196,38 R$ 1,29 R$ 4.222,17

130 1º

Pavimento Bloco Estrutural de 45cm (L14): BE45

11,70 R$ 1,72 R$ 223,60

426 1º

Pavimento Canaleta (L14): C30 25,56 R$ 1,80 R$ 766,80

27 1º

Pavimento Canaleta (L14): C45 2,43 R$ 2,15 R$ 58,05

8630 Total de Blocos 514,83 R$ 11.506,47

ARGAMASSA DE ASSENTAMENTO - TRAÇO 1:1:6 (CIMENTO, CAL E AREIA)

Tipo Volume

(m³) Custo p/ m³

(R$) Custo (R$)

Argamassa, com preparo na

Betoneira 7 R$ 322,18 R$ 2.338,74

Total geral R$ 13.845,21

Fonte: Autor, 2019.

Page 63: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

62

Para a estrutura de concreto (Tabela 5), o volume foi extraído da tabela

exportada do Revit, e as áreas de fôrmas encontradas em função da área da seção

de cada família pelo número de ocorrências. E os custos são relacionados aos

indicadores de custos do SINAPI – códigos 95953, 89993 e 89995; para as estruturas

de concreto, grauteamento vertical e das vigas de respaldo, respectivamente.

Tabela 5: Planilha indicativa de quantitativos e orçamento estimativo – Quadro

estrutural do Experimento B.

ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO

Concreto FCK = 25Mpa

Contador Tipo Família Volume

(m³) Custo p/ m³

(R$) Custo (R$)

3 15x30cm Pilar Retangular 0,59 R$ 341,47 R$ 201,47

34 15x25cm Viga Retangular 4,99 R$ 341,47 R$ 1.703,94

Total 5,58 R$ 1.905,40

Montagem e desmontagem de fôrma de pilares

Contador Tipo Família Área Total (m²)

Custo p/ m² (R$)

Custo (R$)

3 15x30cm Pilar Retangular 0,135 R$ 99,05 R$ 13,37

Montagem e desmontagem de fôrma de vigas

Contador Tipo Família Área Total (m²)

Custo p/ m² (R$)

Custo (R$)

34 15x25cm Viga Retangular 1,275 R$ 108,57 R$ 138,43

Total geral R$ 2.057,20

GRAUTEAMENTO

Contador Tipo Família Volume

(m³) Custo p/ m³

(R$) Custo (R$)

1 08x08cm Graute Vertical 1,51 R$ 669,17 R$ 1.010,45

1 09x16cm Viga de respaldo -

Térreo 1,43 R$ 640,78 R$ 916,32

1 09x16cm Viga de respaldo -

1º Pavimento 1,45 R$ 640,78 R$ 929,13

Total geral R$ 2.855,89

Fonte: Autor, 2019.

Page 64: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

63

Desta forma, se obteve para o experimento B que corresponde pelo sistema

construtivo de alvenaria estrutural para a construção de uma residência o custo

estimativo para as vedações, bem como para o quatro estrutural apresentado, um

custo total de R$ 18.758,31.

4.5 ANÁLISES E REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA

A partir da modelagem de uma residência de ocupação mista (unifamiliar e

comercial), em dois diferentes sistemas construtivos - alvenaria convencional e

alvenaria estrutural - em plataforma BIM, e a experiência adquirida no processo. A

modelagem paramétrica da edificação somada a exploração dos sistemas

construtivos, o levantamento dos quantitativos e orçamentação dos experimentos

possibilitam uma análise quantitativa dos dados obtidos no experimento.

No Experimento A, a partir de comandos simples do software, a modelagem se

deu de forma ágil e interativa com a geração automática de vistas de desenho, sendo

utilizada a vista de planta como base para a modelagem da edificação. A modelagem

do experimento atendeu a proposta arquitetônica do projeto base, com alterações

apenas nas espessuras das paredes afim de se manter a espessura central da parede

equivalente para ambos os experimentos.

Já no Experimento B, a modelagem foi gerada de forma mais restrita a partir

da montagem das fiadas dos blocos, com a inserção e alocação individual para cada

bloco, também respeitando as prumadas e juntas. Desta forma, surgiu como efeito a

adequação das metragens da planta e aberturas em múltiplas de 15cm de largura e

20cm de altura, e se utilizando as vistas de elevação como base para a modelagem.

Assim, para este experimento houve uma alteração na fachada da edificação (Figura

38) em virtude de o projeto inicial contemplar duas vidraças de grandes dimensões,

proporcionando um grande vão nas paredes da sala de jantar que possui pé direito

duplo. Fato não suportado pelo sistema construtivo que tem por característica a

sustentação pela própria trama de blocos das paredes. Assim, sendo arbitrado pela

redução dos vãos, limitando-se aos limites dos níveis de vinculação.

Page 65: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

64

Figura 38: Vista 3D da fachada da edificação, primeiramente para o Experimento A e

na sequência para o Experimento B.

Fonte: Autor, 2019.

Para ambos os casos a possibilidade de se trabalhar em vistas de desenho

paralelas, e atualizadas em sincronia foram de grande valia. Fato que possibilita aos

projetistas visualizar os elementos modelados, reduzindo erros e dúvidas referentes

ao projeto num todo.

A modelagem para o experimento B, também apresentou uma funcionalidade

que ajudou na percepção visual da localização dos diferentes tipos de blocos

utilizados na modelagem. Através da aplicabilidade de filtros de projeção, que

agregavam cores aos blocos, como é possível de se observar na Figura 39. Filtros

estes, com possibilidade de aplicação em todas as vistas de desenho, a partir do

comando “vg”, na aba “filtros” da janela de parâmetros do comando.

Page 66: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

65

Figura 39: Aplicação filtros de projeção aos blocos.

Fonte: Autor, 2019.

Outro item de destaque foi a modelagem do graute, que por sua vez demanda

um tempo de trabalho considerável para a modelagem. Contudo, proporciona a

entrega de maiores detalhes construtivos, além do levantamento do volume de

concreto – ou outro material associado – dos mesmos, também podendo ser inseridas

as armaduras de reforço para a estrutura.

Relativo à orçamentação dos modelos, para ambos os experimentos a geração

de tabelas com o levantamento dos dados de forma automática proporcionada pelo

software Revit, foi de suma importância e eficácia quando comparados ao tradicional

método de levantamento de quantitativos com base na leitura de modelos 2D.

A geração de tabelas relativa às vedações foi de grande valia, sendo a

informação base para a geração dos orçamentos estimativos. Para o experimento A,

apresentou o levantamento relativo à área de paredes. Quanto ao experimento B, a

geração de tabelas apresentou o número de blocos inseridos no modelo, sendo

necessário ser feito o cálculo da área relativa às paredes por meio de inserção de

formulas no software Excel. Pelo fato de o software Revit considerar todas as arestas

dos blocos como área, apresentando assim valores incoerentes ao campo

correspondente.

Para ambos os casos a geração de tabelas na ferramenta BIM, referentes ao

levantamento de dados do quadro estrutural da edificação foram satisfatórios,

Page 67: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

66

apresentando os volumes de concreto para as estruturas, e sendo somente acrescido

no software de orçamento o campo área para a orçamentação das formas de madeira.

Assim, a geração das tabelas se apresenta ágil desde que o projetista tenha

um conhecimento básico sobre quais os dados e campos são relativos ao tipo de

tabela que necessita. É pertinente ressaltar a confiabilidade dos dados extraídos que

a ferramenta proporciona, como a possibilidade de se visualizar os elementos orçados

em vistas de desenho simultâneas. Porém, de certo modo, o levantamento dos dados

na ferramenta BIM é fragmentado, limitando-se às categorias na qual os objetos que

compõem o modelo pertencem. Da mesma maneira, para se fazer a exportação das

tabelas para outros softwares é preciso realiza-la de forma individual para cada tabela

gerada, não sendo “hereditária” as parametrizações e formatações dos campos, que

“herdam” somente o texto.

Page 68: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

67

5 CONCLUSÃO

Este trabalho apresentou a pesquisa do trabalho de conclusão de curso,

mostrando os resultados referentes as etapas de modelagem em BIM. No qual, o

processo de modelar os experimentos foi relativamente interativo, visto a possibilidade

de visualizar os modelos editados em várias vistas de desenho, reduzindo a margem

de erros já que na alvenaria estrutural ouve a necessidade de adequação das

metragens tanto de perímetro das paredes quanto de aberturas. Assim como a

geração em paralelo e com atualizações simultâneas de variados detalhamentos da

edificação. A modelagem dos experimentos se deu na vista de planta para o

experimento A, e na vista de elevações para o experimento B.

A pesquisa buscou extrair tabelas com o levantamento de quantitativos de

forma automática por meio do software BIM. Tendo para o experimento A,

quantitativos de área e para o experimento B, as unidades de cada bloco utilizado.

Bem como, para ambos os experimentos o volume de concreto relativo ao quadro

estrutural da edificação. Assim, exportando as tabelas para o software Excel e

vinculando as informações com os índices de composição de custos do SINAPI, se

obtendo o orçamento estimativo de R$ 19.521,58 para o experimento A, e R$

18.758,31 para o experimento B. Por se tratar apenas do quantitativo de vedações, a

diferença de valor se apresentou pequeno, porém cabem ainda despesas com mão

de obra e revestimentos das vedações, não abrangidas no contexto do presente

estudo.

Notou-se que as vantagens abordadas são relativas ao levantamento de

quantitativos como expressado anteriormente. E que a funcionalidade do software BIM

auxilia profissionais da área da construção civil na hora de projetar uma edificação,

assegurando maior confiabilidade dos dados extraídos, como a possibilidade de se

visualizar os elementos orçados em vistas de desenho simultâneas.

Dentre as limitações, constatou-se que a modelagem BIM requer um

conhecimento avançado sobre a ferramenta afim de se obter êxito não somente na

modelagem, mas também na parametrização e automatização de processos, que é a

verdadeira proposta do BIM. Como no caso de bibliotecas BIM, fornecidas por alguns

fabricantes, que possuem elementos geométricos, com escassos dados relevantes e

Page 69: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

68

parametrizados, muitas vezes contemplando apenas dados descritivos, que não

desenvolvem nenhuma atividade paramétrica no modelo.

Para trabalhos futuros, recomenda-se desenvolver plug-ins com potencial para

modulação automática das fiadas de blocos, e que contemplem a modulação de vãos

de aberturas nas paredes, através da inserção de parâmetros de entrada no modelo.

Da mesma forma, que entregue a área de parede, e o volume de argamassa de

assentamento dos blocos.

Page 70: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

69

REFERÊNCIAS

ADVENSER. BIM Marketing for Manufacturers. Disponível em: <http://manufacturers.bimetica.com/wp-content/uploads/2014/07/img-auditoria-3.png>. Acesso em: 21 set. 2018. ARCHICAD. Welcome to Archicad 22. 2018. Disponível em: <https://graphisoft.akamaized.net/cdn/marketing/ac22/archicad-22-leporello.pdf>. Acesso em: 22 set. 2018. AUTODESK. Revit. 2018b. Disponível em: <https://www.autodesk.com.br/products/revit/overview>. Acesso em: 22 set. 2018b. AUTODESK. Staying competitive: For construction professionals. 2018a. Disponível em: <http://damassets.autodesk.net/content/dam/autodesk/www/campaigns/test-drive-bim-q3/bds/autodesk_staying_competitive-bim_ebook_4.pdf>. Acesso em: 14 set. 2018. BATISTA, A. R. R. T. G. Utilização de ferramentas BIM no planejamento de trabalhos de construção – Estudo de caso. 2015. 83f. Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2014/2015 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2015. BIMETICA. BIM Modeling Services, Architectural, Structural, MEP BIM, Steel Detailing. 2018. Disponível em: < https://www.advenser.ae/bim-services/>. Acesso em: 21 set. 2018. BRASIL. Decreto nº 9.377, de 17 de maio de 2018. Institui a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modelling. Diário Oficial, Brasília, DF, 17 mai. 2018. CAIXA. SINAPI. Disponível em: <https://pini.umlivro.com.br/tcpo-bim-15-edic-o>. Acesso em: 21 out. 2018. CAIXA. Relatório de insumos e composições, SINAPI. Disponível em: < http://www.caixa.gov.br/site/Paginas/downloads.aspx#categoria_660>. Acesso em: 21 mai. 2019. CÂMERA BRASILEIRA DA INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO, CBIC. CUB. Disponível em: <http://www.cub.org.br/saiba-mais>. Acesso em: 21 out. 2018. CARDOSO, R. S. Orçamento de obras em foco: um novo olhar sobre a engenharia de custos. 3. ed. 481p. São Paulo: Editora Pini, 2014.

Page 71: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

70

CAROLINA ARAÚJO. MODELAGEM EM STEEL FRAME NO REVIT. Disponível em: <https://arqcarolinaaraujo.com.br/product/modelagem-em-steel-frame-e-steel-deck/>. Acesso em: 30 out. 2018. CARVALHO, Y. M. V. Análise do BIM aplicado ao gerenciamento: Simulação 5D. 2017. 81f. Monografia – Bacharel em Engenharia Civil, Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Federal do Ceará, Fortaleza, 2017. CBIC. Fundamentos BIM - parte 1: implementação do BIM para construtoras e incorporadoras. 120p. Brasília: CBIC, 2016. v. 1. CERÂMICA ROQUE. Bloco cerâmico de vedação. 2018. Disponível em: <http://www.ceramicaroque.com.br/web/produtos/alvenaria-tradicional/bloco-tijolo-6f>. Acesso em: 20 out. 2018. COELHO, R. S. Orçamento de obras prediais. Editora UEMA, São Luís/MA. 2001. EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. BIM Handbook: a guide to building information modeling for owners, managers, designers, engineers and contractors. v. 2. 650p. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, Inc., 2011. EASTMAN, C.; TEICHOLZ, P.; SACKS, R.; LISTON, K. Manual de BIM: Um guia de modelagem da construção para arquitetos, engenheiros, gerentes, construtores e incorporadores. Porto Alegre: Bookman, 2014. 503p. Tradução de: Cervantes Gonçalves Ayres Filho, Revisão Técnica: Eduardo Toledo Santos. FENATO, T. M.; SAFFARO, F. A.; BARISON, M. B.; HEINECK, L. F. M.; SCHEER, S. Método para elaboração de orçamento operacional utilizando um software de autoria BIM. Ambiente Construído, Porto Alegre/RS, v. 18, n. 4, p. 279-299, out. / dez. 2018. FONTANA, B. C. Estudo de caso da integração entre BIM e Sienge no orçamento de um edifício Residencial. 2017. 115f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2017. FRANARINI. PLEO. 2018. Disponível em: <http://www.franarin.com.br/PLEO.aspx>. Acesso em: 24 set. 2018. GARBINI, M. A. L.; BRANDÃO, D. Q. Proposta de modelo para implantação de processo de projeto utilizando o conceito BIM em escritórios de arquitetura. Gestão e Tecnologia de Projetos. São Paulo, v. 9, n. 1, p. 7-24, jan./jun. 2014. GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. 176p. São Paulo: Editora Atlas S. A., 2002.

Page 72: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

71

GRAPHISOFT. Archicad. 2018. Disponível em: <http://www.graphisoft.com/br/archicad/index.html>. Acesso em: 22 set. 2018. Hardin, B. BIM and Construction Management. Wiley publishing, Inc., Indianapolis, 2009. KAMARDEEN, I. 8D BIM modelling tool for accident prevention through design. Egbu, C. (Ed) Procs 26th Annual ARCOM Conference, 2010. KHAJA, A. M.; SEO, J. D.; MCARTHUR, J. J. Optimizing BIM metadata manipulation using parametric tools. Procedia Engineering, v. 145, n. 2016, p. 259–266, 2016. KUMAR, B. A Pratical Guide to Adopting BIM in Construction Projects. 145p. Scotland, UK: Whittles Publishing, 2015. MACHADO, M. S. Projeto de alvenaria estrutural desenvolvido em BIM – Um estudo de caso: Edifício de Alvenaria Estrutural. 2017. 92f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017. MATTOS, A. D. Como preparar orçamentos de obras. 2006. 281p. São Paulo: Editora PINI, 2006. MATTOS, A. D. Engenharia de Custos: BIM 3D, 4D, 5D e 6D. 2014. Blogs PINI. Disponível em: <http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/bim-3d-4d-5d-e-6d-335300-1.aspx>. Acesso em: 18 set. 2018. McGRAW HILL CONSTRUCTION. SmartMarket Report on the business value of BIM for construction in major global markets: how contractors around the world are driving innovation with building information modelling. 64p. Bedford, Massachusetts: McGraw Hill Construction, 2014. MICROSOFT. Pacote Office – Excel. 2018. Disponível em: <https://products.office.com/pt-br/excel>. Acesso em: 24 set. 2018. ORÇAFASCIO. Orçabim. 2018. Disponível em: <https://www.orcafascio.com/>. Acesso em: 24 set. 2018. PAULUZZI. Blocos cerâmicos – Alvenaria Racionalizada. Disponível em: < https://pauluzzi.com.br/alvenaria-de-vedacao/>. Acesso em: 20 out. 2018. PINI. TCPO. Disponível em: <http://www.caixa.gov.br/poder-publico/apoio-poder-publico/sinapi/Paginas/default.aspx>. Acesso em: 21 out. 2018. PINI. Volare. 2018. Disponível em: <http://conteudo.pini.com.br/pinitech>. Acesso em: 24 set. 2018.

Page 73: FACULDADES IMED ESCOLA POLITÉCNICA GRADUAÇÃO EM … BERTON.pdf · O modelo atual de orçamentação, baseado na leitura de projetos 2D, bem como na interpretação de tabelas com

72

PINHEIRO, L.T.; CARDOSO, D.R.; BERTINIO, A.A. Automatizando o projeto de alvenaria racionalizada. V !RUS, São Carlos, n. 11, 2015. [online] Disponível em: <http://www.nomads.usp.br/virus/virus11/?sec=4&item=7&lang=pt>. Acesso em: 18 maio 2019. ROMCY, N. M. e S.; CARDOSO, D.; BERTINI, A. A.; PAES, A. Desenvolvimento de aplicativo em ambiente BIM, segundo princípios da coordenação modelar. Ambiente Construído, Porto Alegre/RS, v. 14, n. 2, p. 23-39, abr./jun. 2014. SANHUDO, L. P. N. BIM for building sustainability assessment: Development of a software tool for Rainwater Runoff mitigation. 2016. 193f. Mestrado Integrado em Engenharia Civil - 2015/2016 - Departamento de Engenharia Civil, Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, Porto, Portugal, 2016. SANTOS, A. P. L.; ANTUNES, C. E.; BALBINOT, G. B. Levantamento de quantitativos de obras: comparação entre o método tradicional e experimento em tecnologia BIM. Revista Iberoamericana de Engenharia Industrial, Florianópolis/SC, v. 6, n. 12, p. 134‐155, 2014. SANTOS, A. P. L.; WITICOVSKI, L. C.; GARCIA, L. E. M.; SCHEER, S. A Utilização do BIM em Projetos de Construção Civil. Revista Iberoamericana de Engenharia Industrial, Florianópolis/SC, v. 1, n. 2, p. 24‐42, 2009. SETECTA. Blocos Setecta. 2019. Disponível em: <http://www.selectablocos.com.br/ae_produtos_01_01.html>. Acesso em: 05 mai. 2019. SERRA, S. M. B.; COSTA, J. M. C. Comparação de processos de levantamento de quantitativos: tradicional e BIM. XV Encontro Nacional de Tecnologia do Ambiente Construído (ENTAC 2014), Maceió/AL. 2014. SILVA, J. L. BIM e Design Science Research: Plug-ins de desempenho como ferramenta para customização do processo de projeto em arquitetura. 2018. 235f. Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu – Mestrado em Arquitetura e Urbanismo, Faculdade Meridional, Passo Fundo, 2018. SOFTPLAN. Sienge. 2018. Disponível em: <https://www.sienge.com.br/>. Acesso em: 24 set. 2018. TISAKA, M. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução. 2. ed. 470p. São Paulo: Editora Pini, 2011. WINTER, L. M. Método para o planejamento da modelagem BIM para fins de elaboração do orçamento analítico. 2017. 89f. TCC – Departamento de Engenharia Civil, Escola de Engenharia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2017.